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Iniciação - Revista de Iniciação Científica, Tecnológica e Artística Edição Temática: Sustentabilidade Vol. 5 n o 3 - Dezembro de 2015, São Paulo: Centro Universitário Senac ISSN 2179474 X Portal da revista: http://www1.sp.senac.br/hotsites/blogs/revistainiciacao/ E-mail: [email protected] Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-Não Comercial-SemDerivações 4.0 Internacional Contribuição para rede técnica de resíduos sólidos da construção civil: levantamento do perfil socioeconômico dos trabalhadores dos pontos de entrega voluntária - PEVS Contribution to network technical of construction solid waste: lifting the socioeconomic profile of the workers’ voluntary delivery points - VDPS Loraine Lubachewiski Barquero, Emília Satoshi Miyamaru Seo Centro Universitário Senac Grupo de Pesquisa em Sustentabilidade {[email protected], [email protected]} Resumo. Este artigo é parte da identificação da rede técnica dos resíduos de construção civil (RCC) do município de São José dos Campos/SP, que contribuirá na proposição de ferramentas de gestão do município. Pretende-se dar ênfase aos operadores da rede técnica de RCC, afim de realizar o levantamento do perfil socioeconômico desses agentes sociais e diagnosticar a infraestrutura dos pontos de entrega voluntária (PEVs). Para desenvolvimento deste trabalho foram levantados dados primários por meio de um questionário aplicado aos trabalhadores dos PEVs e os dados secundários sobre entendimento sobre rede técnica de resíduos sólidos e resíduos sólidos da construção civil. Com base nos resultados, permitiu a confirmação da relevância dos PEVS para o contexto ambiental e social do município de São José dos Campos. Relacionadas às questões de higiene e segurança constatou-se que a boa saúde ocupacional dentro dos PEVs é ferramenta indispensável para obtenção de qualidade de vida e desempenho do trabalhador. Concluiu-se que os agentes sociais operadores se sentem orgulhosos de seu importante papel para o meio ambiente e para o cumprimento do Plano de gestão do município de José dos Campos, e podem contribuir grandemente para o aprimoramento da gestão e gerenciamento das atividades. Palavras-chave: PEVs. Rede técnica de resíduos sólidos. Ferramentas de gestão. Perfil socioeconômico. Abstract. This article is part of the identification of the technical network of building waste in São José dos Campos/SP, which will help in proposing the municipality management tools. In this project, we intend to give emphasis to the technical network operators RCC in order to survey the socioeconomic profile of these agents and diagnose social infrastructure of Voluntary Delivery Points (VDPs). For development of this work we were raised primary data through a questionnaire administered to employees of PEVs and secondary data on understanding of technical network of solid waste and solid waste construction. Based on the results, allowed the confirmation of the relevance of VDPs for environmental and social context in São José dos Campos. Related to issues of health and safety it was been found that good occupational health within the VDPs is indispensable for achieving quality of life and worker performance tool. It was concluded that operators social workers feel proud of their important role for the environment and for the fulfillment of the management Plan of the Municipality, and can contribute greatly to the improvement of management and management of activities. Key words: VDPs. Network technical of solid waste. Management tools. Socioeconomic profile.

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Iniciação - Revista de Iniciação Científica, Tecnológica e Artística Edição Temática: Sustentabilidade Vol. 5 no 3 - Dezembro de 2015, São Paulo: Centro Universitário Senac ISSN 2179474 X Portal da revista: http://www1.sp.senac.br/hotsites/blogs/revistainiciacao/ E-mail: [email protected] Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-Não Comercial-SemDerivações 4.0

Internacional

Contribuição para rede técnica de resíduos sólidos da construção civil: levantamento do perfil socioeconômico dos trabalhadores dos pontos de entrega voluntária - PEVS

Contribution to network technical of construction solid waste: lifting the socioeconomic profile of the workers’ voluntary delivery points - VDPS

Loraine Lubachewiski Barquero, Emília Satoshi Miyamaru Seo Centro Universitário Senac

