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Institucionalização da Equidade Social – o caso CoopZumbi Tese de Mestrado em Desenvolvimento Sustentável, no FLACAM/UNLa Janine Andreiv Rodrigues 1 ANEXO I Cartilha de formação de cooperativas de economia solidária e fomento de autonomia Símbolo do Fórum Brasileiro de Economia Solidária 1 1 http://www.fbes.org.br/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1, consultado em 25 de junho de 2012.

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Esta cartilha foi desenvolvida como resultado do projeto de mestrado desenvolvido junto a CoopZumbi.

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Institucionalização  da  Equidade  Social  –  o  caso  CoopZumbi  Tese  de  Mestrado  em  Desenvolvimento  Sustentável,  no  FLACAM/UNLa  

Janine  Andreiv  Rodrigues    

  1  

ANEXO I

Cartilha de formação de cooperativas de economia solidária e fomento de autonomia

Símbolo do Fórum Brasileiro de Economia Solidária 1

                                                                                                               1 http://www.fbes.org.br/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1, consultado em 25 de junho de 2012.

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Cartilha de formação de cooperativas de economia solidária e fomento de autonomia 1) Apresentação:

1.1. Esta cartilha foi desenvolvida como resultado do projeto desenvolvido junto a CoopZumbi.

A Cooperativa de Carrinheiros Zumbi dos Palmares (CoopZumbi) está

localizada no Centro Industrial Mauá, Vila Zumbi, no município de Colombo.

Existindo de fato desde 2006, porém até o ano de 2010 não possuía

sua documentação que encontrava-se em mãos de terceiros, bem como a

documentação do seu caminhão, os documentos encontravam-se em mãos

da empresa Aliança Empreendedora. Não se faziam os recolhimentos do

INSS dos cooperados. Estes os aspectos do ponto de vista da parte

institucional da cooperativa e cooperados.

Foi formada uma equipe projetual com a participação da projetista, do

presidente da cooperativa e sua tesoureira, de um coach, de um engenheiro,

de uma psicóloga, e de uma mestre em sociologia. E, Ainda nas relações

humanas e criatividade com sustentabilidade houve o trabalho de um artista

plástico, que realizou uma oficina de colagens.

O trabalho desenvolvido buscando a institucionalização da cooperativa

foi: 1) solicitar a documentação; 2) receber a documentação (do item 1 ao 2

houve uma demora de 6 meses para que a empresa social entregasse os

documentos); 3) contratação pela diretoria de uma contabilista (que passou a

integrar a equipe projetual); 4) regularização junto a receita federal e estadual

pela contabilista, pois a documentação foi entregue irregular, a inscrição

estadual estava cancelada e a inscrição na receita federal irregular, dentre

outras irregularidades; 5) representação junto ao ministério público para

averiguar responsabilidades em relação a terceiros quanto a cooperativa; 6)

início do recolhimento ao INSS pelos cooperativados (pois embora a

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cooperativa já funcionasse desde 2006 e tivesse sido pago para recebimento

de orientação a funcionário da empresa social, até maio de 2010 não houvera

o recolhimento).

Cabe aqui ressaltar que quanto as representações, o ministério público

estadual encaminhou ao ministério público do trabalho. Sendo posteriormente

arquivada (vide íntegra da representação no blog).

http://cooperativasautonomas.blogspot.com/2010/01/representacao-ao-

ministerio-publico.html

O Ministério Público do Trabalho encaminhou oficio ao Fórum Lixo e

Cidadania e este fez uma capacitação na região, esta capacitação levou a

decisão por parte de 12 de 17 cooperados a integrarem o Instituto Lixo e

Cidadania, em assembleia realizada em 23 de junho de 2011.

Quanto a representação encaminhada ao Ministério Público Federal

encontra-se também arquivada.

No fechamento do projeto haviam as seguintes pendências

repassadas aos cooperados - alvará dos bombeiros pendente, utilização de

notas fiscais pendente, domínio do sítio eletrônico

http://www.coopzumbi.com.br/ ainda com a Empresa Aliança

Empreendedora, a cooperativa não tinha acesso ao seu próprio sítio

eletrônico, sede social própria pendente - a Fundação AlphaVille aguardava

resposta do edital para a FUNASA.2 A contabilista manteve-se vinculada a

cooperativa até junho de 2010. Quanto a autonomia adquirida com sua

documentação e contabilidade própria os cooperados abriram mão da

mesma pelo preço de ter sua contabilidade feita por uma ONG – Instituto Lixo

e Cidadania.

Porém, o resultado foi regular, tendo em vista que por falta de terreno

doado, ou em comodato com a Prefeitura de Colombo o Projeto apresentado

a Fundação Nacional de Saúde - FUNASA3 pela Fundação Alphaville não

obteve o recurso para a construção do barracão para a cooperativa. E até a

descontinuidade de suas atividades (em virtude do despejo, em agosto de                                                                                                                2 Posteriormente recebemos a notícia da não aprovação do projeto junto a FUNASA, por não haver o terreno para a construção do Barracão. 3 3 http://www.funasa.gov.br/internet/linkBanner/arquivos/2010/edtCat02_2010.pdf, consultado em 18 de junho de 2012.

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2011), não iniciou a emissão de notas fiscais e continuou destinando seu

produto a terceiros e não a Bolsa de Resíduos da Federação das Indústrias

do Estado do Paraná, como era o esperado.

Os cooperados foram despejados do galpão que ocupavam após a

Fundação Alphaville parar de pagar o aluguel e após um incêndio que

ocorreu provavelmente pelo uso de cigarros em local em que eram

armazenados diversos produtos inflamáveis.

No momento a cooperativa encontra-se desativada de direito, porém

tem-se notícias que um dos cooperados está utilizando seu maquinário.

Esta cartilha surge dos resultados positivos do projeto desenvolvido e

da avaliação dos erros cometidos e suas causas.

Esta Cartilha serve para outras cooperativas de economia solidária

tais como de pequenos agricultores, de artesanato, de artistas, bem como de

serviços. Então na utilização da Cartilha abre-se novas possibilidades reais

de desenvolvimento sustentável.

Permanece no que diz respeito a cartilha a crítica a legislação

aplicada as pequenas cooperativas ser a mesma que é aplicada as grandes

cooperativas, o que dificulta o entendimento das pessoas menos instruídas e

que faz com que haja necessidade de terceiros que façam a aplicação da

mesma no emaranhado registros e condições para mantê-los, a legislação

brasileira já tem um bom exemplo de simplicidade que permite ao micro

empreendedor individual com nenhuma ou pouca assistência técnica de

terceiros registrar-se como Micro Empreendedor Individual – adepto do

sistema SIMPLES, o que já propiciou a milhares de micro empresários se

formalizarem, com os direitos previdenciários assegurados, bem como com a

possiblidade de emissão de notas fiscais. Se continuasse-se um projeto

prático se buscaria aliar as facilidades do SIMPLES para o MEI as

cooperativas, talvez uma cooperativa de Micro Empresários Individuais,

porém demandaria outro estudo jurídico a parte para se adequar os institutos

e suas legislações.

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2. Introdução 2.1 Perspectiva inovadora do enfoque do projeto

Quando da orientação de se construir esta cartilha, busquei na rede

(internet) o que já existia na área. Desta busca destaco que localizei o portal

do Cooperativismo Popular da UFRJ – Universidade Federal do Rio de

Janeiro e boa parte do que pretendia informar já se encontra nele, então está

sendo reproduzido, nesta cartilha, com citação da fonte. Inovação: O projeto e esta cartilha decorrente dele tem de inovador no

campo do conhecimento o estudo e a prática, em que a ciência jurídica é

vista como ciência protagonista na transformação e na busca da

sustentabilidade. Surge com a observação e constatação da ligação explícita

entre o padrão de produção e consumo e a degradação do meio ambiente e

a exclusão social.

Explicando, quando maior e mais centralizado, forem os meios de

produção e a recompensa pelo trabalho e capital, maior tende a ser a

desigualdade na participação da riqueza e o meio ambiente será mais

afetado. E o direito como normatizador pode trazer os instrumentos capazes

de reverter este panorama. O direito também pode ser utilizado como

ferramenta junto a órgãos como o Ministério Público.

Ministério Público este que é o agente do estado que fiscaliza as

relações humanas onde os direitos humanos devem estar sendo respeitados

e todos os atores tendo a dignidade da pessoa humana assegurada.

Neste momento cabe relembrar a teoria tridimensional do direito de

Miguel Reale: Fato, Valor e Norma.

Com este pensamento as cooperativas de economia solidária são uma

alternativa que podem trazer a inclusão social e o desenvolvimento

sustentável, no que tange o meio ambiente equilibrado. Quanto a ciência

jurídica como protagonista desta transformação relato que no Brasil no

campo do cooperativismo de economia solidária temos o novo marco legal

que deve ser votado, pois a atual legislação no Brasil (lei 5.764/71), abrange

tanto as grandes cooperativas do agronegócio quanto as pequenas

cooperativas de economia solidária. Esta lei possui uma visão que, por

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muitas vezes, não atende a pequena cooperativa, pois a estrutura de

diretoria, as obrigações junto aos órgãos do governo e os fundos são

normatizados para as de maior porte.

Ainda, especificamente em relação a cooperativas de catadores,

durante a realização do projeto foi promulgada a nova lei que institui a

Política Nacional de Resíduos Sólidos (lei 12.305/2010) trazendo a logística

reversa. Tal legislação propicia uma melhor parceria das cooperativas de

reciclagem com as indústrias de produtos que contem embalagens a serem

recicladas, bem como com as prefeituras.

2.2 Cooperativismo de Economia Solidária

O cooperativismo de economia solidária surge como alternativa sócio

ambiental mais viável, pois a proximidade com o meio ambiente é sentida, a

construção do pensamento coletivo de “ser dono” trabalha em prol de

maiores cuidados com os semelhantes e com o meio em que se está

inserido. Responsabilizando os atores pelo desenvolvimento sustentável.

Neste pensamento tanto o cooperativismo de trabalhadores na

reciclagem ou dos pequenos produtores rurais, dentre outros são bons

exemplos de inclusão social, e cuidados com o meio ambiente.

Não pretendo desmerecer as grandes cooperativas, pois todas as

cooperativas, mesmo as cooperativas de crédito, que não se inserem no

pequeno cooperativismo e que necessitam de um processo mais elaborado

e burocrático, por estarem inseridas no sistema financeiro, são exemplos de

descentralização, de autonomia em relação ao sistema financeiro

centralizador. Porém, o foco deste estudo são as pequenas cooperativas de

economia solidária.

Ainda, em relação cooperativas de crédito cabe mencionar o

Grameenbank que surgiu em Bangladesh, idealizado pelo professor

Muhammad Yunus, tornou-se uma grande cooperativa de crédito, com dois

milhões de sócios com potencial de crescimento extraordinário. O

Grameenbank não é uma filantropia, pois as instituições filantrópicas têm um

limite de crescimento. Um terço dos camponeses que se associaram ao

banco em 10 anos saiu da linha de pobreza e à medida que iam se tornando

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menos pobres, aumentavam suas poupanças, o que permitiu a expansão do

banco em vários países do mundo4.

O grande desafio é transmutar o pensamento de competição e dominação em relação aos pares, no caso cooperados. Infelizmente o

pensamento de se apropriar dos bens de produção e lucrar com o trabalho

alheio ainda está muito arraigado, fruto do modelo capitalista. Plantar nos

corações os ideais cooperativos é algo que deve ser trabalhado desde a mais

tenra formação escolar, para que possamos ter uma sociedade, que seja

mais solidária, que possamos todos ganhar. O conhecido como ganha-

ganha. Isto não é socialismo é cooperativismo, onde há a liberdade, há a

propriedade privada, porém utilizados para um bem coletivo.

O cooperativismo popular, segundo o portal do cooperativo popular5,

é uma releitura da ideologia cooperativista, criada no século XIX, na Europa,

em defesa de um modelo de produção e de sociedade que se contrapõe a

exploração do modelo capitalista.

Tal como o cooperativismo, que surgiu em consequência da revolução

industrial, seu desenvolvimento ocorre, no Brasil, nos anos 1990, em

resposta ao modelo econômico então implantado - terceira revolução6. Nesse

contexto, buscou-se promover a mobilização e a formação de lideranças para

gerar trabalho e renda e possibilitar a transformação da realidade social

excludente.

Então em um ambiente de exclusão surge o cooperativismo popular

como uma alternativa, um meio de inclusão dos cooperativados a um modelo

de produção e consumo que viabilize a dignidade da pessoa humana.

2.3 Economia Solidária:                                                                                                                4  EMPRESA FALIDA: RESISTÊNCIA DOS TRABALHADORES E AUTOGESTÃO A PARTIR DA CRIAÇÃO DE UMA COOPERATIVA Dissertação de MARIA LUIZA DOMINGUES, apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de mestre em tecnologia do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. 5 http://www.cooperativismopopular.ufrj.br, consultado em 12 de novembro de 2010. 6http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_da_fae/fae_v3_n2/a_terceira_revolucao_industrial.pdf consultado em 12 de novembro de 2010.

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Segundo Maria Luiza Domingues em sua dissertação:

“Economia solidária, economia popular, economia popular solidária, economia social e outras denominações. Todos esses nomes se referem a uma economia de autogestão assegurando os princípios de solidariedade, da livre adesão e a não lucratividade individual (AUED, 2005). A economia solidária inclui as formas mais amplas de organização da produção, da distribuição, da circulação e do consumo. Entre elas estão as cooperativas, as associações de autogestão, os clubes de trocas, o Banco do Povo até o Grameenbank. (SINGER, 2004). A ES pode ser vista como um movimento social: “Economia solidária é uma militância que marcha melhorando a qualidade de vida das pessoas, sem palavras de ordem, onde o trabalho não é subordinado ao capital, onde os líderes são os próprios trabalhadores” (SINGER, 2003 p.1).7

Origens do Cooperativismo:

Ainda, segundo o portal do cooperativo popular8 uma das experiências mais

destacadas é a da chamada "Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale".

Em 1844: 28 operários - 27 homens e 1 mulher -, em sua maioria tecelões,

no bairro de Rochdale-Manchester, na Inglaterra, e reconhecida como a

primeira cooperativa moderna, a "Sociedade dos Probos de Rochdale"

(Rochdale Quitable Pioneers Society Limited) forneceu ao mundo os

princípios morais e de conduta que são considerados, até hoje, a base do

cooperativismo autêntico.9

Princípios básicos do cooperativismo: Adesão livre e voluntária, Gestão

democrática e livre, Participação econômica dos sócios, Autonomia e independência, Educação, treinamento e informação, Cooperação entre as

cooperativas e Preocupação com a comunidade.

                                                                                                               7 EMPRESA FALIDA: RESISTÊNCIA DOS TRABALHADORES E AUTOGESTÃO A PARTIR DA CRIAÇÃO DE UMA COOPERATIVA Dissertação de MARIA LUIZA DOMINGUES, como citado na nota 1. 8  http://www.cooperativismopopular.ufrj.br, consultado em 12 de novembro de 2010.

9  http://www.cooperativismopopular.ufrj.br, consultado em 12 de novembro de 2010.

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3. Elementos fundamentais na constituição de uma cooperativa

Elencando os aspectos fundamentais de constituição e funcionamento

de uma cooperativa:

a) Cooperação;

b) Obediência as leis do pais;

c) Soberania das decisões dos cooperados;

d) Transparência como fomentador da confiança;

e) Cada pessoa um voto. É onde está assentado a democracia das decisões.

f) Para entrar na cooperativa precisa querer livremente e a aprovação da

maioria. Para ser excluído somente por dispositivo legal, ou por determinação

estatutária, ou do regimento interno.

g) Todo o trabalho tem o valor igual, a menos que a Assembleia Geral, ou o

Estatuto, ou o Regimento Interno disponha de forma diferente.

Acima das decisões dos cooperados apenas a Constituição Federal e as Leis, o conhecimento desta máxima deve ser priorizado na

formação de uma cooperativa de economia solidária.

Embora seja redundante o aspecto fundamental na constituição de

uma cooperativa é a cooperação entre os integrantes.

Com base na experiência do projeto Coop Zumbi, pode ser destacado

outro ponto relevante - a transparência das ações, pois ainda há muita

desconfiança entre os seres humanos, quanto mais transparência maior será

a possibilidade de confiança entre os membros.

O cooperado é um sócio e não pode ser excluído da sociedade sem

motivo grave. Pois o trabalho cooperativado cria riqueza para todos, o

cooperado não terá direitos trabalhistas, pois não é empregado, logo em

compensação não pode ser excluído de usufruir do crescimento do

empreendimento que é dele e que ajudou a construir.

Saber e lembrar que - Cooperativa é a união de esforços em prol de

um mesmo objetivo. Cooperativismo deve ser por excelência uma forma de

alavancar pessoas com objetivos semelhantes.

