contribuicao ao estudo dos efeitos dos ventos

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIS ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM GEOTECNIA, ESTRUTURAS E CONSTRUO CIVIL

    CONTRIBUIO AO ESTUDO DOS EFEITOS DE VENTO EM EDIFCIOS

    ALTOS: ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE GOINIA

    BYL FARNEY RODRIGUES DA CUNHA JUNIOR

    GOINIA 2012

  • BYL FARNEY RODRIGUES DA CUNHA JUNIOR

    CONTRIBUIO AO ESTUDO DOS EFEITOS DO VENTO EM EDIFCIOS ALTOS: ESTUDO

    DE CASO NA CIDADE DE GOINIA Dissertao de mestrado apresentada ao programa de Ps-Graduao em Geotecnia, Estruturas e Construo Civil da Universidade Federal de Gois para obteno do ttulo de Mestre em Engenharia Civil. rea de Concentrao: Estruturas.

    Orientador: Dr. Frederico Martins Alves da Silva. Co-orientador: Dr. Zenn Jos G. Nez del Prado.

    D0063E12 GOINIA

    2012

  • BYL FARNEY RODRIGUES DA CUNHA JUNIOR

    CONTRIBUIO AO ESTUDO DOS EFEITOS DE VENTO EM EDIFCIOS

    ALTOS: ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE GOINIA

    Dissertao apresentada ao programa de Ps-Graduao em Geotecnia, Estruturas e Construo Civil da Universidade Federal de Gois para obteno do ttulo de Mestre em Engenharia Civil.

    Aprovada em _____ /_____ /_____.

    ___________________________________________________________ Prof. Dr. Frederico Martins Alves da Silva (Presidente) Universidade Federal de Gois ___________________________________________________________ Prof. Dr. Ademir Aparecido do Prado (Membro interno) Universidade Federal de Gois ___________________________________________________________ Prof. Dr. Janes Cleiton Alves de Oliveira (Membro externo) Universidade de Braslia

  • As duas pessoas mais importantes da minha vida e que precisaram ser privadas da

    minha companhia nos momentos dedicados ao curso de mestrado: Milena Maia, minha

    esposa e Giovana Barcelos, minha filha.

    Aos meus pais, que estiveram presentes durante toda a minha formao acadmica

    desde os primrdios.Dedico, portanto s pessoas que estiveram ao meu lado e que

    sempre confiaram na minha capacidade.

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo minha esposa pela pacincia e pela confiana ao longo de toda a jornada.

    Aos professores Frederico e Zenn, meus orientadores, pelo incentivo, pelas palavras

    amigas, pela confiana depositada em mim. Agradeo pela proposio do tema de

    dissertao que possibilitou o nascimento deste trabalho.

    Ao professor Ademir por ter trazido ao meu conhecimento o curso de mestrado PPG-

    GECON da UFG e por ser decisivo na minha opo por trilhar este caminho e tambm

    por estar, na finalizao desta jornada, compondo parte da banca;

    Aos colegas de mestrado que tambm tiveram uma dura jornada, agradeo pela

    convivncia desejando-lhes sucesso absoluto.

  • RESUMO

    Este trabalho tem como objetivo estudar a anlise dinmica da estrutura de um edifcio de 47 pavimentos na cidade de Goinia quando submetido a carregamentos de vento gerados com o modelo discreto proposto na NBR6123 (ABNT,1988) e com o Mtodo do Vento Sinttico. O edifcio foi analisado com um modelo shear building bidimensional e pelo mtodo dos elementos finitos. Inicialmente, um prtico plano estudado para validar os modelos matemticos sendo representado por um modelo simplificado, que considera os elementos horizontais no nvel de cada pavimento como infinitamente rgidos, denominado shear building. Para comparar os valores das frequncias naturais e deslocamentos ao longo do tempo o mesmo prtico modelado pelo mtodo dos elementos finitos utilizando o programa SAP2000 verso 10. Em seguida, o mesmo procedimento aplicado a um prtico espacial de um edifcio fictcio de 20 pavimentos pelo qual apresentado o processo para correo das rigidezes de pilares de grandes dimenses para considerao das deformaes por cisalhamento nestes pilares. Com base nestes dois modelos so apresentados os mtodos de gerao do carregamento de vento, a saber: o modelo discreto da NBR6123 (ABNT,1988) e o mtodo do vento sinttico que utiliza o espectro de potncia de Davenport. A estrutura do edifcio de 47 pavimentos ento modelada pelo Mtodo dos Elementos Finitos no programa SAP2000 verso 10, sendo realizada a anlise modal e em seguida anlises de vibrao forada quando a estrutura carregada com o vento gerado com a NBR6123 (ABNT, 1988) e com o mtodo do vento sinttico. So comparados os deslocamentos e esforos solicitantes nos pilares e nas vigas para vrios casos de direo de incidncia do vento. Ainda feito um comparativo com a hiptese de o reservatrio elevado estar cheio, fato que altera as frequncias naturais da estrutura, seus deslocamentos e esforos solicitantes. Conclui-se que os deslocamentos do modelo no SAP2000 verso 10 so maiores quando carregado com o vento da NBR6123 (ABNT, 1988) em relao a fase permanente da resposta da estrutura ao carregamento do vento sinttico. Porm, os deslocamentos e esforos da fase transiente da resposta superam aqueles determinados com a norma.

    Palavras chave: Vibrao. Vento Sinttico. Edifcios altos. Elementos Finitos. Shear

    building.

  • ABSTRACT

    In this work the dynamic three dimensional analysis of a 47-story building located in Goiania city when subjected to wind loads generated using both the Wind Brazilian code, NBR6123 (ABNT, 1988) and the Synthetic-Wind method is realized. To model the frames three different methodologies are used: the shear building model and both bi- and three-dimensional finite element models. To start the analysis, a plane frame is initially studied in order to validate the shear building model and, in order to compare the results of natural frequencies and displacements at the top of the structure the same plane frame was modeled using the finite element method through the SAP2000 V10 software. The same steps were applied to an idealized 20-story spacial frame that helps in the presentation of the stiffness correction process applied to columns. Based on these models the two methods used to generate the Wind loads are presented: a discrete model proposed in the Wind Brazilian code, NBR6123 (ABNT, 1988) and the Synthetic-Wind method. The method uses the Davenport spectrum which is divided into a variety of frequencies in order to generate the temporal series of loads. Finally, the 47-story building was analyzed using both the three dimensional finite element method through the SAP2000 V10 software and the shear building model. The models were loaded with Wind load generated by the Wind code NBR6123 (ABNT, 1988) and by the Synthetic-Wind method considering different wind directions. The displacements and internal forces in columns and beams were compared and a comparative study considering a situation of a full elevated reservoir is realized. As can be observed the displacements obtained by the SAP2000 V10 model are greater when loaded with NBR6123 (ABNT, 1988) wind load related to the permanent phase of the structures response.

    Word keys: Vibration. Synthetic wind. Tall Buildings. Finite elements. Shear Building.

  • B.F.R. CUNHA JR LISTA DE FIGURAS

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 3.1 Representao de um shear building com um vo e trs pavimentos......... 36

    Figura 3.2 Representao com mltiplas massas e molas ........................................... 37

    Figura 3.3 - Representao de um modo de vibrao de uma estrutura ......................... 40

    Figura 3.4 Representao do processo de desacoplamento de um sistema ................. 42

    Figura 3.5 Determinao do centro de massa e centro de rigidez da estrutura ........... 47

    Figura 3.6 Elemento frame no plano ........................................................................... 49

    Figura 3.7 Elemento Shell.............................................................................................49

    Figura 3.8 Definio do elemento Shell no programa SAP2000 V10 ......................... 50

    Figura 3.9 Prtico tipo shear building ......................................................................... 51

    Figura 3.10 Definio do material:(a) C20 para os pilares (b)RIGIDO para as vigas. 52

    Figura 3.11 Configurao da anlise modal no SAP2000 V10 ................................... 53

    Figura 3.12 Prtico plano modelado via SAP2000 V10: (a) 1 modo de vibrao

    f1=0,987Hz, (b) 2 modo de vibrao f2=2,114 Hz ................................................... ......53

    Figura 3.13 Planta de forma do edifcio de 20 pavimentos ......................................... 54

    Figura 3.14 Corte esquemtico do edifcio de 20 pavimentos ..................................... 55

    Figura 3.15 Edifcio de 20 pavimentos modelado via SAP2000 V10 com

    elementos flexveis: (a) 1 modo de vibrao f1=0,119 Hz, (b) 2 modo de

    vibrao f2=0,211 Hz, (c) 3 modo de vibrao f3=0,223 Hz, (d) 4 modo de

    vibrao f4= 0,362 Hz ............................................................................................... ......57

    Figura 4.1 Exemplo de um espectro discreto ...............................................................61

    Figura 4.2 Densidade Espectral ................................................................................... 62

    Figura 4.3 Determinao da Auto-correlao .............................................................. 63

    Figura 4.4 Funo de Auto-correlao ........................................................................ 64

    Figura 4.5 Modelo Discreto da NBR6123 (ABNT,1988) ........................................... 66

    Figura 4.6 Mapa de Isopletas do Brasil ....................................................................... 69

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos...

