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1 Contracs realiza 9º Congresso Nacional A Confederação Nacional dos Trabalha- dores no Comércio e Serviços realizou entre 24 e 27 de março seu 9º Con- gresso Nacional com o objetivo de atualizar seu plano de lutas, debater a conjuntura e eleger a nova direção. Nesta edição, o even- to teve como lema “Fortalecer conquistas e ampliar direitos para a classe trabalhadora” e mais uma vez aconteceu na cidade de Guara- pari (ES). O evento foi o maior na história da entidade e contou com a participação de 517 delegados - sendo 186 mulheres de 21 estados, 6 federa- ções e 43 observadores com representantes dos Estados Unidos, Nova Zelândia, Alema- nha, Argentina, Espanha e Colômbia. As bandeiras de luta defendidas no Congres- so são: Trabalho decente; 40 horas semanais; Fim do banco de horas; Equiparação de di- reitos; Erradicação do Trabalho Infantil; Igualdade de direitos aos terceirizados; Fim do fator previdenciário e fim do trabalho aos domingos e feriados aos comerciários. Abertura Durante a abertura, a vice-presidenta da CUT Carmen Foro destacou a rotativi- dade do setor como um problema a ser enfrentado, principal- mente após a edição das Medidas Provi- sórias 664 e 665. “Por isso, acho fundamen- tal que saiamos desse Congresso com uma importante estratégia, desenhada por vocês, para enfrentar os momentos difíceis que ainda teremos. Esse enfrentamento deve ser base- ado na unidade, no consenso, na consciência de que temos desafios de ordem maior que precisam ser enfrentados em conjunto”. Representando a comissão organizadora do Congresso, Lucilene Biensfeld, lembrou a par- ticipação de cada trabalhador do setor na or- ganização e nas discussões sobre o Congres- so. “Foi uma construção coletiva para debater estratégias e Plano de Lutas. Ao fazermos ba- lanço, percebermos que crescemos em quali- dade e isso é possível apenas graças a cada sindicato e trabalhador do setor”. Paulo Cayres, presidente da Confederação CONTRACS É NOTÍCIA por Adriana Franco e Henri Chevalier Foto: Contracs/Gozalo Arselli Editorial: Contracs nas ruas e na luta, mar- cando posição - pg. 02 2ª Plenária Nacional reformula estatuto - pg. 05 Nova direção toma posse - pg. 06 Contracs celebra 25 anos - pg. 07 Contracs lança selo e carimbo comemora- tivo - pg. 09 Contracs lança livro histórico - pg. 08 Concurso de poesia da Contracs - pg. 09 Audiências públicas contra o PLC 030 pelo Brasil - pg. 09 Contracs forma Rede Nacional de Traba- lhadores em comidas rápidas Mc Donald’s - pg. 10 Agenda Brasil não é agenda que queremos - pg. 11 Domésticas têm direitos regulamentados - pg. 12 Redução da maioridade é a solução - pg. 14 Margaridas do ramo marcham em Brasília - pg. 15 Direito não se reduz, se amplia - pg. 16

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Page 1: CONTRACS É NOTÍCIA Contracs realiza 9º Congresso Nacional...CUT Estaduais e seguimos, unidos, para o debate do 12º Congresso da CUT (ConCUT), que acontecerá de 13 a 17 de outubro

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Contracs realiza 9º Congresso Nacional

A Confederação Nacional dos Trabalha-dores no Comércio e Serviços realizou entre 24 e 27 de março seu 9º Con-

gresso Nacional com o objetivo de atualizar seu plano de lutas, debater a conjuntura e eleger a nova direção. Nesta edição, o even-to teve como lema “Fortalecer conquistas e ampliar direitos para a classe trabalhadora” e mais uma vez aconteceu na cidade de Guara-pari (ES).

O evento foi o maior na história da entidade e contou com a participação de 517 delegados - sendo 186 mulheres de 21 estados, 6 federa-ções e 43 observadores com representantes dos Estados Unidos, Nova Zelândia, Alema-nha, Argentina, Espanha e Colômbia.

As bandeiras de luta defendidas no Congres-so são: Trabalho decente; 40 horas semanais; Fim do banco de horas; Equiparação de di-

reitos; Erradicação do Trabalho Infantil; Igualdade de direitos aos terceirizados; Fim do fator previdenciário e fim do trabalho aos domingos e feriados aos comerciários.

AberturaDurante a abertura, a vice-presidenta da CUT Carmen Foro destacou a rotativi-dade do setor como um problema a ser enfrentado, principal-mente após a edição das Medidas Provi-

sórias 664 e 665. “Por isso, acho fundamen-tal que saiamos desse Congresso com uma importante estratégia, desenhada por vocês, para enfrentar os momentos difíceis que ainda teremos. Esse enfrentamento deve ser base-ado na unidade, no consenso, na consciência de que temos desafios de ordem maior que precisam ser enfrentados em conjunto”.

Representando a comissão organizadora do Congresso, Lucilene Biensfeld, lembrou a par-ticipação de cada trabalhador do setor na or-ganização e nas discussões sobre o Congres-so. “Foi uma construção coletiva para debater estratégias e Plano de Lutas. Ao fazermos ba-lanço, percebermos que crescemos em quali-dade e isso é possível apenas graças a cada sindicato e trabalhador do setor”.

Paulo Cayres, presidente da Confederação

CONTRACS É NOTÍCIA

por Adriana Franco e Henri Chevalier

Foto: Contracs/Gozalo Arselli

Editorial: Contracs nas ruas e na luta, mar-cando posição - pg. 02

2ª Plenária Nacional reformula estatuto - pg. 05

Nova direção toma posse - pg. 06

Contracs celebra 25 anos - pg. 07

Contracs lança selo e carimbo comemora-tivo - pg. 09

Contracs lança livro histórico - pg. 08

Concurso de poesia da Contracs - pg. 09

Audiências públicas contra o PLC 030 pelo Brasil - pg. 09

Contracs forma Rede Nacional de Traba-lhadores em comidas rápidas Mc Donald’s

- pg. 10

Agenda Brasil não é agenda que queremos - pg. 11

Domésticas têm direitos regulamentados - pg. 12

Redução da maioridade é a solução - pg. 14

Margaridas do ramo marcham em Brasília - pg. 15

Direito não se reduz, se amplia - pg. 16

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JORNAL DA CONTRACS/CUT - nº15 - setembro de 2015Impressão: 7 mil exemplares / Distribuição Nacional

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NO COMÉRCIO E SERVIÇOS

www.contracs.org.br

Endereços: Sede: Quadra 1, Bloco 1, Edifício Central, salas 403 a 406 - Setor Comercial Sul - Brasília (DF) - CEP: 70393-900 - Telefone: (61) 3225-6366 Subsede: Avenida Celso Garcia, 3177 - Tatuapé - São Paulo (SP) - CEP: 03063-000 – Telefones: (11) 2091-6620 / 2253 - Fax: (11) 3209-7496

[email protected]

Secretária de Comunicação e Imprensa: Maria do Rosário AssunçãoJornalista Responsável: Adriana Franco (MTB 48.472-SP)

Equipe Contracs: Adriana Franco; Alessandra Bezerra Rosa; Camila Silva Crespo; Edson Pinheiro Bezerra; Fernanda Guimarães Raymundo; Fernan-do Allan da Silva; Hanilton de Souza; Helen Farsura; Juliana Jesus dos San-tos; Karine Batista de Lima; Krisney Alvares de Souza; Lauany Rosa; Lidiane Conceição Passos; Marcelo Adriano de Oliveira; Márcia Navarro dos Santos Pereira; Márcio Luis Sales; Maria Neide da Silva; Marineli Teixeira Ramos; Mikahely dos Santos Almeida; Monique Cancian; Rosângela Rodrigues dos Santos; Ruy Freitas; Selma Amorim; Thais Aparecida dos Santos; Walderez da Silva Wilke. Subseção Dieese: Adalberto Silva.

Contracs no legislativoProjeto sobre definição de diarista segue na CâmaraApresentação do Parecer do Relator e Deputado Marcus Pestana (PS-DB-MG) pela aprovação do PL 7279/2010, e da Emenda de Relator 2 e mantém a conceituação de diarista para a trabalhadora que presta ser-viços ao mesmo contratante por até dois dias na semana. Além disso, sugere alteração na contribuição previdenciária das diaristas para 5% de contribuição. Com isso, a diarista deverá excluir o direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição.

