controle de trabalho e riscos operacionais 3a aula

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A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é uma agência multilateral ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), especializada nas questões do trabalho. Tem representação paritária de governos dos 182 Estados- Membros e de organizações de empregadores e de trabalhadores. Com sede em Genebra , Suíça desde a data da fundação, a OIT tem uma rede de escritórios em todos os continentes. O seu orçamento regular provém de contribuições dos seus Estados Membros, que é suplementado por contribuições de países industrializados para programas e projetos especiais específicos. No biénio 2000-01, o orçamento da OIT aprovado pelo Conselho de Administração foi de US$ 467 milhões, dos quais apenas 20% proveniente de contribuições regulares. A OIT foi criada pela Conferência de Paz após a Primeira Guerra Mundial . A sua Constituição converteu-se na Parte XIII do Tratado de Versalhes . A idéia de uma legislação trabalhista internacional surgiu como resultado das reflexões éticas e econômicas sobre o custo humano da revolução industrial. As raízes da OIT estão no início do século XIX, quando os líderes industriais Robert Owen e Daniel le Grand apoiaram o desenvolvimento e harmonização de legislação trabalhista e melhorias nas relações de trabalho. A criação de uma organização internacional para as questões do trabalho baseou-se em argumentos: humanitários: condições injustas, difíceis e degradantes de muitos trabalhadores, políticos: risco de conflitos sociais ameaçando a paz, e econômicos: países que não adotassem condições humanas de trabalho seriam um obstáculo para a obtenção de melhores condições em outros países. Em 1944, à luz dos efeitos da Grande Depressão a da Segunda Guerra Mundial , a OIT adotou a Declaração da Filadélfia

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A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é uma agência multilateral ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), especializada nas questões do trabalho.

Tem representação paritária de governos dos 182 Estados-Membros e de organizações de empregadores e de trabalhadores.

Com sede em Genebra, Suíça desde a data da fundação, a OIT tem uma rede de escritórios em todos os continentes.

O seu orçamento regular provém de contribuições dos seus Estados Membros, que é suplementado por contribuições de países industrializados para programas e projetos especiais específicos. No biénio 2000-01, o orçamento da OIT aprovado pelo Conselho de Administração foi de US$ 467 milhões, dos quais apenas 20% proveniente de contribuições regulares.

A OIT foi criada pela Conferência de Paz após a Primeira Guerra Mundial. A sua Constituição converteu-se na Parte XIII do Tratado de Versalhes.

A idéia de uma legislação trabalhista internacional surgiu como resultado das reflexões éticas e econômicas sobre o custo humano da revolução industrial. As raízes da OIT estão no início do século XIX, quando os líderes industriais Robert Owen e Daniel le Grand apoiaram o desenvolvimento e harmonização de legislação trabalhista e melhorias nas relações de trabalho.

A criação de uma organização internacional para as questões do trabalho baseou-se em argumentos:

humanitários: condições injustas, difíceis e degradantes de muitos trabalhadores, políticos: risco de conflitos sociais ameaçando a paz, e econômicos: países que não adotassem condições humanas de trabalho seriam um

obstáculo para a obtenção de melhores condições em outros países.

Em 1944, à luz dos efeitos da Grande Depressão a da Segunda Guerra Mundial, a OIT adotou a Declaração da Filadélfia como anexo da sua Constituição. A Declaração antecipou e serviu de modelo para a Carta das Nações Unidas e para a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Em 1969, em seu 50º aniversário, a Organização foi agraciada com o Nobel da Paz. Em seu discurso, o presidente do Comitê do Prêmio Nobel afirmou que a OIT era "uma das raras criações institucionais das quais a raça humana podia orgulhar-se".

Em 1998, durante a 86ª Conferência Internacional do Trabalho, foi adotada a Declaração sobre os Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho e seu Seguimento. O documento é uma reafirmação universal da obrigação de respeitar, promover e tornar realidade os princípios refletidos nas Convenções fundamentais da OIT, ainda que não tenham sido ratificados pelos Estados Membros.

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Desde 1999, a OIT trabalha pela manutenção de seus valores e objetivos em prol de uma agenda social que viabilize a continuidade do processo de globalização através de um equilíbrio entre objetivos de eficiência econômica e de equidade social.

[editar] Fundamentos

A OIT funda-se no princípio de que a paz universal e permanente só pode basear-se na justiça social. Fonte de importantes conquistas sociais que caracterizam a sociedade industrial, a OIT é a estrutura internacional que torna possível abordar estas questões e buscar soluções que permitam a melhoria das condições de trabalho no mundo.

