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Contaminação Cruzada: Definição, Mecanismo e Modelagem. Mestranda: Angie Dahiana Duque Rodríguez Orientador: Wilmer Edgar Luera Peña Está bem estabelecido pelos sistemas de fiscalização que a contaminação cruzada é uma das principais causas de ocorrência de surtos de doenças de origem alimentar, que ainda representa importante desafio para indústria de alimentos e o sistema de saúde pública a nível mundial. A contaminação cruzada está associada com práticas deficientes de higiene, alimentos contaminados, contaminação via manipuladores, contato com superfícies contaminadas (equipamentos, utensílios) e o processamento ou armazenamento inadequado durante as diferentes etapas da cadeia produtiva, especialmente em alimentos minimamente processados ou prontos para o consumo. A contaminação cruzada é definida como a transferência direta ou indireta de micro-organismos desde um produto contaminado a um produto não contaminado. Essa transferência está baseada em três fatores: uma fonte de contaminação, uma fase intermediaria (equipamentos, utensílios, mãos, etc.) e uma matriz ou alimento, além disso, pode ser afetada pela concentração do micro-organismo no produto e a superfície de contato, a composição do alimento e outros fatores como os níveis de umidade, tempo de contato e pressão. Do ponto de vista da segurança alimentar, a necessidade de garantir uma adequada qualidade microbiológica dos produtos alimentícios tem estimulado o interesse pela prevenção do comportamento dos micro-organismos. Esta prevenção pode ser facilitada pelo uso da modelagem matemática para quantificar o efeito de fatores no comportamento microbiano. O uso conjunto de modelos matemáticos com aplicativos tecnológicos fornecem ferramentas que permitem estimar rapidamente os efeitos das taxas de transferência de micro-organismos para alimentos ou diferentes superfícies de contato. Este processo fornece informações que auxiliam na avaliação quantitativa do risco microbiológico, estimação dos pontos críticos de controle, estabelecer a vida útil dos alimentos além de avaliar as práticas ou atividades que envolvam altos níveis de transferência microbiana. Estas informações são úteis para desenvolver estratégias que reduzam essa contaminação objetivando a obtenção de produtos de boa qualidade. Referências Bibliográficas CARRASCO et al. (2012), Cross-contamination and recontamination by Salmonella in foods: A review. In Food Research International. Volume 45, Issue 2, p. 545-556. CHEN, Y., JACKSON, K.M. CHEA, F.P. AND SCHAFFNER, D.W. (2001). Quantification and variability analysis of bacterial cross-contamination rates in the kitchen. Journal of Food Protection. 64(1):72-80. DANE A. JENSEN. LORETTA M. FIREDCH. LINA J. HARRIS. MICHELLE D. DANYLUK. DONALD W. SCHAFFNER. (2014).Cross contamination of Escherichia coli 0157:H7 between lettuce and wash water during home;scale-washing. In food Microbiology. 46 (2015) 428-433. LOPEZ- GALVEZ et al. (2010). Cross-contamination of fresh-cut lettuce after a short-term exposure during pre-washing cannot be controlled after subsequente washing with chlorine dioxide or sodium hypochlorite. In Food Microbiology. 27 p. 199204. PÉREZ-RODRÍGUEZ, F., VALERO, A., CARRASCO, E., GARCÍA-GIMENO, R. M., & ZURERA, G. (2008). Understanding and modeling bacterial transfer to foods: A review. In Trends in Food Science and Technology, 19, 131144.

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Contaminação Cruzada: Definição, Mecanismo e Modelagem.

Mestranda: Angie Dahiana Duque Rodríguez

Orientador: Wilmer Edgar Luera Peña

Está bem estabelecido pelos sistemas de fiscalização que a contaminação cruzada é uma das principais

causas de ocorrência de surtos de doenças de origem alimentar, que ainda representa importante desafio

para indústria de alimentos e o sistema de saúde pública a nível mundial. A contaminação cruzada está

associada com práticas deficientes de higiene, alimentos contaminados, contaminação via

manipuladores, contato com superfícies contaminadas (equipamentos, utensílios) e o processamento ou

armazenamento inadequado durante as diferentes etapas da cadeia produtiva, especialmente em

alimentos minimamente processados ou prontos para o consumo. A contaminação cruzada é definida

como a transferência direta ou indireta de micro-organismos desde um produto contaminado a um

produto não contaminado. Essa transferência está baseada em três fatores: uma fonte de contaminação,

uma fase intermediaria (equipamentos, utensílios, mãos, etc.) e uma matriz ou alimento, além disso,

pode ser afetada pela concentração do micro-organismo no produto e a superfície de contato, a

composição do alimento e outros fatores como os níveis de umidade, tempo de contato e pressão. Do

ponto de vista da segurança alimentar, a necessidade de garantir uma adequada qualidade

microbiológica dos produtos alimentícios tem estimulado o interesse pela prevenção do comportamento

dos micro-organismos. Esta prevenção pode ser facilitada pelo uso da modelagem matemática para

quantificar o efeito de fatores no comportamento microbiano. O uso conjunto de modelos matemáticos

com aplicativos tecnológicos fornecem ferramentas que permitem estimar rapidamente os efeitos das

taxas de transferência de micro-organismos para alimentos ou diferentes superfícies de contato. Este

processo fornece informações que auxiliam na avaliação quantitativa do risco microbiológico,

estimação dos pontos críticos de controle, estabelecer a vida útil dos alimentos além de avaliar as

práticas ou atividades que envolvam altos níveis de transferência microbiana. Estas informações são

úteis para desenvolver estratégias que reduzam essa contaminação objetivando a obtenção de produtos

de boa qualidade.

Referências Bibliográficas

CARRASCO et al. (2012), Cross-contamination and recontamination by Salmonella in foods: A

review. In Food Research International. Volume 45, Issue 2, p. 545-556.

CHEN, Y., JACKSON, K.M. CHEA, F.P. AND SCHAFFNER, D.W. (2001). Quantification and

variability analysis of bacterial cross-contamination rates in the kitchen. Journal of Food Protection.

64(1):72-80.

DANE A. JENSEN. LORETTA M. FIREDCH. LINA J. HARRIS. MICHELLE D. DANYLUK.

DONALD W. SCHAFFNER. (2014).Cross contamination of Escherichia coli 0157:H7 between lettuce

and wash water during home;scale-washing. In food Microbiology. 46 (2015) 428-433.

LOPEZ- GALVEZ et al. (2010). Cross-contamination of fresh-cut lettuce after a short-term exposure

during pre-washing cannot be controlled after subsequente washing with chlorine dioxide or sodium

hypochlorite. In Food Microbiology. 27 p. 199–204.

PÉREZ-RODRÍGUEZ, F., VALERO, A., CARRASCO, E., GARCÍA-GIMENO, R. M., & ZURERA,

G. (2008). Understanding and modeling bacterial transfer to foods: A review. In Trends in Food

Science and Technology, 19, 131–144.