contextualizaçao do trabalho final de graduação em arquitetura e urbanimo

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1 O trabalho surgiu diante de uma preocupação e inquietação de ver como as cidades tem se desenhado principalmente nos seus limites da malha urbana. O que sempre foi visto, foi a ausência de espaços públicos qualificados, construções predominantemente residenciais, com tipologias semelhantes, falta de equipamentos públicos, uso extremo de lote e rua. A falta de planejamento urbano junto a segregação sócio espacial que que ocorre nas periferias vem se multiplicando num sentido que cada vez mais se fragmenta, perde o sentido de vizinhança, sociabilidade, lazer e bem estar entre a população das cidades. Os espaços nas margens que possuem infraestrutura, com espaços qualificados geralmente se fecham em condomínios de alto padrão ou em chácaras. De resto, a população que margeia estas áreas, muitas vezes não tem outra alternativa de moradia, já que áreas mais baratas costumam se localizar nas margens, sofrem com a desvalorização que ocorre pela especulação imobiliária, em contrapartida os terrenos mais centrais, providos de equipamentos qualificados são muito caros. Nesta realidade é onde deverá ocorrer propostas para adequar os novos crescimentos na cidade de Uberaba, em torno de sua periferia que se fragmenta cada vez mais, dado o modelo radiocentrico tradicional. Em suas margens estruturados pelos eixos de desenvolvimento propostos pela prefeitura no Plano Diretor, crescem os novos conjuntos habitacionais do programa do governo federal, Minha Casa Minha Vida, que predominam residências, falta de espaço publico e equipamentos, desenhando os espaços urbanos de uma forma desqualificada. A periferia se denomina pela seu limite que encontra uma paisagem de contraste morfológico, a zona rural, onde por muitas vezes as produções agrícolas agridem tanto o solo como a impermeabilidade e concreto das cidades. Neste parâmetro surge uma nova reflexão, a de planejar cidades cada vez mais sustentáveis e utilizar novas tecnologias para o beneficio destas áreas, preocupar com o espaço publico, valorizando o pedestre, implantando ciclovias, novos transportes publicos, equipamentos urbanos diversos de qualidade, e não somente os básicos, afim de, anexar seu entorno carente, como uma grande área de revitalização para gerar um crescimento econômico, social da população.

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Orientação Varlete Benvente

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Page 1: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

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O trabalho surgiu diante de uma preocupação e inquietação de ver como as cidades tem se desenhado

principalmente nos seus limites da malha urbana. O que sempre foi visto, foi a ausência de espaços públicos

qualificados, construções predominantemente residenciais, com tipologias semelhantes, falta de equipamentos

públicos, uso extremo de lote e rua. A falta de planejamento urbano junto a segregação sócio espacial que que ocorre

nas periferias vem se multiplicando num sentido que cada vez mais se fragmenta, perde o sentido de vizinhança,

sociabilidade, lazer e bem estar entre a população das cidades. Os espaços nas margens que possuem infraestrutura,

com espaços qualificados geralmente se fecham em condomínios de alto padrão ou em chácaras. De resto, a população

que margeia estas áreas, muitas vezes não tem outra alternativa de moradia, já que áreas mais baratas costumam se

localizar nas margens, sofrem com a desvalorização que ocorre pela especulação imobiliária, em contrapartida os

terrenos mais centrais, providos de equipamentos qualificados são muito caros.

Nesta realidade é onde deverá ocorrer propostas para adequar os novos crescimentos na cidade de Uberaba, em

torno de sua periferia que se fragmenta cada vez mais, dado o modelo radiocentrico tradicional. Em suas margens

estruturados pelos eixos de desenvolvimento propostos pela prefeitura no Plano Diretor, crescem os novos conjuntos

habitacionais do programa do governo federal, Minha Casa Minha Vida, que predominam residências, falta de espaço

publico e equipamentos, desenhando os espaços urbanos de uma forma desqualificada.

A periferia se denomina pela seu limite que encontra uma paisagem de contraste morfológico, a zona rural, onde

por muitas vezes as produções agrícolas agridem tanto o solo como a impermeabilidade e concreto das cidades. Neste

parâmetro surge uma nova reflexão, a de planejar cidades cada vez mais sustentáveis e utilizar novas tecnologias para o

beneficio destas áreas, preocupar com o espaço publico, valorizando o pedestre, implantando ciclovias, novos

transportes publicos, equipamentos urbanos diversos de qualidade, e não somente os básicos, afim de, anexar seu

entorno carente, como uma grande área de revitalização para gerar um crescimento econômico, social da população.

Page 2: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

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A proposta do trabalho é criar um novo planejamento urbano e um modelo de conjunto habitacional de uso

misto, levando em consideração o espaço morfológico que se encontram, na periferia, que fica entre a zona urbana e

a zona rural da cidade. Refletindo numa nova forma de crescimento, e como integrar este limite nas áreas urbanas,

afim de que o limite invisível entre a zona urbana e rural seja dissolvido, implantando novas conexões e relações entre

as pessoas, com premissas num desenvolvimento sustentável, social e econômico para a cidade e para os moradores

destas novas áreas. Levar infraestruturas nas periferias não só geraria emprego para os moradores locais como

exerceria novas dinâmicas, novos interesses de moradias e trabalho, assim auxiliaria para a diminuição do grande fluxo

de veículos no centro da cidade em horários de pico. O objetivo é instalar estas áreas que vao gerar novas

centralidades em torno dos eixos de desenvolvimento(rodovias) previstos no Plano Diretor da cidade. Assim as

periferias cresceriam de uma forma linear de uso misto, fortalecendo as relações de vizinhança, com inserção de

espaços públicos, equipamentos, comércios e serviços de qualidade, e propor soluções de um novo urbanismo

sustentável.

Porem apesar das expectativas colocadas sobre os ombros da nova geração de escritórios de arquitetura,

parece que sua força para influenciar a produção em massa do mercado da construção nas nossas cidades é

extremamente limitada. Na maior parte dos casos, a arquitetura parece ter se reduzido a um formalismo de fachada,

por trás dos estilos adotados, gerando uma negação de tudo aquilo que se aprende na faculdade como sendo a “boa

arquitetura”. A arquitetura que impera é a da extrema verticalização custeada pelo mercado imobiliário, produzindo

prédios isolados no lote, cercados e murados, que negam a rua e a cidade. Os apartamentos oferecidos, por trás de

algum estilo sedutor, estão cada vez, mais apertados, menos ventilados, substituindo metros quadrados nas unidades

habitacionais por espaços coletivos no térreo, fica mais barato para as construtoras e ilude com a inserção do glamour

das denominações da moda: espaços gourmets, fitness-centers, etc. A lógica de construir condomínios murados com

equipamentos de lazer e até comércio, ao invés de se abrir para a cidade, produz uma malha urbana segmentada,

pouco fluida, e que vai aos poucos aniquilando a possibilidade de espaços públicos de qualidade.

Page 3: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

Deve também ser levado em consideração, os profissionais da área de arquitetura e

urbanismo, (FERREIRA, 2011) sobre o papel dos jovens arquitetos, já que a extrema centralização em

torno de um único modelo profissional é apenas o reflexo de um processo social pelo qual a profissão

da arquitetura colocou-se em uma posição de elitização e de afastamento da realidade urbana, como

decorrência do longo período de autoritarismo e de políticas econômicas de extrema concentração da

renda. A “culpa” é de cada um e de todos nós que reproduzimos essa lógica social elitista e

segregadora em todas as instâncias econômicas, culturais e políticas e não só no âmbito urbano e

arquitetônico. A “culpa” é de toda a sociedade que considera “cidade” apenas a cidade do mercado, a

cidade oficial e formal. Que se recusa a enxergar o caos urbano e social. A “culpa” é dos governos,

que atentam somente par essa cidade dos mais ricos, que insistem em políticas para eles apenas, por

exemplo, construindo mais viadutos, túneis e vias expressas exclusivas para os carros individuais em

detrimento de investimentos públicos para toda a população. A “culpa” é também das universidades,

que formam arquitetos orientados para uma única perspectiva profissional e alimentam o culto à

arquitetura autoral; a “culpa” é das entidades representativas da classe, que pouco discutem a

democratização da profissão, e assim por diante. A arquitetura brasileira não pode conformar-se em

apontar apenas dois caminhos: ou da arquitetura de classe alta e grande qualidade, ou o da

arquitetura de mercado conformada a uma mediocridade ditada pelos interesses imobiliários. O

urbanismo brasileiro não pode continuar a ser reprodutor de práticas segregadoras e exclusivistas.

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Page 4: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

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RESUMO O trabalho visa promover uma reflexão diante dos novos paradigmas

urbanos e ambientais, afim de que os novos planejamentos urbanos se tornem

cada vez menos impactantes, propondo uma adequação nos espaços

públicos, no desenho da malha urbana, no zoneamento e morfologia urbana.

O espaço escolhido é na cidade mineira, Uberaba que se situa no Triangulo

Mineiro, e tem um grande potencial econômico brasileiro na agropecuária.

Em este setor que cresce cada vez mais na cidade, um importante passo as

novas áreas podem ser dados, no sentido em inserir a economia local e um

planejamento sustentável que crie novos olhares em torno da temática

urbana. Com um aumento populacional, a falta de planejamento adequado

faz com que as novas áreas construídas estejam causando um grande e

desastroso impacto no meio ambiente e, além disso, cada vez mais distantes

do centro urbano, estas áreas periféricas sofrem com a falta de

equipamentos, mobilidade e sustentabilidade. É necessário que se repense na

urbanização das cidades onde propiciará em longo prazo, espaços cada vez

mais ricos, complexos, heterogêneos, sociáveis e que reaproveitem os recursos

naturais para a utilização de energias renováveis e otimização do meio

ambiente em relação ao uso do solo.

Page 5: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

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PERIFERIZAÇÃO "a cidade compacta de limites precisos, estilhaça-se num conjunto de

fragmentos distintos onde os efeitos de coesão, de continuidade e de

legibilidade urbanística, dão lugar a formações territoriais urbanas

complexas, territorialmente descontínuas e ocupando territórios cada vez

mais alargados.“ DOMINGUES, 2008

Page 6: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

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Com o processo de expansão no final do século XIX, gerado pelo progresso tecnológico com

os novos modos de produção, de transporte e comunicação, houve um aumento de fluxo de

pessoas e veículos significativo nas cidades. Desta maneira, muitas pessoas não recebiam um

planejamento urbano adequado. O progresso tecnológico se opunha ao progresso social,

impondo à cidade um crescimento tão alto que provocou a saturação e deterioração de seus

centros urbanos. A expressão da urbanização via industrialização não deve ser tomada apenas

pelo elevado número de pessoas que passaram a viver em cidades, mas sobretudo porque o

desenvolvimento do capitalismo industrial provocou fortes transformações nos moldes da

urbanização, no que se refere ao papel desempenhado pelas cidades, e na estrutura interna

destas cidades. (CASTELLS, 1978) sugere que ao invés de se falar de urbanização, que se fale de

produção social das formas espaciais.

O desenvolvimento capitalista e os inúmeros problemas urbanos advindos da rápida

industrialização incentivaram o comportamento individual e a separação espacial das classes

sociais dentro da cidade: os bairros de pobres, os bairros de ricos. Ter uma residência

individualizada cercada de espaços era sinal de prestígio social, só possível para os mais ricos. Com

o êxodo rural, ocorreu uma explosão urbana, caracterizada pela superpopulação, pela formação

de espaços periféricos e pela metropolização (HARDT, 2004).

Guardadas as diferenças como as de padrão arquitetônico, aí estão as bases da estrutura

urbana das cidades de hoje. Podemos reconhecer estes traços em muitas cidades

contemporâneas, pois a especialização funcional do uso do solo urbano começou a partir da

separação social no interior do espaço urbano.

Page 7: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

A cidade de Londres durante a Revolução Industrial. Mostra as péssimas condições de vida da população. É possível ver a superpopulação, comum no período, bem

como a insalubridade a que eram submetidas as pessoas.

7 Figura 1 – Cidade de Londres na Revolução Industrial. Fonte: BENÉVOLO, 1999

Page 8: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

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Com a intenção de controlar e ordenar o caos urbano, surgem diversas propostas de cidades,

importantes para a conformação do espaço urbano. A cidade-linear, de Arturo Sorya e Mata,

representou inovações tecnológicas e espaciais, articulava a estrada-de-ferro com o

desenvolvimento urbano. Para o urbanista, o preço da terra e a falta de habitação para os

trabalhadores,, juntamente com a falta de higiene eram os principais problemas que as

cidades industriais sofriam , tanto aspecto urbano quanto no aspecto social. Sendo necessário

considerar todas as questões relativas a organização do crescimento da população.

“A configuração dos espaços possui desempenhos diferenciados relativos a expectativas sociais de diversas naturezas: possibilitar ou não a acessibilidade entre locais de habitação e trabalho; provocar emoções de beleza ou de insatisfação estética; garantir ou não sombreamento de regiões de insolação excessiva; conduzir ou desorientar o deslocamento das pessoas; permitir ou restringir aglomerações, etc. embora a definição de tais aspirações nem

sempre se dê de maneira explícita, ela está presente ao se formularem metas de planejamento urbano e faz com que, na verdade, a forma dos lugares seja um fator de realização de todas as práticas sociais, materializando o potencial configurativo das intenções humanas, único porque é capaz de conceder historicamente às formas físicas .”(KOHLSDORF, 1996, p.22).

Figura 2 –- Mapa de exemplificação da cidade linear de Arturo Sorya e Mata. Fonte: SANTA MARIA (2007)

Page 9: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

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Área residencial

Área comercial

Áreas verdes

Área industrial

Institucional

Na Inglaterra, onde as condições técnicas

e a disponibilidade de matérias-primas

favoreceu a Revolução Industrial, surgiu também

a primeira contestação aos malefícios trazidos

pela industrialização. Projetada por Ebenezer

Howard, a cidade-jardim buscou conciliar

valores sociais e políticos com o tradicional gosto

inglês pela natureza. Através da criação de

núcleos contendo todas as funções urbanas,

destinados à implantação de comunidades

cooperativas autossustentáveis. A cidade jardim,

seria uma alternativa promissora para o

congestionado do centro de Londres e suas

miseráveis periferias. Howard previu uma

população máxima, circundada por um

cinturão verde agrícola permanente que

impedia a fusão com outro núcleo, a cidade

seria compacta, eficiente e saudável. Ao atingir

o limite de ocupação, uma nova cidade seria

construída nas proximidades e, assim,

sucessivamente até finalizar a implementação

da configuração planejada.

Figura 3 –- Cidade Jardim Howard. Fonte: Vitruvius

Page 10: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

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Apesar de autônomas, as unidades estariam interligadas por um

sistema de transporte rápido, que diminuiria os prejuízos com a dispersão,

oferecendo as mesmas oportunidades sociais e econômicas de uma

metrópole. A cidade jardim atrairia pessoas para fora de cidades

populosas e suas concentrações de riqueza e poder; ao mesmo tempo, o

campo seria dotado de centenas de novas comunidades onde a

cooperação em pequena escala e a democracia direta poderiam

florescer.