Grupo de Pesquisa em Sustentabilidade

{[email protected], [email protected]}

Resumo. Este artigo é parte da identificação da rede técnica dos resíduos de

construção civil (RCC) do município de São José dos Campos/SP, que contribuirá na proposição de ferramentas de gestão do município. Pretende-se dar ênfase aos operadores da rede técnica de RCC, afim de realizar o levantamento do perfil socioeconômico desses agentes sociais e diagnosticar a infraestrutura dos pontos de entrega voluntária (PEVs). Para desenvolvimento deste trabalho foram levantados dados primários por meio de um questionário aplicado aos trabalhadores dos PEVs e os dados secundários sobre entendimento sobre rede técnica de resíduos sólidos e resíduos sólidos da construção civil. Com base nos resultados, permitiu a confirmação da relevância dos PEVS para o contexto ambiental e social do município de São José dos Campos. Relacionadas às questões de higiene e segurança constatou-se que a boa saúde ocupacional dentro dos PEVs é ferramenta indispensável para obtenção de qualidade de vida e desempenho do trabalhador. Concluiu-se que os agentes sociais operadores se sentem orgulhosos de seu importante papel para o meio ambiente e para o cumprimento do Plano de gestão do município de José dos Campos, e podem contribuir grandemente para o aprimoramento da gestão e gerenciamento das atividades. Palavras-chave: PEVs. Rede técnica de resíduos sólidos. Ferramentas de gestão. Perfil socioeconômico. Abstract. This article is part of the identification of the technical network of building waste in São José dos Campos/SP, which will help in proposing the municipality management tools. In this project, we intend to give emphasis to the technical network operators RCC in order to survey the socioeconomic profile of these agents and diagnose social infrastructure of Voluntary Delivery Points (VDPs). For development of this work we were raised primary data through a questionnaire administered to employees of PEVs and secondary data on understanding of technical network of solid waste and solid waste construction. Based on the results, allowed the confirmation of the relevance of VDPs for environmental and social context in São José dos Campos. Related to issues of health and safety it was been found that good occupational health within the VDPs is indispensable for achieving quality of life and worker performance tool. It was concluded that operators social workers feel proud of their important role for the environment and for the fulfillment of the management Plan of the Municipality, and can contribute greatly to the improvement of management and management of activities. Key words: VDPs. Network technical of solid waste. Management tools. Socioeconomic profile.

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1. Introdução

A produção dos resíduos sólidos é resultante das diversas atividades antropogênicas, como aquelas ocorrentes na indústria da construção civil. Considerada uma das mais importantes para o desenvolvimento econômico e social do Brasil, o setor se caracteriza também como um dos grandes geradores de impactos ambientais, tanto pelo consumo de recursos naturais, como pela modificação da paisagem e da geração de resíduos (JOHN, 2000). Ao final dos anos 1990, o autor Pinto (1999) ao descrever a situação dos resíduos de construção civil (RCC) no país afirma que, em muitos casos, esses eram descartados em terrenos baldios impactando o solo, atraindo animais transmissores de doenças e comprometendo a paisagem.

As diretrizes de gerenciamento para os RCC foram estabelecidas no país por meio do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) que promulgou em 2002 a Resolução nº 307, determinando aos geradores de resíduos da construção civil a responsabilidade pelos resíduos gerados resíduos das atividades de construção, reforma, reparos e demolições de estruturas e estradas, bem como por aqueles resultantes da remoção de vegetação e escavação de solos (BRASIL, 2002). A resolução estabeleceu também as diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão municipal dos resíduos da construção civil, definindo entre as responsabilidades do poder público, a necessidade de apoio às ações de destinação para os pequenos geradores.

O presente trabalho é parte da identificação da rede técnica dos resíduos de construção civil do município de São José dos Campos/SP que propiciará ao grupo de pesquisa a proposição de ferramentas de gestão. O município de São José dos Campos (SJC), situado na região do Vale do Paraíba, no estado de São Paulo, gera cerca de 1500 t/d de RCC (FIORE et al., 2008). O município dispõe de lei municipal que contempla especificamente os resíduos de construção civil (Lei Municipal nº 7.146/2006) e elaborou em 2008, um Plano de Gestão para os resíduos que indicava a necessidade de implantação de pontos de entrega voluntária (PEVs) para receber resíduos da construção civil em pequenas quantidades (até um metro cúbico) (PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, 2006). Na atualidade, dez PEVs estão em operação no município de SJC, distribuídos nas regiões sul, sudeste, norte e central. Esses locais recebem gratuitamente os resíduos gerados no município como restos de obras de construção (tábuas, tijolos, telhas, tubulações, pisos), móveis e equipamentos domésticos (sofás, cadeiras, geladeiras), pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes inteiras, restos de poda, tinta e óleo de cozinha.

A infraestrutura dos PEVs implantada foi verificada neste estudo, uma vez que nesses fixos de beneficiamento ocorrem ações de recebimento, segregação e armazenamento de parte dos resíduos de construção civil gerados no município. Os funcionários dos PEVs, retratados neste artigo, figuram na rede técnica em estudo como os agentes sociais operadores. Possuem um papel fundamental nas atividades de gerenciamento dos RCC, pois são responsáveis pela geração de dados, conscientização e apoio aos usuários, operacionalização das atividades de segregação e de armazenamento dos resíduos sólidos e por isso o seu perfil socioeconômico foi levantado.

O objetivo deste trabalho é contribuir para a rede técnica de resíduos da construção civil do município de São José dos Campos, por meio do levantamento do perfil socioeconômico dos trabalhadores dos pontos de entrega voluntária e diagnóstico da infraestrutura dessas unidades.

