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Catalizadores porosos

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  • GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SECRETARIA DA CINCIA, TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO ECONMICOFACULDADE DE ENGENHARIA QUMICA DE LORENA Departamento de Engenharia Qumica Programa de Ps-Graduao em Engenharia Qumica

    DISSERTAO DE MESTRADO

    Ana Paula Vitorino Rosa

    MODELAGEM MATEMTICA E SIMULAO DO NCLEO MORTO EM

    CATALISADORES POROSOS

    PARA REAES DE ORDENS FRACIONRIAS

    Lorena - SP - Brasil 2005

  • FACULDADE DE ENGENHARIA QUMICA DE LORENA Departamento de Engenharia Qumica Programa de Ps-Graduao em Engenharia Qumica

    Ana Paula Vitorino Rosa

    MODELAGEM MATEMTICA E SIMULAO DO

    NCLEO MORTO EM CATALISADORES POROSOS

    PARA REAES DE ORDENS FRACIONRIAS

    Banca examinadora: Dr. Luiz Carlos de Queiroz (Presidente) Dr. Joo Andrade de Carvalho Jnior Dr. Messias Borges Silva

    Lorena - SP 2005

    Dissertao de mestrado apresentada como parte das exigncias para obteno do ttulo de Mestre em Engenharia Qumica.

  • Ficha Catalogrfica Elaborada pela Biblioteca Universitria - FAENQUIL

    Rosa, Ana Paula Vitorino

    R71m Modelagem matemtica e simulao do ncleo morto em

    catalisadores porosos para reaes de ordens fracionrias. / Ana Paula

    Vitorino Rosa. Lorena, 2005.

    58f.: il. Dissertao (Mestrado) Faculdade de Engenharia Qumica de

    Lorena. Departamento de Engenharia Qumica. Orientador: Luiz Carlos de Queiroz

    1. Modelagem matemtica. 2. Simulao. 3. Catlise heterognea. 4. Ncleo morto. 5. Emden-Fowler. 6. Ordens fracionrias. 7. Mdulo de Thiele. I. Queiroz, Luiz Carlos de, orient. II. Ttulo.

    CDU: 66.011

  • GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SECRETARIA DA CINCIA, TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO ECONMICO FACULDADE DE ENGENHARIA QUMICA DE LORENA Departamento de Engenharia Qumica

    MODELAGEM MATEMTICA E SIMULAO DO

    NCLEO MORTO EM CATALISADORES POROSOS

    PARA REAES DE ORDENS FRACIONRIAS

    Ana Paula Vitorino Rosa

    Lorena SP Brasil

    2005

    Este exemplar corresponde verso final da

    Dissertao de Mestrado aprovada pela Banca

    Examinadora

    ___________________________

    Prof. Dr. Luiz Carlos de Queiroz

    Orientador

  • Dedico este trabalho aos meus pais, Jair e Tereza, que sempre acreditaram em mim.

    Ao meu irmo Paulo, companheiro e amigo em todas as horas.

    E a Deus, pois sem Ele nada seria.

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo, primeiramente, a Deus, pela oportunidade de poder estar aqui e

    pelos amigos que cultivei durante os anos de meus estudos.

    Quero agradecer de forma especial ao meu orientador, Prof. Dr. Luiz Carlos de

    Queiroz, pelo incentivo e pelo apoio dado durante esse tempo.

    Agradeo aos meus pais, Jair e Tereza, e ao meu irmo Paulo, pelo apoio dado

    em todos os momentos.

    Um obrigado muito especial Ftima, secretria do Departamento de

    Engenharia Qumica, pelo auxlio aos alunos.

    E ao Prof. Dr. Samuel pelas sugestes dadas para o melhoramento deste

    trabalho.

  • Confia ao Senhor tuas obras, e tero bom xito teus projetos. (Pv. 16,3)

  • SUMRIO

    LISTA DE FIGURAS

    LISTA DE TABELAS

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    LISTA DE SMBOLOS

    RESUMO

    ABSTRACT

    1 INTRODUO 1

    1.1 Consideraes Preliminares 1

    1.2 Objetivos 1

    1.3 Justificativa 2

    2 REVISO BIBLIOGRFICA 3

    2.1 Catlise Heterognea 3

    2.2 Partculas Catalticas Porosas 6

    2.3 Ncleo Morto 7

    2.4 Ordens Fracionrias 8

    2.4.1 Hidrogenao do etileno catalisada por platina 9

    3 MODELAGEM MATEMTICA 11

    3.1 Modelagem Matemtica do Ncleo Morto 11

    3.2 Conceito do Mdulo de Thiele 16

    3.3 Conceito de Fator de Efetividade 16

    4 RESULTADOS E DISCUSSO 19

    4.1 Anlise do Mdulo de Thiele Crtico 19

    4.2 Anlise do Fator de Efetividade Crtico 23

    4.3 Relao entre o Mdulo de Thiele Crtico e o

    Fator de Efetividade Crtico 26

    4.4 Distribuio da concentrao de reagente no interior da partcula

    cataltica porosa 28

  • 4.4.1 Lmina plana infinita e n = 0,4 28

    4.4.2 Lmina plana infinita e n = -0,43 29

    4.4.3 Cilindro infinito e n = 0,4 30

    4.4.4 Cilindro infinito e n = -0,43 31

    4.4.5 Esfera e n = 0,4 31

    4.4.6 Lmina plana infinita e diferentes ordens de reao 32

    5 CONCLUSES 34

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 35

    ANEXO I EQUAO DE EMDEN-FOWLER 37

    ANEXO II EFEITOS DA ENERGIA DE ATIVAO SOBRE A

    ORDEM DE REAO 39

  • LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1 Amostras de catalisadores slidos 4

    FIGURA 2 Fator de efetividade em funo do quadrado do mdulo de Thiele

    para geometria plana e reao qumica irreversvel de primeira

    ordem 17

    FIGURA 3 Mdulo de Thiele crtico em funo da ordem de reao 22

    FIGURA 4 Mdulo de Thiele crtico em funo da ordem de reao e do

    fator geomtrico 23

    FIGURA 5 Fator de efetividade crtico em funo da ordem de reao 24

    FIGURA 6 Fator de efetividade crtico em funo da ordem de reao e do

    fator geomtrico 25

    FIGURA 7 Mdulo de Thiele em funo do fator de efetividade e da

    ordem de reao, para placa plana infinita 27

    FIGURA 8 Perfil de concentrao em funo da posio para lmina

    plana infinita ( = 1) e ordem de reao n = 0,4 29

    FIGURA 9 Perfil de concentrao em funo da posio para lmina

    plana infinita ( = 1) e ordem de reao n = -0,43 30

    FIGURA 10 Perfil de concentrao em funo da posio para cilindro

    infinito ( = 2) e ordem de reao n = 0,4 30

    FIGURA 11 Perfil de concentrao em funo da posio para cilindro

    infinito ( = 2) e ordem de reao n = -0,43 31

    FIGURA 12 Perfil de concentrao em funo da posio para esfera ( = 2)

    e ordem de reao n = 0,4 32

    FIGURA 13 Perfis da concentrao para lmina plana infinita para diferentes

    ordens de reao e hidrogenao do etileno 32

    FIGURA 14- Variao da energia de Arrhenius para a reao catalisada por A 41

  • LISTA DE TABELAS

    TABELA 1 Reaes qumicas e seus respectivos catalisadores 5

    TABELA 2 Ordens experimentais de reao para a hidrogenao do etileno

    para vrias temperaturas 10

    TABELA 3 Fatores geomtricos 13

    TABELA 4 Mdulo de Thiele crtico em funo da geometria, adaptado de

    Granato (2003) 22

    TABELA 5 Equaes do mdulo de Thiele crtico e do fator de efetividade

    crtico para as geometrias clssicas 25

    TABELA 6 Valores do mdulo de Thiele crtico e fator de efetividade

    crtico referentes ordem de reao fracionria, para = 1 26

    TABELA 7 Equaes que relacionam o mdulo de Thiele crtico e o

    fator de efetividade crtico para cada geometria clssica 27

    TABELA 8 Efeitos da temperatura sobre o recobrimento do reagente e a

    ordem de reao 41

  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    ed. edio

    KL Kummer-Liouville

    MF mead-fields

    p. pgina

    v. volume

  • LISTA DE SMBOLOS

    A, B espcies qumicas

    a dimenso caracterstica da partcula

    b parmetro da equao de Emden-Fowler

    bA o coeficiente de adsoro de A

    BiM nmero de Biot mssico

    c concentrao (kmol / m3)