Howard julgava que um ambiente urbano mais equilibrado

provocaria a evasão da população e a contração das grandes

metrópoles. A cidade jardim não seria uma satélite de um centro urbano

nem reproduziria a organização da metrópole na tentativa de constituir

mais um espaço, em escala reduzida, para concentração de riquezas. A

intenção de instalar um poder descentralizado para uma sociedade

democrática era premissa inegociável, traduzida pelo desenho urbano. As

cidades circulares distribuídas a partir de uma centralidade enfatizavam a

forma do círculo, considerado a mais eficiente figura geométrica. Se os

conceitos de planejamento que viabilizariam a utopia socialista de Howard

eram opostos às ideias que fundamentavam os projetos de zoneamento

funcional e a limitação espacial eram muito semelhantes. Assim, após

séculos de experimentações, até mesmo os arquitetos defensores de

ideologias mais liberais ainda sustentavam seus modelos urbanos na rigidez

da geometria formal.

Figura 5 – Cidade Jardim.Fonte: Vitruvius

Figura 4 –- Cidade Jardim Howard. Fonte: Vitruvius

Page 11: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

A ferrovia divide Letchwork e próximo possui em sua proximidade, os comércios e serviços. Já as áreas residenciais ficam

em unidades de vizinhança, com o transito sem muita transição.

A primeira Cidade Jardim projetada, foi Letchworth

em 1902 e construída em um terreno adquirido por

Howard como um forma de expor as ideias utópicas de

cidades auto sustentáveis, com harmonia com a

natureza e ao homem, onde não existiria insalubridade e

má qualidade de vida nas cidades. O desenho foi

traçado segundo as proposições de Howard, em que se

incluía uma área agrícola dividida em chácaras no

entorno da extensão urbana. Nessa cidade teria

destaque a rede ferroviária e uma galeria destinada ao

comércio, lugar onde o trabalho e o lazer seriam

combinados. Letchwort tem um traços simples, claro e

informal. A cidade está localizada á 56 Km no norte de

Londres, devido a estratégia do planejamento territorial

ocorrido na época, malha viária foi concebida com

novas ideias junto com a cidade idealizada , dessa forma

viabiliza o sistema de transporte entre Londres e nas

Cidades Jardins. Porem assim como em na cidade

utópica de Howard, esta cidade também tinha o espaço

setorizado sendo o comercio e serviços em setores, e as

residências, sem muita transição de veículos em sua

vizinhança.

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Figura 5 –- Letchworth. Fonte: Vitruvius

Figura 4 –- Letchworth. Fonte: Vitruvius

Page 12: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

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Em 1935, Frank Lloyd Wright apresenta ao público através de uma maquete executada

em grande escala e exibida, em Nova Iorque, seu plano para uma cidade ideal: Broadacre

City. (DELLA MANNA, 2008) explica que esta, era uma cidade imaginária, modelo de estrutura

urbana enraizada na paisagem natural e reação a um problema social de sua época, quando

a grande cidade industrial é acusada de alienar o indivíduo na artificialidade. O projeto

Broadacre City de Frank Lloyd Wright era a tentativa de, através de uma ordem social mais

equitativa e mais justa, reconciliar liberdade e dignidade individuais com os benefícios da

mecanização. Broadacre City enfatiza a relação terra-indivíduo-edifício, baseando-se no

conceito da arquitetura orgânica e buscando uma relação entre os avanços tecnológicos

contemporâneos e os recursos naturais disponíveis; tudo sempre a serviço do homem e

reivindicando seu direito natural à terra. O movimento para criação de áreas naturais

protegidas, surgiu primeiramente nos Estados Unidos no século XIX, com o intuito de proteger a

vida selvagem ameaçada, segundo seus criadores, pela civilização urbano-industrial,

destruidora da natureza. Os preservacionistas norte americanos partindo do contexto de uma

rápida e intensa expansão urbano industrial propunham “ilhas” de conservação ambiental, de

grande beleza cênica, onde o homem da cidade pudesse apreciar e reverenciar a natureza

selvagem.

“ Somos dotados, por natureza, de uma vasta agronomia. Na proporção humana do industrialismo e da agronomia, produziremos a cultura que cabe à democracia orgânica... certamente, por trás desta tese da desorganização social há uma noção romântica do passado que vê a sociedade como que constituída por pequenas comunidades “orgânicas”, que teriam sido destruídas pela vida moderna e pela

industrialização, e substituídas por uma sociedade impessoal, atomística, incapaz de dar ao homem as gratificações básicas de que ele necessitaria e de motivar as lealdades conhecidas das antigas comunidades.” (DELLA MANNA, 2008)

Page 13: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

13 Figura 07 - Broadacre City - Detalhe da maquete. Fonte: Vitruvius

Figura 06 - Broadacre City - Perspectiva. Fonte: Vitruvius

“Os planos urbanísticos de Wright se

resumem numa cidade grande a que

chama Broadacre City, espalhada na

área de um país. Nela os vizinhos se olham

de telescópio e se visitam de autogiro

(veiculo criado pelo arquiteto), tão

separados podem estar entre si, vivendo

em parte do trabalho agrícola e em parte

de um trabalho industrial realizado dentro

da própria casa. A isso chama,

enfaticamente, “descentralização da

indústria”, volta ao campo, luta contra a

megalópole.” (DELLA MANNA, 2008)

Page 14: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

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“O período de 1930 a 1980 caracterizou-se por intenso processo de industrialização e urbanização, com

forte intervenção estatal econômica e política no Brasil. Foram décadas de acentuado crescimento populacional e

urbano, marcado pelo binômio “crescimento e pobreza”, retratados na periferização das cidades e no surgimento

das favelas. O Banco Nacional da Habitação centralizou recursos de investimento em habitação e saneamento,

difundindo um tipo de intervenção urbana adotado em muitas cidades, independentemente das especificidades

locais. Os conjuntos habitacionais caracterizaram-se pela monotonia da arquitetura, ausência de relação com o

entorno, localização periférica, despreocupação com a qualidade dos projetos e com o meio físico, resultando na

degradação ambiental e na negação da participação comunitária. “ (MARICATO, 1996, p. 18)

O arquiteto Rem Koolhaas, (TASHEN, 2003), reflete o pensamento do arquiteto, sobre seu

texto “Generic City”, onde ele analisa e critica as cidades contemporâneas, na sua teoria de

cidade “genérica”, ela não tem qualidade nem identidade particular, rebatendo os

urbanismos na era da globalização. O fato é que atualmente as urbanizações inevitavelmente

se distanciam do centro e a circunferência cresce até um ponto de ruptura. É neste

pensamento é onde se vê a periferia como um local estratégico de grande potencial, onde

está acontecendo o crescimento é onde deve ter uma maior preocupação urbana e

arquitetônica, para que as cidades cresçam de uma maneira adequada e qualificada. O

centro acaba perdendo o sentido de prover os espaços necessários a população, e cada vez

mais em cidades que antes comportavam a quantidade de veículos, em longo prazo perde

estas condições pelo crescimento populacional que congestiona cada vez mais os centros de

cidades de médio porte, como no caso de Uberaba. A presença do centro urbano se torna

ilusória e nega as outras áreas da cidade

Page 15: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

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No Brasil, os principais indicadores de uma região

periferizada se dá em um perfil dominantemente residencial,

ausência ou déficit de espaço publico, ausência de plano,

tipologias construtivas repetitivas, déficit de equipamentos

públicos em quantidade e qualidade, más condições ambientais.

A periferia se vê limitada em torno da malha urbana, e é onde o

crescimento está ocorrendo, criando um grande anel

habitacional de más qualidades no entorno das cidades.

A periferia é um local que está cada vez num processo de

ruptura, fragmentação e que exige novas soluções urbanas,

sociais e arquitetônicas, uma valorização significativa nestas áreas

fará com que não somente os moradores das áreas utilizem estas

áreas diariamente, como também todas as pessoas que usufruem

da cidade, aproveitem novos espaços públicos, equipamentos e

serviços de qualidade. É necessário criar novas centralidades nas

periferias para que não ocorra uma explosão urbana nas áreas

centrais da cidades.

Figura 08 – Conjunto habitacional Jardim Copacabana, Uberaba. Fonte: autora

Page 16: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

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No período modernista, o urbanismo preocupa-se de maneira obsessiva pela

distribuição dos usos do solo, sendo o funcionamento da cidade um vetor primordial do

planejamento. Neste sentido, a Carta de Atenas, de 1931, instruía a isolar, separar e

arrumar as principais funções da cidade (habitar, trabalhar, lazer e descolamento)

(LAMAS, 2004).

(BARCELLOS, 2001) relata que os ideais das principais utopias urbanas modernistas

foram parcialmente realizados. As cidades construídas ou transformadas segundo os

conceitos e métodos do urbanismo das primeiras décadas do século XX não

materializaram, entretanto, a ambição dos arquitetos de criticar radicalmente a cidade

industrial, sempre foi persistente. As consequências da máxima urbanização e da máxima

suburbanização são coincidentes. O legado das utopias modernistas foi uma urbanidade

que nega o potencial da cidade como lugar de trocas. O fracasso dessas teorias e

práticas urbanísticas obrigaria os arquitetos das gerações seguintes a abandonar

idealidades e enfrentar o desafio de pensar e fazer realidades urbana.

“teve no planejamento urbano modernista/funcionalista, importante instrumento de dominação ideológica: ele contribuiu para ocultar a cidade real e para a formação de um mercado imobiliário restrito e especulativo.” (MARICATO, 2000)

MODERNISMO E SEGREGAÇAO

Page 17: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

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O debate contemporâneo sobre as transformações territoriais permite-nos compreender

que é preciso observar o redirecionar do olhar para o problema urbano que está acontecendo, a

falta de planejamento, o crescimento radiocêntrico faz com que as cidades percam sua

coletividade urbana, principalmente nas periferias. A pesquisa foca neste espaço que cada vez

mais perde sua legitimidade e entra em estado de ruptura. As localidades que margeiam a

cidade correspondem a uma hierarquia estigmatizada, pelo fato de que a distancia do centro, é

uma distancia sociológica, pelo fato de hierarquização dos espaços providos de mais

equipamentos serem mais caros e que geralmente estão neste centro, onde está inserido a vida

cívica, o acesso a informação, recursos culturais, políticos e econômicos. Um desenvolvimento

desigual nas cidades se torna sinônimo de exclusão.

“No limite o subúrbio é descrito como um conjunto dos jovens desenraizados, sem

perspectivas, sem estratégias, em ruptura com a escola e com o mercado de

emprego; a manifestação em estado puro da desorganização, da exclusão e da

raia individual e social; o resultado da dissolução das solidariedades étnicas,

familiares, religiosas, ideológicas; a massa informe, desarticulada e imprevisível de

uma sociabilidade baseada em contatos fragmentários.“ (MENANTEAU, 1994, p. 43)

É necessário propor novas formas de crescimento que aliem no planejamento das cidades,

novas formas econômicas, sociais, ambientais e espaciais. Os problemas causados por todos estes

fatores históricos, devem ser direcionados para novas soluções que melhorem as dinâmicas das

cidades, regulamentem o modo de crescimento, propondo cidades mais democráticas nos seus

usos e espaços.

Page 18: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

O crescimento horizontal desordenado tem se tornado um grave problema das

cidades brasileiras nas últimas décadas. Nas áreas centrais de grandes cidades

percebemos infraestruturas subutilizadas. Um exemplo são os conjuntos de edificações

abandonadas ou em desuso, lotes vazios supervalorizados em detrimento de outras áreas,

geralmente nos centros históricos. Por outro lado, a cidade continua a se espalhar através

de novos núcleos habitacionais de baixa qualidade, gerando um alargamento do

perímetro urbano e retirando das proximidades centrais a população de baixo poder

aquisitivo. Nesse processo a cidade perde suas reservas naturais e cinturões verdes,

desmatando florestas, matas ciliares, poluindo e canalizando rios e córregos, não

utilizando os remanescentes naturais, o que determina a degradação ambiental que, em

muitos casos, torna-se irreversível.

Com a supervalorização de áreas centrais, de acordo com os interesses imobiliários,

os moradores com situação financeira mais baixa são condicionados a morarem nos

locais mais inapropriados e carentes, geralmente nas periferias, no limite urbano. A

expansão da cidade causa a expulsão dos pobres de áreas um pouco mais centrais e os

segrega no limite, no contorno da malha urbana, onde muitas vezes não possuem

infraestrutura adequada, asfalto, esgoto, agua, luz e coleta de lixo. Quando são

conjuntos habitacionais, eles seguem uma linguagem monotípica, sem inovações de

sustentabilidade. Já quem tem melhores condições financeiras, muram suas mansões em

condomínios fechados de alto padrão, na maioria das vezes nas periferias, negando um

espaço nas cidades que deveria ser público. Estruturar as periferias de uma maneira que

crie novas esperanças para a população da cidade num crescimento adequado e

qualificado, é de fundamental pensamento para um progresso das cidades.

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Page 19: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

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A persistente permanência e ampliação da

irregularidade dos assentamentos urbanos em áreas

ambientalmente sensíveis leva à identificação de que a

questão ambiental urbana, o avanço sobre áreas

ambientalmente sensíveis e protegidas é intrinsecamente

associada à questão da moradia, à falta de oportunidades

e de alternativas. Deve-se pensar em temas atuais como a

preocupação com o meio ambiente nas grandes cidades

brasileiras, discutindo a questão do modelo de

desenvolvimento urbano. A dimensão do problema exige

uma reflexão entre varias áreas de estudo, onde inclui

padrões, patamares mínimos, adensamento, intensificação

do uso do solo, bem como a distribuição das opções

adotadas. A descontinuidade característica das periferia é

resultado de um modelo urbano que cada vez se

enfraquece e fragmenta.

“O Estado, ainda, é responsável pelo planejamento urbano, ou seja, a maneira

como o espaço é organizado. Esse planejamento, na maioria das vezes, não é

devidamente adequado a toda sociedade. Ele concentra as atividades, tanto

comerciais como sociais, em determinado local, colocando a elite a sua volta

e afastando os que possuem menores rendas. Assim, o Estado acaba por

expressar a influência das classes dominantes, que desejam um espaço

particular para sua reprodução social, daí a inviabilidade de um planejamento

democrático e igualitário.” (MARICATO, 2002).

Page 20: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

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Hoje em dia, as cidades experimentam um crescimento populacional exponencial, que as

levou não somente a conquistar novos terrenos rurais em sua periferia e a aumentar seus limites,

mas também a reconquista, recuperação e renovação dos centros urbanos. Processo através

do qual lares de classe média alta, que andam em busca de uma melhor qualidade de vida

(proximidade aos serviços, infra estrutura, ao local de trabalho, entre outros. Este fenômeno se

conhece como “gentrificação”, WARD, 2012, palavra proveniente do inglês “gentry” que se

traduz como burguês, entendido em seu contexto como elitização da área. O uso deste termo

tem origem no Reino Unido dos anos 60, entretanto é um termo que evoluiu para novas

tendências na atualidade, distanciando-se de seu padrão tradicional para abranger novas

superfícies de maior tamanho, chegando inclusive a observar-se no âmbito rural.

Segundo SABADINI, (2012), A invasão da periferia se da com maior potência em países

latino americanos dada a estrutura interna das cidades, os padrões de segregação residencial,

e as forças de mercado. Invadida preferencialmente por projetos residenciais e comerciais

dirigidos as partes de maior renda. Esta nova forma de representar o processo de gentrificação

deixa sem importância as variantes culturais e geográficas, com as quais se começou a

caracterizar este tipo de processo na cidade. SABADINI, 2012, reconhece certas vantagens no

processo da “gentrificação latino americana” e se refere ao fato de que com a chegada das

classes de maior renda à periferia poderia-se chegar a uma cidade com menor segregação e

com zonas mescladas, o que geraria outra dinâmica. Desta forma, a aproximação espacial

entre os diferentes grupos sociais é uma forma objetiva de redução da segregação residencial,

já que dado ao incremento da base tributária dos municípios se pode melhorar as condições de

acessibilidade, seus equipamentos comerciais, de escritórios e serviços públicos.

