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ICPC 01, ICPC 17 E OCPC 05 CONTRATOS DE CONCESSÃO

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I C P C 0 1 , I C P C 1 7 E O C P C 0 5

CONTRATOS DE CONCESSÃO

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C O N T R AT O S D E C O N C E S S Ã O : E V I D E N C I A Ç Ã O

INTERPRETAÇÃO TÉCNICA

ICPC 01

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HISTÓRICO

Historicamente a infraestrutura de serviços públicos foi construída,

operada e mantida pelo setor público;

O contrato estabelece níveis de desempenho, mecanismos de ajuste

de preços e resolução de conflitos por via arbitral;

A infraestrutura, mesmo que construída pela concessionária, na sua

essência pertencem ao Estado;

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PRINCIPAIS CARACTERISTICAS DOS

CONTRATOS DE CONCESSÃO

Os contratos de prestação de serviço são em sua natureza um serviço

público que fica sob a responsabilidade do concessionário;

Com o ICPC 01 o foco passa a ser a essência econômica da

transação e não a forma;

Os serviços prestados pelas concessionárias são fiscalizados de

modo que as empresas atendam a certos níveis de qualidade;

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PRINCIPAIS CARACTERISTICAS DOS

CONTRATOS DE CONCESSÃO

A. O Concedente contrato de prestação de serviço é um órgão

publico

B. O Concessionário é responsável ao menos por parte da gestão da

infraestrutura e serviços relacionados, não atuando apenas como

mero agente

C. O contrato estabelece o preço inicial a ser cobrado pelo

concessionário

D. O concessionário fica obrigado a entregar a infraestrutura ao

concedente no final do contrato

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PRINCIPAIS CARACTERISTICAS DOS

CONTRATOS DE CONCESSÃO

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ALCANCE

Contratos em que o concedente controla ou regula os serviços

fornecidos pela concessionaria;

Contratos onde o concedente, por titularidade/usufruto controla

qualquer participação residual significativa da infraestrutura no

final do prazo de concessão;

Infraestrutura construída ou adquirida junto a terceiros pelo

concessionário para cumprir o contrato de prestação de serviço;

Infraestrutura já existente, que o concedente repassa durante o

prazo contratual ao concessionário;

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ALCANCE

Atividades puramente acessórias não reguladas: os testes de

controle devem ser aplicados como se esses serviços não

existissem;

O concessionário pode ter o direito de usar a infraestrutura

separável ou as instalações usadas para prestar serviços não

regulados;

Infraestrutura fisicamente separável e capaz de ser operada

independentemente, deve ser analisada separadamente se for

utilizada na totalidade para fins não regulados;

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CONSENSO

O controle sobre os ativos públicos de infraestrutura é do

concedente, a entidade concessionária é apenas a administradora

desses ativos:

“A infraestrutura não é registrada como ativo

imobilizado do concessionário porque o contrato de

concessão não transfere ao concessionário o direito de

controle , muito menos de propriedade”

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REMUNERAÇÃO

Remuneração dos serviços prestados pela entidade concessionária

Remuneração Fixa: Independente da

utilização dos serviços pelos usuários

Remuneração Variável: Dependente da

utilização dos serviços pelos usuários

Risco da demanda pelos serviços: Órgão

concedente.

Risco da demanda pelos serviços: Entidade

concessionária.

Tipo de ativo reconhecido pela entidade

concessionária – Ativo financeiro Tipo de ativo reconhecido pela entidade

concessionária – Ativo intangível

Mistos

Remuneração: Parte fixa e parte variável

Risco da demanda: Concedente e concessionária

Tipo de ativo: Ativo financeiro e ativo intangível

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RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO

O concessionário reconhecerá suas receitas com base na proporção

dos serviços prestados até o encerramento do período contábil;

O concessionário dever reconhecer e mensurar as receitas e custos

dos serviços prestados e de melhoria de acordo com os CPC17 e

30;

O fator que determina o tipo de ativo que deve ser reconhecido

pela entidade concessionaria, é o risco da demanda pelo serviço

prestado;

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ATIVO FINANCEIRO

É reconhecido um ativo financeiro quando a entidade

concessionária obtém um direito contratual incondicional de

receber um valor em dinheiro ou outro ativo financeiro;

As disposições contábeis aplicáveis a instrumentos financeiros

aplicam-se ao ativo financeiro;

Os ativos financeiros devem ser mensurados pelo valor justo;

No caso de ativo financeiro pra venda ou pelo valor justo, a parcela

referente aos juros seja reconhecida no resultado do período;

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ATIVO INTANGÍVEL

A entidade concessionária pode receber o direito de cobrar

diretamente do usuário pelo uso do ativo do setor público;

O ativo intangível deverá ser mensurado pelo seu valor justo; e

aplica-se o CPC 04- Ativo Intangível;

No modelo contábil proposto pelo ICPC 01 não existe valor

residual desse direito de exploração;

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ATIVO FINANCEIRO E ATIVO INTANGÍVEL

Nesse acordo, o concedente paga parte dos serviços da entidade

concessionaria e também concede um direito de cobrar por esses

serviços;

Reconhecer a importância a ser recebida pelos serviços como ativo

financeiro, quando o concedente assumir o risco da demanda;

Reconhecer a licença de cobrar os usuários pelo serviço público

como ativo financeiro, quando ela mesmo reconhecer o risco;

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CUSTO DE FINANCIAMENTO

Custo de empréstimos, “os custos de empréstimos são juros e

outros custos em que a entidade incorre em conexão com o

empréstimo de recursos”

A entidade concessionária deve reconhecer os custos de

empréstimos como custo da construção no período em que são

incorridos;

Nessas modalidades de concessão, a entidade deve capitalizar os

custos de empréstimos durante a fase de construção do ativo de

infraestrutura;

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OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS DE

RECUPERAÇÃO DA INFRAESTRUTURA A UM

NIVEL ESPECIFICO DE OPERACIONALIDADE

A entidade concessionaria pode possuir obrigações, por exemplo, manter um determinado nível de serviço ou recuperar a infraestrutura antes de entrega-la;

Como no inicio do contrato, a concessionária provavelmente não saberá o valor exato que desembolsará para recuperação da infraestrutura, essa obrigação deverá ser reconhecida como uma provisão;

Devem ser mensuradas e reconhecidas pela melhor estimativa do gasto que seria exigido para liquidar ou transferir a obrigação presente na data de encerramento do balanço;

