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CLIPPING 22 a 25_03_2016 Conteúdo Por que os patrões querem o golpe?................................................................................................... 2 Ministério Público investiga salários de mais de R$ 100 mil a servidores........................................... 4 Servidores da Justiça repudiam o golpismo e defendem a democracia ............................................. 5 Planilha da Odebrecht tem doações para 286 políticos ...................................................................... 6 Sérgio Moro põe documentos da construtora sob sigilo .................................................................... 6 Golpe é principalmente contra os trabalhadores, afirmam sindicalistas ............................................ 7 Mais um intelectual se recusa a dar entrevista para a Globo ............................................................. 8 PR: Trabalhadores gráficos de Cascavel reivindicam cerca de 16% de reajuste salarial a partir de abril ...................................................................................................................................................... 8 Notas anti-apocalípticas: Petrobras anuncia maior descoberta de petróleo do Campo de Libra ...... 9 ONU pede isenção do Judiciário na atual crise política brasileira ....................................................... 9 Correios: trabalhadores param atividades por 24h no Centro de Entregas ...................................... 10 Petrobras tem pior prejuízo da sua história em 2015 ....................................................................... 11 Maior complexo petroquímico da América Latina começa a funcionar no México .......................... 12 Previdência gaúcha tem pior situação do País .................................................................................. 13 Grupo CEEE vai demitir 190 para equilibrar contas ........................................................................... 14 Jornada fala sobre assédio moral no ambiente de trabalho ............................................................. 15 REVISTA ALEMÃ DENUNCIA OPOSIÇÃO, JUDICIÁRIO E GLOBO DE TENTAR GOLPE FRIO CONTRA O BRASIL ................................................................................................................................................ 15 Sartori sanciona reajuste do salário-mínimo regional ....................................................................... 16 'Podemos escolher entrar num Estado policial, mas não podemos escolher sair dele', diz juiz em evento pró-democracia...................................................................................................................... 17 Encontro de trabalhadoras dos Correios discute situação da mulher na sociedade e no trabalho.. 18 Acidentes de trabalho em frigoríficos crescem ................................................................................. 18 Der Spiegel: Um golpe frio ................................................................................................................. 20 E quem controla o Judiciário? ............................................................................................................ 21 Justiça paralisa ações contra corrupção no fisco do governo Alckmin ............................................. 23 PR: Sindicato dos Gráficos de Cascavel apresenta pauta de reivindicação da campanha salarial 2016.................................................................................................................................................... 24 Ministério Público altera horário de funcionamento em Petrolina .................................................. 25 Acordo prevê indenização de R$ 20 milhões a intoxicados por mercúrio ........................................ 25 Pagamento de salário dos servidores do TJSE continua indefinido .................................................. 26

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CLIPPING 22 a 25_03_2016

Conteúdo Por que os patrões querem o golpe? ................................................................................................... 2

Ministério Público investiga salários de mais de R$ 100 mil a servidores........................................... 4

Servidores da Justiça repudiam o golpismo e defendem a democracia ............................................. 5

Planilha da Odebrecht tem doações para 286 políticos ...................................................................... 6

Sérgio Moro põe documentos da construtora sob sigilo .................................................................... 6

Golpe é principalmente contra os trabalhadores, afirmam sindicalistas ............................................ 7

Mais um intelectual se recusa a dar entrevista para a Globo ............................................................. 8

PR: Trabalhadores gráficos de Cascavel reivindicam cerca de 16% de reajuste salarial a partir de

abril ...................................................................................................................................................... 8

Notas anti-apocalípticas: Petrobras anuncia maior descoberta de petróleo do Campo de Libra ...... 9

ONU pede isenção do Judiciário na atual crise política brasileira ....................................................... 9

Correios: trabalhadores param atividades por 24h no Centro de Entregas ...................................... 10

Petrobras tem pior prejuízo da sua história em 2015 ....................................................................... 11

Maior complexo petroquímico da América Latina começa a funcionar no México .......................... 12

Previdência gaúcha tem pior situação do País .................................................................................. 13

Grupo CEEE vai demitir 190 para equilibrar contas ........................................................................... 14

Jornada fala sobre assédio moral no ambiente de trabalho ............................................................. 15

REVISTA ALEMÃ DENUNCIA OPOSIÇÃO, JUDICIÁRIO E GLOBO DE TENTAR GOLPE FRIO CONTRA O

BRASIL ................................................................................................................................................ 15

Sartori sanciona reajuste do salário-mínimo regional ....................................................................... 16

'Podemos escolher entrar num Estado policial, mas não podemos escolher sair dele', diz juiz em

evento pró-democracia ...................................................................................................................... 17

Encontro de trabalhadoras dos Correios discute situação da mulher na sociedade e no trabalho.. 18

Acidentes de trabalho em frigoríficos crescem ................................................................................. 18

Der Spiegel: Um golpe frio ................................................................................................................. 20

E quem controla o Judiciário? ............................................................................................................ 21

Justiça paralisa ações contra corrupção no fisco do governo Alckmin ............................................. 23

PR: Sindicato dos Gráficos de Cascavel apresenta pauta de reivindicação da campanha salarial

2016.................................................................................................................................................... 24

Ministério Público altera horário de funcionamento em Petrolina .................................................. 25

Acordo prevê indenização de R$ 20 milhões a intoxicados por mercúrio ........................................ 25

Pagamento de salário dos servidores do TJSE continua indefinido .................................................. 26

'Nenhum magistrado está acima da lei', diz secretário-geral da OEA ............................................... 27

Lava Jato apura propinas em plano de saúde dos Correios .............................................................. 28

Rio Grande Energia é condenada por transferir eletricista de cidade durante tratamento de saúde

............................................................................................................................................................ 30

BNDESPar reduz participação na Braskem à metade ........................................................................ 30

Por que os patrões querem o golpe?

O golpe na democracia brasileira viria para quebrar de vez este movimento de crescimento de

lutas classistas e de conquistas de direitos.

Como num cassino macabro, os grandes grupos financeiros estão especulando e apostando

abertamente no fim da democracia brasileira. Como se noticiou no UOL, no jargão do mercado, a

partir das manifestações pró-impeachment do dia 13 de março e da avaliação de um iminente

desmoronamento da coalizão governista no Congresso Nacional, o “cenário-base” que prevê a

derrubada do governo Dilma estaria na ordem de possibilidade de 65 % a 75 % entre os analistas

de grandes instituições de consultoria financeira. O dólar flutua para baixo e as bolsas para cima,

ao sabor das especulações.

Provavelmente, os analistas internacionais e nacionais de mercado diminuíram estes percentuais

nos últimos dias diante da escala grandiosa das manifestações do dia 18 de março em favor da

legalidade democrática, das turbulências e ilegalidades flagrantes que ameaçam a legitimidade da

Operação Lava-Jato e de uma renovada iniciativa do governo Dilma na organização da resistência

parlamentar (ver posições críticas ao golpe do presidente do Senado, o racha iminente do PMDB, a

disputa voto a voto na comissão parlamentar que fará a primeira votação sobre a aceitação ou não

do pedido de impeachment).

O fato é que, após o editorial do New York Times do dia 18 de abril, o The Economist dá uma capa

em favor do afastamento da presidente eleita do Brasil. Não há mais dúvida que o capital

financeiro internacional, com sua força geo-política, está apoiando e organizando o golpe na

democracia brasileira.

Não é preciso se valer aí de nenhuma hipótese especulativa de conspiração. Nestes tempos de

espetacularização da política, os golpistas não apenas deixam pistas, mas produzem símbolos

midiáticos em série. Armínio Fraga – o ex-ministro da Fazenda de Aécio Neves – apareceu em

Brasília como o terceiro personagem de um almoço que reunia Serra e Gilmar Mendes.

Em um artigo publicado nesta mesma Agência Carta Maior, em dezembro de 2014, “Um escândalo

chamado Armínio Fraga”, documentávamos a presença deste homem de Wall Street e do grande

banco norte-americano JP Morgan como orgânico a toda estratégia do PSDB nas eleições. O PSDB

havia migrado definitivamente da condição de um partido da Avenida Paulista para Wall Street,

organizando um novo programa radical neoliberal de guerra aos direitos sociais e de privatização

do setor público brasileiro. Em março de 2014, Emy Shayo, analista do JP Morgan, havia

coordenado uma mesa entre publicitários conservadores brasileiros com o tema “Como

desestabilizar o governo Dilma?”. No momento decisivo do final do primeiro turno das eleições de

2014, foi novamente o JP Morgan quem organizou um seminário de grandes banqueiros de Wall

Street para ouvir Fernando Henrique Cardoso e sua diretiva de apostar as fichas em Aécio Neves e

não em Marina Silva para a disputa do segundo turno.

Foi apenas em 1981, dezessete anos após o golpe militar, com o trabalho de René Armand

Dreifuss, no livro “1964: A conquista do Estado ( Ação política, poder e golpe de classe)”, apoiado

em ampla documentação resultante de pesquisa em arquivos norte-americanos, que o caráter

classista do golpe de 1964 foi ao centro das análise. Ele documentou as relações entre o IPES/IBAD

e os lobbies de financiamento americano para a eleição de deputados golpistas desde 1962 até a

campanha de desestabilização final do presidente Jango Goulart. Certamente, as ilusões

pecebistas sobre a existência de uma burguesia nacional progressista dificultaram e retardaram

este entendimento.

Hoje, para derrotar o golpe é preciso denunciar centralmente o seu caráter patronal. A Fiesp, a

Firjan, as Federações do Comércio de São Paulo, a Associação Brasileira da Indústria Eletrônica e

Eletrodomésticos ( Abinee), entidades empresariais do Paraná, Espírito Santo, Pará e muitas redes

empresariais estão já em campanha aberta pelo fim da democracia no Brasil.

Por que o capital financeiro e, cada vez mais, os grandes empresários brasileiros estão movendo e

se movendo em direção ao golpe?

Três razões

A primeira razão está bem enunciada no documento do Dieese sobre o balanço das greves em

2013, uma dinâmica que prosseguiu em grandes linhas até o final de 2014. Enquanto todos os

olhos estavam voltados para as espetaculares manifestações de ruas de junho de 2013, estava se

registrando o maior ciclo grevista de luta dos trabalhadores por seus direitos desde que a série

histórica se iniciou em 1978. Se em 2012 havia ocorrido em todo o país 877 greves, em 2013 esta

dinâmica saltou para 2050 greves!. O número de horas paradas que havia sido de 86.921 em 2012,

saltou para 11.342 horas paradas em 2013, envolvendo dois milhões de grevistas. Pelo

acompanhamento do Dieese, 80 % dos movimentos grevistas obtiveram êxito! A forte ampliação

do número de grevistas, de greves e horas paradas, na avaliação do documento do Dieese,

correspondia a um desbordamento do centro para a periferia, das categorias tradicionalmente

mais organizadas para aquelas com menor tradição grevista, em um quadro de menor

desemprego e maior formalização do mercado de trabalho.

O golpe na democracia brasileira, viria, então, quebrar de vez este movimento ascensional de

lutas classistas e de conquistas de direitos. A “eleição” de Joaquim Levy para o Ministério da

Fazenda, sob pressão do mercado financeiro, revelou-se um instrumento instável, insuficiente e

inseguro. Seria preciso, por o governo do Brasil, com sua força, seu poder repressivo e seu poder

de agenda em choque frontal com o movimento classista democrático dos trabalhadores.

A segunda razão está didaticamente exposta em um documento do Diap, assinado por Antônio

Carlos Queiroz. Ele elencou cinqüenta projetos de lei anti-trabalhadores e anti-populares, racistas

e machistas, em andamento no Congresso Nacional que, em seu conjunto, desorganizam todo o

sistema de direitos democráticos previstos na Constituição de 1988 e acumulados pelas lutas dos

movimentos sociais desde então.

Entre eles, na Câmara Federal, a terceirização total das relações de trabalho, a prevalência do

negociado sobre o legislado e o impedimento do empregado demitido reclamar na Justiça do

Trabalho seus direitos. Até a legislação que coíbe o trabalho escravo seria adulterada! No Senado,

a regulamentação e retirada do direito de greve dos servidores públicos, a privatização das

empresas públicas, a independência do Banco Central. Estão previstas, a desvinculação dos

recursos orçamentários de porcentuais obrigatórios para a saúde e a educação pública, a

desindexação do reajuste anual do salário-mínimo em relação à inflação e ao crescimento do PIB,

a desindexação do piso dos benefícios previstos previdenciários e assistenciais do valor do salário-

mínimo. Seria iniciado, então, um novo ciclo de arrocho salarial e de destruição das políticas

públicas no Brasil.

A terceira razão é de ordem geo-política e econômica e diz respeito à política externa soberana do

Brasil, à política para os Brics, à posição da Petrobrás no mercado mundial de petróleo, ao peso do

Brasil no recente ciclo progressista e distributivo das democracias na América Latina. O golpe viria

criar uma nova época de domínio norte-americano na América Latina, impondo um novo cerco à

revolução cubana em crise. Ao mesmo tempo, trilhões de dólares do patrimônio do Estado

brasileiro seriam colocados à disposição da rapina do capital financeiro internacional.