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2. Redes técnicas de resíduos sólidos

Desde a antiguidade, as redes possibilitam ver a trajetória de conexão entre pontos e dão mobilidade aos fluxos. O surgimento da teorização e conceituação das redes técnicas só ocorreu no século XII, porém o desenvolvimento de sistemas que remetem ao sentido de redes é anterior a Era Cristã, exemplificado por meio da construção de aquedutos, desenvolvimento de estratégias militares e sistemas viários e de irrigação (FIORE, 2013).

Segundo Rutkowski, Pereira e Demantova (2010):

As redes técnicas são formadas por um sistema integrado de objetos técnicos (fixos no espaço) e de

fluxos (matéria, serviços e informação em circulação) que criam as conexões entre os objetos

técnicos no território. Essas conexões podem ser físicas e invisíveis. Sempre que existir

infraestrutura física e transporte de serviços, matérias e informação circulando nas estruturas, há

redes técnicas.

No caso das redes técnicas de resíduos sólidos, estas descrevem as atividades humanas no território, e, por isso, devem levar em conta os agentes sociais que demandam, operam e utilizam os sistemas, bem como os fixos envolvidos nas atividades de manejo, a matéria, os valores e as informações que são colocadas em circulação. Na rede técnica de resíduos sólidos, incluem-se os seguintes agentes sociais: os geradores, nas atividades exercidas no decorrer do tempo; os gestores, que determinam e fiscalizam as condições/diretrizes em que se desempenham as atividades; e os operacionalizadores, que asseguram o efetivo manejo dos resíduos sólidos (FIORE, 2013). Para esta autora, a rede técnica é formada por um sistema de fixos que se integram para circular a matéria, serviços e informação. Desta forma, é indispensável descrever tais fixos de forma a compreendê-la. Os elementos físicos que garantem as atividades relacionadas a geração de resíduos, beneficiamento e disposição são abordados como objetos técnicos fixos no espaço, ou seja, são os fixos da rede técnica.

As atividades humanas geram resíduos sólidos com características específicas. Neste sentido, em tais fixos, a rede técnica de resíduos sólidos se inicia quando o gerador de restos determina quais são impróprios sob o seu ponto de vista. Nos locais de exercício de atividades, a geração de resíduos pode ser apresentada como difusa, principalmente nos que são utilizados para uso coletivo. Nos fixos de geração, podem ocorrer as atividades relacionadas aos resíduos, como o beneficiamento e a disposição. Considerando que os resíduos sólidos não são o objetivo das ações humanas, em geral, estes são somente segregados, acondicionados e temporariamente armazenados. O beneficiamento dos resíduos pode haver em boa parte dos fixos da rede, porém como há unidades específicas para esse fim, foram categorizadas neste trabalho como fixos beneficiadores (FIORE et al., 2008). Os resíduos são dispostos no solo quando as possibilidades de reuso, minimização e reciclagem estão esgotadas. A disposição pode ser temporária ou permanente, de forma legal ou clandestina. Sendo assim, entre os fixos da rede técnica de resíduos sólidos, ocorre o fluxo dos resíduos reversos e rejeitos. A figura 1 apresenta o diagrama de síntese da rede técnica de resíduos sólidos.

Para o autor Santos (2008), as diretrizes da gestão de resíduos sólidos determinam os fluxos da rede técnica, condicionados pelas dinâmicas do uso territorial que viabilizam, demandam e dão suporte às ações. Essas ações de resposta aos serviços fornecidos pela rede podem não especificar a totalidade dos conflitos existentes entre os agentes sociais, contudo apresentam a qualidade dos fluxos. Sendo assim, compreender as características da população propulsora e as forças de atuação da rede técnica é um elemento central para ser considerado afim de se obter uma melhora continua.

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Figura 1 - Rede técnica de resíduos sólidos.

Fonte: FIORE, 2013.

Tipos de redes técnicas

As atividades humanas desempenhadas no território geram diversos tipos de resíduos e atribuições de gerenciamento que, em função das características dos materiais, configuram a rede técnica real. A rede técnica idealizada pretende vincular o vetor da sustentabilidade em todas a suas dimensões, orientada por acordos sociais. A rede técnica legal é construída com os fluxos e fixos apontados pelos instrumentos legais pertinentes ao tema, sendo o foco deste trabalho.

No Brasil, a rede técnica legal pode ser compreendida como uma cartilha de fixos ideais previstos para serem colocados em prática no país e servir de guia para a escolha de soluções de destinação dos resíduos sólidos. Essa rede tende a ganhar novas características quando associada ao âmbito municipal, pois será agregada a legislação incidente na esfera estadual, bem como a legislação do próprio município. Portanto, a rede técnica legal a ser utilizada pelos agentes sociais gestores terá contornos locais adequados à realidade sociocultural e econômica de cada região, como é o caso do município de São José dos Campos (FIORE, 2013). Na figura 2 é apresentado um diagrama de síntese da rede técnica de resíduos da construção civil.