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PARTICIPAÇÃO RESIDUAL

Elemento de controle;

Pode ser estimada pelo valor corrente dos ativos da

infraestrutura;

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ITENS FORNECIDOS AO

CONCESSIONARIO PELO CONCEDENTE

Pode acontecer de outros ativos, que não a infraestrutura publica,

serem fornecidos a entidade concessionaria pelo concedente;

“Se esses outros ativos fizerem parte da remuneração a pagar pelo

concedente pelos serviços, não constituem subvenção fiscal ”

“Esses outros ativos devem ser registrados como ativos do

concessionário, avaliados pelo valor justo no seu reconhecimento

inicial”

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DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Alterações nas praticas contábeis devem ser contabilizadas de acordo com o CPC 23 ,ou seja, retroativamente

Se em um contrato em particular de concessão, for impraticável a aplicação retroativa este deve:

A. registrar os ativos financeiros e os ativos intangíveis existentes no inicio do período mais antigo apresentado;

B. utilizar os valores contábeis anteriores dos ativos financeiros e intangíveis como os seus valores contábeis naquela data;

C. testar o valor recuperável dos ativos financeiros e intangíveis reconhecidos naquela data;

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C O N T R AT O S D E C O N C E S S Ã O : E V I D E N C I A Ç Ã O

INTERPRETAÇÃO TÉCNICA

ICPC 17

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CONSENSO

O concessionário e o concedente devem divulgar o que segue, ao final de cada período de reporte:

(a) descrição do acordo contratual

(b) termos significativos do contrato que possam afetar o montante, o período de ocorrência e a certeza dos fluxos de caixa futuros

(c) natureza e extensão (por exemplo, quantidade, período de ocorrência ou montante, conforme o caso) de:

(i) direitos de uso de ativos especificados

(ii) obrigação de prestar serviços ou direitos de receber serviços

(iii) obrigações para adquirir ou construir itens da infraestrutura da

concessão

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CONSENSO

(iv) obrigação de entregar ou direito de receber ativos especificados no

final do prazo da concessão

(v) opção de renovação ou de rescisão

(vi) outros direitos e obrigações (por exemplo, grandes manutenções periódicas)

(d) mudanças no contrato ocorridas durante o período

(e) como o contrato de concessão foi classificado

O total da receita e dos lucros ou prejuízos do período referentes a prestação de serviços de construção em troca de um ativo financeiro ou intangível deve ser divulgado pelo concessionário

Essa divulgação deve ser feita para cada contrato de concessão individual ou para cada classe de contratos de concessão

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C O N T R A T O S D E C O N C E S S Ã O

ORIENTAÇÃO OCPC 05

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SOBRE O OCPC 05

Orientação com a finalidade de esclarecer assuntos que têm gerado

dúvidas quanto à adoção da ICPC 01

ICPC 01: grande desafio é a operacionalização da sua adoção na

realidade econômica de cada empresa e especificamente em cada

contrato

Orientação direcionada para as concessões de rodovia, ferrovia e

energia elétrica, mas os aspectos aqui abordados devem ser

utilizados por similaridade ou analogia

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ASPECTOS GERAIS APLICÁVEIS À TODAS

AS CONCESSÕES

Direito de outorga ou direito da concessão (concessão onerosa)

Esse assunto não está especificamente tratado na ICPC 01

Contrato de concessão não representa um direito de uso sobre a infraestrutura, como no caso de arrendamento (poder concedente mantém o controle sobre ela)

Direito do concessionário: acesso à infraestrutura para prover o serviço público em nome do poder concedente

Assim, o ativo é um ativo intangível (CPC 04) e/ou um ativo financeiro

Direito de outorga: aquele decorrente de processos licitatórios onde o concessionário entrega, ou promete entregar, recursos econômicos em troca do direito de explorar o objeto de concessão ao longo do prazo previsto no contrato

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ASPECTOS GERAIS APLICÁVEIS À TODAS

AS CONCESSÕES

Nas situações em que o pagamento do direito de outorga ocorre por valores predeterminados ao longo da concessão, há duas linhas de entendimento praticadas pelas concessionárias brasileiras:

(a) a que entende que o contrato é de execução

(b) a que entende que o direito e a obrigação nascem para o concessionário simultaneamente

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ASPECTOS GERAIS APLICÁVEIS À TODAS AS CONCESSÕES

Contrato é de execução: nem o poder concedente e nem o concessionário, no início da concessão, cumpriram com suas obrigações ou ambos cumpriram com suas obrigações parcialmente na mesma extensão

A disponibilização da infraestrutura pelo poder concedente se dá progressivamente, à medida que as condições contratuais vão sendo cumpridas pelo concessionário

Já quando o direito de outorga e a correspondente obrigação nascem na assinatura do contrato, a concessão representa um negócio de longo prazo

Obrigação do concessionário: (a) efetuar pagamentos em caixa ao poder concedente e/ou (b) construção de melhorias e expansões da infraestrutura

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MODELO DE ATIVO INTANGÍVEL E DE

ATIVO FINANCEIRO (BIFURCADO)

A identificação do modelo contábil aplicável a uma concessão está vinculada à identificação do responsável pela remuneração ao concessionário

Quando um concessionário é remunerado pelos usuários dos serviços públicos, o valor despendido pelo concessionário na aquisição desse direito deve ser reconhecido no ativo intangível

Quando o responsável pela remuneração dos investimentos feitos pelo concessionário for o poder concedente e o contrato estabelecer que há o direito contratual incondicional de receber caixa ou outro ativo financeiro, é necessário o reconhecimento do ativo financeiro

Quando os investimentos efetuados pelo concessionário são remunerados pelos usuários do serviço público e pelo poder concedente, tem-se um modelo híbrido

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CLASSIFICAÇÃO

Classificação do ativo financeiro no balanço patrimonial

Analisando o ambiente regulatório brasileiro e CPC 38: a princípio, melhor classificado como recebível

Classificação da remuneração do ativo financeiro na demonstração do resultado

Por ser parte intrínseca do negócio, deve ser apresentada entre as receitas da operação

Infraestrutura na fase de construção - classificação no modelo bifurcado

Classificação como ativo financeiro ou intangível

É consenso do CPC que, normalmente, é impraticável identificar a parcela da receita de construção que deve ser classificada como ativo financeiro e a parcela que deve ser classificada como ativo intangível durante a fase de construção

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CLASSIFICAÇÃO

Bens móveis recebidos do poder concedente

Devem ser classificados como imobilizado à medida que possam ser retidos ou negociados pelo concessionário;

Assim, terá ocorrido a transferência substancial (ou total) dos riscos e benefícios para o concessionário: registrar pelo valor justo no reconhecimento inicial.

