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Contabilidade Societária I Aula 01 Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

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Page 1: Contabilidade Societária I

Contabilidade Societária I

Aula 01

Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

Page 2: Contabilidade Societária I

Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE.

O acesso às atividades, conteúdos multimídia e interativo, encontros virtuais, fóruns de

discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente

virtual de aprendizagem UNINOVE.

Uso consciente do papel.

Cause boa impressão, imprima menos.

Page 3: Contabilidade Societária I

Aula 01: Ativo intangível

Objetivo: Estudar os aspectos relacionados a identificação, classificação,

mensuração, amortização e baixa do ativo intangível.

Conceito e identificação

Como você sabe, no ativo, as contas estão dispostas em dois grandes

grupos:

Ativo circulante.

Ativo não circulante, sendo este composto por: ativo realizável a longo prazo,

investimentos, imobilizado e intangível.

Porém, o que deve ser classificado no intangível? Este é o assunto desta

aula. Vejamos:

A Lei n°. 11.638/07, no artigo 179, inciso VI, estabelece que “serão

classificados no intangível os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos

destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive

o fundo de comércio adquirido”.

De acordo com a Resolução CFC n° 1.303/10, bem intangível é “um ativo não

monetário identificável sem substância física”. Embora não possua existência física,

representa o direito de propriedade industrial ou comercial aos seus possuidores.

A resolução do CFC estabelece também quais características os ativos

intangíveis devem apresentar, simultaneamente, para serem reconhecidos como tal.

São elas:

Ser identificável: são duas as possibilidades para que o ativo intangível

satisfaça o critério de identificação – resulte de direitos contratuais ou legais

ou quando for separável, ou seja, puder ser separado da entidade e vendido,

transferido, licenciado, alugado ou trocado, isoladamente ou combinado com

um contrato.

Page 4: Contabilidade Societária I

Ser controlável pela empresa: a entidade controla um ativo quando detém o

poder de obter benefícios econômicos futuros gerados pelo recurso ou de

restringir o acesso de terceiros a estes benefícios.

Possuir capacidade de geração de benefícios econômicos futuros:

incluem a geração de receitas, as economias de custo ou outros benefícios

resultantes do uso do ativo.

Reconhecimento e mensuração

Um ativo intangível deve ser reconhecido nas demonstrações contábeis

somente se:

For provável que os benefícios econômicos futuros atribuíveis ao ativo virão

para a entidade.

O custo do ativo possa ser mensurado com segurança.

A probabilidade dos benefícios econômicos futuros deve ser considerada

utilizando suposições razoáveis e justificáveis, representando a melhor estimativa do

ativo ao longo da sua vida útil.

Caso as condições não possam ser atendidas, os gastos devem ser lançados

como despesa, porém, inicialmente, o reconhecimento de um ativo intangível é ao

valor de custo.

Exemplos de ativos intangíveis

Exemplos clássicos de ativos intangíveis são marcas e patentes, entretanto

existem outros, como podemos demonstrar no quadro:

Contas do Ativo Intangível

Marcas

Patentes, fórmulas e outros direitos de propriedade industrial

Page 5: Contabilidade Societária I

Softwares

Licença e Franquias

Direitos Autorais

Ativos Intangíveis em desenvolvimento

Concessões públicas

Direitos sobre recursos florestais

Direitos sobre recursos minerais

(-) Amortização acumulada

(-) Perdas estimadas por redução ao valor recuperável

Fonte: Montoto (2011)

Vida útil e amortização

Conforme a Resolução CFC n° 1.303/10, a entidade deve avaliar se a vida útil

do ativo intangível é definida (finita) ou indefinida (infinita). A amortização do ativo

intangível deve ser em função da sua vida útil quando possível determiná-la.

Tempo de exploração contratual, volume de produção ou unidades

semelhantes são exemplos que determinam a vida útil do ativo. Caso ela seja menor

que o tempo de exploração contratual, deve-se considerar o menor tempo.

Caso não seja possível determinar a vida útil, ou seja, não exista um limite

previsível para o período durante o qual o ativo deverá gerar fluxos de caixa líquidos

positivos para a entidade, o ativo intangível não deverá ser amortizado.

Baixa e alienação

Deve-se efetuar a baixa do ativo intangível quando ocorrer uma das seguintes

situações:

Page 6: Contabilidade Societária I

Quando houver sua alienação.

Quando a entidade detectar que não há expectativa de obter benefícios

econômicos futuros com sua utilização ou alienação.

Os ganhos ou perdas devem ser reconhecidos no resultado e são

determinados pela diferença entre o valor líquido da alienação, se houver, e o valor

contábil do ativo. Observe que os ganhos não devem ser classificados como receita

de vendas.

Teste de recuperabilidade

A Lei 11.638/07, em seu artigo 183, parágrafo 3º, estabelece que os valores

registrados no imobilizado e no intangível devem ser revisados periodicamente

com a finalidade de:

I - registradas as perdas do capital aplicado quando houver decisão de interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para a recuperação desse valor; ou II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização.

De acordo com CPC, a análise de recuperação de um ativo intangível deve

ocorrer, no mínimo, uma vez por ano.

Exemplos práticos e contabilização

Exemplo 1: determinada empresa teve um gasto de R$6.000,00 com um

desenhista para criação de sua marca e de R$2.000,00 para registro no Instituto

Nacional da Propriedade Industrial (INPI), ambos pagos à vista e em cheque. O

lançamento contábil no diário da transação será de?

Page 7: Contabilidade Societária I

D/C Conta Valor R$ Observação

D Marcas 8.000,00 ANC: Intangível

C Banco: pagamento do desenho da

marca

6.000,00 AC: Disponibilidades

C Banco: pagamento do registro no INPI 2.000,00 AC: Disponibilidades

Acesse o AVA e veja os razonetes do exemplo 1.

Exemplo 2: a empresa SP Rodovias adquiriu a concessão para operar

determinado trecho da Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo, por 40 anos. O

valor desembolsado para a obtenção da licença foi de R$40.800.000,00. Os

lançamentos contábeis da transação serão:

Pela obtenção da licença

D/C Conta Valor R$ Observação

D Concessões públicas 40.800.000,00 ANC: Intangível

C Banco: 40.800.000,00 AC: Disponibilidades

Pelo lançamento mensal da quota de amortização

R$ 40.800.000,00/40 anos = R$ 1.020.000 00 por ano, ou R$ 85.000,00 por

mês.

D/C Conta Valor R$ Observação

D Despesas de amortização 85.000,00 DRE: Resultado

C Amortização acumulada 85.000,00 Redutora do ANC

Page 8: Contabilidade Societária I

Acesse o AVA e veja os razonetes do exemplo 2.

Transcorridos os primeiro 12 meses, o balanço patrimonial apresentará os

seguintes saldos:

Concessões Públicas: Rodovia dos Bandeirantes = R$40.800.000,00

(-) Amortização Acumulada = R$1.020.000,00

Vale a pena conferir

1. Conheça mais sobre ativos intangíveis lendo a Resolução completa do CFC n°.

1.303/10, NBC TG 04 – Ativo Intangível. Disponível em:

<http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2010/001303>. Acesso

em: 05 ago. 2013.

2. Saiba quais são as marcas mais valiosas do varejo brasileiro em 2013. Disponível

em: <http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/as-marcas-mais-valiosas-do-

varejo-brasileiro>. Acesso em: 05 ago. 2013.

Chegamos ao fim desta aula. Agora acesse o AVA e faça os exercícios

propostos. Se ficar com dúvidas, não deixe de esclarecer com o seu professor.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 11.638/07. Altera e revoga dispositivos da Lei nº 6404/76, de 15 de

dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às

sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de

demonstrações financeiras. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03_ato2007-2010/2007/lei11638.htm>. Acesso

em: 05 ago. 2013.

Page 9: Contabilidade Societária I

IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R.; SANTOS, A. Manual de

contabilidade societária. São Paulo: Atlas, 2010.

MONTOTO, E. Contabilidade geral esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2011.

YAMAMOTO, M. M.; PACCEZ, J. D.; MALACRIDA, M. J. C. Fundamentos da

contabilidade. São Paulo: Saraiva, 2011.

SITES

CFC – Conselho Federal de Contabilidade. Disponível em: <www.cfc.org.br>.

Acesso em: 22 ago. 2013.

CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Disponível em: <www.cpc.org.br>.

Acesso em: 22 ago. 2013.

INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Disponível em:

<www.inpi.gov.br>. Acesso em: 22 ago. 2013.

Page 10: Contabilidade Societária I

Contabilidade Societária I

Aula 02

Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

Page 11: Contabilidade Societária I

Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE.

O acesso às atividades, conteúdos multimídia e interativo, encontros virtuais, fóruns de

discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente

virtual de aprendizagem UNINOVE.

Uso consciente do papel.

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Page 12: Contabilidade Societária I

Aula 02: Ajuste a valor presente

Objetivo: Estudar o ajuste a valor presente de itens do Ativo e do Passivo que

incluam juros de curto e longo prazo, conforme determinação legal.

Determinação legal para itens do Ativo

Determina o Artigo 183, inciso VIII da Lei 11.638/07 que “os elementos do

ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente,

sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante”.

Observa-se que a determinação legal é de ajustar os valores a receber de

longo prazo e os de curto prazo somente se os efeitos forem relevantes.

Significa que, existindo vendas a prazo com juros, estes devem ser excluídos

da receita e o contas a receber ajustado a valor presente, ou seja, a receita de juros

será considerada no resultado pelo regime de competência e não integralmente no

momento do faturamento.

Determinação legal para itens do Passivo (obrigações com terceiros)

Da mesma forma que os itens do ativo, as obrigações também devem ser

ajustadas a valor presente, sendo compulsório para as obrigações de longo prazo e

as demais dependendo da relevância, conforme determina o Artigo 184, inciso III,

Lei 11.638/07: “III – as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo

não circulante serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados

quando houver efeito relevante”.

Dessa forma, juros inclusos na aquisição de mercadorias ou maquinários

também devem ser excluídos (expurgados) e apropriados pelo regime de

competência em função do prazo.

Page 13: Contabilidade Societária I

NBC TG 12 – Ajuste a valor presente, Resolução nº 1.151/09 do CFC

O Conselho Federal de Contabilidade determina os ajustes da mesma

maneira, conforme consta na Resolução nº 1.151/09 de 23/01/09, que aprovou a

NBC TG 12 – Ajuste a valor presente, diretrizes específicas 21, 22 e 23, transcritas a

seguir:

21. Os elementos integrantes do ativo e do passivo decorrentes de operações de longo prazo, ou de curto prazo quando houver efeito relevante, devem ser ajustados a valor presente com base em taxas de desconto que reflitam as melhores avaliações do mercado quanto ao valor do dinheiro no tempo e os riscos específicos do ativo e do passivo em suas datas originais. 22. A quantificação do ajuste a valor presente deve ser realizada em base exponencial "pro rata die", a partir da origem de cada transação, sendo os seus efeitos apropriados nas contas a que se vinculam. 23. As reversões dos ajustes a valor presente dos ativos e passivos monetários qualificáveis devem ser apropriadas como receitas ou despesas financeiras, a não ser que a entidade possa devidamente fundamentar que o financiamento feito a seus clientes faça parte de suas atividades operacionais, quando então as reversões serão apropriadas como receita operacional. Esse é o caso, por exemplo, quando a entidade opera em dois segmentos distintos: (i) venda de produtos e serviços e (ii) financiamento das vendas a prazo, e desde que sejam relevantes esse ajuste e os efeitos de sua evidenciação.

Não está definida na legislação a base para consideração da relevância dos

juros que estão inclusos em uma operação. O próprio Comitê de Pronunciamentos

Contábeis (CPC) avalia tratar-se de tarefa complexa e que pode envolver uma

equipe multidisciplinar (contabilidade, finanças, negócios) para avaliar o contexto da

operação de forma adequada.

Exemplos e contabilização

Nestes exemplos consideraremos juros simples e que o valor daqueles

embutidos na operação foram informados. Consta da Resolução nº 1151/09, itens 13

a 16 as orientações para a definição da taxa de desconto quando os juros não

estiverem especificados.

Exemplo 1 – Operação de venda: Considere que determinada empresa

vendeu um produto a prazo e concedeu seis meses para pagamento. O valor a vista

Page 14: Contabilidade Societária I

corresponde a R$ 150.000,00 e foram embutidos de juros pelo parcelamento R$

15.000,00, totalizando R$ 165.000,00.

Lembramos que o objetivo do ajuste a valor presente é considerar a receita

pelo regime de competência e o ativo ajustado a valor presente. Assim, a receita a

ser reconhecida inicialmente é R$ 150.000,00, a qual corresponde ao preço a vista

do produto e a receita de juros apropriada mês a mês, segue o regime de

competência, ou seja, R$ 15.000,00/6 = R$ 2.500,00 a cada período, uma vez que

estamos utilizando juros simples.

Dessa forma, podemos demonstrar essa transação com o seguinte fluxo:

Como contabilizar essa venda de acordo com a determinação da Resolução

n° 1151/09, Ajuste a valor presente?

Lançamentos no diário no momento da transação da venda:

Apresentação de forma simplificada no Balanço Patrimonial e na DRE no

momento da transação:

Page 15: Contabilidade Societária I

Lançamento da apropriação da receita de juros transcorridos 30 dias:

Veja os razonetes dessa transação

Exemplo 1

Apresentação de forma simplificada no Balanço Patrimonial e na DRE após

os seis meses (considerando todos os recebimentos no prazo e somente essa

transação):

Exemplo 2 – Operação de compra: Determinada empresa comprou uma

máquina para compor seu ativo imobilizado pelo valor total de R$ 62.000,00, com

prazo de pagamento de 180 dias concedido diretamente pelo fabricante. Está

Page 16: Contabilidade Societária I

embutido no valor total da fatura R$ 12.000,00 a título de juros pelo financiamento, o

qual corresponde a 24% sobre o preço a vista de R$ 50.000,00.

