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Cursinho Popular do Círculo Palmarino Sociologia– Aula 3 Professora Maira Conde

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Cursinho Popular do Círculo

Palmarino

Sociologia– Aula 3

Professora Maira Conde

Page 2: Cp aula 3

Aula 3:

“Sociologia e Trabalho”

1. O trabalho nas diferentes sociedades 2. O trabalho na sociedade moderna capitalista 3. As transformações recentes no mundo do trabalho 4. A questão do trabalho no Brasil 5. Atividade 6. Dicas e Leituras

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1. O trabalho nas diferentes sociedades

O termo trabalho pode ter nascido do latimtripallium, que significa “instrumento de tortura”,e por muito tempo esteve associado à ideia deatividade penosa e torturante.

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1. O trabalho nas diferentes sociedades

A Produção nas sociedades tribais:

Nelas todos fazem quase tudo, e as atividades

relacionadas à obtenção do que as pessoas necessitam

para se manter - caça coleta, agricultura e criação -

estão associadas aos ritos e mitos, ao sistema de

parentesco, às festas e às artes, integrando-se, portanto,

a todas as esferas da vida social.

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1. O trabalho nas diferentes sociedades

Labor, poiesis e práxis:

Os gregos distinguiam claramente a atividade braçal de quem cultiva a terra, a atividade manual doartesão e a atividade do cidadão que discute e procura soluções para os problemas da cidade.

De acordo com a filósofa alemã Hanna Arendt (1906-1975), os gregos utilizavam os termos labor, poiesis epráxis para expressar suas três concepções para a ideia de trabalho.

O labor é o esforço físico voltado para a sobrevivência do corpo, sendo, portanto, uma atividade passiva esubmissa ao ritmo da natureza. O exemplo mais claro dessa atividade é o cultivo da terra, pois dependede forças que o ser humano não pode controlar como o clima e as estações.

Poiesis corresponde ao fazer, ao ato de fabricar, de criar algum produto mediante o uso de uminstrumento ou mesmo das próprias mãos. O produto desse trabalho muitas vezes subsiste à vida de quemo fabrica, tem um tempo de permanência maior que o do seu produtor. O trabalho do artesão ou doescultor se enquadraria nessa concepção.

A práxis é a atividade que tem a palavra como principal instrumento, isto é, utiliza o discurso como ummeio para encontrar soluções voltadas para o bem-estar dos cidadãos. É o espaço da política, da vida

pública.

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1. O trabalho nas diferentes sociedades

Escravidão e servidão:

Nas sociedades grega e romana era a mão deobra escrava que garantia a produção necessáriapara suprir as necessidades da população.Existiam outros trabalhadores além dos escravos,como os meeiros, os artesãos e os camponeses.No entanto, mesmo os trabalhadores livres eramexplorados e oprimidos pelos senhores eproprietários.

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1. O trabalho nas diferentes sociedades

Nas sociedades feudais, como no mundo greco-romano,havia também aqueles que trabalhavam – os servos, oscamponeses livres e os aldeões – e aqueles que viviam dotrabalho dos outros - os senhores feudais e os membrosdo clero -. A terra era o principal meio de produção, e ostrabalhadores tinham direito a seu usufruto e ocupação,mas nunca à propriedade.

Muitos trabalhavam em regime de servidão, no qual nãogozavam de plena liberdade, mas também não eramescravos. Prevalecia um sistema de deveres do servo paracom o senhor e deste para com aquele.

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1. O trabalho nas diferentes sociedades

Nas sociedades que vimos nesse tópico, da Antiguidade até o fim daIdade Média, as concepções do que denominamos trabalhoapresentam variações, mas poucas alterações. Sempre muitodesvalorizado, o trabalho não era o elemento central, o núcleo queorientava as relações sociais. Estas se definiam pela hereditariedade,pela religião, pela honra, pela lealdade e pela posição em relação àsquestões públicas. Eram esses os elementos que permitiam quealguns vivessem dos trabalhos dos outros.