Bens vinculados à concessão

São aqueles construídos ou adquiridos pelo concessionário e efetivamente utilizados na prestação dos serviços públicos.

Amortização do ativo intangível

O ativo intangível deve ser amortizado dentro do prazo da concessão;

CPC 04: cálculo deve ser efetuado de acordo com o padrão de consumo do benefício econômico por ele gerado (função da curva de demanda);

A estimativa da curva de amortização deve oferecer razoável confiabilidade, caso contrário, usar o método de linha reta (amortização linear).

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RECONHECIMENTO/PROVISÕES

Reconhecimento da receita de construção

Quando a concessionária presta serviços de construção, ela deve

reconhecer a receita de construção pelo valor justo.

Provisão para gastos correntes com manutenção e operação

Gastos com a operação e suas manutenções devem ser registrados

no resultado do período em que ocorrem e confrontados com as

receitas dos respectivos períodos.

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Se tal justificativa for aprovada, a companhia deve utilizar os saldos

contábeis, na data da transição, deduzidos de provisão para redução

ao valor recuperável dos ativos (impairment), se necessário, e

reclassificar parte do saldo como ativo financeiro e parte como ativo

intangível,

Caso a aplicação retroativa seja impraticável é requerido o teste de

impairment na apuração dos saldos no balanço

IMPRATICÁVEL A APLICAÇÃO RETROATIVA

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IMPRATICÁVEL A APLICAÇÃO RETROATIVA

Com relação ao modelo bifurcado, onde a ICPC 01 não especificou

o modelo de alocação da parcela do ativo financeiro e do ativo

intangível; depende do julgamento da administração a escolha do

método que melhor reflita o negócio.

1. método do valor residual (residual method)

2. método do valor justo relativo (relative fair value)

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DIVULGAÇÃO

A entidade deve divulgar nota explicativa sobre:

1. principais características dos contratos de concessão e dos contratos de arrendamento mercantil assinados com o poder concedente

2. especificidades inerentes à outorga da concessão, ou seja, se fixa ou variável, critérios de reajuste, indexadores, prazos, entre outros

3. os investimentos futuros contratados com o poder concedente: indicando o tipo e o montante estimado de cada um deles na data do balanço e

4. o aumento (se houver) de receita em função da realização das obras

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CONCESSÃO DE RODOVIAS

Aplicação da ICPC 01

A ICPC 01 se aplica às concessões rodoviárias no Brasil, em geral, se as duas condições básicas respeitadas:

condição (a) - o concedente controla ou regulamenta quais serviços o concessionário deve prestar com a infraestrutura, a quem os serviços devem ser prestados e o seu preço;

condição (b) - o concedente controla, por meio de titularidade, usufruto ou de outra forma qualquer, participação residual significativa na infraestrutura no final do prazo da concessão.

Fazem com que esse tipo de concessão esteja dentro do alcance da ICPC 01.

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CONCESSÃO DE FERROVIAS

Características dos contratos e aplicação da ICPC 01

O poder concedente exerce controle por meio da Agência Nacional de Transportes Terrestre (ANTT), quanto à:

1. exploração da infraestrutura ferroviária

2. prestação do serviço público de transporte ferroviário de cargas

3. prestação do serviço público de transporte ferroviário de passageiros

E comum dois tipos de contratos, que são vinculados entre si para todos os efeitos: O primeiro se refere aos valores de outorga que devem ser pagos pela concessionária ao poder concedente, somado as cláusulas do contrato de concessão

O segundo trata dos valores a serem pagos ao poder concedente pela concessionária pelo uso dos bens móveis e imóveis recebidos para a operação

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CONCESSÃO DE FERROVIAS OBRIGACOES CONCESSIONARIAS

Ademais, o OCPC 05 prevê obrigações e definições que devem ser cumpridas

pela concessionária, entre elas:

(a) prazo de vigência da concessão e condições para sua prorrogação

(b) modo, forma e condições de exploração da infraestrutura e da prestação dos

serviços, inclusive quanto à segurança e à preservação do meio ambiente;

(c) obrigações dos concessionários quanto às participações governamentais e ao

valor devido pela outorga

(d) garantias a serem prestadas pelo concessionário quanto ao cumprimento do

contrato, se existirem;

(e) as tarifas ferroviárias brasileiras estão sujeitas a limites máximos estabelecidos

pela ANTT, e esses limites são corrigidos anualmente de acordo com a variação

do IGP-DI (ou outro índice que venha a substituí-lo) •

.

Page 38: Contratos de Concessao - edisciplinas.usp.br€¦ · ocorre por valores predeterminados ao longo da concessão, há duas linhas de entendimento praticadas pelas concessionárias brasileiras:

CONCESSÃO DE FERROVIAS OBRIGACOES CONCESSIONARIAS

(f) condições para revisão de tarifas (a pedido da concessionária, caso ocorra alteração justificada de mercado e/ou de custos, de caráter permanente, que modifique o equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão)

(g) a concessionária pode cobrar por operações auxiliares, tais como carga, descarga, baldeação e armazenagem, livre de teto para essas cobranças.

Essas receitas são denominadas receitas complementares ou acessórias e receitas provenientes de projetos associados;

(h) é permitida a transferência da titularidade das outorgas de autorização, concessão ou permissão, preservando-se seu objeto e as condições contratuais

(i) deve informar, anualmente, à concedente o de plano trienal de investimentos direcionados ao cumprimento dos parâmetros de segurança

(j) deve prover todos os recursos necessários à exploração da concessão por sua conta e risco exclusivos

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TRATAMENTO DA INFRAESTRUTURA

FORA DO ALCANCE DA ICPC 01

A infraestrutura não abrangida pela ICPC 01 deve ser analisada à

luz do Pronunciamento Técnico CPC 04 – Ativo Intangível e do

Pronunciamento Técnico CPC 27 - Ativo Imobilizado

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INDÚSTRIA DE ENERGIA

A indústria de energia engloba três atividades com diferentes marcos regulatórios, a saber: geração, transmissão e distribuição. A atividade de comercialização é uma atividade não vinculada contratos de concessão

Atividade de distribuição – características

(a) a concessionaria têm a obrigação contratual de construir, operar e manter a infraestrutura.