Page 21: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

21

Esta nova gentrificação que se está evidenciando nas cidades latino americanas,

ainda está mal delineada. Devemos ser conscientes deste processo antes que o mercado do

solo não permita uma adequada integração. O modelo de urbanização brasileiro produziu

nas últimas décadas cidades caracterizadas pela fragmentação do espaço e pela exclusão

social e territorial. O desordenamento do crescimento periférico associado à profunda

desigualdade entre áreas pobres, desprovidas de toda a urbanidade, e áreas ricas, nas quais

os equipamentos urbanos e infraestruturas se concentram, aprofunda essas características,

reforçando a injustiça social e inviabilizando a cidade para todos.

RURBANIZAÇAO

Alguns planejamentos urbanos na periferia e centros preveem uma nova ótica sobre o

crescimento das cidades, incluindo aspectos morfológicos diferentes, como no caso, o rural e

o urbano, surge assim, o aparecimento de novos planejamentos entre os espaços das

cidades, a rurbanização do território e a idealização do rural, e o conceito das hortas

urbanas, considerado como ferramenta para a necessária sustentabilidade das cidades

ocidentais, pela reutilização de vazios urbanos, áreas produtivas publicas, e recuperar uma

memória social ancestral no gesto de relacionamento da população com a produção

agrícola. O crescimento acelerado das cidades, a modernização da agricultura, a invasão

do campo pelas indústrias e as facilidades de deslocamento, dissolvem as fronteiras,

resultando em uma constante e intensa relação, entre urbano e rural. Em consequência da

redução da qualidade de vida nos centros urbanos despertam em parte da população

urbana uma consciência ambiental, exigindo um contato mais íntimo com a natureza.

Page 22: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

22

Cada vez mais as pessoas procuram estar mais próximas ao campo, num

sentido de moradias de fim de semana, turismo, esporte. Uma nova relação entre

o campo e a cidade podem ser consideradas formas de permanência e

continuidade das cidades no que se diz respeito ao seu crescimento periférico,

onde se tem o limite entre a malha urbana e rural no sentido espacial. Sobre o

tema, (VEIGA, 2007) relata que a ruralidade na Europa e na América do Norte

não resultam de um impulso que estaria ressuscitando fundamentos de alguma

ruralidade passada. O que é novo nessa ruralidade pouco tem a ver com o

passado, pois nunca houve sociedades quanto as de hoje, valorizando sua

relação com a natureza. Não somente no que se refere à consciência sobre as

ameaças à biodiversidade ou à regulação térmica do planeta. Porem também

no que se diz respeito de escolherem os melhores remanescentes naturais para

locais de residência, ou da liberdade conquistada por muitas outras categorias

sociais de usufruir seu tempo livre fora e às vezes longe das aglomerações

urbanas onde residem e trabalham.

“as cidades precisam de zonas rurais próximas, e territórios rurais precisam das variadas oportunidades e da produtividade das cidades, “de modo que os seres humanos possam ter condições de prezar o restante do mundo natural em vez de amaldiçoá-lo” (Jacobs, 1961, p.49).

Page 23: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

23

O sociólogo Gilberto Freyre já relatava que sua insistência no rurbanismo como estilo de

desenvolvimento social, como uma solução de equilíbrio do urbano e rural. Afirma em suas

reflexões sobre o que então ele queria que fosse uma reorientação rurbana do

desenvolvimento brasileiro que superasse o “imenso erro sociológico” das políticas

megalopolistas que só alimentavam a cada vez maior inchação urbana acompanhada de

“depauperação do interior rural” (FREYRE, 1956). Ele anunciava sua fórmula de política social

como uma busca “no equilíbrio, dentro dessa comunidade complexa, já antiga e ecológica e

sociologicamente diversa pelos seus vários espaços e naturezas culturais que devemos procurar

transformar de elementos antagônicos em complementares, agrários, pastoris, industriais, dos

valores e estilos urbanos com os valores e estilos rurais. Mais que equilíbrio: interpretação de um

país com base na economia agropecuária. O autor pensa em uma terceira via “entre o

puramente urbano e o puramente rural”. Ele queria uma “terceira situação desenvolvida pela

conjugação de valores das duas situações originais e às vezes contrárias e desarmônicas,

quando puras”.

Os arquitetos e urbanistas da atualidade devem refletir que os resultados construídos nos

planejamentos urbanos, apresentam uma falta de responsabilidade na forma e na qualidade

de vida, pois nossa arquitetura e os planos das cidades devem estar cientes das qualidades e

fracassos históricos, porem, não deve a sua essência ser a mesma do século antes de nos. Com

novos programas, novos desafios, novas tecnologias e uma paisagem frágil que deve ser

utilizada de uma forma a agregar, sustentabilidade, qualidade e função adequada.

Page 24: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

24

Um projeto que foi apresentado na Bienal de Valencia, em 2003 se constitui na

construção de um novo bairro para a cidade de Valencia, com moradias acessíveis, que

respondam as novas unidades familiares, como jovens, pessoas emancipadas, em um entorno

urbano com diversos equipamentos de lazer, cultura, que estimulem a interação social com

uma grande infraestrutura rurbana. Onde treze arquitetos participaram na construção de todo

o complexo. Cada edifício construído por um arquiteto tem uma função complementar às

outras, promovendo um conjunto habitacional que englobam moradias, com variações de

usos, produtividade e inserção de novas tecnologias sustentáveis, texturas exercendo um plano

integrante no contexto social. O elemento utilizado como fator predominante social foi a

utilização agrícola existente no entorno como integrante da zona urbana, pois seguindo o

modelo de horta tradicional da região, o complexo possui varias hortas dispersas em todo seu

território, garantindo assim coletividade e um novo modelo urbano.

Figura 09 – Sociopolis. Fonte: Livro Sociopolis Figura 10 – Sociopolis. Fonte: Livro

Sociopolis

Page 25: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

25

Figura 11 – Sociopolis - projeção dos edifícios. Fonte: Livro Sociopolis

Figura 12 – Edifício MVRDV.

Fonte: Livro Sociopolis

Figura 13 – Edifício . Fonte: Livro Sociopolis

O projeto teve separações de áreas agrícolas, e cada arquiteto fez

um edifício habitacional de uso misto. O complexo possui interligações

com pista de cooper e ciclovias, além de duas vias que cortam o terreno

perpendicularmente.

Figura 14 – Sociopolis.

Fonte: Livro Sociopolis

Page 26: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

26

No Brasil a zona rural e urbana se diferem pelo seus aspectos morfológicos pois acabam

por impactar a natureza de uma forma irreversível, já que a produção agrícola age tão

negativamente, com agrotóxicos, mecanização agrícola, assim como na zona urbana, que de

uma forma diferente, sofre com a poluição, a falta de mobilidade, destruição de

remanescentes, canalização de rios, falta de recursos renováveis. É necessário projetos que

visem um crescimento mais natural das cidades, de uma maneira que a preocupação

ambiental se torne um fator primordial na construção de novas áreas.

O conceito de sustentabilidade foi criado por Lester da WWI (Workdwatch institute) no

inicio da década de 1980. Foi definido que “uma sociedade sustentável é aquela capaz de

satisfazer suas necessidades sem comprometer as chances de sobrevivência das gerações

futuras”. Alguns anos depois foi utilizado pela Comissão Mundial do Meio Ambiente e

Desenvolvimento, no Relatório Brendtland de 1986, a mesma definição para apresentar a

noção de desenvolvimento sustentável. (ANDRADE, 2007).

Mas esta definição não nos mostra como devemos construir uma sociedade sustentável e

construir cidades sustentáveis. Segundo Ruano (2000), o Eco urbanismo ou Urbanismo Sustentável

é uma nova disciplina que articula múltiplas e complexas variáveis e apresenta a aproximação

do desenho urbano como uma visão que poderá integrar e unificar os ideais destes novos

conceitos de uma forma espacial, como consequência refletir a superação da divisão clássica

do urbanismo tradicional, seus critérios formais e estilísticos. As estratégias deste desenvolvimento

promovem uma melhoria ao meio ambiente, e são economicamente justificáveis já que

inserindo novas tecnologias autossustentáveis, garante uma economia de recursos urbanos

como a distribuição de agua, o lixo reciclável, terras agriculturáveis e energia.

Page 27: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

27

Num outro conceito, Girardet (2003) afirma que as cidades ecológicas são aquelas que apresentam um

metabolismo circular, onde tudo é planejado e reaproveitado como num ciclo, onde existe a consciência ambiental

dos gestores e dos cidadãos. Quando estes princípios forem estabelecidos, eles devem ser aplicados dependente

de cada região, de acordo com os aspectos físicos, como topografia, geologia e também a questão cultural

socioeconômica da área a ser implantado o projeto urbano. O projeto de parcelamento do solo deve incorporar as

visões de produção de uma área sustentável e adotar metodologias projetuais que busquem o menor impacto

possível nos empreendimentos. (SOUZA, 2007), Low Impact Development (LID) ou desenvolvimento urbano de

baixo impacto, que preocupa com os princípios de controle das aguas pluviais, características naturais da área,

características hidrológicas e o projeto urbanístico. Com base nestes conceitos, um novo desenho urbano para que

o crescimento limítrofe cresça de uma forma menos impactante e que gere autonomia de recursos que podem ser

providos de recursos cíclicos ou renováveis. O processo metodológico para o desenvolvimento de um

planejamento sustentável requer diversos profissionais de diversas áreas e amplas discussões para obtenção de

resultados esperados, para que a cidade possa expandir de forma mais equilibrada e garanta qualidade de vida aos

seus habitantes. Expandir pelos limites, numa área sem qualquer intervenção urbana, onde a preocupação em se

utilizar áreas verdes existentes como remanescentes e matas ciliares é de extrema importância analisar estes

aspectos naturais para um melhor aproveitamento das áreas de crescimento urbano, as matas ciliares por muitas

vezes nos planejamentos urbanos de grande parte das cidades são consideradas um bloqueio, não sendo

utilizadas como um elemento integrante da paisagem urbana a ser feita, ficando como elementos abandonados,

principalmente nas periferias. A vegetação no projeto de parcelamento do solo não serve somente para compor a

beleza da imagem da cidade, ela deve ser pensada de uma forma mais abrangente, conhecendo suas

características e utilizando-a corretamente, no conforto térmico, sombreamento, melhoria do microclima das

cidades, fixação de contaminantes e poeira, produção de frutos para alimentação.

Page 28: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

28

Os princípios utilizados no planejamento de sustentabilidade segundo Andrade e

Romero (2007) se dá na mobilidade sustentável, propiciar aos moradores locais de

trabalho e lazer próximos as moradias, reduzindo a necessidade de deslocamento. É

necessário gerar uma revitalização urbana e sentido de vizinhança, implantando espaços

públicos que propiciem encontros, trabalhos conjuntos com áreas de lazer. O autor cita

alguns pontos que devem ser feitos nos novos planejamentos urbanos: Adensamento

urbano, propondo um desenho urbano com melhor aproveitamento da área; Tipologias

mais densas localizadas na cota mais alta; Proteção ecológica, implantando corredores

ecológicos, parques, Zoneamento permacultural que divide as áreas verdes em áreas

produtivas: em zona 1 – horas familiares, pátios e coberturas; zona 2 – paisagismo

produtivo: arborização das ruas, estacionamentos e parques; zona 3 – abastecimento

condominavel: área para produção agrícola intercalados com espaços de lazer e

pequenos canais de escoamento; zona 4 – parque ecológico: repovoamento de flora e

fauna, viveiro e lazer. Por ultimo tem a parte de drenagem onde as aguas das chuvas

devem ser escoadas e diminuir as áreas impermeáveis das cidades a fim de evitar

problemas como inundações. Sendo primordial o conhecimento técnico para os

profissionais do desenho urbano para propor a solução adequada de acordo com a área

a ser feita o planejamento urbano sustentável.

USO MISTO

Page 29: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

29

Um dos mitos, GRAZIANO (2009) que ainda ocorrem na atualidade é pensar na

contradição que existe entre o rural e urbano, um dos pontos de partida do trabalho, é rever

este pensamento tradicional e refletir até que ponto é tão contrastante e divergente. Há

moradores de condomínios rurais de luxo, loteamentos clandestinos, agricultores familiares,

agricultores assalariados, agrícolas e não agrícolas, os sem teto, que utilizam o MST para suas

reivindicações. O cerne das politicas publicas deveria concentrar-se no combate a pobreza

em conjunto com programas de acesso a terra e apoio à agricultura familiar e criar novas

dinâmicas nas cidades.

Em muitas cidades brasileiras a paisagem urbana tem sido tratada de uma forma

inconsequente e desastrosa pela falta de abordagem de temáticas sustentáveis, as cidades

devem rever estas novas áreas de expansão que definem as áreas urbanas nos limites que se

tornaram partes integrantes de outras áreas das cidades que crescem em níveis

exponenciais, a aceitação de princípios ecológicos ainda não são muito comuns na pratica

profissional por certa dificuldade de aceitação de um projeto de nível econômico a longo

prazo, encarece muito a infra estrutura, e cada vez mais as cidades crescem de uma

maneira extremamente impactante e não renovável. Diante destes problemas é necessário

reformular os Planos Diretores e Legislações urbanas adaptadas às necessidades e

potencialidade de cada região, uma politica ambiental deve ser implantada como auxilio

aos moradores, implantando novos comportamentos ligados ao meio ambiente, garantindo

assim, um crescimento menos impactante e que auxilie na produção local e regional.

Page 30: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

30

HABITAR LIMITES

Page 31: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

31

Com a industrialização, muitas pessoas criaram expectativas de maiores ganhos e

saíram da zona rural, para migrarem para as cidades, porem o que aconteceu foi um grande

problema urbano, social e cultural, pois não havia um controle e planejamento para tal

aumento populacional. Quando iniciou a urbanização, instalando infraestrutura, higienizando

as cidades que não possuíam saneamento básico, muitos imigrantes foram morar em locais

precários, conjuntos habitacionais, cortiços, sem nenhuma condição de habitalidade e sem

serviços básicos para o consumo, saúde e lazer, já que já se começavam a segregação do

solo de acordo com a infra estrutura da área. Com a intensificação da urbanização que

priorizada a classe dominante, geralmente em áreas centrais, espaços distintos começavam

a ser criados, dividindo as classes sociais em bairros. Ocorre então uma valorização excessiva

dos imóveis que dispõem dos serviços básicos, como asfalto, saneamento básico e transporte,

e uma localização estratégica que facilita o acesso ao trabalho, comércio e lazer, além,

ainda, da construção dos conjuntos habitacionais na periferia, com dificuldade de acesso à

serviços de melhor qualidade, como escolas, médicos, emprego, cultura e lazer. A expansão

da cidade causa a expulsão dos pobres de áreas um pouco mais centrais e os segrega no

limite, no contorno da malha urbana, onde muitas vezes não possuem infraestrutura

adequada, asfalto, esgoto, agua, luz e coleta de lixo. Quando são conjuntos habitacionais,

eles seguem uma linguagem monotípica, baixas densidades, falta de mobilidade urbana e

sem inovações tecnológicas.

