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CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA CURSO DE AGRONOMIA Comparação entre o manejo biológico e o convencional de lagartas e percevejos na cultura da soja em Ribeirão Preto, SP FÁBIO SILVA GARCIA DE FIGUEIREDO Ribeirão Preto, SP 2009

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CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

CURSO DE AGRONOMIA

Comparação entre o manejo biológico e o convencional de lagartas e percevejos na cultura

da soja em Ribeirão Preto, SP

FÁBIO SILVA GARCIA DE FIGUEIREDO

Ribeirão Preto, SP

2009

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CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

CURSO DE AGRONOMIA

Comparação entre o manejo biológico e o convencional de lagartas e percevejos na cultura

da soja em Ribeirão Preto, SP

FÁBIO SILVA GARCIA DE FIGUEIREDO

Orientador: Prof. Dr. Alexandre de Sene Pinto

Trabalho apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda, como exigência para obtenção do título de Engenheiro Agrônomo.

Ribeirão Preto, SP

2009

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Aos meus pais Ricardo Alves Garcia de Figueiredo e Rita Rosilei da Silva

Figueiredo

DEDICO

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iii

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado saúde, sabedoria e

tranquilidade e coragem para enfrentar toda essa jornada da faculdade. Aos

meus Pais pela dedicação, incentivo, confiança e condição financeira para me

manter na faculdade. Aos meus irmãos Renato Silva Garcia de Figueiredo e

Andréa Silva Garcia de Figueiredo que tenho como exemplos em minha vida.

Ao meu orientador Prof. Dr. Alexandre de Sene Pinto, do qual me

orgulho ser orientado, por ser um grande profissional, determinado e muito

querido por todos ao seu redor, e por estar sempre à disposição para me

ajudar no que foi preciso e esclarecer eventuais dúvidas, não somente

profissionais, mas também em ensinamentos que vou carregar por toda a vida.

Agradeço aos Professores e Funcionários do Centro Universitário

Moura Lacerda, em especial ao Valmor Cláudio Raizaro e Otávio Corrêa

Lemos que se tornaram verdadeiros amigos.

Um obrigado especial para minha namorada Poliana Marques Chagas

que esteve sempre ao meu lado me apoiando, me incentivando e dividindo

comigo todos os momentos que vivenciei nesta etapa da minha vida.

Não posso deixar de agradecer aos grandes amigos que fiz nestes

anos de faculdade, principalmente aos integrantes do grupo G.bio: Athos

Andrade Lemos Gomes, Fábio Luiz Silva Canini, Guilherme dos Reis

Vasconcelos, Thiago Danieli e Vinícius Lourenço Lopes, companheiros de

trabalhos científicos, viagens e momentos engraçados.

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Agradeço também à Christiane Fernandes Ferreira, com quem dividi

grande parte dos seminários e trabalhos em grupo e aos colegas que não

mantive muito contato, mas que, nem por isso deixam de ser importantes em

meu amadurecimento profissional e pessoal e a tantos outros que com certeza

jamais serão esquecidos.

Agradeço as empresas envolvidas, e que forneceram condições para

que esse trabalho fosse realizado. A BUG agentes biológicos S/A por forneceu

as armadilhas aéreas, ovos e agentes biológicos utilizados ao longo do

trabalho e a Monsanto do Brasil Ltda., por ter patrocinado todo o trabalho,

dando melhores condições para o bom desenvolvimento dos trabalhos, em

especial ao Eng. Agro. Edson Corbo e Dr. Marcelo Nishikawa.

A Binova Agroindustrial, agradeço por ter me dado a oportunidade de

cumprir as horas de estágio, mais do que isso, a oportunidade de adquirir

conhecimento prático em várias culturas, antes vista apenas na teoria, e por

me ajudar a crescer como ingressante no mercado de trabalho e meio

profissional.

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SUMÁRIO

PÁGINA

RESUMO ....................................................................................... vii

SUMMARY ..................................................................................... viii

1 INTRODUÇÃO ............................................................................... 1

2 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................... 3

2.1 Pragas da cultura da soja ............................................................... 3

2.1.1 Lagartas desfolhadoras .................................................................. 4

2.1.2 Percevejos ..................................................................................... 6

2.1.3 Mosca-branca ................................................................................ 10

2.1.4 Ácaros ............................................................................................ 12

2.2 Controle de lagartas desfolhadoras e percevejos da soja e efeitos

sobre artrópodos benéficos ............................................................ 13

3 MATERIAL E MÉTODOS .............................................................. 21

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................... 27

4.1 Eficiência de inseticidas no controle de lagartas desfolhadoras .... 27

4.2 Impacto do método convencional e do manejo integrado de

pragas sobre outros insetos-praga da parte aérea da soja ............ 32

4.3 Impacto do método convencional e do manejo integrado de

pragas sobre os artrópodos benéficos na cultura da soja .............. 38

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PÁGINA

4.4 Impacto do método convencional e do manejo integrado de

pragas sobre os artrópodos de solo ............................................... 44

5 CONCLUSÕES .............................................................................. 53

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................. 55

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RESUMO

O presente trabalho teve por objetivo comparar o manejo biológico com o manejo convencional, feito pelo agricultor, quanto ao controle das principais pragas, ao impacto na artropodofauna benéfica e ao efeito sobre outros organismos na cultura da soja RR. O experimento foi instalado em Ribeirão Preto, SP, em dezembro de 2008, utilizando soja de variedade comercial M–SOY 8008 RR. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, onde dois tratamentos foram repetidos 10 vezes (parcelas de 2.900 m2). Os tratamentos foram o manejo biológico (MIP), utilizando o controle biológico (Bacillus thuringiensis 0,5 g i.a. ha-1 + liberações de parasitóides de ovos de percevejos) e o manejo convencional, utilizando o controle químico (B. thuringiensis + endossulfam 0,35 L i.a. ha-1), feito pelo agricultor. Foram utilizadas armadilha de solo (2/parcela), batidas de pano (4/parcela), placas amarelas adesivas (2/parcela), observação direta de plantas para visualização de danos (4 pontos/parcela, com 5 plantas em cada) e cartelas contendo ovos de Anagasta kuehniella (traça) e de percevejos para medir o parasitismo natural (20 cartelas/parcela), para avaliar os artrópodos presentes no local. Foi avaliada a produtividade na colheita. Pôde-se verificar que as populações de Anticarsia gemmatalis e Pseudoplusia includens foram maiores no manejo biológico (MIP). Os sistemas de manejo não interferiram na ocorrência de percevejos fitófagos, nas capturas de artrópodos de solo, benéficos ou não, e na população da maioria dos predadores e de parasitóides de ovos de percevejos. Entretanto, as populações de aranhas e parasitóides de ovos de lepidópteros foram negativamente afetadas pelo manejo convencional, onde se utilizou endossulfam, podendo esses ser bons bioindicadores de desequilíbrios causados por inseticidas na soja. A produtividade não foi afetada pelo manejo adotado.

Palavras-chave: ecologia, controle biológico, Glycine max, impacto ambiental.

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SUMMARY

Comparison between conventional and biological management of caterpillars and stink bugs on soybean in Ribeirão Preto, SP.

This study aimed to compare the biological with conventional management, made by the farmer, as the control of major pests, the impact on beneficial arthropods and the effect on other arthopods on RR soybean. The experiment was conducted in Ribeirão Preto, Brazil, in December 2008 using commercial soybean variety M-SOY 8008 RR. The experimental design was a randomized block design, where two treatments were repeated 10 times (plots of 2900 m2). The treatments were the biological management (IPM) using biological control (Bacillus thuringiensis 0.5 g ai ha-1 + egg parasitoids releases against stink bugs) and management using conventional chemical control (B. thuringiensis + endosulfan 0.35 L ai ha-1), made by the farmer. There were used pitfall traps (2 per plot), beating cloth (4 per plot), yellow sticky cards (2 per plot), direct observation of plants for viewing damage (4 points per plot with 5 plants each) and cards containing eggs of Anagasta kuehniella (moth) and stink bugs to measure parasitism (20 cards per plot), to evaluate the arthropods on the ground. It was evaluated the yield at harvest. It was verified that the populations of Anticarsia gemmatalis and Pseudoplusia includens were higher in the biological management (IPM). Management systems did not affect the occurrence of stink bugs, catch of arthropod soil, beneficial or not, and the majority population of predators and parasitoids of stink bug eggs. However, populations of spiders and parasitoids of lepidopteran eggs were negatively affected by conventional management, where endosulfan is used; these may be good bioindicators of imbalances caused by pesticides in soybeans. Productivity was not affected by management type.

Keywords: ecology, biological control, Glycine max, environmental impact.

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1 INTRODUÇÃO

A soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa

rica em óleo e proteína, sendo cultivada desde tempos imemoriais no Extremo

Oriente. No Brasil, foi introduzida no século XIX e o país atualmente é o

segundo maior produtor de soja do mundo (FNP CONSULTORIA &

AGROINFORMATIVOS, 2007).

Com a globalização da economia, estão ocorrendo profundas

mudanças na agricultura e muitas destas estão ligadas às medidas de controle

de pragas. O gasto com tais medidas de controle, principalmente com a

utilização de inseticidas, tem onerado o custo de produção, sem muitas vezes

apresentar resultados positivos no controle, o que tem deixado o produto

brasileiro menos competitivo no mercado internacional.

Dentre as principais pragas que ocorrem na cultura da soja, as lagartas

Anticarsia gemmatalis e Pseudoplusia includens (Lepidoptera: Noctuidae) e os

percevejos, principalmente Nezara viridula, Piezodorus guildinii e Euschistus

heros (Hemiptera: Pentatomidae), são consideradas as pragas-chave

(EMBRAPA, 2006).

Para o controle de pragas, diante deste quadro, deve-se optar por uma

visão inter e multidisciplinar, integrando-se diversos métodos de controle

menos prejudiciais ao homem e ao meio ambiente. Neste contexto, a adoção

de táticas complementares para o êxito no controle de insetos-pragas pode ser

incorporada no sistema, dentro da filosofia de Manejo Integrado de Pragas

(MIP). Uma das táticas que tem mostrado bons resultados no controle de

pragas, principalmente da Ordem Lepidoptera (PARRA; ZUCCHI; SILVEIRA

NETO, 1987), é a utilização do controle biológico aplicado, que apresenta alto

potencial de sucesso, por meio de liberações inundativas de inimigos naturais,

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pois se pode reduzir a população das pragas para um nível inferior ao nível de

dano econômico, de forma análoga ao uso de agroquímicos.

O controle biológico, dentro de um programa de manejo integrado de

pragas, é muito promissor na cultura da soja e utilizado em grandes extensões

da cultura no país, especialmente para o controle de lagartas desfolhadoras e

percevejos fitófagos (POLANCZYK et al., 2006).

São vários os inimigos naturais que ocorrem na cultura da soja

(MORAES; LOECK; BELARMINO, 1991; EMBRAPA, 2000; THOMAZINI, 2001;

BELORTE; RAMIRO; FARIA, 2004; PINTO; PARRA; OLIVEIRA, 2008), mas os

carabídeos, os percevejos predadores, os parasitóides de ovos, lagartas e de

pupas de percevejos, as aranhas, o fungo Nomuraea rileyi e o vírus

Baculovirus anticarsia se destacam.

