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Instituto do Emprego e Formação Profissional

CURSO: _______________________________________ ÁREA: _________________________________NOME:______________________________________________________________Nº:__________ DATA: ___/___/_______

Formadora: Sandra Rodrigues

Identidade e Alteridade

Adotar princípios de lealdade e de pertença, em diálogo aberto com a diferença

Domíniode referência Temas Competência Critérios de evidência

Dr 1 –Contexto

privado

Duração: 12h

Códigos Institucionaise Comunitários

Reconhecer princípiosde conduta baseadosem códigos de lealdadeinstitucional ecomunitária

Demonstrar empatia e reação compassivae solidária face ao outro.Interpretar códigos deontológicos.Relatar princípios de conduta e emitiropinião fundamentada.

Reflexão final:

Como se relaciona com o “outro”?

Segundo que princípios de conduta?

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Domínio de

Referência:

DR1 – Contexto privado

Tema: Códigos institucionais e Comunitários

Competência: Reconhecer princípios de conduta baseados em códigos de lealdade institucional e comunitária.

Critérios de evidência: Demonstrar empatia e reação compassiva e solidária face ao outro.Interpretar códigos deontológicos.Relatar princípios de conduta e emitir opinião fundamentada.

Recursos / materiais: computadores com acesso à internet e processador de texto Word, folhas policopiadas e material de escrita.

Proposta de trabalho 1 (IDENTIDADE)

1. De que acha que tratará esta disciplina._________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Para que serve esta disciplina._________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. Que utilidade pensa que poderá ter na sua vida pessoal e profissional esta disciplina.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Porque razão os documentos oficiais não bastam para conhecer melhor as pessoas?

Enquanto pessoa, não pode ser reduzido aos dados que constam nos documentos oficiais: tem uma história de vida construída num tempo e num contexto social, integrada numa família, numa escola, aos vários grupos a que pertence. Tem preferência, tem gostos próprios, tem projetos de vida, tem sonhos…

Proposta de trabalho: Registe aqui as suas escolhas…

Eu sou…

Foto…

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1 A profissão que eu tenho (ou quero ter)…

2 O que mais gosto de fazer nos tempos livres…

3 O que gosto mais na “escola”…

4 O meu prato preferido…

5 Eu gosto de pessoas que…

6 A minha revista favorita…

7 O filme de que mais gostei…

8 O meu site preferido…

9 A personalidade de desporto que mais gosto…

10 O maior defeito de um professor…

11 O programa de TV de que mais gosto/gostei…

12 A pessoa que mais admiro…

13 O que gosto menos na “escola”…

14 A minha estação de rádio preferida…

15 A qualidade que mais gosto nas pessoas…

16 O meu jogo favorito…

17 O livro que mais gostei…

18 Eu não gosto de pessoas que…

19 O tipo de música de que mais gosto…

20 A melhor qualidade de um professor…

21 A minha maior preocupação…

22 A minha melhor qualidade…

23 A minha banda/ cantor preferido…

24 O animal que mais gosto…

25 O animal que menos gosto…

1026 A cor que mais gosto…

27 A cor de que gosto menos…

10Quem Sou Eu?

Enquanto Cidadão/ã, considero que sou….

Enquanto _______________ considero que sou …

Enquanto _______________ considero que sou …

Enquanto _______________ considero que sou …

…e pode continuar, numa outra folha, pensando em todos os papéis que desempenha! Não existe um limite mínimo nem máximo para escrever! O importante é sua reflexão!

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Proposta de trabalho2 (ALTERIDADE)

De forma a refletir sobre a sua experiência de vida, é importante que, em primeiro lugar, consiga refletir sobre si, sobre quem é e quais as características que o/a definem. No entanto, aquilo que nos define está também influenciado pelos vários contextos/situações de vida que vamos passando.

Procure, assim, refletir sobre quem é, caracterizando-se tendo em conta alguns papéis sociais que desempenha na sua vida (ex.: cidadão/ã, amigo/a, filho/a, companheiro/a…)

Recorde-se de uma viagem, um filme, um livro, uma música ou uma peça de teatro que tenha ficado na sua memória.

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1. Diga o que entende pelos seguintes conceitos:

a) Identidade;

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b) Alteridade;

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c) Deontologia.

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2. Nem sempre concordamos com certas normas e certas regras que temos que respeitar dentro de uma instituição. Refira a importância das normas e das regras para o bom funcionamento das instituições.

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“Apesar do racismo emergir de uma forma muito subtil, é óbvio que a sociedade portuguesa não está livre deste problema. O racismo está presente na sociedade portuguesa e manifesta-se, essencialmente, no acesso à habitação ou acomodação, que é, comummente, negada às pessoas de minorias étnicas e aos estrangeiros.

Em Portugal, a comunidade cigana é, certamente, a mais discriminada. Para além do difícil acesso à habitação, o mercado de trabalho está fora do seu alcance. Existem casos de racismo explícito direcionados a uma comunidade específica, como foi o caso dos chineses, em relação aos seus negócios (por exemplo, as lojas de comércio chinês e os restaurantes).

O racismo está presente no mercado de trabalho, e apesar de existirem instrumentos legais que poderiam reverter esta situação, os imigrantes e minorias étnicas reconhecem a discriminação em relação aos cidadãos locais (salários mais baixos em relação aos cidadãos nacionais, condições de trabalho difíceis e abaixo das suas qualificações, em muitos casos).

http://cms.horus.be/files/99935/MediaArchive/pdf/portugal_pt.pdf

“Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.” Albert Einstein

“O medo é um preconceito dos nervos. E um preconceito, desfaz-se - basta a simples reflexão.” Machado de Assis

“Se a minha Teoria da Relatividade estiver correta, a Alemanha dirá que sou alemão e a França me declarará um cidadão do mundo. Mas, se não estiver, a França dirá que sou alemão e os alemães dirão que sou judeu.”