(b) a maioria dos contratos tem o prazo de concessão de 30 anos;

(c) na média, a vida útil-econômica estimada dos bens integrantes da infraestrutura tem superior ao prazo de concessão;

(e) a atividade de distribuição de rede é não competitiva. Na atividade de distribuição de comercialização com grandes consumidores a atividade é competitiva;

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INDÚSTRIA DE ENERGIA

(i) o contrato estabelece quais os serviços e para quem (área geográfica de atendimento e classe de consumidores) os serviços devem ser prestados;

(j) o preço é estabelecido nos contratos de concessão, bem como são definidas as modalidades de revisão tarifária;

Os preços são regulados por meio do mecanismo de tarifa, com base em fórmula paramétrica

(l) as modalidades de revisão tarifária incluem, como regra geral:

(i) reajuste anual

(ii) revisão periódica a cada quatro ou cinco anos

revisão extraordinária para situações de desequilíbrio econômico-financeiro do contrato.

(k) os bens são reversíveis no final da concessão, com direito de recebimento de indenização (caixa) do poder concedente sobre os investimentos ainda não amortizados.

Page 42: Contratos de Concessao - edisciplinas.usp.br€¦ · ocorre por valores predeterminados ao longo da concessão, há duas linhas de entendimento praticadas pelas concessionárias brasileiras:

INDÚSTRIA DE ENERGIA MODELO A SER UTILIZADO

A infraestrutura recebida ou construída da atividade de distribuição é recuperada

por meio de dois fluxos de caixa:

(a) parte por meio do consumo de energia efetuado pelos consumidores

(b) parte como indenização dos bens reversíveis no final do prazo da concessão, a ser recebida

diretamente do poder concedente

O modelo que melhor reflete o caso de contratos pertinentes à indenização

considerados como um direito incondicional de receber caixa ou outro ativo

financeiro é:

(a) a parcela estimada dos investimentos realizados e não amortizados/depreciados até o final

da concessão deve ser classificada como ativo financeiro

(b) a parcela remanescente à determinação do ativo financeiro (valor residual) que deve ser

classificada como ativo intangível

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INDÚSTRIA DE ENERGIA MÉTODO DE AMORTIZAÇÃO

ATIVO INTANGÍVEL

A despesa de amortização incluída na tarifa é determinada pela vida

útil econômica estimada do bem e apropriada de forma linear no

prazo da concessão

O poder concedente, é responsável por estabelecer:

1. a vida útil econômica estimada de cada bem integrante da

infraestrutura de distribuição para efeito de determinação da

tarifa

2. valor da indenização dos bens reversíveis no vencimento do

prazo da concessão.

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INDÚSTRIA DE ENERGIA RECONHECIMENTO DA MARGEM

Os contratos de concessão de distribuição, estabelecem padrões de desempenho, com relação à manutenção e à melhoria da qualidade no atendimento aos consumidores

A concessionária e obrigada a, no fim da concessão, devolver a infraestrutura.

A margem da receita de construção é consequência direta de como o valor justo das respectivas receitas é apurado e não o contrário

As empresas de distribuição que terceirizam o serviço para companhias do mesmo grupo econômico devem demostrar que o valor justo da receita registrado é decorrente de uma transação dentro das condições normais de mercado

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INDÚSTRIA DE ENERGIA ATIVIDADE DE TRANSMISSÃO

Principais características:

(a) as empresas de transmissão têm a obrigação contratual de construir, operar e manter a infraestrutura.

(b) contratos com prazo de concessão de 30 anos;

(c) na média, a vida útil econômica estimada do conjunto dos bens integrantes da infraestrutura é superior ao prazo de concessão;

(d) a atividade de transmissão é não competitiva. (existe entre investidores, para obtenção da concessão)

(f) a atividade é sujeita à condição de generalidade (direito de livre acesso) e de continuidade;

(g) alguns contratos têm garantia de manutenção do equilíbrio econômico-financeiro;

(h) o contrato estabelece quais os serviços e para quem os serviços devem ser prestados;

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INDÚSTRIA DE ENERGIA ATIVIDADE DE TRANSMISSÃO

(i) o preço é regulado e a transmissora não pode negociar preços com usuários.

Para os demais contratos, a receita anual permitida (RAP) é corrigida por índice de preços uma vez por ano e revisada a cada cinco anos

(j) os bens são reversíveis no final da concessão, com direito de recebimento de indenização (caixa) do poder concedente sobre os investimentos ainda não amortizados.

Com relação à tarifa RAP, os contratos de concessão apresentam atualmente três modalidades, a saber:

(a) contratos assinados antes de 2000 estabelecem processo de revisão tarifária da RAP. Para esses contratos, a revisão tarifária é feita a cada cinco anos, a partir de 2005;

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INDÚSTRIA DE ENERGIA ATIVIDADE DE TRANSMISSÃO

(b) contratos assinados entre 2000 e 2006, a RAP foi estabelecida por um

valor fixo, com valor corrigido por índice de inflação estabelecido no

contrato e ajustado uma vez por ano

Esses contratos não estabelecem revisão tarifária e têm cláusula

de redução de receita de 50% após o 16º ano do prazo da concessão

(c) contratos assinados mais recentemente (novos leilões para licitação de

novas linhas de transmissão) estabelecem: (i) a RAP inicial (menor preço

do leilão); (ii) correção por índice de inflação estabelecida no contrato e

ajustado uma vez por ano; e, ainda, (iii) revisão tarifária a cada cinco

anos.

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INDÚSTRIA DE ENERGIA ATIVIDADE DE TRANSMISSÃO

A receita (RAP) é realizada pela disponibilização das instalações

Não depende da utilização da infraestrutura pelos usuários

Portanto, não existe risco de demanda

Essa tarifa resulta do rateio entre os usuários da transmissão de alguns valores específicos:

(i) a RAP de todas as transmissoras;

(ii) os serviços prestados pelo ONS; e

(iii) os encargos regulatórios.

Reajustada anualmente;

Paga pelos usuários do sistema:

- geradoras e importadores (que colocam energia no sistema)

- distribuidoras, consumidores livres e exportadores (que retiram energia do sistema)

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INDÚSTRIA DE ENERGIA ATIVIDADE DE TRANSMISSÃO

O arcabouço regulatório foi planejado para ser adimplente, garantir

a saúde financeira e evitar risco de crédito do sistema de

transmissão.