Como alerta Antônio Carlos Queiroz, seria necessário após o golpe criminalizar o movimento

sindical brasileiro em larga escala, mais além dos movimentos sociais. Não se aplica um programa

tão radicalmente anti-popular sem doses maciças de violência.

A assembléia dos quatro mil operários da Ford contra o golpe , em São Bernardo do Campo , e a

bela e decisiva reunião de Lula com lideranças sindicais, de todo o país, de sete centrais

brasileiras, neste dia 23 de março vem estabelecer um novo marco na luta classista democrática

contra o golpe dos patrões.

CARTA MAIOR

Ministério Público investiga salários de mais de R$ 100 mil a servidores

Os auditores fiscais da Receita Municipal de Campo Grande tentam, na Justiça Estadual, barrar

descontos que o governo municipal vem fazendo nos salários de ao menos 40 servidores.

Muitos dos vencimentos desses auditores ultrapassam os R$ 100 mil por mês. A prefeitura corta

alguns rendimentos com base em desconto de teto do subsídio do prefeito, que tem salário de R$

20,4 mil.

Os servidores entraram com mandado de segurança, que ainda está sob análise do juiz José

Eduardo Neder Meneghelli, da 1ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos, para tentar

garantir o pagamento integral. O processo é de 02 de junho de 2015 e os autos estão conclusos

para apreciação desde 27 de julho de 2015.

Enquanto não há decisão, o Ministério Público Estadual decidiu atuar na questão e divulgou nesta

quarta-feira (23) a instauração de inquérito civil para apurar possível irregularidade nesses

pagamentos acima do teto constitucional. O promotor Alexandre Pinto Capiberibe Saldanha, da

30ª Promotoria de Justiça, instaurou a investigação na segunda-feira (21).

Anteriormente, em 24 de julho do ano passado, a promotora substituta da 45ª Promotoria, Érica

Rocha Espíndola, manifestou-se nos autos posição contrária ao mandado de segurança que

autorizaria o pagamento integral do salário aos auditores.

OUTRO LADO

A defesa dos auditores fiscais municipais alega que há pelo menos duas verbas dos holerites que

não poderiam ser cortadas, o adicional por tempo de serviço e vantagem pessoal incorporada. O

corte que acontece atualmente configuraria "violação do princípio da irredutibilidade da

remuneração", alegou os advogados dos servidores.

A lei que regulamenta o cargo de auditor fiscal da receita municipal é a lei complementar

101/2007. O sindicato da categoria (Sindafir-CG) tentou intervir na esfera pública municipal,

diretamente com a Secretaria de Administração, para que houvesse o pagamento integral.

Contudo não houve acordo e o pedido foi indeferido em 21 de janeiro de 2015.

O salário desses servidores municipais, sem adicionais, fica entre R$ 10 mil e R$ 14 mil. Eles ainda

podem receber adicional por tempo de serviço, gratificação, adicional de função tributária

e vantagem pessoal incorporada.

Os vencimentos mais altos chegam a quase R$ 147 mil, mas como há descontos que superam os

80%, os auditores fiscais acabam recebendo entre R$ 17 mil e R$ 32 mil.

Servidores da Justiça repudiam o golpismo e defendem a democracia

No texto, os servidores protestam contra o vazamento seletivo em órgãos da impresa de

conversas privadas da "líder maior da Nação, a presidenta Dilma Rousseff", tal fato, aponta a nota,

"põe em risco a soberania nacional, agride de morte o papel de equilíbrio, moderação, prudência,

cautela, austeridade, imparcialidade e comedimento da magistratura a ela imputados por lei e que

dela se exige".

O manifesto pede ainda que "o Poder Judiciário e o Ministério Público atuem estritamente nos

limites da Constituição". E indica o caminho da "defesa a legalidade, da democracia e do Estado

Democrático de Direito".

Segue abaixo:

Manifesto de servidores do Poder Judiciário da União e do Ministério Publico da União, em defesa

da democracia e contra o golpismo

Nós, servidores públicos do Poder Judiciário e do Ministério Público da União, abaixo-assinados,

diante do quadro de crise política e institucional que se instalou no País, vimos a público

manifestar nosso mais veemente protesto de defesa da legalidade, da democracia e do Estado

Democrático de Direito, nosso mais intenso repúdio contra toda ação conspiratória e

desestabilizadora, isolada ou coletiva, contra as liberdades individuais e democráticas, travestidos

ou não de atos jurídicos ou acobertadas pelo manto da credibilidade, da neutralidade e da isenção

do Poder Judiciário Federal e do Ministério Público Federal.

Publicamos este manifesto num momento em que presenciamos o vazamento seletivo em órgãos

da imprensa, de conversas privadas da líder maior da Nação, a Presidenta Dilma Vana Roussef, por

um magistrado, que tem por função precípua a defesa da Carta Magna e dos direitos e liberdades

pessoais. Tal procedimento do magistrado, típico dos estados policiais, põe em risco a soberania

nacional, agride de morte o papel de equilíbrio, moderação, prudência, cautela, austeridade,

imparcialidade e comedimento da magistratura a ela imputados por lei e que dela se exige.

Queremos, como servidores públicos e também como cidadãos da sociedade à qual prestamos

serviço, que, no atual cenário de acirramento de ânimos, o Poder Judiciário e o Ministério Público

atuem estritamente nos limites da Constituição, lei maior instituída pelo povo brasileiro e a todos

imposta, não se deixando contaminar por paixões ideológicas, por interesses de classe e por

artifícios desestabilizadores, golpistas e revanchistas. A serenidade deve prevalecer sobre a paixão

política, de modo que a vida nacional transcorra dentro da normalidade e que as instituições, os

valores e as regras democráticas sejam preservadas. A democracia foi reconquistada no Brasil

após muita luta e não há de ser colocada em xeque por ações voluntaristas, personalistas e

temerárias por quem quer que seja.

“O afeto ou o ódio mudam a face da justiça”. (Blaise Pascal)

VERMELHO

Planilha da Odebrecht tem doações para 286 políticos

A Operação Lava Jato encontrou na residência do presidente da Odebrecht Infraestrutura,

Benedicto Barbosa Silva Junior, no Rio de Janeiro, a maior relação de políticos e partidos associada

a pagamentos de uma empreiteira até agora. As buscas fazem parte da 23ª fase da Lava Jato, a

Acarajé, que teve como alvo o casal de marqueteiros João Santana e Monica Moura, que atuaram

nas campanhas à presidência dos petistas Luiz Inácio Lula da Silva (2006) e Dilma Rousseff (2010 e

2014), e também o executivo da Odebrecht, apontado pelos investigadores como o canal de

Marcelo Odebrecht para tratar de doações eleitorais e repasses ilícitos a políticos.

A devassa da Polícia Federal na residência de um dos executivos-chave do esquema de propinas na

empreiteira rendeu um total de sete arquivos onde aparecem inúmeras planilhas e tabelas,

algumas separadas por estados e regiões do Brasil, e outras por partidos, com cerca de 200

nomes, entre eles alguns dos principais políticos do País. Também há inúmeras anotações

manuscritas fazendo referência a repasses para políticos e partidos, acertos com outras empresas

referentes a obras e até documentos sobre "campeonatos esportivos", que lembram documentos

semelhantes já encontrados na Lava Jato e revelaram a atuação de cartel das empreiteiras em

obras na Petrobras.

Em meio aos avanços da Lava Jato, os executivos da empreiteira anunciaram quarta-feira que vão

fazer uma "colaboração definitiva" com as investigações.

Nos documentos, contudo, não há nenhum indicativo de que os pagamentos sejam irregulares ou

fruto de caixa-2, e tampouco a Polícia Federal teve tempo para analisar a vasta documentação.

Era na Odebrecht Infraestrutura que funcionava o setor de "Operações Estruturadas", que as

investigações revelaram ser o departamento da propina na empresa, no qual funcionários

utilizavam um moderno software de gerenciamento de contratos e pagamentos para fazer a

"contabilidade paralela" da empresa, que incluía entregas no Brasil e também transferências em

contas no exterior. Diferentemente das planilhas encontradas naquele setor, contudo, os

documentos que estavam na residência de Benedicto não possuem codinomes para se referir a

políticos.

Sérgio Moro põe documentos da construtora sob sigilo

O juiz federal Sérgio Moro decretou, na quarta-feira, sigilo sobre a "superplanilha" da Odebrecht

que cita dezenas de políticos e partidos como supostos destinatários de valores da empreiteira. O

magistrado pediu ao Ministério Público Federal que se manifeste sobre "eventual remessa" da

documentação ao Supremo Tribunal Federal (STF).

A planilha foi apreendida em fevereiro na Operação Acarajé, desdobramento da Lava Jato, na

residência do empresário Benedicto Barbosa da Silva Júnior, presidente da Odebrecht

Infraestrutura.

O documento aponta uma longa sucessão de transferências para deputados, senadores, prefeitos,

governadores e agremiações políticas.

Inicialmente, a Acarajé estava sob sigilo. Depois que a operação foi deflagrada, em fevereiro, o

magistrado afastou o sigilo dos autos, como tem feito desde o início da Lava Jato.

Na quarta-feira, ao constatar que a lista contém "registros de pagamentos a agentes políticos",

Moro restabeleceu o sigilo nos autos. "Prematura conclusão quanto à natureza desses

pagamentos. Não se trata de apreensão no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht e o

referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas doações eleitorais registradas nos

últimos anos", argumentou o juiz.

"De todo modo, considerando o ocorrido, restabeleço sigilo neste feito e determino a intimação

do Ministério Público Federal para se manifestar, com urgência, quanto à eventual remessa ao

Egrégio Supremo Triunal Federal para continuidade da apuração em relação às autoridades com

foro privilegiado."

JORNAL DO COMERCIO

Golpe é principalmente contra os trabalhadores, afirmam sindicalistas

Representantes de sete centrais avaliam, em ato de apoio a Lula e contra o impeachment, que

mudança de governo esconde interesse de acabar com direitos sociais

São Paulo – Não foi um ato de centrais, mas de sindicatos e sindicalistas, como enfatizou o

presidente da CUT, Vagner Freitas, sobre o evento de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da

Silva e contra o impeachment de Dilma Rousseff, na tarde de hoje (23), em São Paulo. Estavam lá

representantes de sete centrais, com o diagnóstico comum de que o movimento para derrubar o

governo embute a intenção de acabar ou "flexibilizar" direitos sociais e trabalhistas. "O golpe é

contra os trabalhadores", afirmou Freitas, ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Pela CUT, além dele, estavam a vice, Carmen Foro, e o secretário-geral, Sérgio Nobre, entre

outros, além de presidentes de alguns dos maiores sindicatos vinculados à central, como Juvandia

Moreira (Bancários de São Paulo), Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel (Apeoesp, dos

professores da rede estadual paulista), e Rafael Marques (Metalúrgicos do ABC). Da Força Sindical,

participaram o secretário-geral, João Carlos Gonçalves, o Juruna, e Mônica Veloso, da operativa

nacional. O presidente da central, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (SD-SP), defende o

impeachment.

Juruna disse falar não em nome da central, "mas de vários sindicalistas que entendem que este

momento é de garantir a democracia, a Constituição, de Lula assumir o Ministério da Casa Civil,

para ele assumir as causas populares", criticando a tentativa de reforma da Previdência e

lembrando do Compromisso pelo Desenvolvimento, firmado no final de 2015 entre sindicalistas e

empresários. "Às vezes tomar um tranco é muito bom, porque leva à unidade de ação. Mudanças

exigem compromisso de classe, união e, cada vez mais, povo na rua", afirmou o dirigente.

Também participaram do ato, pela Força, o primeiro-secretário, Sérgio Luiz Leite, o Serginho, e o

presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, Jorge Nazareno, o Jorginho.

O presidente da UGT, Ricardo Patah, esteve no evento na Casa de Portugal, no bairro da

Liberdade, região central de São Paulo, mas quem falou pela central foi o secretário-geral,

Francisco Canindé Pegado, que exaltou o ex-presidente. "Se existe um homem capaz de unificar e

fazer este país retomar o rumo do crescimento é você, Lula, nosso companheiro, nosso amigo,

nosso presidente. Este país precisa de um homem de coragem para fazer a reunificação. Não fuja

da raia. Estamos com você", disse Pegado.

O secretário-geral da CSB, Álvaro Egea, identificou um "processo de destruição das conquistas

democráticas e do Estado de direito". Ele criticou o juiz federal Sérgio Moro, procuradores

paulistas que pediram a prisão de Lula e parte da mídia: "O que estão fazendo é destruir a nossa

democracia. Os trabalhadores são os mais interessados na legalidade democrática". O presidente

da central, Antônio Neto, que comanda o núcleo sindical do PMDB, não participou do ato.

