contacto com os pré -seminaristas dehonianosseminaristas ...não é deus, mas intercede por nós...

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Publ. Mensal - nº 199 - Maio de 2010 - Preço 0,25€ (IVA incl.) Contacto com os Pré Contacto com os Pré- seminaristas Dehonianos seminaristas Dehonianos Caro PRÉ-SEMINARISTA! Temos pela frente um mês muito especial. É o mês de Maria, o mês dedicado de modo especial à Mãe de Jesus e nossa Mãe do Céu. Todo o bom cristão dá a este mês uma importância muito grande e procura vivê- -lo com o pensamento n’Ela. É o que deves fazer. Deves ter mais cuidado com a reza do terço. Deves ter um comportamento melhor. Deves pensar muitas vezes no grande exemplo de Maria que, pela sua disponibilidade, foi a pessoa com quem Deus mais pôde contar e, por isso, realizou n’Ela maravilhas. Nestas páginas encontrarás mais referências a Nossa Senhora do que é habitual. É uma forma de te ajudar a perceber melhor como a Mãe de Jesus, que também é Mãe de cada um de nós, deve ter um lugar especial na tua vida como cristão e como pré-seminarista. Em Maria deves confiar e a Ela deves recorrer em todas as tuas neces- sidades. Ela ama-te e quer ajudar-te. Ela que nos deu a todos o seu Filho, que é Deus feito homem, como não nos dará com Ele todos os bens? Ela não é Deus, mas intercede por nós junto de Deus de forma poderosa e eficaz. Deus não Lhe recusa nada. Confia à sua intercessão maternal o teu presente e o teu futuro, os teus estudos, a correcção dos teus defeitos, a tua luta contra o mal, a des- coberta e aceitação da tua vocação. Pede-Lhe sobretudo esta última graça tão importante. Mas não te limites a pedir. Procura pensar muitas vezes no que Ela nos ensina a todos. Ela recebeu de Deus graças especiais e úni- cas. Mas não se limitou a recebê-las. Correspondeu sempre de forma generosa e perfeita a essas graças. Aliás, Deus deu-Lhas, porque sabia que podia contar com Ela. Depois, não podemos esquecer que estamos ainda no ‘Ano Sacerdo- tal’, que o Santo Padre quis propor à Igreja, inspirado por uma circunstân- cia a que já fiz referência nos nossos encontros formativos. Essa circuns- tância foi a passagem dos 150 anos da morte de um santo sacerdote, con- siderado como um verdadeiro modelo e patrono de todos os sacerdotes. Tanto neste número do Em Frente como no do mês que vem, encon- trarás algumas referências a esse santo que tinha do sacerdócio, e com toda a razão, a convicção de que não podia haver no mundo coisa mais sublime e mais maravilhosa do que colaborar com Deus, como seu minis- tro, para continuar no mundo a mesma missão de Jesus Salvador. Encontramos nos seus escritos algumas expressões muito belas que terás a possibilidade de ler com a maior atenção, tanto neste número como no de Junho, para nelas ficares a pensar, nesta parte final do ‘Ano Sacerdotal’. Pe. Fernando Ribeiro, SCJ maio

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Page 1: Contacto com os Pré -seminaristas Dehonianosseminaristas ...não é Deus, mas intercede por nós junto de Deus de forma poderosa e eficaz. Deus não Lhe recusa nada. Confia à sua

Publ. Mensal - nº 199 - Maio de 2010 - Preço 0,25€ (IVA incl.)

C o n t a c t o c o m o s P r éC o n t a c t o c o m o s P r é -- s e m i n a r i s t a s D e h o n i a n o ss e m i n a r i s t a s D e h o n i a n o s

Caro PRÉ-SEMINARISTA! Temos pela frente um mês muito especial. É o mês de Maria, o mês

dedicado de modo especial à Mãe de Jesus e nossa Mãe do Céu. Todo o bom cristão dá a este mês uma importância muito grande e procura vivê- -lo com o pensamento n’Ela. É o que deves fazer. Deves ter mais cuidado com a reza do terço. Deves ter um comportamento melhor. Deves pensar muitas vezes no grande exemplo de Maria que, pela sua disponibilidade, foi a pessoa com quem Deus mais pôde contar e, por isso, realizou n’Ela maravilhas.