Com o fim do período medieval e a emergência do mercantilismo edo capitalismo, o trabalho “mudou de figura”. Se antes ele era vistocomo uma atividade penosa e torturante, passou aos poucos a serconsiderado algo positivo. Isto aconteceu porque, não sendo maispossível contar com o serviço compulsório, foi preciso convencer aspessoas de que trabalhar para os outros era bom; dizia-se que sóassim todos sairiam beneficiados. Para mudar a concepção detrabalho, ocorreu o convencimento do trabalhador de que a situaçãopresente era melhor do que a anterior.

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1. O trabalho nas diferentes sociedades

Como isso aconteceu?

- As igrejas procuraram passar a idéia de que o trabalho era um bem divinoe de que quem não trabalhasse não seria abençoado. Não trabalhar (terpreguiça) passou a ser pecado.

- Os governantes passaram a criar uma série de leis e decretos quepenalizavam quem não trabalhasse. Os desempregados eram consideradosvagabundos e podiam ir para a prisão. Inclui-se aqui o auxílio da polícia,encarregada de prender esses “vagabundos”.

- Os empresários desenvolveram uma disciplina rígida no trabalho,principalmente com horários de entrada e saída dos estabelecimentos.

- As escolas passaram às crianças a ideia de que o trabalho era fundamentalpara a sociedade. Esse conceito era ensinado, por exemplo, nas tarefas elições e também por meio dos contos infantis. Quem não se lembra, porexemplo, da história da cigarra e da Formiga ou dos Três Porquinhos? Quemnão trabalhava “levava sempre a pior”.

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1. O trabalho nas diferentes sociedades

Resumo:

1. Produção nas sociedades tribais: economia de subsistência e divisão por sexo eidade, com caça, coleta , agricultura e criação.

2. Escravidão e servidão: sociedades greco-romana: labor, poiesis e práxis; nofeudalismo a terra também era o principal meio de produção.

2. Transição do fim do período medieval para a emergência do mercantilismo e docapitalismo: o trabalho muda de figura.

Vídeo: feito como trabalho escolar que versa sobre a "História do Trabalho" eprocura mostrar as diferenças sociais, a escravidão, a revolução industrial, ohomem sendo substituído pela máquina, e a participação da mulher no mercado detrabalho.

http://www.sociologia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=5211

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2. O trabalho na sociedade moderna capitalista

Transição do feudalismo para o capitalismo:

O sistema feudal entrou em profunda crise no século XIV em razão de fatorescomo a ascensão da burguesia nas cidades medievais, que passaram a ter umaintensa movimentação comercial nesse período; a crise no campo, as revoltascamponesas, a Peste Negra, entre outros. Essa crise forçou tanto os senhoresfeudais quanto os burgueses que estavam em ascensão a traçarem estratégiasde desenvolvimento de suas estruturas econômicas.

O declínio do feudalismo e a origem do capitalismo foram, em grande parte,dois fenômenos históricos independentes, apesar de se desenrolaremsimultaneamente. Foi do campo que nasceram as bases materiais para aindústria, sobretudo no caso inglês, e, ao mesmo tempo, a experiência docomércio nas cidades criou a sofisticada relação de troca monetária, que foi abase do crédito e do sistema financeiro que se desenvolveu a posteriori.

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2. O trabalho na sociedade moderna capitalista

Os chamados "clássicos" da Sociologia – Karl Marx, Emile Durkheim eMax Weber, tem a questão do trabalho como tema central de diversasobras.

A própria sociologia nasceu da necessidade de se compreender asociedade ocidental que surgiu a partir da transição da idade médiapara a idade moderna e depois da idade moderna para a idadecontemporânea.

