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LEME 2018 FIAMA HENRIQUE RUYS CONTRIBUIÇÃO DA CONTROLADORIA NO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

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LEME

2018

FIAMA HENRIQUE RUYS

CONTRIBUIÇÃO DA CONTROLADORIA NO

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

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FIAMA HENRIQUE RUYS

CONTRIBUIÇÃO DA CONTROLADORIA NO

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Trabalho de Conclusão de Cursoao Curso de Ciências Contábeisda Instituição Anhanguera Kroton Educacional.

Orientador: Jéssica Azevedo

Leme

2018

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FIAMA HENRIQUE RUYS

CONTRIBUIÇÃO DA CONTROLADORIA NO PLANEJAMENTO

TRIBUTÁRIO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Instituição Anhanguera Kroton Educacional, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Ciências Contábeis.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Alessandro Vasconcelos Araújo

Prof. Adilson Aparecido Lançoni

Prof. Andre DE Fiore

Leme, 05 de dezembro de 2018.

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Dedico este trabalho Aos meus pais que

sempre estiveram ao meu lado

acreditando em minha capacidade. O

apoio e incentivo deles, muito contribuiu

para que atingisse meus objetivos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a cada professor que passou em minha vida acadêmica e que deixou

um pouco de seus conhecimentos para enriquecer o meu crescimento.

A cada um de vocês minha gratidão.

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RUYS, Fiama Henrique. Contribuição da controladoria no planejamento tributário. 30 p.Trabalho de Conclusão de Curso Graduação em Ciências Contábeis. Instituição Anhanguera Kroton Educacional Leme, 2018.

RESUMO

O presente estudo teve por objetivo elencar a contribuição da controladoria no planejamento tributário das organizações, já que a partir de uma ação mais controlada e com base em informações pertinentes é possível gerenciar o fluxo financeiro de uma forma mais eficaz. Tal estudo se justifica já que com a globalização manter uma empresa no mercado tem se tornado uma tarefa cada dia mais difícil, e para que esta missão se torne mais viável, uma ferramenta que pode e tem sido utilizada é a controladoria junto ao planejamento tributário. O objetivo do trabalho foi verificar a necessidade da controladoria para desenvolvimento do planejamento tributário mais enxuto nas empresas, e para tanto foi utilizada a revisão de literatura como metodologia, na qual foram consultados e pesquisados livros e artigos científicos publicados entre 1995 a 2018. A conclusão a que se chegou é que a Controladoria tem possibilidade de contribuir no planejamento tributário nas empresas, pois auxilia as mesmas a reconhecer a carga tributária da qual serão cobradas, bem como servirão de instrumento para auxiliar as mesmas a reconhecer e utilizar as brechas que existem nas leis tributárias do país. Palavras-chaves: Controladoria; Organizações; Fluxo de Caixa; Planejamento

Tributário; Leis Tributárias.

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UYS, Fiama Henrique. Contribution of the controller in tax planning. 30 p. Graduation

Course in Accounting Sciences. Institution Anhanguera Kroton Educacional Leme, 2018.

ABSTRACT

The purpose of this study was to highlight the contribution of the controlling company to the tax planning of organizations, since from a more controlled action and based on pertinent information it is possible to manage the financial flow in a more effective way. Such a study is justified since globalization keeps a company in the market has become an increasingly difficult task, and for this mission to become more feasible, a tool that can and has been used is the controller along with tax planning. The objective of this study was to verify the need for control to develop leaner tax planning in companies, and for this purpose a literature review was used as a methodology in which books and scientific articles published between 1995 and 2018 were consulted and researched. which has been reached is that the Controllership has the possibility of contributing to tax planning in companies, as it helps them to recognize the tax burden from which they will be charged, and will serve as a tool to help them recognize and use the gaps that exist in laws of the country.

Keywords: Controlling; Organizations; Cash flow; Tax Planning; Tax Laws.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

EC - Emenda Constitucional.

IR – Imposto de Renda

LC - Lei Complementar

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10

2 HISTÓRICO DOS TRIBUTOS ............................................................................... 12

2.1 TRIBUTOS NO BRASIL ...................................................................................... 14

3 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E CONTROLADORIA....................................... 18

3.1 INFRAÇÃO TRIBUTÁRIA ................................................................................... 19

4 CONTRIBUIÇÃO DA CONTROLADORIA AO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO . 23

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 28

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 29

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1 INTRODUÇÃO

No mercado contemporâneo para que as empresas possam competir em pé

de igualdade com as demais empresas do seu ramo de atividade é necessário que

seus gestores, administradores e contadores tenham conhecimento de

oportunidades que a própria lei tributária possibilita às empresas para redução de

tributação.Desta forma a contabilidade de uma empresa precisa reconhecer nas leis

aquelas brechas que possibilitarão que a empresa tenha algumas vantagens e

descontos tributários. Diante de uma complexa lei tributária, como a brasileira eis

que surge o planejamento tributário como forma de diminuir a carga tributária paga.