    C concentrao adimensional

    Cs concentrao do reagente constante na superfcie da partcula cataltica

    (kmol / m3)

    CWP critrio de Weisz-Prater

    D coeficiente de difuso (m2 /s)

    Def difusividade efetiva (m2 /s)

    Do valor caracterstico do coeficiente de difuso (m2 /s)

    D coeficiente de difuso adimensional

    div divergente

    Eap energia de ativao aparente (kJ / kmol)

    EaR energia de ativao verdadeira (kJ / kmol)

    grad gradiente

    H calor de reao (kJ / kmol)

    HA calor molar de adsoro de A (kJ / kmol)

    K, Ke condutividade trmica

    K valor caracterstico da condutividade trmica

    KS coeficiente de transferncia de massa (m/s)

    L comprimento da partcula (m)

    m parmetro da equao de Emden-Fowler

    n ordem de reao qumica

    PA presso parcial de A (kPa)

    r taxa de reao qumica por unidade de rea ( mol/m2s)

    R constante universal dos gases (kJ / mol . K)

    RA taxa de reao qumica adimensional

  • S rea da superfcie do catalisador por unidade de massa

    T temperatura (K)

    Ts temperatura na superfcie da partcula cataltica (K)

    v temperatura adimensional

    x coordenada de posio (m)

    X coordenada de posio adimensional

    fator geomtrico

    temperatura Prater parmetro da Equao 13, espessura (m) variao

    operador nabla mdulo de Thiele c mdulo de Thiele crtico nmero de Arrhenius

    fator de efetividade

    c fator de efetividade crtico

    expoente na Equao 14

    frao da superfcie recoberta

    A recobrimento superficial do catalisador pelas molculas de A

    densidade (kg/m3)

    aproximadamente

  • ROSA, A P. V. Modelagem matemtica e simulao do ncleo morto em

    catalisadores porosos para reaes de ordens fracionrias. 2005. 58p. Dissertao

    (Mestrado em Engenharia Qumica) Faculdade de Engenharia Qumica de Lorena,

    Lorena.

    RESUMO

    A proposta deste trabalho consiste em abordar o ncleo morto em uma partcula

    cataltica porosa para ordens fracionrias de reao qumica. Ncleo morto definido

    como sendo a regio do catalisador onde no ocorre reao qumica devido

    concentrao do reagente ser nula. Um modelo matemtico apresentado para anlise

    do ncleo morto para uma reao qumica, irreversvel, em regime isotrmico e

    permanente e ordens de reao qumica no intervalo de -1 a 1. Empregou-se o software

    Mathematica para a simulao do problema difuso-reao proposto. As influncias da

    ordem de reao qumica sobre os valores crticos do mdulo de Thiele e do fator de

    efetividade dentro do intervalo de ordem de reao proposto foram estudadas para as

    geometrias clssicas, assim tambm foi estudado o comportamento da concentrao em

    funo da posio, utilizando a soluo obtida a partir da equao de Emden-Fowler. Os

    resultados obtidos mostraram que no intervalo de ordem de reao qumica analisado,

    os valores crticos do mdulo de Thiele foram crescentes enquanto que os do fator de

    efetividade foram decrescentes para as diferentes geometrias analisadas.

  • ROSA, A P. V. Mathematical modeling and simulation of dead core in porous

    cataysts for reactions fractional orders. 2005. 58p. Dissertao (Mestrado em

    Engenharia Qumica) Faculdade de Engenharia Qumica de Lorena, Lorena.

    ABSTRACT

    The present work considers to approach the concept of dead core in a porous catalytic

    particle for fractional orders of chemical reaction. Dead core is defined as being the

    region of the catalyst where the reactant does not react due to the concentration to be

    null. A mathematical model is presented for analysis of the dead core for a chemical,

    irreversible reaction, in isothermal and steady state and reaction orders varying between

    -1 and 1. The influences of the reaction order on both the critical values of the Thieles

    Module and on the effectiveness factor were studied for the classic geometries, as well

    as the behavior of the concentration in function of the position, using the Emden-

    Fowlers equation. The results showed that in the analyzed interval of reaction order,

    the critical values of Thieles Module increased while that the values of the

    effectiveness factor decreased for the different analyzed geometries.

  • - 1 -

    CAPTULO 1

    INTRODUO

    1.1 CONSIDERAES PRELIMINARES

    Em casos importantes da catlise heterognea, o catalisador tem a forma de um

    gro poroso e os reagentes precisam difundir-se em seu interior, para que a reao

    qumica possa ocorrer. Se a taxa de reao qumica for pequena quando comparada com

    a taxa de difuso de reagentes, o tamanho do gro no representar problema para que a

    concentrao de reagentes em pontos mais interiores do gro seja pouco diferente da

    concentrao de reagentes nos pontos da superfcie externa do gro.

    Caso a reao qumica ocorra muito mais rapidamente que a difuso de

    reagentes, o sistema poder entrar em equilbrio antes mesmo que os reagentes tenham-

    se difundido por toda a partcula do catalisador. Nesse caso aparecer uma regio

    inativa no interior do gro denominada ncleo morto (Aris, 1975; Garcia-Ochoa e

    Romero, 1988; Penereiro, 1994; Granato e Queiroz, 2003).

    Como nesta regio no ocorre reao qumica, o seu aparecimento uma

    desvantagem. Assim, economicamente interessante evitar a existncia do ncleo

    morto, o que levar a uma economia de material e a uma operao de menor custo.

    1.2 OBJETIVOS

    A proposta deste trabalho consiste em abordar o conceito de ncleo morto em

    partculas catalticas porosas, apresentando um modelo matemtico para sua anlise em

    reaes qumicas de ordens fracionrias, no intervalo de -1 a 1, para partculas de

    formas geomtricas clssicas. Apresentar e simular os principais fatores que

    influenciam a existncia do ncleo morto, tais como o mdulo de Thiele crtico e o fator

    de efetividade crtico.

  • - 2 -

    1.3 JUSTIFICATIVA

    Na segunda metade do sculo XX, obtiveram-se avanos muito importantes na

    cincia e na tecnologia, como por exemplo, na eletrnica, na fsica nuclear, na biologia

    e na medicina. Pode-se citar o petrleo como um dos fatores que tem contribudo para

    tal desenvolvimento (Fuentes e Daz, 1997), por ser uma das fontes de obteno de

    energia no mundo, em uso em grande escala. Ao longo de quase 40 anos, para se obter

    uma vasta quantidade de produtos derivados do petrleo, a indstria do petrleo tem se

    preocupado com grande nmero de problemas tcnico-cientficos. Esta revoluo

    pacfica em torno do petrleo (j que tem existido um grande nmero de outras) tem

    sido possvel em noventa porcento graas utilizao de catalisadores. Estas

    substncias tm permitido obter processos energtica e financeiramente mais

    econmicos ou novos produtos de maior pureza ou rendimento. por este motivo que

    as frmulas de tais substncias se mantm em segredo e s podem ser adquiridas a

    custos elevados.

    A determinao dos parmetros cinticos em uma reao cataltica

    importante de vrios pontos de vista. Como por exemplo, a determinao das ordens de

    reao em respeito aos reagentes e produtos essencial para o estabelecimento do

    mecanismo da reao cujo conhecimento indispensvel na otimizao do catalisador.

    Desse modo, a informao relativa a ordens de reao utilizada no desenvolvimento

    de reatores, no tamanho e forma do catalisador a ser empregado, etc.