Nestas páginas encontrarás mais referências a Nossa Senhora do que é habitual. É uma forma de te ajudar a perceber melhor como a Mãe de Jesus, que também é Mãe de cada um de nós, deve ter um lugar especial na tua vida como cristão e como pré-seminarista.

Em Maria deves confiar e a Ela deves recorrer em todas as tuas neces-sidades. Ela ama-te e quer ajudar-te. Ela que nos deu a todos o seu Filho, que é Deus feito homem, como não nos dará com Ele todos os bens? Ela não é Deus, mas intercede por nós junto de Deus de forma poderosa e eficaz. Deus não Lhe recusa nada.

Confia à sua intercessão maternal o teu presente e o teu futuro, os teus estudos, a correcção dos teus defeitos, a tua luta contra o mal, a des-coberta e aceitação da tua vocação. Pede-Lhe sobretudo esta última graça tão importante. Mas não te limites a pedir. Procura pensar muitas vezes no que Ela nos ensina a todos. Ela recebeu de Deus graças especiais e úni-cas. Mas não se limitou a recebê-las. Correspondeu sempre de forma generosa e perfeita a essas graças. Aliás, Deus deu-Lhas, porque sabia que podia contar com Ela.

Depois, não podemos esquecer que estamos ainda no ‘Ano Sacerdo-tal’, que o Santo Padre quis propor à Igreja, inspirado por uma circunstân-cia a que já fiz referência nos nossos encontros formativos. Essa circuns-tância foi a passagem dos 150 anos da morte de um santo sacerdote, con-siderado como um verdadeiro modelo e patrono de todos os sacerdotes.

Tanto neste número do Em Frente como no do mês que vem, encon-trarás algumas referências a esse santo que tinha do sacerdócio, e com toda a razão, a convicção de que não podia haver no mundo coisa mais sublime e mais maravilhosa do que colaborar com Deus, como seu minis-tro, para continuar no mundo a mesma missão de Jesus Salvador.

Encontramos nos seus escritos algumas expressões muito belas que terás a possibilidade de ler com a maior atenção, tanto neste número como no de Junho, para nelas ficares a pensar, nesta parte final do ‘Ano Sacerdotal’.

Pe. Fernando Ribeiro, SCJ

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O amor de Maria para connosco é um amor maternal. Ela pode dizer-nos, como se lê na Sagrada Escritura: “Pode uma mãe esquecer o seu filho? Mas, ainda que pudesse, eu não te esqueceria nunca!”

Maria não só é Mãe; é uma Mãe de amor. Quem poderá alguma vez explicar a dedicação de Maria por nós?... O seu amor e dedicação por nós, que somos os filhos de Deus, não tem igual. Comparado ao amor de Maria por um só de nós, a ternura de todas as mães pelos seus filhos não passa de uma leve sombra.

Pode dizer-se de Maria o mesmo que S. João disse de Deus Pai: que Ela nos amou de tal modo, que entregou por nós o seu Filho único.

O seu amor é um amor vigilante, que tem os olhos sempre postos em nós e no nosso comportamento, a fim de nos assistir, proteger e conduzir em tudo.

COMENTÁRIO Estamos no mês em que recordamos de modo especial Nossa Senhora. E por que o

fazemos? Temos, certamente, muitos motivos. O Pe. Dehon aponta-nos alguns, mas insiste na ideia de que Maria, a Mãe de Jesus, é também a nossa Mãe – e Mãe de amor! E que o seu amor por nós é tão grande que não sofre comparação com nenhum outro amor humano. Só pode ser comparado com o amor do próprio Deus. Tal como o Pai do Céu, Ela amou-nos ao ponto de entregar por nós o seu Filho único.

E dedica-se por nós, uma vez que intercede em nosso favor junto do Seu filho. O seu amor por nós leva-A a acompanhar-nos sempre com a sua protecção, defendendo- -nos de todos os perigos e educando-nos tal como educou Jesus e O preparou para o desempenho da sua missão. A ti, de modo especial, Ela quer educar-te, ensinando-te, com o seu exemplo, a mais necessária das lições – a dizer "sim" a Deus. E alcança-te do Senhor a graça de a pores em prática.

Quanta confiança Ela nos deve merecer! E quanta vontade de A imitarmos!