Para um melhor aproveitamento e um planejamento tributário mais eficaz a

controladoria pode ser considerada um az dentro do planejamento, pois ela

desempenha inúmeras funções, desde a administração e supervisão dos

departamentos, buscando informações, pesquisas e os pontos que colocam a

indústria em risco. E a partir da detecção de tais riscos os responsáveis pelo

planejamento tributário têm maior embasamento para encontrar a melhor forma de

atuação.

A importância desta pesquisa se dá diante da necessidade de realizar um

planejamento tributário que torne auxilie na diminuição da carga tributária imposta ás

empresas que poderá se tornar mais competitivas a partir do aproveitamento das

informações fornecidas pela controladoria dentro das mesmas, auxiliando a

encontrar seus pontos críticos, bem como as situações que poderão ser melhores

aproveitadas no planejamento tributário. A partir da controladoria e suas

contribuições no planejamento tributário, os responsáveis pela mesma

desempenham a função de assessores dos gestores na elaboração de seus

planejamentos tributários, apontando possíveis desvios que podem vir a prejudicar a

empresa.

Diante da alta carga tributária imposta às empresas quefaz com que os

gestores encontrem formas para um planejamento tributário que auxilie na busca de

resultados econômicos e financeiros positivos o problema de pesquisa é quais

contribuições que a controladoria traz ao planejamento tributário das empresas?

O objetivo geral do trabalho foi verificar a necessidade da controladoria para

desenvolvimento do planejamento tributário mais enxuto nas empresas, tendo como

objetivos específicos discorrer sobre o histórico de tributos, conceituar planejamento

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tributário e controladoria e elencar as contribuições da controladoria ao

planejamento tributário.

A metodologia utilizada será a revisão da literatura, na qual serão consultados

documentos escritos e publicados em sites, revistas, jornais e livros. Sendo este um

estudo de revisão bibliográfica em livros, periódicos e SITES (SCIELO, LILACS,

BIREME) teses e artigos que forem relevantes ao tema.

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2 HISTÓRICO DOS TRIBUTOS

Para um melhor entendimento do assunto abordado é preciso ter uma base

histórica sobre os tributos no Brasil, lembrando que a tributação teve início com a

chegada dos portugueses ao país, que chegando aqui para colonizar as terras

descobertas passaram a cobrar impostos e tributos para enviar à Portugal, e com a

vinda da família real para o país foram aumentados e intensificados para favorecer

exclusivamente a coroa (SARAIVA, 1999).

De acordo com Amed (1998) existe uma antiga relação entre humanidade e

tributos, já sua cobrança tem feito parte da sociedade em todos os momentos

evolutivos e históricos, desde o início da civilização até a atualidade. Ao implantar

tributos, aqueles que detinham o poder desta feita o faziam com o objetivo de

arrecadar dinheiro ou bens para manter uma sociedade e cobrir os gastos essenciais

com proteção, que era oferecida aos contribuintes, bem como uma forma de retribuir

aos donos de terras pelo seu uso.

A este respeito Monteiro (2014) leciona que desde o início da humanidade, na

época das cavernas, foi descoberta a força do tributo e este era pago ao guerreiro,

ao mais forte, como finalidade de recompensa. Conforme o tempo foi passando, com

o domínio dos metais e formação das primeiras civilizações, foi criado o modelo de

relações no qual existem dominante e dominado. Neste momento em diante o tributo

deixou de ser voluntário e passou a ser imposto.Assimos povos dominados eram

escravizados, enquanto os dominantes se fortaleciam, e junto com ele a ideia de

Estado. E com a civilização grega houveram avanços interessantes sobre isso, em

que a força perdia espaço nas relações sociais, e a razão vencia. Com isso, criaram-

se modelos democráticos, além dos códigos legais e instituições jurídicas, advindas

com os romanos.

Cobrar tributos é uma prática tão antiga quanta a humanidade, já que isto

existe desde o início dos primeiros relacionamentos sociais, para recompensar

aquele que por algum motivo pudesse oferecer algo de grande valia em troca, como

por exemplo, o guerreiro mais forte, que defenderia a aldeia, muitas vezes

escravizando aqueles que não podiam pagar os valores impostos (MONTEIRO,

2014).

Ferreira (2015) diz que muito embora a cobrança de tributos seja antiga, o

Direito Tributário é um ramo novo do Direito, que busca regulamentar através de leis

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a relação entre os indivíduos e a arrecadação dos impostos municipais, estaduais e

federais.