Presidente estadual da Nova Central em São Paulo, Luiz Gonçalves, o Luizinho, disse que não há

posicionamento unitário da entidade em relação ao momento político. "Mas temos consciência de

que este (Lula) foi o melhor governo de todos os tempos. Esse golpe não vai acontecer",

acrescentou.

O secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro, o Índio, deixou claro que a central não apoia o

governo Dilma e defender mudanças na política econômica e o fim do ajuste fiscal. Mas se

posicionou contra o impeachment e as investidas contra Lula, vendo uma tentativa de

"estabelecer um governo neoliberal para atacar direitos trabalhistas, aprovar a terceirização

irrestrita e estabelecer a independência do Banco Central". "Não adianta achar que vai derrubar

esse governo e os trabalhadores vão se calar."

Para o presidente da CTB, Adilson Araújo, "a direita aposta todas as fichas na instabilidade

política" para retomar o poder, sem aceitar "a quarta vitória do povo brasileiro", referindo-se às

eleições de Lula e Dilma. E citou propósitos, no movimento antigoverno, de mudar o regime do

pré-sal, para atender a interesses externos. "Não vamos nos intimidar", garantiu.

Freitas, da CUT, lembrou das dificuldades que a agenda dos trabalhadores já enfrenta no

Congresso: "Os mesmos que querem fazer o golpe são os que querem acabar com a carteira

assinada, férias, 13º, CLT, ampliar a terceirização".

O presidente da Confederação Sindical Internacional, João Felício, destacou a repercussão, em

todo o mundo, das ações contra Dilma e Lula, como ameaças à estabilidade e à democracia no

Brasil. Em vídeo exibido logo no início da manifestação, o ator e ativista norte-americano Danny

Glover manifesta seu apoio ao ex-presidente, "agora que você está sob ataque da direita

brasileira".

Outro presente na platéia era Raphael Martinelli. Com quase 92 anos, o ex-ferroviário foi um dos

líderes do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), formado durante o governo João Goulart e

dissolvido após o golpe de 1964.

REDE BRASIL ATUAL

Mais um intelectual se recusa a dar entrevista para a Globo

247 - Depois que o professor da PUC-SP Reginaldo Nasser se recusou a dar entrevista para a Globo

News, argumentando que a emissora "incita o ódio" (leia aqui), outro intelectual brasileiro se

recusou a dar declarações para veículos de comunicação da empresa da família Marinho.

Desta vez foi o sociólogo e mestre em Filosofia João Feres Júnior, professor de ciência política da

UERJ e da Unirio. Em sua página no Facebook, ele mostrou a pergunta e sua resposta a uma

pedido de um repórter do G1 para falar sobre ações do Grupo de Estudos Multidisciplinares da

Ação Afirmativa (Gemaa), do qual é coordenador.

"Não colaboramos mais com nenhuma mídia do grupo Globo. Vocês querem dar um golpe na

democracia brasileira e não contarão com nossa colaboração", afirmou Feres.

BRASIL 247

PR: Trabalhadores gráficos de Cascavel reivindicam cerca de 16% de reajuste salarial a

partir de abril

Correção salarial pelo índice de inflação registrado pelo INPC mais 4% de produtividade o que dá

em torno de 16%. Esta é uma das reivindicações do STIG de Cascavel/PR já apresentada ao

sindicato patronal. A data base é em 1º de abril.

FONTE: STIG CASCAVEL/PR

Notas anti-apocalípticas: Petrobras anuncia maior descoberta de petróleo do Campo de Libra

A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (21) que concluiu a perfuração e a avaliação de novo

poço no campo de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, encontrando a maior coluna de óleo

descoberta pelo consórcio até o momento, com 301 metros de espessura

no Vermelho

Em comunicado ao mercado, a estatal informou que o óleo do poço conhecido como NW5 é de

"elevada qualidade". No total, já foram concluídas as perfurações de seis poços em Libra e o

sétimo se encontra em fase de perfuração, disse a estatal.

O poço, conhecido informalmente como NW5, está 8 km a nordeste do poço descobridor, 2-ANP-

2A-RJS, e a 200 km da costa do estado do Rio de Janeiro e faz parte do compromisso firmado no

Plano de Avaliação da Descoberta (PAD), aprovado pela ANP em 26/02/2016.

Até o momento, foram concluídas as perfurações de seis poços em Libra (cinco pelo Consórcio) e o

sétimo (3-RJS-742), também na área noroeste, se encontra em perfuração.

O Consórcio de Libra é formado pela Petrobras (operadora com 40%), Shell (20%), Total (20%),

CNPC (10%) e CNOOC (10%), tendo como gestora do Contrato de Partilha da Produção a Pré-Sal

Petróleo S.A. (PPSA)

FATOS E DADOS

ONU pede isenção do Judiciário na atual crise política brasileira

O Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU se manifestou pela primeira vez desde o

acirramento da crise política brasileira e demonstrou preocupação com "um círculo vicioso" que

afete "a credibilidade tanto do Executivo quanto do Judiciário".

Em um apelo tanto aos atuais ocupantes do governo federal como aos demais partidos políticos, a

Organização das Nações Unidas disse esperar que os agentes públicos brasileiros "cooperem

totalmente" com as autoridades judiciárias nas investigações sobre "suposta corrupção de alto

nível, para evitar quaisquer ações que possam ser vistas como um meio de obstruir a Justiça", mas

lembrou que o Judiciário deve atuar com "escrúpulos, dentro das regras do direito doméstico e

internacional, evitando adotar posições político-partidárias."

Estamos preocupados com a possibilidade de que um círculo vicioso possa estar sendo

desenvolvido que acabe afetando a credibilidade tanto do Executivo como do Judiciário", disse

Rupert Colville, porta-voz da ONU.

Nesse inédito posicionamento da organização sobre a crise política brasileira, a entidade faz

cobranças a todos os agentes protagonistas da atual situação ao se dizer "preocupada com os

debates cada vez mais politizados e acalorados" registrados nas últimas semanas no País.

Para o Alto Comissariado, essa situação ameaça causar "um sério dano de longo prazo para o

Estado e para as conquistas democráticas feitas nos últimos 20 anos nos quais o Brasil tem sido

governado sob uma Constituição que dá fortes garantias de direitos humanos".

DIÁRIO DE NOTICIAS

Correios: trabalhadores param atividades por 24h no Centro de Entregas Os trabalhadores do Centro de Entregas de Encomendas (CEE) Noroeste dos Correios, no Recife,

paralisaram as atividades na manhã desta terça-feira (22). A suspensão dos serviços é por 24h. O

local atende os municípios de Camaragibe, Paulista, Olinda, Abreu e Lima e Igarassu e recebe cerca

de 6 mil encomendas e o acúmulo de materiais está grande. No próximo dia 5, já foi aprovado

indicativo de greve por tempo indeterminado nos CEEs Jaboatão, Recife e Noroeste, a ser decidido

em assembleia dos servidores.

A cruzada de braços, no entanto, não tem a ver com campanha salarial ou reajuste de salários. Os

carteiros pedem melhores condições de trabalho, pois no local, segundo o Sindicato dos

Trabalhadores dos Correios em Pernambuco (Sintect-PE), a situação é insalubre.

De acordo com o órgão que representa a categoria, várias vezes a direção do centro tentou

argumentar com a gerência dos Correios e a própria direção da empresa. Nada foi realizado e, por

unanimidade, os 40 carteiros da unidade resolveram realizar essa greve de advertência, conforme

destacou o Sintect-PE.

Com o ato desta terça, a categoria espera melhorar a qualidade do serviço prestado à população,

a partir de melhorias no local de trabalho. Oura questão que envolve a paralisação de advertência,

segundo o Sintect-PE, diz respeito aos programas de demissões voluntária e incentivada (PDVs e

PDIs).

“Não está havendo reposição de pessoal através de concursos públicos e quem fica está muito

sobrecarregado com o acúmulo de funções e entregas. Muitos estão adoecendo por exaustão. Há

unidades de distribuição sem maquinário e instrumentos necessários para acelerar as entregas”,

afirmou Halisson Tenório, secretário-geral do Sintect-PE.

De acordo com Tenório, a política atual de infraestrutura dos Correios não condiz com a realidade

financeira do órgão. “Os Correios continuam patrocinando grandes eventos e investindo em

propaganda. No entanto, existe uma precariedade de serviços em vários centros de distribuição e

unidades de atendimento. Por conta das más condições, está havendo atraso de correspondências

e mercadorias. A empresa suspendeu os serviços aéreos, priorizando o terrestre, mais caro e que

gera mais perigos aos servidores. Há carteiros dividindo o mesmo veículo”, descreveu o dirigente.

Em Pernambuco, segundo o Sintect-PE, há três Centros de Entregas de Encomendas (CEEs): o do

Recife, que atende toda a RMR, o de Jaboatão dos Guararapes, que agrega Candeias e Piedade,

entre outras localidades no sul da RMR, e o Noroeste, que distribui os serviços nas cidades já

citadas no norte da RMR. No Interior do estado, os serviços são realizados pelos Centros de

Distribuição Familiar (CDFs), Unidades de Distribuição (UDs) e agências.

“Por hora, esses locais não estão impactados com esta paralisação, mas a tendência é de que os

serviços atrasem ainda mais. Na assembleia do próximo dia 5, vamos avaliar a questão e não

descartamos uma paralisação geral por tempo indeterminado aos outros centros e agências”,

pontuou Tenório.

A reportagem do Diario procurou a superintendência dos Correios no estado para saber um

posicionamento sobre a questão da paralisação de hoje e uma possível greve geral. Em nota, a

estatal informou que “está em constante diálogo com a representação sindical, por meio de uma

Mesa Nacional de Negociação Permanente e de contato direto via sua Diretoria Regional de

Pernambuco”. O comunicado diz, ainda, que “a empresa também está apurando se a paralisação

atende aos requisitos dispostos pela Lei de Greve.”

DIARIO DE PERNAMBUCO

Petrobras tem pior prejuízo da sua história em 2015

A Petrobras surpreendeu o mercado ao apurar um prejuízo de R$ 36,94 bilhões no quarto

trimestre de 2015 - o maior de sua história -, refletindo principalmente uma baixa contábil por

perda no valor de ativos e investimentos (impairment) de quase R$ 48,3 bilhões feita no período.

No ano, o prejuízo ficou em R$ 34,83 bilhões, o que levou o presidente da estatal, Aldemir

Bendine, a confirmar a expectativa de que os acionistas ficarão sem dividendos pelo segundo ano

consecutivo. Além disso, os funcionários não vão receber a participação nos lucros e resultados

(PLR).

Somando as baixas realizadas em 2014 e 2015, a Petrobras contabilizou perda de quase R$ 100

bilhões no valor de seus ativos, sem contar o desvio de R$ 6,2 bilhões atribuídos a corrupção. Se

em 2014 as maiores perdas foram causadas pelo Abastecimento, no ano passado elas ficaram com

a Exploração e Produção. O prejuízo do trimestre foi 41% maior que o antigo recorde, de R$ 26,6

bilhões, do quarto trimestre de 2014.

A queda do preço do petróleo, que saiu de uma média acima de US$ 76 por barril no quarto

trimestre de 2014 para US$ 43 por barril no último trimestre do ano passado, foi o que gerou a

necessidade da baixa contábil, segundo afirmou o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine.

Além da queda do Brent, o aumento do risco Brasil e a perda de grau de investimento contribuem

para desvalorizar os ativos da empresa, já que a taxa de desconto usada nas avaliações aumenta.

Isso ajuda a explicar porque a baixa e prejuízo forão tão maiores que os de suas principais

concorrentes.

Mas não bastasse isso, uma série de outros fatores não recorrentes jogou o resultado da

companhia para baixo, o que levaria a estatal a fechar no vermelho mesmo se não tivesse feito o

impairment. A inadimplência dos recebíveis atrasados das subsidiárias da Eletrobras, levou a

perdas de R$ 2,51 bilhões no trimestre.

Foram registradas ainda despesas com constituição de provisões para perdas em processos

judiciais, de R$ 1,88 bilhões, gastos maiores relacionados com paradas não programadas (R$ 670

milhões) e despesas de R$ 352 milhões com a desativação da refinaria em Okinawa, no Japão.

O presidente da companhia afirmou que, com o resultado, a empresa demonstra transparência

em em direção ao que ele chamou de processo de "resgate de sua credibilidade". A estatal fechou

2015 com dívida líquida de R$ 391,9 bilhões, inferior aos R$ 402,3 bilhões de setembro. Medido

como proporção do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), o

endividamento ficou em 5,31 vezes em dezembro, pouco acima do índice de 5,24 vezes do fim do

terceiro trimestre.

Bendine apontou que a geração de caixa como principal destaque positivo dos resultados da

companhia em 2015. Ao todo, a empresa registrou caixa livre de R$ 15,6 bilhões no ano passado,

contra os R$ 19,6 bilhões negativos em 2014.

"Apesar do resultado contábil negativo, a Petrobras teve geração de caixa positiva pela primeira

vez em oito anos (desde 2007) e as despesas e dívida líquida caíram", fez questão de ressaltar.