Albert Einstein

“O estereótipo é geralmente imposto, segundo as características externas, tais como a aparência (cabelos, olhos, pele), roupas, condição financeira, comportamentos, cultura, sexualidade, sendo estas classificações (rotulagens) nem sempre positivas que podem muitas vezes causar certos impactos negativos nas pessoas.”

www. http://www.infoescola.com/sociologia/estereotipo/

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“Diluídas no quotidiano e disfarçadas com justificações evasivas, as atitudes intolerantes, discriminatórias ou meramente preconceituosas emergem entre nós, imprevisivelmente, a partir de circunstâncias complexas de ordem social, económica e cultural comuns aos países europeus, intimamente ligadas ao caos urbano, à insegurança, à pobreza e aos mecanismos de exclusão social.”

Pedro Bacelar de Vasconcelos, ex-governador civil de Braga

“O preconceito é uma atitude negativa com relação a um grupo ou pessoa, baseando-se num processo de comparação social em que o grupo da pessoa preconceituosa é considerado como ponto positivo de referência.

A discriminação é a manifestação do preconceito, sua materialização em atitudes que efetivamente impedem ou limitam o grupo discriminado, prejudicando-o. A manifestação do preconceito racial (discriminação racial) cria a desigualdade racial.

O termo racismo será analisado abaixo pormenorizadamente, mas podemos reproduzir este trecho antecipadamente:

“O racismo é uma expressão mais ampla que abrange, além do preconceito, hostilidade, discriminação, segregação, e outras ações negativas manifestadas em relação a um grupo racial/étnico. Ele manifesta-se basicamente em três níveis: individual, institucional e cultural”. Individual, quando um membro de um grupo sente-se superior a outro de grupo diverso. Institucional, quando as instituições como o Estado, as igrejas, empresas, partidos políticos, escolas, limitam o acesso de determinado grupo de pessoas, como os negros. Cultural, quando uma determinada herança cultural é anunciada como sendo superior a outra.”

(adaptado) www. http://www.dhnet.org.br/dados/cartilhas/a_pdf/905_cartilha_cdh_sp_racismo.pdf

“O Multiculturalismo enriquece a cultura portuguesa, contribui para a educação para a cidadania e alerta para a necessidade de preservação da unidade na diversidade!”

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O Capuchinho Vermelho sai de casa para visitar a avó e encontra um grande lobo no bosque. Mas em vez de ser comida, a menina vira-se ao bicho: «Se não fechas essa boca, faço queixa de ti na esquadra.» Este é um dos spots de rádio e TV da campanha lançada pelo Governo, em parceria com empresas e instituições, a propósito do Dia Internacional Contra a Violência Sobre as Mulheres, que se celebra quinta-feira. Um spot que 'muda' um conto de fadas para, nas palavras de Maria Amélia Paiva, presidente da Comissão para a Igualdade, «desmontar estereótipos» - os mesmos que, dia após dia, ano após ano, subsistem na publicidade, nos programas de TV e no tratamento noticioso.

Exemplo é a sistemática utilização de mulheres para 'vender' produtos 'para a casa', como detergentes, alimentos, etc, enquanto nos anúncios de outro tipo de bens - carros, por exemplo - ela surge, muitas vezes, como complemento decorativo. Em programas de TV, é tão comum o recurso a raparigas de sorriso plasmado e corpo mais ou menos desnudo para 'compor' o cenário que a coisa já passa por normal. Para não falar do concorrente que deu um pontapé numa 'colega' e passou a herói nacional.

«Os media são completamente formatadores, e continuam a apresentar, na publicidade e em muitos programas, uma imagem de mulher inaceitável. É a mulher como animadora de vendas, como objeto...», diz Margarida Medina Martins, da Associação das Mulheres Contra a Violência. «Cria-se uma falta de respeito básica, e há uma mensagem que é interiorizada sobre para que é que a mulher serve. É também por isso que os homens vão até onde vão na maneira como maltratam as mulheres.»

Quanto à resposta do ministro que tutela a Comunicação Social (ver caixa), a dirigente da ONG não a aceita: «O Estado não pode dizer que não tem poder para mudar isso. Mesmo nas televisões privadas, é o Estado que licencia!» A Formadora Alexandra Fortes Novembro de 2011

Talvez, como admite Morais Sarmento, seja preciso que as ações de formação que o ministro enumera como estando em curso - junto de polícias, magistrados, professores, etc - incluam também publicitários. E diretores de programas, produtores... E jornalistas. Conceição Lavadinho, a coordenadora da área de Violência Doméstica da Comissão Nacional para a Igualdade e Para os Direitos das Mulheres, não se esquece: «Há um ano, quando a comissão convidou todos os órgãos de comunicação social para uma conversa informal sobre o tratamento da mulher e da violência de género nos media, e a necessidade de desconstrução de estereótipos, sabe quantas pessoas apareceram? Dez». E, refira-se, eram só mulheres.

http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=590341

“O Multiculturalismo enriquece a cultura portuguesa, contribui para a educação para a cidadania e alerta para a necessidade de preservação da unidade na diversidade!”

«Nos anos 50, estudos mais neutros empreendidos por antropólogos, cientistas sociais, geneticistas, biólogos e biofisiologistas, com o aval da Organização das Nações Unidas [ONU], demonstraram que o conceito de raça não pode ser aplicado a seres humanos e concluíram que a humanidade forma um todo único de variações de aparência, no interior da mesma espécie, as quais não prejudicam a possibilidade de convivência e reprodução entre os seres humanos.

“Portanto, sabe-se hoje que o conceito de „raça‟ não tem sustentação científico-biológica, mas tem significado histórico e sociológico por ser inegável a constatação das desigualdades raciais produzidas pelo racismo e pela discriminação racial”».

