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Coordenação de Pesquisa e Orientação Técnica COPEQ TEMA CORRUPÇÃO DE MENORES - PROVA DA CORRUPÇÃO PESQUISA NO STJ AGRAVO REGIMENTAL. HABEAS CORPUS. NÃO CONHECIMENTO. WRIT IMPETRADO EM SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO CABÍVEL. CORRUPÇÃO DE MENORES. ADOLESCENTE QUE POSSUI VASTA FICHA DE ATOS INFRACIONAIS. IRRELEVÂNCIA. VERBETE 500 DA SÚMULA DESTA CORTE SUPERIOR DE JUSTIÇA. IMPOSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO DE CRIME IMPOSSÍVEL. DESPROVIMENTO DO RECLAMO. 1. A via eleita se revela inadequada para a insurgência contra o ato apontado como coator, pois o ordenamento jurídico prevê recurso específico para tal fim, circunstância que impede o seu formal conhecimento. Precedentes. 2. Ainda que superado o referido óbice, esta Corte Superior de Justiça pacificou o entendimento de que o crime previsto no artigo 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente se configura ainda que não haja prova da efetiva corrupção do menor, tratando-se de delito formal que visa a impedir que o imputável induza ou facilite a inserção ou manutenção do adolescente na esfera criminal. 3. Assim, a existência de antecedentes infracionais em desfavor do adolescente não torna o delito impossível, como sustentado na irresignação, já que a cada nova prática delituosa aumenta-se a degradação da personalidade do menor. 4. Recurso desprovido (AgRg no HC 330.528/SC, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 24/11/2015, DJe 01/12/2015)

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Coordenação de Pesquisa e Orientação Técnica

COPEQ

TEMA

CORRUPÇÃO DE MENORES - PROVA DA CORRUPÇÃO

PESQUISA NO STJ

AGRAVO REGIMENTAL. HABEAS CORPUS. NÃO CONHECIMENTO.

WRIT IMPETRADO EM SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO CABÍVEL. CORRUPÇÃO DE MENORES.

ADOLESCENTE QUE POSSUI VASTA FICHA DE ATOS INFRACIONAIS. IRRELEVÂNCIA. VERBETE 500 DA SÚMULA DESTA CORTE SUPERIOR

DE JUSTIÇA. IMPOSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO DE CRIME IMPOSSÍVEL.

DESPROVIMENTO DO RECLAMO. 1. A via eleita se revela inadequada para a insurgência contra o ato apontado como

coator, pois o ordenamento jurídico prevê recurso específico para tal fim, circunstância que impede o seu formal conhecimento. Precedentes.

2. Ainda que superado o referido óbice, esta Corte Superior de Justiça pacificou o entendimento de que o crime previsto no artigo 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente se configura ainda que não haja prova da efetiva corrupção do menor, tratando-se de delito formal que visa a impedir que o imputável induza ou facilite a inserção ou manutenção do adolescente na esfera criminal.

3. Assim, a existência de antecedentes infracionais em desfavor do adolescente não torna o delito impossível, como sustentado na irresignação, já que a cada nova prática delituosa aumenta-se a degradação da personalidade do menor.

4. Recurso desprovido (AgRg no HC 330.528/SC, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA,

julgado em 24/11/2015, DJe 01/12/2015)

RECURSO REPETITIVO: RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. PENAL.

CORRUPÇÃO DE MENORES. PROVA DA EFETIVA CORRUPÇÃO DO INIMPUTÁVEL. DESNECESSIDADE.

DELITO FORMAL. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA DECLARADA DE OFÍCIO, NOS TERMOS DO ARTIGO 61 DO CPP.

1. Para a configuração do crime de corrupção de menores, atual artigo 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente, não se faz necessária a prova da efetiva corrupção do menor, uma vez que se trata de delito formal, cujo bem jurídico tutelado pela norma visa, sobretudo, a impedir que o maior imputável induza ou facilite a inserção ou a manutenção do menor na esfera criminal.

2. Recurso especial provido para firmar o entendimento no sentido de que, para a configuração do crime de corrupção de menores (art.

244-B do ECA), não se faz necessária a prova da efetiva corrupção do menor, uma vez que se trata de delito formal; e, com fundamento no artigo 61 do CPP, declarar extinta a punibilidade dos recorridos Célio Adriano de Oliveira e Anderson Luiz de Oliveira Rocha, tão somente no que concerne à pena aplicada ao crime de corrupção de menores.

(REsp 1127954/DF, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 14/12/2011, DJe 01/02/2012)

PESQUISA DE ENTENDIMENTO DE CÂMARAS DO TJMG

DATA DA PESQUISA: SÍNTESE DA PESQUISA:

Uma vez proposta a questão sobre o entendimento das câmaras criminais a

respeito da “efetiva prova para a configuração do crime de corrupção de menores previsto em lei”, procedemos a presente pesquisa e encontramos as ocorrências colacionadas abaixo.

Em síntese, salientamos que a maioria dos relatores componentes das suas respectivas câmaras entende ser o referido crime de natureza formal e que se configura com a mera participação de um menor no delito, exceções também explicitadas nos quadros abaixo.

Foi ainda questionado, a título de subitem, se a Certidão do nascimento é meio imprescindível de prova da menoridade do coparticipante do delito, pelo que também colacionamos algumas ocorrências, as quais, em sua grande maioria, demonstram o entendimento que qualquer documento dotado de fé pública é capaz de atestar a sua idade, ainda que seja via testemunho.

Destacamos por fim, ser também entendimento da maioria que, sendo o crime dotado de natureza formal, como dito acima, é irrelevante a constatação anterior de situação de corrupção ou não do menor em questão.

POSIÇÃO DA 1ª (PRIMEIRA) CÂMARA CRIMINAL

A maioria entende ser o crime de corrupção de menores de natureza formal e,

como tal, se consuma com a mera participação do menor no delito. A Apelação Criminal 1.0024.13.192425-0/001, Relator Des. Wanderley Paiva,

destaca ainda que a vida pregressa do menor independe para a configuração do crime de corrupção.

1 - DESEMBARGADOR Alberto Deodato Neto Número do Processo: Emb Infring e de Nulidade 1.0024.13.176961-4/002 Data do Julgamento: 06/10/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: EMBARGOS INFRINGENTES - CORRUPÇÃO DE MENORES - CRIME FORMAL - CONDENAÇÃO MANTIDA. I - Nos termos da Súmula nº 500 do STJ, "A configuração do crime do art. 244-B do ECA independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal". (TJMG - Emb Infring e de Nulidade 1.0024.13.176961-4/002, Relator(a): Des.(a) Alberto Deodato Neto , 1ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 06/10/2015, publicação da súmula em 16/10/2015)

2 - DESEMBARGADOR Flávio Leite Número do Processo: Apelação Criminal 1.0433.10.008193-7/001 Data do Julgamento: 21/07/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - JUÍZO DE RETRATAÇÃO - DECISÃO CONFLITANTE COM ORIENTAÇÃO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - DETERMINAÇÃO DO ART. 543-C, § 7º, II, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - CORRUPÇÃO DE MENORES - CRIME FORMAL - PRECEDENTES DOS TRIBUNAIS SUPERIORES - ACÓRDÃO PARCIALMENTE REFORMADO. Conforme o entendimento consolidado nos Tribunais hierarquicamente superiores, o crime de corrupção de menores é formal, posicionamento que deve ser adotado para se atender aos princípios da economia processual e da segurança jurídica. Assim, comprovado que os agentes maiores de dezoito anos de idade praticaram crimes com inimputável, resta configurado o delito de corrupção de menores. (TJMG - Apelação Criminal 1.0433.10.008193-7/001, Relator(a): Des.(a) Flávio Leite , 1ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 21/07/2015, publicação da súmula em 31/07/2015)

3 – DESEMBARGADOR Wanderley Paiva

Número do Processo: Apelação Criminal 1.0024.13.192425-0/001 Data do Julgamento: 10/11/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - CRIMES DE ROUBO MAJORADO

CONSUMADO E ROUBO MAJORADO TENTADO - REGULAR COMPROVAÇÃO DA MATERIALIDADE E AUTORIA - INVIABILIDADE DO PLEITO ABSOLUTÓRIO - DECOTE DA MAJORANTE DO EMPREGO DE ARMA - IMPOSSIBILIDADE - DESNECESSIDADE DE APREENSÃO E PERÍCIA DE ARMA PARA A CONFIGURAÇÃO DA MAJORANTE - DEPOIMENTO DA VÍTIMA CORROBORADA COM OUTROS MEIOS DE PROVA - CIRCUNSTÂNCIA DE CARÁTER OBJETIVO - RECONHECIMENTO DA TENTATIVA - INADMISSIBILIDADE - IMPRESCINDIBILIDADE DE POSSE MANSA E PACÍFICA - CORRUPÇÃO DE MENORES (ART. 244-B DA LEI 8.069/90) - CRIME FORMAL - CONDENAÇÃO - INDEPENDE DE PROVA - PLEITO DE ISENÇÃO DAS CUSTAS PROCESSUAIS - MATÉRIA PERTINENTE AO JUÍZO DE EXECUÇÃO - INTELIGÊNCA DO ARTIGO 804 DO CPP - SENTENÇA MANTIDA.