A empresa terminou dezembro com R$ 100 bilhões em caixa, o que lhe dá alguma flexibilidade

para tentar rolar suas dívidas, uma vez que os credores estão cobrando juros que a diretoria da

companhia reluta em aceitar. Sobre novas captações, Bendine afirmou que "não está no nosso

radar no momento" a não ser "que apareçam situações vantajosas" que permitam alongar prazos

e reduzir custos. E garantiu que a empresa tem capacidade de caixa suficiente até o fim de 2017.

No ano passado, a Petrobras captou R$ 56,16 bilhões em novos empréstimos, mas desembolsou

R$ 70,6 bilhões com pagamento de principal e juros de sua dívida. Os investimentos diminuíram

12% no ano, para R$ 76,3 bilhões.

Segundo Bendine, o caminho para levantar recursos e reduzir o endividamento continuar a ser o

plano de venda de US$ 14,4 bilhões em ativos neste ano, com a qual ele ainda conta. "A procura

por ativos [está] muito forte, há algumas negociações em fase final, mas o objetivo não é vender

abaixo do preço", disse.

Questionado sobre a possibilidade de a crise política influenciar o ritmo dos desinvestimentos,

Bendine respondeu que a crise não afeta quando se tem o ativo que o investidor quer. "O que o

investidor não gosta é de quebra de contrato. Não acho que isso [crise] pode trazer impacto. Pode

atrasar do ponto de vista do business", disse, acrescentando que é natural.

O termo de compromisso com o Banco de Desenvolvimento da China (CDB) para empréstimo de

US$ 10 bilhões é uma "reserva" para uso em caso de necessidade. "Foi aprovada, mas não

desembolsada. É uma reserva que a gente tem para uma eventual necessidade diante das nossas

obrigações de endividamento", disse.

O diretor João Elek confirmou que investiga denúncia da gestão da FUP no RH.

VALOR ECONOMICO

Maior complexo petroquímico da América Latina começa a funcionar no México

Com 31 mil toneladas de aço e US$ 5,2 bilhões de investimento, começou a funcionar no estado

de Veracruz, no México, o maior complexo petroquímico da América Latina, que já produz o

etileno que permitirá, com o tempo, reduzir 70% da importação de plástico pelo país.

A usina, à qual a Agência Efe teve acesso exclusivo, parece de longe com edifícios de uma cidade,

dominada por uma torre de 120 metros e outra de 102 metros que se sobressaem na paisagem

verde do município de Nanchital.

O complexo ocupa 200 mil hectares às margens do rio Coatzacoalcos e agora começa a produzir

etileno, matéria-prima que se transforma em "pellets", bolas esbranquiçadas de três centímetros

de diâmetro que são o produto final de um longo processo.

O volume total de "pellets" em pleno rendimento será de um milhão de toneladas de polietileno

de alta e baixa densidade, que por ano acabará com 70% da importação deste material ao México.

"Saímos da fase de construção e começamos o processo de operação. Nossa preocupação

continua sendo a segurança, que as pessoas tomem ciência e saibam os riscos. A usina está cheia

de gases e os sistemas estão funcionando", afirmou Eduardo Lima de Rozendo, diretor-geral do

projeto Etileno XXI.

O processo de construção está próximo de completar cinco anos, totalizando 411 mil toneladas de

concreto, o suficiente para 3,4 estádios de futebol como o Maracanã; 3,8 mil quilômetros de

cabos, que poderiam cobrir a distância entre Panamá e Houston (EUA), e uma estrutura de aço de

31,8 mil toneladas, com as quais seria possível suspender quatro Torres Eiffel.

"Durante cinco anos trabalhamos para materializar uma ideia grandiosa em tamanho e impacto.

Esta semana é o início da produção de etileno, a matéria-prima deste processo", comentou

Roberto Velasco, diretor industrial da Braskem Idesa, a operadora do projeto.

Já estão em funcionamento imensos compressores, cujo consumo elétrico equivale ao de uma de

pequena cidade, e quatro de seus seis fornos, os maiores do tipo já construídos.

O centro de controle é uma sala com três ilhas e dezenas de telas conectadas a 30 câmeras. É

deste lugar que se observa o funcionamento de seis fornos com 536 queimadores, um reator

biológico, o "cracken" (local onde o etano se transforma em etileno com a ajuda do vapor) e

milhares de quilômetros de encanamentos que transportam água, gás e vapor.

O complexo gera energia elétrica suficiente para abastecer a si mesmo - o equivalente ao consumo

de toda a cidade vizinha de Coatzacoalcos.

Mil canais de rádio garantem a comunicação de todas as áreas, cujos dados criptografados passam

por uma torre de comunicação própria.

O volume de água utilizado, de cerca de 83 mil metros cúbicos por hora, é bombeado da represa

La Cangrejera. No fim, tanques de tratamento devolvem ao rio a água 100% limpa.

Na fase inicial de construção, a fábrica empregou 17 mil pessoas, somando 28 mil operários de 29

nacionalidades.

A capacidade de processamento do complexo será de 66 mil barris de etano por dia, que são

comprados da estatal Pemex e que antes eram desperdiçados.

Com o etano que recebe por um encanamento de 200 quilômetros vindo de Villahermosa, no

estado vizinho de Tabasco, serão produzidas 750 mil toneladas de polietileno de alta densidade

para capas de celulares e tablets, próteses médicas e quase qualquer objeto desse material, e 300

mil toneladas de polietileno de baixa densidade, para fazer sacolas de plástico.

Os cofres do México receberão cerca de US$ 1,5 bilhão anuais pelo projeto, que funcionará pelo

menos durante os próximos 25 anos e cujos produtos serão distribuídos por quatro linhas

ferroviárias e milhares de caminhões de carga.

O projeto da Etileno XXI foi liderado pela Odebrecht Engenharia & Construção Internacional-

Engenharia Industrial, responsável pelo IPC (Engenharia, Procura e Construção).

Agora o complexo é operado pela Braskem Idesa, empresa mexicana formada pela brasileira

Braskem (braço petroquímico do Grupo Odebrecht e maior produtora de resinas termoplásticas

da América) e pelo Grupo Idesa, grande grupo do setor petroquímico no México.

A fase de operação prevê a geração de aproximadamente três mil empregos diretos e indiretos.

ECONOMIA UOL

Previdência gaúcha tem pior situação do País

O esgotamento do sistema previdenciário e a possibilidade de uma reforma no setor são assuntos

recorrentes no Brasil. Da mesma maneira, a principal explicação para o descompasso atual é

conhecida: o envelhecimento da população tem elevado o número de profissionais inativos em

relação aos ativos. Aumentam os gastos, diminuem as contribuições. Entretanto, por que a

situação do Rio Grande do Sul é mais precária quando comparada com outros estados? Em

encontro realizado ontem, em Porto Alegre, a Fundação de Economia e Estatística (FEE) buscou

explicações para essa pergunta.

O dado mais alarmante diz respeito à insuficiência de recursos em relação à receita corrente

líquida do Estado, que chegou aos 30,7% em 2014, a maior do Brasil, seguida por Minas Gerais e

Rio de Janeiro, onde a escassez de recursos foi, respectivamente, de 25,2% e 24%. Enquanto a

despesa previdenciária gaúcha foi de R$ 10,6 milhões, a contribuição dos servidores estaduais foi

de R$ 1,3 milhão, ou seja, o aporte pago representou apenas 12,6% do que foi gasto no período. O

número de servidores ativos da administração direta e autarquias caiu de 181,5 mil para 167,4 mil

enquanto os inativos subiram de 117 mil para 151 mil.

O estatístico do núcleo de Demografia e Previdência da FEE, Pedro Tonon Zuanazzi, levantou seis

hipóteses para explicar o fato de o dispêndio previdenciário gaúcho ser o maior do Brasil. A

primeira delas, de que a alíquota talvez fosse mais baixa, foi prontamente descartada, uma vez

que o desconto no Rio Grande do Sul é de 13,25%, o segundo maior junto com Goiás, atrás apenas

de São Paulo, onde é de 13,5%. Por outro lado, é consenso que a segunda possibilidade contribui

para a situação: o perfil demográfico gaúcho exige mais da previdência. A projeção de pirâmide

demográfica para 2030 deve agravar a situação: até lá 18% da população terá 65 anos ou mais.

"Somos o Estado mais envelhecido do País e seguiremos sendo nos próximos 15 anos e, de fato,

estados com maior percentual de idosos na população tem maior insuficiência de recursos em

relação a sua receita corrente líquida", afirma Zuanazzi. O cenário se repete quando é levada em

conta a idade dos servidores. "Estados com mais idosos, que são os da região sudeste, investiram

há mais tempo numa estrutura pública e tem mais aposentados pelo fato de o servidor público ter

entrado em massa há mais tempo", completa.

Outra explicação, apresentada pelo vice-presidente do Conselho Regional de Economia, Darcy

Carvalho dos Santos, e corroborada pela FEE, está nas aposentadorias especiais da segurança e,

especialmente, da educação. "Esse é o grande problema do Estado", opinou Santos. Nesses casos,

87% desses servidores se aposenta com cinco ou 10 anos a menos do que a idade mínima. "Por

isso, não tem equilíbrio atuarial em nenhum desses fundos que estão sendo criados. Se não mexer

nas aposentadorias especiais não tem saída", completa. Ainda conforme Santos, embora o

número de pensionistas tenha caído, a taxa anual paga a essa categoria subiu, em média, 5% ao

ano desde 1996.

O problema, segundo os especialistas, está no denominador do cálculo, ou seja, na arrecadação.

"Tivesse a receita corrente líquida crescido a taxas maiores, nossa insuficiência de recursos não

seria proporcionalmente tão elevada", destaca Zuanazzi, lembrando que o crescimento real médio

do PIB gaúcho foi o quarto pior no período entre 1980 e 2010.

JORNAL DO COMERCIO

Grupo CEEE vai demitir 190 para equilibrar contas

Para tentar equilibrar suas contas, o Grupo CEEE demitirá 190 funcionários. Os gastos com os

desligamentos, que devem ser homologados até o dia 4 de abril, devem atingir aproximadamente

R$ 31 milhões. Em contrapartida, a companhia estima uma redução na folha de pagamento de R$

54 milhões ao ano.

"Não nos agrada o cenário de desligamentos, é muito difícil, é um corte na própria carne",

lamenta o presidente do Grupo CEEE, Paulo de Tarso Pinheiro Machado. No entanto, o dirigente

ressalta que essa, entre outras medidas, era necessária para recuperar a companhia. O grupo

também está focado em diminuir os custos operacionais, estabelecer um racionalismo

orçamentário e reduzir o fluxo de financiamentos. Com essas iniciativas somadas, Pinheiro

Machado diz que, no momento, não se estuda mais dispensas de pessoal.

Segundo o dirigente, o gasto com pessoal na área de distribuição do grupo (CEEE-D) está acima

dos parâmetros estipulados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) - órgão regulador do

setor. Somente a CEEE-D teria que realizar uma redução de R$ 200 milhões nas suas despesas com

colaboradores. Pinheiro Machado não revela em quanto ficará o total da folha de pessoal com os

desligamentos, mas comenta que a projeção de prejuízo da CEEE-D para 2015 (o balanço oficial do

ano passado deverá ser divulgado na terça-feira) é da ordem de R$ 600 milhões, e a da CEEE-GT

(geração e transmissão), de R$ 190 milhões.

Apesar da situação na distribuição ser mais delicada, os trabalhadores que serão dispensados

atuam também nas áreas de geração e transmissão. O presidente da estatal explica que, por um

princípio legal de solidariedade entre as duas companhias, as demissões envolvem ambas as

empresas.

Um impasse que não foi solucionado diz respeito à forma do desligamento: os sindicatos queriam

que fosse por adesão voluntária, e a companhia por demissão sem justa causa (o que acabou

ocorrendo). Por se tratar de demissão sem justa causa, independentemente da proposta, os

funcionários recebem as verbas rescisórias determinadas pela CLT.

Conforme a empresa, a medida adotada é a que causa o menor impacto social possível, com o

desligamento apenas de pessoas que possuem outra fonte permanente de renda: aposentados

pelo INSS ou em condições de requerer o benefício e que também preencham os critérios de

Fundação CEEE, nos casos em que o funcionário optou por contribuir com o regime de previdência

complementar. Quem não é participante da Fundação CEEE e já estiver apto para se aposentar

pela Previdência Social também está incluído no critério de desligamento. Foram atingidos

funcionários de diversas regiões geográficas e atividades como operação, administrativa entre

outras.

JORNAL DO COMERCIO

Jornada fala sobre assédio moral no ambiente de trabalho

O Jornada desta semana traz uma reportagem especial sobre assédio moral, que ocorre quando o

trabalhador é exposto a situações humilhantes e repetitivas pelo superior ou por algum colega de

trabalho. O problema é que, às vezes, o profissional demora a perceber que sofre assédio ou,

quando se dá conta, tem dificuldades para conseguir provar que está sendo assediado. A repórter

Giselle Mourão mostra que é possível identificar e o que fazer para combater o assédio moral no

local de trabalho.