A construção civil é considerada uma das mais importantes atividades para o desenvolvimento econômico e social de um país. Contudo, apresenta-se como grande geradora de impactos ambientais, tanto pelo consumo de recursos naturais, como pela modificação da paisagem e da geração de resíduos. Segundo John (2000), do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Universidade de São Paulo, a indústria da construção civil consome entre 14 e 50% dos recursos naturais extraídos do planeta. Sendo assim, essa quantia coloca este setor como o maior consumidor individual de recursos naturais.

Esta atividade constitui um grave problema ambiental, principalmente no que diz respeito à produção de resíduos. De modo geral, a massa de RCC gerados nas cidades é igual ou maior que a massa de resíduos sólidos domiciliares (JOHN, 2000).

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Figura 2 - Rede técnica legal de resíduos da construção civil.

Legenda: (A, B, C, D) = Classes de resíduos sólidos.

Fonte: FIORE, 2013.

No caso das redes técnicas de resíduos sólidos, estas descrevem as atividades humanas no território, e, por isso, devem levar em conta os agentes sociais que demandam, operam e utilizam os sistemas, bem como os fixos envolvidos nas atividades de manejo, a matéria, os valores e as informações que são colocadas em circulação. Na rede técnica de resíduos sólidos, incluem-se os seguintes agentes sociais: os geradores, nas atividades exercidas no decorrer do tempo; os gestores, que determinam e fiscalizam as condições/diretrizes em que se desempenham as atividades; e os operacionalizadores, que asseguram o efetivo manejo dos resíduos sólidos (FIORE, 2013).

As diretrizes da gestão de resíduos sólidos determinam os fluxos da rede técnica, condicionados pelas dinâmicas do uso territorial que viabilizam, demandam e dão suporte às ações. Essas ações de resposta aos serviços fornecidos pela rede podem não especificar a totalidade dos conflitos existentes entre os agentes sociais, contudo apresentam a qualidade dos fluxos. Sendo assim, compreender as características da população propulsora e as forças de atuação da rede técnica é um elemento central para ser considerado afim de se obter uma melhora continua (SANTOS, 2008).

3. Metodologia

Para o desenvolvimento deste trabalho foi realizado uma pesquisa bibliográfica sobre resíduos da construção civil e as redes técnicas de resíduos sólidos e uma pesquisa documental referente aos resíduos da construção civil no município de São José dos Campos.

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Em uma segunda etapa do desenvolvimento do trabalho foi desenvolvida uma pesquisa mais aprofundada sobre a região em estudo, buscando identificar o perfil socioeconômico dos operadores dos PEVs do município de São José dos Campos, assim como sua consciência ambiental e aspectos relacionados à saúde, higiene e segurança do trabalho. Para tal, foi aplicado questionário estruturado nos dez PEVs do município em questão, dos onze PEVs existentes (Apêndice A). Em cada PEV foi entrevistado 01 trabalhador, totalizando uma amostra de 10 pessoas entrevistadas. Para diagnosticar a infraestrutura dos PEVs foi elaborado um check-list (Anexo A), de acordo com o previsto na NBR 11174/1990 e foi realizado um diagnóstico para identificar se todos os PEVs seguem as normas técnicas para armazenagem de resíduos não perigosos com o uso de máquina fotográfica. Tanto os dados sobre o perfil socioeconômico dos trabalhadores do PEVs como informações sobre a armazenagem de resíduos não perigosos contribuirão para o desenvolvimento de um sistema integrado das informações das redes técnicas do município de São José dos Campos para apoio à gestão dos dados das redes técnicas.

4. Resultados e Discussão

O presente trabalho aborda o município de São José dos Campos, situado na região do Vale do Paraíba, no estado de São Paulo. De acordo com a Lei Municipal nº 7.146, de 31 de julho de 2006, foi instituído o Plano Integrado de Gerenciamento e o Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos para o município, baseado na Resolução CONAMA nº 307. O objetivo deste plano é a correta disposição, o disciplinamento dos fluxos e dos agentes envolvidos, e a destinação adequada dos resíduos da construção civil gerados no município (Art. 4º - Lei nº 7.146) (PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, 2006). A tabela 1 apresenta os principais resultados levantados para a geração de RCC, destacando o município de São José dos Campos.

Tabela 1 - Quantidade estimada da geração de RCC nos municípios brasileiros

Fonte: JOHN, 2000.

