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Circular Técnica Campina Grande, PB Março, 2005 Autores ISSN 0100-6460 72 Controle Biológico e o Manejo de Pragas do Algodoeiro 1 Introdução O agroecossistema algodoeiro possui muitas características que o torna relativamente complexo quanto ao manejo de pragas. Por décadas o manejo integrado de pragas do algodoeiro tem buscado sedimentar ou desenvolver práticas como sistema de amostragem, nível de controle e táticas melhor adaptadas ao controle das pragas. Em menor escala, tem-se verificado iniciativas na tentativa de inserir níveis de não ação no processo de tomada de decisão, bem como adoção de controle biológico por incremento, ou mesmo, por conservação de inimigos naturais que ocorram naturalmente. Essa situação pode ser atribuída menos à falta de dedicação e avidez da pesquisa e extensão, e mais ao grande número de pragas que ocorrem infestando a cultura, suas particularidades quanto a colonização da lavoura e diferenças quanto aos tipos de injúrias ocasionadas, além da fragilidade associada ao cultivo em larga escala, devido as tecnologias e investimentos aportados. Atualmente, a cultura encontra-se em um patamar Foto: J.R. Ruberson Cristina Schetino Bastos Eng. Agr. D.Sc. da Embrapa Algodão, Rua Osvaldo Cruz, Centenário, 58107-720, Campina Grande, PB. e-mail: [email protected] Jorge B. Torres DEPA-Entomologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manoel de Medeiros S/N, Dois Irmãos. 52171-900 Recife, PE. e-mail: [email protected]

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Campina Grande, PBMarço, 2005

Autores

ISSN 0100-6460

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Controle Biológico e o Manejo dePragas do Algodoeiro

1 Introdução

O agroecossistemaalgodoeiro possuimuitascaracterísticas queo tornarelativamentecomplexo quantoao manejo depragas. Pordécadas o manejo

integrado de pragas do algodoeiro tem buscadosedimentar ou desenvolver práticas como sistema deamostragem, nível de controle e táticas melhoradaptadas ao controle das pragas. Em menor escala,tem-se verificado iniciativas na tentativa de inserirníveis de não ação no processo de tomada dedecisão, bem como adoção de controle biológico porincremento, ou mesmo, por conservação de inimigosnaturais que ocorram naturalmente. Essa situaçãopode ser atribuída menos à falta de dedicação eavidez da pesquisa e extensão, e mais ao grandenúmero de pragas que ocorrem infestando a cultura,suas particularidades quanto a colonização dalavoura e diferenças quanto aos tipos de injúriasocasionadas, além da fragilidade associada aocultivo em larga escala, devido as tecnologias einvestimentos aportados.

Atualmente, a cultura encontra-se em um patamar

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Cristina Schetino BastosEng. Agr. D.Sc. da

Embrapa Algodão, RuaOsvaldo Cruz, Centenário,

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Jorge B. TorresDEPA-Entomologia,

Universidade Federal Ruralde Pernambuco. Av. DomManoel de Medeiros S/N,Dois Irmãos. 52171-900

Recife, PE. e-mail:[email protected]

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de risco mínimo quanto as perdastoleradas, principalmente, aquelasprovenientes da ausência ouineficiência do controle de pragas. Issopode ser explicado, em parte, pelo fatodo Brasil ter que se mostrarcompetitivo frente a agriculturasubsidiada de outros países, estreitandoos limites compreendidos entre oscustos de produção e os lucros obtidos,os quais são função direta da produçãoobtida. Se por um lado esse panoramade “fragilidade” e “alto risco” limita aadoção de medidas alternativas aocontrole químico, por outro lado ocrescente interesse na redução doscustos de produção, obtenção de umproduto de melhor qualidade ouambientalmente mais equilibrado, bemcomo a necessidade de redução dapressão de seleção imposta pelospesticidas que com o tempo resultamna ineficácia do controle obtido, temvoltado as atenções para o controlebiológico, visando minimizar estesproblemas.

O algodoeiro, durante seudesenvolvimento, encontra-seassociado a um grande número decompetidores, quer sejam insetos,microorganismos ou outras espéciesvegetais. Todavia, nem todos elespodem ser enquadrados na categoriade pragas uma vez que tal classificaçãoimplica em dano econômico associadoà ocorrência dos mesmos. Algunspodem ser classificados ainda como

praga-chave pela frequência (alta) comque alcançam ao status de praga.Porém, a caracterização como praga-chave irá variar de região para regiãoem função de fatores bióticos eabióticos que regulem a densidadepopulacional destas pragas e,principalmente, em função dasuscetibilidade da cultivar plantada.

Sendo assim, em relação aos insetos,descrever todas as espécies compotencial de alcançar o status depraga-chave na cultura do algodoeiro eseus respectivos inimigos naturaistorna-se atividade complexa. Junte-sea isso, o fato das principais áreas decultivo do algodoeiro terem migradocom frequência, tornando a ocorrênciadas pragas cada vez maisregionalizada. Relatos de espéciesassumindo status de pragas-chave, semnem mesmo serem mencionadasanteriormente como pragas secundáriasem locais com tradição de cultivo, temsido uma constante. Além disso, háque se conviver com as espéciesitinerantes, o que torna o controleconvencional muitas vezes, poucoefetivo, incrementando as chances douso de controles alternativos. Aexistência de uma ampla diversidadede agentes de controle biológico nacultura do algodoeiro, não temconseguido minimizar a gravidade dosproblemas advindos da ocorrência deinsetos-praga nesta cultura. Por setratar de um agroecossistema intensivo

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o controle biológico como método demanejo de pragas do algodoeiro tempor objetivo restabelecer um nívelsatisfatório de controle natural atravésda adoção de táticas que favoreçam aocorrência dos inimigos naturais.

Portanto, este texto tem por objetivoauxiliar produtores e extensionistas naidentificação e caracterização dosinimigos naturais mais frequentes e/ouimportantes na lavoura algodoeiravisando agregação ao manejo integradode pragas desta cultura.

2 Controle Biológico

O Controle Biológico pode ser definidode várias formas. Teoricamente éconsiderado como a relaçãoestabelecida entre dois ou maisorganismos na qual um organismodenominado inimigo natural, agepredando, parasitando ou competindocom um outro organismo, denominadopraga, o qual tem seu crescimentopopulacional impedido ou reduzido. Esteconceito parece se enquadrar melhorao agroecossistema algodoeiro, ondeconstata-se que os inimigos naturais aoexercerem sua ação de controle podemmanter as densidades populacionais deinsetos-praga abaixo do nível de danoeconômico. Contudo sua ação maisfrequente, diz respeito a limitação docrescimento populacional, mas não aoponto de reduzí-lo a densidades abaixodo nível de dano econômico. Umexemplo desta afirmativa é a

mortalidade do bicudo do algodoeiro(de até - 70%) por inimigos naturais efatores ambientais, e parasitismo deovos da lagarta das maçãs (de até -80%), que apesar de seremconsiderados excelentes a nível decampo, não são suficientes para evitardanos econômicos provocados porestas pragas devido as particularidadescomo o ataque às partes reprodutivasdas plantas.

Estes índices podem ocorrer noagroecossistema algodoeiro sem serempercebidos, mas em muitos casospodem ser explorados medianteidentificação, coleta, criação eliberação desses inimigos naturais,visando incrementar as atividades depredação, parasitismo ou competiçãoexercida por estes organismos,reduzindo os danos e esforçosdispendidos no controle de pragas.

O predador é um organismo que ataca,mata, e se alimenta de muitosindivíduos (suas presas) durante seuciclo de vida. Alguns predadores sãorelativamente especializados e sealimentam somente de uma ou poucaspresas de espécies relacionadas, poréma grande maioria é generalista e sealimenta de uma variedade deorganismos similares. O parasita é umorganismo que vive e se alimentadentro ou sobre um hospedeiro.Diferentemente dos predadores, osparasitas têm uma relação prolongadae especializada com seus hospedeiros,

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usualmente parasitando apenas umhospedeiro durante seu ciclo de vida.Um microorganismo parasítico quecausa doença, desbalanceando asatividades normais dos tecidos oucélulas do hospedeiro, é chamadopatógeno. Nesta categoria incluem-seas bactérias, fungos, protozoários,viroses e nematóides quando causamdoenças. Um inseto que parasita emata outros invertebrados é chamadoparasitóide, os quais são parasíticossomente em seus estádios imaturos ematam seus hospedeiros somentequando eles atingem a maturidade.

No agroecossistema algodoeiro pode-severificar a ocorrência de inimigosnaturais e pragas, sendo que as pragasnormalmente são constatadas antesdos inimigos naturais, devido a altadensidade inicial na qual estasnormalmente ocorrem e aexpressividade das injúrias impostas.Uma vez que os inimigos naturaisdependem das pragas como fonte dealimento, presa ou hospedeiro para sedesenvolver, sua presença na lavouraestá condicionada à ocorrência daspragas. Tal fato tem restringido aadoção incondicional do controlebiológico. No entanto, como nem todosos insetos e ácaros associados aoalgodoeiro alcançam o status de praga,isto sugere que podemos explorar apresença destes na lavoura como fontealternativa de alimento para os inimigosnaturais favorecendo sua colonização,

aumento populacional eestabelecimento no local.

3 Principais Exemplos deControle Biológico emAlgodoeiro

A preocupação com a conservação/manutenção dos inimigos naturais naárea não deve se extinguir com acolheita e a destruição do restosculturais. A finalização da lavoura deveser considerada de tal modo a ofereceraos mesmos condições parasobreviverem nas culturas emsequência, áreas destinadas ao pousioou adjacências. A sobrevivência dosagentes de controle biológico naentressafra possibilitará recolonizaçãodas áreas comerciais tão logo estassejam estabelecidas. Assim, adiversidade dos grupos de inimigosnaturais e como estes poderão serutilizados no manejo integrado depragas do algodoeiro podem servisualizados em um organogramasimplificado apresentado na Figura 1.

Existem três modalidades de controlebiológico descritas, para efeito didático,como natural, aumentativo ouincremento e clássico. Estasmodalidades se relacionam entre siuma vez que possuem o mesmoobjetivo final, que seria o demanutenção da população das pragasabaixo do nível de dano econômicoatravés da utilização de inimigosnaturais.

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5Controle Biológico e o Manejo de Pragas do Algodoeiro

O controle biológico natural é entendidocomo sendo a utilização de táticas debaixo custo ou de custo zero, queobjetivem a conservação e/ou aumentodos inimigos naturais presentes noagroecossistema desconsiderando seforam introduzidos por inundação/inoculação, controle biológico clássicoou se ocorriam naturalmente na área.Esta modalidade de controle biológicooferece boas chances aos produtoresde aumentar sua confiabilidade nosinimigos naturais.

O controle biológico aumentativo ouinoculativo é realizado através deliberações de inimigos naturais que irãosuplementar o número de agentes decontrole biológico naturalmenteincidentes nas lavouras, sendo os

organismos liberados obtidos viacriação massal ou coleta a campo.

O controle biológico clássico envolve aintrodução e estabelecimento deinimigos naturais exóticos em áreas queeles não ocorriam previamente. Apóssua introdução, que deve seguir todosos protocolos requeridos para aimportação de uma espécie exótica, oinimigo natural passa a ser exploradodentro das outras modalidades decontrole biológico, realizando-seacompanhamento periódico de seuestabelecimento e controle exercido.

No caso do algodoeiro existem váriosexemplos conhecidos envolvendo astrês modalidades de controle biológico,e os mais diversos agentes de controlebiológico com sucesso comprovado.

Fig. 1. Principais grupos de inimigos naturais e formas de utilização no manejointegrado de pragas do algodoeiro.

Controle Cultural

Resistência de plantas

Controle Físico/Mecânico

Controle Biológico

Controle Genético

Controle Legislativo

Controle Químico

Aumentativo

Parasitas e

Parasitóides

Predadores Patógenos

Controle Natural

Nematóides Insetos Ácaros

AranhasInsetos Vertebrados

Bactérias Fungos Viroses

Liberações Inoculativas

Liberações Inundativas

ParasitóidesPredadores Patógenos

ParasitóidesPredadores Patógenos

VirosesBactériaFungos

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3.1 Controle Biológico Clássico

O alvo desta modalidade de controlebiológico, comumente, tem sido pragasintroduzidas (exóticas em uma novaregião), que ao serem transportadaspara uma área onde não ocorriamanteriormente, normalmente nãopossuem inimigos naturais que asmantêm abaixo do nível de danoeconômico. Pode, contudo, ser utilizadocom sucesso contra pragas nativasquando se deseja introduzir inimigosnaturais que sejam mais eficientes nocontrole destas, ou visando preencherlacunas no espectro de inimigosnaturais, naturalmente incidentes naárea.

O controle biológico clássico parapragas do algodoeiro tem sidodirecionado principalmente para obicudo, Anthonomus grandis Boh., e alagarta rosada, Pectinophora gossypiella(Saunders), duas pragas de grandepotencial de dano e que atacam aspartes reprodutivas do algodoeiroafetando diretamente a produção.Além disso, programas de controlebiológico clássico destas pragas sãojusticados pela escassez de inimigosnaturais conhecidos (Tabela 1).

