controle externo da administração pública p/ tce-pe (todos os … · poder executivo submete os...

100
Aula 02 Controle Externo da Administração Pública p/ TCE-PE (Todos os Cargos) Com videoaulas Professor: Erick Alves

Upload: dinhdang

Post on 09-Jan-2019

225 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Aula 02

Controle Externo da Administrao Pblica p/ TCE-PE (Todos os Cargos) Comvideoaulas

Professor: Erick Alves

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 99

AULA 02

Ol amigo (a)!

No encontro de hoje vamos estudar as normas constitucionais relativas ao Tribunal de Contas, com nfase na Constituio Federal e na Constituio do Estado de Pernambuco.

Veremos um assunto importantssimo e, por consequncia, bastante explorado em prova: competncias constitucionais do TCU e, por simetria do TCE-PE.

Para tanto, seguiremos o seguinte sumrio:

SUMRIO

Competncias constitucionais do Tribunal de Contas ............................................................................... 2

Art. 71, CF Art. 30, CE/PE .................................................................................................................................... 2

Art. 74, 2, CF Art. 32, 5, CE/PE ............................................................................................................... 62

Art. 161, pargrafo nico, CF ................................................................................................................................. 63

Controle de constitucionalidade pelos TCs ................................................................................................... 66

Mais questes de prova ............................................................................................................................................ 70

RESUMO DA AULA ..................................................................................................................................................... 83

Questes comentadas na Aula .............................................................................................................................. 85

Gabarito ............................................................................................................................................................................. 99

Ao final temos o resumo e as questes que foram comentadas no decorrer do texto, seguidas do gabarito.

Preparados?! Constituio a postos?!

Ento, aos estudos!

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 99

COMPETNCIAS CONSTITUCIONAIS DO TRIBUNAL DE CONTAS

As principais competncias do TCE-PE so retiradas diretamente da Constituio do Estado (CE/PE), que praticamente reproduziu, com as devidas adaptaes, as competncias atribudas ao TCU pela Constituio Federal (lembre-se do princpio da simetria - CF, art. 75).

Na Constituio Federal, as competncias do TCU esto expressas, fundamentalmente, no art. 71, seus incisos e pargrafos. H, porm, outros dispositivos que conferem atribuies especficas para a Corte de Contas, como o art. 33, 2, art. 72, 1, art. 74, 2 e art. 161, pargrafo nico. Grande parte dessas competncias foi reproduzida na Constituio de Pernambuco, especialmente no seu art. 30, dando forma ao princpio da simetria.

Afora as atribuies encontradas de forma expressa nos textos legais, o STF reconhece a competncia dos Tribunais de Contas para apreciar, no exerccio de suas atribuies, a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Pblico.

Nesta aula, vamos estudar tudo isso!

Para nosso estudo, tomaremos por base a Constituio Federal, mas sempre fazendo o paralelo com a legislao estadual. Vamos em frente!

ART. 71, CF ART. 30, CE/PE

Primeiramente, vejamos o que o caput dos dispositivos estabelece:

Constituio Estadual Constituio Federal

Art. 30. O controle externo, a cargo da

Assembleia Legislativa, ser exercido com o

auxlio do Tribunal de Contas do Estado, ao

qual compete:

Art. 71. O controle externo, a cargo do

Congresso Nacional, ser exercido com o

auxlio do Tribunal de Contas da Unio, ao

qual compete:

O dispositivo informa que, para auxiliar o exerccio do controle externo a cargo do Poder Legislativo, o Tribunal de Contas possui competncias prprias e privativas, enumeradas nos incisos que se

Leitura obrigatria: CF, art. 71; CE/PE, art. 30

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 99

seguem, atribuies que, frise-se, no podem ser desempenhadas por nenhum outro rgo ou Poder, nem mesmo pelo Congresso e suas Casas ou pela Assembleia Legislativa e Cmaras Municipais, no caso dos Estados e Municpios. Ento, compete ao Tribunal de Contas:

Emitir parecer prvio sobre as contas do Chefe do Poder Executivo

Constituio Estadual Constituio Federal

I - a apreciao das contas prestadas

anualmente pelo Governador, mediante

parecer prvio a ser elaborado em sessenta

dias a contar do seu recebimento;

I - apreciar as contas prestadas anualmente

pelo Presidente da Repblica, mediante

parecer prvio que dever ser elaborado em

sessenta dias a contar de seu recebimento;

O TCU aprecia no julga! - as contas anuais do Presidente da Repblica e emite parecer prvio. O prazo para emisso do parecer prvio de at 60 dias a contar do recebimento das contas pelo Tribunal. O procedimento o seguinte1:

1. O Presidente da Repblica apesenta ao Congresso, no prazo de 60 dias aps a abertura da sesso legislativa, as contas relativas ao exerccio anterior

(CF, art. 84, XXIV);

2. O Congresso envia as contas para anlise do TCU (no h prazo previsto na CF);

3. No prazo de 60 dias a contar da data de seu recebimento, o TCU aprecia as contas, na forma de um parecer prvio, aprovado pelo Plenrio do

Tribunal, que enviado ao Congresso;

4. No Congresso, as contas e o parecer prvio do TCU so considerados pela Comisso Mista de Oramento (CMO) na elaborao do seu parecer, que

conclui por Projeto de Decreto Legislativo (CF, art. 166, 1, I). O parecer

prvio do TCU no vincula o parecer da CMO; e

5. O Plenrio do Congresso Nacional julga as contas do Presidente da Repblica ao deliberar sobre o referido Projeto de Decreto Legislativo (CF,

art. 49, IX).

Assim, por fora do art. 49, IX da CF, compete ao Congresso Nacional o julgamento das contas do Presidente da 1 Lima (2011), com adaptaes.

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 99

Repblica. O TCU somente as aprecia e emite parecer prvio, enquanto o parecer para julgamento dado pela CMO, na forma de projeto de Decreto Legislativo. O Plenrio do Congresso Nacional julga as contas do Presidente da Repblica ao deliberar sobre tal projeto de Decreto Legislativo.

Quem julga as contas do chefe do Poder

Executivo o Poder Legislativo.

O Tribunal de Contas emite parecer prvio.

As contas prestadas pelo Presidente da Repblica constituem as chamadas contas de governo, de natureza poltica, que propicia uma viso macro do desempenho da economia e das polticas sociais, em confronto com as normas constitucionais, legais e regulamentares.

Contas de governo o conjunto de documentos por meio do qual o chefe do

Poder Executivo submete os resultados gerais do exerccio financeiro-oramentrio,

originados dos seus atos de governo ou atos polticos, de sua estrita competncia, a

julgamento poltico do Poder Legislativo2.

As contas prestadas pelo Presidente da Repblica consistiro nos balanos gerais da Unio e no relatrio do rgo central do sistema de controle interno do Poder Executivo sobre a execuo dos oramentos de que trata o art. 165, 5 da CF, que so os seguintes:

oramento fiscal referente aos Poderes, seus fundos, rgos e entidades da administrao direta e indireta, inclusive fundaes institudas e mantidas pelo Poder Pblico;

oramento de investimento das empresas em que o Poder Pblico, direta ou indiretamente, detenha maioria do capital social com direito a voto;

oramento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e rgos a ela vinculados, da administrao direta e indireta, bem como os fundos e fundaes institudos e mantidos pelo Poder Pblico.

Detalhe interessante que as contas de governo no devem trazer apenas informaes sobre a gesto do Poder Executivo, mas tambm dados sobre as atividades administrativas dos demais Poderes, fazendo com que o relatrio elaborado pelo Tribunal de Contas componha

2 Aguiar e Aguiar (2008, p. 17)

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 99

um panorama de toda a Administrao Pblica sob sua jurisdio, de modo a subsidiar o julgamento a ser efetuado pelo Congresso Nacional.

O caput do art. 56 da LRF dispe que as contas prestadas

pelo Chefe do Poder Executivo incluiro, alm das suas, as

dos presidentes dos rgos dos Poderes Legislativo e

Judicirio e do chefe do Ministrio Pblico, as quais recebero parecer prvio,

separadamente, do Tribunal de Contas. Assim, a Lei prev vrios pareceres prvios a

serem emitidos pelo TC, um para o presidente de cada rgo.

Entretanto, o referido dispositivo da LRF encontra-se suspenso, em carter

liminar, pelo STF (ADIn 2.238-5). Por esse motivo, o Tribunal de Contas, no

momento, emite parecer prvio exclusivamente em relao s contas do Chefe do

Poder Executivo, que so julgadas pelo Poder Legislativo, como previsto na

Constituio.

As contas dos presidentes dos rgos dos Poderes Legislativo e Judicirio e do

Chefe do Ministrio Pblico, ao contrrio, em vez de serem objeto de pareceres

prvios individuais, so efetivamente julgadas pelo Tribunal de Contas, por fora do

art. 71, II da CF e em consonncia com a deciso do Supremo.

No obstante, o relatrio elaborado pelo TC sobre as contas de governo, que

precede o parecer prvio, contempla informaes sobre todos os Poderes e o

Ministrio Pblico, compondo assim um panorama de toda a Administrao Pblica.

O parecer prvio emitido pelo TCU pode ser pela aprovao, com ou sem ressalvas e recomendaes, ou pela rejeio das contas. Todavia, embora o parecer prvio seja conclusivo, meramente opinativo, no vinculando o parecer da CMO e muito menos o julgamento a cargo do Congresso Nacional.

O parecer prvio emitido pelo TCU sobre as

contas do Presidente da Repblica

meramente opinativo e, por isso, no vincula o

julgamento a cargo do Congresso Nacional.

Vale lembrar que, caso o Presidente da Repblica no preste as contas, compete Cmara dos Deputados tom-las (art. 51, II, da CF).