Assim, o valor do imobilizado deve ser reconhecido por R$ 50.000,00, que

corresponde ao preço a vista da máquina e a despesa de juros apropriada mês a

mês, segue o regime de competência, ou seja, R$ 12.000,00/6 = R$ 2.000,00 a cada

período, uma vez que estamos utilizando juros simples.

Lançamentos no diário no momento da transação de compra:

Apresentação de forma simplificada no Balanço Patrimonial no momento da

transação de compra:

Lançamento da apropriação da despesa de juros transcorridos 30 dias:

Page 17: Contabilidade Societária I

Veja os razonetes dessa transação

Exemplo 2

Vale a pena conferir

1. Conheça mais sobre ajuste a valor presente lendo a Resolução completa do

CFC n°. 1.151/09, NBC TG 12. Disponível em:

<http://www.crcsp.org.br/portal_novo/legislacao_contabil/resolucoes/Res1151.

htm>. Acesso em: 05 ago 2013.

Page 18: Contabilidade Societária I

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REFERÊNCIAS

IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R.; SANTOS, A. Manual de

contabilidade societária. São Paulo: Atlas, 2010.

MONTOTO, E. Contabilidade geral esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2011.

SITES

BRASIL. Lei nº 11.638/07. Altera e revoga dispositivos da Lei nº 6404/76, de 15 de

dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às

sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de

demonstrações financeiras. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03_ato2007-2010/2007/lei11638.htm>. Acesso em

05/08/2013.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Disponível em:

<www.cpc.org.br>. Acesso em: 22 ago. 2013.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Disponível em: <www.cfc.org.br>.

Acesso em: 22 ago. 2013.

Page 19: Contabilidade Societária I

Contabilidade Societária I

Aula 03

Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

Page 20: Contabilidade Societária I

Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE.

O acesso a atividades, conteúdos multimídia e interativo, encontros virtuais, fóruns de

discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente

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Page 21: Contabilidade Societária I

Aula 03: Redução ao valor recuperável de ativos (Impairment)

Objetivo: Estudar aspectos relativos à utilização do teste de recuperação de ativos

determinado pela legislação societária e os efeitos no balanço patrimonial e no

resultado.

Definições

A Lei nº 6.404/76 e as alterações posteriores (Lei nº 11.638/07 e Lei nº

11.941/09) determinam que periodicamente, pelo menos ao final de cada exercício,

sejam realizadas análises para verificar a recuperação de valores registrados no

imobilizado e no intangível, ou também chamado de Impairment Test, que, em sua

tradução literal do inglês para o português, significa deterioração.

O objetivo não é reavaliar um item que esteja abaixo do seu valor, uma vez

que não se pode mais realizar a reavaliação positiva. Essa determinação tem como

finalidade verificar permanentemente qualquer redução que deva ser feita para

ajustar o valor contábil ao valor de venda do bem ou ao valor que o bem pode gerar

para a empresa, de forma que seja, de acordo com o artigo 183, parágrafo 3º, da Lei

nº 11.638/07:

I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para a recuperação desse valor; ou II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização.

Desta forma, o objetivo do Impairment Test ou redução ao valor recuperável

de ativos é assegurar que os ativos não estejam registrados contabilmente por um

valor superior àquele passível de ser recuperado no tempo por uso nas operações

da entidade ou em sua eventual venda.

A NBC TG 01, Resolução nº 1.292/10, define os procedimentos para a

realização desse teste e determina que o valor das perdas deva ser reconhecido

Page 22: Contabilidade Societária I

imediatamente no resultado do período e que os prazos de depreciação,

amortização ou exaustão devem ser ajustados após a análise de recuperação.

Esse procedimento deve ser aplicado predominantemente para itens do

imobilizado e do intangível e, em algumas situações, para itens do Investimento:

Controladas, Coligadas e Empreendimento Controlado em Conjunto.

NA NBC TG 01, encontram-se definições importantes para o entendimento da

norma, das quais se destacam:

Termo Significado

Valor contábil

Montante pelo qual o ativo estão reconhecido no balanço depois da

dedução da depreciação, amortização ou exaustão acumulada e

ajuste para perdas

Unidade geradora de caixa Menor grupo identificável de ativos que gera as entradas de caixa

Valor em uso Valor presente dos benefícios futuros esperados com a utilização do

ativo

Valor recuperável de um ativo

ou de uma unidade geradora

de caixa

Maior valor entre o valor líquido de venda de um ativo e seu valor de

uso

Valor líquido de venda

Valor a ser obtido pela venda de um ativo ou unidade geradora de

caixa em transições em bases comutativas, entre partes

interessadas, subtraídas as despesas estimadas de venda

Vida útil

Período de tempo pelo qual a entidade espera usar um ativo ou

número de unidades de produção semelhantes que a entidade

espera obter do ativo

Ativos corporativos

Aqueles que contribuem, mesmo que indiretamente, para fluxos de

caixa futuros, tanto da unidade de caixa sob revisão quanto de

outras unidades geradoras de caixa

Mercado ativo

Mercado onde existem as seguintes condições:

a) os itens transacionados são homogêneos.

b) vendedores e compradores com disposição para negociar são

encontrados a qualquer momento para efetuar transação; e

c) os preços estão disponíveis para o público

Page 23: Contabilidade Societária I

Como realizar o Impairment Test

As indicações de desvalorização de um ativo podem ser medidas por meio de

fatores internos ou externos à empresa.

Um ativo está registrado contabilmente por valor que excede seu valor de

recuperação se o seu valor contábil exceder o montante a ser recuperado pelo uso

ou pela venda.

Observando a possibilidade de desvalorização de um ativo, ou então, atingir o

momento determinado, que deverá ser realizado pelo menos uma vez a cada ano,

será aplicado o Impairment Test, o qual deverá ser realizado da seguinte maneira:

Estabelecer o valor contábil do bem.

Calcular o valor recuperável, pela venda e pelo uso.

Efetuar o teste de recuperabilidade, comparando o valor contábil com o valor

recuperável.

Contabilizar a desvalorização nas contas caso ocorra.

Exemplificação do Impairment Test

A empresa Delta Ltda., ao analisar um determinado ativo, identificou as

seguintes características:

Page 24: Contabilidade Societária I

Nessa situação, nos indagamos: existe perda por redução ao valor

recuperável do ativo? Se sim qual o valor? Além disso, qual é o valor recuperável

desse ativo?

Portanto, o primeiro passo é calcular o valor contábil líquido:

O valor recuperável é o maior valor entre o valor presente líquido de venda e

o valor em uso, que, nesse casso, corresponde a R$ 7.650.000,00.

Descrição Valor em reais

Valor contábil bruto 12.000.000,00

(-) Depreciações acumuladas (3.000.000,00)

(-) Provisões para perdas (900.000,00)

Valor contábil líquido 8.1000.000,00

Como o valor contábil líquido, R$ 8.100.000,00, é maior que o valor

recuperável do ativo, R$ 7.650.000,00, deverá ser contabilizado uma perda por

redução ao valor recuperável de:

Page 25: Contabilidade Societária I

Descrição Valor em reais

Valor contábil líquido 8.100.000,00

Valor recuperável 7.650.000,00

Perda por redução ao valor recuperável 450.000,00

Lançamento contábil:

Vale a pena conferir

1. Conheça mais sobre redução ao valor recuperável de ativo ou impairment test

lendo a Resolução completa do CFC n° 1.292/10, NBC TG 01. Disponível em:

http://www.crcsp.org.br/portal_novo/legislacao_contabil/resolucoes/Res1292.h

tm. Acesso em: 05 ago. 2013.

Chegamos ao fim desta aula. Agora, acesse o AVA e faça os exercícios

propostos. Se ficar com dúvidas, não deixe de esclarecer com o seu professor.

Page 26: Contabilidade Societária I

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REFERÊNCIAS

IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R.; SANTOS, A. Manual de

contabilidade societária. São Paulo: Atlas, 2010.

MONTOTO, E. Contabilidade geral esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2011.

YAMAMOTO, M. M.; PACCEZ, J. D.; MALACRIDA, M. J. C. Fundamentos da

contabilidade. São Paulo: Saraiva, 2011.

Sites

Page 27: Contabilidade Societária I

CFC - Conselho Federal de Contabilidade. Disponível em: <www.cfc.org.br>. Acesso

em: 22 ago. 2013.

CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Disponível em: <www.cpc.org.br>.

Acesso em: 22 ago. 2013.

BRASIL. Lei nº 11.638/07. Altera e revoga dispositivos da Lei nº 6404/76, de 15 de

dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às

sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de

demonstrações financeiras. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03_ato2007-2010/2007/lei11638.htm>. Acesso em

05/08/2013.

Page 28: Contabilidade Societária I

Contabilidade Societária I

Aula 04

Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

Page 29: Contabilidade Societária I

Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE.

O acesso às atividades, conteúdos multimídia e interativo, encontros virtuais, fóruns de

discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente

virtual de aprendizagem UNINOVE.

Uso consciente do papel.

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Page 30: Contabilidade Societária I

Aula 04: Operações com duplicatas

Objetivo: Descrever as operações mais tradicionais envolvendo duplicatas e

demonstrar a contabilização, inclusive dos juros, quando houver.

Duplicata

Duplicatas são títulos de crédito, definido no Artigo 2° da Lei 5.474/68,

exclusivo para operações de venda a prazo. Sua emissão não é obrigatória por parte

do detentor do crédito que pode ser uma empresa comercial, industrial e prestadora

de serviço. Com esses títulos as companhias podem efetuar transações nas

instituições financeiras. As operações mais comuns são cobrança em carteira,

cobrança simples, desconto de duplicatas e empréstimos mediante caução de

duplicatas.

Cobrança em carteira

Nesta modalidade a corporação cobra as duplicatas sem utilizar os serviços

das instituições financeiras. As duplicatas são mantidas na tesouraria ou

departamento de cobrança, aguardando o vencimento e o pagamento pelo cliente

diretamente na organização.

Ao receber, a empresa emissora quita a duplicata, indicando a forma de

recebimento (dinheiro, cheque, depósito etc.), com carimbo e assinatura do

responsável e autorizado para dar a quitação.

Cobrança simples

Na cobrança simples a operação será realizada por instituição financeira

contratada pela companhia emissora, a qual fará a cobrança em seu nome. É

necessário que a corporação emitente faça o endosso na duplicata para que a

instituição possa realizar a cobrança em seu nome. Essa operação é utilizada

geralmente em função do grande número de títulos emitidos, da dificuldade física ou

Page 31: Contabilidade Societária I

de logística de receber todos os créditos ou mesmo facilitar o pagamento pelo

comprador.

A instituição financeira cobrará pelo serviço e a empresa emitente deverá

contabilizar uma despesa por cada título cobrado. A despesa de cobrança deve ser

contabilizada quando o serviço for efetivamente realizado. Caso as instituições

financeiras cobrem esse valor no ato de envio das duplicatas a companhia deverá

contabilizar como uma despesa paga antecipadamente, constituindo um direito a

constar no Ativo Circulante e contabilizar a despesa pelo regime de competência.

Exemplo de cobrança simples – cobrança da tarifa após o recebimento

A empresa Delta Ltda. enviou 10 duplicatas de sua emissão ao Banco FCE

S/A para cobrança simples, conforme borderô, no valor total de R$ 5.000,00. O

banco cobrou R$ 250,00 de comissões e taxas após a efetiva cobrança.

Quando o banco notifica a efetiva cobrança do título:

D Despesas bancárias 250,00 Resultado

C Banco conta movimento 250,00 Ativo circulante

D Banco conta movimento 5.000,00 Ativo circulante

C Clientes 5.000,00 Ativo circulante

Exemplo de cobrança simples – com cobrança da tarifa antecipada no

ato do envio

Pelo envio das duplicatas para cobrança:

D Despesas bancárias pagas

antecipadamente

250,00 Ativo circulante

C Banco conta movimento 250,00 Ativo circulante

Page 32: Contabilidade Societária I

Quando o banco notifica a efetiva cobrança do título:

D Despesas bancária 250,00 Resultado

C Despesas bancárias pagas

antecipadamente

250,00 Ativo circulante

D Banco conta movimento 5.000,00 Ativo circulante

C Clientes 5.000,00 Ativo circulante

Desconto de duplicatas

O desconto de duplicatas consiste em uma antecipação de valor. A

organização, quando vende a crédito e necessita de recursos, pode solicitar

imediatamente a uma instituição financeira a liberação de valores antecipadamente

em razão de duplicatas a vencer. O valor líquido recebido pela corporação será o

valor de face menos os juros calculados em função do número de dias que faltam

para o vencimento dos títulos. Nesse tipo de operação a empresa endossante é

responsável, coobrigada pela liquidação dos títulos, ou seja, a responsabilidade

termina somente com a liquidação deles, seja pelo devedor ou pela própria

companhia, caso o cliente não honre o compromisso.

Exemplo de operação de desconto de duplicatas

Desconto de uma duplicata de R$ 50.000,00, 30 dias antes do vencimento,

com 5% de juros, supondo que a conta duplicatas a receber tenha saldo de R$

750.000,00 e a conta bancária de R$ 150.000,00.