Os usuários são obrigados a fornecer garantias financeiras

administradas pelo ONS para evitar risco de inadimplência.

A empresa de transmissão disponibiliza os ativos correspondentes

à utilização pelo ONS a fim de propiciar e garantir, aos usuários, o

uso e o acesso às instalações do sistema de transmissão da rede

básica, para estes efetuarem suas transações de energia elétrica.

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INDÚSTRIA DE ENERGIA ATIVIDADE DE TRANSMISSÃO

Os principais contratos:

(a) contrato de concessão de serviço público, celebrado entre a

União e a concessionária;

(b) contrato de prestação de serviço de transmissão (CPST),

celebrado entre a concessionária e o ONS. Esse contrato estabelece

as condições técnicas e comerciais para disponibilização das suas

instalações de transmissão para a operação interligada;

(c) contrato de conexão ao sistema de transmissão entre a

concessionária e os usuários (CCT);

(d) contrato de uso do sistema de transmissão (CUST);

(e) contrato de constituição de garantia (CCG).

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MODELO A SER UTILIZADO

A infraestrutura recebida ou construída é recuperada por meio de dois fluxos de caixa:

(a) parte a ser recebida diretamente dos usuários por meio do faturamento mensal durante o prazo de concessão; e

(b) parte como indenização dos bens reversíveis no final do prazo da concessão

O modelo que melhor reflete o negócio de transmissão é o modelo ativo financeiro, pois:

(a) Não existe risco de demanda para a empresa de transmissão;

(b) direito contratual incondicional de receber caixa ou outro ativo financeiro;

(c) a parcela dos investimentos realizados e não amortizados ou depreciados até o final da concessão será classificada como ativo financeiro;

(d) a parcela do ativo financeiro relativa à indenização dos ativos deve ser incluída no modelo do fluxo de caixa.

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CONSIDERAÇÕES DO MODELO ATIVO

FINANCEIRO

Para a operacionalização do modelo ativo financeiro é necessário atentar para as

seguintes considerações:

(a) aplicação retroativa de todos os contratos assinados após 1995 (novas

licitadas

(b) critério para a separação (alocação) da receita de construção, operação e

manutenção do total do contrato;

(c) aplicação do índice de inflação do contrato;

(d) apuração da remuneração incorrida da parcela do ativo financeiro da

construção, da operação e da manutenção (separadamente);

(e) critério de separação do valor do faturamento mensal (fluxo de caixa) e da

parcela a ser reduzida do saldo do ativo financeiro

(f) critério de apuração da margem de construção;

(g) critério para apuração da taxa efetiva de juros.

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TRATAMENTO DAS ADIÇÕES POR EXPANSÃO E REFORÇO

As adições por expansão e reforço geram fluxo de caixa adicional;

Esse novo fluxo de caixa (receita de construção) deve ser

incorporado ao saldo do ativo financeiro;

Uma nova taxa efetiva de juros deve ser apurada para essa parcela

(novo ativo financeiro);

Tratamento das adições e baixas por substituição

Registrar um novo ativo financeiro caso gerem fluxo de caixa

adicional, líquido de eventuais baixas.

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ATIVIDADE DE GERAÇÃO

Características dos contratos e aplicação da ICPC 01

Os contratos podem apresentar diversas modalidades e,

dependendo da data de sua assinatura, o marco regulatório é

diferente, a saber:

(a) Contrato de concessão de serviço público

i. Até 1995, os contratos de concessão não foram formalizados.

Com a edição da Lei nº 8.987/95 (Lei da Concessão) e da Lei nº

9.074/95 esses contratos tiveram de ser formalizados, incluindo as

novas condições contratuais exigidas pela nova legislação.

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ATIVIDADE DE GERAÇÃO CONTRATOS

(b) Contrato de uso do bem público (UBP)

i. Assinados pelos novos investidores que adquiriram ativos existentes no processo de privatização, bem como nos processos de licitação para construção de novos empreendimentos. O regime de exploração foi alterado para produção independente de energia (PIE).

ii. No período de 1995 a 2003: investidor que ofertar o maior valor do UBP (concessão onerosa)

iii. A partir de 2004: investidor que ofertar o menor preço de venda de energia para comercialização no mercado regulado (cativo - distribuidoras);

iv. Podem existir casos de contratos em que o percentual destinado ao mercado livre é diferente dos 30%. A análise de cada contrato deve ser feita individualmente.

(c) Autorização

i. Destinadas aos empreendimentos termelétricos e de energia renováveis. O processo de obtenção das autorizações é mais simplificado.

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ATIVIDADE DE GERAÇÃO CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS

As principais características dos contratos:

(a) Obrigação contratual de construir, operar e manter a infraestrutura.

(b) Prazo de concessão entre 30 e 35 anos (hidrelétrica, PCH e eólica) e de 20 anos (termelétrica)

(g) a partir de 2004: Deixa de ser tarifa e passa a ser preço com risco para o investidor

(h) Hidráulica – grande porte e PCH: os bens são reversíveis, com direito ou não à indenização. Novas termelétricas, eólicas e biomassa: os ativos são próprios, nesses casos os bens não são reversíveis. (j) não definem área de concessão

(k) não definem critérios e procedimentos para reajuste e revisão das tarifas;

(l) não estabelecem obrigações da concessionária

(m) não estabelecem direitos e deveres dos usuários para obtenção e utilização do serviço

(n) não há tarifas definidas pelo poder concedente, exceto para algumas pequenas geradoras em alguns casos especiais

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MODELO A SER UTILIZADO NO CASO DE SE APLICAR A ICPC 01

A infraestrutura recebida ou construída é recuperada por meio de dois fluxos de caixa:

(a) parte a ser recebida diretamente dos agentes do mercado regulado e mercado livre; e

(b) parte como indenização dos bens reversíveis no final do prazo da concessão, esta a ser recebida diretamente do poder concedente ou a quem ele delegar essa tarefa.