    B.F.R. CUNHA JR LISTA DE FIGURAS

    Figura 4.7 Tela de definio do caso Time History para anlise no SAP2000 ............ 77

    Figura 4.8 Deslocamentos na cota 11m Carregamento de vento dado pela

    NBR6123 (ABNT,1988) .................................................................................................77

    Figura 4.9 - Deslocamentos no topo da estrutura Carregamento pelo Mtodo do

    Vento Sinttico ................................................................................................................80

    Figura 5.1 Planta de formas do pavimento Trreo 01 (medidas em centmetros)........ 82

    Figura 5.2 Planta de formas do pavimento Tipo(medidas em centmetros) ................83

    Figura 5.3 Corte esquemtico do edifcio .................................................................... 84

    Figura 5.4 Detalhe do offset rgido na modelagem do edifcio ....................................85

    Figura 5.5 Modelo de elementos finitos no SAP2000 V10 ......................................... 86

    Figura 5.6 Parmetros de entrada do mtodo da rigidez mdia ................................... 86

    Figura 5.7 Convergncia da malha de elementos finitos ............................................. 91

    Figura 5.8 1, 2 e 3 modos de vibrao ..................................................................... 92

    Figura 5.9 4, 5 e 6 modos de vibrao ..................................................................... 93

    Figura 5.10 baco para determinao dos coeficientes de arrasto NBR6123

    (ABNT,1988) ............................................................................................................ ......94

    Figura 5.11 Variao dos deslocamentos para carregamento de vento da

    NBR6123 (ABNT, 1988): (a) Deslocamento X, (b) Deslocamento Y, (c)

    Deslocamento 45 ...................................................................................................... .....98

    Figura 5.12 Tela de entrada da funo harmnica como arquivo de texto ................ 102

    Figura 5.13 Associao das amplitudes com as funes harmnicas ........................ 102

    Figura 5.14 Variao dos deslocamentos para carregamento do mtodo do vento

    Sinttico: (a) Deslocamento X, (b) Deslocamento Y, (c) Deslocamento 45 ........... ....103

    Figura 5.15 Variao dos deslocamentos no topo do edifcio - SAP2000 V10 ........ 105

    Figura 5.16 Adio de massas ao modelo no SAP2000 V10 .................................... 109

    Figura 5.17 Variao dos deslocamentos no topo do edifcio - SAP2000 V10 e

    shear building ............................................................................................................ ...115

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos...

    B.F.R. CUNHA JR LISTA DE FIGURAS

    Figura 5.18 Variao do esforo cortante na base do pilar do modelo shear

    building ..................................................................................................................... ....117

    Figura 5.19 Centro de massa e centro de rigidez do edifcio de 47 pavimentos ....... 120

    Figura A.1 Planta de formas do pavimento Trreo 02 ............................................... 132

    Figura A.2 Planta de formas do pavimento Trreo 03 ...............................................133

    Figura A.3 Planta de formas do pavimento Casa de Mquinas .................................134

    Figura A.4 Planta de formas do pavimento Barrilete ................................................135

    Figura A.5 Planta de formas do Reservatrio Elevado ..............................................136

  • B.F.R. CUNHA JR LISTA DE TABELAS

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 3.1 Frequncias naturais do Shear Building..................................................... 52

    Tabela 3.2 Frequncias naturais do prtico plano ....................................................... 54

    Tabela 3.3 Propriedades dos pilares do edifcio de 20 pavimentos ............................. 56

    Tabela 3.4 Propriedades das vigas e lajes do edifcio de 20 pavimentos .................... 56

    Tabela 3.5 Frequncias naturais do edifcio de 20 pavimentos ................................... 58

    Tabela 3.6 Deslocamentos Uy no topo do edifcio de 20 pavimentos ......................... 59

    Tabela 3.7 Rigidezes com correo ............................................................................. 59

    Tabela 4.1 Parmetros b e p NBR6123 (ABNT, 1988) ............................................... 68

    Tabela 4.2 Carregamento de vento conforme modelo discreto da NBR6123

    (ABNT, 1988) ........................................................................................................... ......76

    Tabela 4.3 Coeficientes para a decomposio espectral .............................................. 79

    Tabela 4.4 Determinao do valor caracterstico do deslocamento no topo da

    estrutura ..................................................................................................................... .....79

    Tabela 5.1 Dados geomtricos das lajes nervuradas ................................................... 87

    Tabela 5.2 Correo nas densidades das lajes macias equivalentes .......................... 88

    Tabela 5.3 Discretizao n 01 Variao da frequncia natural com o

    incremento do nmero de elementos finitos ............................................................. ......89

    Tabela 5.4 Discretizao n 02 - Variao da frequncia natural com o

    incremento do nmero de elementos finitos ............................................................. ......89

    Tabela 5.5 Discretizao n 03 - Variao da frequncia natural com o

    incremento do nmero de elementos finitos ............................................................. ......90

    Tabela 5.6 Discretizao n 04 - Variao da frequncia natural com o

    incremento do nmero de elementos finitos ............................................................. ......90

    Tabela 5.7 Discretizao n 05 - Variao da frequncia natural com o

    incremento do nmero de elementos finitos ............................................................. ......90

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos...

    B.F.R. CUNHA JR LISTA DE TABELAS

    Tabela 5.8 Discretizao n 06 - Variao da frequncia natural com o

    incremento do nmero de elementos finitos ............................................................. ......91

    Tabela 5.9 Carregamento esttico de vento conforme NBR6123 (ABNT, 1988) -

    Vento 0 ..................................................................................................................... .....95

    Tabela 5.10 Carregamento esttico de vento conforme NBR6123 (ABNT, 1988)

    Vento 90 ................................................................................................................ .....96

    Tabela 5.11 Deslocamentos no topo do edifcio para o carregamento da

    NBR6123 (ABNT,1988) .................................................................................................97

    Tabela 5.12 Esforos nos pilares para o carregamento da NBR6123 .......................... 99

    Tabela 5.13 Esforos em vigas em diversos pavimentos para o carregamento da

    NBR6123 (ABNT,1988) .................................................................................................99

    Tabela 5.14 Coeficientes para a decomposio espectral segundo o mtodo do

    vento sinttico ........................................................................................................... ....100

    Tabela 5.15 Deslocamentos no estado transiente no topo do edifcio para o

    carregamento do vento sinttico ................................................................................ ...104

    Tabela 5.16 Momentos fletores nos pilares para o carregamento do vento

    sinttico ................................................................................................................... ......105

    Tabela 5.17 Esforos cortantes nos pilares para o carregamento do vento

    sinttico ..................................................................................................................... ....106

    Tabela 5.18 Momentos torores nos pilares para o carregamento do vento

    sinttico ..................................................................................................................... ....107

    Tabela 5.19 Esforos em vigas em diversos pavimentos para o carregamento do

    vento sinttico ........................................................................................................... ....108

    Tabela 5.20 Deslocamentos no topo do edifcio para o carregamento do vento

    sinttico ..................................................................................................................... ....109

    Tabela 5.21 Momentos fletores nos pilares para o carregamento do vento

    sinttico com reservatrio cheio ................................................................................ ...110

    Tabela 5.22 Esforos cortantes nos pilares para o carregamento do vento

    sinttico com reservatrio cheio ................................................................................ ...110

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos...

    B.F.R. CUNHA JR LISTA DE TABELAS

    Tabela 5.23 Momentos torores nos pilares para o carregamento do vento

    sinttico com reservatrio cheio) .............................................................................. ....110

    Tabela 5.24 Propriedades dos pilares do pavimento Tipo do edifcio de 47

    pavimentos ................................................................................................................ ....111

    Tabela 5.25 Rigidezes dos pilares do edifcio de 47 pavimentos e fatores de

    correo das rigidezes ............................................................................................... ....112

    Tabela 5.26 Propriedades das vigas do edifcio de 47 pavimentos ........................... 113

    Tabela 5.27 Propriedades das lajes do edifcio de 47 pavimentos ............................ 114

    Tabela 5.28 Frequncias naturais:Modelo shear building e Modelo no SAP2000....114

    Tabela 5.29 Frequncias naturais: Modelo shear building e SAP2000 enrijecido....116

    Tabela 5.30 Deslocamento no 41 pavimento ........................................................... 116

    Tabela 5.31 Coordenadas dos pilares para o pavimento Trreo 01 ........................... 118

    Tabela 5.32 Determinao do centro de rigidez e do centro de massa e das

    excentricidades para o pavimento Trreo 01 ............................................................ ....119

    Tabela 5.33 Valores das cargas atuantes nos pilares na direo X e Y no

    pavimento Trreo 01 ................................................................................................. ....121

    Tabela 5.34 Valores das parcelas de carga atuantes nos pilares do pavimento

    Trreo 01 ................................................................................................................... ....122

    Tabela 5.35 Comparativo entre os cortantes em cada pilar e os valores mximos

    da NBR6118 (ABNT, 2007) ..................................................................................... ....123

  • B.F.R. CUNHA JR LISTA DE SMBOLOS

    LISTA DE SMBOLOS

    SMBOLOS ROMANOS

    a Amplitude da funo harmnica.

    A Matriz auxiliar para determinao da matriz de amortecimento.

    As rea de cisalhamento.

    0A - rea de referncia.

    iA - rea de influncia correspondente coordenada i.

    b Base da seo transversal.

    b e p - Coeficientes da NBR6123 relativos rugosidade do terreno.

    kc - Amplitude de cada funo harmnica do Mtodo do Vento Sinttico.

    rcc - Amplitude do harmnico ressonante do Mtodo do Vento Sinttico corrigida.

    rc - Amplitude do harmnico ressonante do Mtodo do Vento Sinttico.

    1rcc - Amplitude corrigida do harmnico posterior ao ressonante.

    1rcc - Amplitude corrigida do harmnico anterior ao ressonante.

    ic - Coeficientes da matriz de amortecimento.

    C Matriz de amortecimento.