Lançamento 1: Contabilização no dia do desconto

D Banco conta movimento 47.500,00

D Juros passivos a transcorrer 2.500,00

C Duplicata descontada 50.000,00

Page 33: Contabilidade Societária I

Lançamento 1

Antes das alterações promovidas pela Lei 11.638/07 e 11.941/09 a conta

duplicatas descontadas era apresentada no balanço patrimonial como redutora da

conta duplicatas a receber e o juros cobrados no momento da operação como

despesas pagas antecipadamente. Nessa sistemática, após a transação o balanço

patrimonial tem a seguinte apresentação:

Ativo Circulante

Banco 197.500,00

Duplicatas a receber 750.000,00

(-) Duplicatas descontadas (50.000,00)

Juros passivos a transcorrer 2.500,00

Com as alterações advindas da legislação e pronunciamento conceitual

básico, determina-se que os registros das transações devam ocorrer de acordo com

a essência delas. Nesse caso, a operação que representa um adiantamento ou

ainda ingresso de capital de terceiros deve ser contabilizado como passivo circulante

e apresentado conforme mostrado a seguir:

Ativo Circulante Passivo Circulante

Banco 197.500,00 Duplicatas descontadas 50.000,00

Duplicatas a receber 750.000,00 (-) Juros a transcorrer (2.500,00)

Page 34: Contabilidade Societária I

Contabilização da baixa da duplicata descontada e a contabilização da

despesa de juros:

Lançamento 2: Cliente pagou no vencimento

D Duplicatas descontadas 50.000,00 Passivo circulante

C Duplicatas a receber 50.000,00 Ativo circulante

D Juros passivos 2.500,00 Resultado

C Juros a transcorrer 2.500,00 Passivo circulante

Lançamento 3: Cliente não pagou no dia vencimento

O banco devolve a duplicata para a empresa sem efetuar a cobrança. A

organização devolverá o valor antecipado pelo desconto e pagará também os juros

do período pela utilização dos recursos.

Page 35: Contabilidade Societária I

D Duplicatas descontadas 50.000,00 Passivo circulante

C Banco conta movimento 50.000,00 Ativo circulante

D Juros passivos 2.500,00 Resultado

C Juros a transcorrer 2.500,00 Passivo circulante

Nota: Como o cliente não pagou a duplicata e o banco a devolveu temos

agora na carteira de clientes uma duplicata vencida que a corporação deverá cobrar

utilizando outros meios (cobrança amigável, extrajudicial, protesto etc.).

Empréstimo mediante caução de duplicatas

Na operação de empréstimo mediante caução de duplicatas, a empresa toma

recursos da instituição financeira e entrega em garantia do pagamento da operação

duplicatas de sua emissão.

Além das duplicatas caucionadas, a instituição financeira pode solicitar a

emissão de uma nota promissória no valor total do empréstimo.

São várias as modalidades para liberação de empréstimos com caução de

duplicatas, variando quanto à forma de liberação do montante, quanto à cobrança de

encargos e quanto ao volume necessário de garantias.

Chegamos ao fim desta aula. Agora, acesse o AVA e faça os exercícios

propostos. Caso fique alguma dúvida, leve a questão ao Fórum e divida-a com seus

colegas e professor.

Page 36: Contabilidade Societária I

REFERÊNCIAS

IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R.; SANTOS, A. Manual de

contabilidade societária. São Paulo: Atlas, 2010.

MONTOTO, E. Contabilidade geral esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2011.

RIBEIRO, O. M. Contabilidade intermediária. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

SITES

BRASIL. Lei nº 11.638/07. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei11638.htm>. Acesso

em: 05 ago. 2013.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Disponível em:

<www.cpc.org.br>. Acesso em: 22 ago. 2013.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Disponível em: <www.cfc.org.br>.

Acesso em: 22 ago. 2013.

Page 37: Contabilidade Societária I

Contabilidade Societária I

Aula 05

Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

Page 38: Contabilidade Societária I

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Page 39: Contabilidade Societária I

Aula 05: Arrendamento mercantil

Objetivo: Apresentar o conceito de arrendamento mercantil, diferenciar

arrendamento mercantil financeiro do operacional e demonstrar o tratamento

contábil no arrendatário e no arrendador.

Arrendamento mercantil

O CPC 06 — Operações de arrendamento mercantil, aprovado pela

Resolução CFC nº 1.304/10, define: “arrendamento mercantil é um acordo pelo qual

o arrendador transmite ao arrendatário em troca de um pagamento ou série de

pagamentos o direito de usar um ativo por período de tempo acordado”.

Operações de arrendamento mercantil assemelham-se a alugueis, assim, até

2007, eram contabilizados seguindo basicamente esse conceito. A partir de 2008,

com a adoção do CPC 06, a prática contábil brasileira passou a estar alinhada aos

padrões internacionais, modificando a forma de contabilização, principalmente em

relação ao arrendamento mercantil financeiro.

O artigo 179 item IV da Lei nº 11 638/07 determina que devem ser

contabilizados no ativo imobilizado:

Os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens.

Dessa forma, segundo a determinação legal, mesmo não possuindo a

propriedade formal dos bens, eles devem ser classificados no ativo quando a

companhia detiver os benefícios, os riscos e o controle. Um arrendamento mercantil

pode ser financeiro ou operacional, de acordo com suas características, devendo a

classificação ser feita no início do contrato.

A Resolução CFC 1 304/10, que aprovou o CPC 06, define no item 8 o

arrendamento financeiro e operacional.

Page 40: Contabilidade Societária I

Um arrendamento mercantil é classificado como financeiro se ele transferir substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade. Um arrendamento mercantil é classificado como operacional se ele não transferir substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade.

A classificação em arrendamento financeiro ou operacional depende da

essência da transação e não da forma do contrato.

Arrendamento mercantil financeiro

Nessa modalidade, a empresa arrendadora transfere à arrendatária

substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade de um ativo.

O título de propriedade pode ou não ser eventualmente transferido.

De acordo com a Resolução CFC 1 304/10, CPC 06, são exemplos de

situações que, individualmente ou em conjunto, classificam o arrendamento

mercantil como financeiro:

Transferência da propriedade do ativo ao final do contrato.

Há opção de compra por um preço significantemente baixo do valor justo, de

forma que no início do arrendamento mercantil, seja razoavelmente certo que

a opção será exercida.

O prazo de arrendamento refere-se à maior parte da vida econômica do ativo.

No início do arrendamento, o valor presente dos pagamentos míninos do

arrendamento mercantil totaliza, pelo menos, substancialmente, todo o valor

justo do ativo arrendado.

Ativos arrendados são especializados de tal forma que apenas o arrendatário

pode usá-los sem grandes modificações.

Tratamento contábil no arrendatário

O arrendatário deve reconhecer, no início da operação, os arrendamentos

mercantis financeiros como ativos e passivos no seu balanço patrimonial pelo valor

justo ou pelo valor presente líquido do financiamento, dos dois o menor.

Page 41: Contabilidade Societária I

O ativo e o passivo referente aos futuros pagamentos são reconhecidos

inicialmente pelo mesmo valor, sendo necessário separar o encargo financeiro e a

redução do passivo em aberto (principal).

Essa modalidade dá origem a uma despesa de depreciação relativa a ativos

depreciáveis e também a uma despesa financeira referente ao passivo

(financiamento) para cada período contábil.

De acordo com o CPC 06, Resolução CFC 1 304/10, itens 27 e 28, o prazo de

depreciação dependerá das características da operação, devendo o arrendatário:

Utilizar o prazo de vida útil do ativo, caso houver certeza da aquisição do bem

ao final do contrato.

Utilizar o prazo do contrato de arrendamento ou de vida útil do ativo, dos dois

o menor, caso não exista certeza sobre a aquisição ao final do contrato.

A seguir, veja um exemplo de operação e a respectiva contabilização de

arrendamento mercantil financeiro, no arrendatário:

Exemplo

A empresa FCE S/A adquiriu uma máquina com vida útil de 10 anos por meio

de arrendamento (leasing) mercantil financeiro, com as seguintes condições:

1 Preço à vista da máquina R$54 000,00

2 Número de parcelas 36

3 Valor de cada parcela R$2 040,00

4 Valor da parcela residual (a ser paga com a última parcela) R$540,00

Desdobramento do valor da prestação:

Amortização do principal (R$54 000,00/36 meses) R$1 500,00

Valor de juros R$540,00

Total da prestação mensal R$2 040,00

Page 42: Contabilidade Societária I

De acordo com a Lei nº 11 638/07 e a CPC 06, a contabilização na

arrendatária deve ser feita da seguinte forma: considerando, no exemplo, o valor

justo do ativo igual ao valor presente líquido do financiamento (não há ajuste de

avaliação patrimonial a registrar) e sistema de capitalização a juros simples:

D Máquinas (bem arrendando) 54 000,00 Ativo imobilizado

D Encargos financeiros a transcorrer curto prazo 6 480,00 Passivo circulante

D Encargos financeiros a transcorrer longo prazo 13 500,00 Passivo não circulante

C Financiamento por arrendamento curto prazo 24 480,00 Passivo circulante

C Financiamento por arrendamento longo prazo 49 500,00 Passivo não circulante

Apresentação no balanço patrimonial da arrendatária:

Ativo imobilizado Passivo circulante

Máquina (Arrendada) 54 000,00 Financiamento de arrendamento 24 480,00

Encargos financeiros a transcorrer (6 480,00)

Passivo não circulante

Financiamento de arrendamento 49 500,00

Encargos financeiros a transcorrer (13 500,00)

Total Ativo 54 000,00 Total passivo 54 000,00

A cada mês transcorrido, a arrendatária deverá contabilizar a transação da

seguinte forma:

Pelo pagamento da prestação:

D Financiamento de arredamento – Curto prazo 2 040,00 Passivo Circulante

C Banco conta movimento 2 040,00 Ativo Circulante

Pelo reconhecimento do encargo financeiro:

D Despesa financeira 540,00 DRE: Resultado

C Encargos financeiros a transcorrer 540,00 Passivo circulante

Page 43: Contabilidade Societária I

Registro da depreciação: R$ 54 000,00/120 meses = R$ 450,00/mês:

D Depreciação 450,00 Resultado (DRE) ou custo produção

C Depreciação acumulada 450,00 Redutora do ativo imobilizado

A cada mês, uma parcela do longo prazo deve ser transferida para o curto em

função do tempo decorrido.

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Tratamento contábil no arrendador

Quando adquirir um bem com a intenção de arrendar, o arrendador deverá

contabilizar como investimento. Ao realizar o arrendamento, deverá transferir o valor

classificado em investimento para contas a receber de curto e longo prazo, conforme

o prazo de contrato. Os valores recebidos pelo arrendador serão considerados como

amortização de capital e receita financeira, apropriados pelo regime de competência.

Page 44: Contabilidade Societária I

Arrendamento mercantil operacional

Nesta modalidade, diferentemente de um arrendamento mercantil financeiro,

a empresa arrendadora não transfere à arrendatária, substancialmente, todos os

riscos e benefícios inerentes à propriedade, mas apenas o direito de uso do bem

arrendado por determinado período. Ao final, a arrendatária devolve o bem à

arrendadora.

Por ser similar a um aluguel, o ativo permanece é contabilizado apenas na

arrendadora, que é quem usufruí financeiramente dele, cabendo à arrendatária

contabilizar somente as contraprestações relativas aos pagamentos pela utilização

como despesa ou custo de produção.

Tratamento contábil no arrendatário

O arrendatário deve reconhecer a operação como aluguel, uma vez que no

arrendamento operacional, riscos e benefícios não são transferidos a ele. O

reconhecimento do aluguel como despesa ou custo de produção deve obedecer ao

regime de competência.

Tratamento contábil no arrendador

Os arrendadores devem manter o ativo em suas demonstrações contábeis e

contabilizar os recebimentos como receita, observando apenas o regime de

competência.

Vale a pena conferir

1. Conheça mais sobre operações de arrendamento mercantil lendo a Resolução

completa do CFC 1.304/10, NBC TG 06. Disponível em:

<http://www.crcsp.org.br/portal_novo/legislacao_contabil/resolucoes/Res1304.htm>.

Acesso em: 05 ago. 2013.

Page 45: Contabilidade Societária I

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 11.638/07. Altera e revoga dispositivos da Lei nº 6404/76, de 15 de

dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às

sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de

demonstrações financeiras. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03_ato2007-2010/2007/lei11638.htm>. Acesso

em: 05 ago. 2013.

CFC – Conselho Federal de Contabilidade. Disponível em: <www.cfc.org.br>.

Acesso em: 18 set. 2013.

CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Disponível em: <www.cpc.org.br>.

Acesso em: 18 set. 2013.

IUDÍCIBUS, S. et al. Manual de contabilidade societária. São Paulo: Atlas, 2010.

MONTOTO, E. Contabilidade geral esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2011.

YAMAMOTO, M. M.; PACCEZ, J. D.; MALACRIDA, M. J. C. Fundamentos da

contabilidade. São Paulo: Saraiva, 2011.

Page 46: Contabilidade Societária I

Contabilidade Societária I Aula 06

Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

Page 47: Contabilidade Societária I

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discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente

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Page 48: Contabilidade Societária I

Aula 06: Debêntures

Objetivo: Estudar debêntures, títulos de crédito utilizados pelas S/A para captar

recursos. Demonstrar a contabilização da operação, incluindo a ocorrência de ágio e

deságio.

Conceito

O capítulo V da Lei das S/A (6.404/76, alterações posteriores e 11.638/07)

traz a previsão legal e regulamenta a emissão de debêntures.

Determina o artigo 52 da referida Lei:

A companhia poderá emitir debêntures que conferirão aos seus titulares direito de crédito contra ela, nas condições da escritura de emissão e, se houver, do certificado.

As debêntures são títulos de crédito emitidos no Brasil apenas por sociedades

anônimas. São emitidas para captar recursos diretamente de investidores, pessoas

jurídicas ou físicas. Geralmente rendem juros fixos ou variáveis, atualização

monetária, poderão assegurar participação dos lucros da companhia e, quando

previsto, a conversibilidade em ações. São garantidos pelo ativo da empresa

emissora.