Page 32: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

32

O grupo METABOLISTAS, que surgiu no Japão, no final dos anos

50, encontrou uma solução para o aumento populacional com

base em sistemas tecnológicos. Projetavam cidades oceânicas,

aéreas, unidades agrícolas, unidades residenciais moveis, em

reação as pressões da superpopulação do seu país. Projetos que

visam atender a grande demanda populacional em diferentes

locais, com usos comerciais, equipamentos urbanos e uma

autossuficiência em termos de sustentabilidade, necessidade e

acessibilidade. Além da visão da pré-fabricação, com a inserção

da mobilidade arquitetônica. Voltado à tipologia, considerou-se a

diversidade das edificações e das unidades habitacionais, o

dimensionamento das áreas, as circulações verticais e horizontais.

“ A obra do grupo metabolista não apenas prometia estimulantes

avanços nos problemas estagnados de planejamento urbano, como

também uma estética detalhada que monumentalmente era atrativa. O

que os metabolistas faziam era respaldar as ambições megaestruturalistas

de seus colegas ocidentais, e eles sabiam disso. ”

Reyner Banham, 1976:

Page 33: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

Neste projeto, a solução fazer a verticalização pelo fato de que

as cidades japonesas não tinham mais espaço para o

crescimento. E com esta concepção espacial, as cidades no ar

ocupariam uma localização aérea com núcleos de acesso na

cidade existente. O Projeto Shinjuku localizado em Shinjuku,

Tóquio foi realizado em 1960 e conhecido como a Cidade no

ar. PROPOSTA: que Tóquio tivesse um novo olhar metropolitano

que só poderia ser realizado, colocando a cidade no ar.

SISTEMA: NUCLEO COMUM

SISTEMA: SEÇOES RETANGULARES

Arata Isozaki. City in the Air, 1960

Figura 15 - Arata Isozaki. City in the Air, 1960. Silkscreen de 1990

“as pontes habitáveis da nova cidade passando desdenhosamente por cima das ruínas de culturas urbanas anteriores e do contaminado presente”

33

TEMA VERTICALIZAÇAO CIDADE

Figura 16 - Arata Isozaki. City in the Air, 1960. Silkscreen de 1990

Page 34: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

•determinados sites indisponíveis,

•áreas onde a construção não é possível ou permitido (extensões de água, Baixada),

•áreas que já foram construídas em cima (uma cidade existente),

•acima de terras agrícolas.

SPACE CITY YONA FRIEDMAN 1959

O terreno é completamente livre de quaisquer

edifícios e só é ocupado por um estruturais poucos

elementos como escadas e apoios da viga.

"acreditar em uma utopia e sendo realista ao mesmo tempo não é uma contradição. A utopia é, por excelência, viável ", e torna-se assim que se ganha o apoio da comunidade.“ Yona Friedman, 1959

SOLUÇAO: Para a falta de moradia na França

durante a década de 50 e da convicção de Yona

Friedman, que os planos de habitação e estruturas

deverão permitir a livre vontade dos habitantes

individual.

TEMA

VERTICALIZAÇAO

SOLO LIVRE

FUSAO CAMPO X CIDADE

34 Figura 20 – Yona Friedman. Space City, 1959.

Figura 19 – Yona Friedman. Space City, 1959.

Figura 18 – Yona Friedman. Space City, 1959.

Figura 17 – Yona Friedman. Space City, 1959.

CIDADE VERTICALIZADA

Page 35: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

"arquitetura móvel". Uma estrutura espacial sobre pilhas de volumes que contém habitações, instaladas

no interior de algumas das "lacunas", alternando com os outros volumes não

utilizados. Ele é projetado sobre a base de elementos triédricos que funcionam

como "bairros" onde as moradias são distribuídos gratuitamente.

Em 1958, Yona Friedman publicou seu primeiro manifesto: "arquitetura

móvel". É descrito um novo tipo de mobilidade não dos prédios, mas

para os moradores, que recebem uma nova liberdade. Arquitetura

móvel é a "morada decidida pelo ocupante" por meio de

"infraestruturas que não são nem determinados, arquitetura móvel

incorpora uma arquitetura disponível para uma "sociedade móvel".

A cidade espacial é a materialização da teoria da arquitetura móvel, que é

decidida pelo usuário, torna possível para que todos possam desenvolver a

sua própria hipótese. O tema baseia-se na questão da liberdade

arquitetônica, novos parâmetros, visões de entender um habitat, o urbano.

Como no tema proposto , o intuito é de criar soluções para uma sociedade

urbana saturada, neste caso foi feita a verticalização, “space city”, de Yona

Friedman se localiza em diversos locais onde o limite arquitetônico em um

plano não pode ser mais concebido. Onde há locais de natureza de

preservação, cidades super povoadas. Cria-se uma cidade no espaço.

35 Figura 23 – Yona Friedman. Space City, 1959.

Figura 22 – Yona Friedman. Space City, 1959.

Figura 21– Yona Friedman. Habitaçao, 1959.

Cidade existente

Page 36: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

PLANO DE TÓQUIO - 1960

KENZO TANGE

estrutura linear a ser

construído na Baía de

Tóquio

Crescimento entorno do eixo linear

36

O projeto tem uma proposta para uma cidade onde o aumento populacional faz se ter

necessidade do uso mais adequado para que circulação e mobilidade de transporte e pessoas

seja eficiente. Propondo novas soluções para a questão de circulação urbana.

Figura 24 – Kenzo Tange. Projeto de Plano de Tóquio, 1960. 36

TEMA MOBILIDADE URBANA

Page 37: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

solução

modificação progressiva da cidade, ao invés de crescer a partir de um núcleo.

PROJETO

A criação dos meios de comunicação para abranger, em uma única unidade orgânica tanto a estrutura da metrópole, como o sistema de transporte e de arquitetura urbana;

Foi feita a realização de um novo espaço urbano, que pode refletir a organização aberta e mobilidade espontânea da sociedade moderna.

SISTEMA RADIAL X CRESCIMENTO LINEAR

Níveis diferentes | Mobilidade urbana

eixo d

a zon

a coletiva

ELEMENTO PERMANENTE : EIXO DA ZONA COLETIVA ELEMENTO TRANSITORIO: os edifícios podem crescer, desaparecer e voltarem a crescer

"Tóquio cresce, mas não há mais terra, por isso tendemos a crescer em direção ao mar...” Tange

37

As habitações.

Figura 26 – Kenzo Tange. Projeto de Plano de Tóquio, 1960.

Figura 25 – Kenzo Tange. Projeto de Plano de Tóquio, 1960.

Figura 27 – Kenzo Tange. Projeto de Plano de Tóquio, 1960.

Page 38: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

Esta cidade possui pontes suspensas sobre a baía, com base em uma rede de rodovias

interligadas:

Estradas em 3 níveis de acesso rápido pela cidade.

Torres espaçadas de 200 metros, e até 150-250m acima do nível do mar

Suporte suspenso nesta cidade, contendo unidades residenciais, shoppings, parques e

outras facilidades.

ESTRUTURA FIXA DETALHE HABITAÇOES

A proposta visa a verticalização dos complexos habitacionais, afim de liberar o solo urbano do

eixo linear, garantindo segurança e mobilidade para os transeuntes. O tema também inclui

mobilidade urbana, onde há a preocupação com a acessibilidade do pedestre, onde se cria

vários níveis, separando os veículos dos moradores. 38

Figura 28 – Kenzo Tange. Projeto de Plano de Tóquio, 1960.

Page 39: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

39

O limite das cidades cada vez se fragmenta e enfraquece, no sentido de envolver toda a

cidade nestes espaços criados, porem com a especulação imobiliária, os projetos habitacionais

do governo cada vez mais procuram áreas mais baratas, geralmente nas periferias, onde não

possuem valorização pela falta dos recursos que o centro dispõe a população. Quando ocorre a

produção de arquitetura verticalizada, os prédios são isolados no lote, cercados e murados, que

negam a rua e a cidade. Os apartamentos oferecidos, por trás de algum estilo sedutor, estão

cada vez, mais apertados, menos ventilados, substituindo metros quadrados nas unidades

habitacionais por espaços coletivos no térreo, fica mais barato para as construtoras e ilude com a

inserção do glamour das denominações da moda: espaços gourmets, fitness-centers, etc.

A classe com maior poder aquisitivo, cada vez mais, busca moradias em locais distantes

dos centros urbanos e assim agravam ainda mais os problemas nas periferias das cidades, já que

estes espaços construídos geralmente são condomínios fechados que às vezes possuem seus

equipamentos, comércios, lazer necessários, porem é privativo para os moradores, assim, ao invés

de se abrir para a cidade, produz uma malha urbana segmentada, pouco fluida, e que vai aos

poucos aniquilando a possibilidade de espaços públicos de qualidade. Uma valorização

significativa nestas áreas fará com que não só os moradores das áreas utilizem o espaço publico

diariamente, como também todas as pessoas que moram distantes, mais que sintam curiosidade

em apreciar o espaço publico nas periferias. O multiculturalismo traz novos espaços e lugares,

fazendo a população desfrutar de uma grande diversidade de atividades sociais.

Page 40: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

40

PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA TENDE A PERIFERIA

De acordo com a publicação do Ministério das Cidades em 2009, o Governo Federal,

lançou o programa habitacional Minha Casa Minha Vida (MCMV) em 2005, com a meta inicial de

construir um milhão de habitações para a população com renda de até dez salários mínimos,

priorizando aqueles com renda inferior a três salários. O programa deu crédito para aquisição de

uma casa própria para muitas pessoas com baixa renda, no entanto, o programa sofre severas

críticas sobre as escolhas de suas localizações, falta de equipamentos urbanos e mobilidade

urbana, além das técnicas construtivas utilizadas. Estes conjuntos habitacionais construídos pelo

PMCMV ficam predominantemente, localizados em áreas distantes do centro da cidade,

dificultando a mobilidade dos moradores que necessitam de transporte publico para trabalharem

em outras áreas, já que onde habitam sofrem com a ausência de locais para trabalho, lazer,

educação e cultura, potencializando ainda mais a segregação sócio espacial e desigualdade

das cidades brasileiras. O número de unidades habitacionais por empreendimento é estabelecido

em função da área e do projeto e na maior parte das vezes os projetos são predominantemente

habitacionais, porem sem equipamentos para atender a demanda de moradores, eles margeiam

as periferias. As unidades habitacionais apresentam tipologia de casas térreas ou apartamentos.

“O Programa Minha Casa Minha Vida não apresenta explicitamente

possibilidades de transformação de muitos dos problemas de nossas cidades,

reproduzindo a consideração isolada dos aspectos que condicionam a

qualidade do habitat urbano. Ao reduzir o morar às unidades habitacionais,

sem menção às questões que definem a localização e suas relações com o

espaço e a vida mais ampla das cidades, o Estado brasileiro acaba por

colaborar na reprodução de vários dos problemas de nossa urbanização,

perdendo uma grande oportunidade de transformar os padrões perversos

característicos dos espaços de nossas cidades.” (NASCIMENTO E TOSTES, 2011)

Page 41: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

41

O arquiteto chileno, Alejandro Aravena, do grupo Elemental, discute sobre as habitações

produzidas para a população de baixa renda no Chile, onde ele vê que a baixa densidade, como

um dos problemas que deveriam ser solucionados, afirma que a habitação coletiva e a cidade

representam duas escalas diferentes, porem complementares. O modelo de crescimento para as

cidades brasileiras de baixas densidades, como são propostas pelo governo, torna o custo das

infraestruturas fixas como vias, esgotos e agua potável, extremamente caras, além de aumentaram

a distancia social e cultural desta população que margeia os locais mais distantes dos

equipamentos culturais, postos de trabalho, afetando diretamente na qualidade de vida,

disponibilidade de locais de trabalhos próximos, o acesso a cultura, educação e o cotidiano

familiar dessas pessoas. O funcionamento dessas áreas carecem de vigilância e segurança (polícia,

bombeiro, centros de saúde) pois eles seriam utilizados entre menos habitantes por estarem em um

contexto geográfico dispersivo, então as autoridades não questionam a produção dessas moradias

pelo fato de omitirem esses problemas, pelos grandes gastos que teriam que ter para a criação

dessas áreas mais dignas. A densificação dessas áreas acarretariam melhorias significativas urbanas

e sociais, aproveitando ainda as infra estruturas existentes. Otimizar os recursos para criar ambientes

mais qualificados é uma premissa fundamental para o futuro das cidades.

O grupo Elemental, que trabalha com a criação de habitação de interesse social, tem

participado de diversos projetos arquitetônicos com foco social no país, modificando muitas

realidades. O arquiteto Aravena, fala sobre os mecanismos empregados em uma proposta

inovadora para habitação social chilena, cujo principal trunfo consiste na privilegiada localização

dos conjuntos residenciais, e reflete a construção das residências em baixa densidade que são

projetados e construídos com subsídios públicos.

Page 42: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

42 Figura 30 – Fachada modificada pelos moradores. Fonte: Archdaily

Figura 29 – Fachada entregue aos moradores. Fonte: Archdaily

Figura 31 – Esquemas projetuais

Figura 32 – Implantação do conjunto habitacional

PROJETO.

Quinta Monroy, 2004

Iquique, Chile

Área construída:3500 m² Área do terreno:5000 m²

Foi introduzido entre o espaço público, as ruas

e calçadas, e o privado o espaço coletivo:

uma propriedade comum, mas de acesso

restrito, que dá lugar à sociabilização,

atividade para o êxito de entornos frágeis.

Page 43: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

43

Ao invés de fazer uma moradia pequena

em 30m2, o Grupo Elemental optou por projetar

uma habitação de interesse social, na qual

entregariam somente uma parte. As partes

difíceis da casa (banheiros, cozinha, escadas e

paredes divisórias) estão projetadas para o

estado final, porem quando ampliado a

tipologia passa para uma habitação de 70m2.

Tipologia permite intervenção de cada

morador, para que eles se sintam construtores

de sua própria casa de acordo com sua

particularidade financeira e estética.

Figura 33 – Projeto modificado pelo morador. Fonte: Archdaily

Figura 34 – Projeto modificado pelo morador. Fonte: Archdaily

Figura 35 – Espaços comuns entre as habitaçoes. Fonte: Archdaily

Page 44: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

44

Figura 36 – Planta térreo. Fonte: Archdaily Figura 37 - Nível 2. Fonte: Archdaily

Figura 39 – Corte 1 e 2. Fonte: Archdaily

ÁREAS CONSTRUIDAS

FUTURAS AMPLIAÇOES

CIRCULAÇAO

“As centenas de milhares de casas e apartamentos da supostamente exitosa política habitacional chilena produziram um território marcado por uma segregação profunda, onde o “lugar dos pobres” é uma periferia homogênea, de péssima qualidade urbanística e, muitas vezes, também, de péssima qualidade de construção, marcada ainda por sérios problemas sociais, como tráfico de drogas, violência doméstica, entre outros. Para se ter uma ideia, vários conjuntos habitacionais já foram demolidos e muitos outros se encontram em estudo para demolição.” (ROLNIK, 2012)

Figura 38 - Nível 3. Fonte: Archdaily

Page 45: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

45

A dispersão urbana causada pelas baixas densidades gera um agravante social, pois as grandes

distancias geradas nos projetos coletivos, dificulta a SOCIABILIDADE entre a população carente, já que estas

moradias distanciam a integração de lazer, cultural entre os moradores. A nova realidade que surgiu com a

globalização cultural, com progressos tecnológicos e econômicos, é visível uma diversidade de fenômenos

urbanos que se estabelecem de novas formas e dinâmicas, baseado na mobilidade e nos fluxos. A cidade antiga

existente vem revelando uma incapacidade de atender as novas formas de ocupação, e assim sem

investimentos necessários às cidades vão se desenvolvendo nas periferias pelo baixo custo e desvalorização.