3.1.1 Bicudo do algodoeiro -Anthonomus grandis Boh.(Coleoptera: Curculionidae)

A formiga predadora polífaga,Ectatomma tuberculatum Oliver, foiintroduzida nos EUA a partir da

Guatemala em 1904. Ela mostrou-seefetiva no controle do bicudo no Texas,EUA, durante o período de liberação,porém não conseguiu sobreviver aoinverno do local. No períodocompreendido entre 1941-1945 doisbraconídeos parasitóides, Braconvestiticida (Vierek) e Triaspis vestiticida(Vierek) foram introduzidos no mesmolocal a partir do Peru e, também, nãose mostraram efetivos na contenção desurtos populacionais do bicudo doalgodoeiro. Em 1966, Braconkirkpatricki Wilkson, um parasitóide queocorre parasitando a lagarta rosada P.gossypiella no leste da África e que sedesenvolve bem sobre o bicudo doalgodoeiro em condições de laboratório,foi liberado a campo, porém semobtenção de sucesso no controle dapraga.

Recentemente, especial atenção temsido dirigida no sentido de encontrar eintroduzir parasitóides de Anthonomusspp. da América do Sul e Central nosEUA. O primeiro a ser liberado foiCatolaccus grandis (Burks)(Hymenoptera: Pteromalidae) comintroduções a partir do México, porémobtendo-se controle somente em áreasrestritas de algodoeiro orgânico.Todavia, no Brasil, Ramalho ecolaboradores (Embrapa-Algodão)constataram que liberações inoculativassemanais de 700 fêmeas desteparasitóide/ha, embora realizadas emáreas experimentais, mostraram-se

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10 Controle Biológico e o Manejo de Pragas do Algodoeiro

como uma tática promissora nocontrole de A. grandis. Baseado nestesresultados o Laboratório de ControleBiológico da Embrapa-Algodão sobre acoordenação do mesmo pesquisadortem desenvolvido tecnologias para aprodução massal deste parasitóideutilizando hospedeiros alternativoscomo a broca da batata doce Euscepespostfasciatus (Fairmaire), da mesmaforma como tem sido realizado nosEUA empregando-se o caruncho dofeijão Callosobruchus maculatus Fabr.Dada a importância deste parasitóide,pesquisadores brasileiros epesquisadores da Universidade doOklahoma, EUA, desenvolveram umametodologia para auxiliar na produçãodeste parasitóide que encontra-se sobrepatente, e pesquisadores daUniversidade do Texas (TAMU) eDepartamento de Agricultura dosEstados Unidos (USDA), Texas, EUA,estão pesquisando uma dieta artificialpara a criação do parasitóide o quefacilitaria a produção massal e,conseqüentemente, o seu uso emescala comercial.

Um dos casos mais divulgados eobscuros de controle biológico clássicofoi a introdução (considerada acidental)da formiga lava-pé Solenopsis invicta(Buren) nos EUA entre 1918 a 1930.Estes insetos, normalmente surgem nacultura algodoeira quando as colôniasde pulgão, presentes nas plantas,iniciam a produção de “honeydew”

podendo alcançar altas densidades.São considerados predadores eficientesdos estádios imaturos do bicudo,podendo, também, predar ovos elagartas do gênero Heliothis eHelicoverpa. Devido a não observânciado protocolo para a introdução desteinimigo natural na época, este insetoadquiriu status de praga no novoambiente em situações variadas,causando um verdadeiro desastreecológico.

Atualmente, S. invicta encontra-sedistribuída em extensas áreas da regiãoalgodoeira dos EUA, é comumentemencionada, quando presente, como oinimigo natural que mais contribui parao controle biológico natural de pragascomo o bicudo e lagarta das maçãs.Também é mencionada comoimportante predadora de A. grandis noBrasil, porém em menor escala. Estefato e outros relatos oriundos deestudos recentes de casos e revisõesde literatura, mostram o risco daadoção do controle biológico clássicosem a prerrogativa de introduçãocautelosa seguindo-se os protocolospara tal. Além disso, constitui-se emuma modalidade onerosa e dispendiosaem tempo quando se considera ocumprimento de todos os requisitospara se ter sucesso - identificaçãotaxonômica correta das pragas e dosinimigos naturais, coletas no local deorigem da praga, importação,quarentena, testes preliminares,

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liberação e avaliação. Por outro lado, aadoção desta modalidade de controlebiológico tem produzido exemplos decomprovado sucesso mesmo em umaépoca onde não se dispunha dasfacilidades de comunicação entreprofissionais qualificados e interessadosno estabelecimento de protocolos e delaboratórios credenciados paraavaliação do potencial de introdução deagentes de controle biológico no Brasil.

A relação normalmente encontradaentre o número de introduções deinimigos naturais a partir das regiões deorigem da praga e sucessos obtidosquanto a eficiência de controle é de7:1. Todavia, quando se considera ossucessos de introduções, a partir deoutras localidades e não apenas dasregiões de origem da praga, a relaçãode introduções e sucesso cai para 4:1.Se considerarmos que o algodoeiro écultivado em aproximadamente 70países, o que sugere uma grandediversidade de condições a propiciar aintrodução de pragas, justifica-se aexploração de inimigos naturais nessasregiões onde novas relações sãoestabelecidas entre inimigos naturaisnativos e pragas introduzidas. Uma dasrelações a ser explorada é a viabilidadede incorporação de agentes de controlebiológico de espécies taxonomicamentepróximas e nativas da região na qual apraga foi introduzida, em programas decontrole biológico clássico.

3.1.2 Lagarta Rosada, Pectinophoragossypiella (Saunders)(Lepidoptera: Gelechiidae)

Os inimigos naturais da lagarta rosadaatuam basicamente na fase de ovo eprimeiro ínstar larval, ficando os demaisínstares e pupa protegidos dentro damaçã e semente do algodoeiro. Osadultos deste inseto possuem acaracterística de serem pequenos ecapazes de realizar vôos curtos dentroda lavoura, dificultando sua capturapor predadores como pássaros earanhas. Acredita-se que esta pragatenha sido introduzida no Brasil e emoutros países a partir da Índia, fato queexplica o porquê desta lagarta ter sidoalvo de controle biológico clássico emmuitos países. Com isso, a maior partedas introduções dos agentes decontrole biológico foram feitas a partirda Índia para o México e EUA. Outrosparasitóides que acreditava-se seremespecíficos de P. gossypiella foramtambém importados de outros países natentativa de obtenção de controlesatisfatório. Alguns exemplos destasimportações encontram-se listados naTabela 2. Mais tarde, outras evidênciassugeriram que a provável origem dapraga era a Indonésia e Norte daAustrália, sendo os esforços entãodirigidos para novas introduções tendocomo origem estes países. Comoresultado deste considerável esforço,apenas um parasitóide, B. kirkpatricki,tornou-se estabelecido nos EUA.

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12 Controle Biológico e o Manejo de Pragas do Algodoeiro

Tabela 2. Parasitóides da ordem Hymenoptera utilizados em liberações apósimportação visando o controle de Pectinophora gossypiella. Fonte: Greathead,1989.

Parasitóide Origem (data) País de destino

Braconidae Apanteles angaleti Muesebeck Índia (1953-55) México, EUA (1970-71) EUA Apanteles oenonae Nixon NW Austrália (1976) EUA Apanteles sp. Taiwan (1916) Havaí Índia (1961-63) Antilhas, Montserrat, St. Kitts,

São Vicente Bracon greeni Ashmead Índia (1961-63) Antilhas, Montserrat, St. Kitts,

São Vicente (1974) EUA Bracon brevicornis Wesmael Índia (1953-55) México, EUA Europa (1932-34) México Bracon gelechiae Ashmead Índia (1953-55) México, EUA Bracon kirkpatricki (Wilkson) África (1928-31) Egito (1934-36) México, Porto Rico, EUA (1969-74) Índia, Paquistão, EUA Bracon mellitor Say Havaí (1935) Egito, EUA Bracon nigrorufun (Cushman) Korea (1937) México, EUA Bracon pectinophoprae Cushman Korea México, EUA Chelonus blackburni Cameron Havaí (1936) Egito, México, Porto Rico, EUA (1971-74) Grécia, Índia, Paquistão, EUA Chelonus curvimaculatus Cameron África (1969) EUA Chelonus heliopae Gupta Índia (1953-55) México, EUA Chelonus narayani Subba Rao Índia (1953-55) México, EUA Chelonus pectinophorae Cushman Japão (1932-34) México, EUA Chelonus sp. Austrália, NW (1976) Grécia, México, EUA Chelonus spp. Etiópia (1973-76) Grécia, México, EUA Ichneumonidae Brachycoryphus nursei Cameron Índia (1961-63) Antilhas Exeristes roborator (F.) Europa e Egito (1933-44) México, Porto Rico, EUA Ioguslávia (1971-73) EUA Pristomerus hawaiiensis Ashmead Havaí (1953-55) México (1970-75) Grécia, EUA Bethylidae Goniozus sp. Etiópia (1971-73) EUA Parasierola emarginata (Roh.) Havaí (1970-75) Grécia, EUA Trichogrammatidae Trichogramma brasiliensis Ashmead

América do Sul (1968) Índia

Trichogramma minutum Riley Inglaterra (1931) Egito

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13Controle Biológico e o Manejo de Pragas do Algodoeiro

Liberações do parasitóide de ovosTrichogramma brasiliensis Ashmead, naÍndia e de Trichogramma minutumRiley no Egito, também, são citadascomo resultante no estabelecimentodos parasitóides.

3.1.3 Outras Lagartas das Maçãs

Alguns parasitóides utilizados para ocontrole de P. gossypiella tem tambémsido importados e liberados na tentativade controlar-se outras lagartas queatacam as maçãs, tais como, Heliothisvirescens (F.), Helicoverpa zea (Boddie)e Heliothis armigera Hübner. Todavia, oúnico exemplo de obtenção de sucessoa esse respeito deu-se em relação aoparasitóide Cotesia (=Apanteles) kazak(Telenga) importado da Europa para ocontrole de H. armigera na NovaZelândia, onde após a introdução domesmo constatou-se que poucas larvassobreviviam até os últimos ínstares.Entretanto, tal parasitismo não foisuficiente para eliminar a necessidadede utilização de pesticidas.

Muitas introduções visando o controlede Spodoptera spp. tem sido tentadas.Os únicos resultados positivos relatadossão relacionados ao parasitóide de ovosTelenomus spp. A taxonomia dasespécies é confusa, todavia a maioriadas introduções citam Telenomusremus Nixon como a espécieintroduzida. Este parasitóide tem sidoassociado com obtenção de controlesignificativo desta praga em Barbados,

porém não tem sido citado como capazde desencadear tal controle em outroslocais.

3.2 Controle Biológico Aumentativo

Este método pode ser realizadomediante liberações inoculativas ouinundativas de agentes de controlebiológico produzidos em laboratório oucapturados em outras lavouras, regiões,etc. A adoção de liberaçõesinoculativas é implementada quando oestabelecimento permanente deinimigos naturais exóticos não épossível, ou quando as espécies nativasnão estão bem sincronizadas com ociclo dos seus hospedeiros e/ou presas.Portanto, as liberações inoculativaspodem ser feitas com a intenção deque os indivíduos liberados sereproduzam e estabeleçam dentro dalavoura proporcionando o controledesejado. Já as liberações inundativas,são caracterizadas pela liberação deum grande número de indivíduos deuma só vez, visando a redução rápidada população da praga sem aexpectativa de efeito contínuo.

Assim, as divisões entre liberaçõesinoculativas e inundativas possuemapenas caráter teórico, uma vez queestas compartilham a mesmatecnologia e objetivos finais de controledas pragas, sendo portanto melhordescritas se consideradascoletivamente.

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14 Controle Biológico e o Manejo de Pragas do Algodoeiro

3.2.1 Parasitóides

a) Catolaccus grandis (Burks)(Hymenoptera: Pteromalidae)

Um dos parasitóides com maiorpotencial de utilização contra o bicudoatualmente é o ectoparasitóide C.grandis. Este inseto foi introduzido nosEUA durante a década de 70 e liberadoem campos experimentais no estado doMississippi. Em testes iniciais oscientistas detectaram altas taxas deparasitismo, porém devido aineficiência do parasitóide em seestabelecer nos locais de liberação, nãofoi possível o seu uso em um programade controle biológico. Ele foireintroduzido e liberado uma décadadepois no Texas, sendo que osmétodos de criação deste parasitóideprogrediram consideravelmente entre1985 e 1992, já dispondo-se inclusivede metodologias de criação, tornandosua utilização possível em programasde controle biológico por incremento.Adicionalmente, fêmeas de C. grandisrequerem contato com um hospedeirovivo por pelo menos dois dias a fim deatingirem a fecundidade completaantes da liberação a campo. Todavia,tal hospedeiro pode ser tanto ocaruncho do feijão como o própriobicudo do algodoeiro, sem alterar apreferência pelo hospedeiro, desde queo parasitóide não seja criado sobre C.maculatus por mais de uma geração.Tais informações aliada ao fato doparasitóide atacar a fase larval dapraga reduzindo o potencial de

incremento populacional da praga (umavez que cada fêmea fecundada dobicudo é capaz de produzir de 100 a300 ovos/fêmea), faz com que acriação massal do mesmo visandoliberações seja factível e promissora .

No Brasil, alguns testes com esteparasitóide tem sido realizados. Em umensaio realizado por Francisco S.Ramalho e colaboradores (Embrapa-Algodão), foi verificado que liberaçõesinundativas do parasitóide C. grandismostrou impacto potencial contra A.grandis, e que o parasitóide demonstrouclara preferência por larvas de terceiroínstar da praga, proporcionandosignificante mortalidade durante esteestádio de desenvolvimento. Porém,testes adicionais ainda precisam serrealizados, visando adequação dasdietas artificiais desenvolvidas para oparasitóide, bem como a sua eficiênciade parasitismo nas diversas regiões decultivo do algodoeiro no Brasil.