    CMx e CMy Coordenadas do centro de massa.

    CRx e CRy Coordenadas do centro de rigidez.

    zC e yC - Fatores de decaimento exponencial.

    kC - Coeficiente para clculo das amplitudes de cada harmnico do Mtodo do Vento

    Sinttico.

    aiC - Coeficientes de arrasto.

    d Distncia da armadura transversal at a face mais tracionada.

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos...

    B.F.R. CUNHA JR LISTA DE SMBOLOS

    ex e ey Excentricidades.

    E - Mdulo de Elasticidade. Valor mdio.

    f - Frequncia natural da estrutura.

    fcd Resistncia minorada do concreto

    fck Resistncia caracterstica do concreto.

    kf - Frequncia de cada funo harmnica.

    kaf e

    kpf - Limites de integrao do espectro de potncia.

    f - Frequncia que relaciona a frequncia da rajada e a velocidade mdia.

    HF - Coeficiente para clculo da parcela flutuante.

    flutF - Fora flutuante.

    G Mdulo de elasticidade transversal

    h Altura da seo transversal. Altura total da edificao.

    heq Espessura equivalente para as lajes.

    I - Inrcia flexo.

    ik - Coeficientes da matriz de rigidez.

    K Matriz de rigidez.

    L - Altura dos pilares.

    Mi - Massa modal. Massas dos elementos estruturais.

    0m - Massa de referncia.

    M Matriz de massa.

    M Massa discreta correspondente coordenada i. Momento fletor.

    n - nmero de graus de liberdade. Para estruturas com um plano de simetria, n

    corresponde tambm ao nmero de divises da estrutura.

    N Nmero de ondas harmnicas.

    3p - Presso do vento referente velocidade da rajada de vento.

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos...

    B.F.R. CUNHA JR LISTA DE SMBOLOS

    600p - Presso do vento referente velocidade mdia.

    p'(t) - Presso flutuante do vento.

    P - Funo harmnica.

    Pi(t) Fora aplicada no i-simo pavimento.

    q Deslocamento em uma coordenada generalizada.

    q0 Presso dinmica

    Q - Harmnico de fora.

    r - Frequncia fundamental da estrutura.

    kr - Frequncia de cada harmnico.

    R Nmero do harmnico ressonante.

    Rx(t) Valor da auto-correlao

    1S - Fator da NBR6123 que depende das condies topogrficas do terreno.

    3S - Fator da NBR6123 que depende do tipo de edificao.

    t Tempo.

    T Momento toror.

    RT - Perodo do harmnico ressonante do Mtodo do Vento Sinttico.

    kT - Perodo de cada harmnico do Mtodo do Vento Sinttico.

    Ux e Uy Graus de liberdade translacionais.

    V Esforo cortante.

    0V - Velocidade bsica do vento.

    VN Volume da laje nervurada real.

    VT Volume da laje macia equivalente.

    Vrd2 Esforo cortante mximo resistente segundo a NBR6118.

    pV - Velocidade do vento de projeto.

    10V - Velocidade mdia do vento medida em um intervalo de 10 minutos.

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos...

    B.F.R. CUNHA JR LISTA DE SMBOLOS

    3V - Velocidade do vento em um intervalo de tempo de 3 s.

    600V - Velocidade do vento em um intervalo de tempo de 600 s.

    picoV - Velocidade da rajada do vento.

    mediaV - Velocidade mdia do vento.

    x - Vetor de aceleraes.

    x - Vetor de velocidades.

    x - Vetor de deslocamentos.

    ix - Deslocamento correspondente coordenada i; Coeficientes do vetor de

    deslocamentos. Variao entre os centros de rigidez na direo X.

    ix - Coeficientes do vetor de acelerao.

    ix - Coeficientes do vetor de velocidade.

    x - Coordenada do baricentro.

    iX - Carregamento total de vento. Deslocamento correspondente coordenada i.

    iX - Parcela mdia do carregamento de vento.

    iX - Parcela flutuante do carregamento de vento.

    nX - Amplitude da funo harmnica.

    iy - Variao entre os centros de rigidez na direo Y.

    y - Coordenada do baricentro

    y1, y2 Coordenadas verticais dos dois pontos considerados na face da estrutura.

    iz - Altura do elemento i sobre o nvel do terreno.

    rz - Altura de referncia.

    wix e wiy Participaes do pilar i para resistir carga lateral externa.

    wix e wiy Cargas introduzidas no pilar i pelas translaes.

    wix e wiy Cargas introduzidas no pilar i pelas rotaes.

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos...

    B.F.R. CUNHA JR LISTA DE SMBOLOS

    SMBOLOS GREGOS

    i - Coefiente para clculo da parcela flutuante.

    i - Coeficientes de amplificao dinmica. Taxa de amortecimento crtico.

    - Matriz Modal.

    - Fator de correo da rigidez

    - Expoente da forma modal.

    )( fm - Admitncia mecnica.

    )( fa - Admitncia aerodinmica.

    - Instante de tempo em uma srie temporal.

    - Frequncia de excitao da funo harmnica.

    i - Frequncia natural do i-simo modo de vibrao.

    conc- Densidade do concreto armado.

    T- Densidade equivalente da laje macia.

    - Velocidade de cisalhamento do vento.

    x 2 - Varincia.

    k - ngulos de fase gerados aleatoriamente no Mtodo do Vento Sinttico.

    z Grau de liberdade rotacional.

    kz - Tamanho da rajada.

    i - Relao entre massas para clculo da parcela flutuante.

    SMBOLOS MATEMTICOS

    coh(d , f) - Funo de autocorrelao.

    2~F - Varincia do carregamento.

    xS (f) - Densidade espectral da varincia.

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos...

    B.F.R. CUNHA JR LISTA DE SMBOLOS

    Rx - Funo de autocorrelao.

    2~r - Varincia da resposta.

    (f)SV - Espectro de velocidade do vento.

    (f)SF - Espectro de foras.

    (f)Sr - Espectro da resposta.

    2~v - Varincia da velocidade.

  • B.F.R. CUNHA JR SUMRIO

    SUMRIO

    LISTA DE FIGURAS

    LISTA DE TABELAS

    LISTA DE SIMBOLOS

    1. INTRODUO ........................................................................................................ 22 1.1. METODOLOGIA UTILIZADA ............................................................................. 25 1.2. MOTIVAO E OBJETIVOS ............................................................................... 25 1.3. PLANO DA DISSERTAO .................................................................................. 26

    2. REVISO BIBLIOGRFICA ................................................................................ 27

    3. FORMULAO MATEMTICA ......................................................................... 35 3.1. PRTICO DE VIGAS RGIDAS - TIPO SHEAR BUILDING ............................. 35 3.1.1. Anlise da Vibrao Livre ................................................................................. 39 3.1.2. Matriz modal e Ortogonalidade entre os modos .............................................. 40 3.1.3. Desacoplamento Modal ..................................................................................... 42 3.1.4. Matriz de Amortecimento ................................................................................. 43 3.1.5. Rigidez dos Pilares ............................................................................................. 44 3.1.6. Distribuio do esforo cortante entre os pilares ............................................. 44 3.2. ANLISE PELO MTODO DOS ELEMENTOS FINITOS ................................ 48 3.3. EXEMPLOS NUMRICOS .................................................................................... 50 3.3.1. Prtico Plano de dois pavimentos ..................................................................... 50 3.3.2. Prtico espacial de vinte pavimentos ................................................................ 54

    4. CARREGAMENTO DEVIDO AO VENTO ........................................................... 60 4.1. MODELO DISCRETO DA NBR6123 (ABNT, 1988) ............................................. 65 4.2. MTODO DO VENTO SINTTICO ..................................................................... 70 4.3. EXEMPLO DE APLICAO DA NBR6123 (ABNT, 1988) ................................ 76 4.4. EXEMPLO DE APLICAO DO MTODO DO VENTO

    SINTTICO ............................................................................................................. 78

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos... 21

    B.F.R. CUNHA JR SUMRIO

    5. ESTUDO DE CASO ................................................................................................. 81 5.1. GEOMETRIA E LOCALIZAO DA EDIFICAO ........................................ 81 5.2. ANLISE MODAL DO EDIFCIO ........................................................................ 85 5.3. ANLSE DINMICA DO EDIFICIO .................................................................... 93 5.3.1. Mtodo dos Elementos Finitos ........................................................................... 94 5.3.1.1. Carregamento gerado com a NBR6123 (ABNT, 1988) ....................................... 94

    5.3.1.2. Carregamento gerado com o Mtodo do Vento Sinttico ................................... 100

    5.3.2. Modelo shear building ...................................................................................... 111 5.3.2.1. Distribuio do esforo cortante entre os pilares ............................................... 117

    6. CONCLUSES E PROPOSTAS .......................................................................... 126

    7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .................................................................. 130

    ANEXO A ...................................................................................................................... .....133

  • B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 1

    CAPTULO 1

    INTRODUO

    Um dos grandes desafios do engenheiro estrutural a busca pela representao do

    comportamento das estruturas com a utilizao de modelos matemticos para anlise e

    dimensionamento. Diversos so os modelos matemticos utilizados para analisar

    estruturas como, por exemplo, prticos planos e espaciais, trelias planas e espaciais,

    vigas contnuas e prticos espaciais com grelha equivalente. Estes modelos so

    idealizaes da estrutura real nos quais os componentes estruturais so substitudos por

    elementos capazes de representar seus comportamentos e suas geometrias. Quanto aos

    apoios da estrutura, estes so substitudos por apoios tericos no modelo matemtico. A

    escolha da representao mais adequada depende das caractersticas geomtricas, das

    condies de carregamento e das condies de contorno da estrutura.