Com a evolução da organização dos povos foi criadaa arrecadação de

tributos de seus cidadãos, e estes eram feitos junto aos comerciantes, que vendiam

suas mercadorias na região e ao tributar ações de cidadãos e comerciantes a

arrecadação tributária era maior.

E qual a relação arrecadatória tributária a isso? Toda. Os gregos por criarem o conceito de cidades-estado e sua posição territorial no mediterrâneo (entre Europa, Ásia, Oriente Médio e África) não arrecadavam exclusivamente dos seus cidadãos, mas impunha o recolhimento dos comerciantes, muitas vezes estrangeiros, que faziam circular produtos na região. Roma por sua vez, e por influência grega, também tributava dos estrangeiros – e somente destes. Os povos dominados eram os sujeitos passivos nessa relação contributiva compulsória e arcavam com o ônus de sustentar Roma. (MONTEIRO, 2014).

Conforme Monteiro (2014) a partir da Idade Média foi criado um sistema

político econômico,chamado de feudalismo, no qual o proprietário do feudo cedia um

pedaço de suas terras ao povo, em troca de proteção e as mínimas condições de

sustento de sua família e para garantir esta situação eram cobrados tributos.

Contudo, tal tributação explorava mais que beneficiava os pagantes, já que os

valores cobrados eram abusivos, tornando a sobrevivência com dignidade do povo

mais difícil. Conforme quadro 1, os tributos do feudalismo eram:

Quadro 1 – Tributos Feudais

TRIBUTO TIPO DE COBRANÇA

Talha Cobrança de uma parte da produção do servo, destinada aos

senhores feudais.

Banalidades Cobrança dos senhores feudais em troca de infraestrutura

oferecida aos servos.

Capitação Cobrança de tributo calculado em virtude do número de

membros que pertenciam a uma família.

Tostão de Pedro Cobrança de contribuição do dízimo à igreja.

Fonte: Monteiro, 2014.

Ainda em Monteiro (2014) fica evidente que em virtude da postura tributária

descrita houve a retomada do crescimento do comércio, e isto teve como resultado

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cidade mais fortes, que originaram a burguesia e o fortalecimento dos estados

nacionais.

Na Idade Moderna, que vai do ano 1453 (tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos) a 1789 (Revolução Francesa), os feudos foram transformados em reinos. Os pequenos reinos foram crescendo e se unindo, dando origem aos Estados Nacionais. O monopólio árabe-italiano sobre o comércio com o Oriente fazia com que o preço das especiarias permanecesse muito elevado. Para o restante da Europa, era necessário conseguir uma nova rota comercial com o Oriente, que possibilitasse baratear o custo daqueles produtos tão cobiçados. Para isso, não havia outro caminho senão navegar pelo tenebroso e desconhecido oceano Atlântico. (FERREIRA, 2015).

Com a abertura de novos horizontes através dos mares, houve maior

necessidade de navegação e fez-se necessária a construção de novas esquadras

de caravelas, como forma de garantir o transporte e a comercialização das

mercadorias, ocasionando assim a cobrança de novos tributos para patrocinar as

novas construções.

Com o aparecimento da burguesia houve a revolta de classes, pois estas se

sentiram lesadas e exploradas por aqueles que estipulavam valores absurdos e

abusivos de tributação junto às classes dominantes. Diante disto, oprimidos e

explorados, os do povo organizarem-se em grupos que saiam as ruas buscando

formas mais justas de tributação, como forma de garantir seus direitos mínimos de

sobrevivência.

2.1 TRIBUTOS NO BRASIL

De acordo com Saraiva (1999) quando os portugueses desembarcaram no

Brasil, em busca de novas terras para colonizar, surgiu a cobrança de impostos e

tributos, para garantir a sobrevivência e o luxo da coroa portuguesa.

Em meados de 1530 surgiu o primeiro imposto a ser cobrado no território colonial brasileiro, pertinente à exploração da única riqueza natural disponível na ocasião: o pau-brasil. Este imposto era pago diretamente à coroa portuguesa in natura, ou seja, na forma do produto explorado, o pau-brasil. O percentual tributado naquele momento era de 20% (vinte por cento) do material extraído. Os “rendeiros” ou “cobradores de rendas” eram os responsáveis por separar a parte que competia à coroa. Aos tais cobradores eram conferidos poderes absolutos, inclusive o de prender aqueles que atrasassem ou se recusassem a pagar os impostos fixados pela coroa. (BARROS, 2012, p. 6).

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De acordo com Ferreira (2015) com a descoberta de metais preciosos nas

Américas houve uma mudança na face da Europa e as colônias como a brasileira

eram exploradas em suas riquezas, que eram extraídas e mandadas à Europa, sem

que houvesse benefícios aos nativos do país explorado.

