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Anais 5. o Seminário Saberes e Práticas do Movimento na Educação Infantil 2013

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Anais 5.o Seminário Saberes e Práticas do Movimento na Educação Infantil

2013

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PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBAGustavo Fruet

SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃORoberlayne de Oliveira Borges Roballo

SUPERINTENDÊNCIA EXECUTIVAMarcos Flávio de Oliveira Schiefler Filho

DEPARTAMENTO DE LOGÍSTICAMaria Cristina Brandalize

DEPARTAMENTO DE PLANEJAMENTO E INFORMAÇÕESElizabeth Helena Baptista Ramos

SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO EDUCACIONALIda Regina Moro Milléo de Mendonça

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO INFANTILMaria da Glória Galeb

DEPARTAMENTO DE ENSINO FUNDAMENTALWaldirene Sawozuk Bellardo

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA E DIFUSÃO EDUCACIONALLeticia Mara de Meira

COORDENADORIA TÉCNICA – ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DE ENSINOEliana Cristina Mansano

COORDENADORIA DE ATENDIMENTO ÀS NECESSIDADES ESPECIAISElda Cristiane Bissi

UNIDADE GESTORA DO PROGRAMA COMUNIDADE ESCOLAAlvaro Nogueira Olendzki

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Apresentação

É com grande satisfação que apresentamos os Anais do 5.º Seminário Saberes e Práticas do Movimento na Educação Infantil. Esse seminário é realizado em parceria com o Projeto Educamovimento: Saberes e Práticas na Educação Infantil (PIBID – CAPES/UFPR) e constitui um espaço de discussão sobre o trabalho educativo com a linguagem movimento, por meio de apresentações de relatos de experiência entre profissionais da Rede Municipal de Ensino de Curitiba (RME) e acadêmicos dos cursos de Li-cenciatura em Educação Física da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). O objetivo desse documento é socializar práticas bem-sucedidas, desen-volvidas pelos profissionais que atuam nos CMEIs, CEIs conveniados e escolas que ofertam a Educação Infantil, os quais são responsáveis pelo conteúdo e pelas ideias expressos. Desejamos que esse material auxilie no planejamento de práticas de movimento, tendo como foco a aprendizagem e o desenvolvimento das crian-ças com relação ao reconhecimento e domínio de seu corpo, à vivência de diferentes movimentos corporais provenientes da cultura em que se encontra e à utilização do movimento como uma linguagem.

Maria da Glória GalebDiretora do Departamento de Educação Infantil

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Sumário

A alegria da dança cigana.......................................................................................................A arte de se movimentar brincando.......................................................................................A ginástica rítmica como forma de ampliação cultural e corporal na educação infantil...Aprendendo com os jogos cooperativos................................................................................Aprendendo por meio do corpo..............................................................................................Bailando no maternal II..........................................................................................................Berçário em movimento..........................................................................................................Berçário remexendo................................................................................................................Bola, brinquedo espoleta........................................................................................................Brincadeiras antigas...............................................................................................................Brincadeiras da infância.........................................................................................................Brincadeiras de criança..........................................................................................................Brincadeiras ginásticas com materiais..................................................................................Brincadeiras ginásticas com tecidos e bexigas.....................................................................Brincadeiras tradicionais........................................................................................................Brincando com capoeira.........................................................................................................Brincando com diferentes tecidos..........................................................................................Brincando com esportes (futebol, vôlei e basquete)............................................................Brincando de movimentar.......................................................................................................Brincando e aprendendo com o corpo...................................................................................Brincar é explorar – berçário em movimento........................................................................Cama de gato..........................................................................................................................Capoeira: brincando e cantando............................................................................................Chamada com movimento......................................................................................................Com música e movimento, a gente aprende.........................................................................Conhecendo a capoeira..........................................................................................................Conhecendo e movimentando o meu corpo..........................................................................Conhecendo meu corpo em movimento................................................................................Coordenação do olho ao pé...................................................................................................Corpo em movimento..............................................................................................................Estica e puxa........................................................................................................................... Eu me remexo muito...............................................................................................................Ginástica ao meu alcance.......................................................................................................Ginástica com materiais.........................................................................................................Ginástica historiada: o boneco de borracha..........................................................................Jogos de bola de gude............................................................................................................Livre, leve e solto.....................................................................................................................Manobras radicais no berçário II.........................................................................................

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Movimentando meu corpo....................................................................................................Movimentando o meu corpinho, superando obstáculos....................................................Movimentando para crescer.................................................................................................Movimento na educação infantil: o prazer de brincar e aprender do início ao fim..........Música e movimento têm tudo a ver...................................................................................O movimento através das brincadeiras...............................................................................O movimento e seus múltiplos desafios..............................................................................Obstáculos no caminho.........................................................................................................Passeando de carro...............................................................................................................Portinari é... Movimento! A utilização de obras de arte nas práticas de movimento.......Rápido... Devagar... ..............................................................................................................Redescobrindo o movimento................................................................................................Relaxamento – afetividade em movimento.........................................................................Remexendo e aprendendo....................................................................................................Resgate de brincadeiras de infância com sucatas.............................................................Rola, rola e escorrega............................................................................................................Slackline e escalada – perdendo medo e criando coragem..............................................Subindo e descendo... Subindo e pulando... .....................................................................Tecendo movimento..............................................................................................................Vamos brincar?.......................................................................................................................Vamos brincar com o soldadinho de chumbo?...................................................................Viagem ao centro da terra.....................................................................................................

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Profissionais: Jurema Rodrigues Neusa MartinsUnidade escolar: CMEI Centro Cívico – NRE MZTurma de aplicação: Maternal IIIÁrea de formação humana: Linguagem movimento e Linguagem artística – Dança Modalidade organizativa do tempo didático: Sequência didática

JustificativaEssa atividade visa a oportunizar que a criança vivencie a dança cigana e, através dessa aquisição de conhecimento, amplie as possibilidades de interação, diversifi cando o seu repertório de movimento, bem como que ela conheça uma cultura diferente.

ObjetivosAmplo Ampliar sua expressão corporal, explorando diferentes possibilidades de movimento em práticas de dança.

Específicos• Experimentar movimentos corporais, ocupando o espaço (frente, trás, lado) e fazendo

uso do tempo (rápido e lento) e da fl uência (contínua). • Explorar movimentos a partir de estímulos visuais (imagens/vídeos) e da referência do

adulto. • Imitar e criar movimentos corporais, conforme referências propostas pelo educador.

RecursosData show, fotos, vídeos, roupa cigana, CDs.

Desenvolvimento1.a etapa: Realizamos uma roda de conversa sobre a dança cigana, perguntando às crian-ças se elas têm algum conhecimento a respeito e se já viram alguém dançando. A partir da roda de conversa, foi contada a história da dança cigana. Após esse momento, as crianças puderam observar fotos de dança cigana, para que pudessem observar as vestimentas.2.a etapa: Escutaram algumas músicas ciganas. Após ouvirem as músicas, deixamos que as crianças dançassem com os colegas, em pequenos grupos.

A ALEGRIA DA DANÇA CIGANA

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3.a etapa: Apreciaram vídeos sobre a dança cigana. Observaram que as vestimentas são bem coloridas e brilhantes, que as dançarinas usam muitas pulseiras e colares e movimen-tam bastante os braços. Comentaram que as mulheres usam saias longas e vermelhas.4.a etapa: Apreciaram uma apresentação de dança cigana na sala. A dançarina cigana foi a professora Carla, que conviveu com a cultura cigana na sua infância. Foi o momento mais esperado pelas crianças; quando ela apareceu trajada com a roupa cigana e contou um pouco sobre a cultura, todos gostaram muito. Demonstraram interesse e muita curiosida-de, prestando atenção até o fi nal; algumas interagiram com palmas, e outras fi caram com os olhos fi xos na apresentação. 5.a etapa: Organizamos uma área para que as crianças dançassem, recriando movimentos corporais da dança cigana. Algumas crianças reproduziram movimentos da dança cigana, como bater as mãos e mexer o quadril, enquanto outras criaram seus próprios passos. 6.a etapa: Realizamos uma roda de conversa sobre o trabalho feito com a dança cigana, perguntando: “O que vocês mais gostaram da dança cigana?” Seguem algumas das res-postas: “O que mais gostei foi da Carla dançando, porque a roupa dela era brilhante, e ela usava saltos. Eu não sabia da dança cigana até que mostraram o vídeo pra mim.”; “Eu gostei que ela [a Carla] dançou, que ela se mexeu bastante, e da roupa, que era azul.”; “Eu só via a dança cigana aqui na creche, na parede [exibição do vídeo]. Gostei da dançarina dançando, da roupa dela, que era brilhante e fi cava girando. A cigana faz assim com os braços [fez os gestos com os braços, mostrando a fl uência do movimento].”; “Eu já tinha visto a dança cigana num parque, onde minha mãe me levou. Tem que dançar muito boni-to; não pode fi car parado. Eu aprendi a dançar. Eu gostei da moça que dançou, ela tinha o sapato rosa. Eu também gostei da Carla que dançou, que estava de vestido azul, que tinha um brilho rosa. Agora sei dançar dança cigana; eu dancei lá fora na minha casa. Meu pai dançou junto comigo; ele não sabia, mas eu ensinei a ele.”

AvaliaçãoConcluímos que a sequência didática ocorreu com sucesso, de forma prazerosa para as crianças, pois elas demonstraram grande interesse ao realizar os movimentos propostos. Esses momentos foram oportunos para que elas pudessem conhecer um pouco sobre a história e a dança cigana. As crianças aprenderam alguns movimentos ao imitar a dança-rina. Ampliaram seu repertorio de música e de expressão corporal. Foram oportunizadas a exploração e a criação de diferentes movimentos corporais.

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Profissionais: Elaine Cristina de Araújo Prado Giovana da S. Schwiderski Nanci Ayabe Unidade escolar: CMEI Vila Camargo – NRE CJTurma de aplicação: Maternal II e IIIÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaAs crianças já conheciam algumas das brincadeiras tradicionais que já faziam parte de nossa cultura. Através da atividade permanente, possibilitou-se aprimorar brincadeiras já conhecidas por elas e vivenciar brincadeiras ainda desconhecidas. A linguagem movimen-to permitiu a possibilidade de ampliação das práticas corporais.

Objetivos• Vivenciar diferentes práticas de movimento, através de brincadeiras tradicionais.• Criar diferentes movimentos, explorando as possibilidades de movimentação do corpo.

Recursos Bola, lenço, cadeiras, CDs, rádio.

DesenvolvimentoA atividade permanente foi elaborada e desenvolvida pela equipe de apoio, com frequên-cia semanal, com duração de três meses (março, abril e maio). No dia da permanência, trabalhamos “A arte de se movimentar brincando” como atividade permanente, com du-ração de 30 minutos de manhã e 30 minutos à tarde, aproximadamente. A turma sempre foi dividida em dois grupos, com propostas diferentes para os mesmos. Um dos grupos desenvolveu atividades de movimento, enquanto outro trabalhou em outra atividade per-manente.1) Qual a brincadeira de que mais gosta? Em roda de conversa, perguntamos às crianças sobre o que elas gostavam de brincar; durante a conversa, lembramos dos nomes de algu-mas brincadeiras tradicionais, como: amarelinha e lenço atrás, entre outras. Registramos a fala das crianças no momento e levamos para a roda alguns materiais utilizados nas brincadeiras tradicionais, como bola, lenço e banquinho. Conversamos com elas a respeito de como os materiais são usados durantes as brincadeiras.

A ARTE DE SE MOVIMENTAR BRINCANDO

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2) Brincando de cobra-cega. Explicamos para as crianças a respeito da brincadeira e, de-pois, brincamos de cobra-cega com elas. Para essa brincadeira, são necessárias, no mí-nimo, três crianças. Uma das participantes seria a cobra-cega e teria os olhos vendados com um lenço, pois o objetivo seria pegar alguém e adivinhar quem era. Em um primeiro momento, a brincadeira foi feita sem vendas no rosto; depois, com vendas, mas na com-panhia de um colega; fi nalizando, com vendas e sozinhas. 3) Brincando de dança da cadeira. Explicamos para as crianças sobre a brincadeira da dança da cadeira; depois, brincamos com elas. Para essa brincadeira, são necessárias, no mínimo, cinco crianças e quatro cadeiras. Ao iniciar a música, as crianças dançam ao redor das cadeiras; quando a música parava, as crianças sentam e, quem fi ca em pé, aguarda de fora para conhecer o vencedor. Segue a brincadeira, tirando-se uma cadeira a cada vez. No primeiro momento, o número de cadeiras foi no mesmo número de crianças; uma cadeira somente foi retirada quando as crianças já estavam familiarizadas com a brincadeira.4) Brincando de estátua. Para essa brincadeira, não existe mínimo ou máximo de partici-pantes, e todas as crianças podem brincar. Ao toque da música, todas as crianças dançam livremente no espaço escolhido; ao fi m da música, o educador grita “Estátua”, e todas as crianças fi caram imóveis, respeitando seus limites corporais.

Avaliação Foi realizada através de registros da fala das crianças em roda de conversa, além de re-gistros fotográfi cos. Já no início, percebemos que as crianças conheciam algumas brin-cadeiras tradicionais, mas nem sempre sabiam como brincar coletivamente. Durante a atividade permanente desenvolvida, elas conheceram as brincadeiras e puderam compar-tilhar essa vivencia conosco e com os colegas, sem a preocupação de uma regra fi xa para a brincadeira. Oportunizamos a possibilidade de várias crianças, ao mesmo tempo, terem o rosto vendado na brincadeira da cobra-cega e cadeiras para todas as crianças na dança da cadeira. As crianças relataram: “Estátua não anda e não fala.”; “Eu me mexo, sim; eu não sou duro.”; “Eu faço pose, sim.”; “Tira uma foto de mim?”; “Eu gostaria de brincar, mas está tão lindo.”

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Profissionais: Jéssica Valério Mota Rosa Helena de Pinho do NascimentoUnidade escolar: CMEI Olga Benário Prestes – NRE PNTurma de aplicação: PréÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Sequência didática

JustificativaEssa sequência didática originou-se da ideia de realizar um trabalho com a equipe de per-manência, atendendo às crianças da turma do pré. Sendo assim, optou-se pelo trabalho com a linguagem movimento, pois se podem observar as particularidades, as difi culdades e os avanços de cada criança. O trabalho das educadoras é de mediação, intervenção do processo de criação das crianças, estimulando a espontaneidade e a busca de novas pos-sibilidades corporais. Com prática de leitura corporal dos movimentos da ginástica, vamos contribuir com aspectos sociais, afetivos, cognitivos e motores; na questão da formação humana, trabalharemos com princípios básicos de cooperação, socialização e respeito pelo outro e pelo seu próprio corpo. Para isso, pretende-se oferecer diferentes materiais que sejam de exploração da ginástica rítmica, tais como: maça, arco, bolas, tecidos, cor-das e fi tas. Assim, vai se realizar a observação e a construção do conhecimento de um tipo de ginástica.

Objetivos• Criar e expressar gestos corporais e coreografi as. • Conhecer os aparelhos da ginástica rítmica: corda, tecidos, bola, fi ta, maça e arco.• Vivenciar a ginástica rítmica e seus elementos, realizando movimentos preconizados.• Ampliar suas possibilidades de movimentação corporal.

RecursosData show, computador, vídeo, rádio; bola, tecido, arco, corda, fi tas, massa e colchonetes; materiais para confecção e decoração: jornal, fi ta crepe, cola, tesoura, fi ta adesiva, tecido TNT, garrafa pet, tampinhas de garrafas, linha, agulha de costura, papel laminado.

DesenvolvimentoAs etapas foram desenvolvidas nas quintas-feiras, durante o período da permanência das educadoras da sala.

A GINÁSTICA RÍTMICA COMO FORMA DE AMPLIAÇÃO CULTURAL E CORPORAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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1.a etapa: Em roda de conversa, falamos sobre a ginástica rítmica.2.a etapa: Apresentamos às crianças vídeos de ginastas, que demonstram o movimento e os elementos da ginástica (bola, maça, tecido, arco, corda e fi ta).3.a etapa: Após apresentação dos materiais e explicação sobre cada um, enfatizando seus nomes, em roda de conversa, os materiais foram confeccionados pelas crianças, com a ajuda das educadoras.4.a etapa: Realizamos os movimentos da ginástica rítmica, com arcos, fi tas, cordas, bolas e maças.5.a etapa: Relembrando os vídeos, realizamos os movimentos com as crianças, dividindo a sala em grupo. Cada criança escolhia o material a ser utilizado, tendo a liberdade de criar e expressar-se com suas próprias coreografi as.6.a etapa: Apresentamos de um grupo de ginástica rítmica para a apreciação da turma.

AvaliaçãoFoi realizada conforme a participação das crianças, suas interações com os colegas e os movimentos criados pelo grupo. Ao assistir aos vídeos sobre da apresentação de ginástica rítmica, observamos que as crianças já conheciam alguns materiais, como: bola, corda e arco, já que esses materiais pertencem ao acervo do CMEI e são utilizados nas práticas de movimento. Em seguida, ao vivenciar as atividades de ginástica rítmica, a turma de-monstrou interesse, participando ativamente das atividades propostas, expressando-se e criando suas próprias coreografi as, o que contribuiu para ampliar as possibilidades de movimentação corporal.

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Profissional: Márcia Cristina Ribeiro OsinskiUnidade escolar: CMEI Liberdade – NRE BVTurma de aplicação: PréÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Sequência didática

JustificativaObservamos que as crianças necessitavam da efetivação dos jogos cooperativos em suas práticas diárias, a partir da observação em suas brincadeiras livres, pois estavam sem-pre promovendo competição entre elas, demonstrando que é muito importante ganhar sempre. Dessa forma, percebemos a ausência de companheirismo, de cooperação entre seus pares, de solidariedade e de respeito nas suas relações sociais. Como as crianças apresentavam grande interesse nas atividades de movimento, os jogos cooperativos foram uma excelente estratégia para mostrar a elas que existe outra forma de ofi cializar a convi-vência social – de ajudar, de agir com alteridade em suas ações.

Objetivos• Utilizar o movimento como forma de linguagem, interagindo e desenvolvendo, gradati-

vamente, a prática da tolerância e do respeito pelo outro e suas diferenças. • Conhecer, construir e respeitar regras de convivência, utilizando, gradativamente, o

diálogo e a negociação na resolução de confl itos.

RecursosBexigas, venda para os olhos, um banco largo, caixa de papelão, aparelho de CD, CD de música, bambolês, bastão, lençóis e bolas.

DesenvolvimentoNum primeiro momento, apresentamos às crianças a nova proposta de trabalho, a sua importância no seu desenvolvimento social, como seria desenvolvida e a sistematização da sequência didática, além do livro das brincadeiras. Os jogos foram aplicados todos os dias, no período da tarde, com a turma dividida. Se houvesse necessidade de apropriação das regras ou limitações de movimento por algumas crianças, o jogo seria aplicado em outros momentos, até as crianças familiarizarem-se com as regras. No final de cada jogo, fizemos uma roda da conversa sobre a experiência do jogo. Para efetivar a sistematização

APRENDENDO COM OS JOGOS COOPERATIVOS

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da sequência didática, apresentamos às crianças uma lista de todos os jogos, escrita em cartolina, para relembrar cada um e escolher apenas 10 jogos de que mais gostaram, a fim de fazer o livro das brincadeiras. Para a ilustração dos jogos, fizemos um sorteio das crianças que iriam realizar os desenhos. Cada criança contemplada escolheu o jogo que pretendia desenhar.1.a etapa: Com a turma dividida, apresentamos a nova proposta de trabalho e a sua im-portância a elas. Também fi caram a par do produto que iriam produzir no fi nal no projeto.2.a etapa: Pipoca melada. Reunidos em roda, apresentamos o nome do jogo. Questiona-mos as crianças sobre como a pipoca estoura na panela, e elas tiveram que exemplifi car com o corpo o movimento da pipoca. Em seguida, desenvolvemos o jogo de forma efetiva. Todos tiveram de fi car distribuídos no espaço destinado ao jogo, pulando como se fossem pipocas. Quando duas “pipocas” entrassem em contato uma com a outra, deveriam fi car abraçadas. Uma vez grudadas, deveriam procurar outras “pipocas”, até que todos formas-sem uma grande bola de “pipocas”. Após o término do jogo, com todos sentados ao chão em roda, abordamos a experiência do jogo. 3.a etapa: Galinha cega. Reunidos em roda, questionamos as crianças sobre como é a ga-linha cega e sobre como se faz para que uma galinha que enxerga passe a não enxergar. Também questionamos a respeito de como uma pessoa defi ciente visual faz para reco-nhecer algo com o que pretende se relacionar. Em seguida, apresentamos o procedimento da brincadeira, com todas ainda em círculo, de mãos dadas, menos uma delas, que foi ao meio para representar a galinha cega. No centro do círculo, a “galinha cega” fi cou de olhos vendados e, depois de dar três voltas em torno de si mesma, imitando o cocoricó de uma galinha, dirigiu-se a uma criança qualquer do círculo, apalpando o seu rosto para tentar reconhecê-la. Se conseguisse, trocava de lugar com esta, a qual seguia representando a galinha cega, dando sequência à brincadeira. Após o término do jogo, com todas as crian-ças sentadas ao chão, em roda, abordamos a experiência do jogo. 4.a etapa: Ordem no banco. Dispomos um banco comprido no meio da roda. Em seguida, apresentamos o procedimento do jogo; o objetivo do grupo será colocar-se sobre o banco, sem ninguém descer, em fi la, de acordo com os critérios de escolha: por ordem alfabética, por idade, por cor da roupa ou por outros critérios que eles elencassem. Após o término do jogo, com todas as crianças sentadas ao chão, em roda, abordamos a experiência do jogo. 5.a etapa: Sapatos na cadeira. Com todos em círculo, apresentamos o nome do jogo. Em seguida, questionamos se as crianças haviam visto cadeiras com calçados e o que acha-vam da ideia. Também retomamos o assunto da ação do defi ciente visual para se relacio-nar com os objetos de sua convivência. Após esses comentários, expusemos o procedi-mento do jogo. Três cadeiras foram colocadas uma ao lado da outra, com os calçados de todas as crianças dispostos a sua frente. Todas de olhos vendados, tiveram que pegar os calçados, sentar nas cadeiras e calçá-los. Após o término do jogo, com todas as crianças sentadas ao chão, em roda, abordamos a experiência do jogo.

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6.a etapa: Uma bexiga, duas crianças. Todas fi caram dispostas no ambiente restrito para o jogo. Em seguida, propusemos que cada um escolhesse o seu par para formar duplas. Cada dupla recebeu uma bexiga, colocou-a entre as testas e teve que andar segurando a bexiga. Não podiam se alongar, senão a bexiga caia; nem podiam apertar muito, para evi-tar que ela estourasse. Após o término do jogo, com todas as crianças sentadas ao chão, em roda, abordamos a experiência do jogo.7.a etapa: Corrente. Num primeiro momento, questionamos as crianças sobre como é, para que serve e quais os tipos de corrente. Então, apresentamos a regra do jogo. Apenas uma foi a pegadora inicial, e todas deviam fugir dela; quando ela pegasse alguém, esse alguém deveria ajudá-la, de mãos dadas, a pegar as outras crianças e, assim, sucessiva-mente, ampliando-se a corrente. Após o término do jogo, com todas as crianças sentadas ao chão, em roda, abordamos a experiência do jogo.8.a etapa: Passando pelo túnel. As crianças andavam à vontade pelo espaço destinado ao jogo, para brincar de pega-pega. Escolhemos uma criança para ser uma pegadora. Todas tiveram de correr, sendo perseguidas pela pegadora. Aquela que era pega pela pegadora tinha de virar uma estátua, em pé e de pernas abertas. Para ser salva, outra criança teria de passar por debaixo de suas pernas. Após o término do jogo, com todas as crianças sen-tadas ao chão, em roda, abordamos a experiência do jogo.9.a etapa: O bote salva-vidas. Todas as crianças estavam dispostas pelo espaço destinado ao jogo. No centro do espaço, no chão, havia um papelão para representar o bote. Quando a música começou, todas tiveram que dançar; quando a música parou, todas tiveram que subir no “bote”. Nenhuma pode fi car fora do bote. Após o término do jogo, com todas as crianças sentadas ao chão, em roda, abordamos a experiência do jogo.10.a etapa: Tartaruga cooperativa. A princípio, questionamos as crianças sobre como a tartaruga anda. Em seguida, as crianças foram divididas em três grupos. Com os compo-nentes em posição de quatro apoios, com uma chapa de papelão nas costas, cada grupo deveria se deslocar pelo espaço disponível para o jogo, sem derrubar a chapa. Após o tér-mino do jogo, com todas as crianças sentadas ao chão, em roda, abordamos a experiência do jogo.11.a etapa: Bambolê musical. As crianças foram divididas em pares, cada par com um bambolê. Ambas entravam no círculo do bambolê, na altura da cintura. Quando a músi-ca iniciava, as crianças dançavam, sem deixar cair o bambolê. Quando a música parava, outro par entrava, juntando os dois bambolês e as quatro crianças. Sempre que a música parava, acontecia o mesmo procedimento, juntando-se quantas crianças coubessem no espaço dos seus bambolês. Após o término do jogo, com todas as crianças sentadas ao chão, em roda, abordamos a experiência do jogo.

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12.a etapa: O bastão da comunicação. Cada criança escolhia o seu par, e a dupla segurava um bastão, apoiando seus indicadores, cada um de um lado do bastão. A dupla dançava ao som da música agitada sem deixar o bastão cair. A forma de segurar o bastão variou de acordo com as propostas das crianças. Após o término do jogo, com todas as crianças sentadas ao chão, em roda, abordamos a experiência do jogo. 13.a etapa: Volençol. As crianças foram divididas em grupos, e cada grupo tinha um lençol com uma bola ao meio. Com o lençol esticado, segurando em suas pontas, lançavam a bola para cima e a pegavam de volta, quantas vezes pudessem. Após o término do jogo, com todas as crianças sentadas ao chão, em roda, abordamos a experiência do jogo.14.a etapa: Conduzir o amigo. Com todas as crianças sentadas em círculo, relembramos o modo de andar de um defi ciente visual, assim como o comportamento do seu condutor. Em seguida, propusemos que cada um procurasse o seu par, sendo que um dos compo-nentes da dupla fi cava de olhos vendados, enquanto o outro o conduzia. Posteriormente, os papeis foram trocados. Após o término do jogo, com todas as crianças sentadas ao chão, em roda, abordamos a experiência do jogo. 15.a etapa: Cabo de paz. Num primeiro instante, relembramos como é o procedimento do cabo de guerra tradicional. Em seguida, apresentamos às crianças a nova proposta, cujo objetivo não é uma equipe derrubar a outra para vencer, mas fazer com que nenhuma das equipes caia. Para isso, tiveram que procurar um equilíbrio, ou seja, as crianças tiveram que perceber a necessidade da mudança dos componentes de equipe, mesclando-se mais fortes e mais fracos. Após o término do jogo, com todas as crianças sentadas ao chão, em roda, abordamos a experiência do jogo. 16.a etapa: Agarrado em você. Primeiro, questionamos as crianças se elas já haviam abra-çado alguém com as costas e se existe um jeito de abraçar pelas costas. Diante do co-nhecimento ou experiência que apresentaram, mostramos às crianças como se abraça pelas costas, entrelaçando-se os braços. Para experimentar, abraçaram-se uns aos outros livremente. Depois, escolheram um amigo para iniciar de fato o jogo: andar pelo espaço disponível, abraçados pelas costas. Em seguida, o abraço aumentou, unindo novas duplas, quartetos e assim por diante. O grande grupo não podia parar de andar, nem derrubar um amigo. Após o término do jogo, com todas as crianças sentadas ao chão, em roda, aborda-mos a experiência do jogo. 17.a etapa: Confecção do livro dos jogos. Com todas as crianças juntas, em roda, lemos a lista dos jogos, escrita no quadro-negro. Em seguida, fi zemos a escolha dos jogos que irão para o livro. Para a ilustração, realizamos um sorteio das crianças, com seus crachás colocados em uma caixa surpresa. A criança sorteada escolhia um jogo de sua preferência para desenhar.18.a etapa: Apreciação do livro. Após o livro concluído, fi cou disponível para a apreciação de todos.

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AvaliaçãoO resultado dessa sequência didática foi muito significativo no desenvolvimento das crian-ças, pois percebemos que, no dia a dia, estão mais solidárias umas com as outras, aju-dando seus companheiros nas diversas dificuldades que apresentam. As próprias crianças manifestam, em seus depoimentos, que é necessário desenvolver atitudes de companhei-rismo no meio social em que elas convivem. Também notamos uma diminuição em con-dutas de competitividade nas eventuais brincadeiras e atividades em geral. No decorrer das brincadeiras, foi visível a demonstração de divertimento e alegria em participar com seus pares, mais presente do que em outras brincadeiras de competição que haviam sido realizadas. Na elaboração do produto final, ao apresentarmos a proposta de que seriam escolhidos apenas dez dos quinze jogos contemplados, as crianças discordaram da suges-tão, justificando que todos os jogos foram interessantes e seria justo que todos fossem para o livro.

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Profissional: Luana Kelly dos SantosUnidade escolar: CMEI Jardim Esmeralda – NRE BQTurma de aplicação: PréÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Sequência didática

JustificativaO corpo é um dos recursos que deve ser utilizado e explorado pela criança de forma lúdica, possibilitando que ela, ao experienciar atividades diversifi cadas por meio de movimentos, construa o conhecimento de si e do outro. Além disso, o movimento corporal integrado nas diferentes práticas proporciona à criança a construção de diferentes conceitos, bem como o seu desenvolvimento quanto aos seus aspectos psicológicos e socioculturais. Assim pen-samos na elaboração da sequência didática, levando as crianças a conhecerem seu corpo e o de seus colegas, bem como os seus próprios limites corporais.

Objetivos• Conhecer e identifi car seu corpo, explorando e ampliando suas possibilidades de movi-

mento, em diferentes situações.• Observar e reconhecer diferenças e semelhanças de sua movimentação corporal, em

relação à movimentação dos outros.

RecursosMateriais – livros, vídeos, colchonete, riscantes (canetinha, lápis, giz de cera, giz de qua-dro), papel Kraft, papel cartaz, rádio, massinha de modelar, cola, fi ta adesiva, data show, espelho, bexigas, jogo Twister. Espaço – sala de aula, pátio e solário.

Desenvolvimento1.a etapa: Conhecendo o corpoContorno corporal: As crianças foram organizadas em um semicírculo de frente para o espelho. Solicitamos que uma criança se posicionasse de frente para o espelho e ques-tionamos as demais sobre o que elas viam. Apontamos algumas partes do corpo, contor-nando-as com canetinha na imagem do espelho, para que as crianças as nomeassem a partir dos conhecimentos prévios. Dividimos a turma em dois grupos (meninos e meninas). Solicitamos que as crianças verificassem qual era a menor criança do seu grupo; a criança escolhida foi colocada em decúbito dorsal sobre o papel Kraft, e as demais ajudaram para

APRENDENDO POR MEIO DO CORPO

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realizar o contorno do seu corpo, colorindo-o depois. Então, as crianças reuniram-se em roda, nomeando as partes do corpo que elas haviam reconhecido na proposta do espelho, como também do contorno no papel, havendo destaque daquelas que ainda não conhe-ciam.Dançando junto: Em um espaço amplo, sugerimos que as crianças dançassem livremen-te; ao comando de voz da educadora, deveriam fazer o que fosse solicitado. Por exemplo, encontrando um colega, juntar pé com pé, braço com braço, testa com testa, orelha com orelha etc. Além dessa, sugerimos outras brincadeiras, com bexigas: a) Entregamos uma bexiga cheia para cada criança e, ao comando de voz de uma criança escolhida, elas deveriam dançar, colando a bexiga na parte do corpo sugerida. b) As crianças foram dis-postas em grupos com cinco componentes, e cada criança recebeu uma bexiga cheia, na qual estava desenhada uma parte do corpo. Uma criança de cada equipe por vez deveria correr e estourar a bexiga em cima de um colchonete, usando a parte do corpo que estava representada no desenho de sua bexiga, e assim, sucessivamente, até que todas expe-rienciassem esse momento.2.a etapa: Relembrando as partes do corpoPesquisa: A partir do desenho realizado pelas crianças do contorno do corpo do colega, buscamos juntos, num livro científico, informações sobre a anatomia do corpo humano, apresentando e nomeando as partes do corpo – e algumas de suas subdivisões – que elas desconheciam.Ginástica historiada “O menino Pipo”: Ouvindo a história, as crianças acompanhavam fazendo os movimentos corporais sugeridos. “Era uma vez um menino chamado Pipo. Um dia, ele acordou com muita preguiça, esticando braços e pernas. Sua mãe já estava cha-mando, e ele teve de pular da cama. Porém, pulou tão alto que bateu o pé com muita força e começou a pular com um pé só. Ele saiu correndo para atender a sua mamãe, mas foi com tanta pressa que bateu com a mão na mesa. Ela pediu que Pipo fosse até a padaria compar pão, mas disse que tomasse muito cuidado com a rua. Ele saiu caminhando pela calçada, não prestou atenção nos carros que passavam e quase foi atropelado se não ti-vesse pulado para trás. Pipo ficou tão nervoso que começou a tremer as pernas, os braços e a cabeça. Voltou correndo para casa e pediu que a mãe fosse junto com ele, para lhe ensinar como deveria caminhar pela rua. Pipo aprendeu a lição e agora, cada vez que esta só na rua, anda devagar e olha para todos os lados”.Música do jacaré: Solicitamos que as crianças formassem duplas e ficassem em pé. En-tão, começamos a cantar: “Eu conheço um jacaré que gosta de comer; esconda seu ____, senão o jacaré come o seu ____ e o dedão do pé”. Na medida em que algumas partes do corpo foram sugeridas (por exemplo, ombro, cotovelo, joelho etc.), as crianças identi-ficaram essas partes no corpo do companheiro que estava na sua frente. Ao repetirem a música, as crianças trocavam os pares para realizar os movimentos.