PL aos movimentadores de mercadoriasO projeto de lei 7792/2014 que dispõe sobre as atividades de movimen-tação de mercadorias em geral e sobre o trabalho avulso está na CTASP com relatoria do Deputado Fábio Mitidieri, que aprova o projeto com a inclusão dos apanhadores de aves nas funções abrangidas pelo projeto. Em julho, o projeto recebeu prazo de emendas ao substitutivo, que encer-rou em agosto, sem nenhuma emenda apresentada.

PL sobre atividades de caixas de supermercadoO PL 353/2011 dispõe sobre as atividades dos caixas de supermercado proibindo que exerçam a função de empacotador concomitantemente. Em agosto, o Deputado Lucas Vergilio apresentou seu parecer na CTASP pela rejeição do PL e dos demais (2139/11 e 6784/2013) que estavam apensados. Segundo ele, a NR 17, que trata dos checkouts é o instru-mento necessário para tratar e regulamentar o tema justificando que as maiores empresas varejistas já adotam a norma.

PL 7221/2014 aos comerciários comissionadosO PL 7221/2014, que está sendo acompanhado pela Contracs, pretende disciplinar as condições para a remuneração dos comerciários vende-dores que percebem sua remuneração à base de comissões. O Projeto, que está na CTASP, tem como relator o Deputado Laercio Oliveira desde abril. O projeto não recebeu emendas no prazo determinado. O deputado emitiu parecer pela aprovação com emenda do projeto. Em agosto, o parecer foi lido, mas o projeto foi retirado de pauta a pedido do deputado Daniel Almeida.

PL 5649 dá condições aos trabalhadores de limpeza urbana e coleta de lixoO PL 5649/2013 tem como objetivo prover horário e local específico para os trabalhadores da limpeza de ruas e coletas de lixo façam suas refei-ções. O projeto foi aprovado na CTASP com parecer favorável aprovado por unanimidade. O deputado Rubens Otoni foi designado relator da ma-téria na CFT e emitiu parecer favorável ao projeto em agosto.

Editorial: Contracs nas ruas, na luta, marcando posição2015 é um ano importante para todos nós dirigentes, militantes e CUTistas. Neste ano, aprimoramos nosso Esta-tuto na 2ª Plenária Nacional e atuali-zamos nosso plano de lutas durante o 9º Congresso. Destes debates, saímos ainda mais fortalecidos com nossas ba-ses e nossos representados/as em todo o Brasil.

Mas 2015 também nos apresenta gran-des desafios e, por isso, precisamos

colocar nosso bloco na rua. Como uma entidade combativa e em de-fesa dos trabalhadores/as do ramo, a Contracs não deixa de lado seu dever. Por isso, temos marcado cada vez mais presença nas lutas juntamente com a nossa Central, a CUT, unindo nossas entidades fi-liadas, tremulando nossa bandeira e gritando junto com toda a classe trabalhadora pela garantia e preservação de nossos direitos, que fo-ram duramente conquistados.

Comemoramos 25 anos relembrando nossa trajetória, mas sem es-quecer os desafios que nos esperam logo adiante nesta trajetória. Para isso, contamos com dirigentes e entidades sindicais comprome-tidas com os direitos da classe trabalhadora que somam conosco em nossa luta por todo o território nacional.

Elegemos diversos companheiros e companheiras nas direções das CUT Estaduais e seguimos, unidos, para o debate do 12º Congresso da CUT (ConCUT), que acontecerá de 13 a 17 de outubro em São Paulo, para deixarmos registrados os anseios do ramo na atual con-juntura política, econômica e social de nosso País e junto à nossa Central.

A nova direção eleita da Contracs tem pela frente um cenário promis-sor, com frentes a trabalhar na qual o ramo pode e deve crescer. Ao mesmo tempo, a conjuntura nacional e internacional traz ataques cada vez mais conservadores, nos fazendo lutar pela manutenção de direi-tos já garantidos e estabelecidos. Portanto, estamos juntos, alertas e dispostos a gritar em uma só voz: Direito não se reduz, se amplia.

Alci Matos Araujo, presidente da Contracs

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Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) e re-presentante das Confederações parceiras da Contracs, destacou que o fim do trabalho aos domingos aos comerciários é um símbolo do que os patrões podem fazer se a catego-ria não permanecer atenta e mobilizada em unidade. “Nós temos que ter em mente que estamos em um contexto em que se acirra a questão de classes. Uma das pautas, o fim do trabalho aos domingos, é resultado da ofensi-va dos patrões, que embutiu em meio a uma proposta de Participação nos Lucros e Resul-tados (PLR) a necessidade de trabalho em dias considerados feriados. Não se enganem, estamos em disputa de classes”.

O presidente da Confederação, Alci Matos Araujo, ressaltou a construção da unidade como fundamental na estratégia de lutas. “Es-pero aprovarmos um Plano de Lutas forte, mas ele somente será implementado na unidade.

É a unidade que fortalece nossa busca por di-reitos”, afirma. “Temos mais de 3 milhões de trabalhadores na base e temos de estar nas ruas, unidos, contra a ofensiva dos patrões. O projeto neoliberal ainda não parou. Temos encontrado situações difíceis impostas pelo capital, como o PL da terceirização, a amea-ça de retirada de direitos por meio de Leis no Congresso Nacional e as Medidas Provisórias 664 e 665, que afetam diretamente o seguro desemprego”, lembra.

DebatesEntre os debates promovidos pelo Congresso Nacional da Contracs, a análise de conjuntu-ra destacou que é preciso relativizar o cenário catastrófico construído pela mídia no Brasil, segundo o qual o país está em profunda cri-se econômica, política e social. A conjuntura é complexa e necessita de atenção por parte dos movimentos sociais, mas a luta dos traba-

Foto: Contracs/Gozalo Arselli

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Foto: Contracs/Gozalo Arselli

Foto: Contracs/Gozalo Arselli

CONTRACS É NOTÍCIAlhadores tem o poder de mudar os rumos da política econômica que vem sendo adotada no Brasil.

A análise foi endossada pelos três participan-tes da mesa: A vice-presidenta da CUT Na-cional, Carmen Foro; a economista do Depar-tamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Regina Carvalho e pelo professor universitário Ladislaw Dow-bor. Segundo os debatedores, o país precisa sair das mãos do mercado financeiro, mudar a política econômica adotada pelo governo e voltar ao ciclo de desenvolvimento construído nos últimos anos no país.

Já no debate sobre o financiamento do movi-mento sindical, o imposto sindical foi o gran-de centro de discussão entre os debatedores Quintino Severo, secretário de administração e finanças da CUT Nacional e Sandro Sarda,

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CONTRACS É NOTÍCIArepresentante do Ministério Público do Traba-lho.

Enquanto Quintino Severo, da CUT, desta-cou a necessidade do movimento sindical se manter independente ao Estado - escolhendo inclusive sua própria forma de financiamen-to, que deve passar pela decisão e escolha dos próprios trabalhadores -, Sandro Sarda, do MPT, ressaltou que o movimento sindical passa por uma crise de representatividade e que o debate sobre a fiscalização financeira das entidades que recebem o imposto sindical ainda deve acontecer.

A última mesa de debates recebeu a presta-ção de contas do mandato em encerramento. Para apresentar as conquistas como o ajuste de código sindical em 110 entidades e aquisi-ção de sedes, automóveis e estruturação de pessoal da entidade, o secretário de adminis-tração e finanças da Contracs, Nasson Anto-nio de Oliveira, mostrou números. Além disso, o dirigente destacou a estruturação do papel

político da confederação. Com a oficialização da entidade, Nasson reafirmou a oportunida-de da entidade em realizar atividades por se-tor, categoria, a regionalização e a formação regional.

O contador da Contracs Francisco Chagas destacou que as entidades sindicais possuem obrigações fiscais e abordou as questões le-gais e obrigatórias que devem ser obedeci-das. Segundo ele, a contabilidade tem papel fundamental para auxiliar em uma boa gestão.

Nova direçãoO último dia de Congresso votou as 58 emen-das apresentadas pelos grupos para o Cader-no de Resolução da Contracs.