    At o sculo XIX, os edifcios eram estruturados essencialmente em paredes espessas.

    Na medida em que foi surgindo a necessidade de verticalizao destas edificaes as

    paredes em alvenaria de pedra foram ficando cada vez mais robustas a ponto de

    prejudicar o espao til interno. Consequentemente, alguns materiais como o concreto

    armado e o ao-carbono tiveram sua utilizao incrementada por propiciarem a

    diminuio das dimenses das peas estruturais.

    A partir do sculo XX observa-se a utilizao crescente do concreto armado desde os

    primeiros edifcios de dois e trs pavimentos at os edifcios de moderada altura. Para

    garantir a estabilidade e a economia dos arranjos estruturais destes edifcios,

    comearam-se a conceb-los como uma sucesso e combinao de prticos.

    Associados ao indiscutvel avano computacional iniciado no sculo XX pode-se

    mencionar o avano na tecnologia dos materiais utilizados na engenharia, que garante

    resistncias cada vez mais elevadas, e o avano do conhecimento na rea de mecnica

    das estruturas que vem possibilitando a crescente utilizao de mtodos numricos de

    anlise estrutural via computador. Esse conjunto de avanos proporciona maior

    liberdade e confiana ao engenheiro para projetar estruturas mais arrojadas, com vos

    cada vez maiores e elementos estruturais cada vez mais esbeltos.

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos... 23

    B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 1

    No sculo XXI, observa-se que na medida em que os edifcios esto ficando cada vez

    mais altos, os arranjos estruturais vm passando por alteraes de concepo contando

    com elementos estruturais cada vez mais esbeltos e o sistema aporticado, em alguns

    casos, passa a no ser mais vantajoso economicamente e tecnicamente por exigir uma

    elevada quantidade de pilares internos.

    Comparando as estruturas recentes com as mais antigas, observa-se que as atuais so

    mais sensveis s aes externas como, por exemplo, o vento e aos efeitos no-lineares

    que so mais severos devido elevada esbeltez dos elementos e reduo do

    amortecimento estrutural. O desafio do engenheiro civil em utilizar e desenvolver

    modelos que representem as estruturas com suas variadas condies de carregamento

    em toda sua complexidade crescente com o passar dos anos.

    No Brasil e em diversos pases o carregamento proveniente da ao do vento sobre uma

    determinada edificao tratado, em geral, de forma esttica. Esta hiptese

    simplificadora largamente utilizada, pois a anlise considerando o vento como um

    carregamento aleatrio e dependente do tempo complexa. De acordo com a norma

    brasileira NBR6123 Foras devido ao vento em edificaes (ABNT, 1988), esta

    prtica aceitvel para anlise de estruturas com frequncias naturais acima de 1 Hz,

    sendo os modelos presentes na norma aplicveis a anlises deste tipo de estrutura.

    Para estruturas altas e esbeltas, esta simplificao impede que alguns efeitos dinmicos

    importantes sejam analisados, visto que a ao do vento em estruturas um fenmeno

    intrinsecamente dinmico. Como exemplo, citam-se as oscilaes excessivas que podem

    causar desconforto ao usurio e prejudicar a habitabilidade de edifcios altos. Neste

    contexto a norma NBR6118 Projetos de Estruturas de Concreto Procedimento

    (ABNT, 2007) indica a verificao do Estado Limite de Servio Vibraes Excessivas

    (ELS-VE).

    Alm disso, estes efeitos podem provocar deslocamentos maiores que os previstos por

    uma anlise esttica, incrementando o valor dos esforos solicitantes, comprometendo,

    inclusive, a segurana da estrutura. Em outros casos, uma anlise dinmica pode

    conduzir a estruturas mais econmicas do que quelas projetadas com a adoo de

    coeficientes de majorao superpostos a anlises com modelos simplificados, evitando

    assim a inviabilidade econmica do empreendimento.

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos... 24

    B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 1

    O modelo simplificado presente na norma de vento NBR6123 (ABNT, 1988) considera

    que a presso do vento pode ser calculada como uma superposio do seu valor mdio

    com a amplitude mxima da parcela flutuante. Consequentemente, estes modelos

    possuem coeficientes que majoram as aes com o intuito de contemplar de forma

    simplificada situaes como o efeito de rajadas isoladas ou sucessivas e a interferncia

    das construes situadas na vizinhana da edificao na distribuio das presses de

    vento sobre esta.

    Segundo Li et al. (2010), existem basicamente trs mtodos para estudar o efeito do

    vento em edificaes altas: ensaios em tnel de vento; anlise de dados da estrutura e do

    vento coletados em campo; e a utilizao de mtodos numricos para a simulao

    computacional do comportamento destas estruturas. O ensaio em tnel de vento, que

    consiste em simular a edificao, o ambiente onde ela est inserida e as caractersticas

    do vento natural, utiliza modelos em escala reduzida e um mtodo largamente

    utilizado em pesquisas e em projetos de grandes estruturas submetidas ao efeito do

    vento. A principal desvantagem desse mtodo a dificuldade de reproduzir com

    fidelidade as condies de campo como, por exemplo, a intensidade da turbulncia e a

    rugosidade do terreno.

    A coleta de dados realizada em campo com o uso de acelermetros e anemmetros tem

    apresentado resultados confiveis e, com a evoluo dos equipamentos de medio, essa

    tcnica tem sido utilizada em grandes projetos, servindo tambm para calibrar os

    ensaios em tnel de vento e as anlises computacionais. Apesar de fornecer informaes

    precisas, a coleta de dados no um mtodo indicado para a fase de projeto j que h a

    necessidade de o edifcio estar totalmente construdo para ser aparelhado, ou seja, na

    fase de projeto o engenheiro no conta com essas informaes.

    Neste contexto, a simulao computacional de estruturas tem se desenvolvido

    rapidamente para avaliao numrica dos efeitos do vento em edifcios altos. Este tipo

    de abordagem vem sendo bastante utilizada por engenheiros projetistas pela

    possibilidade de submeter a estrutura a uma grande variedade de condies de

    carregamento em tempo hbil. Entretanto, segundo Li et al. (2010), sua preciso s

    vezes inadequada na predio das presses flutuantes do vento nas superfcies das

    edificaes.

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos... 25

    B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 1

    1.1. METODOLOGIA UTILIZADA

    Neste trabalho o carregamento de vento gerado de duas formas distintas, a saber:

    atravs do modelo discreto da NBR6123 (ABNT, 1988) e atravs do Mtodo do Vento

    Sinttico. Primeiramente, um prtico plano de dois pavimentos simulado como um

    shear building utilizando o programa de lgebra simblica MAPLE 12, e pelo mtodo

    dos elementos finitos no programa SAP2000 V10. Em ambos os casos so comparadas

    as frequncias naturais e os deslocamentos no topo da estrutura. Esta mesma

    metodologia aplicada, em seguida, a uma estrutura tridimensional idealizada de um

    edifcio de vinte pavimentos.

    Na sequncia, a estrutura de um edifcio real, localizado na cidade de Goinia,

    modelada via mtodo dos elementos finitos atravs do programa SAP2000 V10 e por

    um modelo matemtico do tipo shear building e, a seguir, submetida ao carregamento

    do vento sinttico considerando vrios ngulos de incidncia do vento a fim de

    encontrar a situao mais crtica para esta estrutura. So ento avaliadas as frequncias

    naturais, os deslocamentos no topo da estrutura, os esforos solicitantes na base dos

    pilares e em diversas vigas ao longo da altura do edifcio. Para estabelecer um estudo

    comparativo dos referidos parmetros, esta mesma estrutura carregada utilizando o

    carregamento proveniente do modelo discreto da NBR6123 (ABNT, 1988).

    1.2. MOTIVAO E OBJETIVOS

    O estudo dos efeitos de vento em edifcios torna-se necessrio, pois as edificaes esto

    cada vez mais altas e os elementos estruturais mais esbeltos. A suscetibilidade destas

    estruturas ao carregamento de vento est cada vez maior visto que as frequncias

    naturais destas estruturas esto cada vez menores. Portanto, o tratamento do

    carregamento de vento como uma carga dinmica torna-se imprescindvel para avaliar

    os procedimentos descritos nas normas que tratam o vento como um carregamento

    esttico e para obter respostas coerentes com a realidade da estrutura.

    Este trabalho tem como objetivo geral analisar uma edificao real localizada na cidade

    de Goinia, submetido ao carregamento de vento gerado pelo Mtodo do Vento

    Sinttico, utilizando dois modelos matemticos, a saber: o modelo de shear building e o

    Mtodo dos Elementos Finitos.

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos... 26

    B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 1

    Como objetivos especficos tem-se a utilizao dos mtodos de gerao do

    carregamento de vento sendo eles o modelo discreto da NBR6123 (ABNT, 1988) e o

    Mtodo do Vento Sinttico. Posteriormente comparam-se os valores de deslocamentos e

    de esforos solicitantes nos modelos estudados.

    1.3. PLANO DA DISSERTAO

    No captulo 2 pretende-se estabelecer a fronteira do conhecimento com a reviso

    bibliogrfica.

    No captulo 3 so apresentadas as formulaes matemticas dos modelos estruturais

    utilizados nas anlises. Apresentam-se as consideraes realizadas ao adotar cada um

    dos modelos atravs de exemplos numricos.