Competncia semelhante exercida pelo TCE-PE no mbito do Estado de Pernambuco, relativamente s contas do Governador e dos Prefeitos. Com efeito, vejamos o que diz a Lei Orgnica do Tribunal

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 99

Art. 2 Ao Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco compete na forma estabelecida na presente Lei:

I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Governador do Estado, emitindo parecer prvio, a ser elaborado em 60 (sessenta) dias a contar do seu recebimento, nos termos do inciso I do art. 30 da Constituio Estadual;

II - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Prefeito Municipal, emitindo parecer prvio, a ser elaborado no prazo de at o ltimo dia til do ms de dezembro de cada ano, nos termos do inciso III do 1 do art. 86 da Constituio Estadual;

Vamos ver ento a sistemtica adaptada ao TCE-PE para emisso desses pareceres prvios...

Contas do Governador

Por fora do art. 14, X da CE/PE, compete exclusivamente Assembleia Legislativa julgar as contas do Governador. O TCE-PE, frise-se, somente as aprecia e emite parecer prvio.

Caso o Governador no as preste no prazo, compete Assembleia Legislativa tom-las (CE/PE, art. 14, XI).

As contas do Governador do Estado incluiro as contas prestadas pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judicirio, pelo Ministrio Pblico e pelo prprio Tribunal de Contas (RI, art. 155). Ressalte-se, contudo, que o parecer prvio deve ser restrito s contas do chefe do Poder Executivo.

Alm de outros elementos e demonstrativos previstos em atos normativos especficos, as contas do Governador devero conter:

Balanos gerais do Estado;

Demonstrativos relativos gesto fiscal;

Demonstrativos de aplicao de recursos vinculados;

Relatrio do rgo central do sistema de controle interno do Poder Executivo sobre a execuo dos oramentos e a situao da administrao financeira e patrimonial do Estado, includos os fundos de natureza atuarial.

Os demonstrativos acima devero compreender as unidades oramentrias constantes do oramento fiscal, do oramento de investimento das empresas e do oramento da seguridade social, com o detalhe de que as entidades e rgos de seguridade social do

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 99

Estado tero os seus oramentos integrados ao oramento fiscal do Estado, obedecida a classificao funcional-programtica especfica.

Tambm dever integrar a prestao de contas um relatrio acerca do cumprimento do programa de trabalho do governo, descrevendo o estgio da realizao dos programas e suas aes constantes do plano plurianual e da lei oramentria anual, acompanhado das respectivas justificativas e medidas corretivas adotas, com o objetivo de assegurar a boa gesto dos dinheiros pblicos, bem como para a implantao ou aprimoramento do sistema de custos.

Alm dos documentos obrigatrios previstos no Regimento Interno, outros elementos, definidos pelo Relator, que sirvam de instrumento para anlise da gesto e elaborao de recomendaes de competncia do Tribunal, podero integrar a prestao de contas do Governador.

As contas anuais prestadas pelo Governador, logo que ingressem no Tribunal, sero imediatamente encaminhadas ao Relator, para as providncias cabveis. Lembrando que Relator o Conselheiro do TCE-PE que ser o responsvel por presidir a instruo do processo de contas, levando uma proposta a ser apreciada pelo Tribunal. Ao receber as contas, o Relator as despachar para instruo pelo corpo tcnico do Tribunal.

O relatrio tcnico, elaborado pela unidade tcnica competente, ser concludo e entregue ao Relator no prazo de 45 dias contados da data do recebimento da prestao de contas.

O relatrio tcnico abordar anlises da gesto fiscal, oramentria, financeira, operacional e patrimonial do Estado, conforme disciplinado em ato normativo especfico.

Recebido o relatrio tcnico, o Relator encaminhar cpia:

ao Presidente, aos Conselheiros e ao Procurador-Geral do Ministrio Pblico de Contas;

ao Governador do Estado para, no prazo de dez dias a contar da data do seu recebimento, manifestar-se sobre o contedo do relatrio, de forma a cumprir o preceito constitucional contido no artigo 5, inciso LV, da Constituio Federal (contraditrio e ampla defesa).

O Relator, ao receber a manifestao do Governador do Estado sobre o contedo do relatrio tcnico, encaminhar cpias para os demais Conselheiros, Presidente e Procurador-Geral do Ministrio Pblico de Contas.

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 99

A critrio do Relator, poder ser concedido prazo de at 5 dias ao Ministrio Pblico de Contas, para emisso de parecer, com vista dos autos.

Quando a data da sesso de julgamento (na verdade, de emisso do parecer prvio) for designada, dever ser dada cincia ao Governador do Estado, que poder produzir sustentao oral na sesso.

Detalhe que a sesso para emisso do parecer prvio dever ser realizada dentro do prazo de 60 dias a contar da data de recebimento das contas pelo Tribunal.

Nos termos do art. 162 do Regimento Interno, o parecer prvio ser sempre justificado e conclusivo, recomendando a aprovao, a aprovao com ressalvas ou a rejeio das contas, de tal modo que possibilite Assembleia Legislativa a formao de juzo a respeito da gesto fiscal, da administrao financeira, oramentria, operacional e patrimonial e seus reflexos sobre o desenvolvimento econmico e social do Estado.

No caso de a recomendao Assembleia Legislativa ser pela aprovao com ressalvas, as ressalvas devero ser enumeradas, de modo que as medidas corretivas possam ser adotadas.

Na elaborao do parecer prvio, no sero considerados os atos dos administradores e demais responsveis por unidades gestoras estaduais, mas apenas os atos de competncia do Governador.

Aps apreciar contas prestadas pelo Governador, o Tribunal encaminhar o respectivo processo Assembleia Legislativa, o qual conter o parecer prvio, o relatrio tcnico, a manifestao do Governador do Estado, o relatrio do Relator, os votos proferidos na sesso pelos Conselheiros e o parecer do Ministrio Pblico, se houver.

Ademais, a fim de atender Lei de Responsabilidade Fiscal, uma verso simplificada do parecer prvio ser elaborada e divulgada por meio eletrnico de acesso pblico, no prazo de at 60 dias, contados da emisso do parecer prvio.

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 99

Contas dos Prefeitos

O julgamento das contas dos Prefeitos dos Municpios compete s respectivas Cmaras Municipais. O TCE-PE, frise-se, somente aprecia essas contas e emite parecer prvio.

O Tribunal dever elaborar o parecer prvio sobre as contas anuais prestadas pelos Prefeitos Municipais at o ltimo dia do ms de dezembro de cada ano, observados rito e forma previstos em atos normativos especficos.

As contas anuais dos Prefeitos Municipais devero ser prestadas diretamente ao Tribunal de Contas, at o dia 30 de maro do exerccio subsequente, independentemente da obrigatoriedade do encaminhamento de cpia da prestao de contas Cmara Municipal, no prazo estabelecido pelas respectivas leis orgnicas dos Municpios.

Na ausncia de prestao de contas por parte do Prefeito Municipal, o Presidente da Cmara Municipal, a partir do recebimento de comunicao enviada pelo Tribunal de Contas, adotar imediatas providncias com vistas tomada de contas especial, conforme disposto em ato normativo especifico.

As prestaes de contas anuais dos Prefeitos Municipais incluiro as contas prestadas pelos Poderes Executivo e Legislativo e devero ser instrudas na forma prevista em ato normativo especfico, sem prejuzo da observncia da legislao competente. Lembrando, porm, que o parecer prvio dever se restringir s contas do Prefeito.

Alm de outros elementos e demonstrativos previstos em atos normativos especficos, as contas dos Prefeitos Municipais devero conter:

Balanos gerais;

Demonstrativos relativos gesto fiscal;

Demonstrativos de aplicao de recursos vinculados;

Relatrio do rgo central do sistema de controle interno do Poder Executivo sobre a execuo dos oramentos e a situao da administrao financeira e patrimonial do Municpio, includos os fundos de natureza atuarial.

Os demonstrativos acima devero compreender as unidades oramentrias constantes do oramento fiscal, do oramento de investimento das empresas e do oramento da seguridade social, com o detalhe de que as entidades e rgos de seguridade social do

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 99

Estado tero os seus oramentos integrados ao oramento fiscal do Estado, obedecida a classificao funcional-programtica especfica.

Conforme o art. 163-C, 3 do Regimento Interno, sero, ainda, formalizados outros processos para fins de julgamento das contas dos demais administradores e responsveis pela gesto de bens e recursos pblicos municipais que nelas estiverem consolidadas, nos termos do inciso II do artigo 71, da Constituio Federal. Dessa forma, o parecer prvio deve se limitar a apreciar os atos de competncia dos Prefeitos. Os atos de gesto dos demais administradores municipais devero ser objeto de processos de contas especficos, que sero efetivamente julgados pelo TCE-PE (e no apenas objeto de parecer prvio).

O art. 163-C, 4 do Regimento Interno diz que, nos casos em que o Chefe do Poder Executivo municipal acumular a funo de ordenador de despesas, suas contas de ordenador sero julgadas pelo TCE-PE, e no pela Cmara Municipal aps parecer prvio do TCE-PE. Ou seja, segundo o Regimento, os Prefeitos que acumulem a funo de Chefe do Executivo e de ordenador de despesas seriam submetidos a um duplo julgamento: um pela Cmara Municipal, relativo s contas de governo, de carter poltico; e outro pelo TCE-PE, relativo s contas de gesto, de carter tcnico.

Ocorre que o Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que, nesses casos em o Prefeito acumula funes, ele no pode se submeter ao duplo julgamento: segundo o STF, apenas a Cmara Municipal possui competncia para julgar as contas do Prefeito, inclusive suas contas de gesto, relativas funo de ordenador de despesas. Para a prova, portanto, devemos considerar a posio do STF.

O parecer prvio ser sempre justificado e conclusivo, recomendando a aprovao, a aprovao com ressalvas ou a rejeio, de tal modo que possibilite Cmara Municipal a formao de juzo a respeito da gesto fiscal, da administrao financeira, oramentria, operacional e patrimonial e seus reflexos sobre o desenvolvimento econmico e social do Municpio.