Análise Preliminar de Riscos

A Análise Preliminar de Riscos (APR) consiste do estudo, durante a fase de concepção ou desenvolvimento preliminar de um novo projeto ou sistema, com a finalidade de se determinar os possíveis riscos que poderão ocorrer na sua fase operacional.

A APR é utilizada portanto para uma análise inicial "qualitativa", desenvolvida na fase de projeto e desenvolvimento de qualquer processo, produto ou sistema, tendo especial importância na investigação de sistemas novos de alta inovação e/ou pouco conhecidos, ou seja, quando a experiência em riscos na sua operação é deficiente. Apesar das características básicas de análise inicial, é muito útil de se utilizar como uma ferramenta de revisão geral de segurança em sistemas já operacionais, revelando aspectos que às vezes passariam despercebidos.

A APR teve seu desenvolvimento inicial na área militar.

A APR não é uma técnica profunda de análise de riscos e geralmente precede a aplicação de outras técnicas mais detalhadas de análise, já que seu objetivo principal é determinar os riscos e as medidas preventivas antes da fase operacional.

No estágio em que é aplicada pode ocorrer de existir ainda outros detalhes finais de projeto e, neste caso, a falta de informações quanto aos procedimentos será ainda maior, já que os mesmos são geralmente definidos posteriormente.

Na NR10 - Norma Regulamentadora que trata dos serviços no SEP - Sistema elétrico de potência (Sistema Elétrico). É previsto a aplicação da APR, quando da execução destes serviços.

Os princípios e metodologias da APR consistem em proceder-se uma revisão geral dos aspectos de segurança de forma padronizada:

[editar] Descrevendo todos os riscos e fazendo sua caracterização

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A partir da descrição dos riscos são identificadas as causas (agentes) e efeitos (conseqüências) dos mesmos, o que permitirá a busca e elaboração de ações e medidas de prevenção ou correção das possíveis falhas detectadas;

A priorização das ações é determinada pela caracterização dos riscos, ou seja, quanto mais prejudicial ou maior for o risco, mais rapidamente deve ser preservada.

Qualquer tipo de risco no ambiente de trabalho antecipadamente deve-se realizar um estudo técnico de forma a eliminar suas fontes a fim de não prejudicar o trabalhador

[editar] Medidas de Controle e Prevenção

APR tem sua importância maior no que se refere à determinação de uma série de medidas de controle e prevenção de riscos, desde o início operacional do sistema, permitindo revisões de projeto em tempo hábil, com maior segurança, além de definir responsabilidades no que se refere ao controle de riscos.

a) Revisão de problemas conhecidos: consiste na busca de analogia ou similaridade com outros sistemas, para determinação de riscos que poderão estar presentes no sistema que está sendo desenvolvido, tomando como base a experiência passada.

b) Revisão da missão a que se destina: atentar para os objetivos, exigências de desempenho, principais funções e procedimentos, ambientes onde se darão as operações, etc. Enfim, consiste em estabelecer os limites de atuação e delimitar o sistema que a missão irá abranger: a que se destina, o que e quem envolve e como será desenvolvida.

c) Determinação dos riscos principais: identificar os riscos potenciais com potencialidade para causar lesões diretas e imediatas, perda de função (valor), danos à equipamentos e perda de materiais.

d) Determinação dos riscos iniciais e contribuintes: elaborar séries de riscos, determinando para cada risco principal detectado, os riscos iniciais e contribuintes associados.

e) Revisão dos meios de eliminação ou controle de riscos: elaborar um "brainstorming" para levantamento dos meios passíveis de eliminação e controle de riscos, a fim de estabelecer as melhores opções, desde que compatíveis com as exigências do sistema.

f) Analisar os métodos de restrição de danos: pesquisar os métodos possíveis que sejam mais eficientes para restrição geral, ou seja, para a limitação dos danos gerados caso ocorra perda de controle sobre os riscos.

g)Indicação de quem será responsável pela execução das ações corretivas e/ou preventivas: Indicar claramente os responsáveis pela execução de ações preventivas e/ou corretivas, designando também, para cada unidade, as atividades a desenvolver.