No quadro “Direitos e Deveres” vamos conhecer dúvidas de diarista e de patroa. Quem responde

é um juiz do TRT da 14ª Região, que abrange os estados de Rondônia e Acre. Direto de Brasília, as

iniciativas do TRT da 10ª Região, que inclui o Distrito Federal e o Tocantins, para conscientizar a

população sobre riscos de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. E no quadro “Meu

Trabalho é uma Arte”, nossa parada é em Belém (PA) para conhecer as peças de uma artesã que

confecciona acessórios usando conceitos de sustentabilidade.

Todas as edições também podem ser assistidas pelo canal do TST no

Youtube: www.youtube.com/tst.

Reapresentações: 23/03, às 6h30; 24/03, às 20h30; 25/03, às 9h30; e 26/03, às 17h30.

TV JUSTIÇA

REVISTA ALEMÃ DENUNCIA OPOSIÇÃO, JUDICIÁRIO E GLOBO DE TENTAR

GOLPE FRIO CONTRA O BRASIL

A revista alemã Der Spiegel publicou uma reportagem nesta segunda-feira (21) em que acusa

parte da oposição, o Judiciário e a TV Globo de tentarem o que o correspondente da revista

chamou de “Golpe Frio”. Segundo ele, os três personagens tem feito uma espécie de caça às

bruxas para prender o ex-presidente Lula.

Segundo a reportagem de Jens Glüsing, correspondente da revista, Sérgio Moro (atual juiz da Lava

Jato) tem somente o objetivo de prender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O jornalista sugere que o sucesso subiu a cabeça do juiz e classifica que ele toma decisões

políticas. Para ele, a divulgação, legalmente duvidosa, da ligação da presidente com o ex-

presidente foi uma atitude considerada como política.

De acordo com ele, não existem, até o momento, provas que comprovem o envolvimento do ex-

presidente Lula no esquema em que foi denunciado, mesmo depois dos agentes federais e

promotores terem vasculhado a vida financeira e pessoal do ex-presidente.

Ele diz que Lula não tem “os milhões” na Suíça, como o “poderoso” Eduardo Cunha. Ele aponta

que mesmo depois de um ministro do STF ter classificado o então presidente da Câmara dos

Deputados de “criminoso” ainda assim ele permanece na presidência da Câmara e com a

responsabilidade de coordenar o impeachment dapresidente Dilma Rousseff.

Jens considera que o fato de personagens como estes estarem em uma comissão para dirigir um

processo de impeachment contra uma presidente, que ainda não foi comprovadamente culpada,

“destrói a legitimidade de todo o processo”.

O jornalista também chama a atenção que na comissão para o impeachment da presidente, entre

outros, há Paulo Maluf, ex-governador do estado de São Paulo que foi condenado na França.

Autoridades contra o impeachment

Nesta terça-feira (22), a presidente Dilma Rousseff vai receber no Palácio do Planalto advogados,

juristas, defensores públicos e promotores em um encontro chamado de “Em defesa da legalidade

e da democracia”. Além de ações contra o impeachment, serão apontadas as “inconsistências”

cometidas pelo juiz Sérgio Moro.

BLASTING NEWS

Sartori sanciona reajuste do salário-mínimo regional

O governador José Ivo Sartori (PMDB) sancionou ontem o reajuste de 9,61% no salário-mínimo

regional, que deve ser pago retroativo ao mês de fevereiro, data-base do piso regional.

O projeto de lei do Executivo estadual com a proposta de aumento foi aprovado na Assembleia

Legislativa no início do mês, depois de meses de negociações entre trabalhadores e empresários

intermediadas pelo governo.

Os titulares de três secretarias de Planejamento e Desenvolvimento Regional, do Trabalho e

do Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia intermediaram três reuniões no final de 2015 para

tentar fazer com que representantes de centrais sindicais e entidades patronais chegassem a um

acordo.

Contudo, não chegaram a um termo comum: enquanto os sindicalistas pediam no mínimo 11,38%

de reajuste (correspondente ao INPC), os empresários defendiam zero de correção. A solução do

Palácio Piratini foi a seguinte: subtrair do índice do INPC o crescimento negativo do PIB gaúcho,

chegando ao percentual de 9,61%.

Quando o projeto foi para o Legislativo gaúcho, o deputado estadual Elton Weber (PSB) mesmo

sendo membro da base do governo protocolou uma emenda ao texto do Executivo, concedendo

um índice mais próximo ao solicitado pelas centrais sindicais: os 9,61% seriam concedidos de

forma retroativa a fevereiro; mas, a partir de 1 de maio, seria acrescentado mais 1,55

ponto percentual ao reajuste, somando um acréscimo total de 11,31%.

Entretanto, o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado estadual Alexandre Postal

(PMDB), fez um requerimento para votar o projeto original, tal como veio do Palácio Piratini.

Como o texto foi aprovado, as emendas ao texto ficaram prejudicadas e sequer foram à votação.

JORNAL DO COMERCIO

'Podemos escolher entrar num Estado policial, mas não podemos escolher sair dele', diz juiz

em evento pró-democracia

Durante ato com juristas realizado na Faculdade de Direito da USP, Marcelo Semer ressaltou que,

diferentemente de 64, agora o 'caminho não está sendo escrito por fuzis, mas com caneta'

Para o juiz de Direito e escritor Marcelo Semer, “o Estado policial está desalojando o Estado

Democrático de Direito”. Ao participar do ato Juristas Pela Democracia, realizado na noite desta

quinta-feira (17/03) na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo, Semer criticou

as violações à Constituição que o juiz Sérgio Moro e outras instâncias do Judiciário vêm

cometendo ao, por exemplo, conduzir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva coercitivamente

para prestar depoimento ou ainda torná-lo alvo de um pedido de prisão preventiva sem qualquer

embasamento para isso.

Jornalistas Livres

Para ele, a população não pode apoiar esse tipo de supressão de direitos pois isso, com o tempo,

não vai atingir apenas autoridades ou empresários, mas vai “cair de novo com mais força naquela

população que superlota cadeias, que é a população negra, jovem e periférica”.

De acordo com o juiz, estamos, sim, caminhando para um “Estado policial” uma vez que,

diferentemente de 1964, agora “esse caminho não está sendo escrito por fuzis, mas com canetas”.

“Nós podemos até escolher se queremos entrar num Estado policial. O que não podemos escolher

é sair dele”, analisou, relembrando a diferença entre o pensamento das pessoas à época em que

lutavam pela redemocratização do país e as de agora. “Nas ‘Diretas já’ a gente usava camiseta

amarela para confrontar os militares, não para tirar selfie com eles”, disse, arrancando aplausos e

inflamando a plateia que lotou o Salão Nobre da faculdade de Direito mais renomada do país.

Pouco antes do início do ato, o advogado Aton Fon Filho, que estava presente no Salão Nobre,

conversou com a Revista Fórum e apontou os mesmos riscos que Semer levantou. Preso e

torturado na ditadura militar por sua atuação na ALN (Aliança Nacional Libertadora), Fon destacou

que as ações de Sérgio Moro, do Ministério Público e de parte da imprensa estão mais ligadas a

uma “situação política” do que a uma “situação de direito” e que são as “armas” que esses grupos

detêm hoje para fazer prevalecer seus interesses individuais e ideológicos.

“Assim como em 1964, quando os órgãos públicos e militares usaram as armas que detinham para

cumprir sua função, visando conquistar o poder para si próprios, agora também um determinado

setor dos servidores públicos, a magistratura e o Ministério Público, estão utilizando os poderes

que são destinados a defender a população para realizar seus interesses ideológicos próprios.

Então, eu diria que nada do que aconteceu na Lava Jato fugiu ao interesse da ‘república de

Curitiba’ e do Ministério Público”, analisou.

OPERA MUNDI

Encontro de trabalhadoras dos Correios discute situação da mulher na sociedade e no

trabalho

O evento que faz parte das ações em alusão ao mês das mulheres, acontece amanhã (19), às 8h30

na sede da Federação dos Trabalhadores na Educação de MS

Neste sábado, 19 de março, acontece o 3° Encontro de Trabalhadoras Ecetistas de Mato Grosso do

Sul, promovido pelo Sintect-MS, com o objetivo de reunir as mulheres trabalhadoras dos Correios

para um debate sobre a situação das mulheres na sociedade e na ECT (Empresa Brasileira de

Correios e Telégrafos). O evento tem início às 8h30, na sede da Fetems (Federação dos

Trabalhadores na Educação de MS.

Segundo a presidente do Sintect-MS, Elaine Regina Oliveira, o evento, como parte do mês

dedicado às mulheres, visa aproximar as mulheres com um debate amplo acerca da sua situação

na sociedade, a luta pelos seus direitos e também discutir a situação específica das mulheres

trabalhadoras dos Correios. “Hoje representamos 20% da força de trabalho dos Correios e temos

nossas demandas específicas. Vamos debater isso e tirar uma pauta de reivindicações que será

debatida também no encontro nacional de mulheres trabalhadoras dos Correios”, afirma.

Serviço - O evento começa às 8h30 com término previsto para as 18 horas. A Fetems está

localizada na rua 26 de agosto, 2346, bairro Amambai.

A CRÍTICA

Acidentes de trabalho em frigoríficos crescem

O Rio Grande do Sul é o segundo do ranking de estados brasileiros onde mais acontecem

acidentes de trabalho em frigoríficos, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e

Previdência Social (MTPS). Em 2013, chegou a encabeçar a lista, somando 2.313 casos. E, apesar

de conseguir cair na colocação, sendo superado pelo Paraná (que registrou 2.718 casos), em 2014

o Estado não diminuiu o volume de ocorrências, pelo contrário, aumentou. Foram comunicados

2.686 casos, entre doenças relacionadas ao tipo de trabalho (203 registros), acidentes típicos,

decorrentes da atividade profissional (2.249), e acidentes de trajeto, ocorridos entre a residência e

o local de trabalho da vítima (234).

Em todo o País, os acidentes de trabalho nestas empresas somaram 16.033 casos registrados em

2014. De lá para cá, ocorreram 31 operações do Ministério Público do Trabalho em frigoríficos

gaúchos (nove eram empresas do segmento de suínos, sete de bovinos, 14 avícolas e uma fábrica

de ração). Em todas, participam também representantes da Confederação Nacional dos

Trabalhadores de Alimentação e Afins (Cntaa) e da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da

Alimentação do Rio Grande do Sul (FTIA/RS). Na mira da fiscalização estão cerca de 40 empresas

de grande porte (com mais de 200 trabalhadores). "Praticamente todas que visitamos estavam em

situação irregular", comenta o procurador do Trabalho, Ricardo Garcia.

Entre as causas de notificações, autuações e interdições que ocorreram neste período, as

principais são relacionadas à segurança de máquinas e ergonomia. Outros casos incluem jornada

excessiva, inadequação de manutenção de equipamentos e ritmo elevado de produção - que

ocasionam lesões por esforço repetitivo. Segundo o MTPS, o setor de frigoríficos é o que mais

causa adoecimento aos trabalhadores, informa Garcia. "Chega a ser quatro vezes mais que a

média nacional, incluindo todas as atividades econômicas."

Em 2010, uma pesquisa realizada pela Cntaa em conjunto com a Universidade Federal do Rio

Grande do Sul (Ufrgs), detectou que o afastamento de 20% da mão de obra em frigoríficos

gaúchos ocorreu devido a doenças relacionadas ao trabalho. "O índice de doenças ocupacionais é

alarmante, muitas vezes levando trabalhadores à aposentadoria precoce", pontua o secretário

executivo da entidade no Estado, Darci Rocha.

O dirigente acena para o ambiente "frio, úmido e mórbido" que gera depressão em 20% deste

total de afastados por doenças. "Muitos precisam tomar remédios tarja preta para manter o

equilíbrio e seguir trabalhando diariamente nestes locais de morte." Para se ter uma ideia, no

ramo de bovinos se matam cerca de 700 a 800 bois por dia, enquanto nos demais setores são

abatidas 60 mil a 70 mil aves/dia e 1.500 suínos/dia - essa é uma média por empresa. "O churrasco

que chega na mesa dos gaúchos tem uma carga pesada de sofrimento dos animais e das pessoas

que deixam seu sangue nestes locais para ganhar um salário miserável, de cerca de R$ 1.200,00

mensais", declara Rocha.

Negligência pode gerar pena de responsabilidade civil

No último dia 10, o Ministério Público do Trabalho (MPT) expediu notificação recomendatória à

Cooperativa Languiru, de Poço das Antas, que teve que adotar cinco providências em 24 horas,

visando adequar situações ao disposto na legislação trabalhista. A empresa também recebeu

prazo de cindo dias para 24 situações de risco, 30 dias para 21 situações e 60 dias para outras

cinco. Chegou a ser recomendada a paralisação de máquinas que apresentaram riscos graves de

acidente ou adoecimento, para viabilizar a correção. Conforme o procurador do Trabalho, Ricardo

Garcia, existe pena de responsabilização civil e criminal em caso de negligência.