- Havendo prova da autoria e materialidade do delito de roubo majorado, deve ser mantida a condenação do réu, sendo inviável o pretendido pleito absolutório.

- Embora não apreendida e periciada a arma de fogo utilizada na prática delituosa, a comprovação de seu efetivo emprego por outros meios idôneos de prova autoriza a majoração da pena do crime de roubo.

- Em razão da majorante do emprego de arma ser circunstância de caráter objetivo, comunica-se a todos os agentes que praticaram o crime.

- Considera-se consumado o delito de roubo a partir do momento em que a posse do bem subtraído é invertida mediante emprego de violência ou grave ameaça contra o ofendido, não sendo suficiente para configurar a consumação o fato de o agente ser preso logo após a prática delitiva.

- O crime previsto no art. 244-B da Lei 8.060/90 é um delito formal, bastando para sua configuração que o agente imputável instigue ou pratique com o menor uma infração penal, independente da existência ou não de vida criminal pregressa do tutelado.

- Conforme estipula o artigo 804 do Código de Processo Penal, a condenação nas custas decorre de expressa previsão legal, devendo suposta impossibilidade de pagament o ser analisada pelo juízo da execução, quando exigível o encargo.

> (TJMG - Apelação Criminal 1.0024.13.192425-0/001, Relator(a): Des.(a) Wanderley Paiva , 1ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 10/11/2015, publicação da súmula em 20/11/2015)

4 - DESEMBARGADOR Walter Luiz Número do Processo: Apelação Criminal 1.0024.14.201352-3/001 Data do Julgamento: 07/07/2015

ENTENDIMENTO

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - CORRUPÇÃO DE MENOR - CONDUTA TIPIFICADA NO ART. 244-B DA LEI 8.069/90 - NATUREZA - CRIME FORMAL - ORIENTAÇÃO DAS CORTES SUPERIORES - CONDENAÇÃO MANTIDA. Para a configuração do crime de corrupção de menores, que é de natureza formal, basta que o maior imputável pratique, juntamente com o menor, infração penal ou o induza a praticá-la, sendo, pois, desnecessária a efetiva demonstração do desvirtuamento do menor. V.V. APELAÇÃO CRIMINAL - RECURSO MINISTERIAL - CORRUPÇÃO DE MENOR - CONDUTA TIPIFICADA NO ART. 244-B DA LEI 8.069/90 - NATUREZA - CRIME MATERIAL - CONDENAÇÃO - INADMISSIBILIDADE - PRECEDENTE NÃO VINCULANTE DO STJ - RECURSO NÃO PROVIDO. Sendo o crime de corrupção de menores de natureza material, exige-se para a sua configuração, que o agente pratique uma das condutas descritas no tipo - corromper ou facilitar a corrupção - não sendo suficiente para caracterizá-lo o fato de haver praticado o crime com o inimputável, já que é de rigor a prova do resultado, a qual não pode ser presumida, pois o Direito Penal repudia a responsabilidade objetiva, exige-se a prova efetiva de que o menor tenha se corrompido, não bastando a prática do crime junto com o menor inimputável. (TJMG - Apelação Criminal 1.0024.14.201352-3/001, Relator(a): Des.(a) Walter Luiz , Relator(a) para o acórdão: Des.(a) Kárin Emmerich , 1ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 07/07/2015, publicação da súmula em 17/07/2015) 5 - DESEMBARGADOR Kárin Emmerich Número do Processo: Emb Infring e de Nulidade 1.0024.13.247520-3/002 Data do Julgamento: 24/11/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: EMBARGOS INFRINGENTES - TRÁFICO DE DROGAS - CAUSA ESPECIAL DE DIMINUIÇÃO DE PENA PREVISTA NO § 4.º DO ARTIGO 33 DA LEI Nº 11.343/06 - ABSOLVIÇÃO EM RELAÇÃO AO DELITO TIPIFICADO NO ART. 244-B DO ECA - IMPOSSIBILIDADE - EMBARGOS NÃO ACOLHIDOS. Não sendo preenchidos todos os requisitos descritos no § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006,não há que se falar em aplicação da minorante ali prevista. O crime de corrupção de menores é de natureza formal e, como tal, se consuma com a mera participação do menor na empreitada criminosa. (TJMG - Emb Infring e de Nulidade 1.0024.13.247520-3/002, Relator(a): Des.(a) Kárin Emmerich , 1ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 24/11/2015, publicação da súmula em 04/12/2015)

POSIÇÃO DA 2ª (SEGUNDA) CÂMARA CRIMINAL

A maioria entende que o crime de corrupção de menores tem natureza formal, bastando para o seu aperfeiçoamento a comprovação da prática de infrações penais na companhia de menores.

O destaque fica para a Apelação Criminal 1.0024.14.135250-0/001, Relator: Des. Nelson Missias de Morais, que entende ser imprescindível a comprovação da menoridade por meio de documento “hábil”, não necessariamente certidão.

1 - DESEMBARGADOR Apelação Criminal 1.0079.15.007086-4/001 Número do Processo: Beatriz Pinheiro Caires Data do Julgamento: 26/11/2015

ENTENDIMENTO

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBO MAJORADO E CORRUPÇÃO DE MENOR - AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS - CORRUPÇÃO DE MENOR - DELITO FORMAL - CONDENAÇÃO MANTIDA - PRÁTICA EM UMA ÚNICA AÇÃO COM O CRIME DE ROUBO - RECONHECIMENT DO CONCURSO FORMAL - RECURSO PROVIDO EM PARTE. - O crime de corrupção de menores possui natureza formal, bastando para o seu aperfeiçoamento a comprovação da prática de infrações penais na companhia de menores. -A prática dos delitos de roubo e corrupção de menores mediante uma só ação e no mesmo contexto fático, atrai a incidência da regra do artigo 70, do Código Penal (concurso formal) (TJMG - Apelação Criminal 1.0079.15.007086-4/001, Relator(a): Des.(a) Beatriz Pinheiro Caires , 2ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 26/11/2015, publicação da súmula em 09/12/2015)

2 - DESEMBARGADOR Renato Martins Jacob Número do Processo: Apelação Criminal 1.0024.14.253433-8/001 Data do Julgamento: 12/11/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. ROUBO MAJORADO. TENTATIVA. RECONHECIMENTO INVIÁVEL. CORRUPÇÕES DE MENOR. ARTIGO 244-B DA LEI N.º 8.069/90. CRIME FORMAL. PROVA DA MENORIDADE. DESNECESSIDADE DE CÉDULA DE IDENTIDADE OU CERTIDÃO DE NASCIMENTO. EXISTÉNCIA DE DOCUMENTO DOTADO DE FÉ PÚBLICA. CONDENAÇÃO MANTIDA. DOSIMETRIA. CONCURSO FORMAL ENTRE OS DELITOS. RECONHECIMENTO NECESSÁRIO. DIMINUIÇÃO DA REPRIMENDA. CUSTAS. ISENÇÃO JÁ DEFERIDA EM PRIMEIRA INSTÂNCIA. - Para consumação do roubo não se exige a posse mansa e pacífica sobre o bem, bastando a breve posse e a cessação da violência. Precedentes do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça. - Para fins de caracterização do delito previsto no artigo 244-B da Lei n.º 8.069/90, a comprovação da menoridade não demanda exibição de cédula de identidade ou da certidão de nascimento do suposto inimputável, podendo ser aferida por meio outros

documentos dotados de fé pública, tais como a certidão de antecedentes infracionais e o próprio boletim de ocorrência, desde que não haja divergência entre as informações. - Impõe-se o reconhecimento do regramento previsto no artigo 70 do Codex quando o agente, mediante uma só ação, pratica três crimes distintos, afastando-se a aplicação do concurso material. - Resta prejudicado o pedido de isenção das custas processuais quando tal pretensão foi integralmente acolhida em primeira instância. V.V. Segundo a Súmula nº 74 do Superior Tribunal de Justiça: "para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade do réu requer prova por documento hábil". Logo, ausente nos autos documentação oficial comprobatória da idade das supostas adolescentes envolvidas, não se configura o crime de corrupção de menores previsto no artigo 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente. (TJMG - Apelação Criminal 1.0024.14.253433-8/001, Relator(a): Des.(a) Renato Martins Jacob , 2ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 12/11/2015, publicação da súmula em 23/11/2015)

