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CONTRIBUIÇÕES PARA A INTEGRAÇÃO DE OVINOS AO CAFÉ EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL Silvia Orsini de Assis *1 , Antonio Bento Mancio *2 1 Mestranda em Extensão Rural pela Universidade Federal de Santa Maria – [email protected], 2 Professor Adjunto IV da Universidade Federal de Viçosa – [email protected] RESUMO Ainda são recentes os estudos com integração de ovinos em culturas vegetais, sendo um dos pioneiros em se tratando de sistemas agroflorestais (SAF). Neste trabalho, foi realizado um diagnóstico participativo de uma propriedade familiar agroecológica, localizada no município de Araponga (MG), na iminência de experimentar ovinos no café orgânico em SAF. O objetivo da família com a integração é reduzir sua mão-de-obra com a capina do cafezal, melhorando o manejo das plantas espontâneas nas entrelinhas e contribuir para o desenvolvimento do turismo agroecológico, incrementando a oferta de carne. Assim, visou-se identificar e analisar as condições estabelecidas no local a fim de consolidar a viabilidade da proposta e as necessidades da família. A pesquisa-ação se desenvolveu com base em algumas técnicas da MEXPAR (Metodologia Participativa de Extensão Rural para o Desenvolvimento Rural Sustentável). Foi calculada a massa de forragem e levantada a composição florística de herbáceas presentes nas entrelinhas do cafezal. Percebeu-se que a introdução de uma nova tecnologia não é tarefa simples. É necessário conhecer a realidade em que se aplica e os atores responsáveis por conduzir a tecnologia à realidade prática. Assim, é preciso considerar não só a viabilidade técnica da proposta, mas também a viabilidade sócio-econômica- ambiental. É importante os atores participarem ativamente da discussão da proposta para que possam estar cientes das certezas e incertezas dos resultados, ou melhor, criarem um olhar crítico de um processo que transformará o ambiente em vivem. Palavras-chave: SAF, diagnóstico participativo, agrosilvipastoril e metodologia participativa. INTRODUÇÃO Desde 1994, agricultores familiares de municípios da Zona da Mata mineira, dentre eles Araponga (MG), integram um processo de experimentação participativa com Sistemas Agroflorestais (SAF), que vem contribuindo para amenizar problemas ambientais antigos naquele agroecossistema. A sistematização dessas experiências (entre os anos de 2003-2005) apontou uma baixa integração dos SAF com a criação animal. A proposta principal dos produtores era aumentar a produção de esterco para adquirirem a certificação orgânica do café. Após os resultados colhidos, surgiram outras questões, como a melhoria dos métodos de manejo no cafezal. No processo de implantação do Turismo Rural Agroecológico no município, também foi apontada a necessidade de oferta de carne para a alimentação dos turistas. Uma das soluções discutidas foi experimentar uma nova tecnologia para a agricultura familiar da região – a integração de ovinos ao café. Entretanto há uma considerável lacuna de estudos participativos com a produção animal em propriedades de agricultores familiares, pois a heterogeneidade desta categoria no Brasil é muito grande, o que permitiria supor atitudes bastante diferenciadas em relação à adesão aos preceitos de um projeto local de desenvolvimento sustentável 1 (Baiardi, 1998). Esta lacuna é ainda maior quando se consideram ovinos, já que predomina a cultura de criar bovinos. Neste processo, a experimentação participativa é importante e fortalece a agricultura familiar, que corresponde a 4,1 milhões de estabelecimentos (84% do total), ocupa 77% da mão-de-obra no campo e é responsável, em conjunto com os assentamentos de reforma agrária, por cerca de 38% do valor bruto da produção agropecuária (BRASIL, 2004). O Brasil tem cerca de 17 milhões de cabeças de ovinos. SILVA SOBRINHO (1996) nos informa que além de haver condições ecológicas adequadas à produção de carne, o Brasil possui vasto mercado interno para absorver esse produto sendo, entretanto, necessário melhorar os métodos de produção. 1 Citado por Flores et. al., 1998, adaptado de Buarque, 1998, desenvolvimento local sustentável é um processo que leva a um continuado aumento da qualidade de vida com base numa economia eficiente e competitiva, com relativa autonomia das finanças públicas, combinado com a conservação dos recursos naturais e do meio ambiente.