Os parasitóides de ovos são considerados, em vários países, como os

principais inimigos naturais dos percevejos da família Pentatomidae. São

reconhecidos, em muitos casos, como os mais importantes agentes de

mortalidade desse grupo de insetos (UNDERHILL, 1934; HOKYO et al., 1966;

BUSCHMAN; WHITCOMB, 1980). Bueno (2008) destaca os parasitóides de

ovos de lepidópteros, especialmente Trichogramma spp., como importantes

controladores desse grupo de pragas e prova a sua eficiência em campo.

Neste contexto o presente trabalho teve por objetivo comparar o

manejo integrado de pragas, utilizando como principal tática o uso de Bacillus

thuringiensis, para o controle de lagartas desfolhadoras, e parasitóides, para o

controle de ovos de percevejos, com o controle convencional realizado pelo

agricultor, quanto ao controle das principais pragas, ao impacto na

artropodofauna benéfica e ao efeito sobre outros organismos na cultura da soja

RR.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Pragas da cultura da soja

São várias as pragas que causam prejuízos à soja, mas as principais

são as lagartas desfolhadoras, especialmente a lagarta-da-soja, Anticarsia

gemmatalis, e a lagarta falsa-medideira, Pseudoplusia includens e os

percevejos fitófagos, especialmente o percevejo-marrom, Euschistus heros, o

percevejo-verde, Nezara viridula, e o percevejo-verde-pequeno, Piezodorus

guildinii. Mas outros insetos são considerados pragas da soja, pela importância

regional ou por surtos esporádicos. É o caso dos ácaros, como o ácaro-rajado,

Tetranychus urticae, e o ácaro-branco, Polyphagotarsonemus latus, de outras

lagartas desfolhadoras, como a lagarta-cabeça-de-fósforo, Urbanus spp., a

lagarta-enroladeira, Omiodes indicatus, as lagartas do gênero Spodoptera,

especialmente S. eridania, e lagartas da família Geometridae, da broca-das-

axilas, Epinotia aporema, da broca-das-vagens, das vaquinhas, como

Diabrotica speciosa, Cerotoma spp., Colaspis spp. e Maecolaspis spp., do

coró-da-soja, Phyllophaga cuyabana e outras, dos besouros, como Sternechus

subsignatus (tamanduá-da-soja ou bicudo), Myochrous armatus (cascudo) e

Aracanthus mourei (torrãozinho), do percevejo-castanho, Scaptocoris spp., de

outros percevejos, como Dichelops spp. (barriga-verde), Edessa meditabunda,

acrosternum hilare, Neomegalotomus parvus (formigão) etc., da mosca-branca,

Bemisia tabaci, do idiamim, Lagria villosa, de cochonilhas de raízes, tripes,

cigarrinhas, piolho-de-cobra etc. (HOFFMANN-CAMPO et al., 2000; GALLO et

al., 2002; PINTO; PARRA; OLIVEIRA, 2008).

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Não foram tratadas todas as pragas na revisão a seguir, mas aquelas

mais importantes e de maior ocorrência na região de Ribeirão Preto, SP, estão

incluídas nos itens seguintes.

2.1.1 Lagartas desfolhadoras

2.1.1.1 Anticarsia gemmatalis

A lagarta-da-soja, A. gemmatalis é uma espécie de clima tropical e sub-

tropical e ocorre desde o sul dos EUA até a Argentina (KING; SAUNDERS,

1985). Também é considerada a principal praga desfolhadora da soja nos EUA,

México, Colômbia, Venezuela e Argentina. No Brasil, esta praga pode

ocasionar reduções significativas na produção, com infestações desde Goiás e

Mato Grosso até o Rio Grande do Sul (PANIZZI, 1990, PANIZZI; CORREA-

FERREIRA, 1997).

O adulto de A. gemmatalis é uma mariposa de coloração cinza, marrom

ou bege e na maioria das vezes apresenta uma linha transversal na parte

superior das asas que pode ser notada quando estão na posição de repouso. O

tamanho das mariposas pode variar, apresentando em torno de 40 mm de

envergadura (EMBRAPA, 2000).

Os ovos são depositados isoladamente na parte inferior das folhas, no

caule, nos ramos e nos pecíolos com maior concentração nos terços médio e

inferior das plantas. Os ovos apresentam coloração verde clara assim que

depositados e, com o desenvolvimento do embrião, tornam-se acinzentados e,

próximos à eclosão passam à coloração marrom escuro. O período embrionário

é de aproximadamente três dias, e cada fêmea tem capacidade de colocar até

1000 ovos, sendo que cerca de 80% são depositados nos primeiros oito a dez

dias de vida. A longevidade das fêmeas é de, aproximadamente, 20 dias

(EMBRAPA, 2000).

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As lagartas alimentam-se das folhas e chegam a medir 30 mm de

comprimento e enquanto jovens caminham medindo palmo semelhante à P.

includens. Possui cinco listras longitudinais brancas no corpo e quatro pares de

falsas pernas, o que a diferencia das demais lagartas, além de serem muito

ativas e ágeis (PINTO; PARRA; OLIVEIRA, 2008).

A importância da lagarta-da-soja é ressaltada principalmente na cultura

da soja, mas apesar de não apresentar grande número de hospedeiros,

eventualmente pode ocorrer nas culturas do amendoim, alfafa e girassol,

principalmente se tais culturas forem plantadas posteriormente à colheita da

soja. Com a eliminação da planta preferencial, os insetos passam a atacar

plântulas de outros hospedeiros podendo também causar sérios danos a tais

culturas (EMBRAPA, 2000).

2.1.1.2 Pseudoplusia includens

Dentre as lagartas que atacam a soja, P. includens é a espécie mais

abundante. Restrita ao hemisfério ocidental, ocorre desde o norte dos EUA até

o sul da América do Sul (ALFORD; HAMMOND JUNIOR, 1982; EICHLIN;

CUNNINGHAM, 1978).

Por apresentar um grande número de hospedeiros, podendo chegar a

73 espécies de plantas, pertencentes a 29 diferentes famílias, que a sua

importância é ressaltada. Dentre as plantas estão: soja, algodoeiro, feijoeiro,

fumo, girassol, hortaliças, culturas de grande importância econômica

(HERZOG, 1980; EICHLIN; CUNNINGHAM, 1978).

No Brasil, a P. includens ainda está assumindo importância na cultura

da soja, ao passo que nos EUA o inseto é considerado praga chave da cultura

há muito tempo, exigindo medidas de controle em várias épocas durante todo o

ciclo da planta, pois seus danos geralmente são grandes (KOGAN;

TURNPSEED, 1987).

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P. includens é um inseto que se alimenta de folhas localizadas no terço

inferior da planta. As lagartas, nos primeiros ínstares, selecionam as folhas

mais tenras, se alimentando daquelas com pequena quantidade de fibra

(KOGAN; COPE, 1974), tornando-se menos exigentes à medida que vão se

desenvolvendo. Até o terceiro ínstar, as lagartas deixam intactas regiões da

epiderme; entretanto, a partir do quarto ínstar, consomem grandes áreas,

mantendo, porém, íntegras as nervuras principais, o que confere um aspecto

rendilhado característico às folhas atacadas (HERZOG, 1980).

Outras características que a diferencia da A. gemmatalis são os três

pares de pernas e por andar medindo palmo, mesmo em ínstares mais

avançados (PINTO; PARRA; OLIVEIRA, 2008).

2.1.2 Percevejos

2.1.2.1 Euschistus heros

O percevejo-marrom, E. heros, espécie rara nos anos 70, é hoje o mais

abundante. Nativo da Região Neotropical, tem como seu hospedeiro principal a

soja. Possui boa adaptabilidade às regiões mais quentes, é mais abundante do

Norte do Estado do Paraná ao Centro Oeste Brasileiro. As fêmeas ovipositam

massas com 5 a 7 ovos amarelados nas folhas (CORRÊA-FERREIRA;

PANIZZI, 1999) e também nas vagens (HOFFMANN-CAMPO et al., 2000). As

ninfas recém eclodidas permanecem sobre os ovos, mudando para o segundo

ínstar ao iniciarem o processo alimentar. São mais ativas a partir de terceiro

ínstar, quando iniciam a dispersão e tornam-se mais vorazes. Os adultos

apresentam longevidade média de 116 dias, podendo viver por mais de 300

dias (CORRÊA-FERREIRA; PANIZZI, 1999).

Apesar de ser referido como espécie de clima quente, hoje se encontra

até no Rio Grande do Sul (PINTO; PARRA; OLIVEIRA, 2008).

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2.1.2.2 Nezara viridula

O percevejo-verde, N. viridula, originário do Norte da África, tem

distribuição mundial, sendo mais adaptado às regiões mais frias do Brasil

(Região Sul), onde é mais abundante (CORRÊA-FERREIRA; PANIZZI, 1999).

Devido à sua menor adaptação a climas mais quentes, não se expandiu para a

Região Central com a mesma intensidade que E. heros e P. guildinii

(HOFFMANN-CAMPO et al., 2000). É extremamente polífago e, diferentemente

do percevejo marrom, mantém sua atividade o ano todo nas regiões onde as

temperaturas mais amenas, como o Norte do Paraná, quando se reproduz por

um período mais longo, podendo completar até seis gerações por ano

(CORRÊA-FERREIRA; PANIZZI, 1999).

O adulto é totalmente verde medindo de 12 a 15 mm, podendo

sobreviver até 70 dias. Os ovos são amarelos e depositados, normalmente, na

face inferior das folhas, em massas regulares de 50-100 ovos semelhantes a

colméias, ou hexágonos. As ninfas só causam danos a partir do 3° instar, com

intensidade crescente até o 5° e último instar, quando atinge a fase adulta,

podendo durar a fase ninfal de 20 a 25 dias (HOFFMANN-CAMPO et al., 2000).

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2.1.2.3 Piezodorus guildinii

O percevejo-verde-pequeno, P. guildinii, tem ampla distribuição

geográfica, ocorrendo na região tradicional de cultivo da soja (RS, SC e PR) e

nas regiões de expansão recente do Norte e Nordeste do País. O adulto é um

percevejo de até 10 mm de comprimento, e de cor verde amarelada,

apresentando uma listra transversal marrom avermelhada na parte dorsal

próxima da cabeça (pronoto). Os ovos são bem característicos, pretos,

colocados em fileiras pareadas, geralmente em número de 10 a 20 por postura.

Os ovos podem ser depositados na face ventral ou dorsal das folhas, no caule

e nos ramos, mas preferencialmente nas vagens (HOFFMANN-CAMPO et al.,

2000).

As ninfas recém-eclodidas medem apenas 1 mm, possuem

comportamento gregário, permanecendo próximas à postura. Os danos

causados pelas ninfas aumentam de intensidade com o desenvolvimento do

inseto, prejudicando a soja do 3° ao 5° ínstar. Estudos sugerem que o

percevejo-verde-pequeno prejudica mais a qualidade das sementes e causa

mais retenção foliar à soja do que os demais percevejos, apesar de ser menos

polífaga que N. viridula (HOFFMANN-CAMPO et al., 2000).