3 - DESEMBARGADOR Nelson Missias de Morais Número do Processo: Apelação Criminal 1.0024.14.135250-0/001 Data do Julgamento: 22/10/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÕES CRIMINAIS - ROUBO MAJORADO E

CORRUPÇÃO DE MENORES - SEGUNDO DELITO - ABSOLVIÇÃO - NECESSIDADE - AUSÊNCIA DE DOCUMENTO OFICIAL HÁBIL A DEMONSTRAR A IDADE DO MENOR ENVOLVIDO - INTELIGÊNCIA DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 155 DO CPP E DA SÚMULA 74 DO STJ - FRAÇÃO DA TENTATIVA - APLICAÇÃO NO MÁXIMO LEGAL - INVIABILIDADE - ITER CRIMINIS EXAURIDO - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. - Em observância ao disposto no parágrafo único do art. 155 do CPP e ao enunciado da Súmula nº 74 do Superior Tribunal de Justiça, a qual orienta que "para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade do réu requer prova por documento hábil", imperiosa a absolvição do apelante pelo crime do art. 244-B, do Estatuto Menorista, quando inexistente tal documentação nos autos. - A fração da minorante da tentativa deve ser pautada de acordo com o iter criminis percorrido pelo réu. V. V. - O reconhecimento da prática do crime de corrupção de menores se dá com a simples prática do delito em conjunto com criança ou adolescente. (TJMG - Apelação Criminal 1.0024.14.135250-0/001, Relator(a): Des.(a) Nelson Missias de Morais , 2ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 22/10/2015, publicação da súmula em 03/11/2015)

4 - DESEMBARGADOR Matheus Chaves Jardim Número do Processo: Apelação Criminal 1.0079.14.045942-5/001 Data do Julgamento: 19/11/2015

ENTENDIMENTO

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. IRRESIGNAÇÃO MINISTERIAL. CORRUPÇÃO DE MENORES. CONFISSÃO EXTRAJUDICIAL. PROVAS SUFICIENTES. RETRATAÇÃO. IRRELEVÂNCIA. CONDENAÇÃO DEVIDA. CRIME DE NATUREZA FORMAL. PROVA DA CORRUPÇÃO DO ADOLESCENTE. PRESCINDIBILIDADE. RECURSO PROVIDO. -Coadunando-se a confissão extrajudicial dos recorridos aos demais elementos de convicção colhidos nos autos, a admissão de culpa impõe-se prevalente sobre a retratação judicial isolada em contexto probatório. - O delito de corrupção de menores é formal, sendo prescindível à sua consumação a prova da degeneração exercida pelos agentes sobre a índole do adolescente. (TJMG - Apelação Criminal 1.0079.14.045942-5/001, Relator(a): Des.(a) Matheus Chaves Jardim , 2ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 19/11/2015, publicação da súmula em 30/11/2015) 5 - DESEMBARGADOR Catta Preta Número do Processo: Apelação Criminal 1.0433.15.008798-2/001 Data do Julgamento: 26/11/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. DELITOS DE FURTO QUALIFICADO TENTADO MAJORADO E DE CORRUPÇÃO DE MENORES. AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS. PALAVRA DA VÍTIMA CORROBORADA POR OUTROS MEIOS DE PROVA. PRESERVAÇÃO DAS QUALIFICADORAS DO ARROMBAMENTO E DO CONCURSO DE PESSOAS. RESSALVA DO RELATOR. ALTERAÇÃO DO ENTENDIMENTO PARA SE RECONHECER A COMPATIBILIDADE ENTRE O FURTO QUALIFICADO E A MAJORANTE DO REPOUSO NOTURNO. INVIABILIDADE DO PLEITO ABSOLUTÓRIO. DOSIMETRIA DAS PENAS. RATIFICAÇÃO DO QUANTUM DO APENAMENTO. POSSIBILIDADE DA UTILIZAÇÃO DE REGISTROS CRIMINAIS PRECEDENTES, DESDE QUE DIVERSOS, PARA SUBSIDIAR O RECRUDESCIMENTO DA PENA-BASE E DETERMINAR O AGRAVAMENTO NA FASE SUBSEQUENTE PELA CONFIGURAÇÃO DA REINCIDÊNCIA. PRESERVAÇÃO DO REGIME PRISIONAL SEMIABERTO E DA VEDAÇÃO À SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE DIREITOS. ISENÇÃO, DE OFÍCIO, DO PAGAMENTO DAS CUSTAS E DESPESAS PROCESSUAIS. APELANTE ASSISTIDA PELA DEFENSORIA PÚBLICA. - Devidamente comprovadas a materialidade e a autoria dos crimes de furto qualificado tentado majorado e corrupção de menores, a manutenção da condenação da ré é medida que se impõe. - À palavra da vítima e dos agentes policiais, como reiteradamente já se posicionou a jurisprudência pátria, deve-se emprestar especial valor, principalmente quando descreve com firmeza o modus operandi, e se encontra em consonância com as demais provas constantes dos autos. - Conforme precedentes do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, o delito de corrupção de menores não exige a comprovação de que tenha o menor suportado qualquer conduta do réu no sentido de efetivamente corromper ou facilitar sua corrupção moral ou ética, bastando a demonstração de sua participação. - Alterando-se o posicionamento anteriormente adotado por este relator, passa-se a admitir a coexistência entre a

majorante capitulada no § 1º do art. 155 do Código Penal com as figuras qualificadas de furto . Precedentes do Superior Tribunal de Justiça. - É possível o aumento da pena-base com arrimo nos antecedentes criminais da inculpada, bem como o reconhecimento da reincidência, se houver mais de uma condenação com trânsito em julgado em seu desfavor, sem que incorra em bis in idem. - Sendo a ré reincidente, incabível é a fixação do regime aberto e a concessão da substituição da pena. - Cabe isentar do pagamento das custas processuais a acusada, desde que assistida pela Defensoria Pública, nos termos do art. 10 da Lei Estadual nº 14.939/03. (TJMG - Apelação Criminal 1.0433.15.008798-2/001, Relator(a): Des.(a) Catta Preta , 2ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 26/11/2015, publicação da súmula em 09/12/2015)

POSIÇÃO DA 3ª (TERCEIRA) CÂMARA CRIMINAL

Entende-se que o crime de corrupção de menores tem natureza formal, bastando para o seu aperfeiçoamento a comprovação da prática de infrações penais na companhia de menores. Quanto à comprovação da menoridade, a Apelação Criminal 1.0216.14.003021-6/001, Relator Des. Paulo Cézar Dias, entende que a Certidão do nascimento é prova induvidosa na ausência de outras nos autos.

1 - DESEMBARGADOR Antônio Carlos Cruvinel Número do Processo: Apelação Criminal 1.0079.15.009759-4/001 Data do Julgamento: 01/12/2015

ENTENDIMENTO

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - CORRUPÇÃO DE MENOR - ORIENTAÇÃO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA POR MEIO DO RECURSO ESPECIAL Nº 1.127.954/DF E SÚMULA Nº 500 - CRIME FORMAL - CONDENAÇÃO MANTIDA - ROUBO MAJORADO - AUTORIA E MATERIALIDADE DEVIDAMENTE COMPROVADAS - REDUÇÃO DAS PENAS - IMPOSSIBILIDADE. Devidamente comprovadas a autoria e a materialidade do crime de roubo majorado e corrupção de menor, a condenação é de rigor. O Superior Tribunal de Justiça, a quem compete por força constitucional uniformizar a jurisprudência e interpretar lei federal de natureza infraconstitucional, assim o fez ao interpretar o artigo 244-B da Lei 8.069/90, firmando que tal delito é formal e independe da prova da efetiva corrupção do menor para que se imponha uma condenação. As penas foram corretamente sopesadas e não merecem qualquer reparo. Improvimento ao recurso é medida que se impõe. (TJMG - Apelação Criminal 1.0079.15.009759-4/001, Relator(a): Des.(a) Antônio Carlos Cruvinel , 3ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 01/12/2015, publicação da súmula em 18/12/2015)