Caso na leitura dos contratos a indenização seja considerada como um direito incondicional de receber caixa ou outro ativo financeiro, o modelo que melhor reflete o negócio de geração é o modelo bifurcado, abrangendo:

(a) a parcela estimada dos investimentos realizados e não amortizados ou depreciados até o final da concessão que deve ser classificada como ativo financeiro (direito incondicional de receber caixa);

(b) a parcela remanescente à determinação do ativo financeiro (valor residual) deve ser classificada como ativo intangível (recuperação condicionada à venda de energia);

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CONTRATOS DE CONCESSÃO DE GERAÇÃO FORA DO ALCANCE DA ICPC

01 Os contratos de concessão de geração fora do alcance da ICPC 01 devem ser analisados à luz

dos Pronunciamentos Técnicos CPC 06 - Operações de Arrendamento Mercantil,

Pronunciamento Técnico CPC 27 - Ativo Imobilizado e Pronunciamento Técnico CPC 04 -

Ativo Intangível

Alguns contratos de concessão de geração assinados no Brasil, especialmente de hidroelétrica,

termelétrica e biomassa têm características de arrendamento mercantil financeiro

Adoção inicial do CPC 27

Optar pela aplicação da norma retroativamente ou utilizar o conceito de custo atribuído

(deemed cost)

Retroativamente – ajustes principais:

(a) eliminação do saldo remanescente de despesas administrativas indiretas capitalizadas

(b) saldo remanescente de juros de capital próprio capitalizados e despesas de remuneração de

imobilizações em curso (DRIC))

(c) custos financeiros capitalizados em excesso aos juros de mercado

(d) custos retardatários

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ATIVIDADE DE GERAÇÃO

Os valores justos limitados aos valores de recuperação admitidos pelos reguladores

Respeitar a vida útil econômica estimada pelos reguladores

Amortização dos bens integrantes da infraestrutura de geração

Com base na vida útil econômica de cada bem ou no prazo da concessão, dos dois o

menor

Reconhecimento da receita dos contratos de venda de energia (PPA) pelas geradoras

Contratos que preveem aumento ou redução de preço acima do índice previsto

No momento em que ocorrer a transferência dos riscos e benefícios referente à energia

produzida

Nesse contexto, deve ser considerado que:

(a) previsão de aumento de preço na energia a ser fornecida no futuro: esse efeito afetará

as receitas derivadas desse fornecimento no futuro

(b) previsão de redução de preço: parcela da receita obtida antes dessa alteração deverá ser

diferida para fins de linearização da receita ao longo do tempo

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ATIVIDADE DE GERAÇÃO REGISTRO DOS CUSTOS

Socioambientais relacionados à construção dos empreendimentos de energia

Representam na média entre 5% e 30% do total do orçamento da construção

Muitas vezes, esse valor é desembolsado durante o prazo da concessão.

Elaborar a melhor estimativa dos desembolsos futuros trazidos a valor presente;

Registrar como custo do ativo imobilizado;

Depreciar a partir da entrada em operação comercial do empreendimento;

CPC 27 – Ativo Imobilizado (custos iniciais).

Caso a administração identifique que a estimativa inicial desses custos deverá sofrer ajustes relevantes, a provisão deve ser ajustada em contrapartida ao ativo imobilizado, na conta que recebeu o débito original.

De renovação das licenças ambientais após a entrada em operação comercial do empreendimento

Custos ambientais associados à obtenção dessas licenças

Pagos antes da obtenção efetiva da licença:

Registrado como ativo intangível - licenças de operação e amortizado pelo prazo da vigência da licença.

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ATIVIDADE DE GERAÇÃO REGISTRO DE CUSTOS

De renovação das licenças ambientais

Se a licença for obtida antes dos desembolsos:

no momento inicial da vigência da licença o custo estimado deve ser provisionado e registrado como ativo intangível – licenças de operação e amortizado pelo prazo de vigência da licença.

Registro de custos retardatários

Custos socioambientais, contingências e outros.

Não é mais permitido o registro após a entrada em operação comercial;

Somente é permitida a capitalização de custos que aumentam a vida útil dos bens integrantes da infraestrutura e que geram fluxo de caixa adicional (receita).

Para os custos que forem capitalizados: o valor registrado anteriormente deve ser baixado, para evitar duplicidade de custos.

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ATIVIDADE DE GERAÇÃO CONCESSÃO ONEROSA

Usinas hidrelétricas cujos contratos na modalidade denominada uso do bem público (UBP).

Empresas já privatizadas e nas empresas denominadas “novas licitadas”.

Dependendo do contrato, o cronograma de pagamento é diferenciado, a saber:

(a) em parcelas mensais fixas durante o prazo da concessão;

(b) em parcelas mensais fixas ou variáveis (não lineares) nos primeiros cinco a sete anos do prazo da concessão;

(c) em parcelas mensais fixas ou variáveis (não lineares) nos últimos cinco a sete anos do prazo da concessão.

As parcelas são atualizadas monetária e anualmente, por um índice de preços estabelecido nos contratos.

Os valores são cobrados a partir da entrada em operação;

Não há incidência de juros.

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Atualmente, as situações de contratos de concessão na indústria de energia em relação à prorrogação e à renovação são as seguintes:

(a) empresas privatizadas: contratos foram assinados com prazo de 30 anos e com previsão de prorrogação a critério do poder concedente (poder discricionário);

(b) empresas não privatizadas, em sua maioria empresas estatais federais e estaduais.

Concessões concedidas anteriormente a 1995: concessão de prazo de prorrogação especial por um período adicional de 20 anos. Alguns desses contratos ainda preveem a possibilidade de prorrogação. A partir de 2015 e 2016, grande parte dessas concessões estará vencida;

(c) empresas de geração licitadas a partir do novo marco regulatório de 2004 (Lei n.º 10.848/04): prazo de concessão estendido para 35 anos, sem possibilidade de prorrogação.

Ainda não foi editada legislação específica estabelecendo os critérios para prorrogação ou renovação das concessões a vencer a partir de 2015.

PRORROGAÇÃO E RENOVAÇÃO DOS CONTRATOS

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PRORROGAÇÃO E RENOVAÇÃO DAS VINCENDAS 2015/2016

LEI Nº 12.783, DE 11 DE JANEIRO DE 2013.

“Art. 1o A partir de 12 de setembro de 2012, as concessões de geração de energia hidrelétrica alcançadas pelo art. 19 da Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995, poderão ser prorrogadas, a critério do poder concedente, uma única vez, pelo prazo de até 30 (trinta) anos, de forma a assegurar a continuidade, a eficiência da prestação do serviço e a modicidade tarifária.”