Na região de Ribeirão Preto, SP, é referida como a principal espécie de

percevejo atacando a soja (LIMA, 2003).

2.1.2.4 Dichelops furcatus e D. melacanthus

Os percevejos barrigas-verdes são espécies neotropicais que ocorrem

na soja em número menor. Os adultos medem de 9 a 11 mm e sua coloração

varia entre castanho amarelado ao acinzentado, apresentando o abdome

verde. A cabeça é típica, terminando em duas projeções pontiagudas e o

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pronoto com margens anteriores denteadas e expansões laterais espinhosas

(CORRÊA-FERREIRA; PANIZZI, 1999).

2.1.2.5 Edessa meditabunda

E. meditabunda é também uma espécie neotropical. É um percevejo

polífago, alimentando-se da seiva de diversas plantas cultivadas e silvestres,

particularmente, solanáceas. Ocorre em populações baixas na soja.

Ocasionalmente causam danos significativos no Rio Grande do Sul e no

Centro-Oeste Brasileiro. Por se alimentarem também de caules, originando

lesões escuras, seus danos tendem a ser menores do que os efetuados pelas

espécies que se alimentam exclusivamente das sementes. Os adultos chegam

a medir 13 mm, sua coloração é verde e as asas são marrons escuras. A parte

ventral do corpo é amarela escura brilhante, assim como antenas e pernas.

Seus ovos de cor verde-claro são colocados em geral nas folhas em número de

14 por postura, distribuídos em duas fileiras (CORRÊA-FERREIRA; PANIZZI,

1999).

2.1.2.6 Acrosternum spp.

Percevejos de coloração verde, que ocorrem esporadicamente em

soja. Espécies deste gênero são semelhantes ao percevejo verde N. viridula;

difereciam-se por apresentar antenas com segmentos de coloração escura (em

N. viridula são avermelhados) e espinho ventral no abdome (em N. viridula não

ocorre espinho ventral). Alimentam-se dos grãos de soja, causando danos

semelhantes aos demais percevejos fitófagos (CORRÊA-FERREIRA; PANIZZI,

1999).

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2.1.2.7 Neomegalotomus parvus

Percevejo nativo do Brasil, pertencente à família Alydidae, ocorre em

diferentes regiões, sendo comum da região Norte do Paraná até o Brasil

Central, especialmente durante o período de maturação da soja (CORRÊA-

FERREIRA; PANIZZI, 1999). Lima (2003) encontrou esse percevejo

predominantemente no início da fase reprodutiva da cultura, em Ribeirão Preto,

SP.

Os adultos medem cerca de 10 mm de comprimento. O macho é

marrom, com manchas claras nas laterais do corpo; as fêmeas são escuras

com abdome maior, sendo menos móveis; as formas jovens mimetizam

formigas. N. parvus é um inseto sugador de sementes já formadas, por isso

não afeta o rendimento, mas podem reduzir a qualidade dos grãos quando

ocorrem populações elevadas no final do ciclo da soja (CORRÊA-FERREIRA;

PANIZZI, 1999).

2.1.3 Mosca-branca

Moscas-brancas (Hemiptera: Aleyrodidae) são insetos que sugam a

seiva do floema das plantas hospedeiras, tanto na fase imatura como na

adulta, podendo causar danos diretos e indiretos, além de transmitir viroses.

Atualmente, são consideradas um grupo importantíssimo em âmbito mundial,

veiculando mais de 40 fitoviroses diferentes, sendo as únicas transmissoras de

geminivírus (BROWN; BIRD; 1992). O dano indireto é causado tanto pelos

adultos como pelas ninfas, que elimina “honeydew”, com consequente

formação de fumagina (COSTA; COSTS; SAUER; 1973) quando o ataque é

intenso.

Uma das espécies mais importantes é Bemisia tabaci, hoje

considerada um complexo (BROWN; FROLICH; ROSELL; 1995), com amplo

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espectro de hospedeiras, criando-se em mais de 500 espécies de plantas,

pertencentes a 74 famílias botânicas (GREATHEAD, 1986). Dependendo da

cultura, época e nível de infestação, entre outros fatores, os prejuízos

causados por essa mosca branca podem variar entre 20 e 100% (BROWN;

BIRD 1992).

Sua metamorfose, embora incompleta, compreende as fases de ovo,

ninfa e adulto, sendo a fase de ninfa subdividida em ninfa I, ninfa II, ninfa III e

ninfa IV, sendo esta última também chamada de pupa ou pseudopupa (VILLAS

BÔAS et al., 1997).

Várias diferenças biológicas têm sido atribuídas aos dois biótipos de

Bemisia. O biótipo B coloca significativamente mais ovos (COSTA; BROWN,

1991), ingere maior quantidade de seiva da planta e excreta maior volume de

“honeydew” (BYRNE; MILLER; 1990), além de possuir maior gama de

hospedeiros quando comparado ao biótipo A (BEDFORD et al., 1994).

No Brasil, B. tabaci biótipo B foi introduzida no início da década de

1990. A partir de 1991, esta espécie de mosca-branca passou a ser importante

devido às altas infestações em plantas de interesse econômico. Lourenção e

Nagai (1994) verificaram altas populações do biótipo B no Estado de São

Paulo, na região de Campinas.

O controle de moscas-brancas tem sido feito quase que

exclusivamente por inseticidas e por tratos culturais. Prabhaker, Coudriet e

Meyerdirk (1985) mencionaram, entretanto, que características biológicas e

comportamentais de B. tabaci como rápido desenvolvimento, alta fecundidade

e grande capacidade de dispersão são fatores que aumentam a probabilidade

de aparecimento de resistência aos inseticidas comerciais de diferentes grupos

químicos (PRABHAKER; TOSCANO; COUDRIET; 1989; DITTRICH et al.,

1990).

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2.1.4 Ácaros

Os ácaros são considerados pragas secundárias em soja. Em alguns

anos, são observados surtos de ácaros, principalmente do ácaro-branco e do

ácaro-rajado, em lavouras de soja, mas raramente chegam a causar prejuízos

econômicos. A maioria dos casos tem ocorrido em áreas onde haviam sido

feitas aplicações de inseticidas piretróides ou próximas a áreas cultivadas com

outros hospedeiros de ácaros, como algodão, café, plantas hortícolas etc

(GALLO et al., 2002; SISTEMA DE ALERTA, 2004; MORAES; FLECHTMANN,

2008).

O ácaro-branco, Polyphagotarsonemus latus, mede cerca de 0,14 a

0,17mm de comprimento. A fêmea tem coloração branca à amarelada-

brilhante. Não tecem teias. O ataque se dá nas folhas mais novas, ocorrendo

inicialmente um escurecimento. O dano pode evoluir para folíolos com aspecto

brilhante e bronzeado na face inferior da folha, enrolamento dos bordos das

folhas para baixo e rasgaduras; quando este sintoma se manifesta, em geral,

os ácaros não estão mais presentes nos folíolos. Pode atacar também os

ponteiros da soja. Ataques intensos causam a seca e queda das folhas. É

favorecido por temperatura e umidade elevadas (SISTEMA DE ALERTA,

2004). No campo, geralmente não é problema (MORAES; FLECHTMANN,

2008).

O ácaro-vermelho, Tetranychus ludeni ou T. desertorum, mede cerca

de 0,26 a 0,5mm de comprimento. As fêmeas são de cor vermelha intensa; já

os machos e as formas jovens são amarelo-esverdeados. Ovos amarelados ou

vermelho-opacos. Formam colônias densas na página inferior das folhas

(preferência pelos folíolos do ponteiro ou da região mediana). As folhas ficam

amareladas e caem prematuramente. T. ludeni predomina no início da cultura,

até janeiro, enquanto que T. desertorum tem maior incidência a partir de janeiro

(SISTEMA DE ALERTA, 2004; MORAES; FLECHTMANN, 2008).

O ácaro-rajado, Tetranychus urticae, mede entre 0,25 a 0,46 mm

comprimento. Todas as fases ativas são esverdeadas e as fêmeas

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apresentam manchas verde-escuras no dorso. Formam compactas colônias na

parte inferior dos folíolos, que recobrem com teias. Sugam a seiva,

principalmente da face inferior das folhas novas e têm preferência pela região

mediana da planta. Folíolos atacados ficam inicialmente amarelos e

posteriormente apresentam manchas branco-prateadas, na face inferior, e

áreas cloróticas, ou com aspecto bronzeado (avermelhado) na face superior.

Ataques intensos causam a seca e queda de folhas. Temperaturas elevadas e

baixas precipitações favorecem o seu aumento populacional (SISTEMA DE

ALERTA, 2004; MORAES; FLECHTMANN, 2008). Sua importância vem

aumentando nos últimos anos (MORAES; NAVIA; GUEDES; 2006).

Moraes e Flechtmann (2008) citam ainda os ácaros Mononychellus

planki (ácaro-verde) e Tetranychus gigas (ácaro-vermelho) ocorrendo em soja

no Brasil.

O controle do ácaro-rajado é mais difícil, pois este desenvolve

rapidamente resistência aos produtos químicos, já as outras espécies, em

geral, são controladas por inseticidas aplicados para controle de outras pragas

na cultura. Os demais geralmente são controlados com outras pragas

(SISTEMA DE ALERTA, 2004).

2.2 Controle de lagartas desfolhadoras e percevejos da soja e efeitos

sobre artrópodos benéficos

Altas populações de pragas, em níveis que causam dano econômico às

culturas, podem aumentar o número de aplicações de agroquímicos nos

agroecossistemas e com isso o controle biológico natural ou o inundativo pode

ser muito prejudicado. Para reduzir os efeitos que o controle químico causa

sobre os inimigos naturais, a determinação da seletividade dos produtos

utilizados é de grande importância (GRAVENA; LARA, 1976; CARVALHO et

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al., 1994, CARVALHO; PARRA; BAPTISTA, 2001a, CARVALHO; PARRA;

BAPTISTA, 2001b; FALEIRO et al., 1995).

Entretanto, uma das maneiras disponíveis para promover a

compatibilização do agente de controle biológico com a utilização dos

agroquímicos, que é o uso de produtos seletivos para inimigos naturais, ainda

não pode ser largamente utilizada, pois faltam dados padronizados, já que os

testes são feitos, muitas vezes, utilizando diferentes metodologias, o que

prejudica a precisão, além de impossibilitar a comparação de resultados

(GRAVENA et al., 1988; GRAVENA et al., 1992; SANTOS; GRAVENA, 1995,

1997).

Os parasitóides de ovos são considerados, em vários países, como os

principais inimigos naturais dos percevejos da família Pentatomidae. São

reconhecidos, em muitos casos, como os mais importantes agentes de

mortalidade desse grupo de insetos (UNDERHILL, 1934; HOKYO et al., 1966;

BUSCHMAN; WHITCOMB, 1980). Embora a contribuição dos parasitóides de

ovos para o controle dos percevejos seja significativa em áreas onde o controle

de pragas é feito de maneira criteriosa, na maioria das vezes, esse controle

não é suficiente para conter o aumento populacional dessas pragas. Uma das

medidas a ser utilizada para a implementação do controle natural destes

percevejos, é a liberação em campo de parasitóides criados no laboratório

(CALTAGIRONE, 1981; CLARKE, 1990; CORRÊA-FERREIRA, 1993).