    Portanto, este trabalho pretende contribuir nesta rea do conhecimento,

    analisando caractersticas do ncleo morto em partculas catalisadoras porosas, que

    sero de interesse no desenvolvimento de processos e equipamentos que utilizem tais

    partculas.

  • - 3 -

    CAPTULO 2

    REVISO BIBLIOGRFICA

    A cintica qumica a parte da Qumica que estuda as velocidades das reaes

    qumicas e os fatores que as influenciam. A velocidade de uma reao qumica pode

    depender de variveis sob controle como presso e temperatura ou pela presena de um

    catalisador e, assim, pode ser otimizada pela escolha apropriada de condies.

    Catalisadores so componentes que no alteram as constantes de equilbrio das

    reaes qumicas, mas diminuem a energia de ativao da converso de reagentes em

    produtos e alteram as velocidades das reaes qumicas. So amplamente utilizados na

    indstria para acelerar reaes qumicas que produzem substncias de interesse

    econmico, mas que seriam muito lentas sem eles.

    Do ponto de vista cintico, o catalisador diminui a energia de ativao da

    reao qumica oferecendo um caminho de energia menor para a reao qumica

    acontecer.

    A compreenso do mecanismo de adsoro e dessoro est relacionada a um

    conhecimento molecular de vrios fatores incluindo fenmenos de adsoro, estrutura

    da superfcie cataltica, ligao e coordenao dos reagentes com a superfcie. Os

    benefcios das reaes catalticas so bem representados pelos dados de que perto de

    85% de todos os produtos qumicos so fabricados com a utilizao de catalisadores que

    possibilitam a produo em grande escala de numerosos produtos para uso dirio.

    2.1 CATLISE HETEROGNEA

    Os processos catalticos podem ser divididos em dois grupos importantes:

    homogneos e heterogneos.

    Os processos homogneos so aqueles em que as reaes qumicas ocorrem em

    uma nica fase.

    J nos processos heterogneos as reaes qumicas exigem a presena de, pelo

    menos, duas fases para ocorrerem numa certa velocidade (Levenspiel, 2000).

  • - 4 -

    Os processos catalticos heterogneos de maior importncia so os que

    empregam principalmente catalisadores slidos. Alm do comportamento cataltico

    especfico, os slidos tm a vantagem de possurem maior estabilidade trmica e

    facilidade de separao dos fluidos reagentes. So vrios os exemplos de reaes de

    importncia industrial catalisadas por slidos.

    Se o catalisador pode ser usado em forma slida, h vantagens adicionais para

    o processo qumico, porque vrios estgios de separao so eliminados, a corroso do

    equipamento minimizada e o prospecto de poluio do ambiente menor. Tambm o

    catalisador slido tem mais estabilidade trmica que facilita temperaturas altas e permite

    maior regenerao do mesmo.

    Na Figura 1 so apresentadas amostras de alguns catalisadores slidos usados

    em determinadas reaes qumicas.

    FIGURA 1 Amostras de catalisadores slidos (Fuentes e Daz, 2000).

    O sucesso de muitos processos comerciais catalticos envolvendo qumica em

    superfcies de metais de transio depende do envenenamento seletivo ativo, um dos

    promotores do processo cataltico, e da dopagem das superfcies, alm de uma melhor

    compreenso terica das interaes, reaes e processos envolvidos. Por isso para um

    melhor controle desses processos necessrio conhecer o mecanismo de reao em cada

    etapa de uma reao cataltica, a ordem envolvida, como tambm a interao entre

    molcula e a superfcie dos metais utilizados, o que pode mudar a ligao qumica e

    produzir outras reaes qumicas na superfcie.

  • - 5 -

    Na Tabela 1 so apresentados os tipos de catalisadores slidos e as reaes em

    que so empregados.

    TABELA 1 Reaes qumicas e seus respectivos catalisadores (Fuentes e

    Diaz, 2000).

    Tipos de slidos

    Reaes qumicas

    Catalisadores

    Condutores

    Hidrogenao

    Desidrogenao

    on

    Hidrlise

    Fe, Ni, Pt, Pd, Ag, Rh, Ru

    Semicondutores

    xidos e sulfetos

    Oxidao

    Desidrogenao

    (hidrogenao)

    NiO, ZnO, MnO2, Cr, O3,

    Bi2O3-MoO3, WS2, MoS2

    xidos Desidratao Al2O3, SiO2, MgO

    cidos Polimerizao

    Craqueamento

    Alcalinao

    H3PO4, H2SO4, SiO2 - AL2O3,

    zelitas

    Pode-se dizer que entre os catalisadores, reagentes e produtos h a necessidade

    de que exista uma certa compatibilidade. Para que ocorra o fenmeno cataltico, torna-

    se necessria uma interao qumica entre o catalisador e o sistema reagente-produtos, o

    que no deve modificar a natureza qumica do catalisador com exceo de sua

    superfcie. Isso significa que a interao entre catalisador e o sistema reacional ocorre

    na superfcie do catalisador e no em seu interior, o que nos leva ao conceito de

    adsoro.

    A catlise heterognea est estritamente ligada adsoro de molculas de uma

    fase fluida (gs ou lquido) na superfcie de um slido. Todos os slidos tm a

  • - 6 -

    propriedade de fixar (adsorver) em sua superfcie as molculas, os tomos e os ons que

    se encontram ao seu redor.

    Uma superfcie pode formar-se pela ruptura de um cristal pertencente a um

    slido covalente, como por exemplo, o diamante ou qualquer metal. No processo de

    ruptura do cristal, algumas ligaes covalentes entre tomos se rompem, o que origina

    em cada tomo, na superfcie porosa, uma ou mais valncias livres. O nmero e o tipo

    destas valncias dependem da estrutura do slido e do ngulo utilizado para provocar a

    fratura. Qualquer tomo localizado na superfcie criada se encontra em uma posio

    pouco usual, o nmero de venenos que possua antes da formao da superfcie tem

    diminudo e experimenta um conjunto de foras no balanceadas. Na interao com

    uma fase fluida, o resultado a fixao da molcula do gs ou do lquido na superfcie

    do slido atravs de uma adsoro qumica ou quimissoro.

    2.2 PARTCULAS CATALTICAS POROSAS

    As partculas catalticas porosas so utilizadas para aumentar a rea disponvel

    de contato (concentrao de centros ativos) com os reagentes, aumentando o nmero de

    stios ativos para a adsoro e reao qumica na superfcie cataltica.

    Quanto mais porosa for a estrutura do catalisador, maior ser o nmero de

    centros ativos disponveis, porm h um limite relativo resistncia mecnica do

    material.

    As etapas envolvidas no mecanismo de uma reao qumica que ocorre em

    uma camada de gs adsorvido no interior de uma superfcie de uma partcula cataltica

    slida porosa so dadas por meio da seguinte seqncia de eventos, (Granato, 2003):

    1- Difuso dos reagentes da fase fluida at a superfcie externa do catalisador

    (difuso externa).

    2- Difuso dos reagentes da superfcie externa do catalisador ao interior da

    partcula atravs dos poros (difuso interna).

    3- Adsoro dos reagentes, da fase fluida no interior dos poros, na superfcie

    interna (stios ativos).

    4- Reao qumica na superfcie cataltica.

    5- Dessoro de produtos, da superfcie cataltica, fase fluida no interior dos

    poros.

  • - 7 -

    6- Difuso dos produtos do interior dos poros at a superfcie externa do

    catalisador.

    7- Difuso dos produtos da superfcie externa do catalisador at a fase fluida.

    Em algumas reaes qumicas, devido relao entre a taxa de reao qumica

    e a taxa de transferncia de massa do reagente, por difuso, e as dimenses geomtricas

    da partcula cataltica, a difuso e o consumo de reagentes podem atingir um equilbrio

    sem que todo o catalisador esteja sendo utilizado. Isso vai definir uma regio no interior

    da partcula cataltica porosa, onde a concentrao do reagente nula e onde no ocorre

    reao qumica. Essa regio denominada Ncleo Morto (Granato, 2003).