2 - DESEMBARGADOR Paulo Cézar Dias Número do Processo: Apelação Criminal 1.0216.14.003021-6/001 Data do Julgamento: 25/11/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBO EXASPERADO E LATROCÍNIO TENTADO - CONCURSO FORMAL DE DELITOS - INOCORRÊNCIA - HIPÓTESE DE CRIME ÚNICO DE ROUBO - LATROCÍNIO TENTADO - REDEFINIÇÃO JURÍDICA DO FATO PARA ROUBO CIRCUNSTÂNCIADO PELO EMPREGO DE ARMA E PELO CONCURSO DE AGENTES - NECESSIDADE - RECONHECIMENTO DA CAUSA DE AUMENTO DE PENA DE EMPREGO DE ARMA SEM APREENSÃO - POSSIBILIDADE - CRIME DE CORRUPÇÃO DE MENORES - DELITO NÃO CARACTERIZADO - INSUFICIÊNCIA DE PROVA DA MENORIDADE - ABSOLVIÇÃO. - Pela Teoria Finalista da Ação, concebida como o exercício de uma atividade final, o homem quando atua, seja fazendo ou deixando de fazer alguma coisa, dirige sua conduta sempre à determinada finalidade, que pode ser ilícita ou lícita. Sob essa perspectiva e considerando que os agentes não dirigiram suas condutas à prática de subtrações distintas contra vítimas diversas, mas apenas a surrupiar os bens encontrados no interior da residência assaltada, temos a ocorrência de delito único de roubo. Só há concurso formal de delitos quando o agente, mediante uma única ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, eis porque para a sua caracterização mister a ocorrência de pluralidade de delitos e não, necessariamente, que haja multiplicidade de vítimas, assim como o número de vítimas não implica em configuração do concurso formal de injustos. O latrocínio, como modalidade preterdolosa de crime, não admite tentativa, somente sendo responsabilizado o agente por tal delito quando da conduta de subtrair resultar a morte da vítima. Havendo resultado para a vítima do crime de roubo, apenas lesão corporal de natureza leve, não há falar-se em latrocínio, eis porque necessário dar ao fato nova definição jurídica para o fim de reconhecer apenas um delito de roubo exasperado pelo concurso de pessoas e pelo emprego de arma. Dispensável a apreensão e perícia da arma para o reconhecimento da respectiva majorante, pois o seu poder vulnerante pode ser inf erido da própria natureza do instrumento. Precedentes da jurisprudência. Inexistindo nos autos prova induvidosa de que terceiro envolvido no crime era mesmo inimputável, pois ausente Certidão de Nascimento, mister a absolvição dos acusados pelo delito de corrupção de menores, diante da manifesta insuficiência de provas. [...] (TJMG - Apelação Criminal 1.0216.14.003021-6/001, Relator(a): Des.(a) Paulo Cézar Dias , 3ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 25/11/2015, publicação da súmula em 03/12/2015)

3 - DESEMBARGADOR Fortuna Grion Número do Processo: Apelação Criminal 1.0027.13.040018-0/001 Data do Julgamento: 01/12/2015

ENTENDIMENTO

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - TRÁFICO ILÍCITO DE SUBSTÂNCIAS ENTORPECENTES E POSSE DE ARMA DE FOGO - AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS - CONDENAÇÃO MANTIDA - CRITÉRIO DE AUMENTO PELA REINCIDÊNCIA - LIMITAÇÃO A UM SEXTO DA PENA - CAUSA DE AUMENTO DE PENA DO ARTIGO 40, VI, DA LEI 11.343/2006 - MANUTENÇÃO. 01. Demonstradas a autoria e a materialidade do tráfico de drogas e da posse de arma de fogo, a condenação pela prática dos delitos tipificados no art. 33 da Lei 11.343/06 e art. 12 da Lei 10.826/03, à falta de causas excludentes de ilicitude ou de culpabilidade, é medida que se impõe. 02. À falta de previsão legal, a fração de alteração das reprimendas pelas agravantes e atenuantes não deve se afastar do limite mínimo de 1/6 previsto para as causas de aumento e diminuição, sob pena de se equipararem àquelas causas modificadoras. 03. Existindo nos autos documento hábil, dotado de fé pública, capaz de comprovar a menoridade do adolescente, não há que se falar em ausência de prova da menoridade, devendo ser mantida a causa de aumento de pena prevista no artigo 40, VI, da Lei 11.343/2006. [...]. (TJMG - Apelação Criminal 1.0027.13.040018-0/001, Relator(a): Des.(a) Fortuna Grion , 3ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 01/12/2015, publicação da súmula em 18/12/2015)

4 - DESEMBARGADOR Maria Luíza de Marilac Número do Processo: Apelação Criminal 1.0024.14.327963-6/001 Data do Julgamento: 01/12/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - RECURSO DA DEFESA E DO MINISTÉRIO PÚBLICO - ROUBO MAJORADO - PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA - NÃO CONFIGURAÇÃO - RECONHECIMENTO DA MAJORANTE DO EMPREGO DE ARMA DE FOGO - INVIABILIDADE - CORRUPÇÃO DE MENORES - ABSOLVIÇÃO - IMPOSSIBILIDADE. Não há que se falar em participação de menor importância, quando a conduta praticada é essencial para a consumação do delito praticado em concurso de agentes. Não tendo a arma sido periciada e inexistindo nos autos meios para se aferir a sua real potencialidade ofensiva à integridade física da vítima, a majorante não pode ser reconhecida. A prova da efetiva corrupção do menor é prescindível à configuração do delito tipificado no artigo 244-B da Lei 8.069/90, bastando evidências da participação do inimputável na empreitada criminosa. Inteligência da Súmula nº 500, do STJ. [...]. (TJMG - Apelação Criminal 1.0024.14.327963-6/001, Relator(a): Des.(a) Maria Luíza de Marilac , 3ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 01/12/2015, publicação da súmula em 18/12/2015) 5 - DESEMBARGADOR Octavio Augusto De Nigris Boccalini Número do Processo: Apelação Criminal 1.0382.14.015670-6/001 Data do Julgamento: 01/12/2015

ENTENDIMENTO

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - FURTO QUALIFICADO - CORRUPÇÃO DE MENORES - MATERIALIDADES E AUTORIAS COMPROVADAS - PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA - VALOR DA RES FURTIVA QUE NÃO PODE SER CONSIDERADO IRRELEVANTE - REDUÇÃO DAS PENAS - IMPOSSIBILIDADE - MODIFICAÇÃO DO REGIME INICIAL - INADMISSIBILIDADE. 1. Restando devidamente comprovadas a materialidade e a autoria dos delitos de furto qualificado e de corrupção de menores, não há que se falar em absolvição quanto a qualquer um desses crimes. 2. Para a incidência do Princípio da Insignificância, é necessária a conjunção de alguns requisitos, os quais, segundo o Supremo Tribunal Federal, são: ofensividade mínima da conduta do agente; ausência de periculosidade social da ação; reduzido grau de reprovabilidade do comportamento do agente e inexpressividade da lesão ao bem juridicamente tutelado. Não sendo a res furtiva de valor insignificante, não há como reconhecer o mencionado instituto. 3. O delito de corrupção de menores, por se tratar de crime formal, se aperfeiçoa pela simples prática a despeito de comprovação de resultado, sendo desnecessária a prova da efetiva corrupção da menor. (TJMG - Apelação Criminal 1.0382.14.015670-6/001, Relator(a): Des.(a) Octavio Augusto De Nigris Boccalini , 3ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 01/12/2015, publicação da súmula em 18/12/2015)

POSIÇÃO DA 4ª (QUARTA) CÂMARA CRIMINAL

Entende-se que o crime de corrupção de menores tem natureza formal, bastando para o seu aperfeiçoamento a comprovação da prática de infrações penais na companhia de menores. De posição de não ser imprescindível a apresentação da certidão do nascimento ou cédula de identidade para a comprovação da menoridade: Emb Infring e de Nulidade 1.0024.11.221511-6/003, Relator Des. Amauri Pinto Ferreira, Apelação Criminal 1.0024.14.209158-6/001, Relator Des. Júlio Cezar Guttierrez; e Emb Infring e de Nulidade 1.0024.14.072353-7/002, Relator Des. Doorgal Andrada.

1 - DESEMBARGADOR Eduardo Brum Número do Processo: Apelação Criminal 1.0024.14.241997-7/001 Data do Julgamento: 28/10/2015

ENTENDIMENTO

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBOS CIRCUNSTANCIADOS - INSUFICIÊNCIA DE PROVAS QUANTO A UMA DAS IMPUTAÇÕES - ABSOLVIÇÃO MANTIDA - DEMAIS ACUSAÇÕES - DESCLASSIFICAÇÃO PARA FURTO - NÃO CABIMENTO - MAJORANTE DA ARMA - MANUTENÇÃO - SIMULACRO USADO IMPROPRIAMENTE COMO INSTRUMENTO CONTUNDENTE - TENTATIVA - RECONHECIMENTO EM RELAÇÃO A UM DOS ROUBOS - CORRUPÇÃO DE MENOR - CRIME FORMAL - NECESSIDADE DE CONDENAÇÃO - DOSIMETRIA - REESTRUTURAÇÃO - RECURSOS