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Espelho, espelho meu, você sabe fazer como eu?: Propusemos que as crianças formas-sem duplas e que uma das crianças fosse o espelho da outra; ou seja, uma deveria imitar todos os movimentos da outra. Primeiramente, demonstramos, formando dupla com uma das crianças e sugerindo as partes do corpo que deveriam ser movimentadas; por exem-plo, sombrancelha, ombro, mão, quadril etc.3.a etapa: Meu corpo e o corpo do outroEstafeta – Montando em conjunto: Com as crianças divididas em pequenos grupos, trou-xemos para a roda o desenho do corpo que eles haviam construído a partir do contorno do amigo da sala, relembrando o nome das partes já conhecidas e os nomes que eles conheceram no dia. Com o grupo, realizamos uma divisão daquela representação do cor-po para a construção de um quebra-cabeça. Então, as crianças foram dispostas em duas colunas, e a primeira criança de cada equipe deveria percorrer uma distância de quatro metros, buscar uma parte do quebra-cabeça e colocá-la em cima da mesa de sua equipe; as demais, sucessivamente, realizavam o mesmo. Depois que todas as partes estavam so-bre a mesa, o grupo montava o quebra-cabeça e, ao finalizar, dizia: “Parou”. A brincadeira poderia ser realizada várias vezes.Estafeta – O mais rápido: Divididas em duas colunas, as crianças deveriam competir cada uma com sua correspondente da outra coluna, lado a lado. A cada competição, sugerimos uma posição para que o percurso até um marco definido fosse realizado. Por exemplo, de joelhos, em decúbito dorsal, em decúbito ventral, de bumbum, entre outros. Caixa-surpresa: A turma foi organizada em círculo, e apresentamos uma caixa-surpresa. De um lado da caixa, havia um buraco, e o lado oposto estava vazado. Na parte vazada, ficaria uma criança, expondo uma parte do corpo, a qual seria tocada por outra criança, que colocava a mão no buraco da caixa-surpresa. Vendada, esta criança deveria identificar qual parte estava tocando; por exemplo, costas, orelha, pé, nariz, pescoço, entre outras.4.a etapa: O corpo e seus limitesBrincando com a sombra: Utilizando a projeção de imagens com o data show, instigamos as crianças para que fizessem movimentos livres (individual, em duplas, trios etc.) e apre-sentamos algumas possibilidades de sombras feitas com as mãos para brincar com elas.Jogos Twister e Estátua com imagens: Apresentamos para as crianças o Jogo Twister, explicando sobre os itens do jogo (tabuleiro, dado com pé/ mão e dado com as cores ou formas) e sobre como jogar. O grupo foi dividido em subgrupos para jogar. Em um espaço grande, foram espalhadas fichas contendo partes do corpo; as crianças dançaram livre-mente e, assim que a música parava, elas dirigiram-se para as fichas e posicionaram-se conforme a figura, ficando em posição de estátua.

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5.a etapa: Sistematização do conhecimento adquirido pela práticaConstruindo meu autorretrato: Em sala, distribuímos massa de modelar para que as crian-ças montassem a forma humana, com as partes do corpo que elas haviam aprendido. Depois, propusemos um desenho; as crianças observaram sua imagem no espelho e rea-lizaram um autorretrato, o qual foi utilizado como capa do portfólio do primeiro semestre.

Avaliação A avaliação foi desenvolvida por meio de pauta de observação, de acordo com os objetivos propostos na sequência, e procuramos verificar o desenvolvimento de cada criança, seus avanços, dificuldades e conquistas. Em um primeiro momento, a totalidade da turma trou-xe uma boa bagagem de conhecimento a respeito das partes do corpo humano. A pesqui-sa em livros e imagens possibilitou o aprofundamento do conhecimento e as descobertas das crianças sobre algumas subdivisões e nomenclaturas novas, tais como: tórax, punho, tornozelo, quadril, axila etc. Relembrar e nomear as partes do corpo em cada comando foi um desafio para as crianças, a fim de exercitarem a memória e os conhecimentos ad-quiridos. As crianças sentiram mais dificuldade para criação dos movimentos livres, para o uso de imagens como referência na proposta das sombras, assim como nas propostas de jogos quem envolviam agilidade, equilíbrio e flexibilidade. O autorretrato possibilitou a percepção corpórea individualizada das crianças.

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Profissionais: Belina Ângela Vieira de Oliveira Dorotea Jurczyszyn Maria Albertina Réus Philippsen Rubiana do Nascimento Unidade escolar: CMEI Santo Antônio – NRE CJTurma de aplicação: Maternal II Área de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaPercebendo a necessidade das crianças em desenvolver movimentos que ampliem suas possibilidades de expressão corporal, propusemos brincadeiras cantadas que possibilitem a exploração, a imitação e a criação de movimentos a partir de estímulos sonoros.

Objetivos• Desenvolver sua expressão corporal, explorando diferentes possibilidades de movi-

mento em práticas de dança.• Experimentar movimentos corporais, fazendo o uso da fl uência (contínua).• Explorar movimentos a partir de estímulos sonoros (músicas).• Imitar e criar movimentos corporais conforme referências propostas pelo educador.• Brincar com possibilidades de ampliação da expressão corporal, como: brincadeiras

cantadas e cantigas de roda.

RecursosCD e bambolês.

DesenvolvimentoColocamos o CD da música “Da abóbora, faz melão” para as crianças ouvirem e dança-rem livremente. No outro dia, com a mesma música, mostramos alguns movimentos da dança, como pular, rodar e requebrar. Disponibilizamos, também, os bambolês para que elas explorassem livremente; em outro momento, mostramos como é possível explorar os bambolês. Por exemplo, duas crianças dançando dentro de um bambolê, daí deixando os bambolês no chão e dançando livremente, conforme a referência das educadoras e se-guindo o ritmo da música.

BAILANDO NO MATERNAL II

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AvaliaçãoAs crianças movimentaram-se imitando as educadoras e criando seus próprios movimen-tos a partir de cantigas, demonstrando desenvoltura durante as brincadeiras.

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Profissionais: Estella Alves Nerci Gudilunas Sueli Munhoz Maristela Fabiane Unidade escolar: CEI Santo Antônio de Pádua – NRE BQTurma de aplicação: BerçárioÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaPensando nas necessidades e interesses dessa faixa etária, criamos alternativas de ativi-dades “Berçário em movimento”, que tem como proposta, estimular os movimentos, pro-porcionar desafi os corporais e espaços amplos para atividades com o corpo, utilizando recursos variados. Destacamos a importância do movimento nessa faixa etária; quando as crianças têm espaço e liberdade para se movimentar, aprendem a medir sua força e seus limites. Elas exercitam-se até que superem suas limitações corporais, tendo o domínio da ação; depois, seguem para outro desafi o. Nas fases iniciais do desenvolvimento infantil, a criança vive um estado de diferenciação em relação a ela e ao meio em que está inserida devido à dependência físico-motora de pessoas que a cercam. Com a conquista gradativa de sua autonomia corporal, devido ao seu desenvolvimento (como, por exemplo, conseguir fi car em pé para andar), a criança percebe-se como alguém que tem vontades e opiniões próprias e, durante o processo de aprendizagem de movimentos, desenvolve a sua auto-nomia e identidade corporal.

ObjetivosAmplo Desenvolver sua autonomia e identidade corporal.

Específicos• Conhecer as possibilidades de movimento do próprio corpo e suas limitações.• Controlar progressivamente o próprio corpo, adquirindo confi ança nas suas possibilida-

des de movimentação.• Vivenciar diferentes práticas de movimento que constituem a cultura infantil e que

ampliam as habilidades de locomoção e equilíbrio como: andar, correr, saltar, entre outras.

• Explorar suas possibilidades de movimentação corporal em diferentes situações.

BERÇÁRIO EM MOVIMENTO

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RecursosPneus, bambolês, colchonetes, escorregador, berços, som e CD.

Desenvolvimento1) Em uma conversa, relatamos a importância do movimento em nossas vidas; como é importante criar o hábito de fazer exercícios todos os dias. 2) Colocamos os pneus no chão e pedimos para que cada criança passasse andando por dentro e por fora dos pneus; no último deles, deveria passar por dentro; nessa atividade, a turma foi dividida em grupos, sendo realizada primeiro com os meninos e depois com as meninas.3) Colocamos dois berços, um ao lado do outro e, entre eles, vários bambolês; então, pe-dimos para que as crianças passassem no meio deles.4) Nessa atividade, colocamos os bambolês no chão, e as crianças passaram por dentro e por fora; na sequência, passaram por dentro do túnel.5) As crianças subiram na escada feita com colchões e desceram pelo escorregador.6) Na sala, montamos um circuito com pneus, berços, bambolês, colchões, escorregador e o túnel, deixando a turma livre para passar pelo circuito. 7) Com argolas nas mãos, dançamos a música “Rock tchá tchá tchá”, mexemos as argolas com as mãos, movimentando-as para cima, para baixo, para os lados, mexendo o corpo todo.

AvaliaçãoAs crianças desenvolveram-se a cada atividade, compartilharam o momento do circuito; houve uma interação entre o grupo, um ajudava o outro; cada criança demonstrou von-tades e desejos e, por si própria, conseguiu respeitar o limite do seu corpo; quando não conseguia realizar a atividade, sentava e esperava pelos colegas. As crianças do berçário demonstraram melhora na autonomia para escolher os movimentos, isso sendo possível observar quando passamos para o circuito e as deixamos livres para se movimentarem.

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Profissionais: Estella Alves Nerci Gudilunas Sueli Munhoz Maristela Fabiane Unidade escolar: CEI Santo Antônio de Pádua – NRE BQTurma de aplicação: BerçárioÁrea de formação humana: Linguagem artística – Dança e Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaA dança remete a um momento especial e cria possibilidades de a criança desenvolver a expressão corporal e sua autonomia. Dessa forma, acreditamos ser de suma importância proporcionar para as crianças momentos de socialização e integração com outras turmas do CEI, através de uma brincadeira cantada chamada “Rock tchá tchá tchá”.

Objetivos• Conhecer seu corpo e as possibilidades de sua movimentação.• Explorar movimentos a partir de estímulos sonoros.• Imitar e criar movimentos corporais conforme referências propostas pelo educador.• Brincar com possibilidades de ampliação da expressão corporal, como: brincadeiras

cantadas.

RecursosRádio e CD.

DesenvolvimentoAs crianças do berçário foram para o pátio, e explicamos sobre o que seria realizado; na sequência, passamos nas salas convidando as crianças das demais turmas para parti-cipar do momento. Todas as turmas foram para o pátio, e lembramos a todos a respeito da importância dos exercícios na vida de cada um. Enfi m, ao ritmo da música “Rock tchá--tchá-tchá”, todos “mexeram o esqueleto”, realizando vários dos movimentos que a música pedia. Assim, todo o CEI participou de um momento importante de integração e cuidado com a saúde. Sugerimos que esse momento repita-se toda semana, com todas as turmas e funcionárias da unidade.

BERÇÁRIO REMEXENDO

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AvaliaçãoAs crianças tiveram um momento muito prazeroso dentro do CEI; todos dividiram o mesmo espaço, interagiram, dançaram e curtiram muito, sempre pedindo para dançar a música “Rock tcha-tcha-tcha”. Os pais relataram que, em casa, as crianças cantam e querem que eles dancem também. Visando à interação do grupo, vamos convidar os pais para partici-par desse momento dentro da unidade.

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Profissionais: Clarice de Souza da Silva Maria de Pilar Lostale Baron Uli Rosangela Mendes Guimarães Zeni Maria GurzinskiUnidade escolar: CMEI Eucaliptos – NRE BQTurma de aplicação: Berçário e Maternal IÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaTendo em vista ampliar a autonomia das crianças, usamos o lúdico, através de atividades de movimento com bolas, apresentando gradativamente o deslocamento e as noções de tamanho e cores, levando a criança a interagir com o espaço e com os seus colegas.

Objetivos• Desenvolver sua autonomia e identidade corporal.• Controlar o próprio movimento, ajustando suas habilidades e capacidades às exigên-

cias das diferentes práticas do movimento.• Reconhecer e ampliar as possibilidades de movimento de seu corpo, reconhecendo

suas potencialidades e limites.

RecursosBolas de diversos tamanhos e materiais tais como: plástico, borracha, isopor, vinil, tecido e meia de nylon, revistas, tesouras, pneus, caixas de papelão, bexigas e minhocão. Espaço – sala, pátio interno e solário.

Desenvolvimento1) Bolas de diversos tamanhos. No solário, sentadas em círculo, as crianças lançaram, com o auxílio das educadoras, bolas de diferentes tamanhos em caixas de papelão e pneus.2) Bola de borracha. Na sala, sentadas no tatame, em círculo, as crianças arremessaram a bola de borracha dentro de pneus empilhados.3) Bexigas. As crianças espalharam-se pela sala com suas bexigas e realizaram o reco-nhecimento e a livre exploração do material. Num segundo momento, executaram movi-mentos que elas próprias e as educadoras sugeriam, tais como: lançar para cima; chutar

BOLA, BRINQUEDO ESPOLETA

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com um pé e depois com o outro; bater a bexiga com a cabeça; girar a bexiga, segurando com uma mão e depois com a outra; indicar as partes do corpo, utilizando a bexiga; andar com a bexiga entre as pernas; dançar livremente, segurando lançando a bexiga para cima; equilibrar a bexiga em diversas partes do corpo; alongar músculos do corpo, segurando a bexiga; rolar em cima da bexiga. 4) Bola de meia. Na sala de aula, sentados no tatame e com o auxílio das educadoras, as crianças amassaram folhas de revistas, formando uma bolinha e introduziram na meia de nylon. Num segundo momento, lançaram a bolinha de meia dentro de caixas de papelão e pneus.5) Bola de massagem. Com a criança deitada no colchonete, escurecemos o ambiente, deixando-o calmo e sereno. Colocamos músicas relaxantes, e uma educadora começou a massagear cada criança com a bola de massagem.6) Soprar bolinhas. Num primeiro momento, com o auxilio das educadoras, as crianças pintaram o gargalo de uma garrafa pet com cola colorida. Depois, colocaram bolinhas de isopor dentro da garrafa, e a educadora fi nalizou com o tule; em seguida, brincaram de soprar as bolinhas dentro da garrafa.7) Bolhas de sabão. As educadoras levaram para sala um recipiente com água e deter-gente e fi zeram bolhas de sabão; as crianças tentaram pegar as bolhas de sabão no ar e observaram que elas fl utuam, grudam uma nas outras e podem ter vários tamanhos. 8) Bola ao pé. Com uma tesoura, a educadora furou a tampa de uma garrafa plástica de 600 ml, fi xando uma das pontas de uma corda de varal; na outra ponta da corda, fez um círculo dando um nó; depois, colocou papéis coloridos na garrafa e fechou. Em seguida, colocou a parte da corda com o círculo no pé das crianças, que brincaram de chutar a bola--garrafa.9) Bolas na banheira. No solário, as educadoras levaram uma banheira com água. Com o auxílio das mesmas, os bebês tentaram pegar com as mãos as bolinhas de plástico colo-cadas dentro da banheira com água.10) Bola grande de vinil. As educadoras levaram para sala uma bola grande de vinil e colo-caram uma criança de cada vez deitada de barriga para baixo em cima da bola, movimen-tando-a para frente, para trás e lateralmente, segurando-a pelos braços e pelos pés; essa atividade auxilia no fortalecimento da musculatura dorsal e abdominal.11) Bola grande de vinil e bola pequena de borracha. No pátio interno, as educadoras leva-ram uma bola grande de vinil e estimularam as crianças a jogar e também tentar agarrar a bola. Depois, elas tentaram fazer movimento em dupla, sentadas, em pé. Em seguida, mudaram para a bola menor de borracha e tentaram fazer o mesmo movimento.12) Bolas diversas e minhocão. As educadoras fi zeram com que as crianças conduzissem as bolas livremente pelo espaço da sala; em seguida, empurrassem-nas para dentro do minhocão, passando também por ele.

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13) Boliche com bichinhos de vinil e bola de tecido. As educadoras escolheram bichos de vinil maiores e colocaram-nos dispostos em forma de pinos de boliche; as crianças tenta-ram derrubá-los com a bola de tecido.14) Colchão de bexigas. As educadoras colocaram bexigas, em número sufi ciente para encher o espaço, dentro de uma capa de colchão; em seguida, colocaram o colchão de bexigas em um espaço amplo e de superfície lisa, no qual as crianças puderam explorar li-vremente os movimentos. Depois, as educadoras propuseram novos desafi os às crianças, tais como: andar sobre o colchão, rolar, engatinhar, pular, entre outros.

AvaliaçãoAs educadoras conseguiram observar algumas aprendizagens dos pequenos durante a realização das práticas desenvolvidas com bolas, tais como: as crianças participaram das atividades com envolvimento, até mesmo nas práticas mais desafi adoras; tiveram a opor-tunidade de desenvolver a autonomia e identidade corporal, controlando o próprio mo-vimento em diversas práticas que exigiam habilidades de arremessar, pegar, empurrar, engatinhar, rolar e pular; a maioria das crianças reconheceu e ampliou as possibilidades de movimento de seu corpo, percebendo suas potencialidades e seus limites.

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Profissional: Maria Eduarda PfutzeUnidade escolar: CMEI São João Del Rey – NRE BNTurma de aplicação: PréÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Sequência didática

JustificativaDesde o nascimento, a criança entra em contato com o mundo pelo movimento; o seu cor-po é uma das primeiras formas de linguagem utilizada; portanto, esta experiência corporal é a relação do movimento com o mundo, tornando-o um movimento consciente, por meio da interação. Assim, o diálogo corporal avança para a conscientização pela experimenta-ção, tornando-se uma ação de movimento que envolve sensações, sentimentos, pensa-mentos e refl exões. Dessa forma, ressalta-se que a criança toma consciência de seu corpo ao realizar o movimento, uma vez que é por meio dele que a criança adquire consciência de seus limites e também de suas possibilidades.

ObjetivoVivenciar diferentes práticas de movimento que constituem a cultura infantil e que am-pliam as habilidades de locomoção, manipulação e equilíbrio, como andar, correr, saltar, lançar, chutar, girar, entre outros.

RecursosCordas, lenços, bolinhas de gude, espaço externo e interno, mesas e cadeiras.

Desenvolvimento1.a etapa: Realizamos uma pesquisa com os pais, para saber quais eram as brincadeiras que eles costumavam fazer quando crianças; depois, partimos para uma roda de conversa de apresentação do tema à turma.2.a etapa: As crianças foram levadas à área externa do CMEI, onde propusemos as brinca-deiras propostas pelos pais.3.a etapa: Convidamos para vir até o CMEI, a fi m de apresentar e brincar com as crianças a sua brincadeira favorita da infância.4.a etapa: Uma mãe veio até o CMEI, fez uma roda de conversa com as crianças e apresen-tou a sua brincadeira favorita, chamada “Cinco Marias”. Depois disso, as crianças foram divididas em pequenos grupos para poderem brincar com essa mãe.

BRINCADEIRAS ANTIGAS

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AvaliaçãoAs crianças apresentaram bastante interesse e facilidade ao realizar as brincadeiras. Algu-mas tiveram difi culdades em lançar e saltar; porém, no decorrer da atividade, percebeu-se que houve um progresso em relação à proposta.

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Profissionais: Jéssica Colaço Dias Kellem Cristina Monteiro Chagas de Lara Luciane Panaitz de SouzaUnidade escolar: CMEI Coqueiros – NRE BNTurma de aplicação: Maternal IIÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaPor meio da pesquisa que realizamos com os pais, tivemos sensibilidade ao perceber que as crianças estavam muito presas à televisão, ao computador e a outras tecnologias e que tinham pouco tempo para brincar, principalmente com os próprios pais. Então, tivemos a ideia de trazer várias brincadeiras da cultura popular brasileira para as crianças.

Objetivos• Ampliar o repertório das crianças a respeito de brincadeiras da cultura popular brasi-

leira. • Ampliar as possibilidades expressivas do próprio movimento, utilizando-se de gestos

diversos e do ritmo corporal nas brincadeiras, danças, jogos e demais situações de interação.

RecursosSolário, sala, bexigas, ovo de plástico, saco de estopa, cadeiras, lenço, entre outros.

DesenvolvimentoIniciamos com uma roda de conversa, contando para as crianças sobre as brincadeiras que brincávamos quando éramos pequenas e as instigando para que falassem sobre o que gostam de brincar. Conversamos sobre as regras e por que elas existem, por que te-mos que respeitá-las. Depois, realizamos as práticas com algumas brincadeiras, tais como: lenço atrás, entre outras. A princípio, conversamos com os pais sobre a nossa proposta e pedimos que eles contassem a todos sobre as brincadeiras de que mais gostavam na infância. Assim, as brincadeiras foram adaptadas para a faixa etária das nossas crianças, e algumas foram sendo propostas ao longo do semestre: dança das cadeiras, corrida do saco, corrida do ovo, dança com fi tas, estátua, dança da laranja, amarelinha, passa anel, pega rabo, morto vivo, cabo de guerra e caça ao tesouro.

BRINCADEIRAS DA INFÂNCIA

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AvaliaçãoDurante as brincadeiras, observamos se todos estavam cantando, entendendo e intera-gindo uns com os outros, auxiliando quando a criança apresentava difi culdade ou timidez. Também verifi camos se as crianças estavam ampliando as possibilidades de movimento, tais como: correndo, andando, sentando, pulando com os dois pés, pulando com os pés alternados e, principalmente, divertindo-se. Fizemos registro com fotos. Durante as brinca-deiras propostas, também percebemos que as crianças que tinham vergonha de cantar e expressar-se foram, com o passar dos dias, utilizando diversas possibilidades expressivas, por meio de gestos. Uma criança que participava como observadora foi interagindo cada vez mais com os colegas no desenrolar das brincadeiras. Também no caso de inclusão na sala, uma criança que possui defi ciência auditiva, mesmo com as suas limitações, partici-pava e interagia, compreendendo sempre a dinâmica das brincadeiras. Foi muito bom de-senvolver essas brincadeiras com as crianças e ver o quanto elas ampliaram o repertório de brincadeiras e, principalmente, o quanto se divertiram.

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Profissionais: Andressa Neves Mronskowski Márcia Cristina de Paula HawinskiUnidade escolar: CMEI Trindade – NRE CJTurma de aplicação: PréÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaDe acordo com as práticas de movimento desenvolvidas no CMEI, percebeu-se o interes-se das crianças em explorar espaços, movimentos diferenciados e descobertas de novas possibilidades de movimentos corporais, através de brincadeiras e músicas trabalhadas.

Objetivos• Aprender as brincadeiras, ampliando seu repertório a partir de situações.• Desenvolver e ampliar habilidades motoras, cognitivas e sociais.• Sentir prazer ao interagir com o outro e superar seus próprios limites.• Respeitar e seguir regras.

RecursosPoema: “Brincadeiras de criança”, de Claudia Liz, bexigas, giz de quadro, espaço externo e interno do CMEI, barbantes, entre outros.

DesenvolvimentoNum primeiro momento, realizamos a leitura do poema “Brincadeiras de criança”, de Clau-dia Liz. Em seguida, propusemos alguns questionamentos sobre o texto na roda de con-versa, e as crianças tiveram a oportunidade de expor seus sentimentos e entendimentos acerca do poema apresentado. Após a discussão, desenvolvemos algumas brincadeiras, tais como: “Toca do coelho” (brincadeira original); “Dentro e fora”, utilizando as formas geométricas planas (círculo, quadrado, retângulo e triângulo); “Vivo e morto”; “Brincadei-ras com bexigas” (na qual cada criança amarrava sua bexiga no tornozelo e deveria cuidar para que ela não fosse estourada, mas teria que tentar estourar a bexiga do colega).

BRINCADEIRAS DE CRIANÇA

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AvaliaçãoAs crianças demonstraram interesse e entusiasmo ao participar das brincadeiras propos-tas, ampliando seu repertório e compartilhando suas aprendizagens com os demais co-legas. Percebemos, também, que muitas crianças que se mostravam tímidas nas rodas de conversa, por exemplo, sentiram-se à vontade e confortáveis em seguir as regras de determinadas brincadeiras, explorando diversas possibilidades. O interesse demonstrado pela turma, no geral, foi gratifi cante, pois as crianças compreenderam com facilidade a ne-cessidade de respeitar o colega e as regras da brincadeira, bem como desenvolveram e ex-ploraram novas possibilidades ao brincar, demonstrando constantemente prazer e alegria.

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Profissionais: Geni Maria Resende Fernanda Chiuratto Cordeiro Luciana Marcia PereiraUnidade escolar: CMEI Erondy Silvério – NRE PNTurma de aplicação: Berçário IIÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaO movimento constitui-se como linguagem, uma vez que propicia a expressão e a comu-nicação de ideias e de sentimentos. A prática do movimento, associada à utilização de materiais manipulativos previamente planejados pelo educador, amplia a capacidade da criança de conhecer e dominar seus movimentos, agindo com intencionalidade e curiosi-dade sobre o material. Assim, é capaz de criar movimentos novos, interagir com seus pares e descobrir novas possibilidades.

Objetivos• Utilizar o movimento como forma de linguagem, interagindo com o meio.• Expressar sensações, necessidades e sentimentos por meio do movimento.

RecursosArgolas plásticas, fi tas metalizadas de cores diversas, CD, aparelho de som.

DesenvolvimentoEm um primeiro momento, escolhemos a música “Samba Lelê” para incentivar as crianças a movimentarem-se livremente. Em seguida, apresentamos as argolas com fi tas metaliza-das de várias cores, e as crianças observaram alguns movimentos realizados. As crianças fi caram encantadas com som e o balanço das fi tas, acompanhando com os olhos os movi-mentos realizados. Em seguida, as crianças receberam suas argolas e puderam executar movimentos ritmados, experimentando a sensação de balançá-las no ar.

BRINCADEIRAS GINÁSTICAS COM MATERIAIS

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AvaliaçãoObservamos o interesse das crianças pelo material e pela música. Alguns tentaram colo-car as argolas nos pés ou nas mãos, enquanto outras crianças arrastavam-nas pelo chão. Houve participação de todas as crianças, mesmo das que ainda não andam, executando movimentos com mãos e braços, dançando no ritmo da música e demonstrando muita alegria. O colorido das fi tas contribuiu para que as crianças interagissem mais, inclusive havendo trocas de argolas entre os pequenos. Percebeu-se, ainda, que o ritmo e a letra da música escolhida favoreceram a atividade de movimento, sem tirar o foco da proposta.

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Profissionais: Andréa Mara Bertolino Kolz Demian GabrielUnidade escolar: CMEI Conjunto Nossa Senhora da Luz II – NRE CICTurma de aplicação: Berçário IIÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaAs atividades tiveram como fi nalidade trabalhar o movimento na Educação Infantil. A ideia das atividades surgiu através do curso realizado na Prefeitura Municipal de Curitiba, o qual evidenciou a necessidade de se trabalhar o movimento junto às crianças, criando-se possibilidades de a criança desenvolver a expressão do seu pensamento, a sua autonomia e a noção de si própria. Dessa forma, o movimento corporal apresenta-se nesse contexto de educação como uma linguagem, pois toda a movimentação da criança tem um signifi -cado e uma intenção. Partindo dessa ideia, educar signifi ca, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis. Nessa fase, a principal forma de linguagem é a ação. É desse modo que as crianças pequenas interagem com o meio, aprendem sobre si e sobre as pessoas que as rodeiam. Estimular a criança a pular, rolar e correr é fundamental para que as crianças se relacionem com os colegas e descubram o mundo, e é preciso fazer isso o tempo todo. Assim, é importante que o professor possa organizar situações e atividades em que as crianças possam conhecer e valorizar as possi-bilidades expressivas do próprio corpo. Então, quanto maior for a riqueza de estímulos que ela receber, melhor será o seu desenvolvimento intelectual, afetivo e social, justifi cando-se as atividades propostas nesse trabalho.

ObjetivosAmplos• Desenvolver sua autonomia e identidade corporal.• Utilizar o movimento como forma de linguagem, interagindo com o meio.

Específicos• Conhecer as possibilidades de movimento do próprio corpo e suas limitações.• Participar de práticas com propostas desafi adoras, que levem à solução de problemas.

BRINCADEIRAS GINÁSTICAS COM TECIDOS E BEXIGAS

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RecursosTecido, brinquedos, bexigas, fi tilhos, colchonetes.

Desenvolvimento1) Atividade com o tecido. Em um primeiro momento, deixamos o tecido para que as crian-ças explorassem e manuseassem, juntamente com a educadora. Depois, no solário, o te-cido foi preso e esticado na vertical, de um lado ao outro da parede, com vários “buracos”, de tamanhos diferentes, para que as crianças transpassassem o tecido. Utilizamos, tam-bém, brinquedos, para que fossem passados pelos buracos pequenos e grandes do tecido.2) Atividade com bexigas. Apresentamos para as crianças várias bexigas; depois, elas fo-ram penduradas no teto com fi tilhos, algumas mais altas, outras mais baixas, com o intuito de as crianças tocarem com as mãos e com a cabeça, pegando-as na sequência. Em segui-da, colocamos vários colchonetes no chão, para que as crianças deitassem, e amarramos os fi tilhos com a bexiga no seu tornozelo, para que elas realizassem vários movimentos para tocar e pegar as bexigas.

AvaliaçãoObservamos que as crianças tiveram controle do seu corpo e souberam identifi car as par-tes do corpo que foram propostas nas duas atividades. Na atividade com tecido, todos con-seguiram superar os desafi os para passar de um lado ao outro do tecido, seja por baixo, seja pelos “buracos”, também percebendo que, pelos buracos pequenos, podiam passar os brinquedos e ver o que acontecia do outro lado. As atividades proporcionaram a intera-ção das crianças com o meio e com outras crianças, e elas demonstraram nessa interação escolhas por parceiros e por espaço, apresentando soluções aos desafi os apresentados nas atividades. As crianças fi caram surpresas e entusiasmadas com todas as atividades desenvolvidas.

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Profissional: Andressa Cristina Gusso BarbosaUnidade escolar: CMEI Centro Cívico – NRE MZTurma de aplicação: PréÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaProcurando despertar nas crianças o desejo de brincar e envolver-se, apresentamos as atividades a serem realizadas durante o ano através de uma roda de conversa, na qual elas decidiram que gostariam de aprender as brincadeiras tradicionais, as quais seus pais faziam e ensinam para eles agora. Iremos propor situações de brincadeiras e jogos, em que as crianças possam vivenciar diferentes práticas de movimento, os quais possam aprender e apreciar, participando ativamente.

Objetivos• Aprender algumas brincadeiras da nossa tradição popular, ampliando seu repertório.• Desenvolver e ampliar, progressivamente, equilíbrio, ritmo, resistência, força, velocida-

de e fl exibilidade corporal.• Ampliar suas possibilidades de movimentação corporal em diferentes situações.• Vivenciar e reelaborar diferentes práticas de movimento.

RecursosBambolês, giz de quadro, corda, fi ta crepe, bola, lenço, cadeiras, anel, tecido para vendar os olhos, jornal, tecido TNT, latas, barbante, papel sulfi te, lápis grafi te, lápis de cor, palitos, papel de seda, linha.

DesenvolvimentoAntes de todas as atividades, realizamos uma roda de conversa sobre elas e combinados com as crianças, informando sobre a dinâmica: primeiro, explicação sobre as brincadeiras; depois, vivência de cada uma delas. Registramos todas as brincadeiras por meio de dese-nhos realizados após as vivências.

BRINCADEIRAS TRADICIONAIS

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1) Coelhinho sai da toca. Dispusemos os bambolês no chão do pátio, de forma que cada criança fi cou em um bambolê, e uma criança fi cou sobrando de propósito. Ao sinal da edu-cadora, as crianças trocavam de “toca”, entrando em um bambolê. A criança que fi cava de fora ia saindo, até sobrarem duas, que disputaram quem fi cava com a toca. Num segundo momento, as crianças juntaram-se em trios, sendo que duas fi cavam de mãos dadas, for-mando a toca, e a terceira fi cava no meio representando o coelho. As tocas formavam um grande círculo, com uma criança no centro, sem toca; ao sinal da educadora, as crianças deveriam trocar de toca, e a criança que estava no centro tinha que ocupar uma das tocas que fi caram vazias, enquanto as demais procuravam uma nova toca; quem fi casse sem toca ia para o centro para a brincadeira recomeçar. 2) Adoletá. As crianças formaram duplas; depois, formaram uma roda, juntaram as mãos e foram batendo na mão de cada membro, conforme foi passando a música. 3) Amarelinha. Essa brincadeira também pode ser chamada de maré, sapata, avião, aca-demia, macaca etc. Primeiramente, as crianças brincaram na amarelinha desenhada no cão do CMEI, do jeito que sabiam. Depois de explorarem bastante, iniciamos as explica-ções sobre os números e a forma que é pulada amarelinha. A seguir, as crianças pularam amarelinha conforme as instruções. Num outro momento, sugerimos que as crianças de-senhassem a amarelinha no chão com giz e pulassem. As crianças divertiram-se muito brincando. Algumas crianças utilizaram o giz ao invés de pedrinhas para marcar o número e pular a amarelinha. 4) Balança caixão. As crianças fi caram posicionadas uma atrás da outra, agachadas. A primeira da fi la dizia: “Balança caixão”; as outras respondiam: “Balança você”; a primeira dizia: “Dá um tapinha nas costas e vai se esconder”. As crianças saíram e esconderam-se; a primeira foi procurar as demais. Aquela que era encontrada antes fi cava na frente e ia procurar as outras na próxima rodada. 5) Cabo de guerra. As crianças foram dispostas em dois grupos. Cada grupo fi cou de um lado, segurando a ponta uma corda. Na corda, foi colocada uma fi ta para marcar o meio; no chão, uma linha transversal foi marcada com uma fi ta colorida. As crianças puxaram a corda em sentidos opostos até que a fi ta determinasse o lado vencedor. Em seguida, foram feitas disputas individuais.6) História da serpente. As crianças fi caram sentadas, e a educadora foi a “cabeça da serpente”. Todos cantaram, e a educadora foi chamando um por um para fazer parte da serpente. Num outro momento, a educadora escolheu uma criança para ser a cabeça da serpente, escolhendo as demais para compor a serpente. Todas as crianças participaram como a cabeça da serpente.