No ano de 1762 o General Gomes Freire de Andrade foi nomeado Vice-Rei

do Brasil, sendo responsável pela arrecadação dos tributos anteriormente cobrados

e pela implantação de novas fontes de arrecadação, inclusive sobre cana a cana de

açúcar seus derivados, algodão, dentre outros (SILVA, 2015)

Com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, houve a

implantação da maneira de cobrar tributos, ocorrendo grandes modificações na

administração, e ainda a criação do Tesouro Nacional e do Banco do Brasil,

acabando com a figura do “cobrador de rendas”.

De acordo com Amed (1998) com a criação do Tesouro Nacional,foram

implantadas novas formas de arrecadação tributária, e o mais importante, é que

grande parte desta era utilizada para manter as despesas da família Real

Portuguesa, e diante do aumento das despesas também aumentava a tributação e

diante de uma má administração dos valores arrecadados, houve um déficit,

ocasionando a insuficiência de valores e para garantir o aumento dos valores

arrecadados foram criados mais tributos, inclusive tributos anteriormente já

existentes, dando origem a bi-tributação, prática reconhecidamente inconstitucional.

Em 1822 foi Proclamada a Independência do Brasil, e foi necessária a criação

de uma Constituição Brasileira que foi criada 1824, na qual ficara previsto que

competia ao Poder Legislativo cuidar das despesas públicas, e caberia à Câmara de

Deputados a competência de criar impostos (AMED, 1998).

A Constituição de 24 de fevereiro de 1891 adotou, sem maiores modificações, a composição do sistema tributário existente ao final do Império. Porém, tendo em vista a adoção do regime federativo, era necessário dotar os estados e municípios de receitas que lhes permitissem a autonomia financeira. Foi adotado o regime de separação de fontes tributárias, sendo discriminados os impostos de competência exclusiva da União e dos estados. Ao governo central couberam privativamente o imposto de importação, os direitos de entrada, saída e estadia de navios, taxas de selo e taxas de correios e telégrafos federais; aos estados, foi concedida a competência exclusiva para decretar impostos sobre a exportação, sobre imóveis rurais e urbanos, sobre a transmissão de propriedades e sobre indústrias e profissões, além de taxas de selo e contribuições concernentes a seus correios e telégrafos.

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Quanto aos municípios, ficaram os estados encarregados de fixar os impostos municipais de forma a assegurar-lhes a autonomia. Além disto, tanto a União como os estados tinham poder para criar outras receitas tributárias. (VARSANO, 1998, p. 5).

Na Carta Magna de 1937 ficou decretado que cabia somente ao Presidente

da República sancionar, promulgar e fazer com que qualquer tipo de lei fosse

publicada. Uma nova constituição foi aprovada em 1946, prevendo que as rendas

tributárias e sua estruturação seriam fundamentos na aceitação legal da

classificação tributária dos impostos cobrados, bem como a implantação de um

sistema tributário autônomo para União, Estados e Municípios, mas com o

reconhecimento de sua coexistência (VARSANO, 1998)

Em 1946, o imposto de consumo era responsável por aproximadamente 40% da receita tributária da União e o IR -- imposto de renda --, cuja arrecadação chegou a superar a do imposto de consumo em 1944, representava cerca de 27% da mesma. O Brasil ingressa na fase em que a tributação explora principalmente bases domésticas ao mesmo tempo em que começava um processo de desenvolvimento industrial sustentado. (VARSANO, 1998, p. 8).

Na Constituição Federal de 1965, Presidente da República era quem tinha

poderes extraordinários, pois era necessário dar início à reconstrução do país, em

especial no nas finanças e economia, e o presidente poderia enviar ao Congresso,

projetos diversificados desde emendas constitucionais até projetos de lei, buscando

reestruturar a economia do país. (AMED, 1998).

Com a evolução das concepções de Estado e a criação de novas cartas constitucionais, os tributos passaram a ser definidos tendo em vista o bem-estar social. Cada vez mais, foram sendo criadas leis para definir a aplicação social dos recursos arrecadados com os tributos. (FERREIRA, 2015).

No ano de 1966, foi aprovada a Lei 5.172, conhecida como Código Tributário

Nacional, em vigor no país, e foi considerado um documento histórico e

revolucionário, pois apresentava as bases legais para o relacionamento entre

contribuinte e fisco. (MARTINS, 2008)

Foi aprovada, em 1978, a Emenda Constitucional de Nº 18, na qual foram

criados mecanismos para tentar equilibrar a distribuição das rendas originárias da

arrecadação de tributos e a modificação do sistema tributário para favorecer novas

políticas econômicas. (SARAIVA, 1998).

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Já a Constituição Federal, aprovada em 1988, apresenta três regras

fundamentais a tributação, os princípios gerais de tributação, as limitações do poder

Estatal quanto a tributação e a classificação e distribuição de competências

tributárias, contidos nos artigos 145 a 162.