Após a aprovação das emendas, a nova dire-ção da Confederação foi apresentada ao Ple-nário e foi referendada por todos os dirigentes. Reeleito, o presidente Alci Matos Araujo refe-riu-se à nova direção afirmando que não se-

ria fácil reunir em uma só sala a quantidade, a qualidade e a representatividade que nós temos do Brasil. “Mas nós temos o desafio. O desafio de quatro anos, que nós consegui-mos para este Congresso, em um processo de coordenação, do projeto político, de uma estratégia para os milhões de trabalhadores do comércio e serviços.” Entre os desafios para o próximo mandato, Alci destacou a necessidade de ter entidades sindicais filiadas nos três estados em que a Contracs não está presente, aumentar o nú-mero de entidades filiadas, aprovar a parida-de e romper todas as barreiras para sair mais unificado para todos os trabalhadores e traba-lhadoras. “Eu já vejo em cada rosto a energia, a capacidade, o compromisso com as lutas, com a nossa coragem, com o nosso tamanho. Temos que avançar em cinco setores, como os trabalhadores informais, os trabalhadores prestadores de serviços. Isto é responsabili-dade, companheiros, de todos vocês. Não é só minha.”

Foto: Contracs/Gozalo Arselli

Foto: Contracs/Gozalo Arselli Foto: Contracs/Gozalo Arselli

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2ª Plenária Nacional reformula estatuto

A 2ª Plenária Nacional da Confede-ração Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs)

aprovou 23 emendas, entre as quais a am-pliação do tempo de mandato para 4 anos e a criação da Secretaria de Administração e Finanças Adjunta e da Secretaria de Assun-tos Culturais, Esporte e Lazer. Em relação às regionais, a Plenária alterou o estatuto apro-vando que os coordenadores serão eleitos em plenárias regionais realizadas durante o Congresso e eleitos com a direção nacional. Antes, os coordenadores deviam ser eleitos antes do Congresso.

Sobre a ampliação do mandato, o presidente da Contracs Alci Matos Araujo afirmou que a Contracs sempre seguiu a logística da CUT de um mandato de três anos. “Nós queremos ter um mandato maior, de um ano a mais, para ter uma atribuição maior da direção. Neste sentido, a gente ganha em mais pla-nejamento e mais desenvolvimento para os nossos trabalhadores do ramo do comércio e serviços.”

Além disso, Alci destacou que entre as ou-tras emendas aprovadas, alguns pontos pre-cisavam ser mudados há muito tempo. “A reforma estatutária pode ser feita a qualquer tempo desde que a plenária estatutária tenha

estes aspectos. E é isso que a gente tem fei-to. Portanto as premissas de participação, a capacidade de composição, a questão de mandato e toda esta questão de represen-tação é o quê está se mudando na plenária estatutária.” finalizou.

ParidadeAlém disso, delegados e delegadas aprova-ram a inclusão do debate da paridade de gê-nero na próxima plenária nacional. Com isso,

ficou estabelecido o compromisso de que a partir do 10º Congresso Nacional da Confe-deração, em 2018, os cargos nas instâncias decisórias da Contracs serão divididos igual-mente entre homens e mulheres. Atualmen-te, o estatuto prevê 30% das vagas para mu-lheres.

Para a então secretária de Mulheres da Con-tracs, Mara Feltes, a aprovação é fazer jus ao fato de que o setor de comércio e serviços tem uma proporção maior de mulheres do que os 30% garantidos a elas na executiva.

“Apostar em uma política de integração das mulheres no movimento sindical significa um crescimento do ramo e um fortalecimento da CUT, para que as trabalhadoras e os traba-lhadores sejam beneficiados”, afirma a se-cretária.

Mara ressalta a importância da medida ser aprovada apenas para o 10º congresso. “Não queremos aprovar por decreto, quere-mos convencer da importância da medida e, para isso, é preciso debater exaustivamente. A CUT fez exatamente isso. Com isso nós temos um tempo para implementar e debater nas bases e para montar a paridade”, des-taca.

A delegação da Contracs na 2ª Plenária foi composta por 548 delegados e delegadas de 18 estados, dos quais 36% são mulheres.

por Henri Chevalier/CUT Nacional

Foto: Contracs/Gozalo Arselli

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Nova direção toma posse no saguão da CUT Nacional

Em 12 de maio, a nova direto-

ria da Confedera-ção Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Ser-viços da CUT foi empossada para o exercício de 2015 a 2019. A cerimô-nia de posse ocor-reu no saguão da sede nacional da Central Única dos Tr a b a l h a d o r e s (CUT), em São Paulo.

A cerimônia contou com a presença de re-presentantes de entidades sindicais, federa-ções e confederações de todo o país, além de entidades sindicais internacionais e per-sonalidades políticas e sociais.

O ato político contou com Alci Matos Araujo, presidente reeleito da Contracs; Sérgio No-bre, secretário-geral da CUT Nacional; Ro-berto von der Osten, presidente da Confede-ração Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf); Gerardo Iglesias, dire-tor da UITA; Hélio Brasil, representante par-lamentar do ramo, deputado e presidente da Câmara Municipal de Porto Seguro e Maria do Rosário, secretária de comunicação do Sindicom-Teresina que representou as mu-

lheres presentes.

No início da cerimônia, o presidente reeleito da Contracs, Alci Matos Araujo, compartilhou com todos a alegria de ser empossado junto com a nova diretoria em um prédio que se-gundo ele é “símbolo de luta e da classe tra-balhadora”. Alci destacou que esta diretoria está com muita coragem de fazer e lutar pe-los trabalhadores e trabalhadoras, mas que o desafio é forte. “Temos 63 companheiros de todo o país que se juntaram pela vontade de fazer crescer a Contracs”.

O presidente da Contraf, Roberto von der Osten, fez questão de saudar a todos os presentes e os denominou como “lutadores das causas populares”. Em sua fala Osten afirmou que a entidade que preside é uma confederação irmã da Contracs e que, jun-

tas, devem lutar para fortalecer o macro-setor e desenvolver um proje-to junto à CUT.

Hélio Brasil, represen-tante parlamentar, falou da dificuldade do man-dato que está nas mãos do presidente reeleito Alci Matos devido à ba-talha que toda a classe trabalhadora tem pela frente com o Congresso Nacional. “Precisamos nos mobilizar para não sofrermos com o gover-

no. E para resistirmos com bravura é preciso que permaneçamos unidos”.

O representante da UITA, Gerardo Iglesias, também falou sobre o delicado momento político brasileiro e ressaltou que a entida-de sindical internacional a qual pertence está apoiando a luta dos trabalhadores brasileiros contra a terceirização e os projetos que que-rem reduzir direitos.

O secretário geral da CUT Nacional, Sérgio Nobre, ressaltou que a nova direção assu-me em um momento político difícil que exige união, força e vontade de lutar pela classe trabalhadora.

Alci relembrou de todos os presidentes que passaram pela Confederação e que contri-buíram com o crescimento e fortalecimento da Contracs. Emocionado, ele falou a todos sobre o desafio e as expectativas para este mandato. “Vamos lutar por mais de três mi-lhões de trabalhadores e trabalhadoras que estão divididos em nove setores de várias categorias. Temos vontade de representá-los de fato e de permanecermos fortes na luta para que os direitos não sejam reduzidos, mas sim ampliados”.

O final da cerimônia foi marcado pela en-trega dos certificados de posse a todos os secretários, diretores, integrantes de federa-ções e do conselho fiscal da Contracs, que ao fim da solenidade gritaram a uma só voz o nome da central a qual pertecem “Central Única dos Trabalhadores”.

por Lauany Rosa

Foto: Contracs/Paulo Pereira

Foto: Contracs/Paulo Pereira

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Em 15 de julho, a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs/CUT) comemorou 25 anos de lutas e histórias em São Paulo. A data marca o fim do

I Congresso Nacional dos Comerciários CUTistas, que fundou a enti-dade como a organização oficial do ramo dentro da Central Única dos Trabalhadores.

A celebração foi composta por um ato político, o lançamento do livro e de um selo comemorativo da Confederação, além da premiação do I Concurso Literário de poesia da entidade.

O ato político contou com a participação de Vagner Freitas, presidente da CUT; Paulo Cayres, presidente da CNM/CUT representando as confederações Cutistas; Geralda Godinho, tesoureira da Fetracom--DF em nome das federações filiadas à Contracs; Gerardo Iglesias, diretor da UITA em nome das entidades internacionais parceiras; José Lopes Feijó, representando o Governo Federal e os Ministérios; Roselane Pasquali, em nome dos ex-presidentes da Confederação; Gilberto Paixão, vereador de Teresina representando os políticos e parlamentares presentes e demais diretores da Contracs, que repre-sentaram todas as correntes políticas presentes na direção da confe-deração.