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Page 1: CONTRIBUIÇÕES PARA A INTEGRAÇÃO DE OVINOS … · Turismo Rural, formando um capital de fácil comercialização para as famílias em qualquer época do ano, ajudando a amenizar

CONTRIBUIÇÕES PARA A INTEGRAÇÃO DE OVINOS AO CAFÉ EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL

Silvia Orsini de Assis*1, Antonio Bento Mancio*2

1Mestranda em Extensão Rural pela Universidade Federal de Santa Maria – [email protected], 2Professor Adjunto IV da Universidade Federal de Viçosa – [email protected]

RESUMO Ainda são recentes os estudos com integração de ovinos em culturas vegetais, sendo um dos pioneiros em se tratando de sistemas agroflorestais (SAF). Neste trabalho, foi realizado um diagnóstico participativo de uma propriedade familiar agroecológica, localizada no município de Araponga (MG), na iminência de experimentar ovinos no café orgânico em SAF. O objetivo da família com a integração é reduzir sua mão-de-obra com a capina do cafezal, melhorando o manejo das plantas espontâneas nas entrelinhas e contribuir para o desenvolvimento do turismo agroecológico, incrementando a oferta de carne. Assim, visou-se identificar e analisar as condições estabelecidas no local a fim de consolidar a viabilidade da proposta e as necessidades da família. A pesquisa-ação se desenvolveu com base em algumas técnicas da MEXPAR (Metodologia Participativa de Extensão Rural para o Desenvolvimento Rural Sustentável). Foi calculada a massa de forragem e levantada a composição florística de herbáceas presentes nas entrelinhas do cafezal. Percebeu-se que a introdução de uma nova tecnologia não é tarefa simples. É necessário conhecer a realidade em que se aplica e os atores responsáveis por conduzir a tecnologia à realidade prática. Assim, é preciso considerar não só a viabilidade técnica da proposta, mas também a viabilidade sócio-econômica-ambiental. É importante os atores participarem ativamente da discussão da proposta para que possam estar cientes das certezas e incertezas dos resultados, ou melhor, criarem um olhar crítico de um processo que transformará o ambiente em vivem. Palavras-chave: SAF, diagnóstico participativo, agrosilvipastoril e metodologia participativa. INTRODUÇÃO Desde 1994, agricultores familiares de municípios da Zona da Mata mineira, dentre eles Araponga (MG), integram um processo de experimentação participativa com Sistemas Agroflorestais (SAF), que vem contribuindo para amenizar problemas ambientais antigos naquele agroecossistema. A sistematização dessas experiências (entre os anos de 2003-2005) apontou uma baixa integração dos SAF com a criação animal. A proposta principal dos produtores era aumentar a produção de esterco para adquirirem a certificação orgânica do café. Após os resultados colhidos, surgiram outras questões, como a melhoria dos métodos de manejo no cafezal. No processo de implantação do Turismo Rural Agroecológico no município, também foi apontada a necessidade de oferta de carne para a alimentação dos turistas. Uma das soluções discutidas foi experimentar uma nova tecnologia para a agricultura familiar da região – a integração de ovinos ao café. Entretanto há uma considerável lacuna de estudos participativos com a produção animal em propriedades de agricultores familiares, pois a heterogeneidade desta categoria no Brasil é muito grande, o que permitiria supor atitudes bastante diferenciadas em relação à adesão aos preceitos de um projeto local de desenvolvimento sustentável1(Baiardi, 1998). Esta lacuna é ainda maior quando se consideram ovinos, já que predomina a cultura de criar bovinos. Neste processo, a experimentação participativa é importante e fortalece a agricultura familiar, que corresponde a 4,1 milhões de estabelecimentos (84% do total), ocupa 77% da mão-de-obra no campo e é responsável, em conjunto com os assentamentos de reforma agrária, por cerca de 38% do valor bruto da produção agropecuária (BRASIL, 2004). O Brasil tem cerca de 17 milhões de cabeças de ovinos. SILVA SOBRINHO (1996) nos informa que além de haver condições ecológicas adequadas à produção de carne, o Brasil possui vasto mercado interno para absorver esse produto sendo, entretanto, necessário melhorar os métodos de produção.

1 Citado por Flores et. al., 1998, adaptado de Buarque, 1998, desenvolvimento local sustentável é um processo que leva a um

continuado aumento da qualidade de vida com base numa economia eficiente e competitiva, com relativa autonomia das finanças públicas, combinado com a conservação dos recursos naturais e do meio ambiente.