A APR tem grande utilidade no seu campo de atuação, porém, como já foi colocado, necessita as vezes de ser complementada por técnicas mais detalhadas e apuradas. Em sistemas que sejam já bastante conhecidos, cuja experiência acumulada conduz a um

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grande número de informações sobre riscos, esta técnica pode ser utilizada de modo auxiliar.

[editar] Análise de falha humana

Segundo os especialistas em HRA (Análise de confiabilidade humana – em inglês), pelo menos 70% dos acidentes são causados por falha humana. De acordo com o livro Human Reliability Analysis, sobre confiabilidade humana,as tecnologias atuais ganharam riscos que afetam e são afetados pelas ações realizadas por pessoas em situações normais (de operação corriqueira), de manutenção, e obviamente, de emergência. Os autores estimam a taxa de risco devido à ação humana em algumas indústrias: o Indústria Nuclear: entre 50 e 70%; o Indústria Petrolífera: 70%; o Indústria da Aviação: 50%.

Embora pareça que o ser humano seja o culpado por toda a falha, já que foi o último envolvido na ação, esta falha começa mesmo no projeto de construção de um sistema tecnológico. O problema é que estas falhas de projeto e construção são numerosas e geralmente erroneamente entendidos como falhas do usuário. O fato é que certos componentes do sistema – como complexidade e perigos – podem colocar o usuário em situações em que não é possível realizar com sucesso algumas ações, como foi projeto. Os erros dos operadores em algumas tecnologias são forçados pela própria tecnologia e suas condições.

Assim, os autores concluem que o risco sempre terá um fator humano. Ademais, esta contribuição humana para o risco pode ser entendida, avaliada e quantificada aplicando-se técnicas da Análise de Confiabilidade Humana (Human Reliability Analysis – HRA). HRA é definida, então, como a probabilidade de que um conjunto de ações humanas sejam executadas com sucesso num tempo estabelecido ou numa determinada oportunidade.

DefiniçõesRisco operacional: risco operacional é o risco de perdas diretas resultantes de processos inadequadosou falhos, pessoas, sistemas ou eventos externos.Categorização dos RiscosEm coordenação com todas as áreas da Moeda Sociedade Corretora de Câmbio Ltda. os riscos operacionaisserão categorizados em 12 categorias compostas de 48 subcategorias. Essa categorização está listada no apêndiceA.Para submissões de relatórios com propósito regulatório os eventos de risco operacional são também mapeadosem 8 categorias relacionadas ao acordo Basiléia:1) Fraude interna2) Fraude externa3) Demandas trabalhistas e segurança deficiente do local de trabalho4) Práticas inadequadas relativas a clientes, produtos e serviços.5) Danos a ativos físicos próprios ou em uso pela instituição6) Aqueles que acarretem a interrupção das atividades da instituição7) Falhas em sistemas de tecnologia da informação8) Falhas na execução, cumprimento de prazos e gerenciamento das atividades da instituição.

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INTRODUÇÃOBackgroundA Diretoria da Moeda Sociedade Corretora de Câmbio Ltda. reconhece a importância de um programa próativode gerenciamento de risco e iniciou a implementação de uma política formalizada de risco operacional esua estrutura. Para dar suporte ao rigor, implementação e manutenção da estrutura de risco operacional naorganização um gestor de risco operacional foi escolhido com os seguintes objetivos:Estabelecer uma estrutura onde os riscos operacionais possam ser gerenciados e controlados.Assegurar que todas as áreas da corretora tenham processos adequados e consistentes para gerenciarseus riscos operacionais.Direcionar todas áreas da corretora para que estas estabeleçam seus próprios procedimentos e controlesde gerenciamento dos seus riscos operacionais (inclusive a prevenção de perdas operacionais).Comunicar à diretoria da corretora qualquer assunto relacionado à exposição a riscos operacionais.

Estratégia do Gerenciamento de RiscoOs princípios do gerenciamento de risco são fundamentais para a realização das metas da empresa. Especificamente,a estrutura de risco operacional é implementada para mitigar riscos catastróficos e gerenciar asdespesas decorrentes da exposição a riscos operacionais.A área de risco tem como objetivo da estratégia de gerenciamento assegurar que a empresa está apta a identificar,avaliar, monitorar e mitigar/controlar a exposição aos riscos operacionais que fazem parte da operação padrão de gerenciamento.