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Neste assunto o portal do cooperativismo popular da UFRJ apresenta

uma enumeração interessante de princípios básicos do cooperativismo, que

transcrevo a seguir:

Adesão livre e voluntária As cooperativas são organizações voluntárias abertas a todas as pessoas aptas a usar seus serviços e dispostas a aceitar as responsabilidades de sócios, sem discriminação de classe social, racial, política, religiosa e sexual (de gênero). Gestão democrática e livre As cooperativas são organizações democráticas controladas por seus sócios, os quais devem participar ativamente no estabelecimento de suas políticas e na tomada de decisões. Homens e mulheres, quando eleitos como representantes, são responsáveis para com os sócios. Nas cooperativas singulares, os sócios devem ter igualdade na votação (um sócio um voto); as cooperativas de outros graus, formadas pela associação de mais de uma cooperativa, devem ser também organizadas de maneira democrática. Participação econômica dos sócios Os sócios devem contribuir de forma igualitária e controlar democraticamente o capital das cooperativas. Parte desse capital é propriedade comum da cooperativa. Usualmente, os sócios recebem juros limitados (se houver algum) sobre o capital, como condição de sociedade, destinando as sobras aos seguintes propósitos: desenvolvimento das cooperativas, possibilitando a formação de reservas, parte dessas podendo ser indivisíveis; retorno aos sócios na proporção de suas transações com as cooperativas; apoio a quaisquer outras atividades que forem aprovadas coletivamente pelos sócios. Autonomia e independência As Cooperativas são organizações autônomas, para ajuda mútua, controladas por seus membros. Em acordo operacional com outras entidades, inclusive governamentais, ou recebendo capital de origem externa, elas devem fazê-lo em termos que preservem o controle democrático pelos sócios e mantenham sua autonomia.

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Educação, treinamento e informação. As cooperativas devem buscar mecanismos para proporcionar educação e treinamento aos seus sócios, dirigentes eleitos, administradores e funcionários, de modo a contribuir efetivamente para o seu desenvolvimento. Estes, por sua vez, deverão informar ao público em geral, particularmente aos jovens e aos formadores de opinião, sobre a natureza e os benefícios da cooperação. Cooperação entre as cooperativas As cooperativas, além de atender mais efetivamente aos interesses comuns de seus sócios, devem procurar fortalecer o movimento cooperativista, trabalhando juntas, através de estruturas locais, nacionais, regionais e internacionais. Preocupação com a comunidade As cooperativas devem trabalhar para o desenvolvimento sustentável de suas comunidades através de políticas aprovadas por seus associados

4. Quanto a direitos dos cooperados: Os elementos fundamentais na constituição de uma cooperativa

devem estar sendo respeitados. Cooperado não é empregado, não tendo obrigações para um patrão.

Cooperativa é uma reunião de pessoas com direitos e deveres iguais, vistas

as diferenças pessoais/individuais. Para uma cooperativa bem funcionar o

trabalho deve ser de todos. Cada qual fazendo o seu melhor e buscando

progredir.

4.1) Direitos que tem: 4.1.1) Votar e ser votado;

4.1.2) Participar das decisões da Cooperativa; Cada pessoa um voto;

4.1.3) Participar da divisão dos resultados (lucro) do trabalho

igualmente, ou como o estatuto, regimento interno determinar.

Em consonância com este desenvolvimento temos o contido no portal do cooperativismo popular da UFRJ:

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Quanto a distribuição de renda A remuneração dos trabalhadores em uma cooperativa é proporcional ao trabalho realizado e não pode exceder a três vezes o valor da menor remuneração dos cooperados, exceto quando a base salarial da categoria a ser remunerada for superior. A tabela de remuneração de todos os cooperados, inclusive diretores, é aprovada em assembleia geral, com divisão eqüitativa das sobras. 10

4.2) Direitos que não que tem: 4.2.1.) Direitos trabalhistas (não tem), por que os cooperados trabalham para

si, ao mesmo tempo empregado e patrão.

Neste aspecto vale ressaltar que deve ser uma cooperativa real e não um

maneira de retirar dos trabalhadores seus direitos.

Neste aspecto o portal da UFRJ assim trata.

... Os cooperados têm direitos trabalhistas? Quais? Os cooperados têm direitos societários na Cooperativa e não trabalhistas, que correspondem à relação patrão-empregado. Os direitos dos cooperados, como sócios, são os resultados da cooperativa. A forma como esse direito é regulamentado é definida no estatuto social, assim como os benefícios.11

4.3) Direito que tem, mas que precisa pagamento para assegurar: 4.3.1) Previdência Social – Instituto Nacional do Seguro Social, INSS - o

cooperado para ter os direitos previdenciários assegurados precisa recolher

para a previdência social. Site da previdência:

http://www.previdenciasocial.gov.br/ O INSS pelo telefone 135, faz a inscrição dos cooperados que ainda não

forem inscritos, o que também pode ser feito na página do INSS.

Já a Guia de Previdência Social – GPS pode ser comprada em

papelarias, ou impressa no sitio eletrônico da Previdência Social

http://www.previdenciasocial.gov.br/

                                                                                                               10 http://www.cooperativismopopular.ufrj.br, consultado em 12 de novembro de 2010. 11 http://www.cooperativismopopular.ufrj.br, consultado em 12 de novembro de 2010.

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Neste ponto é importante ressaltar: O cooperado que recolhe apenas 11% (R$ 68,42) ou 5% do salário

mínimo (R$ 31,10) em julho de 2012, somente terá direito a Aposentadoria

por Idade, após 15 (quinze) anos de contribuição e idade, se homem com 65

anos de idade e mulher com 60 anos de idade.

Terá direito (cumprida a carência e requisitos) também a receber os

benefícios: Auxílio Doença, Auxílio Reclusão, Pensão por Morte, Salário

Maternidade.

No caso de cooperativas de catadores o recolhimento de apenas 11%

ou 5% para os cooperados jovens prejudica, pois além de apenas garantir a

aposentadoria por idade, não permite que se contabilize para a

aposentadoria a insalubridade.

Para se contabilizar o tempo especial em decorrência da

insalubridade há a necessidade de pagar-se 20% (R$ 124,40) em julho de

2012, e haver o laudo técnico das condições em que os cooperados

trabalham.

Explicação a respeito de 5% de contribuição – Com a edição da

Medida Provisória 529/2011 a contribuição previdenciária do Micro

Empreendedor Individual passou a ser de 5% do salário mínimo. E nada impede que a cooperativa seja formada por

Micro Empreendedores Individuais. No caso de catadores de materiais

recicláveis temos na página eletrônica do MEI as seguintes categorias que

podem ser utilizadas, por exemplo, em uma cooperativa de catadores: coletor

de resíduos (não) perigosos, reciclador diversos.

5. Reciclagem e Sustentabilidade

A sustentabilidade ambiental e humana inclui nossas necessidades,

nossos recursos, o ponto em que nossa sociedade encontra-se sendo

necessária a transição a um modelo de inclusão social e respeito as

limitações do planeta em repor os recursos naturais que utilizamos.

Como já exposto na transcrição do portal da UFRJ, no item 3, “As cooperativas devem trabalhar para o

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desenvolvimento sustentável de suas comunidades através de políticas aprovadas por seus associados.”12

As cooperativas de catadores de materiais recicláveis tem como

função primeira e explícita a preservação do meio ambiente, Conforme

consulta no sitio eletrônico: http://www.setorreciclagem.com.br/modules.php?name=News&file=article&si

d=437, consultado em 10 de maio de 2011.

Temos alguns números relativos a reciclagem no Brasil. Em 2004, o Brasil

reciclou nada menos que 9 bilhões de latinhas, equivalente a 121 mil

toneladas. De acordo com a Associação Brasileira do Alumínio (Abal), 95,7%

da produção nacional de latas foi reciclada em 2004, índice superior ao do

Japão e dos Estados Unidos, que recuperou 51% das latinhas consumidas

pelos norte-americanos no mesmo período.

Cada quilo de alumínio equivale a 75 latinhas. Em valores, o preço

pago por tonelada do produto é, em média, R$ 3.500,00. Numa conta rápida,

com 80 mil latinhas é possível comprar um Outro produto muito

interessante é a garrafa plástica de refrigerante, tipo pet. O Brasil reciclou

173 mil toneladas de garrafas em 2004, equivalente a 48% da produção

nacional. Enquanto nos Estados Unidos a reciclagem desse tipo de material

está caindo ano após ano, no Brasil acontece o contrário: a reciclagem da

resina de pet cresce numa média de 20%, desde 1997.13

6. Legislação Correlata (leis: 5764/1971; 12.305/2010, Decreto 5940/2001)

Ainda no campo jurídico a aprovação da nova lei que institui a Política

Nacional de Resíduos Sólidos, Lei 12.305/2010 em agosto, depois de 19

anos de discussões no Congresso Nacional reforçou a percepção do quanto

a legislação e sua aplicação podem contribuir com a sustentabilidade.

                                                                                                               12  http://www.cooperativismopopular.ufrj.br, consultado em 12 de novembro de 2010.

13http://www.setorreciclagem.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=437, consultado em 10 de maio de 2011

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  15  

Até a presente data a legislação que rege as Cooperativas Populares

é a mesma que rege as grandes cooperativas agropecuárias, dentre outras (

Lei atual 5764/71), sendo que em 17 de junho de 2010 foi apresentada, por

ocasião da II Conferência Nacional de Economia Solidária, na Câmara dos

deputados o projeto de lei de iniciativa popular que cria o Marco Legal da

Economia Solidária. 14

6.1 Número de Cooperados Ainda, segundo o portal do cooperativismo popular da UFRJ:

É de se notar que não existe, ainda, entendimento pacífico sobre o exato número mínimo de cooperados necessário para formar uma cooperativa, isto porque existem interpretações controversas desde o advento do Código Civil de 2002, que estabeleceu que o número mínimo seria o número de associados necessários para compor a administração da cooperativa, conforme preceitua o art. 1094, II, do Código, dispositivo diverso daquele previsto na Lei do Cooperativismo - Lei 5.764/71 -, que em seu art. 6, II, estabelecia expressamente o número de vinte cooperados como número mínimo para constituir uma cooperativa. Parte da doutrina defende que o art. 6, inciso II, da Lei 5.764/71, por tratar-se de lei especial, não teria sido derrogado pelo Código Civil de 2002 (posição assumida, exemplificativamente, pela OCB), ou mesmo por entender que não haveria conflito entre os dois dispositivos, sendo possível conciliar ambos no sentido de que o número mínimo mantém-se em 20, salvo exigência de número maior. Outra parte da doutrina entende que o art. 1.094, II, teria derrogado o art. 6, II, da Lei 5674/71, e que o número mínimo teria sido reduzido para o número mínimo necessário para formação dos órgãos de administração, embora não exista entendimento pacífico de qual seria esse novo número. Alguns aduzem que tal número seria de 13, outros de 9, 7 e até mesmo aventam a possibilidade de 2 pessoas serem capazes de formar uma cooperativa, de acordo com o Código Civil de 2002. Entendemos que o art. 1.094, inciso II, do Código Civil de 2002 (“são características da sociedade cooperativa o concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a administração da sociedade, sem limitação de número máximo”), é dispositivo especial, portanto, teria

                                                                                                               14 http://blog.mte.gov.br/?p=2515 consultado em 12 de novembro de 2010.

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  16  

derrogado a Lei 5.764/71, no que se refere a seu art. 6, inciso II (“as sociedades cooperativas são consideradas: singulares, as constituídas pelo número mínimo de 20 (vinte) pessoas físicas”...). Este entendimento se embasa, ademais, na própria Constituição de 1988, que estabelece o fortalecimento do cooperativismo como verdadeiro princípio. Ora, a Lei 5.764/71 foi elaborada em outra época, ainda sem influência das novas tecnologias e métodos de produção modernos, advindos com a 3ª. Revolução Industrial, a revolução da tecnologia. Obviamente, o numero mínimo de 20 idealizado pela Lei 5.764/71 condizia à sua época, já atualmente este número não mais se apresenta como realidade para constituição e funcionamento ideal de um empreendimento cooperativista – vide, exemplificativamente, o direito comparado, onde as legislações mais modernas admitem, inclusive, cooperativas formadas por 2 pessoas. Daí porque a interpretação do art. 1.094, II, do Código Civil de 2002 não pode terminar em um engessamento desse número mínimo de 20, como se tratasse de verdadeiro dogma, ignorando as modificações ocorridas durante os últimos 30 anos e ignorando que a nova ordem constitucional estabeleceu o fortalecimento do cooperativismo como princípio. Interpretação que vá de encontro a esse princípio constitucional não pode ser atualmente admitida, daí porque se defende a interpretação pela derrogação do art. 6, II, da Lei 5764/71, para admitir-se a formalização de cooperativas com menos de 20 cooperados. O número de 14 (quatorze) cooperados, sugerido pelo Portal, leva em consideração o número mínimo de 3 cooperados para compor a diretoria – embora atualmente possa ser admitida a administração por um só cooperado, e o número mínimo de outros 3 cooperados para compor o conselho fiscal, mais outros 3 cooperados para serem suplentes, observada a vedação relativa à grau de parentesco definido pela lei cooperativista (art. 51, parágrafo único: “Não podem compor uma mesma Diretoria ou Conselho de Administração, os parentes entre si até 2º (segundo) grau, em linha reta ou colateral.”; art. 56, § 1º: “Não podem fazer parte do Conselho Fiscal, além dos inelegíveis enumerados no artigo 51, os parentes dos diretores até o 2° (segundo) grau, em linha reta ou colateral, bem como os parentes entre si até esse grau”). Os outros 5 cooperados que não compõem tais órgãos são necessários para aprovação das contas da Diretoria e do parecer do Conselho Fiscal – cujos

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membros não podem votar nessas matérias – na assembleia geral ordinária, bem como para formar o quorum mínimo de instalação da Assembleia Geral para deliberar sobre qualquer assunto, conforme preceitua o art 40, III, da Lei 5.764/71. Quanto à necessidade de renovação, estabelece a Lei: somente 2/3 do conselho de administração pode ser reeleito e somente 1/3 do Conselho Fiscal pode ser reeleito. Assim o número excedente de 5 cooperados é mais do que suficiente para possibilitar a renovação nesses órgãos. Ressalte-se, por fim, que não é impossível defender-se um número mínimo inferior a 14 cooperados, fundados, igualmente, na nova interpretação que deva ser dada ao número mínimo de cooperados necessários para compor a Diretoria e o Conselho Fiscal, embora quem deva realmente estabelecer o número exato seja a jurisprudência, de acordo com o grau de efetivação do princípio constitucional que prescreve o fortalecimento do cooperativismo que pretendam dar.

O Decreto 5940/2001 determina que os resíduos recicláveis da

administração pública federal seja destinada a cooperativas de catadores. Lei 12.305/2010

7. Técnicas de formação de uma cooperativa popular segundo o Portal do Cooperativismo Popular da UFRJ Adoto as técnicas de formação de uma cooperativa popular segundo o

Portal do Cooperativismo Popular da UFRJ que adoto, face a excelente

qualidade e especificidade.

7.1 Construção da Identidade do Grupo 1º Passo: Formação e construção da identidade do grupo Inicialmente, é necessário reunir todas as pessoas interessadas em formar a cooperativa. De acordo com o artigo 1.094, inciso II, da Lei 10.406 de 10/01/2002 (Novo Código Civil), o qual alterou a lei 5.764/71 (a lei do Cooperativismo), que exigia um número mínimo de 20 pessoas para formar uma cooperativa, um empreendimento dessa natureza pode ser formado pelo número mínimo de integrantes necessário para compor a sua administração e órgãos obrigatórios. Confrontando as normas exigidas pela lei 5.764/71 com

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esse novo dispositivo legal, pode-se dizer que o número mínimo de 14 (quatorze) cooperados possibilita a instituição de uma sociedade cooperativa, questão ainda controvertida.15 Cabe lembrar que não importa o tempo necessário para a conclusão desta fase. O importante é que todos tenham certeza do caminho que vão seguir. Seguem algumas sugestões para facilitar esse processo: a) É recomendável que cada integrante partilhe sua experiência profissional e de vida com o grupo. Caso alguém já tenha tentado formar uma cooperativa, é importante que todos conheçam essa experiência, mesmo que ela não tenha sido positiva. b) O grupo deve discutir cuidadosamente o objetivo da cooperativa e a(s) atividade(s) econômica(s) que podem atuar (verificar sempre a relação da experiência profissional de cada um com as propostas que estão sendo apresentadas). c) É fundamental verificar as possibilidades ou vantagens de uma determinada atividade: Os cooperados têm experiência profissional no ramo pretendido? Os componentes do grupo possuem ou têm como adquirir os equipamentos necessários? Uma nova atividade econômica vai se instalar na região? Existem ou vão existir investimentos públicos em determinada atividade? d) Pode ser muito útil conhecer outros empreendimentos cooperativos; visitar e convidar outros grupos para discutir a experiência com o seu. e) Procurar possíveis instituições parceiras para apoiá-los nessa empreitada: poder público, universidades, ONGs, igrejas, sindicatos, entre outros. f) Se neste processo, o grupo conseguir construir uma identidade, com a aprovação de todos os integrantes, poderá ir para o segundo passo.

7.2 Elaboração de Estatuto:

2º Passo: Construindo o Estatuto Social O Estatuto Social é um instrumento “legal” básico para a formação de uma cooperativa, composto por um conjunto de normas que servem para estruturar administrativamente a cooperativa e disciplinar o seu funcionamento, estabelecendo também os direitos e

                                                                                                               15 Vide item 6.1

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deveres dos cooperados. Formulado pelo conjunto dos associados, sua elaboração precede a formalização da sociedade, fazendo parte do processo de criação da cooperativa. Com base nos anseios e na cultura do grupo, devem constar no estatuto social os objetivos da cooperativa, as regras para escolha de seus dirigentes, o tempo estipulado para o mandato, as funções dos diferentes órgãos administrativos, as punições aos desvios de conduta, as formas de julgamento, entre outras diretrizes essenciais ao bom funcionamento do empreendimento. Para construir o Estatuto Social, é importante seguir as seguintes etapas: a) Constituir uma comissão provisória formada por integrantes da cooperativa para organizar o processo de formação; b) Elaborar a minuta do Estatuto Social em reunião com todos os integrantes da cooperativa. Após a elaboração da minuta, que deve ser aprovada por todos os presentes, é importante submetê-la a revisão de um advogado, procurando evitar o esquecimento de algum item importante e/ ou a inclusão de artigos que firam a lei. Feita esta revisão, a minuta deve ser lida novamente por todo o grupo. c) O regimento interno pode ser escrito neste mesmo processo. d) Organizar e marcar a data, local e horário da Assembleia para a constituição da cooperativa; e) Publicar edital de convocação da Assembleia. 3º Passo: Realização da Assembleia de Constituição A Assembleia de Constituição é o ato público de fundação da cooperativa. Para organização e realização desse ato, sugerimos os seguintes procedimentos:

A) organização da Assembleia a.1) materiais necessários: - Livro de Registro de Presença; - Livro de Registro de Atas; - Cópia do Estatuto Social para todos; - Lista Nominativa dos sócios; - Fichas para inscrição dos associados; - Talão de recibos padronizado, caso haja pagamento de cotas em assembleia; - Endereço social da cooperativa; - Candidatos à Diretoria da Cooperativa - Candidatos ao Conselho fiscal - Candidatos ao Conselho de ética - Declaração de desimpedimento dos candidatos à

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Diretoria. a.2)É necessário coletar os seguintes dados e documentos, de cada cooperado: - Endereço Residencial; - Endereço para Correspondência; - Nacionalidade, Naturalidade, Estado Civil; - Fotografias 3x4 (duas); - Fotocópias de: Carteira de Identidade e CPF dos associados fundadores (Caso o associado não possua Carteira de Identidade, esta pode ser substituída pela Carteira de Trabalho (CTPS) ou pela Carteira Nacional de Habilitação para Condução de Veículos (CNH); A carteira de identidade não pode ser substituída por Certidão de Nascimento). B) O Cerimonial – Parte I b.1) Abertura: - O coordenador dos trabalhos abre a Assembleia; - São apresentados os motivos que levaram a fundação da cooperativa; b.2) Formação da mesa: - Solicita-se a indicação de um Coordenador e de um Secretário para a reunião; b.3) Primeiros trabalhos: - O Coordenador solicita que todos os presentes assinem o "Livro de Registro de Presença", onde serão considerados os sócios fundadores; - O Secretário anotará as deliberações para redigir a "Ata de Constituição"; C) O Cerimonial – Parte II: c.1) Estatuto - Listar os nomes de todos sócios fundadores da cooperativa. - Leitura e aprovação do Estatuto Social da cooperativa c.2) Eleições: - Eleição da Diretoria; - Eleição do Conselho de Administração - Eleição do Conselho Fiscal - Eleição de Conselhos de Ética. D) O Cerimonial – Parte III: d.1) Ato de posse - Solenidade de posse da primeira diretoria.

7.2.1 Modelo de Estatuto16

                                                                                                               16 modelo elaborado utilizado como base na seguinte pesquisa no Google http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&rlz=1G1GGLQ_PT-BRBR319&q=Estatuto+cooperativa+sa%C3%BAde+profissionais&aq=f&aqi=&aql=&oq=, consultado em 12 de maio de 2011.

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ESTATUTO SOCIAL DA

………………….. – COOPERATIVA ..................................... Aprovada na Assembleia Geral de Constituição, realizada em ……………… e

adequado na Assembleia Geral Extraordinária de …………………

CAPÍTULO I DA DENOMINAÇÃO, SEDE, FORO, ÁREA DE AÇÃO, PRAZO DE DURAÇÃO E DO EXERCÍCIO SOCIAL

Artigo 1o – ……………….– COOPERATIVA ................................., sociedade

simples, doravante designada, neste instrumento, COOPERATIVA, nos

termos da legislação em vigor, rege-se pela Lei no 5.764, de 16 de dezembro

de 1971, pela legislação complementar e pelo presente Estatuto, tendo:

I) Foro Jurídico na Comarca de .......................................

II) Área de ação, para efeito de admissão de associados,

..................................

III) Prazo de duração indeterminado e exercício social compreendendo o

período de 1o de janeiro a 31 de dezembro.

CAPITULO II DO OBJETO E OBJETIVOS SOCIAIS

Artigo 2o – A COOPERATIVA tem por objeto …………………

Artigo 3o – A COOPERATIVA tem por objetivos:

................................................................................................

Parágrafo 2o – A COOPERATIVA poderá promover, em juízo ou fora dele, a

defesa dos interesses jurídicos e econômicos, individuais ou coletivos, e

interesses difusos de seus associados, desde que relativos à consecução do

objeto deste estatuto.

Parágrafo 3o – Para a consecução dos objetivos enumerados neste artigo a

COOPERATIVA pode firmar contratos, acordos, ajustes e convênios com

empresas e entidades públicas e/ou privadas, nacionais e internacionais, e

orientar a formação de equipes de associados a que se atribui cada proposta,

projeto ou contrato de trabalho, fornecendo a essas equipes, com os recursos

que puder dispor, os meios indispensáveis para que isso possa ser

concretizado.

CAPÍTULO III DOS ASSOCIADOS

Artigo 4o – O número de associados é ilimitado quanto ao máximo.

SEÇÃO I – DA ADMISSÃO

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  22  

Artigo 5o – Pode filiar-se à COOPERATIVA, salvo se houver impossibilidade

técnica de prestação de serviços contraditórios ao objeto social, todo aquele

que:

a) Não pratique atividades prejudiciais ou colidentes com os objetivos da

COOPERATIVA ou não concordante com este Estatuto;

b) Esteja com sua capacidade civil suprida; c) Concorde com o presente

Estatuto e preencha as condições nele estabelecidas. SEÇÃO II – DO PROCESSO DE ADMISSÃO Artigo 6o – O processo de filiação à COOPERATIVA se efetivará da seguinte

forma:

a) Candidato é entrevistado por um dos Diretores ou por alguém credenciado

pela Diretoria;

b) Candidato preenche a Proposta de Adesão e responde a um questionário,

tendo como objetivo o conhecimento do perfil das suas necessidades,

anseios, expectativas e o conhecimento básico do Estatuto Social da

COOPERATIVA;

c) Apresente capacitação física necessária à atividade, comprovada por

atestado médico.

Parágrafo Único – A filiação à COOPERATIVA se efetiva mediante a analise

dos dados apresentados pelo candidato e aprovado pela Diretoria, a

assinatura do Livro ou Ficha de Matrícula, a subscrição e pagamento do

Capital Social, conforme previsto no Capítulo IV deste Estatuto.

Artigo 7o – Poderá ser declarada a impossibilidade técnica de prestação de

serviços, a fundamentar negativa à proposta de admissão submetida à

Diretoria.

SEÇÃO III – DOS DIREITOS, DEVERES E OBRIGAÇÕES

Artigo 8o – Cumprindo o que dispõe a seção anterior, o associado adquire

todos os direitos e assume todos os deveres e obrigações da Lei, deste

Estatuto e das deliberações tomadas pela COOPERATIVA.

Artigo 9o – O associado tem direito de:

I) Tomar parte nas Assembleias Gerais, discutindo e votando os assunto que

nela se tratarem;

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  23  

II) Propor à Diretoria ou às Assembleias Gerais, medidas de interesse da

COOPERA TIV A;

III) Votar e ser votado para membro da Diretoria ou do órgão de Fiscalização

da Sociedade, respeitada as restrições legais;

IV) Demitir-se da Sociedade quando lhe convier;

V) Realizar com a COOPERATIVA as operações que constituem os seus

objetivos;

VI) Solicitar, por escrito, quaisquer informações sobre os atos da

COOPERATIVA e, no mês que anteceder a realização da Assembleia Geral

Ordinária, consultar na sede da Sociedade, os Livros e peças do Balanço

Geral;

VII) Receber o repasse de sua produção cooperativista; VIII) Solicitar, por

escrito, a qualquer tempo, sua posição relativa ao capital social;

IX) Utilizar os serviços da COOPERATIVA para o exercício de suas

atividades profissionais.

X) Prestar a COOPERATIVA, as informações, esclarecimentos ou relatórios

que por esta for solicitado sobre os serviços em seu nome praticado, bem

como aqueles referentes a questões que julgar de interesse social ou

profissional.

Artigo 10 – O associado tem o dever e a obrigação de:

I) Subscrever e realizar as quotas-parte do Capital nos termos deste Estatuto

e contribuir com as taxas de serviço e encargos operacionais que estejam

estabelecidos;

II) Cumprir disposições da Lei, do Estatuto, do Regimento Interno, respeitar

resoluções tomadas pela Diretoria e as deliberações das Assembleias

Gerais;

III) Satisfazer pontualmente seus compromissos para com a COOPERATIVA,

dentre os quais, de participar ativamente de sua vida societária, participando

das Assembleias Gerais;

IV) Prestar à COOPERATIVA os esclarecimentos que lhe forem solicitados

sobre os serviços prestados em nome desta, bem como, os relacionados com

as atividades que lhe facultaram associar-se;

V) Zelar pelo patrimônio moral e material da COOPERATIVA;

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  24  

VI) Exercer as atividades que motivaram e determinaram o seu ingresso na

COOPERATIVA;

VII) Cumprir totalmente com os compromissos assumidos com a

COOPERATIVA, desempenhando com eficácia as tarefas que lhe forem

atribuídas, individualmente ou nas equipes em que participe;

VIII) Pagar Taxa de Administração necessária à sobrevivência da

COOPERATIVA e funcionamento das áreas as quais estejam vinculados,

conforme prevê os Artigos 3o, 80 e 81 da Lei no 5.764/71;

IX) Ter sempre em vista que a COOPERATIVA é obra de interesse coletivo,

ao qual não se deve sobrepor o interesse individual isolado.

Parágrafo Único – O associado que estabelecer relação empregatícia com a

COOPERATIVA tem suspenso o seu direito de votar e ser votado, enquanto

perdurar esse vínculo e até que sejam aprovadas as contas do exercício

social em que tenha havido a rescisão do contrato de trabalho.

SEÇÃO IV – DAS RESPONSABILIDADES

Artigo 11 – O associado responde subsidiariamente pelos compromissos da

COOPERATIVA até o valor do capital por ele subscrito.

Parágrafo Único – A responsabilidade do associado, como tal, pelos

compromissos da Sociedade em face de terceiros, perdura para os

demitidos, eliminados ou excluídos, até que sejam aprovadas as contas do

exercício em que se deu o desligamento, mas só poderá ser invocada depois

de judicialmente exigida da COOPERATIVA.

Artigo 12 – As obrigações, direitos e responsabilidades dos associados

falecidos passam aos herdeiros, prescrevendo, porém, após um ano contado

do dia da abertura da sucessão.

SEÇÃO V – DA DEMISSÃO

Artigo 13 – A demissão do associado, que não poderá ser negado, dar-se-á,

exclusivamente, a seu pedido e é requerida ao Presidente, sendo averbada

no Livro ou Ficha de Matrícula.

SEÇÃO VI – DA ELIMINAÇÃO DO QUADRO SOCIAL Artigo 14 – A eliminação do associado, que será aplicada em virtude de

infração da Lei, deste Estatuto ou do Regimento Interno, será feita por

decisão da Diretoria, depois de notificação ao infrator, sendo que os motivos

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  25  

que a determinaram deverão constar de termo lavrado no Livro ou Ficha de

Matrícula e assinado pelo Presidente da COOPERATIV A.

Parágrafo 1o – É eliminado do quadro social o associado que:

a) Divulgar informações relevantes, sigilosas ou inverídicas sobre a

sociedade que possam prejudicá-la nas suas atividades e negócios sociais;

b) Houver levado a COOPERATIVA à prática de atos judiciais para obter o

cumprimento de obrigações por ele contraídas;

c) Desrespeitar compromissos assumidos, ou recusar participar com seu

trabalho das atividades da COOPERATIVA;

d) Depois de notificado, voltar a infringir disposições da Lei, deste Estatuto e

Deliberações da COOPERATIVA.

Parágrafo 2o – Cópia autêntica da decisão será remetida ao interessado, por

processo que comprove as datas da remessa e do recebimento, no prazo de

até 30 (trinta) dias contados da decisão, podendo o cooperado eliminado

interpor recurso, em até 30 (trinta) dias, com efeito suspensivo, à primeira

Assembleia Geral.

SEÇÃO VII – DA EXCLUSÃO

Artigo 15 – A exclusão do associado será feita: I) Por morte da pessoa física;

II) Por incapacidade civil não suprida;

III) Por deixar de atender aos requisitos estatutários de ingresso ou

permanência na COOPERA TIV A;

IV) Dissolução da pessoa jurídica.

Artigo 16 – Em qualquer caso, como nos de demissão, eliminação ou

exclusão, o associado só terá direito à restituição do capital que integralizou,

acrescido das sobras que lhe tiverem sido registradas e eventuais juros

devidos, devidamente aprovados em Assembleia Geral.

Parágrafo Único – Os deveres dos associados perduram para os demitidos,

eliminados ou excluídos, até que sejam aprovadas pela Assembleia Geral, as

contas do exercício em que o associado deixou de fazer parte da sociedade.

CAPÍTULO IV DO CAPITAL SOCIAL

Artigo 17 – O capital da COOPERATIVA é ilimitado quanto ao máximo, e

variará conforme o número de quotas-parte subscritas, mas não poderá ser

inferior a R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais).

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  26  

Parágrafo 1o – O capital é subdividido em quotas-parte no valor de R$ 1,00

(um real) e quando tiverem sido apuradas sobras, atualizado anualmente em

31 de dezembro de cada ano, com os rendimentos de no máximo 12% ao

ano, sobre a parte integralizada, mediante aprovação em Assembleia Geral e

toda a sua movimentação: subscrição, integralização, restituição e

transferência serão escrituradas no Livro ou Ficha de matrícula.

Parágrafo 2o – A quota-parte é indivisível, intransferível a não associados,

não poderá ser negociada de modo algum, não pode ser dada em garantia e

nem servir de base para crédito na COOPERATIVA ou responder por

obrigações assumidas pelo associado para com a mesma.

Parágrafo 3o – As quotas-parte divisionárias integralizadas poderão ser

cedidas a membro da sociedade através de acompanhamento e autorização

da Diretoria.

Parágrafo 4o – A transferência de quotas-parte entre associados, total ou

parcial, será escriturada no Livro ou Ficha de Matrícula, mediante termo que

conterá as assinaturas do cedente, do cessionário e do Presidente da

COOPERATIVA.

Parágrafo 5o – As quotas-parte não podem servir de garantia, caução ou

penhor entre terceiros ou entre os próprios associados. Podem, se

integralizadas, contudo, servir de base às operações de crédito na própria

sociedade.

SEÇÃO I – DA SUBSCRIÇÃO

Artigo 18 – Ao ser admitido, cada cooperado deverá subscrever, no mínimo

100 (cem) quotas-parte de capital e no máximo 1/3 (um terço) do capital

social.

SEÇÃO II – DA INTEGRALIZAÇÃO

Artigo 19 – A integralização das quotas-parte dar-se-á a em até 04 (quatro)

vezes iguais e sucessivas.

Parágrafo Único – Havendo sobras, a COOPERATIVA pagará juros sobre a

parte do capital integralizado de até 12% (doze por cento) ao ano, desde que

tenha havido sobras e seja aprovado em Assembleia Geral.

SEÇÃO III – DA RESTITUIÇÃO

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  27  

Artigo 20 – A restituição do Capital Social, nos casos de demissão,

eliminação ou exclusão, só poderá ser efetivada após a aprovação, pela

Assembleia Geral, do Balanço e Contas do Exercício Social em que ocorreu.

Parágrafo 1o – A Diretoria da COOPERATIVA poderá determinar que a

restituição do Capital seja feita em parcelas e no mesmo prazo e condições

da integralização.

Parágrafo 2o – Ocorrendo demissões, eliminações ou exclusões de

cooperados, em número tal que a restituição do capital por eles

integralizados possa afetar a estabilidade econômico-financeira da

COOPERATIVA, poderá a mesma ser realizada em até 2 (dois) anos, a

critério da Diretoria.

Parágrafo 3o – Se o capital ficar reduzido a menor valor que o mínimo

estabelecido, poderá a COOPERATIVA reter as quotas-parte do sócio

demissionário, eliminado ou excluído, até que tal valor se restabeleça.

Parágrafo 4o – Para amortizar ou liquidar responsabilidades financeiras de

qualquer origem de associado para com a COOPERATIVA, vencidas e não

pagas, pode esta reter, total ou parcialmente, o montante das sobras a que

tenha direito o associado inadimplente.

CAPITULO V DA ESTRUTURA GERAL

Artigo 21 – A gestão das atividades da COOPERATIVA se processa por

deliberação e atuação dos seguintes órgãos sociais:

I. Assembleia Geral; II. Diretoria. III. Conselho Fiscal.

Parágrafo Único – É facultado à Assembleia Geral e à Diretoria a criação de

órgãos auxiliares, consultivos ou técnicos, bem como a contratação de

serviços de assessoria, consultoria e auditoria externa.

Artigo 22 – A fiscalização assídua e minuciosa da administração da

COOPERATIVA será realizada pelo Conselho Fiscal.

CAPÍTULO VI DA ASSEMBLEIA GERAL DE ASSOCIADOS

Artigo 23 – A Assembleia Geral de Associados, Ordinária ou Extraordinária, é

o órgão Supremo da COOPERATIVA e, dentro dos limites legais e

estatutários, detém os poderes para decidir sobre o que seja conveniente ao

desenvolvimento e defesa desta e suas deliberações obrigam a todos ainda

que ausentes ou discordantes.

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  28  

Artigo 24 – A Assembleia Geral, Ordinária ou Extraordinária, é convocada

com antecedência mínima de 10 (dez) dias, por edital afixado na sede social

e em locais de maior freqüência dos sócios, publicado em jornal de circulação

na área de ação da COOPERATIVA e comunicado aos cooperados por

intermédio de circulares.

Artigo 25 – A Assembleia Geral é convocada:

I. Pelo Presidente da COOPERATIVA;

II. Pelo Conselho Fiscal;

III. Por um mínimo de 1/5 (um quinto) dos associados em pleno gozo de seus

direitos sociais, após solicitação escrita e não atendida pela Diretoria.

Parágrafo Único –.No caso de convocação realizada por associados na forma

do Inciso III deste Artigo, o Edital será assinado, no mínimo, pelos 4 (quatro)

primeiros signatários do documento que a solicitou.

Artigo 26 – A Assembleia Geral de Associados instalar-se-á em:

I. Primeira convocação com a presença mínima de 2/3 (dois terços) dos

associados convocados;

II. Segunda convocação, uma hora após a primeira, com a presença de

metade mais um dos associados convocados;

III. Terceira e última convocação, uma hora após a segunda, com a presença

mínima de 10 (dez) associados.

Parágrafo Único – Na impossibilidade de instalar-se a Assembleia Geral de

Associados depois da publicação de três editais sucessivos ou edital único,

desde que nele constem, expressamente, os prazos para cada uma delas e

na forma prevista neste Estatuto, será admitida a intenção do quadro de

associados de dissolver a COOPERATIVA.

Artigo 27 – As deliberações e as decisões da Assembleia Geral são

aprovadas por maioria simples dos sócios presentes com direito a voto e a

votação será processada por:

I. Em descoberto; II. Voto secreto, quando assim decidir o plenário.

Parágrafo 1o – Cada associado tem direito a 1 (um) voto, sendo vedado o

voto por procuração.

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  29  

Parágrafo 2o – As deliberações, definidas como sendo de exclusiva

competência da Assembleia Geral Extraordinária, são validas quando

aprovadas pelos votos de 2/3 (dois terços) dos associados presentes.

Parágrafo 3o – As deliberações da Assembleia Geral somente poderão

versar sobre assuntos constantes do Edital de Convocação ou que com eles

tenha direta e imediata relação.

Parágrafo 4o – O ocorrido na Assembleia Geral deve constar de ata, lavrada

em livro próprio pelo Secretário, sendo facultada à lavratura na forma de

sumário, lida, aprovada e assinada ao final dos trabalhos pelo próprio

Presidente da Assembleia, pelos membros da Diretoria e do Conselho Fiscal

presentes e pelos associados presentes que o queiram fazer.

Artigo 28 – nas Assembleias Gerais fica impedido de votar e ser votado o

associado que:

I. Tenha sido admitido após a convocação da mesma;

II. Seja, ou tenha se tornado, empregado da COOPERATIVA, até aprovação,

pela Assembleia Geral, das contas do Exercício Social em que tenha ocorrido

a rescisão do contrato.

Parágrafo 1o – O associado não poderá votar nas decisões sobre assuntos

que a ele se refiram, direta ou indiretamente, mas participa dos debates.

Parágrafo 2o – Na Assembleia Geral em que forem apreciados e discutidos a

prestação de contas da Diretoria acompanhada do parecer do Conselho

Fiscal, a destinação das sobras apuradas ou do rateio das perdas, a eleição

e a fixação dos honorários e cédula de presença dos membros dos órgãos de

administração e fiscalização da COOPERATIVA, o Presidente da

COOPERATIVA solicitará que o plenário escolha um associado para

substituí-lo e, com os demais membros da Diretoria e do Conselho Fiscal,

deixa a mesa, permanecendo, entretanto, à disposição no plenário. Vencido

esse item, o Presidente da COOPERATIVA retorna a condução dos

trabalhos.

Artigo 29 – Prescreve em 4 (quatro) anos, contados da data da sua

realização, a ação para anular as deliberações da Assembleia Geral viciadas

de erro, dolo, fraude ou simulação, ou tomadas com violação da Lei e do

presente Estatuto.

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  30  

SEÇÃO I – DA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

Artigo 30 – A Assembleia Geral Ordinária reúne-se, obrigatoriamente, uma

vez por ano, no decorrer dos primeiros 3 (três) meses após o encerramento

do Exercício Social, cabendo-lhe especialmente:

I. Deliberar sobre a prestação de contas da Diretoria acompanhada de

parecer do Conselho Fiscal, compreendendo: Relatório da gestão; Balanço;

demonstrativo das

sobras apuradas ou das perdas decorrentes das contribuições para cobertura

das despesas da COOPERATIVA e o parecer do Conselho Fiscal;

II. Deliberar sobre a destinação das sobras ou rateio das perdas decorrentes

da insuficiência das contribuições para cobertura das despesas da

sociedade, deduzindo-se, no primeiro caso, as parcelas para os Fundos

Obrigatórios;

III. Eleger os membros da Diretoria e do Conselho Fiscal, quando for o caso;

IV. Fixar o valor dos honorários dos membros da Diretoria e da cédula de

presença dos membros do Conselho Fiscal;

V. Tratar de assuntos de interesse social da COOPERATIVA, excluídos os de

exclusiva competência da Assembleia Geral Extraordinária.

VI. Planos de atividades da COOPERATIVA para o exercício futuro.

Parágrafo 1o – Os membros da Diretoria e do Conselho Fiscal não poderão

participar da votação das matérias referidas nos itens I e IV do Artigo 30

deste Estatuto.

Parágrafo 2o – A aprovação do Relatório de Gestão, do balanço Geral, das

contas da Diretoria e do Parecer do Conselho Fiscal exonera seus

componentes de responsabilidade.

SEÇÃO II – DA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

Artigo 31 – A Assembleia Geral Extraordinária reúne-se sempre que

necessário para deliberar sobre quaisquer assuntos de interesse social,

sendo de sua exclusiva competência os a seguir enumerados:

I. Reforma Estatutária;

II. Fusão, incorporação e desmembramento;

III. Mudança do objeto social da COOPERATIVA;

IV. Dissolução voluntária e nomeação de liquidantes;

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  31  

V. Deliberação sobre a(s) conta(s) do(s) liquidante(s).

Parágrafo Único – São necessários os votos de 2/3 (dois terços) dos

associados presentes, para tornar válidas as deliberações de que trata este

artigo.

CAPÍTULO VII DA DIRETORIA

Artigo 32 – A COOPERATIVA é administrada por um Presidente, um Diretor

Administrativo e Financeiro e um Diretor Secretário, no total de 3 (três)

membros, todos cooperados, que juntos constituem a Diretoria da

COOPERATIVA.

Parágrafo 1o – A Diretoria é eleita em Assembleia Geral, por maioria simples

de votos, para um mandato de 4 (quatro) anos, sendo, ao término, obrigatória

a renovação de no mínimo 1/3 (um terço) de seus membros, mantendo-se

interinamente em seus cargos até a realização da Assembleia Geral

Ordinária, que irá eleger seus substitutos.

Parágrafo 2o – A Diretoria se reúne, ordinariamente uma vez por mês,

convocada pelo Presidente ou pela maioria de seus membros, e,

extraordinariamente, sempre que necessário, ou por solicitação da

Assembleia Geral ou do Conselho Fiscal.

Parágrafo 3o – A Diretoria delibera, validamente, com a presença da maioria

simples de seus membros, vedada à representação, reservado o voto de

desempate ao Presidente, e suas decisões serão consignadas em atas

lavradas em Livro próprio, lidas, aprovadas e, ao final dos trabalhos,

assinadas pelos membros presentes.

Parágrafo 4o – As reuniões da Diretoria serão dirigidas pelo Presidente.

Parágrafo 5o – É considerado vago o cargo cujo ocupante se mantiver

afastado por período superior a 90 (noventa) dias.

Parágrafo 6o – Na ocorrência de vacância será convocada a Assembleia

Geral para o preenchimentos dos cargos vagos mediante eleição de sócio

que complementará o mandato de seus antecessores.

Parágrafo 7o – Nos impedimentos, por períodos iguais ou inferiores a 90

(noventa) dias, ou no caso de vacância, o cargo que estiver nessa condição

terá suas funções acumuladas a de outro Diretor designado pela Diretoria,

até a realização da próxima Assembleia Geral.

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  32  

SEÇÃO I – DAS FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES

Artigo 33 – A Diretoria, no desempenho de suas funções e atribuições, dentro

dos limites da legislação em vigor e deste Estatuto, atendidas as decisões e

recomendações da Assembleia Geral, compete planejar, traçar e controlar

normas e resultados para as operações e serviços da COOPERATIVA,

cabendo-lhe, entre outras, as seguintes atribuições:

I. Elaborar normas necessárias ao bom funcionamento da COOPERATIVA;

II. Programar as atividades e serviços aos associados, estabelecendo

qualidade, fixando quantidade, valores, prazos, encargos e demais condições

necessárias a sua efetivação;

III. Deliberar sobre a contratação de obrigações, empréstimos, hipotecas,

transigências e empenho de bens imóveis e direitos;

IV. Solicitar, a seu critério, o referendo do Conselho Fiscal na aquisição de

bens patrimoniais para a COOPERATIVA;

V. Deliberar sobre a transferência de quotas-parte e sobre admissão,

eliminação e exclusão de cooperados;

11

VI. Deliberar sobre a contratação de serviços de Auditoria Externa VII.

Deliberar sobre a contratação de pessoal;

VIII. Fixar normas de administração de pessoal, incluindo as que se referem à

admissão, disciplina e dispensa dos empregados;

IX. Deliberar sobre a convocação das Assembleias Gerais;

X. Zelar pelo cumprimento das leis do Cooperativismo, sua doutrina e prática,

bem como pelo atendimento à legislação aplicável;

XI. Aplicar as penalidades previstas neste Estatuto e no Regimento Interno

em casos de violação ou abusos cometidos contra disposição da legislação

em vigor, deste Estatuto, do Regimento Interno e de normas traçadas pela

Diretoria;

XII. Estabelecer normas para a solução de casos omissos ou duvidosos, até

a realização da primeira Assembleia Geral, que poderá alterá-las ou não;

XIII. Abrir e transferir filiais, escritórios e delegacias regionais em sua área de

ação, de acordo com a de atendimento a seus associados;

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  33  

XIV. Encerrar filiais, escritórios e delegacias regionais em sua área de ação,

de acordo com a necessidade de atendimento a seus associados, ad

referendum da Assembleia Geral;

XV. Constituir mandatários com limitação de poderes e prazo. XVI. Indicar os

representantes da COOPERATIVA, nos órgãos nos quais participe.

XVII. Estabelecer a estrutura operacional da administração executiva dos

negócios, criando cargos e atribuindo funções, e fixando normas para a

admissão e demissão dos empregados;

XVIII. Fixar as normas disciplinares;

XIX. Indicar banco ou bancos nos quais serão feitos negócios e depósitos de

numerário; Fixar anualmente taxas destinadas a cobrir depreciação ou

desgaste dos valores que compõem o ativo permanente da entidade;

SEÇÃO II – DA COMPETÊNCIA DOS DIRETORES

Artigo 34 – Os Diretores desempenham as funções e atribuições previstas

neste Estatuto e as definidas e hierarquizadas no Regimento Interno.

Parágrafo 1o – Ao Presidente compete:

a) Supervisionar as atividades da Cooperativa, através de contatos assíduos

com os outros diretores;

b) Assinar cheques, contratos e demais documentos constitutivos de

obrigações em conjunto com o Diretor Administrativo e Financeiro ou com o

Diretor Secretário;

c) Convocar e presidir a Assembleia Geral e as reuniões da Diretoria;

d) Apresentar à Assembleia Geral o Relatório da Diretoria, o Balanço

Patrimonial, o Demonstrativo de Sobras Apuradas ou das Perdas

Decorrentes das Insuficiências das contribuições para a cobertura das

despesas da sociedade, e o Parecer do Conselho Fiscal, bem como os

Planos de Trabalho para o ano entrante;

e) Representar a Cooperativa em juízo ou fora dele, ou nomear qualquer um

dos sócios para fazê-lo;

f) Participar de licitações, representando os sócios cooperados, nos limites

deste Estatuto e do Regimento Interno, e firmar contratos com empresas

privadas, podendo consultar os sócios cooperados interessados no projeto de

trabalho;

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  34  

h) Fazer pesquisas de preços, buscando melhores condições de benefícios,

apresentando-os aos sócios cooperados;

g) Representar a Cooperativa, nas Assembleias Gerais da Federação de

Cooperativas a que for filiada.

Parágrafo 2o – Ao Diretor Administrativo e Financeiro compete:

a)Substituir o Presidente, nas faltas ou impedimentos;

b) Colaborar com o Presidente e Diretor Secretário no desempenho de suas

atribuições;

c) Assinar em conjunto com Presidente ou Diretor Secretário, os documentos

que lhes competem;

d) Assinar cheques, contratos e demais documentos constitutivos de

obrigações em conjunto com o Presidente ou Diretor Secretário.

Parágrafo 3o – Ao Diretor Secretário compete:

a) Substituir o Diretor Administrativo e Financeiro, nas faltas ou

impedimentos;

b) Secretariar e lavrar as atas das reuniões de Diretoria e das Assembleias

Gerais,

c) Ter sob sua responsabilidade e guarda dos livros, documentos e arquivos

da Cooperativa;

d) responsabilizar-se pelas correspondências, comunicados, propagandas e

publicidades, necessárias às atividades da Cooperativa

e) Assinar juntamente com o Presidente ou Diretor Administrativo e

Financeiro, documentos de sua competência.

f) Assinar cheques, contratos e demais documentos constitutivos de

obrigações em conjunto com o Presidente ou Diretor Administrativo e

Financeiro.

SEÇÃO III – DA REPRESENTAÇÃO

Artigo 35 – Todos os documentos dos quais resultem responsabilidade para a

COOPERATIVA ou que exonerem a responsabilidade de terceiros para com

ela, inclusive a alienação ou oneração de bens imóveis, serão assinados,

obrigatoriamente, por dois Diretores, sendo, obrigatoriamente, um deles o

Presidente ou seu substituto.

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  35  

I) Poderá ser designado pela Diretoria um só membro do Colegiado ou um só

Procurador para a prática de atos de representação previstos neste artigo,

constituído por mandato na forma do Inciso XV do Artigo 33.

II) As procurações outorgadas pela Sociedade serão sempre firmadas por 2

(dois) Diretores, sendo obrigatoriamente um deles o Presidente, conterão os

atos ou operações que poderão ser praticados, bem como a duração do

mandato que será de no máximo 1 (um) ano vencendo-se a cada dia 31 de

dezembro e que, sendo judicial, poderá ser por prazo indeterminado.

SEÇÃO IV – DO CONSELHO FISCAL

Artigo 36 – O Conselho Fiscal, órgão colegiado colateral de fiscalização

assídua e minuciosa da administração da COOPERATIVA, é composto de 3

(três) membros efetivos e igual número de suplentes, qualquer destes para

substituir qualquer daqueles, todos associados eleitos em Assembleia Geral,

para mandato de 1 (um) ano, sendo obrigatória, ao término, a renovação de

2/3 (dois terços) de seus membros.

Parágrafo 1o – O Conselho Fiscal reúne-se ordinariamente uma vez por mês

por convocação de seu Presidente e extraordinariamente sempre que os

interesses da COOPERATIVA o exigirem, sendo necessária a presença de

seus 3 (três) de membros efetivos.

Parágrafo 2o – As reuniões do Conselho Fiscal podem ser convocadas por

qualquer de seus membros efetivos, pela Diretoria e pela Assembleia Geral.

Parágrafo 3o – O Conselho Fiscal, em sua primeira reunião, escolherá dentre

seus membros um para assumir a Coordenação dos trabalhos do órgão.

Parágrafo 4o – Nas reuniões do Conselho Fiscal as deliberações serão

tomadas por maioria simples de votos, sendo vedada à representação.

Parágrafo 5o – Os assuntos tratados nas reuniões do Conselho Fiscal serão

exaradas em ata a ser lavrada em livro próprio e que, lida e aprovada, deve

ser assinada, ao final de cada reunião, pelos 3 (três) membros presentes.

Parágrafo 6o – Ocorrendo no Conselho Fiscal vacância que o impeça de

funcionar, a Diretoria convocará a Assembleia Geral para a recomposição do

órgão.

Parágrafo 7o – Os eleitos na forma do parágrafo anterior ficarão na posse de

seus cargos até o termino do mandato dos membros aos quais substituem.

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  36  

Parágrafo 8o – É considerado vago o cargo cujo titular esteja afastado por

prazo superior há 90 (noventa) dias.

Parágrafo 9o – Ocorrendo vacância serão convocados pelos membros

efetivos remanescentes tantos suplentes quantos necessários para

assumirem a titularidade para o regular funcionamento do Conselho Fiscal.

Artigo 37 – O Conselho Fiscal, no exercício da fiscalização das operações,

atividades e serviços da COOPERATIVA, competem, dentre outras, as

seguintes funções e atribuições:

I. Analisar e vistar os Balancetes e as Demonstrações de Resultados;

II. Verificar os Contratos firmados durante o mês e o cumprimentos dos que

foram realizados nos meses anteriores;

III. Informar à Diretoria sobre as conclusões de seus trabalhos e análise, que

englobam os aspectos trabalhistas, previdenciários e tributários, denunciando

a esta ou à Assembleia Geral, as irregularidades constatadas;

IV. Convocar, se ocorrerem motivos graves e/ou urgentes, a Assembleia

Geral;

V. Analisar anualmente o balanço, emitindo parecer a ser encaminhado á

Assembleia Geral Ordinária.

Parágrafo 1o – Pode o Conselho Fiscal solicitar à Diretoria a contratação de

técnicos especializados ou dos serviços independentes de Auditoria, às

expensas da COOPERATIVA, cabendo à Diretoria avaliar e atender o pedido

em consonância a seus limites orçamentários.

CAPÍTULO VIII DO PROCESSO ELEITORAL

Artigo 38 – As eleições para cargos da Diretoria e Conselho fiscal, que são

realizadas através de Assembleia Geral, obedecerão aos seguintes critérios:

Parágrafo 1o – A inscrição da chapa deverá ser entregue aos membros do

Conselho Fiscal, em até 5 (cinco) dias antes da realização da Assembleia

Geral de eleição, onde serão analisados impedimentos de cada candidato e,

caso algum dos candidatos esteja impossibilitado de participar, o Conselho

Fiscal comunicará à chapa para que esta recomponha. Caso não seja

atendido, a chapa inscrita será suspensa de participar das votações.

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  37  

Parágrafo 2o – A votação é direta e o voto é secreto, podendo em caso de

inscrição de uma única chapa, optar pelo sistema de aclamação conforme a

decisão da Assembleia

Parágrafo 3o – Somente poderão concorrer às eleições candidatos que

integram chapa completa.

Parágrafo 4o – A chapa inscrita para a Diretoria deverá ser diversa da inscrita

para o Conselho Fiscal, e poderão ser realizadas votações conjunta ou

distinta.

Parágrafo 5o – A inscrição das chapas para a Diretoria e Conselho Fiscal

realizar-se-ão na sede da Cooperativa, nos prazos estabelecidos, em dias

úteis, no horário comercial, devendo ser utilizado, para tal fim, o Livro de

Registro de Inscrição de Chapas.

Parágrafo 6o – As chapas concorrentes aos cargos da Diretoria e do

Conselho Fiscal, além de sua denominação, deverão apresentar:

I) Relação nominal dos concorrentes com os respectivos número de inscrição

constante do Livro de Matrícula ;

II) Autorização por escrito de cada candidato para a sua inscrição.

Parágrafo 7o – O candidato individualmente deverá apresentar, para fins de

registro da chapa que integra, xerox autenticadas de RG e CPF, alem de

xerox simples de comprovante de residência, bem como declaração de que

não está incluso em qualquer dos crimes previstos em Lei que o impeça de

exercer atividade civil ou mercantil.

Parágrafo 8o – Formalizado o registro, não será admitida a substituição do

candidato, salvo em caso de morte ou invalidez comprovada até o momento

da instalação da Assembleia Geral, sendo que o candidato substituído deverá

apresentar as documentações das alíneas “ I e II ” do parágrafo 6o para

poder concorrer.

CAPÍTULO IX DOS LIVROS

Artigo 39 – A COOPERATIVA tem os seguintes livros, facultada a adoção de

livros em folhas soltas ou fichas:

I. Matrículas; II. Presença de Associados nas Assembleias Gerais; III. Atas

das Assembleias Gerais; IV. Atas do Conselho Fiscal; V. Atas da Diretoria;

VI. Outros Livros fiscais e contábeis obrigatórios.

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Parágrafo Único – No Livro ou Ficha de Matrícula todos os associados são

obrigatoriamente registrados por ordem cronológica de admissão e nesse

registro constará: nome, estado civil, nacionalidade, profissão, residência,

data de admissão e,

quando for o caso, demissão, eliminação ou exclusão, e sua conta corrente,

com todo o movimento de quotas-parte do Capital Social do associado.

CAPÍTULO X DOS FUNDOS

Artigo 40 – A COOPERATIVA constitui, obrigatoriamente, os seguintes

Fundos, os quais são indivisíveis entre os sócios cooperados:

I – FUNDO DE RESERVA – destinado a reparar perdas eventuais de

qualquer natureza e atender ao desenvolvimento de suas atividades,

constituído por percentual que não será menor do que 10% (dez por cento)

das sobras líquidas do exercício.

a) Integrará o fundo de reserva os créditos não reclamados pelos

cooperantes, decorridos 5 (cinco) anos b) Os auxílios e doações sem

destinação especial.

II – FATES – FUNDO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA, EDUCACIONAL E

SOCIAL – destinado à prestação de assistência aos cooperados, seus

familiares e empregados da COOPERATIVA, constituído por percentual que

não será menor que 5% (cinco por cento) das sobras líquidas do exercício.

Parágrafo Único – Além dos previstos neste artigo, a Assembleia Geral

poderá criar outros fundos, inclusive rotativos, com recursos destinados a fins

específicos, fixando o modo de formação, aplicação e liquidação.

CAPÍTULO XI DO BALANÇO GERAL, DAS DESPESAS E DAS SOBRAS E PERDAS

Artigo 41 – O Balanço Geral, incluindo confronto entre a receita e a despesa,

é levantado com base no dia 31 de dezembro de cada ano e os resultados

são apurados segundo a natureza das operações e serviços.

Artigo 42 – As despesas da COOPERATIVA serão rateadas entre os

associados na proporção da fruição dos serviços da COOPERATIVA.

Artigo 43 – As sobras líquidas apuradas no exercício, inclusive as excedentes

de Fundos divisíveis, se a Assembleia Geral não der destinação diversa,

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  39  

serão rateadas entre os sócios, em partes diretamente proporcionais às

atividades que realizaram no exercício com a COOPERATIVA.

Artigo 44 – Os prejuízos verificados no decorrer do exercício serão cobertos

com recursos provenientes do Fundo de Reserva e, se insuficiente, mediante

rateio entre os associados, na razão direta dos serviços usufruídos.

CAPÍTULO XII DA DISSOLUÇÃO E DA LIQUIDAÇÃO

Artigo 45 – A COOPERATIVA dissolver-se-á de pleno direito quando:

I. O número mínimo de 20 (vinte) associados não estiver disposto a

assegurar a sua continuidade;

II. Tiver alterada a sua forma jurídica;

III. O Capital Social tornar-se inferior ao estatuído e a Assembleia Geral

subsequente, realizada em prazo não inferior a 6 (seis) meses, não o

restabelecer;

IV. Ocorrer à paralisação de suas atividades por período superior a 120

(cento e vinte) dias.

Parágrafo 1o – Quando deliberado pela Assembleia Geral Extraordinária,

esta escolhe um liquidante, ou mais e um Conselho Fiscal de 3 (três)

membros para proceder à liquidação.

Parágrafo 2o – A Assembleia Geral Extraordinária, nos limites de suas

atribuições, pode, em qualquer época, destituir os liquidantes e membros do

Conselho Fiscal, designando os seus substitutos.

Parágrafo 3o – Em todos os atos e operações em que se usar a razão social

da COOPERATIVA, os liquidantes devem fazer isso acompanhada da

expressão “em liquidação”.

Parágrafo 4o – Os liquidantes, nos termos da legislação em vigor, tem os

poderes normais do administrador, podendo praticar atos e operações

necessários à realização do ativo e satisfação do passivo.

Artigo 46 – Realizado o ativo social na forma do Inciso VI do Artigo 68 da Lei

no 5764/76, o saldo remanescente, inclusive o saldo dos fundos indivisíveis,

será destinado em favor da Fazenda Nacional.

CAPÍTULO XIII DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 47 – São inelegíveis para os cargos de órgãos sociais, assim como

não podem ser designados para outros cargos na COOPERATIVA, os que

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estiverem impedidos por Lei, condenados a pena que vede, ainda que

temporariamente, o acesso a cargos públicos, ou por crime falimentar de

prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato ou contra a economia

popular, fé pública ou a propriedade.

Artigo 48 – Os mandatos dos membros dos órgãos sociais perduram até a

data da realização da Assembleia Geral em que forem eleitos os substitutos.

Artigo 49 – Os membros dos órgãos sociais não podem ter laços de

parentesco entre si, até o 2o (segundo) grau.

Artigo 50 – O associado não pode exercer cumulativamente cargos no órgão

administrativo e fiscal da COOPERATIVA.

Artigo 51– Perde automaticamente o mandato o membro do órgão social que

faltar a 3 (três) reuniões consecutivas ou a 6 (seis) intercaladas, durante o

exercício social, sem motivo justificado, aceito pela Diretoria.

Artigo 52 – A vacância dos membros dos órgãos sociais dar-se-á por

renúncia, perda automática do mandato, destituição por Assembleia Geral e,

no que couber, pelos casos previstos neste Estatuto.

Artigo 53 – O ocupante de cargo nos órgãos Administrativo ou Fiscal, eleito

ou contratado, não é pessoalmente responsável por obrigações que contrair

em nome da COOPERATIVA, mas responderá solidariamente pelos

prejuízos resultantes de seus atos, se agir com culpa ou dolo.

Artigo 54 – A COOPERATIVA responderá pelos atos a que se refere o artigo

anterior, se os houver ratificado ou deles logrado proveito.

Artigo 55 – O participante de ato ou operação em que seja oculta a natureza

da COOPERATIVA é declarado pessoalmente responsável pelas obrigações

em nome dela contraídas, sem prejuízo das sanções cabíveis.

Artigo 56 – Os casos omissos serão resolvidos pela Diretoria, de acordo com

a Lei e os princípios ordinários, ouvidos os órgãos assistenciais do

cooperativismo, submetidos à homologação ou não da primeira Assembleia

Geral que se realizar.

7.3. Registro na Junta Comercial ou no Cartório do Registro Civil

O próximo passo é a legalização da cooperativa.

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1. Junta Comercial ou Cartório do Registro Civil

das Pessoas Jurídicas (RCPJ) A cooperativa somente adquire personalidade jurídica com o arquivamento de seus atos constitutivos (ata da assembleia de constituição e Estatuto) no órgão competente (art. 985 do Código Civil de 2002: “A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos (arts. 45 e 1.150)”.). Existe discussão, em virtude do advento do Código Civil de 2002, de qual seria o órgão competente para arquivamento dos atos: a Junta Comercial ou o Registro Civil das Pessoas Jurídica (RCPJ) · Cópia do Edital de convocação da Assembleia de Constituição da cooperativa;

Neste aspecto face a maioria da doutrina acatar o registro na Junta Comercial, adoto este.

· Ata da Assembleia Geral de Constituição – A ata da Assembleia Geral de Constituição deverá conter as seguintes informações: a denominação da Cooperativa, o endereço completo da sede e o objeto social; o resultado das eleições dos integrantes dos órgãos de administração, fiscalização e outros conselhos aprovados, com menção à declaração, por parte dos cooperados eleitos para tais órgãos, de desimpedimento dos mesmos para o exercício do cargo. Todas folhas devem ser rubricadas à exceção daquelas reservadas para assinatura dos sócios fundadores, cujas firmas deverão ser reconhecidas. Estes deverão ser qualificados no corpo da Ata com nome, estado civil, profissão, residência e domicílio, número do RG e órgão expedidor, número do CPF/ MF, bem como o valor e o número de cotas-parte de cada um;

A Ata deverá ser rubricada por advogado.

MODELO DE ATA PARA CONSTITUIÇÃO DA COOPERATIVA17

                                                                                                               17 modelo elaborado utilizado como base na seguinte pesquisa no Google http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&rlz=1G1GGLQ_PT-BRBR319&q=modelo+de+assembl%C3%A9ia+de+constitui%C3%A7%C3%A3o+de+cooperativa&aq=f&aqi=&aql=&oq= consultado em 12 de maio de 2011.

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ATA DA ASSEMBLEIA GERAL DE CONSTITUIÇÃO DA COOPERATIVA

Aos ... dias do mês de ... do ano de 20..., às ... horas, em ... (indicar a

localidade), Estado de ..., reuniram-se com o propósito de constituírem uma sociedade cooperativa, nos termos da legislação vigente, as seguintes pessoas: (nome por extenso, nacionalidade, idade, estado civil, profissão, RG, CPF, residência , número e valor das quotas partes subscritas de cada fundador)

Foi aclamado para coordenar os trabalhos o Senhor ... (nome do coordenador), que convidou a mim ... (nome do secretário), para lavrar a presente Ata, tendo participado ainda da Mesa as seguintes pessoas: (nome e função das pessoas).

Assumindo a direção dos trabalhos, o coordenador solicitou fosse lido, explicado e debatido o projeto de estatuto da sociedade, anteriormente elaborado, o que foi feito artigo por artigo. O estatuto foi aprovado pelo voto dos cooperantes fundadores, cujos nomes estão devidamente consignados nesta Ata. A seguir, o Senhor Coordenador determinou que se procedesse à eleição dos membros dos órgãos sociais, conforme dispõe o estatuto recém-aprovado. Procedida a votação, foram eleitos para comporem o Conselho de Administração, (ou Diretoria, conforme o caso), os seguintes cooperantes: Presidente: (colocar os demais cargos e respectivos ocupantes) e como membros efetivos do Conselho Fiscal os Senhores, ... para seus suplentes, os senhores..., todos já devidamente qualificados nesta Ata. Prosseguindo, todos foram empossados nos seus cargos e o Presidente do Conselho de Administração , assumindo a direção dos trabalhos, agradeceu a colaboração do seu antecessor nesta tarefa e declarou definitivamente constituída, desta data para o futuro, a cooperativa (denominação e sigla), com sede em (localidade), Estado de ... , que tem por objetivo: ...(acrescentar um resumo do. objetivo transcrito no estatuto). Como nada mais houvesse a ser tratado, o Senhor Presidente da sociedade deu por encerrados os trabalhos e eu, (nome do secretário) que servi de Secretário, lavrei a presente Ata que, lida e achada conforme, contém as assinaturas de todos os cooperantes fundadores, como prova a livre vontade de cada um de organizar a cooperativa (local a data) (Assinatura do Secretário da Assembleia) (Assinatura de todos os cooperantes fundadores)

Observações a) A Ata da Assembleia vai lavrada em livro próprio. b) O texto dos estatutos pode figurar na própria Ata de constituição da

cooperativa, como pode também constituir anexo da Ata, devidamente, rubricado e assinado pelo Presidente e por todos os fundadores presentes, e com o visto do advogado.

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· Estatuto Social (salvo se este já estiver transcrito na ata da assembleia geral de constituição), com todas as laudas rubricadas, à exceção daquelas reservadas para assinatura dos sócios fundadores, cujas firmas deverão ser reconhecidas. Em regra, o Estatuto deve conter visto de um advogado, com o número de registro da OAB, na última folha; · Formulários próprios da Junta Comercial ou do Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas de cada localidade (retirá-los no próprio órgão ou tentar obtê-lo pela Internet, caso por ele disponibilizados);

No Paraná a Junta Comercial disponibiliza tais serviços no sitio eletrônico https://www.juntacomercial.pr.gov.br/

· Fotocópias (autenticadas) da Carteira de Identidade e CPF de todos os Diretores. Cabe lembrar que CPF irregular inviabilizará a legalização. Para verificar ou efetuar a regularização do CPF, acessar: http://www.receita.fazenda.gov.br/ , opção CPF. · Dependendo das exigências do órgão, a exemplo do Registro Civil das Pessoas Jurídicas, em determinadas localidades, podem ser exigidas certidões Negativas dos Diretores obtidas nos Ofícios de Distribuição. Nesses casos, as certidões devem ser específicas para o Registro Civil de Pessoas Jurídicas; para tanto se deve preencher nos pedidos de certidão, que são retirados no próprio local, os campos “finalidade” ou “essa certidão destina-se a:” com: Registro Civil de Pessoas Jurídicas; Antes de protocolar o requerimento no órgão competente, verificar junto a este se não há exigências de outros documentos necessários ao arquivamento dos atos constitutivos, bem como acerca do número de vias adicionais necessárias de cada um.

7.4 Inscrição na Receita Federal 2. União - Secretaria da Receita federal: Inscrição no CNPJ

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A inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) é feita via Internet, por meio de formulário autoexplicativo, no endereço http://www.receita.fazenda.gov.br/ , opção CNPJ. Para se inscrever, o contribuinte deve adotar os seguintes procedimentos: a) Preencher a Ficha Cadastral de Pessoal Jurídica (FCPJ) e o Quadro de Sócios e Administradores(QSA) de acordo com os dados que constam da Ata de Fundação da Cooperativa. b) Gravar em disquete ou em um diretório do seu próprio computador os formulários do item anterior (a FCPJ e o QSA) preenchidos, a fim de transmiti-los para a Receita Federal. c) Transmitir, pelo Receitanet,(serviço eletrônico que valida e transmite, via Internet, as declarações de impostos de pessoas físicas e jurídicas), a FCPJ e o QSA preenchidos; d) Imprimir o Recibo de Envio no Programa do CNPJ; e) Imprimir, da página da Secretaria da Receita Federal, o Documento Básico de Entrada(DBE), que só será disponibilizado na Internet para impressão se não houver pendências. O DBE conterá o código de acesso para acompanhamento do pedido transmitido pela Internet, na opção “Consulta da Situação do pedido referente ao Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ - enviada pela Internet”. Para a análise do pedido de Inscrição no CNPJ feito via Internet, é necessário o envio – pelo Serviço de Encomenda Expressa dos Correios (SEDEX) -, para a unidade cadastradora da jurisdição do estabelecimento a que se referir o pedido, da documentação abaixo relacionada: · Uma via original do Documento Básico de Entrada do CNPJ (DBE), assinado pela pessoa física responsável perante o CNPJ ou por seu preposto, quando anteriormente indicado, ou por procurador. A assinatura constante do DBE deverá obrigatoriamente ter firma reconhecida em cartório;

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· Cópia autenticada em cartório da procuração, por instrumento público ou particular, quando o DBE for assinado por procurador. A assinatura do outorgante, quando se tratar de procuração por instrumento particular, deverá obrigatoriamente, ser reconhecida em cartório; 3. Município – órgão competente para concessão de Alvará de Licença para funcionamento do estabelecimento. 4. Corpo de Bombeiros (nos Estados onde tal exigência existir) da localidade em que vai se estabelecer.

7.5 Inscrição na Receita Estadual 5. Estado – Fazenda Estadual e/ou Município – Fazenda Municipal do local em que a cooperativa vai se estabelecer, de acordo com a atividade a ser exercida (indústria, comércio ou prestação de serviços).

7.6 Alvará de Funcionamento e Licenças de Funcionamento (sanitária, bombeiros)

6. Demais órgãos - caso a caso, de acordo com a atividade (ex.: Município: órgão responsável pela vigilância sanitária, no caso de exercício de atividade relacionada à produção de certos gêneros alimentícios, Estado: órgão responsável pelo meio-ambiente, na hipótese de exercício de atividade que envolva necessidade de licenciamento ambiental, a exemplo das atividades de reciclagem, dentre outros). Antes de seguir as etapas acima, verifique se, no caso específico de seu município/estado, não há necessidade de apresentar outros documentos não especificados mais abaixo, ou mesmo se a ordem acima estabelecida não necessitará ser invertida, em algum caso específico. 3. Município – órgão competente para concessão de Alvará de Licença para funcionamento do estabelecimento

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De acordo com a legislação específica de cada município (em regra, seguindo o Plano Diretor do município, caso existente), há necessidade de requerer-se o Alvará de Licença para Funcionamento do estabelecimento. Em certos casos, o órgão da administração municipal competente possibilita uma CONSULTA PRÉVIA do endereço pretendido, com base em que já se pode saber, mesmo antes do requerimento oficial do Alvará, se o local pretendido está apto a sediar o empreendimento a ser desenvolvido. Assim, recomenda-se, ANTES DE PROTOCOLIZAR O ARQUIVAMENTO DOS ATOS CONSTITUTIVOS NA JUNTA COMERCIAL OU RCPJ (item 1), ANTES DE REQUERER-SE O CNPJ (item 2), antes mesmo de decidir o local da sede da cooperativa (e celebrar o contrato de locação do mesmo, se for o caso), REALIZAR tal CONSULTA PRÉVIA para não ser necessário, futuramente, convocar Assembleia Geral para alteração da sede e arquivar a respectiva ata da assembleia na Junta Comercial ou RCPJ ou, ainda, alterar cadastro do CNPJ. Com base na resposta desta CONSULTA PRÉVIA, evitam-se maiores gastos e tempo na regularização por completo da cooperativa. Assim, verifique junto ao órgão competente do Município, onde a cooperativa pretenda se estabelecer, acerca desse procedimento de CONSULTA PRÉVIA (ou de procedimento similar). 4. Requerimento do certificado de aprovação junto ao Corpo de Bombeiros Em determinados Estados, é necessário, além do requerimento do Alvará de Licença de Funcionamento, uma autorização/certidão de aprovação específica do Corpo de Bombeiros que ateste o cumprimento de determinados requisitos de segurança pelo local escolhido para o exercício das atividades da cooperativa. Como estas exigências e o respectivo procedimento varia em cada localidade, recomenda-se verificar junto ao Corpo de Bombeiros de sua localidade sobre a existência dessa exigência e qual o procedimento a ser adotado. Algumas corporações já possuem página na Internet explicando tal procedimento.

7.7 Quanto se gasta para regularizar uma cooperativa

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1. Quanto se gasta para legalizar uma cooperativa? R: O custo de legalização de uma cooperativa varia de cidade para cidade e depende do órgão onde se pretende arquivar os atos constitutivos, se a Junta Comercial ou o cartório do Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Depende, igualmente, das atividades exercidas pela cooperativa, já que, caso consista em cooperativa prestadora de serviços, deverá inscrever-se no cadastro do órgão fazendário municipal como contribuinte do ISS, caso se trate de cooperativa que industrialize ou comercialize, deverá inscrever-se na Receita Estadual do estado onde se localiza como contribuinte do ICMS, existindo diferentes taxas de cadastro para cada órgão. Em municípios e estados onde existem políticas públicas voltadas para o fortalecimento de empreendimentos populares, estes tributos podem ser menores. No município do Rio de Janeiro, para legalizar uma cooperativa que se dedique à industrialização/comercialização de produtos, o custo é de cerca de R$ 1.500,00 (sem negrito no original), valor necessário para pagar as seguintes despesas: É importante lembrar que os valores acima não consideram eventuais isenções concedidas pelas legislações estaduais e municipais para determinados casos, a exemplo do que ocorre no município do Rio de Janeiro, onde existe isenção da taxa de licenciamento de estabelecimento – alvará –, para empreendimentos localizados em favelas. Verifique no seu Estado / município se a legislação respectiva não estabelece hipóteses de isenção. Cabe lembrar que, apesar dessas despesas não serem pagas de uma vez, a cooperativa precisa ter pelo menos 50% do valor total para começar a legalização, já que as despesas destacadas nas letras “a” e “b” ocorrem logo no início. O restante poderá ser pago no decorrer do processo. 2. Existe algum fundo/ instituição para financiar a legalização de cooperativas? (sem negrito no original) Isto varia muito de um município para outro, de um estado para outro. Nos municípios ou estados em que existem políticas públicas de geração de trabalho e renda, é possível encontrar apoio do governo, seja diretamente, seja por meio de entidades locais, para a formação de empreendimentos auto-gestionários. Em muitos casos, esses programas de apoio são interrompidos quando mudam os governantes.

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Para obter informações sobre o assunto, sugerimos uma visita aos sites das secretarias de governo, especialmente as de Trabalho, de seu estado e/ ou município.

7.8 Fundos de Cooperativa, o que são e para que servem: 2. O que são e para que servem os fundos constituídos

de uma cooperativa? Os fundos de uma cooperativa são reservas em dinheiro, constituídas com a contribuição de todos os associados, que visam garantir o desenvolvimento das atividades da cooperativa e conceder aos cooperados alguns direitos trabalhistas, tais como férias e gratificação natalina, uma vez que, em cooperativas populares, não há vinculo empregatício. Existem dois tipos de fundos: os fundos obrigatórios e o fundo social. Os fundos obrigatórios são: 1) O Fundo de Reserva, destinado a reparar perdas e garantir o desenvolvimento das atividades da cooperativa. Esse fundo é constituído de 10 % (dez por cento) das sobras líquidas - sobras de tudo o que a cooperativa paga (débitos) e recebe (créditos) - de um exercício (espaço de tempo em que a contabilidade apura o seu resultado: receitas e despesas). 2) O Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social (FATES), destinado à prestação de assistência - investimento na capacitação e atualização técnica, promoção de cursos, seminários e congressos - aos associados, seus familiares e aos empregados da Cooperativa, constituído de 5 % (cinco por cento) das sobras líquidas de um exercício. Algumas cooperativas possuem o chamado Fundo Social(FS), que permite aos cooperados descanso remunerado e gratificações periódicas, cestas básicas, auxílio transporte, auxílio gestação, entre

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outros benefícios 16. Qual o procedimento completo para efetivação de uma cooperativa de reciclagem de lixo para beneficiar desempregados e empobrecidos de um bairro urbano pobre na periferia de Curitiba? É necessário que se atendam 3 aspectos: infraestrutura, mão-de-obra e documentação legal.

Quanto à infraestrutura:

• galpão para recebimento dos materiais recicláveis; • equipamentos como balanças, prensas e carrinhos. Mão-de-obra: • De modo geral, os cooperados não têm vínculo empregatício com a cooperativa. Os cooperados são, portanto, trabalhadores autônomos, que recebem de acordo com a quantidade de material coletada ou em razão da receita obtida pela cooperativa, rateada em partes iguais entre seus membros. Documentação legal: • Com a ajuda de um advogado, os cooperados devem elaborar um estatuto que contenha todas as normas de administração que vão reger a cooperativa. A lei exige um número mínimo de 20 pessoas para se montar uma cooperativa. Também é necessária a inscrição da entidade junto à Prefeitura. Finalmente, as cooperativas também são tributadas, pagando ICMS e IPTU. As cooperativas se caracterizam especialmente pelo respeito aos princípios do Movimento, ou seja, a efetiva vivência na adesão livre e voluntária, gestão democrática, autonomia econômica e financeira, independência econômica, educação para o cooperativismo, auto-cooperação e interesse pela comunidade. Deve-se, portanto: a) Reunir-se em assembleia para discutir se de fato

querem constituir cooperativa. b) Possuir um estatuto organizado que todos

conheçam. c) Possuir um plano de trabalho coletivo – quem vai

fazer com que tanto no coletivo quanto na administração da cooperativa os princípios sejam atingidos.

Elaborado o estatuto é preciso buscar um advogado para que a forma seja consolidada e aprovada em assembleia - registro no contrato de títulos e documentos, posteriormente junta comercial de acordo com o decreto.

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Importante que os princípios da própria lei sejam vivenciados para que realmente seja uma autêntica cooperativa. Nesta fase de organização deve-se procurar o apoio do Estado e de entidades filantrópicas para que se atinja objetivos maiores. 7.9 Tributos pagos pelas cooperativas: Neste ponto vê-se como a legislação relativa as cooperativas solidárias precisa ser repensada, pois tal carga tributária é descabida, para uma cooperativa de catadores de recicláveis e/ou de pequenos agricultores familiares 4. Cooperativa paga tributos – impostos, taxas, contribuições, etc.? No Brasil, sim. Em alguns poucos municípios, o Imposto Sobre Serviço (ISS) é inferior para cooperativas. Embora haja previsão constitucional para um tratamento tributário diferenciado aos empreendimentos cooperativos, as cooperativas recebem tratamento semelhante a qualquer empresa, salvo algumas disposições específicas em relação a alguns poucos impostos. No entanto, as cooperativas não podem gozar das vantagens tributárias das pequenas e micro empresas, mesmo que sua condição econômica e financeira seja idêntica. Cabe registrar a existência de demandas judiciais que questionam a constitucionalidade/legalidade da cobrança plena de tributos às cooperativas – Os impostos incidentes e exigidos das cooperativas são: A) Federais: PIS – PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL. A lei determina que 0,65% deve ser descontado sobre o faturamento total da cooperativa. Além disso, no caso de a cooperativa ter funcionários contratados, deve ser descontado 1% do valor pago a estes funcionário - PIS sobre a folha de pagamento -, o que não é comum nas cooperativas populares. COFINS - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social. A COFINS incide sobre a receita bruta da cooperativa, 3% sobre o faturamento total. O seu recolhimento é

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mensal. Tanto o PIS como a COFINS são constitucionalmente (art. 194 da CF/ 88) destinados à seguridade social (saúde, assistência e previdência social). IRRF - Imposto de Renda Retido na Fonte. Para contratar os serviços de uma cooperativa, uma empresa deve descontar 1,5% sobre o valor da nota do serviço. Apenas as cooperativas prestadoras de serviços têm esse imposto retido na fonte. A cooperativa deverá proceder ao desconto na fonte dos valores distribuídos ao cooperado, de acordo com a tabela progressiva do imposto de renda.

IRPF – Imposto de Renda Pessoa Física Quanto aos cooperados, se os seus ganhos alcançarem as faixas estabelecidas na tabela de Imposto de Renda na fonte para pessoas físicas, sofrerão também retenção na fonte; conforme se observa na seguinte tabela, de acordo com o que estabelece a lei 11.482/2007 Note-se que a cooperativa, anualmente, deve enviar aos cooperados o demonstrativo de retenção de imposto de renda na fonte, para possibilitar ao cooperado proceder ao ajuste, quando da entrega da declaração anual do IRPF. Existindo imposto de renda retido na fonte, o cooperado deverá proceder ao ajuste e verificar se existente saldo a pagar ou a restituir, de acordo com as regras vigentes para o Imposto de Renda da Pessoa Física.

7.9 .1 Tributos pagos pelas cooperativas, quanto ao INSS, ver item 4.3.1)

Previdência Social – Instituto Nacional do Seguro Social, INSS : INSS – Contribuição para o Instituto Nacional da Seguridade Social.18 A cooperativa deve reter 11% da remuneração dos associados e repassá-la ao INSS. Se, por acaso, a cooperativa prestar serviços para entidades filantrópicas ou beneficentes, que não recolhem contribuições previdenciárias, o desconto sobre os rendimentos dos cooperados é de 20%. É de se notar que as contratantes de serviços de cooperativos de trabalho devem recolher, em seu próprio nome, 15% sobre os

                                                                                                               18 Vide item 4.3. Sendo uma cooperativa de economia solidária, cuja renda não ultrapasse xxxx, se os cooperados forem micro empreendedores individuais terão um custo menor em termos de contribuição a previdência social – INSS.

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valores pagos à cooperativa pela prestação desses serviços. No caso das cooperativas de produção, há exigência, por parte do INSS, que se recolha 20% sobre os valores distribuídos aos cooperados, já que a legislação previdenciária a compara às empresas comuns. FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Uma cooperativa só deve recolher o FGTS se tiver algum funcionário contratado, algum empregado. Portanto, a possibilidade de tal recolhimento é remota, uma vez que cooperativas populares raramente possuem empregados. B) Estaduais: 1- ICMS - IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS O ICMS (imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação) é de competência dos Estados e do Distrito Federal. No caso de cooperativas de trabalho não há incidência, mas as cooperativas de produção, agrícolas ou de consumo pagam esse imposto mediante alíquotas variadas. No Estado do Rio de Janeiro há, inclusive, variação de produto para produto. A média é a incidência de uma alíquota de 19% sobre a diferença entre o custo e o preço de venda. Há também a possibilidade de se pagar por estimativa, por faixa de faturamento, devendo ser realizado, para tanto, um estudo caso a caso, com vistas às vantagens e desvantagens que o sistema oferece. C) Municipais 1- ISS – Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza. O ISS incide sobre o valor dos serviços prestados pela cooperativa e é calculado sobre o valor da nota fiscal, variando de município para município. Na maioria, porém, o valor recolhido é o correspondente a alíquota de 5% (cinco por cento) incidente sobre o valor do serviço prestado. 5. Uma Cooperativa pode oferecer quaisquer serviços? Sim, Uma cooperativa pode exercer qualquer atividade desde que, como em toda empresa, seus associados reúnam a qualificação técnica necessária para exercer esta atividade. Ademais, é necessário que todos os

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serviços oferecidos estejam inseridos no objeto social da cooperativa, em seu estatuto social, e que conste de seu alvará de funcionamento. Há ainda de se observar a possibilidade de exigência de registro profissional do cooperado, de acordo com a natureza do serviço prestado, como por exemplo, serviços de profissão regulamentada, onde exigida a habilitação profissional junto ao Conselho Profissional competente ........

7. 10 Regimento Interno No blog tem a postagem do regimento interno criado para a CoopZumbi, bem simples e um bom modelo: http://cooperativasautonomas.blogspot.com/2010/07/10-de-julho-aprovado-regimento-interno.htm

7. O que é o Regimento interno de uma cooperativa? O Regimento Interno, como o próprio nome indica, é um instrumento de regulamentação das atividades realizadas no interior da cooperativa, devendo esta regulamentação estar sempre em harmonia com o Estatuto Social. 8. É obrigatório criar um Regimento Interno para a cooperativa? Não, não é obrigatório, mas é uma forma de facilitar a gestão e melhorar o funcionamento da cooperativa.

7.10.1 O regimento interno pode também ser mais formal, como o abaixo: COOPERATIVA XXXXXXXXXXXX REGIMENTO INTERNO

CAPÍTULO I DAS ATRIBUIÇÕES REGIMENTAIS Art. 1º - Este Regimento Interno estabelece processos e procedimentos necessários ao funcionamento e administração da COOPERATIVA e regula-se pelas disposições legais e decisões tomadas pelos órgãos que a compõem, de acordo com o seu Estatuto. Art. 2º - A Diretoria Executiva poderá utilizar dos documentos abaixo, para regular processos e procedimentos: a) Resoluções; b) Normas; c) Instruções. § 1º - Esses documentos são do uso exclusivo da COOPERATIVA, sendo vedada sua divulgação externa, exceto se autorizado pelo Conselho de Administração; § 2º - Qualquer Cooperante pode ter acesso a este Regimento Interno, bem como a qualquer Resolução, Norma e Instrução e seu correspondente registro de análise ou discussão. Art. 3º - As resoluções são documentos assinados pelo Diretor Presidente, após decisão da Diretoria Executiva, e quando for necessário ao Conselho Fiscal, onde são especificadas as ordens da Diretoria em relação à COOPERATIVA. Parágrafo único - São tratados através de Resoluções os

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seguintes assuntos: a) fixação das despesas de administração dentro do orçamento anual; b) fixação da taxa de administração dos contratos; c) fixação da taxa de administração a ser paga pelo cooperante; d) contratação de serviço especializado; e) definição de Banco para realizar as operações financeiras da COOPERATIVA; f) convocação de Assembleia Geral; g) julgamento de recursos contra decisões disciplinares; h) admissão, demissão ou exclusão do cooperante; i) aquisição e alienação de bens imóveis e patrimoniais com expressa autorização da Assembleia Geral; j) criação de Comitês, Núcleos, Órgãos Assessores e Grupos Seccionais; k) designação de profissionais que executarão serviços contratados. Art. 4º - As normas são documentos assinados por um Diretor, após análise dos Órgãos da COOPERATIVA envolvidos, e elaborados com o propósito de estabelecer quais os órgãos ou agentes responsáveis pela execução dos serviços, das operações dos contratos, seus prazos para cumprimento, estabelecidos pela Assembleia Geral ou através de Resoluções. § 1° - Todas as Normas deverão ser numeradas em ordem cronológica de aprovação, padronizadamente elaboradas e suas revisões serão registradas e aprovadas em documentos próprios. § 2° - São especificados através de Normas, entre outros os seguintes assuntos: a) definição das atribuições de cada órgão da COOPERATIVA e seus elementos constitutivos; b) funcionamento de cada órgão da COOPERATIVA e da Assembleia Geral; c) níveis e padrões de Qualidade; d) procedimento para elaboração de Programas, Planos e Orçamento; Art. 5º- As instruções são documentos assinados por um Diretor, que tem o objetivo de detalhar a execução dos serviços definidas nas Normas e serão identificadas e arquivadas dentro de cada setor da COOPERATIVA. § 1° - As Instruções podem ser de: a) Rotina para detalhar os serviços de caráter permanente de cada Órgão. b) Cumprimento para detalhar o serviço de caráter transitório e normalmente perde significado após certa data, período ou cumprimento para o qual foi concebido; § 2° - São descritos nas Instruções, entre outros, os seguintes assuntos: a) procedimentos para convocação de Assembleia Geral; b) preenchimento de Ata de Assembleia Geral; c) procedimentos para preparar o Balanço do exercício; d) procedimentos para admissão de Cooperante; e) preenchimento do Livro de Matrícula; f) Instruções para acompanhamento e aceitação de serviço contratado. CAPÍTULO II DOS COOPERANTES a) ADMISSÃO DE COOPERANTES Art. 6º - Para associar-se, o interessado deverá ter capacidade plena, preencher a respectiva proposta de admissão fornecida pela COOPERATIVA, assinando-a em conjunto com o cooperante em pleno gozo de seus direitos sociais, que o está apresentando. Art. 7º - Cabe à Diretoria decidir sobre o ingresso do candidato, examinando o seu currículo e a oportunidades do mercado, levando-se em conta: a) a demanda para prestação de serviços relativos à profissão exercida pelo candidato; b) a disponibilidade de outros cooperantes na mesma área; c) comprometimento quanto aos preços dos serviços praticados pelo candidato; d) a disponibilidade financeira frente às aquisições de equipamentos eventualmente necessários à realização dos trabalhos pelo candidato. § 1º - O interessado, caso não tenha conhecimento da doutrina e dos princípios cooperativistas, deverá freqüentar, com aproveitamento, um curso básico de cooperativismo, que será

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ministrado pela cooperativa ou outra entidade; § 2º - Concluído o curso, o Conselho de Administração analisará a proposta de admissão e se manifestará a respeito, inclusive quanto à quantidade e as condições de pagamento das quotas do capital social da COOPERATIVA que o candidato pretenda subscrever; § 3º - Tendo subscrito as quotas do capital, na forma aprovada pelo Conselho de Administração, o candidato assinará, juntamente com o presidente da COOPERATIVA, o termo de admissão no Livro de Matrícula; § 4º - Cumpridas essas formalidades, o cooperante admitido na COOPERATIVA, adquire todos os direitos e assume todos os deveres e obrigações decorrentes a Lei, deste Estatuto, do Regimento Interno e das deliberações das Assembleias Gerais e do Conselho de Administração; § 5º - Caso o interessado seja membro de outra(s) cooperativa(s), deverá apresentar carta de referências por ela(s) expedida(s). Art. 8º - Para associar-se o interessado deverá: 1. Providenciar os seguintes documentos: a) 2 fotos 3 x 4 (iguais e recentes); b) cópia da Cédula de Identidade (RG ou equivalente); c) cópia de Registro Profissional (como profissional autônomo perante o órgão competente); d) número de inscrição de CPF/MF; e) cópia do último comprovante de pagamento do INSS e documento comprobatório de regularidade com a Contribuição Social. Art. 9º - São associados fundadores da cooperativa os cooperantes que assinaram a Ata da Assembleia de Constituição. Art. 10º - A representação da pessoa jurídica ingresso na COOPERATIVA se fará por meio de pessoa natural especialmente designada, mediante instrumento específico que, nos casos em que houver mais de um representante, identificará os poderes de cada um. Art. 11 – Todos os membros integrantes da cooperativa cultivarão, entre si e com os clientes, os seguintes valores: a) criatividade no desenvolvimento da inteligência individual e coletiva,; b) responsabilidade; c) atendimento honesto; d) cumprimento dos compromissos com pontualidade e qualidade; e) transparência nos procedimentos; f) zelo pelo bem-estar de todos os que operam com a cooperativa. Art. 12 - O cooperante será esclarecido sobre os projetos a serem executados, bem como sobre suas condições e, acatando-os, será orientado a: a) executar trabalhos referentes à profissão ou função para a qual foi admitido; b) prestar serviços de acordo com as cláusulas contratuais; c) responsabilizar-se pela qualidade dos serviços executados e pela sua segurança, mesmo que haja contrato de seguro por parte da cooperativa e/ou contratante. § 1º - O não comprimento do disposto neste artigo, ou de qualquer outra disposição contratual pode, a critério exclusivo da Diretoria, implicar na eliminação do associado; § 2º - O associado eliminado terá sua participação nos resultados do(s) contrato(s) de que participou segundo cálculo Pro Rata Tempore Art. 13 - É vedado ao cooperante: a) utilizar-se do nome da COOPERATIVA ou do contratante para mercantilizar em benefício próprio ou de terceiros; b) levar qualquer cliente a se desinteressar pelos serviços da COOPERATIVA; c) falar em nome da COOPERATIVA, ou ainda, interferir junto aos clientes, com a finalidade de obter indicações em contratos vigentes ou futuros; d) denegrir a imagem da COOPERATIVA ou de quaisquer de seus membros. b) DA DEMISSÃO, ELIMINAÇÃO E EXCLUSÃO DE COOPERANTE Art. 14 - A cópia autenticada da decisão da demissão, eliminação ou exclusão do

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cooperante será remetida pela COOPERATIVA, assinada pelo Diretor Presidente, no prazo máximo de 30 (trinta) dias ao interessado, por processo que comprove as datas da remessa e do recebimento. Parágrafo único - O atingido poderá, dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contados da data do recebimento da notificação, interpor recurso, que terá efeito suspensivo, até a primeira Assembleia Geral. Art. 15 - O ato de exclusão do cooperante será efetivado por decisão do Conselho de Administração, mediante termo firmado pelo Presidente no documento de matrícula, com os motivos que o determinaram CAPÍTULO III DOS PROJETOS Art. 16 - Os contratos efetuados entre a cooperativa e as empresas contratantes, serão administrados por projetos independentes, cada qual com seu respectivo gestor. a) a Diretoria é responsável por estabelecer, para cada projeto, o número de cooperantes e as qualificações demandadas, o Gestor do Projeto, os equipamentos e materiais necessários à sua realização, bem como a remuneração dos envolvidos; b) a distribuição dos trabalhos entre os cooperantes se dará pela oportunidade igualitária, respeitando o perfil demandado para o exercício das tarefas ou das atividades; c) o contrato do projeto será firmado entre a cooperativa e a empresa contratante; d) cada cooperante é responsável pelo seu desempenho e produtividade, podendo e devendo buscar orientações junto ao Gestor do Projeto, sempre que julgar necessário. § 1º - É da competência da Diretoria levantar custos e necessidades de equipamentos e materiais para cada projeto; § 2º - A Diretoria definirá a taxa de administração por projeto, bem como a remuneração dos envolvidos e o preço final; § 3º - Antes do início dos trabalhos, o associado participante do contrato estará ciente das atividades que desenvolverá e do valor que receberá. Art. 17 - Os valores, gerados pela execução dos contratos, serão recebidos pela COOPERATIVA e por ela repassados aos cooperantes, descontada a taxa de administração, os fundos aprovados pela Assembleia Geral e os tributos legais. Art. 18 - A periodicidade de recebimento por parte dos cooperantes será definida pela Diretoria, podendo variar de acordo com o projeto e/ou equipes de trabalho. § 1º - Sempre que o cooperante deixar de executar corretamente sua tarefa, ou trouxer prejuízo de qualquer natureza ao contrato, ele responderá integralmente pelo prejuízo; § 2º - A Diretoria pode escalar outros associados para a realização dos trabalhos de que trata este parágrafo e sustar o pagamento do associado, cujo trabalho foi recusado. Art. 19 - No caso de acidentes materiais que venham a causar ônus ao projeto, o valor do dano deverá ser ressarcido pelo associado causador do mesmo, em dinheiro ou trabalho, a critério do Gestor do Projeto e com o conhecimento da Diretoria. § 1º - A COOPERATIVA não tem responsabilidade sobre acidentes pessoais ocorridos fora do ambiente de trabalho ou não vinculados ao projeto, que venham a ocorrer com os associados, nem por dias de trabalho perdidos pelo acidentado; § 2º - Em caso de acidentes que resultem em afastamento do cooperante, a COOPERATIVA poderá, a critério da Diretoria, lançar mão do FATES - Fundo de Assistência Técnica Educacional Social para custear até 80% (oitenta por cento) dos 15 (quinze) primeiros dias de trabalho perdidos pelo associado. Art. 20 - O fornecimento de equipamentos poderá ser custeada: a) pela COOPERATIVA, sempre que tal fato contribua para os

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resultados do contrato; ao término da trabalho, o associado deverá devolvê-los em perfeitas condições e caso ocorra extravios ou impossibilidade de uso, o associado terá que ressarcir À COOPERATIVA o valor do bem; b) pelo associado; ao término dos trabalhos o associado poderá levá-los consigo; c) pela contratante, quando o contrato assim o estabelecer; ao término do trabalho, o associado deverá devolvê-los em condições de uso à contratante; caso contrário, o mesmo terá que ressarcir o valor do equipamento inutilizado, ou o preço da restauração. § 1º - Em qualquer situação, o responsável pelo uso de equipamento é o associado, que responde pelos danos ocasionados pelo uso indevido do equipamento; § 2º - Caso o associado se recuse a utilizar os equipamentos de proteção, exigidos pela legislação ou por determinação da COOPERATIVA, esta poderá eliminá-lo do quadro social. Art. 21 - Os cooperantes, a serviço exclusivo da COOPERATIVA, como os gestores dos projetos, poderão ter verba de representação, ajuda de custo, transporte, alimentação e custeio de viagens, etc. sempre com a aprovação prévia da Diretoria. Parágrafo único – Os gestores de projetos podem atuar simultaneamente como profissionais autônomos, prestando serviços aos contratantes. CAPITULO IV DAS ASSEMBLEIAS GERAIS a) DAS DISPOSICÕES GERAIS Art. 22 - Os trabalhos das Assembleias Gerais serão dirigidos pelo Presidente, auxiliado pelo Secretário da COOPERATIVA, sendo que o Presidente convidará a participar da Mesa, os ocupantes de cargos sociais presentes. § 1° - Na ausência do Secretário da COOPERATIVA e do seu substituto, o Presidente convidará outro cooperante para secretariar os trabalhos e lavrar a respectiva Ata; § 2° - Quando a Assembleia Geral não tiver sido convocada pelo Presidente, os trabalhos serão dirigidos pelo cooperante escolhido na ocasião e secretariado por outro convidado por aquele, compondo a Mesa os principais interessados na sua convocação. § 3° - O que ocorrer na Assembleia Geral, deverá constar de Ata circunstanciada, lavrada no livro próprio, que deverá ser aprovada e assinada ao final dos trabalhos pelos membros dos Conselhos de Administração e Fiscal presentes e ainda por tantos quantos queiram fazê-lo. Art. 23 - Na Assembleia Geral Ordinária, quando forem discutidos os Balanços de Contas, o Presidente da COOPERATIVA, solicitará ao Plenário, logo após a leitura do Relatório do Conselho de Administração, das peças contábeis e do parecer do Conselho Fiscal, que indique um cooperante para coordenar os debates e a votação da matéria. § 1° - Transmitida à direção dos trabalhos, o presidente e os ocupantes de cargos sociais presentes deixarão a Mesa, mas permanecerão no recinto, à disposição da Assembleia para as esclarecimentos que lhes forem solicitados; § 2° - O coordenador indicado escolherá entre os cooperantes um Secretário "ad-hoc" para auxiliá-lo na redação das decisões a serem incluídas na Ata pelo Secretário da Assembleia; § 3º - Para a votação de qualquer assunto na assembleia deve-se averiguar os votos a favor, depois os votos contra e por fim as abstenções. Caso o número de abstenções seja superior a 50% dos presentes, o assunto deve ser melhor esclarecido antes de submetê-lo à nova votação ou ser retirado da pauta, quando não é do interesse do quadro social. b) DO "QUORUM" PARA INSTALAÇÃO Art. 24 - Para efeito de verificação de "quorum" o número de cooperantes presentes em cada convocação se faz por suas assinaturas,