    A existncia do ncleo morto possvel desde que se tenha um alto valor para

    o mdulo de Thiele. Isso significa: reaes qumicas ocorrendo mais rapidamente ou o

    catalisador apresentando uma baixa difusividade.

    O ncleo morto s pode ocorrer se a velocidade de reao qumica permanecer

    alta, enquanto a concentrao do reagente decresce. Para essa velocidade de reao

    qumica pode ser que o mecanismo de difuso no consiga trazer reagente da superfcie

    da partcula cataltica porosa, de modo suficientemente rpido para que a parte mais

    central do catalisador seja atingida pelo reagente (Penereiro, 1994).

    No problema de uma reao qumica, irreversvel, em regime isotrmico e

    estacionrio, tem-se que no interior da partcula cataltica porosa se estabelece uma

    distribuio da concentrao do reagente, determinada de forma nica pelo mdulo de

    Thiele () e pela taxa de reao f(u), que descrevem as caractersticas fsicas e qumicas do processo (Aris, 1975; Penereiro, 1994).

    2.3 NCLEO MORTO

    Os principais mtodos analticos de soluo das equaes no lineares de

    difuso-reao envolvem a aplicao do Princpio do Mximo para diversos casos onde

    a presena do ncleo morto admitida. Casos envolvendo solues mltiplas

    (Regalbuto et al., 1989), e considerando diferentes formas geomtricas da partcula

    cataltica (Temkin, 1975, apud Granato, 2003), e problemas envolvendo equaes

    diferenciais parciais elpticas e parablicas (Philippin e Vernier-Piro, 2001) foram

    apresentados como anlises matemticas do ncleo morto.

  • - 8 -

    Para partculas catalticas esfricas porosas e para reaes qumicas de ordem

    zero, pode existir um ncleo morto, e para reaes qumicas de ordem um, no existe

    ncleo morto independente do raio da partcula, segundo (Wheeler, 1951 apud Garcia-

    Ochoa e Romero, 1988). De acordo com (Aris, 1975), no existe ncleo morto para

    reao qumica de ordem inteira maior que um.

    Em geral, os trabalhos consideram o sistema difuso-reao em regime

    isotrmico e estacionrio com uma reao qumica irreversvel envolvendo um ou dois

    reagentes (Stakgold e Bobisud, 1987), e ordens fracionrias de reao qumica (Temkin,

    1982). A existncia do ncleo morto em partculas catalticas onde ocorrem reaes

    qumicas de ordens fracionrias foi abordada por GARCA-OCHOA e ROMERO

    (1988), quando estudaram a determinao de valores crticos do mdulo de Thiele e do

    fator de efetividade para sistemas que apresentam resistncia difuso mssica.

    Recentemente, surgiram anlises matemticas do ncleo morto considerando

    sistemas em regime transiente (Vernier-Piro e Van der Mee, 2001) e aplicaes da

    geometria fractal para aproximaes analticas dos processos de difuso-reao em

    poros rugosos, muito embora este ltimo no considere a existncia do ncleo morto e

    conclui que o efeito da morfologia dos poros sobre a eficincia global de um sistema

    difuso-reao no apenas relevante, mas governaria a reatividade das interfaces

    irregulares sob limitaes difusionais (Andrade Jr. et al., 2000).

    Na literatura encontram-se poucas referncias a trabalhos experimentais

    relacionados ao ncleo morto. Com o objetivo de descrever a variao radial da

    concentrao de oxignio no interior de clulas imobilizadas, que atuam como

    partculas catalticas, foi aplicado um modelo de ncleo morto em experimentos de

    produo de cefalosporina C em um biorreator do tipo torre (Cruz et al, 2001).

    2.4 ORDENS FRACIONRIAS

    A difuso de reagentes e a reao qumica em uma partcula cataltica porosa,

    quando ocorrem para ordens de reao maiores que 1 constituem casos conceitualmente

    diferentes daqueles que ocorrem para ordens menores que 1.

    As reaes de ordens fracionrias so pouco estudadas. A maioria dos

    trabalhos sobre ncleo morto para reaes de ordem zero e somente poucos

    consideram outras ordens de reao.

  • - 9 -

    As ordens de reao fracionrias refletem a complexidade dos mecanismos de

    reao qumica, como, por exemplo, da oxidao em funo da heterogeneidade dos

    stios ativos do eletrodo, sendo freqentes em eletrodos de xidos metlicos, segundo

    ANDRADE et al. (2001).

    CRDOBA-TORRES et al. (2003) exploraram os efeitos das ordens

    fracionrias em cinticas de reaes qumicas atravs da modelagem de reaes

    eletroqumicas. De acordo com os mesmos, reaes de dessoro bimolecular so

    descritas pelas cinticas de ordens fracionrias.

    2.4.1 Hidrogenao do etileno catalisada por platina

    Um segundo exemplo de reaes envolvendo ordens fracionrias foi reportado

    na literatura por DUMESIC et al. (1993). Onde estudaram a complexidade das reaes

    de superfcie ocorridas na hidrogenao do etileno tendo como catalisador a platina.

    Em seus estudos os autores observaram que a ordem de reao do etileno foi de

    aproximadamente igual a zero, isso ocorreu trabalhando-se com baixas temperaturas e

    altas presses, mas tornou-se negativa (n = - 0,7) medida que se aumentou a

    temperatura e diminui a presso. A ordem de reao do hidrognio mostrou-se

    crescente, de 0,5 a 1,1, com o respectivo aumento da temperatura de 233 K para 333 K.

    Segundo DUMESIC et al. (1993), a desativao cataltica inicial indica que h

    formao de espcies inativas na superfcie cataltica, que bloqueiam os stios ativos. A

    ordem cintica do etileno sugere que determinadas espcies de hidrocarbonetos so

    mais reativas, na superfcie do catalisador, e o hidrognio compete com o etileno por

    adsoro nos stios ativos a altas temperaturas e baixas presses do etileno. A variao

    da ordem cintica do hidrognio em funo da temperatura sugere uma mudana na

    natureza da taxa determinante ou das etapas mais lentas do mecanismo de reao.

    Os autores, experimentalmente, encontraram a ordem de reao do etileno

    aproximadamente igual a zero para temperaturas abaixo de 300 K e para o hidrognio,

    nas mesmas condies, a ordem 0,5. Um mecanismo de adsoro competitiva, onde se

    apresentam ordens de reao fracionrias sugere uma etapa de adsoro equilibrada do

    hidrognio com um baixo grau de recobrimento pelo hidrognio.

    Na Tabela 2 so apresentadas as ordens de reao observadas,

    experimentalmente, para hidrogenao do etileno tendo como catalisador a platina.

  • - 10 -

    TABELA 2 Ordens experimentais de reao para a hidrogenao do etileno

    para vrias temperaturas, (Dumesic, 1993).

    Temperatura (K) Ordem de reao experimental

    223 -0,17

    248 -0,17

    273 -0,17

    298 0,20

    333 -0,43

  • - 11 -

    CAPTULO 3

    MODELAGEM MATEMTICA

    3.1 MODELAGEM MATEMTICA DO NCLEO MORTO

    Para elaborar uma anlise matemtica da existncia do ncleo morto com base

    nas equaes de transporte e de cintica, conveniente abordar o problema de uma

    forma adimensional e estabelecer as condies de contorno para que a velocidade de

    reao varie junto com a concentrao e tambm com a posio dentro da partcula

    cataltica.

    Considera-se uma reao qumica, irreversvel e em regime permanente:

    A B

    ocorrendo em uma partcula cataltica porosa em situaes reais, isto a partcula est

    envolvida por uma mistura fluida contendo o reagente cuja concentrao conhecida.

    Neste caso, a partcula est imersa em um banho infinito e suficientemente agitado, que

    permite o equilbrio de concentrao e temperatura na sua superfcie.

    Em geral, os sistemas de difuso-reao envolvem tanto a transferncia de

    massa quanto de calor.

