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Contextos de Comunicação de Ciência Ana Godinho Instituto Gulbenkian de Ciência Comunicação e Divulgação de Ciência, Tecnologia e Inovação Mestrado em Economia e Gestão de Ciência, Tecnologia e Inovação, ISEG – 2007/2008 21 Abril 2008 Cláudia Florindo, IGC

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Contextos de Comunicação deCiênciaAna GodinhoInstituto Gulbenkian de Ciência

Comunicação e Divulgação de Ciência, Tecnologia e InovaçãoMestrado em Economia e Gestão de Ciência, Tecnologia e

Inovação, ISEG – 2007/200821 Abril 2008

Cláudia Florindo, IGC

Comunicar – Como?

Dias Abertos

Actividades em/para escolas

Com amigos e família

Cafés de Ciência

Literatura (divulgação de ciência)

Filmes e documentários

Debates e mesas redondas

Consultas governamentais

Websites e blogging

Festivais/Feiras de ciência

Actividades práticas (“hands-on”)

Exposições

Visitas guiadas

Para quem? / Com quem?

Grupos comunitários

Estudantes

Outros cientistas

Políticos

Financiadores

Eticistas

Comunicação Social

Associações de doentes

AdultosCrianças, adolescentes, jovens

Grupos de interesse (ambientalistas, moradores)

Editores de publicações científicas

Médicos e outros porfissionais de saúde

Conhecer o público alvo

Tamanho Voluntário ou por obrigação? Média de idades Sexo predominante Nível médio de grau académico Origem sócio-económica Crenças religiosas e não religiosas Conhecimentos/vivências anteriores de temas

científco-tecnológicos Atitudes para com a ciência e a tecnologia Grau de familiaridade com o meio ou contexto da

comunicação

Como conhecer o público alvo?

Grandes públicos (mass communication) Inquéritos nacionais, europeus e

internacionais Perfis de leitores, ouvintes, espectadores

Pequenos grupos Conhecer “líder” do grupo (ex: professor) Grupos de discussão (focus groups)

Classificações dos públicos daciência em Portugal

7 perfis-tipo da relação com a ciência: Envolvidos (confiança, relação profissional com C&T) Consolidados (confiança, elevado interesse) Iniciados (pouca confiança, elevado interesse) Autodidactas (circunstâncias levam a elevado

interesse) Indiferentes (C&T irelevanes para a sua vida) Benevolentes (decisões de C&T atribuidas aos peritos) Retraídos (sentem-se pouco confiantes/pouco

educados em C&T)Firmino da Costa, Ávila e Mateus, 2002

Outras características - contextuais

Vivências pessoais por contacto comassuntos de C&T (doença, risco, etc)

Interacções ente interesses de comunidadeslocais e de cientistas (conflito oucooperação)

Tomada de posição por líderes nacmunidade (presidente da câmara,sindicatos, imprensa local)

Valores (morais) de grupos específicos (ex:contra o aborto)

Para quê comunicar?

Necessidades doindivíduo: Diversão Socialização Utilização pessoal Vigilância

Motivação paracomunicar C&T Prosperidade

económica; recursoshumanos qualificadsos

Tomada decisões peloindivíduo

Enriquecimentocultural

Cidadaniaparticipativa

Exercício 1

É um jornalista “freelancer” e vai escrever um artigosobre um desenvolvimento de C&T recente.

Há dois jornais interessados no seu artigo: o Públicoe o 24 Horas.

Que diferenças terão os artigos entre si? Com vaiabordar a escrita de cada um?

Tenha em conta o perfil do leitor de cada jornal.Pode apontá-las.

Parcerias em comunicação de ciência

Cientistas sociais

Artistas plásticos

Escritores

Escolas

Professores

Sociedades científicas

Associações comunitárias

Administração local, regional, nacional

Associações de comerciantes

Media

Existe um problema O problema: crise no apreço e financiamento de

ciência (Thatcher no RU)

A solução: Aumentar e melhorar a comunicaçãode ciência

1985 Bodmer Report (Royal Society) “Scientists must learn to communicate to the

public, be willing to do so and consider it theirduty to do so”

O modelo do “défice cognitivo”

Maior conhecimento científico– maior apoio pela ciência

Público: Pouco informado sobre ciência Desejoso de aprender

Cientistas: Sábios benevolentes

Comunicação unidireccional,de cima-para-baixo.