Segundo Pinto (1999), a composição média dos materiais de RCC de obras brasileiras é: 64% de argamassa; 30% de componentes de vedação (tijolos e blocos) e 6% de outros materiais (concreto, pedra, areia, metálicos e plásticos). Tais dados indicam que é possível reciclar mais de 90% do resíduo gerado nos canteiros de obra, com o

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objetivo de ser utilizado como agregado, na produção de componentes de construção e argamassa.

Tendo em vista o percentual de resíduos gerados pela construção civil, no dia 3 de julho de 2009, o Grupo Dutrafer inaugurou a RCC Ambiental, usina de reciclagem de resíduos da construção civil e demolição. Instalada em São José dos Campos, a usina ocupa uma área de 12.590 m2 com capacidade produtiva de 60m3/hora. Seu principal objetivo é amenizar os impactos decorrentes da geração e disposição de entulho, incorporando-o novamente no processo de produção, além de garantir a qualidade do processo atendendo as normais ambientais previstas pela Resolução CONAMA 307.

Também com foco nos resíduos da construção civil, a Prefeitura de São José dos Campos em parceria com uma cooperativa local instituiu uma iniciativa pioneira no município, os pontos de entrega voluntária. Estes representam uma parte importante do sistema de gestão de resíduos da construção, já que o principal objetivo é evitar o despejo de entulho em áreas impróprias e direcionar este material para a reciclagem. Localizados em áreas públicas, eles atendem a determinação da Resolução CONAMA 307/2002 e da Lei Municipal nº 7.146/2006 (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, 2006).

Em São José dos Campos existem onze PEVs distribuídos pelo município, que atendem aos bairros da região sul, sudeste, norte e central. Estes pontos (PEVs) são destinados a receber restos de obras de construção (tábuas, tijolos, telhas, tubulações, pisos), móveis, equipamentos domésticos (sofás, cadeiras, geladeiras), pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes inteiras, restos de poda, tinta e óleo de cozinha. Apesar da diversidade de resíduos, os PEVs aceitam apenas pequenas quantidades de materiais (até um metro cúbico, que equivale ao volume de uma carroça pequena, um porta-malas de carro de passeio ou uma caçamba de um utilitário pequeno) (PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, 2012).

Foram registradas as infraestruturas dos PEVs visitados realizando o check list e registrando por meio de uso de uma máquina fotográfica. Observou-se que os 10 PEVs visitados possuem a administração própria (figura 3), áreas de triagem (figura 4), armazenamento de resíduos (figura 5), acondicionamento dos resíduos armazenados (figura 6), sistema de isolamento (figura 7), sinalização de segurança (figura 8), identificação dos resíduos armazenados (figura 9), equipamento de proteção individual (figura 10), cobertura para controle da poluição do ar (figura 11) e registro de operação (figura 12).

Na visita aos 10 PEVs observou-se que estes seguem o mesmo padrão de instalação e operação e, se diferenciam apenas em relação ao tamanho da área útil. Analisando o serviço e as condições de trabalho, constatou-se que a infraestrutura dos PEVs de São José dos Campos é boa, uma vez que estes fornecem aos funcionários equipamentos de proteção e estão preocupados com a higiene e organização do ambiente de trabalho.

Os resultados dos perfis socioeconômicos dos PEVs são apresentados no gráfico 1 (a, b, c, d, e, f. g e h). No gráfico 1 constata-se que os funcionários dos PEVs são em sua maioria do sexo feminino, com grau de instrução nível médio completo, possuem filhos e 60% destes filhos frequentam escolas. O transporte mais utilizado pelos trabalhadores é o ônibus (60%), e os restantes dos 30% não utilizam transporte e os 10% utilizam carro. O número de pessoas que residem em cada família dos trabalhadores, em sua maioria é de 2 a 3 pessoas. Pode-se observar também no gráfico 1 que a quantidade de pessoas que contribuem com a renda familiar são duas pessoas por família e em sua maioria não possui outra renda, a não ser o salário proveniente dos PEVs.

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Figura 3 - Área administrativa

Fonte: autoras e Caio da Silva Miranda

Figura 4 - Áreas de triagem - PEVs Residencial Gazo (a) e Altos de Santana (b)

(a) (b)

Fonte: autoras e Caio da Silva Miranda

Figura 5 - Armazenamento de resíduos - PEV Satélite

Fonte: autoras e Caio da Silva Miranda

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Figura 6 - Acondicionamento dos resíduos armazenados - PEV Martins Pereira

Fonte: autoras e Caio da Silva Miranda

Figura 7 - Sistema de isolamento impedindo o acesso de veículos não autorizados - PEV 31 Março

Fonte: autoras e Caio da Silva Miranda

Figura 8 - Sinalização de segurança - PEV Dom Pedro II

Fonte: autoras e Caio da Silva Miranda

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Fonte: autoras e Caio da Silva Miranda

