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COSAC NAIFY NA FLIP 2011

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Uma breve biografia sobre os autores, fragmentos de seus lançamentos e outros conteúdos exclusivos estão no livreto da COSAC NAIFY NA FLIP 2011. A publicação foi desenvolvida especialmente para as mesas de nossos autores. Se você não vai à FLIP, aproveite esta versão digital.

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cartados editores

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Em Paraty, um italiano conta nove histórias cujo ce-nário é a Europa atual, que ele diz estar “mais velha do que nunca”. Nas ruas de pedra, um português faz uma revisão implacável da geração que viveu sob a ditadura de Salazar. Um húngaro, em um café da cidade, fala da morte de uma mãe, do luto, da história de seu país e de literatura, que afinal é o que atrai todos os anos milha-res de pessoas a este festival.

Em um catálogo variado, que busca contemplar com igual qualidade as mais diferentes áreas – das artes plás-ticas à antropologia, passando por literatura infantoju-venil, fotografia, arquitetura, moda, cinema e design –, a Cosac Naify se destaca pela excelência de suas apostas li-terárias. Ao lado dos clássicos da coleção Prosa do Mundo, que comemora dez anos em 2011, o segmento dedicado à literatura contemporânea ganha cada vez mais corpo.

Marcada pela diversidade de línguas e culturas, a produção contemporânea na Cosac Naify é capitane-ada por autores como Enrique Vila-Matas, Alan Pauls, Marie NDiaye e Mario Bellatin. Este ano, três deles, Antonio Tabucchi, valter hugo mãe e Péter Esterházy, estarão em Paraty: nos cafés, ruas de pedra e, sobretu-do, no imaginário de todos aqueles que se aventurarem pela cidade mais literária do país.

Boa Flip.

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qua 6 de julho

19 h conferência de abertura

Oswald de Andrade: devoração e mobilidadeAntonio Candidodebatedor José Miguel Wisnik

21 h 30 show de abertura

José Miguel Wisnik, Celso Sim e Elza Soares

qui 7 de julho

10 h mesa Zé KleberMichèle Petit e Dominique Gauzin-Müllermediação Alberto Martins

12 h mesa 1Lírica críticaCarol Ann Duffy e Paulo Henriques Brittomediação Liz Calder

15 h mesa 2Marco zero modernistaGonzalo Aguilar e Marcia Camargosmediação Marcos Augusto Gonçalves

17 h 15 mesa 3Ficções da diásporaKamila Shamsie e Caryl Phillipsmediação Ángel Gurría-Quintana

19 h 30 mesa 4O humano além do humanoMiguel Nicolelis e Luiz Felipe Pondémediação Laura Greenhalgh

sex 8 de julho

10 h mesa 5Viagens literáriasAndrés Neuman e Michael Sledgemediação Claudiney Ferreira

12 h mesa 6Pontos de fugaPola Oloixarac evalter hugo mãe mediação Ángel Gurría-Quintana

15 h mesa 7

Laços de famíliaPéter Esterházy e Emmanuel Carrèremediação Paulo Schiller

17 h 15 mesa 8

Noturno italianoAntonio Tabucchi conversa com Ignacio de Loyola Brandão

19 h 30 mesa 9A ética da representaçãoClaude Lanzmannmediação Márcio Seligmann-Silva

programação flip 2011

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cosac naify

na flip

2011

sáb 9 de julho

10 h mesa 10

No calor da horaEnrique Krauze eJohn Freemanmediação João Cezar de Castro Rocha

12 h mesa 11

A história em hq

Joe Saccomediação Alexandre Agabiti Fernandez

15 h 30 mesa 12

Ficção entre escombrosMarcelo Ferroni,Edney Silvestre eTeixeira Coelhomediação Claudiney Ferreira

17 h 15 mesa 13

Alegorias da ilha BrasilJoão Ubaldo Ribeiromediação Rodrigo Lacerda

19 h 30 mesa 14

Lugares escurosJames Ellroy mediação Arthur Dapieve

dom 10 de julho

10 h mesa 15

Pensamento canibalEduardo Sterzi eJoao Cezar de Castro Rochamediação Manuel da Costa Pinto

11 h 45 mesa 16

Tour dos trópicosDavid Byrne eEduardo Vasconcellosmediação Alexandre Agabiti Fernandez