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Alguns benefícios publicados com ovinos pastejando no cafezal, referem-se à redução das despesas com adubação e o controle da vegetação espontânea. Além disso, as ovelhas ajudar a potencializar o Turismo Rural, formando um capital de fácil comercialização para as famílias em qualquer época do ano, ajudando a amenizar os riscos inerentes à agricultura. Porém é necessário continuar os estudos a fim de conhecer melhor as variáveis deste sistema misto, como concluiu BENEZRA et al. (1986). A proposta da integração de ovinos ao cafezal, que contemple uma produção suficiente para atender as necessidades locais de carne e manejo de plantas espontâneas, requer antes de qualquer planejamento um diagnóstico correto da realidade da unidade onde receberá esta nova tecnologia e do modo de vida do produtor. A realização de um diagnóstico participativo de uma realidade vivida tem o potencial de gerar ações que venham a transformar esta realidade (FARIA, 2000). O trabalho aqui apresentado visou identificar as características do sistema sócio-produtivo de uma propriedade familiar e analisar a viabilidade de adoção da proposta-solução de integrar os ovinos ao café, considerando os recursos próprios existentes. METODOLOGIA Primeiramente foi realizado um diagnóstico pariticipativo da propriedade, foram aplicadas as técnicas da MEXPAR (RUAS, 2006) de Excursão à propriedade, Reuniões com a família, Mapeamento, Entrevista Semi-Estruturada e Caminhadas pela propriedade. Posteriormente, levantou-se a composição florística da área de estudo, com a ajuda da mestranda em Botânica pela UFV - Clênia Pessôa, a quem reforço meus agradecimentos. Foi realizada uma coleta em cada um dos meses de agosto, setembro e outubro, das espécies herbáceas e arbustivas férteis (que possuem flor ou fruto). Para a identificação - baseada em CRONQUIST (1988) por Pessôa - as espécies foram herborizadas e identificadas por comparação no Herbário do Departamento de Biologia Vegetal da UFV. Para simular os cálculos da capacidade de suporte (CS), considerou-se a determinação da massa de forragem e os dados de eficiência de pastejo de 50%, ciclo de 28 dias, consumo de 2,5% do peso corporal ou 11,25 kg UA-1, sendo o equivalente de 0,05 UA para uma ovelha. A massa de forragem foi estimada através de quatro cortes amostrais por subárea, sendo os mesmos escolhidos de forma a representar mais fielmente a área, dada a sua heterogeneidade. A área de corte amostral foi de 0,25 m2 (0,50 x 0,50m). Os cortes foram feitos rente ao solo. As amostras foram pesadas na área para se determinar a matéria fresca (MF). No dia seguinte, foram acondicionadas em freezer. Posteriormente, foi feita uma seleção das amostras de forma a separar o que era gramínea (G) ou não (não G). Retirou-se subamostras de cada monte selecionado para G e não G, pesadas e levadas à estufa de ar forçado, à 65oC por 72 horas, para determinação do teor de matéria seca. A avaliação da disponibilidade total de matéria seca foi realizada com o aplicativo Excel. RESULTADOS E REFLEXÃO 1. Entrevista Semi-Estruturada sistematizada A propriedade familiar de Jesus e Alcione abrange 11 ha. A mão-de-obra é familiar, sendo a esposa encarregada das tarefas do lar e o agricultor pela manutenção da propriedade. Na área havia sérios problemas ambientais de degradação do solo. Discutiam-se alternativas para melhorar a situação nas reuniões da Comunidade Eclesiástica (Eclesial) de Base (CEBs) até encontrarem a solução na experimentação participativa com SAF em parceria com outras instituições. A presença de animais (bovinos de leite, leitões e galinhas) garante a diversificação das atividades, e o conhecimento mínimo sobre os manejos alimentar, sanitário e de tratamento facilitam a entrada de novas espécies. Algumas práticas de Radiestesia, Ultradiluição e Fitoterapia são aplicadas aos animais. Há uma grande riqueza vegetal, espécies vulgarmente conhecidas como lab lab, amendoim forrageiro, leucena, jacaré, guandu, crotalária, jacarandá roxim, jacarandá rapadura, ingá, fedegoso, amoreira, gabiúna, farinha seca, cambará ou assa-peixe, quaresma, bico-de-pato, pau-de-fumo, aurora, trapoeraba e brotos de braúna. A pastagem tem uma boa formação e a suplementação é realizada no cocho, a base de cana ou capim Napier. As árvores presentes no pasto conferem sombra aos animais, que juntamente com instalações rurais a base de madeira (candeia e eucalipto) e telha de barro, conferem conforto térmico. A produção de esterco rende em torno de 60 kg/dia e compõe o principal substrato do composto. O sistema produtivo tem o objetivo de atender primariamente a demanda da família e o excedente ser comercializado.