    Mais adiante, no captulo 4, so definidos os modelos para a gerao do carregamento

    de vento que excitar a estrutura em estudo. Inicialmente a teoria aleatria de gerao

    de carregamentos e alguns conceitos de probabilidade e estatstica so descritos. Na

    sequncia, o carregamento de vento gerado por dois mtodos diferentes, a saber: o

    modelo discreto da NBR6123 (ABNT, 1988) e o Mtodo do Vento Sinttico.

    No captulo 5 modela-se a estrutura de um edifcio de 47 pavimentos, localizado na

    cidade de Goinia, submetida aos esforos de vento, pelo shear building e pelo Mtodo

    dos Elementos Finitos utilizando o programa SAP2000 V10, sendo que o vento

    modelado a partir do Mtodo do Vento Sinttico. Os valores das frequncias naturais da

    estrutura, dos deslocamentos e dos esforos solicitantes so comparados com as

    respostas obtidas quando se utiliza o modelo discreto da NBR6123 (ABNT, 1988).

    Finalmente no captulo 6 so apresentadas as concluses dos resultados observados nas

    anlises anteriores.

  • B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 2

    CAPTULO 2

    REVISO BIBLIOGRFICA

    Neste captulo so apresentados alguns estudos e resultados de trabalhos relacionados

    ao efeito dinmico do vento em edifcios altos bem como as concluses dos respectivos

    autores sobre o objeto de suas pesquisas que direcionam as simulaes numricas e

    anlises paramtricas conduzidas no presente trabalho.

    Para compreender melhor o comportamento de um edifcio de 70 pavimentos em Hong

    Kong durante a passagem do tufo Sally em 1996, Fang et al. (2000) instalaram

    equipamentos de medio neste edifcio para obteno de dados como as velocidades,

    as aceleraes e as direes do vento.

    Segundo Jeary et al.1 apud Fang et al. (2000) as velocidades do vento obtidas utilizando

    as prescries da norma de vento de Hong Kong apresentavam distores em relao

    aos valores reais colhidos em campo o que estimulou a execuo de vrias medies

    para calibragem do modelo presente nesta norma. A partir da anlise espectral e

    utilizando transformaes wavelet da acelerao, os autores concluram que a resposta

    da estrutura induzida pelo vento est essencialmente relacionada aos dois primeiros

    modos de vibrao translacionais e que h um acoplamento entre estes modos de

    vibrao. Alm disso, concluram que a intensidade da turbulncia diminui na medida

    em que a velocidade do vento no topo do edifcio aumenta.

    Carril Jr (2000) investigou numrica e experimentalmente o efeito das foras de vento

    em torres metlicas treliadas, avaliando as respostas ressonante e no-ressonante e o

    fator resposta de rajada. Para sua pesquisa, o autor primeiramente dimensionou, de

    acordo com os padres brasileiros de projeto, uma torre metlica com 100 metros de

    altura submetida a carregamentos de vento gerados por quatro mtodos distintos:

    Davenport, NBR6123 (ABNT, 1988), Mtodo do Vento Sinttico e Mtodo do Vento

    1 Jeary, A. P., Chiu, A. N. L. The importance of Bank of China Building, Hong Kong, to an understanding

    of the response to wind of tall building in hilly terrain. Proceedings of International Workshop on

    Technology for Hong Kong Infrastructure Development, pp 81-91, 1992.

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos... 28

    B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 2

    Sinttico Modificado. O autor concluiu, a partir dos resultados obtidos pelo Mtodo de

    Davenport, que a resposta ressonante menos importante que a resposta no-ressonante

    embora a torre possusse freqncia natural abaixo de 1 Hz.

    Seqencialmente em seu trabalho, Carril Jr (2000) utilizou o modelo discreto da

    NBR6123 (ABNT, 1988), que tem por base o processo estatstico de Davenport,

    decompondo o deslocamento em uma parcela mdia e outra flutuante. O autor observou

    que os valores obtidos com a norma NBR6123 (ABNT, 1988) so diferentes dos valores

    obtidos com o modelo de Davenport devido diferena entre os valores das variveis

    utilizadas no clculo como, por exemplo, a velocidade mdia do vento que no modelo

    de Davenport considerada com seu valor horrio e pela norma NBR6123 (ABNT,

    1988) considerada como a mdia em um intervalo de tempo de 10 minutos.

    Aplicando o Mtodo do Vento Sinttico para simulao do carregamento aleatrio do

    vento, Carril Jr. (2000) concluiu que houve grandes diferenas entre o Mtodo do Vento

    Sinttico Modificado e os mtodos de Davenport e da NBR6123 (ABNT, 1988)

    propondo a realizao de futuros estudos para verificar a aderncia do mtodo com

    outros procedimentos. Entre os valores da resposta mdia encontrados pelo modelo

    discreto da NBR6123 (ABNT, 1988) e pelo Mtodo de Davenport a diferena foi de

    17%, porm os valores da resposta final foram pouco diferentes entre os dois mtodos.

    Para Carril Jr (2000) os motivos para tais diferenas so: a forma de determinao da

    amplificao dinmica e a considerao da velocidade mdia como horria e como

    mdia em um intervalo de 10s.

    Lazanha (2003) desenvolveu um modelo numrico para anlise de estruturas planas

    submetidas a um carregamento aleatrio de vento considerando a no-linearidade fsica

    do material. A excitao aleatria induzida pelo vento foi simulada pelo Mtodo do

    Vento Sinttico utilizando uma funo de densidade espectral de velocidade com o

    objetivo de gerar uma srie de funes harmnicas de carregamento.

    Com o objetivo de validar o algoritmo desenvolvido em sua pesquisa, Lazanha (2003)

    estudou inicialmente um prtico do tipo shear building com um grau de liberdade

    submetido a um carregamento harmnico como proposto por Clough e Penzien (1993),

    considerando o material como linear e, na sequncia, como no-linear.

    Ao comparar a variao dos deslocamentos ao longo do tempo obtidos por Clough;

    Penzien (1993) com os resultados obtidos pelo programa ADEEMEV, o autor concluiu

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos... 29

    B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 2

    que as respostas foram coincidentes quando o material foi modelado com

    comportamento elstico linear e apresentaram respostas ligeiramente diferentes com a

    considerao da no-linearidade fsica do material.

    Em seguida Lazanha (2003) idealizou uma estrutura de um reservatrio elevado

    tambm pelo modelo de prtico tipo shear building admitindo que a massa das paredes

    do reservatrio est concentrada no topo do modelo. Para a simulao do carregamento

    de vento, o autor utilizou o Mtodo do Vento Sinttico, considerando o comportamento

    elstico do material, e concluiu que a resposta tende a assumir um carter praticamente

    permanente vibrando com amplitude quase constante. Com a considerao do material

    elasto-plstico e o aparecimento e o desaparecimento de rtulas plsticas, foi notado o

    acrscimo de um dano cada vez que uma rtula formada e a estrutura no vibra em

    torno de apenas uma configurao.

    No terceiro exemplo de seu trabalho, Lazanha (2003) estudou um prtico plano de

    quinze pavimentos cada um com altura igual a 3,5 metros. O carregamento de vento

    tambm foi simulado pelo Mtodo do Vento Sinttico. Com os mesmos procedimentos

    do exemplo anterior foram geradas vinte sries de carregamento com ngulos de fase

    gerados aleatoriamente. O autor observou que tanto no exemplo com apenas um grau

    de liberdade quanto no exemplo com vrios graus de liberdade, o padro de resposta foi

    o mesmo e que a alterao dos ngulos de fase, que so gerados aleatoriamente, afeta

    mais a resposta da estrutura quando seu material modelado com comportamento

    elasto-plstico.

    Carpeggiani (2004) estudou a resposta torcional de estruturas submetidas a efeitos

    estticos da ao do vento, utilizando modelos reduzidos que foram ensaiados em tnel

    de vento. Os resultados obtidos experimentalmente por estes modelos, diferenciados por

    suas configuraes arquitetnicas, foram comparados com os obtidos utilizando os

    procedimentos para determinao do vento esttico constantes na norma brasileira

    NBR6123 (ABNT, 1988), na norma canadense NBCC (1990) e na norma alem DIN-

    1055 (1977). O autor analisou ainda o efeito da presena de edificaes vizinhas na

    distribuio das presses do vento bem como as alteraes provocadas no

    comportamento da estrutura.

    Carpeggiani (2004) observou que para todas as situaes nas quais os modelos se

    encontravam isolados, os valores dos momentos torores obtidos no ensaio de tnel de

    vento foram maiores que os fornecidos pela NBR6123 (ABNT, 1988). J para os casos

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos... 30

    B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 2

    nos quais havia edificaes situadas na vizinhana do modelo em estudo, os resultados

    experimentais foram menores do que os calculados utilizando a norma brasileira. Em se

    tratando da norma canadense os valores do momento toror obtidos com seus

    procedimentos foram sempre inferiores aos do ensaio em tnel de vento. Quando os

    momentos torores foram determinados utilizando o procedimento da norma alem,

    estes apresentaram sempre valores inferiores aos do ensaio experimental com exceo

    de um dos modelos analisados. Alterando o ngulo de incidncia do vento, em 67% dos

    casos analisados o autor constatou que a fora de arrasto preponderante foi aquela cujos

    ngulos de incidncia do vento eram oblquos s faces dos edifcios.

    Chen e Kareem (2005) avaliaram o carregamento esttico equivalente de vento que

    utilizado em anlises simplificadas. Os autores alertam que a utilizao da carga esttica

    equivalente, obtida por meio de uma distribuio de presso similar ao carregamento

    mdio de vento, pode conduzir a erros nas respostas obtidas. Uma boa alternativa que

    poderia ser incorporadas a muitas normas de vento de vrios pases, segundo Chen e

    Kareem (2005), determinar a carga esttica equivalente em funo da resposta

    flutuante do vento e da fora de inrcia.