Assim, estudos sobre seletividade de agroquímicos a inimigos naturais

de pragas, devem ser realizados com o intuito de gerar informações que

possam auxiliar na tomada de decisão em programas de Manejo Integrado de

Pragas (MIP) e na manutenção desses organismos nos agroecossistemas, de

modo que os mesmos atuem na regulação de populações de pragas (MOURA;

CARVALHO; RIGITANO, 2005).

Um dos fatores decisivos é a escolha de agroquímicos seletivos que

controlem as pragas sem causar efeitos negativos sobre os inimigos naturais,

pois pode limitar a utilização de inimigos naturais presentes nos

agroecossistemas, ou ainda insetos criados massalmente visando a liberações

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inundativas para a manutenção do controle biológico no campo. Assim, para

garantir algum sucesso nas liberações são necessários testes padronizados de

seletividade, com base nas normas da International Organization of Biological

Control – IOBC (HASSAN, 1992). Esses estudos comparam a relativa

toxicidade de agroquímicos, incluindo inseticidas, fungicidas e herbicidas com

vistas à indicação dos produtos mais seletivos em casos de liberação do

parasitóides, por exemplo (HASSAN et al., 1998; LI et al., 1993; DEGRANDE et

al., 2002; FOERSTER, 2002).

Apesar da comprovada importância do controle biológico, o controle

químico ainda é indispensável. Não só os inseticidas, mas também os

fungicidas e herbicidas representam uma importante “ferramenta” para o

produtor e têm papel significativo no sucesso da produção. Neste contexto, o

Manejo Integrado de Pragas (MIP) preconiza a utilização de diversas táticas de

controle de forma harmônica visando complementar o controle biológico

natural. Portanto, produtos que combinam um bom controle da praga com o

menor impacto sobre a atividade dos inimigos naturais, são os mais adequados

para serem utilizados no MIP, sendo essa integração de produtos químicos

com o controle biológico, na maioria dos casos, crucial para o sucesso da

agricultura, que é possível através do uso de agroquímicos seletivos (SANTOS;

BUENO; BUENO; 2006). Sendo assim, de grande importância para a escolha

do melhor produto para ser usado dentro de um programa de MIP, o

conhecimento do efeito dos agroquímicos que geralmente são utilizados na

cultura da soja, assim como em outras culturas, visto que, o uso de produtos

seletivos quando necessário permitirá a integração do controle biológico e

químico.

Os inseticidas em geral apresentam vantagens, como as de serem

econômicos, de atuação imediata, e à disposição do agricultor quando a

população de uma praga se aproxima do nível de dano econômico, tornando-

se praticamente a única opção. Entre suas diversas desvantagens, encontra-se

o espectro de ação, que inclui o efeito não desejado sobre os inimigos naturais

e o meio ambiente (SANTOS; BUENO; BUENO; 2006).

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Para manejar a interação do controle químico e o biológico é

necessário conhecer as formas de seletividade e as condições de uso de um

inseticida, para se obter um controle efetivo, reduzindo ou eliminando o seu

impacto sobre os inimigos naturais (SANTOS; BUENO; BUENO; 2006).

Geralmente, os inseticidas são considerados como adequados ao

manejo de pragas de uma cultura se eles combinam controle de pragas

eficiente com uma influência adversa mínima nas atividades de espécies

benéficas (SINGH; VARMA, 1986), No entanto, estudos que avaliem os efeitos

adversos de inseticidas a inimigos naturais são escassos, fazendo com que a

adoção de um programa integrado de controle de pragas seja comprometida

por ausência de informação pertinente e que permita a melhor seleção de

inseticidas (SANTOS; BUENO; BUENO; 2006).

O termo seletividade possui uma conotação relativa, e depende da

toxicidade intrínseca do inseticida, de sua forma de aplicação e da comunidade

onde vai atuar; além da seletividade de um inseticida, seu manejo pode

determinar um padrão de uso mais seletivo, com o objetivo de reduzir sua

toxicidade sobre os agentes de controle biológico. Os principais fatores que

podem ser manipulados pelo produtor são: frequência de uso; dose; época de

aplicação e técnica de aplicação (SANTOS; BUENO; BUENO; 2006).

Os estudos de seletividade de inseticidas vêm ganhando impulso nos

últimos anos e especial atenção tem sido dedicada a parasitóides de ovos, com

ênfase a Trichogramma, existindo um volume satisfatório de estudos sobre o

impacto de inseticidas a esses insetos (JACOBS; KOUSKOLEKAS; GROSS,

1984; SUH; ORR; VAN DUYN, 2000; HOHMANN, 1991, 1993; CARVALHO et

al., 1994; 2001ab; CAÑETE, 2005; GIOLO et al., 2005; CÔNSOLI; BOTELHO;

PARRA; 2001; BUENO, 2008).

Bueno (2008) afirmou que os inseticidas, herbicidas e fungicidas

utilizados na cultura da soja afetaram diferentemente o parasitismo e a

viabilidade de Trichogramma pretiosum linhagem Rio Verde (RV), sendo

classificados desde seletivos até nocivos.

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O estudo da seletividade de inseticidas à fase de ovo de T. pretiosum

linhagem RV demonstra que: os produtos clorfluazuron 10,0 e 35,0 (g ou mL ou

L/ha); methoxyfenozide 19,2; clorpirifós 240,0 e teflubenzuron 7,5 são inócuos;

alfacipermetrina 10,0; zetacipermetrina 10,0; metonil 86,0; lufenuron 7,5;

teflubenzuron 12,0 e endosulfan 525,0 são levemente nocivos; triflumuron 14,4

e 24,0; metomil 322,5; endosulfan 875,0 são moderamente nocivos e

lambdacialotrina 3,75; tiodicarbe 56,0; esfenvalerate 7,5 e espinosade 24,0 são

nocivos (BUENO, 2008). Para a fase de larva: os produtos clorfluazuron 10,0 e

35,0; zetacipermetrina 10,0; methoxyfenozide 19,2; lufenuron 7,5 são inócuos;

alfacipermetrina 10,0; lambdacialotrina 3,75; metomil 86,0; tiodicarbe 56,0;

clorpirifós 240,0; teflubenzuron 7,5 e 12,0 são levemente nocivos; metomil

322,5; endosulfan 525,0 e 875,0 são moderamente nocivos; triflumuron 14,4 e

24,0; esfenvalerate 7,5 e espinosade 24,0 são nocivos (BUENO, 2008). Para a

fase de pupa: os produtos clorfluazuron 10,0; triflumuron 14,4; alfacipermetrina

10,0; zetacipermetrina 10,0; methoxyfenozide 19,2; teflubenzuron 7,5 e 12,0;

endosulfan 525,0 são inócuos; clorfluazuron 35,0; triflumuron 24,0;

lambdacialotrina 3,75; metomil 86,0; metomil 322,5; tiodicarbe 56,0; clorpirifós

240,0; lufenuron 7,5 são levemente nocivos; endosulfan 875,0 é moderamente

nocivo; esfenvalerate 7,5 e espinosade 24,0 são nocivos (BUENO, 2008).

Para herbicidas, Bueno (2008), em estudo da seletividade à fase de

ovo de T. pretiosum linhagem RV, demonstra que: os produtos lactofen 165;

fomesafen 250; fluazifop 125; glifosato 960; glifosato 960 (Roundup Transorb®)

são inócuos; glifosato 960 (Roundup Original®) é levemente nocivo; clorimuron

20; glifosato 972 são nocivos. Para a fase de larva de T. pretiosum linhagem

RV demonstra que: os produtos lactofen 165; fomesafen 250; fluazifop 125;

glifosato 960; glifosato 960 (Roundup Transorb®); glifosato 960 (Roundup

Original®); clorimuron 20 são inócuos; glifosato 972 é levemente nocivo

BUENO, 2008). Para a fase de pupa, Bueno (2008) demonstra que todos os

produtos testados, lactofen 165; fomesafen 250; fluazifop 125; glifosato 960;

glifosato 960 (Roundup Transorb®); glifosato 960 (Roundup Original®);

clorimuron 20; glifosato 972, são inócuos.

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E finalmente para fungicidas, Bueno (2008) demonstra, para a fase de

ovo de T. pretiosum linhagem RV, que: os produtos azoxistrobina 60,0 +

ciproconazol 24,0; azoxistrobina 50; miclobutanil 125 são inócuos; tebuconazol

200 + trifloxistrobina 100 é nocivo. Para a fase de larva: os produtos

azoxistrobina 60,0 + ciproconazol 24,0; azoxistrobina 50; miclobutanil 125 são

inócuos; tebuconazol 200 + trifloxistrobina 100 é levemente nocivo (BUENO,

2008). Para a fase de pupa de T. pretiosum, Bueno (2008) demonstra que

todos os produtos testados, azoxistrobina 60,0 + ciproconazol 24,0;

azoxistrobina 50; miclobutanil 125; tebuconazol 200 + trifloxistrobina 100), são

inócuos.

Oliveira et al. (1988) estabeleceram que, na cultura da soja,

endosulfan, triclorfon, carbaril e diflubenzuron apresentavam impacto menor

sobre predadores, baseando-se em aracnídeos e espécies de nabídeos e

geocorídeos, como indicadores. Os mesmos produtos comprovadamente não-

seletivos, como paration metílico, têm seu efeito reduzido, devido ao seu poder

residual muito baixo, permitindo rápida recolonização da lavoura, segundo

Davis e Hoyt (1979) e Costa e Link (1989).

Os produtos como o tebufenozide, que são ecdisteróides não-

esteroidais, induzem uma ecdise prematura e letal, agindo diretamente sobre

os receptores de ecdisteróides, em especial nos lepidópteros (MONTHEAN;

POTTER, 1992; SMAGGHE; DEGHEELE, 1992; 1994), e que também afetam

a reprodução dos sobreviventes (HAGEDORN, 1985). Smagghe e Degheele

(1995) afirmam não haverem sido observados efeitos adversos deste inseticida

sobre os predadores Podisus nigrispinus e P. maculiventris.

Em relação ao diflubenzurom, a maioria dos autores concorda com a

sua inocuidade em relação à artrópodos predadores como ácaros (HASSAN;

ABERT; BIGLER; 1987; RIEDL; SHEARER, 1988), coleópteros coccinelídeos

(WESTIGARD; GUT; LISS; 1986) ou carabídeos (PASINI; FOERSTER, 1994),

neurópteros (ABLES; JONES; BEE; 1977), hemípteros (HOYING; RIEDLL,

1980; CIGLAR; CVETOVIK, 1987), dermápteros (DRUKKER; BLOM, 1985) ou

parasitóides como himenópteros (HOUSE et al., 1980; NAVARAJAN, 1988) ou

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dípteros (HASSAN; ABERT; BIGLER; 1987). Entretanto, alguns autores

referem impactos como mortalidade ou distúrbios de desenvolvimento ou

reprodução em Amblyseius gossipi (EL–BANHAWY; REDÁ, 1988), Chrysopa

carnea (HASSAN; ABERT; BIGLER; 1987; ZAKI; GESRAHA, 1987), Deraecoris

brevis e Anthocoris nemoralis (BURTS, 1983), e Cirrospilus vitratus (MEY,

1988). Efeitos subletais como anormalidades morfológicas e redução do peso

corpóreo e da mobilidade foram observadas como efeito do diflubenzurom em

Forficula auricularia por Sauphanor et al. (1993).