MUNHOZ, (2010), reflete que a cidade precisa ter uma dimensão de cultura e civilização neste processo de

evolução do território. Com a produção industrial, a produção em serie criou pouca opção para essa

diversidade cultural, que acolhessem mais, proporcionando novos tipos de conexões entre as pessoas e que isso

fosse parte de um processo que se enraíza no território como um organismo vivo, que vai se transformando,

sendo produzido. A fim de construir uma cidade criativa, que inclua a dimensão de cultura no sentido da rede

de relações que existe entre as pessoas.

É necessário novos olhares e propostas que adequem os crescimentos urbanos, propondo uma

adequação para as demandas habitacionais atualmente, criando áreas estruturadas para que facilite a

comunicação das áreas vizinhas, ampliando a conexão e consequentemente, o aumento de qualidade de vida

daquela população num sentido descentralizado para que cada vez mais o crescimento nas áreas periféricas

sejam autossuficientes em termos de equipamentos públicos, comércios e serviços.

Page 46: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

46

Localização: Rotterdam, no bairro Laurens. O projeto tem seu

uso misto fazendo uma ligação entre um mercado super ativo

de dia e de noite, com usos comerciais, varios

estacionamentos no subsolo, com as unidades de habitação

que tem sua área privativa para o lado externo. São no total

246 residências, que formam o arco dando origem a

cobertura do mercado aberto. A face interior do arco possui

LEDs que propiciam as alterações em cor, imagem. A fachada

possui vidros ultra finos para garantir mais leveza na estrutura

do edifício. Cada apartamento terá uma varanda no exterior

do edifício e uma janela para o mercado municipal.

TEMA HABITAÇAO USO MISTO

MARKET HALL MVRDV

TEMA USO MISTO

Figura 40 – Market Hall. . Fonte: Archdaily

Figura 41 – Market Hall. . Fonte: Archdaily

Figura 42 – Market Hall. . Fonte: Archdaily

Page 47: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

47

APARTAMENTOS SUPERMERCADO LOJA DE ALIMENTOS TENDAS DE MERCADO ESTACIONAMENTO DEPOSITO

USO MISTO, COM USO PRIVATIVO VOLTADO PARA O LADO EXTERNO DO EDIFICIO, CRIANDO UMA JUNÇAO RESPEITANDO AS MORADIAS E AO COMERCIO ABERTO AO PUBLICO .

Planta. Fonte: http://www.archdaily.com/22466/market-hall-in-rotterdam-mvrdv

Figura 43 – Market Hall. . Fonte: Archdaily

Page 48: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

48

OBJETIVO: convívio entre as pessoas, criando uma nova

percepção do publico e privado, o edifício tem a

proposta de criar uso misto deixando o mercado livre

para quem transitar e quiser comprar algo no mercado.

As tendas funcionam como um ponto de partida de

união entre os moradores e com a população que entra

no edifício como num ambiente comercio publico

isolado. Neste caso a união facilita o cotidiano dos

moradores que fazem suas principais compras e

garantem diversas reuniões

Figura 44 – Tendas Market Hall. . Fonte: Archdaily

Figura 45 – Planta Market Hall. Fonte: Archdaily

Figura 46 – Planta Market Hall. Fonte: Archdaily

Page 49: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

49

Um Plano diretor das cidades é de suma importância para criar propostas urbanas de

acordo com as necessidades da cidade, ele deve criar normativas e legislações, a cada um

período previsto, no intuito de fazer com que as novas áreas de crescimento, cada vez mais se

interajam umas com as outras e com o centro, num sentido democrático e preocupado com a

inclusão social participativa.

“Seria um plano que, a partir de um diagnóstico científico da realidade física, social, econômica, política e administrativa da cidade, do município e de sua região, apresentaria um conjunto de propostas para o futuro desenvolvimento socioeconômico e futura organização espacial dos usos do solo urbano, das redes de infra-estrutura e de elementos fundamentais da estrutura urbana, para a cidade e para o município, propostas estas definidas para curto, médio e longo prazos, e

aprovadas por lei municipal.” (VILLAÇA, 1999, p. 238)

Através do estabelecimento de princípios, diretrizes e normas, o plano deve fornecer

orientações para as ações que, de alguma maneira, influenciam no desenvolvimento urbano.

Essas ações podem ser desde a abertura de uma nova avenida, a implantação de uma

estação de tratamento de água local, ou a reurbanização de uma favela. Essas ações e várias

outras, definem, no seu conjunto, o desenvolvimento da cidade. O zoneamento é um

instrumento importante nesse sentido, já que impõe limites às iniciativas privadas ou individuais,

mas não deve ser o único. É importante também que estratégias de atuação sejam definidas

para as ações do Poder Público, já que essas ações são fundamentais para qualquer cidade.

A escolha do local de abertura de uma via, por exemplo, pode modificar toda a

acessibilidade de uma área e, por consequência, seu valor imobiliário.

QUALIDADE DE VIDA

PRESENTE FUTURO

Page 50: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

50

UBERABA

Page 51: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

51

A pesquisa e seus objetivos

O trabalho de pesquisa foi norteado por varias diretrizes principais: pela preocupação em

se mapear com abrangência na escala de toda a periferia da cidade de Uberaba, de como o

crescimento está acontecendo, mapeando com fotos e mapas, analisando as tipologias

predominantes, os acessos e espaços públicos. Foi selecionado um número determinado de

fatores que, mais que representem a importante discussão acerca do tema habitacional e

urbanísticas na cidade de Uberaba, coloca importância da relação do projeto com as

preexistências urbanas, com o entorno imediato; a importância das articulações viárias

propostas, da continuidade ou rompimento com o parcelamento do solo e das densidades.

O modelo das habitações na periferia de Uberaba é isolada no lote, com conjuntos

habitacionais implantados em áreas distantes e sem urbanidade, repetição de tipologias com

baixas densidades e a não racionalização da obra perduram, assim, como hipóteses falidas no

entorno da malha urbana da cidade. Quando possuem infra estrutura são fechados em

condomínios, clubes particulares e chácaras.

Uma política urbana e habitacional faz-se a partir se não de processos radicais

transformadores desses agentes, em que o Estado desempenha papel fundamental,

regulamentando o mercado, viabilizando recursos, demandando leis, criando políticas que

possibilitem projetos de qualidade.

Page 52: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

52

Nos primeiros anos do século XIX, grupos de habitantes do decadente arraial do Desemboque começaram a

explorar lentamente a região do Triangulo Mineiro, fundaram uma capela nas cabeceiras do córrego Lageado.

Posteriormente um crescimento deu inicio próximo ao Córrego das Lages, hoje canalizado na Avenida Leopoldino de

Oliveira. Uberaba teve seu crescimento embasado na pecuária como a cidade tinha boas pastagens e favoreceu este

desenvolvimento econômico; e com a chegada da linha ferroviária , a cidade possibilitava um eixo entre cidades como

Uberlândia, Araguari, e Catalão, que posteriormente teve a liderança comercial em contrapartida com Uberaba. A

atividade industrial veio desenvolvendo bastante, principalmente depois da criação dos Distritos Industriais e do

desenvolvimento das industrias de fertilizantes, outro ponto econômico que gerou grandes riquezas e ainda faz parte da

economia da cidade é o rebanho bovino reprodutores da raça zebu, de origem indiana.

Córrego DAS LAGES

Figura 47 - Córrego das Lages, 1938. Foto: Arquivo Publico de Uberaba, 2011

HISTÓRICO

Page 53: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

53 Figura 49 - Praça Rui Barbosa. Foto: Arquivo Publico de Uberaba, 2011

Figura 48 - Avenida Leopoldino de Oliveira. Foto: Arquivo Publico de Uberaba, 2011

Crescimento dos bairros

A população de Uberaba teve seu

crescimento numa depressão de terreno

entre sete colinas com declives suaves .

Estas que formariam, inicialmente , os seis

grandes bairros: Cuiabá, Matriz,

Misericórdia, Barro Preto, Estados Unidos e

Boa Vista. Não houve uma preocupação

com um plano regular para o arruamento

com um pensamento nos edifícios urbanos.

Tendo um desenho em alguns locais, de

ruas mais sinuosas. O bairro chamado de

Alto do Mercês, possuía em seu território,

além dos loteamentos de alta classe como

Morada das Fontes, os bairros populares

como o Tutunas que foi a primeira

experiência particular realizada em Uberaba

de conjunto popular. Aos poucos as ruas

foram asfaltadas, 350 casas reformuladas e

muradas, criação de uma escola, quadras

esportivas, creche e comércios foram

formados.

Page 54: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

54

TUTUNAS

BOA VISTA

DECIO MOREIRA

MORUMBI

ABADIA

CHICA FERREIRA

RESIDENCIAL 2000

VILA PAULISTA

LEGENDA ABRANGENCIA

BAIRROS

Figura 37 – Mapa abrangência bairros Uberaba. Prefeitura de Uberaba

Page 55: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

55

DIAGNOSTICO DA AREA ESCOLHIDA ESTUDOS DO ENTORNO

Page 56: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

conjuntos habitacionais

RESIDENCIAL 2000

ELZA AMUI IV

PACAEMBU

CONJUNTO VILA MILITAR

PARQUE DOS GIRASSOIS

JARDIM COPACABANA

MORADA DU PARK

LIMITE DA ZONA URBANA

EIXO DE DESENVOLVIMENTO

APP

RIO UBERABA

CONJUNTOS HABITACIONAIS

LIMITE DA ZONA DE TRANSIÇAO

56

Programa Minha Casa Minha Vida A partir de 2005

PERIFERIZAÇAO

ÁREA ESCOLHIDA

Figura 01 – Mapa da Cidade de Uberaba. Fonte: Prefeitura Municipal de Uberaba

MALHA URBANA

BR 262

Page 57: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

57

Ç

Os projetos habitacionais propostos pelo programa do governo, Minha Casa Minha Vida,

acaba por definir as áreas periféricas da cidade, já que nos últimos anos que ocorreu um

aumento significativo de aquisição de moradia para a população de baixa renda. Visto que

todos os novos conjuntos habitacionais previstos margeiam a malha urbana nos limites de

entornos frágeis, com uma predominância residencial, sem preocupação com os

remanescentes naturais, equipamentos, serviços e espaços públicos de qualidade. Os conjuntos

habitacionais de luxo e chácaras continuam por intercalar estas novas áreas de crescimento da

cidade,, implantando grandes áreas muradas e inviabilizando o espaço publico para todos.

A área escolhida para o projeto urbano e habitacional se localiza na BR 262, onde estas

novas áreas habitacionais estão crescendo de uma maneira desqualificada, sem mobilidade

urbana e cada vez mais distantes do centro histórico da cidade.

A problemática em questão se modela na construção da expansão da cidade de

Uberaba, uma cidade de médio porte que está dentre uma de varias as cidades do país a

sofrerem com os seus limites fragmentados. O programa habitacional do governo brasileiro,

Minha Casa Minha Vida, vem desenhando as periferias da cidade, se tornando fatores urbanos

determinantes, já que quando fala-se em projetos de arquitetura social, o descaso que ocorre

é enorme e estas grandes glebas estão desenhando a cidade de uma forma a formar um anel

habitacional precário sem recursos e qualidade.

Page 58: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

58

O Conjunto residencial Jardim Copacabana, construído pela construtora RCG, pelo

COHAGRA, esta inserido na cidade de Uberaba, com limite na BR 262, tem o acesso ao

centro urbano dificultado pela distancia dos equipamentos necessários para população vive

com alguns comércios existentes , como açougues, padarias, borracharia. A periferização é

um grande problema para a cidade se comunicar com usos igualitário. A linha de transporte

publico demora de 35min para a chegada ao centro da cidade.

O Conjunto residencial Pacaembu II , construído pela construtora Brilhante, pela

COHAGRA - Companhia Habitacional do Vale do Rio Grande está inserido na cidade de

Uberaba, no eixo principal na BR 262, assim como o Jardim Copacabana que leva a sentido

da cidade de Campo Florido. Os dois conjuntos ficam separados pela rodovia, gerando uma

dificuldade nos acessos dos moradores. Neste entorno dos dois bairros mais próximos da área

escolhida ocorre uma má qualidade espacial empregada, sem espaços para lazer e falta de

equipamentos urbanos, estão sendo construídos com um planejamento onde o lote é

fechado pelas vias locais, sem preocupação ambiental e com o espaço publico dos

moradores. Os moradores ainda dependem do centro urbano de Uberaba, por não terem

comércios, serviços e lazer próximo as suas moradias. E para chegarem até o centro, a

disponibilidade de transporte publico faz com que essas pessoas sofram com o a demora e a

falta de segurança nas rodovias.

Figura 52 – Fonte: autora Figura 51 – Fonte: autora Figura 50 – Fonte: autora

Page 59: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

59

O Plano Diretor da Cidade de Uberaba, tem como proposta o crescimento das cidades em

eixos de desenvolvimento que se localizam em torno das infraestruturas viárias, como a BR 262,

MG 427, Filomena Cartafina e BR 050, com zoneamentos habitacionais, empresariais e

institucionais. Este fator deverá ser utilizado como base projetual do trabalho, afim de garantir um

crescimento homogêneo em todas as áreas. Os acessos dos moradores destas áreas para o

trabalho, lazer e cultura é dificultado pois os acessos são cortados por vias de transito rápido,

gerando falta de segurança, demora para a chegada do transporte publico e

consequentemente falta de mobilidade urbana. Na periferia é visto uma quantidade significativa

de entornos rurais que ainda não foram loteados, gerando imensos vazios não utilizados pela

população, já que o crescimento radiocêntrico gera fragmentos habitacionais cada vez mais

sem equipamentos públicos e de baixa qualidade espacial. A periferia vai crescendo sem

qualidade, com baixas densidades e acaba por não produzir espaços públicos que propiciem

lazer, cultura e sociabilização.

ENTORNO DA AREA ESCOLHIDA - BLOQUEIO URBANO: AEROPORTO

O aeroporto construído na década de 50, atualmente cria um grande bloqueio na

cidade, de um lado, áreas com infraestrutura, universidade, comércios, equipamentos, e de

outro, áreas que se fragmentam nos seus limites. As áreas de preservação permanentes criam

espaços abandonados e sem um planejamento adequado. O entorno da área escolhida possui

conjuntos habitacionais de baixa renda, como o Pacaembu, Jardim Copacabana, Beija Flor,

Morada Du Park, Parque dos Girassóis, Morumbi, Cidade Ozanan, Vila Planalto; diversos vazios;

conjuntos habitacionais de classe média, como o bairro Olinda; e conjuntos habitacionais de

classe alta que se fecham em condomínios e chácaras, como as do clube Jockey Park,

condomínio Mario Franco e chácaras Nagib Barroso; e o Distrito Industrial.