    Os autores realizaram um estudo do efeito do carregamento dinmico do vento em

    edificaes com sistemas estruturais complexos com centros de massa e centros de

    rigidez no coincidentes, o que pode gerar movimentos tridimensionais acoplados. De

    acordo com Chen e Kareem (2005), as edificaes com sistemas estruturais mais

    complexos podem apresentar frequncias naturais muito prximas o que pode conduzir

    a um acoplamento modal tridimensional quando submetidas ao carregamento de vento.

    Manfrim e Bertolino (2006) realizaram anlises numricas utilizando o mtodo dos

    elementos finitos, por meio do programa ANSYS 9.0, de edifcios industriais cujas

    coberturas so do tipo duas guas com inclinao de 15. Nas simulaes numricas os

    autores consideraram a interao fluido-estrutura na qual o fluido o ar. Foram

    estudadas diferentes geometrias e os coeficientes de presso obtidos foram comparados

    com os prescritos na norma NBR6123 (ABNT, 1988). Os autores observaram que os

    coeficientes de presso determinados, utilizando o ANSYS 9.0, foram coerentes com os

    valores da norma brasileira, apesar de que, para uma relao entre as dimenses em

    planta e altura igual a dois, o valor prescrito na norma NBR6123 (ABNT, 1988) foi

    17% menor.

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos... 31

    B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 2

    Chvez e De Paula (2006) avaliaram os deslocamentos e as aceleraes em edificaes

    altas submetidas a presses aleatrias do vento. O edifcio estudado estruturado em

    concreto armado com resistncia caracterstica de 35 MPa e com altura de 102 metros

    acima do terreno, possuindo dois ncleos estruturais e pilares bastante rgidos nas

    fachadas. Os autores utilizaram o programa de elementos finitos ANSYS 9.0 para a

    construo dos modelos computacionais e realizaram anlises dinmicas no domnio do

    tempo. Os autores adotaram um espectro de vento bem como o Mtodo do Vento

    Sinttico para simulao do carregamento de vento, a resposta da estrutura foi obtida

    aps uma avaliao estatstica dos resultados.

    Os valores dos deslocamentos e das aceleraes obtidos foram comparados com os

    calculados utilizando as prescries da norma NBR6123 (ABNT, 1988) avaliando,

    ainda, os nveis de conforto dos usurios. A anlise modal por elementos finitos revelou

    frequncias naturais discrepantes com o modelo da norma, sendo o valor da frequncia

    fundamental do modelo da norma mais de duas vezes superior. Quanto aos

    deslocamentos, a diferena entre os dois modelos foi de 0,85% maior pela NBR6123

    (ABNT, 1988). Uma grande diferena tambm foi percebida entre os valores das

    aceleraes, pois pela simulao por elementos finitos a amplitude da acelerao foi

    cerca de dez vezes menor em relao NBR6123 (ABNT, 1988). Os autores atribuem

    utilizao de uma equao aproximada para a estimativa da frequncia natural na

    NBR6123 (ABNT, 1988) a causa desta discrepncia.

    Chvez (2006) analisou a estrutura de um edifcio de concreto armado com 34

    pavimentos e 102 metros acima do nvel do terreno. Neste trabalho foram estudados

    dois mtodos de clculo da resposta dinmica de estruturas quando submetidas a ao

    das rajadas de vento: o Mtodo Simplificado da NBR6123 (ABNT, 1988) e o Mtodo

    do Vento Sinttico. A autora avaliou o comportamento da estrutura utilizando o

    programa ANSYS. Comparando os valores dos deslocamentos no topo do edifcio

    obtido pelos dois mtodos com os valores obtidos pela anlise esttica, percebeu-se que

    o resultado do Mtodo do Vento Sinttico apresentou uma diferena de 4,05% a mais

    que o da anlise dinmica simplificada e 3,62% a mais que o da anlise esttica.

    Comparando as aceleraes em um ponto no topo da estrutura, Chvez (2006) constatou

    uma grande discrepncia entre os valores obtidos com a anlise dinmica simplificada e

    com o Mtodo do Vento Sinttico. O valor obtido pelo primeiro mtodo que foi 1,21

    m/s sugere a necessidade de um reforo substancial na estrutura por estar

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos... 32

    B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 2

    excessivamente acima dos limites normativos. Com o Mtodo do Vento Sinttico a

    autora concluiu que o valor da acelerao obtido por este mtodo se aproxima da

    realidade por estar prximo do limite de 0,1 m/s da NBR6123 (ABNT, 1988). Para os

    esforos solicitantes em uma determinada viga a anlise esttica culminou em valores

    maiores, cerca de 18%, do que os valores obtidos para a mesma viga pelos dois outros

    mtodos.

    Kim et al. (2007) investigaram o acrscimo que ocorre na resposta dinmica de

    edificaes altas, devido atuao do vento, atravs de ensaios em tnel de vento.

    Foram analisadas quatro torres pertencentes ao complexo residencial TPD1 localizado

    na Coria do Sul, sendo que uma possua 66 pavimentos, duas possuam 59 pavimentos

    e a outra possua 42 pavimentos. O tnel de vento do tipo aberto e os autores mediram

    as aceleraes no topo de cada edifcio nas direes longitudinal, transversal e torcional

    ao vento. Os autores concluram que, na presena de edificaes vizinhas, o valor root

    mean square da acelerao torcional sofreu um acrscimo de 82%, para a acelerao na

    direo do fluxo do vento o acrscimo foi de 55% e na direo transversal ao vento o

    acrscimo foi de 36%.

    Ribeiro (2007) efetuou anlises estticas e dinmicas de cinco torres treliadas estaiadas

    de seo quadrada com alturas de 10, 30, 50, 70 e 90 metros e comparou os resultados

    obtidos pelos programas computacionais desenvolvidos na pesquisa com os resultados

    obtidos com o auxlio do programa de elementos finitos SAP2000.

    Primeiramente, o autor conduziu diversas anlises com o carregamento de vento

    atuando de forma esttica conforme a norma NBR6123 (ABNT, 1988), procedendo, na

    sequncia, a anlise modal de cada uma das torres, objetivando determinar as dez

    primeiras frequncias naturais e seus respectivos modos de vibrao. A resposta

    dinmica da estrutura foi avaliada considerando o Mtodo do Vento Sinttico para

    simulao da parcela flutuante do carregamento de vento em um tempo mximo de

    seiscentos segundos. Na anlise esttica linear das torres o autor comparou os

    deslocamentos nodais e as reaes de apoio obtidas pelo programa AETEQ (Anlise

    Esttica de Torres Estaiadas Quadradas), de sua autoria, com os obtidos pelo programa

    SAP2000.

    Os deslocamentos nodais e as reaes de apoio no apresentaram diferenas

    significativas, cerca de 1%. Ribeiro (2007) realizou anlises modais das torres e

    comparou as frequncias naturais obtidas pelo programa FMVTEQ (Anlise Modal de

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos... 33

    B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 2

    Torres Estaiadas Quadradas), tambm de sua autoria, que utiliza uma formulao

    matemtica no-linear para cabos tensionados, com os resultados do SAP2000.

    O autor observou que os resultados das frequncias naturais do programa FMVTEQ

    apresentaram valores maiores pelo fato de que a anlise modal no SAP2000 procedida

    de forma linear. Para a anlise dinmica o autor comparou os resultados para a torre

    estaiada de trinta metros de altura, pois esta a mais adequada por requerer menor

    esforo computacional e necessitar, consequentemente, menos tempo de processamento.

    O autor comparou os deslocamentos mximos no topo da torre bem como os esforos

    axiais mximos nos montantes da base da torre estaiada com os valores obtidos

    utilizando o programa SAP2000, concluindo que houve uma boa concordncia entre os

    valores.

    Chaves (2009) realizou um estudo comparativo entre algumas tipologias de

    contraventamento treliado de uma edificao de trinta pavimentos e outra de cinqenta

    pavimentos ambas com p-direito de 2,85 metros, simuladas numericamente utilizando

    o programa de elementos finitos SAP2000. As estruturas das duas edificaes foram

    discretizadas em elementos finitos retos de dois ns que permitem deslocamentos e

    deformaes finitas considerando-se apenas a rigidez axial.

    Inicialmente Chaves (2009) determinou o carregamento esttico do vento de acordo

    com as prescries da norma NBR6123 (ABNT, 1988) e procedeu a uma anlise modal

    das estruturas para conhecer suas frequncias naturais e os modos de vibrao. Uma

    anlise dinmica linear no domnio do tempo, simulando o carregamento de vento pelo

    Mtodo do Vento Sinttico, foi conduzida utilizando os dez primeiros modos vibrao

    extrados da anlise modal. Para o edifcio de trinta pavimentos, o autor observou que a

    presena de contraventamentos em forma de X, V e V invertido diminuram

    consideravelmente o perodo fundamental de vibrao da estrutura, tornando-a mais

    rgida. Para o modelo de cinquenta pavimentos o autor observou que a presena do

    contraventamento tambm elevou o valor do perodo fundamental da estrutura, porm a

    diferena de valores entre os tipos de contraventamento foi menor que no modelo de 30

    pavimentos no qual ela foi mais significativa.

    Chaves (2009) concluiu que o contraventamento em formato de X foi o mais eficiente

    na reduo dos deslocamentos no topo dos edifcios e que para a edificao de

    cinquenta pavimentos esta eficincia foi menor, indicando que este tipo de

    contraventamento, para edificaes mais altas, pode no ser o mais adequado.