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A lavoura de café é consorciada com banana, laranja, abacate e ingá. O sistema de produção é agroecológico e 90% orgânico (parte certificado, portanto sem o uso de fertilizantes solúveis, apenas com adubos de origem animal, vegetal e pó-de-rocha), premiado duas vezes no Concurso Regional de Qualidade de Café da Agricultura Familiar. A escolha por este tipo de sistema se justifica através dos benefícios que conseguem para a saúde da família e dos consumidores, e pela maior independência dos insumos externos, principalmente com adubação. Braquiária (principalmente Brachiaria decumbens) e trapoeraba são as herbáceas que mais se proliferam nas entrelinhas e requerem mais mão-de-obra de manutenção, que se resume à roçada de 2 a 4 vezes/ano. Não há assistência técnica especializada, mas há o envolvimento em vários projetos de instituições diversas. A principal fonte de financiamento é o PRONAF (Programa Nacional de Crédito para Agricultura Familiar). Não há estudos sobre o mercado de carne na região, mas as mais consumidas são provenientes de bovinos, suínos e aves. 2. Mapa estrutural Na figura 1 está apresentado o mapa da propriedade desenhada pelo agricultor. Na imagem da esquerda, pode-se perceber a área próxima à casa, onde predomina a plantação de café. No seu canto direito, as quatro linhas de café representadas correspondem ao local da área destinada aos ovinos. Na imagem da direita verifica-se a outra parte da propriedade, a 500 m distante da casa aproximadamente. Esta ferramenta foi útil no planejamento da futura área de estudo da integração.

Figura 1 – Mapa estrutural da propriedade desenhado pelo agricultor, Araponga, MG.

3. Massa de forragem Os valores médios da massa de forragem total de gramíneas (G) e não gramíneas (Não G) foram aproximadamente 4,2 e 5,0 ton de MS ha-1, respectivamente, próximo à média dos valores encontrados por CHARÃO et al. (2008), de 5,4 ton de MS ha-1 da no sistema agroecológico de manejo de pastagem, com carga animal média de 2,2 UA ha-1. A massa de forragem das gramíneas, especificamente, foi de 74,29 kg MS/ha/dia, considerando a massa total de forragem de 4,2 ton MS ha-1, eficiência de pastejo de 50% e ciclo de pastejo de 28 dias. Os resultados matemáticos obtidos de uma simulação na determinação da capacidade de suporte foram 0,51 UA/ha ou 10,51 ovinos/ha. A capacidade de suporte de pastagens de Brachiaria

decumbens é em média 2 cab/ha para bovinos em sistema convencional com pastagem adubada, ou seja, se é possível colocar de 5 a 8 ovelhas substituindo um bovino numa área, o resultado encontrado da CS está dentro do normal. 4. Composição florística Conhecer a composição da flora possibilita identificar as possíveis espécies tóxicas aos animais2 e conhecer o valor nutritivo das plantas para formulação de dietas. Na identificação das herbáceas, detectou-se doze espécies herbáceas e arbustivas (ver tabela 1 e ilustração no ANEXO 1), apesar de que se observou a presença de mais de cinquenta espécies. Apesar da diversidade florística

2 Dados do Laboratório Regional de Diagnóstico da Universidade Federal de Pelotas mostram que, no Rio Grande do Sul, as

mortes de ovinos por plantas tóxicas representam 7,2% das mortes nesta espécie.

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encontrada na área, o número de plantas férteis foi baixo, devido à metodologia e o período utilizados. A época das coletas foi em sua maioria na estação seca, e apenas uma no início da estação chuvosa. Constatou-se a presença marcante da família Asteraceae. Esta família atrai muitos polinizadores que podem contribuir com a atração dos mesmos para a cultura do café. Dentre as espécies com potencial para causar intoxicação, que não foi identificada mas foi observada na área do cafezal, está a Brachiaria decumbens - considerada uma das plantas tóxicas mais importantes em algumas regiões brasileiras, por causar fotossensibilização aos animais. Tabela 1 - Lista das herbáceas e arbustivas férteis coletadas dentro da área do cafezal que receberá os ovinos, na propriedade do produtor familiar Jesus, durante a fase de diagnostico (meses Agosto, Setembro e Outubro) deste trabalho.