Figura 9 - Identificação dos resíduos armazenados - PEV Galo Branco

(a) (b) (c)

Fonte: autoras e Caio da Silva Miranda

Figura 10 - Equipamento de combate ao incêndio - PEV Interlagos (a), Sinalização de uso obrigatório de equipamento de proteção individual – PEV Campo dos Alemães (b) e Estojo de primeiros socorros (c)

Fonte: autoras e Caio da Silva Miranda

Figura 11 - Cobertura para controle da poluição do ar - PEV Residencial Gazzo

Figura 12 - Registro de operação - PEV Altos de Santana

Fonte: autoras e Caio da Silva Miranda

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Os resultados sobre saúde, higiene e segurança do trabalho evidenciaram que os PEVs disponibilizam equipamentos de proteção individual (EPIs) e de proteção coletiva (EPCs). Não há presença de ratos ou baratas, mas relataram que há presença de cachorros, pombos e cobras. Raramente ficam doentes, sendo mais comum para maioria dos trabalhadores, a gripe. Constatou-se que nenhum dos funcionários toma banho no local e todos fazem as suas refeições dentro dos PEVs.

A pesquisa de campo mostrou que cerca de 90% dos entrevistados acredita que não esteja faltando nenhum equipamento de segurança nos locais, exceto equipamento para proteção dos braços.

Os resultados do gráfico 2 evidenciam que os funcionários não recebem assistência governamental (80%) e os 20% restantes possuem bolsa família ou outros programas sociais. Os resultados da pesquisa de campo revelaram que a maioria dos trabalhadores está muito satisfeita com as condições de trabalho, sendo 60% dos trabalhadores classificam como muito bom; 30% bom e 10% como regular. Dentre as melhorias apontadas estão: a cobertura do local, uma vez que os mesmos ficam expostos à chuva e ao sol intenso; segurança contra assaltos, vandalismo e a implantação de câmeras de segurança; o aumento do volume de resíduos que o PEV recebe.

Os trabalhadores reconhecem a importância do PEV (gráfico 3) para a destinação adequada dos resíduos e, se preocupam com o meio ambiente reutilizando a água da máquina de lavar, para lavar o quintal e separando e entregando o óleo de cozinha nos próprios pontos em que eles trabalham. Conforme os resultados obtidos dos questionários no que tange a conscientização quanto à questão ambiental, os 80% dos funcionários separam os resíduos recicláveis e os destinam para a coleta seletiva realizada pelo poder público ou os entrega diretamente em cooperativas.

Os trabalhadores dos PEVs, retratados neste trabalho, figuram na rede técnica em estudo como os agentes sociais operadores. Possuem um papel fundamental nas atividades de gerenciamento dos RCC, pois são responsáveis pela geração de dados, conscientização e apoio aos usuários, operacionalização das atividades de segregação e de armazenamento dos resíduos sólidos e por isso o seu perfil socioeconômico foi levantado.

5. Conclusões

Com a realização deste trabalho permitiu a confirmação da relevância dos PEVS para o contexto ambiental e social do município de São José dos Campos. O ambiental está associado ao valor dos PEVs para o sistema de gestão de resíduos da construção civil, uma vez que evitam o despejo de resíduos em áreas impróprias e direcionam estes materiais para uma destinação adequada. Já o social está ligado à inserção da população no mercado de trabalho, fornecendo condições adequadas de serviço e renda.

Com base nas questões de higiene e segurança do trabalho abordadas no questionário, constata-se que a boa saúde ocupacional dentro dos PEVs é ferramenta indispensável para obtenção de qualidade de vida e desempenho do trabalhador. A aplicação dos questionários permitiu a verificação de que esses trabalhadores dos PEVs se sentem orgulhosos de seu importante papel para o meio ambiente e para o cumprimento do Plano de gestão do município, e podem contribuir grandemente para o aprimoramento da gestão e gerenciamento das atividades.

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(a) (b) (c) (d) (e) (f) (g) (h)

Gráfico 1 - Sexo dos trabalhadores (a), Grau de escolaridade dos trabalhadores (b), Trabalhadores que possuem filhos (c), Frequência dos filhos na escola (d), Transporte utilizado pelos trabalhadores (e), Quantidade de pessoas que moram na residência do trabalhador (f), Fonte de renda (g) e Outras fontes da renda familiar (h).

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Gráfico 2 - Assistência governamental.

Gráfico 3 - A importância do PEV para o trabalhador.

Além das informações sobre os trabalhadores dos PEVs é fundamental a aquisição de informações sobre os pequenos e grandes geradores de RCC e dos gestores visando identificação dos fixos de geração, beneficiamento e disposição final da rede técnica de resíduos sólidos e bem como, para a construção do banco de dados do sistema integrado de informações da rede técnica de resíduos sólidos da construção civil.