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos... 34

    B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 2

    Li et al. (2010) conduziram medies de campo para investigar as vibraes induzidas

    pelo vento no maior edifcio do mundo, inteiramente estruturado em concreto armado,

    durante a passagem do tufo Damrey em Hong Kong em 2005. Os dados foram

    colhidos utilizando anemmetros ultrassnicos e acelermetros de baixa frequncia os

    quais forneceram uma base para a estimativa da taxa de amortecimento da estrutura. As

    caractersticas dinmicas como frequncias naturais e modos de vibrao foram

    comparadas com as obtidas por um modelo discretizado em elementos finitos. Os

    autores tambm compararam os deslocamentos e as aceleraes medidos em campo

    com os correspondentes valores obtidos pelas prescries da norma de vento de Hong

    Kong.

    Li et al.(2010) observaram uma diferena significativa de 30% entre a frequncia

    natural obtida com as medies em campo e a calculada com o modelo da norma de

    vento de Hong Kong. Para a acelerao no topo do edifcio medida na direo do vento,

    a diferena foi de 9,6% a mais quando calculada utilizando as prescries normativas da

    AS 1170 (Australian Standard for Wind Loads) e, na direo transversal ao vento, esta

    diferena foi de 36%. Segundo os autores, as discrepncias supracitadas podem ser

    atribudas a vrios fatores como, por exemplo, a interferncia aerodinmica das

    edificaes localizadas no entorno do edifcio em estudo que no considerada no

    modelo simplificado da norma.

    Quanto ao desempenho em servio desta estrutura, as aceleraes medidas em campo e

    as aceleraes determinadas pelo modelo discretizado em elementos finitos estavam

    abaixo dos valores limites constantes na norma de vento de Hong Kong, propiciando

    uma garantia de conforto do usurio em relao a vibraes excessivas.

  • B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 3

    CAPTULO 3

    FORMULAO MATEMTICA

    Diversos modelos estruturais matemticos tm sido desenvolvidos para fornecer ao

    engenheiro ferramentas que possibilitem a analise das estruturas de forma cada vez mais

    precisa. As formulaes matemticas destes modelos tm se tornado cada vez mais

    refinadas e complexas devido possibilidade de se utilizar computadores com maior

    capacidade de processamento. Como consequncia disto, vm sendo desenvolvidos

    programas computacionais que possibilitam realizar anlises estticas e dinmicas de

    estruturas com um grande nmero de graus de liberdade.

    No presente captulo pretende-se primeiramente apresentar a formulao matemtica

    utilizada para anlise dinmica de um modelo de prtico plano com vigas rgidas,

    denominado shear building e, na sequncia, descrever a formulao terica envolvida

    na modelagem de estruturas pelo mtodo dos elementos finitos.

    3.1. PRTICO DE VIGAS RGIDAS - SHEAR BUILDING

    Nem sempre o comportamento de estruturas reais pode ser avaliado utilizando um

    modelo com apenas um grau de liberdade, o que possvel somente se a estrutura

    assumir uma nica forma durante seu movimento. Associada a este fato, a anlise de

    uma estrutura como um corpo contnuo exige um procedimento matemtico mais

    complexo pelo qual a soluo analtica da estrutura determinada aps a soluo de

    suas equaes diferenciais parciais de movimento.

    Uma alternativa bastante atraente, segundo Paz (1985), a anlise por meio do modelo

    de prtico de vigas rgidas, conhecido como shear building, que facilita a modelagem

    de uma estrutura composta por vrios pavimentos, pois reduz a quantidade de graus de

    liberdade que ser coincidente com a quantidade de pavimentos da estrutura.

    Segundo Paz (1985), a modelagem de uma estrutura como um shear buiding est

    embasada em trs hipteses bsicas para que seu comportamento seja corretamente

    analisado. Primeiramente assume-se que as massas das vigas, dos pilares e das lajes

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos... 36

    B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 3

    referentes a um dos pavimentos estejam concentradas em um nico ponto no nvel deste

    pavimento, o que define claramente os graus de liberdade translacionais do modelo

    estrutural. Uma segunda hiptese de no haver graus de liberdade rotacionais nos ns

    e que as lajes sejam infinitamente rgidas se comparadas rigidez dos pilares. Por fim, a

    terceira hiptese imposta que a deformao axial dos pilares desprezada, no

    afetando a deformao da estrutura como um todo e garantindo que as lajes

    permaneam horizontais durante o movimento.

    O modelo shear building, visualizado na Figura 3.1, permite a representao de

    estruturas com diversos pavimentos bem como com vos mltiplos. Alternativamente, o

    mesmo modelo pode ser representado por um sistema de mltiplas massas conectadas

    por molas e amortecedores que representam, respectivamente, a rigidez e o

    amortecimento da estrutura, como ilustrado na Figura 3.2 que representa o diagrama de

    corpo livre de cada pavimento da Figura 3.1.

    Figura 3.1 Representao de um shear building com um vo e trs pavimentos

    Partindo do diagrama de corpo livre de cada pavimento da Figura 3.1, o seguinte

    sistema de equaes diferenciais ordinrias de movimento pode ser obtido, obedecendo

    condio de equilbrio das foras horizontais:

    (t)P)x(xk)xx(cxkxcxm 1122122111111

    (t)P)x(xkxxc)x(xkxx(cxm 223323312212222 )() (t)P)x(xkxxcxm 323323333 )(

    (3.1)

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos... 37

    B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 3

    Onde: im , ic , ik e )(tPi so, respectivamente, a massa, o amortecimento, a rigidez e a

    fora aplicada do i-simo pavimento; ix , ix , ix so, respectivamente, as aceleraes, as

    velocidades e os deslocamentos do i-simo pavimento.

    Figura 3.2 Representao com mltiplas massas e molas Paz (1985)

    Considerando os pilares biengastados o coeficiente de rigidez k de cada pilar pode ser

    calculado como:

    3112

    LEIk (3.2)

    Assim, o sistema de equaes (3.1) pode ser escrito na seguinte forma matricial:

    Px Kx Cx M (3.3)

    Onde, M a matriz de massa, C a matriz de amortecimento, K a matriz de rigidez,

    P o vetor de carregamento, x o vetor das aceleraes, x o vetor das velocidades e

    x o vetor dos deslocamentos. Estas matrizes e vetores, para um sistema de trs graus

    de liberdade, esto representadas nas equaes (3.4) at (3.8) com exceo da matriz de

    amortecimento que ser apresentada na seo 3.1.4.

    3

    2

    1

    000000

    mm

    mM

    (3.4)

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos... 38

    B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 3

    32

    2211

    11

    0

    0

    kkkkkk

    kkK

    (3.5)

    3

    2

    1

    xxx

    x

    (3.6)

    3

    2

    1

    xxx

    x

    (3.7)

    3

    2

    1

    xxx

    x

    (3.8)

    As formas genricas das matrizes e vetores apresentados esto apresentadas nas

    equaes (3.9) at (3.13) com exceo da matriz de amortecimento que ser apresentada

    na seo 3.1.4.

    n

    i

    m

    m

    mm

    m

    ...0...000.....................0......000.....................0...0...000...0...000...0...00

    3

    2

    1

    M

    (3.9)

    nnn

    iiii

    kkk

    kkkk

    kkkkkkkk

    kk

    11

    11

    3322

    2211

    11

    ...000000......................................................0......000......................................................00...00000...00000...0000

    K

    (3.10)

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos... 39

    B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 3

    nx

    xxx

    ...3

    2

    1

    x (3.11)

    nx

    xxx

    ...3

    2

    1

    x

    (3.12)

    nx

    xxx

    ...3

    2

    1

    x

    (3.13)

    3.1.1. Anlise da vibrao livre

    A anlise da estrutura em vibrao livre fundamental para a determinao das

    propriedades dinmicas bsicas da estrutura como a frequncia natural e os modos de

    vibrao. Assim, considerando uma estrutura com vrios graus de liberdade, e em

    vibrao livre, no-amortecida, o sistema de equaes diferenciais (3.3) pode ser

    reescrito conforme a equao 3.14:

    0x Kx M (3.14)

    Sabendo que a soluo dessa equao diferencial ordinria do tipo )( tsenax ii , e

    substituindo esta soluo na equao (3.14) chega-se a um problema de autovalor e

    autovetor como mostrado na equao (3.15).

    0a M-K )( 2 (3.15)

    Onde representa as frequncias naturais e a o vetor das amplitudes dos

    deslocamentos.

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos... 40

    B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 3

    A resoluo deste problema de autovalor e autovetor fornecem as frequncias naturais

    da estrutura bem como os valores das amplitudes que compem a matriz modal,

    correspondentes aos modos de vibrao da estrutura.

    3.1.2. Matriz Modal e Ortogonalidade entre os modos

    Utilizando as frequncias naturais obtidas a partir da soluo do problema de autovalor

    e autovetor dado pela equao (3.15) possvel conhecer os modos de vibrao de

    acordo com as amplitudes determinadas. Na Figura 3.3 est ilustrado um modo de

    vibrao de uma estrutura com a indicao das amplitudes que compem a matriz

    modal.

    Figura 3.3 Representao de um modo de vibrao de uma estrutura

    A matriz modal montada a partir dos i modos de vibrao como na equao (3.16):

    nn aaaa 121 ... (3.16)

    De forma que substituindo cada modo de vibrao por seus valores, a matriz fica:

    nnn

    n

    aa

    aa

    ............

    ...