Uma outra maneira de favorecer oincremento populacional desteparasitóide nas lavouras seria atravésda utilização de inseticidas seletivos àspragas, preservando as populações doparasitóide. Inseticidas como o spinosade o tebufenozide mostraram-se poucotóxicos à C. grandis; endosulfan ecyfluthrin com toxicidade média e;fipronil, malathion, dimethoate,parathion methyl e acephate com altatoxicidade para o parasitóide (Tabela3).

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18 Controle Biológico e o Manejo de Pragas do Algodoeiro

A conservação das populaçõesnaturalmente incidentes de C. grandispode ser feita através da catação debotões florais, flores e maçãs doalgodoeiro caídas ao solo, em locais deocorrência deste parasitóide,acondicionando-os em recipientesvedados com tecidos ou telas até aemergência para posterior reliberaçãona lavoura.

b) Bracon vulgaris Ashmead e Braconspp. (Hymenoptera: Braconidae)

A espécie normalmente encontrada nascondições brasileiras é o B. vulgaris,embora outras espécies ocorramnaturalmente, porém em menorextensão. Estes parasitóides sãocapazes de parasitar a fase larval dobicudo e da lagarta rosada, semcontudo detectar-se competição comoutras espécies desde que estasexplorem nichos diferentes dentro dalavoura.

As fêmeas de B. vulgaris possuematividade reprodutiva diurna uma vezque pousam sobre o botão floral, tocama superfície do mesmo com as antenas,param e introduzem o ovipositor. Casonão encontrem a larva em um primeiroinstante, a fêmea insiste na procura,introduzindo o ovipositor em locaisdiferentes do botão e não encontrandoo hospedeiro, abandonam-o procurandopor outro botão. Uma vez encontrado ohospedeiro, este é anestesiado e inicia-se o ato de oviposição. O tempo gasto

nestas ações varia de cinco minutos asete horas e meia, com média de 1,4horas. As fêmeas depositam de 1 a 7ovos sobre ou próximo à larva dohospedeiro, sendo o período deincubação de 24 a 36 horas. As larvasrecém-eclodidas localizam-se por todoo corpo do hospedeiro, completandoseu desenvolvimento em cerca dequatro dias, período durante o qualestas passam por quatro estádioslarvais. Decorrido este tempo elasabandonam o hospedeiro e tecem seucasulo dentro do botão floral. A fase depupa tem duração de 3 a 4 dias, aofim dos quais ocorre a emergência doadulto pela extremidade anterior docasulo através de um orifício circular,abandonando a estrutura reprodutiva daplanta onde desenvolveram-se sobre alarva da praga.

Evidências tem demonstrado que maioríndice de parasitismo está associado alarvas que se encontram localizadas emmaçãs caídas ao solo. No caso dalagarta rosada o parasitismo de larvaslocalizadas em maçãs caídas ao solo foida ordem de 41,53% e nas maçãs queainda se encontravam ligadas àsplantas da ordem de 35,23%; para obicudo, o parasitismo foi da ordem de23,48% em maçãs caídas ao solo e de16,73% em maçãs ligadas às plantas.No entanto, estas observações sãoiniciais e necessitam de maiorescomprovações.

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c) Trichogramma spp.

A liberação de Trichogramma comoagente de controle biológico de ovos delepidópteros-praga tem sidoconsiderada por mais de 100 anos.Apesar do gênero Trichogramma nãoser o único grupo a ser usado emliberações inundativas, a maior parte doentendimento de como tais liberaçõesdevem ser realizadas originaram-se deestudos com este minúsculo parasitóidede ovos. Atualmente, liberaçõesinundativas para o controle de pragasestão sendo investigadas em mais de50 países e o uso comercial é relatadoem mais de 32 milhões de ha/ano.

As várias espécies que compõem ogênero Trichogramma são parasitóidesde ovos polífagos (Figuras 2, 3 e 4),sendo capazes de parasitar ovos depelo menos 10 ordens de insetos entreas quais incluem-se importante pragasda cultura do algodoeiro. Em relação aocomplexo de lagartas que são capazesde infestar as maçãs do algodoeiro,este apresenta grande potencial deutilização, e vários estudos temapontado para a elevada taxa deparasitismo alcançada por esteparasitóide quando se destinam aocontrole de tais pragas. O êxito nautilização de Trichogramma tem sidoverificado tanto em liberaçõesinundativas quanto naquelas visando oincremento. Isto pode ser atribuído aofato da metodologia para criaçãomassal destes insetos já estar bem

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Fig. 3. Ovo de Helicoverpa zeaparasitado.

Fig. 4. Ovo de Heliothis virescensparasitado (direita) e não parasitado(esquerda) por Trichogrammapretiosum.

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estabelecida e vir sendo realizada comsucesso no Brasil.

A eficiência de parasitismonormalmente alcançada pela utilizaçãode Trichogramma visando a contençãode surtos populacionais do complexo delagartas das maçãs, é da ordem de 70a 80% para as lagartas do gêneroHeliothis/Helicoverpa e de 4 a 52%para as do gênero Pectinophora.Todavia, essa pode se alterardependendo dos demais componentesdo sistema de produção adotados, jáque a utilização dos parasitóidesconstitui-se em apenas um doscomponentes do sistema de produção edo manejo de pragas como um todo.Logo, a utilização de produtos seletivose de práticas culturais que favoreçam oestabelecimento/disseminação doparasitóide podem atuar comosinergistas da ação de controleexercida pelos mesmos,incrementando-a.

Em relação aos produtos seletivos,ensaios realizados com uma série depesticidas demonstraram que oomethoathe e o monocrothophosmostraram-se menos tóxicos aoTrichogramma do que o methomyl,carbaryl, parathion methyl, trichlorfon,permethrin e o malathion. O malathiondemonstrou alta toxicidade aosparasitóides sendo capaz de causarmortalidade da ordem de 100%quando estes se encontravamparasitando ovos de Erinnys ello

(Lepidoptera: Sphingidae);cypermethrin, monocrotophos eparathion methyl afetaramnegativamente a eficiência deparasitismo exercida por Trichogrammaaté 72 horas após a pulverização,enquanto methomyl, fenvalerate echlordimerform mostraram-se menostóxicos, já que seu efeito tóxico foimantido por um período de 48 horas.Resíduos de permethrin causaram umaredução significativa na taxa deparasitismo de T. pretiosum, efeito quese prolongou por até 21 dias após apulverização; endosulfan é capaz dereduzir o parasitismo de ovos eaumentar a mortalidade dos adultos deTrichogramma apenas no primeiro diaapós a aplicação. Existe um númerocrescente de trabalhos disponíveis naliteratura acerca da seletividade deinseticidas a Trichogramma e peloexemplos aqui citados, percebe-se quea escolha do produto que deverá serutilizado, constitui-se em etapaestratégica na manutenção/incrementodas taxas de parasitismo normalmenteobtidas, especialmente, devido a suaocorrência natural e freqüência noagroecossistema algodoeiro.

As liberações inundativas ouinoculativas de Trichogramma nacultura do algodoeiro podem serrealizadas de várias formas. AEmbrapa-Algodão adotapredominantemente a tecnologia deliberação de cartelas contendo ovos

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parasitados, na proporção de 30polegadas quadradas por hectare sendodivididas em 15 cartelas de 2polegadas quadradas cada, distribuídasem dispositivos (fabricadosmanualmente com isopor) distanciados15 m um do outro. Todavia, pode-seutilizar a liberação de parasitóidesadultos e alimentados, através docaminhamento nas linhas de cultivoprocedendo as liberações a cada 25passos. Recomenda-se fazer asliberações nas horas mais frescas damanhã, evitando-se ainda chuvas eventos fortes. Alguns estudosdemonstram que o parasitóide é capazde exercer taxa de parasitismo similarno local de liberação e em áreas até10 m distantes deste, não importandose estas se localizam a favor ou contraa direção do vento.

O parasitismo natural exercido porTrichogramma em ovos de pragas doalgodoeiro pode alcançar valoresexpressivos, porém ele normalmente étardio em relação ao ataque daspragas, não sendo, muitas vezes,suficiente para conter os danos. Assim,a preservação e incremento daspopulações naturais são fundamentaispara o sucesso no uso desteparasitóide.

Para as lagartas desfolhadoras doalgodoeiro, entre elas Alabamaargillacea (Hub.), tem-se adotado umnível de não-ação (NNA) de 70% dasplantas infestadas com 70% dos ovos

apresentando sintomas de parasitismo.A constatação do NNA neste caso éfavorecida, pois a ocorrência isoladados ovos desta praga nas folhas apicaise ponteiros das plantas, facilita avisualização e o processo deamostragem. Além disso acaracterização dos ovos comoparasitados ou não parasitados érelativamente fácil uma vez que osovos parasitados tornam-se escurecidos(Fig. 3 e 4). Devido a importância daslagartas das maçãs, principalmenteHeliothis e Helicoverpa, a amostragemde ovos na parte apical das plantas temsido uma opção para a determinaçãodo momento de controle e,conseqüentemente, poderá ser utilizadopara avaliar o índice de parasitismo deovos em caso de liberações deTrichogramma.

d) Moscas parasitóides (Tachnidae)

Diversas espécies de moscasTachnidae (Figura 5) são coletadasparasitando naturalmente pragas queatacam o algodoeiro, bem como pragas

Fig. 5. Adulto de mosca Tachnidae.

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que atacam outras culturas. Asespécies relacionadas às pragas doalgodoeiro são: A. grandis[Hyalomyodes brasiliensis Towsend],A. argilacea [Patelloa similis(Towsend), Euphorocera floridensisTownsend, Patelloa sp.], percevejospentatomídeos [Eutrichopodopsis nitensBlanchard, Trichopoda sp.], S.frugiperda [Archytas incertus(Macquart), Archytas marmoratus(Townsend), Archytas piliventris (Vander Wulp), Archytas sp., Peleteriarobusta Wd., Winthemiaquadripustulata (Fab.), Winthemia sp.],H. virescens [A. marmoratus, Celatoriasp.], Trichoplusia sp. [Oria ruralis(Fallen)], H. zea [A. marmoratus].Dentre estas, somente A. marmoratusjá foi utilizada em liberaçõesinoculativas para o controle de S.frugiperda, H. virescens e H. zea, emalgodoeiro.

As moscas parasitóides normalmentedepositam os ovos sobre ou próximo aohospedeiro (Figura 6). De modo geral,

as larvas recém eclodidas penetram nohospedeiro, desenvolvendo-se nointerior dos mesmos e emergindo nafase de pré-pupa ou pupa dohospedeiro. A larva do parasitóide nofinal do desenvolvimento, abandonam ohospedeiro deixando-se cair ao soloonde forma o pupário (Figura 7).

Fig. 7. Pupários de mosca Tachnidaeobtidos de lagartas de Spodopterafrugiperda parasitadas.

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Fig. 6. Postura de mosca Tachnidaesobre lagarta de Spodoptera frugiperda.

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Embora reduzam grandemente oconsumo do hospedeiro, pois aslagartas parasitadas com o tempodeixam de se alimentar ou tem o seudesenvolvimento retardado, nãorepresentam grande atrativo aosagricultores uma vez que não são,normalmente, incorporadas aossistemas de amostragens adotados. Oparasitismo pode ser constatado pelapresença de massas brancas de ovosnormalmente depositadas na cápsulacefálica e dorso das lagartas (emSpodoptera) (Figura 6), vários pontosescuros no corpo das lagartas deHeliothis e Helicoverpa, corpo flácido e

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coloração desigual. A coleta delagartas no campo na época de surtospopulacionais pode resultar naobtenção de pupários de moscasparasitóides a partir de lagartasparasitadas.

A produção de moscas parasitóides emlarga escala tem sido impedida pelaausência de dietas artificias paracriação das mesmas, e na maioria dasvezes baixa taxa de produção dedescendentes por hospedeirosparasitados (um descendente/hospedeiro). Além disso, existempoucas informações a respeito dabioecologia das principais espécies queocorrem na lavoura algodoeiradificultando o seu uso ou conservação.Portanto, o parasitismo natural pormoscas parasitóides representa umamplo campo a ser explorado visando autilização e ou incorporação destas nomanejo de pragas do algodoeiro.

e) Parasitóides de homópteros-praga doalgodoeiro

· Mosca branca – Bemisia spp.(Aleyrodidae)

Encarsia spp. (Aphelinidae)

Os parasitóides do gênero Encarsia(Figura 8) são considerados osparasitóides mais importantes dasespécies de mosca branca, sendoencontrados em diferentes regiões domundo e do Brasil. As fêmeas doparasitóide podem alimentar-se do

conteúdo extravasado de perfuraçõesfeitas com o ovipositor no corpo detodos os estádios ninfais da moscabranca, ocasionando significantemortalidade. No entanto, a principalação de parasitismo de Encarsia éverificada em ninfas de terceiro equarto ínstares (pupários) (Figura 9), asquais após 7 a 10 dias tornam-seescuras. A emergência ocorre por umorifício redondo no tegumento dohospedeiro (mosca branca) (Figura 10),diferindo da emergência do adulto damosca branca que se dá por aberturas

Fig. 8. Adulto do parasitóide Encarsia.

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Fig. 9. Pupário de mosca brancacontendo pupa de Encarsia nigriceps noseu interior (esquerda) e após aemergência do parasitóide (direita).

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irregulares. Após a emergência doparasitóide o pupário do hospedeirotorna-se incolor (Figura 9). Dada a suaimportância existem empresas quefazem produção comercial de Encarsiaem diversos países do mundo.