PROVIDOS EM PARTE. 1. Não havendo provas seguras quanto à subtração do celular de uma das vítimas, imperiosa é a confirmação da absolvição quanto a este fato imputado. 2. Estando provado nos autos que o réu abordou as vítimas de forma intimidante, inclusive fazendo uso de um simulacro de arma de fogo, configurou-se o crime de roubo, não havendo que se falar em desclassificação para furto. 3. Aliás, restando comprovado que o réu se utilizou do artefato (simulacro de arma de fogo) como arma imprópria (instrumento contundente), desferindo coronhadas na vítima, deve ser mantida a incidência da majorante prevista no art. 157, §2º, I, do CP. 4. Considerando que, por força da reação de uma das vítimas, o crime contra ela não chegou a se consumar, deve ser reconhecida a incidência da minorante prevista no art. 14, parágrafo único, do CP. 5. De acordo com a jurisprudência consolidada no Superior Tribunal de Justiça, o delito de corrupção de menores tem natureza formal, dispensando-se a prova da efetiva corrupção do inimputável. Basta que se demonstre que o agente praticou o delito na companhia do menor ou o induziu a praticá-lo. 6. Recursos providos em parte. (TJMG - Apelação Criminal 1.0024.14.241997-7/001, Relator(a): Des.(a) Eduardo Brum , 4ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 28/10/2015, publicação da súmula em 04/11/2015)

2 - DESEMBARGADOR Júlio Cezar Guttierrez Número do Processo: Apelação Criminal 1.0024.14.209158-6/001 Data do Julgamento: 28/10/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: PENAL - RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO - CORRUPÇÃO DE MENORES - IDADE - COMPROVAÇÃO - DOCUMENTO OFICIAL - CERTIDÃO DE NASCIMENTO OU CÉDULA DE IDENTIDADE - PRESCINDIBILIDADE - CRIME FORMAL - ERRO EM RELAÇÃO À IDADE DO COMPARSAS - AUSÊNCIA DE PROVA IDÔNEA - ERRO INESCUSÁVEL - CONDENAÇÃO - IMPOSIÇÃO - ROUBO MAJORADO - RECURSO DEFENSIVO - REGIME SEMIABERTO - DESCABIMENTO - CONDENAÇÃO ANTERIOR PELO CRIME DO ART. 28 DA LEI 11.343/06 - REINCIDÊNCIA - CARACTERIZAÇÃO. - Para a comprovação da idade do menor não é imprescindível a apresentação da sua certidão de nascimento ou cédula de identidade, bastando que seja trazido aos autos qualquer documento oficial como meio de prova, desde que, por óbvio, seja dotado de fé pública, tal como o boletim de ocorrência, o auto de prisão em flagrante delito ou a certidão de antecedentes infracionais do menor, dentre outros. - A dicção legal da conduta tipificada no art. 244-B do ECA não permite inferir a necessidade da corrupção do menor para a caracterização do crime, mas, ao revés, pressupõe a corrupção pela simples prática da infração penal em concurso. - A absolvição do crime de corrupção de menores, sob o manto do erro quanto à idade do comparsa, deve estar amparada em prova isenta de dúvidas, porquanto apenas o erro de tipo inevitável ou invencível exclui o dolo. - A despeito do abrandamento das penas pelo crime de posse de droga para consumo pessoal (art. 28 da Lei 11.343/06), a conduta continua sendo prevista como crime, passível, pois, de caracterizar a reincidência em face do cometimento de novo delito pelo agente.

- Mantém-se o regime fechado, considerando o quantum da pena e a reincidência do acusado. (TJMG - Apelação Criminal 1.0024.14.209158-6/001, Relator(a): Des.(a) Júlio Cezar Guttierrez , 4ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 28/10/2015, publicação da súmula em 04/11/2015)

3 - DESEMBARGADOR Doorgal Andrada Número do Processo: Emb Infring e de Nulidade 1.0024.14.072353-7/002 Data do Julgamento: 25/11/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: EMBARGOS INFRINGENTES. CRIME DE CORRUPÇÃO DE

MENORES. ABSOLVIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. EXISTÊNCIA DE DOCUMENTO FORMAL APTO A COMPROVAR A IDADE DO MENOR ENVOLVIDO. PRECEDENTE DO STJ. RECURSO NÃO PROVIDO.

- O documento hábil ao qual a Súmula n.º 74/STJ faz referência não se restringe à certidão de nascimento, de modo que a menoridade pode ser comprovada por outros documentos dotados de fé pública, como a identificação realizada pela Polícia Civil. Mantida a condenação nas penas do art. 244-B do ECA.

- Recurso improvido. (TJMG - Emb Infring e de Nulidade 1.0024.14.072353-7/002, Relator(a): Des.(a) Doorgal Andrada , 4ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 25/11/2015, publicação da súmula em 01/12/2015)

4 - DESEMBARGADOR Corrêa Camargo Número do Processo: Apelação Criminal 1.0024.14.278630-0/001 Data do Julgamento: 21/10/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - PORTE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO E CORRUPÇÃO DE MENORES - AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS - CONDENAÇÃO MANTIDA - PENAS-BASE - MANUTENÇÃO - CONCURSO MATERIAL CONFIGURADO - REGIME PRISIONAL SEMIABERTO - RECURSO NÃO PROVIDO. - Autoria e materialidade devidamente comprovadas pelos depoimentos das testemunhas. - Deve ser caracterizada como criminosa a conduta de quem, portando ilegalmente arma de fogo, ao se ver na iminência de ser parado em um blitz policial, repassa um revólver municiado para adolescente que se encontrava no veículo, objetivando que esse assuma exclusivamente a culpa. - O delito de corrupção de menores é crime formal, bastando que o agente empreenda métodos de sedução e indução sobre crianças e adolescentes, objetivando que eles, de alguma forma, participem de atividade criminosa, sendo o que basta para a configuração do delito insculpido no art. 244-B, da Lei n.º 8.069/90.

- Penas-base mantidas, eis que corretamente valoradas todas as vetoriais do artigo 59, do CP. O mesmo se diga quanto aos consectários da pena. - Havendo a pratica de duas ou mais condutas, com dois ou mais resultados, ocorre o denominado concurso material ou concurso real de crimes. - Recurso não provido. (TJMG - Apelação Criminal 1.0024.14.278630-0/001, Relator(a): Des.(a) Corrêa Camargo , 4ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 21/10/2015, publicação da súmula em 27/10/2015) 5 - DESEMBARGADOR Amauri Pinto Ferreira (JD CONVOCADO) Número do Processo: Emb Infring e de Nulidade 1.0024.11.221511-6/003 Data do Julgamento: 25/11/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: EMBARGOS INFRINGENTES - CONDENAÇÃO POR CRIME DE CORRUPÇÃO DE MENORES - MENORIDADE DA VÍTIMA QUE PODE SER AFERIDA POR SUA QUALIFICAÇÃO NOS AUTOS - DOCUMENTO PÚBLICO - CONDENAÇÃO MANTIDA - PREVALÊNCIA DO VOTO MAJORITÁRIO. - A certidão de nascimento não é o único documento apto a demonstrar a menoridade de vítima do crime de corrupção de menores (art. 244-B da Lei 8.069/90), podendo a prova da idade do jovem corrompido ser feita também por outros documentos idôneos para tal mister, mormente se dotados de fé pública, como a qualificação do menor por ocasião do flagrante. Vv. A ausência de certidão de nascimento do menor impede a condenação pelo crime do art. 244-B, da Lei nº 8.069/90. (TJMG - Emb Infring e de Nulidade 1.0024.11.221511-6/003, Relator(a): Des.(a) Amauri Pinto Ferreira (JD CONVOCADO) , 4ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 25/11/2015, publicação da súmula em 01/12/2015)

POSIÇÃO DA 5ª (QUINTA) CÂMARA CRIMINAL

No sentido de que a corrupção de menores é delito material: Apelação Criminal

1.0079.13.085708-3/002, Relator Des. Alexandre Victor de Carvalho e Apelação Criminal 1.0317.14.002139-3/001, Relator Des. Pedro Vergara, ou seja, maioria da câmara.

No sentido de que a corrupção de menores é delito formal: Apelação Criminal 1.0480.14.008900-8/001, Relator(a): Des.(a) Júlio César Lorens.

Quanto à questão do menor já ser corrompido ou não ao tempo do crime, a Apelação Criminal 1.0317.14.002139-3/001, Relator Des. Pedro Vergara é pela absolvição do acusado quando existirem dúvidas nesse sentido.