No caso de ser recomendada Cmara Municipal a aprovao das contas com ressalvas, o parecer dever indicar as impropriedades constatadas, de modo que as medidas corretivas possam ser adotadas.

Para finalizar o assunto, segue um texto bastante elucidativo acerca da natureza e da finalidade do parecer prvio emitido pelo Tribunal de Contas, com foco na realidade dos Tribunais de Contas dos Estados:

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 99

O QUE O PARECER PRVIO3

De acordo com a ordem constitucional, uma das funes

dos Tribunais de Contas dos Estados analisar as prestaes de contas dos governos

municipais e estaduais e sobre elas emitir parecer prvio.

O W ;WIW Y W aI; W a; SW WW WWW; ; N? preliminar do rgo de controle externo, a qual dever, ainda, ser apreciada pelos

Parlamentos Cmaras de Vereadores e Assembleias Legislativas, respectivamente. Assim, os TCEs no julgam as contas de Prefeitos e Governadores, mas, com base em

um relatrio especfico, contendo a anlise sobre as prestaes de contas dos

titulares do Poder Executivo, emitem parecer pela aprovao ou rejeio das contas,

o qual, necessariamente, ser submetido votao dos representantes do povo. No

caso dos municpios, a posio do TCE expressa pelo parecer prvio s poder ser

revertida pela Cmara Municipal mediante votao de, no mnimo, 2/3 dos seus

membros. Quando se tratar de contas estaduais, a reverso poder se dar pela

maioria simples dos votos dos Deputados Estaduais.

No caso do exame das contas do Governo do Estado, o Tribunal de Contas

elabora, primeiramente, um relatrio tcnico com apreciao geral e fundamentada

da gesto oramentria, patrimonial, financeira, operacional, ambiental, econmica

e fiscal do exerccio. Esse relatrio, que verifica tambm se as operaes esto de

acordo com os princpios de contabilidade pblica e se foram atendidos os limites de

gastos nas reas da educao, sade e pessoal, estabelecidos constitucionalmente,

encaminhado ao titular do Poder Executivo para sua manifestao.

Posteriormente, o Plenrio do TCE debate e vota a matria, aprovando o parecer

prvio que ser encaminhado Assembleia Legislativa. Caber aos Deputados

Estaduais, ento, a aprovao, com ou sem ressalvas, ou a rejeio das contas anuais

do Governo. Nesse sentido, a anlise global da gesto pelo TCE, de natureza tcnica

e informativa, serve de base para o julgamento poltico-administrativo, cuja

competncia, conforme determina a Constituio do Estado, do Poder Legislativo.

3 Retirado do Parecer Prvio sobre as contas do Governador do RS, relativo ao exerccio de 2011. Disponvel no site do TCE-RS ou clicando aqui.

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 99

1. (TCE/CE Analista 2008 FCC, adaptada) Em relao fiscalizao das Contas do Governador a cargo do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, correto afirmar:

(A) A prestao de contas apresentada pelo Governador ser apreciada pelo Tribunal de Contas, mediante parecer prvio a ser elaborado em 30 dias.

(B) Aps a deciso definitiva decretada pela Assembleia Legislativa, caber apreciao por parte do Tribunal de Contas, no prazo mximo de 10 dias, contados da publicao da referida deciso.

(C) Ao Tribunal de Contas compete julgar, no prazo de 60 dias, contados do seu recebimento, as contas prestadas pelo Governador do Estado.

(D) A deciso decretada pela Assembleia Legislativa ser conclusiva, no cabendo mais qualquer apreciao por parte do Tribunal de Contas.

(E) As contas sobre a execuo do oramento consistiro apenas em um relatrio, elaborado pelo rgo central de controle interno do Poder Executivo.

Comentrio : Para resolver essa questo , vamos nos basear no princpio de simetria. Vejamos:

(a) Errada. O art. 71, I da CF estabelece que o parecer prvio do TCU em relao s contas apresentadas pelo Presidente da Repblica deve ser elaborado em 60 dias a contar de seu recebimento. Do mesmo prazo, 60 e no 30 dias, dispe o TCE/PE para emitir o parecer prvio relativo s contas do Governador, a contar do seu recebimento.

(b) Errada. Conforme estabelecido no art. 71, I da CF, a competncia para julgar as contas do chefe do Poder Executivo do Poder Legislativo. Portanto, aps a deciso definitiva da Assembleia Legislativa sobre as contas do Governador, no caber qualquer tipo de apreciao por parte do Tribunal de Contas. Este s se manifesta previamente, emitindo um parecer que, alis, no vincula o julgamento a cargo do Legislativo.

(c) Errada. O Tribunal de Contas no julga as contas do Governador; apenas emite parecer prvio , no prazo de 60 dias a contar do seu recebimento. A competncia para julgar da Assembleia Legislativa.

(d) Certa. A competncia para julgar as contas do Governador exclusiva da Assembleia Legislativa .

(e) Errada . O relatrio que precede o parecer prvio elaborado pelo prprio Tribunal de Contas, e no pelo rgo de controle interno.

Gabarito: alternativa d

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 99

2. (TCE/SE Analista 2011 FCC, adaptada) O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco emitiu parecer prvio favorvel s contas anuais do Prefeito de um municpio pernambucano. Todavia, a Cmara Municipal, composta por vinte e um vereadores, rejeitou o parecer por deciso de onze de seus membros. possvel afirmar que essa deciso

(A) atende os preceitos da Constituio Federal, que prev a possibilidade de rejeio do parecer prvio por deciso de no mnimo 50% de seus membros.

(B) contraria o previsto na Constituio Federal, que exige qurum mnimo de 50% mais um de seus membros para a rejeio do parecer prvio.

(C) contraria o previsto na Constituio Federal, que exige qurum mnimo de 2/3 de seus membros para a rejeio do parecer prvio.

(D) atende os preceitos da Constituio Federal, que prev a possibilidade de rejeio do parecer prvio por deciso de no mnimo 2/5 de seus membros.

(E) atende os preceitos da Constituio Federal, que prev a possibilidade de rejeio do parecer prvio por deciso de no mnimo 3/5 de seus membros.

Comentrio: Inicialmente, vamos ver o que dispe a CF sobre o julgamento das contas dos Prefeitos:

Art. 31 (...)

2 - O parecer prvio, emitido pelo rgo competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente apresentar, s deixar de prevalecer por deciso de dois teros dos membros da Cmara Municipal .

O rgo competente mencionado no art. 31 da CF o Tribunal de Contas responsvel pelo controle externo do Municpio (TCE, TC dos Municpios ou TCM, conforme o caso). No Estado de Pernambuco, o TCE-PE.

Pelo art. 31 da CF, o parecer prvio emitido pelo Tribunal de Contas sobre as contas do Prefeito s deixar de prevalecer por deciso de dois teros dos membros da Cmara Municipal. Ateno, pois so dois teros do total de vereadores do Municpio, e no apenas dos presentes seo.

Portanto, a deciso da Cmara Municipal apresentada no comando da questo contraria o previsto na Constituio Federal, pois rejeitou o parecer prvio do Tribunal de Contas por deciso de apenas 11 de seus membros, quando tal deliberao necessitaria do voto favorvel de pelo menos 14 vereadores (=2/3 de 21). Assim, correta a alternativa c.

Vejamos ento os erros das demais:

(a) Errada, pois a deciso no atende os preceitos da Constituio Federal, que prev a possibilidade de rejeio do parecer prvio por deciso

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 99

de no mnimo 2/3 e no 50% de seus membros.

(b) Errada, pois o qurum mnimo de 50% e no de 2/3.

(d) Errada, pois a deciso no atende os preceitos da Constituio Federal, uma vez que foi tomada por menos de 2/3 dos membros da Cmara Municipal.

(e) Errada, pois a deciso no atende os preceitos da Constituio Federal; ademais, o qurum mnimo de 2/3 e no de 2/5.

Gabarito: alternativa c

3. (TCE/SP Procurador 2011 FCC) Examinar e emitir parecer sobre os projetos de lei relativos ao plano plurianual, s diretrizes oramentrias, ao oramento anual e aos crditos adicionais e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da Repblica, bem como examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos na Constituio Federal e exercer o acompanhamento e a fiscalizao oramentria, so competncias

a) do Congresso Nacional.

b) de uma Comisso mista permanente de Senadores e Deputados.

c) do Senado Federal.

d) do Tribunal de Contas da Unio.

e) de uma Comisso mista formada por representantes do governo e da sociedade civil, indicados pelo Presidente da Repblica.

Comentrio : Para responder a questo, necessrio conhecer as atribuies da Comisso Mista de Senadores e Deputados atualmente denominada Comisso Mista de Planos, Oramentos Pblicos e Fiscalizao prevista no art. 166 da Constituio Federal:

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, s diretrizes oramentrias, ao oramento anual e aos crditos adicionais sero apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.

1 - Caber a uma Comisso mista permanente de Senadores e Deputados:

I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da Repblica ;

II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituio e exercer o acompanhamento e a fiscalizao oramentria , sem prejuzo da atuao das demais comisses do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.

Gabarito: alternativa b

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 99

4. (TCE/RS OCE 2013 Cespe) Cabe ao TCE/RS julgar as contas a serem prestadas anualmente pelo governador do estado e pelos prefeitos municipais, nos termos da Lei Orgnica do TCE/RS.

Comentrio: O Tribunal de Contas no julga as contas do Chefe do Poder Executivo. Apenas emite parecer prvio . Quem julga o Poder Legislativo, nas respectivas esferas de governo, ou seja, Congresso Nacional (Presidente da Repblica), Cmara Legislativa (Governador do DF), Assembleias Legislativas (Governadores dos Estados) e Cmaras Municipais (Prefeitos dos Municpios).