Gerardo Iglesias, diretor da UITA, fez questão de ressaltar que é um grande prazer estar com a Contracs ao longo dos anos. “Há 16 anos a Contracs luta conosco por melhores condições para os trabalhado-res. Trabalhamos com muitos companheiros/as desta confederação e hoje, mais do que nunca, diante da atual conjuntura internacional,

temos que per-manecer fortes e unidos, pois ain-da há muito para se fazer”.

O presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas, fez questão de ressaltar que a Contracs é um sonho que a CUT

fez se realizar e que esse sonho se tornou um grande sucesso. “O reconhecimento da categoria dos comerciários foi uma grande con-quista da Contracs. As grandes tarefas só são dadas a quem pode cumpri-las, o setor de serviços é um dos que geram mais empregos, precisamos dar condições de trabalho decente e justo para esses tra-balhadores/as e para isso temos a Contracs/CUT conosco.”

O ex-presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, não pôde comparecer ao evento, porém enviou uma carta à Contracs parabe-nizando a entidade pelos 25 anos “repletos de conquistas e lutas”. E acrescentou que o Brasil cresceu muito na última década e que a participação do movimento sindical, principalmente dos comerciários e dos serviços que cresceu muito nos últimos anos, foi decisiva para isso.

Encerrando o ato, o presidente da Contracs, Alci Matos Araujo, ressal-tou que conquistar um país mais justo e solidário é responsabilidade de todos. Ele relembrou que a entidade foi forjada com muita luta, compromisso e honra, e que de cinco estados e 23 sindicatos filiados no início de sua trajetória, a Contracs hoje alcançou todas as regiões do Brasil, 245 sindicatos e representa mais de 3 milhões de trabalha-dores.

“Ainda temos desafios, muitos trabalhadores e trabalhadoras para representar, muita coisa para mudar e histórias para construir. Preci-samos de melhores salários, mudanças trabalhistas e de mais empre-gos! Chegamos aos 25 anos e vamos chegar aos 50, 70, vamos con-tinuar a sustentar cada vez mais esse projeto ide-ológico para que continue crescen-do”, enfatizou Alci.

por Lauany Rosa

Contracs celebra seu Jubileu de PrataFoto: Contracs/Paulo Pereira

Foto: Contracs/Paulo Pereira

Foto: Contracs/Paulo PereiraFoto: Contracs/Paulo Pereira

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CONTRACS É NOTÍCIA

Por Jubileu de Prata, Contracs lan-ça selo e carimbo dos Correios

A celebração dos 25 anos da Contracs foi a data escolhida pela entidade para lançar, juntamente com o Ministério das Comuni-cações e os Correios, um selo e um carimbo comemorativo do Jubileu de Prata. Personalizados, tanto o selo quanto o carimbo levaram a marca que celebrou os 25 anos da confederação.

O diretor regional adjunto de São Paulo Metropolitana dos Cor-reios, Eugenio Valentim da Silva, entregou um álbum contendo a peça filatélica lançada ao presidente da CUT, Wagner Freitas; ao secretário de Administração e Finanças da Contracs, Nas-son Antônio de Oliveira e ao presidente da Contracs, Alci Matos Araujo que também recebeu uma réplica do carimbo comemo-rativo.

O carimbo foi usado em todas as postagens realizadas durante 30 dias na Agência dos Correios mais próxima à subsede da en-tidade no bairro do Tatuapé em São Paulo. Após esse período, o carimbo se manteve por 60 dias na Agência Filatélica Dom Pe-dro II, no Prédio Histórico dos Correios, no Vale do Anhangabaú (SP); e, ao final desse período, será incorporado ao patrimônio do Museu Nacional dos Correios em Brasília.

Outro importante lança-mento durante a co-memoração do Jubileu

de Prata da Confederação foi do livro Contracs – 25 anos: Uma história de lutas e traba-lhadores. A publicação foi ide-alizada para que a trajetória da confederação não se perca e para que as lutas e histórias pudessem ser lembradas e compartilhadas.

Segundo o presidente da Con-tracs, Alci Matos, o livro é uma inspiração de luta. Emociona-do com o lançamento, ele leu o epílogo que escreveu para a publicação e convidou todos os presentes a fazerem uma viagem no tempo, por meio da

leitura do livro da Contracs. “Aqui conseguimos reunir um apanha-do de histórias, conteúdos bem-humorados e emotivos, momentos importantes que fazem parte da nossa trajetória e que nos inspiram a continuar a construir a história da Contracs”.

Alci também convidou todos os presentes na cerimônia de lança-mento a auxiliarem a Contracs e escrever sua história daquele mo-mento em diante por, pelo menos, mais 25 anos.

Livro conta trajetória da entidade

por Lauany Rosa

por Lauany Rosa

Foto: Contracs/Paulo Pereira

Foto: Contracs/Paulo Pereira

Foto: Contracs/Paulo Pereira

Foto: Contracs/Paulo Pereira

Foto: Contracs/Paulo Pereira

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CONTRACS É NOTÍCIA

Contracs realiza I Concurso Literário de Poesia

A premiação do I Concurso Literário de Poesia da Confede-ração Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs/CUT) ocorreu durante a festa comemorativa do

Jubileu de Prata da Confederação.

Criado com o objetivo de conhecer os trabalhadores/as poetas do ramo, as entidades filiadas divulgaram o concurso junto à sua base para que os trabalhadores/as tivessem a chance de escrever sobre as lutas e bandeiras históricas da Contracs por meio de versos.

O concurso literário contou com a participação de 15 poesias de diversos estados. Os 10 finalistas foram divulgados previamente no site da Contracs.

Os três finalistas foram trazidos de seus respectivos estados e cada ganhador foi chamado ao palco para receber a premiação. A primeira colocada foi a poesia Minha vida sindical, escrita por Pau-lo Roberto Pereira Rocha de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Em segundo lugar ficou a poesia Quantas lutas nessa história há, de autoria do João Batista dos Santos de Colatina, Espírito Santo. E em terceiro lugar, ganhou a poesia Uma história de trabalhadores e luta no comércio e serviços, escrita por Raquel Aparecida Lelis de Uberlândia, Minas Gerais.

por Lauany Rosa

Contracs continua na luta contra PL da terceirização

A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comér-cio e Serviços da CUT (Contracs/CUT) acolheu a luta da terceirização e tem participado, juntamente com a

CUT e o Fórum Nacional em Defesa dos Trabalhadores Ame-açados pela Terceirização, das audiências públicas contra o PLC 030 (PL 4330 – da terceirização) promovida pelo Senador Paulo Paim junto à Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado.

As sessões têm como objetivo colher opiniões sobre o projeto de lei da terceirização que está em tramitação no Senado. A Contracs, através de suas entidades filiadas e seus diretores, tem participado das audiências em diversos estados em que a entidade se faz presente.

por Adriana Franco

Foto: Contracs/Paulo Pereira

Foto: Semapi/Divulgação

Foto: Contracs/Adriana Franco Foto: SindicomThe/Vilamar Pinheiro

Foto: SEC Fortaleza/Victor Hudson

Foto: Sinecom-JP

Foto: SEC São Luis

Foto: José Vanilson Foto: Raimunda Soares

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Contracs forma Rede de Trabalhadores no Mc Donald’s

Em agosto, a Contracs reuniu os sindica-tos filiados do setor de hotelaria para for-mar a Rede Nacional de Trabalhadores

em comidas rápidas Mc Donald’s em Brasília. Os dirigentes abordaram os problemas enfren-tados pelos trabalhadores/as da multinacional e as dificuldades de atuação sindical junto à empresa.

O presidente da Contracs, Alci Matos Araujo relatou aos participantes como se dá a orga-nização em redes sindicais, uma experiência desenvolvida pela CUT Nacional com vários ramos de atividade e utilizada pela Contracs para atuar juntamente às multinacionais do comércio e do setor hoteleiro. “O trabalho em rede aumenta o potencial da ação sindical, fortalece o sindicato, cria uma abertura de di-álogo social, melhora a negociação coletiva e possibilita que os trabalhadores interajam com informações dos diversos locais do Brasil e de outros países.”