Vadekerkhove e De Clercq (2004) avaliaram o efeito de lambda-

cialotrina sobre P. maculiventris e verificaram que para o quarto ínstar do

predador a DL50 foi 30-190 vezes maior que a DL50 para N. viridula quando

estes foram contaminados via água ingerida e 3-13 vezes maior quando foram

contaminados por meio de contato residual.

Dada a sua capacidade de regular a população de outros insetos,

muitas espécies de himenópteros parasitóides são utilizadas no controle de

pragas agrícolas, tanto de forma natural ou através de introduções (PERIOTO

et al., 2000). A exploração do potencial representado por este grupo de insetos

está diretamente relacionada ao uso racional de inseticidas, preferencialmente,

seletivos, que mantenham a sobrevivência destes insetos (TONET, 1995).

Salerno, Colazza e Conti (2002) estudaram o efeito da deltametrina no

comportamento de parasitismo de Trissolcus basalis em ovos de N. viridula e

verificaram que as fêmeas tratadas diminuíram a velocidade de caminhamento

quando comparadas com as não tratadas e DL25 foi estimada em 0,065 mL L-1.

O fungicidas pyraclostrobin + epoxiconazole (Opera, 600 mL.ha-1),

tebuconazole (Folicur 200 EC, 500 mL.ha-1), tetraconazole (Eminent 125 EW,

500 mL.ha-1), tiofanato metílico + flutriafol (Celeiro, 600 mL.ha-1), azoxystrobin +

ciproconazole (Priori Xtra, 300 mL.ha-1), ciproconanazole (Alto 100, 300 mL.ha-

1) e flutriafol (Impact, 600 mL.ha-1) foram seletivos, em laboratório, para T.

basalis (ESQUESÁRIO, 2007).

Batista Filho et al. (2003) avaliaram o efeito de thiamethoxam +

cipermetrina, profenofós + lufenuron e endosulfan sobre alguns inimigos

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naturais presentes na cultura da soja, e constataram que os produtos tiveram

efeito maior em aranhas e parasitóides de ovos, nos primeiros sete dias após

aplicação. No entanto a mortalidade dos inimigos naturais não ultrapassou

50%, a não ser para o endosulfan, que atingiu 62%. Em condições de

laboratório, profenofós + lufenuron e endosulfan reduziram a produção de

conídios de B. bassiana e inibiram completamente formação de colônias de B.

thuringiensis.

A seletividade do nucleopoliedrovírus de A. gemmatalis (AgMNPV)

(Baculovirus anticarsia) utilizado na soja, para o controle de A. gemmatalis, foi

verificada para inimigos naturais de pragas que ocorrem nessa cultura (ABBAS;

BOUCIAS, 1984; YOUNG; YEARIAN, 1989; YOUNG; KRING, 1991;

WATANABE; DE NARDO, MAIA, 1999; DE NARDO; MAIA; WATANABE,

2001).

Corrêa-Ferreira et al. (2008) compararam o manejo de pragas da soja

feito pelo agricultor com o MIP e o manejo biológico (controle biológico). Na

área MIP foram feitas 3 aplicações de produtos seletivos, enquanto que na

área do produtor foram feitas de 5 a 7 aplicações (duas safras) mais o

tratamento de sementes. Na área de manejo biológico foram feitas de 1 a 2

aplicações de AgMNPV e liberações de parasitóides de ovos de percevejos. Os

picos populacionais de P. includens foram maiores na área do produtor. A

população do percevejo E. heros foi igual em todas as áreas. As populações de

inimigos naturais foram superiores nas áreas de MIP e de manejo biológico em

relação à área do produtor, que chegou a ser 5,5 vezes menor em uma das

safras. O rendimento total médio de grãos foi estatisticamente igual em todas

as áreas, entretanto o rendimento líquido foi estatisticamente inferior na área

de manejo do produtor, embora com melhor qualidade de semente que a da

área de manejo biológico.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi instalado em área adjacente ao campus do Centro

Universitário Moura Lacerda, em Ribeirão Preto, SP, em dezembro de 2008,

utilizando soja de variedade comercial M–SOY 8008 RR. O espaçamento

utilizado foi de 0,45 m entre linhas e 23 plantas por metro linear (Figura 1).

O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, onde dois

tratamentos foram repetidos 10 vezes, sendo as parcelas constituídas por 50 x

58 m (2.900 m2). Os tratamentos foram o manejo biológico (que será

chamado MIP), favorecendo o controle biológico, e o método convencional de

controle utilizado pelo agricultor. Apesar de o manejo biológico ser chamado

aqui de manejo integrado de pragas, na verdade o tratamento é um controle de

pragas utilizando o controle biológico, pois o manejo preconiza a adoção de

uma tática baseado em amostragens e decisão de controle ao atingir o nível de

controle, o que não foi levado em consideração nesse projeto.

Para controle das plantas daninhas foi feita uma aplicação de Roundup

Original (3 L p.c. ha-1) e um volume de calda de 120 L ha-1. A aplicação do

herbicida foi realizada em área total em 05/01/2009. Para o controle da

ferrugem-asiática, foi feita uma aplicação do fungicida Opera (1 L p.c. ha-1)

mais espalhante adesivo (0,5%), utilizando um volume de calda de 200 L ha-1,

em 16/01, e uma do fungicida Folicur (1,5 L p.c. alq-1) mais espalhante adesivo

(0,5%) e fertilizante foliar Bioamino (3,5 L alq-1), em 18/02.

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22

Figura 1. Vista da área experimental (A) e da planta da soja no estádio

reprodutivo (B).

Os inseticidas para o controle das lagartas e percevejos foram

aplicados com trator e o volume de calda foi de 200 L ha-1. A pulverização dos

inseticidas foi realizada no final do período vegetativo (lagartas) e no início do

reprodutivo (lagartas e percevejos). As lagartas foram controladas com o

inseticida Dipel nas parcelas MIP e convencional, sendo realizadas duas

pulverizações na parcela MIP (16/01 e 18/02/2009). Contra os percevejos, foi

realizada uma pulverização com Thiodan 350 CE (1 L p.c. ha-1) (endosulfan) no

tratamento convencional (18/01/2009) e liberações dos parasitóides de ovos

Telenomus podisi e Trissolcus basalis, no tratamento MIP. As liberações de

parasitóides foram realizadas em 11/02 e 20/02 (T. podisi) e em 26/02/2009 (T.

basalis). Foi realizada uma infestação artificial com adultos de Euschistus heros

em 10/02/2009 (80 adultos por hectare). Todo o material biológico foi cedido

pela Bug – agentes de controle biológico S/A, Piracicaba, SP.

As pragas e os inimigos naturais foram avaliados pelo método do pano

de batida (SHEPARD; CARNER; TURNIPSEED, 1974) (Figura 2), contando-se

o número de ninfas ou larvas e adultos existentes e identificando as espécies.

As amostragens foram realizadas semanalmente, em quatro pontos ao acaso

por parcela.

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23

Figura 2. Pano de batida utilizado para amostrar as pragas e inimigos naturais

na soja (A) e amostragem (B).

As avaliações da mosca-branca foram realizadas semanalmente,

durante o período vegetativo, pelo método de placas adesivas amarelas (Figura

3). Pela manhã, em cada parcela eram colocadas duas armadilhas adesivas

amarelas (25 x 10 cm) no ponto central da área, presas a uma estaca de

madeira, pouco acima da altura das plantas. No final do dia, as cartelas eram

removidas e o número de moscas-brancas e inimigos naturais anotados.

As avaliações de ácaros foram realizadas semanalmente durante o

período vegetativo, pelo método descrito em Gallo et al. (2002), ou seja,

anotando-se a porcentagem de plantas com sintomas de ataque do ácaro-

branco, Polyphagotarsonemus latus, e do ácaro-rajado, Tetranychus urticae.

Em cada parcela foram avaliados quatro pontos com cinco plantas cada.

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Figura 3. Armadilha adesiva amarela utilizada na amostragem de moscas-

brancas (A) e insetos presos na armadilha (vários dípteros, Diabrotica speciosa

à esquerda e Cycloneda sanguinea à direita (B).

Os predadores de solo foram avaliados por meio de armadilhas de solo

(Figura 4), onde a primeira avaliação foi realizada no final do período vegetativo

e, posteriormente, a cada quinze dias até o final da fase reprodutiva, num total

de cinco avaliações. Em cada parcela experimental foram instaladas duas

armadilhas de solo, do tipo “pitfall”. Com o auxílio de um trado, foi introduzido

no solo um cilindro de PVC com 9 cm de diâmetro e 20 cm de altura, deixando

uma borda externa a 1 cm da superfície do solo. Dentro de cada tubo de PVC

foi introduzido um copo plástico de 200 mL, contendo solução de formol a 1% e

detergente neutro. Os copos eram trocados quinzenalmente e o conteúdo

destes era colocado em recipientes plásticos contendo álcool 70%, que eram

então identificados e levados para o laboratório. As espécies coletadas foram

identificadas quanto à Ordem, quando possível quanto à Família e,

eventualmente, quanto ao gênero e à espécie. Os piolhos-de-cobra (Diplopoda)

e centopéias (Chilopoda) coletados foram identificados apenas quanto a esse

grande grupamento zoológico.

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Figura 4. Armadilha de solo tipo “pitfall”, de PVC, para a captura de artrópodos

de solo ou caídos sobre ele (A) e bandeja contendo exemplares coletados em

cinco armadilhas, separados para a identificação e contagem (B).

O parasitismo natural de ovos de lepidópteros foi avaliado pelo

parasitismo de ovos da traça Anagasta kuehniella, criada em laboratório (Bug –

agentes de controle biológico S/A), na área experimental. Em algumas datas,

do final do período vegetativo até o final do reprodutivo, eram colocadas em

cada parcela, ao acaso, 20 cartelas de papelão (5 x 1 cm) contendo ovos da

traça colados na ponta (1 x 0,5 cm), presas aos folíolos da soja. As cartelas

eram colocadas no início da manhã e retiradas no final da tarde, sendo anotado

o período de permanência destas no campo. O material recolhido era

identificado e levado ao laboratório, onde cada cartela era individualizada em

tubos de vidro (10 x 2 cm), fechados com filme plástico, que por sua vez eram

mantidos em câmara climatizada a 25±1ºC, 70±10% de umidade relativa do ar

e 14 horas de fotofase, para a observação do parasitismo. Após seis dias do

parasitismo, os ovos eram avaliados para a contagem daqueles que se

tornaram enegrecidos, caracterizando o parasitismo (CÔNSOLI; ROSSI;

PARRA, 1999).