Gabarito: Errado

5. (TCE/RS OCE 2013 Cespe) O parecer prvio sobre as contas prestadas anualmente pelo governador do RS Assembleia Legislativa deve obrigatoriamente incluir recomendao pela aprovao ou pela rejeio das contas, de acordo com a forma prevista em regulamento.

Comentrio: A assertiva est correta. O parecer prvio emitido pelo Tribunal de Contas a respeito das contas do Governador deve ser conclusivo , isto , deve incluir recomendao objetiva indicando se as contas merecem ser aprovadas ou rejeitadas.

Gabarito: Certo

6. (TCU ACE 2005 Cespe) O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, exercido com o auxlio do Tribunal de Contas da Unio, ao qual compete julgar as contas prestadas anualmente pelo presidente da Repblica, em 60 dias a contar de seu recebimento.

Comentrio: O TCU no julga as contas prestadas anualmente pelo Presidente da Repblica. De acordo com o art. 71, I da CF, o Tribunal deve apreci-las , mediante parecer prvio , em at 60 dias a contar do seu recebimento. O julgamento competncia do Congresso Nacional (CF, art. 49 IX). O parecer prvio emitido pelo TCU conclusivo, no sentido da aprovao ou rejeio das contas, porm no vincula o julgamento efetuado pelo Congresso. Os tpicos que estudamos sobre as contas de governo de Pernambuco seguem o modelo estabelecido na CF, ou seja, o julgamento das contas do Governador compete Assembleia Legislativa, aps parecer prvio do TCE-PE, enquanto o julgamento das contas dos Prefeitos compete s respectivas Cmaras Municipais , tambm aps parecer prvio do TCE- PE.

Gabarito: Errado

7. (TCDF ACE 2012 Cespe, adaptada ) De acordo com a Lei Orgnica do TCE-PE, de competncia desse tribunal julgar as contas do governador do Estado

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 99

e elaborar relatrio sinttico a esse respeito, emitindo parecer definitivo, no qual o conselheiro relator antes de se pronunciar sobre o mrito das contas ordena a citao dos responsveis.

Comentrio : Por simetria com o disposto na Constituio Federal, o julgamento das contas dos Chefes do Poder Executivo nas demais esferas de governo compete ao Poder Legislativo local, aps parecer prvio emitido pelo Tribunal de Contas competente. No caso de Pernambuco, o julgamento das contas do governador compete Assembleia Legislativa do Estado e no ao TCE-PE, da o erro. O TCE-PE, a exemplo do TCU, apenas emite parecer prvio.

Gabarito: Errado

8. (TCU AUFC 2011 Cespe, adaptada) Ao julgar irregulares as contas do chefe do Poder Executivo, o TCE-PE, no exerccio de suas competncias, dever ajuizar as aes civis e penais cabveis.

Comentrio: O quesito est errado. A competncia para julgar as contas do chefe do Poder Executivo Estadual ou Municipal, ou seja, do Governador ou dos Prefeitos, , respectivamente, da Assembleia Legislativa e das Cmaras Municipais, e no do TCE-PE. O TCE-PE , no caso, apenas emite parecer prvio em relao s contas do Governador .

O quesito tambm erra ao afirmar que o TCE-PE dever ajuizar as aes civis e penais cabveis, pois tais assuntos so de competncia do Poder Judicirio.

Gabarito: Errado

9. (TCU AUFC 2013 Cespe) So competncias do TCU a anlise tcnico-jurdica e o julgamento das contas prestadas anualmente pelo presidente da Repblica e a emisso de pareceres gerais.

Comentrio: A questo est errada. Como se v, esse um assunto batido nas provas de concurso. Nos termos do art. 71, I da CF, o TCU no julga as contas do Presidente da Repblica, e sim emite parecer prvio . Da mesma forma, o TCE- PE no julga as contas do Governador, mas apenas emite parecer prvio .

Gabarito: Errado

10. (TCU AUFC 2011 Cespe) Caso sejam constatadas irregularidades nas contas do presidente da Repblica, o TCU dever emitir parecer prvio pela rejeio dessas contas, o que tornar o chefe do Poder Executivo inelegvel para as eleies que se realizarem nos oito anos subsequentes emisso da referida pea tcnica.

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 99

Comentrio: A primeira parte do quesito est correta (Caso sejam constatadas irregularidades nas contas do presidente da Repblica, o TCU dever emitir parecer prvio pela rejeio dessas contas...), uma vez que o parecer prvio do Tribunal ser conclusivo. Entretanto, o parecer prvio do TCU, por si s, no torna o chefe do Executivo inelegvel, como afirma a parte final do item. O parecer do TCU meramente opinativo. Ademais, a deciso sobre a inelegibilidade compete Justia Eleitoral . O mesmo vale para o TCE-PE em relao s contas prestadas pelo Governador.

Gabarito: Errado

11. (TCU TCE 2007 Cespe, adaptada ) O TCE-PE apreciar as contas prestadas pelo presidente do Tribunal de Justia do Estado, mediante parecer prvio, ao qual caber recurso, inclusive patrimonial, quanto adequao.

Comentrio : A questo est errada. O TCE-PE emite parecer prvio apenas em relao s contas do Governador. Todas as demais contas submetidas ao TCE-PE, inclusive as prestadas pelo presidente do Tribunal de Justia, so efetivamente julgadas pela Corte de Contas.

Gabarito: Errado

12. (TCE/AC ACE 2008 Cespe) As contas anuais do presidente da Repblica so consolidadas e julgadas primeiramente pela Cmara dos Deputados e depois pelo Senado Federal. Caso sejam rejeitadas, podero implicar processo de impeachment.

Comentrio : As contas anuais do Presidente da Repblica so julgadas pelo Congresso Nacional (CF, 49, IX), e no por suas Casas, separadamente, da o erro do quesito. No obstante, correto que a rejeio das contas pelo Congresso Nacional poder implicar processo de impeachment, caso reste configurada a prtica de crime de responsabilidade (CF, art. 85).

Gabarito: Errado

13. (TCU ACE 2008 Cespe) As contas dos dirigentes dos Poderes e rgos da administrao pblica federal devero ser encaminhadas, anualmente, ao TCU, dentro de 60 dias aps a abertura da sesso legislativa.

Comentrio: As contas dos dirigentes dos Poderes e rgos da administrao pblica federal devero ser encaminhadas ao TCU dentro dos prazos definidos em ato normativo do Tribunal (RI/TCU, art. 192). A questo procurou confundir o candidato, pois o prazo de 60 dias aps a abertura da sesso legislativa o prazo de que dispe o Presidente da Repblica para , anualmente, apresentar suas contas referentes ao exerccio anterior ao Congresso Nacional (CF, art. 84, XXIV).

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 99

Lembrando que, em Pernambuco , o Governador tambm possui o prazo de 60 dias a contar da abertura da sesso legislativa para prestar suas contas, as quais so consideradas prestadas quando entregues ao Tribunal.

Gabarito: Errado

14. (TCU ACE 2008 Cespe, adaptada) Na sua misso de apreciao das contas anuais dos dirigentes do Governo do Estado, o TCE-PE emitir parecer prvio especfico para cada Poder, inclusive para o Ministrio Pblico Estadual, impreterivelmente at o ltimo dia do exerccio em que elas tenham sido apresentadas.

Comentrio: Como j comentado, face suspenso cautelar do caput do art. 56 da LRF, o TCE- PE emite parecer prvio exclusivamente em relao s contas do Chefe do Poder Executivo . Portanto, em relao s contas anuais dos dirigentes do Governo do Estado, o TCE-PE no emite parecer prvio, e sim julga. A emisso de parecer prvio apenas em relao s contas do Governador. Assim, as contas do chefe do Ministrio Pblico Estadual so julgadas pelo TCE-PE e no somente objeto de parecer prvio.

Ademais, o prazo para o TCE-PE emitir o parecer prvio sobre as contas do Governador de 60 dias a contar de seu recebimento pelo Tribunal, e no at o ltimo dia do exerccio em que elas tenham sido apresentadas.

Gabarito: Errado

15. (TCU ACE 2005 Cespe) A Cmara dos Deputados no detm competncia privativa prpria no exerccio do controle externo.

Comentrio : O quesito est errado, pois compete privativamente Cmara dos Deputados proceder tomada de contas do Presidente da Repblica quando no apresentadas ao Congresso Nacional dentro de 60 dias aps a abertura da sesso legislativa (CF, art. 51, II).

Gabarito: Errado

16. (TCU ACE 2005 Cespe) Nos termos da Constituio Federal de 1988, o TCU pode apreciar contas de governo de autarquia territorial e emitir parecer prvio.

Comentrio: Segundo o art. 33, 2 da CF, as contas do Governo do Territrio sero submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prvio do TCU. A emisso de parecer prvio sobre as contas do Governo do Territrio uma competncia do TCU somente, no extensvel aos demais tribunais de contas. O procedimento o mesmo que o das contas do Presidente da Repblica. O TCU emite parecer prvio, no prazo de 60 dias a contar de seu recebimento. O julgamento fica a cargo do Congresso Nacional, aps parecer da CMO.

Gabarito: Certo

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 99

17. (TCE/ES Auditor 2012 Cespe) Uma das incumbncias do tribunal de contas do estado a emisso de parecer prvio sobre as contas de prefeito municipal, que dever ser aprovado ou rejeitado pela cmara municipal, sempre por maioria absoluta. Sendo divergente a posio dos vereadores, o parecer do tribunal deixar de prevalecer por deciso de trs quartos dos membros da cmara municipal.