Para ti, A PALAVRA DO PADRE DEHON

O Amor de Maria

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A PALAVRA DO PAPA, para ti

(Continuação do número anterior, no qual seria bem releres a introdução) 4. Vem e segue-Me! Jesus convida o jovem rico a ir muito mais além da satisfação das suas aspira-ções e dos seus projectos pessoais, e diz-lhe: “Vem e segue-Me!”. A vocação cristã brota de uma resposta de amor do Senhor e só se pode realizar graças a uma resposta de amor: “Jesus convida os seus discípulos ao dom total da sua vida, sem cálculos nem contrapartidas humanas, com uma confiança sem reservas em Deus. Os santos acolhem este convite exigente e colocam-se com humilde docilidade no seguimento de Cristo crucificado e ressuscitado. A sua perfeição na lógica da fé muitas vezes incompreensível consiste em já não se colocar no centro, mas em escolher ir contra a corrente, vivendo segundo o Evangelho” A exemplo de tantos discípulos de Jesus, acolhei também vós, caros amigos, com alegria o convite ao seguimento, para viver intensamente e com fruto neste mundo. De facto, com o Baptismo, Ele chama cada um a segui-l’O com acções concretas, a amá-l’O acima de todas as coisas e a servi-l’O nos irmãos. O jovem rico, infelizmente, não acolheu o convite de Jesus e retirou-se triste. Não encontrou a coragem para desapegar-se dos bens materiais, para encon-trar o bem maior proposto por Jesus. A tristeza do jovem rico do Evangelho é a que nasce no coração de cada um, quando não se tem a coragem de seguir Cristo, de fazer a escolha certa. Mas nunca é tarde demais para responder-Lhe!

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Jesus nunca Se cansa de dirigir o seu olhar de amar e de chamar a ser seus discípulos, mas Ele propõe a alguns uma escolha mais radical. Neste Ano Sacerdo-tal, desejaria exortar os jovens e as jovens a prestar atenção se o Senhor convida a uma entrega maior, no caminho do Sacerdó-cio ministerial, a tornar-se disponíveis para acolher com generosidade e entusiasmo este sinal de especial predilec-ção, iniciando com um sacerdote, com o director espiritual, o indispensável caminho de discernimento. Não tenhais medo, caros jovens e caras jovens, se o Senhor vos chama à vida reli-giosa, monástica, missionária ou de especial consagração. Ele sabe dar alegria profunda a quem responde com coragem! 5. Orientados para a vida eterna «Que devo fazer para alcançar a vida eterna?»: esta pergunta do jovem do Evangelho parece distante das preocupações de muitos jovens contemporâneos; porventura, como observava o meu Pre-decessor, «não somos nós a geração cujo horizonte da existência está completamente preenchido pelo mundo e pelo progresso temporal?» (Carta aos jovens, n. 5). Mas a questão acerca da «vida eterna» impõe-se em momentos particularmente doloro-sos da existência, como quando sofremos a perda de uma pessoa querida ou experimentamos o insucesso. Mas o que é a «vida eterna», de que fala o jovem rico? Jesus no-lo explica quando, dirigindo-se aos seus discípulos, afirma: «Hei-de ver-vos de novo; e o vosso coração alegrar-se-á e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria» (Jo 16, 22). São palavras que indicam uma proposta sublime de felicidade sem fim: a alegria de sermos cumulados pelo amor divino para sempre. O interrogar-se sobre o futuro definitivo que nos espera dá sentido pleno à existên-cia, porque orienta o projecto de vida não para horizontes limitados e passageiros mas amplos e profundos, que levam a amar o mundo, tão amado pelo próprio Deus, a dedicar-se ao seu desenvolvimento, mas sempre com a liberdade e a alegria que nascem da fé e da esperança. São horizontes que nos ajudam a não absolutizar as realidades terrenas, sentindo que Deus nos prepara um bem maior, e a repetir com Santo Agostinho: «Desejemos juntos a pátria celeste, suspiremos pela pátria celeste, sintamo-nos peregrinos aqui na terra» (Comentário ao Evangelho de São João, Homilia 35, 9). Com o olhar fixo na vida eterna, o Beato Pier Giorgio Frassati – falecido em 1925, com a idade de 24 anos – dizia: «Quero viver; não ir vivendo!» e, numa fotogra-fia a escalar uma montanha que enviou a um amigo, escrevera: «Rumo ao alto!», alu-dindo à perfeição cristã mas também à vida eterna. Queridos jovens, exorto-vos a não esquecer esta perspectiva no vosso projecto de vida: somos chamados à eternidade. Deus criou-nos para estar com Ele, para sem-pre. Aquela ajudar-vos-á a dar um sentido pleno às vossas decisões e a dar qualidade à vossa existência.