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7) Pedra, papel, tesoura. Organizamos as crianças em duplas. As crianças cantavam: “pe-dra, papel, tesoura”, enquanto faziam os gestos representativos com as mãos: a pedra é simbolizada por um punho fechado; a tesoura, pelos dedos indicador e médio esticados; o papel, pela mão aberta. A pedra ganha da tesoura (amassando-a ou quebrando-a); a tesoura ganha do papel (cortando-o); o papel ganha da pedra (embrulhando-a). Caso dois jogadores façam o mesmo gesto, ocorre um empate e, geralmente, joga-se de novo até desempatar.8) Esconde-esconde. Uma criança escondeu o rosto na parede e contou até 31, enquanto as outras se escondiam. Após a contagem, ela saía à procura das outras. Sempre que encontrava alguém, corria para bater no pique (lugar combinado para ser a chegada), di-zendo: “31 do (nome da criança encontrada)”, indicando o local onde foi encontrada. Se a criança que foi encontrada conseguisse chegar primeiro até o pique, ela ganhava. Quem estava procurando continuava a procurar as outras crianças.9) Dança das cadeiras. As cadeiras foram previamente organizadas de forma circular, de frente para fora do círculo. A seguir, as crianças sentaram-se cada uma em uma cadeira, sendo que uma criança fi cou sem cadeira. A seguir, colocamos uma música, e as crianças dançaram em volta das cadeiras, inclusive aquela criança que estava sem cadeira. De quando em quando, pausava-se a música, e cada uma das crianças deveria sentar em uma cadeira. A criança que sobrasse ia saindo da brincadeira, e uma cadeira era retirada. A brincadeira seguiu até que sobrasse uma cadeira e duas crianças, vencendo a criança que sentou primeiro na cadeira.10) Vivo, morto. As crianças fi caram dispostas em pé, e a educadora dizia: “Vivo!” (para as crianças continuarem em pé) ou “Morto” (para as crianças abaixarem-se), alternadamen-te. Quando alguém errava e fazia ao contrário do comando, saía da brincadeira e, assim, sucessivamente, até restar uma única criança que não tivesse errado nenhum comando, a qual seria a vencedora.11) Pular corda. As crianças brincaram com a corda do jeito que elas sabiam. A seguir, ini-ciamos as explicações sobre o uso da corda e sobre o modo de pular. Após as explicações, duas crianças boleavam a corda, e as outras crianças, uma de cada vez, pulavam. 12) Lenço atrás. As crianças fi caram sentadas em um círculo, e uma criança fi cou de fora para colocar o lenço atrás dos colegas. Enquanto todas cantavam “Lenço atrás, corre mais”, a criança que estava com o lenço escolhia uma criança e colocava o lenço no chão, atrás dela. Esta, ao perceber o lenço, tinha de se levantar e correr para pegar quem colo-cou o lenço. Aquela que colocou o lenço deveria se sentar no lugar da outra ou, caso fosse pega, teria de fi car no meio do círculo até que a brincadeira fi ndasse. Quem estiver agora com o lenço, continua a brincadeira.

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13) Escravos de Jó. As crianças fi caram em círculo, cada um com um pé de sapato na mão. Enquanto iam cantando “Escravos de Jó”, faziam os gestos conforme a letra da música, passando os calçados de uma a outra. Na outra modalidade, em pé, as crianças também fi zeram um círculo e, com o corpo, foram fazendo os gestos de acordo com a música.14) Batata-quente. As crianças fi caram em um círculo, e escolhemos uma delas para fi car de fora. Elas vão passando a bola de mão em mão até a criança que tinha fi cado de fora falar “Queimou”. Daí, quem estava com a bola na mão no momento fi cou “queimada” e foi para fora do círculo, assumindo a tarefa de falar na próxima rodada.15) Pega-pega. Escolhemos uma criança para pegar as outras, que contou: “Um, dois, três e já!”, saindo atrás das demais. Aquela que foi pega em primeiro lugar foi a pegadora na próxima rodada. Em um segundo momento, foram escolhidas cinco crianças para serem as pegadoras, ampliando-se a brincadeira.16) Passa anel. As crianças fi caram em um círculo, e uma criança fi cou de fora. A educa-dora, com um anel escondido, passou suas mãos pelas mãos das crianças, depositando o anel numa delas, sem mostrar qual. A criança que estava de fora veio e tentou adivinhar onde estava o anel. Quem conseguiu trocou de lugar com quem estava com o anel; esta saiu, esperando para encontrar o anel na próxima jogada. Num outro dia, escolhemos uma criança que fi cou de fora e outra para colocar o anel nas mãos dos colegas.17) Cabra-cega. Uma criança fi cou com os olhos vendados, tentando pegar as outras que fi caram dispostas no centro do pátio, tentando se esquivar. Quem foi pego vendou os olhos e seguiu as instruções da brincadeira para pegar os colegas. 18) Peteca. Confeccionamos com as crianças as petecas, usando folhas de jornal e tecido TNT. Depois, as crianças brincaram individualmente com suas petecas, jogando para cima e rebatendo sem deixar cair no chão. Em um segundo momento, as crianças formaram duplas para jogarem uma para a outra, rebatendo a peteca sem deixar cair.19) Pé de lata. Confeccionamos com as crianças seus “pés de lata”, usando latas de leite em pó e barbante, decorando com seus desenhos feitos em papel sulfi te. No primeiro mo-mento, as crianças fi caram em pé e tentaram se equilibrar com cuidado, segurando nos barbantes. Depois de se sentirem confi antes e seguras, as crianças começaram a andar com os pés de lata.20) Pipa. Solicitamos que as crianças trouxessem de casa suas pipas. No dia marcado, as crianças foram para o pátio para empinar suas pipas e tiveram um momento para mostrar as pipas para os colegas.21) Alerta. Escolhemos uma criança para ser a jogadora que pegou a bola, jogando-a para o alto. Ao mesmo tempo, gritou o nome de uma criança. A criança chamada correu e pegou a bola, dizendo “Alerta”. Imediatamente, todas pararam e fi caram imóveis como estátuas. Aquela que estava com a bola deu três passou e, parada, tentou acertar com a bola a criança que estava mais próxima. Quando acertava, a criança atingida saía da brincadeira; se errava, saía ela mesma do jogo.

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AvaliaçãoVerifi camos que as crianças conheceram e aprenderam as brincadeiras propostas, am-pliaram seu equilíbrio, ritmo, resistência, força, velocidade e fl exibilidade corporal, como também vivenciaram, de forma prazerosa e divertida, todas as brincadeiras. Em determi-nadas brincadeiras, as crianças demonstraram mais suas habilidades e novas aquisições, como na “Amarelinha”. Algumas tinham difi culdades em pular com um pé só e, depois, já estavam pulando melhor. A brincadeira da “História da serpente” foi a mais solicitada; nesse momento, as crianças colaboraram mais para dar certo. Uma brincadeira antes desconhecida que mais agradou foi a do “Coelhinho sai da toca”, com as tocas feitas pelos amigos; então, as crianças brincaram muito entusiasmadas. Continuamos, agora, obser-vando o empenho e a participação da turma nas atividades, pontuando pontos positivos e negativos, para um novo planejamento futuro.

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Profissionais: Giseli Cristina Chaves Marlete Aparecida Lima Marcondes Gislaine Cristina TibilettiUnidade escolar: CMEI Jardim Gabineto – NRE SFTurma de aplicação: Maternal IIIÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Sequência didática

JustificativaAlém de uma necessidade físico-motora, o movimento é uma forma de linguagem pela qual a criança se expressa, interage com o outro e com o meio. A ideia do projeto surgiu ao fi nal do ano anterior; numa roda de conversa, em que o disparador usado foi um pandeiro, as crianças da turma demonstraram um conhecimento prévio da utilização desse objeto. Uma criança disse que era para tocar música e jogar capoeira, comentou que sabia “jo-gar capoeira” e demonstrou alguns movimentos relativos a essa arte (estrelinha e ginga). Percebemos, então, um grande interesse da turma toda pelos movimentos e decidimos realizar o projeto sobre a capoeira, mais elaborado e detalhado, neste ano. O trabalho com capoeira para crianças pequenas desenvolve, nitidamente, uma melhoria nas relações in-terpessoais, equilibrando as relações e promovendo uma sensível melhora da autoestima, pois essa atividade possibilita o exercício de lidar com o outro e suas diferenças. Esse fato fi rma-se como importante mecanismo para resolução de possíveis situações emergentes das relações sociais cotidianas, contribuindo com a formação de indivíduos mais críticos, criativos e autônomos.

ObjetivosAmploUtilizar o movimento como forma de linguagem, interagindo com o meio.

Específicos• Expressar e interpretar sensações, necessidades e sentimentos por meio do movimen-

to.• Desenvolver a iniciativa para com o grupo.• Respeitar diferenças corporais.• Respeitar e reelaborar regras, entendendo-as como elementos que orientam as práti-

cas de jogos.• Ampliar o conhecimento sobre o jogo da capoeira.

BRINCANDO COM CAPOEIRA

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RecursosComputador, livros, revistas, sucatas para a confecção dos instrumentos (pandeiro: prato de samambaia, tampinha de metal, arame; berimbau: cano de PVC, linha de nylon, lata de leite, pedra, vareta; camiseta, papel bobina, papel cartaz, canetinhas, cola, rádio, CD de capoeira, DVD de capoeira, corda).

DesenvolvimentoInformar às famílias a respeito do início do projeto, assim como solicitar sua colaboração de acordo com cada etapa.Organizar os materiais necessários antes de cada etapa.Disponibilizar apresentações de capoeira (em fi lmes e ao vivo) no decorrer do projeto, para aumentar o interesse das crianças pelas aulas práticas.1.a etapa: Organizamos uma roda de conversa, utilizando novamente o pandeiro para o levantamento de questões. A partir do momento em que as crianças comentaram sobre a capoeira, fi zemos perguntas com o intuito de estimular a curiosidade das crianças: O que é capoeira? O que sabem sobre isso? Confeccionamos um cartaz com as questões: O que sabemos? O que queremos saber? Registramos as informações das duas primeiras ques-tões e deixamos o cartaz exposto no mural da sala. Com as crianças distribuídas em gru-pos, realizamos pesquisas através de livros, revistas e internet (sites de grupos de capoei-ra e a história da capoeira), resumimos as informações encontradas (quais instrumentos sonoros utilizam, quais roupas usam, as músicas, como se organizam etc.) e realizamos o registro em um caderno na presença das crianças. Contamos com o apoio das famílias, que nos enviaram informações e imagens sobre o assunto. Organizamos novas rodas para apresentação e explicação das mesmas e, em seguida, utilizamos o cartaz construído anteriormente para fi nalizar as questões. Esse cartaz foi exposto no mural externo da sala para apreciação das famílias e demais turmas. Utilizamos trechos dos DVDs: “Capoeira: luta disfarçada em arte” e “Capoeirando Ilhéus 2004 (Mestre Suassuna)” para comple-mentar a nossa pesquisa e apreciação dessa arte. 2.a etapa: Depois dessas pesquisas, as crianças observaram a organização de um grupo de capoeira. Lançamos o desafi o para criarmos um grupo de capoeira, listando o que seria necessário para essa formação: instrumentos musicais, roupas, músicas, além de saber jogar. Em seguida, detalhamos essa lista: Instrumentos – berimbau, pandeiro, caxixi e atabaque; Roupas – camiseta e calça confortável; Músicas; Regras do jogo. Foi realizada uma pesquisa com as famílias, solicitando que sugerissem um nome e um desenho para a logomarca do grupo; fi zemos uma votação na sala, e anotamos os três mais votados num cartaz, exposto no mural externo, para que as famílias pudessem também votar. O eleito foi “Pequeninos da capoeira”. Depois, mais uma vez, pedimos a colaboração das famílias, que nos enviaram uma camiseta branca por aluno, na qual foi registrado o nome e a logo-marca do mais recente grupo de capoeira.

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3.a etapa: Partimos, então, para a lista dos instrumentos musicais e a confecção com su-catas. Antes, fi zemos uma lista dos materiais necessários e arrecadamos esses objetos (sucatas) com as famílias. Enquanto os instrumentos eram confeccionados, iniciamos as práticas de capoeira na parte externa da unidade (parque, calçada), uma vez por semana. Com as crianças em roda, explicamos as regras do jogo, demonstrando como bater palmas da maneira correta e, gradativamente, os movimentos utilizados (ginga, esquivas etc.), lembrando que as crianças sempre realizavam um breve alongamento e aquecimento an-tes de iniciar a prática.4.a etapa: Já com os instrumentos prontos, passamos para a lista das músicas. As crian-ças escolheram algumas músicas infantis utilizadas no nosso dia a dia, e novo desafi o foi lançado para que as letras dessas músicas fossem transformadas em temas de capoeira. Registramos a escrita das letras em cartazes e as cantamos várias vezes para memoriza-ção; enquanto isso, as demais atividades continuaram sendo realizadas. Gradativamente, fomos apresentando os instrumentos musicais e as músicas para as práticas de capoeira, buscando a sincronia entre o som produzido por esses instrumentos e a música cantada. No dia 06 de julho – sábado de integração com as famílias –, as crianças tiveram a opor-tunidade de apreciar uma roda de capoeira ao vivo e participaram de uma atividade com o grupo Abadá Capoeira, o qual faz parte de um projeto da empresa Volvo. Todas as crianças estavam usando suas roupas do grupo “Pequeninos da capoeira”.5.a etapa: Nas práticas semanais, organizamos rodas de capoeira, contando com os ins-trumentos musicais, músicas e palmas produzidas pelos integrantes da roda e os movi-mentos da capoeira representados por apenas duas crianças no meio da roda. Demons-tramos a maneira correta de entrar para jogar (fi car próximo ao berimbau, agachado, e esperar um sinal de um jogador para assumir seu lugar no jogo), além do revezamento entre os jogadores para que ninguém canse e o jogo não acabe. Continuaremos com esse processo até o encerramento do ano letivo, e nosso produto fi nal será uma apresentação para os pais, com a participação do Grupo de Capoeira da Volvo e também do grupo Mater-nal III “Pequeninos da capoeira”, realizando a entrega da corda que simboliza a graduação da criança como “capoeirista”.

AvaliaçãoAtravés do projeto “Brincando com a capoeira”, percebemos que as crianças ampliaram o conhecimento sobre o jogo da capoeira, desenvolveram a iniciativa para com o grupo, respeitando suas diferenças, e entenderam as regras que orientam essa prática. Além de todo avanço nas diversas áreas de formação, principalmente no da linguagem do mo-vimento, a participação e o entusiasmo tanto das crianças, quanto das famílias, foram a grande conquista do projeto.

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Profissional: Solange Aparecida Bassoli DiasUnidade escolar: CMEI Vila Lindóia – NRE PRTurma de aplicação: Berçário IIÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaDurante as atividades, observamos a necessidade de desenvolver uma proposta com mo-vimento, na qual as crianças tenham oportunidade de apropriar-se das possibilidades de movimentos corporais para conhecer a si mesmas, através de atividades signifi cativas de práticas de movimento.

Objetivos• Vivenciar diferentes práticas de movimento que constituem a cultura infantil e que

ampliam as habilidades de manipulação (lançar, pegar, balançar, levantar e abaixar).• Desenvolver suas capacidades físicas (equilíbrio, coordenação, agilidade), por meio da

vivência de práticas de movimentos presentes na cultura.

RecursosTecidos variados, de diferentes texturas e tamanhos e cores.

DesenvolvimentoDisponibilizamos tecidos de diferentes texturas, cores e tamanhos para que as crianças explorassem livremente e sentissem a textura. As crianças brincaram de esconde-esconde com tecidos leves, fi nos e/ou transparentes, cobrindo e descobrindo o seu rosto e corpo. Primeiro, fi zeram isso individualmente; depois, em pequenos grupos, sugerindo que as crianças cobrissem e descobrissem os colegas. Na brincadeira de “carrinho”, colocamos as crianças sentadas em cima do cobertor e as arrastamos pela sala. Em seguida, as crianças fi zeram o mesmo, arrastando as bonecas em cima do cobertor. Com tecido mais grosso, brincaram de balançar; as educadoras seguraram nas extremidades do tecido, re-alizando movimentos leves de balanço, como uma rede. As crianças seguraram na ponta de um lençol, deixando-o bem esticado, colocamos bolinhas sobre ele e pedimos para que elas levantassem e abaixassem o lençol, sem deixar as bolinhas cair no chão.

BRINCANDO COM DIFERENTES TECIDOS

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AvaliaçãoTodas as crianças participaram das atividades propostas; umas mais ativamente, outras nem tanto. De um modo geral, a atividade foi muito bem aceita por eles. Tiveram a opor-tunidade de realizar movimentos corporais, tais como pegar, balançar, levantar e abai-xar, entre outros, desenvolvendo o equilíbrio, a coordenação e a agilidade física. Uma das crianças, por exemplo, a que mais entendeu os objetivos das atividades de movimento, sentou-se no tecido e segurou nas extremidades com as duas mãos, para não cair quando o mesmo fosse puxado.

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Profissionais: Bianca Marques da Rosa Cintia Cristina MacoppiUnidade escolar: CMEI Demawe – NRE BQTurma de aplicação: Maternal IIIÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaPraticando esportes, as crianças superam seus limites, além de aceitar as diversidades, trabalhando a inclusão social. Participando de atividades físicas, a criança libera a energia acumulada, desenvolvendo músculos e fl exibilidade, aumentando habilidades corporais e autoestima, proporcionando situações de enfrentamentos, também colaborando para o desenvolvimento da autonomia infantil. Pensando nisso, propusemos para a turma do Maternal III, atividades de movimento, relacionando com os esportes favoritos da turma.

Objetivos• Conhecer e identifi car seu corpo, explorando e ampliando suas possibilidades de movi-

mento, em diferentes situações.• Desenvolver autonomia na escolha de espaços, materiais e parceiros para as práticas

de movimento.• Interagir, criar regras e reelaborar as situações vividas nas diferentes práticas de mo-

vimento.• Observar e reconhecer diferenças e semelhanças de sua movimentação corporal, em

relação aos outros.

RecursosFiguras, fotos, vídeos em DVD, bolas variadas, panos, cabos de vassoura, bexigas, caixas de papelão, revistas, rede, cordas, traves de futebol, sala de aula, pátio interno e externo.

Desenvolvimento1) Futebol. Mostramos fi guras, fotos e vídeos sobre uma partida de futebol. Pedimos para as crianças observarem, com atenção, como é o jogo, quantos são os jogadores, o que eles estão fazendo, quais os seus movimentos, o seu vestuário etc. Depois, pedimos para as crianças contarem o que mais chamou a sua atenção. Num segundo momento, as crianças conheceram materiais necessários para o jogo, tais como: a bola, o apito, uma minitrave, um uniforme etc., explorando livremente os objetos. A seguir, foi realizada uma entrevista com uma criança que joga futebol profi ssional, a fi m de que ela contasse o que sabia e

BRINCANDO COM ESPORTES (FUTEBOL, VÔLEI E BASQUETE)

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como é, na prática, uma partida de futebol. Depois, as crianças fi zeram movimentos para vivenciar o futebol, formaram dois times para jogar, tendo as educadoras como juízas. 2) Futebol de pano. Fizemos uma adaptação no jogo do futebol, criando o “Futebol de pano”. Formamos duas equipes, e apenas um competidor de cada equipe participou de cada vez. No meio do espaço demarcado como campo, havia um pedaço de pano e dois cabos de vassoura. Ao nosso comando, cada competidor tentou levar o pano, empurrando com o cabo de vassoura, até a trave adversária. Aquele que conseguisse marcava um gol. A equipe que fez mais gols ganhou a competição. 3) Vôlei. Mostramos fi guras, fotos e vídeos que mostravam uma partida de vôlei. Pedimos para as crianças observarem, com atenção, como é o jogo, quantos são os jogadores, o que eles estão fazendo, quais os seus movimentos, o seu vestuário etc. Depois, pedimos para as crianças contarem o que mais chamou a sua atenção. Mostramos os materiais necessários para o jogo, tais como: a bola, o apito, uma rede, um uniforme etc., e deixamos as crianças explorarem os materiais. Depois, fi zemos os movimentos para treinar o vôlei com vários tipos de bola. No pátio interno, no primeiro momento, fi zemos um aquecimento; depois, formamos os times para jogar o vôlei. As educadoras foram juízas. Fizemos uma adaptação no jogo de vôlei, criando o “Vôlei de bexiga”. O procedimento foi o mesmo, mas a bola era uma bexiga. As crianças tiveram que ter mais calma e não deixar a bexiga cair no chão; se ela caísse, o ponto iria para a outra equipe.4) Basquete. Mostramos fi guras, fotos e vídeos que mostravam uma partida de basquete. Pedimos para as crianças observarem, com atenção, como é o jogo, quantos são os joga-dores, o que eles estão fazendo, quais os seus movimentos, o seu vestuário etc. Depois, pedimos para as crianças contarem o que mais chamou a sua atenção. Mostramos os materiais necessários para o jogo, tais como: a bola, a cesta, o apito, um uniforme etc. Deixamos as crianças explorarem todos os materiais. Então, fi zemos os movimentos para treinar o basquete com vários tipos de bolas. No pátio externo, num primeiro momento, fi -zemos um aquecimento; depois, formamos os times para jogar o basquete. As educadoras foram juízas. Fizemos uma adaptação no jogo de basquete, criando a brincadeira de “Bola ao cesto”. Formamos duas equipes, e apenas um competidor de cada equipe participou de cada vez. No meio do espaço demarcado como campo, havia duas bolas e, nas pontas do campo, uma caixa de papelão que correspondeu à cesta do time adversário. Ao nosso comando, cada competidor pegava a bola e, quicando, levava-a até o cesto adversário, tentando jogar a bola dentro dele; aquele que conseguia marcava uma cesta. A equipe que fi zesse mais cestas ganhava a competição.

AvaliaçãoCom os registros feitos através das pautas de observação, percebemos que, ao fi nal das atividades propostas, as crianças ampliaram suas possibilidades de movimento, em di-ferentes situações, tendo autonomia na escolha dos espaços, materiais e parceiros para brincar; foram também capazes de respeitar e criar regras para as atividades que já domi-navam, participando sempre com muito interesse e liberdade nos movimentos.

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Profissionais: Carla Andréa Santos Cardoso Eliane Ribeiro Bonetti Geni Carmen Mariano Dias Sonia Regina da Silva TomazUnidade escolar: CMEI Vereadora Nely Almeida – NRE MZTurma de aplicação: Berçário IIÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaBuscando otimizar o espaço da sala do berçário, auxiliando as crianças a experienciarem movimentos variados que as ajudarão, gradativamente, na inserção espacial de seu coti-diano, proporcionamos um ambiente variado de componentes, que as levaram a descobrir o brincar e o experienciar de forma prazerosa, sem barreiras, sem negações, com ações que transmitam segurança, criando vínculos. É no brincar que as descobertas experien-ciadas vão ajudar no desenvolvimento gradativo das habilidades de consciência corporal, percepções, linguagens e noção de espaços.

Objetivos• Familiarizar-se com a imagem do próprio corpo.• Explorar as possibilidades de gestos e ritmos corporais para se expressar nas brinca-

deiras e nas demais situações de interação.• Deslocar-se com destreza progressiva no espaço ao andar, correr, pular, subir e descer,

desenvolvendo atitude de confi ança nas próprias capacidades motoras.

RecursosCDs, brincadeiras cantadas, tecidos, bolas, balões, tatame, colchonete, bambolês, corda e bolhas de sabão.

Desenvolvimento1) Com a música “Pega o cabelinho”, realizamos com as crianças os movimentos de er-guer o cabelinho, tapar a orelhinha, coçar o narizinho, fechar os olhinhos e mandar três beijinhos. Com movimentos ora suaves, ora fortes, conforme o ritmo da música, continu-amos cantando, explorando as mãos com palmas (para cima, para baixo, bem forte, bem fraco). Com música clássica, as crianças dançaram e andaram no ritmo, a movimentar fi tas no ar, experimentando a leveza desse movimento.

BRINCANDO DE MOVIMENTAR

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2) Enrolamos e desenrolamos as crianças em um lençol, cantando a música “Enrola, de-senrola”. Depois, as crianças dançaram livremente as músicas do CD “Palavra cantada”.3) As crianças subiram e desceram livremente, escalando as grades do solário. Chutaram balões na grama, divertindo-se a valer. Depois, realizamos movimentos de sombra, refl eti-da no muro, imitando pássaros.4) Cantamos a música “Roda cutia”, e as crianças brincaram de roda. Em seguida, elas participaram de um circuito, no qual passavam por um bambolê, por um túnel feito com duas mesas e um lençol e, ao fi nal, davam uma cambalhota no colchonete com o auxílio das profi ssionais. 5) No solário, cantamos parlendas como “Bambalalão, senhor capitão” e mnemônias como “Um, dois, feijão com arroz”, fazendo balanços com as crianças no colo, individu-almente, com movimentos frente e trás. Em seguida, as crianças deitaram no tatame, e brincamos com seus pés e pernas, cantando a música “Pedala, pedalinho” e realizando movimentos de pedalar.

AvaliaçãoA avaliação deu-se por meio das observações realizadas e registradas durante as ativi-dades, com as pautas de observação e refl exão das profi ssionais sobre prováveis ajustes com as crianças que necessitavam de mais estímulos. Verifi cou-se que, quando as crian-ças passaram por dentro do túnel, aprenderam a utilizar o espaço, esperando a vez. Quan-do dançaram com fi tas, exploraram gestos e ritmos corporais, expressando-se nas brin-cadeiras e demais interações. Alguns bebês, que ainda não andavam, já estão andando, tendo desenvolvido confi ança nas próprias capacidades motoras por meio das atividades.

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Profissionais: Helena Pikussa Mascarello Ivonete Aparecida de Oliveira Fernanda Macedo CoradinUnidade escolar: CMEI Centro Cívico – NRE MZTurma de aplicação: Berçário IIÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaObservamos na turma do Berçário II que as crianças gostam muito de atividades que en-volvam movimentos. Em todas as atividades realizadas durante o primeiro semestre, prin-cipalmente as que envolviam objetos e obstáculos, observamos grande interesse e parti-cipação por parte da maioria das crianças. O movimento é uma das primeiras conquistas da criança rumo à autonomia, à formação da identidade e às experiências relativas ao espaço e ao tempo. As crianças conquistam um equilíbrio entre movimentos espontâneos e controlados, avançando no desenvolvimento de sua motricidade global. Deslocando-se com destreza gradual no espaço, aumentam a confi ança em suas capacidades e habilida-des motoras.

Objetivos• Conhecer as possibilidades de movimento do próprio corpo e suas limitações, adquirin-

do confi ança e controlando as limitações progressivamente.• Desenvolver suas capacidades físicas e perceptivas motoras, por meio de diferentes

práticas de movimento, explorando-as e interagindo com o meio.

RecursosCorda, bambolê, colchonetes e centopéia.

Desenvolvimento1) Duas educadoras seguraram nas pontas de uma corda, enquanto a outra encorajava cada criança a passar por baixo; na sequência, as crianças passaram por cima da corta.2) Estimulamos as crianças a rolar e dar cambalhotas sobre os colchonetes.3) Colamos os bambolês no chão com fi ta adesiva, lado a lado, em forma de círculo e linha reta; em seguida, estimulamos as crianças a pular dentro de cada bambolê.4) Estimulamos as crianças a passar, engatinhando ou arrastando-se, por dentro da “cen-topeia”.

BRINCANDO E APRENDENDO COM O CORPO

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5) Montamos um circuito, seguindo todas as atividades: as crianças passaram por baixo e por cima da corda; rolaram e deram cambalhotas sobre os colchonetes; pularam dentro de cada bambolê e passaram pela “centopeia”.

AvaliaçãoObservamos que as crianças participaram de todas as atividades, mesmo aquelas que ainda não andavam. Conseguiram compreender o circuito e realizá-lo, seguindo as educa-doras ou os próprios colegas, no seu próprio ritmo, explorando os obstáculos e sendo esti-muladas a ultrapassá-los. Na corda, as crianças sempre procuraram um modo de tirá-la da frente, ao invés de mover o corpo para desviá-la. Após algumas intervenções, as crianças abaixavam-se para passar; algumas também baixavam a corda para passar por cima e outras continuavam levantando-a. Nos bambolês, estimulamos o movimento de pular, pois nessa fase as crianças estão desenvolvendo seu equilíbrio, mas o simples fato de passar pelo caminho de bambolês caminhando ou mesmo engatinhando já as fez compreender a ideia de circuito. Auxiliamos as crianças a realizar as cambalhotas e os rolamentos; algu-mas crianças tentavam fazer sozinhas os rolamentos no colchão, desenvolvendo impulso e força. As crianças gostaram de fi car dentro da “centopeia”, sentadas, observando os de-senhos; algumas precisaram de muita insistência para entrar, outras não queriam passar pelo comprimento, mas a maioria passou várias vezes. No circuito completo, cada criança queria repetir os obstáculos preferidos, ao invés de seguir o percurso; porém, com inter-venções, foram seguindo. Muitas precisavam de mais tempo para explorar melhor cada obstáculo, enquanto outras seguiam de forma divertida. A cada vez que repetíamos essas atividades, as crianças adquiriam maior intimidade com os movimentos e obstáculos pro-postos.

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Profissionais: Kátia do Rocio Barbosa Luzia Rodrigues dos S. Markevitch Neiva Mantovani SantanaUnidade escolar: CMEI Itamarati – NRE BQTurma de aplicação: Berçário únicoÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Sequência didática

JustificativaO bebê, mesmo em sua vida intrauterina, já desenvolve a capacidade de expressar-se por meio do movimento, ampliando ao nascer suas experiências corporais em sua interação com o meio. Assim, a criança manifesta seu pensamento e relaciona-se com as pessoas e os objetos com os quais convive. O trabalho com a linguagem movimento no berçário pos-sibilita, gradativamente, por meio de diferentes propostas e desafi os, que a criança amplie sua forma de comunicar-se através do movimento nas ações com os adultos e crianças, interagindo com eles e criando vínculos baseados na linguagem corporal. Esses momen-tos são marcantes para o seu desenvolvimento, pois permitem que crie autonomia e noção de si própria, bem como expresse suas emoções e relacione-se com os outros. Dentro dessa proposta, ter contato com a linguagem movimento, através de diferentes túneis, au-mentados gradativamente, faz com que o bebê articule seu pensamento, transformando-o em símbolos, primeiramente sob a forma de ação corporal para, depois, constituir-se em compreensão dos signifi cados dessa ação, favorecendo sua comunicação, expressão e visão de mundo.

Objetivos• Utilizar o movimento como forma de linguagem, interagindo com o meio.• Controlar o próprio movimento, ajustando suas habilidades e capacidades às exigên-

cias das diferentes práticas de movimento.• Reconhecer e ampliar as possibilidades de movimento de seu corpo, conhecendo suas

potencialidades e seus limites.

RecursosBambolês, caixa de papelão, pneu, minhocão, berços, entre outros.

BRINCAR É EXPLORAR – BERÇÁRIO EM MOVIMENTO

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Desenvolvimento1.a etapa: Disponibilizamos bambolês para as crianças explorarem. Auxiliamos a passa-rem por dentro deles; depois, penduramos os bambolês na sala, para as crianças passa-rem como quisessem.2.a etapa: Com uma caixa de papelão, deixamos as crianças brincarem. Em outro momen-to, encapamos uma caixa de papelão, tirando o fundo, e auxiliamos as crianças a passar por dentro dela. Penduramos a caixa na sala para que as crianças explorassem como quisessem.3.a etapa: Aumentamos o desafi o, então com pneus. Propusemos a passagem por dentro de um pneu, depois por dois deles, colocados lado a lado. Essa etapa foi realizada em outros espaços do CMEI.4.a etapa: Com um berço virado de lado e com o estrado retirado, colocamos cobertas para formar um túnel. Auxiliamos as crianças a explorar e passar por esse túnel.5.a etapa: Ligamos dois bambolês com tecido TNT, criando um “mini-minhocão”. As crian-ças foram incentivadas a brincar livremente e, depois, foram convidadas a passar por dentro do pequeno túnel. 6.a etapa: Com papel colorido, encapamos uma caixa grande de papelão e deixamos uma pequena abertura para que entrassem e saíssem livremente. Após muita exploração, brin-camos de esconde-esconde.7.a etapa: Levamos o “minhocão” para o solário e deixamos que as crianças brincassem livremente. Depois, estimulamos para que elas passassem por dentro dele.

AvaliaçãoA avaliação ocorreu ao longo de toda a sequência didática, levando-se em consideração a participação das crianças. Até que todas as crianças passassem por dentro do “minho-cão”, propusemos novamente uma ou outra etapa.

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Profissionais: Márcia Regina de França Elisabete Bueno Maria Lilia AntunesUnidade escolar: CMEI Moradias Belém – NRE BQTurma de aplicação: Berçário únicoÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaPercebemos que as crianças precisam aprender a controlar progressivamente o movimen-to corporal; portanto, pensamos em uma atividade lúdica e divertida, para que as crianças possam atingir o objetivo esperado.

Objetivos• Conhecer as possibilidades de movimento do próprio corpo e suas limitações.• Desenvolver as suas capacidades físicas (força, equilíbrio, coordenação e agilidade)

e suas capacidades perceptivo-motoras (lateralidade, orientação espacial, orientação temporal), por meio da vivência de práticas de movimentos presentes na cultura.

RecursosEspaço físico da sala do berçário, berços, elásticos e tatames.

DesenvolvimentoRealizamos essa atividade permanente junto com os pais das nossas crianças, no sábado letivo deste ano. Após a reunião com eles, perguntamos sobre quem gostaria de participar da brincadeira da cama de gato que já estava previamente preparada. A princípio, nin-guém se manifestou, mas logo apareceram uns corajosos. Os fi lhos não quiseram entrar, mas vendo os pais lá dentro, eles foram atrás. Como, na ocasião da reunião, apareceram poucos familiares, resolvemos aplicar de novo essa atividade para que as outras crianças também participassem. Então, colocamos na sala três berços deitados, de frente um para o outro, forramos com tatames e amarramos os elásticos dentro dos berços, formando a cama de gato. Em seguida, apresentamos a cama de gato primeiro para as crianças maio-res. Chamamos as crianças, mostramos a cama de gato e explicamos as regras, que pode-riam atravessar só por baixo ou passar por cima. Primeiro, entrou uma educadora; depois,

CAMA DE GATO

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as crianças. Assim que os maiores entraram, chamamos as crianças menores, para que observassem; depois, podiam entrar se quisessem. Pretendemos repetir a atividade ou-tras vezes, modifi cando a maneira de colocar o elástico, que pode ser amarrado do lado de fora dos berços, apenas na horizontal, ou amarrado nos pés de uma mesa, por exemplo. Dessa forma, ampliam-se as possibilidades de apresentar a brincadeira.

AvaliaçãoRealizamos essa atividade com sucesso. Já de início, as crianças maiores gostaram muito, tiveram facilidade em entrar no túnel, repetiram várias vezes. Percebemos que elas se divertiam com a brincadeira, que usaram de equilíbrio e agilidade para passar na cama de gato, assim como coordenação no movimento; a força não foi necessária. Percebemos que apenas uma criança passou por cima dos elásticos. Em seguida, apresentamos a cama de gato às crianças menores e notamos que elas resistiram bastante, precisando de estímu-los; algumas só passaram junto com a educadora, e outras preferiram não participar da atividade e fi caram só observando. Nessa atividade, as crianças tiveram a oportunidade de conhecer as diferentes possibilidades de movimento (subir, descer, engatinhar, cami-nhar, pular), através dos seus movimentos corporais. Esses movimentos proporcionaram a elas o desenvolvimento de capacidades físicas de força, equilíbrio e agilidade, além de capacidades perceptivo-motoras (orientação espacial e temporal). Percebemos que esses objetivos foram atingidos com as crianças maiores, precisando ser retomado com as crian-ças menores.