(adaptado) www. http://www.dhnet.org.br/dados/cartilhas/a_pdf/905_cartilha_cdh_sp_racismo.pdf

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A primeira vez que aconteceu foi na escola. "Preta!" Houve outras vezes, mas para Nádia, de 18 anos, filha de pais cabo-verdianos, nascida no concelho de Cascais, aquela foi a que mais se assemelhou a uma bofetada - catapultou-a para o mundo dos "diferentes". Ela não esqueceu, embora admita que as coisas entretanto melhoraram. Desde a altura em que os pais de Nádia chegaram a Portugal, o número de imigrantes passou de menos de 50 mil para 420 mil. Eles passaram de, certo modo, a fazer parte da "normalidade". Mas Nádia desconfia que ainda não seja bem assim: "Quando temos amigos brancos, há pais que dizem logo que somos uma má influência. Como se fôssemos um vírus". As atitudes prevalecentes entre os portugueses não refletem o investimento institucional que tem sido feito no acolhimento de imigrantes, admite ao PÚBLICO a investigadora Verónica Policarpo, uma das autoras de um estudo da Universidade Católica sobre as representações que a população nacional tem dos estrangeiros que residem por cá.

Esta dissonância ajudará a explicar o fosso que parece existir entre a experiência de Nádia e a distinção feita a Portugal no mês passado. Seja no que respeita às possibilidades de regularização dos imigrantes, como às condições de acesso destes aos cuidados de saúde e à assistência social, que é garantido também aos que se encontram em situação ilegal, foi considerado pelas Nações Unidas como o "mais generoso" em matéria de políticas de integração de imigrantes de 42 países.

Falta agora avaliar a sua implementação, e esta, sim, poderá depender, em parte, do que vai na cabeça de muitos portugueses. O preconceito, sobretudo contra os africanos e os ilegais, figura entre os obstáculos já identificados ao cumprimento da lei no que respeita, por exemplo, ao acesso dos imigrantes aos cuidados de saúde.

Africanos mais prejudicadosEntre os que partem e os que entram - somos ainda mais um país de emigrantes (mais de um milhão) do

que de imigrantes -, Portugal continua de certo modo refém do país fechado que foi. "Quando conhecemos, somos acolhedores. Antes é que há um problema. Somos um povo tímido, desconfiado, que reage de forma fechada ao que não conhece", descreve a alta comissária para a Imigração, que defende por isso a disseminação da mediação intercultural, a ser desenvolvida sobretudo por imigrantes ou seus descendentes, formados para o efeito: "É um método muito eficaz para a construção de pontes entre várias comunidades e culturas". Nádia continua à espera. Há tempos, a professora de Inglês disse-lhes o mesmo que a avó branca de Obama lhe disse a ele: "Que não era por mal, que era a ideia que a sociedade fazia de nós. Confessou que ela própria não se sentia à vontade quando se cruzava com um grupo de negros". Na verdade, os imigrantes africanos são aqueles que os portugueses vêm com piores olhos. "A cor da pele, mais do que a nacionalidade, é o verdadeiro passaporte para a discriminação", constata João António. Associações confirmadas pelo estudo da Universidade Católica: "Os brasileiros tendem a ser vistos como os mais simpáticos e os Europa de Leste como os mais competentes e retos, ao passo que os africanos são tidos com os menos competentes e os menos retos". Os africanos são também aqueles que os portugueses mais associam à violência. Neste xadrez, há um lugar para cada grupo. Os brasileiros aparecem associados à prostituição, os cidadãos de Leste ao crime organizado e os africanos, para lá da violência, ao tráfico de droga. Também em Portugal existe uma associação maioritária entre imigração e o aumento da criminalidade. Rosário Farmhouse aponta o dedo aos media: "O modo como são feitas e transmitidas certas notícias potencia esta atitude", justifica a alta comissária: "A criminalidade não está de modo nenhum ligada à nacionalidade, mas sim às condições e às opções de vida das pessoas".

Lucinda Fonseca, investigadora na área da imigração e responsável pelo Centro de Estudos Geográficos da Faculdade de Letras de Lisboa, chama a atenção para outro risco: apesar dos progressos registados, os imigrantes continuam a correr "um risco muito maior de exclusão social e têm piores condições de vida" do que os nacionais. Continuam a ser empurrados para periferias isoladas e degradadas, que depressa se transformam em verdadeiros guetos. Milhares continuam a viver em barracas e, para muitos dos que foram realojados, a morada permanece um fator de exclusão, constata a investigadora, que aponta uma meta: "As políticas habitacionais têm de estar mais centradas nas pessoas e menos no cimento".

http://www.publico.pt/Sociedade/o-preconceito-contra-os-imigrantes-ainda-e-lei-entre-os-portugueses_1408915?all=1

“O país de acolhimento não é uma página em branco, nem uma página escrita. É uma página que se está a escrever”

Amin Maalouf

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2.1. Exponha a sua conduta perante uma das seguintes manifestações de intolerância à diferença:

a) Racismo;

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b) Xenofobia;

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c) Desigualdade de género;

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d) Religião;

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e) Homofobia;

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f) Portadores de necessidades especiais.

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"Atitudes contraditórias"Verónica Policarpo fala de "atitudes contraditórias". A percentagem de portugueses que

considera os imigrantes "fundamentais para a vida económica do país" ultrapassou a daqueles que consideram o contrário; o mesmo se passou no que respeita aos que reconhecem que os imigrantes não recebem mais do Estado do que aquilo que dão. Mas, em simultâneo, mais de metade dos portugueses mostrou-se seguro de que o número de imigrantes deve diminuir. Só seis por cento defendeu o contrário. Estes valores mostram que existe, de facto, uma "resistência à imigração", frisa.

"Há uma norma social que é cada vez mais forte e entra em cada vez mais contextos sociais que diz que é errado discriminar em função da cor da pele ou da origem das pessoas. Esta norma leva à inibição da manifestação aberta do preconceito, através de atos racistas, violência xenófoba, etc., mas não impede o seu desenvolvimento e manutenção", alerta o psicólogo social João António.

O que também se comprova nesta característica nacional evidenciada no estudo da UC. "Mais racistas" e "menos racistas" aproximam-se nas suas posições quando é dada a estes últimos "uma desculpa "politicamente correta" para justificar a resistência aos imigrantes", revela Verónica Policarpo: "Aceita-se a presença de imigrantes mas só em determinadas condições, se tiverem trabalho, se não tiverem cometido nenhum tipo de crime, o que revela uma diferenciação em relação à posição assumida face aos nacionais".