    Partindo-se da equao da continuidade molar para um soluto qualquer (A) em

    coordenadas retangulares dada pela Equao 1 (Cremasco, 1998):

    AAA RN

    tC

    =+

    (1)

    Admitindo-se as seguintes hipteses:

    Regime permanente: CA/ t = 0;

    Fluxo unidimensional: AN = dNAx /dx .

    De posse das suposies, tem-se a Equao 2:

  • - 12 -

    AAx R

    dxdN

    =

    (2)

    A Equao 3 descreve o fluxo do reagente A no interior da partcula porosa:

    dxdCDN AefAx =

    (3)

    A taxa de reao dada por:

    nASA CkR =

    (4)

    Substituindo 3 e 4 em 2, obtm-se a Equao 5:

    nA

    ef

    SA CDk

    dxCd

    =2

    2

    (5)

    Utilizando a coordenada adimensional, a Equao 5 se torna:

    nCdX

    Cd 22

    2

    = (6)

    onde:

    nSef

    S

    CDLk

    = 1

    22

    (7)

    O parmetro 2 o quadrado do mdulo de Thiele e representa a relao entre a taxa de reao pela taxa de difuso.

    Para reaes isotmicas de ordem zero possvel a existncia do ncleo morto,

    desde que seja maior do que o c, o que significa, processos com reaes rpidas ou catalisadores com difusividade baixa.

  • - 13 -

    O Mdulo de Thiele grande quando os efeitos de difuso so importantes,

    seja por causa do tamanho da partcula (dimenso caracterstica, L, grande), da

    velocidade da reao (R grande) ou da velocidade da difuso (D pequeno).

    A Equao 6 representa o modelo matemtico do ncleo morto em regime

    permanente, isotrmico, para uma lmina plana infinita e ordem de reao n. Porm,

    generalizando para se trabalhar com qualquer geometria clssica, tem-se a Equao 8:

    nCdXdCX

    dXdX 211 =

    (8)

    onde:

    o fator geomtrico correspondente forma geomtrica da partcula,

    X a coordenada adimensional de posio,

    C a concentrao adimensional do reagente, e

    o mdulo de Thiele. Na Tabela 3 so apresentados os fatores geomtricos e suas respectivas formas

    geomtricas clssicas.

    TABELA 3 Fatores geomtricos, adaptado de Granato (2003).

    Forma geomtrica da partcula catalisadora

    Lmina plana infinita 1

    Cilindro infinito 2

    Esfera 3

    De acordo com Garcia-Ochoa e Romero (1988), a Equao 8 pode ser

    modificada considerando-se que existe uma possvel diferena de temperaturas entre a

    superfcie da partcula e o fluido. Essa modificao se d atravs da multiplicao da

    derivada da lei de Arrnhenius:

    =

    S

    a

    RTEkk exp0

    (9)

  • - 14 -

    E conforme Anexo II, tem-se:

    n

    S

    CTdX

    dCXdXdX

    =

    exp211

    (10)

    onde TS a temperatura da superfcie, adimensionalizada, com as seguintes condies

    de contorno (que tambm so vlidas para a Equao 8):

    c.c.1: X = 0 dC/dX = 0 (10a)

    c.c.2: X = 1 dC/dX = BiM(1 CS) (10b)

    onde BiM o nmero de Biot mssico (BiM = k / Def). O nmero de Biot mssico representa a relao entre a resistncia interna

    difuso de um determinado soluto no meio em que se intenta estudar o fenmeno de

    transferncia de massa e a resistncia conveco mssica associada ao meio externo

    que envolve o primeiro, (Cremasco,1998).

    A condio de contorno 2 se deve ao fato de que na superfcie da partcula

    cataltica o fluxo de transferncia de massa por conveco ser igual quele por difuso.

    Na Equao 10, o nmero de Arrhenius, dado por:

    SRTE

    =

    (11)

    A Equao 10 um caso especial da Equao de Emden-Fowler (descrita no

    Anexo I):

    01 =++ nm ybXyXay

    (12)

    onde:

    n 0 e n 1,

    m, a, b so parmetros da equao.

  • - 15 -

    Comparando-se as Equaes 10 e 12, tem-se:

    a = - 1, (12a)

    b = - 2 exp( - /TS), (12b) m = 1. (12c)

    Conforme (Berkovich, 1997), conforme Anexo I, a Equao 12 ao ser reduzida

    a uma forma autnoma, apresentar como soluo:

    ( )

    nm

    Xy +

    =11

    (13)

    Substituindo os valores de 12a, 12b e 12c em 13, obtm-se a soluo particular

    para a Equao 10, dada por:

    XCC S= (14)

    onde:

    n=

    12 (15)

    Segundo Temkin (1975) apud Garcia-Ochoa e Romero (1988), esta soluo

    particular da Equao de Emden-Fowler vlida para valores de ordens de reao

    qumica no intervalo de 1 < n < 1. Para reaes qumicas de ordens zero e um, a

    Equao 10 pode ser resolvida analiticamente. Porm, s possvel quando se considera

    que = c, conseqentemente poder-se- calcular o valor do mdulo de Thiele crtico, valor a partir do qual ocorrer ncleo morto, utilizando a Equao de Emden-Fowler:

    ( )( )21

    124n

    nnc

    +=

    (16)

    Tambm, a partir da Equao de Emden-Fowler pode-se obter a Equao 17

    que descreve o comportamento de um outro parmetro que influencia no

    comportamento do ncleo morto, o fator de efetividade crtico. O fator de efetividade

  • - 16 -

    informa o efeito que a taxa da difuso exerce na taxa de reao qumica numa partcula,

    e definido como sendo a razo entre a taxa real de reao qumica e a taxa de reao

    qumica considerada nas condies da superfcie externa da partcula cataltica:

    ( )( )( )nn

    nc+

    =

    121

    (17)

    A discusso e anlise das variaes do mdulo de Thiele crtico e do fator de

    efetividade crtico sero vistas no prximo captulo.

    3.2 CONCEITO DO MDULO DE THIELE

    A quantidade 2 uma medida da razo entre a taxa de reao na superfcie e a taxa de difuso na partcula cataltica:

    difusodetaxaerfciedacondiesnasreaodetaxa sup2

    = (18)

    Quando o mdulo de Thiele grande, a difuso interna usualmente limita a

    taxa global da reao qumica; quando o mdulo de Thiele pequeno, a reao qumica

    na superfcie usualmente a taxa limitante.

    3.3 CONCEITO DE FATOR DE EFETIVIDADE

    De acordo com FROMENT e BISCHOFF (1990), o fator de efetividade foi

    definido por Thiele em 1939, como sendo o fator de avaliao do efeito das limitaes

    da difuso. Em outras palavras pode-se dizer que a grandeza do fator de efetividade

    (que varia de 0 a 1) indica a importncia relativa das limitaes da difuso e da reao

    qumica. O fator de efetividade definido como:

  • - 17 -

    partculadaexternaerfciedaasfossemcondiesasseresultariaquereaodetaxareaoderealglobaltaxa

    sup= (19)

    A Figura 2 mostra o fator de efetividade em funo do quadrado do mdulo de

    Thiele correspondente uma reao qumica de primeira ordem ocorrendo em uma

    partcula cataltica na forma de lmina plana infinita.

    FIGURA 2 Fator de efetividade em funo do quadrado do mdulo de Thiele

    para geometria plana e reao qumica irreversvel de primeira

    ordem.

    A Figura 2 de grande importncia em aplicaes prticas, pois atravs de sua

    anlise pode-se verificar que para baixos valores do fator de efetividade, os

    catalisadores apresentam altos valores de k, sendo assim muito ativos; j para altos

    valores do fator de efetividade, tm-se catalisadores pouco ativos em virtude de se

    utilizar quase toda a rea do catalisador.

    Em muitos casos torna-se necessrio obter rpidas estimativas de qual taxa

    limitante, em uma reao heterognea.