Os riscos ocupacionais são os perigos que incidem sobre a saúde humana e o bem-estar dos trabalhadores associados a determinadas profissões. Embora sejam feitos esforços para reduzir os riscos de acidentes no trabalho, esses riscos continuam presentes em indústrias, empresas em geral, estabelecimentos comerciais e demais ambientes profissionais. Reconhecer os riscos ocupacionais é o primeiro passo para elaborar e implementar em programas de segurança do trabalho e redução de riscos com o intuito de manter a qualidade de vida dos trabalhadores, especialmente os que atuam em locais insalubres, como na indústria de mineração ou no setor elétrico.

Alguns trabalhos são, por natureza, extremamente perigosos. No entanto, alguns empregos que proporcionam inúmeros riscos costumam oferecem melhores salários aos seus empregados, em reconhecimento ao perigo ao qual eles ficam expostos, e geralmente também são cobradas taxas mais elevadas para o seguro-saúde do trabalhador. Por exemplo, o valor do seguro contra acidentes do Corpo de Bombeiros é maior do que o seguro feito para um escritório comercial pequeno, porque o pressuposto é de que o combate ao fogo é uma atividade muito mais arriscada.

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Os riscos ocupacionais podem levar a doenças, ferimentos ou morte. Isso inclui os riscos físicos, como quedas e acidentes com máquinas pesadas, juntamente com os riscos psicológicos, como a depressão e o estresse. Os riscos ocupacionais, com exposição a agentes químicos, biológicos e radiológicos, também são uma preocupação. Em setores onde os profissionais ficam à mercê de situações que podem gerar graves acidentes, um treinamento especial geralmente é fornecido para que os funcionários saibam como lidar com as condições adversas.

Dado que muitos riscos não podem ser eliminados completamente, as empresas precisam, então, tomar certas medidas a fim de minimizá-los, adotando planos de segurança do trabalho que levem em conta estratégias de prevenção de acidentes, treinamentos às equipes e campanhas por uso de equipamentos de proteção individual. Algumas empresas se comprometem tanto com o bem-estar de seus funcionários, que chegam a oferecer espaços de descontração, onde os profissionais podem passar por terapias em grupo e relaxar por alguns minutos.

Os empregados devem se certificar de que eles estão familiarizados com todos os riscos ocupacionais em seus locais de trabalho, e que sabem como lidar com o perigo. Isso abrange desde a postura adequada para digitação com a finalidade de reduzir as lesões por esforço repetitivo até verificar os equipamentos de segurança antes de iniciar as atividades na construção civil ou de manusear instalações elétricas. Os empregadores que deixarem de fornecer treinamento e equipamento adequados para o seu pessoal podem ser penalizados por agências governamentais regulamentadoras que monitoram as condições de saúde e de segurança dos trabalhadores. Mas cabe lembrar que os funcionários que se comportam de forma negligente em relação aos riscos profissionais também são passíveis de punições.

É sempre essencial salientar a importância de não perder trabalhadores devido a acidentes de trabalho, lesões ou problemas de saúde ocupacionais. Muito progresso tem sido feito nos últimos anos nesse sentido, com as empresas investindo em campanhas de conscientização do uso de EPI’s e com o treinamento das equipes dentro das plantas industriais, especialmente as que ficam mais expostas a locais periculosos e insalubres. Portanto, segurança do trabalho e prevenção de acidentes é um tema importante em qualquer ambiente empresarial, principalmente, nas indústrias.

Em primeiro lugar, é preciso que os gestores e os funcionários aceitem o fato de que os acidentes fazem parte de qualquer trabalho, em especial, quando não há o cuidado adequado, somando-se à falta de preparo dos trabalhadores e das condições apropriadas para o desempenho das funções. Em segundo lugar, a prática de segurança requer uma grande dose de planejamento, muitas vezes, destacando a importância do uso de vários tipos de protetores como óculos, luvas e similares, sem contar necessidade de especificar que é fundamental realizar a manutenção de máquinas, equipamentos e sistemas com regularidade.

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No Brasil, as normas regulamentadoras prevêem uma série de situações nas quais as empresas e os trabalhadores devem se enquadrar e seguir as regras estabelecidas, sempre visando o bem-estar dos trabalhadores. A segurança é importante, não só do ponto de vista da perda do trabalhador que está envolvido no acidente, mas também o efeito que isso provoca em outros trabalhadores. Quando um operário se fere gravemente, os demais empregados da planta industrial se sentem tão ameaçados e susceptíveis. Quem já teve alguma experiência industrial é de todo muito familiarizado com a interrupção imediata de todas as atividades normais desempenhadas no chão de fábrica.