Logo após a segunda liberação de parasitóides de ovos de percevejos,

foram iniciadas as avaliações de parasitismo dos ovos destes. Pela manhã,

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eram colocadas três cartelas de papelão (10 x 1 cm) contendo posturas de

Nezara viridula coladas na ponta, ao acaso, na região central de cada parcela

experimental. No final da tarde, as posturas eram retiradas e levadas ao

laboratório, onde eram individualizadas em placas acrílicas (9 cm de diâmetro e

2 cm de altura), com papel-filtro umedecido ao fundo, e mantidas em câmara

climatizada a 25±1ºC, 70±10% de umidade relativa do ar e 14 horas de

fotofase, para a observação do parasitismo (na emergência dos parasitóides).

Essas avaliações foram realizadas até o final do período reprodutivo. As

posturas do percevejo foram obtidas da criação massal da Bug – agentes de

controle biológico S/A.

A avaliação da produtividade de grãos foi determinada colhendo-se um

ponto com seis fileiras de 10 m cada. Assim foi contabilizado o número de

plantas colhido por parcela e em seguida os grãos foram debulhados por uma

trilhadeira de grãos. Após serem trilhados, os grãos foram levados para o

laboratório para serem pesados e para determinação de sua umidade.

Os dados obtidos foram analisados e submetidos ao teste de

homocedasticidade, para a determinação da melhor forma da análise das

médias, e essas foram comparadas entre si pelo teste F, 5%, pelo programa

Statisca for Windows 5.1 (STATSOFT, 1996).

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Eficiência de inseticidas no controle de lagartas desfolhadoras

A lagarta-da-soja, Anticarsia gemmatalis, foi a principal lagarta

desfolhadora da cultura da soja durante o experimento na safra 2008/2009, em

Ribeirão Preto, SP. Entretanto, essa lagarta não atingiu níveis populacionais

que justificasse o seu controle (> 40 lagartas por pano de batida) (EMBRAPA,

2000/2001). O maior pico de lagartas pequenas não chegou a 14 lagartas por

pano de batida (2 metros lineares) (03/02/2009) (Figura 5) e o de grandes foi

inferior a 8 (07/02) (Figura 6). Um novo pico, porém menor, de lagartas

pequenas foi atingido em 12/03, decrescendo a população a partir daí (Figura

5).

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Figura 5. Número médio de lagartas de Anticarsia gemmatalis pequenas (< 1,5 cm) por pano de batida (2 metros lineares) comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01 e 18/02. Colunas seguidas por letras diferentes, dentro de cada data, diferem entre si pelo teste F, 5%.

Figura 6. Número médio de lagartas de Anticarsia gemmatalis grandes (> 1,5 cm) por pano de batida (2 metros lineares) comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01 e 18/02. Colunas seguidas por letras diferentes, dentro de cada data, diferem entre si pelo teste F, 5%.

0

2

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16/01 29/01 03/02 07/02 15/02 26/02 04/03 12/03 19/03

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MIP

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0

2

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6

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16/01 29/01 03/02 07/02 15/02 26/02 04/03 12/03 19/03

N. la

ga

rta

s g

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m Convencional

MIP

a b

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Houve diferenças significativas entre os tratamentos em 04/03 e 12/03

(Figura 5). Na primeira data, o tratamento MIP apresentou significativamente

mais lagartas pequenas que o tratamento convencional, o mesmo ocorrendo na

data seguinte (Figura 5). Quanto às lagartas grandes, houve diferença

significativa entre os tratamentos somente em 12/03, repetindo o observado

para as lagartas pequenas (Figura 6).

A lagarta-falsa-medideira, Pseudoplusia includens, também ocorreu na

área experimental e foi a segunda mais importante. O pico de lagartas

pequenas ocorreu em 04/03, não chegando a quatro lagartas por pano de

batida (Figura 7). Em 03/02 e 04/03, o número médio de lagartas pequenas por

amostragem foi significativamente superior no tratamento MIP, sendo bem

superior na segunda data. Em 15/02, o maior número foi observado no

tratamento convencional (teste F, 5%) (Figura 7). Não houve diferença

significativa entre os tratamentos quanto ao número médio de lagartas grandes

por amostragem (Figura 8).

Figura 7. Número médio de lagartas de Pseudoplusia includens pequenas (< 1,5 cm) por pano de batida (2 metros lineares) comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01 e 18/02. Colunas seguidas por letras diferentes,

dentro de cada data, diferem entre si pelo teste F, 5%.

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1

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b

a

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Os resultados obtidos para P. includens concordam parcialmente com

aqueles de Corrêa-Ferreira et al. (2008), que verificaram picos maiores dessa

lagarta no manejo realizado pelo agricultor, que corresponde ao convencional

do atual trabalho; o mesmo foi observado aqui em 15/02. Entretanto, em outras

duas datas ocorreu o contrário.

0

1

2

3

4

5

16/01 29/01 03/02 07/02 15/02 26/02 04/03 12/03 19/03

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s/2

m Convencional

MIP

Figura 8. Número médio de lagartas de Pseudoplusia includens grandes (> 1,5 cm) por pano de batida (2 metros lineares) comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01 e 18/02. Não houve diferenças significativas entre as médias pelo teste F, 5%.

Outro grupo de desfolhadoras que ocorreu no ensaio foi o representado

por espécies do gênero Spodoptera, especialmente S. eridania. Não houve

diferenças significativas entre os tratamentos, mas em 16/01 a quantidade de

lagartas foi numericamente superior no tratamento MIP (Figura 9), sendo que

nessa data também ocorreu o pico populacional desse grupo.

Outras lagartas desfolhadoras também ocorreram no experimento,

como lagartas mede-palmo da família Geometridae, lagarta-cabeça-de-fósforo,

Urbanus spp., especialmente Urbanus proteus, lagarta-enroladeira, Omiodes

indicata, entre outras. Houve diferença significativa entre os tratamentos quanto

ao número médio desse grupo de lagartas por pano de batida em 29/01 (Figura

10), onde o maior valor foi observado no tratamento MIP.

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16/01 29/01 03/02 07/02 15/02 26/02 04/03 12/03 19/03

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ga

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s/2

m

Convencional

MIP

Figura 9. Número médio de lagartas de Spodoptera spp. por pano de batida (2 metros lineares) comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em

16/01 e 18/02. Não houve diferenças significativas entre as médias pelo teste F, 5%.

Figura 10. Número médio de outras lagartas (geometrídeos, Urbanus spp., Omiodes indicata etc.) por pano de batida (2 metros lineares) comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01 e 18/02. Colunas seguidas por letras

diferentes, dentro de cada data, diferem entre si pelo teste F, 5%.

Em algumas datas, as lagartas desfolhadoras foram mais bem

controladas no tratamento convencional do que no MIP. Entretanto, a

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16/01 29/01 03/02 07/02 15/02 26/02 04/03 12/03 19/03

N. la

ga

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m

Convencional

MIP

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mortalidade natural foi bem alta na área experimental, sempre diminuindo as

populações de lagartas desfolhadoras.

As lagartas pequenas (< 1,5 cm de comprimento) de A. gemmatalis

foram mais bem controladas no tratamento convencional do que no MIP,

especialmente quando foi pulverizado endossulfam. Entretanto, as lagartas

grandes não foram influenciadas pelo tratamento.

A lagarta-falsa-medideira pareceu ser mais sensível ao controle

químico que a lagarta-da-soja, pois no tratamento convencional P. includens foi

mais bem controlada (Figura 7), especialmente após a segunda pulverização

com endosulfam, concordando com Habib, Andrade e Rossi (1990).

4.2 Impacto do método convencional e do manejo integrado de pragas

sobre outros insetos-praga da parte aérea da soja

Foram várias as outras pragas que ocorreram na área experimental.

Gallo et al. (2002) citam várias e dentre elas ocorreram na área as vaquinhas,

especialmente Diabrotica speciosa (brasileirinho), Cerotoma spp. e Colaspis

spp., moscas-brancas, ácaros, especialmente Tetranychus urticae (ácaro-

rajado) e Polyphagotarsonemus latus (ácaro-branco), e o idiamim, Lagria

villosa. Além dessas, ocorreram os percevejos fitófagos Euschistus heros

(percevejo-marrom), Piezodorus guildinii (percevejo-verde-pequeno),

Acrosternum sp., Dichelops spp., Edessa sp. e Neomegalotomus parvus

(formigão).

Após a primeira pulverização, em 16/01, o número médio de adultos de

D. speciosa por amostragem foi estatisticamente superior no tratamento

convencional do que no MIP (Figura 11). Mas essa diferença não pode ser

vinculada à aplicação de produtos, pois a primeira pulverização foi igual nos

dois tratamentos. Dessa data em diante, não houve mais diferença significativa

entre os tratamentos (Figura 11).

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Figura 11. Número médio de adultos de Diabrotica speciosa por pano de batida (2 metros lineares) comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em

16/01 e 18/02. Colunas seguidas por letras diferentes, dentro de cada data, diferem entre si pelo teste F, 5%.

Também não houve diferença significativa entre os tratamentos quanto

ao número médio de outras vaquinhas (Chrysomelidae) (Figura 12). O mesmo

ocorreu quanto ao besouro L. villosa (Figura 13), moscas-brancas (Figura 14) e

ácaro-branco (Figura 15).

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16/01 29/01 03/02 07/02 15/02 26/02 04/03 12/03 19/03

N. cri

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m

Convencional

MIP

Figura 12. Número médio de adultos de outras vaquinhas (Cerotoma, Colaspis etc. – Chrysomelidae) por pano de batida (2 metros lineares) comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01 e 18/02. Não houve diferenças

significativas entre as médias pelo teste F, 5%.

0,00

0,10

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0,30

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16/01 29/01 03/02 07/02 15/02 26/02 04/03 12/03 19/03

N. cri

so

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líd

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m Convencional

MIP

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1,00

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16/01 29/01 03/02 07/02 15/02 26/02 04/03 12/03 19/03

N. id

iam

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m

Convencional

MIP

Figura 13. Número médio de Lagria villosa por pano de batida (2 metros lineares) comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01 e 18/02.

Não houve diferenças significativas entre as médias pelo teste F, 5%.

Entretanto, numericamente as populações dessas pragas foram

maiores em várias datas no manejo convencional quando comparadas às do

manejo biológico (MIP) (Figuras 11 a 15).

0,00

0,20

0,40

0,60

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1,00

30/01 04/02 10/02 21/02

N. m

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Convencional

MIP

Figura 14. Número médio de moscas-brancas por duas armadilhas adesivas amarelas, comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01 e 18/02.

Não houve diferenças significativas entre as médias pelo teste F, 5%.

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07/02 17/02 26/02

N. p

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Convencional

MIP

Figura 15. Número médio de plantas por parcela com sintomas de ataque do ácaro-branco, Polyphagotarsonemus latus, comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01 e 18/02. Não houve diferenças significativas entre as médias pelo teste F, 5%.