“A partir de 12 de setembro de 2012, as concessões de geração de energia termelétrica poderão ser prorrogadas, a critério do poder concedente, uma única vez, pelo prazo de até 20 (vinte) anos, de forma a assegurar a continuidade, a eficiência da prestação do serviço e a segurança do sistema.”

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R E C O N H E C I M E N T O D E A T I V O F I N A N C E I R O P O R C O N C E S S I O N A R I A

EXEMPLO 1

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EXEMPLO 1

Governo do Estado (concedente) contrata uma empresa particular XYZ (entidade concessionária) para construir e operar uma rodovia. Os termos do contrato de concessão estabelecem que:

- A rodovia será construída em 4 anos (1-4)

- A concessionaria XYZ conduza as operações por um perídio de 16 anos (5-20)

- A concessionária XYZ realize o recapeamento integral da rodovia ao final do 15º (restauração), sendo que essa atividade será remunerada pelo concedente

- O governo do Estado pagará a empresa XYZ R$400 milhões por ano pelos 16 anos de prestação de serviço

- Não haverá cobrança de pedágio e o concedente pagará tudo diretamente à concessionária conforme contrato

A XYZ estima os custos a serem incorridos

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EXEMPLO 1

Atividades Ano R$(Milhões) Total

Serviços de construção 1--4 1.000 4.000

Serviços de operação 5--20 30 480

Recapeamento 20 250 250

Total 4.730

Receita (Milhões) Anos Total (Milhões)

400 16 6400

*Os custos estimados podem se diferenciar dos valores reais, porém os valores orçados

servem de base para estimar os custos totais e os custos de cada atividade.

RECONHECIMENTO DE RECEITAS E DESPESAS DE SERVIÇOS DE

CONCESSÃO

Será utilizado o método da porcentagem finalizada para o serviço de

construção e recapeamento, isto é, as receitas do contrato, que são os valores justos dos

montantes a serem recebidos do concedente, são reconhecidas por competência conforme

cada uma das atividades, e as despesas são reconhecidas de modo a confronta-las.

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EXEMPLO 1

A receita e a despesa relativas ao serviço de recapeamento não

serão reconhecidas no resultado até que o trabalho do recapeamento

seja realizado – isso ocorre porque há uma obrigação, mas ao

mesmo tempo, há um valor a ser recebido quando o trabalho for

executado (400 milhões da última parcela). Portanto quando for

realizado o recapeamento a concessionaria deve reconhecer a

despesa e a respectiva receita.

A importância total a ser paga à concessionaria XYZ pelos seus

serviços, de R$400 por 16 anos, reflete os valores justos de cada um

dos tipos de serviços a serem prestados. Com base nesses valores

justos é possível estimar os respectivos valores justos das

importâncias recebíveis.

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EXEMPLO 1

Atividades Valor justo

Serviços de construção Custo proj +5%

Serviços de operação Custo proj +20%

Recapeamento Custo proj +36%

Taxa efetiva de juros 3% a.a

Custos de construção R$ 1.000 milhões; As receitas de construção de R$ 1.050 milhões

(incluído 5%) - Portanto o lucro bruto é de R$ 50 milhões

Debito Credito

Recebíveis de serviços 1.050

Receitas de serviços – construção 1.050

Custos de serviços - construção 1.000

Caixa 1.000

Deve reconhecer os custos de operação 30 milhões; As receitas de operação 36

milhões(custo +20%) - Lucro bruto da operação 6 milhões

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EXEMPLO 1

Debito Credito

Recebíveis de serviços 36

Receitas de serviços - operação 36

Custos de serviços - operação 30

Caixa 30

Deve reconhecer o custo de serviço de recapeamento de 250 milhões; Receita de 340 milhões

- Lucro Bruto de 90 milhões

Debito Credito

Recebíveis de serviços 340

Receitas de serviços - recapeamento 340

Custos de serviços - recapeamento 250

Caixa 250

A remuneração da entidade concessionaria é de 400 milhões durante os anos 5-20, nesse sentido,

existe um descasamento normal nesse tipo de negocio, entre o reconhecimento contábil das receitas e

a realização financeira das mesmas.

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EXEMPLO 1

MENSURAÇÃO DO ATIVO FINANCEIRO

Como a concessionária é uma prestadora de serviços, ela reconhecerá o ativo apenas os valores recebíveis por seus serviços, ou seja, não reconhece os ativos públicos de infraestrutura(rodovia).

É classificado como recebível, inicialmente mensurado pelo valor justo e subsequente mensurado pelo custo amortizado, isto é, o valor inicialmente reconhecido, menos os recebimentos, mais os juros acumulados sobre o valor, calculados utilizando o método da taxa efetiva de juros.

CPC 38 Instrumentos Financeiros: “ a taxa de desconto que aplicada sobre pagamentos ou recebimentos futuros estimados ao longo da expectativa de vigência do instrumento financeiro resulta no valor contábil líquido do ativo ou passivo financeiro”.

3% - taxa para calcular os juros incorridos sobre os valores reconhecidos

Logo esse ativo financeiro é acrescido pelas receitas com juros e reduzido pelas liquidações financeiras, isto é, pelos pagamentos do serviço de concessão pelo concedente.

Com base nessas informações é possível calcular o valor do ativo financeiro (recebível) a cada ano.

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EXEMPLO 1

A medida que a

concessionaria recebe

do concedente o valor

desse recebível é

diminuído. Desse modo

o saldo remanescente

desse ativo financeiro

descrecerá e será

totalmente zerado ao

final da vigência do

contrato.

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EXEMPLO 1

No final do ano 19 o saldo final recebível será apenas de 23 milhões e a ele serão acrescidos no na 20 os 36 milhões das receitas de operação, mais a receita de recapeamento de 340 milhões, mias o juros de 3% sobre o saldo inicial, menos 400 milhões de recebimento, zerando o saldo recebível.

LUCRO TOTAL $ 1.670

RECEITA DE JUROS $ 1284

LUCROS OPERACIONAIS $ 386

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R E C O N H E C I M E N T O D E A T I V O F I N A N C E I R O P O R C O N C E S S I O N A R I A

EXEMPLO 2

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EXEMPLO 2

O governo do Estado contrata a empresa ABC para construir e operar uma rodovia. Como forma de remuneração, o concedente concede a empresa ABC uma licença para cobrar os usuários pelos serviços, ou seja, um ativo intangível.