O tributo é uma entidade amparada pela Constituição Federal, que tem a

finalidade de gerar recursos para que o Estado consiga atingir seus objetivos

fundamentais, originários de seus próprios bens ou de bens particulares, diante de

contratos administrativos, fianças, cauções ou depósitos, multas decorrentes de

sanções, indenizações, adjudicações e tributos em si mesmos. (MELO, 2010).

Para que as empresas possam utilizar os benefícios previstos na lei tributária

do país é essencial que haja um planejamento tributário que análise todos os pontos

da lei, para que assim seja possível tirar proveito da lei ao favor das empresas.

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3 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E CONTROLADORIA

De acordo com Lacombe e Heilborn (2015) o planejamento deve ser

considerado umas das principais funções dentro da administração, pois e partir dela

que são determinados os objetivos, as previsões, as ações e as tomadas de

decisões que possibilitarão que as melhores estratégias sejam adotadas.

O planejamento é, portanto, a base fundamental para que todas as demais

funções dentro das organizações sejam desempenhadas de forma que seja possível

que o sucesso seja alcançado, pois é partir dele que há a possibilidade de reflexão

dos objetivos e na escolha do melhor modo de atuação para que a decisão tomada

influencie positivamente o futuro do negócio.

Existe o chamado planejamento estratégico, aquele no qual são levadas em

consideração informações pertinentes de objetivos a serem realizados ao longo

prazo, bem como será sua relação com as entidades externas da organização, bem

como será realizada a análise mais profunda do ambiente interno da organização

(LACOMBE; HEILBORN, 2015).

No planejamento estratégico há uma maior preocupação na interação da

organização com seu ambiente externo, e neste contexto são focadas as ameaças e

as oportunidades ambientais, bem como cada uma delas pode influenciar na tomada

de decisão de assuntos importantes da mesma.

Conforme Chiavenato (2010) há ainda o planejamento estratégico que é

aquele conjunto de tomada de decisões que envolvem empreendimentos mais

limitados, com prazos mais curtos e em áreas menos amplas e complexas, e em

níveis mais baixos da organização, ou seja, é o planejamento que ocorre nos níveis

intermediários da empresa e tem por objetivo resolver questões relacionadas às

atividades da organização que serão cumpridas em curto espaço de tempo.

Mosimann e Fisch (1999) definem ainda a existência do planejamento

operacional, aquele que define políticas e metas operacionais das organizações,

com base me planos para um determinado período de tempo e que estejam de

acordo com as diretrizes estabelecidas.

Por planejamento operacional, fica compreendido o estabelecimento

detalhado de tarefas e operações que serão realizadas de uma forma mais imediata,

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com foco apenas em espaço de tempo mais curto e com abrangência apenas local,

ou seja, com foco apenas em uma tarefa ou operação.

Já o planejamento tributário é considerado um instrumento essencial na

gestão tributária das empresas, e há a necessidade de identificar a real importância

do planejamento dentro das mesmas.

Planejamento é um processo contínuo e dinâmico que consiste em um conjunto de ações intencionais, integradas, coordenadas e orientadas para tornar realidade um objetivo futuro, de forma a possibilitar a tomada de decisões antecipadamente. (SAMPAIO, 2008, p. 1).

Um bom planejamento no presente é fonte de provável sucesso no futuro,

pois a partir do planejamento há a possibilidade de reconhecer os tipos de regimes

tributários, bem como os modos de cometer infrações tributárias e escolher aquele

que melhor se enquadra em cada uma das organizações e a forma de evitar as

punições cabíveis diante do ilícito tributário.

Existem quatro regimes tributários que são: Lucro Real, Lucro Presumido,

Lucro Arbitrado e Simples Nacional que corresponde cada um a uma base de

cálculo em conformidade com seus lucros.

3.1INFRAÇÃO TRIBUTÁRIA

De acordo com Amaro (2016) uma infração tributária ocorre diante de ação ou

omissão direta ou indireta no cumprimento de deveres jurídicos previstos em leis

tributárias e fiscais, e estas podem ser de caráter patrimonial ou não patrimonial

relacionada a arrecadação ou fiscalização de lei tributária.

Tais infrações tributárias podem ser classificadas em função de sua natureza,

de acordo com a não observância do objeto da obrigação tributária principal,

conforme previsão do art. 113, § 2º, CTN; material que resulta do adimplemento de

tributo devido ou formal que resulta de descumprimento de prestação sem valor

pecuniário, mas previsto a fiscalização da autoridade pública recebedora. (AMARO,

2010).

Podem ser classificadas ainda, quanto a sua execução, quanto a sua

exequibilidade (omissa ou comissiva), sendo que a infração omissa surge diante da

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inércia do agente e a comissiva diante da realização de conduta diferente da

prevista no texto legal. (HARADA, 2016).