Texto: O conceito de trabalho nos clássicos da sociologia

http://redelp.net/revistas/index.php/rel/article/view/176/190

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O conceito de Trabalho em Émile Durkheim:

A partir dos conceitos de solidariedade orgânica e mecânica, coesão social e da divisão social do trabalho: a divisão econômica do trabalho social é mais desenvolvida e complexa e se expressa nas diferentes profissões e variedade das atividades industriais.

http://educacao.uol.com.br/disciplinas/sociologia/durkheim-1-a-divisao-do-trabalho-social.htm

2. O trabalho na sociedade moderna capitalista

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A questão do trabalho em Karl Marx:

Marx definiu o trabalho como "... um processo de que participam o homem e a natureza, processo em que o ser humano com sua própria ação impulsiona, regula e controla seu intercâmbio material com a natureza. Defronta-se com a natureza como uma de suas forças. Põe em movimento as forças naturais de seu corpo, braços e pernas, cabeça e mãos, a fim de apropriar-se dos recursos da natureza, imprimindo-lhes forma útil à vida humana. Atuando assim sobre a natureza externa e modificando-a, ao mesmo tempo modifica sua própria natureza." (Marx,1989a, p. 202).

2. O trabalho a sociedade moderna capitalista

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A partir da relação entre alienação, trabalho e capital: para Marx o capitalismo baseia-se na relação entre trabalho assalariado e capital que é obtido a partir da expropriação do valor do trabalho através da mais – valia.

Textos:

http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/sociologia/mais-valia.htm

http://brasilescola.uol.com.br/filosofia/capital-trabalho-alienacao-segundo-karl-marx.htm

http://educacao.uol.com.br/disciplinas/sociologia/marx-e-a-divisao-do-trabalho-a-alienacao-do-trabalho.htm

2. O trabalho a sociedade moderna capitalista

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Os modos de produção na teoria marxiana:

O conceito de modo de produção foi desenvolvido por Marx e Engels para designar a maneirapela qual determinada sociedade se organiza visando garantir a produção das suasnecessidades materiais, de acordo com o nível de desenvolvimento de suas forças produtivas.

A história humana pode ser dividida em períodos relativamente longos de acordo com aestrutura do modo de produção:

• Comunismo Primitivo;• Modo de produção asiático;• Escravidão Clássica;• Feudalismo;• Capitalismo.

Na teoria marxista, o modo de produção comunista deverá substituir o capitalismo, mediadopor um período de transição, o Socialismo, entendendo que esta substituição não se dará demaneira natural, mas como resultado da intervenção revolucionária consciente dos homens.

Texto: http://www.pcb.org.br/portal/docs/modosdeproducao.pdf.

2. O trabalho a sociedade moderna capitalista

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2. O trabalho na sociedade moderna capitalista

A questão do trabalho em Max Weber :

A visão protestante, para além de uma valorização religiosa do trabalho, contribui paracriar um “espírito” motivacional para o empreendedorismo. A contribuição de Weber émostrar que o capitalismo ensejado pela Revolução Industrial tinha, em sua base, umaconcepção de trabalho vinculada ao ascetismo secular do protestantismo.

Foi essa concepção de trabalho, que liberou moral e eticamente os homens – oscapitalistas – à aquisição de bens, à obtenção do lucro, à cobrança de juros e àacumulação de capital. Esse ethos – conjunto de valores culturais – exortava que aacumulação do capital deveria ser reinvestida em novos empreendimentos quegerassem mais empregos. Esse círculo virtuoso – trabalhar, acumular e reinvestir –permitia o estabelecimento da harmonia social. Será esse ethos que fomentará aatividade capitalista.

Texto: https://docente.ifrn.edu.br/fabiolaaraujo/disciplinas/sociologia-do-trabalho/trabalho-em-weber.

http://literatortura.com/2012/12/capitalismo-e-trabalho-max-weber/

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2. O trabalho na sociedade moderna capitalista

Transformações no trabalho (Europa) durante o século XIX:

• Aceleração da industrialização, a crescente concentração decapital e a formação de grandes monopólios.

• Rápida e desorganizada urbanização.• A partir da ascensão do sistema capitalista (industrialização,

formação de mercados, bancos, comércios), ocorreu aascensão de uma nova classe social: os operários, isto é, ostrabalhadores das indústrias capitalistas.