1 - DESEMBARGADOR Alexandre Victor de Carvalho Número do Processo: Apelação Criminal 1.0079.13.085708-3/002

Data do Julgamento: 01/12/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO - CORRUPÇÃO DE MENORES - CRIME MATERIAL - ABSOLVIÇÃO - ISENÇÃO DAS CUSTAS - MATÉRIA A SER DIRIMIDA NA EXECUÇÃO. V. V. CORRUPÇÃO DE MENORES - ABSOLVIÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - DELITO FORMAL - PARTICIPAÇÃO DE MENORES EM CRIME - SUFICIÊNCIA. (TJMG - Apelação Criminal 1.0079.13.085708-3/002, Relator(a): Des.(a) Alexandre Victor de Carvalho , 5ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 01/12/2015, publicação da súmula em 09/12/2015)

2 - DESEMBARGADOR Pedro Vergara Número do Processo: Apelação Criminal 1.0317.14.002139-3/001 Data do Julgamento: 10/11/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: PENAL - ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO - ABSOLVIÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS - PRIVILÉGIO - INADMISSIBILIDADE - SUSBTITUIÇÃO DA PENA CORPORAL - DESCABIMENTO - CORRUPÇÃO DE MENORES - ABSOLVIÇÃO DE OFÍCIO - NECESSIDADE - AUSÊNCIA DE PROVA DA CORRUPÇÃO - DELITO MATERIAL - IN DUBIO PRO REO - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Encontrando-se comprovadas a materialidade e a autoria do delito de associação, impõe-se a condenação. 2. Impossível é a aplicação do privilégio do § 4º do artigo 33 da Lei de Drogas por não estarem preenchidos os requisitos necessários. 3. Incabível é a substituição da pena corporal por restritivas de direitos diante da pena aplicada. 4. Absolve-se o acusado pela prática do delito de corrupção de menores quando há dúvida se o menor já era ou não corrompido ao tempo do crime, sendo o delito material. 5. Recurso parcialmente provido. V.V. O posicionamento pacificado no Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que a corrupção de menores é delito formal. (TJMG - Apelação Criminal 1.0317.14.002139-3/001, Relator(a): Des.(a) Pedro Vergara , 5ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 10/11/2015, publicação da súmula em 18/11/2015)

3 - DESEMBARGADOR Adilson Lamounier Número do Processo: Apelação Criminal 1.0687.14.005792-2/001 Data do Julgamento: 10/11/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - FURTO QUALIFICADO TENTADO -

AUTORIA E MATERIALIDADE DEVIDAMENTE COMPROVADAS -

CONDENAÇÃO MANTIDA - AFASTAMENTO DAS QUALIFICADORAS - IMPOSSIBILIDADE.

1 - Comprovadas a autoria e a materialidade do delito de furto qualificado tentado, resta afastado o pedido de absolvição por ausência de provas.

2 - Se os elementos carreados aos autos revelam que os agentes agiram em conjunto, inclusive com divisão de tarefas na prática do furto e com o emprego de chave falsa, não merece ser acolhido o pedido de afastamento das qualificadoras

.APELAÇÃO CRIMINAL - CORRUPÇÃO DE MENORES - ABSOLVIÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - CRIME FORMAL - O posicionamento pacificado no Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que a corrupção de menores é delito formal, ou seja, para que se configure basta que o agente pratique o crime na companhia de menor.

VV. CORRUPÇÃO DE MENORES - ART.244-B DA LEI 8.069/90 - DELITO DE NATUREZA MATERIAL - IMPRESCINDIBILIDADE DE PROVA DA EFETIVA CORRUPÇÃO DO ADOLESCENTE - ABSOLVIÇAO - NECESSIDADE. (TJMG - Apelação Criminal 1.0687.14.005792-2/001, Relator(a): Des.(a) Adilson Lamounier , 5ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 10/11/2015, publicação da súmula em 18/11/2015)

4 - DESEMBARGADOR Eduardo Machado Número do Processo: Apelação Criminal 1.0686.15.004452-3/001 Data do Julgamento: 24/11/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBO MAJORADO E CORRUPÇÃO DE MENORES - ABSOLVIÇÃO POR CORRUPÇÃO DE MENORES - IMPOSSIBILIDADE - ISENÇÃO DE CUSTAS - NECESSIDADE. 1. O crime de corrupção de menores é delito formal, ou seja, para que se configure basta que o agente pratique o crime na companhia de um menor, circunstância esta verificada na espécie. 2. Tratando-se de réu pobre no sentido legal, estando, inclusive, assistido pela operosa Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais, deve ser dispensado das custas processuais, ex vi do citado artigo 10, inciso II, da Lei Estadual nº 14.939/03. V.V. I - Por ser crime de natureza material, a caracterização do delito de corrupção de menores exige a produção de resultado naturalístico, a partir da prática de pelo menos uma das condutas descritas no tipo penal (corromper ou facilitar), com a consequente alteração das características morais do menor envolvido (corrupção). II - O pagamento das custas processuais é um dos efeitos da condenação penal, consoante art. 804, do Código de Processo Penal. Conforme orientação pacífica do Superior Tribunal de Justiça, a apreciação da isenção deve ser reservada ao Juízo da Execução, diante da possibilidade de alteração após a condenação. (TJMG - Apelação Criminal 1.0686.15.004452-3/001, Relator(a): Des.(a) Eduardo Machado , 5ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 24/11/2015, publicação da súmula em 30/11/2015) 5 - DESEMBARGADOR Júlio César Lorens Número do Processo: Apelação Criminal 1.0480.14.008900-8/001 Data do Julgamento: 20/10/2015

ENTENDIMENTO

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. CORRUPÇÃO DE MENORES. CRIME MATERIAL. RESULTADO NATURALÍSTICO NÃO COMPROVADO. ABSOLVIÇÃO. NECESSIDADE. - Por ser crime de natureza material, a caracterização do delito de corrupção de menores exige a produção de resultado naturalístico, a partir da prática de pelo menos uma das condutas descritas no tipo penal (corromper ou facilitar), com a consequente alteração das características morais do menor envolvido (corrupção). V.v.p.: APELAÇÃO CRIMINAL - CORRUPÇÃO DE MENORES - CRIME FORMAL - CONDENAÇÃO - NECESSIDADE - POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO - MANTER ARMA DE FOGO EM LOCAL DIVERSO DA RESIDÊNCIA OU LOCAL DE TRABALHO - NOVA TIPIFICAÇÃO DO DELITO - PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO - RECURSO MINISTERIAL PROVIDO. 1- De acordo com a Súmula 500 do STJ, "a configuração do crime previsto no artigo 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal". 2- Se o réu manteve sob guarda e ocultou uma arma de fogo de uso permitido no telhado de uma residência próxima a sua, o que não pode ser considerado sua morada ou dependência desta e sequer seu local de trabalho, sua conduta se amolda ao tipo descrito no art. 14 da Lei 10.826/03 e não aquele previsto no art. 12 da Lei 10.826/03. (TJMG - Apelação Criminal 1.0480.14.008900-8/001, Relator(a): Des.(a) Júlio César Lorens , 5ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 20/10/2015, publicação da súmula em 26/10/2015)

POSIÇÃO DA 6ª (SEXTA) CÂMARA CRIMINAL

Entende-se que por se tratar de crime formal, fica dispensada a prova efetiva da

corrupção do menor para sua configuração. Quanto à necessidade de apresentação de certidão para comprovação da idade,

entende-se que qualquer documento dotado de fé pública é hábil para tal objetivo.

1 - DESEMBARGADOR Rubens Gabriel Soares Número do Processo: Apelação Criminal 1.0024.14.078959-5/001 Data do Julgamento: 06/10/2015

ENTENDIMENTO

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - CORRUPÇÃO DE MENORES - ABSOLVIÇÃO - VIABILIDADE - AUSÊNCIA DE PROVA DE MENORIDADE. - Para a condenação pelo delito de corrupção de menores, exige-se comprovação, estreme de dúvidas, da menoridade do suposto corrompido, a ser efetivada com a juntada de documento hábil. V.V.P.

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - CORRUPÇÃO DE MENORES - ABSOLVIÇÃO - AUSÊNCIA DE MATERIALIDADE DO DELITO - INEXISTÊNCIA DE DOCUMENTO HÁBIL ATESTANDO A MENORIDADE - IMPOSSIBILIDADE - INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA DA EFETIVA CORRUPÇÃO DO MENOR - DESNECESSIDADE - CRIME FORMAL - SÚMULA 500 DO STJ - ROUBO MAJORADO - REDUÇÃO DA FRAÇÃO DE AUMENTO PELAS MAJORANTES - NECESSIDADE - SÚMULA 443 DO STJ - RECURSO PROVIDO EM PARTE. 1. Para a comprovação da idade do menor não é imprescindível a apresentação da sua certidão de nascimento ou cédula de identidade, bastando que seja trazido aos autos qualquer documento oficial como meio de prova, desde que dotado de fé pública. 2. O delito de corrupção de menores é formal, bastando, para sua configuração, que o maior pratique com o menor a infração penal ou o induza a praticá-la. 3. O Superior Tribunal de Justiça, por ocasião da edição da Súmula nº 500, decidiu ser formal o crime de corrupção de menores, independentemente de prova da efetiva degeneração da índole do inimputável. 4. A mera indicação do número de majorantes não autoriza a exasperação da fração de aumento acima do mínimo legal, sendo necessário, para tanto, que haja concorrência de circunstâncias especiais que indiquem a existência de uma maior eficácia intimidativa (Súmula 443 do STJ). (TJMG - Apelação Criminal 1.0024.14.078959-5/001, Relator(a): Des.(a) Rubens Gabriel Soares , 6ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 06/10/2015, publicação da súmula em 19/10/2015)