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Profissional: Rodrigo Angelo DadaltUnidade escolar: E. M. Prof.ª Miracy Rodrigues de Araújo – NRE BNTurma de aplicação: PréÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Sequência didática

JustificativaA capoeira como componente curricular da Educação Física aparece por força de lei, tor-nando-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira em todo o currículo escolar. Ela é uma manifestação cultural caracterizada pela sua multidimensionalidade que, devido ao seu processo de institucionalização, constitui-se ao mesmo tempo como luta, dança, brincadeira e jogo. Assim, a capoeira é muito rica para ser explorada com as crianças da Educação Infantil.

Objetivos• Ter contato com os elementos da capoeira.• Experimentar movimentos e posições da capoeira

RecursosMúsicas da capoeira, pandeiros, berimbau, caxixi, cordinhas coloridas de algodão cru, fi gu-ras dos alimentos saudáveis, mini-cone e espaço amplo.

Desenvolvimento1.a etapa: Organizamos as crianças em círculo sobre as cordinhas e realizamos a uma brincadeira cantada, com a música “Eu sou criança; um dia eu vou crescer; vou mostrar prá todo mundo; capoeira prá valer.” Ensinamos a música e realizamos a brincadeira junto com as crianças, tendo a cordinha como referência para o movimento da ginga. E m seguida, as crianças gingaram no ritmo do berimbau; o professor tocou o berimbau, e as crianças acompanham o ritmo no movimento da ginga. Também realizamos a brincadeira “Siga o mestre”: o professor gingou e demonstrou os movimentos, e as crianças imitaram.2.a etapa: Organizamos as crianças em círculo sobre as cordinhas e realizamos algumas brincadeiras.Brincadeira cantada, com a música “1, 2, 3, já”. Ensinamos o refrão da música e os movi-mentos a serem realizados. Inserimos o toque do pandeiro e a troca de lugar (cordinha) ao fi nal do refrão; antes, inserimos a execução de um movimento. Ainda no círculo, solicita-mos que gingassem, manipulando a cordinha, propondo desafi os de manipulação.

CAPOEIRA: BRINCANDO E CANTANDO

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Estátua da capoeira. Tocamos o instrumento, e as crianças correram, girando a cordinha como as hélices de um avião. Paramos o toque, e as crianças pararam como numa está-tua, cada uma falando o seu nome e o nome da posição que realizou. Repetimos a ativida-de, girando como as hélices do helicóptero.3.a etapa: Organizamos as crianças em círculo sobre as cordinhas e realizamos algumas brincadeiras.Brincadeira cantada, com a música dos alimentos saudáveis. Realizamos uma conversa com as crianças, tendo como base as fi guras dos alimentos saudáveis. Em seguida, en-sinamos a música. Organizamos as crianças em círculo sobre as cordinhas, e as fi guras foram espalhadas pelo espaço. Iniciamos a brincadeira: quando o professor cantava o coro da música, as crianças gingaram sobre as cordinhas; quando ele cantava a estrofe sobre o alimento, as crianças gingavam próximas à fi gura referida.Brincadeira de equilíbrio estático com as cordinhas. Sugerimos partes do corpo para o equilíbrio e inserimos a música “Balança, balança”.4.a etapa: Organizamos as crianças em círculo, tenho como referência o mini- cone entre os pés. Em seguida, realizamos algumas brincadeiras.Brincadeira cantada, com a música “Capoeirista gingou, gingou”. Ensinamos a música e realizamos a brincadeira com variações, tais como: abraçar o colega da direita, abraçar o colega da esquerda, abraço coletivo.Brincadeira cantada, com a música “1, 2, 3, já”. Cantamos a música e realizamos a brin-cadeira.

AvaliaçãoAs crianças demonstraram empolgação para cantar as músicas e deram ideias durante as brincadeiras. Durante as aulas, as crianças tiveram contato com os elementos da capoeira e realizavam os movimentos à sua maneira. Observamos que, no retorno para a sala, as crianças cantavam as músicas que foram trabalhadas durante as atividades.

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Profissionais: Aparecida Silvino dos Santos Lídia Goularte Alves Renata Cristina Doria GuimarãesUnidade escolar: CMEI Dr. Francisco Cunha Pereira Filho – NRE CJTurma de aplicação: Maternal IÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaComo a chamada e o movimento fazem parte da nossa rotina diária e permanente, per-cebemos que as crianças estavam perdendo o interesse no momento da chamada, que acontecia com músicas. A fi m de tornar diferente, dinâmico e mais atrativo o momento da chamada, elaboramos nosso planejamento, incluindo a atividade de movimento.

Objetivos• Reconhecer e ampliar as possibilidades de movimento de seu corpo, conhecendo suas

potencialidades e seus limites. • Controlar o próprio movimento, ajustando suas habilidades e capacidades às exigên-

cias das diferentes práticas de movimento.

RecursosCadeiras, mesas, bambolês, cordas.

DesenvolvimentoPara tornar nossa chamada mais interessante e dinâmica acrescentamos as práticas de movimentos nesse momento. Em cada dia, usamos um obstáculo diferente, e a criança tem que passar por ele e pegar seu crachá. Por exemplo, passar embaixo da cadeira, pas-sar embaixo da mesa, pular a corda, andar sobre a corda, passar por dentro dos bambolês. No último dia da semana, preparamos um percurso com três dos obstáculos que usamos durante a semana. A criança passa pelo obstáculo preparado e pega seu crachá.

CHAMADA COM MOVIMENTO

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AvaliaçãoFoi realizada através de registros escritos e individuais e fotos. Nesses momentos, tivemos um olhar mais individual para a criança e percebemos sua maior difi culdade. Quanto às aprendizagens das crianças, elas perderam o medo de passar por cima das cadeiras enfi -leiradas e perceberam que não era possível passar por baixo das cadeiras engatinhando, mas sim rastejando. As crianças precisavam de ajuda das educadoras na hora de pular corda, mas depois perceberam que era possível se equilibrar segurando no encosto das cadeiras e, assim, pular corda fi cou mais fácil.

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Profissionais: Lucilda Sebastiana Sergio da Silva Zenilda Cunha Monteiro Clélia de Melo, Regiane Dreher Taborda de Assis Rosângela França Triaquim Pamela Aparecida Souza FerreiraUnidade escolar: CMEI Conjunto Itapema – NRE CICTurma de aplicação: Maternal IIIÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaJustifi camos a realização dessas práticas pela necessidade de propor atividades lúdicas, as quais possibilitam a interação através da música e de suas variações, como também dos movimentos livres e orientados, momentos em que as crianças podem demonstrar suas sensações e percepções acerca do próprio corpo e do mundo. Não há dúvida de que as crianças pequenas gostam de movimentar-se. Elas vivem e demonstram seus estados afetivos usando o corpo; relacionam-se com o outro e aprendem sobre si mesmas; pulam, correm e veem nessas atividades a oportunidade de brincar. Percebemos que não há nada mais interessante para as crianças do que aprender brincando.

Objetivos• Desenvolver suas capacidades físicas (força, equilíbrio, coordenação, agilidade, veloci-

dade, ritmo, entre outras), por meio da vivência de práticas de movimentos presentes na cultura

• Utilizar o movimento como forma de linguagem, interagindo com o meio.

RecursosCD, rádio, corda, mesas, piscina infl ável, cama de gato (canos e elástico) e pneus.

DesenvolvimentoAs crianças ouviram a música “Passeio” e dançaram espontaneamente. A professora falou sobre como seria organizada a brincadeira, fazendo os combinados. A professora pediu que as crianças imaginassem que estavam fazendo um passeio e que tinham que passar pelos obstáculos que a música relatava. Após elas passarem por um circuito de acordo com o que falava a música, alguns objetos representavam uma parte do passeio, e as

COM MÚSICA E MOVIMENTO, A GENTE APRENDE

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crianças interagiam. A cama de gato representava as montanhas, e as crianças contor-ciam-se para passar entre os elásticos, até saírem do outro lado. A piscina representava o rio, e as crianças faziam os movimentos da natação. A corda representava a ponte, e elas tinham que se equilibrar, imitando a travessia de uma ponte. As mesas representavam o túnel, e as crianças tinham que se rastejar, de barriga no chão, para passar por baixo delas. Os pneus representavam a lama, e elas tinham de pular para não sujar os pés. O tatame representava a grama, onde as crianças descansavam.

AvaliaçãoAs crianças gostaram muito das práticas realizadas e participaram com entusiasmo das atividades propostas. Tiveram a oportunidade de explorar diferentes movimentos durante todo o trajeto que fi zeram, utilizando o movimento como forma de linguagem, interagindo com o espaço e com as outras crianças. Observamos a participação e o interesse demons-trado durante o desenvolvimento da atividade, sendo que ela deve ser repetida mais ve-zes, com outras músicas, adaptadas ou como atividades criadas pelas crianças.

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Profissional: Claudia Natal TostaUnidade escolar: CMEI Cajuru – NRE CJTurma de aplicação: Maternal IIIÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Sequência didática

JustificativaO trabalho foi desenvolvido com esta turma de Maternal III, pois é bastante receptiva em receber novos conhecimentos. As crianças demonstram facilidade em aprender atividades relacionadas a movimento, dança e brincadeiras cantadas. O interesse e a movimentação da turma fi zeram com que levássemos um tema até então não trabalhado: a capoeira. Mostramos a eles uma nova cultura, com dança, instrumentos e gingas variadas.

Objetivos• Ampliar sua expressão corporal, explorando diferentes práticas de movimento dentro

da capoeira.• Brincar e criar ritmos de dança dentro da capoeira, os quais ampliem as possibilidades

de expressão corporal.• Apreciar espetáculos de dança dentro da capoeira.• Explorar e criar movimentos a partir de estímulos sonoros usados na capoeira.

RecursosVídeo “Demonstração de crianças jogando capoeira”; instrumentos: caxixi, pandeiro e be-rimbau.

Desenvolvimento1.a etapa: Em um círculo, iniciamos uma conversa informal com as crianças. Como dispa-rador, usamos um berimbau e fi zemos às crianças algumas perguntas: Para que serve este objeto?; Alguém conhece?; O que se faz com ele? Em seguida, contamos sobre o signifi ca-do do instrumento, para que servia e onde era usado. Dando continuidade, mostramos um vídeo de apresentação de dança de capoeira com crianças. 2.a etapa: Contamos às crianças uma história de como surgiu a capoeira, instigando a tur-ma a debater informalmente sobre o assunto. Então, as crianças tiveram contato com os instrumentos musicais da capoeira.

CONHECENDO A CAPOEIRA

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3.a etapa: Levamos ao CMEI uma professora de capoeira, oportunizando para as crianças a experiência e o conhecimento da dança na capoeira.4.a etapa: Apresentamos às crianças algumas músicas tocadas na capoeira, e elas, com os respectivos instrumentos, cantaram junto com a professora. 5.a etapa: Através de uma conversa informal com as crianças, resgatamos tudo o que foi visto e aprendido durante essa sequência didática. Depois, pedimos a elas que fi zessem um desenho sobre o tema trabalhado.6.a etapa: Finalizando a sequência didática, realizamos uma exposição com as fotos tira-das por nós e os desenhos produzidos pelas crianças.

AvaliaçãoAs crianças demonstraram interesse e participaram com entusiasmo. Nas atividades de movimento que foram desenvolvidas, percebeu-se que as crianças ampliaram, brincaram e exploraram movimentos, músicas e ritmos diferenciados a partir das práticas.

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Profissionais: Aline Paula Cordeiro Mendes Ligya Cristina de Moura Rosa Maria de SouzaUnidade escolar: CMEI Demawe – NRE BQTurma de aplicação: Maternal IÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaAtravés do movimento, a criança expressa emoções e pensamentos, ampliando suas pos-sibilidades de uso de gestos e posturas corporais. Também por meio dele, relaciona-se com o outro e aprende sobre si mesma. O movimento não é só uma necessidade físico--motora, mas tem uma dimensão no desenvolvimento humano, proporcionando a com-preensão, a expressão e a comunicação de signifi cados presentes no meio sociocultural. Sendo o movimento tão importante para o desenvolvimento da criança, propusemos à turma do Maternal I várias atividades que estimulem e proporcionem o movimento nessa faixa etária.

Objetivos• Conhecer seu corpo, identifi cando progressivamente as suas partes.• Vivenciar diferentes práticas de movimentos, como cantigas, brincadeiras cantadas,

ginástica e dança.• Desenvolver autonomia na escolha de espaços e materiais nas práticas de movimen-

tos.• Participar de práticas com propostas desafi adoras, que levem à solução de problemas

e à construção de diferentes relações interpessoais.

RecursosCDs, músicas, bolas, cordas, cestos, escorregador, mesa, pneus, colchonetes e tecidos, motoca, “centopeia”, bambolê, cama de gato.

Desenvolvimento1) Macaco Simão. Brincamos com as crianças; ao som do comando “Macaco Simão”, a criança fazia o que se pedia. Por exemplo, Macaco Simão mandou colocar a mão no pé, Macaco Simão mandou colocar a mão na porta etc.

CONHECENDO E MOVIMENTANDO O MEU CORPO

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2) Cabeça, ombro, joelho e pé. Dançamos a música “Cabeça, ombro, joelho e pé”. Nessa etapa, as crianças usaram a atenção, pois identifi caram partes de seu corpo, desenvolven-do progressivamente independência nos movimentos e na expressão corporal.3) Batata quente. Brincamos de passar a bola com a música “Batata quente”; sentadas em roda, as crianças passaram a bola de uma a uma, enquanto estavam cantando a músi-ca “Batata quente”. Quando era falada a palavra “queimou”, a criança que estivesse com a bola saía da roda, que ia diminuindo até que sobrasse um único jogador. A brincadeira requeria atenção e concentração.4) Bola no cesto. Brincamos de jogar a bola no cesto com distâncias variadas, com bolas e cestos de diferentes tamanhos. As crianças lançaram as bolas dentro dos cestos; isso requeria muita atenção, e elas desenvolveram autonomia na escolha de espaços e mate-riais utilizados.5) Por cima e por baixo. Através de comandos, as crianças passaram por baixo e por cima da corda quando solicitadas, controlando o próprio movimento e ajustando suas habilida-des e capacidades nas práticas do movimento.6) Circuito. Montamos um circuito pequeno. Iniciava na linha de largada, com a motoca, passando por baixo da mesa, subindo e descendo no escorregador e passando pela “cen-topeia”, até a linha de chegada; com isso, as crianças adquiriam equilíbrio, resistência, força, velocidade e fl exibilidade corporal.7) Aumentamos o circuito, difi cultando os movimentos. Iniciava com pneus, passando por dentro do bambolê, rolando no colchonete, passando por baixo da cortina de tecido, atra-vessando a cama de gato e passando por cima da corda. Assim, as crianças controlavam o próprio movimento, ajustando suas habilidades, capacidades e exigências às difi culdades dessas práticas.8) Ginástica. Brincamos de ginástica, com a música “Pedala, pedalinho”. Deitados sobre o colchonete, de costas, elas fi zeram o movimento de pedalar, sob o comando da música. Assim, vivenciaram diferentes práticas de movimento, como cantigas, brincadeiras canta-das, ginásticas e danças.

AvaliaçãoDurante o desenvolvimento das atividades, observamos que algumas crianças tiveram di-fi culdades para realizar alguns dos movimentos solicitados; isso nos fez repeti-los sempre que necessário, visando a sua independência nos movimentos e na expressão corporal. Também percebemos que as crianças reconheciam partes do seu corpo e tinham autono-mia para escolher os espaços e parceiros para brincar, vivenciando diferentes práticas de movimento, de brincadeiras e de cantigas.

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Profissional: Teresa Cristina Garcia y PuertoUnidade escolar: E. M. Vereador João Stival – NRE SFTurma de aplicação: PréÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Sequência didática

JustificativaO esquema corporal é um elemento básico indispensável para a formação da personali-dade da criança, como seu núcleo central e refl etindo o equilíbrio entre as funções psico-motoras e sua maturidade. A consciência do corpo é alcançada pela percepção do mundo exterior, da mesma forma que a consciência do mundo exterior acontece por meio do cor-po. A linguagem que a criança estabelece através de seu corpo é fundamental no processo educativo, pois expressa sentimentos, emoções e pensamentos, amplia gestos e posturas, e permite a ela também se apropriar do repertório da cultura corporal na qual está inse-rida. Sendo assim, pensamos numa sequência didática na qual o elemento principal seja o corpo e as partes que o compõem, oportunizando o conhecimento e o domínio do seu corpo, proporcionando a autonomia e a formação da sua identidade corporal, visto que se percebeu que a maioria das crianças ainda não havia se apropriado desse conhecimento.

Objetivos• Conhecer e identifi car seu corpo, explorando e ampliando suas possibilidades de movi-

mento, em diferentes situações.• Participar de práticas desafi adoras, que levem à solução de problemas e à construção

de diferentes relações interpessoais.

RecursosLápis de cor, papel sulfi te, aparelho de som, CDs, jornais, revistas, jogo do corpo humano, jogo das “Posições do boneco palito”, máquina fotográfi ca, tecido TNT, fi tilhos, bolinhas de tênis.

Desenvolvimento1.a etapa: Realizamos brincadeiras cantadas com músicas que envolvem partes do corpo e, posteriormente, as crianças realizaram o registro gráfi co do “Como eu sou”.2.a etapa: Confeccionamos bolinhas de jornal. No pátio, as crianças manusearam livre-mente as bolinhas. Logo após, cantamos a música “Cabeça, ombro”, sinalizando com a bolinha a parte do corpo cantada na música, e elas caminharam segurando a bolinha em diversas partes do corpo.

CONHECENDO MEU CORPO EM MOVIMENTO

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3.a etapa: As crianças experimentaram livremente as bolinhas de tênis. Cantamos a músi-ca “Cabeça, ombro”, sinalizando com a bolinha a parte do corpo cantada na música, e elas caminharam segurando a bolinha em diversas partes do corpo.4.a etapa: Jogo do corpo humano, usando os cartazes da legenda, com desenhos de mãos, pés, cotovelos, joelhos, cabeça e “bumbum”. Mostramos todos os cartazes individualmen-te e, em seguida, pedimos para as crianças que encostassem no chão a parte do corpo que fosse, a cada vez, indicada com o cartaz.5.a etapa: Jogo do corpo humano, usando os cartazes, com duas partes da legenda no mesmo cartaz. Solicitamos para as crianças que, quando mostrássemos um cartaz, encos-tassem no chão as duas partes do corpo indicadas.6.a etapa: Jogo das posições, com as cartelas das “Posições do boneco palito”. Num pri-meiro momento, mostramos uma cartela de cada vez, e as crianças imitaram as posições do boneco. Num segundo momento, espalhamos no chão as fi guras, e as crianças an-daram entre elas. Ao sinal da professora, as crianças paravam em frente à cartela mais próxima e imitavam a posição do boneco palito.7.a etapa: Jogo de posições com fi guras de pessoas recortadas de revistas. Espalhamos as fi guras, e as crianças andavam entre as fi guras, seguindo os comandos. Por exemplo, na ponta dos pés, com as mãos na cabeça, num pé só etc. Ao sinal, paravam em frente à fi gura mais próxima e imitavam a posição da pessoa.8.a etapa: Brincadeira “Você é o boneco”. Cada criança fez uma posição com seu corpo para o colega imitar (fotografamos cada posição para atividade posterior).9.a etapa: Jogo das posições com as fotos das crianças. Espalhamos as fotos, e as crian-ças andaram entre elas, no ritmo da música tocada; quando a música parava, as crianças imitavam a posição da foto do colega mais próximo.10.a etapa: Confecção da peteca. As crianças manusearam livremente; em seguida, anda-ram pela sala, equilibrando a peteca na parte do corpo solicitada pela professora.11.a etapa: Execução de novo registro gráfi co “Como eu sou”, para comparação com o pri-meiro registro. Pudemos perceber diferenças bem signifi cativas.

AvaliaçãoFoi realizada através de observações, através de instrumentos como registros gráfi cos (de-senhos), inseridos no portfólio da criança, fotografi as e registro sistemático das observa-ções, através do preenchimento da pauta de observação. Durante todo o processo de de-senvolvimento das práticas, pôde-se observar que as crianças identifi caram e nomearam as partes de seu corpo; ampliaram suas possibilidades de movimento após explorarem e experimentarem várias posições corporais, em diferentes contextos das etapas da sequ-ência; reconheceram que os corpos movimentam-se em várias situações e de diferentes formas; reconheceram semelhanças e diferenças entre as posições corporais experimen-tadas e compreenderam e respeitaram as regras e os combinados das atividades e das relações com os colegas.

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Profissionais: Adriana Mery Tchlichting Ivana Camille Battistin Suserlei Lídia Adamante MessiasUnidade escolar: CMEI Ruth Vilaça C. L. Cardoso – NRE CJTurma de aplicação: Maternal IIIÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaPercebemos que a criança necessita conhecer a si própria e ao próximo para ampliar suas possibilidades dos movimentos corporais; dessa forma, sentimos a necessidade de opor-tunizar a elas práticas na exploração da movimentação e no conhecimento do seu corpo.

Objetivos• Conhecer e identifi car seu corpo, explorando e ampliando suas possibilidades de movi-

mento, em diferentes situações.• Vivenciar diferentes práticas de movimento, como cantigas, brincadeiras cantadas, jo-

gos, ginástica, dança, entre outras.

RecursosBoliche, bambolê, colchonete, corda, cadeiras, mesas, cartolina, dados, revistas.

Desenvolvimento1) Cada criança olhou no espelho para, primeiramente, reconhecer o seu corpo; em se-guida, dividimos a turma em duplas; numa folha de papel bobina, cada uma desenhou o corpo do colega; com indicação de uma educadora, também massageou e movimentou as partes do corpo.2) Com revistas, as crianças primeiramente exploraram as possibilidades de movimen-tação e equilíbrio; depois, houve movimentações com nossa intervenção, conforme as preferências das crianças: equilibrando a revista no nariz; equilibrando a revista na testa; equilibrando a revista na mão e no dedo; equilibrando a revista no ombro; equilibrando a revista no braço; equilibrando a revista na perna e no pé.3) As crianças brincaram de imitação em roda; primeiramente, com intervenção de uma educadora; depois, as crianças interagiram entre elas.

COORDENAÇÃO DO OLHO AO PÉ

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4) Brincadeira de roda, usando-se várias técnicas: Andei, andei; Ciranda, cirandinha; Está-tua; Morto, vivo; Corrida. Para fi nalizar, fi zemos um relaxamento.5) Propusemos às crianças algumas passarelas, com linhas retas e curvas, para cada uma atravessar; em seguida, elas atravessaram, com os seguintes comandos: andar de lado; andar de costas; andar de frente; andar somente com o calcanhar no chão; andar com a ponta no pé, entre outros.6) Em roda, sorteamos entre as crianças papeis onde estavam indicados diferentes movi-mentos, para que houvesse a tentativa de executá-los.7) Com fi guras de revistas e jornais variados, as crianças imitaram os movimentos; depois, elas mesmas, individualmente, inventaram movimentos novos para as demais imitarem.8) Organizamos as crianças em grupos, e elas correram de quadril, de costas, de lado, pulando, pulando em um pé só, além de outras possibilidades, conforme o comando dado.9) Proporcionamos para as crianças uma grande tabela, feita de cartolina, com diferentes partes do corpo, e dois dados, com cores e partes do corpo. Cada criança jogou os dois dados, e as demais movimentaram conforme seu comando.10) Num grande circuito, as crianças exploraram diversos movimentos: passaram por um ziguezague; em cima e em baixo da cadeira; por um túnel; passaram por cordas retas e com curvas; rolaram em um colchonete; pularam nos bambolês em diferentes direções; acertaram os pinos do boliche.

AvaliaçãoInicialmente, algumas crianças não tinham o conhecimento do seu corpo; após essas atividades, passaram a reconhecer os possíveis movimentos e até mesmo relacionar as possibilidades de movimentação com o colega. Depois da experiência nessas atividades, muitas brincaram nos cantos de atividades diversifi cadas, propondo brincadeiras relacio-nadas à imitação. Durante cada atividade, observamos o interesse delas em descobrir novas maneiras de andar, correr, pular, jogar; também percebemos que, cada uma a seu tempo, elas puderam vivenciar diferentes movimentos e expressões corporais.

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Profissionais: Josiane Cristina Dittmar Pimentel Cristina Pereira Pauluk Ceronato Elisangela Aparecida Leite Irse de Araújo Ferreira Regina Maria Aguiar do NascimentosUnidade escolar: CMEI Nelson Buffara – NRE SFTurma de aplicação: Maternal IÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Sequência didática

JustificativaApós observação da turma, notamos a necessidade do planejamento de uma sequência didática para que as crianças pudessem explorar a sala e o solário como um todo, necessi-tando de obstáculos para se locomoverem com livre acesso e relacionar-se com seus cole-gas. O movimento é um importante recurso de conhecimento do mundo, ao mesmo tempo em que expressa o pensamento da criança, suas ações e relações com pessoas e objetos. É necessário pensar o movimento na Educação Infantil não somente como elemento de desenvolvimento, mas também como uma linguagem que contribui para a constituição da criança como sujeito cultural.

Objetivos• Vivenciar diferentes práticas de movimento que constituem a cultura infantil e ampliam

a habilidade de locomoção/andar.• Controlar, progressivamente, o próprio corpo, adquirindo confi ança nas suas possibili-

dades de movimentação corporal.

RecursosBolas, caixas de papelão, carrinhos de bonecas, elástico, degraus (material do berçário), colchonetes, papel Kraft, fotos, mesas, área externa (solário, pátio), área interna (sala, refeitório).

CORPO EM MOVIMENTO

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Desenvolvimento1.a etapa: Iniciamos esta sequência didática com as crianças curiosas com as caixas que foram colocadas no corredor. Separamos as crianças em dois grupos e orientamos que elas fossem brincar com as caixas, empurrando e andando no corredor; a única regra era empurrar andando. No começo, algumas crianças estranharam essa atividade e queriam abrir as caixas e verifi car o que tinha dentro; após essa exploração, começaram a empur-rar as caixas e observar. Todas as crianças do Maternal I participaram e, no fi nal, algumas crianças cansaram de empurrar e começaram a andar carregando as caixas. 2.a etapa: Separamos as crianças em dois grupos, montando um circuito com tiras de pa-pel Kraft e os colchonetes. Montamos uma pista para que as crianças caminhassem nesse circuito, puxando carrinho e empurrando carrinhos de bonecas. 3.a etapa: Montamos um novo circuito, com degraus espumados (material do berçário), onde as crianças brincaram de trenzinho.4.a etapa: Nessa etapa, organizamos em sala uma pista com tiras de papel Kraft e col-chonetes. Utilizamos alguns carrinhos de bonecas e carrinhos, com um fi o amarrado para serem puxados nessa marcação. Demonstramos ao grupo como a atividade deveria ser realizada. 5.a etapa: Disponibilizamos cadeiras, e as crianças puderam andar em volta delas, des-viando ou passando por dentro, para explorar. 6.a etapa: Montamos uma “cama de gato” para que as crianças explorassem livremente e pudessem efetuar a travessia de um lado para o outro. Depois que todas realizaram o obstáculo, foi-lhes entregue uma bola para difi cultar a travessia, fazendo-as vivenciar no-vas possibilidades.7.a etapa: Em outro momento, realizamos a “cama de gato” na sala. Utilizamos duas me-sas e o elástico. As crianças foram divididas em dois grupos. 8.a etapa: Realizamos a roda de conversa, e foram mostradas fotos de todas as atividades direcionadas efetuadas com a turma. Foi bem divertido, pois elas tiveram a oportunidade de visualizar as atividades realizadas, projetadas na TV em forma de slides. Depois, foi feita uma votação para decidir qual atividade elas queriam repetir. A cada atividade men-cionada, as crianças erguiam sua mão para votar.

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AvaliaçãoA cada etapa realizada com as crianças, pudemos notar a diferença e a evolução no mo-vimento (andar) desse grupo. Antes dessa sequência, ainda tínhamos crianças que, em alguns momentos do dia, preferiam se arrastar nos ambientes; hoje, essas mesmas crian-ças estão andando e deslocando-se pelos espaços do CMEI de uma maneira mais in-dependente. Alguns momentos foram mais marcantes na medida em que as atividades eram sendo feitas. Na atividade com colchonetes e papel Kraft, num primeiro momento, as crianças queriam correr pela sala ou brincar com os objetos ali disponibilizados; aos poucos, algumas crianças começaram a brincar na pista, divertindo-se, andando sobre as marcações e sentindo a diferença do material utilizado. Em algumas atividades planeja-das, fomos prejudicadas devido à chuva, tendo que alterar as propostas. Nas atividades, as crianças eram divididas em dois grupos, e observamos que cada grupo agiu de maneira diferente às propostas ofertadas. Houve crianças que não quiseram participar, preferindo apenas observar de longe o que estava sendo realizado pelos colegas; a grande maioria, porém, participou com entusiasmo, começando a explorar os materiais e os movimentos assim que explicávamos o que fazer. Quando passamos as fotos das atividades realizadas na TV, fi camos encantadas ao ver a alegria e a surpresa das crianças, ao ver seus olhos brilhando ao observarem a si mesmas nas fotos. Foi muito divertido ver as crianças que votaram em todas as atividades, até chegarmos à conclusão, depois de várias mãos le-vantadas e gritos de alegria, que elas decidiram refazer a “cama de gato”. Temos a cons-ciência de que esse trabalho com o movimento (andar) é permanente em nosso cotidiano; por isso, estaremos proporcionando novos desafi os para o desenvolvimento desse grupo.

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Profissionais: Caroline Leite Ferraz Isabel Cristina dos Santos Silva Vanessa Marcon MendesUnidade escolar: CMEI Jardim Gabineto – NRE SFTurma de aplicação: Maternal IIÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Sequência didática

JustificativaA linguagem movimento é um dos meios pelo qual a criança expressa suas ideias, neces-sidades e sentimentos. Esta sequência veio da necessidade em ampliar essas possibili-dades.

Objetivos• Conhecer as possibilidades de movimento do próprio corpo e suas limitações.• Controlar, progressivamente, o próprio corpo, adquirindo confi ança nas suas possibili-

dades de movimentação corporal.• Observar semelhanças e diferenças do seu corpo e de sua movimentação corporal, em

relação aos outros.

RecursosFichas com fotos de diferentes movimentos, caixa, papel cartão, máquina fotográfi ca.

Desenvolvimento1.a etapa: Em roda de conversa, mostramos para as crianças várias fi chas com diferentes movimentos: em pé, sentado com braços abertos, curvados e outros com diferentes graus de difi culdade. Nessa primeira etapa, o desafi o foi reproduzir a imagem da foto com seu próprio corpo. Essa etapa foi repetida várias vezes e em vários momentos, em pequenos grupos e coletivamente, com o auxílio das educadoras.2.a etapa: As fi chas já exploradas na etapa anterior foram colocadas em uma caixa; cada criança, individualmente, pegou uma das fi chas e repetiu o movimento da foto. Caso de-monstrassem difi culdade, teriam o auxílio das educadoras. Essa etapa foi repetida várias vezes em diversos momentos do dia. Depois, as fi chas foram fi xadas na parede da sala, para que elas pudessem ser consultadas a qualquer momento pelas crianças.

ESTICA E PUXA

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3.a etapa: Cada criança elegeu o seu movimento preferido, colando na tabela a foto do movimento escolhido. Após a eleição, contornamos as fotos para visualizarmos e compa-rarmos os movimentos mais e menos escolhidos. Foi fotografada a criança realizando o movimento escolhido, e a foto revelada também foi fi xada para exposição.4.a etapa: As crianças realizaram um desenho de observação com o movimento escolhido. 5.a etapa: Para encerrarmos essa sequência, contamos com a participação das famílias. Enviamos para a casa de cada criança, na agenda, duas fotos dos movimentos trabalha-dos em sala, com o pedido de que fi zessem os movimentos junto com a família, a qual deveria enviar, posteriormente, o relato da realização. As fi chas e fotos com os movimentos fi caram em uma caixa, para usarmos como um novo instrumento na área de movimento.

AvaliaçãoA avaliação foi realizada através de observação da participação das crianças, de registros fotográfi cos e escritos. As crianças, a partir dessa sequência, conseguiram reconhecer as partes do seu corpo, criando movimentos novos a partir dos movimentos propostos, assim como adquirir maior controle e confi ança nas suas possibilidades de movimentação corpo-ral. Houve envolvimento das famílias que, além de incentivar as crianças na execução dos movimentos, enviaram relatos desse momento.

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Profissionais: Patricia Almeida Alves Angela Gonçalves Pereira Pier Angelly Luiz de Andrade Cleusa Coelho de OliveiraUnidade escolar: CMEI Solitude – NRE CJTurma de aplicação: PréÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Sequência didática

JustificativaEssa sequência didática foi desenvolvida a partir da importância do trabalho com a lingua-gem movimento para o desenvolvimento integral da criança e da necessidade da turma do Pré em ampliar seus saberes com práticas de movimento desafi adoras e diversifi cadas, que possibilitem o respeito e reelaboração de regras, tendo o protagonismo infantil como princípio norteador das aprendizagens.

Objetivos• Conhecer diferentes práticas de movimento, como cantigas, brincadeiras cantadas,

jogos, brincadeiras de ginástica, entre outras.• Respeitar e reelaborar regras, entendendo-as como elementos que orientam as práti-

cas de movimento.

RecursosRecursos: Rádio, saco de pano, colher, cadeiras, quebra-cabeça, papéis e riscantes diver-sos, sala de atividades, parque de areia.

Desenvolvimento1.a etapa: Na roda de conversa, questionamos as crianças sobre o que é um time, um grupo, uma equipe. Considerando as falas das crianças, explicamos que as palavras têm o sentido em comum (sinônimos), e que grupo, equipe ou time é um conjunto de pessoas que se unem para alcançar um objetivo em comum. Após esse momento, formamos três times, chamando uma criança para liderar cada time. Deixamos que cada lider escolhesse os componentes para formar os times, fi zemos uma lista com os nomes dos componentes dos grupos em papel Kraft. As crianças escreveram o nome nessa lista.