O contrato de concessão estabelece que:

- A rodovia seja construída em 4 anos (1-4)

- A concessionaria ABC conduza as operações e mantenha a rodovia por um período de 16 anos (5-20)

- ABC realize o recapeamento da rodovia no final do ano 20.

Atividades Ano R$(Milhões)

Serviços de construção 1--4 1.000

Serviços de operação 5--20 30

Recapeamento 20 250

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EXEMPLO 2

- Cobrança de pedágio - arca com o risco de demanda pelos serviços

-Projeta uma receita de R$400 milhões de reais por ano com pedágio durante os anos 5-20

RECONHECIMENTO DE RECEITAS E DESPESAS

- Fluxos de caixa provenientes dos pedágios e só ocorrerão a partir do 5 ano.

-1-4 não há entrada de caixa porém a concessionaria aufere uma receita proveniente da construção

- Não será remunerada pelo recapeamento (diferente do exemplo anterior)

De maneira similar ao exemplo anterior custo de construção + 5%

Debito Credito

Ativo intangível 1.050

Receitas de serviços - construção 1.050

Custos de serviços - construção 1.000

Caixa 1.000

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EXEMPLO 2

Diferente do exemplo anterior a concessionaria não reconhece um ativo financeiro (recebível), visto que não possui um direito incondicional de receber um ativo financeiro - porque arca com os riscos de demanda. Por outro lado, ela possui um direito de cobrar o pedágio, devendo registar como ativo intangível.

Os direitos de exploração dos direitos de concessão provenientes da cobrança de pedágio, são reconhecidas na medida que os valores são recebidos. Durante o ano 5-20:

Ao longo do período de vigência do contrato, as receitas de pedágio deverão ser confrontadas com a amortização dos valores de ativo intangível, derivados da transação de escambio que envolveu a construção da rodovia nos anos 1-4.

Debito Crédito

Caixa 400

Receitas de serviços - Exploração 400

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EXEMPLO 2

MENSURAÇÃO DO ATIVO INTANGÉVEL

Durante o estágio de construção da rodovia, esse custo de

construção gera o direito da concessão, que deve ser classificado

como ativo intangível (licença para cobrar pedágio) – ABC deve

capitalizar suas receitas de construção 1050 nos 4 primeiros anos =

intangível = 4.200 milhões

Receitas confrontadas com a amortização : 4.200/16 = 262,5

milhões 5-20.

Debito Crédito

Despesa de Amortização 262,5

Amortização acumulada 262,5

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EXEMPLO 2

OBRIGAÇÃO DE RECAPEAMENTO DA RODOVIA

O recapeamento da rodovia não será remunerada pelo concedente e ele será necessário apenas se ocorrer danificação, por isso será contabilizado como despesa de manutenção.

- estimou 250 milhões de recapeamento

Essa obrigação deve ser reconhecida pela melhor estimativa, calculada no encerramento de cada período. Segundo o CPC 25-Provisõe Passivos e Ativos Contingentes, “Quando o efeito do valor do dinheiro no tempo é material, o valor de uma provisão deve ser o valor presente dos desembolsos que se espera que sejam exigidos para liquidar a obrigação”. Ou seja, trazer ao valor presente ano a ano, considerando uma taxa de juros a 3% (dada).

No início do ano 5 (início da utilização da rodovia) a concessionaria deve mensurar, a obrigação do recapeamento pelo valor presente do desembolso futuro de 250 milhões, assim ao final do ano 5 calculará o valor presente de 1/16 de 250 milhões a taxa 3% a.a. Isso dará 10 milhões como despesa de manutenção, no próximo ano será de 10,3 milhões, mas haverá despesa financeira.

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EXEMPLO 2

Com isso, o lucro dos 1-

4 será de 50 milhões.

No ano 5 será de 97

milhões,

correspondentes a

receita de 400 milhões,

amortização de 262, 5

milhões, despesas de

30 milhões das

operações e provisão

de 10 milhões do

recapeamento. No

ano 6 esse lucro vai

diminuir porque

aumentara a despesa

com provisão e surgira

despesa financeira.

Lucro global $1670

milhões

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C A S O C C R A U T O B A N

ESTUDO DE CASO

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ESTUDO DE CASO

AutoBAn S.A. (Autopistas Bandeirantes e Anhanguera) é controlada pela CCR S.A.;

A Concessão do Sistema Anhanguera-Bandeirantes foi outorgada em 1998;

O sistema é composto pelas Rodovias Anhanguera, Bandeirantes, Adalberto Panzan e Dom Gabriel Paulino Bueno e Couto;

As rodovias localizam-se entre regiões estratégicas e economicamente desenvolvidas, interligando São Paulo às regiões de Jundiaí, Campinas e Limeira, seguindo até Cordeirópolis;

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ESTUDO DE CASO

Cobre um trecho de 316,8 quilômetros;

Recebe uma média de 860 mil veículos por dia;

Investimentos de R$ 6,08 bilhões (valores atualizados até jul/15);

A AutoBAn é responsável pela ampliação, modernização, conservação, fiscalização e monitoramento das rodovias;

Prazo original da concessão de 20 anos, até 30 de abril de 2018;

Em 2006, para reequilibrar a equação econômico-financeira da concessão, o prazo se estendeu até 1º de janeiro de 2027;

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ESTUDO DE CASO

De acordo com a Interpretação Técnica ICPC 01:

A infraestrutura não é registrada como ativo imobilizado do

concessionário. Será revertido ao Poder Concedente após o fim do

contrato;

O concessionário constrói ou melhora a infraestrutura (serviços de

construção ou melhoria), atuando como prestador de serviço, além

de operar e manter essa infraestrutura (serviços de operação);

Um ativo intangível é reconhecido à medida que recebe o direito

de cobrar dos usuários pela prestação de serviços públicos;

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ESTUDO DE CASO

Um ativo financeiro na medida em que tem direito contratual

incondicional de receber caixa ou outro ativo financeiro do concedente

pelos serviços de construção;

A partir dos dispêndios realizados na construção de obras de melhoria

tem-se o direito de exploração da infraestrutura, podendo cobrar os

usuários das rodovias por sua utilização;

A amortização do direito de exploração é reconhecida no resultado, de

acordo com a curva de benefício econômico esperado ao longo do prazo;

A base para amortização adotada foi a curva de tráfego estimada.