2 - DESEMBARGADOR Furtado de Mendonça Número do Processo: Emb Infring e de Nulidade 1.0433.13.026477-6/002 Data do Julgamento: 24/11/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: EMBARGOS INFRINGENTES - TRÁFICO DE DROGAS - DECOTE DA MAJORANTE DO ART.40, VI DA LEI 11.343/06 - INVIABILIDADE - PROVA DA MENORIDADE - IDENTIFICAÇÃO NO BOLETIM DE OCORRÊNCIAS - DOCUMENTO IDÔNEO - EMBARGOS REJEITADOS. - A comprovação da menoridade não se restringe à certidão de nascimento, podendo ser feita por documentos diversos dotados de fé pública. (TJMG - Emb Infring e de Nulidade 1.0433.13.026477-6/002, Relator(a): Des.(a) Furtado de Mendonça , 6ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 24/11/2015, publicação da súmula em 03/12/2015)

3 - DESEMBARGADOR Jaubert Carneiro Jaques Número do Processo: Apelação Criminal 1.0079.14.048870-5/001 Data do Julgamento: 24/11/2015

ENTENDIMENTO

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - CRIME DE CORRUPÇÃO DE MENORES - ART. 244-B DO ECA - AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS - CRIME FORMAL - DESNECESSIDADE DE PROVA DA EFETIVA E POSTERIOR CORRUPÇÃO - CONDENAÇÃO NECESSÁRIA.

- Restando evidenciada a participação do menor na prática delituosa juntamente com o acusado maior de 18 (dezoito) anos, impossível a absolvição deste pelo delito previsto no art. 244-B do ECA, eis que por se tratar de crime formal, dispensa prova efetiva da corrupção do menor para sua configuração. (TJMG - Apelação Criminal 1.0079.14.048870-5/001, Relator(a): Des.(a) Jaubert Carneiro Jaques , 6ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 24/11/2015, publicação da súmula em 03/12/2015)

4 - DESEMBARGADOR Denise Pinho da Costa Val Número do Processo: Emb Infring e de Nulidade 1.0024.13.268041-4/002 Data do Julgamento: 24/11/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: EMBARGOS INFRINGENTES - CORRUPÇÃO DE MENORES - COMPROVAÇÃO DA IDADE DO ADOLESCENTE - CONDENAÇÃO - MANTIDA. A idade do menor pode ser aferida por outros meios de provas, não sendo imprescindível para comprová-la a juntada de certidão de nascimento aos autos. v.v- Ausente documento hábil a comprovar a menoridade da adolescente atingida pela conduta ilícita, imperiosa a absolvição do acusado em relação ao delito previsto no art.244-B, do ECA. (TJMG - Emb Infring e de Nulidade 1.0024.13.268041-4/002, Relator(a): Des.(a) Denise Pinho da Costa Val , 6ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 24/11/2015, publicação da súmula em 03/12/2015) 5 - DESEMBARGADOR Luziene Barbosa Lima (JD Convocada) Número do Processo: Apelação Criminal 1.0687.14.005363-2/001 Data do Julgamento: 03/11/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBO MAJORADO PELO CONCURSO DE PESSOAS E CORRUPÇÃO DE MENORES - ABSOLVIÇÃO PELO DELITO DE ROUBO - IMPOSSIBILIDADE - AUTORIA E MATERIALIDADE DEVIDAMENTE COMPROVADAS - PALAVRA DA VÍTIMA - VALIDADE - PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA - IMPOSSIBILIDADE - CORRUPÇÃO DE MENORES - CRIME FORMAL - PRESCINDIBILIDADE DA EFETIVA CORRUPÇÃO DO MENOR - CONDENAÇÃO MANTIDA - RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. Comprovadas a materialidade e a autoria delitiva, por meio das firmes declarações da vítima, mantém-se a condenação do acusado por roubo majorado, não havendo falar em participação de menor importância quando o réu possui o domínio do fato. É assente no Superior Tribunal de Justiça, bem como no Supremo Tribunal Federal, o entendimento no sentido de que o crime tipificado no artigo 244-B do Estatuto da

Criança e do Adolescente, é formal, ou seja, a sua caracterização independe de prova da efetiva e posterior corrupção do menor. (TJMG - Apelação Criminal 1.0687.14.005363-2/001, Relator(a): Des.(a) Luziene Barbosa Lima (JD Convocada) , 6ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 03/11/2015, publicação da súmula em 16/11/2015)

POSIÇÃO DA 7ª (SÉTIMA) CÂMARA CRIMINAL

Entende-se que por se tratar de crime formal, fica dispensada a prova efetiva da

corrupção do menor para sua configuração. Quanto à necessidade de apresentação de certidão para comprovação da idade,

entende-se que qualquer documento dotado de fé pública é hábil para tal objetivo, conforme visto na Apelação Criminal 1.0625.14.001132-5/001, Relator Des. Cássio Salomé.

1 - DESEMBARGADOR Marcílio Eustáquio Santos Número do Processo: Apelação Criminal 1.0035.14.018428-0/001 Data do Julgamento: 26/11/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. ROUBO MAJORADO E CORRUPÇÃO DE MENORES. DESCLASSIFICAÇÃO DA CONDUTA DE ROUBO PARA FURTO E LESÃO CORPORAL. INVIABILIDADE. EMPREGO DE VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA PARA A FINALIDADE DA SUBTRAÇÃO. DECOTE DA CAUSA DE AUMENTO DO CONCURSO DE PESSOAS. PARTICIPAÇÃO DA ADOLESCENTE DEVIDAMENTE COMPROVADA. TENTATIVA. IMPOSSIBILIDADE. INVERSÃO DA POSSE DA RES FURTIVA. ABSOLVIÇÃO DO CRIME DE CORRUPÇÃO DE MENORES. DESCABIMENTO. DELITO FORMAL. DESNECESSIDADE DE ANALISE DA ANTERIOR CORRUPÇÃO DO MENOR OU PERPETUAÇÃO DESTA CONDIÇÃO APÓS O CRIME. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 500 DO STJ. DOSIMETRIA DA PENA. REANÁLISE DAS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS PREVISTAS NO ARTIGO 59 DO CP. INCIDÊNCIA DA ATENUANTE DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA. CONCURSO FORMAL. REGIME SEMIABERTO MAIS ADEQUADO À ESPÉCIE. ISENÇÃO IMEDIATA DAS CUSTAS PROCESSUAIS. ARBITRAMENTO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. OFICIAR. 1. Impossível a desclassificação do crime de roubo para furto e lesão corporal quando evidenciado pelas provas dos autos que o agente utilizou de violência como meio de inviabilizar a defesa da vítima, visando à subtração da coisa. 2. Restando comprovado nos autos a participação de mais de um agente na empreitada delituosa, em liame subjetivo e unidade de desígnios, não há que se falar em decote da majorante do concurso de pessoas. 3. Comprovada a inversão da posse da res furtiva, não há que se falar em reconhecimento da modalidade tentada, eis que tal fato, por si só, já configura a consumação do delito. 4. Tratando-se o crime de corrupção de menor de delito formal,

desnecessária é a análise do grau de corrupção prévio do adolescente ou se, após o crime, manteve-se o agente corrompido na vida criminosa. Inteligência da Súmula nº. 500 do STJ. 5. Para fins de caracterização do crime de corrupção de menores, basta o cometimento do crime em companhia de criança ou adolescente. 6. A pena-base deve ser fixada em montante suficien te ao necessário para reprovar e prevenir o crime, de acordo com a análise das circunstâncias judiciais do artigo 59 do Código Penal, feita segundo critérios concretos. 7. Tendo o réu confessado a autoria do crime, sendo as suas declarações, inclusive, relevantes para a formação do édito condenatório, impõe-se o reconhecimento da atenuante prevista no art. 65, III, "d" do Código Penal. 8. Se, mediante uma ação, o agente praticou mais de um crime, idênticos ou não, deve-se incidir a regra do artigo 70 do Código Penal, tratando-se a hipótese de concurso formal próprio. 9. Em se tratando de réu primário, considerando o quantum de reprimenda aplicada, embora tenha sido analisada desfavoravelmente uma das circunstâncias judiciais previstas no artigo 59 do Código Penal, deve ser fixado o regime inicial intermediário, eis que suficiente e necessário à reprovação e prevenção do delito. 10. Uma vez que a defesa do réu foi patrocinada por defensor dativo, faz ele jus à isenção imediata das custas processuais, pois beneficiado pela Lei Estadual 14939/2003. 11. Devem ser fixados os honorários advocatícios ao advogado que atuou no feito como defensor dativo do réu. 12. Recurso parcialmente provido. Oficiar. (TJMG - Apelação Criminal 1.0035.14.018428-0/001, Relator(a): Des.(a) Marcílio Eustáquio Santos , 7ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 26/11/2015, publicação da súmula em 04/12/2015)