    Para se determinar se a difuso interna limitante, utiliza-se o critrio de

    Weisz-Prater que usa valores medidos da taxa de reao (FOGLER, 1999):

    CWP= 2 (20)

  • - 18 -

    Conhecendo-se os valores para o mdulo de Thiele e para o fator de

    efetividade, pode-se ento calcular o critrio de Weisz-Prater. Portanto, se:

    CWP>1 (22)

    a difuso interna limita a reao, severamente.

    O critrio de Mears, conforme FOGLER (1999), utiliza a taxa de reao

    medida, para estudar se a transferncia de massa do fluido, em fase gasosa, para a

    superfcie cataltica pode ser omitida. Ele props que quando:

    (r R) / k C < 0,15 (23)

    os efeitos da transferncia de massa externa podem ser omitidos.

  • - 19 -

    CAPTULO 4

    RESULTADOS E DISCUSSO

    4.1 ANLISE DO MDULO DE THIELE CRTICO

    Segundo GARCIA-OCHOA e ROMERO (1988), para uma partcula com

    geometria clssica caracterizada pelo fator geomtrico mostrado na Tabela 2, e uma

    reao qumica de ordem n, o modelo matemtico para anlise do ncleo morto dado

    pela Equao 8:

    nCdXdCX

    dXdX 211 =

    Que pode ser modificada considerando-se a possvel diferena de temperaturas

    entre a superfcie da partcula e o fluido, e usando-se o mdulo de Thiele referente s

    condies do fluido, obtendo-se ento a Equao 10:

    n

    S

    CTdX

    dCXdXdX

    =

    exp211

    Com as condies de contorno dadas pelas Equaes 10a e 10b:

    c.c.1: x = 0 dC/dX = 0

    c.c.2: x = 1 dC/dX = BiM (1- CS)

    A Equao 10 uma forma especial da equao de Emden-Fowler, sendo

    resolvida analiticamente para reaes de ordens zero e um. Segundo Temkin (1975)

    apud Garcia-Ochoa e Romero (1988), para 1 < n < 1, existe uma soluo particular

    para a Equao 8, enquanto que para a Equao 10, a soluo dada pela Equao 14:

  • - 20 -

    XCC S=

    A Equao 14 s ser soluo da Equao 10, se considerar o mdulo de

    Thiele como sendo o crtico ( = c). Utilizando a soluo da Equao de Emden-Fowler chega-se equao que descreve o comportamento do mdulo de Thiele crtico.

    Partindo da soluo da Equao 10 e derivando-a, teremos as Equaes 24 e

    25, respectivamente:

    1=

    XCdXdC

    S (24)

    22

    2

    )1( = XCdX

    CdS

    (25)

    Igualando as Equaes 10b e 24:

    M

    S

    Bi

    C +

    =

    1

    1 (26)

    Substituindo as Equaes 14, 24 e 25 em 10, chega-se Equao 27:

    +=

    S

    nS

    c

    TC

    exp

    )2(

    1

    (27)

    Substituindo a Equao 26 na Equao 27, obtm-se:

  • - 21 -

    ( )

    ++

    =

    S

    n

    Mc

    T

    Bi

    exp

    121

    (28)

    Substituindo a Equao 15 na Equao 28, tem-se:

    ( )

    ( )

    ++

    =

    S

    n

    Mc

    Tn

    Binnn

    exp1

    )1(2122

    2

    1 (29)

    A Equao 29 pode ser simplificada ao considerar que a temperatura do fluido

    igual da partcula cataltica, ou seja, quando Ts 1 e BiM :

    ( )21)2(2

    nnnc

    +=

    (30)

    A Equao 30 possibilita o clculo do valor do mdulo de Thiele crtico para

    reaes de qualquer geometria clssica, sendo vlida somente quando a ordem de reao

    se encontrar no intervalo 1 < n < 1, pois fora deste as equaes so indeterminadas.

    A simulao dos valores crticos do mdulo de Thiele foi feita empregando-se

    o software Mathematica (Faleiros, 1998; Wolfram, 1991).

    Na Figura 3 mostrado o comportamento do mdulo de Thiele crtico para

    cada geometria em funo da ordem de reao.

  • - 22 -

    FIGURA 3 Mdulo de Thiele crtico em funo ordem de reao.

    Analisando os resultados obtidos pode-se observar que no intervalo de ordem

    de reao estudado, os valores crticos do mdulo de Thiele foram crescentes para as

    diferentes geometrias analisadas. Para ordens de reao negativas, o reagente comporta-

    se como um inibidor da reao sendo esta inibio maior na superfcie da partcula e

    gradativamente menor nos pontos mais interiores. Desta forma, a velocidade de reao

    aumenta medida em que o reagente difunde-se no interior da partcula cataltica.

    Assim os valores crticos do mdulo de Thiele tornam-se cada vez menores com o

    aumento da ordem de reao, em mdulo, no intervalo de valores negativos

    considerado.

    Os valores crticos calculados para ordem zero foram coincidentes com aqueles

    publicados na literatura e so apresentados na Tabela 4.

    TABELA 4 Mdulo de Thiele crtico em funo da geometria, adaptado de

    Granato (2003).

    Forma geomtrica da partcula cataltica

    porosa

    Mdulo de Thiele crtico (c)

    Lmina plana infinita 2 Cilindro infinito 2

    Esfera 6

    Quando a ordem de reao tende a um (n 1), os valores crticos do mdulo

    de Thiele tendem a infinito independentemente da geometria do catalisador. Este

    resultado est de acordo com dados da literatura segundo os quais no existe ncleo

  • - 23 -

    morto para reaes de primeira ordem ocorrendo em catalisadores com geometrias

    clssicas (Granato, 2003; Granato e Queiroz, 2003; Aris, 1975).

    Na Figura 4 mostrado o comportamento do mdulo de Thiele crtico em

    funo da ordem de reao e do fator geomtrico.

    1 1.5

    2 2.5

    3

    -1

    -0.5

    0

    0.5

    1

    n

    0

    2

    4

    6

    c

    1 1.5

    2 2.5

    3

    FIGURA 4 Mdulo de Thiele crtico em funo da ordem de reao e do

    fator geomtrico.

    4.2 ANLISE DO FATOR DE EFETIVIDADE CRTICO

    O fator de efetividade crtico obtido atravs do mesmo procedimento

    utilizado para a Equao do mdulo de Thiele crtico, a partir da equao de Emden-

    Fowler, (Garcia-Ochoa e Romero, 1988). Quando Ts 1 e BiM, obtm-se a

    Equao 17 para o fator de efetividade crtico vlida para qualquer geometria clssica:

    ( )( )( )nn

    nc+

    =

    121

    A simulao dos valores crticos do fator de efetividade foi feita empregando-

    se o software Mathematica (Faleiros, 1998; Wolfram, 1991).

  • - 24 -

    A variao do fator de efetividade crtico para cada geometria em funo da

    ordem de reao mostrada na Figura 5.

    FIGURA 5- Fator de efetividade crtico em funo da ordem de reao.

    Analisando os resultados obtidos pode-se observar que no intervalo de ordem

    de reao estudado, os valores crticos do fator de efetividade foram decrescentes para

    as diferentes geometrias analisadas. O grfico sugere que para se obter uma maior

    eficincia do catalisador naqueles casos de reaes fortemente inibidas pelo reagente,

    devam ser utilizadas partculas esfricas pois so as que apresentam os mais altos

    fatores de efetividade nestas condies.

    Para ordem de reao zero, o grfico fornece o valor unitrio para o fator de

    efetividade crtico independentemente da geometria do catalisador. Este resultado

    consistente desde que para reaes de ordem zero, a velocidade de reao

    independente da concentrao do reagente. Portanto a velocidade mdia no interior da

    partcula igual quela na superfcie resultando em um fator de efetividade unitrio.

    Quando a ordem de reao tende a um (n 1), os valores crticos do fator de

    efetividade tendem a zero para todas as geometrias analisadas, o que est de acordo com

    os resultados apresentados por Froment e Bischoff (1990).

  • - 25 -

    Na Figura 6 mostrado o comportamento do fator de efetividade crtico em

    funo da ordem de reao e do fator geomtrico.