Na lavoura algodoeira, sua ação temsido modesta por vários motivos, dentreeles a massiva carga de pulverizaçõese mistura de inseticidas utilizados parao controle de mosca branca bem comode outras pragas. Além disso, dosprodutos registrados para o controle depragas do algodoeiro, poucos são osque demonstram baixa toxicidade àEncarsia. O endosulfan e os piretróides,em geral, são altamente tóxicos para oparasitóide, enquanto os inseticidasreguladores de crescimento, em geral,e o pymetrozine apresentam baixatoxicidade.

·Eretmoceros spp. (Aphelinidae)

São pequenos parasitóides decoloração pálea a amarelada comaproximadamente 1 mm decomprimento (Figura 11). Diversasespécies são parasitóides de moscabranca. Diferentemente do que éconstatado em relação ao gêneroEncarsia, as pupas de mosca brancaparasitadas por estes insetos não setornam escuras, dificultando adetecção do parasitismo a campo, umavez que estas mantém coloraçãosimilar àquela exibida por pupas nãoparasitadas ou variam muito pouco emrelação a coloração original. Noentanto, o parasitismo pode serdetectado pelo orifício circular feito nodorso do hospedeiro quando ocorre aemergência dos adultos do parasitóide.A fêmea deposita os ovos na faceinferior e externa de todos os estágiosde desenvolvimento da mosca branca,exceto em ovos. O ciclo de ovo adultovaria de 9 a 16 dias, e dependendo

Fig. 11. Adulto do parasitóideEretmoceros.

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Fig. 10. Adulto de Encarsia nigricepsemergindo de pupário de moscabranca.

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das condições climáticas a populaçãopode aumentar rapidamente.

Este parasitóide é suscetível a maioriados inseticidas registrados para acultura do algodoeiro.

· Pulgão do algodoeiro - Aphis gossypiiGlover (Aphididae)

Lysiphlebus testaceips Cresson(Aphidiidae)

São pequenas vespas (< 3mm) comaparência escura a totalmente preta(Figura 12) que são visualizadasandando na face inferior das folhas doalgodoeiro infestadas com o pulgão.Realizam vôos curtos entre plantasquando perturbadas, e o parasitismonas colônias do afídeo é facilmentedetectado pela presença de pulgõesmumificados de coloração pálea(tegumento do pulgão parasitadocontendo larva ou pupa do parasitóideque é usado como proteção) (Figura13). Esse sintoma é constatado em

torno de 8 dias após a oviposição doparasitóide. A larva deste ao semovimentar dentro do pulgão faz comque seu tegumento seja expandidotornando-o arredondado, procedendoentão a abertura de um orifício na parteinferior do abdomen do pulgão, o qual oparasitóide utiliza para fixar as múmiasàs folhas utilizando fios de seda. O ciclototal do parasitóide (da oviposição àemergência dos adultos) ocorre de 12a 16 dias. Em condições naturais,verifica-se rápido declínio na populaçãode A. gossypii quando constata-se apresença de 20% de parasitismo(pulgões mumificados). Estesparasitóides colonizam a lavouraalgodoeira a partir de indivíduosproduzidos em culturas adjacentes ouplantas daninhas, como os pulgões dogênero Myzus e Macrosiphum, o quejustifica a importância da manutençãoda vegetação nativa em torno daslavouras.

Quanto a seletividade de inseticidas eFig. 12. Adulto do parasitóideLysiphlebus testaceips.

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Fig. 13. Pulgão do algodoeiro exibindosintoma de parasitismo por Lysiphlebustestaceips (mumificado).

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fungicidas, o parathion methyl e ochlorpyrifos são altamente tóxicos paraadultos e larvas do parasitóide queainda não emergiram dos pulgõesmumificados. Entretanto, o parathionmethyl possui baixo efeito residualpermitindo a recolonização das áreastratadas. Por outro lado, o tratamentocom granulados sistêmicos, em geral,apresenta seletividade ecológica paraos parasitóides (larvas e pupas) que selocalizam dentro dos pulgõesmumificados.

·Aphelinus gossypii Timberlake(Aphelinidae)

Este parasitóide foi recentementeencontrado no Brasil, parasitando A.gossypii em Recife, PE. São pequenosparasitóides de cerca de 3 mm decomprimento, coloração geral preta,porém com o abdomem, segmentosterminais das antenas e tarsos decoloração pálea (Figura 14). Ospulgões mumificados (parasitados) sãopretos, não tem o tamanho e nem aforma alterada pelo parasitismo e sãofacilmente localizados no ponteiro dasplantas e ao longo das nervuras dasfolhas (Figura 15). Em plantasaltamente infestadas com A. gossypiiparasitados por A. gossypii observa-semigração dos pulgões parasitadosformando aglomerados de múmias nahaste principal das plantas, folhasbaixeiras e encarquilhadas e noscapulhos abertos, entre as fibras (J.B.Torres, observação pessoal).

O parasitóide foi introduzido naCalifornia, USA, para o controle dopulgão A. gossypii em diferentesculturas, especialmente no algodoeiro,as liberações experimentais seiniciaram em 1998 a partir depopulações de parasitóides encontradasno Havaí. Outra possível introduçãodeu-se a partir do Oeste Asiático,

Fig. 15. Pulgão do algodoeiro exibindosintoma de parasitismo por Aphelinusgossypii.

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Fig. 14. Adulto de Aphelinus gossypiiparasitando ninfa do pulgão doalgodoeiro.

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região onde acredita-se ser o centro deorigem deste parasitóide.

Colônias de pulgões parasitados e queforam pulverizadas com pymetrozine outhiamethoxam não tiveram aemergência afetada, embora othiamethoxam reduziusignificativamente a longevidade dosadultos. A toxicidade do resíduo secodos inseticidas lufenuron, pirimicarb,thiocarb, fenoxycarb e buprofenzinavaliada através da exposição de folhastratadas ao parasitóide, caracterizou-oscomo seletivos, não afetando oparasitóide, o mesmo não sendoconstatado em relação ao carbaryl,chlorpyrifos, thiamethoxam,imidacloprid e diazinon que foramaltamente tóxicos.

3.2.2 Predadores

Existem vários insetos, ácaros, aranhas,pássaros e outros que atuam comopredadores das pragas do algodoeiro(Tabela 1). Dada a importância dessespredadores no manejo integrado daspragas desta cultura, torna-seimportante sabermos identificá-loscorretamente durante o processo deamostragem e conhecer um pouco dasua bioecologia para que possamosminimizar o impacto das demais táticasde controle de pragas e de conduçãoda cultura sobre eles e, principalmente,adotar medidas que os favoreçam.

Muitos predadores podem ser

caracterizados como predadores-chavede determinadas pragas (presas) doalgodoeiro por demonstrarem certograu de preferência ou especificidade emaiores taxas de predação edesenvolvimento quando alimentadoscom tais pragas. No entanto, emcondições naturais, onde oagroecossistema algodoeiro se encontracolonizado por diversas pragas epredadores, a relação que seestabelece entre os indivíduos nãodemonstra correlações tão significativasquanto esperado. Esta situação advémdo fato da maioria dos predadores,salvo algumas exceções, que exercemimpacto sobre as pragas do algodoeiroserem capazes de adotarcomportamento generalista,alimentando-se de várias presas, emsituação de diversidade alimentar, alémde possuírem ciclo de vidarelativamente curto, com sobreposiçãode gerações e aumento dacompetitividade intra-específica, alémde alta mobilidade (que favorece aemigração).

Em geral, não existe um predador maiseficiente, sendo o controle mais efetivoquando se considera o complexo depredadores das pragas ao longo de todoo ciclo do algodoeiro. No entanto,alguns predadores tem assumidoposição de destaque no controlebiológico das pragas do algodoeiro porapresentarem ciclo curto, altafecundidade, comportamento

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generalista - sendo capazes de atacardiferentes pragas em diferentesestágios de desenvolvimento - e altamobilidade - que proporciona o escapedas pulverizações e a colonização eexploração das condições temporáriasdos diversos agroecossistemas. Assim,alguns inimigos naturais como asjoaninhas predadoras, percevejospredadores, bicho lixeiro, formigas earanhas tem tido destaque no controlebiológico natural das pragas doalgodoeiro. Os demais predadoresencontrados na lavoura algodoeira nãosão menos importante, seconsiderarmos que, como mencionadoanteriormente, devido as peculiaridadesdemonstradas pelas pragas e pelossistemas de manejo comumenteadotados, o controle biológico tenderáa ser mais eficaz se consideradoconjuntamente e não levando-se emconta apenas uma espécie isoladadevido ao seu potencial ou voracidadesobre determinada praga específica.

3.2.2.1 Joaninhas predadoras(Coleoptera: Coccinellidae)

Estes insetos são caracterizados porpossuírem o corpo convexo e oval,determinados pela forma dos élitros quepodem ser de coloração clara (amarela,vermelha) a totalmente escura, liso e,as vezes, brilhante, podem possuirmanchas geralmente escuras variandoem número e formato. O comprimentodo corpo varia de 0,8 a 10 mm. Nanatureza são comumente confundidas

com os crisomelídeos (“vaquinhas”),mas diferenciam-se destes porpossuírem o tarso dividido em quatrosegmentos, demonstrando possuíremsomente três (criptotetrâmeros),enquanto os crisomelídeos possuem otarso dividido em cinco segmentos eaparentam possuírem somente quatro(criptopentâmeros).

Os adultos realizam posturas em gruposde ovos com formato elíptico,geralmente amarelados quando recémdepositados e avermelhados próximos àemergência das larvas. As larvas sãocampodeiformes com o primeiro par depernas desenvolvido o que auxilia namovimentação, captura de presas eescape de outros predadores eparasitóides. São comumenteencontradas na face inferior das folhasdo algodoeiro associadas às colônias depulgões, ácaros e moscas branca,embora possam ser vistaslocomovendo-se por toda a planta,onde também podem predar ovos deoutros insetos e pequenas lagartas. Noato de predação exercido pelas larvas,estas normalmente se aderem aosubstrato através da parte terminal doabdomen ficando o tórax livre paraauxiliar na manipulação das presas. Oprocesso de pupação ocorre na própriaplanta, sendo realizado de formaisolada ou em grupos. A larva na fasede pré-pupa mantém-se aderida aplanta através da parte terminal doabdomen. A pupa é formada através

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da retração do corpo da larva eliberação da última exúvia que iráconstituir a estrutura desta e semanterá aderida à planta até aemergência do adulto, podendo ou nãomovimentar-se em sinal de defesaquando pertubada.

Tantos os adultos quanto as larvas sãopredadores, sendo que muitas espéciesquando adultas podem chegar aconsumir cerca de 100 pulgões/dia.Quando as presas são escassas, osadultos podem sobreviver alimentando-se de néctar, “honeydew”, pólen ouuma combinação destes. Nascondições brasileiras é muito comumverificar-se a ocorrência destes insetosdurante a entressafra, em plantasdaninhas como o picão preto, querepresentam refúgio também parapulgões, moscas brancas e outrosinsetos.

a) Cycloneda sanguinea (L.)

A presença desta joaninha éconstatada em diversas culturas, sendoa joaninha predadora mais citada emestudos de levantamento de inimigosnaturais de pulgões na cultura doalgodoeiro. São predadoras ávidas depulgões, podendo predar também ovose pequenas lagartas. Os adultos podemalcançar até 6 mm de comprimento,possuem élitros vermelho-alaranjados(Figura 16) e, em contraste com asdemais espécies de joaninhaspredadoras, não possuem manchas

pretas nos élitros. As larvas são escurascom manchas de coloração amarela.

Tanto os adultos quanto as larvaspossuem alta capacidade predatóriasendo os adultos capazes de consumircerca de 20 pulgões por dia e aslarvas, capazes de se alimentar em até200 pulgões durante todo o períodolarval. A fase larval compreende quatroínstares com duração média total de 9dias, o período pupal tem duração de 3a 4 dias e os adultos podem viver porcerca de 60 dias, em condições delaboratório.

b) Coleomegilla maculata (DeGeer)

Os adultos deste inseto diferem dasdemais joaninhas por possuirem élitrosde coloração predominante rosa aavermelhada com 6 machas pretas emcada um (Figura 17). Podem medir de4 a 8 mm de comprimento,apresentando pronoto de coloração

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Fig. 16. Adulto de Cycloneda sp.predando pulgão.

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Fig. 17. Adulto de Coleomegillamaculata.

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rosa ou amarela com duas manchastriangulares pretas. A fêmea de C.maculata chega a produzir de 200 a1000 ovos e a viver de um a trêsmeses. Os ovos são depositados demaneira a formar pequenos grupos emlocais protegidos como bordas dasfolhas encarquilhadas e brácteas epróximos às colônias de pulgões. Aslarvas são escuras (Figura 18) emedem de 5 a 6mm próximas àpupação, a qual se dá na própria planta(Figura 19). Tanto as larvas quanto osadultos predam, principalmente,

Fig. 19. Pupa de Coleomegillamaculata.

pulgões, mas podem atacar ovos epequenas lagartas da maçã, curuquerê-do-algodoeiro, e outras. Utilizam opolén como importante suplementoalimentar, independente da presençada presa.

c) Delphastus pusillus (LeConte)

Esta joaninha preda todas as espécies eestágios de desenvolvimento da moscabranca, preferindo todavia os ovos eninfas deste inseto. Os adultos sãopequenos, medindo de 2 a 3 mm decomprimento, de coloração parda aamarronzada, quando recémemergidos, tornando-se posteriormentepretos com a cápsula cefálica emargens do tórax avermelhadas.

Embora de tamanho reduzido, osadultos podem voar longas distânciasentre lavouras a procura de plantasinfestadas com mosca branca. Adultose larvas são encontrados associados àscolônias de mosca branca, sendo acoloração escura dos adultos

Fig. 18. Larva de Coleomegillamaculata.