2 - DESEMBARGADOR Cássio Salomé Número do Processo: Apelação Criminal 1.0625.14.001132-5/001 Data do Julgamento: 07/10/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBO MAJORADO (DOIS) - CONCURSO DE AGENTES - EMPREGO DE ARMA - CORRUPÇÃO DE MENORES - PRELIMINAR - AUSÊNCIA DE FIXAÇÃO DO REGIME INICIAL PARA O CUMPRIMENTO DA PENA DO CRIME DE CORRUPÇÃO DE MENORES - OMISSÃO - INOCORRÊNCIA - VERIFICAÇÃO APÓS A INCIDÊNCIA DA REGRA DO CONCURSO DE CRIMES - PROVA DOS AUTOS - IDADE DO AGENTE - CRIME FORMAL - PENA-BASE - VALORAÇÃO DOS REFERENCIAIS - REPROVAÇÕES GENÉRICAS - ANTECEDENTES CRIMINAIS - AUSÊNCIA DE TRÂNSITO EM JULGADO - PENA NO MÍNIMO LEGAL - SOMA DAS PENAS - RECONHECIMENTO - CONCURSO MATERIAL EM BENEFÍCIO DO APENADO. - Tratando-se de concurso de crimes, a indicação do regime inicial do cumprimento da pena se dá após a incidência da regra pertinente (material, formal, continuidade delitiva). - A prova da idade do agente pode ser aferida por documentos oficiais e confirmada pelos testemunhos dos autos, em Juízo. - O delito de corrupção de menores é formal; desnecessário um resultado naturalístico para sua configuração. - A exasperação da reprimenda exige motivação concreta dos referenciais da pena-base.

- As circunstâncias próprias do delito não podem ser valoradas de forma genérica em desfavor do condenado na fixação da pena-base, pois já foram consideradas pelo legislador quando da criação do tipo penal e na consequente cominação das sanções. - Havendo anotação de condenação criminal sem trânsito em julgado contra o apenado, o referencial dos antecedentes criminais deve-lhe ser tido como abonador. - A fração de aumento de pena aplicada em virtude do cúmulo de majorantes no roubo deve ser estabelecida de acordo com os dados concretos do delito praticado (análise qualitativa). - Na terceira fase de dosimetria, os efeitos das minorantes preferem aos das majorantes, procedendo a operação pela redução no primeiro momento e por fim, aumentando a reprimenda. - Sendo mais proveitosa ao condenado, a soma das penas, mesmo em sendo hipótese de concurs o formal de crimes, assim deve ser observado. (TJMG - Apelação Criminal 1.0625.14.001132-5/001, Relator(a): Des.(a) Cássio Salomé , 7ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 07/10/2015, publicação da súmula em 16/10/2015)

3 - DESEMBARGADOR Agostinho Gomes de Azevedo Número do Processo: Apelação Criminal 1.0223.14.007973-0/001 Data do Julgamento: 10/12/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO - CORRUPÇÃO DE MENORES (art. 244-B, da lei

8.069/90) - CRIME FORMAL - COMPROVAÇÃO DA EFETIVA CORRUPÇÃO DO ADOLESCENTE INFRATOR - DESNECESSIDADE - PROVAS SUFICIENTES À CONDENAÇÃO - CONDENAÇÃO mantida - detração - INVIABILIDADE - COMPETÊNCIA DO JUÍZO DA EXECUÇÃO.

- Havendo nos autos provas suficientes para se imputar aos acusados o crime de corrupção de menores, a condenação se torna necessária.

- O Colendo Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial Repetitivo de nº 1.127.954/DF, realizado em 14 de dezembro de 2011, pôs fim à controvérsia em torno da natureza do delito de corrupção de menores, previsto, atualmente, no art. 244-B, do Estatuto da Criança e do Adolescente, reputando-o como crime formal, daí a desnecessidade de prova da efetiva corrupção do adolescente, bastando, para a configuração do delito, que o agente pratique a infração penal juntamente com o menor ou que o induza a praticá-la.

- Impossível a detração penal, nos termos do art. 387, §2º, do CPP, em sede recursal, notadamente em razão da falta de informações acerca do efetivo cumprimento da pena pelo acusado, bem como do requisito subjetivo, ficando tal providência a cargo do juízo da execução penal. (TJMG - Apelação Criminal 1.0223.14.007973-0/001, Relator(a): Des.(a) Agostinho Gomes de Azevedo , 7ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 10/12/2015, publicação da súmula em 16/12/2015)

4 - DESEMBARGADOR Sálvio Chaves Número do Processo: Apelação Criminal 1.0479.12.023672-0/001

Data do Julgamento: 10/12/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - CRIME DE FURTO QUALIFICADO EM CONCURSO COM DELITO DE CORRUPÇÃO DE MENORES - ARTIGOS 155, §4º, lV DO CP E ART. 244-B DO ECA - ACUSADO QUE É PRESO EM FLAGRANTE NA POSSE DIRETA DO VEÍCULO SUBTRAÍDO - TENTATIVA DE FUGA DO ACUSADO E DO MENOR DE IDADE - VERSÕES DO ACUSADO QUE NÃO SÃO UNIFORMES - DEPOIMENTO DA VÍTIMA E DE POLICIAL MILITAR - CONDENAÇÕES ACERTADAS - BEM FURTADO QUE É POSTERIORMENTE RESTITUÍDO - DELITO CONSUMADO - POSSE TRANQUILA DO BEM - CARACTERIZAÇÃO - COMPROVAÇÃO DO ENVOLVIMENTO DE UM MENOR DE IDADE EM PRÁTICA CRIMINOSA - CARACTERIZAÇÃO DO CRIME DE CORRUPÇÃO DE MENORES - AMPLA DEVOLUÇÃO - CONCURSO FORMAL - RECONHECIMENTO - ÚNICO CONTEXTO FÁTICO -NÚMERO DE ILÍCITOS PERPETRADOS - ART. 70 DO CP - AUMENTO MÍNIMO - NECESSIDADE - VIA REFLEXA - PENA FINAL QUE SE REDUZ. É sabido que para a configuração do delito de corrupção de menores, art. 244-B da Lei nº 8.069/90, como crime formal que é, basta o simples envolvimento de menor em alguma prática criminosa é o suficiente para a consumação do delito. Restando comprovado que o agente praticou o delito de furto em companhia de terceira pessoa, mostra-se correta a incidência da qualificadora descrita no artigo 155, §4º, IV, do Código Penal. Inexiste tentativa de furto, simplesmente por ter sido o agente preso por policiais militares, tempos depois da subtração do veículo da vítima e esse ter sido recuperado, já que todos os elementos do tipo levam a sua consumação, na medida em que houve a inversão da posse da 'res furtiva' e a posterior recuperação de um dos objetos não é algo que caracterize tentativa. Incide a regra do concurso formal, art. 70 do CP, quando o agente comete o crime de furto qualificado e o de corrupção de menores, pois os dois delitos foram praticados mediante uma só ação. (TJMG - Apelação Criminal 1.0479.12.023672-0/001, Relator(a): Des.(a) Sálvio Chaves , 7ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 10/12/2015, publicação da súmula em 16/12/2015) 5 - DESEMBARGADOR Paulo Calmon Nogueira da Gama Número do Processo: Apelação Criminal 1.0043.15.000598-1/001 Data do Julgamento: 10/12/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBO MAJORADO PELO EMPREGO DE ARMA E CONCURSO DE PESSOAS - DECOTE DA MAJORANTE - IMPOSSIBILIDADE - CONDENAÇÃO PELA PRÁTICA DO CRIME DE CORRUPÇÃO DE MENORES - CABIMENTO - CRIME FORMAL - OCORRÊNCIA DE CONCURSO FORMAL DE CRIMES. 1. Tendo sido demonstrado que o acusado, juntamente com um menor, mediante grave ameaça, subtraiu bens pertencentes às vítimas, não há que se falar em sua absolvição. 2. O crime de corrupção de menores é de natureza formal, sendo, portanto, desnecessária a demonstração da idoneidade moral do agente corrompido. 3. Uma vez que foram perpetrados dois delitos mediante uma só

ação constata-se a hipótese de concurso formal crimes. (TJMG - Apelação Criminal 1.0043.15.000598-1/001, Relator(a): Des.(a) Paulo Calmon Nogueira da Gama , 7ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 10/12/2015, publicação da súmula em 16/12/2015)