6. Agradecimentos

Agradecemos à profa. Fabiana Alves Fiore pelas orientações no entendimento sobre as redes técnicas e na elaboração do questionário e, ao estudante do Curso de Engenharia Ambiental do centro Universitário Senac, Caio da Silva Miranda, pelo auxílio na pesquisa de campo.

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Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11174. Armazenamento de resíduos: classe II - Não inertes e III - inertes. Rio de Janeiro, 1990. BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA. Resolução nº. 307, de 05 de julho de 2002. Brasília DF, n. 136, 17 de julho de 2002. Seção 1. FIORE, F. A; RUTKOWSKI, E. W; MENDONÇA, M. I. G. M. Gestão de resíduos sólidos de construção civil no município de São José dos Campos/SP. In: Anais...Congresso Interamericano da AIDIS. Santiago, 2008. FIORE, Fabiana Alves. A gestão municipal de resíduos sólidos por meio de redes técnicas. 2013, 176p. Tese de doutorado da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Campinas, 2013. JOHN, V. M. Reciclagem de resíduos na construção civil: Contribuição à metodologia de pesquisa e desenvolvimento. 2000, 113p. Tese de livre docência da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000. PINTO, T. de P. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da construção urbana. 1999. 189p. Tese de Doutorado da Universidade de São Paulo – USP. São Paulo, 1999. PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS. Câmara municipal de São José dos Campos. Estado se São Paulo. Lei Municipal nº 7.146, DE 31/07/2006. São José dos Campos, 2006. 6p. PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS. Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos - PMGIRS. São Paulo. Julho de 2012. RUTKOWSKI, E. W.; PEREIRA, A. S.; DEMANTOVA, G. C. As redes técnicas de saneamento. Artigo Técnico. Revista DAE. Edição Comemorativa Especial, São Paulo, n. 184, ano LVIII, p. 69-72, set. 2010. SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4 ed. São Paulo: Edusp, 2008.

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APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO PEV:______________________________________ Data :___/___/_____ Nome do entrevistado: ___________________________________________ Aspectos Socioeconômicos

1. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

2. Idade:____.

3. Escolaridade: Superior ( ) completo ( ) incompleto Ensino médio ( ) completo ( ) incompleto Ensino fundamental (1ª a 8ª) ( ) completo ( ) incompleto Nenhum grau de instrução ( )

4. Qual (is) o(s) meio(s) de transporte utilizado(s) para o trabalho na PEV? ( ) A pé ( ) Ônibus/coletivos ( ) Moto ( ) Trem ( ) Carro ( ) Outro. Qual? _______________________________________________.

5. Possui filhos: (caso não possua filhos, vá para a questão 8) ( ) Sim ( ) Não

6. Os filhos frequentam a escola: ( ) Sim ( ) Não

7. Há dificuldade de acesso à escola, falta de professores ou outros? ( ) Sim ( ) Não

8. Possui outra fonte de renda: ( ) Sim Qual?________________. ( ) Não

9. Qual é a sua renda média mensal? ( ) Menos de um salário mínimo ( ) De 1 salário mínimo a 2 salários mínimos ( ) De 2 salários mínimos a 3 salários mínimos ( ) De 3 salários mínimos a 4 salários mínimos ( ) De 4 salário mínimos ou mais.

10. Quantas pessoas moram em sua residência: _________________.

11. E quantas contribuem com a renda familiar:_________________.

12. Qual a renda média mensal da sua casa? ( ) Menos de um salário mínimo ( ) De 1 salário mínimo a 2 salários mínimos ( ) De 2 salários mínimos a 3 salários mínimos ( ) De 3 salários mínimos a 4 salários mínimos ( ) De 4 salário mínimos ou mais.

13. A família do cooperado recebe alguma forma de assistência governamental ( ) Bolsa-Família ( ) Benefício Assistencial de Prestação Continuada - BPC ( ) Outro programa social ( ) Não recebe assistência governamental.

Saúde, Higiene e Segurança do Trabalho

14. Qual a frequência que o você e sua família ficam doentes: ( ) 1 vez por mês ( ) 1 vez a cada 2 meses ( ) 1 vez a cada 6 meses ( ) 1 vez ao ano ( ) o cooperado raramente fica doente.

15. Das doenças abaixo qual(is) já foram verificada(s) :

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( ) Gripe ( ) Diarreia ( ) Doenças de pele ( ) Doenças respiratórias ( ) Leptospirose ( ) Virose ( ) Dores de cabeça ( ) Náuseas ( ) Outra (s). Qual (is)? _______________________________________.