EU ME REMEXO MUITO

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Corrida dos sapatos. Com os times formados, explicamos a brincadeira e suas regras. Lis-tamos com as crianças as regras. Após a explicação, as crianças vivenciaram a brincadei-ra, que tinha como regras: retirar todos os sapatos e misturá-los; demarcar uma distância que os participantes deveriam percorrer; cada um na sua vez (um participante de cada time), correr até os sapatos, achar e calçar o seu; voltar para a posição inicial; a vencedora é a equipe que terminar antes. Pedimos que as crianças registrassem a brincadeira.Corrida da colher. Explicamos a brincadeira “Corrida da colher” e suas regras. Listamos com as crianças as regras da brincadeira: equilibrar uma fruta na colher e percorrer a dis-tância demarcada. Corrida de revezamento: Explicamos a brincadeira para as crianças; depois, elas organi-zaram-se em três fi las. A partir de uma linha de saída, a um fi nal determinado, o primeiro jogador de cada equipe correu, contornou um obstáculo, retornou e bateu na mão do se-gundo jogador, que saiu para o percurso e, assim, sucessivamente. Foi vencedora a equipe cujo primeiro participante chegou ao início da fi la de novo. Listamos com as crianças as regras da brincadeira. As crianças pediram para desenhar a brincadeira e escreveram o nome dos colegas que participaram do revezamento.Corrida do saco. Explicamos a brincadeira para a turma. Foi um percurso, e cada criança percorreu uma determinada distância pulando com um saco de pano. Listamos as regras da brincadeira com as crianças e, após esse momento, as crianças brincaram.2.a etapa: Dança da batata. Explicamos a brincadeira, e cada equipe formou duplas que dançaram com uma batata na testa. Venceu a dupla que fi cou por último, sem deixar a batata cair. Listamos e vivenciamos as regras da brincadeira com as crianças. Dança das cadeiras. Perguntamos antes se as crianças conheciam a brincadeira. Expli-camos que a turma iria dançar ao redor das cadeiras e, ao se pausar o som, iria sentar. Retiramos uma cadeira por vez. Venceu a equipe que fi cou sentada por último. Listamos as regras da brincadeira com as crianças.Montar o quebra-cabeça. As crianças pegaram as peças do quebra-cabeça e percorre-ram uma determinada distância para montá-lo. Listamos as regras da brincadeira com as crianças e foi confeccionado com as crianças um quebra-cabeça, com recortes de revistas e papel cartão.3.a etapa: Após as crianças vivenciarem várias vezes as brincadeiras, nós propusemos a elas que fosse realizada uma gincana. Perguntamos se elas sabiam o que é uma gincana, consideramos as suas falas e explicamos que uma gincana é um tipo de competição, mui-tas vezes recreativa, que tem o objetivo de pôr à prova as habilidades físicas ou mentais dos membros de duas ou mais equipes. Conversamos sobre ganhar e perder com as crian-ças; considerando suas falas, dirimimos as dúvidas e acrescentamos comentários.

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4.a etapa: Gincana do pré. A turma foi dividida em três times (1, 2, 3), colocando-se na roupa de cada integrante o número do time ao qual pertencia. Cada prova teve regras, que teriam de ser respeitadas ou o participante da equipe era eliminado. Realizamos o encaminhamento da gincana com as brincadeiras em duas provas por dia (Corrida dos sapatos e Corrida do saco, Corrida da colher e Corrida de revezamento, Dança da batata e Montagem do quebra-cabeça); no quarto dia, ainda uma prova (Dança das cadeiras) e a contagem dos pontos das equipes, incluindo a montagem de um gráfi co com a turma. A equipe vencedora foi a que conseguiu vencer mais provas: Time 3. Após a gincana, fi zemos um momento em que as crianças puderam se expressar, colocando suas considerações em relação à gincana, e realizamos com elas uma produção oral com destino escrito, rela-tando como foi a gincana.

AvaliaçãoVerifi camos, no decorrer da aplicação da sequência didática, que as brincadeiras listadas ofereceram desafi os e ampliaram as possibilidades de movimento corporal. Houve com-preensão das crianças em relação ao respeito e reelaboração das regras, assim como am-pliação do repertório das crianças em relação às brincadeiras sugeridas na elaboração da sequência didática. Foi utilizada como registro a pauta de observação, a qual possibilitou muitas intervenções por parte do professor.

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Profissionais: Aparecida Brittes Ferreira Kellen de Camargo Boscariol Kétis Cois Wânia Mara Fráguas Michely Regina da Silva Zavatini Regina de Fátima GasperiUnidade escolar: CMEI Xaxim – NRE BQTurma de aplicação: Maternal llÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Sequência didática

JustificativaNossa turma está na faixa etária de três anos; são crianças muito ativas e gostam muito de brincadeiras e atividades que envolvem a música e o movimento. Partindo dessa pre-ferência, tivemos como proposta trabalhar a ginástica rítmica, demonstrando, de maneira lúdica para as crianças, como é desenvolvida essa modalidade esportiva.

Objetivos• Conhecer as possibilidades de movimento do próprio corpo e suas limitações. • Controlar, progressivamente, o próprio corpo, adquirindo confi ança nas suas possibili-

dades de movimentação corporal. • Desenvolver suas capacidades físicas (força, equilíbrio, coordenação, agilidade, veloci-

dade, ritmo, entre outras) e capacidades perceptivo-motoras (esquema corporal, late-ralidade, orientação espacial, orientação temporal, entre outras), por meio da vivência de práticas de movimentos presentes na cultura.

RecursosPara a execução dessa sequência, utilizamos bolas pequenas de borracha, bambolês pe-quenos, colheres de pau e fi tas coloridas.

Desenvolvimento1.a etapa: Ao iniciarmos a atividade, organizamos as crianças previamente para assistir a um vídeo com sequências distintas da modalidade esportiva da ginástica rítmica, falando a elas o nome das atletas e suas atribuições. Após a apresentação, as crianças observa-ram os diversos materiais que estavam expostos no meio da sala (bolas, bambolês, ma-ças, fi tas); então, tiveram a oportunidade de manusear os objetos. Os materiais descritos foram apresentados um a um, posteriormente, para que houvesse estímulos em brincar e dançar com tais materiais.

GINÁSTICA AO MEU ALCANCE

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2.a etapa: Dividimos a turma em pequenos grupos mistos, colocamos uma música bem agradável, e as crianças envolveram-se com movimentos que foram vistos anteriormente no vídeo, tendo auxílio da educadora para a utilização do material. No término da ativida-de, todas as crianças foram reunidas para que brincassem livremente com os materiais. 3.a etapa: Fotos impressas das ginastas também foram distribuídas para que as crianças observassem, com riqueza de detalhes, a modalidade esportiva ginástica rítmica; depois, as fotos foram anexadas no painel de visualização. 4.a etapa: Após a exploração dos materiais apresentados, a turma foi organizada com seus objetos preferidos, na sala ampla disposta para a atividade, a fi m de reproduzir diversos movimentos livremente, seguidos de uma música.

AvaliaçãoFicamos muito satisfeitas com o empenho e o esforço de todas as crianças ao desenvolver as atividades e também com a maneira como elas se disponibilizavam com os materiais. Observamos como fi caram surpresas ao ver as adaptações que fi zemos com as colheres de pau, transformando-as em maças; como foram cuidadosas ao manusear o material (elas sentiram-se verdadeiras “atletas”, tendo cuidado para não derrubar nada no chão, não escorregar e segurar com delicadeza todos os materiais); como os meninos reagiram ao ver que a bola não era somente para chutar, mas poderia ser utilizada para outras ati-vidades físicas. Foi muito importante para o desenvolvimento das crianças a oportunidade de desenvolver equilíbrio, coordenação, agilidade, ritmo, lateralidade, orientação espacial, orientação temporal.

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Profissionais: Pricilla Bárbara Reis Ville Suely Elizabeth Reis Antunes Hilda de Oliveira de MeloUnidade escolar: CMEI Conjunto Araguaia – NRE CJTurma de aplicação: Berçário únicoÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaO primeiro contato que a criança tem com o meio em que a rodeia acontece em experiên-cias sensoriais. Ao deslocar-se no espaço ou buscar um objeto, o bebê está construindo possibilidades de movimentos corporais para conhecer a si mesma e relacionar-se com o meio em que está inserida. Esse desenvolvimento é um importante recurso de conhe-cimento do mundo, ao mesmo tempo em que expressa o pensamento da criança, suas ações e relações com pessoas e objetos.

Objetivos• Desenvolver suas capacidades físicas (força, equilíbrio, coordenação, agilidade, velo-

cidade) e capacidades perceptivo-motoras e de orientação espacial, tais como: em cima/embaixo, dentro/fora, longe/perto.

• Interagir por meio do movimento.• Vivenciar diferentes práticas de movimento que ampliam as habilidades de locomoção,

manipulação e equilíbrio, tais como: andar, correr, saltar, arrastar, engatinhar.

RecursosBolas, caixas de papelão, motocas e colchão de ar.

Desenvolvimento1) Brincadeira ginástica com materiais: bolas. A chamada é: “Vamos lançar a bola lá den-tro?” Lançamos a bola para dentro da caixa algumas vezes; logo, solicitamos que as crian-ças façam o mesmo.2) Túneis com caixa de papelão e bola. Em sala, jogamos a bola por dentro da caixa, que está colocada entre os berços, e solicitamos que a criança vá buscá-la; contudo, ela deve também passar por dentro da mesma caixa para pegar a bola. No solário, dispomos o túnel de papelão sobre o tapete com desenhos de animais, e as crianças precisam passar por dentro da caixa para tatear os bichinhos.

GINÁSTICA COM MATERIAIS

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3) Cavalinho. Mesmo ainda não sabendo andar sem apoio, a criança empurra o cavalinho, ganhando força, equilíbrio e agilidade.4) Motocas. A proposta era pedalar na motoca (no solário); porém, nem todos os bebês alcançavam o pedal. No entanto, uma das crianças resolveu ajudar os colegas, com o es-tímulo das educadoras.5) Brincadeira ginástica com materiais: colchão de ar. Em sala, organizamos os tapetes embaixo do colchão de ar, deixando-o de forma segura para as brincadeiras. Primeiro, os bebês exploraram o colchão: deitaram, sentaram, passaram por cima. Estávamos incen-tivando os bebês para que pulassem, mas uma de nossas crianças resolveu fazer cam-balhota. A seguir, auxiliamos a criança a fazer cambalhota e incentivamos todos os bebês para fazerem rolamentos. Logo, a proposta foi fazer bicicletinha sobre o colchão, e auxilia-mos os bebês, segurando levemente em suas pernas ou apenas empurrando os pés.6) Brincadeira ginástica com equipamentos: escorregador. No solário, a proposta era subir no equipamento e escorregar; contudo, os bebês estavam dispostos apenas a passar pe-las aberturas do equipamento. Assim, incentivamos para que eles entrassem por um lado e saíssem pelo outro. AvaliaçãoO conjunto de atividades favoreceu a mobilidade e a exploração das crianças em diferentes ambientes; todos passaram por alguns desafi os; os bebês experimentaram e exploraram algumas possibilidades de movimento, sempre muito alegres e dispostos. Observamos que essas atividades ainda poderão ser repedidas algumas vezes, até que todos possam realizá-las com maior segurança. Ficamos extremamente satisfeitas com as atitudes e iniciativas que os bebês tiveram enquanto as atividades estavam sendo desenvolvidas, principalmente no momento em que um dos bebês resolveu ajudar o colega, empurrando a motoca, como também quando realizou a tentativa de cambalhota.

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Profissionais: Andréa Madsen Rodrigues Fabiana Cristina Turela Pasqual Márcia Regina GritzUnidade escolar: CMEI Vila Fanny – NRE PRTurma de aplicação: Maternal IIIÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaO movimento é uma linguagem que proporciona à criança a possibilidade de expressar suas ideias, necessidades e sentimentos, estabelecendo relações de comunicação no contexto social e cultural em que se encontra.

Objetivos• Adquirir consciência corporal, lateralidade e equilíbrio.• Demonstrar confi ança nas suas possibilidades de movimentação corporal. • Conhecer diferentes práticas de movimento, como na ginástica.

RecursosSala do Maternal III.

DesenvolvimentoNum primeiro momento, realizamos uma roda de conversa. Utilizamos uma boneca de pano como disparador e falamos sobre os tipos de bonecos, sua confecção e sobre como brincamos com os mesmos. Todos manusearam a boneca, tentando adivinhar do que era feita, e expressaram suas ideias a respeito de bonecos. Num segundo momento, conta-mos a história do “Boneco de borracha”; em seguida, fi zemos a proposta de caracterizar as crianças com algum acessório que representasse um boneco. Depois, fi zemos a ginástica historiada, e os bonecos eram as crianças.Boneco de Borracha. Contamos a seguinte história:“Era uma vez um boneco de borracha que fi cava de todos os jeitos com seu corpo, mas não falava, não fazia barulho e mexia-se bem devagar. Ele gostava de passear no jardim, olhando as fl ores coloridas, os pássaros, as borboletas e as abelhas que voavam no céu. De repente, veio um vento forte: Nossa! o boneco de borracha fi cou torto e, agora, ele anda

GINÁSTICA HISTORIADA: O BONECO DE BORRACHA

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todo torto, virado só para um lado. Assim ele continuou o passeio. Ufa! O vento parou, e ele então voltou ao normal. Agora, conseguia andar tanto para frente como para trás. O vento voltou de novo. Aí, ele entortou-se para frente e anda olhando para baixo. Parece até que procura alguma coisa no chão. De repente, o vento mudou de direção e fez o bo-neco se entortar para trás. Agora, ele só vê o que está lá no alto: o céu, os pássaros e as borboletas. Finalmente, o vento parou de vez. O boneco de borracha endireitou-se e con-tinuou o passeio, observando tudo o que estava ao seu redor. Engraçado é que, quando o boneco de borracha chegava perto de uma árvore, fi cava bem magrinho e bem comprido do tamanho da árvore. Então, o boneco andava elegante, esticado e comprido, quase alcançando o céu. Quando chegava perto de uma roseira e sentia o cheiro das rosas, o bo-neco fi cava todo gordo e pesado como um elefantinho. Para andar, até fazia um barulhão! Ah! O boneco de borracha estava cansado de tanto passear. Então, ele deitou-se no chão para descansar e... surpresa! Ele fi cou pequenininho, encolhidinho. Podia até caber numa caixa de sapato. Bem pequeno mesmo! De repente, crescia, espalhava-se para todos os lados, crescia, crescia e crescia. Crescia tanto que ocupava um grande espaço no chão. Ficava pequeno de novo, pequeno, pequeno, bem pequeno e adormecia todo pequeno todo pequenininho. Até amanheceu, e o sol apareceu. O boneco de borracha, que estava quietinho, foi se mexendo devagar, esticando-se para todos os lados, esticando os pés, as pernas, o tronco, os dedos, as mãos e os braços. Ele levantou-se e virou gente. Agora, sim, ele consegue conversar, falar bem baixinho com quem está perto dele. Essa é a história do boneco que virou gente.”Além da prática realizada em sala, a mesma história foi vivenciada com as demais crianças do CMEI, no dia 29 de maio, e todas as crianças puderam participar com muito empenho e satisfação desse momento de integração. Essa é uma prática de movimento constante, realizada com o Maternal III, fazendo parte da rotina da turma.

AvaliaçãoA ginástica historiada teve boa aceitação pelas crianças por ser uma atividade de movimen-to que contém uma história, cujos personagens são eles mesmos, e pela movimentação proposta durante a ginástica. As crianças demonstrarão tanta confi ança quanto forem as suas possibilidades de movimentação, seguindo os comandos determinados pelo “Boneco de borracha”. Todos os movimentos foram realizados com facilidade e até complementa-dos pelas próprias crianças com gestos e expressões faciais. O fato de as crianças “serem” o próprio “Boneco de borracha” fez dessa atividade um momento de diversão, descontra-ção e alegria. As expectativas foram superadas, pois a atividade contou com a participação de todas as crianças. Os objetivos foram totalmente alcançados. Foi um sucesso!

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Profissionais: Déborah Helenise Lemes de Paula Tatiana Thierbach Panicio Rosana SzczerbowskiUnidade escolar: E. M. Nossa Senhora da Luz dos Pinhais – NRE CICTurma de aplicação: PréÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Sequência didática

JustificativaA brincadeira tem papel fundamental no desenvolvimento infantil, o que faz dela um ob-jeto de estudo para compreender a dinâmica que se dá no processo de transmissão cul-tural, de socialização e de interação entre partes, de organização de grupos infantis, de desenvolvimento cognitivo etc. Quando falamos em brincadeira, entende-se que falamos em uma aprendizagem social, que é ensinada numa relação horizontal (entre sujeitos de mesma idade) ou numa relação vertical (adulto-criança). As brincadeiras em grupo permi-tem que a criança crie a si mesma e ao mundo; ela desempenha um papel social. Na dinâ-mica social que se apresenta atualmente, o espaço da rua (entende-se rua como espaço público onde os sujeitos sociais podem ir e vir) que outrora era o universo de produção de culturas infantis, de socialização e da brincadeira, tornou-se, em grande parte, espaço de ocupação urbana, violência e tráfego de automóveis. Além disso, com as novas dinâmicas familiares, a inserção da mulher-mãe no mercado de trabalho e das longas jornadas de trabalho dos provedores das famílias, muitas crianças passaram a frequentar a escola em tempo integral, limitando ainda mais os contextos destinados às brincadeiras para essas crianças. Nesse sentido, entendemos que a escola representa um dos espaços institucio-nais responsáveis pela socialização, produção de culturas infantis, transmissão de cultura e de brincadeira. Portanto, as práticas educativas para a pequena infância precisam estar dirigidas nessa perspectiva, garantindo o processo de transmissão dos saberes da cultura popular num processo de produção de culturas infantis, ampliando as possibilidades de movimento por meio da brincadeira. Caminhando nessa direção, a prática educativa inti-tulada “Jogos de bola de gude” (apropriamo-nos do mesmo título dado ao livro construído pelas crianças envolvidas nessa prática) vem ao encontro do contexto da escola como espaço para a brincadeira. Pensando na dinâmica social e após uma investigação dos saberes frente aos jogos populares que as crianças possuíam, verifi camos que poucas delas haviam tido algum tipo de contato com o jogo de bolinha de gude. Algumas até con-seguiam defi nir que o material apresentado era bolinha de gude, mas não tinham ideia de como utilizá-lo. Por conseguinte, pensamos num encaminhamento que proporcionasse a

JOGOS DE BOLA DE GUDE

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apropriação dos saberes que são contempladas pelo jogo, as propriedades históricas e so-ciais que nele se apresentam e, principalmente, no que as próprias crianças são capazes de fazer com os conhecimentos adquiridos.

ObjetivosAmplosAmpliar e produzir saberes sobre as diferentes práticas de movimento.Utilizar o movimento como forma de linguagem interagindo com o meio.

Específicos• Vivenciar e reelaborar diferentes práticas de movimento.• Explorar e ampliar suas possibilidades de movimentação corporal em diferentes situ-

ações.• Socializar os saberes produzidos com seus pares.

RecursosBolinha de gude, giz, papel, lápis de cor, cartolina, registros em áudio e vídeo.

DesenvolvimentoA prática educativa que relatamos foi construída durante os meses de agosto (no projeto de Matemática), setembro, outubro, novembro e dezembro nas aulas de Educação Física, em parceria com a professora regente, em uma escola pública de Ensino Fundamental Ciclos I e II e Educação Infantil pré-escolar (4 e 5 anos). Em média, foi utilizada uma aula para o desenvolvimento de cada etapa; entretanto, para algumas, como a primeira, a quin-ta e a última, foi necessário mais de uma aula. A temática abordada foi iniciada nas aulas de Projeto de Matemática.1.a etapa: A professora realizou um breve levantamento dos conhecimentos prévios que as crianças tinham sobre o jogo Bolinha de gude. Alguns pontos foram inicialmente discu-tidos. Dentre eles, estão: o que diferencia a bolinha de gude de outras bolinhas; aspectos da história das bolinhas e o processo de transmissão desse saber até os dias de hoje. Pos-teriormente, as crianças tiveram a experiência de jogar bolinha de gude por meio de dois jogos propostos pela professora (círculo e triângulo), associando o jogo aos conhecimen-tos matemáticos, a saber: elaboração de gráfi cos, contagem de bolas e relação número/quantidade. Por sugestão das próprias crianças, tentou-se brincar com o jogo de bolinha de gude utilizando outros tipos de bola; no fi nal, elas chegaram à conclusão de que, com aquelas bolas, não era possível realizar o jogo Bolinha de gude.2.a etapa: Após esse processo de familiarização com o material cultural, nesse caso a bolinha de gude, nas aulas de Projeto de Matemática, trouxemos a prática para as aulas de Educação Física. Nessa segunda etapa, como eles já haviam brincado com a bolinha nas aulas de Matemática, ainda que com encaminhamento diferente da qual propusemos

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nas aulas de Educação Física, conversamos sobre as possibilidades técnicas de jogar a bolinha; nesse caso, a pegada e a forma de “tecar” a bolinha; então, fomos todos para a areia tentar realizar o movimento. É importante ressaltar que, nesse momento, não era objetivo que as crianças conseguissem realizar a técnica perfeitamente, mas que elas compreendessem que tal técnica gera desempenho melhor no momento de jogar. De fato, foi possível observar que elas compreenderam essa questão, realizando o que foi solicita-do. Algumas crianças (as que já tinham se familiarizado com o material cultural em outros momentos) conseguiram realizar o movimento que gera mais precisão; entretanto, após várias tentativas, as crianças que não conseguiam jogar a bolinha, de maneira autônoma e criativa, criaram outras estratégias para brincar, como dar um peteleco na bolinha, rolá--la como se fosse boliche ou empurrá-la. Dessa forma, construiu-se uma diversidade de movimentos para um mesmo jogo, e essa diversidade foi muito respeitada durante todo o processo. 3.a etapa: Consistiu em compreender o conceito de “matar” a bolinha e tirar a bolinha do adversário de determinado espaço. Na segunda etapa, ainda que não tivéssemos direcio-nado o tipo de jogo a ser realizado, como elas já haviam brincado anteriormente com a bolinha de gude, elas começaram a utilizar para essa etapa os jogos vivenciados na aula de Projeto de Matemática. Entretanto, o processo de compreensão de “matar” a bolinha do adversário, tirar a bolinha do jogo ou tentar tirar uma bolinha de um determinado espa-ço eram conceitos que ainda não tinham compreendido. Nesse sentido, pensamos nessa terceira etapa justamente para trabalhar tais conceitos; no momento em que eles fossem brincar com as diversas formas tradicionais de jogar bolinha de gude, eles precisariam compreendê-los. Assim, realizamos dois encaminhamentos: o primeiro foi colocar um arco no chão, contendo diversas bolinhas dentro dele; de fora do arco, utilizando outra bolinha que estava em sua posse, as crianças deveriam tentar retirar tais bolinhas de dentro do arco, realizando “tecadas”; assim, elas conseguiram compreender o conceito de tirar a bolinha de um espaço. Para o segundo encaminhamento, nós desenhamos um triângulo no chão e, de certa distância, as crianças deveriam “matar” as bolinhas que estavam colocadas nos vértices do triângulo, ou seja, encostar a bolinha que estava sendo usada para “tecar” na bolinha que estava no vértice do triângulo. Nesse processo, as crianças apropriaram-se dos dois conceitos para que avançássemos nas práticas propostas.4.a etapa: Aconteceu numa relação intergeracional. Foi solicitado que algum familiar mais velho da criança que estava envolvida na prática ensinasse algum tipo de jogo de boli-nha de gude, e que os mesmos sistematizassem na escrita, por meio de uma entrevista pré-elaborada pela professora. Essa etapa intermediária foi organizada dessa forma para pudéssemos produzir o maior número de dados possível sobre os tipos de jogos para, pos-teriormente, socializar o conhecimento que os familiares traziam sobre o jogo com todos os envolvidos na prática, possibilitando aos pequenos a ampliação de seus repertórios. Enviamos as bolinhas de gude para a casa das crianças, juntamente com um bilhete ex-plicativo das práticas que estávamos desenvolvendo. Nessa etapa, em torno de 70% das

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famílias participaram na resposta da enquete; entretanto, somente quatro ensinaram as crianças a jogar, o que provocou uma reorganização da etapa seguinte. 5.a etapa: Foi o processo de socialização das brincadeiras aprendidas com os familiares. Inicialmente, iríamos organizar as crianças em grupos, e as crianças, nos grupos, ensina-riam umas às outras os jogos que elas tinham aprendido com seus familiares. Entretanto, como as famílias responderam ao processo de outra forma, repensamos a etapa. Assim, as crianças que vivenciaram o jogo de bolinha de gude com seus familiares “coordenaram” os grupos, ensinando os jogos que haviam aprendido. Posteriormente, as crianças que não vivenciaram os jogos em casa, mas trouxeram a entrevista respondida, tiveram seus jogos coordenados pela professora de Educação Física, que explicou a todos o processo de cada jogo e articulou para que todos experimentassem as possibilidades de jogar bolinhas de gude. Os jogos elencados pelos familiares foram: mata-mata, triângulo, búlica no buraco ou búlico, três covinhas, cava ou búlico, corridinha ou corrida.6.a etapa: A professora de Educação Física trouxe outras possibilidades de jogos de boli-nha de gude, além das já contempladas, ampliando ainda mais o repertório dos pequenos. Os jogos vivenciados foram: loca; búlica, borroca ou três covinhas, e oca.7.a etapa: Consistiu no processo de reelaboração das práticas. As crianças foram organi-zadas em pares ou trios e tiveram o desafi o de recriar outros tipos de jogos de bolinha de gude. Eles deveriam escolher o espaço onde jogariam, foi ofertado giz para que pudessem desenhar seus jogos, caso fosse necessário, e as bolinhas que poderiam ser utilizadas em quantidades que eles desejassem. Cada grupo criou seu jogo e, depois, apresentou aos demais colegas, que também puderam experimentar os jogos propostos pelas crianças. Essa etapa possibilitou a experiência criativa delas pelo processo produção de cultura de pares, no momento em que tinham total autonomia para criar seus jogos.8.a etapa: Foi o processo de socialização dos saberes produzidos pelas crianças. Trouxe-mos alunos do 2.º e 3.º ano para que os pequenos da Educação Infantil os ensinassem a brincar com os jogos produzidos por elas. 9.a etapa: Uma vez que os familiares tiveram suma importância no processo de ampliação de repertório, solicitamos que os pais viessem até a escola para vivenciar os jogos produzi-dos pelos seus fi lhos num processo inverso; agora, não eram mais os pais que ensinariam os fi lhos, mas os fi lhos que ensinariam seus pais. As crianças reproduziram grafi camente os jogos nos espaços em que haviam reelaborado o jogo e ensinaram os pais, ou familia-res, a jogar. No fi m dessa aula, fi zemos uma entrevista com os pais para que eles relatas-sem o que observaram de aprendizagem dos seus fi lhos na construção desse processo. 10.a etapa: Consistiu num momento de conversa para que as crianças relatassem o que havia sido signifi cativo para elas naquele processo de aprendizagem.11.a etapa: Foi o processo de criação de um livro. Conversamos com as crianças sobre a produção delas, que tinha sido muito signifi cativa e que, então, achávamos que isso de-veria ser registrado para que nunca mais esquecêssemos. Nesse sentido, dissemos que uma memória como a de um livro é muito difícil de ser esquecida; portanto, seria interes-sante que confeccionássemos um livro com as práticas elaboradas, e elas concordaram.

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Discutimos sobre o melhor título do livro, e as crianças sugeriram “Jogo de bola de gude”. O processo de construção do livro foi organizado da seguinte maneira: inicialmente, so-licitamos que as crianças desenhassem os jogos que haviam criado numa folha sulfi te; em seguida, a professora regente chamou cada grupo e solicitou que eles explicassem os jogos que haviam criado, dizendo a eles que ela faria o papel de escriba. Após esse pro-cesso, organizamos o material grafi camente em forma de um livro e imprimimos diversas cópias para realizarmos um lançamento do mesmo. Para o dia de lançamento, as crianças confeccionaram convites, que foram entregues aos pais e professores. No dia do lança-mento, organizamos a biblioteca da escola para realizarmos o momento dos autógrafos e, após a recepção aos pais, fi zemos o lançamento do livro. Nesse dia, contamos com a participação dos professores da escola, dos pais e da equipe da Secretaria Municipal da Educação, fi nalizando o processo.

AvaliaçãoNessa prática, diversas aprendizagens permearam todo o processo; entretanto, defi nimos somente alguns objetivos e observamos que todas as crianças, mesmo as que apresen-taram mais difi culdade, os alcançaram. Durante o processo, vivenciaram (todas as eta-pas) e reelaboraram (sétima etapa) com autonomia as diferentes práticas de movimento; exploraram (todas as etapas) e ampliaram (quarta, quinta, sexta e sétima etapa) suas possibilidades de movimentação corporal em diferentes situações e socializaram (oitava, nova e décima primeira etapa) os saberes produzidos com seus pares. Observamos, tam-bém, que as crianças que pouco se manifestavam nas atividades vivenciadas durante o ano letivo expressaram-se com autonomia no momento da construção e socialização dos saberes produzidos. Outros pontos foram: a sua capacidade de organização durante todo o processo; a organização dos grupos para brincar com os jogos e, posteriormente, construí--los; a explicação e socialização das brincadeiras, posicionando-se quando alguma criança jogava errado dentro das regras que eles haviam estabelecido para o jogo; o respeito ao experimentar o jogo criado ou trazido pelo colega. Também observamos a criatividade que as crianças tiveram ao elaborar seus jogos, trazendo saberes dos jogos de faz de conta, por exemplo, para as brincadeiras criadas. Também consideramos muito signifi cativa a avaliação que os pais fi zeram sobre a aprendizagem dos seus fi lhos, relatando conside-rações sobre a importância do brincar no desenvolvimento infantil. Por fi m, outro ponto que foi fundamental no processo avaliativo refere-se às estratégias criadas pelas crianças para superar alguma difi culdade de movimento que aparecia em algum dos jogos como, por exemplo, na técnica de “tecar” a bolinha. Dessa forma, nenhuma criança deixou de realizar as experiências corporais propostas por conta de alguma difi culdade e, além disso, sempre buscavam mecanismos para superá-las. Como estratégias avaliativas, utilizamos os registros em áudio e vídeo das práticas, os desenhos e as explicações que estão foram utilizadas para compor o livro, as observações das práticas, sempre buscando dar voz às crianças sobre seus interesses.

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Profissionais: Carolina Porfírio de Oliveira Maria Roseli Bossoni Nicola Rosane Meira de Souza Martins Tânia Jaqueline CoelhoUnidade escolar: CMEI Demawe – NRE BQTurma de aplicação: PréÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaA turminha do Pré tem muito interesse pelas atividades de movimento. Adoram dançar, cantar e brincar. Dessa forma, desenvolvemos algumas práticas de movimento envolvendo suas músicas preferidas através de jogos, brincadeiras cantadas e brincadeiras ginásticas.

Objetivos• Utilizar e compreender o movimento como forma de linguagem, interagindo com o meio.• Observar e reconhecer diferenças e semelhanças de sua movimentação corporal, em

relação aos outros.• Vivenciar e reelaborar diferentes práticas de movimento, como: cantigas, brincadeiras

cantadas, jogos, ginástica, dança, entre outras.

RecursosCDs diversos para alongamentos, músicas infantis (“A casa do Zé”, “Feche os olhos”, “Es-tátua” etc.), cadeiras, cordas, lenço, sala de aula, pátio do CMEI, pátio externo.

Desenvolvimento1) Brincadeira ginástica: de alongamento, com a música “Feche os olhos”.2) As crianças deitaram no colchonete, de costas, e a educadora cantou a música e apre-sentou a brincadeira (“Pedala, pedala, pedalinho”); em seguida, todas participaram.3) Brincadeira cantada “A casa do Zé”. As crianças ouviram a música, observando o movi-mento da educadora; depois, as crianças, formadas em círculo, participaram do comando oral da música.4) CD com a música “Estátua”. As crianças dançaram conforme a música e observaram um ao outro.5) Dança da cadeira, com músicas diversas. Realizamos a brincadeira na forma de compe-tição entre meninos e meninas; ao fi nal, todos participaram juntos.

LIVRE, LEVE E SOLTO

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6) Lenço atrás. Após a explicação das educadoras, a brincadeira começou.7) Cabo de Guerra. A brincadeira foi feita em dois grupos: A e B, com competição única. No fi nal da brincadeira, formou-se um grupo único.8) Dança do boneco palito. Várias fi guras do boneco palito foram expostas no chão; ao parar a música, cada criança fi cou em frente à fi gura e imitou o mesmo movimento que o boneco estava representado na fi gura.

AvaliaçãoA avaliação foi realizada através da observação das crianças, considerando o que as crian-ças conseguiram fazer, com ou sem difi culdades, retomando sempre que necessário. Ob-servamos a interação das crianças com as atividades e os colegas, assim como a amplia-ção dos movimentos realizados.

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Profissionais: Helena Pikussa Mascarello Ivonete Aparecida de Oliveira Fernanda Macedo CoradinUnidade escolar: CMEI Centro Cívico – NRE MZTurma de aplicação: Berçário IIÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Sequência didática

JustificativaEssas atividades tiveram como proposta estimular os movimentos e proporcionar desafi os corporais e espaços amplos para atividades com o corpo, utilizando recursos variados. Destacamos a importância do movimento nessa faixa etária; quando as crianças têm es-paço e liberdade para se movimentar, aprendem a medir sua força e seus limites.

Objetivos• Conhecer as possibilidades de movimento do próprio corpo e suas limitações, adquirin-

do confi ança e controlando-as progressivamente.• Desenvolver suas capacidades físicas e perceptivas motoras, por meio de diferentes

práticas de movimento, explorando-as e interagindo com o meio.

RecursosMotoca, capacete, prancha de surf, skate, rampa e corda.

Desenvolvimento1.a etapa: Foram mostradas, em roda de conversa, várias fotos de manobras radicais com motos. Depois, assistiram a um vídeo de manobras. Em seguida, as crianças foram le-vadas ao solário, onde foram disponibilizadas motocas e capacetes para que pudessem explorá-los. Em grupos de cinco, estimulamos cada criança a andar de motoca com capa-cetes pelo corredor externo do CMEI, tentando imitar as manobras.2.a etapa: Mostramos várias fotos de manobras radicais com prancha de surf em roda de conversa. Depois, elas assistiram ao vídeo de manobras. Em seguida, apresentamos uma prancha de surf, no solário, sobre um grande colchão com almofadas ao redor, permitindo que as crianças, uma a uma, com auxílio das educadoras, imitassem os gestos de um sur-fi sta e, depois, manipulassem e explorassem a prancha.

MANOBRAS RADICAIS NO BERÇÁRIO II

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3.a etapa: Em roda de conversa, mostramos várias fotos de manobras com skate, além de um skate real. Depois, apresentamos um vídeo com manobras de skate. Em seguida, cada criança brincou de fazer manobras no solário; por ser um objeto que apresenta certo risco de acidentes, a exploração também foi feita com auxílio das educadoras. Além da explora-ção e imitação individual de manobras, houve brincadeiras, e as educadoras empurraram o skate com duas crianças sentadas sobre ele.4.a etapa: Em roda de conversa, apresentamos para as crianças uma corda, várias fotos de rapel e escalada, como também vídeos. Logo depois, estimulamos as crianças a subir na casinha do parque pela rampa, segurando na corda ou na própria rampa, e a descer pela corda, individualmente. Depois, elas exploraram o equipamento, subindo e descendo com auxílio das educadoras e dos outros colegas. 5.a etapa: Montamos um painel para apreciação, com as fotos das manobras (imagens das manobras reais e das crianças imitando as manobras), de todas as etapas, o qual foi utilizado para uma roda de conversa. As crianças sentaram em um meio círculo, e cada uma foi incentivada a levantar e mostrar sua imagem nas fotos, assim como os colegas e as manobras, relacionando-as com as fotos de manobras reais.