As infrações tributárias ainda podem ser classificadas como objetivas ou

subjetivas, sendo que as objetivas são aquelas que nascem sem que importe a

vontade do autor/infrator e as subjetivas são aquelas na qual a vontade do infrator

deve ser considerada. (HARADA, 2016).

Outra questão importante que precisa ser levada em consideração diante das

infrações tributárias é a responsabilidade sobre elas, existe a responsabilidade

objetiva e a pessoal do agente. Na responsabilidade objetiva, de acordo com Amaro

(2012) é a que prevalece no Direito Tributário Brasileiro, ou seja, é aquela prevista

em lei e que independe da intenção do infrator ou responsável por sua efetividade e

a responsabilidade pessoal do agente é aquela na qual será averiguada a intenção

do agente e diante disto caberá ao fisco apresentar as provas necessárias para que

o alegado seja comprovado.

É importante esclarecer que diante de infração tributária objetiva só será

possível uma única maneira de defesa ao infrator, ou seja, que seja demonstrada a

inexistência da materialidade do fato típico, e esta obrigação de provar é do sujeito,

enquanto que na responsabilidade pessoal ou subjetiva caberá ao Fisco apresentar

tais provas. (CARVALHO, 2011).

Por isto é de suma importância que durante o planejamento tributário sejam

levantadas questões relacionadas as normas legais vigentes, para que não sejam

cometidas infrações que venham a prejudicar mais que beneficiar as organizações e

seus representantes.

Já a controladoria pode ser considerada um órgão administrativo que

fornece os dados e informação, planejando e pesquisando para que os resultados

encontrados sejam apresentados aos administradores e gestores das empresas,

para ajuda-los a reconhecer fraquezas e pontos fortes para traçar para realizar o

planejamento mais adequado.

A controladoria consiste em um corpo de doutrinas e conhecimentos relativos à gestão econômica. Pode ser visualizado por dois enfoques: a) como um órgão administrativo com uma missão, funções e princípios norteadores definidos no modelo de gestão do sistema empresa e; b) como uma área de conhecimento humano com fundamentos, conceitos e princípios e métodos oriundos de outras ciências. (MOSIMANN et al, 1993, p. 85).

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Desta maneira o papel da controladoria é auxiliar os administradores ou

gestores no processo de planejamento, na execução e até mesmo no controle, na

busca constante de alternativas mais adequadas e economicamente mais viáveis.

Lembrando que a controladoria desempenha o papel de coordenar e compartilhar

alternativas mais adequadas no planejamento, buscando no processo de execução

fornecer a ajuda necessária aos gestores/administradores, através de informações

úteis e eficazes e desempenhando e por último o controle para que seja analisado

se as metas traçadas no planejamento estão sendo alcançadas.

A controladoria assume um papel de coparticipante na gestão das

organizações, já que através de sua organização, levantamento de dados e

informações compartilhadas possibilita que os gestores encontrem o caminho mais

adequado para realização de seus projetos.

De acordo com Chiavenato (2010) planejar é muito mais complexo que

parece, pois é preciso interpretar a missão da organização e estabelecer seus

objetivos e encontrar dentro da organização as condições necessárias para que tais

objetivos sejam alcançados, e se, tais condições não estiverem presentes será

preciso planejar estas.

É fundamental que as organizações reconheçam o ambiente da mesma, pois

só assim terão maiores chances de obtenção de sucesso. Desta maneira a

controladoria se torna uma ferramenta de suma importância para o planejamento,

pois é através dela que os administradores ou gestores reconhecerão os recursos

essenciais para que todas as áreas da organização atuem em conformidade com a

lei.

Por isto, conforme Oliveira (2003) não há de se confundir planejamento

tributário com sonegação fiscal, já que esta é um ilícito tributário, enquanto a

primeira é uma forma de utilizar as previsões legais, bem como suas flaahas a favor

da organização.

Realizar a controladoria como ferramenta para auxiliar o planejamento

tributário se torna uma forma lícita de buscar a redução de carga tributária, bem

como de reconhecer a lei como um todo, e suas previsões quanto as situações que

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devem ser evitadas para que o organização não seja responsabilizada por suas

ações ou missões.

Ao sonegar há a prática de uma omissão ilegal de informações que deveriam

ser informadas ao fisco, para que a partir delas fossem gerados e cobrados os

tributos legais previstos em lei, para que houvesse o recolhimento dos mesmos, já

no planejamento tributário há a utilização lícita e inteligente da letra lei, e sua

interpretação de forma que possibilite que a organização seja beneficiada em algum

cenário benéfico proporcionado pela lei tributária.