Segundo ele, o principal objetivo da rede é pro-porcionar o intercâmbio de informações atra-vés de uma atuação unitária do movimento sindical.

Ao final do encontro, foi elaborado um plano de ação para esse semestre e definidas as par-cerias necessárias para iniciar os trabalhos. Octaciano de Oliveira Neto, do Sindicato dos Hoteleiros de Santos foi eleito coordenador da rede. Maria Zileine dos Santos do Sindica-to dos Hoteleiros de São José do Rio Preto e Ivan Azevedo Pereira do Sindicato dos Hote-leiros de Manaus foram eleitos coordenadores adjuntos.

Engajamento

A Contracs tem se envolvido em diversas ações em favor dos direitos dos trabalhado-res da Rede Mc Donald’s. Um dia antes de formar a rede, por exemplo, a Con-federação participou da au-diência pública organizada pelo Senador Paulo Paim, que contou com trabalhado-res da rede em mais de 20 países e diversas centrais sindicais.

Durante a audiência pública, o presidente da Contracs Alci Matos Araujo re-presentou a CUT e o ramo destacando a pre-ocupação brasileira com a filosofia de trabalho da multinacional, que expõe os trabalhadores – muitas vezes menores de idade - a situações perigosas e insalubres.

A audiência também tratou do relatório anual da empresa direcionado aos seus acionistas que, no ano de 2014, citou a rotatividade como uma alternativa a ser usada pela empresa para reduzir salários, a preocupação frente ao au-mento do salário mínimo no Brasil e aposta em práticas antissindicais para frear a atuação do movimento sindical.

Vários sindicatos filiados à Contracs do setor estiveram presentes na audiência. Para Antô-nio Carlos da Silva Filho, coordenador do setor hoteleiro, a estratégia a ser usada deve ser, considerando a amplitude da empresa, através de ações coletivas nacionais e internacionais para que o Mc Donalds pare de influenciar e precarizar o mercado de trabalho.

O senador Paulo Paim se comprometeu a elaborar uma carta com os problemas apon-tados para enviar à empresa na tentativa de estabelecer o diálogo social entre a empresa e as entidades sindicais que representam seus trabalhadores/as.

Outra forma de solidariedade que a Contracs tem desenvolvido pelos direitos dos trabalha-dores/as da multinacional é participar de atos e manifestações, que pedem respeito aos di-reitos e valorização salarial no Brasil e nos Es-tados Unidos. Se no Brasil a jornada móvel e variável faz com que os trabalhadores/as rece-bam pouco e fiquem à disposição da empre-

sa por muitas horas; nos Estados Unidos, os trabalhadores/as lidam com o pior valor pago pela hora trabalhada e lutam pelo pagamento de US$ 15.

Em 2015, a Contracs participou não só do Dia de Ação Global em abril, que realizou manifes-tações em todo o mundo e por todo o País, como da manifestação em defesa dos direitos e por melhores salários em São Paulo em ju-lho.

Em abril, a adesão da confederação ao Dia de Ação Global levou a bandeira da Contracs para frente de muitas lojas da rede em diver-sos estados e cidades brasileiras como São Paulo, Brasília, Salvador, Porto Seguro, Ma-naus e Natal.

Em julho, a manifestação aconteceu somente em São Paulo e uniu diversas centrais mais uma vez em um ato na Avenida Paulista.

As manifestações fazem parte da Campanha #semdireitosnãoélegal organizada pela SEIU - Sindicato americano do setor de turismo, que propõe que a luta dos trabalhadores da multi-nacional seja internacional, conjunta e articu-lada.

CONTRACS É NOTÍCIA

por Adriana Franco

Foto: Contracs/Valdemar Carvalho

Foto: Contracs/Valdemar Carvalho

Foto: Contracs/Valdemar Carvalho

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Contracs conjuntura: Agenda Brasil não é a agenda que queremos para o Brasil

E m agosto, o pre-sidente do Con-gresso Nacional,

Renan Calheiros, apre-sentou aos ministros da área econômica e à Pre-sidência da República a chamada Agenda Bra-sil. Um documento com propostas para retomar o crescimento econômi-co e realizar reformas necessárias para que o Brasil supere a crise, se-gundo ele.

Dividida em três eixos, a Agenda Brasil reúne al-ternativas a serem ado-tadas para promover a melhoria do ambiente de negócios, o equilíbrio fiscal e a proteção social, mas que na verdade podem resultar em retirada de direitos.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs/CUT) reitera que esta agenda não atende aos anseios da classe trabalhadora e do de-senvolvimento sustentável e de inclusão so-cial defendido pela entidade.

Propostas precarizantesEntre as propostas que podem afetar milhões de trabalhadores e trabalhadoras brasileiras estão:

• terceirização• idade mínima para aposentadoria

• alteração na lei de licitações através do PS 559/13

• Simplificação nas relações com base no Super Simples

TerceirizaçãoTema de disputa entre trabalhadores e em-presários, a regulamentação da terceirização tem criado embates significativos no legisla-tivo, que tem como objetivo principal retirar direitos dos trabalhadores e aumentar os lu-cros das empresas permitindo a terceirização geral e irrestrita. Para a Contracs, a regula-

mentação da terceirização deve passar irres-tritamente pela defesa de direitos iguais entre trabalhadores diretos e terceirizados, garantir a representação sindical e a responsabilida-de solidária.

Idade Mínima para aposentadoriaA exigência de idade mínima para aposenta-doria fere a campanha e a bandeira histórica da Contracs pelo fim do fator previdenciário e pela manutenção da aposentadoria integral, impondo mais uma regra aos trabalhadores/as e ferindo o direito à sua aposentadoria in-tegral conforme já está garantido e determi-nado por lei.

Além disso, a imposição de idade mínima é especialmente cruel para os trabalhadores/as do ramo, que iniciam sua vida laboral mui-to cedo e seriam prejudicados com muitos anos de trabalho a mais como exigência para sua aposentadoria.

Alteração na lei de licitaçõesOutro ponto que deve prejudicar aos traba-lhadores/as do ramo - especialmente aos trabalhadores/as de asseio e conservação; limpeza urbana e serviços - trata da reforma da Lei de Licitações através do PLS 559/13 para “modernizar o procedimento e também atualizar os valores alçados, defasados des-de 1996.”

Embora a Contracs defen-da a alteração da Lei de Licitações, as alterações devem principalmente eli-minar os efeitos nefastos do critério único de menor preço para a contratação de serviços terceirizados e garantir a responsabilidade solidária do Poder Público e não conforme propõe o PL defendido pelo Senado em sua Agenda Brasil.

Super SimplesJá o item “priorizar um amplo processo de simpli-ficação da relação do Es-

tado com o cidadão e os empresários, com base no Super Simples, desburocratizando procedimentos redundantes e melhorando o ambiente de negócios, conforme elenco de sugestões da Agenda Brasil.” não foram des-critos.

Para a Contracs, os avanços no Super Sim-ples não podem ser feito com base na reti-rada dos direitos já conquistados dos traba-lhadores/as assim como propõe o projeto do Simples Trabalhista em tramitação na Câma-ra. Na prática, tais propostas podem resultar em precarizantes reformas trabalhistas, por-tanto faz-se necessário estar atento a todas elas e aos interesses que atendem.

Posição da ContracsDiante desta agenda, a Confederação se coloca contra a proposta e a favor de uma agenda que defenda os direitos dos trabalha-dores/as, promova o crescimento econômico e retome a inclusão e o desenvolvimento so-cial como questões primordiais no desenvol-vimento do Brasil e na garantia dos direitos já estabelecidos. A Contracs defende sempre a ampliação dos direitos e não sua retirada e o retrocesso social, por isso devemos es-tar atentos e nos mobilizarmos contra toda e qualquer ação que atente contra os direitos sociais e do trabalho.

por Adriana Franco

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Domésticas têm profissão regulamentada

D epois de dois anos em tramitação, a regulamentação dos di-reitos garantidos pela Emenda Constitucional 72 (EC 72) foi aprovada e entrou em vigor em junho de 2015. No entanto, o

texto não contempla a igualdade de direitos pretendida com a cha-mada PEC das Domésticas, que deu início ao processo de equipa-ração de direitos.