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Identidade e Alteridade

Adotar princípios de lealdade e de pertença, em diálogo aberto com a diferença

Domíniode referência Temas Competência Critérios de evidência

Dr 2 - contextoprofissional

Duração: 12h

Coletivos Profissionaise Organizacionais

Exprimir sentido depertença e de lealdadepara com o coletivoprofissional

Identificar pertença e lealdade em contextos vários.Explicitar situações profissionais de relacionamento com desafios multiculturais.Expressar-se e agir face a pessoas, gruposou organizações de âmbito multiculturalsegundo uma lógica inclusiva

Reflexão final:

No seu contexto profissional relaciona-se com pessoas de outras culturas?

Como interage com elas?

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Domínio de DR2 – Contexto profissional

10Referência:

Tema: Coletivos Profissionais e Organizacionais

Competência: Exprimir sentido de pertença e de lealdade para com o coletivo profissional

Critérios de

Evidência:

Identificar pertença e lealdade em contextos vários.Explicitar situações profissionais de relacionamento com desafios multiculturais.Expressar-se e agir face a pessoas, grupos ou organizações de âmbito multicultural segundo uma lógica inclusiva

Recursos / materiais: computadores com processador de texto Word, folhas policopiadas e material de escrita

Proposta de trabalho 2

Desta forma, propomos-lhe que reflicta sobre as seguintes situações:4.1. Situação de intolerância, em termos profissionais, que tenha vivenciado ou da qual tenha conhecimento (O que sentiu?, Como reagiu?, Como foi afectada a relação?...)

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4.2. Situação da sua vida profissional em que procure integrar no seu local de trabalho pessoas oriundas de outros países (Qual o seu comportamento para com o outro?, Que atitudes toma?, Qual o seu grau de disponibilidade?, Como contribui para a integração do outro no local de trabalho?...)

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O binómio identidade-alteridade, estruturado a partir da sua vertente mais negativa, está igualmente presente no mundo laboral. Muitas são as situações que surgem em contexto de trabalho – racismo, xenofobia, discriminação, intolerância - cuja origem reside nas diferenças culturais de cada um. Se pretos e brancos, judeus e muçulmanos, portugueses e imigrantes se unissem fraternalmente em humanidade, poder-se-ia vivenciar experiências de amizade e tolerância, que, no campo profissional, dariam asas a interações multiculturais capazes de enriquecer as formas de trabalho conhecidas e praticadas, em Portugal.

Ao longo das nossas experiências profissionais somos confrontados com desafios multiculturais, relacionados com a necessidade de trabalhar com pessoas de outros credos e culturas. Estes desafios vinculados ao fenómeno da imigração exigem uma cidadania estruturada a partir de uma lógica inclusiva, que seja capaz de superar a discriminação cultural e racial, que ainda afeta a sociedade portuguesa.

10Identidade e Alteridade

Adotar princípios de lealdade e de pertença, em diálogo aberto com a diferença

Domíniode referência Temas Competência Critérios de evidência

Dr 3 -contextoinstitucional

Duração: 12h

Políticas Públicas

Identificar e avaliar políticaspúblicas de acolhimentoface à diversidadede identidades

Identificar a diversidade de políticas públicas na sociedade.Relacionar direitos políticos e associativos.Situar-se face à inclusão da população migrante.

Reflexão final:

A nível social/institucional, qual a sua opinião face ao acolhimento da população migrante?

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Domínio de

Referência:

DR3 – Contexto institucional

Tema: Políticas públicas e Identidade e patrimónios culturais

Competência: Identificar e avaliar políticas públicas de acolhimento face à diversidade de identidades

Critérios de Evidência Identificar a diversidade de políticas públicas na sociedade.Relacionar direitos políticos e associativos.Situar-se face à inclusão da população migrante.

Recursos / materiais: computadores com processador de texto Word, folhas policopiadas e material de escrita

Proposta de trabalho 3

A diversidade de políticas de inserção e inclusão multicultural

Se se analisa com algum rigor a História de Portugal, somos confrontados desde o primeiro instante com a realidade da emigração. Depois da reconquista aos mouros e do estabelecimento físico das fronteiras, os portugueses lançaram-se na expansão marítima.

Diretamente relacionado com a época dos descobrimentos não deixará de estar presente a necessidade de encontrar novas terras, de solos e subsolos mais férteis, capazes de fornecer alimento a um povo que, confinado ao seu próprio país, teria sérias dificuldades de subsistência. Foi assim que nos estendemos primeiramente pelo continente africano (Marrocos, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné e Bissau e são Tomé e Príncipe), depois pelo asiático (Goa, Macau e Timor e Leste) e finalmente pelo americano (Brasil).

Séculos mais tarde, com a perda das ex-colónias, a emigração portuguesa redireciona-se e estende-se a novos horizontes. E, a partir de então, a Europa Central (França, Bélgica, Luxemburgo, Suíça e Alemanha) e a América do Norte (Canadá e EUA) estabeleceram-se como novos pontos de referência para a emigração portuguesa.

Todavia, a partir da última década do século XX, dá-se uma verdadeira inversão nas rotas migratórias. Portugal, país de emigrantes por excelência, estabelece-se paradoxalmente, como porto privilegiado para a imigração: primeiro das ex-colónias e, depois dos países do Leste Europeu. Ante o fenómeno da emigração e o decréscimo dos postos de trabalho, correlativo ao abrandamento do crescimento económico, europeu e mundial, começou a surgir uma certa instabilidade social, aliada ao preconceito para com o imigrante. Tão injustificável e deplorável, se se atende ao passado

histórico do nosso país e ao contributo que os mesmos têm dado ao desenvolvimento económico português.