AvaliaçãoAo realizar essa sequência, observamos que as crianças, quando são estimuladas e ao observarem exemplos, podem realizar diversos movimentos que surpreendem aos adultos e até a elas mesmas. Todas as crianças conseguem se equilibrar sobre as motocas, mas o movimento de pedalar ainda está se desenvolvendo. Elas empurram a motoca com os pés, apoiando-os no chão, normalmente para trás; poucas conseguem empurrar a motoca para frente. No surf, foi mais proveitoso do que imaginávamos, pois a atividade trabalhou força e equilíbrio, e as crianças gostaram de subir na prancha e tentar fi car em pé, tentan-do fazer os movimentos de surf propostos. Todas as crianças passearam sentadas sobre o skate, sendo empurradas pelas educadoras, e gostaram muito; também foram colocadas em posição de equilíbrio sobre o mesmo. Na exploração individual e em grupo, as crianças empurravam umas às outras; enquanto uma sentava no skate, outra empurrava. Também brincaram sozinhas, empurrando o skate para frente e para trás, sentadas ou deitadas sobre ele. Na atividade de escalada, foi surpreendente a força que faziam para tentar subir pela corda, mas a maioria das crianças subiu a rampa com auxílio das educadoras, trabalhando também o equilíbrio; a difi culdade maior estava em onde colocar o pé para pegar impulso. Na hora de descer, não conseguiram pela corda, mas desceram pelo es-corregador.

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Profissionais: Eliane dos Santos Francine Vasconcellos Rosana DellaquaUnidade escolar: CMEI Eng. Hugo Peretti – NRE CICTurma de aplicação: Berçário II Área de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaCom atividades de movimento, a criança investiga e expressa o mundo em que vive e, por meio dele, relaciona-se com o outro, aprende sobre si mesmo, desenvolve suas capacida-des e aprende as habilidades no meio sociocultural.

Objetivos• Desenvolver sua autonomia e identidade corporal.• Utilizar o movimento como forma de linguagem interagindo com o meio.

RecursosElástico, bolas, espelho, minhocão, fantoches, balões, caixas, mesa, rádio.

DesenvolvimentoPara iniciarmos, e para que as crianças conhecessem melhor seu corpo, suas possibili-dades de locomoção, movimentos etc., nós deixamos as mesmas à vontade. Observamos que algumas dançavam sozinhas ou com colegas, em frente ao espelho ou explorando o espaço da sala. As educadoras cantavam músicas ou utilizavam o rádio como recurso. Num segundo momento, incentivamos as brincadeiras em roda, cantando músicas como “Roda cutia”, “Ciranda, cirandinha”, “Atirei o pau no gato” etc. Percebemos que, aos pou-cos, as crianças foram se organizando e brincando entre elas, sem a nossa interferência. Dando continuidade, organizamos os colchonetes no chão, onde as crianças rolaram e deram cambalhotas com o auxílio das educadoras. Na roda de conversa, apresentamos a “centopéia” às crianças, falando que é como um “túnel”, onde elas iriam passar por dentro etc. Deixamos explorarem esse material em diferentes dias, tanto na sala como no solário.

MOVIMENTANDO MEU CORPO

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Brincamos de “Cama de gato”, utilizando a mesa da sala. Também deixamos disponível para elas brincarem e explorarem. Com a mesa ao contrário (com o tampo apoiado no chão) e com uma colcha, fi zemos uma piscina de bolinhas. Realizamos essas cinco ativi-dades em dias alternados durante a semana. Após as crianças explorarem os materiais e participarem de cada etapa, juntamos todas para fi nalizar com o circuito. Confeccionamos o “saco da música”, já que música e movimento geralmente estão interligados, principal-mente se tratando de Educação Infantil e Berçário. No saco, colocamos diversas fi guras que ilustram as letras das músicas (pintinho amarelinho, jacaré, borboletinha, cinco pati-nhos, sapo, peixinho). Pedíamos para que as crianças retirassem do saco uma fi gura, ob-servassem e, juntos, cantamos uma música referente à ilustração apresentada. Fizemos movimentos utilizando o próprio corpo, como: bater palmas, bater os pés, fazer balbucios com a boca etc. Brincamos de ginástica, e as crianças realizaram movimentos de balan-ceios, o que proporcionou o desenvolvimento da força do tronco, no abdômen, nos braços e a sustentação da cabeça. Desenvolvemos a percepção rítmica, por meio do canto da educadora. No solário, brincamos de “bola ao cesto”, e as crianças jogavam a bola dentro da caixa, empurravam ou puxavam objetos.

AvaliaçãoObservamos que, aos poucos, as crianças foram apresentando certa autonomia para an-dar, relacionar-se com os colegas durante as brincadeiras na sala e solário. Percebemos que houve certa mudança no comportamento delas em relação ao circuito; pouco a pou-co, elas foram compreendendo cada etapa e como brincar. Já nas brincadeiras de roda, as crianças continuaram a se organizar e brincar entre elas. Uma dá a mão para a outra e rodam, conforme suas possibilidades de movimentação. Ficamos muito felizes com o desempenho e o que as crianças alcançaram até agora em relação ao movimento. Muitas crianças iniciaram o ano engatinhando e terminaram o semestre andando. De início, as atividades de movimento eram um desafi o para nós; com o tempo e através de plane-jamento e organização, buscando apresentar a elas atividades e brincadeiras que des-pertassem interesse e que correspondessem com os nossos objetivos, acreditamos que atingimos os objetivos.

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Profissionais: Regina Aparecida dos Santos Marilda Gomes Machado Sandra AlvesUnidade escolar: CMEI Demawe – NRE BQTurma de aplicação: Berçário único Área de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaO desenvolvimento social das crianças é um processo permanente, e acreditamos que as diferentes práticas de movimento têm papel fundamental, pois proporcionam as inter--relações, o diálogo, a convivência em grupos e a expressão de ideias e sentimentos. Sen-do assim, para proporcionar às nossas crianças essas práticas, serão propostas inúmeras possibilidades de movimentos.

Objetivos• Proporcionar reconhecimento e ampliação das possibilidades de movimento de seu

corpo, conhecendo suas potencialidades e seus limites.• Proporcionar possibilidades de superar limites.• Possibilitar a autonomia na escolha dos espaços.

RecursosTatame, berços, túnel (minhocão), cama de gato, centro de atividades, escorregador, pisci-na de bolinha vazia e colchonetes, solário e sala de atividades.

Desenvolvimento1) Apresentação do ambiente, modifi cado por mobílias e outros objetos. Na entrada, a cama de gato, em seguida o centro de atividades para subir e descer, o escorregador e, depois, o túnel para engatinhar por dentro e sair na piscina de bolinhas.2) Permitimos que as crianças explorassem livremente o ambiente.3) Desenvolvimento do circuito com a intervenção das educadoras. No solário, usamos os berços e o muro para fazer o corredor e, neste, fi zemos os obstáculos para as crianças passarem por cima, por baixo, para subir, descer, arrastar, engatinhar.4) Deixamos as crianças livres para superação dos desafi os e observamos os novos desa-fi os descobertos por elas.

MOVIMENTANDO O MEU CORPINHO, SUPERANDO OBSTÁCULOS

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AvaliaçãoNo início da proposta, observamos que algumas crianças desempenharam o circuito sem difi culdades, outras fi zeram com auxílio da educadora; os menores não queriam passar pela cama de gato, por insegurança, mas realizaram as outras partes do circuito. No de-correr da atividade, grande parte das crianças desenvolveu o circuito com autonomia, segurança e satisfação. Exploraram satisfatoriamente o circuito, superando os desafi os, criando novos desafi os, desenvolvendo e trabalhando esforço, confi ança, iniciativa, movi-mentação, circulação, postura, atitudes corporais, persistência e autonomia.

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Profissionais: Erika Ditzel Marialda Bochoski da Cruz Unidade escolar: CMEI Curitiba – NRE MZTurma de aplicação: Maternal II, Maternal III e Pré Área de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaNos primeiros contatos com as turmas, percebemos como era expressiva sua comunica-ção por meio dos movimentos, sabendo que elas utilizam-no para interagir e expressar suas vontades e necessidades; através desse trabalho, buscamos proporcionar meios que ampliassem essa comunicação.

Objetivos• Utilizar o movimento como forma de linguagem, interagindo com o meio.• Ampliar e produzir saberes sobre as diferentes práticas de movimento.• Proporcionar às crianças formas de iniciar o desenvolvimento de suas habilidades mo-

toras como: equilíbrio, fl exibilidade, resistência e velocidade.

RecursosPátio externo e interno, tatames, colchonetes, bolas, cesta de basquete, bambolês, giz, cordas, palitos de sorvetes, cadeiras, bexigas, tecidos (para vendar os olhos), rádio e CDs.

DesenvolvimentoMaternal II1) Passa a bola. Formaremos duas fi las com as crianças e entregamos uma bola para cada fi la. A primeira criança deve passar a bola para o colega de trás, da maneira que achar melhor; por exemplo, por baixo das pernas, por cima da cabeça ou ao lado do tronco pelos dois lados. Quando a bola chegar ao fi m da fi la, a última criança corre para o início da fi la e passa novamente a bola para as outras. A brincadeira termina quando todos já tiverem passado pela fi la.2) Dentro e fora dos arcos. Damos um arco (bambolê) a cada criança, que o coloca a sua frente. Ao nosso comando em voz alta: “Dentro”, as crianças deverão pular para dentro do arco; “Fora”, as crianças deverão pular para fora do arco, podendo ser para frente ou para trás do bambolê.

MOVIMENTANDO PARA CRESCER

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3) Chefi nho mandou. Colocamos uma música, e as crianças imitam os movimentos diver-sifi cados da educadora.4) Peteca. Oferecemos às crianças uma peteca, que se trata de um brinquedo genuina-mente brasileiro; além da interação com o novo objeto, a brincadeira consiste em jogá-la ao alto e aos colegas, sem deixar a peteca cair.5) Bola no alvo. Colocamos o cesto à distância, e a criança lança a bola para acertar dentro do “cesto de basquete”.6) Baile das bexigas. Damos bexigas às crianças e colocamos uma música; elas vão dan-çar, jogando as bexigas ao alto, sem deixá-las cair.

Maternal III 1) Brincadeira da Ana Maria. Em roda, em pé, todas as crianças começam com as pernas fechadas. Ao cantar a música, elas vão pulando e abrindo e fechando as pernas, de ma-neira que, ao terminar a música, elas parem de pernas afastadas. Damos uma paradinha entre as músicas e pedimos para que se mantenham na posição alcançada. A cada nova música cantada, as crianças devem abrir mais as pernas, até que cheguem ao seu limite, desequilibrem-se ou não consigam mais afastar as pernas. Não vale apoiar as mãos no chão!2) Na linha. No chão, colocamos uma fi ta crepe ou uma corda posicionada em linha reta e solicitamos às crianças que caminhem sobre ela; na medida do desenvolver da atividade, as linhas podem ser curvas, aumentando o desafi o.3) Caracol na rampa. Propomos às crianças subir engatinhando e descer pulando pela rampa de acesso; depois, repetir e inverter a atividade, ou seja, subir pulando e descer engatinhando.4) Chamada na roda. Formamos um círculo com as crianças, e uma delas fi ca no centro, segurando uma bola. Esta diz o nome de uma criança do círculo, jogando-lhe a bola, a qual deve ser pega antes que toque o chão. Quem conseguir pegá-la troca de lugar com a que está no centro, dando sequência e tornando a jogar a bola para outra criança.5) Corre cutia. Colocamos as crianças em roda, todas em pé. Uma criança fi ca fora da roda, com um lenço nas mãos; anda em torno e deixa o lenço cair atrás de uma criança da roda e sai correndo; ao perceber, esta deve pegar o lenço e correr até alcançar aquela que jogou; se não conseguir, toma seu lugar e recomeça a brincadeira, deixando o lenço cair atrás de outra criança.6) O bigode. Formaremos duplas, e cada criança terá um palito na mão. Ao nosso sinal, as crianças viram-se de costas uma para a outra e deverão colocar o palito acima dos lábios, segurando-o como um bigode; ao novo sinal, as crianças viram-se de frente uma para a outra e não devem deixar o bigode cair.

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Pré 1) Boneco de pano. A brincadeira começa nos colchões, e cada criança será o boneco de pano do outro. O “boneco” deve fi car bem mole, enquanto o colega o movimenta, faz a troca de posição, conforme orientamos. Depois, as crianças trocam de posição: quem foi boneco vira dono e quem era dono vira boneco, de maneira que todos passem pela expe-riência de boneco. 2) Dança das cadeiras. Com uma cadeira a menos do que o número de crianças partici-pantes, colocamos a música, e as crianças saem andando em torno das cadeiras; quando a música pára, as crianças sentam; quem não conseguir sentar sai e espera a próxima vez.3) A canoa virou. Dispomos dois colchonetes e apresentamos uma história às crianças: “A canoa virou, e só temos duas tábuas para atravessar um riacho; então, vamos revezando até chegar do outro lado.” As crianças vão passando o colchonete ora por cima da cabeça, ora por baixo, pisando no colchonete para não “cair no rio”.4) Chamada na roda. Formamos um círculo com as crianças, e uma delas fi ca no centro, segurando uma bola. Esta diz o nome de uma criança do círculo, jogando-lhe a bola, a qual deve ser pega antes que toque o chão. Quem conseguir pegá-la troca de lugar com a que está no centro, dando sequência e tornando a jogar a bola para outra criança.5) Carrinho de mão. Traçamos duas linhas paralelas, sendo uma o ponto de partida e outra o ponto de chegada. Uma criança abaixa-se, com as mãos espalmadas no chão, enquanto outra criança a pega pelos pés e caminha de uma linha a outra.6) Jaquempô corporal. Separamos a turma dois grupos e sugerimos nova forma de jogar, sendo: papel = mãos espalmadas à frente; pedra = mãos na cabeça; tesoura = braços cruzados. Ao nosso sinal, as crianças farão os movimentos e, como no jogo original, pedra ganha da tesoura, que ganha do papel, que ganha da pedra e assim por diante.

AvaliaçãoAs avaliações foram feitas através de pauta de observações e registro fotográfi cos. Duran-te as observações, fomos constatando a evolução de cada criança e do grupo: elas amplia-ram suas formas de comunicação, passando a demonstrar mais equilíbrio, fl exibilidade, agilidade e resistência, além de ampliar a segurança e seu o repertório de brincadeiras. Passamos a perceber que devemos voltar o nosso olhar para brincadeiras mais simples, mas com rico conteúdo de aprendizagem.

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Profissional: Arilda Maria Tibes FernandesUnidade escolar: E. M. Prof. Osvaldo Arns – NRE PNTurma de aplicação: PréÁrea de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Sequência didática

JustificativaA sequência didática em questão tem como fi nalidade trabalhar o movimento na Educação Infantil, utilizando circuitos de atividades físicas. A ideia do tema surgiu devido à necessi-dade das crianças em movimentar-se naturalmente; o principal objetivo do trabalho com movimento e expressão corporal é proporcionar à criança o conhecimento, experimentan-do as possibilidades que ele oferece de modo prazeroso.

Objetivos• Analisar e refl etir sobre o corpo e os movimentos.• Conhecer limites e possibilidades de movimentação do corpo.• Aprender a controlar gradualmente os movimentos do corpo.• Ampliar o repertório motor.

RecursosColchonetes, cordas, bambolê, cones, CD, rádio, gravuras de animais, banco, escada.

Desenvolvimento1.a etapa: Primeiramente, realizamos com as crianças uma roda de conversa sobre as possibilidades de movimentação do nosso corpo. Perguntamos a respeito dos movimen-tos que elas costumam realizar no dia a dia. Sugerimos, então, que as crianças se levan-tassem, experimentando e falando sobre quais as partes do corpo são acionadas para a realização de cada movimento. Com a turma espalhada pela sala, ao nosso comando, elas experimentaram executar movimentos, tais como: espreguiçar caminhar, saltar, entre outros, de forma lúdica e divertida.2.a etapa: Organizamos uma mostra de gravuras de animais para as crianças, perguntado como eles se deslocam e movimentam-se. Solicitamos que as crianças realizassem os movimentos de diferentes animais. Começamos pelos animais domésticos, imitando sons e gestos; depois, as crianças imitaram animais que vivem na fazenda e também na África.

MOVIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O PRAZER DE BRINCAR E APRENDER DO INÍCIO AO FIM

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3.a etapa: Para explorar e desenvolver ainda mais as habilidades motoras das crianças, montamos um circuito de atividades com materiais simples. Organizamos as estações de modo que as crianças pudessem vivenciar diversos movimentos a partir de diferentes desafi os.4.a etapa: As crianças sugeriram as atividades e os movimentos em um novo circuito, imitando animais escolhidos por eles. Após a vivência dos circuitos, realizamos a roda de conversa, deixando-os expor a respeito de qual movimento gostaram mais e por quê.5.a etapa: Propusemos às crianças a construção do registro das atividades por meio do desenho livre, explorando a liberdade de registrar o movimento realizado no circuito.6.a etapa: Finalizamos a sequência sobre movimentos através de circuitos, assistindo ao fi lme “Madagascar 3”; então, observando os animais do fi lme, conversamos sobre seus movimentos.

AvaliaçãoApós realizar as atividades propostas, percebemos claramente a refl exão das crianças sobre o corpo e seus movimentos através das suas falas; por exemplo: “Nossa! Consegui andar no banco; tenho equilíbrio igual ao homem aranha!” Durante o fi lme “Madagascar 3”, elas observaram os animais do fi lme e fi zeram comparação: “Nós rastejamos na sala igual à cobra e pulamos igual ao macaco.” Dessa forma, percebemos a ampliação do re-pertório motor: andar, pular, engatinhar, saltar, rastejar, correr etc. Foi importante observar que os objetivos especifi cados para as atividades, foram gradativamente compreendidos e atingidos pela turma. Observamos a socialização das experiências motoras e como as crianças gostaram e interagiram entre si, diante das propostas que foram vivenciadas por elas, criando situações lúdicas e seus próprios movimentos e brincadeiras dentro do pro-posto pela sequência.

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Profissionais: Maristela Dino Sandra Aparecida Daniele Maria SimmUnidade escolar: CMEI Demawe – NRE BQTurma de aplicação: Maternal II Área de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaPor ser o movimento um importante recurso de conhecimento de mundo, ao mesmo tempo em que expressa o pensamento da criança, suas ações e relações com pessoas e objetos, as atividades a seguir foram propostas para que a turma do Maternal II, através do movi-mento, se relacionasse com o meio em que vive parte do seu dia a dia, sendo esse o CMEI.

Objetivos• Utilizar o movimento como forma de linguagem, interagindo com o meio.• Reconhecer e ampliar as possibilidades de movimento de seu corpo, conhecendo suas

potencialidades e seus limites.

RecursosCD com músicas, bola, impressão do boneco de palito em diversas posições e tamanhos, rádio, lenço, colchonete.

DesenvolvimentoBrincadeira de morto e vivo. Mostramos às crianças os cartazes dos bonecos de palito, e elas deveriam realizar as posições em pé (vivo) ou deitado (morto). Brincadeira de estátua. Ao nosso sinal (com comandos combinados previamente: uma palma = em pé; duas palmas = deitados; três palmas = sentado), as crianças observavam as posições dos bonecos nos cartazes e procuravam imitar uma delas que correspondesse ao comando. Música passa a bola. Fizemos um círculo com as crianças, utilizando uma bola, que pas-sava de uma a uma, e cantando a música: “Passe a bola, passe a bola; passe a bola sem parar; se você fi car com a bola, o seu nome vai falar”. Quando terminou a última frase da música, a criança que fi cou com a bola falava seu nome, fazendo uma coreografi a. As demais imitaram os gestos e o nome do colega e voltaram para seus lugares; assim, con-tinuavam a cantar e a passar a bola.

MÚSICA E MOVIMENTO TÊM TUDO A VER

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Brincadeira com a corda “Pula, cobrinha”. Formamos grupos pequenos com as crianças. Duas educadoras fi caram segurando a corda nas extremidades: fi zeram movimento com a corda, como se fosse uma cobrinha, e deram a voz de comando: “Pula, cobrinha”. As crianças deveriam pular sem pisar na “cobrinha”. Demos continuidade até que todos par-ticipassem.

AvaliaçãoAo realizarmos essas atividades, percebemos algumas crianças com difi culdades para realizá-las no início, principalmente nos momentos de imitar as posições dos bonecos de palito. No decorrer das atividades e devido às repetições, houve maior facilidade, integra-ção, segurança, autonomia e liberdade de movimentos.

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Profissionais: Patricia Elaine Soares Ducélis Milva de Souza Menezes Paulo Henrique dos Santos FáveroUnidade escolar: CMEI Conjunto Iracema – NRE CJTurma de aplicação: Berçário único, Maternal I, Maternal II, Maternal III e Pré Área de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaDesde que é pequena, a criança movimenta-se e apropria-se das possibilidades dos movi-mentos corporais para conhecer a si mesma e aos outros; sendo assim, utilizamos recur-sos para aprimorar e incentivar a expressão, o pensamento, a ação e sua relação com o meio. Através do movimento, com sua postura corporal de modo signifi cativo, as crianças expressam pensamentos e emoções. Entendemos que o movimento não é somente uma necessidade físico-motora, mas também de compreensão e comunicação como o meio social e cultural.

Objetivos• Desenvolver autonomia de escolha de espaços e materiais, nas práticas de movimento.• Utilizar o movimento como forma de linguagem na percepção do seu corpo com o meio.• Desenvolver e ampliar progressiva independência nos movimentos e na expressão cor-

poral, adquirindo, gradativamente, equilíbrio, agilidade, ritmo, resistência, força, veloci-dade e fl exibilidade corporal.

• Desenvolver capacidades físicas (força, equilíbrio, coordenação, agilidade, velocidade, ritmo, entre outras) e capacidades perceptivo-motoras (esquema corporal, lateralida-de, orientação espacial, orientação temporal), por meio da vivência de práticas de mo-vimentos presentes na cultura.

• Interagir, criar e reelaborar regras.

RecursosOs recursos utilizados com as crianças foram praticamente os mesmos, somente muda-mos a difi culdade ao aplicarmos as atividades. Nas turmas de Maternal II, Maternal III e Pré, utilizamos o dominó gigante e cordas que não foram utilizados nas turmas de Berçá-rio e Maternal I. “Cama de gato” (elástico entrelaçado em apoios de madeira ou plástico), corda, bolas, mesas berços, colchonetes, saquinho com areia, CD com músicas, bexigas.

O MOVIMENTO ATRAVÉS DAS BRINCADEIRAS

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DesenvolvimentoBerçário, Maternal I e Maternal IICircuitos de espuma. Organizamos as espumas pela sala, a fi m de criar obstáculos que estimulassem os movimentos e desafi assem as crianças.Brincadeiras com bolas. Com algumas bolas na sala, jogamos com as crianças, arremes-samos as bolas e solicitamos que as crianças fi zessem o mesmo, nomeando os movimen-tos realizados (por exemplo, forte e fraco).Brincadeiras com bexiga. Ao som de músicas infantis, realizamos movimentos diversos com as bexigas e estimulamos as crianças a imitar os movimentos e também criar seus movimentos, utilizando o ritmo e a força da música e nomeando os seus movimentos (por exemplo, mais forte, mais rápido, devagar, baixo, fraco pesado).Cama de gato. Utilizamos mesas invertidas e forradas com os colchonetes, amarramos elásticos nas suas pernas, formando um labirinto. Explicamos o que era aquilo e com irí-amos brincar, fi zemos a demonstração e, assim, foi aplicada a atividade, sempre com o auxílio dos educadores.

Maternal III e PréDança com bexigas. Inicialmente com orientação e depois criando seus próprios movi-mentos, ao som de músicas infantis, as crianças dançaram com as bexigas cheias nas mãos. Propusemos movimentos utilizando o ritmo, a força e a agilidade, conforme cada música permitia utilizar, sempre nomeando os seus movimentos (por exemplo, mais forte, mais rápido, devagar, baixo, fraco, pesado).Brincadeiras com corda. Dividimos as crianças em dois grupos. Com um dos grupos, foi re-alizada a brincadeira com saltos em três níveis de altura. Com o outro grupo, demarcamos alguns espaços com cordas e solicitamos que as crianças percorressem os espaços, al-ternando a velocidade de seus passos, como também andassem com saquinhos de areia sendo equilibrados na cabeça. Em um momento no fi nal da brincadeira, uma das crianças disse que não sabia como pular corda; e isso nos levou a mais uma brincadeira – fora do previsto, mas que se adequava aos objetivos propostos. Então, brincamos de “Pular corda” e “Passa zero”.Movimentos com o jogo de dominó gigante. Utilizando esse material, brincamos com o conceito da brincadeira “Meu mestre mandou”, usando comandos para que as crianças realizassem alguns movimentos, tais como: equilibrar-se sobre a almofada (peças do jogo) com os dois pés, apenas com um pé, andar com a peça equilibrada na cabeça, arremessar ao alto e pegar, sentar-se e levantar-se sobre a peça. Ao fi nal, todas fi caram em roda, e cada criança escolheu uma peça para realizarmos uma rodada do jogo de dominó, cujas regras foram relembradas.

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Chuva de papel. Em roda, mostramos as revistas para as crianças olharem e manusea-rem. Depois, tiramos os grampos e soltamos as folhas das revistas, colocamos no centro da roda e solicitamos que as crianças amassassem, rasgassem e jogassem as folhas para o alto, fazendo uma “chuva de papel”, escondendo-se também embaixo da “montanha de papel”. Essa atividade foi aplicada também com Maternal I e Maternal II.Cama de gato. Utilizamos mesas invertidas e forradas com os colchonetes, amarramos elásticos nas suas pernas, formando um labirinto. Explicamos o que era aquilo e com irí-amos brincar, fi zemos a demonstração e, assim, foi aplicada a atividade, sempre com o auxílio dos educadores. No caso das crianças maiores, eram orientações verbais. Depois, para aumentar a difi culdade, foram acrescentados mais elásticos e bexigas presas em algumas partes dos elásticos, para que elas passassem sem estourá-las.

AvaliaçãoAs atividades propostas para todas as turmas repetiram-se uma vez por semana, durante dois meses; depois, seriam propostas novamente quinzenalmente, favorecendo, assim, a autonomia na escolha de espaços e materiais, o desenvolvimento da expressão corporal e a percepção do movimento como forma de linguagem. Essas atividades favoreceram a exploração, a mobilidade e a interação das crianças nos diferentes ambientes do CMEI, auxiliando no desenvolvimento das capacidades físicas e perceptivo-motoras, ampliando seu repertório de movimentos.

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Profissional: Dirlei Aparecida Kozakiewicz VieiraUnidade escolar: CMEI Nice Braga – NRE PRTurma de aplicação: Maternal II, Maternal III e Pré Área de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaAs práticas com a linguagem movimento ocorrem dentro das rotinas permanentes do CMEI, sendo aplicadas pelas profi ssionais de cada turma. As crianças também participam, uma vez por semana, de atividades de movimento, com uma professora específi ca para essa atividade. Nas práticas, estão sendo priorizadas atividades que ampliem o conhecimento corporal, desenvolvam capacidades físicas, como equilíbrio, lateralidade e percepção do seu próprio corpo. Quanto menor for a criança, mais responsabilidade tem o adulto em lhe proporcionar atividades em que haja o desenvolvimento de experiências posturais e motoras variadas. Devemos organizar o ambiente de modo a oferecer para as crianças diversos materiais, a fi m de lhes proporcionar a descoberta, exploração do movimento e seu aperfeiçoamento. São práticas organizadas para 30 minutos, aproximadamente, uma vez por semana, realizadas em diversos espaços do CMEI (quadra, auditório, grama, areia, calçada, sala de atividades), totalizando atendimento a 16 turmas no turno da manhã.

Objetivos• Familiarizar-se com a imagem do próprio corpo.• Explorar e ampliar as possibilidades de gestos e ritmos corporais para expressar-se nas

brincadeiras e nas demais situações de interação.• Deslocar-se com destreza progressiva no espaço ao andar, correr, pular etc., desenvol-

vendo atitude de confi ança nas próprias capacidades motoras.• Controlar, gradualmente, o próprio movimento, aperfeiçoando seus recursos de deslo-

camento e ajustando suas habilidades motoras para utilização em jogos, brincadeiras, danças e demais situações.

RecursosMateriais diversos, tais como: bolas de borracha, arcos, cordas, elásticos, cones, pneus, fi ta crepe, rádio com CD, CDs com músicas etc.

Desenvolvimento1) Jogos de imitação. Andar normal, quadrupedia, de cócoras, de joelhos, rolar, arrastar-se no chão, procurando ocupar todo o espaço possível. Correr livremente, ocupando todo o

O MOVIMENTO E SEUS MÚLTIPLOS DESAFIOS

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espaço possível, sem chocar-se com os outros. Saltar, com os pés unidos ou não, o mais longe possível, para frente e para trás. Para facilitar a memorização e o aprendizado, su-gerimos imitar bichos, objetos e coisas durante o andar, o correr e o saltar. Andar ou correr livremente pela quadra e, ao sinal do professor, tocar uma parte do próprio corpo (por exemplo, a cabeça, a orelha, a boca etc.); depois, continuar andando ou correndo e refazer a brincadeira após novo comando. Sentar ou fi car de pé, e, ao sinal do professor, tocar uma parte do próprio corpo (por exemplo, a cabeça, a orelha, a boca etc.). Esse exercício deve ser executado de forma bem rápida, testando a agilidade, a atenção e a audição das crianças. Relaxamento.2) Ponte suspensa (material: fi ta crepe ou giz). Andar de frente sobre uma linha demarcada no chão, imaginando que ela é uma ponte suspensa. Deslocar-se sobre a mesma linha, de costas, de lado, de cócoras. Correr sobre a linha, imaginando que a ponte está caindo. Caminhar sobre a linha na ponta dos pés.Saltar sobre a linha, para escapar dos jacarés que estão no rio. Correr com as pernas afas-tadas, uma de cada lado da linha, imaginando que a ponte está quente. Depois, pergunta-mos às crianças quem saberia fazer um exercício diferente em cima da ponte.3) Corda maluca. Com a corda estendida no chão, sugerimos para as crianças que tentem: andar de frente sobre a corda; andar de lado; andar para trás; saltar a corda de um lado para o outro; passar por cima da corda (a corda deve estar elevada a 30 cm do solo, apro-ximadamente, mas deixar mais baixo para as turmas de Maternal II); passar por baixo em quadrupedia, rolando, rastejando (para difi cultar a realização da atividade para as turmas de Pré, a corda poderá ser balançada levemente).4) O portal. Amarramos os arcos no elástico (ou corda) e fi xamos o elástico nas duas ex-tremidades, de maneira que os arcos fi quem suspensos do chão (a mais ou menos 30 cm). Explicamos para as crianças que aquele é um “portal mágico” e que todas deverão passar por dentro dos arcos (portal); orientamos que passem uma parte do corpo e depois a outra, pois passar o corpo inteiro de uma só vez não é possível porque o arco é muito pe-queno. Por exemplo, passar primeiro a perna direita, depois a cabeça, em seguida o corpo e depois a outra perna. Na sequência, solicitamos que as crianças “salvem” a bola (pode ser outro objeto) que está do outro lado do portal, segurando-a na mão e retornando por dentro dos arcos, sem derrubar a bola.

AvaliaçãoA avaliação dos resultados e dos avanços obtidos pelas crianças em relação aos objetivos propostos está ocorrendo continuamente, levando-se em consideração os processos vivi-dos pela criança. Através da sua participação nos momentos das atividades propostas, fa-zemos o registro e a coleta de dados para embasamento, a fi m de que seja possível cons-truir o parecer individual da criança e da turma. Os objetivos propostos foram avaliados por meio de registro em pauta de observação. Cada turma teve duas pautas semestrais no decorrer do ano letivo, e foram elencados os objetivos contidos nas atividades propostas.

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Profissional: Daniele Custódio dos Santos Unidade escolar: E. M. Dr. Hamilton Calderari Leal – NRE CICTurma de aplicação: Pré Área de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaOs circuitos motores são ferramentas que podem ser utilizados para o desenvolvimento da autonomia e identidade corporal das crianças. Levando-se isso em consideração, além do espaço que possuímos na escola, decidimos incorporar os circuitos nas atividades da linguagem movimento para as duas turmas de Pré. Realizamos diferentes circuitos, sus-citando áreas especifi cas do desenvolvimento motor, ou englobando todas, proporcionan-do a experimentação, adaptação e recriação dos movimentos das crianças. Encarando o circuito motor como uma atividade rica de ludicidade e desafi adora, vamos utilizá-lo para desenvolver a base dos movimentos naturais, além de autonomia, identidade corporal, autoconfi ança, socialização, entre outros.

Objetivos• Demonstrar confi ança nas suas possibilidades de movimentação corporal.• Ampliar suas possibilidades de movimentação corporal em diferentes situações.

RecursosPátio, quadra, área de grama, sala de aula, carteiras, cadeiras, cordas, caixas de papelão, jogo de boliche, bolas de diferentes pesos e tamanhos, baldes, cordas, troncos de árvore.

DesenvolvimentoEm cada atividade, as crianças foram levadas a imaginar um cenário diferente, com perso-nagens diversos, e cada criança pôde “virar” um explorador, atleta e até mesmo o Tarzan, de forma que a imaginação pudesse auxiliá-la a passar pelo obstáculo apresentado, com a coragem de cada um dos personagens. Os circuitos motores realizados envolveram es-tações de locomoção, manipulação e equilíbrio, e todos os componentes relacionados à aprendizagem de movimento foram solicitados. Cada criança teve a possibilidade de pas-sar pelos circuitos diversas vezes, realizando, assim, a experimentação e adequação dos seus movimentos de acordo com cada obstáculo, descobrindo, com autonomia, a melhor forma de encarar o que estava a sua frente. Realizamos o acompanhamento das crianças com mais difi culdades na primeira passagem pelo circuito; nas situações em que persistiu o receio de realizar a atividade, acompanhamos de perto na vez seguinte e até perceber que a criança não necessitava mais da proximidade.