De acordo com Santos e Schmidt (2009), são finalidades e vantagens da

emissão de debêntures:

A finalidade da emissão de debênture é sempre institucional, no sentido de atender a falta de capital de giro ou de novos investimentos da companhia. Uma das funções primordiais das debêntures é a de capitalizar a sociedade. A emissão de debêntures traz uma série de vantagens à companhia comparada à manutenção do capital próprio, ou seja, emissão de ações, tais como: a) Vantagem fiscal, pois os juros são dedutíveis como despesas, o

que não ocorre com os dividendos; b) Capitalizar a empresa sem modificar o quadro acionário etc.

(SANTOS e SCHMIDT, 2009, p. 123)

Page 49: Contabilidade Societária I

A companhia, ao emitir e vender as debêntures, origina para si uma obrigação

normalmente de longo prazo, devendo registrar inicialmente essa obrigação a

crédito de debêntures a pagar no passivo não circulante.

Emissões e séries

Com relação às emissões e séries, estabelece a Lei das S/A no artigo 53:

A companhia poderá efetuar mais de uma emissão de debêntures, e cada emissão pode ser dividida em séries; Parágrafo único. As debêntures da mesma série terão igual valor nominal e conferirão a seus titulares os mesmos direitos.

Assim como ocorre com as ações, a Lei determina que as debêntures sejam

nominativas e permite ainda a emissão da debênture escritural.

O valor nominal da debênture deverá ser expresso em moeda nacional, com

exceção dos casos de obrigação que, nos termos da legislação em vigor, possa ter o

pagamento estipulado em moeda estrangeira.

O artigo 60, excetuando os casos previstos em lei especial, determina que as

emissões de debêntures não poderão ultrapassar o capital social da companhia.

Entretanto, esse valor pode ser excedido até alcançar:

80% dos bens gravados, próprios ou terceiros, no caso de debêntures com

garantia real.

70% do valor contábil do ativo da companhia, diminuído do montante das

suas dívidas garantidas por direitos reais no caso de debêntures com garantia

flutuante.

É assegurada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a fixação de outros

limites para emissões de debêntures negociadas em bolsa ou no balcão, ou a serem

distribuídas no mercado.

As debêntures são títulos negociáveis, representados por certificados e em

cujos documentos, conforme determina o artigo 64 da Lei, deve conter:

Page 50: Contabilidade Societária I

I A denominação, sede, prazo de duração e objeto da companhia;

II A data da constituição da companhia e do arquivamento e publicação dos

seus atos constitutivos;

III A data da publicação da ata da assembleia geral que deliberou sobre a

emissão;

IV A data e ofício do registro de imóveis em que foi inscrita a emissão;

V

A denominação “Debênture” e a indicação da sua espécie, pelas palavras

“com garantia real”, “com garantia flutuante”, “sem preferência” ou

“subordinada”;

VI A designação da emissão e da série;

VII O número de ordem;

VIII

O valor nominal e a cláusula de correção monetária, se houver, as

condições de vencimento, amortização, resgate, juros, participação no

lucro ou prêmio de reembolso, e a época em que serão devidos;

IX As condições de conversibilidade em ações se for o caso;

X O nome do debenturista;

XI O nome do agente fiduciário dos debenturistas, se houver;

XII A data da emissão do certificado e a assinatura de dois diretores da

companhia;

XIII A autenticação do agente fiduciário, se for o caso.

As debêntures, mesmo tendo um valor original determinado na emissão,

podem ser colocadas no mercado por um valor financeiro diferente do valor nominal,

dependendo do interesse pelo papel no mercado. A colocação no mercado

corresponde ao ingresso de recursos no caixa da companhia que emite as

debêntures. Esse ingresso de recursos pode ser maior ou menor em relação ao

previsto pela emitente. Se for maior, dará origem ao ágio (prêmio) na emissão, se

menor, apresentará um deságio, conforme descrito a seguir.

A Lei das S/A em seu artigo 73 prevê a possibilidade de emissão de

debêntures por empresas brasileiras no exterior.

Page 51: Contabilidade Societária I

Colocação de debêntures com deságio

Caso a debênture seja colocada no mercado por valor inferior ao nominal

(colocação com deságio), representará uma vantagem adicional para o tomador ou

investidor, pois esse pagará pelo título um valor menor em relação ao valor de

liquidação.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) recomenda que o valor de

colocação seja o mais próximo do valor nominal quanto menor for o prazo para o

reembolso. Dessa forma, pretende-se evitar que o prêmio se torne oneroso demais

para a emitente. Admite-se um prêmio maior somente nas emissões de longo prazo.

Acesse o AVA para visualizar o material complementar referente ao exemplo

a seguir.

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Exemplo 1: Emissão de debênture com deságio

Determinada empresa emitiu 600 debêntures, cada uma a R$ 1.500,00,

obtendo um deságio na colocação de 10%. O pagamento será efetuado cinco anos

após a emissão, com juros de 1% ao mês. Nesse caso, o deságio será de: 10% de

R$ 900.000,00 = R$ 90.000,00.

Page 52: Contabilidade Societária I

O valor de R$ 90.000,00 deverá ser considerado redutor da dívida para com o

investidor, pois a empresa somente poderá contabilizar a despesa financeira à

medida que cumprir as obrigações estabelecidas na emissão das debêntures,

apropriado por competência como despesa financeira.

Deverá contabilizar anualmente o deságio de R$ 90.000,00/5 anos = R$

18.000,00 por ano.

Os lançamentos na empresa que emitiu as debêntures serão os seguintes:

D Bancos – conta movimento 810.000,00 Ativo circulante

D Deságio emissão de

debêntures a apropriar – CP 18.000,00 Passivo circulante

D Deságio emissão de

debêntures a apropriar – LP 72.000,00

Passivo não

circulante

C Debêntures a pagar 900.000,00 Passivo não

circulante

Apresentação no balanço patrimonial de emissão com deságio:

Ativo Passivo Circulante

Banco – C. Movimento 810.000,00 Deságio na emissão

de debêntures (18.000,00)

Passivo não circulante

Debêntures a pagar 900.000,00

Deságio na emissão

de debêntures

(72.000,00)

Total Ativo 810.000,00 Total passivo 810.000,00

O deságio será apropriado ao resultado de cada mês como uma despesa

financeira, obedecendo ao regime de competência. Os lançamentos contábeis serão

os seguintes:

Page 53: Contabilidade Societária I

D Deságio na emissão debêntures –

despesa financeira 1.500,00 Resultado

C Deságio emissão de debêntures a

apropriar – CP 1.500,00

Passivo

circulante

A cada mês uma parcela do longo prazo, do deságio na emissão de

debêntures a apropriar, deve ser transferida para o curto prazo em função do tempo

decorrido.

Colocação de debêntures com ágio

Acesse o AVA para visualizar o material complementar referente ao exemplo

a seguir.

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Exemplo 2: Emissão de debênture com ágio

Determinada empresa emitiu 600 debêntures, cada uma a R$ 1.500,00,

obtendo um ágio na colocação de 10%. O pagamento será efetuado cinco anos

após a emissão, com juros de 1% ao mês.

Nesse caso, o ágio será de 10% de R$ 900.000,00 = R$ 90.000,00.

Page 54: Contabilidade Societária I

O prêmio ou (ágio) no valor de R$ 90.000,00 deverá ser considerado como

uma da dívida para com o investidor, pois a empresa somente poderá contabilizar de

fato essa receita financeira à medida que cumprir as obrigações estabelecidas na

emissão das debêntures, apropriando por competência como receita financeira.

Deverá contabilizar anualmente o ágio de R$ 90.000,00/5 anos = R$

18.000,00 por ano.

Os lançamentos na empresa que emitiu as debêntures serão os seguintes:

D Bancos – conta movimento 990.000,00 Ativo

circulante

C Ágio (prêmio) de debêntures a

apropriar – CP 18.000,00

Passivo

circulante

C Ágio (prêmio) de debêntures a

apropriar – LP 72.000,00

Passivo não

circulante

C Debêntures a pagar 900.000,00 Passivo não

circulante

Apresentação no balanço patrimonial de emissão com ágio:

Ativo Passivo Circulante

Banco – C. Movimento 990.000,00 Deságio na emissão

de debêntures 18.000,00

Passivo não circulante

Debêntures a pagar 900.000,00

Deságio na emissão

de debêntures

72.000,00

Total Ativo 990.000,00 Total passivo 990.000,00

O ágio será apropriado ao resultado de cada mês como uma receita

financeira, obedecendo ao regime de competência. Os lançamentos contábeis serão

os seguintes:

Page 55: Contabilidade Societária I

D Deságio emissão de debêntures a

apropriar – CP 1.500,00

Passivo

circulante

C Receita ágio debêntures – receita

financeira 1.500,00 Resultado

A cada mês uma parcela do longo prazo de ágio na emissão de debêntures a

apropriar deve ser transferida para o curto prazo em função do tempo decorrido.

Juros e outros direitos

Estabelece o artigo 56 da Lei das S/A que a debênture pode assegurar ao seu

titular juros, fixos ou variáveis, participação no lucro da companhia e prêmio de

reembolso.

Assim, os juros constituem a remuneração básica e obrigatória das

debêntures, sendo as demais modalidades vantagens adicionais e facultativas.

As participações nos lucros representam uma remuneração adicional que

pode ser dada ao tomador da debênture, ajustada à lucratividade da companhia e

será demonstrada em tópico específico: participações.

Vale a pena conferir

1. Conheça mais sobre debêntures lendo o capítulo V da Lei das S/A. Disponível

em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6385.htm>. Acesso em: 05 ago. 2013.

Chegamos ao fim desta aula. Agora, acesse o AVA e faça os exercícios

propostos. Se ficar com dúvidas, não deixe de esclarecê-las com o seu professor-

tutor.

Page 56: Contabilidade Societária I

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REFERÊNCIAS

IUDÍCIBUS, S. et al. Manual de contabilidade societária. São Paulo: Atlas, 2010.

MONTOTO, E. Contabilidade geral esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2011.

RIBEIRO, O. M. Contabilidade avançada. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

SANTOS, J. L.; SCHMIDT, P. Contabilidade societária. 3. ed. São Paulo: Atlas,

2009.

SITES

BRASIL. Lei nº 11.638/07. Altera e revoga dispositivos da Lei nº 6404/76, de 15 de

dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às

sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de

demonstrações financeiras. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso

em 05 ago. 2013.

Page 57: Contabilidade Societária I

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Disponível em: <www.cfc.org.br>.

Acesso em: 18 set. 2013.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Disponível em:

<www.cpc.org.br>. Acesso em: 18 set. 2013

Page 58: Contabilidade Societária I

Contabilidade Societária I

Aula 07

Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

Page 59: Contabilidade Societária I

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Page 60: Contabilidade Societária I

Aula 07: Cálculo, contabilização e noções gerais sobre o Imposto

de Renda da Pessoa Jurídica — lucro real

Objetivo: Estudar, preliminarmente, o conceito de lucro real para fins de apuração

do imposto de renda das pessoas jurídicas; identificar as pessoas jurídicas

obrigadas a este regime e demonstrar a base de cálculo do imposto, adições,

exclusões e compensação de prejuízos fiscais.

Contribuintes do imposto de renda

Adotado universalmente, o imposto de renda obriga cada pessoa ou empresa

a destinar determinado percentual de sua renda para o governo. A finalidade é a

manutenção do Estado, que se dá na sua grande maioria através da arrecadação de

impostos.

Determina o artigo 43 do Código Tributário Nacional (CTN) que a aquisição de

disponibilidade econômica ou jurídica através de renda, representada pelo produto

do capital, do trabalho ou da combinação de ambos e de proventos de qualquer

natureza, representadas pelos acréscimos patrimoniais, são passíveis de imposto de

renda.

São contribuintes do imposto de renda:

As pessoas jurídicas, incluindo as empresas públicas e as sociedades de

economia mista, bem como suas subsidiárias.

As pessoas físicas.

As empresas individuais.

Formas de tributação das pessoas jurídicas sobre o lucro

São três as modalidades para cálculo de tributos e contribuição social devidos

pelas pessoas jurídicas sobre os lucros obtidos em determinado período:

Page 61: Contabilidade Societária I

Lucro presumido.

Lucro arbitrado.

Lucro real, que será abordado na presente aula.

Há também o IRPJ incluído numa forma de recolhimento simplificado, que é o

Simples Nacional.

Conceito de lucro real

Lucro Real é o Lucro Líquido do período de apuração ajustado pelas adições,

exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pelo Decreto-Lei nº 1 598/77,

artigos 6º e artigo 247 do RIR/1999.

Pessoas jurídicas obrigadas à apuração do lucro real

Desde 1999, estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas

(Lei nº 9 718/1998, artigo 14 e artigo 246 do RIR/1999):

I – cuja receita bruta total seja superior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou a R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior; II – cujas atividades sejam de instituições financeiras, de seguros privados e de capitalização; III – que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; IV – usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto; V – que tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa; VI – que explorem as atividades de factoring; VII - que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio.

As empresas que não se enquadrarem nas situações citadas, exceto as que

gozam de regime de tributação diferenciado, poderão optar pela tributação do

imposto de renda com base no lucro presumido.

Page 62: Contabilidade Societária I

Período de apuração

As pessoas jurídicas obrigadas ao recolhimento do imposto de renda com

base no Lucro Real deverão apurar o IRPJ e Contribuição Social sobre o Lucro

Líquido (CSLL) trimestral ou anualmente, a critério do contribuinte:

Apuração trimestral: períodos encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30

de setembro e 31 de dezembro, com pagamento do tributo no mês

subsequente ao encerramento do trimestre. A opção será manifestada com o

pagamento da cota única ou primeira cota e será irretratável para todo o ano-

calendário.