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4CONTRIBUIÇÃO DA CONTROLADORIA AO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Conforme Schmidt e Santos (2014) a controladoria é composta de atribuições

para assessorar administradores ou gestores das organizações enquanto

ferramentas utilizadas para que seja elaborado o planejamento tributário, dentre as

ferramentas utilizadas por contadores para auxiliar no desenvolvimento deste

planejamento estão o controle e a informação.

Conforme Ferreira, Silva e Dani (2007) a controladoria poder ser considerada

um órgão administrativo que tem como funções assessorar os gestores nas

atividades das organizações e suas atribuições se tornam ferramentas para a

elaboração do planejamento tributário e o seu controle conforme figura 1:

Figura 1 – Organograma da controladoria

Fonte: Adaptado de Silva e Dani, 2007.

CONTROLADORIA

RELAÇÃO COM INVESTIDORES

PLANEJAMENTO E CONTROLE

ORÇAMENTO E PROJEÇÕES

ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

CONTABILIDADE DE CUSTOS

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

ACOMPANHAMENTO DO NEGÓCIO

GESTÃO DE RISCOS E ESTRATÉGIA

ESCRITURA CONTÁBIL E FISCAL

CONTABILIDADE DE CUSTOS

CONTABILIDADE SOCIETÁRIA

CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

CONTROLE PATRIMONIAL

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No controle há a preocupação com a execução dos planos traçados, é feita a

verificação dos contratos e seu cumprimento, acompanhamento do fato gerador,

controle de impostos e contribuições, dentre outros.

E na informação há a preocupação em preparar analisar e interpretar os

resultados encontrados na área financeira, bem como interpretar e conhecer a fundo

a legislação vigente e suas possíveis alterações, analisar e interpretar relatórios

contábeis, entre outros.

É importante salientar que a controladoria enquanto órgão administrativo

apresenta algumas características importantes para auxiliar os gestores nas

atividades das organizações, e que estas atribuições serão ferramentas aplicadas

para que seja elaborado o planejamento tributário.

A controladoria como visto anteriormente tem como funções auxiliar no

planejamento, controle, contabilidade e informação. Dentre as contribuições da

controladoria para o planejamento tributário podem ser citados a elaboração das

atividades da organização, os objetivos e metas, maneira de execução, a

identificação das fontes de recursos, identificar métodos tributários possíveis de

exploração, organizar orçamentos, reconhecer receita, identificar e acompanhar os

fatos geradores dos tributos, controlar os impostos e as contribuições, gerar

relatórios gerenciais e informações societárias, dentre outros (FERREIRA; SILVA;

DANI, 2007).

O planejamento é elaborado geralmente em um único sistema, para controlar e tomar as decisões operacionais normais. Contudo, a flexibilidade necessária ao sistema tributário requer revisões periódicas, de modo a ajustá-las às alterações da Lei, que são constantes. A primeira dentre as funções da controladoria será identificar qual a atividade que a empresa executará, qual será o seu ramo de atividade, para que assim possa verificar as alíquotas aplicáveis e a legislação vigente. (FERREIRA, SILVA; DANI, 2007, p. 41).

Esta fase da controladoria é muito importante, pois diante de leis tributárias

mutáveis, estar atualizado quanto as suas mudanças é uma forma de garantir que

sejam aproveitadas as melhores oportunidades relacionadas aos tributos e seus

benefícios, se cumpridas exigências voltadas ao ramo de atuação da organização

que está em busca de um planejamento tributário mais eficiente.

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É importante lembrar que a contabilidade e suas ferramentas são aplicadas

de maneira universal, ou seja, em vários campos e mercados, e que por se tratar de

negócios diferentes é preciso que sejam respeitadas as características próprias de

cada um, para que seja possível reconhecer as leis tributárias que mais se adéquam

as mais variadas áreas.

O método de custo adotado pela organização e fixado no orçamento

dependerá do segmento de atuação da organização e da tributação adotada, pois

este fator diferenciador oportunizará a escolha do sistema do lucro a ser adotado.

Existem quatro regimes tributários que são o Lucro Real, o Lucro Presumido, O

Lucro Arbitrado e o Simples Nacional.

O lucro real de acordo com Neves e Viceconti (2007) é aquele em que ocorre

o ajuste do lucro contábil através de algumas adições e exclusões, ou seja, é o

resultado, podendo ser lucro ou prejuízo, de um período de apuração, que será

ajustado a partir de adições exclusões e compensações prescritas ou autorizadas

pelas normas legais sobre o Imposto de Renda – IR. Desta forma, por lucro real fica

compreendido o lucro fiscal da empresa sem que sejam observados os outros tipos

de regimes tributários.