"O tempo médio de adequação depende das ações que vão ser tomadas, algumas dependem de

mais tempo, pois envolvem toda a cadeia produtiva", detalha o gerente jurídico da Companhia

Minuano, Juliano Rheingantz. A empresa precisou encarar duas forças tarefas em 2014 e em 2015,

mas em nenhuma delas sofreu interdição. "Aos poucos, vamos nos adequando, pois como houve

mudanças recentes na exigência de estrutura de alguns equipamentos (pela NR12), não temos

sequer fornecedores que supram esta necessidade. O próprio fornecedor de equipamento tem

que rever sua fabricação."

A paralisação só é solicitada em situações de riscos de acidentes graves, a exemplo de máquinas

que podem vir a amputar membros e matar; bem como problema de ergonomia, que causem

doenças aos trabalhadores. Segundo o advogado dos sindicatos das indústrias, Alceu Murá, as

entidades orientam as empresas a realizarem diagnósticos prévios. "A maneira de evitar

problemas legais é identificar e buscar a correção, porque a maioria das plantas dos frigoríficos

são antigas, e existem regras que são recentes", justifica.

Programa do MPT sugere prevenção a riscos trabalhistas nas empresas

Realizar um trabalho in loco, a fim de atingir um diagnóstico prévio e imediatamente atacar o

problema existente para evitar notificações e multas da Delegacia Regional do Trabalho e do MPT

é o caminho mais acertado para frigoríficos brasileiros, na visão do advogado Marcelo Scalzilli. Esta

iniciativa ainda evita ações trabalhistas, conforme o especialista, pois existe uma questão peculiar

dos frigoríficos que são as doenças ergonômicas adquiridas pelo trabalhador.

"Movimentos repetitivos, elevações dos membros superiores, questão postural, ausência de

intervalos, insalubridade, ferramentas pontiagudas, poucos intervalos para descanso estão entre

inúmeras outras situações que acontecem e que podem ser amenizadas a partir de um

diagnóstico", reforça Scalzilli. Sócio-proprietário e coordenador a área trabalhista da Scalilli.fmv

Advogados e Associados, ele criou o Programa de Prevenção de Riscos de Multas da Delegacia

Regional do Trabalho, Ministério Público do Trabalho e de Condenações em Demandas

Trabalhistas como um serviço do escritório. "Temos atuado em cooperativas de alimentos de

grande porte e frigoríficos do Estado e do Brasil, com bons resultados."

O programa consiste de um grupo de ação composto por advogados, ergonomistas laborais,

técnicos em segurança do trabalho, entre outros especialistas em Normas Regulamentadoras

(NR's), que realiza inspeções em áreas problemáticas das empresas, mediante visitas surpresas ou

não, com o intuito de identificar tudo aquilo que represente risco de multas e sentenças judiciais.

Scalzilli afirma que a iniciativa, além de traduzir a médio prazo uma considerável economia aos

cofres das empresas, também pode ser utilizada na defesa de autuações e deações trabalhistas.

JORNAL DO COMERCIO

Der Spiegel: Um golpe frio

Segundo a revista alemã Der Spiegel "o sucesso subiu claramente à cabeça de Sérgio Moro. O juiz

faz política, que não é sua função.

O Poder Judiciário do Brasil infla a caça às bruxas sobre o Ex-Presidente Lula. O apoio é recebido

por extremistas de direita e manifestantes de sempre (ou seja, reacionários). Eis o perigo para a

democracia do País.

Os adversários de Lula alcançaram o que sua frágil sucessora não conseguiu desde a posse como

Presidenta da República: unificaram a base do Partido dos Trabalhadores, de sindicatos e de

movimento sociais.

Milhares de simpatizantes de Lula foram às ruas do País na noite da última sexta-feira contra a

tentativa de remover a Presidenta da República de seu cargo por meio de um processo de crime

de responsabilidade (impeachment). Na Avenida Paulista, o verdadeiro termômetro dos protestos,

os manifestantes ocuparam onze quarteirões. Os manifestantes permaneceram pacíficos, Lula

mostrou-se conciliador, não atacou a Justiça, e chamou ainda para o diálogo. Falas de ódio quase

não foram ouvidas nas manifestações do Rio e de São Paulo.

Tudo muito diferente dos protestos em massa contra o governo do final de semana anterior, dos

quais golpistas, radicais de direita e os manifestantes reacionários de sempre participaram

ativamente. Ainda que estes grupos não sejam a maioria dos manifestantes, estes têm sido

atraídos cada vez para os protestos contra o governo. Eis o que é preocupante para a ainda jovem

democracia brasileira.

Pela primeira vez desde o fim da ditadura militar dos anos 80, uma autêntica crise de Estado

ameaça o maior pais da América Latina; crise que pode comprometer todas as conquistas dos

últimos trinta anos. Parte da oposição e do Poder Judiciário atiçam, em conjunto com o poderoso

conglomerado de televisões TV Globo, uma verdadeira caça às bruxas contra o Ex-Presidente Lula.

Sérgio Moro, um ambicioso juiz de Curitiba, persegue claramente um único objetivo: por o Ex-

Presidente atrás das grades. Moro dirige as investigações no escândalo de corrupção da estatal de

petróleo, a Petrobras; investigações que resultaram no envolvimento de centenas de executivos,

lobistas, políticos, entre os quais significativas figuras do Partido dos Trabalhadores.

Como um furacão, o juiz Moro varreu a elite política e econômica do Brasil, ao revelar desvios

bilhonários. Mais de cem suspeitos estão presos, a maioria sem julgamento. Muitos brasileiros

celebram o juiz como um herói nacional.

Indícios frágeis.

O sucesso subiu claramente à cabeça de Moro. O juiz faz política, que não é sua função. A

divulgação de escutas telefônicas entre Lula e a Presidenta Dilma Rousseff poucas horas antes da

nomeação de Lula como Ministro de Estado persegue apenas um objetivo político, e é

extremamente contestada juridicamente, para dizer o mínimo.

Até o momento, Moro não conseguiu juntar uma acusação robusta contra Lula, apesar de dúzias

de membros do Ministério Público e da Polícia Federal de Curitiba investigarem por meses as

finanças e as relações pessoais do Ex-Presidente. Os indícios permanecem frágeis.

Lula não tem um centavo em contas na Suíça, como o poderoso Presidente da Câmara dos

Deputados, Eduardo Cunha. Este é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. Tal fato não o

impede, porém, de manter o controle sobre a comissão que será responsável pelo impeachment

da Presidenta.

Em tal nobre comissão, possui assento Paulo Maluf, Ex-Governador de São Paulo, que foi

condenado por corrupção na França, sem ter sido extraditado, já que é brasileiro nato.

Que referidas figuras detenham voto sobre o destino do cargo da Presidente, contra a qual até o

momento nada foi provado, é um aspecto a comprometer a legitimidade de todo o processo de

impeachment.

Os partidários de Lula advertem sobre um frio golpe contra a democracia brasileira. E esta

preocupação não vem do nada.

Tradução de Martonio Mont’Alverne Barreto Lima, da Universidade de Fortaleza

CARTA MAIOR

E quem controla o Judiciário?

Na atual conjuntura brasileira em que o poder judiciário vem assumindo, cada vez mais, um papel

de protagonismo no desenrolar do conflito político - o que cientistas políticos costumam chamar

de 'judicialização da política' -, uma das perguntas que precisamos fazer é: quem é esse judiciário,

qual a sua cara e quais são os seus valores? A partir da nossa experiência enquanto advogadas

populares, afirmamos que o judiciário brasileiro é elitista, defensor da propriedade privada,

racista, refratário às pautas feministas e corporativista. Um censo recente

(http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/61806-pesquisa-do-cnj-aponta-perfil-dos-magistrados-

brasileiros) realizado pelo Conselho Nacional de Justiça aponta que a magistratura brasileira é

composta majoritariamente por homens brancos. Mulheres perfazem 36% da magistratura de

primeira instância e 18% em Tribunais Superiores. Negras e negros não chegam a 2% em todo

conjunto. Trata-se de uma casta que recebe, em média, o correspondente a R$ 41.802,00

mensais[1] (no ranking mundial, os salários dos juízes no Brasil estão entre os maiores do

mundo[2]) e os maiores privilégios do país (auxílio-moradia, auxílio-saúde, auxílio alimentação,

férias duas vezes por ano, carro do tribunal…..), e, para além de tudo isso, não é controlado por

ninguém, a não ser por seus próprios pares.

O legislativo, com todos os problemas do nosso sistema político, passa ao menos pelo crivo das

eleições diretas e periódicas - extremamente limitadas/constrangidas, é necessário dizer, haja

visto o financiamento privado de campanhas e a concentração do poder midiático no país - mas

ainda assim, permanece passível de algum (mínimo) controle popular. O legislativo é também

controlado pelo poder judiciário, via, por exemplo, controle de constitucionalidade das leis que ele

produz. O poder executivo similarmente se constitui a partir de eleições diretas e periódicas - com

os mesmos vícios já mencionados -, mas, em alguma medida, é submetido a controle popular,

bem como a controle tanto pelo legislativo quanto pelo judiciário, nesse último caso, por meio,

por exemplo, de ação civil pública e ação popular. Mas, e quem controla o judiciário?

A resposta é que não há controle. Ele está descontrolado. De um lado, o Conselho Nacional de

Justiça (CNJ), órgão que possui a missão de contribuir para o aperfeiçoamento da justiça, possui

composição de membros que coincide com o perfil dos magistrados brasileiros[3]. Passados mais

de 10 anos de existência do conselho, ainda há muito o que se avançar para democratizar os

espaços do sistema de justiça, incluindo as demandas dos movimentos sociais e da sociedade civil

organizada. Por outro, as corregedorias são compostas pelos próprios juízes, guiando-se, como é

de se esperar, pelo corporativismo institucional.

Aos que defendem veementemente que o judiciário é um poder livre e calcado na legalidade e

imparcialidade - como se isso esvaziasse a necessidade de seu monitoramento real - rebatemos,

com a nossa experiência concreta, que o judiciário não é técnico e neutro, mas é político e

orientado por uma ideologia mantenedora de privilégios, inclusive por coincidirem com os seus

próprios privilégios. Assistimos esses dias a um judiciário cheio de si, protegido pelo manto da

imparcialidade, que tira selfie em protesto a favor do impeachment, posta no facebook, e dias

depois decide "imparcialmente" ação que discute atos da mesma presidenta que ele,

declaradamente, quer afastada do poder. Ou outro membro da corporação, que reconhece a

ilegalidade da interceptação telefônica que ele próprio vazou para os meios de comunicação, mas

diz que há precedente em Watergate! E, ainda, que intercepta telefone central de escritório de

advocacia bem como celular de advogado, ignorando o sigilo profissional no exercício da profissão

e impedindo assim o exercício da ampla defesa. Um judiciário que assume, abertamente, que tem

lado e assim se torna, como acontecia na Idade Média, ao mesmo tempo, inquisidor e julgador.

O fato é que, para nós, advogadas populares que atuamos em defesa de ocupações urbanas,

povos e comunidades tradicionais, populações organizadas contra a mineração, população em

situação de rua, ações judiciais que seguem a mesma lógica das citadas acima não são exceção,

mas REGRA. É esse o nosso cotidiano: lidar com um judiciário que segue legitimando a exploração

e subordinação dos grupos subalternos em defesa da manutenção do status quo que o produz e

mantém.

Vamos dar alguns exemplos: durante a Copa do Mundo, no contexto de manifestações contra o

imperialismo da FIFA, após impetrarmos mandado de segurança contra a tática de envelopamento

utilizado pela polícia militar para coibir manifestantes, o judiciário legitimou os cercos policiais

típicos de regimes autoritários. “Defesa do patrimônio privado!” - quase dava pra ouvir. Assistimos

ao progressivo esvaziamento das ruas em razão do clima de medo, travestido de ordem.

Razoabilidade? Hoje, além da hostilização de pessoas vestidas de vermelho, do espancamento de

governistas, manifestantes ocuparam a Av. Paulista por 28h e a polícia bateu continência aos que

lá estavam. Defesa de integridade física? E o tão avocado direito de ir e vir? Nada de cerco policial

dessa vez: é o direito à manifestação!