Apuração anual: as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real

podem optar pela apuração do lucro real anual de forma alternativa à

apuração a cada trimestre. Nessa forma, as pessoas jurídicas devem efetuar

os recolhimentos mensalmente, com base em estimativas, apurando-se o

lucro real anualmente, com a possibilidade de suspensão ou redução do

imposto com base em balanços ou balancetes periódicos.

Base de cálculo do IRPJ pelo Lucro Real

A base de cálculo do imposto de renda pessoa jurídica é apresentada no

quadro a seguir:

Adições: despesas contabilizadas que não são aceitas pelo fisco e receitas

exigidas pelo fisco e não contabilizadas em receita. São exemplos de adições:

custos e despesas indedútiveis; provisão para contingências; multas indedútiveis;

perdas avaliadas pela equivalência patrimonial; provisão para perdas em

investimentos, etc.

Page 63: Contabilidade Societária I

Exclusões: receitas contabilizadas que não são exigidas pelo fisco e

despesas aceitas pelo fisco e não contabilizadas em despesa. São exemplos de

exclusões: ganho com investimentos avaliados pela equivalência patrimonial, lucros

e dividendos de investimentos avaliados pelo custo de aquisição.

Compensação de prejuízos fiscais: o lucro real do exercício poderá ser

compensado com prejuízos fiscais apurados em períodos anteriores. Essa

compensação está limitada ao máximo de 30% do lucro líquido ajustado pelas

adições e exclusões previstas em lei. De acordo com o artigo 35 da Instrução

Normativa nº 11/96, não existe prazo de prescrição para a compensação.

Alíquotas e adicional

A pessoa jurídica pagará o imposto de renda à alíquota de 15% sobre o lucro

real apurado de conformidade com o regulamento. A parcela do lucro real que

exceder ao valor da multiplicação de 20 mil reais pelo número de meses do

respectivo período de apuração, sujeita-se à incidência de adicional do imposto de

renda à alíquota de 10%.

Exemplo 1:

Lançamento contábil:

Exemplo 2:

A empresa FCE Ltda. obteve resultado anual, antes do IRPJ e da CSLL, de

R$ 408 000,00.

Page 64: Contabilidade Societária I

No resultado estão inclusos:

a) Receitas de equivalência patrimonial de R$ 22 000,00 (não tributáveis);

b) Multas de trânsito de R$ 1 258,00 e provisão para contingências de R$ 10

742,00 (não dedutíveis).

A empresa informa haver prejuízos fiscais de R$ 64 000,00.

Cálculo do IRPJ com base nos dados:

Lançamento contábil:

Page 65: Contabilidade Societária I

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REFERÊNCIAS

OLIVEIRA, L. M de.; PEREZ JÚNIOR, J. H. Manual de contabilidade tributária. 10

ed. São Paulo: Atlas, 2011.

RIBEIRO, O.; PINTO, M. A. Introdução à contabilidade tributária. São Paulo: Saraiva,

2012.

Page 66: Contabilidade Societária I

Contabilidade Societária I

Aula 08

Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

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Aula 08: Cálculo, contabilização e noções gerais da Contribuição

Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)

Objetivo: Estudar as noções gerais sobre o cálculo e a contabilização da

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das pessoas jurídicas.

Aspectos gerais

Criada pela Lei nº. 7.689 de 15/12/1988, a Contribuição Social sobre o Lucro

Líquido (CSLL) é destinada ao financiamento da seguridade social e devida ao

governo federal. Determina o Art. 2º da referida lei que a base de cálculo da

contribuição é o valor do resultado do exercício antes da provisão para imposto de

renda. Estão sujeitas ao recolhimento da CSLL empresas e pessoas jurídicas,

tributadas com base no lucro real, lucro presumido e lucro arbitrado.

Há também a CSLL incluída em uma forma de tributação simplificada, o

Simples Nacional. Inicialmente, conforme alínea “a”, parágrafo 1º do Art. 2º, foi

estabelecido que a contribuição seria devida anualmente, com base no resultado do

exercício, apurado em 31 de dezembro de cada ano. Em função de alterações

ocorridas na legislação, a CSLL passou a ser devida trimestralmente, com base em

resultados apurados no fim de cada trimestre.

Entretanto, a própria legislação faculta às empresas o recolhimento mensal

com base em estimativas, utilizando-se da mesma sistemática adotada para o IRPJ.

Usando esse mecanismo as empresas ficam obrigadas a apurar seus resultados ao

final de cada ano, a fim de calcular o valor efetivamente devido. Compensa-se do

valor apurado o montante recolhido por estimativa. Dessa forma, atualmente, a

CSLL é apurada trimestralmente ou anualmente, com recolhimentos mensais.

Fato gerador e base de cálculo – tributação pelo lucro real

A obtenção de lucro é o fato gerador para a ajuda à CSLL. Para os

contribuintes tributados com base no lucro real, a base de cálculo é o resultado

apurado pela contabilidade, ajustado pelas adições, exclusões e compensações.

Page 69: Contabilidade Societária I

Alíquotas

A alíquota da CSLL é de 9% (nove por cento) para as pessoas jurídicas em

geral, com exceção das entidades mencionadas a seguir.

15% (quinze por cento) para as pessoas jurídicas consideradas instituições

financeiras, de seguros privados, de capitalização, distribuidoras de títulos e

valores mobiliários e empresas de arrendamento mercantil.

Cálculo e contabilização – tributação pelo lucro real

Exemplo 1 – pessoa jurídica em geral

A empresa FCE Ltda. obteve resultado trimestral antes do IRPJ e da CSLL de

R$ 408.000,00. No resultado estão inclusos:

Receitas de equivalência patrimonial de R$ 22.000,00 (não tributáveis).

Multas de trânsito de R$ 1.258,00 e provisão para contingências de R$

10.742,00 (não dedutíveis).

A empresa informa haver prejuízos fiscais de R$ 64.000,00.

Cálculo do CSLL com base nos dados:

Lucro antes do IRPJ e da CSLL 408.000,00

(+) Adições:

Multas de trânsito 1.258,00

Provisão para contingências 10.742,00

(-) Exclusões

Receitas de equivalência patrimonial 22.000,00

(=) Resultado antes da compensação de prejuízos 398.000,00

(-) Compensação de prejuízos fiscal (limite R$ 398.000,00 X 30% = 119.400,00)

64.000,00

(=) Lucro Real ou Tributável 334.000,00

CSLL a recolher 9% sobre R$ 334.000,00 30.060,00

Lançamento contábil

D CSLL 30.060,00 DRE: Resultado

C CSLL a recolher 30.060,00 Passivo circulante

Page 70: Contabilidade Societária I

Base de cálculo – tributação pelo lucro presumido e arbitrado

As pessoas jurídicas tributadas com base no Lucro Presumido ou Lucro

Arbitrado apuram a CSLL a partir de uma alíquota sobre a base de cálculo.

Em cada trimestre a base de cálculo para a CSLL corresponde à soma dos

seguintes valores:

Resultado da aplicação de um percentual, 12% (doze por cento) para

empresas em geral ou 32% (trinta e dois por cento) para algumas empresas

específicas, veja o quadro a seguir, sobre a receita bruta auferida no

correspondente período de apuração. A receita bruta é o produto da venda de

bens nas operações conta própria, o preço dos serviços prestados e o

resultado auferido nas operações de conta alheia.

Os ganhos de capital, as demais receitas e os resultados positivos

decorrentes de receitas não compreendidas na atividade, auferidas no

período.

A contribuição social calculada e recolhida pelo contribuinte com base no

Lucro Presumido é considerada como definitiva.

Exemplo 2 – lucro presumido

Receita bruta de vendas no trimestre 1.750.000,00

Alíquota de lucro presumido 12%

= Lucro presumido sobre a receita de vendas 210.000,00

(+) Ganhos de capital 10.000,00

= Lucro presumido no trimestre 220.000,00

CSLL a recolher = 9% sobre R$ 220.000,00 19.800,00

(*) A alíquota de 32% (trinta e dois por cento) aplica-se na apuração da base de cálculo da CSLL para as empresas que exercem as seguintes atividades:

- Prestação de serviços em geral, exceto de serviços hospitalares e de transporte. - Intermediação de negócios. - Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza. - Prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de créditos, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber e compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou prestação de serviços (factoring).

Page 71: Contabilidade Societária I

Lançamento contábil

D CSLL 19.800,00 DRE: Resultado

C CSLL a recolher 19.800,00 Passivo circulante

Base de cálculo – contribuição da CSLL por estimativa

As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real podem optar pela

apuração anual de forma alternativa à apuração a cada trimestre. Nessas

circunstâncias, as empresas devem efetuar os recolhimentos mensais com base em

estimativas.

O sistema de cálculo assemelha-se ao apresentado no item anterior, com

exceção de que o percentual de 12% (doze por cento) deve ser aplicado sobre a

receita bruta, independentemente das atividades exercidas pela empresa.

Da mesma forma que no cálculo anterior, deve-se adicionar os ganhos de

capital, os rendimentos de aplicação financeira e demais resultados positivos,

conforme exemplo a seguir.

Vendas de mercadorias

Prestação de serviços

Faturamento bruto 875.000,00 105.000,00

Deduções da receita bruta:

Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI (87.500,00)

Vendas canceladas e devoluções (26.250,00)

Descontos incondicionais (7.000,00)

Total das deduções (120.750,00)

Receitas brutas para efeito da apuração da base de cálculo

754.250,00 105.000,00

Total das receitas brutas 859.250,00

Alíquota para determinar a base de cálculo 12%

= Base de cálculo 103.110,00

(+) Ganhos de capital 66.500,00

= Total da base de cálculo para a CSLL 169.610,00

CSLL a recolher = 9% sobre R$ 169.610,00 15.264,90

Page 72: Contabilidade Societária I

Os recolhimentos mensais feitos por estimativas são antecipações do

contribuinte para a União, em razão do que será apurado em 31 de dezembro, com

base nas demonstrações contábeis. Dessa forma, a contribuição paga do exemplo

mostrado deve ser contabilizada da seguinte forma:

Lançamento contábil

D CSLL a recuperar ou compensar 15.264,90 Ativo circulante

C CSLL a recolher 15.264,90 Passivo circulante

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REFERÊNCIAS

OLIVEIRA, L. M. de; PEREZ JÚNIOR, J. H. Manual de contabilidade tributária. 10

ed. São Paulo: Atlas, 2011.

RIBEIRO, O. M. Contabilidade intermediária. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

RIBEIRO, O.; PINTO, M. A. Introdução à contabilidade tributária. São Paulo: Saraiva,

2012.

Page 73: Contabilidade Societária I

Contabilidade Societária I Aula 09

Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

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Page 75: Contabilidade Societária I

Aula 09: Participações: debenturistas, empregados,

administradores e partes beneficiárias

Objetivo: Estudar o conceito de participações estatutárias. Calcular e contabilizar as

participações de acordo com a legislação societária.

Conceito

Participações estatutárias são parcelas do resultado do exercício destinadas

aos proprietários de debêntures, aos empregados, aos administradores, aos

proprietários de partes beneficiárias, bem como às instituições de assistência ou

previdência de empregados, que não se caracterizem como despesas.

De acordo com a Lei das S/A, nº 6.404/76, e alterações posteriores, uma

participação, por definição, tem que depender da existência de lucro.

Um prêmio, por cumprimento das metas, não é caracterizado como

participação nos lucros, devendo ser contabilizado como despesa.

Se definidas no estatuto, as participações nos lucros podem ser pagas

obervado o que determina o artigo 189 da Lei das S/A:

“Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para imposto de renda”. “Parágrafo único. O prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem”.

O artigo 190 da mesma lei estabelece que as participações sejam

determinadas, sucessivamente e na ordem conforme quadro a seguir, com base nos

lucros que remanescerem depois de deduzida a participação anteriormente

calculada.

Ordem Participação

1 Debenturistas

2 Empregados

3 Administradores

Page 76: Contabilidade Societária I

4 Partes beneficiárias

5 Fundos de assistência ou previdência de empregados

Participação de administradores

Os administradores, além da remuneração fixa composta pelo pró-labore e

por benefícios indiretos, poderão ter participação no lucro do exercício, desde que

previsto no estatuto.

Estabelece o artigo 152 da Lei nº 6.404/76 e alterações posteriores com

relação à remuneração dos administradores:

“A Assembleia geral fixará o montante global ou individual da remuneração dos administradores, inclusive benefícios de qualquer natureza e verbas de representação, tendo em conta suas responsabilidades, o tempo dedicado às funções, sua competência e reputação profissional e o valor dos seus serviços no mercado. Parágrafo 1º. O estatuto da companhia que fixar o dividendo obrigatório em 25% (vinte e cinco por cento) ou mais do lucro líquido pode atribuir aos administradores participação no lucro da companhia, desde que o seu total não ultrapasse a remuneração anual dos administradores nem 0,1 (um décimo) dos lucros (art. 190), prevalecendo o limite que for menor. Parágrafo 2º. Os administradores somente farão jus à participação nos lucros do exercício social em relação ao qual for atribuído aos acionistas o dividendo obrigatório, de que trata o art. 202.”

Assim, se a companhia distribuir os dividendos, caberá aos administradores,

desde que estabelecido no estatuto, a participação no lucro líquido do exercício. A

participação dos administradores não poderá exceder a 10% dos lucros e tampouco

a remuneração anual (pró-labores e benefícios indiretos), prevalecendo, conforme

legislação, o limite que for menor.

Partes beneficiárias

O artigo 46 da Lei nº 6.404/76 estabelece com relação às partes beneficiárias:

“A companhia pode criar, a qualquer tempo, títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao capital social, denominados partes beneficiárias.