(Continua)

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UMA HISTÓRIA DE CADA VEZ

O SANTO CURA D’ARS O Ano Sacerdotal está a caminho do

fim. Terminará a 19 do mês que vem. Entretanto, é muito bom oferecer nestas páginas algumas referências ao sacerdó-cio e também ao Santo que inspirou ao Papa a ideia deste Ano especial – O San-to Cura d’Ars.

Este Santo que morreu há 150 anos chamava-se João Maria Vianney, mas ficou conhecido com o nome de Cura d’Ars, porque logo depois de ordenado sacerdote foi enviado para uma pequena paróquia chamada exactamente Ars (em França) com 230 habitantes. Disseram-lhe que iria encontrar uma situação reli-giosamente precária: «Naquela paró-quia, não há muito amor de Deus; você levá-lo-á».

Por conseguinte, achava-se plena-mente consciente de que devia ir para lá a fim de encarnar a presença de Cristo, testemunhando a sua ternura salvífica: «[Meu Deus], concedei-me a conversão da minha paróquia; aceito sofrer tudo aquilo que quiserdes por todo o tempo da minha vida!»: foi com esta oração que começou a sua missão. E, à conversão da sua paróquia, dedicou-se o Santo Cura com todas as suas energias, pondo no cume de cada uma das suas ideias a for-mação cristã do povo a ele confiado.

Quis ser Padre desde criança, con-forme confidenciou à mãe, “para salvar muitas almas”. Mas a vida naqueles tem-pos e na sua família não era fácil. Teve de ajudar os pais, desde muito novo. Aos

17 anos ainda era analfabeto. Mas saben-do que Deus o chamava, sujeitou-se às tremendas dificuldades que encontrou pela frente para realizar a sua grande vocação.

O Cura d’Ars era humilíssimo, mas consciente de ser, enquanto padre, um dom imenso para o seu povo: «Um bom pastor, um pastor segundo o coração de Deus, é o maior tesouro que o bom Deus pode conceder a uma paróquia e um dos dons mais preciosos da misericórdia divi-na»

O Santo Cura ensinava os seus paro-quianos sobretudo com o testemunho da vida. Pelo seu exemplo, os fiéis apren-diam a rezar, detendo-se de bom grado diante do sacrário para uma visita a Jesus Eucaristia. «Para rezar bem – expli-cava-lhes o Cura –, não há necessidade de falar muito. Sabe-se que Jesus está ali, no tabernáculo sagrado: abramos-Lhe o nosso coração, alegremo-nos pela sua presença sagrada. Esta é a melhor oração»

E exortava: «Vinde à comunhão, meus irmãos, vinde a Jesus. Vinde viver d’Ele para poderdes viver com Ele». «É verda-de que não sois dignos, mas tendes necessidade!». Esta educação dos fiéis para a presença eucarística e para a comu-nhão adquiria uma eficácia muito parti-cular, quando o viam celebrar o Santo Sacrifício da Missa. Quem ao mesmo assistia afirmava que «não era possível encontrar uma figura que exprimisse melhor a adoração. (...) Contemplava a Hóstia amorosamente».

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No Ano Sacerdotal

Sem sacerdote não há celebração da Eucaristia. O Santo Cura d’Ars sabia-o muito bem e colocava a Eucaristia no centro da sua vida. A respeito dela dizia:

«Todas as boas obras reunidas não igualam o valor do sacrifício da Missa, porque aquelas são obra de homens, enquanto a Santa Missa é obra de Deus».

Estava convencido de que todo o fervor da vida de um padre dependia da Missa: «A causa do relaxamento do sacerdote é porque não presta atenção à Missa! Meu Deus, como é de lamentar um padre que celebra [a Missa] como se fizesse um coisa ordinária!».