Page 60: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

VAZIO

ENTORNO PACAEMBU II

MAPAS TEMATICOS USO E OCUPAÇAO DO SOLO

USO E OCUPAÇAO DO SOLO

Institucional

Vazio

50 200 500 1000

60

Área escolhida

BR 262 Conceição

das Alagoas

BR 050 São Paulo

MG 427 São Paulo

Uso residencial

Uso comercial

Serviço

JOCKEY CLUBE

Page 61: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

61

ENTORNO PACAEMBU II

MAPAS TEMATICOS USO E OCUPAÇAO DO SOLO

MALHA VIARIA

Via arterial

Via Coletora

Via transito rápido 50 200 500 1000

Área escolhida

Page 62: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

62

ENTORNO PACAEMBU II

MAPAS TEMATICOS USO E OCUPAÇAO DO SOLO

GABARITO

1 a 2 pavimentos

3 a 4 pavimentos

Acima de 4 pavimentos 50 200 500 1000

Área escolhida

Page 63: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

63

Conjunto habitacional Jardim Copacabana

Cruzamento BR 262 e Av. Ramid Mauad

Avenida Juca Pato

Conjunto habitacional Pacaembu II

Lago do Clube Jockey Park

Cruzamento BR 262 e BR 050

1 BR 050 vista dos bairros

1

50 200 500 1000

ENTORNO FOTOS

Área escolhida

LEGENDA [ver moldura de cada foto a seguir, relacionado ao

posicionamento dos marcos coloridos neste mapa]

Page 64: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

64

Figura 55 – Lago do Clube Jockey Park Fonte: Jockey Club

Figura 57 – Avenida Juca Pato Fonte: autora

Figura 58 – BR 050 vista dos bairros Fonte: autora

Figura 53 – Cruzamento BR 262 e Av. Ramid Mauad Fonte: autora

Figura 54 – Aeroporto. Fonte: Infraero

Figura 56 – Cruzamento BR 262 e BR 050 Fonte: autora

Page 65: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

65

Figura 01 – Fonte: autora

ENTORNO JARDIM COPACABANA

Figura 59 – Fonte: autora

Figura 62 – Fonte: autora

Figura 63 – Fonte: autora

Figura 64 – Fonte: autora

Figura 61 – Fonte: autora Figura 60 – Fonte: autora

Page 66: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

66

ENTORNO PACAEMBU II

Figura 65 – Fonte: autora

Figura 68 – Fonte: autora

Figura 71 – Fonte: autora Figura 70 – Fonte: autora Figura 69 – Fonte: autora

Figura 67 – Fonte: autora

Figura 66 – Fonte: autora

Page 67: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

67

PROPOSTA

Page 68: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

68

Umas das questões discutidas atualmente é o surgimento de

uma descentralização dos núcleos urbanos, pelo crescimento das

cidades, o problema habitacional se agrava cada vez mais,

principalmente para quem não possui recursos financeiros. A

descentralização seria uma solução para as cidades grandes e

médio porte, onde ocorre um crescimento acentuado, fazendo

com que a cidade tenha em suas áreas total um uso misto

equivalente em todos os pontos periféricos, criando diversos

núcleos urbanos no entorno que fragmenta, isso é fundamental

para o começo da construção dessas novas moradias que não

são pensadas no seu dia-a-dia, adequando as moradias distantes

do centro único existente nas cidades de cunho tradicional, desta

maneira os equipamentos, serviços e comércios são distribuídos

pela cidade. As novas centralidades, é de importante

pensamento para o nascimento das cidades contemporâneas,

pois a moradia adequada esta intimamente ligada a mobilidade,

ao trabalho, ao lazer, a segurança.

CRISE URBANA = MOBILIDADE, HABITAÇAO, DESENVOLVIMENTO URBANO, QUESTAO AMBIENTAL

Figura 72 - Cidade Marinha Metabolistas

Page 69: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

OBJETIVOS

- adequar as moradias distantes do centro único existente nas cidades de cunho

tradicional, para distribuir igualitariamente os equipamentos, serviços e comércios pelas

cidades. As novas centralidades, é de importante pensamento para o nascimento das cidades

contemporâneas, pois a moradia adequada esta intimamente ligada a mobilidade, ao

trabalho, ao lazer e a segurança;

- criar complexos habitacionais que gere coletividade e atraia varias camadas sociais;

- interligar essas novas áreas com a cidade, para posteriormente tornar-se um organismo

único e disperso, mas interligado, para que atue como novas propostas de expansão da

cidade;

-analisar ao entorno das área que limitam a malha urbana e a paisagem rural;

- analises sociais de novo pensamento para a sociedade contemporânea, investigar os

novos modos de viver, novos padrões familiares e necessidades;

- inserção de equipamentos, moradias e mobiliários únicos e expressivos para cada

núcleo, para criar a subjetividade habitacional;

- levantar questões de tipologias adotadas atualmente, com o intuito de inovar os

métodos construtivos, tecnológicos e ambientais;

- planejar o uso mais qualitativo do que quantitativo, para garantir expressão arquitetônica e

social, inserindo equipamentos de lazer diferenciados, equipamentos de cultura, educação ,

serviços aliados a conceitos de sustentabilidade e produtividade.

69

Page 70: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

70

PROPOSTA URBANA

1|ESCALA MACRO ÁREA| PERIFERIA DA CIDADE DE UBERABA

2| ESCALA MEDIA ÁREA| EIXO DE DESENVOLVIMENTO BR 262

3| ESCALA MICRO ÁREA| CONJUNTO HABITACIONAL

Page 71: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

71

PROPOSTA URBANA MACRO LINEARIDADE NOS EIXOS

"a estrutura monocêntrica tradicional condena historicamente a periferia

a marginalidade. A multipolaridade assegurar-lhe-á a sua legitimidade

urbana.“ (BURGEL, 1993, p. 155)

Page 72: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

72

A concepção se baseia na ideia de combater o problema do congestionamento da região

central em Uberaba e estruturar a periferia que se fragmenta cada dia mais, pelo alargamento

radiocentrico a cidade perde sua dinâmica coletiva em torno da malha viária. A forma a ser proposta

para o crescimento da cidade de Uberaba se baseia em aproveitar o plano da cidade que visa eixos

de desenvolvimento em torno nas vias de transito rápido, a BR 262, MG 427, Filomena Cartafina e BR

050. O projeto urbano na escala de toda a periferia da cidade se baseia nos usos específicos de cada

área, abrangendo uma área especial para a criação do Tecnopolo da cidade com foco ambiental,

onde possui bastante áreas de preservação permanente. O restante das áreas terão o crescimento

habitacional com uso misto nos eixos, se tornando áreas lineares de crescimento. As áreas que

intercalarão estas expansões lineares terão zonas rurais de cultivos em grande escala, porem com

infraestrutura, inserindo equipamentos urbanos, habitações, comércios no seu entorno.

O objetivo desta forma de crescimento é que num crescimento de uso misto linear, a questão

da fragmentação que cada vez aumenta no modelo radiocentrico comum, cresça de uma forma a

fortalecer as novas áreas de expansão, de uma forma democrática e implantando um novo

conceito de urbanismo na cidade. Possibilita a redução do tempo gasto com o deslocamento e

saturação do centro da cidade, já que estas novas áreas contribuem para o mercado de trabalho e

moradia, já que terá distribuição de residências, serviços, comércios, equipamentos, cooperativa. O

projeto visa criar um novo planejamento urbano, visando atender toda a periferia por meio de

transporte publico, para posteriormente organizar o crescimento habitacional que demanda grande

complexidade afim de uma proposta que reflita a necessária mudança no paradigma urbano da

cidade, que afeta diretamente no processo social e urbano.

.

Page 73: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

73

É necessário que os crescimentos seja igualitário para que não aconteça uma segregação

sócio espacial na cidade, já que no limite urbano, a grande maioria dos usos são residenciais

fragmentados pelos vazios, que são zonas rurais ainda não loteadas no espaço urbano.

As Edge Cities, LIMA (2005) são cidades no entorno das grandes cidades. Planejadas e

instaladas fora das metrópoles, são formadas por conjuntos de residências rodeados por centros

comerciais, escolas, hospitais, prédios de escritórios e lazer. O conceito destas cidades é de criar

um planejamento para as cidades que estão em constante crescimento, agregando varias

núcleos e permitindo um crescimento continuo. Porem o que ocorre em grande parte do Brasil é

a falta de planejamento para as propostas habitacionais do governo, que trazem projetos que

não integram com o meio urbano, fazendo uma grande anel que margeia o núcleo histórico,

como no caso as cidade de Uberaba.

Áreas habitacionais de uso misto

Parque tecnológico

ESQUEMA PROJETUAL

Figura 73 – Fonte: autora Eixos de desenvolvimento

Page 74: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

74

O projeto urbano em escala macro, visa

estruturar os crescimentos habitacionais em uso misto, em torno

dos eixos de desenvolvimento, sendo intercalados por áreas

rurais que terão cultivos maiores, lavouras em grande escala

que terão divisões territoriais, sob cuidados das cooperativas

agrícolas de cada gleba habitacional de uso misto. O objetivo

é que a longo prazo o crescimento seja intercalado por zonas

estruturadas rurais. O crescimento linear com uso misto garante

áreas independentes do centro histórico existente com uma

nova participação e renda da população com as áreas

agrícolas. Em contrapartida o crescimento radiocentrico acaba

por definir áreas cada vez mais fragmentadas, dado o anel que

vai crescendo neste sentido de crescimento, ficando difícil

estruturar todas as áreas periféricas da cidade.

Com o intuito de suprir as necessidades, sociais, culturais e

econômicas de toda a população que reside nestas áreas

limítrofes, que foram se fragmentando ao longo do crescimento

da cidade, para que a periferia tenha um crescimento

estruturado e gere novas formas de habitação.

Os vazios urbanos terão como politicas de apoio na

implantação de áreas cultiváveis, propondo paisagismos

produtivos urbanos, em calçadas e parques.

Page 75: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

75

“Os terrenos centrais iriam ser muito caros, pela procura que iria ser maior que a

oferta. Haveria congestionamento no centro da cidade. Aconteceria

marginalização da população que habitasse a periferia” Arturo Soria y

Mata(1882), engenheiro e urbanista, ao prever no século XIX, as consequências das formações de cidades radiocêntricas.

Figura 01 – Mapa da Cidade de Uberaba. Fonte: Prefeitura Municipal de Uberaba

Page 76: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

76

FUTURAS ÁREAS DE REQUALIFICAÇAO URBANA

Áreas habitacionais de uso misto que serão implantadas em torno dos eixos de desenvolvimento.

PARQUE TECNOLOGICO

Área destinada a um crescimento focado em desenvolvimento ambiental, por ter grandes áreas

de preservação permanente e ser destinado pelo plano da cidade de ser o parque tecnológico

da cidade, possuindo o Distrito Industrial III, campos de pesquisa e universidades ligadas ao meio

ambiente.

ZONA RURAL

Áreas com foco em cultivos maiores, como a lavoura, terão equipamentos , infraestrutura e

habitação rural. Em torno de seus remanescentes naturais e áreas de preservação terão áreas de

lazer rural, equipamentos de educação e cultura.

TRANSPORTE PUBLICO

O tracejado é uma diretriz de linha para transporte publico, margeia todo o entorno fragmentado

na periferia que interliga com todas as linhas existentes, com foco nos eixos de desenvolvimento

nas vias de transito rápido.

PROPOSTA URBANA ESCALA MACRO

LINEARIDADE: A área central sendo ilimitada

mantem o equilíbrio da oferta e procura dos

terrenos, impedindo a especulação imobiliária.

Page 77: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

77

PROJETO PERIFERICO

PROPOSTA URBANA MEDIA ÁREAS DE USO MISTO E PERMACULTURA

Page 78: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

78

O planejamento da expansão da Cidade de Uberaba escolhido situa na BR 262, em direçao a

cidade de Campo Florido uma das áreas periféricas mais carentes de infra estrutura, equipamentos de

qualidade e espaços públicos. O objetivo é reestruturar a área com inserção de diversos equipamentos

urbanos e habitações que aliem os conceitos de rurbanização nas cidades. A proposta tem como

premissa um zoneamento permacultural, que divide as áreas verdes em áreas produtivas; aumento da

densidade e diversos equipamentos urbanos. Propondo espaços públicos que aproveitem os

remanescentes naturais como aliado ao projeto, incluindo ciclovias, pistas de cooper, pistas de skate,

quadras poliesportivas, academias ao ar livre, mobiliários e equipamentos.

SUSTENTABILIDADE

A área escolhida foi dividida em oito glebas habitacionais de uso misto. Cada gleba terá uma

cooperativa agrícola responsável por uma área rural que intercala as áreas da periferia da cidade.

Estas glebas possuem habitações de uso misto que terão paisagismo produtivo nas calçadas com

arvores frutíferas, hortas privadas em cada tipologia habitacional; parques públicos e corredores

ecológicos que terão arvores frutíferas com diversidade de frutos.

Para uma economia de energia e água, cada gleba terá um auxilio de sistemas

cíclicos(renováveis). Tendo um sistema de energia renovável e captação da água pluvial, que será

tratada, para uso de irrigação das áreas verdes e para o uso em sanitários dos edifício de uso misto, de

cada gleba. Estas captações serão feitas com pavimentações drenantes que terão escoamento em

pequenos canais localizados entre áreas de produção agrícola. Já a energia será captada por placas

solares instaladas nos edifícios. Sendo primordial o conhecimento técnico dos profissionais do desenho

urbano para propor a solução adequada de acordo com a área a ser feita o planejamento urbano

sustentável.

Page 79: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

79

O projeto tem o intuito de mesclar atividades urbanas e rurais,

como se o limite entre o urbano e o rural seja dissolvido, onde num

futuro as cidades possuam mais espaços verdes com um uso de

agricultura urbana, afim de criar um novo modo de vida que gere

cada vez mais relações de coletividade, produção e sustentabilidade.

A cidade necessita de espaços diversificados, dinâmicos,

centralizados, complexos e arborizados e que propiciem o encontro

das pessoas em espaços públicos agradáveis e conscientização da

população.

Através de uma reestruturação urbana do espaço para

proporcionar uma área autossuficiente de equipamentos, comércios,

serviços num caminho de uma relação equilibrada entre o homem e a

natureza. Projetos rurbanos diluem as fronteiras e o território, por

uma paisagem mutante construída em varias escalas, onde a

diferenciação entre a cidade e a paisagem natural perde

progressivamente sentido

Page 80: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

80

MISCELÂNEA No plano das novas áreas da periferia da cidade, não existirá setorização de usos, os edifícios

administrativos e comerciais, se fundem aos habitacionais na malha urbana e áreas rurais, gerando

um uso misto do solo.

A proposta abandona as estruturas tradicionais: quarteirão, praça. Prevê um eixo estruturado

para vias de transporte publico, ciclovias, veículos de diversas cargas sejam organizados de modo

a trazer segurança para toda a população que morar, trabalhar e usufruir dessas áreas. O

crescimento linear de uso misto em torno do eixo de desenvolvimento(rodovias), permite um

controle do crescimento dos espaços periféricos e combate a segregação espacial gerada pelo

crescimento radiocêntrico. Pois fica mais fácil de distribuir os equipamentos, serviços, residências.

Essas unidades deveriam possibilitar através de um número estabelecido de habitantes, de

equipamentos e serviços lá introduzidos, as relações sociais da comunidade, com os princípios de

unidades de vizinhança.