Page 77: Contabilidade Societária I

Parágrafo 1º. As partes beneficiárias conferirão aos seus titulares direito de crédito eventual contra a companhia, consistente na participação nos lucros anuais (art. 190). Parágrafo 2º. A participação atribuída às partes beneficiárias, inclusive para formação de reserva para resgate, se houver, não ultrapassará 0,1 (um décimo) dos lucros. Parágrafo 3º. É vedado conferir às partes beneficiárias qualquer direito privativo de acionista, salvo o de fiscalizar, nos termos desta Lei, os atos dos administradores. Parágrafo 4º. É proibida a criação de mais de uma classe ou série de partes beneficiárias.”

Assim, partes beneficiárias constituem-se em direito de natureza patrimonial

— estranhos ao capital social —, que podem ser criadas pelas sociedades por ações

a qualquer tempo. Podem ser negociados ou cedidos gratuitamente a empregados,

clientes, fundadores, acionistas ou terceiros. Tem característica própria de um título

e dá a seu detentor participação nos lucros não superior a um décimo do lucro

apurado.

É vedado às companhias abertas emitir partes beneficiárias, conforme

estabelecido no artigo 47 da Lei das S/A, parágrafo único.

Calcular participações depende basicamente em observar as seguintes

situações: existência ou não de prejuízos acumulados e o limite de remuneração dos

administradores, conforme exemplificado a seguir:

Exemplo 1: sem prejuízos acumulados

Lucro antes das participações 175.000,00

a Participação dos debenturistas (10%) 17.500,00

Base de cálculo para empregados 157.500,00

b Participação dos empregados (10%) 15.750,00

Base de cálculo dos administradores 141.750,00

c Participação dos administradores (10%) 14.175,00

Base de cálculo das partes beneficiárias 127.575,00

d Participação das partes beneficiárias (10%) 12.757,50

Total das participações (a+b+c+d) 60.182,50

Page 78: Contabilidade Societária I

Lançamento contábil:

D Participações 60.182,50 DRE: Resultado

C Participações a pagar 60.182,50 Passivo circulante

Exemplo 2: com prejuízos acumulados de R$ 70.000,00

Lucro antes das participações 175.000,00

Prejuízo acumulado (70.000,00)

Base das participações 105.000,00

a Participação dos debenturistas (10%) 10.500,00

Base de cálculo para empregados 94.500,00

b Participação dos empregados (10%) 9.450,00

Base de cálculo dos administradores 85.050,00

c Participação dos administradores (10%) 8.505,00

Base de cálculo das partes beneficiárias 76.545,00

d Participação das partes beneficiárias (10%) 7.654,50

Total das participações (a+b+c+d) 36.109,50

Lançamento contábil:

D Participações 36.109,50 DRE: Resultado

C Participações a pagar 36.109,50 Passivo circulante

Exemplo 3: supondo-se que a remuneração anual dos administradores seja de R$

12.000,00, o cálculo e os registros contábeis se alterariam, pois o valor obtido pelo

cálculo dos 10% sobre o saldo remanescente é maior que a remuneração anual,

permanecendo para pagamento participações o menor valor.

Lucro antes das participações 175.000,00

a Participação dos debenturistas (10%) 17.500,00

Base de cálculo para empregados 157.500,00

b Participação dos empregados (10%) 15.750,00

Base de cálculo dos administradores 141.750,00

Page 79: Contabilidade Societária I

c Participação dos administradores (10%)

(10% de R$ 141.750,00 = 14.175,00)

R$ 14.175,00 > R$ 12.000,00, então

12.000,00

Base de cálculo das partes beneficiárias

R$ 141.750,00 – R$ 12.000,00

129.750,00

d Participação das partes beneficiárias (10%) 12.975,00

Total das participações (a+b+c+d) 58.225,00

Lançamento contábil:

D Participações 58.225,00 DRE: Resultado

C Participações a pagar 58.225,00 Passivo circulante

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Page 80: Contabilidade Societária I

REFERÊNCIAS

IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R.; SANTOS, A. Manual de

contabilidade societária. São Paulo: Atlas, 2010.

MONTOTO, E. Contabilidade geral esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2011.

RIBEIRO, O. M. Contabilidade intermediária. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

SANTOS, J. L.; SCHMIDT, P. Contabilidade societária. 3. ed. São Paulo: Atlas,

2009.

SITE

BRASIL. Lei nº 11.638/07. Altera e revoga dispositivos da Lei nº 6404/76, de 15 de

dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às

sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de

demonstrações financeiras. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso

em: 05 ago. 2013.

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Contabilidade Societária I

Aula 10

Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

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discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente

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Page 83: Contabilidade Societária I

Aula 10: Reservas e retenção de lucros — parte I

Objetivo: Estudar reservas e retenção de lucros. Demonstrar a metodologia de

cálculo, a forma de contabilização e a utilização.

Conceito e tipos de reservas

De acordo com Ribeiro (2009), “reservas são recursos que a empresa separa

em seu patrimônio com fins determinados. As contas que as registram são

classificadas no grupo do patrimônio líquido” (RIBEIRO, 2009, p. 336).

A formação da reserva pode ser originada de várias fontes. De acordo com as

fontes que originaram a constituição das reservas, elas podem ser classificadas em

dois tipos:

Reservas de lucros.

Reservas de capital.

A seguir são apresentados dois quadros com as reservas de acordo com as

fontes que as originaram:

Reservas de lucros: são parcelas dos lucros obtidos pela companhia em

suas atividades e retidos com uma finalidade específica. São exemplos de

reservas de lucros, conforme a Lei 6.404/76:

o Reserva legal.

o Reservas estatutárias.

o Reservas para contingências.

o Reservas de incentivos fiscais.

o Reservas de lucros a realizar.

o Reservas de lucros para expansão.

Page 84: Contabilidade Societária I

Reservas de capital: representam ingressos oriundos de terceiros e que não

possuem relação com o fornecimento de mercadorias ou a prestação de

serviços por parte da companhia que as recebeu. De acordo com a Lei das

S/A, devem ser classificadas como reservas de capital:

o Ágio na emissão de ações.

o Alienação de partes beneficiárias.

o Alienação de bônus de subscrição.

As principais características, forma de constituição, contabilização e utilização

das reservas são demonstradas a seguir, iniciando-se pelas reservas oriundas e

calculadas do lucro.

Reserva legal

Está definida no artigo 193 da Lei das S/A e tem como objetivo garantir a

integridade do capital social. Sua constituição é obrigatória à base de 5 % (cinco por

cento) do lucro líquido do exercício, antes de qualquer outra destinação. Não pode

exceder a 20% (vinte por cento) do capital social.

A companhia, a seu critério, poderá deixar de constituir a reserva legal no

exercício em que o saldo dessa reserva, acrescido do montante das reservas de

capital, exceder 30% (trinta por cento) do capital social, conforme previsto no

parágrafo 1º do artigo 193.

Exemplificando a constituição da reserva legal, sem saldo de reserva de

capital:

Contas Ano 1 Ano 2

Capital Social 175.000,00 175.000,00

Limite máximo para constituição da reserva: 20% sobre

175.000,00 35.000,00 35.000,00

Reserva legal já constituída 0,00 12.500,00

Lucro líquido do exercício 250.000,00 500.000,00

Reserva legal a constituir no ano 1: 5% sobre 250.000,00 12.500,00

Reserva legal a constituir no ano 2: 5% sobre 500.000,00 =

25.000,00, porém: 22.500,00

Page 85: Contabilidade Societária I

(Limite R$ 35.000,00) – (Reserva legal já constituída R$

12.500,00) = 22.500,00 (máximo a constituir no exercício).

Exemplificando a constituição da reserva legal, com saldo de reserva de

capital:

Contas Ano 1 Ano 2

Capital Social 175.000,00 175.000,00

Limite opcional para constituição da reserva: 30% sobre

175.000,00 52.500,00 52.500,00

Reservas de capital 35.000,00 45.000,00

Reserva legal já constituída 0,00 12.500,00

Reserva legal a constituir no ano 1: 5% sobre 250.000,00 12.500,00

Reserva legal a constituir no ano 2: Neste exercício, a

empresa, a seu critério, poderá deixar de constituir a

reserva legal, pois R$ 45.000,00 + R$ 12.500,00 = R$

57.500,00 e excede a 30% do capital social, R$ 52.500,00.

Lançamento contábil:

D Reserva de Lucros 12.500,00 Patrimônio Líquido

C Reserva Legal 12.500,00 Patrimônio Líquido

A reserva legal, conforme determina a lei das S/A, somente poderá ser

utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital.

Reservas estatutárias

Reservas estatutárias são as retenções de lucro em virtude de disposições

previstas no estatuto da companhia.

O artigo 194 da Lei 6.404/76 dispõe que:

O estatuto poderá criar reservas desde, para cada uma delas:

Page 86: Contabilidade Societária I

Defina de modo preciso e completo a sua finalidade.

Fixe os critérios para determinar a parcela do lucro líquido que serão

destinados a sua constituição.

Estabeleça o limite máximo de constituição da reserva.

Observa-se que o valor dos dividendos obrigatórios serão calculados antes da

constituição da reserva estatutária, conforme artigo 198 da Lei das S/A:

A destinação dos lucros para constituição das reservas de que trata o artigo 194 e a retenção nos termos do artigo 196 não poderão ser aprovados, em cada exercício, em prejuízo de distribuição do dividendo obrigatório (artigo 202).

O objetivo é proteger os acionistas, pois se a reserva for calculada primeiro, a

distribuição de dividendos será menor.

Reservas para contingências

O artigo 195 da Lei das S/A estabelece que a sociedade em Assembleia

Geral poderá destinar parte do lucro líquido à formação de reserva com finalidade de

compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro em função de perda provável,

cujo valor possa ser estimado. O objetivo é evitar a distribuição de dividendos,

correspondente a possíveis perdas, e distribuir dessa maneira dividendo de forma

mais uniforme.

O parágrafo 1º determina que a proposta dos órgãos de administração deverá

indicar a causa da perda prevista e justificar com as razões de prudência que

recomendem a constituição da reserva.

A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões

que justificaram a sua constituição ou no período em que ocorrer a perda.

São exemplos que podem ser citados como contingências: cheias, secas,

geadas, granizos e outros fenômenos naturais que podem ocorrer ciclicamente nas

áreas onde se localizam estoques ou instalações da empresa, gerando perda efetiva

dos bens ou a paralisação temporária das atividades.

Page 87: Contabilidade Societária I

Exemplificando a constituição de reserva para contingência, em função de

previsão de perdas futuras de R$ 80.000,00:

Resultado do exercício após IRPJ e CSLL 675.000,00

(-) Prejuízos acumulados (42.000,00)

Resultado da reserva legal 633.000,00

(-) Reserva Legal de 5% (31.650,00)

Resultado antes da reserva para contingências 601.350,00

(-) Reserva para contingências (80.000,00)

(+) Reversão de reserva para contingências 0,00

(+/-) Ajustes de exercícios anteriores 0,00

(=) Lucro líquido ajustado 521.350,00

Lançamento contábil:

D Reserva de lucros 80.000,00 Patrimônio Líquido

C Reserva para contingências 80.000,00 Patrimônio Líquido

Na aula seguinte, estudaremos as reservas de incentivos fiscais, de lucros a

realizar e de lucros para expansão além da reservas de capital.

Chegamos ao fim desta aula. Agora, acesse o AVA e faça os exercícios

propostos. Se ficar com dúvidas, não deixe de esclarecer com o seu professor.

Page 88: Contabilidade Societária I

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para acessar esses links de um celular, tablet ou outro dispositivo com o plugin Flash instalado.

REFERÊNCIAS

IUDÍCIBUS, S. et al. Manual de contabilidade societária. São Paulo: Atlas, 2010.

MONTOTO, E. Contabilidade geral esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2011.

RIBEIRO, O. M. Contabilidade intermediária. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

SANTOS, J. L.; SCHMIDT, P. Contabilidade societária. 3. ed. São Paulo: Atlas,

2009.

YAMAMOTO, M. M.; PACCEZ, J. D.; MALACRIDA, M. J. C. Fundamentos da

contabilidade. São Paulo: Saraiva, 2011.

SITE

BRASIL. Lei nº 11.638/07. Altera e revoga dispositivos da Lei nº 6404/76, de 15 de

dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às

sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de

demonstrações financeiras. Disponível em:

Page 89: Contabilidade Societária I

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03_ato2007-2010/2007/lei11638.htm>. Acesso

em: 05 ago. 2013.

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Contabilidade Societária I

Aula 11

Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

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Page 92: Contabilidade Societária I

Aula 11: Reservas e retenção de lucros – parte II

Objetivo: Continuar a estudar reservas e retenção de lucros. Demonstrar a

metodologia de cálculo, a forma de contabilização e sua utilização.

Reservas de incentivos fiscais

O Art. 195-A da Lei nº 11.638/07 das S/A determina que a assembleia geral

poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar para a reserva de

incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções

governamentais para investimentos. Determina também que a companhia poderá

excluir da base de cálculo do dividendo obrigatório os valores destinados para essa

reserva.

Exemplo

Determinada empresa obteve um terreno do governo estadual, que será

utilizado para instalação de uma unidade fabril, no valor de R$ 5.250.000,00.

O lançamento contábil pelo recebimento da doação (subvenção

governamental) será o seguinte:

Lançamento contábil

D Terreno 5.250.000,00 Imobilizado

C Subvenção a apropriar 5.250.000,00 Passivo não

circulante

Ao concluir e iniciar a utilização da unidade fabril, a empresa deverá começar

a apropriar a subvenção do passivo para o resultado. A subvenção a apropriar é

uma receita diferida que será transferida ao resultado na proporção da utilização

pela empresa. No caso do terreno, que não é depreciável, a receita será transferida

Page 93: Contabilidade Societária I

ao resultado na mesma proporção da depreciação do prédio, em 25 anos (4% ao

ano).