Tendo em consideração o que texto que acabámos de ler, realize a seguinte atividade:

“O país de acolhimento não é uma página em branco, nem uma página escrita. É uma página que se está a escrever”

Amin Maalouf

101 – Pesquise e reflita sobre fluxos migratórios no Portugal contemporâneo, atendendo aos seguintes aspetos:

1.1. Distinção entre emigração e imigração; __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

1.2. Definição de fluxos migratórios; __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

1.3. Identificação da década e dos países com maior fluxo migratório; ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

1.4. Impactos económicos, culturais e sociais dos fluxos migratórios em Portugal;______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Impacto económico: Concorrência por empregos Salários locais menores Mão-de-obra mais barata e flexível Menor inflação Dependência do trabalho estrangeiro para certas atividades

Impacto cultural: Vida cultural enriquecida Novas experiências culturais Choques culturais

Impacto social: População mais diversificada e rejuvenescida Fricção social Incentivo a criar guetos para imigrantes Custos de serviços sociais

2 - Redija um texto expondo os principais problemas com que se debatem os imigrantes em Portugal e dê sugestões tendo em vista a sua resolução. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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3 - Na sua opinião como visiona a integração da população migrante no nosso país? Que tipo de associações/organizações conhece? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Desde o período dos Descobrimentos que Portugal se pautou por fluxos migratórios de saída. A década de 60 do século passado marcou o período máximo de emigração. Muitos foram aqueles que saíram do país com destino a França, Alemanha, Luxemburgo, Suíça, entre outros. São poucas as pessoas que não têm familiares emigrados. De Portugal fugiu-se não só da miséria, mas também da guerra colonial e do regime que vingava na época. Outros houve que abandonaram o interior em direcção às grandes cidades como Lisboa e Porto.

Atualmente, apesar dos fluxos migratórios voltarem a surgir com maior expressão, Portugal tornou-se num país de imigrantes, acolhendo pessoas oriundas das ex-colónias e Brasil, numa primeira fase, e mais recentemente dos países da Europa de Leste e também do Sul e Sudeste Asiático.

O que procuram estas pessoas em Portugal? Como são recebidas? Que políticas de imigração tem o estado português implementado? Que associações existem de apoio aos imigrantes? Estas são as questões que orientarão a concretização do presente trabalho.

Elabore um cartaz (com uma ou duas cartolinas) sobre a Imigração em que deve abordar o seguinte:

- medidas que Portugal adopta em relação aos imigrantes no sentido da sua inclusão;- uma instituição de apoio ao imigrante (que trabalho desenvolve junto dos imigrantes);- impactos da imigração em Portugal.

Faça a apresentação oral do trabalho desenvolvido, onde o par deve expor a sua opinião quanto à população que escolheu Portugal para trabalhar ou mesmo residir.

Declaração Universal dos Direitos do Homem10 de Dezembro de 1948

“Praticar o direito é a alegria para o justo e o espanto para os malfeitores.”Bíblia.

“A desigualdade de direitos é a primeira condição para que haja direitos.”Nietzsche

“Não há sociedade possível sem o dever, que compreende a justiça e a caridade.”Lamennais

“Proclama a presente Declaração Universal dos Direitos do Homem como ideal comum a atingir por todos os povos e todas as nações, a fim de que todos os indivíduos e todos os órgãos da sociedade, tendo-a constantemente no espírito, se esforcem, pelo ensino e pela educação, por desenvolver o respeito desses direitos e liberdades e por promover, por medidas progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação universais e efectivos tanto entre as populações dos próprios Estados membros como entre as dos territórios colocados sob a sua jurisdição.”

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Adotada e proclamada pela Assembleia Geral na sua Resolução 217A (III) de 10 de Dezembro de 1948.

Artigo 1ºLiberdade e igualdade de todos os seres humanos

Artigo 2º Não discriminação

Artigo 3º Direito à vida, liberdade e segurança pessoal

Artigo 4º Proibição da escravatura

Artigo 5º Proibição da tortura

Artigo 6º Direito à personalidade jurídica

Artigo 7º Igualdade de tratamento perante a lei

Artigo 8º Direito a recurso efectivo perante jurisdições nacionais

Artigo 9º Proibição de prisão, detenção ou exílios arbitrários

Artigo 10º Direito a ser julgado num tribunal independente

Artigo 11º nº1. Presunção de inocência até prova em contrário. nº2. Não retroactividade da lei penal.

Artigo 22° Direito à segurança social.

Artigo 23° nº1. Direito ao trabalho. nº2. Direito a salário igual para o trabalho igual. nº3. Direito a remuneração suficiente. Nº4. Direito à constituição e filiação em sindicatos.

Artigo 12° Direito à vida privada, familiar e protecção da correspondência.

Artigo 13° nº1. Liberdade de circulação. Nº2. Direito de sair e entrar em qualquer país.

Artigo 14° Direito de requerer e receber asilo político.

Artigo 15° Direito à nacionalidade.

Artigo 16° Direito de se casar e de constituir família.

Artigo 17° nº1. Direito de propriedade. nº2. Proibição da privação arbitrária da propriedade.

Artigo 18° Liberdade de pensamento, consciência e religião.

Artigo 19° Liberdade de expressão e opinião.

Artigo 20° Liberdade de reunião e associação

Artigo 21° nº1. Direito de participação nos assuntos públicos do seu país. nº2. Igualdade de acesso a funções de natureza pública do seu país. nº3. Direito de sufrágio directo e universal ao voto secreto.

Artigo 27° nº1. Direito de participar na vida cultural e de gozar os frutos ao progresso científico. nº2. Protecção dos direitos de autor.

Artigo 28° Direito a que existam condições permitindo a plena aplicação dos direitos enunciados na

10Artigo 24° Direito ao lazer, repouso e tempos livres.

Artigo 25° nº1. Direito a um nível de vida suficiente. nº2. Protecção especial da maternidade e da infância.

Artigo 26° nº1. Direito à educação; princípios da gratuitidade e obrigatoriedade do ensino básico, acesso generalizado ao ensino técnico e profissional e igualdade de acesso ao ensino superior. nº2. A educação deve favorecer o desenvolvimento da personalidade, tolerância, compreensão mútua e amizade entre os povos. n°3. O direito dos pais escolher a educação a dar aos filhos

Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Artigo 29° nº1. Princípio de que o indivíduo tem deveres para com a comunidade. nº2. As únicas limitações ao exercício dos direitos devem ser previstas por lei, com vista a satisfazer exigências da moral, de ordem pública e de bem-estar geral. nº3. Os direitos da Declaração Universal dos Direitos Humanos não podem ser exercidos contrariamente aos fins e princípios da Carta das Nações Unidas.