Comentrio: Primeiramente, cabe enfatizar que a competncia para emitir o parecer prvio sobre as contas de prefeito municipal do Tribunal de Contas responsvel pelo controle externo do Municpio, o qual, na maior parte dos casos, o Tribunal de Contas do Estado. Nos Estados da Bahia, Cear, Gois e Par, todavia, esse parecer compete ao respectivo Tribunal de Cont as dos Municpios (rgo de controle externo estadual responsvel pelo controle externo de todos os Municpios do Estado), enquanto que nos Municpios do Rio de Janeiro e de So Paulo, o parecer prvio sobre as contas do Prefeito compete ao respectivo Tribunal de Contas Municipal. Em todos os casos, o julgamento das contas compete respectiva Cmara de Vereadores .

Quanto assertiva, o erro est na expresso aprovado ou rejeitado pela cmara municipal, sempre por maioria absoluta , eis que o parecer prvio s poder ser rejeitado por deciso de dois teros dos membros da Cmara Municipal, nos termos do art. 31, 2 da CF:

2 - O parecer prvio, emitido pelo rgo competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, s deixar de prevalecer por deciso de dois teros dos membros da Cmara Municipal.

Gabarito: Errado

18. (TCU ACE 2006 ESAF) O parecer prvio sobre as contas prestadas pelo prefeito, elaborado pelo rgo auxiliar da Cmara Municipal, meramente indicativo, podendo ser rejeitado pelos vereadores, por deciso tomada pela maioria simples, presentes deliberao a maioria absoluta dos membros da Cmara Municipal.

Comentrio: O parecer prvio emitido pelo rgo competente sobre as contas prestadas pelo Prefeito s deixar de prevalecer por deciso de dois teros dos membros da Cmara Municipal (CF, art. 31, 2). Assim, preciso que dois teros do total de vereadores votem contrariamente ao parecer para ele deixar de prevalecer. No importa o qurum da sesso: o nmero de votos contrrios mnimos ao parecer deve ser de dois teros do total de vereadores. Dessa forma, pode-se dizer que o parecer prvio sobre as contas do Prefeito quase vinculativo, e no meramente indicativo, como diz a questo.

Registre-se que a regra relativa Unio e aos Estados diferente, pois, nessas esferas, no h exigncia de qurum de 2/3 para aprovar o Decreto Legislativo sobre as contas do Chefe do Poder Executivo.

Gabarito: Errado

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 99

Julgar as contas dos responsveis por recursos pblicos e dos causadores de prejuzo ao errio

Constituio Estadual Constituio Federal

II - o julgamento das contas dos

administradores e demais responsveis por

dinheiros, bens e valores pblicos da

administrao direta e indireta, inclusive das

fundaes e sociedades institudas ou

mantidas pelo Poder Pblico Estadual, e das

contas daqueles que derem causa a perda,

extravio ou outras irregularidades de que

resulte prejuzo Fazenda;

II - julgar as contas dos administradores e

demais responsveis por dinheiros, bens e

valores pblicos da administrao direta e

indireta, includas as fundaes e sociedades

institudas e mantidas pelo Poder Pblico

federal, e as contas daqueles que derem

causa a perda, extravio ou outra

irregularidade de que resulte prejuzo ao

errio pblico;

Podemos sintetizar o dispositivo, dizendo que o TCU e, por simetria, o TCE-PE, julga as contas:

dos administradores e demais responsveis por dinheiros, bens e valores pblicos, da administrao direta e indireta; e

dos que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao errio.

Aqui no se trata apenas de elaborar relatrios ou emitir parecer. Em relao s contas prestadas pelos administradores pblicos ou pelos que causam dano ao errio, o Tribunal de Contas efetivamente profere um julgamento, decidindo se as contas so regulares, regulares com ressalva ou irregulares, com base nos elementos apresentados. Nenhum outro rgo ou Poder possui competncia para avaliar e julgar a gesto daqueles que administram o patrimnio pblico federal, no caso do TCU, e estadual e municipal, no caso do TCE-PE.

As contas submetidas pelos administradores pblicos a cada exerccio financeiro para exame e julgamento do Tribunal constituem as chamadas contas de gesto, que proporcionam uma viso pontual da gesto levada a efeito pelos responsveis. Possui carter estritamente tcnico.

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 99

Contas de gesto o conjunto de documentos pelo qual os gestores pblicos

submetem os resultados especficos da administrao financeira, posta em prtica

mediante seus atos administrativos de gesto oramentria, financeira, patrimonial e

operacional, a exame e julgamento do Tribunal de Contas4.

Importante ressaltar que se submetem ao julgamento ordinrio anual do TCE-PE as contas dos responsveis de toda a Administrao Pblica Estadual e Municipal, direta e indireta, de qualquer Poder.

Por sua vez, as contas dos causadores de prejuzo ao errio so chamadas contas especiais, de carter eventual, prestadas para apurao de determinado fato que provocou dano ao patrimnio pblico, identificao dos responsveis e quantificao do prejuzo. Nos casos de contas especiais, alm das contas dos gestores pblicos, tambm se submetem ao julgamento eventual do Tribunal as contas de entidades privadas e de pessoas no vinculadas Administrao Pblica que tenham concorrido para dar causa a prejuzo ao errio. o caso, por exemplo, de uma Organizao No-Governamental que receba repasse do Poder Pblico e no destina os recursos para os fins devidos.

Repare que o TCE-PE julga as contas das pessoas (responsveis), no as contas do rgo/entidade, nem as pessoas em si. As pessoas, por seu turno, so responsveis pela gesto e pela prestao de contas, respondendo pessoalmente por eventuais desvios ou irregularidades e, por isso, podem ser penalizadas pelo Tribunal e, ainda, serem chamadas a recompor o prejuzo causado. Com efeito, a responsabilidade do administrador relativamente aos atos e fatos de sua gesto estritamente pessoal, s recebendo quitao aps o julgamento do Tribunal.

O conceito de responsveis que podem ter as contas julgadas bastante amplo, conforme vemos no pargrafo nico do art. 70 da CF:

Pargrafo nico. Prestar contas qualquer pessoa fsica ou jurdica, pblica ou

privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e

valores pblicos ou pelos quais a Unio responda, ou que, em nome desta, assuma

obrigaes de natureza pecuniria.

Assim, responsvel qualquer agente pblico que tenha atribuio de administrar recursos financeiros e patrimoniais de rgo ou entidade

4 Aguiar e Aguiar (2008, p. 19).

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 99

pblico; por exemplo: membros de comisso de licitao, membros de rgo colegiado que, por determinao normativa, seja responsvel por atos de gesto; dirigente de unidade administrativa; gerente responsvel pela gesto patrimonial; ordenador de despesas etc.

O conceito compreende, ainda, aqueles que, mesmo no sendo administradores ou responsveis diretos por atos de gesto, possam ter contribudo, por ao ou omisso, para a ocorrncia de perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuzo ao errio. Inclui-se a, alm de agentes pblicos, qualquer pessoa fsica ou jurdica de natureza privada.

Portanto, todos os administradores e demais responsveis por dinheiros, bens e valores pblicos tm o dever de prestar contas, isto , precisam demonstrar se a aplicao dos recursos pblicos que tiveram sob sua responsabilidade foi boa e regular.

As contas de governo tm como responsvel apenas o

Chefe do Executivo e possuem carter poltico, sendo

julgadas pelo Poder Legislativo. J as contas de gesto

possuem carter tcnico e tm como responsveis todos os servidores com

atribuies administrativas nas unidades da Administrao Pblica, de todos os

Poderes, sendo julgadas pelo Tribunal de Contas.

Os procedimentos e demais caractersticas do julgamento de contas no mbito do TCE-PE ser nosso objeto de estudo nas aulas seguintes.

19. (TCE/GO Analista 2009 FCC, adaptada) Compete ao Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco

(A) julgar as contas dos administradores e demais responsveis por dinheiros, bens e valores pblicos da administrao direta e indireta.

(B) apreciar as contas dos administradores e demais responsveis por dinheiros, bens e valores pblicos apenas da administrao direta.

(C) processar e julgar o Governador por crime de responsabilidade e os Secretrios de Estado por crime da mesma natureza, conexo com aquele.

(D) julgar, anualmente, as contas prestadas pelo Governador, e apreciar os relatrios sobre a execuo dos planos de governo.

Comentrio: Mesmo sem nunca ter estudado a Constituio de Pernambuco, mas apenas conhecendo as competncias atribudas ao TCU

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 99

pela CF e o princpio de simetria, daria para responder esse quesito. Vejamos:

(a) Certa, pois, nos termos do art. 71, II da CF, o TCU julga as contas dos administradores pblicos, da administrao direta e indireta federal. Por simetria, o TCE-PE tambm deve fazer o mesmo em relao aos administradores do Estado e do Municpio.

(b) Errada, pois o art. 71, II da CF estabelece que o TCU deve julgar (e no apenas apreciar) as contas dos responsveis pela administrao direta e indireta. O mesmo, portanto, vlido em relao ao TCE-PE;

(c) Errada. Da mesma forma que no compete ao TCU processar e julgar o Presidente e Vice-Presidente da Repblica nos crimes de responsabilidade (tal competncia do Senado Federal, CF, art. 52, I), tambm no cabe ao TCE-PE processar e julgar o Governador e Vice nesses crimes. De fato, a Constituio do Estado dispe:

Art. 92. da competncia exclusiva da Assembleia Legislativa :

XXXIII - processar e julgar o Governador e o Vice-Governador nos crimes de responsabilidade e os Secretrios de Estado nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;

Lembre-se: os Tribunais de Contas no julgam crimes, apenas contas.

(d) Errada, pois as contas do chefe do Poder Executivo so julgadas pelo Poder Legislativo e no pelo Tribunal de Contas, os quais emitem apenas parecer prvio, nos termos do art. 71, I da CF.