Cálculo da apropriação da subvenção ao resultado:

R$ 5.250.000,00/25 anos = R$ 210.000,00 por ano ou R$ 17.500,00 por mês.

Lançamento contábil

D Subvenção a apropriar 210.000,00 Passivo não

circulante

C Receita de doação 210.000,00 DRE: Resultado

Com esse lançamento a receita de doação estará incorporada ao lucro líquido

do exercício. Para excluir o valor dessa receita da distribuição de dividendos, deverá

constituir a reserva de incentivos fiscais:

Lançamento contábil

D Lucros ou prejuízos acumulados 210.000,00 Patrimônio líquido

C Reserva de incentivos fiscais 210.000,00 Patrimônio líquido

Reservas de lucros a realizar

A finalidade da constituição dessa reserva é preservar as disponibilidades da

companhia em função da realização financeira do lucro líquido. Poderá ser

constituída quando não existirem lucros realizados financeiramente para o

pagamento dos dividendos obrigatórios.

O Art. 197 da Lei das S/A estabelece que a reserva de lucros a realizar pode

ser constituída em detrimento da distribuição de dividendos com a exclusão do lucro

líquido do exercício dos seguintes valores:

Lucros não realizados financeiramente.

Ganhos com a equivalência patrimonial.

Page 94: Contabilidade Societária I

Exemplo

Determinada empresa apurou lucro líquido no exercício de 2011 com os

seguintes dados extraídos das demonstrações contábeis:

Lucro líquido do exercício 350.000,00

Receita de equivalência patrimonial 140.000,00

Lucros com vendas de longo prazo 87.500,00

Determinação do valor da reserva de lucros a realizar, de acordo com a Lei

das S/A:

Inicialmente, deve-se calcular a reserva legal, 5% sobre R$ 350.000,00 = R$

17.500,00. Considerando que os dividendos obrigatórios deverão ser distribuídos a

proporção de 50%, teremos (350.000,00 – 17.500,00) X 50% = 166.250,00.

Lucros não realizados, segundo a Lei das S/A

1 Receita de equivalência patrimonial 140.000,00

2 Lucro com vendas de longo prazo 87.500,00

Total Lucros não realizados (1+2) 227.500,00

Lucros realizados

3 Lucro líquido do exercício 350.000,00

4 Lucros não realizados (227.500,00)

Total Lucros realizados (3-4) 122.500,00

Cálculo da reserva de lucros a realizar

5 Dividendos obrigatórios 166.250,00

6 Lucros não realizados (122.500,00)

Total Reserva de lucros a realizar (5-6) 43.750,00

Page 95: Contabilidade Societária I

Lançamento Contábil

D Lucros ou prejuízos acumulados 43.750,00 Patrimônio líquido

C Reserva de incentivos fiscais 43.750,00 Patrimônio líquido

Reservas de lucros para expansão

A reserva para expansão é também chamada de reserva orçamentária ou

reserva para investimentos. Está contida no Art. 196 da Lei das S/A e estabelece

que “a assembléia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração,

deliberar reter parcela do lucro líquido do exercício prevista em orçamento de capital

por ela previamente aprovado”.

Da mesma forma que as outras reservas de lucros, ela somente poderá ser

constituída se a administração apresentar a proposta de investimento com todas as

fontes de recursos definidas. Se o investimento não for realizado, a reserva deverá

ser revertida para a conta de lucros ou prejuízos acumulados.

Limite do saldo das reservas de lucros

A reserva, conforme determina o Art. 198 da mesma lei, não poderá ser

aprovada em cada exercício em prejuízo da distribuição do dividendo obrigatório.

O Art. 199 determina que o saldo das reservas de lucros, exceto as para

contingências de incentivos fiscais e de lucros a realizar, não poderá ultrapassar o

capital social. Ao atingir esse limite, a assembleia geral deverá deliberar sobre a

aplicação do excesso na integralização ou no aumento de capital social ou na

distribuição de dividendos.

A seguir, as reservas de capital, recursos obtidos pela empresa que não são

considerados na formação do lucro do período, não transitam pelo resultado, mas

representam ingresso efetivo de recursos.

Page 96: Contabilidade Societária I

Ágio na emissão de ações

Ágio na emissão de ações é o valor que um adquirente paga sobre o valor

nominal de uma ação.

O Art. 182 da Lei das S/A determina que o excedente entre o preço de

subscrição pago pelos acionistas e o valor nominal deve ser registrado em conta de

reserva de capital.

Alienação de partes beneficiárias

Especificado no Art. 47, as partes beneficiárias são títulos emitidos pela

empresa, exclusivamente por companhia sociedade anônima de capital fechado,

para beneficiar pessoas ou organizações que prestaram serviços reconhecidamente

importantes na vida da sociedade.

Determina o Art. 182 da Lei das S/A que o produto da alienação de partes

beneficiárias deve ser registrado em conta de reserva de capital.

Alienação de bônus de subscrição

Bônus de subscrição são títulos de crédito emitidos até o limite do capital

autorizado, que dão aos seus titulares o direito de subscrever ações da empresa.

Os bônus de subscrição por determinação da legal também deve ser

contabilizado em conta de reserva de capital. As características de emissão de

ações e da distribuição de dividendos serão detalhados em aulas específicas.

Destinação das reservas de capital

Determina o Art. 200 que as reservas de capital somente poderão ser

utilizadas para:

Absorção de prejuízos.

Resgate, reembolso ou compra de ações.

Resgate de partes beneficiárias.

Incorporação ao capital social.

Page 97: Contabilidade Societária I

Pagamento de dividendo a ações preferenciais quando essa vantagem lhes

for assegurada.

Chegamos ao fim desta aula. Agora, acesse o AVA e faça os exercícios

propostos. Se ficar com dúvidas, não deixe de esclarecê-las com o seu professor.

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REFERÊNCIAS

IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R.; SANTOS, A. Manual de

contabilidade societária. São Paulo: Atlas, 2010.

MONTOTO, E. Contabilidade geral esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2011.

RIBEIRO, O. M. Contabilidade intermediária. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

SANTOS, J.L.; SCHMIDT, P. Contabilidade societária. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

YAMAMOTO, M. M.; PACCEZ, J. D.; MALACRIDA, M. J. C. Fundamentos da

contabilidade. São Paulo: Saraiva, 2011.

Page 98: Contabilidade Societária I

SITE

BRASIL. Lei nº 11.638/07. Altera e revoga dispositivos da Lei nº 6404/76, de 15 de

dezembro de 1976 e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às

sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de

demonstrações financeiras. Disponível em: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em

05 ago. 2013.

Page 99: Contabilidade Societária I

Contabilidade Societária I

Aula 12

Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

Page 100: Contabilidade Societária I

Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE.

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Page 101: Contabilidade Societária I

Aula 12: Dividendos

Objetivo: Estudar dividendos e a sua distribuição, conforme determinação legal.

Apresentar os critérios a utilizar na omissão do estatuto, o cálculo e a contabilização.

Destinação do resultado

A legislação societária determina que a destinação do resultado deve ser

decidida por uma assembléia ordinária. O Art. 132 da Lei nº 11.638/07 estabelece:

Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros meses seguintes ao término do exercício social, deverá haver 1 (uma) assembléia geral para: II – deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de dividendos.

Complementando esse assunto, o Art. 193 determina:

Juntamente com as demonstrações financeiras do exercício, os órgãos da administração da companhia apresentarão à assembléia – geral ordinária, observando o disposto nos Art.s 193 e 203 e no estatuto proposta sobre a destinação a ser dada ao lucro líquido do exercício.

A finalidade principal é deliberar sobre o resultado do exercício e proteger os

direitos dos acionistas minoritários, limitando o poder dos acionistas controladores.

Dividendos

Dividendos correspondem à parte do lucro líquido do exercício que é

distribuída aos acionistas.

Para seu pagamento poderão ser utilizados:

Lucro líquido do exercício.

Reservas de lucros.

Reservas de capital (somente para as ações preferenciais, em casos

específicos).

Page 102: Contabilidade Societária I

Conforme determina o Art. 202, as sociedades por ações são obrigadas a

distribuir dividendos anualmente aos seus acionistas. Estes têm o direito de receber

como dividendo obrigatório em cada exercício a parcela dos lucros estabelecida no

estatuto da companhia ou, se for omisso, a importância de 50% do lucro líquido após

a constituição da reserva legal e da reserva para contingências.

Caso a reserva de contingência não seja utilizada, deverá ser revertida e

comporá a base de cálculo dos dividendos no período em que ocorrer a reversão. O

lucro que será a base de cálculo para os dividendos é conhecido como lucro líquido

ajustado.

Determina a lei que o estatuto pode definir o dividendo como percentual do

lucro ou do capital social, ou fixar outros critérios para determiná-lo, desde que

sejam regulados com precisão e minúcia, e não sujeitem os acionistas não

controladores e minoritários ao arbítrio da administração ou dos acionistas

controladores.

Caso o estatuto seja omisso quanto ao percentual e a assembleia se reúna

para defini-lo, não poderá adotar como percentual nenhum valor que seja menor que

25% do lucro ajustado, conforme o Art. 202, parágrafo 2º:

Quando o estatuto for omisso e a assembléia geral deliberar alterá-lo

para introduzir norma sobre a matéria, o dividendo obrigatório não

poderá ser inferior a 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido

ajustado nos termos do inciso I deste Art.

Exemplo de base de cálculo de dividendos em estatuto omisso

Lucro líquido do exercício 175.000,00

(+) Reversão da reserva de contingência 17.500,00

(-) Reserva legal do exercício (8.750,00)

(-) Reserva de contingência do exercício (43.750,00)

(=) Lucro líquido ajustado (base de cálculo p/ dividendos) 140.000,00

Page 103: Contabilidade Societária I

Com o estatuto omisso, os dividendos serão de 50% do lucro líquido ajustado,

ou seja, R$ 140.000,00 X 50% = R$ 70.000,00.

Lançamento contábil

D Lucros acumulados 70.000,00 Patrimônio líquido

C Dividendos a pagar 70.000,00 Passivo circulante

Exemplo de base de cálculo de dividendo obrigatório de 25%

(+) Lucro líquido do exercício 19.600,00

(-) Prejuízos acumulados (10.395,00)

(-) Reserva legal (980,00)

(-) Reserva para contingência (3.500,00)

(+) Reversão de reserva para contingência 1.400,00

(=) Lucro líquido ajustado antes da reserva de lucros a realizar 6.125,00

(X) % estabelecido do estatuto 25%

(=) Dividendo obrigatório antes da reserva de lucros a realizar 1.531,25

(-) Reserva de lucros a realizar (0,00)

(+) Realização de reserva de lucros a realizar 1.750,00

(=) Dividendo obrigatório 3.281,25

Lançamento contábil

D Lucros acumulados 3.281,25 Patrimônio líquido

C Dividendos a pagar 3.281,25 Passivo circulante

Page 104: Contabilidade Societária I

Com o saldo remanescente poderão ser formadas as demais reservas e caso

não haja destinação de alguma parte do saldo, ele deverá ser considerado como

dividendos complementares.

A conta de lucros acumulados não pode ter mais saldo sem destinação. Ou

será equivalente a zero ou apresentará um prejuízo, conforme determinação na Lei

11.638/07.

Chegamos ao fim desta aula. Agora, acesse o AVA e faça os exercícios

propostos. Se ficar com dúvidas, não deixe de esclarecê-las com o seu professor.

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REFERÊNCIAS

IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R.; SANTOS, A. Manual de

contabilidade societária. São Paulo: Atlas, 2010.

MONTOTO, E. Contabilidade geral esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2011.

RIBEIRO, O. M. Contabilidade intermediária. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

SANTOS, J.L.; SCHMIDT, P. Contabilidade societária. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

Page 105: Contabilidade Societária I

YAMAMOTO, M. M.; PACCEZ, J. D.; MALACRIDA, M. J. C. Fundamentos da

contabilidade. São Paulo: Saraiva, 2011.

SITE

BRASIL. Lei nº 11.638/07. Altera e revoga dispositivos da Lei nº 6404/76, de 15 de

dezembro de 1976 e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às

sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de

demonstrações financeiras. Disponível em: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em

05 ago. 2013.

Page 106: Contabilidade Societária I

Contabilidade Societária I

Aula 13

Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

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Aula 13: Ações

Objetivo: Estudar ações conforme as determinações da Lei das Sociedades

Anônimas quanto ao conceito, classificações, formas e quantidade de ações.

Conceito

De acordo com Ribeiro, “ações são títulos negociáveis representativos do

capital das sociedades anônimas. Correspondem à menor fração em que se divide o

capital da companhia emitente”.

O capítulo III da Lei nº 11.638/07 das S/A conceitua, caracteriza e descreve

de forma detalhada cada uma das espécies de ações existentes.

Fixação no estatuto

Determina o Art. 11 da Lei 6.404/76 e alterações posteriores:

O estatuto fixará o número das ações em que se divide o capital social e estabelecerá se as ações terão, ou não valor nominal. Parágrafo 1 - Na companhia com ações sem valor nominal, o estatuto poderá criar uma ou mais classes de ações preferenciais com valor nominal. Parágrafo 2 - O valor nominal será o mesmo para todas as ações da companhia. Parágrafo 3 - O valor nominal das ações de companhia aberta não poderá ser inferior ao mínimo fixado pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM.

Ações com valor nominal

A quantia é expressa em dinheiro, é determinada pelos estatutos e representa

o valor mínimo que o subscritor pagará pela ação. Conforme dispõe o Art. 13 da Lei

das S/A, esse valor será contabilizado na conta de capital social.