    1 1.5

    2 2.5

    3

    -1

    -0.5

    0

    0.5

    1

    n 0 1 2 3 4 5

    c

    1 1.5

    2 2.5

    3

    FIGURA 6 Fator de efetividade crtico em funo da ordem de reao

    e do fator geomtrico.

    Na Tabela 5 so mostradas as expresses dos mdulos de Thiele e do fator de

    efetividade crticos em funo da ordem de reao.

    TABELA 5 Equaes do mdulo de Thiele crtico e do fator de efetividade

    crtico para as geometrias clssicas.

    Fator geomtrico

    ()

    Mdulo de Thiele crtico

    (c) Fator de efetividade crtico

    (c)

    1 (2+ 2n)/ (1-n)2 (1-n) / (n + 1)

    2 4 / (1-n)2 (1-n)

    3 (6 - 2n)/ (1-n)2 3 (1-n) / (3 - n)

    Na Tabela 6 so apresentados os valores crticos do mdulo de Thiele e do

    fator de efetividade dentro do intervalo estudado para a forma geomtrica de lmina

    plana infinita ( = 1) e algumas ordens de reao no intervalo estudado.

  • - 26 -

    TABELA 6 Valores do Mdulo de Thiele crtico e fator de Efetividade

    crtico referentes ordem de reao fracionria, para = 1.

    n c c

    -0,9 0,235 19

    -0,8 0,351 9

    -0,7 0,456 5,667

    -0,6 0,559 4

    -0,5 0,666 3

    -0,4 0,782 2,333

    -0,3 0,910 1,857

    -0,2 1,054 1,5

    -0,1 1,220 1,222

    0 1,4 1

    0,1 1,648 0,818

    0,2 1,936 0,667

    0,3 2,303 0,538

    0,4 2,789 0,429

    0,5 3,464 0,3333

    0,6 4,472 0,25

    0,7 6,146 0,1765

    0,8 9,487 0,111

    0,9 19,494 0,0526

    4.3 RELAO ENTRE O MDULO DE THIELE CRTICO E O FATOR DE

    EFETIVIDADE CRTICO

    Com base nos resultados obtidos para os valores crticos do mdulo de Thiele e

    do fator de efetividade, pode-se observar que quando as ordens de reao tendem a

    valores negativos levam a baixos valores do mdulo de Thiele, ocorrendo o inverso para

    o fator de efetividade, e a partir das expresses dos mesmos, pode-se relacionar estas

    duas grandezas em equaes particulares para cada geometria clssica, conforme

    mostrado na Tabela 7.

  • - 27 -

    TABELA 7 Equaes que relacionam o mdulo de Thiele crtico e o fator de

    efetividade crtico para cada geometria clssica.

    Forma geomtrica da

    partcula catalisadora

    Equao

    Lmina plana infinita

    )1(2

    ncc

    =

    Cilindro infinito c

    c

    2=

    Esfera

    )1(6

    ncc

    =

    O mdulo de Thiele crtico em funo do fator de efetividade crtico e da

    ordem de reao no intervalo aberto de 1 a 1 mostrado na Figura 7, para a forma de

    placa plana infinita.

    FIGURA 7 Mdulo de Thiele em funo do fator de efetividade e da ordem

    de reao, para placa plana inifinita.

  • - 28 -

    4.4 DISTRIBUIO DA CONCENTRAO DE REAGENTE NO INTERIOR

    DA PARTCULA CATALTICA POROSA

    Simulaes da distribuio de concentrao de reagente no interior da partcula

    cataltica porosa foram feitas com o software Mathematica, a partir de dados de alguns

    casos experimentais reportados na literatura, que envolvem ordens de reao

    fracionrias obtidas experimentalmente.

    Os eletrodos utilizados na eletroxidao do etanol (Andrade et al, 2001) foram

    preparados por decomposio trmica do IrCl3. A soluo obtida foi pincelada na

    superfcie do titnio. No caso dos dados reportados, foi utilizado titnio na forma de

    placa plana. Mas para efeito de comparao foram feitas tambm as simulaes para os

    casos das formas cilndrica e esfrica, para ordem de reao qumica fracionria de 0,4.

    Esse valor foi encontrado pelos autores, experimentalmente, sendo obtido atravs do

    coeficiente angular do comportamento voltamtrico em funo da concentrao do

    etanol.

    Para os dados de ordem de reao da hidrogenao do etileno (Dumesic, 1993),

    foram feitas simulaes para os casos envolvendo as formas geomtricas de lmina

    plana infinita e cilindro infinito.

    4.4.1 Lmina plana infinita e n = 0,4

    Para determinar o perfil da concentrao do reagente no interior da partcula

    catalisadora porosa foram consideradas:

    Forma geomtrica do catalisador: lmina plana infinita ( = 1);

    Ordem de reao fracionria: n = 0,4.

    A ordem de reao considerada corresponde ao valor observado

    experimentalmente na eletroxidao do etanol em eletrodos de Ti/Ir O2 (Andrade,

    2001).

    O mdulo de Thiele crtico correspondente foi calculado utilizando a Equao

    16, obtendo-se c = 2,789. Resolvendo o problema de valor de contorno correspondente ao caso,

    empregando o software Mathematica, obteve-se o perfil de concentrao mostrado pela

    Figura 8.

  • - 29 -

    FIGURA 8 Perfil de concentrao em funo da posio para lmina plana

    infinita ( = 1) e ordem de reao n = 0,4.

    4.4.2 Lmina plana infinita e n = - 0,43

    Para determinar o perfil da concentrao do reagente no interior da partcula

    catalisadora porosa foram consideradas:

    Forma geomtrica do catalisador: Lmina plana infinita ( = 1);

    Ordem de reao fracionria: n = -0,43.

    A ordem de reao considerada corresponde ao valor observado

    experimentalmente na hidrogenao do etileno (Dumesic, 1993).

    O mdulo de Thiele crtico correspondente foi calculado c = 0,747 e o perfil de concentrao foi determinado como mostrado na Figura 9.

  • - 30 -

    FIGURA 9 Perfil de concentrao em funo da posio para lmina plana

    infinita ( = 1) e ordem de reao n = -0,43.

    4.4.3 Cilindro infinito e n = 0,4

    Foram consideradas:

    Forma geomtrica do catalisador: cilindro infinito ( = 2);

    Ordem de reao fracionria: n = 0,4.

    A ordem de reao considerada corresponde ao valor observado

    experimentalmente na eletroxidao do etanol em eletrodos de Ti/Ir O2 (Andrade,

    2001).

    O mdulo de Thiele crtico correspondente foi calculado c = 3,333 e o perfil de concentrao determinado mostrado na Figura 10.

    FIGURA 10 Perfil de concentrao em funo da posio para cilindro

    infinito ( = 2) e ordem de reao n = 0,4.

    C

    X

  • - 31 -

    4.4.4 Cilindro infinito e n = - 0,43

    Foram consideradas:

    Forma geomtrica do catalisador: cilindro infinito ( = 2);

    Ordem de reao fracionria: n = -0,43.

    A ordem de reao considerada corresponde ao valor observado

    experimentalmente na hidrogenao do etileno (Dumesic, 1993).

    O mdulo de Thiele crtico correspondente foi calculado c = 1,399 e o perfil de concentrao determinado mostrado na Figura 11.

    FIGURA 11 Perfil de concentrao em funo da posio para cilindro

    infinito ( = 2) e ordem de reao n = -0,43.

    Comparando os resultados obtidos na simulao do perfil da concentrao no

    interior da partcula catalisadora utilizando os dados da eletroxidao do Etanol, foi

    possvel observar que no houve variao nos perfis de concentrao para uma mesma

    ordem de reao, como mostrado nas Figuras 8 e 10.

    O mesmo pode ser observado na simulao do perfil da concentrao para o

    caso envolvendo os dados da hidrogenao do etileno, onde as curvas mostradas nas

    Figuras 9 e 11 so coincidentes.