No caso das ocupações da Izidora, diante de ações de reintegração de posse de terrenos

abandonados e que não cumpriam sua função social, nos termos da Constituição, o judiciário foi

implacável em ordenar o despejo, sem qualquer consideração aos direitos dos moradores, antes

mesmo que se concluísse a instrução processual. Neutralidade? Além disso, seguindo estritamente

a lei, impetramos um mandado de segurança em razão do despreparo da polícia militar para

executar a operação de reintegração de posse dentro de normativas nacionais e internacionais. O

mandado de segurança era contra ato do comandante da polícia militar e do governador e, em

razão do último réu, expressamente de competência do órgão especial do tribunal mineiro. O

mandado foi invariavelmente indeferido por desembargadores de câmara incompetente, em

flagrante desconsideração da normativa do próprio tribunal. Técnica? No caso de outra ocupação,

Guarani Kaiowá, presenciamos desembargadores assentirem que "o tribunal de justiça não é lugar

de se fazer justiça". Justiça? Isso porque não é possível nos delongarmos aqui quanto aos detalhes

dos inúmeros casos de pretos e pobres que são encarcerados pelo judiciário sem provas e sem

decisões fundamentadas.

Não podemos nos esquecer que no ano passado nos deparamos com o I Congresso Mineiro sobre

Exploração Minerária promovido pela Associação de Magistrados Mineiros – AMAGIS, e financiado

declaradamente, com direito a divulgação, pasta e tudo mais, pelas mineradoras: as mesmas que

violam diariamente direitos dos povos e comunidades tradicionais desse Estado. O objetivo do

congresso era “promover o aperfeiçoamento da prestação jurisdicional”... para as mineradoras,

claro.

O desrespeito a nós, advogadas populares, também é recorrente. Sofremos constrangimentos,

inúmeras vezes, por sermos mulheres e defensoras de "invasores", "baderneiros", etc. Subgente

para um judiciário classista que seleciona quem são, de fato, os "sujeitos de direito". E essa

seleção não só aparece nas decisões proferidas, como se espacializa: o Tribunal de Justiça, mais de

uma vez, criou empecilhos à entrada de moradores de ocupações que assessoramos durante o

julgamento de processos que os envolviam. Tentou impedir também que moradores em situação

de rua entrassem no julgamento de agravo de instrumento de processo contra recolhimento

arbitrário de seus pertences pela polícia, sob a justificativa de que estavam sem documentos de

identidade - justamente os que, dentre outros pertences, haviam sido recolhidos forçadamente e

deram ensejo à ação popular cujo recurso seria julgado.

Por outro lado, a leniência e condescendência do judiciário com os grandes é também grande: não

se investiga o helicóptero cheio de cocaína do Perrela[4], Aécio Neves até hoje não foi intimado a

depor, privatarias do FHC nunca foram investigadas, abusos da mídia, com destaque da rede

globo, acontecem à revelia da perspectiva constitucional de mídia… O judiciário não os controla, e

ninguém controla o judiciário!

A conjuntura atual, portanto, coloca em evidência o teor político, seletivo e legitimador de

manobras convenientes ao judiciário. O contexto atual escancara que a lei é retórica, que os

argumentos são interpretações tendenciosas e que, definitivamente, o judiciário passa longe de

ser nossa corte máxima da imparcialidade, da técnica e da justiça. Resta perguntar: e agora, para

onde esse judiciário vai nos levar, sob as vestes de grande herói da limpeza de ilegalidades?

Tememos as possíveis respostas.

Carolina Vieira, Layza Queiroz, Larissa Vieira, Márcio Ramos, Mariana Assis e Thaís

Lopes são Advogadas Populares

JUSTIFICANDO.COM

Justiça paralisa ações contra corrupção no fisco do governo Alckmin

Judiciário suspendeu tramitação de processos de corrupção por "problema de competência".

Desvios são de ao menos R$ 400 milhões

O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou a suspensão de todos os processos judiciais em

andamento contra a máfia do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) no

governo Geraldo Alckmin (PSDB). O desembargador José Orestes de Souza Nery atendeu ao

pedido da defesa de um dos investigados de que haveria dúvida de competência quanto a qual

vara criminal deveria ser responsável pelo andamento dos autos.

Com isso, as ações ficam paradas por tempo indeterminado. Outra decisão do Judiciário paulista

que também atrapalhou as investigações foi determinar a soltura de todos os dez acusados de

envolvimento no esquema.

A prisão preventiva foi concedida em 1ª instância, mas derrubada após um mês no TJ paulista. A

decisão permitiu que as defesas dos investigados paralisassem o estudo de delações premiadas.

Não há mais expectativa de serem citados por delatores os nomes de políticos ligados ao governo

do PSDB no esquema. Apenas um dos envolvidos fez delação, mas entregou apenas nomes

intermediários dos desvios.

A investigação do Grupo Especial de Delitos Econômicos (Gedec), órgão do Ministério Público

paulista, identificou que fiscais e a cúpula da Secretaria da Fazenda estava envolvida num

esquema de corrupção e extorsão. Os agentes cobravam propinas de grandes empresas para

sustar dívidas tributárias. A investigação tem lastro com a operação Yellow, que apurou sonegação

de R$ 2,7 bilhões dos cofres paulistas.

A nova investigação aponta desvios de pelo menos outros R$ 400 milhões. Um policial que

participou da investigação reclama da atuação do Judiciário paulista. "Apurações contra o governo

paulista são enterradas no TJ de São Paulo."

O inquérito aponta para o envolvimento de deputados e secretários de governo. O dinheiro

desviado seria usado para abastecer campanhas de partidos políticos. Uma das peças da

investigação é o doleiro Alberto Yousseff.

Apesar da extenuante rotina de inquirições em Curitiba, quase diárias, Youssef parece ter decidido

contar apenas parte da história de suas negociatas.

Um dos enredos ainda obscuros é o esquema de propina que envolve personagens investigados

no escândalo de desvios de ICMS. O doleiro afirmou apenas ter intermediado o pagamento a

fiscais a pedido do lobista Júlio Camargo, o mesmo que diz ter repassado US$ 5 milhões ao

presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Camargo era dono de uma empresa responsável pela

coordenação comercial da Prysmian Cabos e Sistemas do Brasil, que assumiu a divisão de cabos

elétricos da Pirelli.

Após ser alvo de achaque, a Prysmiam teve de desembolsar R$ 16 milhões para não ser autuada

em multas que poderiam alcançar os R$ 400 milhões por causa de supostas irregularidades na

importação de cobre. Youssef foi quem operacionalizou pagamentos no exterior e em espécie aos

fiscais.

Com o dinheiro desviado, os fiscais, intermediários de políticos, levavam vidas suntuosas com

carros importados e mansões. Com a decisão do TJ de suspender os processos, a possibilidade de

se chegar até os líderes do esquema se esvaiu.

REDE BRASIL ATUAL

PR: Sindicato dos Gráficos de Cascavel apresenta pauta de reivindicação da campanha

salarial 2016

Sindicato Informa os trabalhadores gráficos que já enviou para o sindicato patronal as

reivindicações da data base de 01/04/2016. Estamos aguardando os patrões entrarem em contato

com o sindicato para marcar a primeira reunião para dar início às negociações.

Abaixo segue o quadro das principais reivindicações.

Reajuste

Correção salarial pelo índice de inflação registrado pelo INPC mais 4% de produtividade o que dá

em torno de 16%.

Salário mínimo do PR para:

Impres. Flexográf. 02 e 03 cores.24 meses Piso Est Grupo 3

Rebobinadeira. 06 meses Piso Est Grupo 3

Máquina Batida 06 meses Piso Est Grupo 3

Garantia Minima de Salários até 6 meses Piso Est Grupo 3

Garantia Minima de Salários após 06 meses Piso Est Grupo 3

O adicional noturno de 35%

Atestado médico Declarações-de-Comparecimento.

As declarações de comparecimento fornecidas pelo medico quando o empregado se utilizado dos

serviços do SUS tem a mesma validade que os atestados médicos para fins de justificativa e abono

de faltas ao serviço.

Vale refeição:Informamos que o valor do vale refeição para o período 01/04/2016 a 31/03/2017 já

foi acertado no ano passado na importância de R$ 218,00, portanto, a partir de 01/04/2016, as

empresas devem fornecer aos seus empregados um vale refeição no valor de R$ 218,00 por mês,

independentemente das negociações demorarem para sair.

O sindicato informa a categoria dos trabalhadores gráficos que se as negociações se arrastarem

por vários meses como aconteceu no ano passado, temos o direito de receber todos os atrasados

retroativos a 01/04/2016 até a data do fechamento da convenção coletiva corrigidos pelos índices

de reajustes da data base, inclusive o recolhimento de todos os encargos sociais com as

respectivas multas e acréscimos legais. Caso a sua empresa não pague esses retroativos, quando

saírem os reajustes, entre em contato com o sindicato.

CONATIG

Ministério Público altera horário de funcionamento em Petrolina

A partir da próxima segunda-feira (28), o Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pernambuco

adota novo horário de expediente, passando a funcionar das 7h30 às 15h30, de segunda a sexta-

feira. Já o atendimento ao público externo e o recebimento de denúncias presenciais se dará entre

8h e 14h, ininterruptamente. A mudança vale para Petrolina, além da sede, no Recife, em Caruaru.

A alteração está prevista na portaria nº 61, de 17 de março de 2016, assinada pelo procurador-

chefe do MPT em Pernambuco, José Laízio Pinto Júnior. A adoção do novo horário está em

consonância com a portaria nº 124, de 8 de março de 2016, do procurador-geral do Trabalho

Ronaldo Curado Fleury, que disciplinou normas gerais para definição do horário de funcionamento

de todas as unidades do MPT no país, visando reduzir gastos ligados ao funcionamento predial.

NE.10

Acordo prevê indenização de R$ 20 milhões a intoxicados por mercúrio

Segundo o Ministério Público do Trabalho, a empresa deverá interromper a fabricação de

lâmpadas com mercúrio metálico no país

Trabalhadores da Osram diagnosticados com mercurialismo também receberão planos de saúde

vitalícios

São Paulo – Em acordo firmado na última quinta-feira (15) com o Ministério Público do Trabalho

(MPT) em São Paulo, a multinacional fabricante de lâmpadas elétricasOsram do Brasil

deverá pagar R$ 20 milhões em indenizações a empregados e ex-empregados de sua fábrica, em

Osasco, na região metropolitana de São Paulo. Eles foram diagnosticados com mercurialismo,

doença causada pela exposição ao mercúrio metálico. A empresa deverá cessar por

completamente a fabricação de lâmpadas com o mercúrio metálico no Brasil, até o mês que

vem, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.

Além das indenizações, os trabalhadores que forem diagnosticados com a doença receberão

planos de saúde vitalícios, segundo o procurador do Trabalho Murillo César Buck Muniz. Ele

representou o MPT no acordo que prevê também o pagamento de R$ 4 milhões em danos morais

coletivos. Segundo o procurador, esse valor será destinado em bens ou dinheiro

“preferencialmente ao serviço de saúde ocupacional do Hospital das Clínicas ou à vigilância

sanitária de Osasco, conforme indicação do Ministério Público".

O acordo pôs fim a uma ação civil pública movida contra a empresa pelo MPT em 2012.

A Associação dos Expostos e Intoxicados por Mercúrio Metálico apresentou uma lista com 236

trabalhadores e ex-trabalhadores interessados em receber o plano vitalício e parte da indenização

de R$ 20 milhões. Outros podem manifestar intenção de aderir ao acordo.

Ainda segundo o MPT, a ação foi movida com base em conclusões de duas especialistas em saúde

do Trabalho, Cecília Zavariz e Marcília de Araújo Medrado. "Elas observaram o adoecimento de

trabalhadores por mercurialismo crônico ocupacional, constatando danos neurológicos e

psiquiátricos graves, como amnésia e depressão, redução da visão e da audição e tremores, além

de perda de dentes, fraqueza crônica e sangramentos."

REDE BRASIL ATUAL

Pagamento de salário dos servidores do TJSE continua indefinido

A direção do Sindijus esteve na manhã desta segunda, 21, na Secretaria de Finanças e Orçamento

do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE), a fim obter informações sobre quando será efetuado o

pagamento do salário deste mês de março.

A secretária de Finanças e Orçamento do TJ, Jussara Maynard, informou que a Secretaria da

Fazenda do Estado não repassou o duodécimo devido ao Judiciário e que a gestão também foi

pega de se surpresa com esse novo atraso. De acordo com a secretária, ainda não há previsão de

quando será feito o repasse e o Executivo e ficou de ser apresentada hoje uma previsão da data.

Por volta das 13 horas desta segunda, a direção do Sindijus teve um segundo contato com a

secretária de Finanças e Orçamento do TJSE e esta informou que ainda não tem previsão do

pagamento. A secretária disse que o Executivo está fazendo o repasse parcelado e que o valor

repassado até agora ainda é insuficiente para arcar com a folha de pagamento.

Um novo contato ficou combinado para essa terça, 22, pela manhã, a fim de saber se já terão sido

repesados novos valores ao TJ e informações sobre quando será efetuado o pagamento.

Reajuste

Foi confirmado pela gestora que, quando for resolvido o impasse do duodécimo, o pagamento do

salário deste mês será efetuado com o reajuste salarial parcial de 6,5%, retroativo ao mês de

fevereiro, conquistado pelos servidores na primeira rodada de negociações da campanha salarial

no final do ano. Uma nova rodada de negociação, entre a Presidência do TJSE e a direção do

Sindijus, está programada para acontecer nesse mês de abril, a fim de discutir das demais

demandas pendentes, bem como a perda inflacionária ainda restante do reajuste concedido e a

retroatividade do reajuste ao mês de janeiro.