• Surgiram os movimentos socialistas, a partir da organizaçãodos trabalhadores, movimentos anarquistas e comunistas.

• O movimento operário se consolida e se organiza.

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2. O trabalho na sociedade moderna capitalista

Já no final do século XIX, a necessidade de racionalizar aprodução das industrias fabris e controlar com mais afincoo tempo dos operários durante o trabalho aumentandoassim os lucros fez com que surgissem pesquisas sobrenovos métodos de exploração e controle de produção.

O engenheiro norte-americano Frederick Taylor (1856-1915) estudou cautelosamente os serviços prestados pelostrabalhadores nas fábricas. A partir desses estudos, Taylorpropôs um novo método nas linhas de produção: em vezde um trabalhador desempenhar várias funções naprodução de mercadorias, ele implantou a divisão dotrabalho, em que cada operário desempenharia uma únicae repetitiva tarefa.

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2. O trabalho na sociedade moderna capitalista

Com a ascensão do método de divisão de trabalho nasfábricas, desenvolvido por Taylor, que passaria a serchamado de taylorismo, grandes proprietários deindústrias passaram a implantar esse método em suasfábricas. A fábrica de automóveis de Henry Ford (1863-1947) foi uma das primeiras a executar o taylorismoatravés das linhas de montagem.

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2. O trabalho na sociedade moderna capitalista

Ford T

Cena do filme "Tempos Modernos"

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2. O trabalho na sociedade moderna capitalista

Após a segunda guerra mundial , surge um outro modeloprodutivo: o toyotismo.

Na década de 40, o Japão tinha uma economia pequena secomparado aos países europeus e aos EUA. Além disso, opequeno território do país impedia as estocagem de produtos.Desta forma, o Toyotismo, também conhecido como just-in-time, agia de forma que fosse produzido apenas o necessário.

Nas fábricas que seguiam este modelo, a produção estava emsintonia com a entrada de matéria-prima e com o mercadoconsumidor.

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2. O trabalho na sociedade moderna capitalista

Existe também o volvismo: nessa linha, o operário tem umpapel completamente diferente daquele que tem nofordismo, e ainda mais importante que no toyotismo: aquié ele quem dita o ritmo das máquinas, conhece todas asetapas da produção, é constantemente reciclado eparticipa, através do sindicatos, de decisões no processo demontagem da planta da fábrica (o que o compromete aindamais com o sucesso de novos projetos).

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Pausa para reflexão

Veja o vídeo produzido a partir da canção “Música de Trabalho” da Legião Urbana.

https://www.youtube.com/watch?v=wfuqOyp1bIo

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3. As transformações recentes no mundo do trabalho

Na década de 1970, com a recessão econômica causada pela crise dopetróleo, os capitalistas desenvolveram novas formas de trabalho, visandodiminuir os custos de produção e aumentar seus ganhos. Começaram,então, a surgir formas de flexibilização do trabalho e do mercado que tema ver com a busca desenfreada por mais lucro.

O fordismo começou a apresentar problemas, por que não estava maisconseguindo acompanhar o mercado, ou seja, as pessoas queriamprodutos diversificados, personalizados e inovadores. O fordismo eralento para inovar, cada vez que se modificava um produto tinha quemodificar muitas máquinas, supunha um estoque grande de mercadorias,etc. tudo isso elevou os custos de produção.

Flexibilização ou acumulação flexível, se refere aos processos que o mundodo trabalho vem sofrendo no âmbito da produção, dos mercados detrabalho, dos produtos e padrões de consumo. Todos estes baseados nainovação e na contraposição aos padrões fordistas de acumulação.

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3. As transformações recentes no mundo do trabalho

A acumulação flexível:

Sistema no qual a rigidez fordista é substituída pela produção flexível.

Inverte-se a lógica fordista em que a indústria determinava o que seria consumido.Hoje os consumidores determinam o que as empresas irão produzir e oferecer.