O lucro presumido é aquele que resulta de uma base de cálculo determinada

diante de aplicação de percentuais anteriormente fixados, conforme a atividade da

organização, sobre a sua receita bruta, em um determinado intervalo de tempo,

sendo o resultado acrescido de demais ganhos quando cabível o for, ou seja, este

tipo de lucro é aquele pré-definido do lucro que será tributado e que depois receberá

alíquotas necessárias para que sejam definidos o IRPJ e o CSLL. De acordo com

Higuchi et al (2009) as empresas poderão escolher o regime de tributação a partir

do lucro presumido, claro, senão houver impedimento legal para isto.

De acordo com Higuchi, (et al, 2009) o lucro arbitrado é o regime tributário na

qual há a coação da organização, no pagamento de tributos, em virtude da

deficiência e despreparo da contabilidade, que diante de tal falha e fraqueza,

deixando inclusive de produzir seus livros fiscais e contábeis, fica a mercê desta

modalidade tributária e nesta não são fixados orçamentos.

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O Simples Nacional por sua vez é previsto na Lei Complementar 123/2006 e

determina em seu Artigo 3º quais empresas são consideradas microempresas ou

empresas de pequeno porte tendo como premissa a receita bruta anual:

Artigo 3º Para os efeitos desta Lei Complementar consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o artigo 966 da Lei n º 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário,

receita bruta superior a R$ 360.000,00 (A trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais).

O Simples Nacional terá como base de cálculo a receita bruta auferida no

mês. Sobre essa base de cálculo incidirá uma alíquota, a qual será determinada com

base na receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao período de

apuração, resultante da aplicação da alíquota correspondente sobre a receita bruta

conforme opção escolhida pelo contribuinte.

Tendo o conhecimento prévio do regime tributário adota pela organização na

qual há a controladoria enquanto ferramenta para o planejamento tributário faz-se

necessário que fique claro que uma de suas funções principais funções será

identificar o ramo de atividade na qual aquela atua, pois a partir deste

reconhecimento será possível realizar a verificação das alíquotas aplicáveis e se

existe algum incentivo legal especial para aquela modalidade.

No planejamento devem estar englobados os meios que serão adotados para

que os objetivos traçados pela organização sejam alcançados. E para que haja

eficiência no controle quanto ao planejamento tributário, faz-se necessário que

sejam acompanhadas as mudanças na legislação tributária vigente, seja estas nas

mudanças de alterações de custos, contratos ou mão de obra, ou ainda as

mudanças externas como mudança de mercado, demanda, concorrência ou

mudanças legais.(LACOMBE; HEILBORN, 2015).

Ainda conforme Lacombe e Heilborn (2015) a controladoria é ferramenta

fundamental para o bom planejamento tributário e se este for realizado de forma

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eficiente auxilia organização a buscar benefícios, muitas vezes, subentendidos nas

leis tributárias brasileiras e até mesmo internacionais.

Vale ressaltar que o planejamento é considerado o ponto de partida de todas

as atividades desenvolvidas na organização, e, portanto, é considerado fato

predominante que a mesma tenha um planejamento tributário lícito, e que este seja

desenvolvido, antes mesmos do fato gerador dos tributos.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao escolher o tema deste trabalho o que se buscou foi uma maior

compreensão sobre a importância da controladoria para o planejamento estratégico

dentro das organizações e como esta poderá ser beneficiada diante da adoção

desta prática.

É importante ressaltar que ao reconhecer os conceitos de controladoria e

planejamento tributário, bem como a forma de sua realização, os gestores terão

informações mais completas e sólidas para desenvolver o seu planejamento

tributário, de acordo com a realidade da organização na qual atuam, e traçando

objetivos e metais que se adéqüem a esta realidade.

Diante disto primordial que para a realização do planejamento tributário sejam

levadas em consideração todas as formas possíveis para que o mesmo seja bem

sucedido, e, portanto, acompanhar as mudanças na legislação tributária vigente, em

qualquer âmbito, ou seja, mudanças de alterações de custos, contratos ou mesmo

trabalhista e ainda as mudanças externas que podem influenciar no desempenho da

organização, como mudanças ocorridas nos mercados, demandas e concorrência.

Desta forma a controladoria deve ser reconhecida como a ferramenta que

auxiliará gestores a desenvolverem um bom planejamento tributário, para que

auxiliem a organização a buscar benefícios, inclusive aqueles subentendidos nas

leis tributárias brasileiras e até mesmo internacionais.

Conclui-se que enquanto o planejamento é considerado o ponto de partida de

todas as atividades desenvolvidas na organização, a controladoria se torna sua

base, dando aos gestores as informações relevantes para que sejam traçados

objetivos e metais reais e possíveis de realização.

Ao realizar o trabalho apresentado, de maneira nenhuma o objetivo foi

encerrar os estudos sobre um tema tão complexo e que atende de maneira indireta

as necessidades da sociedade, já que incentivam a produção agrícola, e sim,

incentivar que novas discussões sobre o assunto, bem como mais estudos voltados

a ele sejam desenvolvidos.

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