Figura 74 – Fonte: autora

coletividade areas produtivas

publicas e privadas uso misto habitaçao serviço equipamento

urbano, lazer, acesso a pedestre e ciclistas

Page 81: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

81

PROPOSTA URBANA ESCALA MEDIA

Page 82: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

82

Figura 75 – Fonte: Google Earth

ÁREA ESCOLHIDA ESCALA MEDIA

Page 83: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

GLEBA 7

GLEBA 2 GLEBA 3

GLEBA 4

GLEBA 6

GLEBA 1

GLEBA 5

ZONA 1

RURAL

Áreas de uso misto (comercial,

residencial, serviço e institucional)

Áreas de uso institucional e lazer

Zona rural

Remanescentes naturais (uso

sustentável)

Parques ecológicos

APP Área de preservação

permanente

Área escolhida

MAPA TEMATICO PROPOSTA MEDIA | USO E OCUPAÇAO DO

SOLO

83

Page 84: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

1 a 2 pavimentos

3 a 4 pavimentos

Acima de 4 pavimentos

Área escolhida

MAPA TEMATICO PROPOSTA MEDIA| GABARITO

84

Page 85: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

Via arterial

Via Coletora

Via transito rápido

Área escolhida

MAPA TEMATICO PROPOSTA MEDIA | MALHA VIÁRIA

85

Page 86: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

86

USO MISTO COM PRODUTIVIDADE Os mapas temáticos apresentam novas formas de urbanização, as áreas foram definidas

diante do seu entorno carente de equipamentos, mobilidade e lazer. Com analise no mapa de

uso e ocupação do solo é visto que o crescimento em torno do eixo de desenvolvimento se

predomina em usos mistos (comercial, residencial, institucional, serviço com áreas de paisagismo

produtivo e cultivo), para posterior a entrada de grandes áreas de cultivo (ZONA RURAL).

São dispostas OITO GLEBAS (cor laranja), que serão divididas pela malha viária, como esta

no mapa. Cada uma delas, terão uma cooperativa agrícola que cuidará da irrigação das áreas

produtivas de suas áreas, e os cultivos maiores que ficam mais distantes do eixo de

desenvolvimento(ZONA RURAL), na que são as áreas que intercalam cada nova expansão da

periferia da cidade. No entorno imediato serão implantadas áreas de uso misto para fortalecer os

espaços carentes de infra estrutura com equipamentos de boa qualidade. Estas áreas de uso

misto terão suas vias locais projetadas diante do projeto habitacional de uso misto a ser feito,

com espaços para ciclovias que percorrem toda a área de uma maneira mais orgânica e fluida.

Os remanescentes existentes serão utilizados para integrar com a paisagem, e no seu entorno

terá uso exclusivamente institucional, com áreas livres para lazer, como academias, playgrounds,

e uso sustentável dos parques ecológicos

Page 87: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

87

SIMBIOSE: RURBANO

O crescimento prevê que ao permitir A ENTRADA DO ESPAÇO RURAL, nas áreas

urbanas, a longo prazo as cidades se tornarão rurbanas, com áreas produtivas publicas,

residenciais e produção comunitária. A intenção é de possibilitar uma fusão simbiótica que

criem novos modos de ver o espaço publico, que por direito a terra, o espaço deve ser

produtivo e não somente ornamental não mais afete a vida de seus moradores que sofrem

com esses crescimentos limítrofes e desqualificados.

MALHA VIARIA, LIBERDADE NAS VIAS LOCAIS

A malha viária foi desenvolvida afim de aproveitar a hierarquia do entorno, anexando

as vias de uso arterial, implantando ciclovias nas ilhas e arborizando com paisagismo

produtivo urbano. As vias locais não terão um projeto fixo, para maior flexibilidade projetual,

criando diversas linguagens em cada gleba. Na BR 262, que é via de transito rápido foi feita

uma marginal com ciclovia que conecta o centro da cidade de uma maneira mais rápida,

afim de proporcionar maior segurança para quem acessa a nova área e separando para o

uso do transporte publico.

AUMENTO DA DENSIDADE

De acordo com as curvas de nível , a proposta de densidade é escalonada visto os

pontos mais baixos. No caso o ponto mais baixo fica nas matas ciliares que protegem as

nascentes e os córregos. O objetivo é criar uma melhoria de ventilação urbana e não obstruir

a visão do parque ecológico. O aumento da densidade aproveita melhor as infraestruturas

construídas permitindo o melhor uso dos espaços públicos que serão propostos.

Page 88: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

88

Para a reorganização do espaço urbano sustentável é necessária a construção de

espaços públicos, principalmente em áreas degradadas ou desapropriadas, para permitir o

convívio entre as pessoas, associados à projetos de educação e conscientização ambiental;

Adequação do traçado urbano para gerar acessibilidade, tanto para o sistema viário

quanto para fluxo de pedestres; Propor marcos e referencias para o deslocamento das

pessoas e utilização de equipamentos públicos de cultura, lazer, trabalho, esporte e serviços

que devem estar próximos as residências, gerando pequenos polos comerciais, organizando

as cidades em um sistema policêntrico, definindo centralidades dispersas, evitando assim a

excessiva concentração de pessoas e veículos na área central existentes em Uberaba,

propondo uma diversidade urbana tipológica e morfológica, determinando uma

heterogeneidade formal do conjunto urbano; concentração de comércios, equipamentos e

serviços nas vias principais, ruas coletoras ou espaços públicos; Criação de politicas publicas

voltadas para a distribuição de renda para a população, acesso a infraestrutura,

democratização da educação de qualidade, criação de áreas de lazer, cultura e

coletividade produtiva, afim de que assim, gere indivíduos cada vez mais conscientes e

participativos no processo que ocorre a melhoria da qualidade da vida urbana; Equilíbrio

ambiental, social e econômico entre a área urbana e rural, num desenvolvimento

sustentável, estabilizaria os fluxos migratórios.

PROGNOSTICO

Page 89: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

CONJUNTO HABITACIONAL

89

Page 90: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

90 Figura 77 – Fonte: autora

A área escolhida para ao planejamento urbano teve como

premissa projetual o uso misto. O programa desenvolvido baseia em

atender as necessidades do entorno, inserindo equipamentos

diversos, culturais, educacionais, centros médicos com farmácia,

áreas de lazer, cooperativa agrícola para a venda de produtos e

administração da economia, salas empresariais e comércios. A

proposta do conjunto habitacional foi pensado para que ocorra a

interligação destes equipamentos com as habitações, de um modo

a privilegiar o espaço publico, tendo um edifício com uma dinâmica

diferente.

Figura 78 – Fonte: autora

Figura 76 – Fonte: autora

CROQUIS DO CONJUNTO

HABITACIONAL DE USO MISTO|

Page 91: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

91

ETAPA PROJETUAL DO CONJUNTO HABITACIONAL– PARTE 1

Nesta primeira proposta do conjunto habitacional tinha como premissa projetual o uso misto

, implantando equipamentos de de cultura, esporte, saúde, criação de um lago artificial , vias em

torno do remanescente natural para diminuir o trafego de carros e privilegiava o pedestre e

ciclistas, com implantação de uma pista de cooper e ciclovia em todas as glebas

Page 92: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

92

PRIMEIRA PROPOSTA

Page 93: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

93

LAZER RURAL

PESCA ESPORTIVA BARCOS ESPORTE

O Conjunto habitacional se conecta as outras glebas habitacionais pela pista de cooper com as

ciclovias. As ruas locais tem o seu desenho estipulado para diminuir o fluxo de veículos, e aumentar o

de pedestres.

LAGO ARTIFICIAL

Os remanescentes

que ficam no nível

mais baixo do

terreno desenham

um lago artificial

que serve como

drenagem do

bairro, reservando

e tratando a agua

que vai para os

reservatórios do

edifício

Em torno do remanescente natural foi proposto: Playgrounds Quadras Academia ao ar livre

Page 94: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

94

AUDITORIO/CINEMA/PONTO DIGIAL

O programa do conjunto habitacional

interliga diversos equipamentos, comércios e

serviços junto as tipologias habitacionais, com

acessos, passarelas verdes, rampas, gerando

acessibilidade a todos que usufruem da área.

Page 95: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

95

PELÍCULA BIOCLIMATICA

Revestimento natural, é feito com estruturas vazadas metálicas que permitem que a vegetação

trepadeira crie uma película no próprio edifício em algumas partes. No corredor que interliga o

auditório à habitação que possui esta película em cima do supermercado e nos elevadores que terão

aberturas no piso para a vegetação ficar livre para cobrir a malha metálica

ELEVADORES COM PELICULA BIOCLIMATICA

Page 96: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

96

ESTACIONAMENTO

HORTAS VERTICAIS

PONTO DIGITAL

ESPAÇOS DE LAZER PISCINA COM ACESSIBILIDADE

COMERCIO BIBLIOTECA

PAISAGISMO PRODUTIVO

Page 97: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

97

Page 98: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

98

ETAPA PROJETUAL DO EDIFICIO HABITACIONAL

TOPOGRAFIA E ÁREAS VERDES

Nesta primeira

proposta, a área a ser

implantado o conjunto

habitacional, tinha um

desnível de 5 metros, que foi

trabalhado em cortes com

muro de arrimo, e criando

espaços para o paisagismo

produtivo no nível térreo,

com um parque linear em

frente a via arterial . O

projeto incluia um lago

artificial com atividades de

lazer e um calçadao que

circundava o remanescente

natural da área. A pista

curva que delimita a área é

exclusiva para pedestre e

ciclistas.

Page 99: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

99

ETAPA PROJETUAL DO EDIFICIO HABITACIONAL

PLANTA TERREO

No nível térreo, não

possuiria habitações, já que os

espaços livres ficariam

reservados aos equipamentos

(culturais e esportivos),

comércios, uma cooperativa

agrícola que visa administrar a

irrigação, os plantios nas áreas

habitacionais e nas áreas rurais,

Page 100: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

100

ETAPA PROJETUAL DO EDIFICIO HABITACIONAL– PARTE 1

PLANTA PRIMEIRO PAVIMENTO

No primeiro pavimento as

tipologias teriam diversos

tamanhos com base numa

grade de 5 em 5metros, com

espaços produtivos entre elas e

dentro de suas áreas.. A

proposta visa uma integração

com os equipamentos e

comércios num mesmo nível

para garantir acessibilidade aos

moradores,

Page 101: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

101

ETAPA PROJETUAL DO EDIFICIO HABITACIONAL

PLANTA SEGUNDO PAVIMENTO

O segundo pavimento

ficaria reservado a grandes

terraços com comércios e

acesso ao auditório e cinema.

Criando uma sociabilização

cultural e produtiva entre os

moradores e frequentadores

do equipamento. O acesso

deveria ser feito por grandes

rampas que começariam a

desenhar esta área cultural

até neste nível.

Page 102: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

102

ETAPA PROJETUAL DO EDIFICIO HABITACIONAL

COBERTURA

A cobertura teria uma

grande estrutura elevada

que permitiria sombreamento

para o pavimento inferior,

segundo pavimento, e

geração de energia por meio

de placas solares, e

captação da água da chuva

para beneficio deste conjunto

habitacional, propondo

tecnologias para gerar

economia para os moradores

que possuiriam este auxilio

sustentável tanto para o

edifício quanto para

iluminação e irrigação

publica.

Page 103: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

103

PROPOSTA FINAL ESCALA MICRO| GLEBA 3

CONJUNTO HABITACIONAL DE USO MISTO

A área escolhida é um fragmento de um conjunto habitacional da ESCALA MEDIA (Áreas

dos eixos de desenvolvimento). A gleba 3 enumerada no mapa de uso e ocupação do solo do

planejamento da área média, é próximo do parque ecológico em torno das matas ciliares e

limítrofe com o remanescente natural existente na área

A proposta projetual de todas as glebas tem como intuito mesclar os equipamentos urbanos,

serviços, comércios com as áreas habitacionais de maior densidade, junto com as áreas de cultivo

(zoneamento permacultural) que servem como base da economia e lazer local e regional. A

premissa de projeto da gleba escolhida, GLEBA 3 foi de elevar as habitações para deixando o solo

livre para o cultivo e implantação de arvores frutíferas com diversos desenhos paisagísticos. No nível

da rua terá equipamentos, serviços, mobiliários urbanos, comércios espalhados junto as áreas

produtivas. As varias tipologias formadas, se conectam e se espalham criando vazios de

ventilação, e uma riqueza de espaço publico diverso, com focos em cultura, esporte e lazer rural.

ZONEAMENTO PERMACULTURAL

ZONA 1 – Lavouras (ZONA RURAL) | ESCALA MACRO

ZONA 2 – Paisagismo produtivo

ZONA 3 – Hortas familiares

ZONA 4 – Parques ecológicos

ÁREAS

PRODUTIVAS

Page 104: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

104

Cada gleba habitacional do planejamento de toda área macro terá diversas linguagens e

tipologias, o que se deve respeitar será as densidades exigidas e porcentagens de áreas de

cultivo. Na proposta de escala da gleba escolhida, limita um grande remanescente que fica na

área central do planejamento macro. O projeto do edifício a ser proposto na Gleba 3, eleva as

habitações de uso misto e deixa o solo livre para áreas produtivas com equipamentos, comércios,

serviço e lazer

No térreo terão áreas reservadas ao cultivo com a inserção de equipamentos, serviços e

comércios. No primeiro e segundo pavimento terá habitações de varias tipologias com salas

empresariais, comércios, ponto digital, praça de alimentação e biblioteca., As áreas verdes

protegem e climatizam as áreas que terão as tipologias num sentido linear em torno da forma do

edifício, internamente grandes vazios são criados para o crescimento de árvores no piso térreo,

garantindo uma ventilação natural. Já no ultimo pavimento terá como foco o uso coletivo livre

com espaços de lazer integrados com terraços produtivos, tendo áreas de churrasco para festas

dos moradores e áreas de camping. Os cultivos serão divididos por zonas, já que na escala macro

a ZONA 1 corresponde ao cultivo maior, lavouras: ZONA 2 – Paisagismo produtivo (em toda área

de acordo com o projeto dos equipamentos ) intercalando as áreas de acesso de pedestre,

ciclovias, a via local e as vias que circundam a área), ZONA 3 – Hortas familiares (áreas privadas) e

ZONA 4 – Parques ecológicos (pomares e aproveitamento dos remanescentes existentes, criando

corredores verdes entre uma gleba e outra)

PROGRAMA PROJETUAL

Page 105: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

105

PROPOSTA FINAL - CROQUIS ESCALA MICRO

EDIFICIO HABITACIONAL DE USO MISTO

HABITAÇOES NO ENTORNO DO

EDIFICIO, LINEARMENTE

TERRAÇOS PRIVATIVOS PARA CADA TIPOLOGIA

INTERLIGAR OS NUCLEOS HABITACIONAIS DE USO MISTO

COM PASSARELAS COM ABERTURAS PARA CRIAR UMA

VENTILAÇAO NATURAL

TERRAÇOS PUBLICOS JUNTO A

EQUIPAMENTOS DE CULTURA, LAZER E SALAS

EMPRESARIAIS

TERREO COM EQUIPAMENTOS ,

COMERCIOS E SERVIÇOS

Figura 79 – Fonte: autora

Figura 80 – Fonte: autora

Figura 81 – Fonte: autora

Figura 82 – Fonte: autora Figura 83 – Fonte: autora Figura 89 – Fonte: autora

Page 106: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

106

Habitações com 3 tipologias

Praças de alimentação

Comércios

Biblioteca

Ponto digital

Salas empresariais

Salas empresariais

1 Cooperativa agrícola

Supermercado

Área para feiras agrícola

Praças de alimentação

Comércios

Escola de esportes

Escola de arte e exposição

Biblioteca

TERREO EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS, COMERCIOS E CULTIVO

PRIMEIRO PAVIMENTO HABITAÇOES, EQUIPAMENTOS, EMPRESARIAL, COMERCIOS E CULTIVO

Habitações com 3 tipologias

Praças de alimentação

Comércios

Biblioteca

Salas empresariais

Ponto digital

SEGUNDO PAVIMENTO HABITAÇOES, EQUIPAMENTOS, EMPRESARIAL, COMERCIOS E CULTIVO

Áreas de camping

Praça de alimentação

Comércios

Áreas para reuniões coletivas dos moradores

TERCEIRO PAVIMENTO AREAS DE CAMPING, ÁREAS DE LAZER, COMERCIO, EQUIPAMENTOS E CULTIVO

EDIFICIO DE

USO MISTO

Habitações com tipologias

variadas (50m² , 60m² e 80m²) +

áreas livres para cultivo e lazer

privativos em cada tipologias que

variam de 20m², 24m² e 32m²,

respectivamente. Estas áreas livres

formam terraços que ficam

aparentes na fachada do edifício,

auxiliando na climatização e

produção de uso familiar.