“O sacerdote é um homem que ocupa o lugar de Deus”. “Se não tivésse-mos o sacramento da Ordem não teríamos Nosso Senhor”. Com efeito, “podemos dizer que tudo nos vem pelo sacerdote: sim, todas as graças, todos os dons celestes”.

Falava do sacerdócio como se não conseguisse alcançar plenamente a grandeza do dom e da tarefa confiados a uma criatura humana: «Oh como é grande o padre! (…) Se lhe fosse dado compreender-se a si mesmo, morre-ria. (…)

Deixai uma paróquia durante vinte anos sem padre, e lá adorar-se-ão as bestas. (…) O padre não é padre para si mesmo, é-o para vós».

“Vede o poder do Padre! Na consagração, ele diz “Isto é o meu corpo”… A sua língua dum bocado de pão faz o seu Deus. Nem Nossa Senhora pode fazer descer o seu divino Filho a uma hóstia!

Quando se quer destruir a religião, começa-se por atacar o sacerdote, por-que onde não há sacerdote não há Eucaristia e onde não há Eucaristia já não há religião.

“Se eu encontrar um Padre e um Anjo, eu cumprimentava o Padre antes de cumprimentar o Anjo. Este é o amigo de Deus, mas o Padre ocupa o seu lugar”.

PÁGINA VOCACIONAL

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No Ano Sacerdotal

No dia 23 de Janeiro de 1969, dia em que nasci, os meus pais souberam que, por razões alheias a sua vontade, eu seria seu primeiro e último filho. Diante daque-la notícia, minha mãe disse a nosso Senhor: “Meu Senhor, é meu único filho, mas é seu”, e com estas palavras enco-mendou-me a Deus e pediu-Lhe que, se fosse da sua vontade, um dia eu fosse sacerdote.

Com o passar dos anos e através de circunstâncias divinas, cresceu em mim uma inquietação que não me deixava em paz: Deus deu-me muito, para não dizer tudo, e de que outra forma eu poderia responder a tanto amor, senão com uma entrega total? E todavia, junto com esta inquietação, havia os interesses e projec-tos de qualquer jovem, que não excluía um desejo de casar e ter uma família. Ao chegar ao último ano do secundário, estes dois pólos aparentemente opostos encontraram-se frente a frente, quando a jovem com quem eu namorava a sério há mais de um ano, me disse: “Dizes que me queres muito e eu acredito. Mas há uma parte do teu coração que nunca ocupei

nem vou ocupar...” Havia intuído que, além dela, existia outra Pessoa a querer o meu coração e que dificilmente ela ganharia.

Nessa mesma altura o meu pai faleceu: um acontecimento que nos marcou mui-to a mim e à minha mãe. Mas o tempo não parava e chegou o momento em que eu teria que decidir pela vocação sacer-dotal. Mons. Harry Flynn, actual arcebis-po de Minneapolis St. Paul, Minnesota, que era então bispo da minha diocese e a quem eu sempre considerei um grande amigo, chamou-me e disse que queria falar comigo. Durante a nossa conversa, sugeriu que pesquisasse sobre a vida reli-giosa e em particular sobre uma ordem nova, desconhecida para mim até esse momento e que se chamava Legião de Cristo; ainda que não fosse para ser um deles, talvez o Senhor me estivesse a chamar para a vida religiosa e que ao fim de contas, trabalhamos todos na mesma vinha. Respondi-lhe um “sim, como não?” muito educado, mas sem a menor inten-ção de visitar os legionários. No dia seguinte recebi uma chamada que muda-

TESTEMUNHO

Duas recorda- ções muito vivas

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ria o rumo da minha vida. Era o director vocacional dos Legionários de Cristo nos Estados Unidos. Depois de uns momen-tos de silêncio e surpresa da minha parte, explicou que alguém havia mandado o meu nome e número de telefone como estando interessado em conhecer melhor a vocação legionária. No Verão seguinte, entrei no ‘aspirantado’ e no noviciado.

O que teria acontecido? Em suma, “alguém” mandou o meu nome sem me dizer. Um mistério que ficou escondido durante três anos: foi um amigo que até então nem sequer era católico, pois ainda se estava preparando para o ser e deci-diu, por “brincadeira”, mandar os meus dados aos legionários. Um ano depois, membro já da Igreja Católica, ingressou também ele nos legionários: a brincadei-ra saiu-lhe cara. Recordando juntos tudo isto, comentámos que Deus também tem um grande sentido de humor.