16. Costuma verificar a presença de animais dentro da PEV como: ( ) Ratos ( ) Pombos ( ) Mosquitos ( ) Baratas ( ) Cachorros

17. O cooperado recebe orientações sobre práticas de higiene e saúde? ( ) Sim. Qual (is)? ____________________________. ( ) Não

18. Há alguma forma de treinamento para execução das tarefas? ( ) Sim ( ) Não

19. A cooperativa possui e fornece equipamentos de proteção individual (EPI’s) ( ) Sim. Qual (is)? ____________________________. ( ) Não

20. O cooperado utiliza equipamentos de proteção individual (EPI’s): ( ) Sim. Qual(is) ? ____________________________. ( ) Não. Por quê? ____________________________.

21. Qual (is) equipamento(s) de segurança, o cooperado acredita que falte em seu ambiente de trabalho: (1)_________________________________________________________. (2)_________________________________________________________. (3)_________________________________________________________.

22. O cooperado esta em dia com a vacina antitetânica? ( ) Sim ( ) Não

Conscientização quanto à questão ambiental

23. Quanto tempo o cooperado demora no banho: ( ) 5 minutos ( ) De 5 a 10 minutos ( ) De 15 a 20 minutos ( ) Mais de 20 minutos.

24. Como o cooperado lava o quintal/calçada de sua residência: ( ) Varre e depois lava com balde ( ) Apenas lava com balde ( ) Abre a mangueira apenas quando for utilizá-la ( ) Deixa a mangueira aberta o tempo todo.

25. Como é feito o descarte do lixo em sua residência? ( ) Não separa o lixo, Por quê ?_________________________________. ( ) Separa material reciclado e não reciclado ( ) Separa o material reciclado e óleo de cozinha ( ) Outro. Qual? ____________________________________________.

26. O resíduo gerado em sua residência é destinado: ( ) Ao caminhão de lixo da Prefeitura ( ) Ao caminhão da Coleta Seletiva ( ) À cooperativa ( ) Aos catadores de rua ( ) Não sabe.

27. Qual a opinião do trabalhador para a importância ambiental do serviço das PEV’s? ______________________________________________________.

Oportunidades de melhoria

28. O que o trabalhador acha do serviço na PEV? Qual a visão do trabalhador, com relação ao trabalho na PEV:

- A função desta questão é identificar como está a auto estima do cooperado quanto a valorização do trabalho na PEV.

_______________________________________________________________________.

29. Todos os cooperados recebem o mesmo valor por hora trabalhada?

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( ) Sim ( ) Não

30. Quais os critérios que determinam o valor da hora trabalhada? ______________________________________________________________________.

31. Cite ações de melhoria que deveriam ser apresentadas à cooperativa. (1)_________________________________________________________. (2)_________________________________________________________. (3)_________________________________________________________.

ANEXO A - CHECK LIST DE ACORDO COM A NBR 11174

Local O PEV deve possuir:

Área administrativa Área de triagem

Armazenamento Os resíduos das classes II e III não devem ser armazenados juntamente com resíduo classe I. (Resolução CONAMA 357/2002) I - Classe A - resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados: - Solos provenientes de terraplanagem;

Tijolos; Blocos; Telhas; Placas de revestimento; Argamassa; Concreto; Tubos; Meio fios.

II - Classe B - resíduos recicláveis para outras destinações: Plásticos; Papel/Papelão; Metais; Vidros; Madeiras.

III - Classe C - resíduos que não podem ser reciclados/recuperados: Produtos oriundos do gesso.

Acondicionamento de resíduos O armazenamento de resíduo: classe II e III em contêineres e/ou tambores, em tanques e a granel. (Resolução CONAMA 307/2002) II - Classe B - resíduos recicláveis para outras destinações:

Plásticos; Papel/Papelão; Metais; Vidros; Madeiras.

III - Classe C - resíduos que não podem ser reciclados/recuperados: Produtos oriundos do gesso.

Isolamento e sinalização O local de armazenamento deve possuir:

Sistema de isolamento tal que impeça o acesso de pessoas estranhas; Sinalização de segurança e de identificação dos resíduos ali armazenados.

Controle da poluição do ar Medidas que minimizem a ação dos ventos para evitar a poluição do ar por agentes sólidos armazenados a granel. Controle da poluição do solo e das águas Para conter a poluição se faz necessário:

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Prever um sistema de retenção de sólidos; Prever um sistema de impermeabilização da base do local de armazenamento; Prever medidas para contenção de vazamentos acidentais, no caso de

armazenamento em contêineres, tanques e/ou tambores. Treinamento Deve incluir:

Forma de operação da instalação; Procedimentos para o preenchimento dos quadros de registro de movimentação e

armazenamento de resíduos. Equipamentos de segurança

Equipamentos de combate ao incêndio. Procedimentos para registro da operação A instalação deve possuir:

Registro de sua operação.

Recebido em 13/08/2015 e Aceito em 07/12/2015.