OBSTÁCULOS NO CAMINHO

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AvaliaçãoAs avaliações foram baseadas na observação; ao fi nal de cada circuito, observamos se as crianças demonstravam: mais confi ança na própria capacidade motora, superação de me-dos e receios quanto aos obstáculos, evolução e adaptação de movimentos que ocorrem em cada atividade proposta. Após a passagem pelos circuitos, pudemos perceber uma evolução na movimentação das crianças. A partir do momento em que perceberam que é possível superar o obstáculo proposto, todas demonstraram mais confi ança e realizaram a experimentação de diferentes movimentações na próxima passagem. Percebemos, então, que as atividades de circuito motor auxiliaram as crianças no seu desenvolvimento, não só no aspecto físico (durante as aulas de Linguagem Movimento), mas em diferentes contex-tos escolares, demonstrando mais autonomia, autoconfi ança e elevação da autoestima, ampliando o seu repertório motor, além de melhorar as relações interpessoais com os colegas, professores e funcionários.

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Profissional: Clarisse Ruden de Oliveira Unidade escolar: CMEI Vila Lindóia – NRE PRTurma de aplicação: Berçário I Área de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaDurante as atividades realizadas diariamente no Berçário, sentimos a necessidade de as crianças desenvolverem uma maior percepção espacial e corporal, apropriando-se das possibilidades de movimento dos seus membros e estimulando o autoconhecimento atra-vés de atividades signifi cativas.

Objetivos• Vivenciar diferentes práticas de movimento que constituem a cultura infantil e que am-

pliam habilidades de manipulação (empurrar, entrar, abaixar).• Desenvolver suas capacidades físicas (equilíbrio, coordenação, agilidade), por meio da

vivência de práticas de movimentos presentes na cultura.• Iniciar o trabalho de percepção de percurso e lateralidade (ir, vir, voltar, virar).

RecursosPista confeccionada na sala de atividades, carro confeccionado de madeira e E.V.A.

DesenvolvimentoEm um primeiro momento, as crianças exploraram a pista feita no chão da sala, tocando, andando, engatinhando etc. Em seguida, as crianças brincaram com o carrinho livremente no espaço da sala de atividades, exploraram o material, as texturas e cores. Depois, as crianças foram colocadas dentro do carrinho e estimuladas a fazer o som do carro andan-do e a tocar a buzina. Por fi m, empurramos as crianças pela sala (dentro da pista) como se passeassem de carro. Depois de todas participarem, as crianças foram convidadas a en-trar, sair dos carrinhos e empurrá-los. As atividades foram repetidas durante uma semana, e o material foi muito explorado. Na outra semana, a sequência repetiu-se, e acrescenta-mos mais um item como desafi o.

PASSEANDO DE CARRO

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AvaliaçãoTodas as crianças participaram das atividades propostas; umas mais, outras menos ativa-mente. Realizaram movimentos como entrar, sair, abaixar, levantar, empurrar, entre outros. Exploraram a pista com o corpo e com os carrinhos, indo e vindo em diferentes direções. Pudemos observar a boa aceitação do grupo com as atividades propostas, podendo as mesmas serem repetidas no próximo semestre e também em outras salas, como no Ber-çário II e Maternal I (graduando as difi culdades e os objetivos a serem atingidos).

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Profissionais: Adriana Negrello Cristiane Regina Andrade Nicolas Troguer Rosicler do Rocio Santos Motta Natal Unidade escolar: CMEI Caramuru – NRE CJTurma de aplicação: Pré Área de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Sequência didática

JustificativaAs grandes lembranças da nossa infância são as brincadeiras, e Candido Portinari retra-tou muito bem esse sentimento em suas obras de Arte. Ele foi um artista que dedicou sua vida ao registro da cultura de seu povo e de seu país. Adorava pintar crianças brincando e dizia: “Sabem por que eu pinto tanto menino em gangorra e balanço? Para botá-los no ar, feito anjos.” Nesse sentido, após observar as crianças em seus momentos de brincadeiras livres e dirigidas, decidimos ampliar essas possibilidades de movimento, utilizando algu-mas obras de Arte de Portinari, que retratam e resgatam brincadeiras tradicionais, através da elaboração de novos retratos a partir de possibilidades vividas em suas brincadeiras preferidas.

Objetivos• Utilizar e compreender o movimento como forma de linguagem, interagindo com o meio.• Conhecer e identifi car seu corpo, explorando e ampliando suas possibilidades de movi-

mento em diferentes situações.• Respeitar diferenças corporais. • Ampliar o repertório de brincadeiras. • Vivenciar e reelaborar diferentes práticas de movimento.

RecursosTelas selecionadas do artista Candido Portinari, colchonete, lápis de cor, canetinha, giz de cera, tinta, pincel, jornal, brinquedos, revista.

PORTINARI É... MOVIMENTO!A UTILIZAÇÃO DE OBRAS DE ARTE NAS PRÁTICAS DE MOVIMENTO

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Desenvolvimento1.a etapa: Apresentação prévia do artista Candido Portinari e, logo em seguida, observação da tela “O Menino e o Pião”. Conversamos sobre as características e os detalhes que as crianças observaram. Vários questionamentos sobre o brinquedo pião foram feitos: quem conhece, quem tem, como se brinca. As crianças observaram vídeos de pessoas brincando com pião de corda. Convidamos as crianças a experimentar esse brinquedo, propondo al-guns desafi os: deixar mais tempo rodando, segurá-lo na mão, brincar livremente. Convida-mos o avô de duas crianças para ensinar como se lança o pião. As crianças trouxeram seus brinquedos preferidos para apresentação à turma e brincaram junto com seus amigos. Com jornal, as crianças fi zeram a dobradura de chapéu, e cada um retratará por meio do desenho seus brinquedos preferidos, utilizando a colagem do chapéu de jornal, como na tela “O Menino e o Pião”. As crianças apreciaram a obra “Palhacinhos na Gangorra”, con-versando sobre as suas características (o que os meninos estavam fazendo, onde tem este brinquedo e quem gosta). Depois, convidamos as crianças a experimentar o movimento, utilizando as gangorras da unidade. Na obra “Cambalhota”, após observação, as crianças foram indagadas sobre as suas características, o que os meninos estão fazendo e se al-guém sabe fazer igual. Convidamos as crianças a experimentar o movimento, utilizando colchonetes e apoiando-se nas paredes. A respeito da obra “Meninos Pulando Carniça”, após conversa sobre as características da obra, quem sabe o que as crianças estão fazen-do e quem já brincou, convidamos as crianças a experimentar o movimento no pátio exter-no com os colegas. Na tela “Meninos Brincando”, após falarem sobre suas características e o que está acontecendo, levamos as crianças ao parque externo, perto do CMEI, onde teriam o prazer de explorar seus movimentos de forma livre. Mostramos a tela “Roda Infan-til” às crianças, que depois conversaram sobre suas características e foram questionadas sobre o que as crianças estão fazendo, quais as brincadeiras que elas conhecem que po-dem ser brincadas em roda, quais músicas podem ser cantadas em brincadeiras de roda e se já fi zeram essa atividade. Levamos as crianças para experimentar o movimento no pátio externo. Sobre a obra “Futebol em Brodósqui”, a conversa fl uiu sobre as características, o que as crianças estão fazendo, se qualquer pessoa pode brincar, se existem equipes de homens e mulheres nessa modalidade, quais são as regras básicas e o objetivo do jogo. As crianças experimentaram o movimento no espaço gramado do CMEI e poderão criar novas regras para o seu jogo. Com a obra “Meninos no Balanço”, a conversa foi direcionada para as características da obra, o que as crianças estão fazendo, lugares onde há esse brinque-do (praças, bosques, em casa, na escola), os cuidados que devem ser tomados para fazer essa brincadeira. As crianças experimentaram o movimento no bosque do CMEI.

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2.a etapa: Após apresentarmos o repertório, acrescido das brincadeiras realizadas, as crianças relacionaram as brincadeiras que mais gostaram e as retrataram por meio do de-senho em telas, imitando Portinari. As crianças apresentaram suas telas para os colegas, contaram o que foi criado e brincaram sua brincadeira preferida. No dia de integração com as famílias, realizamos uma exposição das obras trabalhadas, juntamente com as produ-ções das crianças.3.a etapa: Dando continuidade à sequência didática, levamos as crianças a experienciar as brincadeiras trabalhadas e criar novas possibilidades de movimento na praça próxima à unidade. As crianças brincaram individual e coletivamente, utilizando-se dos movimentos que aprenderam durante a aplicação da sequência didática.

AvaliaçãoDurante as práticas realizadas, as crianças tiveram a oportunidade de utilizar e compreen-der o movimento como uma forma de linguagem e expressão. Também conheceram seu corpo, explorando e ampliando suas possibilidades de movimento em diferentes situações apresentadas em cada tela de Portinari. As diferentes práticas possibilitaram o aumento de seu repertório de brincadeiras, reconhecendo e respeitando as diferenças corporais.

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Profissionais: Crislaine Martinez Ciareli Eliane Nogueira Baggio Unidade escolar: CMEI Boa Vista – NRE BVTurma de aplicação: Pré Área de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Sequência didática

JustificativaSentimos a necessidade de realizar essa sequência didática devido à difi culdade perce-bida em nossas crianças para conseguirem se expressar e realizar movimentos simples como saltar, correr e rolar. O movimento é uma atividade que faz parte do cotidiano das pessoas, pois desde que nascemos realizamos diferentes movimentos, os quais vão se aprimorando com o tempo; portanto, cabe a nós, educadores, mediar, orientar e desafi ar nossos alunos, através de atividades que permitam a superação de tais difi culdades, pro-porcionando o desenvolvimento de todas as suas capacidades motoras. O movimento é também uma área do conhecimento de total interesse das crianças; elas querem, a cada dia, executar mais e mais movimentos, superar-se, e não somente realizar as brincadeiras no cotidiano. Através do movimento, temos a possibilidade de ampliar emoções e senti-mentos, expressar ideias, conhecer diferentes culturas, aprimorar a coordenação motora e o equilíbrio, tendo um melhor convívio social e também uma vida mais saudável, com mais qualidade.

Objetivos• Desenvolver a autonomia na escolha de materiais e parceiros para as práticas de mo-

vimento.• Interagir, criar regras e reelaborar as situações vividas nas diferentes práticas de mo-

vimento.• Conhecer e identifi car seu corpo, explorando e ampliando suas possibilidades de movi-

mento em diferentes situações.• Desenvolver e ampliar progressivamente equilíbrio, ritmo, resistência, força, velocida-

de e fl exibilidade corporal.

RecursosFiguras de corrida, saco, pano, colchonete, motocas e balões.

RÁPIDO... DEVAGAR...

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Desenvolvimento1.a etapa: Corrida – alongamento e relaxamento. Colocamos, no tapete, várias imagens relacionadas a corrida e diferentes movimentos. As crianças escolheram uma imagem e falaram sobre ela, tentando representá-la através dos movimentos. Explicamos para as crianças sobre a corrida. Em seguida, na área externa, as crianças fi zeram um aquecimen-to e alongamento, observando as batidas do coração e a respiração. Depois de realizada essa tarefa, todos correram em volta do prédio do CMEI, observando as modifi cações na frequência das batidas do coração e a respiração.2.a etapa: Algumas modalidades de corrida e suas regras. Apresentamos às crianças duas modalidades de corrida: com obstáculos e com bastão (revezamento), explicando-lhes as regras. Propusemos às crianças que construíssem sua própria corrida de obstáculos; pri-meiro, elas desenharam no papel Kraft e, em seguida, montaram o circuito conforme o desenho feito. Depois, realizamos a corrida de obstáculos.3.a etapa: Após a conversa realizada na etapa anterior, as crianças vivenciaram diferentes tipos de corrida. Corrida de bastão: No parque, fi zemos equipes com quatro crianças cada, as quais foram separadas pelos cantos do parque. Uma criança da equipe segurou o bas-tão primeiro e, assim que soou o apito, ela correu um trecho, passando o bastão para ou-tra criança e, assim, sucessivamente até o fi nal. Corrida de saco: Separamos as crianças em três equipes, e cada uma tinha um saco. Assim que soou o apito, a primeira criança, com os pés dentro do saco, correu até a faixa e voltou para passar o saco para a próxima e, assim, sucessivamente. Corrida em dupla: Amarramos uma faixa de pano em uma das pernas de duas crianças, e as duas iam até o cone e voltavam. Corrida de cambalhota: No chão, colocamos duas fi leiras de colchonetes, para que cada criança da equipe fosse dan-do cambalhotas até chegar ao cone e voltasse correndo, dando a vez para a próxima. Cor-rida de carrinho de mão: Separamos as crianças em duas equipes, e cada criança formou uma dupla, na qual uma era o carrinho (com as mãos espalmadas no chão) e a outra o empurrava (segurando-o pelas pernas). Assim que chegaram à faixa, trocavam de posição e voltavam. Corrida rastejando, rolando, sentada: Separamos as crianças em duas equi-pes, e elas realizavam as modalidades de corridas, uma de cada vez: rastejando, rolando e sentadas. Corrida de olhos vendados: As crianças tentaram realizar a corrida com os olhos vendados, percebendo que, para realizar isso, tinham que ir devagar e com cuidado. Corrida de motocas: Em duas equipes, levamos as crianças na pista e demos uma motoca para cada equipe. Quando soou o apito, elas dirigiram a motoca até o cone, fi zeram a volta e entregaram a motoca para o próximo da equipe. Venceu a equipe que chegou primeiro. Corrida do pandeiro: Uma criança fi cou com um pandeiro, e as outras tinham que correr conforme ela tocava no pandeiro. Quando tocava rápido e forte, corriam rápido; quando tocava devagar e fraco, elas corriam devagar. Corrida com bexigas: Cada criança ganhou uma bexiga, e elas tinham que correr com a bexiga encostada em diferentes partes do corpo. Conforme iam realizando a atividade, informávamos para qual parte do corpo teria

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de ser trocada a bexiga. Corrida com fitas: Cada criança ganhou um palito com uma fi ta amarrada, e tinham que correr com o palito para o alto, observando os movimentos que o ar fazia na fi ta. Corrida com saquinho de areia: Demos para as crianças um saquinho retangular, o qual as crianças encheram de areia no parque. O saquinho foi fechado, e elas tinham que tentar correr com ele apoiado em diferentes partes do corpo, sem deixá-lo cair. Corrida com textura: No chão, havia cartazes com diferentes texturas, e as crianças tinham que correr até os cartazes e sentir a textura de cada um deles, passando por todos. Corrida maluca: Cada criança podia escolher uma fantasia e fazer um desenho no rosto ou penteado no cabelo. Após isso, realizamos a corrida maluca, quando fi caram livres para escolher que tipo de corrida elas iriam realizar.4.a etapa: Confecção de cartazes e medalhas para gincana entre as turmas. Conversamos com as crianças sobre a ideia de realizar uma gincana entre as turmas, explicando como funcionava e qual era o seu objetivo. Em seguida, elas podiam decidir coletivamente quais as modalidades de corrida iriam fazer parte da gincana, a local, a data, os prêmios etc., os quais iriam constar de um cartaz, confeccionado por elas e utilizado como convite às outras turmas. As crianças também confeccionaram as medalhas que seriam distribuídas aos vencedores.5.a etapa: Gincana Rápido... Devagar... Após os cartazes estarem prontos, as crianças fo-ram à turma do Pré A e do Pré C, com os cartazes (e as informações), e fi zeram o convite para as crianças participarem da gincana. O cartaz foi colado na sala das outras turmas, para as crianças olharem. No dia marcado, realizamos as provas, com a participação das outras turmas e de professores convidados. O prêmio geral foi um pirulito, para todos os participantes; para os ganhadores, as medalhas, que tinham o registro gráfi co das diferen-tes modalidades de corridas.

AvaliaçãoNo início da sequência, percebemos que a maioria das crianças tinha alguns movimentos limitados, e não aceitava as regras que eram propostas durante as atividades. Muitos saiam correndo antes do sinal, sem se preocupar com os colegas e com si mesmo; muitas vezes, caíam, empurravam os colegas ou até mesmo executavam a atividade de outra forma que não fora explicada. A ansiedade e a expectativa de serem os primeiros eram grandes; porém, conforme foram sendo realizadas as atividades e as conversas, eles per-ceberam que o importante não era ganhar, mas sim saber participar da corrida. Algumas atividades requeriam mais agilidade e atenção do que a própria velocidade, e as crianças iam devagar para conseguir realizá-las. Dessa forma, observamos a difi culdade de algu-mas crianças em realizar movimentos simples, tais como: pular, rolar etc.; no entanto, com a ajuda dos próprios colegas, aos poucos, todas conseguiram realizar. Depois, passaram a respeitar as regras, utilizando-as não só durante as atividades, mas também no decorrer do dia no CMEI. Por exemplo, tinham o costume de correr dentro da unidade para irem ao

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banheiro ou ao refeitório, mas com as regras da corrida, não fi zeram mais isso, dizendo que só poderiam correr lá fora. Durante a escolha de materiais para a corrida de obstáculos, as crianças escolheram sozinhos os objetos e a quantidade, defi nindo a forma de utilizá-los; porém, no momento de organizá-los, não conseguiram entrar em um acordo, necessitando de ajuda. Assim que foi terminado o registro na cartolina, as crianças, através da observa-ção dos registros, organizaram-se para buscar os materiais que precisavam e colocaram na ordem correta, realizando a corrida. Com a ideia de convidar as outras turmas para a gincana, as crianças escolheram como ela seria realizada, quais as modalidades, quais os prêmios e quais os participantes; observamos que elas se sentiram importantes, porque foram nas outras salas, deixaram o cartaz, explicaram para as outras crianças e, quando se encontravam, no banheiro ou no corredor, lembravam às crianças e falavam para não se esquecerem de vir com tênis para não se machucarem, por exemplo. No dia da ginca-na, foi interessante ver que elas queriam muito ganhar; porém, se percebiam que estavam fazendo alguma coisa errada, voltavam ao início para fazer da maneira correta, enquanto as outras crianças pensavam mais na necessidade de ganhar. Mesmo não sendo elas que ganharam, não fi caram decepcionadas; pelo contrario, festejaram junto a vitória da outra turma, dizendo que não tinha problema não terem ganhado a medalha, porque ganhariam o pirulito da participação. Não podemos nos esquecer da parte prazerosa que foi realizar essa sequência, tanto para as crianças, quanto para os professores. Todos se divertiram muito, e era um momento muito esperado do dia. Algumas crianças, que se mostravam relutantes em participar no início, acabaram se soltando e participavam com muito gosto na metade da sequência. Percebíamos a alegria delas até na conversa com os pais, os quais relatavam que seus fi lhos comentavam o tempo todo, que pediam para vir de tênis, explicavam como funcionaria a gincana, ao ponto de os próprios pais fi carem também ansiosos por saber como estava a organização para a gincana. Assim que a sequência foi fi nalizada, foram expostas as fotos, os cartazes e algumas medalhas no corredor. No chão, foram colocados os cartazes da corrida com textura, e as crianças sempre passavam e pisavam para sentirem e lembrarem como foi realizar essa corrida. Também, na hora em que os pais vinham buscá-las, muitas crianças fi zeram o pai ou a mãe tirar o sapato para sentir a textura dos cartazes, dizendo: “Viu, como é gostosinho!” e indo para casa, felizes e importantes pelo trabalho que fi zeram. A realização da sequência foi muito bem aproveita-da, mas por uma turma só nesse momento. Através das conversas com os professores das outras turmas, foi discutida a ideia de realizá-la com todas as turmas, dando continuidade e realizando, nos anos seguintes a 2.ª, a 3.ª, a 4.ª Gincana Rápido... Devagar...

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Profissionais: Pablielly Meilaine Barbosa Paula Claudineli do Amaral Thaianá Kauane Gomes Gauer Unidade escolar: CEI Desafi o do Saber – NRE PNTurma de aplicação: Maternal II Área de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaO movimento é uma linguagem que a criança utiliza para expressar vontades, necessida-des e desejos, bem como para se relacionar com os demais. Dessa forma, ao se relacio-narem com adultos que agem do modo cooperativo, as crianças trocam de ponto de vista, respeitando as opiniões de cada um; vivenciando essas experiências com seu grupo, terão possibilidade de aprender a relacionar-se entre si e com os outros de maneira saudável e respeitosa, ou seja, no ato da atividade, a criança aprende a repensar como conquistar o objetivo para ela proposto, tendo o educador como o mediador/possibilitador da situação. Assim a escolha dessa atividade teve como propósito a valorização de novas ideias para o movimento, assim repensando novas possibilidades no desenvolvimento da Educação Infantil para a faixa etária de três anos, podendo-se adaptar tais possibilidades para as demais idades.

ObjetivosAmplo Desenvolver sua autonomia e identidade corporal.

Específicos• Conhecer as possibilidades de movimento do próprio corpo e suas limitações. • Vivenciar diferentes práticas de movimento que constituem a cultura infantil e que am-

pliam as habilidades de locomoção, manipulação e equilíbrio, tais como: andar, correr, saltar, lançar, chutar, girar, entre outras.

• Oportunizar a utilização do movimento como forma de linguagem da criança, propician-do a expressão, a comunicação e a socialização.

RecursosFita crepe, corda, banco, balões, caixas de fósforo, roupas e bambolês.

REDESCOBRINDO O MOVIMENTO

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Desenvolvimento1) Equilíbrio. Colamos fi ta crepe em linha reta no chão, e as crianças andaram em cima da fi ta, de frente (na ida) e de costas (na volta); em seguida, juntaram os pés e pularam com ambos de um lado e do outro, utilizando a corda no meio como referencial. Depois, com a corda esticada no chão e alguns nós no meio dela, as crianças tiveram mais difi culdade de andar em cima da corda, tendo de pisar nos nós. Para fi nalizar, as crianças caminharam sobre um banco com um objeto na mão (podia ser uma bexiga, pois é leve); em seguida, colocamos um obstáculo, fazendo com que, no caminhar, a criança precisasse passar por cima dele sem cair. O obstáculo foi uma corda enrolada, ou algo similar, não muito alto. Na sequência, as crianças equilibraram caixas de fósforo, saquinhos de feijão, ou de areia, na cabeça, nos pés, na palma das mãos, passando por fi ta crepe e corda com os nós, incre-mentada com alguns objetos, para que elas desviassem, sem derrubar os utensílios que estavam equilibrando.2) Gincana do varal. Dividimos as crianças em dois grupos, e elas tiveram que buscar as roupas que estavam em um cesto e pendurá-las no varal que estava do lado oposto do cesto. O objetivo dessa gincana era agilidade e concentração.3) Bambolê. As crianças fi zeram uma roda, de mãos dadas, foi escolhida uma delas para que iniciasse a brincadeira, e elas tiveram que passar o braço, logo após o corpo, por den-tro do bambolê, sem soltar as mãos. 4) Rio – terra. Colocamos as crianças em fi leira, e foi feita uma linha no chão, demarcando o espaço: de um lado, estava o “rio”; de outro, a “terra”. As crianças foram posicionadas de um dos lados e, ao nosso comando, indicando “rio” ou “terra”, elas saltaram para o lado pedido; aquela que saltasse para o lado errado ou permanecesse do lado errado, saía da brincadeira.5) Convidamos as crianças a fazer um “passeio pela mata”. Para isso, contamos uma his-tória, durante a qual as crianças deveriam fazer os movimentos indicados: “Caminhando pela mata, algumas crianças avistaram um rio; para atravessar o rio, esticaram o corpo, mas ainda não conseguiram; então, abaixaram-se, caíram na água e tiveram que nadar; mais à frente, estava uma árvore, e elas tiveram de subir nela, movimentando os braços e as pernas; olhando para frente, avistaram uma caverna e entraram, baixando mais uma vez o corpo; dentro da caverna, as crianças fecharam os olhos, ouvindo um barulho. Então, uma delas disse: ‘Ih! Parece uma onça. Vamos correr?’”

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AvaliaçãoNa primeira brincadeira, as crianças puderam sentir um pouco da difi culdade existente na falta de um dos sentidos, utilizando uma estratégia para solucionar possíveis obstáculos que teriam no decorrer da atividade. Com relação à lateralidade, que ainda está em de-senvolvimento, todas mostraram concentração e concluíram as atividades. Na brincadeira do varal, as crianças puderam perceber a necessidade de comunicação entre os colegas, sendo essa uma atividade em equipe. Nessa mesma ótica, a brincadeira do bambolê tem os mesmos objetivos: o trabalho em equipe e a lateralidade, que foram atingidos com su-cesso, e as crianças puderam ter a oportunidade de interagir. As crianças desfrutaram de sua imaginação, sendo uma forma de interação, comunicação, noção de espaço. Assim, nas duas últimas atividades, puderam vivenciar diferentes formas de socialização e equilí-brio, tendo que passar por diversos obstáculos.

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Profissionais: Rosalina Kister Berton Mauricéia Starcke Bonfi m Marianita Truch Klamas Danielle Chiuratto Patricia Ribeiro Galli PerinUnidade escolar: CMEI Vila Torres – NRE MZTurma de aplicação: Pré Área de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Sequência didática

JustificativaCom a demonstração de grande ansiedade das crianças no momento de espera pelos pais, nós organizamos um horário para trabalhar a sequência “Relaxamento – afetividade em movimento”, objetivando ampliar suas possibilidades de movimentação corporal em diferentes situações, expressando sensações, externando sua ansiedade.

Objetivos• Ampliar suas possibilidades de movimentação corporal em diferentes situações.• Expressar e interpretar sensações por meio do movimento.• Escolher, de forma autônoma, materiais e parceiros nas práticas de movimento.

RecursosTatame, aparelho de som, CDs com músicas de relaxamento, sons da natureza e clássicos suaves, bolinhas texturizadas, espelho, colchonete, capa para colchonete, escova de cabe-lo, carrinhos, aparelho de massagem capilar, massa de modelar.

Desenvolvimento1.a etapa: Movimentos em câmera lenta. Convidamos as crianças para, sobre o tatame da sala, dançar de uma forma diferente, dançar em câmera lenta, andando pelo tatame e realizando diversos movimentos exemplifi cados. 2.a etapa: O movimento do respirar. Solicitamos que as crianças sentassem, acomodadas no tatame da sala, em círculo e tendo ao fundo uma música calma e relaxante. Nesse mo-mento, propusemos que todas as crianças colocassem suas mãos no tórax e, no ritmo da música, respirassem, sentindo o movimento que sua respiração faz em seu corpo.

RELAXAMENTO – AFETIVIDADE EM MOVIMENTO

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3.a etapa: Som e movimento na simulação da Yoga. Com uma música relaxante, com baru-lhos de água, as crianças sentaram-se, simulando a posição de lótus (sentado em “borbo-leta” com as mãos postadas, o indicador, dedo médio e polegar juntos). Fizemos o som de “Om” e, com a respiração calma, as crianças imitaram. 4.a etapa: Relaxamento com roda de massagem (bolinhas texturizadas). Com as crianças em roda, propusemos uma dinâmica de massagem, na qual seriam utilizadas bolinhas com texturização. Iniciamos a roda escolhendo uma criança e passamos levemente as bolinhas com texturização pelos seus braços e costas; a mesma criança deu sequência, escolhendo outra para realizar os movimentos até que todas realizaram a proposta.5.a etapa: Canto do SPA. Com o interesse das crianças por relaxamento e massagem, montamos atividades de massagem com objetos que as crianças conseguiriam realizar. No espaço próximo ao espelho, dispusemos um colchonete com capa de tecido TNT e um recipiente com os materiais escolhidos para massagem. 6.a etapa: Relaxamento com história: “A chuva”. As crianças fi cavam sentadas ouvindo e fazendo os gestos solicitados: “Relaxe o corpo, deixe-o bem molinho. Pouco a pouco, o seu corpo começa a fi car leve, leve, transformando-se numa nuvem, que vai subindo, subindo de encontro ao céu. Veja como é sua forma, sua cor, verifi que como desliza pelo céu, avistando a Terra lá embaixo. Você se encontra com outras nuvens de chuva e, juntas, começam a deixar chover. Os pingos começam a cair, vagarosamente (estalar os dedos de uma das mãos); depois, os pingos intensifi cam-se (estalar os dedos das duas mãos); aproximam-se das árvores, caindo sobre as folhas (esfregar as mãos). No início, delica-damente; depois, mais forte. De repente, a chuva fi ca mais forte (batendo as mãos nas pernas); ela aumenta mais e mais e, aos poucos, vai diminuindo (invertendo os gestos) até cessar. A nuvem se desfaz, vagarosamente, transformando-se em pessoas novamente.”7.a etapa: Roda de massagem com escovas de cabelo. Com as crianças em roda, propuse-mos uma dinâmica de massagem, na qual seriam utilizados rolinhos de escovas. Iniciamos a roda escolhendo uma criança e passamos levemente os rolinhos de escovas pelos seus braços e costas; a mesma criança deu sequência, escolhendo outra para realizar os movi-mentos até que todas realizaram a proposta.8.a etapa: Descoberta de si mesmo. O grupo caminhou pela sala, liberando tensões (me-xendo os braços e o corpo todo), sem verbalizações; ao nosso comando, fecharam os olhos, pararam e seguiram as determinações: “Descubram as próprias mãos através do tato, explorando a forma, o tamanho, a pele e sua maciez. Depois, com as mãos, explorem o rosto, a cabeça, o pescoço, os braços, o tórax, o abdômen, as pernas, os pés; sintam como é o corpo de vocês e o quanto é gostoso tocar nele.”9.a etapa: Roda de massagem com carinhos. Com as crianças em roda, propusemos uma dinâmica de massagem, na qual seriam utilizados carrinhos. Iniciamos a roda escolhendo uma criança e passamos levemente os carrinhos pelos seus braços e costas; a mesma criança deu sequência, escolhendo outra para realizar os movimentos até que todas rea-lizaram a proposta.

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10.a etapa: Relaxamento com história: “Viagem ao bosque”. As crianças fi caram sentadas, ouvindo: “Seu corpo começa a fi car leve, cada vez mais leve, e você começa a levitar, sain-do da sala, atravessando o teto. Levita sobre a cidade, afastando-se dela até se aproximar de um bosque. Procure ver esse bosque. Veja as árvores, os pássaros, os bichos, as fl ores. Você ouve um barulho de água, parece um riacho com águas cristalinas, produzindo uma sensação agradável e, mais ao fundo, uma cachoeira. Você brinca na água; depois, deita--se ao sol até secar. Então, levita novamente e vai voltando, voltando, até chegar de novo nessa sala”.11.a etapa: Roda de massagem com aparelho de massagem capilar. Com as crianças em roda propusemos uma dinâmica de massagem, na qual será utilizado um aparelho de massagem capilar. Iniciamos a roda escolhendo uma criança e utilizamos o aparelho nos seus braços e costas; a mesma criança deu sequência, escolhendo outra para realizar os movimentos até que todas realizaram a proposta.12.a etapa: Relaxamento com história: “Bola no painel”. As crianças fi caram sentadas, ouvindo: “Imagine um imenso painel, como uma tela de cinema, tomando todo o seu cam-po de visão. Aos poucos, nesse painel, surge um pequenino ponto, como uma cabeça de alfi nete, que vai aumentando de tamanho lentamente. Você percebe sua aproximação e, gradativamente, ele transforma-se numa bola colorida, de cor verde. Ela aumenta de tamanho e aproxima-se cada vez mais. Torna-se uma imensa bola, que toca numa parte de seu corpo e arrebenta; um líquido verde sai dela e colore as partes de seu corpo onde bate, lentamente. Aos poucos, o líquido vai escorrendo pelo chão e desaparece, deixando uma agradável sensação em seu corpo. Devagarzinho, você vai despertando seu corpo, apalpando-o, espreguiçando-se e, fi nalmente, abrindo os olhos”. 13.a etapa: Jogos de relaxamento.Bola imaginária. Colocamos as crianças em círculo, todas voltadas para dentro, em pé. Cada uma brincou com uma bola “como se” fosse de vários tipos. Ao nosso comando, as crianças foram percebendo que a bola mudava de forma, tamanho, cor e textura (plásti-co, isopor, chumbo, couro, tênis, basquete etc.). Cada um deveria “brincar” reagindo às mudanças, com a maior fi delidade possível. Após um determinado tempo, eliminaram-se todas as bolas, criando apenas uma, para ser jogada entre todas as crianças.Dança das dobradiças. O grupo fi cou em pé e em círculo, ouvindo música clássica suave; então, propusemos que dançassem com o corpo todo, de acordo com o ritmo da música, alternando com as consignas dadas: dançar somente com os pés e tornozelo, somente com as pernas, somente com os quadris, somente com o tórax, somente com o pescoço e a cabeça, somente com os olhos e a boca (rosto).Jogo do andar. Pedimos às crianças que andassem pela sala, relaxando o corpo, livrando--se das tensões. Elas deveriam prestar atenção na sua forma de andar e imprimir o seu ritmo diário. Verifi camos como cada um pisou no chão, a distribuição do seu peso, a tem-peratura, o ritmo, o equilíbrio. Depois de um determinado tempo, pedimos que andassem com as pontas dos dedos, com os calcanhares, com a borda de fora, de dentro, com um só pé, sempre intercalados com o andar normal de cada um.