Page 107: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

107

EDIFICIO DE USO MISTO| PLANTA TÉRREO

3

1

1

6

2

5

5

1 – Comércio

2 – Praça de alimentação

3 – Supermercado

4 – Biblioteca

5 – Cooperativa agrícola

6 – Escola

4

1

Circuito para bicicletas

No piso térreo, o programa não terá habitação, tendo uma grande área livre para o cultivo sob responsabilidade da cooperativa agrícola, com paisagismo adequado. O espaço fica em frente a um remanescente natural, tendo em seu entorno zoneamento de uso institucional, com parada de ônibus e diversos mobiliários de lazer, como playground, academia e espaços para feiras agrícolas.

5 10 30 50m

Page 108: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

1

1

1 1

1

2

2

3 4

3

4

5

1 – Comércio

2 – Praça de alimentação

3 – Ponto digital

4 – Biblioteca

5 - Lounge

1

Tipologia 50m²

Tipologia 60m²

Tipologia 80m²

Salas empresariais

EDIFICIO DE USO MISTO| PLANTA 1 PAVIMENTO

A circulação será destinada ao paisagismo produtivo, propiciando áreas de

sombreamento e alimento, aliados a mobiliários como playgrounds, academias,

telefone publico e bancos eletrônicos. As tipologias ficarão separadas uma das outras

por um vazio que permite a ventilação total da fachada do edifício, estes espaços

intersticiais terão suas áreas pré projetadas para o uso de cultivo e entrada das

tipologias, assim cada morador poderá interferir na arborização da entrada de sua

habitação. 108

Circuito para bicicletas

5 10 30 50m

Page 109: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

1 – Comércio

2 – Praça de alimentação

3 – Ponto digital

4 – Biblioteca

5 – Supermercado

Tipologia 50m²

Tipologia 60m²

Tipologia 80m²

Salas empresariais

EDIFICIO DE USO MISTO| PLANTA 2 PAVIMENTO

Circuito para bicicletas

1

1

1 1

1

2

2

3

4

1

1

3

1 1

5

A circulação será destinada ao paisagismo produtivo, propiciando áreas de

sombreamento e alimento, aliados a mobiliários como playgrounds, academia, telefone

publico e bancos eletrônicos. As tipologias ficarão separadas uma das outras por um

vazio que permite a ventilação total da fachada do edifício, estes espaços intersticiais

terão suas áreas pré projetadas para o uso de cultivo e entrada das tipologias, assim

cada morador poderá interferir na arborização da entrada de sua habitação. 109

5 10 30 50m

Page 110: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

110

1 – Comércio

2 – Praça de alimentação

3 – Ponto digital

4 – Biblioteca

5 – Área camping

EDIFICIO DE USO MISTO| PLANTA TERRAÇO

2

2

5

1 5

3

1

1

A água pluvial é captada em todo terraço, quando canalizada é armazenada em reservatórios que se situam no piso do edifício para o uso em sanitários e torneiras das habitações.

5 10 30 50m

Page 111: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

111

EDIFICIO DE USO MISTO| PLANTA COBERTURA

PLACAS SOLARES

A cobertura do edifício possui dois

planos soltos que tem a função de

armazenar energia por meio de

placas solares, além de garantir

sombreamento e proteção para o

pavimento terraço.

5 10 30 50m

Page 112: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

112

TIPOLOGIAS HABITACIONAIS

60M² + 24M² cultivo

50M² + 20M² cultivo

80M² + 32M² cultivo

Page 113: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

113

TIPOLOGIA DE 50m²

PLANTA LAYOUT

1

4

3

6

7 5

2

Áreas molhadas - FIXO

1- Cultivo ZONA 3 Horta familiar 2 – Cultivo ZONA 2 Paisagismo

produtivo 3 – Área de serviço 4 – Cozinha , Sala de TV, Estudos 5 – Quarto 6 – Banho1 7 – Guarda roupas

20m²

50m²

Paredes estruturantes

Paredes móveis

Grelha metálica

Page 114: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

114

TIPOLOGIA DE 50m²

A tipologia possui um eixo estrutural com as áreas molhadas, que serão entregues a cada morador

que escolherá seu layout dependendo do tipo de uso que esta moradia terá. As paredes preenchidas

são fixas e as divisões não preenchidas serão móveis. Neste exemplo, a tipologia terá 1 quarto com

espaço para guardar roupas, 1 banheiro integrado, sala de TV e cozinha integrados. Na fachada as

portas camarão permitem uma climatização da moradia, onde se abrem para área de lazer e

cultivo. Na entrada possuirá três metros de recuo de outra tipologia para garantir maior privacidade e

implantação do paisagismo produtivo deverá ficar sob responsabilidade do morador.

CULTIVO – ZONA 3 - HORTA FAMILIAR

O espaço 1 terá área para churrasco, lazer, e cultivo na borda, os cultivos terão caixa de 80cm de

profundidade, podendo inserir arbustos frutíferos. As paredes em grelha estruturam a borda da

fachada e servem de apoio para hortas verticais e trepadeiras.

CULTIVO – ZONA 2 – PAISAGISMO PRODUTIVO

Este será publico porem cria uma entrada para cada morador com arvores produtivas, tendo um

espaço livre e que permita a entrada do ar natural e sol provenientes da fachada. Cada morador

poderá inserir mobiliários, playgrounds, bancos.

ÁREA DE SERVIÇO

Terá uma parede em grelha que permite ventilação natural, entrada da luz do Sol, e apoio para

hortas verticais e trepadeiras. Climatizando o ambiente

PRODUTIVIDADE

Page 115: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

115

TIPOLOGIA DE 60m²

PLANTA LAYOUT

1

4

3

6

7 8

9 5

2

Áreas molhadas - FIXO

1- Cultivo ZONA 3

Horta familiar 2 – Cultivo ZONA 2 Paisagismo produtivo 3 – Área de serviço 4 – Cozinha e Sala de TV

5 – Estudos 6 – Banho1 7 – Banho2 8 – Quarto 9 – Quarto

60m²

24m²

A

A

B

B

5

Paredes estruturantes

Paredes móveis

Grelha metálica

Page 116: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

116

TIPOLOGIA DE 60m²

A tipologia possui um eixo estrutural com as áreas molhadas, que serão entregues a cada morador

que escolherá seu layout dependendo do tipo de uso que esta moradia terá. As paredes preenchidas

são fixas e as divisões não preenchidas serão móveis. Neste exemplo possui 2 quartos, 2 banheiros e

espaços de estudos que se separam por portas moveis de correr, sala de TV e cozinha integrados. A

fachada tem portas camarão que se abrem para a rua com espaços de cultivo na borda, junto a

áreas de lazer com a churrasqueira. Na entrada de cada tipologia, o morador ficará responsável pelo

paisagismo, podendo até inserir mobiliários de lazer.

PRODUTIVIDADE

CULTIVO – ZONA 3 - HORTA FAMILIAR

O espaço 1 terá área para churrasco, lazer, e cultivo na borda, os cultivos terão caixa de 80cm de

profundidade, podendo inserir arbustos frutíferos. As paredes em grelha estruturam a borda da

fachada e servem de apoio para hortas verticais e trepadeiras.

CULTIVO – ZONA 2 – PAISAGISMO PRODUTIVO

Este será publico porem cria uma entrada para cada morador com arvores produtivas, tendo um

espaço livre e que permita a entrada do ar natural e sol provenientes da fachada. Cada morador

poderá inserir mobiliários, playgrounds, bancos.

ÁREA DE SERVIÇO

Terá uma parede em grelha que permite ventilação natural, entrada da luz do Sol, e apoio para

hortas verticais e trepadeiras. Climatizando o ambiente

PRODUTIVIDADE

Page 117: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

117

CORTE TIPOLOGIA DE 60m²

CORTE AA

CORTE BB

Para áreas de cultivo e passagem de tubulações elétricas, hidráulicas

e de ar condicionado, o piso terá um vazio de 80cm de um pavimento

para outro. Os pisos das tipologias serão removíveis de acordo com a

vontade do morador, podendo instalar saídas destas tubulações no piso.

PAREDE GRELHA METALICA

Função: Estrutural, ventilação, brise, horta vertical e

apoio para trepadeiras

1 3 5M

Área externa

Área externa

Page 118: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

118

TIPOLOGIA DE 80m²

80m²

32m²

PLANTA LAYOUT PLANTA – ESPAÇO FIXO

1

4

3

6

7 8 9

11 5

2

1- Cultivo ZONA 3 Horta familiar

2 – Cultivo ZONA 2 Paisagismo produtivo 3 – Área de serviço 4 – Cozinha e Sala de TV 5 – Banheiro para deficiente 6 – Banho1 7 – Banho2

8 – Quarto 9 – Quarto 10 – Sala de estudos 11 - Quarto

10

Paredes estruturantes

Paredes móveis

Grelha metálica

Áreas molhadas - FIXO

TIPOLOGIA DE 80m²

Page 119: Contextualizaçao do Trabalho Final de Graduação em arquitetura e urbanimo

119

TIPOLOGIA DE 80m²

A tipologia possui um eixo estrutural com as áreas molhadas, que serão entregues a cada morador

que escolherá seu layout dependendo do tipo de uso que esta moradia terá. As paredes preenchidas

são fixas e as divisões não preenchidas serão móveis. Neste exemplo possui 3 quartos, 1 banheiro para

deficiente criando espaços para a sala e cozinha integradas. A fachada tem portas camarão que se

abrem para a rua com espaços de cultivo na borda, junto a áreas de lazer com a churrasqueira. Na

entrada de cada tipologia, o morador ficará responsavel pelo paisagismo, podendo até inserir

mobiliários de lazer.

PRODUTIVIDADE

CULTIVO – ZONA 3 - HORTA FAMILIAR

O espaço 1 terá área para churrasco, lazer, e cultivo na borda, os cultivos terão caixa de 80cm de

profundidade, podendo inserir arbustos frutíferos. As paredes em grelha estruturam a borda da

fachada e servem de apoio para hortas verticais e trepadeiras.

CULTIVO – ZONA 2 – PAISAGISMO PRODUTIVO

Este será publico porem cria uma entrada para cada morador com arvores produtivas, tendo um

espaço livre e que permita a entrada do ar natural e sol provenientes da fachada. Cada morador

poderá inserir mobiliários, playgrounds, bancos.

ÁREA DE SERVIÇO

Terá uma parede em grelha que permite ventilação natural, entrada da luz do Sol, e apoio para

hortas verticais e trepadeiras. Climatizando o ambiente

PRODUTIVIDADE

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O programa habitacional, permite nos compreender o espaço habitat de uma forma mais

democrática em usos, parcelando o solo com habitação e equipamentos urbanos interligados,

para que crie áreas de convívio cultural e crie espaços públicos de qualidade, privilegiando o

pedestre e ciclistas, além de inserir áreas de cultivo em todo o programa.

No parcelamento da área,, os espaços de cultivo publico como eixos produtivos, e no

paisagismo será dividido em áreas agrícolas diferentes, dependendo do uso de cada área. Com

princípios em criar um bioclima saudável e com energia renovável, o conjunto habitacional

possuirá elementos para uma moradia menos impactante ambientalmente, com o piso e asfalto

drenante, o conjunto capta a agua da chuva para o seu próprio uso, e possui placas solares

isoladas na cobertura e mobiliários urbanos, para auxiliar na iluminação do conjunto habitacional

(publico e privado). Cada pavimento tem vazios em comum, favorecendo a troca de ar pela

ventilação cruzada no interior, além dos usos de lazer, playgrounds, academias, com as aberturas

nas fachadas que criam grandes terraços.

As tipologias serão divididas em três, 50m², 60m² e 80m² possuirão além destas áreas,

espaços de cultivo em um do seu plano que ficará exposto na fachada do edifício, este cultivo

será privado para cada morador e também favorece na climatização de cada tipologia que se

desenhará em torno da fachada de uma maneira linear.

O conjunto habitacional atrai vários tipos de moradores e frequentadores, revitalizando a

área de entorno carente a tipologia auxiliará no fluxo e na proximidade de moradia e trabalho.

No programa habitacional haverá uma porcentagem de tipologias para o apoio de aquisição à

habitação em programas habitacionais do governo. Gerando uma nova dinâmica habitacional,

onde não haja segregação entre rico e pobre, produzindo coletividade e novos comportamentos

ligados ao meio ambiente.

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Um debate deve ser feito nas densidades programadas nos Planos das cidades, refletindo sobre

como esta se integra à cidade. Em um planeta cada vez mais povoado, deve se analisar as densidade

como ferramenta de aumentar os recursos, e melhorar o espaço publico, levando em relevância, a

pessoa que habitará esses edifícios, as ruas, o partido arquitetônico, os núcleos formados, as cidades

em geral. Na escala mais intima às escalas maiores, que seriam as cidades, considerando os fatores

construtivos, espaciais, urbanos e principalmente, humanos. Desta forma, planejar a relação de

equilíbrio entre o progresso tecnológico e o desenvolvimento social, passa a ser um desafio das cidades

contemporâneas e um fator de suma importância para o futuro da gestão urbana, para atender uma

sociedade que cada vez mais avança tecnologicamente, buscando integrar os vários interesses sejam

eles capitalistas e principalmente para o fortalecimento da cidadania.

No entanto o crescimento de novos bairros bem estruturados, ainda faz parte da agenda das

politicas habitacionais federais, que ainda insistem num crescimento homogêneo de casas de baixa

densidade e sem mobilidade urbana, quase sempre próximas das vias de trafego rápido, como nas

rodovias. A cidade reúne pessoas das mais diversas origens, dos variados tipos de instrução, renda e

cultura. Porem em qualquer parte do mundo ela nasceu e desenvolveu a partir de um núcleo, e assim

foi se preservando na cidade moderna. É de suma importância que as novas áreas a serem construídas

nas cidades priorizem a qualidade de vida da população, afim de que cresçam de uma maneira mais

democrática, implantando usos mistos para se tornarem cada vez mais independentes da

infraestrutura do centro da cidade. O modelo da cidade moderna, segrega os usos, fator este, que

acabou gerando desastres sócio espaciais nas cidades. O melhor a se fazer é criar formas de minimizar

o risco do descompasso entre o progresso tecnológico e o desenvolvimento social, pois as novas

tecnologias ao mesmo tempo que impulsionaram os avanços em infraestruturas nas cidades, também

contribuíram para o aumento da exclusão social e o distanciamento entre o rico e o pobre.

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