Está formatada ou pensada, para atender as novas tendências do mercado. Osconsumidores que não querem mais produtos padronizados na sua generalidade,mas requerem produtos com características que correspondam a suapersonalidade e necessidade. Diferentes públicos como jovens, mulheres, idosos,deficientes, gays, esportistas, empresários, etc. exigem produtos com detalhes eadereços próprios para o seu grupo, que como dito, correspondam a suapersonalidade e necessidade.

Vídeo: “Do fordismo à acumulação flexível” https://www.youtube.com/watch?v=a6DXozDg1d0

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3. As transformações recentes no mundo do trabalho

Referência: HARVEY, David. Condição pós-moderna: uma pesquisa sobreas origens da mudança cultural. São Paulo, Ed. Loyola, 2008, 17ª Ed.

“Estas transformações foram originadas a partir da crise estrutural do fordismo,desencadeada no início dos anos 1970 (KUMAR, 1997); (HARVEY, 2008).

Segundo Harvey (2008) também contribuíram para a crise do fordismo fatores como:

• Os impactos dos choques do petróleo na economia ocorrido em 1973;

• O surgimento da concorrência japonesa, com sua nova concepção de gestão eprodução automobilística;

• Mudanças tecnológicas;

• Fusões e incorporações de empresas;

• Desigualdades entre os setores de trabalho no interior do sistema fordista;

• Surgimento de novas necessidades no que se refere ao consumo.

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3. As transformações recentes no mundo do trabalho

O trabalho no capitalismo contemporâneo:

Referência: Dilemas do capitalismo contemporâneo http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822007000400004

Foram marcantes as transformações ocorridas no mundo do trabalho na virada doséculo XX para o XXI e o crescimento em escala mundial do desemprego é, certamente,a face mais perversa deste quadro. Constatamos que, apesar de todo o desenvolvimentocientífico e tecnológico, de todas as importantes inovações operadas na base técnica dosprocessos produtivos, houve pouco alívio na labuta humana. Em realidade, taismudanças no conjunto da economia e da sociedade resultantes da reestruturaçãoprodutiva, que ganhou maior visibilidade a partir dos anos 1990, acabaram porintensificar a exploração da força de trabalho e precarizar o emprego.

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3. As transformações recentes no mundo do trabalho

A principal abordagem desenvolvida aqui é a de que o trabalho é o elemento fundantedo ser social, é o ponto de partida da humanização. Diante disso, podemos perguntar:quais são as implicações das transformações do mundo do trabalho para a vida dostrabalhadores?

Os direitos sociais duramente conquistados pelos trabalhadores estão sendosubstituídos ou subtraídos nos quatro cantos do mundo. O desemprego força as pessoas,desesperadas pela falta de dinheiro e de reconhecimento social, a enfrentarem filasaviltantes para tentar uma vaga no mercado do emprego formal, mesmo que este sejaalienado e estranhado. Tragicamente, até mesmo o trabalho que pode comprometer asaúde física e psíquica passa a ser objeto de desejo.

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3. As transformações recentes no mundo do trabalho

Textos para leitura:

Dilemas do trabalho no limiar do século XXI – Ricardo Antunes

http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/os-dilemas-do-trabalho-no-limiar-do-seculo-21/

O que é reestruturação produtiva?

http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/reestruturacao-produtiva.htm

Conflitos e precarização no mundo do trabalho.

http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/conflitos-precarizacao-no-mundo-trabalho.htm

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3. As transformações recentes no mundo do trabalho

Trabalho análogo à escravidão:

O termo “trabalho análogo ao de escravo” deriva do fato de que o trabalho escravoformal foi abolido pela Lei Áurea em 13 de maio de 1888. Até então, o Estado brasileirotolerava a propriedade de uma pessoa por outra não mais reconhecida pela legislação, oque se tornou ilegal após essa data.