Nos últimos anos, no Brasil, milhares de trabalhadores industriais foram mortos e outros tantos foram temporariamente ou permanentemente incapacitados por acidentes de trabalho. Como é um problema sério, as leis foram promulgadas, o que exige um local de trabalho seguro para os funcionários em atividade. Quase todos os acidentes são causados por uma negligência ou imprudência. Atos inseguros ocorrem freqüentemente devido à falta de conhecimentos sobre segurança e geralmente são resultado do uso de uma ferramenta de forma incorreta ou até mesmo da ferramenta errada, considerando também a não utilização do equipamento de proteção individual.

É dever do funcionário executar seu trabalho com segurança, ter cautela, seguir as regras de segurança, evitar hábitos de trabalho perigosos e arriscados que podem resultar em acidentes e ferimentos. Uma atitude positiva deve ser desenvolvida pelo empregador e também pelo empregado, em prol da segurança de todos, bem como desenvolver hábitos de segurança, adquirir conhecimentos e habilidades para proteger a si mesmo e aos outros. Para isso é preciso estar ciente de acidentes industriais, dos riscos e das lesões que são possíveis de acontecer.

A segurança ocupacional ergonômica refere-se a um conjunto de práticas s=[de segurança do trabalho que podem ajudar a evitar lesões e estresse sobre músculos e articulações em decorrência de algumas atividades de trabalho. Para se atingir a segurança ocupacional ergonômica mais adequada, é fundamental manter uma postura confortável e ergonomicamente correta na prática de qualquer atividade, especialmente aquelas que oferecem algum risco de acidente ou lesão. Em relação a isso, algumas técnicas de segurança em ergonomia incluem a correção da altura de cadeiras e mesas, para que braços e pernas fiquem bem apoiados, por exemplo.

Os intervalos entre as tarefas repetitivas podem ser uma parte importante da segurança em ergonomia. Lesões por esforços repetitivos ocorrem quando a tensão constante é colocada em uma área do corpo, por isso é essencial descansar por alguns minutos entre as tarefas, como exigem as normas em segurança do trabalho. Se existem várias funções físicas que precisam ser cumpridas, o melhor é não se concentrar apenas em uma por um longo período de tempo.

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Muitas vezes ignorada em matéria de segurança ergonômica é a condição física do indivíduo. O excesso de peso pode adicionar um fardo para as articulações. As costas e joelhos são especialmente vulneráveis a ferimentos e estresse. Por isso, o controle de peso é um fator que auxilia muito a reduzir os efeitos dos esforços repetitivos no trabalho. Também é importante salientar que as empresas devem manter em dia os exames ocupacionais dos trabalhadores, conforme o que estipula a medicina do trabalho.

Ao levantar ou mover objetos pesados, o ideal seria utilizar-se de técnicas de elevação adequadas a fim de evitar possíveis lesões nos joelhos e articulações. É importante salientar que nos ambientes industriais, embora as máquinas façam os serviços mais rigorosos, é muito comum que o trabalhador tenha que executar algumas tarefas mais pesadas, que inclusive podem prejudicar os músculos de outras partes do corpo, como mãos e costas.

Para executar tarefas em pé ou sentado, é importante trabalhar ao nível dos olhos. Curvar os ombros para olhar para baixo durante o trabalho pode colocar pressão sobre os ombros e os músculos trapézios. Durante um período de tempo, este tipo de postura repetitiva pode levar a problemas crônicos como tendinite do ombro ou lesões do manguito rotador. Por outro lado, esticar o pescoço para olhar para cima pode colocar pressão sobre os músculos do pescoço.

Outra questão a se preocupar é com os reflexos de luzes, quer diretamente do sol ou a partir de outra fonte de luz incidindo no monitor de computador ou do visor de uma máquina. A claridade em excesso pode causar fadiga ocular e dores de cabeça, especialmente se a exposição for constante. É essencial eliminar a luminosidade em grande volume com o uso de cortinas na janela ou óculos especiais.

Uma avaliação de saúde ocupacional é um exame médico realizado por um médico especializado em segurança do trabalho que determina se alguém está ou não apto para desempenhar uma determinada tarefa no ambiente de trabalho. A avaliação também pode incluir recomendações para melhorias no local de trabalho com o objetivo de auxiliar o funcionário a executar seus serviços de forma mais segura e eficaz. Alguns empregadores exigem que seus funcionários se submetam a exames de saúde ocupacional em períodos regulares, de modo que eles possam observar mais de perto o estado de saúde física e mental, bem como de segurança dos funcionários. As empresas podem até mesmo solicitar algumas avaliações adicionais, se for o caso.

