cordel da denguetodos sofrem com a dengue ninguém com ela está contente a preocupação vira...
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Cordel da dengue
CLEONICE SCHLIECK
2ª edição
Chapadão do Sul—MS
Edição do Autor
2018
Essa é uma história simples
Porém de um caso complicado Pois pode acontecer comigo
Também com o vizinho ao lado E se o problema é grave O motivo não pode ser
Nem cômico nem engraçado
Aconteceu com o senhor Antonio Um sujeito trabalhador
Um dia voltou do serviço Reclamando de febre e dor
Ele nunca ficara doente De ser do hospital um paciente
Ele tinha um grande horror
A indisposição foi tão grande Que ele fez automedicação
Um antitérmico e um analgésico Ao alcance de sua mão, Mas alívio ele não sentiu E seu mal-estar evoluiu: O hospital foi a solução.
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Também aconteceu com o Vicenço
Um andarilho embriagado Que pede dinheiro nas ruas
E compra pinga fiado Precisou ser socorrido
E ao hospital ser removido Por um amigo, seu chegado.
E o menino Heitor
Que três anos apenas tem Precisou ser internado Porque não estava bem
Além de dor e febre, coceira Cobrindo a pele inteira
Ele sentia também.
Senhor Tomé, com dor de cabeça, E com vômitos persistentes,
Tinha sangramentos pelo nariz, Estava muito doente.
A dificuldade da respiração E na pele, vermelhidão,
Eram sintomas desse paciente.
04
Foi parar na UTI
Com baixa imunidade Corria risco de morte Que triste realidade E a família reunida Rezava por sua vida
Com muita ansiedade
Dona Maria e seu José E também dona Sebastiana,
As duas meninas de Francisco E os filhos de Joana,
Raimundo, Severino e Vicente, Virgulino, Antonio e Clemente,
Elizabeth, Kate e Diana.
Da loja o locutor E o mestre ferreiro
O construtor do carro de boi E também o confeiteiro
O dono da sorveteria O professor da academia O feirante e o açougueiro.
05
O entregador de leite E o dono da funerária
O gerente de uma grande empresa E também sua secretária
O industrial e a costureira A dentista e a doceira
A ambulante e a empresária.
Três professores de uma mesma escola Quatro alunos e o diretor
O prefeito da cidade E também seu assessor
Como quem não escolhe nem reclama Do juiz ao pé de cana
E do hospital o doutor.
Na cidade onde eu moro O caso já está agravado
O hospital ficou pequeno Todo mundo está internado:
O povão não sabe “que fazer” Para poder combater Esse inimigo danado.
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O número de suspeitos cresce
As taxas sobem todo dia E o caso está sendo tratado
Como grande epidemia. Todos sofrem com a dengue
Ninguém com ela está contente A preocupação vira agonia.
Dizem que toda história
Tem de ter um grande vilão Forte, monstruoso, terrível, D gerar medo e confusão. Nos filmes é um gigante Ou um sujeito irritante
Que desrespeita a multidão.
O vilão desta história Não é gigante, que nada! Não ataca pelas sombras Não age de madrugada. Em grupo ele não ataca
Nem com arma nem com adaga Também não arma emboscada.
07
O vilão desta história
É tão pequeno e invisível Tem menos de um centímetro
E uma ação imperceptível É um rajado mosquito
De agir seguro e fortuito Que parece ser invisível.
O prefeito da cidade
Convocou a população Em audiência para discutir
Um plano de ação “Somente o povo reunido Poderá vencer o inimigo
Se agir em mutirão”.
O agente de saúde Como se fosse um general
Explicou que esse mosquito Se reproduz em nosso quintal E para combatê-lo é preciso Estar atento e de sobreaviso
Num esforço impessoal.
08
O mosquito se reproduz Em água limpa e parada
E ignorá-lo é cair Numa grande emboscada
Se é de água que ele precisa É necessário vestir a camisa
Para levá-lo à derrocada.
São quase 600 mil por ano Que morrem neste país Por causa desse maldito Deste mosquito infeliz
E se quisermos vencer este mal Teremos de, em esforço sem igual,
Cortar o mal pelo raiz.
Da água a fêmea precisa Para poder se reproduz
A fêmea nela deposita seus ovos Para que possam eclodir Só evitando a reprodução
É que se evita a transmissão E esse mal se pode prevenir.
09
Sendo o povo convocado
Iniciou-se a limpeza Em todos os vãos de planta Colocou terra dona Tereza. As caixas d’água ela tampou De boca pra baixo guardou
As garrafas com muita presteza.