Gabarito: alternativa a

20. (SUSEP Analista Tcnico 2010 ESAF) Quanto prestao de contas de pessoas jurdicas de direito privado, correto afirmar:

a) esto obrigadas a prestar contas quando utilizar, arrecadar, guardar, gerenciar ou administrar dinheiros, bens e valores pblicos.

b) prestam contas sempre que receber recursos provenientes da Unio, sejam eles em dinheiro ou bens.

c) esto desobrigadas de prestar contas em razo de a natureza jurdica ser de direito privado.

d) prestam contas, desde que gerenciem ou apliquem recursos arrecadados por elas mesmas sem que tenha havido delegao para tal.

e) a apresentao de prestao de contas diretamente ao Tribunal de Contas da Unio condio essencial ao cumprimento da Constituio Federal.

Comentrio: A obrigao de prestar contas que recai sobre as pessoas jurdicas de direito privado est prevista no art. 70, pargrafo nico da

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 99

Constituio Federal, de replicao obrigatria no mbito dos Estados:

Pargrafo nico. Prestar contas qualquer pessoa fsica ou jurdica , pblica ou privada , que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores pblicos ou pelos quais a Unio responda, ou que, em nome desta, assuma obrigaes de natureza pecuniria.

Portanto, a alternativa a est correta. Vejamos as demais:

(b) Errada, pois a condio para prestar contas utilizar , arrecadar , guardar , gerenciar ou administrar bens e valores pertencentes ao Poder Pblico. No o caso, por exemplo, de um bem doado, pois este deixa de pertencer ao Poder Pblico. Outro exemplo: emprstimos bancrios concedidos pelos bancos do governo; a empresa privada no obrigada a prestar contas desses recursos, pois eles so seus, uma vez que est pagando por eles (juros).

(c) Errada, pois, nos termos do art. 70, pargrafo nico da CF, deve prestar contas qualquer pessoa que utilizar, arrecadar, guardar, gerenciar ou administrar dinheiros, bens e valores pblicos, ainda que de natureza privada .

(d) Errada, pois no h sentido em se falar em prestao de contas de recursos prprios de entidades privadas.

(e) Errada, pois a entidade privada pode prestar contas, por exemplo, aos rgos de controle interno ou, ainda, ao rgo do Governo que lhe repassou recursos pblicos; ou seja, no necessariamente ao Tribunal de Contas. Com efeito, essa a situao mais comum quando se trata de entidades privadas: tais entidades apenas prestam contas diretamente ao Tribunal de Contas nas hipteses que ensejam a instaurao de tomada de contas especial, notadamente, na omisso no dever de prestar contas ou quando verificado dano ao errio. Ou seja, o mais comum a entidade privada prestar contas a o rgo repassador e este, por sua vez, prestar contas ao TC.

Gabarito: alternativa a

21. (CGU AFC 2008 ESAF) A respeito do controle externo da administrao pblica, a cargo do Congresso Nacional, e exercido com o auxlio do Tribunal de Contas da Unio, correto afirmar que:

a) constitui finalidade do controle externo avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execuo dos programas de governo e a execuo dos oramentos da Unio.

b) compete ao Tribunal de Contas da Unio julgar os processos de Tomada de Contas Especial, exceto quando envolver agentes do controle interno, que sero julgados pela Controladoria-Geral da Unio.

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 99

c) o Tribunal de Contas da Unio pode determinar a responsabilidade solidria dos responsveis pelo controle interno, que no cientificarem o tribunal quanto a irregularidades e ilegalidades, que tomarem cincia em razo de suas aes de controle.

d) compete ao Tribunal de Contas da Unio aplicar as penalidades de demisso relativas aos servidores da Controladoria-Geral da Unio mediante parecer prvio do Ministro de Estado do Controle e da Transparncia.

e) o Tribunal de Contas da Unio no julga as contas do Presidente da Repblica e dos Ministros de Estado, todavia as aprecia mediante parecer prvio.

Comentrio :

(a) Errada. Aqui a banca prezou pela literalidade do dispositivo constitucional. Com efeito, o art. 74, I da CF, dispe que constitui finalidade do sistema de controle interno e no externo avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execuo dos programas de governo e a execuo dos oramentos da Unio. Todavia, essa tarefa tambm realizada pelo Tribunal de Contas, haja vista sua competncia para julgar as contas dos administradores pblicos e para realizar auditorias e inspees de natureza contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial (CF, art. 71, II e IV). No obstante, como vimos, a banca levou em conta apenas a letra fria da lei.

(b) Errada, pois o julgamento de contas, inclusive tomada de contas especial, competncia prpria e privativa do Tribunal de Contas, mesmo se envolver agentes do controle interno.

(c) Certa. O sistema de controle interno possui a atribuio de auxiliar o controle externo no exerccio de sua misso institucional (CF, art. 74, IV). Nesse mister, a Constituio conferiu aos responsveis pelo controle interno o dever de comunicar ao Tribunal de Contas Unio qualquer irregularidade de que tenham conhecimento, sob pena de responsabilidade solidria (CF, art. 74, 1).

(d) Errada, pois o Tribunal de Contas da Unio no possui competncia para aplicar penalidade de demisso a servidores da Controladoria-Geral de Unio, nem de qualquer outro rgo ou entidade. Vale salientar que o mesmo se aplica ao TCE-PE.

(e) Errada, pois o TCU emite parecer prvio apenas em relao s contas de governo prestadas pelo Presidente da Repblica . Todas as demais contas submetidas ao Tribunal so por ele efetivamente julgadas. Da mesma forma, o TCE-PE emite parecer prvio acerca das contas do Governador e julga todas as demais.

Gabarito: alternativa c

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 99

22. (SUSEP Analista Tcnico 2010 ESAF) Na esfera federal, o julgamento das contas dos administradores e demais responsveis por dinheiros, bens e valores pblicos:

a) compete exclusivamente ao Poder Judicirio, tendo em vista que, nos termos da Constituio Federal, o rgo de controle externo no tem o poder de julgar, propriamente, mas apenas de apreciar tais contas.

b) de competncia prpria do Poder Legislativo (Congresso Nacional), titular do controle externo, com o auxlio do Tribunal de Contas da Unio TCU, que sobre elas emitir parecer.

c) de competncia privativa do TCU.

d) de competncia prpria do TCU, com possibilidade de reforma pelo Congresso Nacional.

e) de competncia prpria do TCU, que sobre elas emitir parecer.

Comentrio: Na esfera federal, o julgamento das contas dos administradores e demais responsveis por dinheiros, bens e valores pblicos de competncia prpria e privativa do TCU, e no do Poder Judicirio, nos termos do art. 71, II da CF:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, ser exercido com o auxlio do Tribunal de Contas da Unio , ao qual compete :

II - julgar as contas dos administradores e demais responsveis por dinheiros, bens e valores pblicos da administrao direta e indireta, includas as fundaes e sociedades institudas e mantidas pelo poder pblico federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuzo ao errio pblico;

O Congresso Nacional, embora titular do controle externo na esfera federal, no tem competncia para julgar contas dos administradores e demais responsveis por bens e dinheiros pblicos. O Congresso s julga as contas prestadas pelo Presidente da Repblica, que possuem um carter macro, estratgico, relativas ao governo do pas, e se submetem ao julgamento poltico do Poder Legislativo; por outro lado, as contas dos administradores so focadas, relativas a aspectos pontuais da gesto de determinado rgo ou entidade, e se submetem ao julgamento tcnico do TCU. Nenhum outro rgo ou Poder pode reformar um julgamento de contas efetuado pelo TCU, nem mesmo o Congresso Nacional ou o Poder Judicirio. Este ltimo at pode anular uma deciso do Tribunal que apresente manifesta ilegalidade ou irregularidade formal grave. Todavia, no pode reformar o mrito da referida deciso, vale dizer, transformar um julgamento de contas regulares em contas irregulares, por exemplo. O prprio TCU que dever proferir novo julgamento, s que livre das impropriedades apontadas pelo

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 99

Judicirio. Portanto, a nica alternativa correta a c.

Gabarito: alternativa c

23. (TCE/PE Auditor de Contas Pblicas 2004 Cespe) Se determinada pessoa, ainda que no seja servidora pblica, encontra-se na administrao de bens da Unio, compete ao TCU julgar atos por ela praticados de que resulte prejuzo ao errio pblico.

Comentrio: O quesito est correto, ante a parte final do art. 71, II da CF , pelo qual compete ao TCU julgar as contas de qualquer pessoa , fsica ou jurdica, pblica ou privada que der causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuzo ao errio. No caso de bens do Estado e do Municpio de Pernambuco, a competncia do TCE-PE.

Gabarito: Certo

24. (TCE/AC ACE 2008 Cespe) Considerando que competncia exclusiva do Congresso Nacional julgar as contas dos poderes da Unio, correto afirmar que as contas do Poder Legislativo, referentes atividade financeira desse poder, devem ser julgadas pelo prprio Poder Legislativo, com parecer prvio do TCU.

Comentrio: Ao falar em contas referentes atividade financeira, a questo se refere s contas de gesto , cujo julgamento compete ao TCU, e no ao Congresso Nacional (CF, art. 71, II) ; no mbito estadual e municipal, ao TCE-PE e no Assembleia Legislativa ou Cmara Municipal. Ademais, diante da suspenso cautelar do caput do art. 56 da LRF, somente as contas de governo apresentadas pelo chefe do Poder Executivo sero julgadas pelo Poder Legislativo. Alis, vale ressaltar que no existem outras contas de governo (por exemplo, contas de governo do Legislativo ou contas de governo do Judicirio); contas de governo so s as apresentadas pelo Chefe do Executivo. As contas dos demais rgos e autoridades de todos os Poderes sero julgadas pelo Tribunal de Contas, eis que so contas de gesto .

Gabarito: Errado

25. (TCU AUFC 2011 Cespe, adaptada) O julgamento das contas prestadas pelos administradores pblicos municipais de competncia exclusiva das respectivas Cmaras de Vereadores.