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mascarada pela pulverulência produzidapela mosca branca. As larvas possuemcoloração pálea com pilosidadeacentuada sobre o corpo.

Fêmeas de D. pusillus vivem por até 60dias e depositam em média 3 a 4 ovospor dia, nas colônias de mosca branca.As larvas passam por três ou quatroínstares, dependendo da disponibilidadede presas e da temperatura ambiental,com duração de dois a três dias porínstar. As pupas normalmente ocorremagrupadas na face inferior das folhasjunto às colônias de mosca branca ouem restos culturais, e a eclosão dosadultos normalmente se verifica seisdias após o início do processo depupação. Adultos de D. pusillus podemconsumir até 160 ovos ou 12 ninfas deúltimo ínstar de mosca branca por dia.No entanto, as fêmeas deste predadorprecisam alimentar-se de mais de 150ovos de mosca branca por dia parainiciarem oviposição, no caso de haversomente ovos disponíveis para aalimentação destas. Embora estenúmero possa ser facilmenteencontrado em plantas com infestaçõesmoderadas, baixas infestaçõestenderão a limitar a persistência destepredador nas lavouras, já quedemonstram alta especificidade pelamosca branca. Logo, este seria umpredador com potencial de exploraçãoem liberações inundativas, devido a suaalta taxa de consumo e especificidade.

Devido ao fato desta joaninha ter

passado a adquirir maior importância noagroecossistema algodoeiro a partir dadetecção das altas infestações demosca branca nesta cultura, poucosresultados de pesquisa que tratem desua bioecologia e uso no manejointegrado de mosca branca noalgodoeiro são disponíveis. No entanto,pulverizações de thiamethoxam epymetrozine em plantas de algodoeiroinfestadas naturalmente com moscabranca e D. pusillus, mostraram que othiamethoxam foi altamente tóxico àslarvas, pupas e adultos deste predador,enquanto o pymetrozine foipraticamente inócuo causando menosque 10% de mortalidade de larvas,pupas e adultos.

d) Hippodamia convergens (Guerin-Meneville)

Os adultos medem de 4 a 7 mm decomprimento e se caracterizam porpossuírem duas manchas brancaparalelas e convergentes no pronoto(Figura 20). Além disso possuem os

Fig. 20. Fêmea adulta de Hippodamiaconvergens.

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Fig. 24. Adulto da joaninha Scymnusassociado à colônia de pulgão.

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élitros vermelhos contendo de 1 a 13manchas escuras, mas sem variaçãonas manchas convergentes do pronoto.As larvas são escuras com duasmanchas amarelas de cada lado doabdomen (Figuras 21 e 22), sendo suaocorrência nas plantas freqüentementerelacionada ao ataque de pulgões.Podem ocorrer em áreas com baixainfestação de pulgões, onde sãocapazes de se alimentar de polén enéctar produzidos pelo algodoeiro ououtras plantas, bem como de ovos epequenas lagartas. Em condiçõesnaturais, localizam e consomem até 12

ovos da lagarta da maçã/dia. Após operíodo larval, as larvas se transformamem pupas (Figura 23) no próprio localde sua alimentação, sendo comumconstatar-se a presença de pupaspróximas às colônias de pulgões.

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Fig. 23. Pupa de Hippodamiaconvergens.

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Fig. 21. Larva de Hippodamiaconvergens.

Fig. 22. Emergência de larvas deHippodamia convergens.

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e) Scymnus spp.

Os adultos dos insetos pertencentes àeste gênero possuem a formacaracterística das demais joaninhas,porém são muito menores, atingindocerca de 1/5 do tamanho das outrasjoaninhas (cerca de 4 mm) (Figura 24).

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Possuem coloração escura, podendoapresentar algumas manchas ouextremidades dos élitros amarronzados(Figura 25). São bastante comuns nas

aparecem constantemente associadasàs colônias de pulgão, podendocontudo, alimentar-se ainda de larvasde primeiros ínstares de Heliothis/Helicoverpa

3.2.2.2 Percevejos predadores(Heteroptera)

Os percevejos predadores constituem-se em um grupo diverso e fascinantede inimigos naturais presentes noagroecossistema algodoeiro.

Os percevejos são facilmenteidentificados através do aparelho bucalsugador e asas do tipo hemiélitro,características dos percevejos. Oaparelho bucal sugador (rostro) édirecionado para frente no momentoda predação, sendo então inserido napresa. Através do aparelho bucal, opredador injeta enzimas que auxiliamna imobilização da presa e digestão dostecidos e órgãos internos da presa,facilitando a ingestão posterior naforma semi-líquida.

a) Geocoris spp. (Geocoridae)

Vários levantamentos populacionais deinimigos naturais de pragas doalgodoeiro no Brasil, citam Geocoriscomo um importante predador. Noentanto, estudos taxonômicosadicionais são necessários para melhordefinição das espécies, pois estas sãomencionados como sendoprimordialmente pertencentes aocomplexo Geocoris punctipes (Say).

Fig. 25. Adulto da joaninha Scymnusalimentando-se de nectário presenteem planta de algodoeiro.

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Fig. 26. Larva da joaninha Scymnus.

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lavouras algodoeiras, onde se localizampreferencialmente na região do ponteirodas plantas. As larvas são recobertaspor filamentos esbranquiçados oumaterial ceroso, sendo frequentementeconfundidas com cochonilhas (Figura26). Tanto as larvas quanto os adultos,

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O gênero Geocoris compreende insetospequenos (de 2 a 4 mm decomprimento), de coloração cinzaprateada a totalmente escura,dependendo da espécie, e presença degrandes olhos compostos que fazem acabeça parecer mais larga que o tórax(Figuras 27 e 28). As fêmeasdepositam os ovos em qualquer parteda planta de algodoeiro, maspreferencialmente na face inferior dasfolhas terminais tanto da haste principalcomo dos ramos laterais. Cada fêmea

pode depositar até 300 ovos duranteseu ciclo de vida. Os ovos são decoloração amarelada e formatocilíndrico (Figura 29). Ninfas (Figura 30e 31) e adultos (Figuras 27 e 28)predam ovos e ínstares iniciais de todasas principais pragas do algodoeiro eácaros (Tabela 1), excetuando-se A.grandis e E. brasiliensis. Além desseamplo espectro de presas, estepercevejo predador também é capaz dealimentar-se das plantas obtendobasicamente água e nutrientes, sem

Fig. 27. Adulto de Geocoris punctipespredando o pulgão do algodoeiro.

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Fig. 28. Adulto de Geocoris punctipespredando ovo de Lepidoptera.

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Fig. 29. Ovo do percevejo Geocorispunctipes.

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Fig. 30. Ninfa de Geocoris punctipespredando larva de Lepidoptera.

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chegar a causar danos, característicasque os favorecem em situações deescassez de presas nas lavouras.

Para iniciar uma criação, a coleta podeser feita através de pano de batida naprópria lavoura do algodoeiro, ouutilizando-se sugadores tipo D-Vac®coletando-os em diversas culturas (taiscomo soja) ou em plantas daninhas queocorrem infestando a cultura ou selocalizam próximas à lavoura. Estemétodo é bastante eficiente facilitandoa coleta a campo, já que estespercevejos ao serem pertubadoscomumente caem ao solo,escondendo-se entre gravetos erachaduras do solo. No caso de desejar-se iniciar uma criação livre de parasitase na qual a espécie já tenha sidoidentificada previamente, pode-seiniciá-la a partir de indivíduos cedidospor outros laboratórios ou por empresasque comercializam inimigos naturais.

A produção massal deste predador

visando liberações inundativas ouinoculativas, pode ser realizadautilizando-se ovos de Lepidoptera,pequenas lagartas ou dietas artificiais abase de fígado de boi, carne com 14 a20% de gordura e solução açucarada a5%, sem perda da viabilidade dopredador. As facilidades encontradaspara a produção massal e o usopotencial como agente eficaz decontrole biológico, fazem com que estepredador já venha sendo produzidocomercialmente em outros países.

Liberações inundativas de Geocoris temsido tentadas, mas estas requerem umnúmero relativamente alto de indivíduospara obtenção de controle satisfatóriode lagartas do gênero Heliothis eHelicoverpa, uma vez que estespredadores são capazes de se alimentarde diferentes pragas que ocorrem nalavoura algodoeira, dispersando do alvoprincipal. No entanto, se por um ladotal comportamento de predaçãorepresenta uma desvantagem ao usodirecionado, por outro lado a facilidadede manutenção destes organimos noagroecossistema, de produção massal ede liberações inoculativas são fatoresque tornam sua utilização no controlede pragas do algodoeiro factível.

Além das características decompatibilidade com outras estratégiasdo manejo integrado de pragas doalgodoeiro já mencionadas, estepredador possui baixa sensibilidade aalguns inseticidas recomendados para

Fig. 31. Ninfa de Geocoris punctipespredando ovos de Pentatomidae.

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uso no algodoeiro (Tabela 2). Osinseticidas methomyl, thiocarb espinosad utilizados em pulverizações acampo não mostraram efeito sobre aspopulações de Geocoris;methoxyfenozide, tebufenozide echlorfenapyr foram medianamentetóxicos. Entretanto, um número aindamaior de inseticidas e acaricidasregistrado para o controle de pragas doalgodoeiro mostram-se altamentetóxicos a este predador (Tabela 2), osquais deverão ser evitados, quando dasliberações massais. Da mesma forma,como são capazes de se alimentar dasplantas ocasionalmente, o uso deinseticidas sistêmicos embora possarepresentar a obtenção de seletividadeecológica para uma gama depredadores mastigadores e parasitóides,pode afetar significativamente aspopulações de Geocoris.

b) Orius insidiosus (Say) e Orius spp.(Anthocoridae)

São pequenos percevejos predadoresde 2 a 5 mm de comprimento, comasas possuindo faixas branca o quefacilita a visualização, embora acoloração geral seja escura (Figura 32).As fêmeas realizam posturas endofítica,inserindo o ovipositor no tecido tenro daplanta (Figura 33). A postura écomumente localizada nos ponteirosdas plantas, ao longo das nervuras nasfolhas, mas principalmente, na parteterminal superior do pecíolo junto àinserção com a folha. Ao eclodirem, as

ninfas se dispersam sendo comumenteobservadas no ponteiro das plantas, epossuindo a característica deapresentarem coloração geralalaranjada nos ínstares iniciais e escurano último ínstar (Figuras 34 e 35).

No algodoeiro são localizados na parteapical, entre os pêlos do ponteiro,atraídos por colônias de ácaros e tripes.No entanto, são também coletados nasflores onde ocorre uma estreita relaçãocom esta estrutura por alimentarem-setambém de polén e de tripes adultosque são facilmente encontrados nestes

Fig. 32. Adulto de Orius insidiosuspredando pupário de mosca branca.

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Fig. 33. Detalhe mostrando posturaendofítica do percevejo Orius insidiosus.

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locais. A presença destes predadores éfacilmente percebida pelo odorcaracterístico do feromônio de alarmeliberado quando os insetos sãoperturbados pela movimentação daplanta, durante a amostragem.

Apesar destes percevejos serempredadores mais eficientes de ácaros etripes que atacam o algodoeiro, podemtambém se alimentar de ovos elagartas de primeiro ínstar de Heliothis eHelicoverpa, de ovos da lagarta rosada,de ninfas e adultos de mosca branca,

de ovos de pentatomídeos, e depulgões e ovos de outros noctuídeos.

Similarmente ao comportamentoadotado pelos percevejos Geocoris,estes insetos podem ocasionalmentealimentar-se das plantas e, são capazesaté de completar seu ciclo de vidaalimentando-se somente de pólen demilho, não sendo capazes contudo dese reproduzir nestas condições.

Para iniciar-se uma criação, a coleta deOrius pode ser feita através de pano debatida na própria lavoura do algodoeiro,ou através da captura com o auxílio desugadores. Embora facilmentevisualizados no ponteiro das plantas, acoleta as vezes é dificultada pelo fatodos insetos voarem ou caírem quandopertubados. Em plantios de milho ascoletas podem ser feitas na base dasfolhas junto ao colmo onde ocorreacúmulo de polén (alimento alternativodo predador). Podem ser coletadosainda com o auxílio de sugadores tipoD-Vac® em diversas culturas ou plantasdaninhas infestadas com tripes ouácaros. Como mencionado paraGeocoris caso deseje-se iniciar umacolônia livre de parasitas e com aespécie identificada previamente, pode-se optar pela obtenção de populaçõescedidas por outros laboratórios ouempresas que comercializam inimigosnaturais.

A produção massal deste predador éfeita basicamente através da utilização

Fig. 34. Ninfa do percevejo Oriusinsidiosus predando o pulgão doalgodoeiro.

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Fig. 35. Ninfa de quinto ínstar de dopercevejo Orius insidiosus.

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de ovos de lepidópteros-praga de grãose farinhas armazenados. Uma dasprincipais dificuldades impostas àcriação massal seria a necessidade detecido vegetal para oviposição. Noentanto, recentes avanços nametodologia de produção massal destepredador tem sido alcançadosadotando-se meio de cultura BDA eesponjas para oviposição, além dodesenvolvimento de dieta artificial paracriação de ninfas e adultos. Estesavanços tenderão a facilitar o usodesses predadores no algodoeiro, poisnão existem relatos de liberacõesinundativas nesta cultura, apesar destasserem realizadas ocasionalmente emcultivos protegidos para o controle deácaros e tripes.