As populações de percevejos fitófagos foram baixas na área

experimental, quando comparadas às de outros anos no mesmo local (LIMA,

2003; NOCERA, 2006), ocorrendo mais E. heros (Figura 16) do que P. guildinii

(Figura 17), o que também foi contrário ao que ocorreu nos anos anteriores.

Entretanto, alguns autores relatam que esse percevejo vem aumentando sua

importância em toda a região produtora de soja (DEGRANDE et al., 2000),

chegando até o sul do país, onde ocorria predominantemente N. viridula

(PINTO; PARRA; OLIVEIRA, 2008).

DeGrande et al. (2000) observaram que os inseticidas acefate (300,

400 e 500 g ha-1), endosulfam (1,25 L ha-1), metamidofós (0,8 l ha-1) foram

eficientes no controle de ninfas de E. heros, concordando com a escolha de

endosulfam no experimento para o controle no método convencional.

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16/01 29/01 03/02 07/02 15/02 26/02 04/03 12/03 19/03

N. p

erc

eve

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m

Convencional

MIP

Figura 16. Número médio de ninfas e adultos do percevejo-marrom, Euschistus heros, por pano de batida (2 metros lineares), comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01 e 18/02. Não houve diferenças significativas entre as médias pelo teste F, 5%.

O número médio de adultos e ninfas do percevejo-marrom (Figura 16)

e do percevejo-verde-pequeno (Figura 17) não foi afetado significativamente

pelos tratamentos. Também não houve diferença estatística entre os

tratamentos quando ao número médio de outros percevejos fitófagos por

amostragem (Figura 18).

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eve

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m

Convencional

MIP

Figura 17. Número médio de ninfas e adultos do percevejo-verde-pequeno, Piezodorus guildinii, por pano de batida (2 metros lineares), comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01 e 18/02. Não houve diferenças

significativas entre as médias pelo teste F, 5%.

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

16/01 29/01 03/02 07/02 15/02 26/02 04/03 12/03 19/03

N. p

erc

eve

jos/2

m

Convencional

MIP

Figura 18. Número médio de ninfas e adultos de percevejos pentatomídeos (Acrosternum spp., Dichelops spp., Edessa spp., Neomegalotomus parvus etc.) por pano de batida (2 metros lineares), comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01 e 18/02. Não houve diferenças significativas entre as médias pelo teste F, 5%.

As pragas não alvo que ocorreram na cultura da soja, dentre elas,

vaquinhas, especialmente Diabrotica speciosa (brasileirinho), Cerotoma spp.,

Colaspis spp., moscas-brancas, ácaros, especialmente Tetranychus urticae

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38

(ácaro-rajado) e Polyphagotarsonemus latus (ácaro-branco), e o idiamim,

Lagria villosa, não foram afetados pelos tratamentos.

4.3 Impacto do método convencional e do manejo integrado de pragas

sobre os artrópodos benéficos na cultura da soja

De uma forma geral, o número médio de predadores (Orius spp.,

carabídeos, joaninhas e percevejos predadores, como reduvíideos e

pentatomídeos) por pano de batida não foi diferente estatisticamente entre os

tratamentos convencional e MIP (Figuras 19, 20, 21, 22 e 24). Somente na

primeira avaliação do número médio de Geocoris spp. por amostragem houve

um maior número desses inimigos naturais no tratamento convencional do que

no MIP (Figura 19).

Figura 19. Número médio de Geocoris spp. por pano de batida (2 metros lineares) comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01 e 18/02.

Colunas seguidas pelas mesmas letras, dentro de cada data, não diferem entre si pelo teste F, 5%.

0,00

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0,30

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16/01 29/01 03/02 07/02 15/02 26/02 04/03 12/03 19/03

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39

Farias et al. (2006), em experimento onde Geocoris sobrinus foi a

espécie predadora dominante (37% do total), verificaram impacto do

endossulfam na população de predadores em geral.

0,00

0,10

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16/01 29/01 03/02 07/02 15/02 26/02 04/03 12/03 19/03

N. p

red

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2 m

Convencional

MIP

Figura 20. Número médio de Orius spp. por pano de batida (2 metros lineares) comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01 e 18/02. Não

houve diferenças significativas entre as médias pelo teste F, 5%.

0,00

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16/01 29/01 03/02 07/02 15/02 26/02 04/03 12/03 19/03

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2 m

Convencional

MIP

Figura 21. Número médio de carabídeos por pano de batida (2 metros lineares) comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01 e 18/02. Não

houve diferenças significativas entre as médias pelo teste F, 5%.

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16/01 29/01 03/02 07/02 15/02 26/02 04/03 12/03 19/03

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2 m

Convencional

MIP

Figura 22. Número médio de joaninhas (principalmente Cycloneda sanguinea) por pano de batida (2 metros lineares) comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01 e 18/02. Não houve diferenças significativas entre as médias pelo teste F, 5%.

O número médio de joaninhas capturadas por cada duas armadilhas

amarelas adesivas por parcela também foi estatisticamente igual entre os

tratamentos (Figura 23).

Várias outras espécies de insetos benéficos foram capturadas nas

armadilhas adesivas, mas não foram levadas em consideração pela baixa

quantidade presente.

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30/01 04/02 10/02 21/02

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Convencional

MIP

Figura 23. Número médio de joaninhas (principalmente Cycloneda sanguinea) por duas armadilhas adesivas amarelas, comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01 e 18/02. Não houve diferenças significativas entre as médias pelo teste F, 5%.

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

16/01 29/01 03/02 07/02 15/02 26/02 04/03 12/03 19/03

N. p

red

ad

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2 m

Convencional

MIP

Figura 24. Número médio de percevejos predadores por pano de batida (2 metros lineares) comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01

e 18/02. Não houve diferenças significativas entre as médias pelo teste F, 5%.

O número médio de aranhas por pano de batida apresentou diferença

significativa (Figura 25). Em 04/03, duas semanas após a segunda

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42

pulverização, o tratamento MIP apresentou número médio de aranhas superior

ao do tratamento convencional, podendo ser esse inimigo natural um indicador

de desequilíbrios no agroecossistema da soja. A maior quantidade de aranhas

capturada ocorreu em 12/03, não ultrapassando duas por batida de pano

(Figura 25).

Figura 25. Número médio de aranhas por pano de batida (2 metros lineares) comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01 e 18/02. Colunas

seguidas por letras diferentes, dentro de cada data, diferem entre si pelo teste F, 5%.

O parasitismo de ovos de traças por parasitóides de ovos de

lepidópteros (tricogramatídeos em geral) também parece ser um bom indicador

de desequilíbrio ambiental. Em 04/03, a porcentagem média de parasitismo foi

significativamente superior no tratamento MIP que no convencional, duas

semanas após a segunda pulverização de inseticida no segundo (Figura 26).

Os resultados obtidos para aranhas e parasitóides de ovos coincidem

com os verificados por Batista Filho et al. (2003), que comentam que a

mortalidade causada não ultrapassou 50%. E concordam parcialmente com

Bueno (2008), que verificou que endossulfam é inócuo a moderadamente

nocivo a Trichogramma pretiosum, gênero que predominou no ensaio.

0,00

0,50

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1,50

2,00

16/01 29/01 03/02 07/02 15/02 26/02 04/03 12/03 19/03

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43

Figura 26. Porcentagem média de ovos de Anagasta kuehniella parasitados por tricrogramatídeos comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01

e 18/02. Colunas seguidas por letras diferentes, dentro de cada data, diferem entre si pelo teste F, 5%.

Não houve diferença significativa entre os tratamentos quanto à

porcentagem média de parasitismo de ovos de percevejos por parasitóides de

ovos, havendo, naturalmente, um maior parasitismo no manejo biológico (MIP)

do que no convencional, pois nesse foram realizadas liberações inoculativas de

parasitóides de ovos de percevejos (Figura 27).

Os resultados obtidos para inimigos naturais, de forma geral,

concordam com os verificados por Corso, Gazzoni e Nery (1999), que

concluíram que o inseticida endossulfam, aplicado contra lagartas e percevejos

na soja, não foi tóxico aos inimigos naturais em geral, incluindo himenópteros

parasitóides (nesse caso, discorda parcialmente dos autores). Também

concluíram que o inseticida não causou ressurgência de outras pragas.

Entretanto, os resultados discordam parcialmente de Farias et al.

(2006) e Camargo et al. (2004), que verificaram a não seletividade de

endossulfam para predadores em lavoura de soja. No atual trabalho esse efeito

0

5

10

15

20

25

05/02 01/02 26/02 17/02 04/03 12/03 18/03 26/03

Dias após a última pulverização

Pa

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(%

)

Convencional

MIP

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44

deletério foi verificado para aranhas e parasitóides de ovos de lepidópteros,

como concluído por Batista Filho et al. (2003).

0

5

10

15

20

20/02 06/03 12/03 18/03

Dias após a última pulverização

Pa

rasitis

mo

(%

) Convencional

MIP

Figura 27. Porcentagem média de parasitismo de ovos de Euschistus heros ou Nezara viridula parasitados por parasitóides de ovos, comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01 e 18/02. Não houve diferenças significativas

entre as médias pelo teste F, 5%.

4.4 Impacto do método convencional e do manejo integrado de pragas

sobre os artrópodos de solo

Os artrópodos de solo também foram avaliados nos dois tratamentos.

Como descrito no item 3, armadilhas de solo, do tipo “pitfall” foram distribuídas

pelas parcelas experimentais e os insetos capturados foram identificados e

quantificados em cinco avaliações após a pulverização inicial.

Dos 41 grupos (classe, ordem, família, gênero ou espécie) capturados,

somente em 7 houve diferenças significativas entre os tratamentos, em apenas

uma data de amostragem (Figuras 28 a 34 e Tabela 1).

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45

Foram mais abundantes os carabídeos em geral e Calosoma spp.

(larva e adultos) (Insecta: Coleoptera: Carabidae), os piolhos-de-cobra

(Arthropoda: Diplopoda), os cidnídeos (Insecta: Hemiptera: Cydnidae), os

dípteros (Insecta: Diptera), as formigas (Insecta: Hymenoptera: Formicidae), o

idiamim, L. villosa (Insecta: Coleoptera: Lagriidae), os lepidópteros (Insecta:

Lepidoptera), os ortópteros (Insecta: Orthoptera) e os besouros escarabeídeos

(Insecta: Coleoptera: Scarabaeidae) (Figuras 28 a 34 e Tabela 1).

Em 12/03, mais de um mês após a última pulverização com Bacillus

thuringiensis (MIP) ou endossulfam (convencional), houve diferença

significativa entre os tratamentos, sendo que o tratamento convencional

apresentou mais larvas de Calosoma spp. que no manejo biológico (MIP). Não

há explicação para isso, mas havia mais lagartas no tratamento MIP também

por volta dessa época de avaliação (Figuras 5 a 7), podendo indicar um

possível desequilíbrio causado pelo produto biológico.

Figura 28. Número médio do carabídeo Calosoma spp. (larva) por armadilha de solo em cinco datas diferentes, comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos

inseticidas em 16/01 e 18/02. Colunas seguidas por letras diferentes, dentro de cada data, diferem entre si pelo teste F, 5%.