Comentrio: O item est errado, pois o julgamento das contas dos administradores pblicos municipais, assim como as dos estaduais, competncia prpria e privativa do Tribunal de Contas, no podendo ser exercida por nenhum outro rgo ou Poder. No obstante, recorde-se que as contas prestadas pelo Governador ou pelos Prefeitos so julgadas pela Assembleia Legislativa e pelas Cmaras Municipais, respectivamente; em

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 99

relao s contas do Chefe do Executivo, o Tribunal de Contas apenas emite parecer prvio.

Gabarito: Errado

26. (Cmara dos Deputados Analista 2012 Cespe) Cabe ao Congresso Nacional, como rgo titular do controle externo, julgar, em carter definitivo, as contas dos administradores e demais responsveis por dinheiros, bens e valores pblicos.

Comentrio: O quesito est errado, pois a competncia para julgar , em carter definitivo, as contas dos administradores e demais responsveis por dinheiros, bens e valores pblicos federais exclusiva do Tribunal de Contas da Unio, nos termos do art. 71, II, da CF. O Congresso Nacional, embora titular do controle externo, no pode substituir a Corte de Contas nesse mister.

Da mesma forma ocorre no mbito estadual e municipal, no qual a Assembleia Legislativa e as Cmaras Municipais, embora titulares do controle externo nas respectivas esferas de governo, no podem exercer a competncia de julgar as contas dos administradores pblicos, que pertence ao Tribunal de Contas.

Gabarito: Errado

27. (TRF/5 Juiz Substituto 2007 Cespe) O controle externo da Administrao Pblica contbil, financeiro, oramentrio, operacional e patrimonial tarefa atribuda ao Poder legislativo e ao tribunal de contas. O primeiro, quando atua nessa seara, o faz com o auxlio do segundo, que, por sua vez, detm competncias que lhe so prprias e exclusivas e que, para serem exercidas, independem da intervenincia do Poder legislativo. Como os prefeitos municipais assumem dupla funo, poltica e administrativa, ou seja, a tarefa de executar oramento e o encargo de captar receitas e ordenar despesas, submetem-se a duplo julgamento: um poltico, perante o parlamento, precedido de parecer prvio; o outro, tcnico, a cargo da corte de contas e que pode gerar um julgamento direto com imputao de dbito e multa.

Comentrio: Essa questo um resumo do que vimos at aqui sobre controle externo da administrao pblica no Brasil e o julgamento de contas. O detalhe em relao aos prefeitos, que so julgados duplamente, pelas Cmaras Municipais (julgamento poltico) e pelos Tribunais de Contas (julgamento tcnico). Diferentemente, na esfera federal e na estadual, o Presidente da Repblica e os governadores somente so submetidos ao julgamento poltico do respectivo Poder Legislativo.

Com efeito, os prefeitos, diferentemente dos governadores e do

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 99

Presidente da Repblica, tambm so responsveis diretos por atos de gesto, ou seja, so ordenadores de despesa. Numa linguagem mais clara, eles tambm "assinam cheques". Veja, por exemplo, uma das competncias do prefeito de So Paulo, expressa na LO do Municpio:

Art. 70 Compete ainda ao Prefeito:

VI - administrar os bens , a receita e as rendas do Municpio, promover o lanamento, a fiscalizao e arrecadao de tributos, autorizar as despesas e os pagamentos dentro dos recursos oramentrios e dos crditos aprovados pela Cmara Municipal;

Esse tipo de atribuio no faz parte do rol de competncias dos governadores e do Presidente da Repblica. Estes ltimos apenas exercem a funo de direo superior da administrao (assim como os prefeitos), consubstanciada na elaborao e coordenao da execuo das polticas pblicas e programas governamentais, cuja prestao de contas feita mediante as contas de governo, julgadas pelo Legislativo. Os prefeitos, por sua vez, alm da direo superior da administrao municipal, tambm so responsveis diretos por atos de gesto, como visto acima, cuja prestao de contas feita mediante as contas de gesto, julgadas pelo Tribunal de Contas. Da o duplo julgamento a que so submetidos. O gabarito da questo, portanto, certo.

Ressalte-se, porm, que esse entendimento, perfilhado pela doutrina e pelos prprios Tribunais de Contas, no pacfico no STF. Existem decises nas quais a Suprema Corte no reconheceu a competncia do Tribunal de Contas para julgar as contas de gesto do Prefeito. A ttulo de exemplo, veja trecho de notcia do site do STF 5:

WW < Cmara de Vereadores e no ao Tribunal de Contas assiste a indelegvel prerrogativa de apreciar, mediante parecer prvio daquele rgo tcnico, as

contas prestadas pelo prefeito municipal. No se subsume, em consequncia, noo

constitucional de julgamento das contas pblicas, o pronunciamento tcnico-

administrativo do Tribunal de Contas, quanto a contratos e a outros atos de carter

negocial celebrados pelo chefe do Poder Executivo ;a

Segundo o relator, o procedimento do Tribunal de Contas, referente anlise

individualizada de determinadas operaes negociais efetuadas pelo chefe do Poder

Executivo, tem o claro sentido de instruir o exame oportuno, pelo prprio Poder Legislativo

e exclusivamente por este , das contas anuais submetidas sua exclusiva apreciao. N? W S SW; ; W;N? SWI; ;Sada pelo Egrgio Tribunal Superior Eleitoral, cujas sucessivas decises sobre o tema ora em anlise ajustam-se a esse

WWSW II

5 Referente RCL 13.890, RCL 13.921 e RCL 13.956.

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 99

Em 2014, o STF se manifestou novamente sobre o assunto. Vejamos excerto da notcia publicada no site da Corte em 9/7/2014:

Nelas [ADI 849, 1779 e 3715], o Supremo decidiu que, em analogia ao que dispe a

Constituio Federal em seu artigo 71, inciso I, sobre a apreciao das contas do chefe do

Poder Executivo Federal, cabe aos tribunais de contas estaduais apenas ;WI; W W ;WIW Y HW ; I; W;S; ;;WW IWaW S PSW EWI estadual ou municipal, cabendo ao respectivo Legislativo (Assembleia Legislativa ou

C>;; MI; ; IWZI; ;; ; W; I;.

Portanto, a jurisprudncia atual do STF no sentido de que o Tribunal de Contas no tem competncia para julgar as contas dos Prefeitos, em nenhuma hiptese, muito embora alguns atos praticados pelo chefe do Executivo Municipal tenham a natureza de atos de gesto. Na viso da Suprema Corte, por simetria com a norma constitucional aplicvel ao plano federal, o Tribunal de Contas apenas emite parecer prvio em relao s contas do Prefeito; o julgamento competncia privativa da Cmara Municipal.

Gabarito: Certo

28. (CGU AFC 2012 ESAF) As contas de gesto do TCU so julgadas pela(o) a) Congresso Nacional.

b) Cmara dos Deputados.

c) Tribunal de Contas da Unio.

d) Senado Federal.

e) Supremo Tribunal Federal.

Comentrio: O art. 71, II da CF, que trata do julgamento das contas de gesto, preceitua:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, ser exercido com o auxlio do Tribunal de Contas da Unio, ao qual compete :

II - julgar as contas dos administradores e demais responsveis por dinheiros, bens e valores pblicos da administrao direta e indireta, includas as fundaes e sociedades institudas e mantidas pelo poder pblico federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuzo ao errio pblico;

Portanto, quaisquer contas de gesto que envolvam recursos pblicos federais so julgadas pelo TCU, inclusive as dele prprio, referentes s suas atividades administrativas (contratao de pessoal, aquisio de bens etc) , cujos responsveis so os servidores da Secretaria e o Presidente do Tribunal. Por isso, correta apenas a alternativa c.

Vale ressaltar que o 2 do art. 56 da LRF, que no foi suspenso pelo

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 99

STF, determina que a CMO emita parecer sobre as contas do TCU.

2o O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas ser proferido no prazo previsto no art. 57 pela comisso mista permanente referida no 1o do art. 166 da Constituio ou equivalente das Casas Legislativas estaduais e municipais.

Perceba que o Poder Legislativo no julga as contas do Tribunal. A CMO apenas emite um parecer . Os gestores do TCU recebem quitao do prprio Tribunal e no do Congresso Nacional. E o TCU no precisa aguardar o parecer da CMO para julgar suas prprias contas, pois esse parecer no vincula o julgamento. Na verdade, ante a suspenso do caput do art. 56, no tem qualquer funo prtica. O que acaba acontecendo que o TCU envia suas contas para a CMO quase que apenas para constar.

Em Pernambuco, funciona de forma semelhante. As contas do TCE-PE so julgadas pelo prprio TCE- PE. Nesse sentido, o art. 170 do Regimento Interno estabelece que o Tribunal encaminhar Assembleia Legislativa, at 15 de fevereiro do exerccio subsequente, cpia de sua prestao de contas . Compete ao Pleno julgar as contas prestadas anualmente pelo Presidente do Tribunal de Contas (art. 102, V da Lei Orgnica). O Presidente do Tribunal de Contas apresentar suas contas ao Pleno at 30 de maro do exerccio subsequente , acompanhadas do relatrio prvio da Comisso de Finanas da Assembleia Legislativa (art. 28 da Lei Orgnica).

Por fim, saliente- se que essa sistemtica (TC julga suas prprias contas) no necessariamente replicada nas demais esferas de governo.

Em alguns Estados, as contas do Tribunal de Contas so julgadas pela Assembleia Legislativa. Nesse caso, o TC no se pronuncia sobre suas prprias contas. Seus gestores recebem quitao do Poder Legislativo. E o parecer emitido pela comisso equivalente CMO possui uma funo mais efetiva, que subsidiar o julgamento a cargo do Parlamento. Como vimos, o STF j apreciou o assunto e no viu problemas.

H ainda o caso dos Tribunais de Contas dos Municpios, responsveis pelo controle externo dos municpios do Estado (existentes na BA, CE, GO e PA). Segundo entendimento do STF na ADI 687, tais tribunais, por serem rgos estaduais, devem prestar contas perante o Tribunal de Contas do Estado, e no perante a Assembleia Legislativa.