Como a colonização do algodoeiro porOrius está relacionada a presença detripes e pulgões que são pragas iniciaisda lavoura, este predador deverá serpreservado para que possa atuardurante todo o ciclo da cultura,atacando as pragas de ocorrênciaintermediária a tardia, como os ácaros-praga, ovos e pequenas lagartas. Dadoao comportamento adotado por esteinseto de sugar as plantasocasionalmente em busca de água enutrientes, o tratamento de sementes eo uso de inseticidas sistêmicos no sulcode plantio podem reduzir grandementesuas populações. Similarmente,pulverizações com inseticidaspiretróides e fosforados apresentam alta

toxicidade às populações de Orius(Tabela 2). No entanto, os inseticidaspertencentes ao grupo dos reguladoresde crescimento, bem como opymetrozine, o spinosad, o indoxacarb,o acaricida dicofol e o inseticidacarbamato pirimicarb mostram-sepouco tóxicos ou não tóxicos aosadultos deste predador.

c) Podisus spp. (Pentatomidae:Asopinae)

A maioria dos Pentatomidaeconstituem-se em pragas das lavourasincluindo o algodoeiro. No entanto, asubfamília Asopinae é representada porespécies predadoras. Percevejosasopineos caracterizam-se por seremrelativamente grande em comparaçãoaos demais percevejos predadoresencontrados no algodoeiro. As espéciesmais comuns são Podisus nigrispinus(Dallas) (=P. connexivus, = P. sagitta),Alcaeorrhynchus grandis (Dallas) ,Brontocoris tabidus (Signoret) eSupputius cinctipes (Stal). A ocorrênciadesses predadores no algodoeiro possuiestreita relação com as culturasadjacentes, como a soja e o girasol,possivelmente, por possibilitarem ofornecimento de presas de melhorqualidade e serem pulverizadas emmenor intensidade. Indivíduos coletadosa campo possuem coloração variandode pálea ao esverdeado e vermelhoescuro, com pontuações distribuídassobre o corpo. O tamanho também ébastante variável entre as espécies

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(<8 mm a 18 mm) e, mesmo dentroda espécie, uma vez que os machossão menores que as fêmeas (Figuras36 e 37).

As ninfas de Podisus podemassemelhar-se às joaninhas predadorasdada a coloração geral avermelhada e

a forma de locomoção (rápida).Todavia, as características chavedistintivas seriam a ausência de élitros,comum nas joaninhas e o aparelhobucal, sugador no caso dos percevejose mastigador no caso das joaninhas.Podem ainda ser confundidos com ospercevejos fitófagos que ocorreminfestando o algodoeiro. No entanto, ospercevejos predadores normalmentepossuem a característica deapresentarem rostro reto e curto(comumente não ultrapassando oprimeiro par de pernas quando emrepouso), além de possuírem o primeirosegmento do rostro solto o que lhespermite compor um ângulo de até 180o

no momento do ataque à presa (Figuras36 e 37).

Percevejos predadores possuemdesenvolvimento incompleto (ovo, ninfae adulto), sendo, por isso,caracterizados como paurometábolos.Os ovos são depositados em gruposnormalmente na face inferior dasfolhas, podendo também serencontrados em outras partes da planta(Figura 38). Os ovos se assemelham aoformato de um barril, possuemcoloração esverdeada a prateadatornando-se avermelhados próximo àemergência das ninfas. Odesenvolvimento de ovo a adulto variaem função da disponibilidade de presaspara as ninfas e condições climáticas,mas em geral se dá entre 15 a 20dias. Uma fêmea de P. nigrispinus, em

Fig. 36. Fêmea do predador Podisuspredando lagarta em planta daninha.

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Fig. 37. Fêmea do predador Podisuspredando lagarta de Pseudoplusiaincludens.

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condições de campo, e mantidaconfinada em uma planta dealgodoeiro, apresenta taxa de predaçãode 0,017 lagartas de quarto ínstar deA. argillacea/hora, consumindo de 9 a22 lagartas de A. argillacea de quartoínstar durante a fase ninfal e de 34 a74 lagartas durante a fase adulta. Osadultos quando alimentados comlagartas de A. argillacea podem viverde 1 a 2 meses e produzir, em média,300 ovos. Em condições ideais deprodução massal podem viver até 3meses e produzir de 600 a 900 ovos/fêmea.

Em comparação aos demais percevejos(Geocoris, Orius e Nabis), aspopulações destes percevejos sãomenos freqüentes no agroecossistemaalgodoeiro. Todavia, as característicasbiológicas das espécies e as facilidadesencontradas para a produção massal,os tornam alvos potenciais de utilizaçãoem programas de controle biológico

aumentativo. P. nigrispinus e S.cinctipes são as espécies mais estudas,sendo ambas passíveis de produção emlarga escala via criação massal e abaixo custo, utilizando-se presasalternativas como larvas de Muscadomestica L. e de Tenebrio molitor L.ou empregando-se dieta artificial a basede fígado de boi, carne gordurosa,levedura de cerveja, complexovitamínico e anti-microbianos. P.nigrispinus tem sido produzido eliberado massalmente visando ocontrole de insetos desfolhadores deeucalipto em Minas Gerais desde1989, sendo que somente no ano de2000 foram produzidos e liberadosefetivamente a campo 337.400predadores adultos pela V&M Florestal.

Embora estejam comumenteassociados a surtos de lagartasdesfolhadoras do algodoeiro, podemocorrer na lavoura predando outraspragas importantes da cultura. Ocomportamento de predaçãonormalmente está relacionado aotamanho ou ínstar no qual o predadorse encontra. Enquanto ninfas desegundo e terceiro ínstares são capazesde predar pulgões, ovos em geral,ninfas de outros percevejos e lagartasou larvas pequenas, os predadoresadultos concentram sua alimentaçãosobre lagartas independente dotamanho destas. Todavia, tanto osindivíduos adultos quanto as ninfaspreferem se alimentar de lagartas de

Fig. 38. Postura do percevejo predadorPodisus.

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Coleoptera e Lepidoptera, em situaçãode escolha. Para se iniciar uma criaçãomassal ou incrementar a populaçãoexistente no laboratório, adultos eninfas podem ser coletados emdiferentes culturas (algodão, soja,feijão, maracujá) apresentando surtospopulacionais de lagartasdesfolhadoras, utilizando-se pano debatida ou rede de varredura. Outraestratégia seria a obtenção deindivíduos cedidos por outroslaboratórios. Para este fim específico, aobtenção de posturas seria a formamais adequada e estas podem serrequeridas junto as seguintesinstituições: Universidade Federal Ruralde Pernambuco, Recife, PE,Universidade Federal de Viçosa, Vicosa,MG e Embrapa-Algodão, CampinaGrande, PB. No caso de desejar-seconhecer e obter informaçõesadicionais de laboratórios mantidos porempresas reflorestadoras que realizema produção massal e liberações acampo, pode-se contactar a Sociedadede Investigações Florestais, situada noCampus Universitário da UniversidadeFederal de Viçosa, Viçosa, MG.

Como estes predadores se alimentamocasionalmente de algumas plantas,alguns estudos tem se concentrado naavaliação do desenvolvimento,reprodução e preferência paraoviposição de P. nigrispinus em relaçãoa plantas que ocorrem infestando oalgodoeiro no Nordeste Brasileiro. As

plantas que mais favoreceram odesenvolvimento do inseto foram opicão (Bidens pilosa), o mentrasto(Ageratum conyzoides), o leiteiro(Euphorbia heterophylla) e o caruru(Amaranthus hybridus). Além disso, amanutenção de vegetação nosarredores funciona como refúgio paraestes e outros predadores, fornecendoárea de escape durante aspulverizações bem como fontealternativa para obtenção de presas. Autilização de inseticidas seletivostambém pode favorecer a conservaçãodas populações deste percevejo. Dentreos inseticidas com uso recomendado nacultura, destacam-se comoapresentando baixa toxicidade agudaaos adultos de P. nigrispinus: spinosad,pymetrozine, lufenuron, diflubenzuron,triflumuron e tebufenozide.Diafenthiuron, enxofre, monocrotophos,abamectin, methiocarb,lambdacyhalothrin possuem toxicidaderesidual curta, e os acaricidaspropargite e dicofol são inócuos.

d) Nabis spp. e Tropiconabis spp.(Nabidae)

Todas as espécies conhecidas destafamília são predadoras. Possuemcoloração pálea com pontuações cinzae forma do corpo achatado, sendotodas as espécies bastante similaresquanto a aparência (Figuras 39 e 40).Sua característica mais marcante é apresença do primeiro par de pernas dotipo raptatorial. Os ovos destes insetos

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são oblongos e depositados dentro dotecido vegetal, deixando somente umápice arredondado a mostra (Figura41). Após a eclosão dos ovos surgemas ninfas, as quais lembram o aspectogeral dos adultos, com excessão dofato de não possuírem asas e seremmenores (Figura 42). São predadoresgeneralistas atacando desde pulgões,ácaros, ovos em geral e lagartas.Constituem-se ainda em importantespredadores de ovos e lagartas deprimeiro ínstar de P. gossypiella e ovos

e pequenas lagartas de H. virescens.Embora sejam considerados comopredadores importantes não somentede pragas da cultura do algodoeiro,mas de insetos em geral, não existeminformações disponíveis sobre aprodução em larga escala. Paramanutenção de criações emlaboratório, as fêmeas requeremsubstrato vegetal para oviposição taiscomo vagens de feijão. Ninfas e adultosapresentam canibalismo acentuadoquando mantidas em condições

Fig. 39. Adulto do percevejo predadorNabis.

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Fig. 40. Adulto do percevejo predadorTropiconabis.

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Fig. 41. Postura do percevejo predadorNabis.

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Fig. 42. Ninfa do percevejo predadorNabis.

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inadequadas como espaço reduzido epequena disponibilidade de presas, oubaixa qualidade das mesmas.

e) Zelus sp. e Apiomerus sp.(Reduviidae)

São predadores encontrados comrelativa frequência no agroecossistemaalgodoeiro, onde ocorrem alimentando-se de diferentes pragas, incluindoaquelas pouco predadas por outrospredadores como vaquinhas, percevejorajado e manchador. Podem alimentar-se ainda de larvas de joaninhas e ninfasde outros percevejos predadores,apresentando elevado canibalismo emcriações mantidas em laboratório. Osadultos destes insetos medem de 10 a22 mm de comprimento, possuem acabeça longa e estreitada, rostro com3 segmentos, abdomen não totalmentecoberto pelas asas, e coloraçãoalaranjada a avermelhada commanchas amarronzadas (Figura 43). Asfêmeas depositam os ovos em gruposunidos por substância pegajosa que

auxilia na proteção e aderência destesnas folhas das plantas (Figura 44).

Seu ciclo de vida vai de de 30 a 50dias, sendo relativamente longo secomparado ao demais percevejospredadores.

Fig. 43. Adulto do percevejo predadorZelus.

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Fig. 44. Postura de percevejo predadorpertencente à família Reduviidae.

3.2.2.3 Bicho lixeiro (Neuroptera)

a) Chrysoperla sp. e Chrysopa sp.(Chrysopidae)

Os crisopídeos são predadorespreferenciais de pulgões apesar deserem capazes de predar outrosinsetos, como pequenas lagartas,moscas branca, tripes e ácaros. Devidoa sua preferência alimentar por pulgõessão chamados vulgarmente de “leõesde pulgões” ou bicho lixeiro (devido aohábito exibido por algumas espécies decarregar restos das presas e exúviassobre o corpo).

Os adultos do bicho lixeiro são

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predominantemente verdes, medem de12 a 20 mm de comprimento,possuem antena longa e olhoscompostos de coloração clara adourada (Figura 45), e se alimentamapenas de néctar. As fêmeasdepositam os ovos em diferentessubstratos os quais são característicospor serem, pedunculados (Figura 46).

As larvas são de coloração acinzentadacom manchas escuras, possuem aspernas bem desenvolvidas e um par defalsas mandíbulas em forma de pinçasque servem para manipular as presas,injetar enzimas e sugar o conteúdo

digerido (Figura 47). Passam por trêsínstares, completando seudesenvolvimento em 10 a 14 diasdurante o verão, quando tecem casulosde seda formando a pupa no interior.Os casulos podem ser encontrados emdiferentes partes da planta dealgodoeiro aderidos por fios de seda(Figura 48). Durante a fase larvalpodem consumir de 100 a 600pulgões, sendo este consumo variávelem função da intensidade de“honeydew” e pilosidade das folhas,que atuam reduzindo a taxa depredação.

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Fig. 45. Adulto de Chrysoperla externa.

Fig. 46. Postura de Chrysoperlaexterna.

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Fig. 47. Larva de Chrysoperla externa.

Fig. 48. Casulos de Chrysoperlaexterna.

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Normalmente, possuem baixadensidade populacional nas lavourasalgodoeiras, o que parece ser resultadoda atividade predatória de outrosinsetos como percevejos predadores eformigas, bem como do canibalismointraespecífico.

Estes predadores já possuemmetodologia de criação massalestabelecida e, podem ser adquiridosatravés de empresas produtoras deinimigos naturais. As liberações acampo podem ser feitas com ovos,larvas, pupas ou adultos, sendopreferida a fase de ovo. Durante asliberações, os ovos são misturados afarelo de trigo e distribuídosmanualmente ou com auxílio depolvilhadores adaptados sobre asplantas, sendo este um método de fácilmanipulação e menos oneroso paragrandes lavouras. No Brasil, algumasinstituições já possuem criaçõesestabelecidas todavia estas são depequeno porte e se destinam apenas apropósitos científicos. Entretanto, acriação em larga escala utilizandopresas alternativas ou ovos demariposas das farinhas e grãosarmazenados ou dietas artificiais, já érealizada em outros países,apresentando potencial de serexplorada no Brasil visando liberaçõesinoculativas ou inundativas na culturado algodoeiro, como já vem sendorealizado em cultivos protegidos.