Texto: O que é trabalho escravo? http://reporterbrasil.org.br/trabalho-escravo/

Reportagem:

“Quase 46 milhões vivem regime de escravidão no mundo, diz relatório”

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/05/quase-46-milhoes-vivem-regime-de-escravidao-no-mundo-diz-relatorio.html

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3. As transformações recentes no mundo do trabalho

http://casaemorada.blogspot.com.br/2015/08/trabalho-escravo-site-escravo-nem-pensar.html

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3. As transformações recentes no mundo do trabalho

Quantos escravos trabalham pra você?

O Slavery Footprint possui um banco de dados com informações sobre maisde 400 produtos divididos em suas matérias-primas. Nesse banco, cadaproduto possui uma pontuação – e o número de trabalhadores escravosutilizados. Assim que descobrir o número de pessoas que você escraviza, dápara divulgar nas redes sociais e convidar amigos e parentes para descobrirem

também.

http://slaveryfootprint.org/

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3. As transformações recentes no mundo do trabalho

El empleo (O emprego) é um curta-metragemargentino muito famoso, ganhador de diversosprêmios pelo mundo, feito em 2008 e com direção deSantiago Bou Grasso. A animação trata de maneiraimpactante sobre trabalho. A ideia e a história foramde Patrício Plaza, roteirista e produtor desse curtamaravilhoso que, com menos de 7 minutos, consegue“sacudir” muito bem a ideia/conceito comum detrabalho.

https://www.youtube.com/watch?v=cxUuU1jwMgM

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4. A questão do trabalho no Brasil

Ao analisar o trabalho no Brasil, não podemos nos esquecer deque ele está ligado ao envolvimento do país na tramainternacional, desde que os portugueses aqui chegaram noséculo XVI.

Importante destacar o uso da mão de obra indígena e africana eos valores e ideias que sustentavam essa exploração.

*Façam a leitura do texto abaixo e pesquisem as obras de Jean-Baptiste Debret que retratam o período.

http://brasilescola.uol.com.br/historiab/formas-trabalho-escravo-no-brasil.htm

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4. A questão do trabalho no Brasil

A questão do trabalho no Brasil No final do séculoXIX, com a abolição da escravidão no Brasil,encerrou-se um período de mais de 350 anos depredomínio do trabalho escravo. Portanto, nósconvivemos com a liberdade formal de trabalho hápouco mais de cem anos.

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4. A questão do trabalho no Brasil

A primeira experiência de utilização da força detrabalho legalmente livre e estrangeira foirealizada pelo senador Vergueiro, em 1846. Elepromoveu a vinda de imigrantes da Suíça e daAlemanha, com a ajuda financeira do governo daprovíncia de São Paulo.

O sistema de trabalho adotado por Vergueiro ficouconhecido como colonato.

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4. A questão do trabalho no Brasil

De 1891 a 1900, vieram para o Brasil 1.129.315pessoas. Nos trinta anos seguintes, essemovimento prosseguiu, com média de 1 milhão depessoas a cada década. A maioria dos imigrantesia para o campo, mas muitos se estabeleciam emcidades como São Paulo e Rio de Janeiro, ondetrabalhavam nas indústrias nascentes, no pequenocomércio ou como vendedores ambulantes.

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4. A questão do trabalho no Brasil

A regulamentação das atividades trabalhistas noBrasil aconteceu na década de 1930, com a ascensãode Getúlio Vargas ao poder. Até então, a questãosocial era tratada como um problema de polícia. De1929 até o final da Segunda Guerra Mundial, buscou-se a ampliação do processo de industrialização noBrasil, o que significou aumento do número detrabalhadores urbanos.

Até o fim da Segunda Guerra Mundial, o Brasilcontinuava a ser um país em que a maioria dapopulação vivia na zona rural. As transformações queocorreram depois mudaram a face do país.

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4. A questão do trabalho no Brasil

Vídeo:

“História do emprego e das relações de trabalhono Brasil”.

http://www.viarapida.sp.gov.br/Cadernos.aspx?CadernoID=3&ApostilaID=22&cadernoIndex=0&apostilaIndex=2&mostra=video

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4. A questão do trabalho no Brasil

A questão do trabalho nas ultimas décadas envolve:

• No Brasil, há pessoas empregadas em diversos tipos de trabalho:trabalhadores que tiram seu sustento coletando alimentos na mata;trabalhadores da agropecuária; trabalhadores empregados emindústrias de transformação ou de produção de bens duráveis ou nãoduráveis.