“Escândalos” de base científica

Doença das vacas loucas Organismos geneticamente modificados Co-incineração Vacina tripla Investigação em células estaminais embrionárias

humanas Energia nuclear ...

Crise de confiança em ciência:Ciência não é único factor a considerar

Novo problema‘Society's relationship with science is in a critical phase... Public

confidence in scientific advice has been rocked by issues likeBSE...many people uneasy about rapid advance of areas eg biotech& IT’

House of Lords Report 2000

Examples abound to show that knowledge, in particular science,technology and innovation, are indispensable to meet this challenge.(…) However, there are indications that the immense potential of ourachievements is out of step with European citizens’ current needs andaspirations, such as peace, jobs, security and sustainable developmentof the planet.

European Commission, Science and Society Action Plan, 2001

Clima de diálogoThat direct dialogue with the public should move from being anoptional add-on to science-based policy-making and to the activitiesof research organisations & learned institutions, and should become anormal & integral part of the process.’

House of Lords Report 2000

A true dialogue must therefore be instituted between science andsociety.(…) Establishing a dialogue at the European level involves closecooperation between a wide range of stakeholders from researchorganisations, public authorities, media, citizens, civil society,enterprises, etc. The scientific and technological community will play anessential role by presenting issues of interest to the public at large, andby contributing to the debate.

European Commission, Science and Society Action Plan, 2001

Diálogo e envolvimento

Comunicação bidireccional

Público:- Confiante, detentorde saber “leigo”- debater questõeséticas e sociais;- capaz de contibuirpara processos dedecisão

Cientistas com:-excelentescapacidades decomunicação;-- dispostos eequipados a escutare ouvir os públicos

O cientista como agente em diálogo

Escutar, ouvir, perceber interesses, preocupações enecessidades do público alvo, antes de iniciar acomunicação;

Comunicar COM e não PARA; Estar disposto a mudar de opinião.

Em que situações recorrer a diálogo?

Chegar a consenso sobre assunto de C&T Ex: avaliação de nova tecnologia, análise de riscos Implicações em políticas de ciência

Criação de conhecimento (ou aprendizagemmútua) Conhecimento científico inserido no contexto n\ao-

científico Interacções com públicos detentores de saber “leigo”

Como método de aprendizagem/compreensãoda ciência Cognitivamente mais exigente e eficaz Em escolas, por centros de investigação

Exemplo 1: Avaliação de novastecnologias

Conferências de consenso -modelo dinamarquês Painel de cidadãos

determina agenda e panelde especialistas

Relatório de consensoapresentado ao parlamento

Argentina, Japan, UK,Norway, Austria…Europeanproject ‘Meeting of Minds’(2004-06)

Temas: OGM, transporte,testes genéticos,nanotecnologia, energianuclear, pescas, terapiagénica, ambiente http://www.tekno.dk

www.meetingmindseurope.org

Exemplo 2: consultas públicas

Human Fertilistion andEmbryology Authority(HFEA, RU) Ex: doação de oócitos

humanos parainvestigaçã, embriõeshíbridos humano-animal(2006-2007)

Sessões deliberativas,debates públicos,sondagens

Relatório público edecisão da autoridadesobre atribuição delicenças de investigação

www.hfea.gov.uk

Exemplo 3: “Scanning” do horizontede C&T Sciencehorizons financiado pelo programa Sciencewise (RU)

Tema: novas tecnologia, o futuro, a sociedade Enários futurstas fictícios como ponto de partida para debate

sobre impacto de C&T Pineis deliberativos, eventos públicos (centros de ciência,

debates em grupos (associalçoes recreativas, de doentes, etc) Temas: robótica, genética, produção de energia,

comunicações, materiais inteligentes, células estaminais esensores)

www.sciencehorizons.org.uk