O bicho lixeiro apresenta suscetibilidade

variável frente aos diferentes grupos deinseticidas utilizados no algodoeiro,sendo parcialmente tolerante aosinseticidas carbamatos e, portanto, alvode estudos para a obtenção de raçastolerantes aos inseticidas piretróides efosforados. Logo, a conservação dessespredadores no agroecossistemaalgodoeiro depende do uso criteriosodos inseticidas e acaricidas, bem comoda diversidade de plantas que fornecempolén e néctar.

Produtos energéticos a base deaçúcares e levedura de cerveja sãoempregados através de pulverizaçõesnas bordas da lavoura, visando atrair emanter os adultos do bicho lixeiro naárea. Recentemente, agricultoresAustralianos tem adotado pulverizaçõesdo produto “Envirofeast” (atrativoalimentar) no algodoeiro no início dainfestação de Heliothis, utilizando-o emconjunto com a implementação defaixas de alfafa adjacentes às lavouras,o que tem resultado em aumentosignificativo do controle naturalexercido por este predador e por outrosagentes de controle biológico como asjoaninhas.

3.2.2.4 Aranhas predadoras

As aranhas são predadores generalistas(Figura 49) encontrados na naturezaindistintamente, sendo as espéciespertencentes as famílias Thomisidae,Salticidae, Lycosidae constatadas comrelativa freqüência no agroecossistema

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algodoeiro. São altamente generalistas,apresentam territorialidade, ciclo devida longo e acuidade parental,tornando difícil o estabelecimento e ocrescimento populacional em níveissuficientes para serem correlacionadascomo fator de mortalidade natural desuas presas. No entanto, são capazesde se alimentar de várias pragas doalgodoeiro, incluindo adultos da maioriados insetos, os quais normalmenteescapam do controle exercido poroutros predadores e parasitóidesconsiderados como mais importantes.

Contrariamente a crença de que asaranhas só são capazes de se alimentarde presas que aderem às suas teias, amaioria das espécies de importânciapara o algodoeiro constituem-se emávidas caçadoras no solo e na parteaérea das plantas. As espéciespertencentes à família Thomisidaecomo Misumenoides sp. normalmenteficam no ponteiro das plantas dealgodoeiro, a espera de presas,podendo alterar sua coloração para

aumentar os efeitos de camuflagemfacilitando a captura das presas.

A maioria das espécies que produzemteias, apresentam o comportamento de“armazenar” as presas, sendo comumencontrar-se pela manhã vários adultosde Heliothis, Helicoverpa e outrasmariposas capturadas durante a noiteno momento da colonização dalavoura. Elas são normalmenteencontradas nas bordaduras da lavoura,onde conseguem confeccionar suasteias entre a vegetação nativa sem queestas sejam destruídas pelas práticasculturais rotineiras no interior do cultivo.

3.2.2.5 Formigas predadoras(Formicidae)

Várias espécies de formigas sãoencontradas predando pragas doalgodoeiro, e estas se caracterizam porserem predadores generalistas. Osgêneros Solenopsis. Crematogaster,Pheidole, Conomyrma, Neyvamyrmexsão os mais comuns. Entre estes, comorelatado anteriormente na modalidadede controle biológico clássico, o gêneroSolenopsis (Figura 50) possui espéciesque se constituem em predadores dobicudo, ocorrendo naturalmente emcondições brasileiras. Este gênero écapaz de se alimentar ainda sobrealgumas lagartas-praga do algodoeiro,chegando a consumir em média 0,3ovos de H. virescens ou H. zea e 0,1lagartas pequenas por dia. Uma vezque estes insetos podem caçar em

Fig. 49. Aranha predadora sealimentando de larva de Lepidoptera.

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grupo, é comum verificar-se suaatividade predatória sobre presasmaiores.

Devido a grande incidência deSolenopsis nas lavouras algodoeiras dosEUA, estudos tem demonstrado que apresença dessas formigas apresentamefeito negativo sobre as populações dejoaninhas predadoras, percevejospredadores e bicho lixeiro, o que atuafavorecendo as infestações porpulgões.

3.3 Controle Biológico por Conservação

O controle exercido pelos inimigosnaturais aliado ao controle exercido porfatores ambientais tais comodessecação de ovos, larvas e pupas (nocaso das lagartas das maçãs e bicudo),ação mecânica da chuva (no caso deácaros, tripes e pulgões) são asprincipais causas de mortalidade naturaldessas pragas do algodoeiro. Paraobtermos o real potencial da ação decontrole exercida pelos inimigosnaturais associados as pragas do

algodoeiro, antes de mais nada énecessário conhecê-los e possuirinformações sobre sua eficiência decontrole.

A ação da formiga lava-pé, algunsparasitóides do bicudo, e algunspredadores e parasitóides das lagartasdas maçãs, pode chegar a causar altosíndices de mortalidade de suas presas,os quais não são contudo suficientespara suprimir os danos ocasionadospelas mesmas.

Se considerarmos, por exemplo, opotencial biótico de H. virescens comosendo de 300 a 1700 ovos por fêmeadurante a sua fase adulta em condiçõesnaturais, seria necessário a presença deno mínimo um predador chave destapraga (Orius, Geocoris, Chrysopa ouSolenopsis) para cada ovo encontradoa fim de que um controle efetivo fosseobtido.Apesar de inicialmente estarelação de 1:1 parecer de dificilobtenção, na prática já se constata queisso não é de todo impossível sobdeterminadas condições de manejo dacultura. Além dessa estreita relação de1:1 adotada para os predadores-chave,outros predadores não mencionadospodem contribuir significativamentepara o controle de Heliothis como ospercevejos Nabis sp. e Zelus sp.,ampliando os limites que compreendemesta relação. Atualmente, com aerradicação do bicudo do algodoeiro doSudeste dos EUA, e um percentualcrescente de lavouras plantadas com o

Fig. 50. Formiga Solenopsis predandolarva de Heliothis.

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algodoeiro transgênico Bt, a freqüênciadas pulverizações foi reduzidaconsideravelmente, bem como aocorrência das pragas alvo do Bt,(incluindo Heliothis), fazendo com que arelação de 1:1, predador chave:Heliothis, seja mais facilmente obtida.O mesmo pode ser entendido emrelação a outras pragas.

Esforços que visem reduzir a aplicaçãode pesticidas ou a utilização daquelesque demonstrem menor impacto sobreos inimigos naturais contribuirão paraum controle mais efetivo de pragasatravés do aumento da mortalidadenatural.

Existem ainda outras medidas quepodem ser adotadas com o objetivo decriar um ambiente favorável aosinimigos naturais. Estudos queobjetivaram analisar quais caracterespoderiam favorecer a presença dosinimigos naturais no algodoeirodestacaram: (1) pilosidade, a qual inibeo movimento de pequenos insetos eácaros, aumentando sua suscetibilidadeà predação. Como conseqüência ospredadores tem sua taxa de consumoaumentada, porém sua eficiência deprocura é reduzida; (2) nectários extra-florais, os quais funcionam como fontede carboidratos, principalmente, paraparasitóides da ordem Hymenoptera econstituem-se em atraentes parapredadores como bicho lixeiro,Geocoris, formigas, etc.; (3) forma dabráctea, a qual afeta a habilidade do

parasitóide em localizar o hospedeiro.

Mudanças nas práticas culturais podemter efeito significativo sobre a dinâmicapopulacional de agentes de controlebiológico naturalmente incidentes naslavoura. Plantas daninhas fornecemalimento como néctar e pólen,hospedeiros e presas alternativas paraos parasitóides e predadores, além derefúgio. A rotação de culturas tambémé uma prática cultural com potencial deexploração, considerando que ela podefavorecer o estabelecimento dosinimigos naturais na cultura sucessora.

Embora existam várias culturas quefavorecem a ocorrência dos inimigosnaturais, algumas não atendem asexpectativas dos produtores ourequerem grandes mudanças nosistema de produção das fazendas,para que seu cultivo seja viabilizado.Neste quesito o sorgo e o girassol temdespontado como culturas promissoras,sendo atrativas para inimigos naturaisque, posteriormente, podem migrarpara a cultura adjacente, neste casopodendo ser o algodoeiro. Diversospercevejos predadores e joaninhascolonizam o algodoeiro a partir damigração de lavouras adjacentes.

Outras práticas que podem ser citadascomo essenciais na conservação dosinimigos naturais associados aoalgodoeiro são: monitoramentoconstante (amostragens) das pragas einimigos naturais; dar prefência ao uso

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de produtos de baixa toxicidade e aosde baixo poder residual aos inimigosnaturais, quando apropriado; adotar ouso do controle químico somentequando as pragas atingirem o nível decontrole; realizar controle localizado, ouseja, somente nos talhões queatingiram o nível de controle; executara destruição planejada dos restosculturais; planejar a lavoura baseando-se no histórico da área, minimizando ouso de tratamento de sementes, deinseticidas sistêmicos ou pulverizaçõesfoliares na fase inicial da lavoura, deforma a permitir a colonização da áreapelos inimigos naturais; uso do “tubomata-bicudo” em áreas endêmicas deocorrência do bicudo. Todas estaspráticas são passíveis de seremutilizadas coletivamente dentro doprincípio de manejo integradoindependente do grau de tecnologiaempregado na cadeia produtiva doalgodão. Outras práticas como adoçãode níveis de não ação que já estejamdisponíveis; pulverizações de atrativosalimentares; uso de feromônios sexuaispara o monitoramento e captura massalde pragas, cultivo de culturas diferentesem faixas ou, nos cordões decontenção de erosão, escolha deculturas adjacentes, dentre outras,auxiliam conservando e incrementandoo controle biológico natural.

3.4 Outros Agentes de ControleBiológico das Pragas do Algodoeiro

Ácaros predadores, moscas da família

Syrphidae e Dolichopodidae, vespaspredadoras, besouros da famíliaCarabidae, Staphylinidae eCicindellidae, tesourinhas, fungosentomopatogênicos, viroses ebacterioses também auxiliam nocontrole biológico das pragas doalgodoeiro, podendo vir a ter grandeimportância em determinadassituações.

3.4.1 Ácaros predadores

Embora apresentem grande potencialde uso e apesar de já existiremprogramas de liberação estabelecidoscom sucesso em outras culturas, osestudos acerca dos ácaros predadoresde pragas do algodoeiro ainda sãoescassos. O gênero Phytoseiulus écitado como predador de ácarostetraniquídeos tais como Tetranychusurticae Koch e Tetranychus ludeni(Zacher) em diferentes condições. EmRecife, PE, os ácaros fitoseídeos dasespécies Amblyseius operculatusDeLeon e Iphizeiodes zuluagai Denmark& Muma foram coletados associados àácaros fitófagos do algodoeiro.

Para a conservação de ácarospredadores no agroecossistemaalgodoeiro é essencial o uso deprodutos químicos de menor impacto.Daqueles que são registrados para usona lavoura algodoeira, o inseticida-acaricida abamectin mostrou-se poucotóxico à I. zuluagai, parathion methylfoi moderadamente tóxico e, carbaryl,

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carbosulfan, chlorfenapyr, dicofol,fenpropathrin, triazophos, propargite,phosmet e vamidothion foramaltamente tóxicos. Os acaricidasfenpropathrin, pyridaben, profenofos ebifenthrin são altamente tóxicos aPhytoseiulus macropilis (Banks),enquanto o dicofol após 24 horas daaplicação converte-se de tóxico paralevemente tóxico.

3.4.2 Moscas Syrphidae

São importantes predadoras na faselarval, predando os pulgões doalgodoeiro e outras espécies de pulgõesnas demais culturas. As larvas sãofreqüentemente associadas às colôniasde pulgões. Podem ser encontradas naface inferior das folhas e hastes dasplantas sendo facilmente reconhecidaspela aparência pegajosa quedemonstram. Além disso exibemcoloração esverdeada a marrom, sãoápodas e não possuem cápsulacefálica, e podem atingir até 10 mmde comprimento (Figura 51). A pupapossui o formato de uma gota de água,ficando presa à folha próxima a colônia

das presas onde se desenvolveu,podendo assumir coloraçãoesverdeada, pálea a marrom, quandoperto da emergência dos adultos(Figura 52). A presença de umamancha preta de excrementodepositada nas folhas, indica aemergência recente dos adultos. Por

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Fig. 52. Pupário de mosca Syrphidae.

Fig. 51. Larva de mosca Syrphidae.

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possuírem baixa mobilidade, as larvasdestes insetos, são dependentes dosadultos para localizar as plantasinfestadas com pulgões e depositar osovos próximos às suas colônias. Osadultos alimentam-se de néctar, sendofacilmente coletados em flores dentroda lavoura e em flores de plantasadjacentes. Como existe uma grandediversidade de espécies dessas moscasassociadas a lavoura algodoeira,verifica-se certa variabilidade quanto aoaspecto exibido pelos adultos quepodem apresentar-se como pequenasmoscas de coloração amarelada oumimetizando abelhas e vespas (Figura53).

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3.4.5 Vespas predadoras

As vespas predadoras (Vespidae)(Figura 55) são visitantes comuns dalavoura algodoeira predando váriosinsetos, preferencialmente lagartas.Como normalmente realizamnidificações fora da lavoura, nãorestringem sua ação de predação àspragas do algodoeiro. Por outro lado,podem escapar das pulverizações nalavoura, pois são altamente suscetíveisa fenitrothion, fenpropathrin, parathionmethyl e trichlorfon.

Fig. 53. Adulto de mosca Syrphidae.