No encontro com a secretária, a direção do Sindijus solicitou que na indesejada hipótese de

futuros atrasos, seja divulgado pela gestão com antecedência, para que os servidores possam se

planejar.

Processos

Conforme é de conhecimento de todos, os atrasos salariais já vêm prejudicando a agenda dos

trabalhadores do Serviço Público de Sergipe desde o ano passado.

Os primeiros prejudicados foram os servidores do Poder Executivo. No mês de novembro do no

passado, esse golpe duro atingiu os servidores aposentados do TJSE que dedicaram a vida à

construção deste Estado e agora recebem como recompensa a transferência compulsória da data

de pagamento para o dia 11 do mês seguinte. Os servidores da ativa do TJSE foram atingidos pelo

atraso de salários no mês de dezembro, o que veio combinado também com o atraso do 13º

salário.

Desde o primeiro momento que os atrasos salariais começaram a afetar os servidores do TJSE, a

entidade sindical que os representa, Sindijus, foi prontamente diligente, buscando soluções tanto

pela via administrativa quanto pela via jurídica. Além dos constantes contatos junto à Secretaria

de Finanças e Orçamento do TJ, o sindicato também ingressou com ações judiciais na tentativa de

coibir novos atrasos.

Um Mandado de Segurança foi distribuído no dia 13/01/2016, sob o número 201600100460,

requerendo que seja determinado ao Poder Executivo estadual que efetue o repasse do

duodécimo ao TJSE até o dia 20 de cada mês, em cumprimento ao que estabelece o art. 168 da

Constituição Federal. “A emissão de uma decisão judicial ao Governo do Estado para determinar

obediência à data do repasse, prevista cristalinamente na Lei Maior deste país, é um caminho que

estamos apontando ao Judiciário que evita futuros atrasos”, informa Ednaldo Martins,

coordenador de Assuntos Jurídicos do Sindijus/SE

Atualmente o Mandado de Segurança tramita no Tribunal Pleno, onde está sob a relatoria da Desª

Elvira Maria de Almeida. Mas como de costume nos processos de interesse dos servidores, o

processo está há três meses sem decisão.

Outro processo foi impetrado na tentativa de assegurar a manutenção do dia 20 como data de

pagamento dos proventos e pensões relacionadas aos servidores aposentados do TJSE, que

atualmente recebem pelo Sergipe Previdência. A ação judicial nº 201510301691 foi impetrada no

dia 25/11/2015, contudo, no tribunal tido como um dos mais céleres do país, a ação de interesse

dos aposentados já completa 4 meses sem definição.

FENAJUD

'Nenhum magistrado está acima da lei', diz secretário-geral da OEA

Luis Almagro defendeu o mandato de Dilma e criticou as tentativas de tirá-la do cargo sem

fundamento jurídico

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, disse, ao defender

a continuação da Operação Lava Jato, que nenhum magistrado está acima da lei que deve aplicar e

da Constituição que dá garantias ao seu trabalho. Ele não cita nenhum juiz especificamente, mas

diz que é “imperativo” o avanço das investigações.

Na opinião dele, o Estado de Direito requer que todos sejam responsáveis e iguais perante a lei. “A

democracia não pode ser vítima do oportunismo, mas deve ser sustentada pelo poder das ideias e

da ética”, disse, na sexta-feira (18).

Ele defendeu também o mandato da presidente Dilma Rousseff e criticou as tentativas de tirá-la

do cargo sem fundamento jurídico, como o processo de impeachment iniciado na Câmara dos

Deputados. Para ele, o mandato deve ser garantido, de acordo com a Constituição e as leis, por

todos os poderes do governo e todas as instituições do país. “Qualquer deterioração da sua

autoridade deve ser evitada, de onde quer que venha.”

Na avaliação de Almagro, que diz ter “grande respeito” por Dilma, ela demonstra um claro

compromisso com a transparência institucional e a defesa dos ganhos sociais alcançados pelo país.

“Neste momento, a sua coragem e honestidade são ferramentas essenciais para a preservação e o

fortalecimento do Estado de Direito”.

FENAJUD

Lava Jato apura propinas em plano de saúde dos Correios

Brasília - A Operação Lava Jato apura suposto esquema de pagamento de propina por contratos na

Postal Saúde, gestora dos planos de assistência médica de funcionários dos Correios.

Para conseguir fechar negócio com a operadora, uma empresa teria pagado suborno a dirigentes

da estatal ligados ao casal de ex-ministros Paulo Bernardo(Comunicações) e Gleisi Hoffmann (Casa

Civil), senadora pelo PT paranaense.

As informações estão sendo tratadas num acordo de delação premiada.

Conforme trechos da denúncia, aos quais o jornal O Estado de S.Paulo teve acesso, a Unibem

Medicina e Segurança do Trabalho pagava aos responsáveis por viabilizar o negócio uma comissão

sobre o valor mensal recebido da Postal Saúde.

A empresa presta serviços de saúde ocupacional, fazendo exames nos funcionários dos Correios.

Entre os supostos beneficiários de vantagens ilegais estariam o ex-vice-presidente de Gestão de

Pessoas dos Correios Nelson Luiz Oliveira de Freitas, o ex-diretor da Postal Saúde Alexandre

Câmara e o ex-conselheiro dos Correios Leones Dall'Agnol.

Os três ocuparam cargos na gestão de Paulo Bernardo à frente das Comunicações, ministério

responsável pela estatal.

Conforme a denúncia, a Unibem começou a negociar com a Postal Saúde em novembro de 2013,

por indicação de Freitas.

O acerto da propina a ser paga teria sido feito em reuniões entre os administradores da

prestadora de serviços com os dirigentes da Postal Saúde, entre eles Câmara. O contrato foi

fechado no ano seguinte.

Um pagamento inicial, de R$ 2 milhões, teria sido feito pela operadora para viabilizar

investimentos. Desse total, R$ 900 mil teriam sido rateados entre os envolvidos.

Conforme o colaborador, R$ 200 mil foram pagos a Câmara e outros R$ 200 mil para Freitas. Outro

beneficiário, uma pessoa identificada como "Carlos Santana", teria ficado com R$ 300 mil.

Os pagamentos ao ex-vice presidente dos Correios seriam feitos por meio de depósitos em contas

bancárias indicadas por ele.

Com o início da prestação dos serviços, a Unibem teria passado a pagar 8% do valor mensal

recebido da Postal Saúde a um intermediário.

Essa pessoa seria a responsável por repassar a metade, equivalente a 4%, a Freitas. As

transferências seriam por depósitos bancários, cheques ou em dinheiro vivo.

A Lava Jato também recebeu informações de que Dall’Agnol ficava com outros 4% dos valores

pagos à empresa. Os pagamentos seriam feitos pela Unibem a uma empresa ligada ao ex-chefe de

gabinete de Gleisi e Bernardo.

O delator, cujo nome é mantido em sigilo, reuniu contrato de prestação de serviços, notas fiscais,

extratos e boletos de transações bancárias, cheques e trocas de e-mails, entre outros documentos,

como prova do suposto esquema.

Com a palavra, a defesa

Nelson Freitas, ex-vice presidente de Gestão de Pessoas dos Correios, disse que jamais recebeu

"qualquer valor" pela contratação da Unibem.

Em nota, ele afirmou que não se recorda de ter marcado reuniões entre os negociantes do

contrato e ressaltou que, embora seja vinculada aos Correios, a Postal Saúde é "uma entidade

privada autônoma".

Freitas alegou não ter tratado do negócio com representantes da Unibem ou da operadora de

saúde.

"Não era minha competência. Essa contratação é da alçada da Postal Saúde, que possui gestão

própria e independente da sua mantenedora, a ECT (Empresa de Correios e Telégrafos)",

sustentou.

Ele explicou que, durante a execução do contrato, apenas acompanhou reuniões técnicas para

resolver problemas que afetavam "a rotina de trabalho" dos Correios, "pois havia certa

incompatibilidade entre a agenda de prestação de serviços da Unibem e a jornada de trabalho dos

empregados da ECT".

O jornal O Estado de S.Paulo não conseguiu localizar Leonis Dall'Agnol.

Alexandre Câmara disse que a acusação não tem cabimento. Segundo ele, houve uma negociação

normal, e sem ilicitudes, para a contratação da Unibem.

Ele explicou que a prestadora de serviços passou por uma "peneira" de 15 empresas do setor, que

disputavam o contrato.

A escolha se deveu, segundo ele, a critérios técnicos, como melhores estrutura e preço, além da

possibilidade de usar um sistema eficiente de informações para registrar e acessar os exames.

Câmara pontuou não saber se houve a indicação da Unibem por qualquer pessoa. Ele explicou que

a Postal Saúde identificou a empresa após pesquisa no mercado.

Gleisi e Paulo Bernardo afirmaram não ter qualquer informação sobre a investigação e que,

possivelmente, trata-se de "mais um desses vazamentos que acontecem o tempo todo". Em nota,

os ex-ministros alegaram desconhecer "completamente esse assunto" e não ter "nada a

comentar".

A Unibem não respondeu aos questionamentos enviados por e-mail. Por telefone, o diretor

executivo da empresa, Edvaldo Galano, disse que desconhece irregularidades.

"O processo que eu acompanhei não foi esse", sustentou, acrescentando que a escolha da

empresa levou nove meses e envolveu muitas etapas, entre elas provas de conceito e cotações de

preços. "Foi um processo de venda normal."

A Postal Saúde não informou o valor pago à Unibem, justificando que a informação é protegida

por "cláusula de confidencialidade".

Em nota, informou que todos os contratos estão sendo examinados pela área de auditoria dos

Correios. Conforme apurou o jornal O Estado de S.Paulo, o trabalho começou por haver indícios de

malversação dos recursos.

A Postal Saúde informou também que sua nova gestão - iniciada em dezembro de 2015, após o

PDT passar a comandar os Correios - está revisando todos os contratos e substituindo membros

dos conselhos Fiscal e Deliberativo por servidores de carreira.

O comunicado diz ainda que o contrato com a Unibem foi rescindido, mas não esclareceu o

motivo.

EXAME

Rio Grande Energia é condenada por transferir eletricista de cidade durante tratamento de

saúde

A empresa Rio Grande Energia S.A. foi condenada a pagar indenização de R$ 5 mil a um eletricista

por tê-lo transferido contra a vontade de Passo Fundo para Erechim (RS) no período em que fazia

tratamento de saúde, depois de retornar de benefício previdenciário de um ano após acidente de

percurso. O caso foi considerado como assédio moral, porque o trabalhador precisava de

readaptação no emprego, mas foi transferido com o argumento de que só havia vaga em Erechim,

a 85 km de sua localidade.

Essa decisão mantém o entendimento do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS), que

concluiu, pelas provas existentes, que a empregadora extrapolou seu poder diretivo e cometeu

ato ilícito, conforme a Súmula 43 do TST, que presume como abusiva a transferência quando não

há comprovação da necessidade de serviço. Para o TRT, a empresa adotou práticas que

configuram verdadeiro assédio moral, ao determinar a transferência quando o empregado mais

necessitava de readaptação, devido às limitações físicas apontadas pelo INSS. Além disso,

entendeu que as atividades que o eletricista passaria a exercer "são corriqueiras em qualquer

cidade que a empresa atenda, sendo perfeitamente possível viabilizar a permanência do

trabalhador em Passo Fundo".

Em recurso ao TST, a Rio Grande Energia alegou não haver prova categórica do dano moral, e

sustentou que o valor da indenização era desproporcional e promoveria "o enriquecimento ilícito

do trabalhador". A Oitava Turma do TST, porém, não conheceu do recurso. A relatora, ministra

Maria Cristina Peduzzi, destacou que, para divergir do entendimento exposto no acórdão regional,

seria necessário o reexame de fatos e provas, procedimento vedado pela Súmula 126 do TST.

Em relação à indenização, a relatora não viu razões para a redução. "O TRT, ao fixar o valor,

pautou-se pelo princípio da razoabilidade, obedecendo aos critérios de justiça e equidade, não se

justificando a excepcional intervenção do TST", afirmou, considerando, ainda, que a permanência

do trabalhador na região originária permitiria a continuidade do acompanhamento médico em sua

cidade, e que não houve demonstração de que a transferência ocorreu por necessidade de

serviço.

ÂMBITO JURÍDICO

BNDESPar reduz participação na Braskem à metade

SÃO PAULO - O braço de investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e

Social (BNDESPar) reduziu sua participação na petroquímica Braskem à metade, segundo

comunicado divulgado pela companhia nesta segunda-feira.

O BNDESPar reduziu sua participação nas ações preferenciais classe A da petroquímica de 10%

para 5% e no capital total a fatia passou de 4,33% para 2,16%.

FINANCISTA.COM