    1

    111

    (3.17)

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos... 41

    B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 3

    A propriedade de ortogonalidade entre os modos utilizada para soluo de problemas

    dinmicos de vrios graus de liberdade, sendo aplicada matriz das massas e a matriz

    das rigidezes. A equao de movimento em vibrao livre pode ser reescrita como na

    equao (3.18) (TEDESCO et al., 1999).

    aMaK .. 2i (3.18)

    Desde que o deslocamento modal possa ser qualquer amplitude, conveniente substituir

    a por , para todos os modos. Dessa forma, considerando dois pares distintos de

    solues i2, i e j2, j, pode se reescrever a equao (3.18) da seguinte forma:

    02 iii MK (3.19)

    02 jjj MK (3.20)

    Multiplicando os dois lados da equao (3.19) e (3.20) por jT e iT, respectivamente,

    tm-se:

    02 iTjii

    Tj

    MK (3.21)

    02 jTijj

    Ti MK (3.22)

    Admitindo que K e M so matrizes simtricas, ento, K=KT e M=MT. Sendo assim, a

    equao pode ser transposta e reescrita da seguinte forma a partir da equao (3.22):

    02 jTjjj

    Tj MK (3.23)

    A equao (3.21) pode ser subtrada pela equao (3.23), assim:

    0)( 22 iTjji M (3.24)

    Para modos com frequncias naturais distintas, i j, necessrio:

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos... 42

    B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 3

    0iTj M , sendo i j (3.25)

    A equao (3.25) pode ser substituda na equao (3.21), para mostrar que o modo i e o

    modo j so tambm ortogonais com relao matriz de rigidez:

    0iTj K (3.26)

    Sendo que uma matriz normalizada, seguindo a equao (3.27).

    M

    Tn

    (3.27)

    3.1.3. Desacoplamento Modal

    O desacoplamento modal feito para que o sistema de equaes de uma estrutura de n

    graus de liberdade tenha n equaes independentes, ou seja, desacopladas. Esse

    desacoplamento feito a partir de uma mudana de varivel, utilizando o vetor q que

    corresponde ao deslocamento generalizado como ilustrado na Figura 3.4.

    Figura 3.4 Representao do processo de desacoplamento de um sistema

    qx qx qx (3.28)

    P(t)qKqCqM (3.29)

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos... 43

    B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 3

    P(t)qKqCqM TTTT (3.30)

    PrqKrqCrqMr (3.31)

    Sendo Mr a matriz das massas desacoplada, Cr a matriz dos amortecimentos

    desacoplada, Kr a matriz das rigidezes desacoplada e Pr a matriz das cargas externas

    desacoplada, dadas por:

    MMr T (3.32)

    CCr T (3.33)

    KKr T (3.34)

    Desta forma, utilizando da equao de movimento desacoplada possvel se determinar

    o valor de q e, consequentemente, determinar o vetor de deslocamentos x.

    3.1.4. Matriz de Amortecimento

    Segundo Paz (1985), a considerao do amortecimento em uma anlise dinmica a torna

    mais complexa no somente pela adio de termos na equao diferencial de

    movimento como tambm pelo fato de o desacoplamento entre as equaes ser possvel

    apenas sob certas condies. Para solucionar o sistema de equaes diferenciais as

    equaes de movimento foram desacopladas, considerando a propriedade de

    ortogonalidade entre os modos de vibrao. A matriz C , portanto, dada pela equao

    (3.35).

    1 AC T (3.35)

    onde a matriz A definida por:

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos... 44

    B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 3

    333

    222

    111

    200020002

    mm

    mA (3.36)

    na qual i so as taxas de amortecimento crtico para cada modo de vibrao, mi so as

    massas modais.

    3.1.5. Rigidezes dos Pilares

    Segundo Pozo e Farina (1991), a equao (3.2) no recomendada quando se modela

    pilares de grandes dimenses utilizando elementos de barra, pois estes pilares esto

    sujeitos a deformaes por cisalhamento. Para esta situao deve-se aplicar as equaes

    (3.37) e (3.38), para a determinao dos coeficientes de rigidez corrigidos.

    3)1(12

    LEIk

    (3.37)

    212

    LGAEI

    s

    (3.38)

    Onde, um fator de correo da rigidez, G o mdulo de elasticidade transversal e As

    a rea de cisalhamento que para sees retangulares pode ser determinada pela

    equao (3.39).

    bhAs 65

    (3.39)

    Para pilares de pequenas dimenses o fator muito menor que a unidade e, portanto

    pode ser desprezado, ou seja, a equao (3.2) pode ser perfeitamente utilizada.

    3.1.6. Distribuio do esforo cortante entre os pilares

    No modelo shear building, a fora cortante que atua no pilar idealizado que tem rigidez

    total relativa soma das rigidezes dos pilares do pavimento. Porm, para se analisar

    como o esforo cortante atua em um pavimento necessrio conhecer a carga atuante

    em cada um dos pilares.

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos... 45

    B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 3

    importante saber se os pilares foram submetidos a cargas maiores que as cargas de

    limite de runa calculadas com a equao (3.40) presente na NBR6118 (ABNT, 2007).

    Nesta verificao da compresso diagonal do concreto admite-se o modelo I da

    NBR6118 (ABNT, 2007) no qual as diagonais de compresso so inclinadas a 45 em

    relao ao eixo longitudinal do elemento estrutural. Sendo assim, determinam-se as

    foras cortantes atuante em cada um dos pilares na direo da menor inrcia.

    wwcdvrd dbfV 22 27,0 (3.40)

    250

    12 ckv f (3.41)

    Onde: fck a resistncia caracterstica do concreto; fcd a resistncia minorada do

    concreto, considerando os coeficientes de minorao para aes excepcionais; bw a

    base da seo transversal do pilar; dw a distncia da face comprimida armadura

    transversal; hw a altura da seo transversal; e, d distncia da armadura transversal

    at a face tracionada.

    Segundo esse mtodo, a carga atuante em cada um dos pilares dada por uma parcela

    oriunda da inrcia translacional e uma parcela fornecida pela inrcia rotacional. O

    calculo da fora em cada um dos pilares dado pelas equaes (3.42) e (3.43) conforme

    Park e Paulay (1986).

    '''ixixix www (3.42)

    '''iyiyiy www (3.43)

    Onde:

    wix, wiy so as participaes do pilar i para resistir a carga lateral externa na direo x e

    y, respectivamente;

    'ixw , 'iyw so as cargas introduzidas no pilar i pela inrcia devido translao na direo

    x e y respectivamente;

    ''ixw , ''iyw so as cargas introduzidas no pilar i pela inrcia devido toro na direo x e

    y, respectivamente;

  • D0063E12 Contribuio ao estudo dos efeitos de vento em edifcios altos... 46

    B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 3

    As cargas introduzidas no pilar pelas translaes 'ixw e 'iyw so determinadas pelas

    equaes (3.44) e (3.45), respectivamente, enquanto que, as cargas dependentes das

    rotaes, so dadas pelas equaes (3.46) e (3.47), respectivamente.

    iy

    xiyix I

    wIw' (3.44)

    ix

    yixiy I

    wIw' (3.45)

    xyiixi

    iyiix weIyIx

    Iyw

    iy

    )( 22'' (3.46)

    yxiixi

    ixiiy weIyIx

    Ixwiy

    )( 22

    '' (3.47)

    Onde:

    wx, wy so as cargas externas que atuam nos pilares na direo x e y, respectivamente;

    Iix, Iiy so os momentos de inrcia do pilar i na direo x e y, respectivamente;

    xi, yi so as variaes entre os centros de rigidez, obtidas pela diferena entre as

    coordenadas do centro de rigidez de todos os pilares e as coordenadas correspondentes

    ao centro de rigidez de cada pilar;

    ex, ey so as excentricidades obtidas pela diferena do centro de massa em uma direo

    pelo centro de rigidez da mesma direo;

    Os valores de xi e yi so determinados com o uso das equaes (3.52) e (3.53), sendo

    esses valores a diferena entre o centro de rigidez do pavimento e o centro de rigidez de

    cada um dos pilares. Para determinar a excentricidade feita a diferena entre as

    coordenadas do centro de massa e do centro de rigidez do pavimento. O centro de massa

    e o centro de rigidez do pavimento podem ser determinados pelas equaes (3.48) a

    (3.51).

    Finalmente, conhecendo as coordenadas do centro de massa e rigidez do pavimento

    possvel encontrar as excentricidades como mostrado nas equaes (3.54) a (3.55). A

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    B.F.R. CUNHA JR CAPTULO 3

    Figura 3.5 ilustra a determinao das incgnitas necessrias para a obteno dos valores

    das foras cortantes em cada um dos pilares.

    Figura 3.5 Determinao do centro de massa e centro de rigidez da estrutura

    AxA

    CMx iix (3.48)

    AyA

    CMy iiy (3.49)

    p

    iix

    IxI

    CRx (3.50)

    p

    iiy

    IyI

    CRy (3.51)

    ii xCRxx (3.52)

    ii yCRyy (3.53)

    CRxCMxex (3.54)

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    CRyCMyey (3.55)

    Onde:

    Ip o momento de inrcia total de todos os pilares do pavimento;

    ix e iy so as coordenadas do centro de rigidez de cada um dos pilares;

    A a rea correspondente soma da seo transversal de todos os pilares do pavimento;

    Aix, Aiy so as reas da seo transversal do pilar i nas direes x e y, respectivamente;

    CMx, CMy so as coordenadas do centro de massa de todos os pilares nas direes x e y,

    respectivamente;

    CRx, CRy so as