Em uma situação onde um empregado tenha se ausentado do trabalho devido à doença prolongada de natureza ocupacional, uma avaliação de saúde ocupacional pode e deve ser solicitada, fazendo-se cumprir as leis trabalhistas. Da mesma forma, os funcionários precisam passar por exames bem detalhados antes de voltar ao trabalho após doença ou lesão, a fim de confirmar que eles estão realmente aptos a se restabelecer no ambiente de trabalho. Os operários que atuam em áreas de risco industriais, especialmente os que ficam expostos, durante um longo período, a produtos químicos ou gases, são os que mais sofrem com essas atividades insalubres e, por isso, são os que mais necessitam de exames ocupacionais.

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Cabe lembrar que a discriminação em razão das condições médicas apresentadas pelo funcionário é proibida por lei em muitas regiões do mundo, o que significa que os resultados das avaliações ocupacionais não podem ser utilizados como forma de munição para demitir funcionários. No entanto, eles podem ser aproveitados no sentido de confirmar que os trabalhadores são saudáveis, e também para abordar questões de saúde que interferem no bom desempenho das funções.

No decurso de uma avaliação, como os testes audiométricos e de visão,é comum que os funcionários sejam submetidos a um exame físico e a algumas perguntas de rotina, além de dar amostras para análise em um laboratório. O médico pode fazer uso de um conjunto de critérios estabelecidos para confirmar que alguém está apto para o serviço, como um resultado negativo em um teste de tuberculose, uma capacidade demonstrada para levantar um peso mínimo, ou uma boa visão. Se quaisquer problemas forem observados na avaliação de saúde ocupacional, o médico precisa discutir os problemas e possíveis soluções com o paciente, e também relatá-los em documento escrito para o empregador.

Certos tipos de problemas de saúde podem excluir os trabalhadores de tarefas específicas. Motoristas, por exemplo, necessitam de uma boa visão para trabalhar com segurança. Se um problema que impede alguém de trabalhar é identificado em um exame de saúde ocupacional, muitas vezes é exigido que o funcionário seja transferido de cargo, ou até mesmo seja aposentado por invalidez. Também não fica afastada a hipótese de uma licença temporária, até que o funcionário faça o tratamento adequado e esteja reabilitado.

Tabela I (Anexo IV) Classificação dos Principais Riscos Ocupacionais em Grupos, de Acordo

com sua Natureza e a padronização das Cores Correspondentes.

Grupo 1 Verde

Grupo2 Vermelho

Grupo 3 Marrom

Grupo 4 Amarelo

Grupo5 Azul

Riscos físicos

Riscos químicos

Riscos Biológicos

Riscos ergonômicos

Riscos de acidentes

Ruídos

Vibrações

Radiações ionizantes

Radiações não

ionizantes

Poeiras

Fumos

Névoas

Neblinas

Gases

Vapores

Vírus

Bactérias

Protozoários

Fungos

Parasitas

Bacilos

Esforço físico intenso

Levantamento e transporte

manual de peso

Exigência de postura

inadequada

Controle rígido

Arranjo físico inadequado

Máquinas e equipamentos sem

proteção

Ferramentas inadequadas ou

defeituosas

Iluminação

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Frio

Calor

Pressões anormais

Umidade

Substâncias, compostos ou

produtos químicos

de produtividade

Imposição de ritmos excessivos

Trabalho em turno e noturno

Jornadas de trabalho

prolongadas

Monotomia e repetitividade

Outras situações causadoras de

stress físico e/ou psíquico

inadequada

Eletricidade

Probabilidade de incêndio ou explosão

Armazenamento inadequado

Animais peçonhentos

Outras situações de risco que poderão contribuir para a

ocorrência de acidentes

Segurança do Trabalho é a função composta por um conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas, que objetiva a PREVENÇÃO DE ACIDENTES, pela eliminação dos ATOS e das CONDIÇÕES INSEGURAS do ambiente e pela educação, conscientização e motivação das pessoas para as práticas preventivas. Seu emprego é indispensável para o desenvolvimento satisfatório do trabalho. É tão importante para a produção quanto muitos outros fatores e serviços que as empresas mantêm, além do benefício proporcionado aos empregados, seus familiares e ao povo em geral.