O senhor Quirino sua laje Urgente foi verificar
Não queria água ali parada E disso foi se certificar
Cobriu também sua lixeira Os vasos de planta encheu de areia
Para o mosquito evitar.
“Está é minha responsabilidade”, Ele dizia como um refrão.
Assim o seu vizinho E também o senhor Sebastião.
O certo é que toda cidade Reconhecendo a legitimidade
Colaborou com a ação.
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Nos pneus que tinha em casa
Dona Romilda viu grande perigo Guardou todos empilhados Em um lugar bem protegido
Passou a limpar com freqüência As calhas de sua residência
Para vencer o inimigo.
Mas sempre há alguém Que insiste em duvidar
E alguns donos de terrenos baldios Não os quiseram limpar.
Para forçar a limpeza A prefeitura com aspereza
Teve que os multar.
Enquanto a população agia Com zelo e eficiência
O mosquito foi combatido Em sua forma de abrangência
Mas a população não sabia Que qualquer deslize seria Uma grande imprudência
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E os cientistas no laboratório Vivendo em constante alerta
Entre um teste e outro tentavam Conseguir uma descoberta Para eliminar o mosquito
Ou como alguém já havia dito De uma vacina bem certa.
Acontece que o mosquito
Tem seu modo de agir E aqui vale um ponto Para parar e refletir:
Se o mosquito vive 45 dias É incrível como procria!
E como pode resistir!
Os ovos pela fêmea depositados Até um ano podem esperar
Pela chegada da água das chuvas Para que possam estourar Por isso esses cuidados
Devem estar sempre traçados Sem poder se descuidar
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E a fêmea quando pica
Quem com dengue está infectado Vai retransmitindo a doença À quem por ela for picado Fazendo com que os dados
Dia a dia, lado a lado, Sejam sempre aumentados.
E dizem que outras doenças São pelo Aedes transmitidas Ao menos mais duas delas
São pela Ciência conhecidas Para não sermos apanhados
É necessário tomarmos cuidado Pois não temos duas vidas.
Febre, mal-estar, dores pelo corpo Dor de cabeça, cansaço e apatia.
As articulações são as mais afetadas É de causar agonia.
A febre Chikungunya é um mal, Parece até surreal,
Evitá-la é sabedoria.
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E tem ainda o Zika
Que mais alarme tem causado Os sintomas são iguais
Mas o caso é mais complicado Microcefalia é uma questão
Tem mais complicação Com o Zika relacionado.
Por isso, o prefeito no rádio
E n’outros meios de comunicação Fez apelos e campanhas
Onde revelou sua preocupação Pois a dengue só se combate
Como grandioso embate Com o apoio de toda população.
Enfatizando que é preciso Manter a conscientização Não deixar água parada Não jogar lixo no chão
Eliminar os focos da doença É o que faz a diferença
Porque é difícil a erradicação.
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E é preciso dizer ainda De forma experiente Não é algo infalível E é pouco eficiente
Mas à população pode ajudar O hábito de sempre espalhar
Pelo corpo o repelente.
E os criadouros externos Podem ser evitados
Se nas portas e janelas Protetores forem colocados Essas telas são boa opção
Mas a sua colocação Não dispensa os demais cuidados.
O “fumacê” é útil para
Os mosquitos adultos matar Mas com os ovos e as larvas
Ele não pode acabar Por isso, a população
Deve estar atenta à prevenção E nunca se descuidar.
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Antes de concluir este relato Voltemos a um caso anterior Do senhor Tomé, o paciente Que foi procurar o doutor,
Que na UTI foi parar Sem conseguir se livrar Do mal que o afetou
Apesar de os médicos E de toda a assistência
Os remédios não surtiram A devida eficiência
E como um cavalo a trotar A morte, sem pestanejar,
Agiu sem clemência.
E a família reunida Em rezas e oração
Em prantos se despediu Do pai, do esposo, do irmão,
E então compreendeu Que o mosquito venceu
Mais uma ação
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Por isso fica o recado
A quem ler este cordão Cada um deve fazer sua parte
Assim diz esta lição Com muita responsabilidade Pelo seu bem e o da cidade Agindo sempre em união.
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Medidas para combater o mosquito:
- Evitar água acumulada
*em calhas * em vasos de plantas * em caixas d’água * em laje * em pneus e garrafas * em sacolas plásticas * em tampas em geral
- Evitar jogar lixo no chão - Manter limpos os terrenos baldios
Cuidados adicionais:
- Usar repelente - Usar telas nas janelas
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Robson Silva Ferreira * Em cada poema um olhar;
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