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Escultura. Colocamos as crianças em círculo, sentadas de frente umas para as outras. Iniciamos com um voluntário “esculpindo” com as próprias mãos uma massa de modelar. Cada criança recebeu e repassou a “escultura” à seguinte, prosseguindo até passar pela última. No fi nal, houve uma escultura coletiva na massa de modelar.Um banho de sol na floresta. As crianças fi caram sentadas, de olhos fechados e ouvindo a história: “Imaginem-se em uma fl oresta, deitadas sobre a grama, vendo as árvores, o céu e o sol quente irradiando-se por entre os galhos mais altos e aquecendo todo o corpo. O sol deixando o corpo bem quentinho, bem gostoso; depois, a noite vem chegando à fl oresta, com o luar e o brilho das estrelas”.Piso mágico. As crianças andaram livremente pela sala, imaginando que estão caminhan-do sobre pedras; na areia quente; na beira da praia; na grama; na chuva; em dia intenso de calor; sob a neve; na atmosfera; onde não há gravidade; no barro; no meio de pés de roseiras etc.Homem de neve. As crianças permaneceram sentadas com os olhos fechados ouvindo: “Finja que você é um homem de neve. Algumas crianças fi zeram você e agora o deixaram aí parado, sozinho. Você tem cabeça, corpo, dois braços que saem retos, e as suas pernas são sólidas. A manhã está linda, o sol está brilhando. Em breve, o sol fi ca tão quente que você sente que está derretendo. Primeiro, é a sua cabeça que derrete; depois, um braço; depois, o outro. Gradualmente, pouco a pouco, o corpo começa a derreter. Agora, só res-tam os seus pés, e eles também começam a derreter. Em pouco tempo, você é uma só poça de água no chão”.Exercícios de respiração. Juntas, as crianças ouviram a orientação e participaram do exer-cício: “Levantamos os braços no alto da cabeça, inspirando profundamente; contamos até três, mentalmente, retendo o ar; em seguida, expiramos fortemente, baixando os braços e o tronco, até as mãos quase tocarem o chão. Esperamos as mãos pararem de balançar.” Repetiram o exercício por cinco vezes. Observação: Esse exercício faz parte da gama de exercícios respiratórios da Hatha Yoga, denominado “Sopro Há”.14.a etapa: Roda de conversa. Com as crianças sentadas em roda, buscamos, através da conversa, sistematizar nossos aprendizados, de maneira participativa e investigativa. Lançamos algumas perguntas ao longo da conversa, a fi m de alimentar a memória das crianças: Vocês perceberam que, a cada dia, realizamos uma atividade de relaxamento diferente? O que vocês acharam? Como se sentiram? O que poderia fazer para melhorar? Qual mais gostou? Registramos, então, algumas das falas das crianças, para ilustrar nos-so percurso: “Nós fazemos massagem no relaxamento, eu gosto mais com a massinha. É bom quando faz massagem.”; “Eu sinto no meu coração quando as pessoas tocam em mim, quando é legal e linda a massagem.”; “Meu coração fi ca feliz.”; “Minha mãe é mas-sagista, e eu em casa fi z na mão dela com creminho e ela gostou.”; “Gosto quando faz com

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bexiga e água, eu sinto a água e a bexiga. Gosto de uma das partes da música, e meu co-ração fi ca feliz. Consigo erguer o braço devagarzinho e mexer as mãos para massagem.”; “Podia fazer massagem com um bombom da loja de doces.” (referindo-se ao cantinho da loja que temos na sala); “Tirar as coisas ruins de sentimentos e fazer as coisas legais.”; “Podia pegar um pincel e fazer assim, de ladinho (passando o dedo pelo braço), escutan-do a musiquinha.”; “O relaxamento é bom para os corpos fi carem bem, para as crianças fi carem bem.”; “Gosto de fazer massagem na mão, na cabeça e no corpo.”; “Quando faço relaxamento, tento fazer tudo direitinho com meu corpinho.”

AvaliaçãoPor meio de observações de comportamentos individuais, percebemos as aquisições gra-dativas que a criança conseguiu promover. Registramos por relatos e outros meios áudio visuais. As crianças criaram um repertório comportamental diversifi cado no decorrer da sequência, utilizando objetos para a massagem, mudando a forma de segurá-lo, a inten-sidade com a qual conduziam a massagem em seus pares e agentes educativos. Houve a percepção de sensações diferenciadas, dependendo do objeto utilizado; no caso das boli-nhas de massagem, muitos falaram serem “lisas”, por serem de borracha, ou “diferentes de lisas”, por serem com textura. Nas histórias, as crianças encontraram maior difi culdade de concentração; no entanto, após algumas risadas e conversas entre elas, as crianças pediram para que se contasse de novo. Por ser uma atividade diferente da habitual, houve um primeiro “estranhamento”. Como tudo que é novo, por fi m, demonstrou ser de grande valia para que os movimentos fossem trabalhados de forma imaginativa. Na escultura com massa de modelar, as crianças perceberam que seus movimentos interferem de forma ativa, como seus movimentos de perambular pela sala e de interação com os outros. Por meio das diversas atividades, em seu decorrer, pode-se observar um maior controle sobre as diversas propriedades do movimento: “Se eu abrir a perna, vou bater nela.” Ao oportu-nizar a escolha da criança, percebe-se que ela escolhe seu par por diversos motivos: pri-meiramente, pelo querer realizar a atividade com esse ou aquele colega; algumas também por pensar que a outra criança precisava (numa das massagens, uma criança escolheu a outra dizendo: “Escolhi porque ele estava nervoso hoje”); por fi m, percebeu-se uma esco-lha de par a fi m de sentar perto de alguém com quem se tem afi nidades. Com o desenvol-vimento da sequência, notou-se que a ansiedade pela hora da saída, contida durante todo o dia, era externada por movimentos e laços afetivos, por meio do toque, que denotavam maior liberdade para escolhas e ampliação dos seus repertórios de movimento, fazendo com que um momento de ansiedade pudesse se tornar uma aprendizagem.

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Profissionais: Ana Alves Nency Christiane Santos Waldicéia das Mercês Pires da Silva Unidade escolar: CMEI Itamarati – NRE BQTurma de aplicação: Maternal II Área de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaEssa sequência foi desenvolvida para o aprimoramento da coordenação motora das crian-ças, incentivando o desenvolvimento corporal de cada uma delas.

ObjetivoVivenciar diferentes práticas de movimento que constituem a cultura infantil e que am-pliam as habilidades de locomoção, manipulação e equilíbrio, tais como: andar, correr, saltar, lançar, chutar, girar, entre outros.

RecursosBalão, fi ta, papel crepom, colchonete, corda, bambolês, CDs, rádio, bola, garrafa, formas geométricas, bola, entre outros.

Desenvolvimento1) Ao som de música com ritmos acelerados, fi zemos uma ginástica rítmica, movimentan-do as partes do corpo.2) Entregamos para cada criança um balão com um fi o de barbante amarrado. Ao som de música, realizamos uma ginástica orientada: “Levanta o balão para cima; coloca o balão em cima do pé; faz um círculo com o balão etc.” 3) Entregamos para cada criança um bambolê; ao som de uma música animada, fi zemos algumas danças, utilizando o bambolê e com a orientação: “Levanta o bambolê, coloca no pescoço, coloca na cintura; agora, rebola; passa o bambolê pelo corpo; agora, pega o bambolê e gira etc.”4) Entregamos para cada criança um palito de sorvete com uma fi ta pendurada. Utilizando um ritmo musical, fi zemos alguns movimentos, tais como: girar a fi ta, para cima, para bai-xo; girar como se fosse uma minhoca; correr com a fi ta na mão direita, mudar de mão etc.

REMEXENDO E APRENDENDO

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5) Realizamos um circuito: com uma corda para equilíbrio, com obstáculos para serem ul-trapassados pulando, com bambolês para as crianças pularem dentro, com um túnel para passarem arrastando-se, com uma garrafa para sacudirem no fi nal. Dividimos as crianças em duas equipes, e o circuito foi realizado de forma competitiva. 6) Com um pedaço de papel crepom, realizamos alguns movimentos direcionados.7) Ao ritmo do samba, as crianças dançaram em cima de um piso coberto de plástico--bolha, somente usando as meias nos pés.8) Ao som de vários ritmos musicais, pedimos que as crianças fi cassem em duplas e dan-çassem.9) Dividimos a turma em duas equipes, e fi zemos a competição da formiga. Entregamos a cada uma delas uma “anteninha de formiga” e um par de óculos. As crianças, engatinhan-do, tinham que chegar até a “casinha da formiga”.10) Fizemos uma corrida com um ovo de plástico na colher. Cada criança tinha que chegar ao ponto predeterminado, segurando a colher, sem derrubar o ovo no chão. 11) Realizamos um novo circuito, utilizando colchonetes para rolar, “túnel” para rastejar, bola para quicar e pneu para empurrar.12) Deixamos que as crianças lançassem livremente as bolas ao cesto. Depois, ordenada-mente, incentivamos que elas registrassem os acertos e verifi cassem a equipe vencedora entre as duas: meninos e meninas.13) Realizamos uma sequência de movimentos com as crianças. Elas pularam dentro do bambolê, arremessaram a bola ao cesto, giraram a fi ta no corpo e dançaram. As crianças realizaram os movimentos seguindo o ritmo de música proposto: rápido ou lento.

AvaliaçãoAs crianças puderam explorar as possibilidades de seus corpinhos, seus limites, forças e difi culdades. Mesmo em momentos que estavam constrangidas, eram incentivados a tentar e aplaudidas pelas conquistas. No fi nal do processo, percebemos as crianças mais habituadas às práticas e ansiosas por novos desafi os. Antes os movimentos eram realiza-dos com insegurança; hoje, estão fi rmes e compassados.

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Profissionais: Edvaldo Teixeira Soares Suellen Tavares da Silva Olenki Lucimar Biassio Unidade escolar: CMEI Maria Gracita Gracia Gonçalves – NRE PNTurma de aplicação: Maternal III Área de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Sequência didática

JustificativaProporcionar contato com as brincadeiras artesanais, simples e divertidas da infância. Devido à evolução industrial e às novas tecnologias, a oferta de jogos e opções virtuais dis-tanciou a infância de hábitos criativos e construtivos. Brinquedos artesanais proporcionam diversão, aprendizagem e desafi os interessantes, merecedores de crédito para as novas gerações.

Objetivos• Conhecer as brincadeiras e criar possibilidades com as variações.• Desenvolver suas capacidades físicas (força, equilíbrio, coordenação, agilidade, veloci-

dade, ritmo, entre outras), e suas capacidades perceptivo-motoras (esquema corporal, lateralidade, orientação espacial, orientação temporal, entre outras), por meio da vi-vência de práticas de movimento presentes na cultura.

• Vivenciar diferentes práticas de movimento, como cantigas, brincadeiras cantadas, jo-gos, brincadeiras ginásticas, dança, entre outras.

RecursosSucatas, latas de leite em pó vazias, garrafas pet, bexiga, meias velhas, bolas de gude, elástico e barbante.

Desenvolvimento1.a etapa: Roda de conversa. Utilizando um carrinho de madeira como disparador, conver-samos e relembramos com as crianças sobre as brincadeiras e os brinquedos utilizados antigamente pelos nossos pais e avós.2.a etapa: Mobilização das famílias. Explicamos às famílias sobre o trabalho com as brin-cadeiras e solicitamos que enviassem garrafas pet e latas de leite em pó vazias, para a realização das práticas com as crianças.

RESGATE DE BRINCADEIRAS DE INFÂNCIA COM SUCATAS

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3.a etapa: Confecção dos brinquedos. Após a arrecadação das sucatas, demos início à confecção dos brinquedos, começando com a pintura das latas e garrafas pet; para tal, disponibilizamos vários riscantes, tais como: cola colorida, tinta e pinceis de diferentes tamanhos.4.a etapa: Aprendendo sobre o “Pé de lata”. Utilizamos as latas que foram confeccionadas pelas crianças e, juntamente com elas, fi zemos os furos e colocamos os barbantes. Dei-xamos as crianças explorarem os pés de lata e, como previsto, muitos não precisaram de mediação para entender como se brincava; ao contato com o objeto, usaram a criatividade e a imaginação, desenvolvendo sua própria brincadeira. Também demonstramos como andar no pé de lata e saímos pela unidade em pequenos grupos, explorando os espaços.5.a etapa: Conhecendo o Bilboquê. Mostramos as garrafas pet que as crianças pintaram e, juntamente com elas, mostramos no que elas iriam se transformar. Também pedimos ajuda na confecção da bolinha para o brinquedo: cada criança amassou folhas de jornal, colocando dentro de uma bexiga e amarrando com barbante. Deixamos as crianças explo-rarem o material, criando novas possibilidades de brincar com o bilboquê.6.a etapa: Jogando boliche, arremesso na lata e acerto ao alvo. Juntamos as meias que foram trazidas pelas famílias até formar bolas de tamanhos apropriados para as brinca-deiras. As regras de cada jogo foram explicadas, e algumas delas foram construídas com a ajuda das crianças. Cada jogo aconteceu num momento diferente e em dias diferentes. O jogo de boliche foi construído com as com garrafas pet formando os pinos. Para o arremes-so na lata, juntamos várias latas, empilhamos num suporte e, com a bola a uma distância determinada, as crianças procuravam acertá-las. No acerto ao alvo, fi zemos uma marca-ção no muro e, usando uma garrafa como bastão, as crianças jogavam a bola para o alto, procurando acertá-la no alvo.7.a etapa: Brincando de Cinco Marias. Confeccionamos os saquinhos das Cinco Marias com retalhos de tecidos, arroz, agulha e linha; em seguida, houve o manuseio das peças, a explicação das regras, e as crianças puderam jogar e criar uma nova forma de brincar com o material.8.a etapa: Aprendendo a Pular Elástico. Conversamos com as crianças sobre o elástico: para que servia e como colocar nas roupas. Explicamos que podíamos utilizá-lo também para criar brincadeiras, como a cama de gato, mas também a brincadeira de pular elás-tico. Perguntamos se alguém já sabia brincar e, com as crianças em pequenos grupos, realizamos a prática no espaço externo.9.a etapa: Conhecendo a Amarelinha. Conversamos sobre o percurso e a execução da brin-cadeira. Estamos ainda em processo de realização dessa etapa, trazendo variações da amarelinha e percebendo as construções que as crianças fazem durante a brincadeira. As crianças estão realizando o registro das brincadeiras aprendidas através de desenhos, e os profi ssionais estão registrando todo o processo construtivo por meio de fotos e obser-vações.

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10.a etapa: Compartilhando as aprendizagens. Realizamos uma conversa com as crianças sobre as brincadeiras e os jogos aprendidos, construindo um registro coletivo para expor na entrada da unidade, compartilhando as aprendizagens com as demais crianças e com as famílias. Pretendemos realizar uma tarde de brincadeiras com as crianças e com as famílias que nos ajudaram com os materiais durante o processo.

AvaliaçãoFoi realizada de forma contínua e qualitativa, com a constatação do contato com o novo brinquedo e as novas possibilidades de divertimento. Observamos que, ao conhecer, ma-nusear e repetir a utilização, as crianças conseguiram equilibrar-se nas latas, sua brinca-deira preferida. Organizaram-se para brincar, por conta própria, dividindo e criando varia-ções com os brinquedos, sempre sob nossa observação.

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Profissionais: Adelair Aparecida Siqueira Marilene da Silva Andressa Cavalcanti Andersen Unidade escolar: CMEI Jardim Aliança – NRE BVTurma de aplicação: Pré Área de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaFoi observado o terreno e o grande interesse das crianças em brincar de escorregar, mes-mo sendo diretamente na grama. A partir desse fato, constatamos a possibilidade de de-senvolvermos essa atividade.

Objetivos• Ampliar sua movimentação corporal em diferentes situações.• Expressar e interpretar sensações, necessidades e sentimentos, por meio do movimen-

to.• Reelaborar regras, que orientam a prática do movimento.• Respeitar os combinados entre a turma.

RecursosLona plástica (material de banner), colchonetes.

DesenvolvimentoNa área externa do CMEI, com a participação das crianças, iniciamos a organização do espaço: estendemos um pedaço grande de lona plástica e os colchonetes numa área em declive, para facilitar o movimento de rolar e escorregar. Nas pontas mais acima, sen-taram-se duas crianças, uma de cada lado, para manter a lona fi rme; nessas posições, houve revezamento de crianças, a fi m de que todas pudessem brincar. No meio, sentou--se uma educadora, com a função de ajudar a criança a rolar deitada. Fez-se uma fi la, e organizamos as crianças, para que todas pudessem participar com segurança. Abaixo da lona, colocaram-se os colchonetes, fi cando outra educadora com a responsabilidade, caso fosse necessário, de ajudar as crianças a levantarem. Em seguida, elas voltariam para a fi la para brincar de novo, se desejassem.

ROLA, ROLA E ESCORREGA

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AvaliaçãoAtravés dessa atividade, conseguimos atingir os objetivos propostos às crianças. Elas de-monstraram confi ança no desenvolvimento da atividade, manifestando alegria e satisfa-ção em participar e interagir com o grupo; respeitaram as regras, seguindo as orientações e os combinados; em cada solicitação feita, houve a colaboração de todas as crianças.

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Profissionais: Wagner Pereira Silva Ana Paula Xavier de Morais Unidade escolar: CMEI Erondy Silvério – NRE PNTurma de aplicação: Pré Área de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Sequência didática

JustificativaObservando as possibilidades de movimento das crianças do Pré, entendemos que elas gostam de atividades desafi adoras como, por exemplo, movimentos de cambalhotas e estrelas em diversos ambientes. Dessa forma, entendemos que práticas que desafi am os limites de seus corpos deveriam ser exploradas no nosso planejamento. Sendo assim, foram propostas algumas práticas, com o movimento sendo explorado juntamente com os materiais. Algumas atividades podem nos dar medo; porém, ao desafi armos o corpo e vencermos os sentimentos, vamos nos sentir vencedores.

ObjetivosAmplo Desenvolver sua autonomia e identidade corporal.

Específicos• Demonstrar confi ança nas suas possibilidades de movimentação corporal.• Ampliar suas possibilidades de movimentação corporal em diferentes situações.

RecursosPátio externo da unidade, sala de atividades, cadeirinha de escalada, mosquetão, oitão, fi ta de escalada, prancha de surf, skate, pé de pato, snorkel, colete salva-vidas, catraca de caminhão, fi ta de amarração, bicicleta, corda, capacete, imagens de esportes radicais, folha sulfi te, lápis de cor.

Desenvolvimento1.a etapa: Em roda de conversa, trouxemos fotografi as e um vídeo de diversas práticas re-lacionadas a esportes radicais para as crianças observarem. Entre os esportes, estavam: Escalada, Surf, Skate, Slackline, Mergulho, Bodyboard, Snowboard e Ski.

SLACKLINE E ESCALADA – PERDENDO O MEDO E CRIANDO CORAGEM

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2.a etapa: As crianças puderam conhecer alguns equipamentos e materiais para a prática de esportes, tais como: bicicleta, skate, snorkel, pé de pato, prancha de surf, colete salva--vidas, equipamento de escalada, capacete. Realizamos um relato sobre as experiências com esses e outros esportes, sobre os nomes corretos de cada equipamento, sobre a importância do esporte na vida das pessoas e sobre a segurança que se deve ter em toda prática esportiva. Após esse momento, as crianças manusearam os materiais para conhecê-los melhor.3.a etapa: As crianças vivenciaram uma prática, e sua confi ança na movimentação corpo-ral foi explorada através do Slackline, num percurso com tamanho em torno de 3 metros sobre a fi ta, com apoio de uma corda.4.a etapa: Foi realizada uma escalada no muro (que divide o CMEI do terreno ao lado), onde existe uma grade com altura em torno de 8 metros, aproximadamente. Com os equi-pamentos de segurança necessários, todas as crianças escalaram o muro, vivenciando a prática e demonstrando confi ança nas suas possibilidades de movimentação corporal.5.a etapa: Foi realizada uma conversa com o grupo para perceber quais foram suas difi cul-dades, quais foram seus medos e o que mais lhes agradou naquele momento.6.a etapa: As crianças realizaram um registro em forma de desenho, ilustrando a prática que cada uma mais gostou de fazer.

AvaliaçãoAvaliamos como cada criança demonstrou a confi ança de seu movimento em realizar a prática, visto que são práticas que envolvem equilíbrio, força, concentração e a movimen-tação do corpo inteiro. Esse registro foi feito em forma de pauta. Avaliamos a participação das crianças, através de suas reações perante uma atividade nova que, de certa forma, envolve o medo que todos temos e a forma de enfrentá-lo, assim como perante algo novo e desafi ador, que exige a utilização de nosso corpo com confi ança para realizar os movi-mentos propostos.

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Profissionais: Jocimara Maciel Milfont Márcia Luciane Correia Gimenez Daniela de Azevedo Darós Patricia Ribeiro Galli Perin Unidade escolar: CMEI Vila Torres – NRE MZTurma de aplicação: Maternal I Área de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaO CMEI é um espaço de aprendizagem; para que essa se torne signifi cativa, a criança pre-cisa aprender com prazer, aprender brincando, aprender a aprender, vivenciando experiên-cias ricas de afetividade e descobertas. Através da linguagem movimento, a criança deixa a imaginação transitar livremente por suas ações, gestos e brincadeiras, constituindo for-mas sensíveis de ampliação do conhecimento infantil. A cada dia, planejávamos diferen-tes possibilidades de movimento, utilizando variados recursos. O colchonete surgiu como uma das possibilidades. As crianças costumavam brincar em cima dele antes do momento do sono, adorando a sensação. Então, em nossas atividades permanentes, propusemos diferentes formas de utilização dos colchonetes como recurso. No início, planejamos ativi-dades como rolar, pular, equilibrar-se em um pé só. Seguimos brincando e, assim, surgiu a ideia de empilhar os colchonetes.

Objetivos• Vivenciar diferentes formas de movimentos, como salto, deslocamento, locomoção e

estabilização.• Desenvolver coordenação visomotora, noção espacial, agilidade e esquema corporal.

RecursosColchonetes, espaço amplo e aberto.

SUBINDO E DESCENDO... SUBINDO E PULANDO...

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DesenvolvimentoColocamos cinco colchonetes empilhados, mais dois colchonetes encostados neles, um de cada lado. Durante uma roda de conversa, explicamos para as crianças a respeito do de-senvolvimento da atividade. Depois, fi zemos uma rodada de simulação, e uma educadora executou os movimentos: subir até a pilha de cinco colchonetes e ir descendo, até sair do outro lado, onde tinha apenas um. Depois, os colchonetes de um lado foram retirados e colocados estendidos, como amortecedor. O desafi o seria subir até a pilha de cinco colcho-netes e tentar pular com os dois pés. AvaliaçãoOs maiores desafi os da atividade foram alcançados com muita brincadeira e alegria. As crianças, no início, estavam tímidas e demonstrando certa insegurança; porém, logo do-minaram os saltos e deslocamentos: subindo e descendo. Todas participaram, de maneira descontraída, atingindo os objetivos como agilidade, noção espacial e destreza visomo-tora. Ao fi nal da atividade, organizamos uma roda de conversa para que todos pudessem falar o que sentiram, se gostaram e quais facilidades e difi culdades encontraram. A nós, profi ssionais, coube refl etir sobre o processo de ensino e de aprendizagem, norteando as prioridades a serem trabalhadas, orientando-nos para práticas futuras. A partir dessa ati-vidade, desenvolvemos uma sequência didática referente à linguagem movimento.

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Profissionais: Lourdes Ramano de Lima Lucimeri Czoczuk de Oliveira Unidade escolar: CMEI Monteiro Lobato – NRE PNTurma de aplicação: Pré Área de formação humana: Linguagem movimento e Linguagem artística – Dança. Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaDesde que nasce, a criança movimenta-se e, progressivamente, apropria-se de possibili-dades de movimentos corporais para conhecer a si mesma e relacionar-se com o meio em que está inserida. Nesse processo, a dança é um importante recurso para a criação de movimentos criativos e de livre expressão da criança. A dança permite à criança evoluir em relação ao domínio de seu corpo, aprimorar suas possibilidades de movimento e descobrir novos desafi os, nos aspectos motores, sociais, afetivos e cognitivos. Com essas atividades, pretendemos proporcionar às crianças do pré a ampliação de seus movimentos de manei-ra diferente da que já conhecem.

Objetivos• Conhecer diferentes práticas de movimento, como cantigas, jogos, brincadeiras ginás-

ticas, dança, entre outras.• Explorar e criar movimentos a partir de estímulos sonoros.• Ampliar suas possibilidades de movimento corporal em diferentes situações.

RecursosTecido redondo grande e colorido, bolas, CD “Músicas daqui, ritmos do mundo”, rádio.

Desenvolvimento1) Foram propostas brincadeiras com várias cantigas de roda, uma de cada vez, em vários momentos, utilizando um tecido grande. Todas as crianças irão segurar o tecido ao mesmo tempo formando uma roda.2) Realizamos brincadeiras a partir dos comandos prévios, utilizando os elementos da dança, tais como: níveis, tempo, fl uência. Por exemplo, meninas fi cam embaixo do tecido e meninos seguram o tecido; todas as crianças erguem o tecido; juntam o tecido, fechando a roda; deitam sobre o tecido; utilizam uma bola em cima do tecido etc.

TECENDO MOVIMENTOS

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3) Utilizamos músicas de vários ritmos (rock, samba, jazz) e propusemos várias situações de dança para as crianças. Por exemplo, meninos dançando embaixo do tecido enquanto as meninas seguram o tecido.

AvaliaçãoAconteceu no decorrer do processo, através de observações com anotação em parecer individual, sobre o envolvimento da criança nas atividades e a ampliação de suas possibi-lidades de movimento criativamente. As crianças realizaram uma grande diversidade de movimentos com facilidade e criação, envolvendo-se com interesse nas atividades propos-tas.

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Profissionais: Amanda Girotto Andréia Queiroz Schicora Maria S. S. M. Tonkelski Unidade escolar: CMEI Olga Benário Prestes – NRE PNTurma de aplicação: Maternal III Área de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Sequência didática

JustificativaResgatar brincadeiras que acabaram esquecidas devido às novas tecnologias, pois no-tamos o distanciamento das crianças e das famílias quando proposta uma brincadeira diferente e algumas práticas de movimento.

Objetivos• Ampliar suas possibilidades de movimentação corporal em diferentes situações.• Vivenciar e reelaborar diferentes práticas de movimento. • Conhecer diferentes brincadeiras.• Demonstrar confi ança nas suas possibilidades de movimentação corporal.

RecursosLenço, elástico, bolas, corda, papel crepom, data show, bolinhas, cadeiras e rádio.

Desenvolvimento1.a etapa: Realizamos uma pesquisa com os pais sobre as brincadeiras de sua infância; com as respostas obtidas, fi zemos um levantamento de atividades para serem realizadas com as crianças.2.a etapa: Apresentamos vídeos de diversas brincadeiras, utilizando o data show.3.a etapa: Desenvolvemos diferentes jogos e brincadeiras. Explicamos as regras em sala e, em seguida, realizamos as atividades em diferentes espaços do CMEI: Cabra cega; Lenço atrás; Morto, vivo (depois, uma variação dessa brincadeira: Girafa, formiga – como girafa, a criança fi ca em pé com as mãos para cima; como formiga, a criança se abaixa); Estátua (brincar livremente e depois explorar os níveis, pedindo que realizem estátuas no nível baixo, médio, alto, em duplas); Alerta (utilizar nomes de frutas para nomear as crianças;

VAMOS BRINCAR?

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elas irão optar pela fruta de que mais gostam); Elástico (o elástico será confeccionado com meia calça); Pular corda (iniciar com as crianças passando pela corda e, depois, realizar a tentativa de pular a corda); Amarelinha; Mãe-cola americana; Mãe da rua; Menina pega menino; Mãe se esconde; Batata-quente; Pegar o rabo; Corrida do saco; Carrinho de mão (e propor uma corrida com o auxilio das educadoras); Dança da cadeira (e realizá-la com as crianças); Dança da laranja (utilizar diversos ritmos musicais).4.a etapa: Em roda de conversa, as crianças tiveram a oportunidade de expor quais as brincadeiras de que mais gostaram, e montamos estações com as brincadeiras escolhidas para que elas pudessem brincar livremente, de acordo com as suas preferências. AvaliaçãoAs crianças tiveram oportunidade de conhecer brincadeiras diferentes, explorando as suas possibilidades corporais, as quais estão sendo reproduzidas em momentos de brincadei-ras na área externa do CMEI.

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Profissionais: Mirian Stelmachtchuk Lucimar Machado Unidade escolar: CMEI Demawe – NRE BQTurma de aplicação: Pré Área de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaEsse trabalho com as crianças faz parte de uma série de atividades envolvendo o movi-mento como uma das linguagens dentre as áreas de formação humana contempladas nas Diretrizes Curriculares do nosso município. Foram propostas essas atividades para a tur-ma, considerando a necessidade de exploração e ampliação de movimentos com o corpo.

Objetivos• Desenvolver e ampliar progressivamente equilíbrio, ritmo, resistência, força, velocida-

de e fl exibilidade corporal.• Conhecer e identifi car seu corpo, explorando e ampliando suas possibilidades de movi-

mento, em diferentes situações.

RecursosPapel A4, canetinhas, livros e DVD.

Desenvolvimento1) Conhecendo o início da história e imitando o soldadinho de chumbo. Lemos para as crianças o início da história “O Soldadinho de Chumbo”. Com as crianças, construímos chapéus, soldados e espadas de jornal. Brincamos de soldados, marchando e criando batalhas.2) Andando e pulando numa perna só, como o soldadinho de chumbo. Lemos para as crianças o trecho em que se narra sobre o soldadinho de chumbo de uma perna só, o qual, apesar disso, era muito valente e esperto. Com as crianças, imitamos os movimentos do soldadinho de chumbo em suas batalhas, usando uma perna só.3) Dançando, rodando e saltando como a linda bailarina. Lemos para as crianças o trecho da história em que o soldadinho de chumbo conhece a linda bailarina e apaixona-se por ela. Imitamos os movimentos dos bailarinos, com danças, rodopios e saltos.

VAMOS BRINCAR COM O SOLDADINHO DE CHUMBO?

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4) Equilíbrio e rapidez – fugindo do duende ciumento. Após ler o trecho da história em que o duende, por ciúmes da bailarina, decide derrubar o soldadinho de chumbo do peitoril da janela, andamos por um caminho de cordas, bancos e bambolês, brincando de fugir do duende ciumento.5) O soldadinho enfrenta os famintos peixões. Lemos para as crianças o trecho da história em que se narra a batalha do soldadinho de chumbo contra os famintos peixões. Com as crianças, brincamos de soldadinhos e peixões, numa espécie de pega-pega; e as crianças que representavam os soldadinhos deveriam fugir daquelas que representavam os pei-xões.

AvaliaçãoAs crianças participaram das atividades de forma satisfatória, conhecendo e explorando o seu corpo, bem como ampliando suas possibilidades de movimento.

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Profissionais: Clebiciele Marçal Bonini de Lima ‘ Flávia Aparecida Ribeiro Kátia Cristina Ferreira Pereira Unidade escolar: CMEI Fazendinha – NRE PRTurma de aplicação: Maternal II Área de formação humana: Linguagem movimento Modalidade organizativa do tempo didático: Atividade permanente

JustificativaO conhecimento das diferentes áreas pode ser desenvolvido através de diversas práticas; entre elas, práticas do movimento e do brincar, nas quais a aprendizagem das crianças acontece de forma prazerosa, estimulante, participativa, atingindo os objetivos almejados.

ObjetivoVivenciar diferentes práticas de movimento que constituem a cultura infantil e que am-pliam as habilidades de locomoção, manipulação e equilíbrio, tais como: andar, correr, saltar, lançar, chutar, girar, entre outras.

RecursosMáquina fotográfi ca, pesquisa na internet e livros (Naturama – Enciclopédia do Mundo Ani-mal), maquete do planeta Terra, globo terrestre, minhocão, bambolê, corda, colchonetes, bexigas, lanterna, papel bobina, tinta guache, pinceis, papelão reciclado, papeis variados e reciclados, diferentes riscantes.

DesenvolvimentoPara essa atividade com as crianças, envolvendo o movimento em situações conjuntas com o brincar, imaginar e aprender, foram realizadas em atividades permanentes no pátio externo e em sala, com diferentes materiais. Iniciamos a proposta com uma contação de história. “Os personagens fi ctícios (Magali, Pedro, Paulo e Tiago) foram visitar a vovó Guida, que morava em um sítio localizado próximo da Serra do Mar, onde havia muitos locais para brincar e explorar. Os personagens, enquanto brincavam de rolar, pular e correr pelo gra-mado, encontraram a entrada de uma caverna e, ao adentrá-la, utilizaram uma lanterna para melhor visualização; então, foram passando pelas coloridas camadas da Terra, che-gando ao centro (núcleo). Chegando lá, conheceram vários ambientes, animais e insetos

VIAGEM AO CENTRO DA TERRA

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Anais 2013

Saberes e práticas do movimento na educação infantil 153

como, por exemplo, o Sr. Dino-dinossauro, as abelhas e seu néctar (para adoçar o chá da personagem Magali). No caminho, observaram e perceberam que naquele ambiente era tudo grande, diferente e divertido, com diversos locais para explorar. Nos passeios com o personagem Sr. Dino-dinossauro, passaram por pontes, pedras escorregadias, trilhas que chegavam até as gigantescas pedras, necessitando escalar para poder entrar no lago de água cristalina e de lava vulcânica. Ao término do dia, voltaram para casa contando para todos sobre sua aventura no centro da Terra e já planejando o próximo retorno.” Na sequ-ência, as crianças foram divididas em grupos, e puderam visualizar fotos, sites na internet, livros de animais e o globo terrestre para o entendimento de alguns momentos, compa-rando com os personagens e ambientes da história, os quais foram retomados em roda de conversa. Em seguida, propusemos uma atividade, e as crianças puderam construir, com as educadoras, um circuito de movimento com o tema da história inicial. Foram utilizados diversos materiais; entre eles, tintas e papel bobina, representando a entrada da caverna, e a cobertura do minhocão, representando a caverna. No pátio externo, também foi utiliza-do o minhocão coberto com papel bobina, acrescentando-se ao circuito bambolês, corda, papelão reciclado pintado pelas crianças; para isso, utilizaram diferentes movimentos e brincaram imaginando que estavam no centro da Terra com os personagens. Já em sala, realizamos a atividade com o acréscimo de outros materiais e momentos da história. Com a orientação das educadoras, as crianças ajudaram a separar bexigas de duas cores para o preenchimento do rio de água cristalina (azul) e o rio de lava (vermelho); nesse momen-to, também foi colocado o minhocão coberto (com papel bobina) e usada a lanterna, pois foi escurecida a sala para imaginarmos o ambiente da caverna e o percurso até o centro da Terra. Os bambolês foram colocados na saída do minhocão, acrescentando-se a corda para fazer de conta que eram as trilhas, pontes e pedras escorregadias para se chegar até as gigantescas rochas do rio de água cristalina e de lava. Os colchonetes foram utilizados para serem escalados (rochas gigantescas) e chegar-se até os diferentes rios (água e lava).

AvaliaçãoCom a proposta desenvolvida, as crianças vivenciaram práticas de movimento de maneira lúdica e prazerosa, demonstrando muito interesse e satisfação no decorrer da atividade. Também desenvolveram habilidades de locomoção com diferentes obstáculos e equilíbrio. Ficaram muito envolvidas e puderam interagir entre elas, oferecendo, quando necessário, ajuda aos colegas, para a superação dos obstáculos que exigiam maiores habilidades.

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Ficha técnica

Departamento de Educação InfantilMaria da Glória Galeb

Gerência de Educação InfantilVera Lucia Grande Dal MolinFernanda de Oliveira Henriques Pacheco

Coordenação de CurrículoClaudete Pereira Assunção

OrganizaçãoLorena de Fatima Nadolny (SME – Departamento de Educação Infantil)Viviane Aparecida Fuggi Lopes (SME – Departamento de Educação Infantil)Marynelma Camargo Garanhani (UFPR)Simone de Miranda (PUCPR)

Departamento de Tecnologia e Difusão EducacionalLeticia Mara de Meira

Gerência de Apoio GráficoGilcelli Vidal

Projeto GráficoMarinês Bini da Silva

RevisãoEliane Mara Alves Chaves

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RealizaçãoApoio