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DESTAQUES TOQUE DE SAÍDA Director Alfredo Lopes Chefe de Redacção Soledade Santos Externato Cooperativo da Benedita Rua do Externato Cooperativo Apartado 197 2476-901 Benedita [email protected] externatobenedita.net ENTREVISTA AO DIRECTOR PEDADÓGICA DO ECB Página 3 PROJECTO EDUCAÇÃO E ORIENTAÇÃO ALIMENTAR Página 5 I ENCONTRO DE ENSINO- APRENDIZAGEM DE LÍNGUA MATERNA Página 6 O MOODLE NO ECB Página 7 SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO TRAZ HÉLIA CORREIA À BENEDITA Página 10 PLUTÃO E O CARACTER DINÂMICO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO Página 13 JOÃO PEDRO SILVA UM ATLETA DE ELEIÇÃO Página 13 BUSCAPÉ: UMA HISTÓRIA EM QUADRADINHOS Página 19 (Continua na página 9) Trianual - Dezembro de 2006 Ano 2 - Número 3 - 1,00 € A propósito de uma exposição de postais ilus- trados que se propõe realizar no Centro Cultu- ral JGS, Fernando Maurício, natural da vila da Benedita, e cidadão dedicado à preservação do património histórico local (como atestam os ca- dernos culturais que vem publicando com o apoio da autarquia), revelou-nos alguns aspectos fas- cinantes e porventura menos conhecidos desse universo particular que é o do coleccionismo de postais – a cartofilia. Terminada a escola primária, Fernando Mau- rício, como muitos jovens da sua geração, foi encaminhado para o seminário que, à época, constituía uma das poucas alternativas para os rapazes que viviam longe dos grandes centros e desejavam prosseguir estudos. «No Seminário de Santarém não fui grande aluno, mas aprendi muito em termos de relações humanas. Passei por várias instituições de en- sino e frequentei durante algum tempo o Insti- tuto Superior de Educação Física, mas tive de interromper o curso por motivos de doença. Entre 1979 e 1980 dei aulas no Externato Cooperativo da Benedita, e ingressei depois na carreira técni- ca da Acção Social Escolar.» O seu interesse pela cartofilia inicia-se quan- do, em 1966, herda de um tio padre, que estudara em Roma, uma colecção de cartões postais sobre arte sacra. Começa então a frequentar alfarra- bistas e feiras de coleccionadores, fascinado so- bretudo pelo valor documental dos postais. Tem neste momento uma vasta colecção de centenas de milhares, bem organizados e catalogados, no- meadamente: por concelhos; por temas; postais simples e máximos; estrangeiros; ilustrados à pena, a guache e a óleo. Da classificação temá- tica, destaca: actores portugueses; aves; aviões; CARTOFILIA – COLECCIONISMO E MEMÓRIA CONVERSA COM FERNANDO MAURÍCIO Postal com 45 anos, Brigitte Bardot-Cinema Colecção de Fernando Maurício Todos já fizemos contratos. Fazemos um contrato quando compramos uma casa, um ca- derno, ou quando combinamos um encontro com um amigo. Al- guns contratos são mais formais, outros mais flexíveis, mas em todos, sem excepção, alguém se obriga a alguma coisa em tro- ca da obtenção de outra coisa. Pode ser dinheiro, um emprego, um bem ou mera satisfação mo- ral. Existe sempre, mas sempre, a constituição de uma obrigação mútua e considerada equivalen- te. Há, no entanto, uma excep- ção: o ensino. Idealmente, o ensino é, ele também, um contrato. O Estado e a família contratam para, de for- ma complementar, se encarrega- rem da educação e instrução dos jovens. De um lado, a Escola for- nece acesso ao conhecimento; do outro, os jovens pretendem conhecimento. Aparentemente, o contrato está estabelecido. No entanto, não se verifica a segun- da condição que é a do equiva- lente de retribuição. Para que o aluno aprenda, é obrigatório que a Escola queira ensinar; mas é também necessário que o aluno queira aprender. Ora, em muitos casos, isto não acontece. A Lei de Bases e respectiva legislação complementar, as fi- losofias que presidem ao funcio- namento da Escola e à avalia- ção, a educação familiar domi- nante na sociedade, baseiam-se no pressuposto de que o aluno quer aprender, tem motivação, e, portanto, as condições contratu- ais estão cumpridas. O problema CONTRATO E MOTIVAÇÃO (Continua na página 17)

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DESTAQUES

TOQUE DE SAÍDA

DirectorAlfredo Lopes

Chefe de RedacçãoSoledade Santos

Externato Cooperativo da BeneditaRua do Externato CooperativoApartado 197 2476-901 [email protected]

externatobenedita.net

ENTREVISTA AO DIRECTOR PEDADÓGICA DO ECBPágina 3

PROJECTO EDUCAÇÃO E ORIENTAÇÃO ALIMENTARPágina 5

I ENCONTRO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA MATERNAPágina 6

O MOODLE NO ECBPágina 7

SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO TRAZ HÉLIA CORREIA À BENEDITAPágina 10

PLUTÃO E O CARACTER DINÂMICO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICOPágina 13

JOÃO PEDRO SILVAUM ATLETA DE ELEIÇÃO

Página 13

BUSCAPÉ:UMA HISTÓRIA EM

QUADRADINHOS

Página 19

(Continua na página 9)

Trianual - Dezembro de 2006

Ano 2 - Número 3 - 1,00 €

A propósito de uma exposição de postais ilus-

trados que se propõe realizar no Centro Cultu-

ral JGS, Fernando Maurício, natural da vila da

Benedita, e cidadão dedicado à preservação do

património histórico local (como atestam os ca-

dernos culturais que vem publicando com o apoio

da autarquia), revelou-nos alguns aspectos fas-

cinantes e porventura menos conhecidos desse

universo particular que é o do coleccionismo de

postais – a cartofilia.

Terminada a escola primária, Fernando Mau-

rício, como muitos jovens da sua geração, foi

encaminhado para o seminário que, à época,

constituía uma das poucas alternativas para os

rapazes que viviam longe dos grandes centros e

desejavam prosseguir estudos.

«No Seminário de Santarém não fui grande

aluno, mas aprendi muito em termos de relações

humanas. Passei por várias instituições de en-

sino e frequentei durante algum tempo o Insti-

tuto Superior de Educação Física, mas tive de

interromper o curso por motivos de doença. Entre

1979 e 1980 dei aulas no Externato Cooperativo

da Benedita, e ingressei depois na carreira técni-

ca da Acção Social Escolar.»

O seu interesse pela cartofilia inicia-se quan-

do, em 1966, herda de um tio padre, que estudara

em Roma, uma colecção de cartões postais sobre

arte sacra. Começa então a frequentar alfarra-

bistas e feiras de coleccionadores, fascinado so-

bretudo pelo valor documental dos postais. Tem

neste momento uma vasta colecção de centenas

de milhares, bem organizados e catalogados, no-

meadamente: por concelhos; por temas; postais

simples e máximos; estrangeiros; ilustrados à

pena, a guache e a óleo. Da classificação temá-

tica, destaca: actores portugueses; aves; aviões;

CARTOFILIA – COLECCIONISMO E MEMÓRIA

CONVERSA COM FERNANDO MAURÍCIO

Postal com 45 anos, Brigitte Bardot-Cinema Colecção de Fernando Maurício

Todos já fizemos contratos.

Fazemos um contrato quando

compramos uma casa, um ca-

derno, ou quando combinamos

um encontro com um amigo. Al-

guns contratos são mais formais,

outros mais flexíveis, mas em

todos, sem excepção, alguém

se obriga a alguma coisa em tro-

ca da obtenção de outra coisa.

Pode ser dinheiro, um emprego,

um bem ou mera satisfação mo-

ral. Existe sempre, mas sempre,

a constituição de uma obrigação

mútua e considerada equivalen-

te. Há, no entanto, uma excep-

ção: o ensino.

Idealmente, o ensino é, ele

também, um contrato. O Estado e

a família contratam para, de for-

ma complementar, se encarrega-

rem da educação e instrução dos

jovens. De um lado, a Escola for-

nece acesso ao conhecimento;

do outro, os jovens pretendem

conhecimento. Aparentemente,

o contrato está estabelecido. No

entanto, não se verifica a segun-

da condição que é a do equiva-

lente de retribuição. Para que o

aluno aprenda, é obrigatório que

a Escola queira ensinar; mas é

também necessário que o aluno

queira aprender. Ora, em muitos

casos, isto não acontece.

A Lei de Bases e respectiva

legislação complementar, as fi-

losofias que presidem ao funcio-

namento da Escola e à avalia-

ção, a educação familiar domi-

nante na sociedade, baseiam-se

no pressuposto de que o aluno

quer aprender, tem motivação, e,

portanto, as condições contratu-

ais estão cumpridas. O problema

CONTRATO E MOTIVAÇÃO

(Continua na página 17)

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ANO 2 - Nº 3TOQUE DE SAÍDA

ESCOLA VIVA

Director do Jornal: Alfredo Lopes

Redacção:

Deolinda Castelhano

Luísa Couto

Soledade Santos (Chefe de redacção)

Teresa Agostinho

Marketing e vendas:

Maria José Jorge

Composição gráfica:

Nuno Rosa

Paulo Valentim

Samuel Branco

Equipa de Reportagem:

Acácio Castelhano

Ana Duarte

Clara Peralta

Fátima Feliciano

Graça Silva

José Cavadas

Laura Boavida

Maria de Lurdes Goulão

Maria José Guerra

Miguel Fonseca

Sérgio Teixeira

Impressão: Relgráfica, Lda

Tiragem: 500 exemplares

Preço avulso: 1,00 €

EDITORIAL ÍNDICE

Escola vivaContrato e motivação 1Entrevista ao Director Pedagógico da ECB 3

Mais um ano lectivo ... 4

Top 10 - livros mais lidos na biblioteca 4

Projecto Educação e Orientação Alimentar 5

Ementas: sabor e criatividade 5

Notícias de Longe - Volodymyr Meinyk 5

I Encontro de Ensino/Aprendizagem da

Língua Materna 6

Clube Paideia 6

Go(s)ta de água, go(s)ta de vida 6

O Moodle no ECB 7

Projecto “Orientação Alimentar“ arranca

na Sala de Alunos 12

O Lugar da MemóriaBenedita - Ontem, hoje e .... amanhã? 8

Trinta anos de autonomia local 8

Arte e CulturaCartofilia - coleccionismo e memória 1

Sugestão de leitura 4

The Others - crítica de filme 9

Sonho de uma noite de verão 10

Um sonho de teatro 10

Uma lição de história de arte 20

Andy Warhol: a arte/produção e consumo 20

Ciência, Tecnologia e AmbientePlutão e o carácter dinâmico do conheci-

mento científico 11

Chuvas ácidas 11

Células estaminais 11

A natureza da prova científica 12

Marie e Pierre Curie 12

Olhar CircundanteQuando um B pode ser um D 10

Benedita Dinâmica 12

David Purley 15

Juvenis do Benfica somem e seguem 15

Não há duas sem três - João Pedro Silva 15

Tolerantes, até que ponto 16

ECB no JRA em Viseu 16

Longa-metragem encerrada na Benedita? 16

Racismo 17

Mente Sã em Corpo SãoJoão Pedro Silva - um atleta de eleição 13

VIII Torneio Internacional da Cela 13

Alimentos para os adolescentes 14

Passatempos e CuriosidadesEnigmas 18

Sudoku 18

Recriar o mundoSonho - Poesia 9

Buscapé: uma história em quadradinhos 19

A disciplina de EDUCAÇÃO MORAL E RELIGIOSA CATÓLICA festejou o S. Mar-tinho no dia 10 de Novembro, promovendo a venda de castanhas assadas, uma expo-sição de trabalhos sobre as tradições asso-ciadas à lenda de S. Martinho e uma repre-sentação da mesma lenda, feita por alunos do 8.º ano, tendo como público os meninos do Jardim Escola.

Entre os dias 11 e 15 de Dezembro, EMRC dinamiza a Semana da Família, desenvolvi-da em conjunto com os professores respon-sáveis pelo Projecto Crescer. Do programa constam palestras, actividades para pais e alunos, e uma exposição de trabalhos elabo-rados pelos alunos nas aulas de Formação Cívica.

Este Grupo Disciplinar será também res-ponsável pela Festa de Natal, no dia 14 de Dezembro, que pretende envolver toda a comunidade educativa e incluirá dramatiza-ções e actuações musicais preparadas pelos professores e alunos da Escola.

O Grupo de EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA realiza, no final do 1º Período, em colabora-ção com o Grupo de História, uma exposi-ção de “Artefactos e Engenhos” produzidos pelos alunos do 7.º Ano. Relacionado com o tema “Energias Renováveis”, irá também realizar uma exposição de maquetas de cen-trais eólicas e de postais elaborados pelos alunos do 8.ºAno.

O Grupo de EDUCAÇÃO VISUAL está a proceder à decoração de alguns espaços dentro da escola, com materiais produzidos pelos alunos e alusivos à época natalícia.

LITERATURA – PARA QUE TE QUERO?

Todos sabemos que a leitura contribui

para o desenvolvimento das capacidades

intelectuais; que fornece instrumentos para

entender um mundo em constante mudan-

ça; que desenvolve a sensibilidade estéti-

ca; que nos ajuda a preservar a memória,

a melhor entender o presente e a planear

com mais lucidez o futuro.

Todos sabemos. Mas lê-se pouco e,

sobretudo, cada vez se dá menos lugar à

Literatura. Os que na escola ainda podem

fazê-lo, fazem-no frequentemente como pe-

nosa obrigação. Bem podem uns quantos

falar do prazer de ler e da importância dos

clássicos na formação dos jovens. Prazer

e obrigação não costumam andar a par, e

o que exige algum esforço desagrada, ain-

da mais num mundo em que tudo é light ou

descartável, num mundo em que impera

uma visão grosseiramente pragmática. Que

lugar resta então para a arte e, em particu-

lar, para a Literatura?

Yannis Ritsos, poeta grego contemporâ-

neo, disse: «Escrevo um verso, escrevo o

mundo: existo; o mundo existe».

De facto, se a criação, assuma ela que

forma assuma – pintura, música, literatura,

dança – não mata a fome nem a sede, pelo

menos não a fome e a sede imediatas, res-

ponde a uma necessidade essencial do ser

humano: uma necessidade lúdica (a do pra-

zer e do jogo), uma necessidade ôntica e

estética (a busca do Absoluto e do Belo).

Também a leitura, ao procurar desven-

dar a obra, se transforma numa actividade

não apenas recreativa, mas também cria-

tiva. Primeiro, porque o literário é, por na-

tureza, denso de sentidos, abrindo para

mundos obscuros, dizendo aquilo que não

conseguiríamos comunicar racionalmente

e que só pela intuição podemos alcançar.

Segundo, porque se trata de um objecto em

permanente construção, buscando leitores

que o completem, interpretando-o, recrian-

do-o a cada leitura.

Se nos dispusermos a ler, se aceitarmos

o desafio e nos atrevermos no labirinto,

será talvez a nossa própria face, revelada,

o que finalmente encontraremos nas pala-

vras do escritor.

Prof.ª Soledade Santos

ACONTECENDO

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ESCOLA VIVA 3

ANO 2 - Nº 3 TOQUE DE SAÍDA

O Dr. Alfredo Manuel Rodri-

gues Lopes nasceu em 1953, no

distrito da Guarda. É licenciado

em História e conta com 26 anos

dedicados ao ensino. Iniciou a

sua carreira de docente no Ex-

ternato, onde exerce o cargo de

Director Pedagógico desde 2004.

Actualmente vive em Rio Maior, é

casado e tem 2 filhos.

Quais são as funções que

exerce um Director Pedagógi-

co?

As funções do Director Peda-

gógico começam com a definição

do regime de funcionamento da

Escola, com a elaboração do Pla-

no de Actividades e com a distri-

buição do serviço docente e não

docente. Passam, também, pela

contratação dos professores,

pelo exercício do poder discipli-

nar e pela avaliação do pessoal

docente e não docente, entre ou-

tras.

O que o levou a aceitar este

cargo?

Nunca tive o desejo de dirigir

a Escola, mas sempre tive a von-

tade firme de a servir. Procurei,

ao longo de mais de 25 anos,

sentir a Escola como a minha es-

cola e os alunos como os meus

alunos. A minha disponibilidade

para trabalhar com as direcções

anteriores foi sempre total. De-

sempenhei cargos sempre de for-

ma empenhada e com lealdade,

norteei o meu trabalho no sentido

de obter o sucesso dos alunos e

a satisfação dos seus Encarrega-

dos de Educação. Terá sido a mi-

nha postura que levou a Direcção

do INSE a propor-me o cargo de

Director.

Tem encontrado dificulda-

des em gerir uma escola tão

grande?

O Externato é uma escola

grande em todos os sentidos. So-

mos uma comunidade composta

por mais de 1400 alunos; 120

professores e 30 funcionários.

Mas não pode ser grande apenas

nos números. A Escola tem uma

missão que passa pela qualida-

de do ensino/aprendizagem; pelo

bom ambiente aqui existente; por

uma boa organização e por uma

ligação estreita com a comunida-

de. E aqui também queremos ser

grandes. As boas instalações e

muitos recursos físicos, os pro-

fessores qualificados, empenha-

dos e com bom desempenho, os

funcionários exigentes e toleran-

tes, os pais interessados nas ac-

tividades da escola e dos seus

filhos, alunos conscientes de que

estudar é trabalho e trabalhar

muitas vezes é sacrifício, fazem

desta escola uma boa escola e

fácil de dirigir, onde o Director é,

muitas vezes, o timoneiro. Quan-

do fazemos o que gostamos e

sentimos a colaboração de todos,

tudo é mais fácil.

Sendo Director de uma es-

cola particular e cooperativa

onde qualquer morador pode

ser sócio, e onde cada Encarre-

gado de Educação sente a es-

cola como sua, pergunto: qual

a missão da escola e as me-

didas que vão sendo tomadas

para dar resposta aos anseios

da população?

A escola nasceu para dar res-

posta àqueles alunos que, após a

4ª classe, não tinham condições

para se deslocar para fora da Be-

nedita a fim de prosseguir estu-

dos, ou de adquirir formação na

área de Serralharia e Formação

Feminina. Agora, a sua missão é

outra. Têm de se criar condições

para que todos os alunos conclu-

am a escolaridade obrigatória.

Para isso é necessário tomar me-

didas no sentido de reduzir a taxa

de abandono escolar para 0 por

cento.

E como pensa conseguir

isso?

Tendo em conta as diferenças

de cada aluno, dando apoios di-

versificados, apoiando as famí-

lias mais necessitadas a vários

níveis, desenvolvendo projectos

como o Aprender a Aprender, o

Gabinete de Dislexia, o Gabinete

de Psicologia, o Desporto Esco-

lar, ou ainda encaminhando os

jovens que nada querem com a

escola de ensino regular, a pre-

ferir cursos de Educação e For-

mação.

Por outro lado, tem a escola de

se preocupar com o sucesso real

dos alunos ao terminarem o Ensi-

no Básico, para que possam sem

sobressaltos prosseguir estudos

no Ensino Secundário. Neste

sentido, apostamos na implemen-

tação de planos de intervenção

na área de Língua Portuguesa e

Matemática, reforçando quando

necessário a carga horária.

E em relação ao Ensino Se-

cundário, quais são os objecti-

vos desta escola?

Quanto ao Ensino Secundário,

preocupamo-nos com uma oferta

de cursos que sejam do agrado

dos alunos, seja nas áreas dos

cursos Científico-Humanísticos,

Tecnológicos ou Profissionais,

sabendo que estamos limitados

pela rede escolar do concelho.

O nosso objectivo é que todos

tenham sucesso no 12º Ano, po-

dendo, desta forma, entrar nas

universidades e nos cursos que

desejam, bem como entrar no

mundo do trabalho, proporcio-

nando-lhes uma boa orientação.

Mas a escola não é só apren-

dizagem, mas também educação,

solidariedade, valores e cultura.

Daí a existência de grandes pro-

jectos como o Projecto Crescer,

Sorriso Amigo, Teatro, Festtea-

tro, Jornal Escolar, Feira do Li-

vro, Orientação Alimentar, entre

outros. Com estes projectos ali-

cerçados na qualidade do corpo

docente e discente, atingiremos

patamares de excelência.

Tem uma longa carreira como

docente. Director ou Professor,

o que considera mais difícil?

Actualmente ser professor não

é fácil. Sente-se o desencanto

pelo insucesso dos alunos, por-

que eles nem sempre chegam

onde desejaríamos. Mas o con-

trário também é verdadeiro, mui-

tos atingiram os seus objectivos e

o nosso contributo foi relevante.

Ser Director é ser capaz de

decidir em tempo oportuno. É um

campo de muita responsabilida-

de.

Como são os dias de um Di-

rector Pedagógico?

Procuro estar na escola o má-

ximo de tempo possível. Os as-

suntos devem ser resolvidos com

brevidade. Há muita correspon-

dência para ler e dar resposta.

Há muita gente para ouvir. Há um

leque vastíssimo de assuntos diá-

rios para resolver e que não pode

esperar. Enfim, passam-se com

muita agitação, mas não deixam

de ser muito gratificantes.

ENTREVISTA AO DIRECTOR PEDAGÓGICO DO ECB“A escola não é só aprendizagem, mas também educação, solidariedade, valores e cultura “

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4

ANO 2 - Nº 3TOQUE DE SAÍDA

ESCOLA VIVA

A primeira volta decorreu no dia 24

de Outubro de 2006 e apuraram-se os

seguintes votos:

Abstenção – 32% (alunos diurnos)

A segunda volta teve lugar no dia 30 de

Outubro de 2006. Foi eleita a Lista F

e o novo presidente da Associação de

Estudantes é o João Prisciliano, do 12º

Ano Turma A:

TOP 10

1º- A MetamorfoseFranz Kafka

2º - Aventuras de João Sem MedoJosé Gomes Ferreira

3º - Diário de Anne FrankAnne Frank

4º - A estrela de Doze PontasJoão Aguiar

5º - O Velho e o MarErnest Hemingway

6º - Poesias InéditasFernando Pessoa

7º - O Mistério do Grafitti João Aguiar

8º - Quem Me Dera Ser OndaManuel Rui

9º - À Beira do Lago dos EncantosMaria Alberta Menéres

10º - Os Cinco MoklinsBruno Matos

Os livros mais requisitados na Biblioteca do ECB entre 18 de Setembro e 31 de Outubro de 2006.

Lista C 54 7%

Lista D 156 19%

Lista F 213 26%

Lista K 69 8%

Lista R 224 27%

Lista S 21 2%

Lista T 13 2%

Lista X 26 3%

Brancos 10 1%

Nulos 38 5%

TOTAL 824

Lista F 357

Lista R 345

Brancos 0

Nulos 5

TOTAL 695

Iniciámos mais um ano lectivo e, à seme-

lhança de anos anteriores, recebemos os no-

vos alunos – aqueles que pela primeira vez fre-

quentam o Externato – e os seus Encarregados

de Educação, no auditório do Centro Cultural

Gonçalves Sapinho. Esta sessão de boas-vin-

das foi presidida pelo Director Pedagógico, Dr.

Alfredo Lopes que, depois de saudar os pre-

sentes e de desejar aos alunos um bom ano

de trabalho, apelou para a desejada cultura de

excelência alicerçada no empenho e colabora-

ção de todos.

No presente ano lectivo – 2006/07 – estão

matriculados no Externato 1372 alunos distri-

buídos por 55 turmas do Ensino Básico e Se-

cundário diurno e nocturno.

ALGUMAS ACTIVIDADES EM DESTAQUE

CLUBES E PROJECTOS em funcionamento

neste ano lectivo: Clube de Fotografia, Clube

Arquimedes, Clube de Informática, Clube Auto-

cad, Clube Corel Draw, Clube de Xadrez, Clube

do Funcionamento da Língua, Clube Paideia,

Clube Virtual de Leitura, Clube Sentir a Física,

Projecto 3D, Oficina de Teatro, Observatório da

Natureza, Festa dos Talentos, Ciência de Pal-

mo e Meio, Feira do Livro, Café Literário, Baile

de Gala, grupo de teatro Os Gambuzinos, festi-

val de teatro escolar (Festteatro), colaboração

com a Associação “Sorriso Amigo” e participa-

ção no Fórum da Juventude.

PROJECTO APRENDER A APRENDER –

destina-se a dar apoio pedagógico aos alunos

que revelam mais dificuldades, auxiliando-os a

desenvolver progressivamente a sua autono-

mia. Estes alunos dispõem do apoio de um pro-

fessor durante um tempo lectivo semanal.

PROGRAMA DE TUTORIAS – em vigor pela

primeira vez neste ano lectivo, o Programa de

Tutorias pretende acompanhar os alunos do 3.º

Ciclo do Ensino Básico que revelem dificulda-

des de aprendizagem acentuadas ou que evi-

denciem grande absentismo, risco de insuces-

so repetido ou de abandono escolar. Incluem-

se ainda os alunos que, não tendo dificulda-

des de aprendizagem, revelam problemas de

ordem sócio-afectiva. Os professores tutores

acompanham os alunos no estudo e na inte-

gração escolar.

AULAS DE APOIO – o ECB, à semelhança

de anos anteriores, faculta aulas de apoio a

Língua Portuguesa e Matemática aos alunos do

9.º ano. Estas aulas decorrem num tempo lecti-

vo semanal integrado no horário da turma, são

de frequência facultativa e sujeita a autoriza-

ção do Encarregado de Educação. Em algumas

turmas do Ensino Secundário, onde tal neces-

sidade se verificou, foi também implementada

esta estratégia na disciplina de Matemática.

MAIS UM ANO LECTIVO… ELEIÇÃO ASSOCIAÇÃO DE ESTUDANTES

SUGESTÃO DE LEITURA À Procura de Sana, da Gótica Edições, é

um romance de Richard Zimler, escritor ame-

ricano residente no Porto há já alguns anos,

que combina de forma harmoniosa a pesquisa

jornalística e a ficção, cruzando o seu univer-

so pessoal com a história de Sana, uma miste-

riosa mulher que conhece na Austrália quan-

do aí participa num Encontro de Escritores.

Ao longo de duzentas e oitenta e sete

páginas, Zimler procura a verdade sobre a

vida da bailarina palestiniana que de for-

ma enigmática se aproxima dele, pedin-

do-lhe para autografar o seu livro, O Úl-

timo Cabalista de Lisboa, e dedicá-lo a

Helena, mas no dia seguinte, de forma

inesperada, cai de uma janela na espla-

nada do hotel, a pouca distância do autor.

Ao ritmo vertiginoso das descobertas do

romancista vamo-nos surpreendendo com

as revelações sobre duas mulheres que a

vida separou, Sana e Helena, uma pales-

tiniana e a outra israelita, mas cuja amiza-

de perdurou muito para além dos muros de

Haifa e do contexto político que as envolve.

Prof.ª Luísa Couto

À Procura de Sana

Richard Zimler

Gótica

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ESCOLA VIVA 5

ANO 2 - Nº 3 TOQUE DE SAÍDA

O Volodymyr Melnyk foi aluno do ECB,

no 3º ciclo, e frequentou o 10º Ano na turma

A, no ano lectivo 2004/2005, tendo-se inte-

grado admiravelmente na escola e aprendi-

do, em curto espaço de tempo, a comunicar

em português.

Após o regresso à sua terra natal, na

Ucrânia, escreveu aos colegas esta carta

que, com autorização do Volodymyr, o To-

que de Saída agora publica, exactamente

como ele a escreveu.

Olá amigos!

Antes de tudo vou pedir desculpa por os

meus erros ortográficos, pois já bastante

não pratiquei a língua Português. Agradeço

muito por vossa carta, é sempre curioso de

saber o que mudou-se em minha Benedita,

escola, turma, após da minha saída de Por-

tugal. Tenho muita pena de que abandonei

vós, mas vida é vida! Também tenho gran-

des saudades por vossa companhia, e es-

pero que nós ainda vamos se-encontrar.

Agora vou contar um pouco sobre a mi-

nha situação. Eu vivo com os avós em ci-

dade em que nasceu. Estou a construir a

minha carreira xadrezistica, treino xadrez

em casa, participou nos torneios. Assim em

ultimo nacional de jovens, eu joguei em pri-

meiro tabuleiro da minha região (em Ucrâ-

nia). Dos 24 participantes fiquei em 1º lugar

com 5 pontos em 9 possiveis.

Mas chega historias sobre minha vida.

Espero vocês contam sobre as vossas no-

tícias em próximas cartas, pois eu também

não esqueceu sobre vós e não vou esque-

cer nunca!

Desejo para os professores boas notas a

dar, e para a turma a receber as!

Vosso colega Volodymyr

P.S. Parabéns com apuramento do seu

grupo em 1/8 do Mundial Selecção nacional

Português!

NOTÍCIAS DE LONGE

A Organização Mundial de Saúde conside-

ra a dieta e a nutrição factores importantes

na promoção e manutenção de um bom es-

tado de saúde, e determinantes na preven-

ção das doenças crónicas não transmissíveis

(obesidade, doenças cardiovasculares, etc.).

Todos nós reconhecemos a importância

de uma refeição completa e variada. Con-

tudo, são muitas as situações em que não

aplicamos a teoria na vida prática. Muitos

adolescentes do século XXI consideram uma

refeição completa uma fatia de pizza, batatas

fritas e um refrigerante, ou por vezes ham-

búrgueres, croquetes e outros alimentos que

se enquadram na categoria do fast-food.

Estes alimentos são muito apelativos a ní-

vel do paladar, mas são também densamente

calóricos, ou seja, muito ricos em gorduras e

açúcares, o que faz com que, mesmo consu-

midos em pequenas quantidades, tragam um

contributo elevado em calorias para o orga-

nismo. Têm ainda a desvantagem de repre-

sentarem calorias relativamente pobres, pois

fornecem quantidades baixas de vitaminas,

minerais e fibra.

Onde ficaram a sopa, os vegetais e a

água?

Uma ementa saudável deve ser constitu-

ída por sopa, um prato completo, com carne

ou peixe, acompanhamento à base de cere-

ais, batata ou leguminosas, e ainda vegetais

em quantidade significativa. A refeição fica

completa com uma peça de fruta.

Estes princípios, não devem, obviamente,

descurar o aspecto do paladar e do sabor,

pelo que uma ementa deve ser elaborada

com alguma criatividade, devendo ser varia-

da, quer em alimentos, quer em tipos de con-

fecção.

O Externato Cooperativo da Benedita apli-

ca a teoria na vida prática.

Então porquê preferir uma refeição fast-

food, quando podes desfrutar de uma refei-

ção equilibrada e saudável no Restaurante

do ECB?!

Porque pensamos em ti,

Restaurante do ECB, a escolha para quem

se preocupa com o seu futuro!

João Fonseca

Coordenador do Projecto Orientação Alimentar

EMENTAS: SABOR E CRIATIVIDADE

(NÃO) GOSTO DE JAZZ!

Muitos dizem que não gostam de Jazz.

A questão que se coloca é “Porquê?”

A resposta é aparentemente simples:

porque o ouvido não foi educado para ou-

vir esse tipo de música. Quem não conhe-

ce não sabe se gosta. Para gostar tem

de ouvir, ouvir ao vivo. Ir aos concertos,

sentir o ambiente.

Foi este o percurso que muitos que

gostam de Jazz fizeram. Quando ouviram

o primeiro concerto não disseram “Não

gosto de Jazz”. Podem dizer “Não gosto

de algum tipo de Jazz”.

Por isso, façam o favor de ir ouvir con-

certos de Jazz!

Prof. José Cavadas

Ao longo deste ano lecti-

vo, decorre na nossa Escola

um projecto de Educação e

Saúde Alimentar, coorde-

nado por João Fonseca,

ex-aluno do Externato e ac-

tualmente finalista do cur-

so Produção Alimentar em

Restauração na ESHTE.

O projecto, tendo como

lema uma citação de Hipó-

crates, «O alimento é o teu

primeiro medicamento»,

será levado à prática pelo

Coordenador e por um Gru-

po de Apoio constituído por

alunos e envolverá vários

Grupos Disciplinares, como

o de Educação Física. Tem

como público preferencial

os alunos do Externato, mas

orienta-se também para a

comunidade local, visan-

do, entre outros objectivos,

criar uma rede de informa-

ção e comunicação sobre

questões alimentares e pro-

mover uma correcta nutrição

na escola e para lá dela.

Entre outras actividades

a decorrer ao longo do ano

lectivo, destacam-se a Se-

mana da Alimentação (16 a

20 de Outubro); a activação

do e-mail edu.alimentar@

gmail.com, para recolha de

sugestões e esclarecimento

de dúvidas sobre nutrição;

a avaliação dos hábitos

alimentares da população

discente do Externato; a

afixação de materiais in-

formativos; a publicação

de artigos neste jornal; a

construção de uma página

na Internet; a realização de

colóquios, debates e cam-

panhas de incentivo à prá-

tica do exercício físico e de

uma alimentação saudável;

a promoção do Bar e do Re-

feitório da escola; o concur-

so “Dá um nome ao Bar e ao

Restaurante da Escola”; a

valorização da oferta de ali-

mentos mais saudáveis no

Bar, como a fruta e o pão,

tornando menos visíveis re-

frigerantes, bolos e snacks;

o intercâmbio com outras

escolas, nomeadamente a

Escola Secundária da Maia

que desenvolve um projecto

semelhante; um seminário,

aberto à comunidade, sobre

“Educação e Orientação Ali-

mentar.

PROJECTO PILOTO

EDUCAÇÃO E ORIENTAÇÃO ALIMENTAR

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6

ANO 2 - Nº 3TOQUE DE SAÍDA

ESCOLA VIVA

A turma do 12ºC estará

envolvida durante este ano

lectivo no Programa Eco-Es-

colas e JRA (Jovens Repór-

teres para o Ambiente), no

âmbito da Área de Projecto.

O Programa Eco-Escolas

tem como objectivos: enco-

rajar acções; reconhecer e

premiar o trabalho desenvol-

vido pela escola na melho-

ria do seu desempenho am-

biental, na gestão do espaço

escolar e na sensibilização

da comunidade; estimular o

hábito de participação e a

adopção de comportamentos

sustentáveis no quotidiano

ao nível pessoal, familiar e

comunitário. O tema escolhi-

do foi a “Água” e tem como

variante a “Biodiversidade”.

O JRA é um projecto que

tem como finalidade preparar

os jovens para o exercício de

uma cidadania activa na de-

fesa do Ambiente, investigan-

do e interpretando questões

ambientais relevantes a nível

local, como se fossem jorna-

listas, reforçando os seus co-

nhecimentos neste domínio.

O projecto de investigação

jornalística (JRA) inserir-se-

á em fóruns de trabalho su-

bordinado ao tema da Água.

Segundo os objectivos

destes dois programas, pre-

tendemos ao longo do ano

elaborar artigos e realizar vá-

rias actividades, tendo como

público-alvo a comunidade

em geral, desde a pré-esco-

lar. Algumas destas activida-

des incluem a produção de

maquetas de uma ETAR e do

ciclo hidrológico; a participa-

ção no concurso nacional “Fo-

tografar a Água”; a análise de

águas da região; um inqué-

rito à população; e a acção

PNSAC (Parque Natural da

Serra de Aire e Candeeiros).

Os artigos e cartazes que fa-

remos terão como objectivo a

sensibilização da comunida-

de escolar para a poupança

de água e para a sua impor-

tância no organismo humano.

Fora da escola pretendemos,

com dramatizações simples,

fazer ver aos mais novos

as ideias acima referidas.

Alunos do 12ºC

GO(S)TA DE ÁGUA, GO(S)TA DE VIDA

Nos dias 14 e 15 de Setembro realizou-se,

no Centro Cultural José Gonçalves Sapinho, na

Benedita, um Encontro de educadores/profes-

sores de Língua Portuguesa que reuniu mais

de 60 docentes do ensino básico e secundário

da região e de zonas periféricas.

Organizado pelo CEFAE de Alcobaça e Na-

zaré e apoiado pelo CEFAE Dra. Deolinda Ri-

beiro e pelo Externato Cooperativo da Bene-

dita, o Encontro revelou-se um momento de

aprendizagem e consolidação de estratégias a

pôr em prática nas aulas de Língua Materna.

A ideia da realização deste Encontro nasceu

daquilo que parece ser uma óbvia necessida-

de de procurar respostas mais eficazes para

resolver muitos dos problemas que envolvem

não só a Língua Portuguesa, mas todas as dis-

ciplinas, a nível:

• da interpretação de enunciados orais e es-

critos;

• da escrita;

• do conhecimento explícito da língua;

• da diferenciação entre os registos formais

e informais.

E foi partindo desta necessidade consen-

sual que se reuniram investigadores de várias

áreas, linguistas e professores do ensino bá-

sico e do ensino secundário, para uma parti-

lha de pesquisas fiáveis e de experiências que

levarão à experimentação de novos percursos

pedagógicos

Cada vez se torna mais clara a consciên-

cia da importância da colaboração de investi-

gadores e de professores, constituindo-se um

diálogo fecundo para o ensino, o que se veri-

ficou neste Encontro em que se reflectiu em

conjunto sobre os domínios do Português e os

problemas de aprendizagem. Foi, certamente,

um caso de sucesso, a repetir.

Profª Inês Silva

I ENCONTRO DE ENSINO/APRENDIZAGEM DA LÍNGUA MATERNA

NOTÍCIAS DA MATEMÁTICA

Decorreu no dia 8 de Novembro a

primeira eliminatória das Olimpíadas

Portuguesas de Matemática.

Entretanto, e na sequência do es-

tudo realizado sobre os resultados do

exame do 9º Ano, tanto a nível nacio-

nal como no ECB, decidiu este Grupo

Disciplinar implementar o Projecto Ma-

temática, com o objectivo de melhorar

o desempenho dos alunos no terceiro

ciclo do Ensino Básico e, consequen-

temente, no Ensino Secundário. Este

projecto inclui estratégias variadas,

nomeadamente: rever a gestão do pro-

grama do 3º Ciclo, dando prioridade às

matérias mais estruturantes para o fu-

turo escolar dos alunos; utilizar recur-

sos tecnológicos; introduzir a “Ques-

tão Aula”, obtendo feedback diário dos

alunos; lançar o “Desafio em Família”:

problemas matemáticos com ligação ao

real, para os alunos resolverem com os

familiares.

Estas estratégias, já postas em prá-

tica neste ano lectivo em todas as tur-

mas do 7º Ano, estender-se-ão ao 8º no

próximo ano lectivo e, seguidamente,

ao 9º Ano.

Paideia é o termo grego para

designar a formação do ser hu-

mano, preparando-o para intervir

politicamente nos assuntos da

sociedade. Tendo em conta que

a sociedade democrática moder-

na exige dos seus cidadãos uma

participação consciente e activa,

recorreu-se a este termo clássi-

co para identificar o clube coor-

denado pelo grupo de Filosofia.

O clube Paideia pretende a

prossecução dos seguintes ob-

jectivos: desenvolver nos alunos

atitudes de curiosidade, análise

crítica e rigor conceptual, permi-

tindo-lhes assumir o exercício da

cidadania, debatendo problemas

com convicção e tolerância; contri-

buir para uma futura

opinião pública me-

nos passiva e acríti-

ca e, formalmente,

mais preparada para

discutir assuntos de

variada proveniência.

A afixação dos tra-

balhos produzidos pe-

los alunos, a divulga-

ção de obras de inte-

resse filosófico, o vi-

sionamento de filmes,

a dramatização de di-

álogos filosóficos, a escolha do “fi-

lósofo do mês”, sessões de debate

e a produção de textos argumenta-

tivos são algumas das actividades

a desenvolver no âmbito do clube.

Embora se trate de um es-

paço aberto à escola, os prin-

cipais intervenientes serão os

alunos que frequentam as dis-

ciplinas de Filosofia (10º e 11º.

Anos) e de Psicologia (A e B).

O clube funcionará à segun-

da-feira, das 14: 20 às 15:50;

terça-feira, das 10:50 às 12:35;

quinta-feira, das 10:05 às 13.20;

e sexta-feira, das 11:50 às 13:20.

Os professores do grupo de Filosofia

CLUBE PAIDEIA

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ESCOLA VIVA 7

ANO 2 - Nº 3 TOQUE DE SAÍDA

NOTÍCIAS DO GRUPO DE HISTÓRIA

Neste ano lectivo, o Grupo de

História dá início a um projecto in-

titulado “Viver a História”, organi-

zando um conjunto de actividades

que visam melhorar a qualidade do

processo de ensino-aprendizagem,

promover a educação para a cida-

dania e reforçar a ligação com a co-

munidade. Ao longo do ano, várias

turmas realizarão dramatizações,

jogos, marcadores de livros, expo-

sições de trabalhos, e farão a dina-

mização da vitrina “Viver a História”.

Embora estudar História não seja

apenas saber datas, acontecimen-

tos ou o nome de personagens im-

portantes, conhecer os momentos

marcantes da História de um país

ajuda a construir a consciência cí-

vica e garante a nossa identidade

cultural. Há datas que merecem ce-

lebração, quer as que dizem respeito

à História Nacional, quer as que in-

tegram a Humanidade. Assim, para

a comemoração da implantação da

República, a turma do 9º D realizou

já trabalhos para apresentação na vi-

trina. Prevê-se, ainda no 1º Período,

a comemoração da Restauração da

Independência (1 de Dezembro) e do

Dia da Declaração Universal dos Di-

reitos do Homem (10 de Dezembro).

NOTÍCIAS DO GRUPO DE PORTU-

GUÊS

Neste ano lectivo, o Grupo de Por-

tuguês propõe-se manter o Clube de

Leitura Virtual, na página do ECB,

e dinamizar na plataforma Moodle

a Página do Português, com uma

vertente pública, e outra destinada

à partilha de materiais e ao traba-

lho colaborativo entre os professo-

res da disciplina. O Grupo renovará

ainda o Convite a um Escritor para

se deslocar à escola, incentivando

desta forma o gosto dos alunos pela

leitura, e organizará o Dia do Por-

tuguês, promovendo um Concurso

de Escrita. Quanto à Formação de

Professores, apresenta duas pro-

postas: “Afinal, somos todos pro-

fessores de português!”, acção que,

assumindo o carácter transversal da

língua materna, se dirige a todos os

professores do Externato que a de-

sejem frequentar; e ainda, especial-

mente para os professores do En-

sino Secundário, “Para uma leitura

da obra Memorial do Convento: Da

História ao Sonho”.

Promove ainda as seguintes Ses-

sões de Teatro, em relação com os

conteúdos programáticos dos anos

a que se destinam: para o 8.º Ano

– «Falar Verdade a Mentir», pela

companhia “O Sonho”, espectáculo

previsto para o dia 21 de Maio; 9.º

Ano – «Auto da Barca do Inferno»,

previsto para o dia 15 de Dezembro;

10.º Ano – «Um Poder chamado Pa-

lavra», sessão de poesia pela com-

panhia “Teatro Azul”, prevista para

o dia 17 de Abril; 12.º ano – «Feliz-

mente Há Luar», pela companhia “A

Barraca”, nos dias 6 e 8 de Março.

Quanto a Visitas de Estudo, os

professores de Português propõem-

se realizar com os seus alunos do

11º Ano o Roteiro Queirosiano em

Lisboa e, com os de 12º Ano, visitar

o Convento de Mafra, no âmbito do

estudo da obra “Memorial do Con-

vento”.

O MOODL NO ECBDesde o 2º período do ano

lectivo transacto que alguns

professores do ECB têm aces-

so à plataforma Moodle e a uti-

lizam, juntamente com os seus

alunos, como complemento das

actividades lectivas, disponibili-

zando manuais, fichas de exer-

cícios, combinando chat, dis-

cutindo assuntos em fóruns e

realizando testes. A plataforma

está acessível através do en-

dereço: http://ecb-m.ccems.pt

No início do presente ano

lectivo, o número de utilizado-

res desta plataforma aumentou

significativamente, quer a nível

de professores, quer a nível de

alunos. Uma das razões deve-

se ao facto de se ter passado a

inserir no Moodle as propostas

para o Plano de Actividades e

a disponibilizar na plataforma

muitos dos impressos utilizados

na escola. Entretanto, alguns

professores mostraram também

interesse em ter aí áreas para

trabalhar com as suas turmas.

Mas o que é o Moodle?

É uma plataforma suportada

pelas tecnologias utilizadas pela

Internet e que permite adminis-

trar actividades educacionais,

plataforma essa criada com o

pensamento no ensino à distân-

cia (e-learning), ideal como com-

plemento do ensino presencial.

Através do Moodle, os pro-

fessores podem construir, jun-

tamente com os seus alunos,

registos históricos de reflexões;

glossários destinados a arma-

zenar recursos; tarefas diversas

que o aluno envia ao professor,

depois de cumpridas; inquéritos

(permitindo ao professor conhe-

cer melhor a turma e reflectir

sobre os seus métodos de en-

sino); wiki (criação colaborativa

de documentos; lição (conjunto

de páginas compostas que no

final apresenta questões) e ou-

tras actividades.

Prof. Samuel Branco,

Coordenador do Projecto Moodle

Durante o primeiro e o segundo períodos deste ano

lectivo, a Câmara Municipal de Alcobaça faz nas esco-

las a campanha “Educação Ambiental 2006/2007”: tro-

ca de tampinhas de plástico por cadeiras de rodas.

Durante a campanha, as escolas do concelho recolhem

tampas de plástico — que devem ser de garrafas de água

ou de iogurte — com a finalidade de as trocar por cadeiras

de rodas e outros equipamentos para a Sociedade Portu-

guesa de Esclerose Múltipla (SPEM). É necessário reu-

nir uma tonelada de tampinhas para obter em troca uma

cadeira de rodas. A escola ou turma que reunir a maior

quantidade de tampas – armazenadas e contabilizadas em

garrafões de três, cinco ou oito litros — irá a Lisboa visitar

a SPEM e lanchar com crianças que sofrem da doença.

A campanha terminará a 7 de Abril de 2007, Dia Mundial

da Saúde, e os munícipes também podem contribuir, depo-

sitando as tampas nas Juntas de Freguesia ou no pelouro

do Ambiente da Câmara.

Esta campanha tem como objectivo conciliar os objec-

tivos ambiental e social, a promoção da reciclagem de re-

síduos sólidos, bem como a solidariedade e a educação

para a cidadania.

Sara Coelho Santos, 10ºD

TAMPAS DE PLÁSTICO PRECISAM-SE

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O LUGAR DA MEMÓRIA8

ANO 2 - Nº 3TOQUE DE SAÍDA

A autonomia local é, junta-

mente com a autonomia regional,

um dos princípios constitucio-

nais fundamentais, em matéria

de organização descentralizada

do Estado. As autarquias locais

são formas de administração

autónoma, constituem entida-

des jurídicas próprias, possuem

os seus próprios órgãos repre-

sentativos e prosseguem inte-

resses próprios das respectivas

populações e não interesses do

Estado.

Fiel à tradição portuguesa,

a Constituição manteve um sis-

tema de autarquias estruturado

em três níveis territoriais: fre-

guesias, municípios e regiões

administrativas. As freguesias,

enquanto entidades jurídico-

administrativas, surgem pela

primeira vez em Portugal, pelo

Decreto de 26 de Novembro de

1830. No seu artigo 1º, este di-

ploma estabelecia o seguinte:

“haverá em cada paróquia uma

junta nomeada pelos vizinhos

e encarregada de administrar

todos os negócios de interesse

do poder local “, sendo as pa-

róquias até então divisões ecle-

siásticas reguladas pelo direito

canónico e sem qualquer atribui-

ção de carácter administrativo.

Os municípios, cujas origens

remontam à Idade Média, onde

o espaço continental da monar-

quia portuguesa se encontra di-

vidido por concelhos designados

cidades, vilas, concelhos, cou-

tos e honras ou simplesmente

terras, constituídos por Câma-

ras Municipais que possuíam em

toda a parte atribuições formais,

parcialmente coincidentes. As

regiões administrativas, autar-

quia verdadeiramente nova e a

criar, que substituirá o distrito,

que surge pela primeira vez em

Portugal com a reforma adminis-

trativa de Mouzinho da Silveira,

em 1835.

Não sendo novas estas autar-

quias definidas na Constituição

da República, saída da Revolu-

ção do 25 de Abril, elas são con-

tudo autarquias novas, porque

diferentes das suas antecesso-

ras, já que pela primeira vez go-

zam de autonomia, tanto admi-

nistrativa como financeira.

É o objecto das receitas que

é privilegiado na Constituição

como elemento essencial da

autonomia própria do poder lo-

cal, pois ele preconiza a “justa

repartição dos recursos públi-

cos”, pressupondo a fixação de

critérios de distribuição dos re-

cursos totais entre o Estado e

as autarquias, na proporção das

necessidades correspondentes

às atribuições de uns e outros,

quer através da repartição da

titularidade das receitas, quer

pela participação das autarquias

nos recursos do Estado.

Aos municípios, a Lei atribui

as receitas dos impostos deno-

minados locais, como o Impos-

to Municipal sobre Imóveis (o

IMI), o Imposto Municipal sobre

Transmissões Onerosas de Imó-

veis (o IMT), o Imposto Munici-

pal de Veículos, a derrama sobre

a colecta de I.R.C. cobrado no

concelho, que é de 10%, e ainda

uma participação de 30,5% na

receita dos impostos nacionais

do IVA, do IRS e do IRC, cobra-

dos pelo Estado.

Às freguesias atribui a lei

2,5% da receita do IVA, IRS e

IRC, cobrados pelo Estado, sen-

do esta a receita das 4.259 fre-

guesias existentes em Portugal.

Foi esta autonomia adminis-

trativa e financeira que permitiu

aos municípios e às freguesias

realizarem nas suas áreas de ju-

risdição as obras que modifica-

ram significativamente a imagem

das nossas aldeias, vilas e cida-

des e que melhoraram a qualida-

de de vida das populações.

Completam-se este ano (16

de Dezembro) 30 anos de po-

der local democrático. Come-

moramo-los como uma das re-

alizações mais conseguidas da

democracia portuguesa. E faça-

mos votos para que a nova lei,

a Lei do Financiamento das Au-

tarquias Locais, em discussão

na Assembleia da República,

não ponha em causa a verdadei-

ra essência do poder local – a

sua autonomia, administrativa

e financeira, – antes evolua no

sentido da maior descentraliza-

ção, para que assim se possa

cumprir também o princípio da

subsidiariedade.

Prof. Luís Castelhano

TRINTA ANOS DE AUTONOMIA LOCAL

A tradição desportiva da Benedita bem representada jé em

1949 nesta equipa de futebol: União Desportiva da Benedita

a disputar então um torneio entre freguesias no antigo cam-

po de Alcobaça. Identificação: (da esquerda para a direita,

em pé): Carriço, Fialho, Bogalho, José Figueiredo, Patrício,

Carapau e o massagista Machado de Aljubarrota; (em baixo):

Nélito (Alcobaça), Olímpio, José Inácio, Armando Alho e Car-

taxo.

BENEDITA - ONTEM, HOJE E... AMANHÃ?

4 de Fevereiro de 1943/45, jovens da Benedita pousam

garbosamente com as suas bicicletas.

As distâncias não os detinham e longos quilómetros per-

corriam: Fátima, Nazaré, Caldas, bailes e roamrias em qual-

quer lugar e lá iam eles nas suas ‘pasteleiras’....

Da esquerda para adireita: José Delgado (F), Luís Maurí-

cio, António Ferreira Catarino (F), João Maria (F) e António

Almeida.

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ARTE E CULTURA 9

ANO 2 - Nº 2 TOQUE DE SAÍDA

azulejos; brasões; calçada portuguesa; cine-

ma; comboios; estações de caminho de ferro;

janelas e portas; navios; pelourinhos, poesia;

tauromaquia; trajes.

Explica-nos que se a filatelia – uma das

mais antigas e populares actividades colec-

cionistas – é a arte de coleccionar selos de

correio, e a cartofilia a de coleccionar pos-

tais, a maximilia é a arte de coleccionar pos-

tais-máximos. Artes que são também técnicas

rigorosas, dado que exigem conhecimentos

específicos e princípios gerais que se encon-

tram devidamente estabelecidos em normas

internacionais. Ficámos assim a saber que o

postal-máximo é uma peça filatélica constitu-

ída por três elementos – o selo postal, o pos-

tal ilustrado e a marca ou carimbo dos cor-

reios – que apresentam entre si o máximo de

concordância: de tema, de lugar e de tempo.

Conta-nos que o postal ilustrado surgiu

na Áustria, em 1869, e que o primeiro pos-

tal ilustrado português que se conhece é de

1894, celebrando o 5º Centenário do Nasci-

mento do Infante D. Henrique, mas que só

a partir de 1898, aquando das comemora-

ções do 4º Centenário do Descobrimento do

Caminho Marítimo para a Índia, os Correios

de Portugal passaram a emitir regularmente

postais ilustrados.

«A época de ouro do postal vai desde fi-

nais do século XIX até 1925. Fotógrafos ta-

lentosos, como o Marquês de Abreu, Alvão,

Novais e outros, deixaram-nos clichés de

grande qualidade. Contudo, os postais mais

valiosos são os da autoria de ilustradores».

A colecção de Fernando Maurício inclui

postais ilustrados por artistas como Anjos

Teixeira, Júlio Resende, Stuart Carvalhais,

Bordalo Pinheiro, Roque Gameiro, Carlos Bo-

telho e outros.

Hoje em dia, Fernando Maurício deixou

de frequentar as feiras de coleccionismo,

onde afluem coleccionadores de todo o tipo

de objectos, não só postais ilustrados, mas

também pacotes de açúcar, isqueiros, reci-

pientes de lata, objectos de uso comum que

atestam hábitos, modas ou práticas que, in-

sensivelmente, se foram ou se vão perdendo

no tempo. E deixou de frequentar as feiras

porque «já não são pontos de troca, mas de

comércio». A sua vasta colecção está cons-

tituída, exigiu-lhe milhares de horas de ca-

talogação, de dedicação. Importa-lhe agora

passar testemunho.

E é neste desejo de preservar a História e

de contar as histórias que se inscreve o seu

projecto de realizar uma exposição de carto-

filia na Benedita.

Prof.ª Soledade Santos

Postal com 60 anos, Costumes de Portugal,Ilustrado por Júlio Góes, colecção de Fernando Maurício

CARTOFILIA – COLECCIONISMO E MEMÓRIA CONVERSA COM FERNANDO MAURÍCIO (Continuação da pág. 1)

SONHO

Acordo de viagens,

Viagens nunca antes realizadas,

Que mesmo assim deixam marcas,

Lembranças jamais apagadas.

Perguntem-me por onde andei,

O que tive, o que fiz.

Perguntem-me pelas aventuras, desventuras,

Perguntem-me se fui feliz.

Perguntem-me se fiz amizades,

Se chorei, se sorri,

Se cantei, se pulei,

Se amei, se vivi.

Não saberei responder.

Nunca cheguei a viajar…

Sou apenas uma criança,

Às minhas viagens dá-se um nome: sonhar!

Daniela Machado, 11º E

Postal-máximo, colecção de Fernando Maurício

Realizador: Alejandro Ame-

nábar

Ano de realização: 2001

Elenco: Nicole Kidman, Fion-

nula Flanagan, Alakina Mann

Género: Suspense/Mistério

The Others, ou os Outros,

é um grande filme de suspen-

se, como não se vêem mui-

tos; não é mais um filme que

aborda o sobrenatural, pois

surpreende através da forma

inteligente como é tratado o

tema. Para quem gostou de

O Sexto Sentido, esta é uma

excelente película!

1945, fim da II Grande

Guerra: o marido de Grace

ainda não voltou do campo de

batalha, e esta mãe religiosa

procura assegurar o bem-es-

tar de Anne e Nicholas, os fi-

lhos do casal, que sofrem de

uma doença rara: fotofobia

ou hipersensibilidade à luz.

Assim, devido à doença dos

pequenos, a grande mansão

está completamente artilhada

para garantir a impossibilida-

de de entrada qualquer raio

de sol. Além disso, todas as

divisões da casa estão sem-

pre estranha e cuidadosa-

mente trancadas pela matriar-

ca da família.

Tudo decorria, apesar dis-

so, na normalidade, até que

ocorre um curioso aconte-

cimento e os empregados

abandonam a casa. Para

assegurar o ritmo habitual,

Grace contrata três novos

empregados, não sabia ela

que estes lhe modificariam

para sempre a vida familiar.

O silêncio e a paz dão lugar

a aparições e vozes, e Anne,

a destemida filha mais velha,

começa a ter contacto com

Victor, uma criança que ela

teima em afirmar que é real.

Este comportamento estranho

deixa assustada a mãe que

não acredita na existência

destas aparições sobrenatu-

rais, porém começa a sentir

a presença aterradora de ou-

tros seres.

Quem são eles? Serão

mesmo fantasmas? Pura ilu-

são? Pessoas que começa-

ram a habitar sob o mesmo

tecto?

E o pai? Morreu? O que lhe

aconteceu realmente?

Hélder Correia, 11ºE

THE OTHERS

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ARTE E CULTURA10

ANO 2 - Nº 3TOQUE DE SAÍDA

O grupo de teatro Os Gambuzinos levou

à cena, no Centro Cultural Gonçalves Sa-

pinho, nos meses de Setembro e Outubro,

a peça Sonho de uma Noite de Verão de

William Shakespeare, na versão adaptada

por Hélia Correia. A autora, outrora profes-

sora do Ensino Secundário, dedica-se à es-

crita há já algum tempo e tem uma vasta

produção literária da qual se destacam as

obras Montedemo, O Número dos Vivos,

Lilias Fraser e Bastardia, entre outras.

Amante da arte de palco e profunda conhe-

cedora do texto shakespeariano, assistiu a

uma das representações do grupo de teatro

Os Gambuzinos e, amavelmente, deixou o

seu depoimento acerca da peça e também

da encenação que teve a oportunidade de

ver.

Sobre a sua adaptação da peça Sonho

de uma Noite de Verão disse a autora:

“Eu escrevo pouco para o público infan-

til e para o público juvenil, embora sejam

as minhas relações privilegiadas, os meus

grandes amigos são crianças e jovens.

Mas nas poucas coisas que eu faço para

esses leitores e, no caso das adaptações

de Shakespeare, para esses espectadores

também, a minha maior preocupação é não

cair no logro de escrever apatetadamente

para as crianças. Os textos, no caso das

traduções de Shakespeare, são muito fiéis

ao original, têm só uns cortes para tornar a

peça mais curta, o resto é tudo conservado:

onde Shakespeare faz decassílabos bran-

cos, eu faço decassílabos brancos, onde ele

faz canções, eu faço canções; o registo das

falas é também mantido, porque me parece

que um texto é uma coisa praticamente in-

tocável, é uma beleza até à qual nós temos

que subir e não tem que descer até ao nos-

so nível de cultura de momento.

O meu desejo enquanto veículo desta

peça de William Shakespeare é construir

o primeiro degrau para o conhecimento da

mesma, mas que esse degrau leve a que

toda a gente acabe por ver a peça no ori-

ginal, na sua língua inglesa, que é muito

agora também a nossa língua, e ainda bem,

porque como se costuma dizer “o saber não

ocupa lugar” e aprender uma língua não tira

a sabedoria da outra, e quanto mais línguas

nós soubermos mais cidadãos do mundo so-

mos. Portanto, espero que toda a gente que

conheça esta versão procure alguma vez

conhecer a versão original.”

Sobre a encenação dos Gambuzinos,

Hélia Correia manifestou o seu agrado pelo

que viu, elogiando a representação e a ade-

são do público que enchia a sala. “Eu gostei

muito desta encenação, acho que reproduz

absolutamente o universo mágico, a inter-

pretação é óptima, é muito viva, muito bem

marcada. É fantástico ver como consegue

atrair a atenção de meninos muito peque-

ninos, de adultos de todas as camadas etá-

rias, ao mesmo tempo, numa mesma produ-

ção. Os actores são fantásticos, são admi-

ráveis!

Eu gostei muito, e sou uma pessoa muito

pouco amestrada socialmente, não sou di-

plomata, não digo as coisas para agradar.

Quando digo que gostei mesmo muito, é

porque é verdade, gostei mesmo muito da

peça.”

No dia 23 de Setembro de 2006, no auditó-

rio do Centro Cultural Gonçalves Sapinho, es-

treou a peça “Sonho de uma Noite de Verão“,

de Shakespeare, numa versão infantil da auto-

ria de Hélia Correia, encenada pelo professor

José Carlos Saramago, com a colaboração do

grupo de teatro do ECB, Os Gambuzinos.

Contando com a participação de vinte e cin-

co actores, muitos deles já não estreantes na

arte de representar, esta peça concretizou-se

num espectáculo de luz, cor, som e muito riso.

A história fala-nos da cidade de Atenas, de du-

ques e de princesas, de amores e desamores,

de magia e de fadas. Uma mistura fantástica

a que todos gostámos de assistir. A qualidade

da peça é indiscutível, muitos bilhetes foram

vendidos e muitas foram as pessoas que qui-

serem assistir mais do que uma vez. Quando

não se gosta não se repete, e essa é a prova

da qualidade do espectáculo e de que o teatro

é uma forma de arte bem viva e a que vale

a pena assistir, principalmente quando é feita

por pessoas às quais sabe tão bem pisar um

palco, ouvir o som das palmas e orgulhar-se

do seu trabalho

Várias representações ocorreram desde a

estreia, e os convites vão surgindo para futu-

ras representações pelo país, bem como para

a gravação para uma editora com a qual o gru-

po se comprometeu.

Sofia Cavadas, 10ºD

TRAZ HÉLIA CORREIA À BENEDITA

SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO UM SONHO DE TEATRO

SER NO FEMININO: VERDADES E CONSE-

QUÊNCIAS

No dia 17 de Novembro, pelas 16h, teve

lugar, no Auditório do CCGS, uma palestra

dinamizada por um grupo de alunas do 1º

Ano de Mestrado Integrado em Psicologia

Clínica Sistémica e Cognição Social Aplica-

da. Deste grupo de palestrantes faz parte

Ana de Nazaré Prioste, ex-aluna da nos-

sa escola. O evento, promovido pelo Gru-

po de FILOSOFIA, teve como tema: «Ser

no Feminino: Verdades e Consequências».

No dia 29 de Setembro realizou-se no

Centro Cultural Gonçalves Sapinho o cur-

so teórico-prático «Da Teoria à Intervenção

– Método Fonomínico Distema», orienta-

do pela Dr.ª Paula Teles e organizado pelo

Centro Terapêutico Educacional. Uma ini-

ciativa destinada a profissionais das áre-

as da Educação e da Saúde, bem como a

pais e encarregados de educação.

Para Lurdes Martinho, organizadora do

evento e proprietária do Centro Terapêutico

Educacional, esta iniciativa foi «muito útil

tanto para pais como para professores e psi-

cólogos, porque com esta formação é possí-

vel dar um apoio diferente às crianças com

problemas de leitura e de aprendizagem».

Paula Teles é licenciada em Psicologia

Educacional pelo Instituto de Psicologia

Aplicada (ISPA) e, entre 1963 e 1999, de-

senvolveu actividade enquanto professora e

psicóloga educacional nas equipas de Apoio

Educativo do Ministério da Educação, tendo

criado, juntamente com outra psicóloga edu-

cacional, Leonor Machado, o Método Diste-

ma. Divulgado em duas obras – Silabário e

Leitura de Palavras e Frases – este método

destina-se a crianças e jovens com perturba-

ções fonológicas e dislexia.

Uma criança ou jovem com dislexia tem

mais dificuldades em aprender a ler, mas

essas dificuldades não estão relacionadas

com a inteligência, contrariamente ao que se

pensava há anos. Alguns dos sintomas que

podem ajudar a diagnosticar a dislexia têm a

ver com a incapacidade de memorizar letras

e grupos de letras; confundir certos pares de

letras, como o «b» e o «d»; ler as palavras

invertidas; inventar palavras; e saltar linhas

durante a leitura.

Marta Santos, 10º A

QUANDO UM B PODE SER UM DMÉTODO DISTEMA NA BENEDITA

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CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE 11

ANO 2 - Nº 3 TOQUE DE SAÍDA

Plutão era considerado o nono plane-ta do Sistema Solar, mas há vários anos que os astrónomos discutem se deverá, ou não, ser considerado como tal.

A 26.ª Assembleia-Geral da União Interna-

cional de Astronomia (UIA), reunida em 24 de

Agosto de 2006 em Praga, redefiniu o conceito

de “planeta”. Foram assim criadas três catego-

rias para classificar planetas e outros corpos

celestes:

• Planetas

• Planetas Anões

• Pequenos Corpos do Sistema Solar

• Excluem-se desta classificação os satéli-

tes.

Um planeta é um corpo celeste que está em

órbita em torno do Sol; tem massa suficiente

para que as forças da gravidade o levem a as-

sumir uma forma aproximadamente esférica;

descreve uma órbita com uma vizinhança livre

de outros corpos celestes (dominante na sua

órbita).

Um planeta anão é um corpo celeste que

está em órbita em torno do Sol; tem massa sufi-

ciente para que as forças da gravidade o levem

a assumir uma forma aproximadamente esféri-

ca; descreve uma órbita com uma vizinhança

que não está livre de outros corpos celestes; e

não é um satélite.

Todos os outros corpos celestes que orbitam

o Sol, com excepção dos satélites, são generi-

camente classificados como pequenos corpos

do Sistema Solar.

Como consequência desta nova classifica-

ção, Plutão passou a ser designado como pla-

neta anão, tal como 2003UB313 (também co-

nhecido por Xena ou Éris) e Ceres. A lista dos

planetas principais passa a incluir agora oito

planetas – Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpi-

ter, Saturno, Urano e Neptuno.

Mais informações sobre esta temática em:

www.iau2006.org/mirror/www.iau.org/iau0603/index.html

solarsystem.nasa.gov/planets

PLUTÃO E O CARÁCTER DINÂMICO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO

Actualmente, as actividades humanas (in-

dústrias, escapes de automóveis, queima

de combustíveis fósseis) lançam para a at-

mosfera muitas toneladas de compostos tóxi-

cos como óxidos de enxofre, de azoto e de

carbono e fumos que vão para a atmosfera.

A chuva reage com estes gases, for-

mando ácidos (sulfúrico e nítrico) que bai-

xam muito o pH normal da chuva, de-

vido à reacção da água com o CO2.

São os países mais desenvolvidos do he-

misfério Norte os principais culpados, uma

vez que lançam dióxido de enxofre e dióxi-

do nítrico para a atmosfera, os quais voltam

para a Terra sob a forma de chuvas ou neve

ácidas. As chuvas ácidas constituem um pro-

blema a ter em conta, uma vez que originam

inúmeros problemas, prejudicando pessoas,

animais, plantas, solo, água e construções.

Quando atingem a superfície terrestre, há

uma modificação nas propriedades químicas

dos solos e das águas. Tal facto vai provocar

distúrbios ao nível das cadeias alimentares, das

plantas e florestas, de edifícios e monumentos.

As concentrações elevadas de óxidos de

azoto na atmosfera provocam irritação das

vias respiratórias. Além disso, na presen-

ça de radiação ultravioleta, este gás reage

com hidrocarbonetos não queimados (liber-

tados, por exemplo, dos tubos de escape),

produzindo o “smog” típico dos grandes aglo-

merados urbanos, que é altamente tóxico.

É importante referir que existem fontes

naturais de compostos tóxicos, nomeada-

mente as erupções vulcânicas. Mas note-

se que ocorrem de forma pontual, no tempo

e no espaço, enquanto que as actividades

humanas tendem a ocorrer de forma con-

tinuada, global e em maiores quantidades.

Adaptado de:

http://www.rudzerhost.com/ambiente/chuvas.htm

CHUVAS ÁCIDAS

As células estaminais são células

extraordinárias cujo destino ainda não

foi “decidido”. Podem transformar-se

em vários tipos de células diferentes,

através de um processo denominado

“diferenciação”.

Nas fases iniciais do desenvolvi-

mento humano, as células estaminais

do embrião “diferenciam-se”, dando

origem a todos os tipos de células exis-

tentes no nosso organismo – cérebro,

ossos, coração, músculos, pele...

Os cientistas estão entusiasmados

com a possibilidade de utilizar estas

células para curar vários tipos de doen-

ças. Por exemplo, as doenças de Pa-

rkinson e Alzheimer, que resultam de

lesões em determinadas células no cé-

rebro. Ao fazer um transplante das cé-

lulas estaminais de um embrião para a

parte lesionada do cérebro, os cientis-

tas esperam substituir o tecido que se

perdeu. Num futuro próximo, a inves-

tigação das células estaminais pode-

rá revolucionar a forma de tratamento

de muitas doenças como a propensão

para acidentes vasculares cerebrais, a

diabetes, as doenças cardíacas e até

mesmo a paralisia.

A utilização de embriões é, no en-

tanto, uma questão controversa etica-

mente, e os cientistas em todo o mun-

do procuram outras fontes de células

estaminais, como as que podem en-

contrar-se na medula óssea dos adul-

tos. Estas células têm o potencial para

se “diferenciar” em diferentes glóbulos

vermelhos ao longo do ciclo da vida.

No futuro, os cientistas esperam

manipular as células estaminais adul-

tas para que, em vez de produzirem

apenas glóbulos vermelhos, possam

produzir também células nervosas, do

cérebro, do fígado e do coração.

Adaptado de: http://www.bionetonline.org/

portugues/Content/sc_cont1.htm

CÉLULAS ESTAMINAIS?

O QUE SÃO

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CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE12

ANO 2 - Nº 3TOQUE DE SAÍDA

Como pode uma hipótese ser considerada

verdadeira?

Esta pergunta sempre constituiu um proble-

ma para os cientistas e a resposta também.

Em ciência, não existem verdades absolu-

tas. Felizmente, a maioria dos cientistas apren-

deram a aceitar e a lidar com a falta de ver-

dades absolutas inerente à ciência. Todas as

hipóteses científicas – nas ciências experimen-

tais designa uma explicação plausível dos fac-

tos provisoriamente adoptada com o fim princi-

pal de submetê-la a uma verificação metódica

pela experiência – são examinadas e testadas,

averiguando-se se estão em concordância com

observações da natureza.

Quando uma hipótese “sobrevive” a todos

estes testes é, provisoriamente, considerada

“verdadeira”, uma vez que é consistente com

a informação que se detém sobre o assunto.

A comunidade científica adopta as hipóteses

como base de trabalho.

Todos aceitam a hipótese de que “os peixes

têm brânquias”, uma vez que todas as tentati-

vas efectuadas para a rejeitar, falharam. Pelo

menos, presentemente, a hipótese é válida.

Um bom cientista nunca se esquece de que

qualquer hipótese pode, de repente, ser rejei-

tada por novas informações ou dados. Nenhu-

ma hipótese, em ciência, está isenta

de ser testada e nenhuma é imune à

rejeição desde que entre em contra-

dição com as novas evidências.

Por outro lado, nenhuma hipóte-

se científica pode vir a ser provada

como sendo absolutamente verda-

deira: Consideremos a hipótese “To-

dos os peixes têm brânquias.” Esta

hipótese poderia ser refutada, des-

de que se encontre um peixe sem

brânquias. Todavia, todos os pei-

xes examinados, até hoje, possuem

brânquias, o que não prova que to-

dos os peixes tenham brânquias. Na

realidade poderá existir um peixe

sem brânquias ainda não descober-

to.

Assim como não é possível pro-

var que não existem sereias, tam-

bém não é possível provar que to-

dos os peixes têm brânquias.

Adaptado de: Castro, P. e Huber, M. E.,

(1992). Marin Biology. WCB

A NATUREZA DA PROVA CIENTÍFICA...

Marie Curie, física francesa, nasceu

em Varsóvia em 1867 e morreu perto

de Sallanches, em 1934. Fez os es-

tudos superiores em Paris onde Hen-

ri Becquerel lhe propôs como tema de

doutoramento o estudo das radiações

emitidas pelos sais de urânio. No de-

curso dos estudos, e já em conjunto

com o seu marido, Pierre Curie (1859-

1906), descobriu o fenómeno da radio-

actividade a partir de novos elementos

que emitiam espontaneamente radia-

ções. Alguns meses mais tarde ambos

descobriram e isolaram o rádio (Ra),

circunstância que a incitou a fundar o

Instituto do Rádio, em Paris. Juntamen-

te com o marido e Becquerel, recebeu

o Prémio Nobel da Física em 1903.

Marie Curie foi a primeira mulher

a leccionar na Sorbonne e, visto que

em 1911 lhe foi atribuído a título pes-

soal o Prémio Nobel de Química, foi o

único cientista que recebeu este pré-

mio duas vezes. Depois da sua mor-

te foi publicado o livro Radioactivité,

em que trabalhou durante vários anos.

MARIE E PIERRE CURIE

Com a inauguração do Centro Cultural Gon-

çalves Sapinho, no 12 de Novembro do ano de

2004, a vila da Benedita passou a dispor de um

moderno edifício, planeado para a realização de

eventos culturais diversos, composto por uma

sala magna (auditório principal), uma bibliote-

ca, salas de conferência e um amplo espaço

polivalente na cave do edifício. O CCGS é hoje

o maior no distrito de Leiria na sua categoria,

e um dos mais modernos e bem equipados do

País. Assim se designa, em homenagem a um

Director Pedagógico do Externato Cooperativo

da Benedita, Dr. José Gonçalves Sapinho, pelo

contributo que prestou ao longo da sua carrei-

ra como docente e director da instituição, bem

como pelo trabalho político que vem exercendo

enquanto autarca e Presidente do Câmara de

Alcobaça, em prol do desenvolvimento do con-

celho e da vila da Benedita.

Anexo às instalações do Externato, o CCGS

surge de uma longa necessidade há muito sen-

tida, quer pela escola, quer pela comunidade.

Situado no local do antigo Salão Paroquial, fun-

ciona como um elo de ligação entre a paróquia

e a escola, tendo um forte potencial social. A

biblioteca está aberta a toda a freguesia; a cave

acolhe festas e eventos da localidade; e, duran-

te o ano lectivo, nela funciona a “sala do aluno”

do Externato; nas salas de conferência têm lugar

acções de formação, palestras, conferências…;

a sala magna é palco de concertos, representa-

ções teatrais e outras actividades.

Tendo esperado sete anos pela sua inaugu-

ração, a comunidade anseia pelos resultados

benéficos de todas estas actividades e pelo seu

contributo para o dinamismo da freguesia, dese-

jando que promovam uma dinâmica inovadora

na comunidade e um novo rumo na vida da co-

munidade beneditense.

Joana Policarpo, 11ºE

BENEDITA DINÂMICA

No dia 16 de Outubro, no Ex-

ternato Cooperativo da Benedi-

ta, realizou-se uma campanha

visando sensibilizar os alunos

para uma alimentação mais

saudável. Esta campanha foi

dinamizada por João Fonseca,

aluno universitário, e contou

com o apoio de dezenas de es-

tudantes do ECB que integram

o grupo Food and Beverage.

Nesse dia, ao segundo in-

tervalo da manhã, entre as

11.35 e as 11.50, juntou-se

todo o grupo Food and Beve-

rage, usando t-shirts bastante

apelativas, e teve lugar uma

distribuição de maçãs e bola-

chas de água e sal aos demais

alunos, enquanto João Fonse-

ca, o coordenador do projec-

to, defendia a importância de

uma alimentação equilibrada.

O projecto decorre-

rá, com outras iniciativas,

até ao final do ano lectivo.

Diogo Fidalgo, 10ºA

PROJECTO “ORIENTAÇÃO ALIMENTAR” ARRANCA NA SALA DE ALUNOS

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MENTE SÃ EM CORPO SÃO

ANO 2 - Nº 3 TOQUE DE SAÍDA

13

VIII TORNEIO INTERNACIONAL DA CELA

No passado dia 22 de Outubro de 2006,

realizou-se no Centro Cénico da Cela o

VIII Torneio Internacional, integrado no IV

Festival de Xadrez da Cela/Alcobaça. Ins-

creveram-se 75 jogadores. Este Torneio

teve um ritmo de 20 minutos por jogador

e por partida. O sistema utilizado foi o su-

íço de 8 sessões.

O Director da Prova foi José Cavadas

e o Árbitro Internacional Carlos Oliveira

Dias. Estiveram presentes o Campeão

Nacional Absoluto – Grande Mestre An-

tónio Fernandes (AX Gaia); a Campeã

Nacional Feminina – Mestre Internacional

Feminina Catarina Leite (Ginásio Clube

Odivelas); o Campeão Nacional de Vete-

ranos – Júlio Santos (EDP).

No pódio ficaram:

1º - Diogo Fernando – 7,5 pontos em

8 possíveis

2º - António Fernandes – 7 pontos

3º - Paulo Dias – 6,5 pontos

Na classificação por equipas, a Acade-

mia Xadrez da Benedita foi a melhor do

distrito de Leiria, entre 4 clubes do dis-

trito, e ficou em 6º entre 18 clubes repre-

sentados.

O João praticava natação no ABCD até há um ano atrás; um ano depois está na Selecção Nacional de Triatlo e já ganha medalhas a nível internacional. Ora, uma ascensão destas, só a do nosso conhecido José Mourinho! Dizemos isto sem proble-mas porque, quem conhece o João, sabe que estas coisas não lhe sobem à cabeça (caso contrário não as escreveríamos) e ele de facto é merecedor.

O João Pedro é um, entre outros casos de sucesso de alunos que passaram pela nossa escola, e vale a pena dar a conhe-cer um pouco mais da sua história enquanto atleta de alta competição numa modalidade que não está ao alcance de todos, devido às exigências de dureza física a que os atletas são submetidos.

Da natação para o triatlo, como acon-teceu?

Pratico natação desde os 4 anos, mais ou menos. Inicialmente em Rio Maior e, muito cedo, comecei na competição. Quan-do foi criada a Secção de Natação da ABCD mudei para cá e ainda agora faço parte da equipa. A par da natação fiz uma incursão no futebol, modalidade de que muito gosta-va na altura. Tinha os dias todos ocupados: ora treino de natação, ora treino de futebol e, no fim-de-semana, jogo de futebol e pro-vas de natação que por vezes coincidiam. Era mesmo uma confusão. Quando cheguei ao 10.º Ano tive de optar, ou fazia natação ou futebol. Contra todas as expectativas, escolhi natação, não sei bem porquê. Só que, após a época de Inverno da natação, no início de 2005, estava um pouco desani-mado, cheguei mesmo a pensar em desistir, mas como tinha o compromisso com o clube não o fiz.

Em Março desse ano, através dos pro-fessores do ECB de Educação Física (Prof.ª Estela e Prof. Joel) tive conhecimento da Detecção de Talentos que a Federação de Triatlo ia realizar em Rio Maior e decidi par-ticipar. Aqui tive a ajuda preciosa do Prof. Joel.

Qual o aspecto desta modalidade que mais te agradou?

É uma modalidade que combina três desportos diferentes: a natação, o ciclismo e a corrida. Já praticava, embora isolada-mente, a natação e, de certa forma, a corri-da (corta-mato), que são desportos de que gosto muito, mas o ciclismo é um desporto incrível! Juntando as três modalidades é sem dúvida excepcional.

Desde que comecei a praticar triatlo, fui sempre conhecendo pessoas que me aju-daram no princípio, da forma que sabiam; hoje que já tenho alguma experiência tento partilhá-la com quem precisa. No fundo, to-dos os triatletas têm uma ligação especial e isso tem-me levado a gostar cada vez mais do triatlo. Hoje sei que este é o desporto certo e não o trocava por mais nenhum.

Como foi a tua adaptação a esta nova vida no Centro de Alto Rendimento do Jamor?

Uma adaptação de certa forma “doloro-sa”. Não foi fácil trocar todas as coisas que bem conhecia, o dia a dia do meu meio natu-

ral, os meus colegas de escola de dez anos, os meus amigos e família por algo que me era desconhecido. Mas, com grande força de vontade, fui ultrapassando todas as difi-culdades, embora tenha sido muito difícil.

Nesse processo de adaptação o que te custou mais?

Como disse não foi nada fácil, principal-mente por estar longe dos meus pais e não conhecer ninguém, por ter de acordar todos os dias às 5.30 da manhã e por ter tido bas-tantes contratempos, logo no princípio, com lesões e operações. Hoje, sei que se não ti-vesse feito todos os domingos um sacrifício tremendo, quer para deixar os meus pais, sabendo que só os iria ver na sexta-feira, quer para me levantar todos os dias para entrar na água gelada às 6 horas da manhã, não teria os resultados que tenho vindo a obter. Resumindo, embora as condições no CAR não sejam as melhores, consegui adaptar-me com a ajuda do grupo, pois te-mos um grupo muito unido e, juntos, vamos superando as situações difíceis.

Podemos dizer que a tua vida levou pelo menos uma volta de 180º e que, ape-sar de estares habituado a treinar nata-ção e a teres horários rígidos, com pou-co tempo disponível para estares com os amigos e para te divertires, agora, no Centro de Alto Rendimento do Jamor esse tempo para ti ainda é mais escasso. A que horas te levantas?

Varia consoante a época, se estamos em época de carga, levanto-me praticamente todos os dias às 5.30, como disse. Só quan-do estamos em época competitiva é que me posso levantar alguns dias às 7.30.

O teu pequeno-almoço é semelhante ao de antes, ou modificou-se alguma coi-sa?

Sempre fiz uma alimentação equilibrada e o pequeno-almoço não era excepção, por isso até parece que como sempre o que me apetece. Em casa tinha mais variedade e escolha, e sem dúvida produtos de maior qualidade, mas, em termos dos constituin-tes do pequeno-almoço, praticamente são os mesmos…

Tens cuidados adicionais com a tua alimentação?

Tento apenas não ingerir muitas gorduras e as refeições que antecedem as competi-ções são à base de hidratos de carbono.

Quantos treinos fazes por dia? Geralmente dois, mas em determinadas

alturas, como em estágio, é preciso fazer três.

Podes descrever os horários desses treinos e alguns dos conteúdos?

Numa semana calma, levanto-me às 5h 30, nado das 6h às 8h, tomo o pequeno-al-moço e começo a escola às 8h 30; depois o almoço às 13h 40 e, da parte da tarde, um treino de duas horas de bicicleta ou uma a correr. Duas vezes por semana, a seguir ao jantar, tenho massagem.

Quais as tuas expectativas para o fu-turo?

Em termos desportivos, o meu principal objectivo é participar nos Jogos Olímpicos. Vou ter de trabalhar muito, mas tenho con-fiança e quero conseguir. Embora esta mo-dalidade desportiva seja difícil de conciliar com os estudos, pois exige muitas horas de treino, espero continuar a ter boas notas. Até aqui tenho conseguido e quero continu-ar assim, quero preparar-me para o futuro, fazendo um curso que me possa dar garan-tias para a minha vida futura.

Já agora, tens saudades do ECB?Claro, deixei aí muitos amigos, espero

visitá-los em breve para matar as sauda-des.

O Grupo de Educação Física

JOÃO PEDRO SILVAUm Atleta de Eleição

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MENTE SÃ EM CORPO SÃO

ANO 2 - Nº 3TOQUE DE SAÍDA

14

Frutos Secos Oleaginosos e

sementes

Todos eles são muito re-

comendáveis para os adoles-

centes, pois fornecem ácidos

gordos essenciais ao cresci-

mento, vitaminas do grupo B,

vitamina E e minerais:

- os pistácios são uma boa

fonte de ferro;

- as castanhas-de-caju e

as sementes de abóbora, de

zinco;

- as amêndoas são ricas

em cálcio;

- e as sementes de giras-

sol, de magnésio e ferro.

Tâmaras e outros frutos se-

cos

Os adolescentes gostam

de comer coisas doces. As tâ-

maras, as passas, os figos e

outras frutas secas são a me-

lhor opção, e contribuem para

reduzir ou eliminar o consumo

de chocolate, bolos e carame-

los.

Pães com recheio (lanches)

e Sanduíches

É uma das comidas prefe-

ridas dos adolescentes. Assim

é preferível que sejam de pão

integral e evitem os recheios

com enchidos (favorecem o

cancro) e com hambúrgueres

(favorecem as doenças car-

diovasculares).

Necessidades nutritivas dos

adolescentes

Qualquer adolescente que

pese o mesmo que um adulto

precisa de comer mais do que

este. Durante a adolescên-

cia, aumentam as necessida-

des de certos nutrientes, pelo

que se lhes deve prestar uma

atenção especial:

Proteínas: Os rapazes pre-

cisam de 45 a 66 g diárias, e

as raparigas de 46 a 55 g. As

leguminosas, combinadas com

os cereais e seus derivados

(pão, massa, etc.), os frutos

secos oleaginosos e as bata-

tas, podem satisfazer adequa-

damente as necessidades de

proteínas dos adolescentes.

Acrescentando a isso o con-

sumo de produtos lácteos e

ovos, as necessidades protei-

cas estão asseguradas.

Cálcio: Necessário para o

desenvolvimento do esquele-

to. A QDR (quantidade diária

recomendada) para os ado-

lescentes entre os 11 e os 18

anos é de 1200 mg, mais 50%

que a QDR dos adultos (800

mg). Além do leite e seus deri-

vados, também são boas fon-

tes de cálcio os frutos secos

oleaginosos, o sésamo, a la-

ranja, a couve e os brócolos.

Ferro: A QDR para as me-

ninas é de 15 mg, mais 50%

que para os adultos (10 mg);

para os rapazes é de 12 mg.

As raparigas nesta idade estão

mais sujeitas a sofrer de ane-

mia por falta de ferro, devido,

entre outras coisas, ao apare-

cimento da menstruação. Uma

alimentação rica em produtos

naturais provê suficiente ferro

para os adolescentes. Assim

deve ter-se em conta que o

chá, o café e o farelo reduzem

a absorção do ferro; a vita-

mina C presente nas frutas,

verduras e hortaliças frescas

favorece a absorção de ferro:

Zinco: Necessário para o

desenvolvimento dos órgãos

reprodutores. As ostras são

muito ricas em zinco, embora

não seja necessário recorrer a

elas, pois o gérmen de trigo,

as sementes de sésamo e de

abóbora, bem como os frutos

secos oleaginosos, são boas

fontes de zinco para os ado-

lescentes.

Fibra: Os adolescentes

tendem a consumir menos do

que o necessário (de 20 a 25

g diárias). A fibra encontra-se

unicamente nos cereais inte-

grais, frutas, verduras, horta-

liças e leguminosas.

ALIMENTOS PARA OS ADOLESCENTES

Espinafres – Ácido oxálico

O espinafre é o alimento mais rico em ácido oxálico (779 mg/100 g). Quando se une ao cálcio e a outros minerais, o ácido oxálico forma cálculos (pedras) nas vias urinárias em pessoas mais predispostas a isso. Nas pessoas saudáveis, o áci-do oxálico elimina-se com a urina, sem grandes problemas. No entanto desacon-selha-se o espinafre em caso de pedras renais, areias na urina, assim como em caso de excesso de ácido úrico.

Não convém comer espinafres junta-mente com leite ou produtos lácteos, pois o ácido oxálico impede a absorção do cálcio.

Para diminuir o conteúdo de ácido oxá-lico nos espinafres, despeja-se a água da cozedura. Deste modo perde-se uma parte das suas vitaminas e minerais, mas também se exclui a maior parte do ácido oxálico.

CURIOSIDADE

Jogadores que se destacaram, no xadrez

federado, na época de 2006 e que per-

tencem à Academia Xadrez da Benedita:

Francisco Cavadas – Campeão distrital

de Leiria Sub8;

Campeão Nacional de Semi-rápidas no

escalão Sub 08.

Mariana Silva – Campeã distrital Absolu-

ta e Feminina no escalão Sub14:

Campeã Distrital Feminina;

Vice-campeã Nacional Feminina Sub14

– Ritmo clássico;

Vice-campeã Feminina Sub14 – Ritmo

semi-rápido.

Tiago Ferreira – Campeão Distrital

Sub16.

Raquel Inácio – Campeã Distrital Femi-

nina Sub16

Dimitri Scoropad – Vice-campeão Distri-

tal Sub16;

7º Lugar na fase preliminar do campeo-

nato distrital absoluto que lhe deu acesso

à fase final da mesma competição

Pedro Filipe Rodrigues – Vice-campeão

Distrital Sub18.

Campeão Nacional Sub18 – Ritmo semi-

rápido.

3º lugar no Campeonato Nacional de Jo-

vens ritmo clássico.

Ficou apurado para a fase final do distri-

tal absoluto pela classificação obtida na

fase preliminar do distrital.

1º Lugar no III FIDE da Academia Xadrez

da Benedita.

João Prioste – Campeão distrital Sub20

ACADEMIA XADREZ BENEDI-TA

NOTÍCIAS DA EDUCAÇÃO FÍSICADESPORTO ESCOLAR

No presente ano lectivo, o grupo de Educação Física abriu as inscrições para o Desporto Es-colar nas modalidades de Voleibol masculino e feminino, ambos no escalão de iniciados, sendo o masculino da responsabilidade do professor Miguel Fonseca e o feminino da responsabilidade da professora Estela Santana; também está a funcionar, em todos os escalões, tanto masculino como feminino, a equipa de Multiactividades de Aventura, a cargo dos professores Tobias Mar-quês e Joel Machado.

Modalidade Escalão Horários dos treinos Professor Responsável

Voleibol Masculino Iniciados 2ª Feira – 13:30 / 15:00 h

4ª Feira - 13.30 / 15:00 h

Prof. Miguel fonseca

Voleibol Feminino Iniciados 4ª Feira – 14:00 / 16:00 h Prof. Estela Santana

Multiactividade de

Aventura

Todos os

escalões

4ª Feira – 14:00 / 16:00 h

5ª Feira - 14.30 / 16:00 h

6ª Feira - 14:00 / 15:30 h

Profs. Tobias Marquês / Joel Machado

Prof. Joel Machado

Prof. Tobias Marquês

OUTRAS ACTIVIDADES:

No dia 23 de Novembro decorre o Corta-mato fase Escola; a 16 de Janeiro de 2007, celebra-se o Dia da Educação Física; a 2 de Março de 2007 tem lugar a Fase de Escola do Compal Air 3x3 (basquetebol) e, no dia 18 de Abril de 2007, o Megasprint.

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OLHAR CIRCUNDANTE 15

ANO 2 - Nº 3 TOQUE DE SAÍDA

Nascido durante o ano de

1942, em Inglaterra, Purley des-

tacou-se como piloto de auto-

mobilismo, conhecendo algum

sucesso na Fórmula 3. Esse

sucesso, conquistado durante

1970-1972, levou Purley para a

Fórmula 1 onde assinou por uma

equipa britânica, a LEC. Purley

foi corredor da LEC durante dois

períodos distintos, o primeiro

entre 1973-1974, e o segundo

durante o ano de 1977. No in-

tervalo entre esses dois perío-

dos de tempo, Purley competiu

na Fórmula 2 e na Fórmula 5000

britânica, onde foi campeão ao

volante de um Chevron com mo-

tor Cosworth, em 1976.

Na Fórmula 1 Purley nunca

conheceu o sucesso, tendo in-

clusive, em 1977, sofrido um

acidente que lhe provocou gra-

ves lesões e que o deixou fora

de qualquer competição durante

um espaço de tempo bastante

longo. Esse seu carro foi repa-

rado e está exposto no museu

de Donington Park.

Mas foi no ano de 1973, no

Grande Prémio da Holanda,

que Purley se destacou na Fór-

mula 1. Decorria a competição

quando o pneu do carro de Ro-

ger Williamson rebentou, sendo

viatura catapultada a uma dis-

tância de 300 metros contra as

barreiras de protecção e ficando

o piloto preso debaixo do carro

enquanto este ardia.

O piloto que seguia na posi-

ção seguinte era David Purley

que não hesitou em parar e cor-

rer a auxiliar o seu colega. Pur-

ley tentou virar o carro sozinho,

tendo em algumas tentativas o

auxílio dos comissários de pista

que, perante o insucesso, desis-

tiram. Incapaz de virar o carro,

Purley tentou apagar o fogo com

o único extintor que se encon-

trava no local. Contudo, incapaz

de o utilizar, voltou à tentativa

de virar o carro.

Apesar da desistência dos

comissários de pista que aguar-

davam a chegada do camião

dos bombeiros, Purley nunca

desistiu, tendo sido finalmente

afastado do local por comissá-

rios que o agarraram. É possível

nas imagens do acidente ver o

desespero de Purley que ainda

se solta dos comissários e vol-

ta atrás para tentar, mais uma

vez.

Apesar de todos os esforços,

Roger Williamson acabaria por

morrer. A sua morte chocou o

mundo e alertou para a neces-

sidade crescente de segurança

na Fórmula 1, visto que foi a pri-

meira vez que um acidente fatal

foi transmitido em directo.

O gesto de coragem e cama-

radagem de Purley valeu-lhe o

prémio George Medal, criado

para premiar as atitudes de co-

ragem de civis britânicos e per-

tencentes à Commonwealth.

David Purley acabaria por

morrer no dia 2 de Julho de

1985, quando pilotava um avião

acrobático, na região de Bognor

Regis, a sua terra natal.

João Filipe, ex-aluno do ECB e ac-

tualmente aluno do Curso Superior de

Jornalismo

DAVID PURLEYAo falarmos de desporto, jornalismo, política e outras áreas

lembramo-nos sempre das figuras que atingiram maior sucesso,

esquecendo aquelas que nos deram verdadeiras lições éticas e

nos enriqueceram moral e humanamente. David Purley foi um

desses homens que, embora premiado, caiu no esquecimento.

No dia 15 de Outubro de 2006,

pelas 11 horas da manhã, soava

o apito no Parque de Jogos Fonte

da Senhora, para o jogo de fute-

bol entre o ABCD e o BENFICA.

Disputava-se a 6ª jornada do Cam-

peonato Nacional Juvenil, Série C.

Os capitães André Lourenço

e Abel pediam o máximo rendi-

mento, pois o público nas ban-

cadas assim o pretendia. Na

primeira parte, o jogo quase só

passou pelos pés dos jogadores

do Benfica, pois poucas vezes

os amarelados saíram da sua

própria área. O primeiro golo

surgiu aos 24 minutos, numa jo-

gada entre os jogadores do Ben-

fica, David Simão, Fábio e Lean-

dro Pimenta, sendo este último

o marcador. O segundo golo sur-

giu de um canto, executado pelo

número 5 do Benfica, Caetano,

que passou ao número 9, Fábio,

o qual rematou para o fundo da

baliza dos beneditenses. Ao in-

tervalo, o resultado era 0-2. O

ABCD entrou melhor na segunda

parte e marcou o seu primeiro e

único golo logo ao terceiro minu-

to, através de grande penalida-

de, executada por André Silva.

No decorrer do jogo, o pú-

blico ia criticando o árbitro,

que nem sempre foi correc-

to, pois durante toda a par-

tida só mostrou dois cartões

amarelos aos benfiquistas.

Aos 92 minutos, já no de-

correr do tempo de compensa-

ção, o benfiquista Nelson mar-

cou. E, aos 94 minutos, o árbi-

tro deu por acabada a partida,

com a vitória do Benfica por 3-1.

Juliana Martins, 10º D

JUVENIS DO BENFICASOMAM E SEGUEM

Equipa A dos Juvenis do Benfica foi a casa dos recém chegados

à liga, ABCD, impor uma vitória por 1-3

David Purley - Mach-Ford 721G - 1972 Rothmans 50,000 Brands Hatch

NÃO HÁ DUAS SEM TRÊSAtleta da Benedita brilha no Europeu de Duatlo

e consegue a sua terceira medalha em provas internacionais

No dia 7 de Outubro, João

Pedro Si lva, at leta natural

da Benedi ta, part ic ipou, de

forma br i lhante, no Europeu

de Duat lo em Remini , I tá l ia.

Numa disputadíssima pro-

va, o pr imeiro c lassi f icado, o

inglês Al istair Brownlee, le-

vou a melhor sobre os outros

concorrentes logo no iníc io da

corr ida, e apenas João Pedro

Si lva resist iu a esta inves-

t ida do campeão do mundo

de tr iat lo. Com um excelente

tempo de 57 minutos, o por-

tuguês conquistou a medalha

de prata na categor ia de ju-

niores, apenas a uns escas-

sos 12 segundos de Brownlee.

Os resultados de João Pedro,

t r iat leta que começou na nata-

ção, devem-se ao seu grande

esforço e empenho, pois saiu

de casa dos pais aos dezasseis

anos para perseguir um futuro

na al ta compet ição. E pelos

v istos não se deu nada mal.

João Bapt ista, 10ºA

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OLHAR CIRCUNDANTE16

ANO 2 - Nº 3TOQUE DE SAÍDA

Nos dias 16 e 17 de Novembro

realizou-se na cidade de Viseu o

Seminário Nacional “Jovens Re-

pórteres para o Ambiente” (JRA),

no qual a nossa escola esteve re-

presentada pelas alunas do 12ºC,

Ália Gerardo, Ana Loureiro, Ana

Serralheiro e Carina Borralho, e

pela respectiva Directora de Tur-

ma, a professora Paula Castelha-

no.

No âmbito da área curricular

não disciplinar Área de Projecto,

a turma participa no JRA, promo-

vido pela Associação Bandeira

Azul Europeia (ABAE), secção

portuguesa da Fundação de Edu-

cação Ambiental (FEE). O objec-

tivo crucial do projecto é prepa-

rar os jovens para o exercício de

uma cidadania activa na defesa

do ambiente. Deste modo, os alu-

nos propuseram-se produzir arti-

gos jornalísticos sobre o tema da

Água e Biodiversidade, com vista

a divulgar situações de risco na

nossa freguesia, tais como o da

“Lagoa do Casal da Estrada”.

No que concerne à participa-

ção no Seminário de 16 e 17 de

Novembro, as alunas e a profes-

sora tiveram oportunidade de con-

tactar com representantes de ou-

tras escolas, permutando ideias

sobre projectos antigos e actuais.

Nestes dois dias efectuaram-se

saídas de campo às termas de

São Pedro do Sul, ao Parque Eó-

lico do Caramulo, à empresa In-

terecycling (reciclagem de com-

ponentes informáticos) e à cidade

de Viseu, tomando conhecimento

do património cultural e ambiental

da cidade. Estas visitas levaram

à elaboração de diversos artigos

que foram expostos na sessão de

encerramento.

Os artigos realizados poderão

ser consultados na página do pro-

jecto http://www.youngreporters.

org.

Os alunos do 12ºC

ECB NO JRA EM VISEU

TOLERANTES, ATÉ QUE PONTO?O PROBLEMA DOS “LIMITES” DA TOLERÂNCIA

A tolerância é o respeito e aceitação acti-

va da diversidade das culturas do nosso mun-

do. Implica abertura de espírito, liberdade de

pensamento, de consciência e de crença. É

o suporte dos direitos humanos. É não só um

dever de ordem ética, como também

de ordem política e jurídica. A tole-

rância é a virtude social que torna

a paz possível. Mas até que ponto

deve ir a tolerância? Devemos ser

tolerantes com os intolerantes?

Nos países onde a religião é a

base ideológica do partido político

dominante, a tolerância é impossí-

vel, originando ditaduras muito rigo-

rosas. Já John Locke, no séc. XVII,

defendia a separação entre o poder

religioso e o poder político e reivin-

dicava a tolerância entre os homens

de fé. É difícil para quem vive em

democracia compreender estas si-

tuações. É claro que nos regimes democráti-

cos também existe incompreensão e injustiça,

mas há sempre a hipótese de falar e protestar,

porque a lei o permite.

A intolerância pode dar origem à marginali-

dade de grupos mais vulneráveis, assim como

à sua exclusão da vida social e política, apesar

de todos os indivíduos terem o direito de ser

diferentes. Este facto reflectiu-se na Europa,

quando há alguns anos se começaram a re-

ceber imigrantes de países Árabes e do Leste

que têm uma cultura muito diferente da nossa,

e nalguns países não se estão a adaptar. O

país receptor tem as suas regras e quer que

sejam cumpridas, mas, para os estrangeiros,

pode ser difícil. A tolerância tem sido, nestes

casos, a melhor arma, mas nem sempre resul-

ta. A prova está nos acontecimentos de Paris,

onde jovens de ascendência estrangeira, ha-

bitantes da cidade desde há muito, mas con-

tinuando a sentir-se marginalizados, escolhe-

ram a violência como forma de luta.

De acordo com a Declaração dos Direitos

Humanos, praticar a tolerância não significa

tolerar a injustiça nem renunciar às próprias

convicções. A prática da tolerância signifi-

ca que todos têm o direito às suas próprias

convicções e o dever de aceitar que o outro

desfrute da mesma liberdade. Mas quando as

convicções entram em conflito, são necessá-

rios princípios para se poder optar. Parece-nos

fundamental o princípio da dignidade humana.

Pensamos que não devemos ser tole-

rantes com quem não o respeite. To-

lerar o intolerável é ser indiferente, é

entrar em contradição, pois o próprio

conceito só faz sentido no respeito

pela dignidade de todos. É necessário

tomar consciência de que nem tudo

é permitido em nome da diversidade

cultural. Em nome da cultura têm sido

cometidos crimes hediondos contra a

dignidade da pessoa humana.

É fundamental que a promoção da

tolerância esclarecida, abertura de

espírito e solidariedade sejam feitas

nas escolas, nas universidades, nas

famílias, e nos locais de trabalho. De-

vemos ser capazes de prevenir ou resolver

conflitos, por meios não violentos, desempe-

nhando um papel construtivo, favorecendo o

diálogo, pois com tolerância absoluta não há

tolerância, mas indiferença, e sem tolerância

não pode haver paz nem desenvolvimento

nem democracia.

João Serralheiro, 12ºE

Foi no mês de Junho que um

dos pontos de atracção da Bene-

dita encerrou para remodelações:

a sala de cinema.

Inicialmente, os beneditenses

tiveram conhecimento do sucedi-

do através de um papel informa-

tivo afixado na vitrina do espaço,

no qual se podia ler: “Cinema fe-

chado para remodelações”. Este

facto suscitou controvérsias,

principalmente entre os jovens,

pois esse período de fecho coin-

cidia com as férias, e era óbvio

o seu desejo de terem a sala em

funcionamento para ocupação de

tempos livres com o visionamen-

to de uma boa fita. Segundo fon-

tes próximas, razões de saúde do

proprietário e gerente seriam ou-

tra causa para o encerramento,

em princípio temporário.

Se as condições o proporcio-

narem, em breve estrearão dois

novos filmes, para compensar a

pausa do cinema, desenlace que

só se tornará possível com as

melhoras do proprietário, a quem

todos desejam, certamente, que

se recomponha o mais breve

mente possível.

Assim, ser-nos-á possível

desfrutar do conforto deste espa-

ço que a todos nós proporcionou

momentos inesquecíveis, vividos

durante os anos de existência

desta sala de cinema.

Carla Serralheiro, 10ºD

LONGA-METRAGEM

ENCERRADA NA BENEDITA?

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OLHAR CIRCUNDANTE 17

ANO 2 - Nº 3 TOQUE DE SAÍDA

RACISMOO racismo apresenta-se como um fenó-

meno comportamental e social que afirma a

existência de raças puras, superiores às de-

mais, ou seja, a população racista crê que

só ela é perfeita e que os outros seres hu-

manos não devem ter os mesmos direitos.

Esta atitude é a base de um dos piores

comportamentos que um ser humano pode

ter, pois ofende muitas pessoas, a sua cul-

tura, a sua língua, sendo por vezes essas

pessoas alvo de verdadeiros ataques psi-

cológicos e até mesmo físicos. Um exemplo

disso foi a existência, nos Estados Unidos

da América, de uma sociedade secreta com-

posta por brancos, chamada Ku Klux Klan,

que se propunha perseguir e maltratar os

negros que saíssem daquilo que esta so-

ciedade secreta e racista achava serem os

limites que lhes competiam. Por vezes, os

maus-tratos eram terríveis, chegando alguns

negros a ser mutilados e até mesmo mor-

tos. Nos Estados Unidos da América havia

em alguns lugares, e em pleno século XX,

casas de banho públicas para a raça negra

e para a branca, tal era a atitude racista.

Outro exemplo de práticas racistas a uma

escala nunca antes vista, teve lugar na Ale-

manha nazi, onde Adolf Hitler, com base na

convicção de que só havia uma raça pura, a

raça ariana, composta

por homens altos, for-

tes, louros e de olhos

azuis; mandou perse-

guir todos os judeus

e reuni-los em cam-

pos de concentração

onde muitos milha-

res foram mortos. A

crueldade era tal que

os corpos dos judeus

foram utilizados para

determinados fins: por

exemplo, os cabelos

das mulheres serviam

para encher almofa-

das para as camara-

tas precárias onde

os que ainda estavam vivos dormiam.

Apesar de hoje ainda haver racismo no

mundo, como se observa, por exemplo, em

estádios de futebol quando a assistência

discrimina um jogador com cânticos, pala-

vras, ou sons ofensivos, esta atitude é hoje

menos generalizada. Este “progresso” no

modo de pensar da humanidade deve-se,

em parte à sensibilização para a união dos

povos que tem sido feita através dos media.

Esta questão tem de melhorar ainda

mais, pois o mundo deve ser um local onde

todos os seres humanos vivam em liberda-

de e usufruam dos mesmos direitos, não

devendo existir distinção entre indivídu-

os que apresentem cor da pele, cultura ou

língua diferentes. Cada ser humano só tem

uma vida e deve utilizá-la para viver e não

para estragar a vida dos que o rodeiam.

Fábio, 12ºB

é que tal não é obrigatoriamente

assim. Muitos jovens não com-

preendem a vantagem de apren-

der (provavelmente nem têm a

obrigação de a compreender). É

nesses casos que surge a neces-

sidade de fórmulas, no contrato

educativo, que levem o aluno a

sentir a necessidade de cumprir

a sua parte no contrato. Basear a

aprendizagem e o sucesso edu-

cativo na motivação é um erro

que tem levado à degradação

do ensino e torna a Escola inca-

paz de cumprir as suas funções.

Dir-me-ão que há classificações,

aprovações e sanções. Nada dis-

so interessa se não são levadas

a sério, se não têm consequên-

cias e forem sempre considera-

das entraves à motivação, quer

sejam as negativas, o programa,

o mais ou menos largo sorriso

do professor. Instalou-se a ideia

de que se aprende melhor se for

fácil e divertido. Ora aprender é

difícil. Aprender é trabalhar e,

quando se está a trabalhar na

Escola, está-se a aprender a tra-

balhar na vida.

A “Escola diversão” é uma im-

possibilidade lógica; em compe-

tição com o divertimento puro, a

escola perderá sempre. Senão

vejamos – será sempre mais

agradável navegar na NET por

prazer do que pesquisar um as-

sunto concreto e sério; será sem-

pre mais fácil dedilhar o telemó-

vel do que aprender as regras de

construção do próprio telemóvel.

Mas a função da Escola é outra.

Os seus modelos de funciona-

mento e exigência também serão

outros.

Acontece que a motivação é

sobretudo individual. A escola

deve ensinar o melhor que puder

com os meios de que hoje dis-

põe. Os pais devem dar o melhor

aos seus filhos de acordo com as

suas possibilidades. No entanto,

não são os meios técnicos nem

os exercícios cada vez mais lú-

dicos exigidos aos professores,

não são as sapatilhas de mar-

ca nem a desculpabilização dos

pais que fazem com que o jo-

vem aprenda. Ele aprende só e

só se quiser aprender, isto é, se

encontrar os seus próprios moti-

vos para aprender, se construir

ambições e responsabilidades,

essas sim, grandemente condi-

cionadas pelas perspectivas e

quadros mentais que a família,

e depois a escola e a sociedade,

lhe transmitem, muitas vezes de

forma discreta e indirecta. A mo-

tivação depende e é construída

em função dos objectivos e das

ambições.

Os adultos devem fornecer

a estabilidade e o apoio para

que cada jovem construa e de-

senvolva o seu projecto e o seu

percurso, incentivar os jovens,

ajudá-los a construir horizontes

maiores, antever os percursos

de futuro, mostrar-lhes que saber

mais significa mais independên-

cia na vida profissional, explicar-

lhes que saber significa mais li-

berdade.

Os bons alunos têm um con-

trato consigo próprios e estão

dispostos a trabalhar e a autodis-

ciplinar-se para o cumprir. É esse

o momento em que o esforço re-

tribui em prazer, aquele em que

conseguimos o que prometemos

a nós próprios. Os bons alunos

querem olhar para o mundo e sa-

ber lê-lo; querem ter sucesso ou

contribuir para o sucesso da so-

ciedade; querem perceber o que

aconteceu ou o que está para

acontecer; querem ouvir o que os

outros sabem para um dia pode-

rem fazer-se ouvir. A motivação

é, acima de tudo, um contrato

que fazemos connosco próprios.

Profª Maria da Conceição Raimundo

CONTRATO E MOTIVAÇÃO

(continuação da pág. 1)

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PASSATEMPOS E CURIOSIDADES18

ANO 2 - Nº 3TOQUE DE SAÍDA

O CHURRASCO

O Sr. João tem um pequeno grelhador no exterior que comporta

apenas 2 bifes. A sua mulher e a filha Beatriz estão com fome e an-

siosas por comer. O problema consiste em grelhar 3 bifes no menor

tempo possível.

Sr. João: Vejamos. São precisos 20 minutos para grelhar ambos os

lados de um bife porque cada lado leva 10 minutos a grelhar. E como

eu posso cozinhar 2 bifes ao mesmo tempo, 20 minutos bastam para

ter 2 bifes prontos. Outros 20 minutos darão para grelhar o terceiro

bife e o trabalho fica feito em 40 minutos.

Beatriz: Mas podes fazê-lo muito mais rapidamente, papá. Acabei

de descobrir como podes poupar 10 minutos.

Que brilhante ideia teve a Beatriz?

O PESO DAS MOEDAS

Existem cinco sacos com 20 moedas em cada saco. As moedas de-

veriam pesar 10 gramas cada uma. Mas só as moedas de três sacos

pesam exactamente o devido. As de um saco pesam 9 gramas e de

as de outro pesam 11gramas cada uma. Como reconhecer, com uma

só pesagem, qual o saco das moedas mais pesadas e qual o saco das

moedas mais leves? Esta pesagem faz-se com uma balança de um

só prato, com um mostrador que indica o peso exacto do objecto no

prato.

PRISIONEIRO ASSASSINO

Numa prisão há 16 celas dispostas como o esquema abaixo indica.

Certo dia, o prisioneiro X, situado na cela que fica no canto supe-

rior esquerdo, enlouqueceu. Em cada

dia, consegue furar a parede de uma

cela vizinha e matar o prisioneiro que

a ocupa. Não volta a passar por uma

cela onde tenha morto alguém (acre-

dita que lá se encontra o espírito do

morto e os fantasmas assustam-no).

No final, matou 15 prisioneiros e en-

contra-se na 16ª cela em baixo, à di-

reita.

Encontra um possível percurso feito pelo assassino.

?

x

A PISCINA DO SENHOR SILVA

A família Silva tem uma piscina no jardim de sua casa. Em reunião

de família, decidem ampliá-la porque começa a ser pequena para to-

dos. A piscina, de forma quadrangular, junto a cada um dos 4 cantos

tem uma árvore que a Sr.ª Silva não quer arrancar nem sequer mudar

de sítio. O Sr. Silva por sua vez quer que a piscina continue com a

forma quadrangular e no mesmo sítio onde se encontra. Os filhos que-

rem que a piscina fique com o dobro da área que tem actualmente. As

árvores não podem ficar dentro da piscina.

Qual a solução para o problema da piscina da família Silva?

MEXENDO PALITOS

Encontre uma maneira de, mexendo somente em três palitos, for-

mar oito triângulos:

O JOGO DOS BERLINDES

O Paulo e o Marcelo, dois jogadores rivais de berlindes, tinham

o mesmo número de berlindes quando começaram a jogar. Num pri-

meiro jogo, o Paulo ganhou vinte berlindes ao Marcelo. Num segundo

jogo, o Paulo perdeu dois terços dos seus berlindes. Isto deixou o

Marcelo com quatro vezes mais berlindes que o Paulo.

Quantos berlindes tinha cada um inicialmente?

ENIGMAS

É um puzzle lógico, num quadrado de nove linhas por nove colu-

nas, organizado em regiões de 3x3.

Use algarismos de 1 a 9, de modo a que cada algarismo apareça

uma única vez em cada linha, coluna, ou região de 3x3.

Não é necessária qualquer operação aritmética.

Aqui ficam dois exemplares, de graus de dificuldade diversifica-

dos.

Divirta-se!

8 1 9 68 5 4

4 35 9

9 4 3 16 28 1

7 4 52 3 1 4

Difícil

1 96 25 8 6 9 4

7 3 1 64 5

1 9 6 34 5 7 8 1

3 85 2

Médio

SUDOKU

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RECRIAR O MUNDO 19

ANO 2 - Nº 3 TOQUE DE SAÍDA

(Continua)

BUSCAPÉ: UMA HISTÓRIA EM QUADRADINHOS

Buscapé é um menino como todos os outros: gosta de correr pela rua, ver televisão e... fazer malandrices.

Vou apresentar-vos a sua família:

O seu pai, um pouco preguiçoso e resmungão, e a sua mãe, distraída como sempre. De facto, não é a família perfeita...

...Talvez essas não existam

Bem, vamos co-meçar pelo princí-pio...

O dia amanhecera frio e ventoso... mas a vida conti-nuava...

E, como em to-dos os dias, to-dos teriam de se levantar.

O vento continua a soprar, as moscas continuam a chatear...

E ainda bem ...

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ARTE E CULTURA20

ANO 2 - Nº 3TOQUE DE SAÍDA

UMA LIÇÃO DE HISTÓRIA DE ARTE

Até ao passado dia 15 de Outubro, foi pos-

sível visitar no Museu Nacional de Arte Antiga

obras de pintura de artistas mundialmente famo-

sos: Grandes Mestres da Pintura: de Fra Angé-

lico a Bonnard. Esta exposição mostra a perso-

nalidade de um coleccionador, Gustav Rau, um

homem sereno, alegre, optimista e generoso.

Rau comprava com o coração, e foi com o

coração que construiu vários hospitais em Áfri-

ca. Sendo médico, tratou e alimentou milhares

de pobres. Antes de morrer, em 2002, Gustav

Rau, doou à UNICEF a sua colecção, que será

vendida após correr mundo durante 20 anos.

Desta colecção estiveram patentes, em Lisboa,

noventa e cinco obras. As obras aqui apresen-

tadas, desde a Escola Espanhola aos Nabis,

passando pela revolução Impressionista, são

uma pequena amostra de uma vasta colecção.

Grupo de Artes

UMA LIÇÃO DE HUMANIDADE

El Greco (1541-1614) São Domingos em Oração

1610, óleo sobre tela

Auguste Renoir (1841-1919), Senhora com Rosa

1875, óleo sobre tela

Warhol (1928-1987), em vida, era já uma

lenda. Soube aproveitar todas as oportunida-

des, não faltava a uma festa (vivia em Nova

Iorque), tentava não passar despercebido e o

sucesso veio relativamente depressa.

A sua arte foi classificada como Arte Pop

(arte popular), pois utilizava objectos do dia a

dia. Com um belo processo de desenho e de

gravura, pôs em causa a ideia de que, para

um trabalho ser considerado obra de arte, de-

veria ser único, pois reproduziu tecnicamente

as suas criações.

A partir do início dos anos 60, Warhol trou-

xe à arte os símbolos opticamente gritantes

da publicidade de massas que simbolizavam

o “american way of life”: bandas desenhadas,

rótulos de garrafas, latas de conserva, as so-

pas Campbell, a Pepsi, a Coca-Cola, os de-

tergentes, o ketchup da Heinz traduzem sem

dúvida uma certa maneira de viver e um cer-

to estado de espírito do povo americano nos

anos 60. Warhol elevou artisticamente estes

artigos, quando os transportou do supermer-

cado para a galeria de arte.

Onde foi este artista buscar a inspiração

que transformou tão profundamente a arte?

Ser original em arte é muito importante, e a

sua ideia foi brilhante. Os seus trabalhos, ape-

sar de inovadores, conquistaram rapidamente

o público.

Hoje em dia, a arte desenvolveu uma di-

versidade ilimitada e passou a fazer parte do

nosso quotidiano. A tecnologia conseguiu a

proeza da multiplicação e hoje podemos ter

um Picasso no tapete, a Gioconda no calen-

dário, e ouvir a ópera de Verdi no toque do

telemóvel.

Porém, foram precisos muitos milhares de

anos para que o conceito de arte chegasse a

este ponto.

João Serralheiro, 12ºE

Andy Warhol:A Arte/Produção e Consumo

“A coisa mais bonita é o McDonald’s. A coisa

mais bonita em Estocolmo é o McDonald’s. A

coisa mais bonita em Florença é o McDonald´s.

Pequim e Moscovo ainda não têm nada que

seja bonito.”

Andy Wharhol

Paul Cézanne (1839-1906)O mar em Estaque 1876, óleo sobre tela