• A qualificação em determinados ramos da produção é necessária e cadavez mais exigida. A elevação do nível de escolaridade, entretanto, nãosignifica necessariamente emprego na área em que o profissional éformado e boas condições de trabalho.

• A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é a maior conquista dotrabalhador brasileiro, mas nos últimos anos os projetos que pedem asua flexibilização representam uma enorme ameaça.

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4. A questão do trabalho no Brasil

"Todo o Homem que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social". Declaração Universal dos Direitos do Homem.

A criação da CLT

Dia 1º de maio de 2013 a Consolidação das Leis do Trabalho completa 70 anos. A CLT foi criada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e sancionada pelo presidente Getúlio Vargas, durante o período do Estado Novo.

A Consolidação foi assinada pelo então presidente no Estádio de São Januário (Club de Regatas Vasco da Gama), que estava lotado para comemorar o feito. Dois anos antes, em 1941, Getúlio havia assinado a criação da Justiça do Trabalho, no mesmo local e mesmo dia do ano.

A Consolidação unificou toda a legislação trabalhista então existente no Brasil e foi um marco por inserir, de forma definitiva, os direitos trabalhistas na legislação brasileira. Seu objetivo principal é regulamentar as relações individuais e coletivas do trabalho, nela previstas. Ela surgiu como uma necessidade constitucional, após a criação da Justiça do Trabalho. (...)

Page 43: Cp aula 3

4. A questão do trabalho no Brasil

Slides completos sobre o capítulo “A questão do trabalho no Brasil”

Sociologia no Ensino Médio – Nelson D. Tomazi

http://pt.slideshare.net/tiagoeurlac/captulo-06-18207653

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Dicas e Leituras

• Marx: https://www.youtube.com/watch?v=2DmlHFtTplA

• Durkheim: https://www.youtube.com/watch?v=SMaxxNEqk7U

• Weber: https://www.youtube.com/watch?v=ea-sXQ5rwZ4

• Portal da Secretaria de Educação do Paraná: http://www.sociologia.seed.pr.gov.br/

• Café com Sociologia http://www.cafecomsociologia.com/

• “Eu, empregada doméstica” https://www.facebook.com/euempregadadomestica/?fref=ts

• Bertolt Brecht: Perguntas de um Operário Letrado

http://pensador.uol.com.br/frase/MTQ5MDc5/

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Redação – ENEM 2010

Produza uma redação conforme as orientações e padrão exigido pelo ENEM.

Link: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2010/AZUL_Domingo_GAB.pdf

Page 46: Cp aula 3

ATIVIDADE

1. Cite consequências ou desdobramentos das mudanças no trabalho ocorridas ao longo da história.

2. Cite consequências ou desdobramentos da utilização de mão de obra negra escravizada no Brasil.

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ATIVIDADE

3. Qual diferença entre trabalho e emprego a partir da definição de trabalho por Marx?

4. Faça uma leitura crítica das charges e tirinhas a seguir:

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ATIVIDADE

Page 49: Cp aula 3

Referênciashttp://o-valor-do-amanha.blogspot.com.br/2010/08/o-trabalho-nas-diferentes-sociedades.html

http://www.primeiroconceito.com.br/site/wp-content/uploads/2011/10/OTrabalhoNasDiferentesSociedades.pdf

http://www.sociologia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=5211

http://historiadomundo.uol.com.br/idade-moderna/transicao-feudalismo-para-capitalismo.htm

http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/movimento-operario-no-seculo-xix.htm

http://sociologiak.blogspot.com.br/2010/12/transformacoes-recentes-no-mundo-do.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%B3s-fordismo

http://lounge.obviousmag.org/dona_efemera_e_dona_perpetua/2013/12/el-empleo.html