Artigo 30° Nenhuma interpretação da Declaração Universal dos Direitos Humanos pode legitimar atividades que visem a aniquilação dos direitos e liberdades nela consagrados.

Artigo 31°

1. Em que situação faria valer os direitos que considerou como mais importantes? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Na sua visão do mundo atual, qual considera ser o direito mais violado e transgredido? E qual o direito que lhe parece ser mais defendido? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Elabore um panfleto onde demonstre a importância da Declaração Universal dos Direitos do Homem para a humanidade. Deve ainda escolher um dos artigos da Declaração confrontando-o com uma situação de violação do mesmo.

10Identidade e Alteridade

Adotar princípios de lealdade e de pertença, em diálogo aberto com a diferença

Domíniode referência Temas Competência Critérios de evidência

Dr 4 -contextomacroestrutural

Duração: 12h

Identidades ePatrimónios Culturais

Relacionar patrimóniocomum da humanidadecom interdependênciae solidariedade

Refletir sobre as implicações sociais do património comum da humanidade.Discutir e avaliar o papel das/os cidadãs/ cidadãos no mundo atual: relações jurídicas no marco de integração supranacional e dimensão supranacional dos poderes do estado face às/aos cidadãs/cidadãos.Expressar e demonstrar respeito e solidariedade pelas diferentes identidades culturais

Reflexão final:

Face à interdependência global, reconhece a necessidade de solidariedade na resolução dos problemasa nível mundial?Exemplos:Respeito pelos Direitos Humanos;Desigualdade na repartição da riqueza;Escassez de recursos naturais;

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10Domínio de

Referência:

Dr 4 – contexto macroestrutural

Tema: Identidades e Patrimónios Culturais

Competência: Relacionar património comum da humanidade com interdependência e solidariedade

Critérios de Evidência Refletir sobre as implicações sociais do património comum da humanidade.Discutir e avaliar o papel das/os cidadãs/ cidadãos no mundo atual: relações jurídicas no marco de integração supranacional e dimensão supranacional dos poderes do estado face às/aos cidadãs/cidadãos.Expressar e demonstrar respeito e solidariedade pelas diferentes identidades culturais

Recursos / materiais: computadores com processador de texto Word, folhas policopiadas e material de escrita

Proposta de trabalho 4

(Levantamento das ideias tácitas dos formandos)

O que entende por “mirandês”?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Em que contexto já ouviu falar de “mirandês”?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

O que é ser “Português”?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Informe-se mais sobre o assunto:

O que é se “Europeu”?_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

O que é se “Património cultural”?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

10 Faça uma pesquisa sobre (resumidamente coloque aqui as conclusões a que chegou, depois da

pesquisa) :

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O “niqab” foi proibido ou não? Uma jornalista alemã andou por Paris coberta com um véu integral, dia 11

de Abril, quando entrou em vigor a lei que proíbe o seu uso em público. Eis o que viu e ouviu.

Jornal Die Tageszeitung, Berlim «”Os homens só respeitam as leis que consideram justas.” A frase foi-me

soprada num semáforo da Place du Chatelet, no coração de Paris, por um velho árabe, que me fez esta citação de Platão ao ouvido, através do meu niqab. Desde a manhã, ando de véu. Aceno-lhe com a cabeça. “Esta lei é injusta”, acrescenta. “Continue, estamos consigo!”.

A lei de que fala é a que, desde 11 de Abril de 2011, proíbe qualquer pessoa de esconder o rosto no espaço público francês e condena o porte da burca e do véu integral na rua. Qualquer violação é punível com uma coima de 150 euros. A culpada poderá escolher entre a multa e um curso de cidadania de um mês. Em breve, vou cruzar-me com a polícia…

O véu integral, tal como a burca, “não é bem-vindo” em França, declarou repetidamente Nicolas Sarkozy. Ambos são sinais de dependência do sexo feminino e, portanto, incompatíveis com os valores da República.

Atravesso a rua com o meu niqab em direção à Place de la République, e pergunto-me se irei ser interpelada e detida. À minha passagem, os transeuntes baixam os olhos, mas, no passeio e frente, seguem-me com o olhar. Poucos minutos depois, um jovem francês diz-me: “Tem razão e usar o véu. Esta lei é um escândalo”. Decido tomar um café numa esplanada. O empregado, muito simpático, trata-me por “minha senhora”. Passo a chávena por baixo do véu e beberico o meu café. A maior parte dos transeuntes olha para mim, mas segue o seu caminho sem comentários. Até que uma senhora de meia-idade, bem vestida, solta à passagem por mim: “É horrível”.

Retomo o caminho e chego à Rue du Temple, no Marais, bairro cultural cheio de bares e lojas. Só os chineses das lojas de acessórios me lançam olhares surpreendidos. Os franceses observam-me pelo canto do olho, como se o meu rosto oculto me impedisse de vê-los.

10Regresso ao centro, em direção à Rue de Rivoli e à praça onde fica o Governo Civil. Do outro lado da rua, está um polícia. Será A formadora: Alexandra Fortes Fevereiro 2012 que me vai interpelar? Fazer-me um aviso? O semáforo passa a verde. O agente dirige-se na minha direção e passa sem dizer palavra. Nenhuma repreensão. Nenhuma multa. Nem quero acreditar!

Atravesso a praça para ir ao adro da catedral de Notre-Dame. De manhã, mulheres de niqab manifestaram-se aqui contra a nova lei. Duas foram presas. A razão invocada para a sua prisão não foi o porte do véu, mas o facto de a manifestação não ter sido autorizada.

Cruzo-me com três polícias. Não me dirigem palavra. Será que não me viram? O meu comprido véu azul esvoaça ao vento. Sento-me por uns instantes, num banco, para atar um atacador. Quando levanto os olhos, vejo um homem a sorrir para mim, de polegar para cima. É um marroquino que aqui vem todos os dias dar comida aos pardais. “É fantástico o que está a fazer”, diz-me. Pede licença para tirar uma foto comigo, como se eu fosse uma estrela de cinema. “Tenha cuidado”, diz-me antes de ir. “Eles dizem inconveniências!”.

Dirijo-me, então, para o Metro. No cais, um homem pergunta-me se nenhum polícia me interpelou. “Engraçado”, comenta quando lhe respondo que não. “Então, boa sorte!”.

Antes de chegar a casa, passei por duas mulheres que estavam a fumar diante de um café. “Aquilo não foi proibido?”, diz uma delas, suficientemente alto para eu ouvir. Parece partilhar a opinião de Nicolas Sarkozy e achar que o véu integral não é compatível com a cultura francesa. “Este Governo não tem cultura”, tinha-me dito o filósofo da Place du Chatelet.»

Como me ensinaram a odiar os cristãos O testemunho de um jovem egípcio sobre os antagonismos seculares entre coptas e

muçulmanos, publicado na página da Internet da estação de rádio livre Horytna (A Nossa Liberdade), do cairo

Sítio Horytna.net, Cairo «O meu nome é Mustapha Fathi. Nasci e fui criado num bairro popular do Cairo chamado

Boulaq al-Dakrour e os meus pais sempre me ensinaram que os cristãos eram infiéis. Começo por esta verdade porque a franqueza é o melhor meio de chegar à reconciliação! Tinha um amigo na minha turma que era cristão e os outros diziam que ele cheirava mal como todos os cristãos e que adorava a cruz!

Quando comecei a crescer, o meu pai, que foi criado na província de Sohag, a sul do cairo, contou-me que na terra dele os cristãos nem sequer podiam andar de burro, quando passavam diante de muçulmanos. Quando se cruzava com um grupo de camponeses muçulmanos, qualquer cristão que fosse montado num burro tinha de desmontar, em sinal de respeito por eles. Nessa época, o cristão era um cidadão de segunda. Já mais crescido, ouvi alguns sermões de sexta-feira que falavam das “distorções do Evangelho e da proibição de dar as boas-festas aos cristãos”. Um dia, ouvi um sermão dedicado às provas de distorção do Livro Sagrado! Para dizer a verdade, não percebia muito bem em que é que aqueles sermões podiam ajudar os muçulmanos! Na escola, os cristãos saíam da sala durante as aulas de educação religiosa muçulmana e voltavam no fim! Era por isso que eu não gostava das aulas de religião: porque davam origem a uma discriminação inútil!

10Ensinar o preconceito Os cristãos cheiram mal…Beijam-se, na igreja, e é lá que escondem as armas destinadas a matar os muçulmanos, que são mais numerosos! Era este o tipo de informação que eu tinha sobre os cristãos, na minha infância. Não acreditava muito nela, mas não sabia como desmenti-la. Quando cresci, comecei a ler, a conversar com cristãos e a amar a cidadania. Em vez de cristão, passei a dizer cidadão egípcio cristão. Falava-se demais de religião e descobri que aquilo que se dizia sobre a distorção dos Livros era exagerado e, A formadora: Alexandra Fortes Fevereiro 2012 sobretudo, que não havia no Corão nenhuma indicação clara nesse sentido.

Também encontrei egípcios cristãos que cheiravam bem. Entrei numa igreja e não me cheirou a pólvora nem vi armas. Até vivi dez dias num convento cristão, no Líbano, onde as pessoas me respeitavam e gostavam muito de mim! Agora, quando tomo conhecimento de que houve uma agressão contra os cristãos em qualquer parte do mundo fico irritado, porque já não os considero infiéis.

Peço-lhes desculpa por ter sido educado numa sociedade que me ensinou muitas coisas erradas sobre o cristianismo como religião e como modo de vida! Peço desculpa aos meus amigos que viviam na rua onde cresci e com os quais me recusava a brincar porque os meus pais me proibiam. Peço desculpa aos cristãos por todas as fatwas que os muçulmanos pregavam para não darem as boas-festas aos cristãos e que proibiam os cristãos de comemorar o Ano Novo e a Páscoa.

Nós, egípcios, devíamos repensar a nossa educação, para aprenderemos que não há diferença entre uma fé e outra e para aprendermos o amor, a tolerância e também a cidadania e a recusa da violência! Sou muçulmano…sou cristão…judeu…budista…bahai. Sou qualquer homem que se dirige a Deus como lhe apraz. Não sou um deus na Terra, que decide quem é fiel e quem é infiel…Sou um homem como qualquer outro. E isso basta!»

Tanto ódio de uns contra os outros… Szabolcs Panyi, Sítio Komment.hu, Budapeste «As profissões suscitaram desde há muito a criação de estereótipos: os polícias são estúpidos,

as enfermeiras insensíveis, os operários da construção civil preguiçosos. Na Hungria de hoje não são só os grupos profissionais a serem vistos em função de estereótipos e a gerar hostilidade. Há setores da população que suscitam, não humor, irritação ou despeito, mas ódio. Perante a suspeita de interesses contrários aos seus, despertam-se sentimentos de ameaça ou mesmo de medo existencial.

Eis alguns exemplos. Os ciganos vivem a expensas do Estado, não querem trabalhar porque vivem muito bem dos subsídios. Pior, fazem filhos propositadamente para obterem mais apoios. A maior parte dos trabalhadores deficientes são uns escroques que roubam o Estado com doenças inventadas. Os reformados forçam os dirigentes políticos a aumentar continuamente as reformas, sobrecarregando os contribuintes. As centenas de milhares de funcionários públicos não fazem nada e, para manter essa insensata burocracia, o estado sobretaxa o setor privado com impostos que podem ser qualificados como um roubo.

10O setor privado também é contemplado: as pessoas trabalham clandestinamente e roubam a empresa; quanto aos empresários, enganam, dizem-se deficitários, mas constroem casas de campo, declaram um salário mínimo e andam de BMW. E os mais abastados ganharam as suas centenas ou milhares de milhões – como era bom de ver – de forma desonesta, em detrimento dos outros. No fundo são todos iguais: só querem esmifrar o Estado e fazer fortunas à custa do vizinho. Uma das prováveis explicações para estas atitudes é a sobrevivência da mentalidade marxista, que olha para a política como um mero jogo de distribuição que uns ganham e outros perdem. O que convém a uns é necessariamente nefasto para os outros. Aquilo que o Estado paga, é a cada um de nós que é tirado. A outra razão evidente é a própria política húngara. O facto de as forças políticas instrumentalizarem o Estado, procurando controlá-lo e tornar devedores o maior número de grupos possível. Quando A formadora: Alexandra Fortes Fevereiro 2012 funciona bem, distribuindo; quando corre mal, lançando a ameaça de restrições. A consequência – senão mesmo o objetivo – é a hostilidade mútua dos grupos sociais.

O trabalhador comum vê uma ameaça no cigano, o empresário no funcionário, o estudante no reformado e, no fundo, todos em todos. Isso permite segmentar as diferentes categorias ideológicas e culturais dos eleitores húngaros em comunidades de interesses económicos, que a política manipula mais facilmente.

Esta situação é evidentemente perniciosa. Mas o pior é que estes receios têm frequentemente fundamento. Só que, exacerbando-os, exclui-se a possibilidade de os resolver. Adora-se odiar o inimigo público, mas, na Hungria de hoje, cada um é o inimigo público para alguém. Está avisado: neste momento, alguém lança o seu ódio sobre si.»

1. Tendo em consideração o primeiro artigo, considera que o uso do véu integral é um sinónimo de liberdade ou de repressão. Justifique a sua opinião. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Colocando-se no lugar de Sarkozy, legislaria a favor da proibição do uso do niqab em espaços públicos? Justifique. ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. A partir do que leu no segundo artigo, em que medida a educação é responsável pela formação de estereótipos? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Considera que muitos cristãos do Ocidente partilham de estereótipos semelhantes face aos muçulmanos? Justifique. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5. Elabore um guia de boas práticas de combate ao estereótipo e potencializador de boas práticas de mediação intercultural

10_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6. Refira os principais estereótipos descritos no terceiro artigo. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

7. Considera que alguns deles têm fundamento? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8. Reflita sobre um estereótipo de que possa ser alvo no presente ou no futuro. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

9. Tendo em consideração a crescente globalização e a necessidade de migrações por motivos profissionais, qual prevê que seja o futuro dos estereótipos étnico-culturais? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

IDENTIDADE E ALTERIDADE: A TEORIA DO RECONHECIMENTO

A Terra já foi o centro do mundo por erro de percepção e de imaturidade científica. Depois o Sol tomou o seu lugar na cosmologia e as instituições humanas esforçaram-se por adoptar uma outra perspectiva. A verdade é que sempre que nos limitamos a aceitar apenas aquilo que nos é dado a conhecer e não permitimos um espaço para dúvidas e diferenças, a nossa natureza empobrece, estagna e, mais perigoso do que isso, estigmatiza e rejeita o que está para além da sua compreensão.

A identidade é uma das grandes questões, não só da Antropologia, uma ciência historicamente recente, mas também das restantes Ciências Sociais como a Filosofia ou a História. Desde o dia em que o indivíduo se auto-conhece como ser comunicante, que povos encontram povos e desse encontro resultam construções e delimitações de poder territorial, político, económico e cultural.

A afirmação desse espaço é feita por oposição ao do Outro e assim começa o relacionamento entre grupos, sejam eles nacionais, regionais, étnicos, culturais, linguísticos ou religiosos. E também começa o aprisionamento do Outro com definições ou atributos.

Mas mais do que palavras ou conceitos, talvez o verdadeiro aprisionamento aconteça com o silêncio, ou melhor, com a ausência de reconhecimento. que a falta ou recusa de reconhecimento e/ou um reconhecimento deformado podem ser considerados formas de opressão e de expressão de desigualdades. Daí a sua defesa do

“Porque é o nosso olhar que aprisiona muitas vezes os outros nas suas pertenças mais estreitas e é também o nosso olhar que tem o poder de os libertar.”

Amin Malouf (1998)

10carácter dialógico da entidade em que o que nós somos depende da interacção com os outros. Diz-nos ainda que a identidade é por nós sempre definida “em diálogo sobre e, por vezes, contra, as coisas que os nossos outros-importantes querem ver assumidas em nós” (p. 53).

Essa inevitabilidade da condição humana como dialógica sustenta então a necessidade de uma política de reconhecimento aliada a uma política de diferença. Isto porque, o universalismo do direito à igualdade e à dignidade não deve anular a unicidade, autenticidade e originalidade de cada indivíduo. Para compreender estas duas políticas, o autor explora a história de conceitos como a autenticidade e dignidade, à luz das teorias de Rousseau, Herder ou Stuart Mill.

É nas sociedades pré-democráticas que o conceito dignidade se estabelece como garante do universalismo e igualitarismo. Isto é, a dignidade passa a ser encarada como um valor comum a todos os indivíduos, ao contrário do conceito de honra que anteriormente legitimava todo um sistema de hierarquias sociais, logo desigualdades. Porque o reconhecimento está ligado à identidade, Taylor apresenta-nos a mudança, preconizada por Rousseau e Herder, na conceptualização da construção identitária. A noção de autenticidade engloba, não só o carácter original da identidade de cada um, como também a valorização moral da necessidade de se ser verdadeiro para com a própria identidade.

Esta é a novidade de uma atitude introspectiva e interiorizadora de valores e modelos de vida. A autenticidade está dentro de cada um de nós, tal como está no meio de cada cultura. E essa autenticidade, parte integrante da identidade, constrói-se e manifesta-se, inevitavelmente, em diálogo com os outros.

Teresa Teófilo, Maio de 2003Falamos da complexa necessidade humana, quer colectiva quer individual, de aceitação como factor de

construção de identidade. Charles Taylor (1994), no seu ensaio “A Política de Reconhecimento” defende

Identifique as ideias principais do texto.

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10Actividade:

Depois de ver o filme “Colisão”, faça uma reflexão crítica aos conteúdos aí presentes.

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