Para a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs/CUT), a luta não terminou. A lei comple-mentar, que regulamentou os direitos, teve dois vetos apresentados pela Presidenta Dilma, que serão votados pelo Congresso Nacional em 22 de setembro.

Os dois vetos apresentados pela Presidenta Dilma retiram dois pontos da lei complementar.* O motivo da demissão por justa causa de “violação de fato ou de circunstância íntima do empregador doméstico ou de sua família.”* A inclusão dos vigilantes nas jornadas 12X36 horas

Através de ofício à Presidência da República, a Contracs lutou para que outros pontos precarizantes fossem vetados pela Presidente Dilma. O próximo passo dado pela confederação deve ser o ajui-zamento de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) pela efetiva equiparação de direitos, uma bandeira histórica da entidade e o principal motivo pela sua luta em favor das trabalhadoras/es domésticas/os.

Veja a seguir como eram e como ficaram os direitos das trabalhado-ras domésticas com a aprovação da regulamentação dos direitos e a posição da Contracs sobre cada ponto.

Contracs debate

por Adriana Franco

Como era Como ficou Posição da ContracsJornada de traba-

lho Sem limite previsto8 horas por dia e 44 horas semanais, sendo obrigatório o registro da jornada por qualquer

meio: manual, mecânico ou eletrônico

Defende a jornada legal, mas luta por 40 horas semanais. Considera que o registro da

jornada deve ser obrigatório

Viagens a trabalho Não era regulamentado

Serão consideradas apenas as horas efetiva-mente trabalhadas no período. O acompanha-

mento será condicionado à prévia existência de acordo escrito entre as partes. A remuneração--hora do serviço em viagem será, no mínimo, 25% superior ao valor normal, podendo ser revertido em acréscimo ao banco de horas,

mediante acordo escrito

Deve ser estabelecido o pagamento do adicio-nal de hora-extra para o caso de jornada exce-dente à 8ª hora diária ou a 44ª hora semanal, sendo considerado o período de viagem como

à disposição do empregador

Idade mínima

O Brasil ratificou a Convenção Nº 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata das piores formas de trabalho infantil,

em que não se pode trabalhar antes dos 18 (dezoito) anos. Ao regulamentar a Convenção, pelo Decreto Nº 6.481/2008, o País incluiu entre as piores formas o

trabalho doméstico

18 anosTem como bandeira de luta a erradicação do trabalho doméstico infantil, considerado uma

das piores formas de trabalho infantil

Representação sindical Não era regulamentado

Não foi mencionado, ficando uma lacuna sobre a contribuição sindical. Pode-se aplicar aos

sindicatos a legislação vigente sobre o tema. Caberá à jurisprudência interpretar a omissão

A isenção da contribuição sindical tanto para empregado como empregador inviabilizam o funcionamento dos sindicatos e é discrimina-tória, pois as demais categorias possuem tal dispositivo. O correto seria estabelecer que a contribuição sindical também se aplica ao

trabalhador doméstico, conforme prevê a CLT

Foto: Contracs

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Contracs debate

Como era Como ficou Posição da Contracs

Contrato por pra-zo determinado Era aplicada a CLT

Pode ser feito por contrato de experiência e para atender necessidades familiares de nature-za transitória e para substituição temporária de empregado doméstico com contrato de trabalho interrompido ou suspenso e pode durar até dois anos. Não há direito a aviso-prévio. Destina a poupança forçada de 3,2% de volta para o em-

pregador.

Defende que o prazo do contrato por prazo de-terminado seja de no máximo seis meses.

Turno de 12 horas Não era regulamentado

É permitido, através de acordo escrito entre as partes, seguido por descanso de 36 horas inin-terruptas de descanso respeitados ou indeniza-

dos os intervalos para repouso e alimentação.

Para a Contracs, a negociação deveria ser in-termediada pelo sindicato através de negocia-

ção coletiva.

Férias

O empregado doméstico terá direito a férias anuais remuneradas de 30 (trinta) dias com, pelo menos, 1/3 (um terço) a mais que o salário nor-mal, após cada período de 12 (doze) meses de trabalho, prestado à mes-

ma pessoa ou família.

Permite a divisão das férias em dois períodos, sendo um deles deve ser de pelo menos 14 dias e também regulamenta as férias dos trabalhado-res em tempo parcial com períodos diferencia-

dos.

Foi contra a redação das férias distintas aos trabalhadores em tempo parcial

Intervalo intrajor-nada Sem limite previsto

Prevê intervalo de uma a duas horas e permite que seja reduzido para 30 minutos em acordo entre empregado e empregador. Caso o empre-gado resida no mesmo local, o período poderá ser desmembrado em dois períodos e um deles deve ter, no mínimo, uma hora e, no máximo,

quatro horas.

O desmembramento da jornada é prejudicial ao trabalhador e defende que não seja maior do que duas horas. Além disso, a Contracs cri-tica o termo “mediante acordo escrito” e defen-de a negociação coletiva como forma de acor-

do entre empregados e empregadores.

Demissão por jus-ta causa Era aplicada a CLT

A Presidenta Dilma vetou o item da “violação de fato ou circunstância íntima do empregado do-

méstico ou de sua família”.

A Contracs defende a retirada dos termos “em-briaguez habitual ou em serviço” e de “violação de fato ou circunstância íntima do empregado doméstico ou de sua família” como motivos da demissão por justa causa. Quando o emprega-do sofrer de alcoolismo, deve ser encaminhado ao INSS e a hipótese de violação da intimidade mostra o caráter opressor da relação entre tra-

balhador e empregador doméstico.

Seguro-desempre-go

Não existia (salvo em caso de depó-sito do FGTS, opcional, pelo empre-

gador)1 salário mínimo por 3 meses

Defende a igualdade de direitos e requer que sejam adotadas as mesmas regras aplicadas aos demais trabalhadores, ou seja, pagamen-to por até 6 meses e no valor proporcional ao

recolhido.

FGTS Não era obrigatório

Alíquota de 8% e recolhimento de 3,2% para co-brir multa de 40% no caso de demissão sem justa causa. Em caso de demissão por justa causa, fim de contrato a pedido do empregado ou por tempo determinado, aposentadoria ou aposentadoria o

valor recolhido será revertido ao empregador.

A poupança forçada de 3,2% para pagamen-to de indenização estimula os empregadores a demitirem por justa causa para reaverem os valores depositados. A proposta é de que o FGTS seja idêntico aos dos demais trabalha-

dores.

Banco de Horas Não havia previsão, pois inexistia li-mite de jornada Banco de horas anual

Instituir o banco de horas é o mesmo que ex-tinguir a jornada semanal de 44 horas e afetará a categoria. A Contracs é contra o banco de

horas.

Hora extra Não havia previsão, eis que inexistia limite de jornada

Remuneração de, no mínimo, 50% superior ao valor da hora normal.

Elaboração: Adriana Franco / Colaboração: Maximiliano Garcez

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E m 12 de agosto comemorou-se o Dia Internacional da Juventude e em 22 de setembro celebra-se o Dia da Juventu-

de no Brasil. No entanto, os jovens têm o que comemorar?

Recentemente, o Brasil vive a volta de uma onda conservadora, que tem como objetivo retirar direitos já conquistados principalmen-te da classe trabalhadora e das minorias. Os ataques, que estão cada vez mais frequentes, partem principalmente do Congresso Nacio-nal – considerado o mais conservador dos úl-timos tempos.

E é justamente do Congresso Nacional e do cenário legislativo que surgem duas das prin-cipais propostas para atacar e reduzir os direi-tos dos jovens brasileiros. Ambas as propos-tas ferem direitos garantidos pelo Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) em vigência há 25 anos e pelo Estatuto da Juventude vigente há 2.

Redução da maioridade penalA PEC 171/93 prevê a redução da maiorida-de penal de 18 anos para 16 anos, permitin-do que estes adolescentes sejam presos em estabelecimentos diferentes dos inimputáveis (menores de 16 anos) e dos adultos, confor-me substitutivo aprovado em dois turnos pela Câmara dos Deputados.

Antes da votação da matéria em primeiro tur-no, a Contracs – através de sua secretaria de juventude - acampou juntamente com movi-mentos sociais de jovens para impedir que a medida fosse aprovada. A Confederação de-fende como resolução de seu 9º Congresso apoiar grupos sociais e ações no legislativo contra a aprovação do Projeto de Lei de Re-dução da Maioridade Penal.