Guardo duas recordações muito vivas do dia de minha ordenação sacerdotal: a primeira é a presença de Mons. Flynn, que 10 anos antes me tinha mandado como seminarista para a Legião. Foi ele quem durante o ritual de ordenação me ungiu as mãos com o santo crisma. A segunda, a surpresa de ver a minha mãe subir ao altar para ler em inglês a segun-da leitura da Carta aos Hebreus e as pala-vras que descrevem o sacerdócio de Cris-to: “...e ele (o sacerdote) pode sentir compaixão dos ignorantes e dos extravia-dos por estar também envolvido em fra-queza” (Heb. 5, 2). Com excepção de Deus, duvido que exista alguém que entenda melhor do que minha mãe o mistério deste encontro que fundiria o dom do sacerdócio e a minha própria fraqueza naquela manhã do dia 2 de Janeiro de 2001.

Pe. Neil McNeil, L.C.

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sabedoria

10 grãos de

1. Estreita é a porta e apertado o caminho que conduz à verdadeira vida; e quão poucos são os que o encontram. (Jesus)

2. Tende grandes desejos, mas não estranheis que Deus tenha dese-jos diferentes dos vossos. (Padre Dehon)

3. A vida da alma é encontro com Jesus, Rosto concreto de Deus; é oração silenciosa e perseverante, é vida sacramental, é Evangelho meditado, é acompanhamento espiritual, é pertença cordial à Igre-ja, às vossas comunidades eclesiais. (Bento XVI)

4. O amor não elimina os problemas, mas ajuda-nos a resolvê-los. (M Pellegrino)

5. Quando amardes, nãos digais: Deus está no meu coração. Dizei antes: eu estou no Coração de Deus. (Khail Gibran)

6. A consciência é o melhor livro de moral que possuímos; é aquele que devemos consultar mais vezes. (Pascal)

7. Ninguém é insubstituível, mas todos somos úteis e necessários. (R. Schneider)

8. Vive a plenitude do teu presente e terás vivido a plenitude da tua vida. (N. Monte)

9. A palavra de Deus revela-nos que toda a vida é vocação, isto é, cha-mamento e resposta. (Alguém)

10. Não tocaria num leproso nem por um milhão de cruzeiros. Mas curo as suas feridas por amor de Cristo. (Madre Teresa de Calcutá)

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PARA LER E MEDITAR

A mulher do “SIM” Este breve texto já foi publicado no Em Frente e é possível que algum pré-

seminarista dos mais antigos se lembre dele. Mas nunca é demais, sobretudo num mês como este, meditar na sua mensagem muito simples, mas verdadeira-mente importante.

Maria, a Mãe de Jesus, é a nossa grande mestra e educadora. Assim como educou o seu filho Jesus, assim também nos quer educar a nós,

que também somos seus filhos. Ela educa-nos sobretudo com o seu exemplo. E o grande exemplo que Ela

nos dá é sobretudo este, que é fundamental: dizer sempre que sim a Deus. Quando Ela soube, por meio do Anjo, o que Deus queria d'Ela, não levantou

dificuldades, não pediu explicações nem garantias, não se encheu de medo, não disse que precisava de pensar...

Apenas respondeu: "Eis a Serva do Senhor. Faça-se em Mim segundo a tua Palavra".

Essas palavras foram o seu "SIM" a Deus. Esse sim fez d'Ela a criatura mais bela e mais perfeita, rainha do céu e da ter-

ra. Foi o princípio da sua grandeza e da sua felicidade. Por isso Ela é, com toda a razão, chamada a "Mulher do SIM". Durante este mês pede-Lhe que te ensine esta grande lição. Bem precisas de

a aprender, para estares de verdade ao dispor de Deus e do projecto que Ele tem para a tua vida.

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[eler] [eflectir] [esponder] 1.

2.

3.

4.

5. 6.