RISCOS OCUPACIONAIS

A) Classificação dos Riscos Profissionais.

Os riscos profissionais são os que decorrem das condições precárias inerentes ao ambiente ou ao próprio processo operacional das diversas atividades profissionais. São, portanto, as condições ambientes de insegurança do trabalho, capazes de afetar a saúde, a segurança e o bem-estar do trabalhador.

As condições ambientes relativas ao processo operacional, como por exemplo, máquinas desprotegidas, ferramentas inadequadas, matérias-primas, etc., são chamadas de riscos de acidente.

As condições ambientes relativas ao ambiente de trabalho, como por exemplo a presença de gases, vapores, ruído, calor, etc., são chamadas de riscos ambientais.

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As condições ambientes relativas ao conforto, postura, como por exemplo, esforços repetitivos, postura viciosa, etc..., são chamados de riscos ergonômicos.>

Os riscos profissionais dividem-se, pois em riscos de acidente, riscos ambientais e riscos ergonômicos. Os riscos ambientais são, então, aqueles inerentes ao ambiente de trabalho que poderão, em condições especiais, ocasionar as doenças profissionais ou do trabalho, ou ocupacionais.

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B) Riscos Ambientais.

Os fatores desencadeantes das doenças do trabalho são chamados de agentes ambientais e podem ser classificados segundo a sua natureza e forma com que atuam no organismo humano. Essa classificação é dada a seguir:

- Riscos físicos

- Riscos químicos

- Riscos biológicos

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C) Riscos Físicos.

Os agentes físicos causadores em potencial de doenças ocupacionais são:

- Ruído

- Vibrações

- Temperaturas extremas (calor e frio)

- Pressões anormais

- Radiações ionizantes (raios x, raios alfa, raios beta, raios gama)

- Radiações não-ionizantes (infravermelha,...)

- Umidade

- Nível de iluminamento

Ruído.

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Reduz a capacidade auditiva do trabalhador, a exposição intensa e prolongada ao ruído atua desfavoravelmente sobre o estado emocional do indivíduo com conseqüências imprevisíveis sobre o equilíbrio psicossomático.

De um modo geral, quanto mais elevados os níveis encontrados, maior o número de trabalhadores que apresentarão início de surdez profissional e menor será o tempo em que este e outros problemas se manifestarão.

É aceito ainda que o ruído elevado influi negativamente na produtividade, além de ser freqüentemente o causador indireto de acidentes do trabalho, quer por causar distração ou mau entendimento de instruções, quer por mascarar avisos ou sinais de alarme.

Vibrações.

As vibrações são também relativamente freqüentes na indústria, e podem ser divididas em duas categorias: vibrações localizadas e vibrações de corpo inteiro.

Temperaturas Extremas.

As temperaturas extremas são as condições térmicas rigorosas, em que são realizadas diversas atividades profissionais.

Pressões Anormais.

As pressões anormais são encontradas em trabalhos submersos ou realizados abaixo do nível do lençol freático.

Radiações Ionizantes.

Oferecem sério risco à saúde dos indivíduos expostos. São assim chamadas pois produzem uma ionização nos materiais sobre os quais incidem, isto é, produzem a subdivisão de partículas inicialmente neutras em partículas eletricamente carregadas. As radiações ionizantes são provenientes de materiais radioativos como é o caso dos raios alfa (a), beta (b) e gama (g), ou são produzidas artificialmente em equipamentos, como é o caso dos raios X.

Radiações Não-ionizantes.

São de natureza eletromagnética e seus efeitos dependerão de fatores como duração e intensidade da exposição, comprimento de onda de radiação, região do espectro em que se situam, etc.

Umidade.

As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores.

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Nível de Iluminamento

A partir da Teoria da relatividade - Albert Einstein - podemos estabelecer as seguintes definições relacionadas à luz:

- A luz é constituída de variados comprimentos de ondas ou de partículas que são os fótons, ou seja, tem comportamento ondulatório ou corpuscular, manifestando-se conforme o caso.

- A luz é uma forma de energia radiante que se manisfeta pela capacidade de produzir a sensação da visão.

No caso da Higiene Industrial, basta-nos o estudo da luz em seu comportamento ondulatório, uma vez que trataremos principalmente da forma como vamos iluminar os ambientes de trabalho.

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D) Riscos Químicos.