No entanto, manobras do presidente da Câ-mara, Eduardo Cunha, fizeram com que a pro-posta fosse aprovada. Segundo o secretário de juventude da Contracs, Pedro Mamed, os jovens acampados e mobilizados reagiram com indignação e protesto em frente ao Con-gresso Nacional. “A PEC não vai resolver a situação dos jovens. A Juventude precisa ter

Juventude: Reduzir a maioridade é a solução?políticas públicas.”

A Contracs reafirma, de forma intransigente, a luta contra a redução da maioridade penal.

A proposta segue para análise do Senado. A Deputada Federal Érika Kokay (PT-DF) acre-dita que a tramitação no Senado será diferen-te da que aconteceu na Câmara. “Esperamos que o Senado tenha um lapso de lucidez e uma responsabilidade diferente daqueles que votaram a redução da maioridade demonstra-ram na Câmara e com a responsabilidade da construção de uma cultura de paz e com uma construção de uma cultura e de atos que pos-sam diminuir a violência responsabilizada pe-los adolescentes.” Em entrevista à Contracs, a deputada lembrou que a opinião pública que favorece a aprovação de tal proposta está in-fluenciada por dados superdimensionados.

O Fórum Nacional de Segurança Pública, por exemplo, estima que menos de 1% dos ho-micídios no País tenham sido cometidos por adolescentes de 16 a 17 anos. Ou seja, cerca de 500 mortes em um universo de mais de 55 mil assassinatos por ano.

A deputada Érika Kokay destacou algumas consequências ruins que podem surgir com a aprovação da PEC 171/93 como o aumen-to do encarceramento brasileiro - que já é 4º colocado no ranking mundial e não segue o padrão de queda dos demais países do mun-do - e o uso de jovens e crianças menores de 16 anos pelo crime organizado para cometer crimes.

Segundo ela, uma alternativa à proposta da redução seria o aumento da pena para adul-tos que se utilizam de adolescentes para co-meter atos criminosos e a mudança do ECA, ampliando o tempo de internação de ado-lescentes em conflito com a lei no sistema sócio-educativo já vigente, conforme proposta aprovada pelo Senado recentemente. “Espe-ramos que o Senado tenha esta sensibilidade para discutir uma legislação infraconstitucio-nal que não seja a redução da maioridade pe-nal.” finalizou.

Redução da maioridade laboralJá a PEC 18/2011 – também em tramitação – reduz a idade para o trabalho de 16 para 14 anos, alterando o artigo 7º inciso XXXIII da Constituição Federal. Tal proposta fere a le-gislação trabalhista brasileira que veda qual-quer trabalho aos menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz e por prazo determi-nado a partir de 14 anos.

Para além da legislação nacional, o Brasil também violará uma norma internacional caso aprove a medida e pode ser denunciado in-ternacionalmente por seu descumprimento. O País ratificou a Convenção 138 da OIT, que estabelece que a idade mínima para o traba-lho não pode ser inferior a 15 anos e deve ser igual ou superior à escolaridade mínima obri-gatória, que no Brasil é de 17 anos.

Em nota, a Central Única dos Trabalhadores se posicionou contra a Proposta que, segundo a entidade, “é um terrível retrocesso no siste-ma de garantias de direitos da criança e do adolescente brasileiro.”

A CUT afirma ainda que a justificativa de apoiar o trabalho infantil para retirar crianças da rua ou do crime é perpetuar a pobreza em que estas crianças vivem, já que a entrada no mercado de trabalho resultará no recorren-te abandono dos estudos, da formação e da profissionalização. Outra preocupação desta-cada pela nota da entidade é o aumento do desemprego e do subemprego através da substituição, em tempos de crise, dos adultos por crianças e adolescentes nos postos de trabalho.

Diante destes argumentos, a central sugere: “Para melhorar a qualificação da mão-de-obra no Brasil, é necessário investir na estrutura-ção das escolas, em programas de aprendiza-gem e de formação técnica. Somente assim, é possível romper o ciclo intergeracional da po-breza, em que os filhos com baixa escolarida-de e remuneração acabam permanecendo na mesma situação de seus pais. A alteração da proposta significa, não apenas a regressão de direitos, mas também, a redução da proteção social integral aos adolescentes.”

por Adriana Franco

Contracs debate

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Marcha das Margaridas: Somos todos e todas margaridas

C om uma pauta por soberania alimentar; terra, água e agroecologia; sociobiodi-versidade e acesso aos bens comuns;

autonomia econômica: trabalho e renda; edu-cação não sexista, educação sexual e sexu-alidade; violência; direito à saúde e direitos reprodutivos e democracia, poder e participa-ção mais de cem mil margaridas caminharam na 5º Marcha das Margaridas organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

A delegação da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs/CUT), que partiu de São Pau-lo, contou com 23 participantes de diversas entidades. Integraram ainda a comitiva, a se-cretária de mulheres da Contracs Paloma dos Santos e a diretora Lucilene Binsfeld. Diver-sas outras entidades filiadas participaram da Marcha a partir das comitivas de seus estados assim como as entidades de Brasília, que se somaram ao ato.

InícioA abertura no dia 10 de agosto contou com a presença de autoridades, entidades sindicais e diversos movimentos de mulheres de todo o País. Mais de cinco mil pessoas assistiram a abertura que contou com a ilustre presença do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.

Este ano, a marcha completa 15 anos e acon-teceu anteriormente nos anos de 2000, 2003, 2007 e 2011.

O ex-presidente da República, Luis Inácio

Lula da Silva finalizou as falas e des-tacou que as reivindicações da Marcha mudaram assim como o País: “Vocês aprenderam depois de muitas Marchas que é possível mudar a história desse país. Quanto mais a gente quer, a gente conquista. Democracia não é um ato de silêncio, mas é o povo da rua reivindi-cando direitos”.

Todos em marchaDesde às sete da manhã, milhares de margaridas homens e mulheres se con-centraram em frente ao Estádio Mané Garrincha e saíram em Marcha pelas

ruas de Brasília com destino ao Congresso Nacional.

A secretária de mulheres da Contracs, Palo-ma dos Santos, pontuou que a participação do ramo é de extrema importância, especial-mente pelo fato das mulheres comporem ma-joritariamente os setores representados pela confederação. “As lutas são as mesmas: por direitos iguais, direitos de oportunidades e igualdade em todos os setores e mais especi-ficamente onde a mulher se insere no merca-do de trabalho.”

Alessandra Lunas, coordenadora da Marcha, destacou que a maior conquista de todo o ato é a Marcha em si. “A maior conquista é ter esta unidade das mulheres do País inteiro - do campo, da cidade, da floresta, das águas -, que estão juntas na rua com o mesmo ob-jetivo. Eu acho que isso por si só, essa for-ça e unidade de ousadia das mulheres, é a conquista maior da marcha. Com o pé muito no chão da terra, como a gente costuma dizer no campo, tendo a certeza e demarcando na conjuntura política do nosso País.”

A Marcha circundou o Congresso e finalizou seu ato junto ao gramado com o carro de som mais uma vez recebendo as lideranças em sua última fala.

A Central Única dos Trabalhadores levou 15 mil mulheres à marcha de diversos pontos bra-sileiros. A secretária de mulheres da Central, Rosane Silva, fechou as falas reafirmando a necessidade de políticas públicas para as mu-lheres trabalhadoras como a garantia de cre-

ches públicas. “O primeiro passo é considerar as mulheres como sujeitos políticos que têm direito a políticas públicas que garantam cre-ches para que possamos deixar nossos filhos e ter maior participação na vida pública, que promovam a igualdade no mundo do trabalho, onde ainda ganhamos menos, mesmo tendo maior escolaridade”, disse.

Ato finalDurante a cerimônia de encerramento da 5ª Marcha das Margaridas uma margarida – o eterno símbolo de luta e resistência das mu-lheres do campo – ocupou o gramado do Es-tádio Mané Garrincha com representantes Contag, a secretária de mulheres da CUT Ro-sane Silva, a representante da Marcha Mun-dial das Mulheres Nalu Farias, ministros e a presidenta Dilma Roussef.

A Marcha reafirmou que não aceita o retroces-so, a retirada de direitos que foram tão dura-mente conquistados pela luta e nem mesmo qualquer forma de golpe.