7.

a) Quem são realmente “os melhores”? b) Com quem é que Jesus nem ninguém pode contar? c) Por que é que alguns rapazes, quando eram mais novos, davam muitas esperan-

ças para o futuro, mas depois não deram em nada? d) Basta ter começado? e) Continuar como?

a) Qual era o ideal de vida do Padre Dehon, quando era adolescente? b) Para que desejava o Padre Dehon entrar na vida religiosa (que é a vida consagra-

da)?

a) Há quanto tempo se celebra a Jornada Mundial da Juventude e por iniciativa de quem?

b) Em que data se celebra todos os anos a Jornada Mundial da Juventude?

a) Que pergunta fez o jovem a Jesus, de joelhos à frente d’Ele? b) E por que não aceitou Ele a proposta de Jesus? c) Que exprime de modo eficaz a narração de S. Marcos? d) Que é, afinal, o cristianismo? e) Que nos acontece, se encontramos deveras a Jesus? f) Quais são as “riquezas” de quem é jovem? g) Que deve um jovem querer saber? h) Que é preciso fazer para descobrir o projecto de vida?

a) Que concluiu Martim Maria aos 25 anos? b) Qual era a sua maior angústia?

a) Qual era, de facto, “o fundamento de tudo”? b) A que atribui o Pe. António Mendes os milhares de conversões ao cristianismo?

a) Que nos ensina a fé? b) Que acontece a quem se entrega a Deus?

Perguntas sobre o “Directório” (páginas 37-38) a) De que é natural que o pré-seminarista já se tenha apercebido? b) Que é que acontece com muita frequência? c) A palavra ‘vocação’ só se aplica às pessoas? d) Que é que pode gerar alguma confusão? e) Que é preciso ter em conta, para evitar confusões? f) Que é o ‘sentido lato’ de uma palavra?

8.

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versão on-line em: emfrente.wordpress.com

Aqui tens a “convocatória” para o próximo “encontro formativo”, que será já o 2º do terceiro período. Depois deste, só teremos mais dois, até ao Verão. A seguir virá o “encontro de Verão”, já durante as férias, no mês de Agosto. São oportunidades a não perder.

Nem deveria ser preciso recordar que “o Pré-Seminário é uma priorida-de”. Alguns parece que ainda não compreenderam isso (nem eles, nem os pais). É tempo de compreender e de levar as coisas mais a sério. Este foi um dos pontos em que se insistiu com os Pais na reunião do mês passado.

Além disso, é indispensável que, durante este resto de ano lectivo, todos procurem empenhar-se o mais possível, não só nos estudos, mas também no Pré-Seminário e em tudo o que lhe diz respeito.

Os que estão mais adiantados nos estudos (7º e 8º anos) devem tam-bém pensar na possibilidade de entrar no Seminário já para o próximo ano lectivo e falar desse assunto com os pais.

Mais uma palavra para recomendar o mês de Maio. Esperamos que tenhas em consideração tudo o que se diz neste Em Frente a respeito de Maria, além do que será dito no nosso encontro.

DATA: dias 08 e 09 de Maio.

CHEGADA: no sábado até às 10.30 horas. Já sabes que às 11.00 temos de estar em condições de começar as nossas actividades.

REGRESSO A CASA: como de costume das 13.30 até às 14 do domingo.

TRAZER: as coisas do costume. Permitimo-nos recomendar especial cuidado para não esquecer certos objectos tais como os chinelos, o sabonete (champô), a toalha e, naturalmente, as coisas que são para entregar à chegada (Cartão de pré-seminarista; Folhinha da Fidelidade; quanto ao RRR, lê o ‘alerta’ que vem ao fundo). E, também, os últimos dois núme-ros do “Em Frente” (Abril e Maio).

Em Frente (Contacto com os Pré-seminaristas Dehonianos) Publicação Mensal - Ano IX - nº 199 - Maio de 2010

Proprietário, Director e Editor: Pe. Fernando Ribeiro, SCJ Redacção e Administração: Caminho do Monte, 9 | Ap. 430 | 9001-905 - FUNCHAL

Telf.: 291 22 10 23 | Website: emfrente.wordpress.com | Email: [email protected] Impresso nos Serviços Privativos do Colégio Missionário Sagrado Coração - FUNCHAL

Depósito Legal nº 120 306

ALERTA Como o próximo encontro é no princípio do mês e em Maio terás de estudar mais, ficas dis-pensado de apresentar o “RRR de Maio”. Mas terás de trazê-lo para o encontro de Junho.

Por sua vez o “RRR de Junho” deverá ser apresentado no encontro de Julho, ou seja, no cha-mado “Estágio de Admissão”. Entendido?