São os agentes ambientais causadores em potencial de doenças profissionais devido à sua ação química sobre o organismo dos trabalhadores. Podem ser encontrados tanto na forma sólida, como líquida ou gasosa.

Além do grande número de materiais e substâncias tradicionalmente utilizadas ou manufaturadas no meio industrial, uma variedade enorme de novos agentes químicos em potencial vai sendo encontrados, devido à quantidade sempre crescente de novos processos e compostos desenvolvidos.

Eles podem ser classificados de diversas formas, segundo suas características tóxicas, estado físico, etc. Conforme foi observado, os agentes químicos são encontrados em forma sólida, líquida e gasosa.

Os agentes químicos, quando se encontram em suspensão ou dispersão no ar atmosférico, são chamados de contaminantes atmosféricos. Estes podem ser classificados em:

- Aerodispersóides

- Gases

- Vapores

Aerodispersóides.

São dispersões de partículas sólidas ou líquidas de tamanho bastante reduzido (abaixo de 100m, que podem se manter por longo tempo em suspensão no ar. Exemplos: poeiras (são partículas sólidas, produzidas mecanicamente por ruptura de

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partículas maiores), fumos (são partículas sólidas produzidas por condensação de vapores metálicos), fumaça (sistemas de partículas combinadas com gases que se originam em combustões incompletas), névoas (partículas líquidas produzidas mecanicamente, como por em processo “spray”) e neblinas (são partículas líquidas produzidas por condensações de vapores).

O tempo que os aerodispersóides podem permanecer no ar depende do seu tamanho, peso específico (quanto maior o peso específico, menor o tempo de permanência) e velocidade de movimentação do ar. Evidentemente, quanto mais tempo o aerodispersóide permanece no ar, maior é a chance de ser inalado e produzir intoxicações no trabalhador.

As partículas mais perigosas são as que se situam abaixo de 10m, visíveis apenas com microscópio. Estas constituem a chamada fração respirável pois podem ser absorvidas pelo organismo através do sistema respiratório. As partículas maiores, normalmente ficam retidas nas mucosas da parte superior do aparelho respiratório, de onde são expelidas através de tosse, expectoração, ou pela ação dos cílios.

Gases.

São dispersões de moléculas no ar, misturadas completamente com este (o próprio ar é uma mistura de gases).

Vapores.

São também dispersões de moléculas no ar, que ao contrário dos gases, podem condensar-se para formar líquidos ou sólidos em condições normais de temperatura e pressão. Uma outra diferença importante é que os vapores em recintos fechados podem alcançar uma concentração máxima no ar, que não é ultrapassada, chamada de saturação. Os gases, por outro lado, podem chegar a deslocar totalmente o ar de um recinto.

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E) Riscos Biológicos.

São microorganismos causadores de doenças com os quais pode o trabalhador entrar em contato, no exercício de diversas atividades profissionais.

Vírus, bactérias, parasitas, fungos e bacilos são exemplos de microorganismos aos quais freqüentemente ficam expostos médicos, enfermeiros, funcionários de hospitais, sanatórios e laboratórios de análises biológicas, lixeiros, açougueiros, lavradores, tratadores de animais, trabalhadores de cortume e de estações de tratamento de esgoto, etc.

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F) Riscos Ergonômicos.

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São aqueles relacionados com fatores fisiológicos e psicológicos inerentes à execução das atividades profissionais. Estes fatores podem produzir alterações no organismo e estado emocional dos trabalhadores, comprometendo a sua saúde, segurança e produtividade.

Exemplos: movimentos repetitivos, levantamento e transporte manual de pesos, movimentos viciosos, trabalho de pé, esforço físico intenso, postura inadequada, controle rígido de produtividade, desconforto acústico, desconforto térmico, mobiliário inadequado, etc.

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G) Riscos de Acidentes

É qualquer circunstância ou comportamento que provoque alteração da rotina normal de trabalho.

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MEDIDAS DE CONTROLE

São medidas necessárias para a eliminação e a minimização dos riscos ocupacionais.

Quando comprovado pelo empregador ou instituição a inviabilidade técnica da adoção de medidas de proteção coletiva, ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em fase de estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em caráter complementar ou emergencial, deverão ser adotados outras medidas, obedecendo-se a seguinte hierarquia:

a) medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;

b) utilização de equipamento de proteção coletiva - EPC e individual - EPI.

Todo EPI deverá apresentar, em caracteres indeléveis e bem visíveis o nome comercial da empresa fabricante ou importador, e o número do CA.

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