Calosoma spp. (larva)

0,00

1,00

2,00

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4,00

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7,00

23/01 05/02 26/02 12/03 25/03

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MIP

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46

O contrário foi observado para adultos de Calosoma spp., pois foram

capturados mais indivíduos no tratamento MIP que no convencional, em

25/03/2009 (Figura 29).

Figura 29. Número médio do carabídeo Calosoma spp. (adulto) por armadilha de solo em cinco datas diferentes, comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01 e 18/02. Colunas seguidas por letras diferentes, dentro de cada data, diferem entre si pelo teste F, 5%.

Logo após a primeira pulverização, verificou-se significativamente mais

indivíduos de idiamim (L. villosa) por armadilha no tratamento convencional do

que no MIP. Esse fato também não pode ser vinculado com a aplicação, pois

até essa data não havia diferenças entre os dois tratamentos, pois em 16/01

fora aplicado B. thuringiensis nos dois (Figura 30).

O mesmo ocorreu com os dípteros capturados, mas agora sendo

estatisticamente maior no tratamento MIP quando comparado com o

convencional (Figura 31).

Calosoma spp. (adulto)

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

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23/01 05/02 26/02 12/03 25/03

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MIP

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47

Figura 30. Número médio de Lagria villosa por armadilha de solo em cinco datas diferentes, comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01

e 18/02. Colunas seguidas por letras diferentes, dentro de cada data, diferem entre si pelo teste F, 5%.

Figura 31. Número médio de dípteros por armadilha de solo em cinco datas diferentes, comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01 e 18/02.

Colunas seguidas por letras diferentes, dentro de cada data, diferem entre si pelo teste F, 5%.

Lagria villosa

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

23/01 05/02 26/02 12/03 25/03

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Convencional

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Diptera

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

23/01 05/02 26/02 12/03 25/03

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Convencional

MIP

a

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48

Em 25/03, foram capturadas mais formigas no tratamento MIP do que

no convencional, mais de um mês após a segunda pulverização (Figura 32). O

mesmo foi observado os ortópteros em geral (Figura 33).

Figura 32. Número médio de formigas (Hymenoptera: Formicidae) por armadilha de solo em cinco datas diferentes, comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01 e 18/02. Colunas seguidas por letras diferentes, dentro de cada data, diferem entre si pelo teste F, 5%.

Em 05/02, foi verificada diferença significativa entre os tratamentos

quanto ao número de piolhos-de-cobra capturados por armadilha, sendo que o

tratamento convencional apresentou o maior valor médio (Figura 34). Nesse

caso, também não podemos vincular com aplicação de produtos, haja vista que

a primeira pulverização feita em 16/01 foi igual para os dois tratamentos.

Formicidae

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

8,00

9,00

23/01 05/02 26/02 12/03 25/03

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MIP

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49

Figura 33. Número médio de ortópteros (Orthoptera) por armadilha de solo em cinco datas diferentes, comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos

inseticidas em 16/01 e 18/02. Colunas seguidas por letras diferentes, dentro de cada data, diferem entre si pelo teste F, 5%.

Figura 34. Número médio de diplópodos (piolhos-de-cobra) (Diplopoda) por armadilha de solo em cinco datas diferentes, comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 16/01 e 18/02. Colunas seguidas por letras diferentes, dentro de cada data, diferem entre si pelo teste F, 5%.

Orthoptera

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

23/01 05/02 26/02 12/03 25/03

N. a

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a

Convencional

MIP

a

b

Diplopoda

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

23/01 05/02 26/02 12/03 25/03

N. a

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s p

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a

Convencional

MIP

b

a

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50

Quanto aos demais artrópodos capturados por armadilha, não houve

diferenças significativas entre eles (Tabela 1).

Tabela 1. Número médio de outros artrópodos coletados por armadilha de solo em cinco datas diferentes, comparando MIP (manejo biológico) com o método convencional (Conv.) de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009.

Artrópodos 23/01 05/02 26/02 12/03 25/03

Conv. MIP Conv. MIP Conv. MIP Conv. MIP Conv. MIP

Apidae 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,27 0,07 0,13 0,00 0,00

Apis mellifera 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07 0,07 0,40 0,53 0,07 0,00

Aranea 0,20 0,20 0,07 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07 0,33

Asilidae 0,07 0,27 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Blattodea 0,00 0,13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,20 0,00 0,00

Carabidae 4,53 6,87 1,07 1,53 0,53 0,67 1,20 4,60 0,67 0,73

Cerotoma 0,00 0,00 0,00 0,13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Chilopoda 0,33 0,53 0,00 0,00 0,13 0,20 0,00 0,00 0,00 0,00

Chrysomelidae 0,13 0,07 0,00 0,00 0,13 0,00 0,07 0,00 0,07 0,07

Cicadellidae 0,07 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07 0,00

Cicindelidae 0,00 0,13 0,87 0,33 0,47 0,33 0,13 0,13 0,00 0,00

Coccinellidae 0,07 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07 0,00 0,00 0,00 0,00

Coleoptera (outros)

0,07 0,00 0,00 0,20 0,13 0,00 0,13 0,67 0,27 0,07

Curculionidae 0,13 0,13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Coreidae 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07 0,07

Cydnidae 1,80 0,40 1,27 1,40 0,93 0,87 2,60 2,93 2,27 2,33

Dermaptera 0,00 0,13 0,13 0,53 0,00 0,07 0,33 0,20 0,07 0,27

Elateridae 0,07 0,13 0,00 0,20 0,00 0,07 0,00 0,13 0,07 0,00

Galerita 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07 0,07 0,00 0,00 0,00 0,00

Hemiptera 0,07 0,27 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Hymenoptera 0,93 0,60 0,00 0,33 0,07 0,07 0,00 0,00 0,47 0,13

Isoptera 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Lepidoptera (adulto)

0,53 0,47 0,40 0,60 0,33 0,40 5,13 8,53 0,13 0,20

Lepidoptera (larva)

6,93 4,60 0,07 1,27 1,40 0,80 0,20 2,27 0,00 0,27

Lygaeidae 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07 0,00 0,20 0,20 0,13 0,93

Mutilidae 0,13 0,13 0,00 0,00 0,07 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Passalidae 0,00 0,00 0,87 1,93 0,20 0,20 0,33 0,00 0,00 0,00

Pompilidae 0,00 0,07 0,00 0,00 0,00 0,00 0,27 0,53 0,20 0,33

Reduviidae 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Scaptocoris 0,00 0,00 0,00 0,00 0,13 0,00 0,40 0,20 0,13 0,13

Scarabaeidae 8,40 8,13 11,87 23,40 0,80 0,87 6,33 3,07 2,07 6,33

Staphylinidae 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07 0,00 0,13 0,00

Termitidae 0,07 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Não houve diferenças significativas entre as médias pelo teste F, 5%.

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51

A não diferença entre os tratamentos quanto ao número médio de

lepidópteros capturados nas armadilhas se opõe a batida de pano, por

exemplo, em que há diferença em várias datas para os diferentes noctuídeos

encontrados (Figuras 5 a 7).

Apesar dessas diferenças, não houve, de uma forma geral, diferença

entre os tratamentos convencional e o manejo biológico (MIP), quanto à

ocorrência de artrópodos de solo.

Por fim, não houve diferença significativa entre os tratamentos quanto à

produtividade média de grãos (Figura 35). Entretanto, na significância de

18,49%, o tratamento MIP garantiu uma produtividade estatisticamente maior

do que aquela obtida no convencional. De qualquer maneira, o controle

químico (manejo convencional) não garantiu uma maior produção de grãos do

que o controle biológico adotado no sistema MIP (manejo biológico).

3267,8

3058,9

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

Convencional MIP

Pro

du

tivid

ad

e (

Kg

/ha

)

Figura 35. Produtividade média da soja RR (kg ha-1) comparando MIP com o método convencional de controle de pragas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Não houve diferenças significativas entre as médias pelo teste F, 5%. Significância a

18,49%.

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52

Corrêa-Ferreira et al. (2008) também verificaram diferença na

produtividade da soja, sendo superior nos tratamentos onde o manejo de

pragas foi feito pela filosofia do MIP ou de forma biológica, quando comparados

com o manejo feito pelo agricultor, que incluiu de 5 a 7 pulverizações.

De uma forma geral, o manejo de lepidópteros-praga e percevejos-

praga feito pelo agricultor, quando as infestações de ambas são baixas, que

acabaram por exigir apenas uma pulverização de B. thuringiensis, contra as

lagartas, e uma de endossulfam, contra as lagartas e os percevejos (mesmo

não sendo necessárias), não desequilibrou o agroecossistema da soja, mas

também não garantiu uma maior produção de grãos, quando comparado com o

manejo biológico, utilizando B. thuringiensis e parasitóides de ovos para o

controle de lagartas e percevejos, respectivamente.

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5 CONCLUSÕES

Da forma que foi conduzido o experimento, pode-se concluir:

a) as pragas predominantes na área experimental são a lagarta-da-

soja, Anticarsia gemmatalis, as lagartas do gênero Spodoptera e a

lagarta-falsa-medideira, Pseudoplusia includens (Lepidoptera:

Noctuidae), seguidas pelo percevejo-marrom, Euschistus heros

(Hemiptera: Pentatomidae), pelo idiamim, Lagria villosa (Hemiptera:

Lagriidae) e pelas vaquinhas (Coleoptera: Chrysomelidae);

b) os predadores que predominam na área são aranhas (Arthropoda:

Chelicerata: Aranea), seguidas por Geocoris spp. (Hemiptera:

Geocoridae), outros percevejos predadores (Hemiptera:

Reduviidae, Pentatomidae, Nabidae) e Orius spp. (Hemiptera:

Anthocoridae);

c) os artrópodos de solo predominantes são carabídeos em geral e

Calosoma spp. (larva e adultos) (Insecta: Coleoptera: Carabidae),

os piolhos-de-cobra (Arthropoda: Diplopoda), os cidnídeos (Insecta:

Hemiptera: Cydnidae), os dípteros (Insecta: Diptera), as formigas

(Insecta: Hymenoptera: Formicidae), o idiamim, L. villosa (Insecta:

Coleoptera: Lagriidae), os lepidópteros (Insecta: Lepidoptera), os

ortópteros (Insecta: Orthoptera) e os besouros escarabeídeos

(Insecta: Coleoptera: Scarabaeidae);

d) o controle químico convencional não afeta a população da maioria

dos inimigos naturais mais importantes de pragas da soja;

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e) o controle químico convencional, utilizando-se do endossulfam,

afeta as populações de aranhas e de parasitóides de ovos de

lepidópteros;

f) o controle químico convencional, quando realizada apenas uma

pulverização de endossulfam, não interfere na população de outras

pragas não lepidópteros e percevejos;

g) o controle químico convencional não afeta negativamente os

artrópodos de solo;

h) o controle químico convencional, feito pelo agricultor, e o controle

biológico, adotado no sistema de manejo integrado de pragas

(MIP), garantem a mesma produtividade de grãos na cultura da

soja.

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