Gabarito: alternativa c

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 99

Apreciar, para fins de registro, a legalidade de atos de pessoal

Constituio Estadual Constituio Federal

III - a apreciao, para fins de registro, da

legalidade dos atos de admisso de pessoal,

a qualquer ttulo, na administrao direta e

indireta, inclusive nas fundaes institudas

ou mantidas pelo Poder Pblico,

excetuando-se as nomeaes para cargo de

provimento em comisso, bem como a das

concesses de aposentadorias, reformas e

penses, ressalvadas as melhorias

posteriores que no alterem o fundamento

legal do ato concessrio;

III - apreciar, para fins de registro, a

legalidade dos atos de admisso de pessoal,

a qualquer ttulo, na administrao direta e

indireta, includas as fundaes institudas e

mantidas pelo Poder Pblico, excetuadas as

nomeaes para cargo de provimento em

comisso, bem como a das concesses de

aposentadorias, reformas e penses,

ressalvadas as melhorias posteriores que

no alterem o fundamento legal do ato

concessrio;

Pelos dispositivos acima, os atos de pessoal praticados no mbito da administrao direta ou indireta, includas as fundaes e sociedades institudas e mantidas pelo Estado, esto sujeitos a registro, implicando a apreciao de sua legalidade pelo TCE-PE, da seguinte forma:

O TCE-PE aprecia a legalidade, para fins de registro:

dos atos de admisso de pessoal, a qualquer ttulo, na administrao direta e indireta.

das concesses de aposentadorias, reformas e penses.

Porm, o TCE-PE no aprecia a legalidade, para fins de registro:

das nomeaes para cargo de provimento em comisso.

das melhorias posteriores das aposentadorias, reformas e penses que no alterem o fundamento legal do ato concessrio.

O TCE-PE determinar o registro dos atos que considerar legais e recusar o registro dos atos considerados ilegais.

Apreciar para fins de registro significa que todo ato de admisso de pessoal ou de concesso de aposentadorias, reformas e penses somente se completar com o respectivo registro pelo Tribunal de Contas. Efetuado o registro, o ato confirmado; caso contrrio, o ato desconstitudo.

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 99

Assim, se o Tribunal considerar ilegal a aposentadoria concedida a um servidor, por no preencher os requisitos de tempo de servio, por exemplo, o registro do ato ser negado e o rgo de origem dever cessar o pagamento dos proventos.

Segundo a jurisprudncia do STF, os atos sujeitos a registro possuem natureza de atos administrativos complexos, que somente se aperfeioam com o registro no Tribunal de Contas.

Admisso de pessoal

Em relao aos atos de admisso de pessoal, o TCE-PE aprecia a legalidade, para fins de registro, da administrao direta e indireta do Estado e dos Municpios.

Esse exame engloba os atos de admisso de pessoal, a qualquer ttulo, compreendendo as admisses de empregados pblicos, regidos pela Consolidao das Leis do Trabalho (CLT), da mesma forma que os servidores estatutrios. Aprecia tambm as admisses em carter temporrio, geralmente realizadas por empresas pblicas e sociedades de economia mista.

As nomeaes para cargo em comisso e funo de confiana constituem a nica exceo, sendo dispensadas da apreciao pelo TCE-PE para fins de registro em vista da precariedade do vnculo com a Administrao, pois so de livre nomeao e exonerao. Vale ressaltar, contudo, que tais nomeaes somente no so submetidas a registro, mas continuam sujeitas s demais formas de fiscalizao do

Tribunal, como auditorias e inspees, pois, apesar de serem de livre nomeao e exonerao, devem observncia aos ditames constitucionais e legais.

Na apreciao da legalidade dos atos de admisso de pessoal para fins de registro, o TCE-PE avalia, fundamentalmente, se foi obedecido o princpio do concurso pblico e se no est havendo acumulao ilegal de cargos.

Aposentadorias, reformas e penses

Quanto s aposentadorias, transferncias para a reserva, reformas e penses, frise-se que o TCE-PE s aprecia, para fins de registro, os benefcios concedidos no mbito da administrao direta, autrquica e fundacional, ou seja, no inclui as empresas pblicas e as sociedades de economia mista.

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 99

Isso porque o dispositivo somente alcana os benefcios que so pagos com recursos do Tesouro Estadual e Municipal aos servidores pblicos, civis e militares, ou aos seus beneficirios. Assim, o TCE-PE no aprecia as aposentadorias dos empregados pblicos da administrao indireta (empresas pblicas e sociedades de economia mista) concedidas conta do Regime Geral de Previdncia Social (RGPS), que obedece a regime especfico.

desnecessrio novo registro se houver melhoria posterior que no altere o fundamento legal da concesso do benefcio como, por exemplo, se houver aumento dos proventos do aposentado por conta da reviso geral de remunerao prevista no art. 37, X da CF, ou por conta da extenso de alguma gratificao concedida aos servidores ativos. Entretanto, se, por exemplo, esse mesmo aposentado for beneficirio de deciso judicial determinando a reviso do seu tempo de servio e o consequente reclculo de proventos, houve alterao do fundamento do ato concessrio, de modo que a renovao do registro torna-se necessria.

29. (TCE/SE Analista 2011 FCC, adaptada) Compete ao Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de

(A) admisso de pessoal, inclusive as nomeaes para cargo de provimento em comisso.

(B) concesso de penso, inclusive as melhorias posteriores que no alterem o fundamento legal do ato concessrio.

(C) admisso de pessoal, inclusive os das empresas pblicas municipais.

(D) concesso de penso, ressalvadas as melhorias posteriores que alterem o fundamento legal do ato concessrio.

Comentrio: Vamos analisar as alternativas luz do art. 116, III da Constituio do Estado de Pernambuco. Repare que o dispositivo bastante semelhante ao estabelecido na Constituio Federal:

Art. 30 . O controle externo, a cargo da Assemblia Legislativa, ser exercido com o auxlio do Tribunal de Contas do Estado, ao qual compete:

III - a apreciao, para fins de registro, da legalidade dos atos de admisso de pessoal , a qualquer ttulo, na administrao direta e indireta , inclusive nas fundaes institudas ou mantidas pelo Poder Pblico, excetuando-se as nomeaes para cargo de provimento em comisso, bem como a das concesses de

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 99

aposentadorias, reformas e penses, ressalvadas as melhorias posteriores que no alterem o fundamento legal do ato concessrio ;

(a) Errada, porque as nomeaes para cargo de provimento em comisso so excees apreciao para fins de registro.

(b) Errada, pois as melhores posteriores que no alterem o fundamento legal da concesso inicial de aposentadorias, reformas e penses no so submetidas ao registro do Tribunal de Contas.

(c) Certa . A apreciao da legalidade dos atos de admisso de pessoal, para fins de registro, corresponde os atos praticados tanto na administrao direta como na indireta, incluindo, assim, os atos de admisso nas empresas pblicas municipais.

(d) Errada, pois as melhores posteriores que alterem o fundamento legal da concesso inicial de aposentadorias, reformas e penses so sim submetidas ao registro do Tribunal de Contas; portanto, a palavra ressalvadas macula o item.

Gabarito: alternativa c

30. (TCE/AP ACE 2012 FCC) Compete ao Tribunal de Contas apreciar, para fins de registro,

a) a legalidade dos atos de admisso de pessoal.

b) as aberturas de crditos adicionais Lei Oramentria Anual.

c) a utilizao de recursos recebidos pelos servidores a ttulo de adiantamento de numerrio.

d) as peas contbeis de empresas pblicas.

e) as contas anuais prestadas por consrcios intermunicipais.

Comentrio : Correta a a, nos termos do art. 71, inciso III, da CF:

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admisso de pessoal, a qualquer ttulo, na administrao direta e indireta, includas as fundaes institudas e mantidas pelo Poder Pblico, excetuadas as nomeaes para cargo de provimento em comisso, bem como a das concesses de aposentadorias, reformas e penses, ressalvadas as melhorias posteriores que no alterem o fundamento legal do ato concessrio;

Detalhe que todas as demais alternativas tambm indicam objetos que podem ser fiscalizados pelos Tribunais de Contas; no entanto, no se trata, em nenhuma dessas opes, de apreciao para fins de registro .

Gabarito: alternativa a

02266653210

02266653210 - Osmar Arcelino Duarte Silva

Controle da Administrao Pblica p/ TCE-PE

Teoria e exerccios comentados

Prof. Erick Alves Aula 02

Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 99

31. (TCE/RO ACE 2013 Cespe, adaptada) O ato inicial de concesso de aposentadoria de servidor do estado de Pernambuco estar sujeito apreciao do TCE/PE, para fins de registro ou exame.

Comentrio: O quesito est correto. O Tribunal de Contas aprecia a legalidade, para fins de registro, das concesses iniciais de aposentadorias, reformas e penses na administrao direta , autrquica e fundacional , ressalvadas as melhorias posteriores que no alterem o fundamento legal do ato concessrio inicial. No que tange s concesses iniciais, apenas no so submetidas a registro as aposentadorias dos empregados pblicos da administrao indireta concedidas conta do Regime Geral de Previdncia Social (empresas pblicas e sociedades de economia mista). Como o enunciado fala em servidor do estado, pode-se entender que se trata de servidor da administrao direta, cuja aposentadoria, portanto, est sujeita apreciao do Tribunal de Contas para fins de registro.

Gabarito: Certo

32. (TCU ACE 2005 Cespe) Compete ao TCU apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admisso de pessoal, a qualquer ttulo, na administrao direta e indireta, mas essa atribuio no se estende s nomeaes para cargo de provimento em comisso.

Comentrio : De acordo com o art. 71, III da Constituio Federal, todo ato de admisso de pessoal, a qualquer ttulo, da administrao direta e indireta federal, dev