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seguidas aos respectivos números de matrículas, apostas no Livro de Presença. c) DO EDITAL DE CONVOCAÇÃO Art. 25 - Dos Editais de Convocação das Assembleias Gerais, deverão constar, obrigatoriamente: a) a denominação da COOPERATIVA, o número no CNPJ/MF, seguida da expressão “Convocação da Assembleia Geral, Ordinária e/ou Extraordinária, conforme o caso”; b) o dia e a hora da reunião, em cada convocação, bem como o endereço de sua realização o qual, salvo por motivo justificado, será sempre o local da Sede Social; c) a seqüência ordinal das convocações; d) a ordem do dia dos trabalhos, com as devidas especificações; e) o número de cooperantes existentes na data da sua expedição, para efeito de cálculo do "quorum", de instalação e apreciação do critério de representação; f) a data e assinatura do responsável pela convocação. § 1° - No caso da convocação ser feita por cooperantes, o Edital será assinado, no mínimo, por 5 (cinco) signatários do documento que a solicitou; § 2° - Os Editais de Convocação serão afixados em locais visíveis das dependências mais freqüentadas pelos cooperantes, publicados em jornal e comunicados por circulares através de mala direta, e-mail ou fax a cada um dos cooperantes. Art. 26 - O Edital de Convocação para a Assembleia Geral Ordinária, em que se realizar a eleição dos membros do Conselho de Administração e Fiscal, será publicado com antecedência mínima de 10 (dez) dias e as circulares expedidas a partir da data da publicação. CAPÍTULO V DO PROCESSO ELEITORAL Art. 27 - As eleições para os cargos do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal deverão ser realizadas em Assembleia Geral Ordinária até a data em que os mandatos se findam. § 1° - O sufrágio é direto e o voto é secreto utilizando-se uma cédula única, mas, em caso de inscrição de uma única chapa para a eleição do Conselho de Administração será adotado, para esta, o sistema de aclamação. § 2° - Será instituída a Comissão Eleitoral composta de 02 (dois) membros do Conselho Fiscal, indicados pela própria Diretoria, desde que não participem das chapas concorrentes com o objetivo de verificar se estão sendo cumpridas todas as disposições deste capítulo. Art. 28 - Não se efetivando nas épocas devidas a eleição de sucessores, por motivo de força maior, os prazos dos mandatos dos administradores e fiscais em exercício consideram-se automaticamente prorrogados pelo tempo necessário até que se efetive a sucessão, nunca além de 90 (noventa) dias. Art. 29 - Nas eleições para os cargos de Conselho de Administração, os candidatos serão apresentados por chapas contendo os seus nomes, designadamente para cada cargo e para o Conselho Fiscal, os candidatos serão apresentados individualmente. Art. 30 - Somente poderão concorrer às eleições para os cargos dos Conselhos de Administração e Fiscal, inclusive na condição de suplente, os candidatos que tenham sido admitidos no quadro associativo da COOPERATIVA há pelo menos 06 (seis) meses, exceto na sua fundação. Parágrafo único - Um mesmo cooperante não pode subscrever pedido de registro de mais de uma chapa ou nome, e ninguém pode se candidatar em mais de um Conselho. Art. 31 - A inscrição das chapas concorrentes aos Conselhos de Administração e Fiscal far-se-á ate 10 (dez) dias antes da realização da Assembleia Geral. § 1° - Formalizado o registro, não será admitido a substituição do candidato, salvo em caso de morte ou invalidez comprovada até o momento da instalação da Assembleia Geral, devendo, o substituto,

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apresentar documentação pessoal necessária até 05 (cinco) dias a contar da data de realização da Assembleia, sob pena de cancelamento do registro”; § 2° - No caso da desistência de um dos candidatos que compõem a chapa, a inscrição da mesma será automaticamente cancelada. Art. 32 - As inscrições, das chapas para o Conselho de Administração e dos candidatos concorrentes ao Conselho Fiscal, realizar-se-ão na sede da COOPERATIVA nos prazos estabelecidos, em dias úteis, no horário comercial, devendo ser utilizado para tal fim o Livro de Registro de Inscrição de Chapas e Candidatos. Art. 33 - No ato de registro das chapas concorrentes aos cargos do Conselho de Administração e dos candidatos ao Conselho Fiscal deverão ser apresentados: a) pedido de registro de chapas do Conselho de Administração e de candidatos do Conselho Fiscal, assinado no mínimo por 10 (dez) cooperantes, todos em pleno gozo de seus direitos sociais, com a expressa anuência dos candidatos, que deverão fazer uma declaração por escrito, com firma reconhecida em Cartório, neste sentido; b) no caso de chapa concorrente ao Conselho de Administração, relação nominal dos candidatos, com respectivo número de inscrição constante no Livro de Matrícula da COOPERATIVA e designados os respectivos cargos; c) declaração dos candidatos de que não é pessoa impedida por Lei ou que esteja condenada à pena que vede, ainda que temporariamente o acesso a cargos públicos ou por crime falimentar, de prevaricação, de suborno, concussão, peculato ou contra a economia popular, a fé pública ou a propriedade, nos termos do Artigo 51 da Lei n.º 5.764/71; d) declaração de que não é parente, até o segundo grau em linha reta ou colateral, de quaisquer dos outros componentes dos órgãos sociais da COOPERATIVA; e) indicação de 01 (um) cooperante que fiscalizará e acompanhará a votação e a apuração, o qual é impedido do concorrer a cargos eletivos na respectiva eleição; f) declaração de bens dos candidatos eleitos. Parágrafo único - Não serão aceitos os registros das candidaturas que não apresentarem os documentos retro mencionados no prazo estabelecido, exceto em casos fortuitos ou de força maior, devidamente comprovados. Art. 34 - Não poderão fazer parte da Comissão Eleitoral dos trabalhos de eleição, qualquer dos candidatos inscritos ou seus parentes, até o segundo grau em linha reta ou colateral, inclusive cônjuge. Art. 35 - O Presidente da Assembleia Geral suspenderá o trabalho desta para que o Coordenador do Comitê dirija o processo das eleições e a proclamação dos eleitos; § 1º - O transcurso das eleições e os nomes dos eleitos constarão da ata da Assembleia Geral; § 2º - Os eleitos para suprirem vacância nos Conselhos de Administração ou Fiscal exercerão os cargos somente até o final do mandato dos respectivos antecessores; § 3° - A apuração dos votos será feita por uma comissão de 03 (três) cooperantes escolhidos pela Assembleia, que poderão ser os mesmos indicados para coordenar os trabalhos, observados os impedimentos estabelecidos no Artigo 31. Art. 36 - Será proclamada vencedora a chapa do Conselho de Administração e os candidatos do Conselho Fiscal que alcançarem a maioria simples dos votos dos cooperantes presentes na Assembleia. § 1° - Em caso de empate no primeiro escrutínio para a eleição dos Conselhos de Administração e Fiscal, será realizado imediatamente um segundo, ao qual concorrerão as chapas empatadas e somente poderão votar os cooperantes que tiverem participado

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do primeiro; § 2° - Se persistir o empate das chapas será proclamada eleita a que contar com o candidato à Presidência que possuir a inscrição mais antiga no Livro de Matrícula; § 3° - Em caso de empate para os cargos de Conselheiros Fiscais será eleito aquele que possuir a inscrição mais antiga no Livro de Matrícula. Art. 37 - Não será considerada a eventual renúncia de qualquer candidato, antes da apuração, porém, se eleito, renunciar após a mesma, será considerado vago o respectivo cargo, para efeito de preenchimento CAPÍTULO VI DAS COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES DOS MEMBROS DA DIRETORIA EXECUTIVA, CONTRATADOS E VOGAIS Art. 38 - Compete ao Presidente: a) representar a COOPERATIVA ativa ou passivamente, em Juízo ou fora dele dentro dos seus poderes legais e estatutários; b) apresentar à assembleia Geral Ordinária: 1. Relatório da Gestão; 2. Balanço Geral; 3. Demonstrativo das Sobras apuradas ou das Perdas verificadas no exercício e o Parecer do Conselho Fiscal; c) convocar e presidir as Assembleias Gerais Ordinárias e Extraordinárias e as reuniões do Conselho de Administração; d) supervisionar as atividades da COOPERATIVA; e) verificar constantemente o saldo do caixa; f) elaborar o plano anual de atividades da cooperativa; g) assinar conjuntamente com qualquer outro Diretor Executivo, cheques, contratos e demais documentos constitutivos de obrigações, dentro dos seus. poderes legais e estatutários no Livro de Matrícula; h) coordenar e controlar a execução das diretrizes normas e planos estabelecidos pelo Conselho de Administração; i) designar a outro Diretor, atribuições não especificadas neste Estatuto; j) cumprir e fazer cumprir as deliberações das Assembleias Gerais e do próprio Conselho de Administração; k) cumprir e fazer cumprir as atribuições do Regimento Interno; l) zelar pelo fiel cumprimento da Lei e deste Estatuto. Art. 39 - Compete ao Vice- Presidente: a) inteirar-se permanentemente pelo trabalho do Presidente, substituindo quando necessário; b) na ausência do Presidente assinar conjuntamente com qualquer outro Diretor, cheques, contratos e demais documentos constitutivos de obrigações dentro dos seus poderes legais e estatutários; c) auxiliar o Presidente no desempenho de suas funções; d) desempenhar as atribuições específicas que lhe forem determinadas pelo Presidente pelo Conselho de Administração e pelo Regimento Interno da COOPERATIVA; e) cumprir e fazer cumprir as deliberações das Assembleias Gerais e do próprio Conselho de Administração; f) comparecer às reuniões do Conselho de Administração discutindo e votando as matérias a serem apreciadas; g) zelar pelo fiel cumprimento da Lei deste Estatuto e do Regimento Interno. Art. 40 - Compete ao Secretário: a) secretariar e lavrar as atas das reuniões do Conselho de Administração e das Assembleias Gerais responsabilizando-se pelos livros, documentos e arquivos referentes à COOPERATIVA; b) assinar conjuntamente com qualquer outro Diretor Executivo, cheques, contratos e demais documentos constitutivos de obrigações, dentro dos seus poderes legais e estatutários; c) auxiliar o Presidente no desempenho de suas funções; d) desempenhar as atribuições específicas que lhe forem determinadas pelo Presidente pelo Conselho de Administração e pelo Regimento Interno da COOPERATIVA; e) cumprir e fazer cumprir as deliberações das Assembleias Gerais e do próprio Conselho de Administração; f) comparecer

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às reuniões do Conselho de Administração, discutindo e votando as matérias a serem apreciadas; g) zelar pelo fiel cumprimento da Lei deste Estatuto e do Regimento Interno. Art. 41 - Compete ao Executivo Contratado: a) recrutamento e seleção de pessoal; b) assinar juntamente com o Diretor Presidente cheques, contas, balanço e balancetes; c) suprir a COOPERATIVA de material e equipamento; d) gerenciar os Fundos, responsabilizando-se por sua correta aplicação; e) preenchimento, guarda e conservação dos Livros da COOPERATIVA; f) contabilizar e controlar as operações econômico - financeiras: g) elaborar e assinar as Normas e Instruções em sua área de competência; h) contratar os funcionários para o preenchimento dos cargos administrativos auxiliares e técnicos que entender necessários, estabelecendo as respectivas remunerações; i) contratar serviços externos especializados de consultoria e assessoria; Art. 42 - Aos Conselheiros Vogais, sem função executiva compete: a) comparecer às reuniões do Conselho de Administração discutindo e quando estiver substituindo algum diretor, votar as matérias que estão sendo apreciadas; b) cumprir as tarefas específicas que lhes forem designadas pelo Presidente e pelo Conselho de Administração, no âmbito da Administração da COOPERATIVA; c) substituir quando designados, os Diretores Executivos desde que por prazo inferior a 90 (noventa) dias. Parágrafo único - O Conselheiro Vogal, quando em exercício perceberá os mesmos honorários do diretor substituído, deduzidos deste. CAPÍTULO VII DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 43 - A Diretoria Executiva poderá definir, “ad referendum” da Assembleia Geral, qualquer norma não prevista neste Regimento Interno, desde que não conflite com a Lei ou com o Estatuto.

7.11. Outras informações pertinentes:

.................................. 18. O Projeto de Lei cooperativista modificou o número mínimo de cooperados? Primeiramente, é de se ressaltar que o número mínimo de cooperados para constituir uma cooperativa continua incerto. Sobre o projeto de lei nº 171/99 do Deputado Osmar Dias, propõe em seu artigo 4º, inciso I, que uma cooperativa deve constituir de no mínimo 7 (sete) pessoas físicas. Entretanto, esse projeto de lei ainda se encontra em discussão no Senado Federal, portanto, ele ainda não é válido. O mesmo se aplica a todos os demais projetos de lei que pretendem dar novo tratamento às sociedades cooperativas. Atualmente, os diplomas que regem as sociedades cooperativas são o Código Civil de 2002, arts. 1.093 e seguintes, e a lei 5.764/71. 19. O Código de Defesa do Consumidor se aplica às cooperativas?

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O contrato entre as partes é que estabelece seus direitos e obrigações em qualquer ramo do Direito, desde que nada que se afiance seja proibido por Lei. O tratamento diferenciado reservado às cooperativas está tão somente, de forma esparsa, no tratamento tributário do ato cooperativo e em questões dos trabalhadores em cooperativas. Quanto às relações de consumo, as cooperativas são obrigadas a observá-las tanto quanto qualquer outra entidade empresarial. Neste caso, o que importa é a figura do consumidor, que merece proteção pelo ordenamento jurídico, pouco importando a forma jurídica da pessoa jurídica contratada.

8. Considerações a serem desenvolvidas Ainda se faz necessário ter uma equipe de apoiadores que possa na

cooperativa desenvolver, trabalhar: 1) Técnicas de Desenvolvimento de

“solidariedade”; 2) Sustentabilidade e Poder;

3) Poder e Autoridade; 4) Autoridade em relações verticais e horizontais; 5)

Procedimentos para cobrança pelos serviços prestados; 6) Elaboração de

documentos destinados ao poder público; 7) Tratativas com iniciativa privada

e administração pública.

09. Apresentação Quem sou eu

Janine Andreiv Rodrigues, Bacharela e Especialista em Direito e com

interesse na área ambiental desde a graduação: Cursei uma especialização

em Ecologia e Novos paradigmas do pensamento jurídico durante a

graduação (1996-7), dirigida por Luis Alberto Warat e por não ter sido

ofertada a mesma especialização recebi a certificação de 420h/a de estudos

como aperfeiçoamento; quando da eleição das disciplinas optativas elegi o

Direito Agrário e Ambiental (1999). Posteriormente, em 2001 na docência

superior em atividade que supervisionei de extensão universitária tive o

primeiro contato com a realidade dos catadores.

Mantenho-me associada a Associação Novo Encanto de

Desenvolvimento Ecológico, ANEDE http://www.novoencanto.org.br/

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Em 2010 me dediquei, quanto a atividade profissional, a ser técnica judiciária

nos Juizados Especiais Federais, em que mais de 80% das demandas são

previdenciárias.

Direito e ambientalismo – área de interesse no campo jurídico: Direitos

Humanos, com ênfase no direito ao meio ambiente equilibrado.

Esta cartilha virtual surge do Projeto de Mestrado em Desenvolvimento

Sustentável do Foro Latino Americano de Ciências Ambientais - FLACAM.

O desenvolvimento do Projeto foi documentado no blog

http://cooperativasautonomas.blogspot.com/

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REFERÊNCIAS CAPRA, Fritjov, O Ponto de Mutação, tradução Álvaro Cabral. São Paulo: Cultrix, 2006.  DOMINGUES, Maria Luiza Domingues. Tese de Mestrado em Tecnologia, Título: Empresa Falida: Resistência dos trabalhadores e autogestão a partir da criação de uma cooperativa, Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR, Ano de Obtenção: 2009. 1 http://www.fbes.org.br/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1,

consultado em 25 de junho de 2012.

http://www.cooperativismopopular.ufrj.br, consultado em 12 de novembro de

2010.

http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&rlz=1G1GGLQ_PT-BRBR319&q=modelo+de+assembl%C3%A9ia+de+constitui%C3%A7%C3%A3o+de+cooperativa&aq=f&aqi=&aql=&oq= consultado em 12 de maio de 2011. http://www.setorreciclagem.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=437, consultado em 10 de maio de 2011 http://blog.mte.gov.br/?p=2515 consultado em 12 de novembro de 2010.