A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Ele-onora Menicucci destacou as diferenças do Brasil de 2000 – quando marcharam pela pri-meira vez – e do Brasil de 2011 – quando mar-charam pela última – com o Brasil de hoje, a ministra destacou diversos avanços conquis-tados pelas mulheres.

Por último, a presidenta Dilma foi chamada a receber a pauta e fazer o seu discurso. A presidenta reafirmou a parceria que possui, desde a última marcha, com as margaridas e juntou-se à mobilização por justiça, autono-mia, igualdade, liberdade, democracia e não ao retrocesso.

Dilma assegurou continuar trabalhando in-cansavelmente para honrar e realizar o sonho que milhares de mulheres depositam em seu governo citou a música de Lenine: “Em noite - que eu vou traduzir em tarde - como esta eu cantando uma festa. Ergo o meu copo e cele-bro os bons momentos da vida. E nos maus tempos da lida, eu envergo, mas não quebro. Margaridas, nós envergamos, mas não que-bramos. Nós seguimos em frente.”

por Adriana Franco

Foto: Contracs/Adriana Franco

Contracs debate

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Contracs EM CAMPANHA

DIREÇÃO CONTRACS/CUT - Direção Executiva: Presidente: Alci Matos Araujo; Vice-presidente: Romildo Miranda Garcez; Secretaria de Administração e Finanças: Nasson Antonio de Oliveira; Secretaria-Adjunta de Administração e Finanças: Geralda Godinho de Sales; Secretaria Geral: Antonio Almeida Junior; Secretaria de Relação Internacional: Eliezer Pedrosa Gomes; Secretaria de Organização e Políticas Sindicais: Alexandre da Conceição do Carmo; Secretaria de Relações do Trabalho: Ana Maria Roeder; Secretaria de Organização do setor de serviços: Sebastião Costa do Nascimento; Secretaria de Formação: Olinto Teonácio Neto; Secretaria de Comunicação: Maria do Rosário Assunção; Secretaria de Políticas Sociais: José Vanilson Cordeiro; Secretaria de Mulheres: Paloma dos Santos; Secretaria de Saúde e Segurança do Trabalhador: Domingos Braga Mota; Secretaria de Política de Promoção para Igualdade Racial: Ana Lucia da Silva ; Secretaria de Juventude: Pedro Mamed Macial; Secretaria de Meio Ambiente: Lourival José Lopes; Secretaria Jurídica: Edmilson dos Santos; Secretaria de Assuntos Culturais de Esporte e Lazer: Neudi Antonio Giachini; Secretaria de Coordenação Administrativa e Política da Sede da Confederação: Francisco Luiz Saraiva Costa. Coordenadores Regionais: Região Norte: Elias Sereno de Souza; Região Nordeste: Elizeu Rodrigues Gomes; Região Centro-Oeste: Zenilda Leonardo da Silva Fonseca; Região Sudeste: Antonio Carlos da Silva Filho; Região Sul: Mara Feltes. Direção: Valeir Ertle; Antonio de Sá Viana; Rogério Braz de Oliveira; José Carlos Ferreira Chaves; Salvador Vicente de Andrade; Rodrigo Oliveira Rocha; Lucilene Binsfeld; José Elieudo Bezerra de Araujo; José Carlos de Andrade; Raimundo Alves de Sousa Junior; José Claudio de Oliveira; Luiza Batista Pereira; Damares Azevedo de Jesus; João Gabriel Rosa dos Santos; Irene da Conceição Nascimento; Paulo Roberto Gomes dos Santos; Kaliane Elvira da Silva; Claiton Jober Menezes; Adaneijela Dourado da Silva; Ligia Arneiro Teixeira Deslandes. Conselho Representativo Fe-derativo: Fetracom-DF - Washington Domingues Neves e Julimar Roberto de Oliveira Nonato; Fetracom-PB - João de Deus dos Santos e Ana Cristina Pereira da Silva; Fecesc-SC - Francisco Alano e Roseli Gomercindo; Fetrace-CE - Francisco Francimar Silva e Ana Neta de Oliveira; Fetracom-AM - José Assis Vaz Pereira e Francisca Naide Praia da Silva; Fetracs-RN - Eduardo Martin de Moura e José Rodrigues Sousa. Conselho Fiscal: Raimunda Soares da Costa, Ricardo Alexandre dos Santos, Maria Anatalia Ferreira das Mercês. Suplência do Conselho Fiscal: Paulino Beneval da Silva, Marli Segato Babinski, Francisco Adeilton Gomes.

Contracs reivindica ampliação de direitos e protesta con-tra toda e qualquer retirada

A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs/CUT) se preocupa com a con-juntura nacional e reitera sua histórica bandeira de lutas

pela ampliação de direitos e protesta contra toda e qualquer retirada de direitos. Firme na garantia de direitos, a Contracs reitera sua cam-panha permanente que diz: “Direito não se reduz, se amplia.”

A confederação olha com preocupação as últimas medidas adotadas pelo Governo que, em nome da retomada econômica, retira direitos consagrados, atingindo a classe trabalhadora como um todo e, em algumas medidas, penalizando diretamente os trabalhadores e traba-lhadoras do ramo do comércio e serviços.

Para a Contracs, o ajuste realizado se dá em um cenário que já conce-deu incentivos fiscais às empresas, que não arcaram até o momento com qualquer contrapartida, resultando apenas em redução de arreca-dação sem geração de empregos.

Entre as medidas repudiadas pela Contracs, estão:

- a edição das MPs 664 e 665 que alteraram o seguro-desemprego, o abono salarial (PIS-Pasep), o auxílio-doença, as pensões, o seguro--defeso, o auxílio-reclusão bem como precarizaram ainda mais as con-dições de trabalho, repercutindo diretamente na vida do trabalhador/a;

- a instituição do Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que impõe aos trabalhadores uma conta muito pesada a se pagar. A redução de 30% dos salários no ramo rebaixará ainda mais os valores já baixos recebidos pelos trabalhadores dos setores do comércio, asseio e con-servação e hotelaria. Além disso, a falta de proibição para a realização de horas extras e do estabelecimento do banco de horas poderá impe-dir a efetiva redução da jornada estipulada pela MP. A Contracs consi-dera a MP nº680 mais um instrumento que favorece o setor patronal e prejudica a classe trabalhadora;

- o estabelecimento do fator 85/95 com sistema de progressividade através da MP 676/2015 é nocivo aos trabalhadores/as, pois restringe

o acesso aos benefícios previdenciários. A Contracs luta pela extinção do fator previdenciário e defende o pagamento integral da aposenta-doria. Os trabalhadores/as do ramo ingressam no mercado de traba-lho mais cedo e, por isso, precisam ter garantidos os direitos previden-ciários e de aposentadoria conforme legislação que determina o direito a aposentadoria com 30 anos de contribuição para as mulheres ou 60 anos de idade e 35 anos de contribuição para os homens ou 65 anos de idade. Impor o fator 85/95 com progressividade é retirar os direitos já garantidos.

- a edição da portaria nº 945 de julho de 2015 do Ministério do Traba-lho e Emprego que dispõe sobre a autorização transitória para o traba-lho aos domingos e feriados fere o artigo 68, parágrafo único, da CLT e é mais um golpe aos trabalhadores/as. A Contracs defende o fim do trabalho aos domingos e feriados aos trabalhadores do comércio.

- a alteração no calendário de pagamento do PIS também prejudica aos trabalhadores do ramo, que dependem do valor para composição de sua renda. A alteração, sem qualquer diálogo com as entidades representativas dos trabalhadores, demonstra a falta de preocupação do Governo com os trabalhadores e colocam a crise como mais uma desculpa para atacar direitos já consagrados e estabelecidos.

A Confederação reitera que tais medidas não garantem o pleno resta-belecimento da economia. Ao contrário, assumem a lógica recessiva do pacote fiscal, redução de gastos do governo com alta nas taxas de juros, que favorecerá somente setores rentistas e empresas ex-portadoras que contam com estímulos e poderão sobreviver nesse recessivo, mas afetarão diretamente esses trabalhadores/as no curso de suas vidas.

Neste sentido, a Contracs reitera sua Campanha Permanente Direito não se reduz, se amplia e continuará atenta e lutando para que os di-reitos já garantidos não sejam retirados. Queremos que os direitos se-jam ampliados, mantendo a lógica da ampliação dos postos de traba-lho com aumento real do salário mínimo garantindo a inclusão social.

por Adriana Franco