Família Espécie Nome vulgar

Fabaceae Arachis pintoi Krapov. & W.C. Gregory Amendoim forrageiro

Fabaceae Cajanus cajan Guandu

Asteraceae Emilia sp Serralha

Asteraceae Sigesbeckia orientalis Botão-de-Ouro

Asteraceae Bidens pilosa Picão

Asteraceae Chromolaena odorata (L.) King & Robinson -

Brassicaceae Raphanus sp -

- Spermacoce sp -

Rosaceae Rubus rosifolios Amora silvestre

Asteracea Helianthus annuus Girassol

Solanaceae Solanum americanum Chumbinho (MG)

Malvaceae Dombeya wallichii Astrapéia/Aurora

CONCLUSÕES E LIÇÕES APRENDIDAS Percebe-se que a introdução de uma nova tecnologia não é tarefa simples. Deve-se conhecer a realidade em que se aplica e, principalmente, quem são os atores responsáveis por conduzir a tecnologia à realidade prática. Mesmo concluindo sobre a viabilidade técnica da proposta, é necessário considerar também a viabilidade sócio-econômica-ambiental. É importante os atores participarem ativamente da discussão da proposta para que possam estar cientes das certezas e incertezas dos resultados, ou melhor, criarem um olhar crítico de um processo que transformará o ambiente em vivem. Assim, pode-se favorecer uma melhor operacionalização das ações dentro de um planejamento. O trabalho continua, agora em caráter prático, desenvolvendo-se o estudo do comportamento das ovelhas no café e suas implicações. Considerando a adoção da proposta, entende-se que integrar os ovinos num sistema agroecológico de SAF e orgânico praticamente consolidado, pode significar uma melhoria na qualidade de vida da família uma vez que os ovinos farão o trabalho de roçada nas entrelinhas do café, permitindo ao agricultor participar de outras atividades, bem como diversificar suas atividades. Além disso, permite incrementar a área do cafezal com um adubo rico dos ovinos - podendo gerar um excedente ara comercialização do composto que o agricultor já produzia, bem como a alimentação da família e dos seus hóspedes do turismo agroecológico, incluindo outra fonte de proteína animal. Assim, a contribuição desta tecnologia vai de encontro com o aumento da autonomia das finanças, um continuado aumento da qualidade de vida e na preservação dos recursos naturais. Mais informações: com a própria autora (vide informações abaixo do título) e Professor Dr. Bento Mancio/Universidade Federal de Viçosa ([email protected]). Há uma grande equipe para agradecer, por isso é preferível expor no dia da apresentação do trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAIARDI, A. Participação da Agricultura familiar do Desenvolvimento Local Sustentável. Brasília, SDR/MA, 1998.

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BENEZRA S., MIGUEL A.; COMBELLAS, J.; RONDÓN, Z. Analisis preliminar de un sistema mixto de producción ovinos-café. In: Jornadas Tecnicas de la Estación Experimental Jaime Henao Jaramill. Primeiras jornadas técnicas... Caracas, Universidad Central de Venezuela, 1986. 115p., p. 37. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Agrário. II PLANO NACIONAL DE REFORMA AGRÁRIA - Paz, Produção e Qualidade de Vida no Meio. Brasília, 2004. 40p. CRONQUIST, A. Na integrated system of classification of flowering plants. New York. Columbia Oniversity Press, 1981. 1262p. FARIA, A. A. da C. O uso do diagnóstico rural participativo em processo de desenvolvimento local: um estudo de caso. 2000. Tese (Mestrado em Extensão Rural) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2000. RUAS, Elma D. et al. Metodologia Participativa De Extensão Rural Para O Desenvolvimento Sustentável. Belo Horizonte: EMATER-MG, 2006. 134p. SILVA SOBRINHO, A. G. Integração de ovinos com outras espécies animais e vegetais. In: SILVA SOBRINHO, A. G. (Org.). Nutrição de Ovinos. Jaboticabal: FUNEP, 1996, v. 1, p. 143-173.

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ANEXO 1: Ilustração das doze espécies herbáceas e arbustivas identificadas na área do cafezal a ser integrado com ovinos, Araponga, MG.