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3.4.3 Moscas Dolichopodidae

Também conhecidas como mosca de“perna longa” ou “mosquito azul” sãomoscas de vôos rápidos,freqüentemente, encontradas emplantas do algodoeiro e apresentandopopulações associadas à pulgões. Osadultos possuem coloração azul a verdeeridescente e medem de 3 a 4 mm decomprimento (Figura 54) . Tanto aslarvas quando os adultos sãopredadores de pulgões. Muito pouco éconhecido sobre a história de vidadessas moscas predadoras, emboraestas sejam bastante freqüentes naslavouras algodoeiras infestadas compulgões.

Fig.54. Adulto de moscaDolichopodidae.

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Fig. 55. Adulto de vespa predadora.

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3.4.6 Besouros das Famílias Carabidaee Staphylinidae

Estes predadores (Figura 56) destacam-se por serem extremamentegeneralistas possuindo presas atémesmo fora da classe Insecta. Sãopredadores ágeis, conhecidos comocaçadores de lagartas, encontradospredominantemente no solo, podendocontudo sair a procura de presas naparte aérea das plantas durante a noite.

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52 Controle Biológico e o Manejo de Pragas do Algodoeiro

3.4.7 Tesourinhas

São insetos alongados de coloraçãopredominante marrom a marromescura. São noturnos e ágeis, podendoser visualizados na superfície do solo edas planta e facilmente identificadospor possuírem dois longos fórceps naparte terminal do abdomen comdiferente formato dependendo do sexo.O local de abrigo preferido pelastesourinhas dentro da lavouraalgodoeira é o solo sob pedras, ou nomeio dos restos culturais e rachadurasdo solo. Quando presentes na lavourasão freqüentemente capturadas emarmadilhas tipo “pit-fall”. Os adultosnormalmente fazem galerias a poucoscentímetros da superfície do solo ondedepositam os ovos e passam todo operíodo de incubação protegendo-os,até a eclosão das larvas (Figura 57).De modo geral, o forrageamento porpresas é feito a noite tanto no solocomo na parte aérea das plantas,constituindo-se em eficientes

predadores de pulgões, moscas branca,ovos, lagartas e pupas em geral.

As tesourinhas tem sido consideradascomo predadores potenciais das pragasdo algodoeiro, principalmente, aquelasque atacam as maçãs, devido a suapreferência em abrigar-se em locaisprotegidos nas plantas como asestruturas reprodutivas do algodoeiro.Doru (Figura 58) e Euborellia (Figura59) são os gêneros mais promissoresde serem utilizados como agentes decontrole biológico das pragas doalgodoeiro.

Fig. 56. Adulto de besouro predadorCarabidae.

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Fig. 57. Larva de tesourinha.

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: J.

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Fig. 58. Macho adulto de Doru sp.

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53Controle Biológico e o Manejo de Pragas do Algodoeiro

3.4.8 Fungos entomopatogênicos

O pulgão do algodoeiro, A. gossypii e oácaro rajado T. urticae sãofreqüentemente parasitados pelo fungoNeozygites sp. A espécie N. freseniiocorre parasitando especificamentepulgões. Este fungo pode eliminar ascolônias de pulgões em 10 a 15 dias,após a sua constatação nas lavouras,desde que as condições como altaumidade e temperaturas entre 25 a32oC (adequadas ao parasitismo)ocorram. Os pulgões doentesapresentam coloração cinza aesverdeada e ficam aderidos às folhascomo se estivessem “mofados” (Figura60). Os esporos do fungo sãodisseminados pelo vento, formigas,respingos de chuva ou irrigação eoutros insetos. O contato do fungo comos pulgões se dá pelos esporos que porventura venham a aderir-se às pernasdos insetos quando eles caminhamsobre folhas contaminadas comesporos.

Embora alguns isolados de Metarhizium

anisopliae (Metsch.) Sorokin Beauveriabassiana (Bals.) Vuill. e Nomuraea rileyi(Farlow) Samson tenham demonstradorelativa eficiência de parasitismo debicudo, lagartas e outras pragas doalgodoeiro em testes de laboratório,não existem relatos do uso comercialdestes fungos no Brasil em algodoeiro,e os índices de parasitismo a camposão relativamente baixos e esporádicos.

No entanto, B. bassiana tem sido usadocom relativo sucesso, a campo, para ocontrole de mosca branca que ocorreinfestando o algodoeiro nos EUA ,Israel, China e outros países. Tanto M.anisopliae quanto B. bassiana possuemformulações comerciais disponíveispara o uso agrícola, nestes países.Além disso, em países nos quais não sedispõem da formulação comercial elespodem ser facilmente reproduzidosutilizando-se como meio de cultura oarroz cozido.

Pragas parasitadas pelo fungoMetarhizium por ocasião da

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: J.

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Fig. 60. Aphis gossypii parasitado porfungo do gênero Neozeytes.

Fig. 59. Adulto de Euborellia annulipes.

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esporulação tornam-se enrijecidasdevido a dessecação de tecidos eórgãos dos hospedeiros ocasionada pelofungo e adquirem coloraçãoesverdeada, que advém das estruturasvegetativas e reprodutivas do fungo.

Já os insetos parasitados porBeauveria, adquirem aspectoesbranquiçado por ocasião daesporulação do fungo.

Nomurea rileyi é um fungo que ocorreparasitando predominantementelagartas. Quando presente naslavouras, e possuindo condiçõesadequadas ao seu desenvolvimento,pode ocasionar altos índices deparasitismo. As lagartas parasitadas,tornam-se enrijecidas com odesenvolvimento do fungo, adquiremcoloração esbranquiçada por ocasiãoda esporulação e permanecem aderidasàs folhas, pecíolos foliares e outraspartes da planta, adquirindo aparência“engessada”, sendo facilmentereconhecidas (Figura 61).

3.4.9 Viroses

As viroses ocorrem com determinadafrequência em larvas e lagartas. Nocaso das pragas do algodoeiro, tem-seconstatado relativo sucesso no controleda lagarta das maçãs, H. virescens,com a utilização do vírus da poliedrosenuclear (NPV), o qual já possuiformulação comercial disponível naAustrália e China, e é registrado para ocontrole de H. virescens em algodoeiro.Devido as dificuldades encontradaspara o controle efetivo desta praga e,considerando a velocidade com a qualestas adquirem resistência aosinseticidas sintéticos, a utilização dealternativas ao uso de pesticidas comoa utlização de vírus, torna-se umaopção promissora ao manejo da praga.

3.4.10 Bacterioses

O exemplo clássico de uso de bactériano controle de pragas é o Bacillusthuringiensis (Bt). Todavia, enquanto oB. thuringiensis encontra-se em estágioavançado de utilização e pesquisas,pouco se conhece sobre o potencial deoutras bactérias de ocorrência natural eque, também, são capazes de exercercontrole satisfatório sobre pragas alvo.

Em ambientes naturais, a bactéria B.thuringiensis ocorre no solo, compoucas chances de vir a exercer efeitode controle sobre as pragas da parteaérea do algodoeiro. Em outrasculturas, táticas de cultivo como orevolvimento do solo por ocasião do

Fig. 61. Lagarta de Pseudoplusiaincludens parasitada por Nomurae rileyi.

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controle de plantas daninhas, atuamfavorecendo o início da epizootia.Atualmente, as pesquisas com B.thurigiensis tem recebido grandeincentivo e aporte financeiro, já queestas tem sido utilizadas como fontesde proteínas para a geração de plantasgeneticamente modificadas outransgênicas, ou em seleções de raçasque sejam mais eficazes e que serãodestinadas às formulações ecomercialização. No Brasil, asformulações comerciais de Bt sãorecomendadas para o controle daslagartas desfolhadoras do algodoeiro(Tabela 2), sendo o curuquerê-do-algodoeiro, A. argillacea, uma das maissuscetíveis, seguida pela lagarta dasmaçãs H. virescens. Entretanto, aformulação comercial demonstra poucaeficiência no controle de S. frugiperdae H. zea, a campo.

4. Considerações Finais

O modelo convencional de cultivo doalgodoeiro é plenamente dependentedo uso de inseticidas e acaricidas. Oagricultor que desejar incrementar ocontrole biológico nas suas lavourasseja pelo uso de inimigos naturais deocorrência natural ou através deliberações inoculativas ou inundativasnunca deverá reduzir o uso daspulverizações ou abandoná-lasabruptamente sem um monitoramentoadequado das pragas e inimigosnaturais. A não utilização depulverizações poderá ocasionar perda

total da lavoura pelo ataque das pragasdurante um período de transição docultivo convencional para o cultivoadotando princípios de manejo focadono controle biológico seja natural ouaumentativo.

Resultados obtidos em lavouras queutilizam sistemas de manejo adotando ouso de produtos químicos de formaracional demonstram que caso fosseadotado o mesmo regime depulverizações realizado nestas lavourasem um sistema convencional, a perdade produção seria inevitável. Isto éexplicado pelo fato do uso freqüentedas pulverizações ocasionar reduçõessignificativas nas populações deinimigos naturais, as quais se tornaminsignificantes com o decorrer dotempo. Somente após determinadotempo adotando-se o controle baseadonos níveis de controle, utilização deprodutos de menor impactos sobre osinimigos naturais e adoção deestratégias que proporcionem à culturacondições adequadas para seudesenvolvimento, os inimigos naturaisvoltariam a atuar controlando as pragasem níveis compatíveis com aquelesverificados no sistema de manejofocado no controle natural.

A passagem do sistema de manejoconvencional para o manejo com baseno controle biológico requerplanejamento prévio em relação asculturas a serem utilizadas emsequência e/ou rotação, com no

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mínimo de 3 a 4 anos de antecedênciaa fim de permitir que os inimigosnaturais voltem a recolonizar aslavouras, reproduzir e estabelecer nonovo ambiente. Cabe ressaltar, queestas dificuldades seriam minimizadascom o planejamento do manejo porocasião da instalação das lavouras emnovas áreas, provenientes de pousio,cultivo com pastagens, e ou mesmo daabertura de novas fronteiras agrícolas.

O sistema de manejo de pragas combase no controle biológico, devefundamentar-se ainda nas premissas domanejo integrado de pragas no quetange a realização de amostragens,adoção de níveis de controle e deníveis de não ação quando disponíveis.O controle de pragas baseado naadoção de níveis de controle mostraráque muitas pulverizações são realizadasdesnecessariamente, ou na épocaincorreta. Muitos modelos de controlede pragas derivados do sistema decultivo convencional do algodoeiroadotam condições pré-estabelecidasem relação a fenologia das plantas e aspragas normalmente associadas asmesmas, o que representa umaestimativa inacurada principalmente seconsiderarmos a dinâmica biológica queocorre no agroecossistema algodoeiro.Isto é, espécies presentes no cultivorealizado em uma safra de uma dadaregião raramente serãoqualitativamente e quantitativamenteiguais àquelas verificadas no cultivo

realizado em outra região, variando atémesmo entre locais de cultivo dentroda mesma safra ou entre safras. Logo,a melhor alternativa ainda é oacompanhamento freqüente daslavouras através de amostragens desdeo plantio até a colheita, reduzindo osriscos de prejuízos econômicos, advindodo ataque de pragas e da utilização depulverizações desnecessárias ou emépocas incorretas que redundariam naobtenção de controle ineficiente,contaminação ambiental e eliminaçãodos inimigos naturais.

5. Agradecimentos

Aos diferentes autores das fotos quetornaram este trabalho mais didático.Ao Dr. John R. Rubeson (UGA/Tifton)pelas discussões e ensinamentos.J.B.Torres agradece a CAPES pelosuporte concedido através da bolsaBEX1315-005, ao Programa de Pós-Graduação em Entomologia da UFRPEpelo apoio incondicional, bem comoaos estudantes J.E.M. Oliveira, L.M.Vivan, W.S. Evangelista Jr, M.R. Silva,J. Menezes Jr e C.S.A. Silva-Torres,que com suas pesquisas temcontribuído para o controle biológicocom predadores. Aos prof. Edmilson J.Marques e José V. de Oliveira (UFRPE)e Dirceu Pratissoli (CAUFES) pelaprontidão no envio de materiais para aelaboração deste texto.

Ao Fábio A. Suinaga pela ajuda narevisão do texto. A equipe da

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EMBRAPA lotada em Primavera doLeste, MT, nas pessoas de AdelardoJosé Silva Lira, Carlos EduardoPulcinelli, Fábio A. Oliveira, LuísEduardo P. Rangel, Mário C. Cabral eValdemir Lima Menezes, peloverdadeiro trabalho em equiperealizado. Ao Alfredo Gonring e CesarAuguste Badjii pela ajuda na coleta dematerial bibliográfico fundamental àredação deste trabalho. Ao Fundo deApoio à Cultura do Algodão (FACUAL )que através do fomento concedido àpesquisa na cultura do Algodão doEstado do Mato Grosso, tempossibilitado a evolução doconhecimento científico e tecnológicoda região.

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Circular

Técnica, 72

Exemplares desta edição podemser adquiridos na: EmbrapaAlgodãoRua Osvaldo Cruz, 1143Centenário, CP 17458107-720 Campina Grande, PBFone: (83) 3315 4300 Fax: (83)3315 4367e-mail algodã[email protected]

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Presidente: Luiz Paulo de CarvalhoSecretária Executiva: Nivia M.S. GomesMembros: Demóstenes M.P. de Azevedo

José Welington dos SantosLúcia Helena A. AraujoMaria Auxiliadora L. BarrosMaria José da Silva e LuzNapoleão E. de M. BeltrãoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes: Supervisor Editorial: Nivia M.S. GomesRevisão de Texto: Nisia Luciano LeãoTratamento das ilustrações: Geraldo F. de S. FilhoEditoração Eletrônica: Geraldo F. de S. Filho