    4.4.5 Esfera e n = 0,4

    Para determinar o perfil da concentrao do reagente no interior da partcula

    catalisadora porosa na forma esfrica ( = 3) foram consideradas:

    Ordem de reao fracionria: n = 0,4;

    Eletroxidao do etanol.

    C

    X

  • - 32 -

    O mdulo de Thiele crtico correspondente foi calculado c = 3,800 e o perfil de concentrao foi determinado como mostrado na Figura 12.

    FIGURA 12 Perfil de concentrao em funo da posio para esfera ( = 3)

    e ordem de reao n = 0,4.

    A simulao desse terceiro caso para n = 0,4 comprova que no h variao no

    perfil de concentrao no interior da partcula cataltica porosa em relao forma

    geomtrica da partcula para uma mesma ordem de reao para o mdulo de Thiele

    crtico.

    4.4.6 Lmina plana infinita e diferentes ordens de reao

    Na Figura 13 mostrada a variao do perfil de concentrao no interior da

    partcula cataltica na forma de lmina plana infinita, para diferentes ordens de reao e

    hidrogenao do etileno.

    FIGURA 13 Perfis da concentrao para lmina plana infinita para diferentes

    ordens de reao e hidrogenao do etileno.

    X

    C

  • - 33 -

    Como j foi discutido anteriormente, o perfil de distribuio da concentrao se

    mantm o mesmo independente da geometria clssica a qual se esteja trabalhando,

    porm ele varia de acordo com a ordem de reao.

    No caso da ordem de reao igual a 0,8, pode-se observar que o reagente

    praticamente consumido antes de atingir o centro da partcula cataltica, enquanto que

    para n = -0,8, o reagente chega a atingir pontos mais prximos do centro da partcula

    catalisadora, com uma concentrao maior do que nos demais casos simulados.

  • - 34 -

    CAPTULO 5

    CONCLUSES

    Partindo da equao de Emden-Fowler foi possvel determinar as equaes que

    permitem calcular os valores crticos do mdulo de Thiele e do fator de efetividade para

    ordens de reao variando no intervalo aberto de 1 a 1, para as geometrias clssicas da

    partcula cataltica porosa.

    A partir do modelo matemtico apresentado foi possvel simular os perfis de

    concentrao para ordens fracionrias, observadas experimentalmente em trabalhos

    reportados na literatura.

    Para as diferentes geometrias clssicas analisadas, observou-se que os valores

    crticos do mdulo de Thiele apresentam-se crescentes, enquanto os valores crticos do

    fator de efetividade foram decrescentes, para as ordens de reao variando de 1 a 1.

    Quando a ordem de reao tende a um (n 1), a influncia da geometria, no

    mdulo de Thiele desaparece gradualmente verificando-se que c tende a infinito para as trs geometrias analisadas.

    Os valores crticos do mdulo de Thiele calculados para reao qumica de

    ordem ordem zero foram coincidentes com aqueles publicados na literatura.

    Para reao qumica de ordem zero, o valor unitrio foi calculado para o fator

    de efetividade crtico, independentemente da forma geomtrica da partcula

    catalisadora.

    Quando as ordens de reao tendem a valores negativos, a forma geomtrica da

    partcula exerce uma significativa influncia no fator de efetividade crtico devido aos

    fenmenos de inibio pelo reagente existentes nesses casos.

  • - 35 -

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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  • - 36 -

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    REGALBUTO, M. C.; STRIEDER, W.; VARMA, A. Approximative Solutions for

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    WOLFRAM, S. Mathematica: A System for Doing Mathematics by Computer 2nd. Ed.

    Addison Wesley, 1991.

  • - 37 -

    ANEXO I

    EQUAO DE EMDEN-FOWLER

    A equao de Emden-Fowler tem grande aplicao nas reas da Fsica,

    Matemtica e Fsico-qumica, por apresentar interessantes propriedades matemticas e

    fsicas (Berkovich, 1997). Em seus trabalhos, eles descrevem a autonomizao de

    equaes diferenciais ordinrias no lineares de ordem n a uma parte linear redutvel

    e apresentam os grupos de classificao das equaes de Emden-Fowler generalizadas.

    Considerando a equao de Emden-Fowler:

    01 =++ nm ybXyXay

    (34)

    onde:

    n 0, n 1, m, a, b, so parmetros da equao.

    A Equao 34 est na forma no-linear e no-autnoma e pode ser reduzida

    segundo Berkovich (1997), forma autnoma, pela transformao zXynm

    +

    =11

    ,

    dt = x-1 dx, tendo como soluo ( )

    nm

    Xy +

    =11

    .

    Ao reduzir a Equao 34 a forma autnoma, utilizando a transformao de KL

    (Kummer-Liouville), Berkovich chegou forma generalizada da equao de Emden-

    Fowler:

    y+g(x)yn = 0 (35)

    De acordo com Gnutzmann (1994), as equaes no-lineares que apresentam a

    forma da equao de Emden-Fowler tm uma longa histria na literatura.

    Originalmente, elas foram introduzidas na Fsica para descrever esferas de gs sujeitas

    s leis da termodinmica e suas prprias foras gravitacionais. Atualmente, essas

    equaes tm sido investigadas sob vrios pontos de vista. Em seu trabalho de equaes

  • - 38 -

    MF em geometria esfrica, chegou a um caso especial da forma generalizada da

    equao de Emden-Fowler, dada pela Equao 36:

    0'1" 3 =+ yyr

    dy (36)

  • - 39 -

    ANEXO II

    EFEITOS DA ENERGIA DE ATIVAO SOBRE A ORDEM DE

    REAO

    De acordo com FUENTES e DAZ (1997), o efeito da temperatura na

    velocidade de reao ser observado tanto na velocidade como no grau de recobrimento.

    Grau de recobrimento () definido como a frao da superfcie cataltica recoberta pelo reagente:

    = x/xmax (37)

    onde x, a quantidade adsorvida a uma certa presso P da fase fluida, e xmax a

    quantidade mxima que a superfcie pode adsorver.

    Para encontrar a relao matemtica entre o grau de recobrimento e a presso

    de equilbrio do gs imaginemos uma superfcie que consiste em n "stios", onde em

    cada "stio" pode observar somente uma molcula de gs. A relao entre o grau de

    recobrimento e a presso foi derivada por Irving Langmuir e conhecida como a

    isoterma de Langmuir.

    Para uma reao do tipo:

    A B

    - d PA / d T = k A (38)

    onde PA presso parcial de A, T a temperatura, A o recobrimento superficial do catalisador pelas molculas de A e a constante k depende da temperatura segundo a lei

    de Arrhnenius:

    k = k0 exp ( - Ea / RT)

    (39)

  • - 40 -

    onde:

    Ea a energia de ativao,

    k0 constante de velocidade, e

    R a constante universal dos gases.

    Tomando logaritmos naturais da Equao 38 e derivando em relao

    temperatura obtemos:

    d ln k / d T = - EaR / RT2 (40)

    Para o grau de recobrimento (A), o efeito da temperatura depende da equao de Langmuir. Dos casos limites, observam-se:

    a) Adsoro fraca (bA PA < 1), A = bA PA e a velocidade se transforma em vR = k bA PA. Para o caso onde PA = constante, temos (k1 = k bA),

    d ln k1 / d T = d ln k / d T + d ln bA / d T

    sendo:

    bA o coeficiente de adsoro de A no slido utilizado (b = ka/kd).

    O primeiro termo d lnk / d T, relacionado com a Equao 39, fornece a energia

    de ativao verdadeira da reao. O segundo termo d ln bA / d T, introduz o calor molar

    de adsoro HaA do reagente, ento tem-se:

    d ln k1 / d T = (EaR + HaA ) / RT2 = EaP / RT2

    onde:

    EaR = energia de ativao verdadeira,

    HaA = calor molar de adsoro de A, e

    EaP = energia de ativao aparente (ou energia de ativao observada

    experimentalmente), com a seguinte relao:

    EaR = EaP - HaA

  • - 41 -

    b) Adsoro forte, (1