14 h 30 mesa 17

Em nome do paiLaura Restrepo eHéctor Abad mediação Ángel Gurría-Quintana

16 h mesa 18

Espetáculo Macumba antropófaga, do Teatro Oficina Uzyna Uzona

veja cosac naify na flipinha

e flipzona na p.  35

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valterhugomãesex 8 de julho

12 h mesa 6

Pontos de fugaPola Oloixarac evalter hugo mãe mediação Ángel Gurría-Quintana

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valter hugo mãe nasceu em Angola, em 1971. Vencedor do Prêmio Literário José Saramago em 2007, é autor de outros três romances: o nosso reino, o apocalipse dos trabalhado res e o remorso de baltazar serapião,este publicado no Brasil pela editora 34. É também poeta, artista plástico, dj, vocalista da banda de rock Governo e editor – publicou em seu país autores brasileiros como Ferreira Gullar e Caetano Veloso.

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Com um estilo de prosa que José Saramago já definiu como um “tsunami linguístico, semân tico e sintático”, valter hugo mãe é o mais prestigiado autor de sua gera-ção em Portugal. Em a máquina de fazer espanhóis, seu romance mais recente, o escritor narra a história de antó-nio jorge da silva, um barbeiro de 84 anos que, depois de perder a mulher, passa a viver num asilo.

Sozinho, mas sem sucumbir ao pessimismo, silva se vê obrigado a investigar novas formas de conduzir sua vida. Ele, que viveu sob o peso da ditadura salazarista, faz também uma dura revisão de seu passado e de toda uma geração – não sem notar que o pessimismo sobre o papel de Portugal no mundo exacerbou-se. Considerado o acontecimento literário de 2010 em Portugal, a máqui-na de fazer espanhóis foi o segundo livro de ficção mais vendido naquele ano no país. A edição da Cosac Naify tem projeto especial, com capa desenhada pelo escritor e quadrinista Lourenço Mutarelli.

a máquina de fazer espanhóis

valter hugo mãe

texto de orelha e capa lourenço mutarelli

256 pp.

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com a morte, também o amor devia acabar. acto contí-nuo, o nosso coração devia esvaziar-se de qualquer sen-timento que até ali nutrira pela pessoa que deixou de existir. pensamos, existe ainda, está dentro de nós, ilusão que criamos para que se torne todavia mais humilhante a perda e para que nos abata de uma vez por todas com piedade. e não é compreensível que assim aconteça. com a morte, tudo o que respeita a quem morreu devia ser erradicado, para que aos vivos o fardo não se torne desu-mano. esse é o limite, a desumanidade de se perder quem não se pode perder. foi como se me dissessem, senhor silva, vamos levar-lhe os braços e as pernas, vamos levar-lhe os olhos e perderá a voz, talvez lhe deixemos os pul-mões, mas teremos de levar o coração, e lamentamos muito, mas não lhe será permitida qualquer felicidade de agora em diante.

[ … ] aprender a sobreviver aos dias foi como aceitar morrer devagar, violentamente devagar, à revelia de tudo quanto me pareceria menos cruel. e a natureza, se do meu coração não se esvaziou o amor pela laura, esta-ria numa aniquilação imediata para mim também, pou-pando-me à miséria de ver o sol que arde sem respeito por qualquer tragédia.

fica-se muito zangado como pessoa. não se criem dúvidas acerca disso. fica-se zangado e deseja-se aos

a máquina de fazer espanhóispp. 21 -23

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outros pouco bem, e o mal que lhes pode acontecer é-nos indiferente ou, mais sinceramente, até nos reconforta, isso sim, como um abraço de embalo, para que não se ponham por aí a arder como o sol e, sobretudo, não nos falem com uma alegriazinha ingénua, de tempo contado, e nos façam perceber o quanto éramos também ingénu-os e nunca nos preparáramos para a derrocada de todas as coisas. nunca nos preparamos para a realidade. pas-samos a ser cidadãos terrivelmente antipáticos, mesmo que façamos uma gestão inteligente desse desprezo que alimentamos crescendo. e só não nos tornamos perigo-sos porque envelhecer é tornarmonos vulneráveis e nada valentes, pelo que enlouquecemos um bocado e somos só como feras muito grandes sem ossos, metidas dentro de sacos de pele imprestáveis que já não servem para nos impor verticalidade nem nas mais pequenas batalhas. como faria falta ferrarmos toda a gente e vingarmo-nos do mundo por manter as primaveras e a subitamente estúpida variedade das espécies e as manifestações do mar e a expectativa do calor e a extensão dos campos e as putas das flores e das arvorezinhas cheias de passarinhos cantantes aos quais devíamos torcer o pescoço para nun-ca mais interferirem com as nossas feridas profundas. que se fodam. que se fodam os discursos de falsa preocu-pação dessa gente que sorri diante de nós mas que pensa

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que é assim mesmo, afinal, estamos velhos e temos de morrer, um primeiro e o outro depois e está tudo muito bem. […] que ódio tão profundo nos nasce. como incrivel-mente nos nasce alguma coisa num tempo que já supú-nhamos tão estéril.

a laura morreu, pegaram em mim e puseram-me no lar com dois sacos de roupa e um álbum de fotografias. foi o que fizeram.

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Leio na imprensa que a máquina de fazer espanhóis está entre as últimas leituras de Saramago. Sei bem do apreço que Saramago nutria pelo que escrevo, e tenho-o agrade-cido várias vezes, confiando que leria também o meu mais recente romance, até mesmo enviando notícia disso sem-pre com aquele abraço tão cordial e amigo que me dedi-cou. No entanto, o que me toca é ver o exemplar que assi-nei para ele ainda sobre a minha secretária, entre os meus papéis desorganizados, à espera da coragem do envio, à espera da coragem.

a máquina de fazer espanhóis foi o meu modo de pers-crutar a terceira idade numa perspectiva algo disfórica que vai procurando entender, e talvez aceitar, o declínio de cada faculdade, o declínio de cada coisa. Quem nos conta a história tem 84 anos e aprende a perder, perdendo sem-pre até aprender a morrer. É fácil de entender porque não enviei o livro a Saramago, covardemente deixando-o sobre a secretária à espera da carta perfeita para lho explicar e, talvez, pedir-lhe excepcionalmente que prescindisse de o ler. Tive medo de o magoar. Eu tive verdadeiramente medo de o magoar.

[ Leia no blog a íntegra do texto sobre as últimas leituras de José Saramago ] www.cosacnaify.com.br/blog 

por valter hugo mãe

As últimas leituras

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péteresterházysex 8 de julho

15 h mesa 7

Laços de famíliaPéter Esterházy e Emmanuel Carrèremediação Paulo Schiller

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Péter Esterházy nasceu em Budapeste, em 1950, her-deiro de uma linhagem bem conhecida da aristocracia húngara. Tem mais de trinta livros publicados, foi tra-duzido para mais de vinte e cinco idiomas, e ganhou cerca de vinte prêmios literários, entre os quais se destacam o húngaro Kossuth, em 1996, e o Prêmio da Paz da Asso-ciação dos Livreiros Alemães da Feira de Frankfurt, em 2004. Além do elogiado Uma mulher e de Os verbos auxi-liares do coração, a Cosac Naify publicará Harmonia Caelestis, considerado a obra-prima do autor.

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Romance sobre a morte de uma mãe, Os verbos auxilia-res do coração é uma reflexão emocionante acerca do luto, das relações familiares e da maneira de se escrever sobre a perda. Alternando entre o intimamente confessional e o ostensivamente literário, a obra se aproxima e se afas-ta da tristeza que busca retratar. Essa ambiguidade dá ao título sua ironia: a justaposição de uma categoria grama-tical (o verbo auxiliar) com o símbolo da paixão humana (o coração).

Com este livro, Esterházy se afirma como um dos principais escritores contemporâneos e, sobretudo, um renovador da linguagem do romance. O projeto gráfico do livro, concebido pelo próprio autor, com caixas que emolduram o texto, é uma referência a anúncios fúne-bres. “Altamente emocional, a observação delirante do filho conduz o leitor por caminhos inesquecíveis”, escre-ve Felipe Hirsch, na quarta capa da edição.

os verbos auxiliares do coração

péter esterházy

tradução paulo schiller

quarta capa Felipe hirsch

72 pp.

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Havia anos, sabíamos que a mamãe “estava péssima”, ain-da assim, quando o nosso pai telefonou e, delicadamente, pesando as palavras, e num tom novo, duro, que nunca tínhamos ouvido, nos comunicou que ela assim e assado, e que ele não achava, segundo a sua convicção pessoal, desnecessário que “nesses momentos” estivéssemos em casa, ou seja, que voltássemos para casa, ele nos surpre-endeu, na verdade, e com palavras idênticas, começamos a tentar nos ex plicar, justificando-nos com as obrigações cotidianas inadiáveis, que não sig nificavam indiferen-ça ou insensibilidade, mas a manifestação de instintos na turais, a convicção sensata de que a “coisa” não pode-ria ser “tão grave”, pois nunca fora tão grave (como o papai costumava dizer: “enquanto não houver problema, não há problema, só existe um problema quando há um problema”); mas o papai nos repreendeu, e nós afluímos de todos os cantos do mundo.

[ … ]

A enfermeira apontou para o canto, como uma vendedo-ra apática.

“Esta é a mãezinha de vocês.”Meu irmão, que até então estivera o tempo todo para-

do, imóvel, apenas me xendo a cabeça cabeluda, se movi-

Os verbos auxiliares do coração

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mentou assustado, ameaçador. A enfermeira se esguei-rou, apressada, junto de nós, “por que esse desespero?”, falou, quase amistosa; seu seio pesado (como se estivesse pendurado no pescoço, quase a desequilibrava) encostou no meu braço. Vi, a nossa irmã viu, e eu imaginei o que ela pensou. Portanto, na defensiva, eu fiquei na minha.

Quem ela apontara, a mamãe – o rosto era cinza, tinha algodões enfiados no nariz, na verdade devia ter tido um sangramento nasal. Tudo estava fora do lugar. Nas pró-prias cores havia um deslocamento, uma mediação. Olha-mos ao redor quase ao mesmo tempo e notamos o que era mais aterrorizante: que a mamãe não se diferenciava em nada dos companheiros de quarto. Embora sobre eles não conseguíssemos dizer ao certo o que eram; objetos estranhos, distantes, de onde saíam canos tortos, com-plicados, entre os lábios chupados o ar passava sibilan-te. Nossa mamãe também inspirava sibilando, feito uma máquina, e por isso achamos que ainda estava viva. Não havia nada nela que pudéssemos reconhecer.

[ … ]

Na frente da casa, um velho jardineiro trabalhava. Como quem estranhasse, com a cabeça inclinada de lado, obser-vava, man tendo-a à distância, uma planta de raízes ema-

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ranhadas, parecia segurar um ga tinho pelo pescoço. Para mim, a partir de palavras me ocorrem palavras, e assim por diante. Eu me sinto desenraizado porque sou a raiz. E de novo me lembrei de uma mulher de quatro sobre mim, os seios pendentes, sacudindo o traseiro com força, os seios balançando, entre as pernas, vi as raízes dos pelos finos caídos, ela lançava uma sombra enigmática, delica-da, sobre a parede salitrosa.

E, diante da casa, no parque sombreado, ao ver a planta-animal estranha, morta, na mão velha, pegajosa

– vazio, cheio de pó, com dor de cabeça, muita!, fora de todos os papéis, do meu papel, que é a naturalidade, não tive saída, a não ser a de tomar consciência, no íntimo, para mim mesmo, solitário: fiquei órfão.

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O prefácio de Os verbos auxiliares do coração é datado de 16 de junho. Esta data aparece aproximadamente trinta vezes ao longo de Introdução à literatura [série de textos que Esterházy publicou nos anos 80 e apareceu como um volume único em 1986] e, para Esterházy, é duplamente sig-nificante. Por um lado, foi o dia em que Imre Nagy, o líder do governo revolucionário húngaro, foi executado, dois anos após a revolta. No mesmo dia, em 1989, Nagy – até então enterrado em vala comum – recebeu funeral público em Budapeste, marcando o início do fim do regime comunista húngaro. Mas 16 de junho é também um dia crucial na his-tória da ficção moderna. É o Bloomsday de James Joyce – o dia em que acontece a ação de Ulysses, um dia na vida do personagem central, Leopold Bloom. A fusão fortuita da história nacional e da história literária serve como lembre-te que, para todo o seu divertido virtuosismo e insistência na autonomia da literatura, Esterházy permanece total-mente consciente do contexto histórico no qual sua litera-tura se inscreve.

[ Leia no blog o texto completo do crítico e professor de literatura da Universidade de Colônia, Alemanha ] www.cosacnaify.com.br/blog 

Recados do coraçãopor Richard Aczel

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antoniotabucchisex 8 de julho

17 h 15 mesa 8

Noturno italianoAntonio Tabucchi conversa com Ignacio de Loyola Brandão

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Antonio Tabucchi nasceu em 1943, em Vecchiano, pro-víncia de Pisa, na Itália. É autor de Noturno indiano (1984, prêmio Médicis Étranger), Réquiem (1992), Afirma Pe-reira (1994, prêmio Campiello), entre outros. Além de escritor, é ensaísta, crítico e mantém íntima relação com o universo da língua portuguesa, tendo traduzido Fer-nando Pessoa e Carlos Drummond de Andrade para o ita-liano. Premiado não só na Itália, mas também na França, Alemanha, Áustria, Grécia e Espanha, já foi traduzido para mais de quarenta idiomas.

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o tempo envelhece depressa

antonio tabucchi

tradução nilson moulin

texto de orelha bernardo carvalho

160 pp.

Eleito pela revista francesa Lire como o melhor livro de contos de 2009, O tempo envelhece depressa marca a estreia de Antonio Tabucchi na Cosac Naify. Os nove tex-tos do volume homenageiam, segundo o autor italiano, as Nove estórias, de J. D. Salinger (“o livro de contos mais belo do século xx”), e articulam memória, melancolia e reflexões sobre a passagem do tempo.

Um homem vai à Grécia sem entender o que o leva até lá; um militar húngaro diretamente envolvido na invasão soviética de 1956 tem sua vida repassada; uma mulher se vê entre a família suíça e os antepassados ber-beres. Com histórias que se passam na Alemanha, Grécia, Hungria e outros países, Tabucchi reflete sobre o passa-do e o presente do velho continente, colocando em cena personagens melancólicos e suas tentativas de reelabo-rar o passado. “Não poderia haver narrativa sem o tempo e sem as perdas”, escreve Bernardo Carvalho no texto de orelha da edição.

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A manada era de uma dezena de cavalos, talvez mais, quase todos com pelo cinzento, alguns malhados. Porém, um pou-co à frente dos outros, pescoço teso em pose altiva como se fosse o chefe do bando, havia um garanhão negro que raspou a terra com o casco e relinchou. Não estavam mui-to distantes, não mais que duzentos ou trezentos metros, mas não tinha reparado e só quando olhou para eles teve a impressão de que eles também olharam para ela e foi aí que o garanhão relinchou mais forte, e como se a troca de olhares constituísse um sinal de entendimento, os cava-los se mexeram ondulando no ar trêmulo daquela tarde quente, o garanhão sacudiu a crina, relinchou ainda mais forte e partiu a galope arrastando a manada atrás dele. Ela via que eles avançavam, incapaz de se mover, percebendo que o espaço da vasta planície havia falseado a perspectiva, estavam mais distantes do que pareciam, ou então leva-vam tempo demais para se aproximar, como certas cenas de cinema em que os movimentos se realizam mais lentos, quase líquidos, como se os corpos fossem dotados de uma graça oculta que um estranho sortilégio nos vai revelando. Avançavam assim, os cavalos, com aquela escansão flui-da que às vezes o sono nos dá, como se navegassem pelo ar, mas seus cascos tocavam a terra porque atrás deles se levantava uma espessa cortina de poeira que daquele lado encobria o horizonte. Avançavam mudando suas posições,

O tempo envelhece depressapp. 21-24

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ora em fila indiana, ora abrindo-se em leque, ora dividin-do-se como se cada um tivesse uma meta diferente e, enfim, reunindo-se em uma fileira compacta, enquanto a cabeça e o pescoço de cada um seguiam o mesmo ritmo, a mesma cadência, até que se abriam de novo em leque, como uma onda feita de corpos. Por um momento pensou em fugir, mas entendeu que não podia. Virou-se na direção dos ani-mais e permaneceu imóvel, mantendo as mãos cruzadas na frente dos seios como se tivesse de protegê-los. Naque-le momento o cavalo negro freou sua corrida plantando os cascos na poeira, com ele parou todo o bando, como se a batuta de um maestro houvesse decretado uma pausa naquele misterioso balé sem música, mas era apenas um intervalo, isso percebeu claramente. Olhou-os e esperou, não estavam a mais do que dez metros de distância, podia ver bem seus grandes olhos úmidos, os focinhos que pul-savam ofegantes, o suor que brilhava nas garupas. O cavalo negro levantou a pata direita, como fazem os cavalos no circo quando o espetáculo equestre começa, deixou-a sus-pensa no ar por um instante, e depois partiu com ímpeto começando a girar ao redor dela, e girando, seus cascos escavaram no terreno um círculo exato, e então, como se fosse um sinal combinado, todos os outros cavalos se puseram a segui-lo, primeiro trotando depois galopando com mais e mais intensidade, marcada pela velocidade

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que ditava o garanhão, como um carrossel cujos freios quebraram e roda enlouquecido. Assim, observava-os cor-rendo ao seu redor, num círculo cada vez mais rápido, a tal velocidade que quase não havia mais espaço entre cavalo e cavalo, apenas um muro de cavalos convertidos em um só cavalo, o perfil ininterrupto de um cavalo cuja cabeça recomeçava com uma cauda e cuja cauda era uma cabe-ça, e os cascos, levantando uma nuvem de poeira que os envolvia, ressoando sobre o terreno árido lhe pareceram o som de tambores de um lugar do qual não tinha lembrança, mas que sentiu com absoluta nitidez, e por um instante viu mãos que batiam na pele dos tambores, a música que che-gava a seus ouvidos saía do solo, como se a Terra sacudis-se, sentiu isso, antes de chegar aos ouvidos subia dos pés para as pernas, o tronco, o coração, o cérebro. Entretanto os cavalos giravam em círculo, cada vez mais rápidos, tão rápidos quanto seus pensamentos, que também se trans-formaram num círculo, um pensamento que pensava a si mesmo, deu-se conta de que estava pensando que pensava, nada mais, e naquele momento o chefe do bando, do mes-mo modo repentino como desenhara o círculo, rompeu-o com um afastamento brusco que parecia subtrair-se às leis da natureza, desenhou uma tangente de fuga arras-tando atrás de si toda a manada e em poucos instantes os cavalos se afastaram a galope.

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Ela permanecia ali, olhava o luzir das palhas suspen-sas na poeira que brilhavam à luz do pôr do sol, pensou que devia continuar pensando que não pensava em nada, sentou-se vasculhando com os dedos entre a palha eriça-da, buscando a terra, o sol estava desaparecendo e a luz alaranjada já tinha alguns reflexos de índigo, daquela altura o horizonte era circular, era a única coisa em que conseguia pensar, que o horizonte é circular, era como se o círculo desenhado pelos cavalos tivesse se dilatado até o infinito transformando-se no horizonte.

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Faz exatamente meio século, no verão de 1953, Antonio Tabucchi, que tinha então dez anos, foi passar as férias em Cadaqués com a família de seu tio, que havia alugado uma casa com jardim bem ao lado daquela que há muito tempo era a casa de veraneio dos meus pais. Eu, então com cin-co anos, tinha o costume de, ao cair da tarde, pegar uma cadeira, levá-la ao quintal e ficar de pé nesta cadeira para poder ver, por cima do muro de tábuas, o jardim dos vizi-nhos. Parece que quando via surgir o menino da casa ao lado, eu dizia:

— Antonio, Antonio...— O quê? — ele me respondia com certo enfado, porque

já sabia o que eu ia dizer.— Antonio, os adultos são estúpidos.Às vezes imagino que toda vez que falava isso, minha

mãe me mandava descer imediatamente e entrar em casa.— Vamos, para dentro, o que está fazendo, já é tarde! —

gosto de imaginar que ela me dizia. Mas minha mãe se nega a aceitar como verdade que ela me obrigava a voltar para casa, e diz que na verdade eu não subia na cadeira nem dizia coisas estranhas, eu logo me cansava de estar ali e em pouco tempo voltava para casa, perguntando pelo jantar, e isso era tudo. Minha mãe não aceita que eu conte outras versões por-que diz que simplesmente são falsas, não são verdadeiras. E minha mãe não gosta de lembranças inventadas. [ ... ]

Tabucchi, vizinhopor Enrique Vila-Matas

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Quando me apresentaram Tabucchi em Barcelona, quase imediatamente perguntei se por acaso alguma vez havia passado as férias de verão em Cadaqués, e ele me disse que sim, e logo percebemos que era eu o menino que achava estúpidos os adultos. “Vê, nem todas as lembranças são inventadas”, me disse Tabucchi, “apesar de real, deve-mos transformá-las até que pareçam inventadas e assim conseguir que não sejam tão nossas, devemos desorientar aqueles que perseguem dados reais para reconstruir nos-sas vidas”. Entendi que para Tabucchi nossa inclinação natural sempre foi de ser outros e ser muitos, o que feliz-mente nos permitiu organizar nossa poética a posteriori, converter nossas vidas e escritos em uma soma das vidas falsamente verdadeiras de todos aquele personagens dos nossos livros que habitaram em nós.

[ Leia no blog a íntegra do texto do escritor catalão sobre o verão de 1953 com o vizinho Tabucchi ] www.cosacnaify.com.br/blog

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flipinha e flipzona

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Fernando Vilelaqua 6 de julho 10 h 30 performance de ilustradores com Maurício Veneza

15 h ciranda dos autores

Histórias de todos os temposcom Leonardo Chiancamediação Cláudio Aquino

Marcelo Cipisqui 7 de julho

9 h 30 ciranda dos autores

Um mundo de imagens e palavrascom Marcelo Carneiromediação Flora Salles França Pinto

Ilan Brenmansex 8 de julho

9 h 30 ciranda dos autores

Senta que lá vem história...com Pedro Bandeiramediação Janete Moreira

Heloisa Prietosáb 9 de julho 15 h ciranda dos autores

Meu olhar para o mundocom Daniel Mundurukumediação Geanne Ampuero

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Fernando Vilela é artista plástico, designer, profes-sor, além de escrever e ilustrar livros. Por seu primeiro livro, Ivan Filho-de-Boi (Cosac Naify, 2004), com texto de Marina Tenório, ganhou o prêmio Revelação de Ilus-trador 2004, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (fnlij). Para a mesma editora também ilustrou Contos para crianças impossíveis, de Jacques Prévert (2007). Em 2005, participou da Bienal Internacional de Ilustração de Bratislava, Eslováquia. Como artista plásti-co, já realizou diversas exposições no Brasil e no exterior. Seu trabalho pode ser visto no site fernandovilela.com.br.

Fernando Vilela

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O que poderia acontecer se o nosso famoso cangaceiro do sertão nordestino enfrentasse um dos cavaleiros medie-vais da Távola Redonda do Rei Arthur? Esse encontro mais do que inusitado fez com que o ilustrador e autor Fernando Vilela compusesse uma obra extremamente original, mesclando linguagens diversas: em verso, na sextilha do cordel sertanejo, e em prosa, no tom das nar-rativas épicas; em carimbo e xilogravura.

O confronto entre Lampião e Lancelote se estende às cores especiais que vêm preencher as páginas: o prata e o cobre, em contraste com o negro, compondo imagens de uma beleza plástica deslumbrante. O livro ainda traz um glossário e um texto explicativo sobre as referências de Vilela para desenvolver esta obra grandiosa, no tama-nho e no talento. O resultado, como diz Braulio Tavares no texto de quarta capa, “é uma aventura visual e poética à altura das duas culturas que a inspiraram”.

lampião & lancelote

Fernando vilela

quarta capa braulio tavares

52 pp. | 24 ils.

menção honrosa na feira

de bolonha

2 prêmios jabuti

4 prêmios fnlij

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Marcelo Cipis é paulistano e nasceu em 1959. Arquiteto de formação, é também artista plástico, ilustrador e car-tunista. Sua relação com as artes plásticas é de longa data, desde as idas ao ateliê de Fanny Abramovitch, no início dos anos 1970, os estudos de aquarela com Rubens Matu-ck, na década de 1980, passando pelas exposições nas bie-nais de Brno (República Tcheca), na xxi de São Paulo e em duas de Havana (Cuba). Sua primeira mostra individual foi em 1988, na Galeria Documenta. Na literatura infan-tojuvenil, a sua carreira começou em O livro da música (Companhia das Letrinhas, 2000). Pela Cosac Naify, ilus-trou Barulho, barulhinho, barulhão (2004) e Cores das cores (2006), ambos com texto de Arthur Nestrovski. Seu trabalho pode ser visto no site marcelocipis.com.br.

Marcelo Cipis

ren

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Marcelo Cipis

Fazendo associações entre as cores e os sentimentos (roxo de raiva), as frutas (o laranja da laranja) ou mesmo os times de futebol (o azul do azulão), o livro apresenta uma progressão de cores. Como em uma sinfonia, elas aparecem à medida que o texto fica mais complexo.

Este livro desafia a nossa curiosidade: você é capaz de reco-nhecer os sons que o rodeiam? O avião que passa no céu faz um barulhinho ou um barulhão? Com poucas palavras, Arthur Nestrovski nos transporta do barulho da barriga ao zzz… do mosquito. As divertidas ilustrações de Marcelo Cipis sugerem que o som também possui forma e cor.

cores das cores

texto arthur nestrovski

ilustrações marcelo cipis

56 pp. | 30 ils.

barulho, barulhinho, barulhão

texto arthur nestrovski

ilustrações marcelo cipis

64 pp. | 28 ils.

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Ilan Brenman nasceu em Israel, em 1973, filho de pais argentinos, avós russos e poloneses. Formou-se em psi-cologia na puc-sp, mas não exerceu a profissão. Se apro-ximou da literatura como contador de histórias e, em 1997, ingressou no projeto Biblioteca Viva, da Fundação Abrinq e trabalhou na formação de educadores em cre-ches, comunidades de risco e assentamentos de terra. Durante cinco anos teve contato com públicos diversos, de crianças portadoras de deficiências a adolescentes hospitalizados.  Fez mestrado e doutorado pela Facul-dade de Educação da Universidade de São Paulo (usp) e já publicou mais de trinta livros infantojuvenis, tendo recebido diversos prêmios. Para conhecer mais sobre o autor, acesse ilan.com.br.

Ilan Brenman

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O autor retoma textos do Talmude, código da religião judaica criado no século v, para abordar algumas passa-gens da Torá, conjunto de escrituras sagradas que exis-tiram antes mesmo de o mundo ser criado. Sete rabinos se reúnem para repetir um ritual tão antigo quanto a própria Criação: contar histórias. Surgem, assim, as nar-rativas da Lua narcisista que quer ser maior do que o Sol; da dúvida divina sobre onde sopraria a alma em Adão; do Senhor do Bom Nome, fundador do hassidismo, e outros mitos. Partindo de símbolos tradicionais, o artista plás-tico Sérgio Sister criou desenhos abstratos para as histó-rias dos rabinos, em tons de ouro, prata e azul.

o senhor do bom nome e

outros mitos judaicos

ilan brenman

ilustrações sérgio sister

apresentação luana chnaiderman de almeida

64 pp. | 33 ils.

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Heloisa Prieto, paulistana, nasceu em 1954. Fascina-da pela obra de Edgar Allan Poe, Guy de Maupassant e Honoré de Balzac, dedicou-se à escrita e pesquisa de lite-ratura gótica. Doutora em literatura francesa (usp), mes-tra em comunicação (puc-sp), ela se divide entre escre-ver, traduzir e ministrar oficinas de criação literária para crianças e adolescentes. Já publicou mais de cinquenta livros e recebeu importantes prêmios. É coordenadora, junto de Augusto Massi e Daniel Kondo, da coleção Ópe-ra Urbana, coeditada pela Cosac Naify e Edições Sesc-sp.

Heloisa Prieto

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Um livro todo preto, repleto de esqueletos, figuras estra-nhas, rostos assustadores… Não é preciso ser gótico ou frequentar cemitério para se divertir com esta história do além. Meia-noite, sexta-feira 13, o pneu do carro fura em frente ao cemitério. Este é só o começo da aventura narrada por uma garota que foge de uma festa sem graça, sem imaginar o que aconteceria depois. Com um texto ágil, repleto de frases e diálogos curtos, Heloisa conduz o leitor por esta cidade habitada por seres aparentemente deste, mas, na verdade, de outro mundo. As ilustrações de Elizabeth Tognato retratam vultos fantasmagóricos e bastante realistas. Um libreto traz, além de informa-ções sobre cemitérios importantes, diversas curiosidades sobre o tema: sugestões de filmes e bibliográficas, poemas, esculturas tumulares, túmulos de famosos, entre outras. Um verdadeiro livro mal-assombrado.

cidade dos deitados

heloisa prieto

ilustrações elizabeth tognato

60 pp. | 23 ils.

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2006Carlito Azevedo Ferreira GullarMarcos SiscarOlivier Rolin

2007Alan PaulsChacalFernando VilelaGabriel o PensadorPalavra CantadaVeronica Stigger

2004Arnaldo AntunesDavi Arrigucci Jr.Luiz Vilela

2005Alberto MartinsEnrique Vila-MatasRonaldo Correia de Brito

2003Ferreira GullarMarçal Aquino

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2008Humberto WerneckIngo SchulzeLorenzo MammìMarilda CastanhaNelson CruzOdilon Moraes Vanessa BarbaraVitor Ramil 2010

Benjamin MoserFerreira GullarLalau e LaurabeatrizLuiz ZerbiniRonaldo Correia de BritoWilliam Kennedy

2009Angélica FreitasCynthia CruttendenDaniel KondoDavi Arrigucci Jr.Grégoire BouillierMario BellatinRodrigo Lacerda

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip)(Câmara Brasileira do Livro, sp, Brasil)

Cosac Naify na flip 2011 São Paulo: Cosac Naify, 2011

Vários autores.isbn 978-85-405-0012-91. Cosac Naify — catálogos 2. flip — Festa Literária Internacional de Paraty 3. Livros — Bibliografia — Catálogos

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