Page 109: Contabilidade Societária I

Ações sem valor nominal

Não expressam o valor em dinheiro que representam. A participação dos

sócios passa a ser medida em razão do número de ações de que são titulares, em

relação ao total das ações emitidas pela companhia.

Valor mínimo

Somente as companhias abertas deverão obedecer, na fixação do valor

nominal de suas ações, o mínimo fixado pela Comissão de Valores Mobiliários

(CVM).

Classificação das ações

De acordo com o Art. 15 da Lei das S/A, quanto à natureza dos direitos ou

vantagens conferidos a seus titulares, as ações podem ser de três tipos:

Ordinárias.

Preferenciais.

De fruição.

Ações ordinárias: são aquelas que, além de proporcionar participação nos

lucros, dão aos seus titulares direito de voto.

Ações preferenciais: são aquelas que conferem aos seus titulares

preferências ou vantagens em relação às ações ordinárias. Consistem essas

preferências ou vantagens na distribuição de dividendo, reembolso do capital,

em vantagens políticas, entre outras. As ações preferenciais podem deixar de

conferir direito a voto ou restringi-lo.

Ações de fruição: são aquelas emitidas em substituição das ações de outras

espécies, resultantes das operações de amortização de ações ordinárias ou

preferenciais. De acordo com o Art. 44 da Lei da S/A, a amortização consiste

na distribuição aos acionistas, a título de antecipação, de quantias que lhes

poderiam render no caso de liquidação da companhia.

Page 110: Contabilidade Societária I

Quanto à forma, as ações serão obrigatoriamente nominativas.

Com a revogação dos Arts. 32 e 33 da Lei das S/A pela Lei 8.021/90, cujos

artigos tratavam das ações endossáveis e ao portador, atualmente na companhia

existem somente ações nominativas, sejam elas ordinárias, preferenciais ou de

fruição, e estejam elas representadas sob a forma de certificado de ação, de

certificado múltiplo de ações, de cautelas ou ainda sob a forma escritural.

De acordo com o Art. 31 da Lei das S/A, a propriedade das ações nominativas

é presumida pela inscrição do nome do acionista no livro de Registro de Ações

Nominativas ou pelo extrato fornecido pela instituição custodiante na qualidade de

proprietária fiduciária das ações.

Quantidade de ações

Com relação à quantidade de ações preferenciais que podem ser emitidas, a

lei não estabelece limite para esse número, desde que tenham direito ao voto. Caso

seja negada ou restringida essa prerrogativa, conforme estabelece a Lei 10.303/01

em seu Art. 15 parágrafo 2º, seu número não poderá ultrapassar 50% das ações

emitidas.

Essa proporção se aplica às novas companhias e às fechadas existentes

quando abrirem seu capital, contudo, as companhias abertas existentes podem

manter a proporção de 2/3 de ações preferenciais.

Page 111: Contabilidade Societária I

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REFERÊNCIAS

IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R.; SANTOS, A. Manual de

contabilidade societária. São Paulo: Atlas, 2010.

RIBEIRO, O. M. Contabilidade intermediária. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

Page 112: Contabilidade Societária I

SANTOS, J.L.; SCHMIDT, P. Contabilidade societária. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

SITE

BRASIL. Lei nº 10.303/01. Altera e acrescenta dispositivos na Lei no 6.404, de 15 de

dezembro de 1976, que dispõe sobre as Sociedades por Ações, e na Lei no 6.385,

de 7 de dezembro de 1976, que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e

cria a Comissão de Valores Mobiliários. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10303.htm>. Acesso em: 05 ago.

2013.

_______. Lei nº 11.638/07. Altera e revoga dispositivos da Lei nº 6404/76, de 15 de

dezembro de 1976 e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às

sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de

demonstrações financeiras. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso

em 05 ago. 2013

Page 113: Contabilidade Societária I

Contabilidade Societária I

Aula 14

Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

Page 114: Contabilidade Societária I

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Page 115: Contabilidade Societária I

Aula 14: Negociação com as próprias ações

Objetivo: Estudar as operações que envolvem negociação com as próprias ações e

as respectivas contabilizações.

Introdução

A regra geral é que a companhia não possa negociar suas próprias ações,

entretanto, conforme estabelece o parágrafo 1° do Art. 30 da Lei nº 11.638/07 das

S/A, nessa proibição não estão contidas as operações de:

Resgate

Amortização

Reembolso

Ações em tesouraria

A seguir veremos cada uma das operações e as condições necessárias para

que elas possam ser realizadas.

Resgate

Corresponde ao pagamento do valor das ações com a finalidade de retirá-las

definitivamente de circulação, com ou sem a redução do capital social. Caso seja

mantido o mesmo capital social, será atribuído, quando devido, novo valor nominal

às ações remanescentes.

Os recursos para resgate de ações podem ser originados de reservas de

lucro, Art. 194, ou de reservas de capital, Art. 200, inciso II. Quando o capital social é

mantido inalterado, obrigatoriamente o resgate se processará com a utilização de

reservas de lucros ou lucros acumulados.

Exemplo de contabilização de resgate de ações, utilizando reserva estatutária

criada com essa finalidade no valor de R$ 26.250,00:

Page 116: Contabilidade Societária I

D/C Conta Valor R$ Observação

D Reserva estatutária 26.250,00 Patrimônio Líquido

C Bancos 26.250,00 Ativo circulante

Exemplo de resgate de ações, no qual o capital social foi reduzido, no valor

de R$ 26.250,00:

D/C Conta Valor R$ Observação

D Capital social 26.250,00 Patrimônio Líquido

C Bancos 26.250,00 Ativo circulante

Amortização

Corresponde à distribuição aos acionistas, a título de antecipação e sem

redução do capital social, de quantias que lhes poderiam render em caso de

liquidação da companhia. A operação de amortização pode ser integral ou parcial e

incluir todas as classes de ações ou apenas uma delas.

Caso as ações sejam integralmente amortizadas, poderão ser substituídas

por ações de fruição, conforme prevê a Lei das S/A. A amortização de ações

somente poderá ser efetuada com recursos oriundos de reserva estatutária criada

com essa finalidade.

Exemplo de contabilização de amortização de ações, em dinheiro, no valor de

R$ 14.000,00:

D/C Conta Valor R$ Observação

D Reserva estatutária 14.000,00 Patrimônio Líquido

C Bancos 14.000,00 Ativo circulante

Reembolso

Corresponde à operação pela qual, conforme previsão legal, a companhia é

obrigada a pagar aos acionistas dissidentes de deliberação da assembleia geral o

valor de suas ações.

Page 117: Contabilidade Societária I

As normas para determinação do valor do reembolso poderão estar

estabelecidas no estatuto que, entretanto, somente poderá ser inferior ao Patrimônio

Líquido constante do último balanço patrimonial aprovado pela assembleia geral.

Caso a deliberação da assembleia geral ocorrer 60 dias após a data do último

balanço aprovado, será facultado ao acionista dissidente pedir com o reembolso o

levantamento de balanço especial. Nesta situação, a companhia pagará

imediatamente 80% do valor de reembolso calculado com base no último balanço e,

concluído o balanço especial, pagará o saldo no prazo de 120 dias, contando da

deliberação da assembleia geral.

Se o estatuto determinar a avaliação da ação para efeito de reembolso, o

valor será decidido por três peritos ou empresa especializada, mediante laudo que

satisfaça os requisitos do Art. 8 das Leis das S/A, parágrafo 1º. O valor de

reembolso poderá ser pago à conta de reserva de lucros ou reserva, com exceção

da legal. As ações reembolsadas permanecerão em tesouraria.

Caso no prazo de 120, a contar da data da publicação da ata da assembleia,

não forem substituídos os acionistas cujas ações tenham sido reembolsadas à conta

de capital social, este será considerado reduzido no montante correspondente,

devendo os órgãos da administração convocar assembleia geral para tomar

conhecimento daquela redução.

Exemplo de contabilização de reembolso de ações, em dinheiro, no valor de

R$ 6.125,00:

D/C Conta Valor R$ Observação

D Ações em tesouraria 6.125,00 Patrimônio Líquido

C Bancos 6.125,00 Ativo circulante

Ações em tesouraria

Correspondem às ações representativas do capital da companhia adquiridas

por ela mesma. Pela companhia aberta essa operação obedecerá, sob pena de

nulidade, às normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM),

podendo também estar sujeita à autorização prévia.

Exemplo de contabilização de compra de ações da própria empresa, para

manutenção em tesouraria, no valor de R$ 12.250,00:

Page 118: Contabilidade Societária I

D/C Conta Valor R$ Observação

D Ações em tesouraria 12.250,00 Patrimônio Líquido

C Bancos 12.250,00 Ativo circulante

Adiantamentos para futuro aumento de capital

A companhia pode receber de seus titulares recursos financeiros destinados

ao futuro aumento de capital. Adiantamentos sem que haja a possibilidade de

devolução devem ser registrados no Patrimônio Líquido após a conta de capital

social. Se houver qualquer possibilidade de devolução, esses valores devem ser

contabilizados no passivo não circulante.

Exemplo de contabilização de adiantamento a título de adiantamento para

futuro aumento de capital, no valor de R$ 35.000,00:

D/C Conta Valor R$ Observação

D Banco 35.000,00 Ativo circulante

C Adiantamento para futuro aumento de capital

35.000,00 Patrimônio Líquido

Chegamos ao fim desta aula. Agora, acesse o AVA e faça os exercícios

propostos. Se ficar com dúvidas, não deixe de esclarecê-las com o seu professor.

Page 119: Contabilidade Societária I

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REFERÊNCIAS

IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R.; SANTOS, A. Manual de

contabilidade societária. São Paulo: Atlas, 2010.

RIBEIRO, O. M. Contabilidade avançada. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

SANTOS, J.L.; SCHMIDT, P. Contabilidade societária. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

SITE

BRASIL. Lei nº 11.638/07. Altera e revoga dispositivos da Lei nº 6404/76, de 15 de

dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às

sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de

demonstrações financeiras. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03_ato2007-2010/2007/lei11638.htm>. Acesso

em: 04 out. 2013.

Page 120: Contabilidade Societária I

Contabilidade Societária I

Aula 15

Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

Page 121: Contabilidade Societária I

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Page 122: Contabilidade Societária I

Aula 15: Ajustes de avaliação patrimonial e reserva de reavaliação

Objetivo: Estudar ajustes de avaliação patrimonial e demonstrar como se

constituíam as reservas de reavaliações, extinta com a Lei 11.638/07.

Ajustes de avaliação patrimonial

Serão registrados como ajustes de avaliação patrimonial a contrapartida de

diferenças positivas ou negativas de instrumentos financeiros que não têm suas

variações de valor computadas no resultado, conforme determinado no Art. 182,

parágrafo 3º, redação dada pela Lei n° 11.941/09, transcrito a seguir:

Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo parágrafo 3º do artigo 177 desta Lei.

Instrumento financeiro é qualquer contrato que dê origem a um ativo

financeiro para a entidade e um passivo financeiro ou instrumento patrimonial para

outra.

Define-se valor justo como o montante pelo qual um ativo poderia ser trocado

ou um passivo liquidado, entre partes, com conhecimento do negócio e interesse em

realizá-lo, em uma transação em que não há favorecidos.

Somente quando o ativo ou passivo que originou o ajuste for alienado os

valores contabilizados nessa conta devem ser transferidos ao resultado.

Exemplo de ajuste de avaliação patrimonial em conta do ativo

Determinada empresa possui um instrumento financeiro, disponível para

venda, adquirido por R$ 150.000,00. No final do exercício, o instrumento financeiro

Page 123: Contabilidade Societária I

proporciona dividendos de R$ 15.000,00 e o seu valor de mercado está cotado em

R$ 172.500,00.

Para registrar os dividendos e a valorização do instrumento financeiro, deve-

se realizar os seguintes lançamentos:

a) Dividendos

b) Ajuste de avaliação patrimonial

Os dividendos são contabilizados pelo regime de competência, diretamente

no resultado, enquanto a valorização de R$ 7.500,00 na conta de ajuste de

avaliação patrimonial, no PL.

Reserva de reavaliação

A Lei das S/A permitia a reavaliação de qualquer item do ativo. O processo de

reavaliar consistia em verificar se o valor contabilizado podia ser alterado para

maior, tomando como base um valor de mercado equivalente ao bem reavaliado, e

em determinar uma nova vida útil.

O Art. 182 da Lei 6.404/76 estabelecia em seu parágrafo 3º:

Serão classificadas como reservas de reavaliação as contrapartidas de aumentos de valor atribuídas a elementos do ativo em virtude de novas avaliações, com base em laudo nos termos do artigo 8º, aprovado pela assembléia geral.

Efetuava-se a contabilização da operação de reavaliação mediante aumento

do valor do item no ativo, em contrapartida à reserva de reavaliação no patrimônio

líquido. A base para depreciação do valor atualizado com o novo prazo de vida útil.

Page 124: Contabilidade Societária I

Exemplo de reserva de reavaliação

Determinada empresa reavaliou, sem a intenção de vender, um terreno

adquirido por R$ 150.000,00 e com valor de mercado R$ 500.000,00.

Para registrar a constituição da reserva de reavaliação se procederia aos

seguintes lançamentos:

A legislação permitia incorporar a reserva de reavaliação ao capital social ou

utilizar para compensação de prejuízos fiscais.

Entretanto, a Lei das S/A eliminou a possibilidade das sociedades, por ações,

efetuarem reavaliações espontâneas do seu ativo imobilizado.

De acordo com item 38 do CPC 13:

A Lei 11.638/07 eliminou a possibilidade de reavaliação espontânea de bens. Assim, os saldos existentes nas reservas de reavaliação constituídas antes da vigência dessa Lei, inclusive reavaliações reflexas de controladas e coligadas, devem:

a) Ser mantidos até sua efetiva realização; ou b) Ser estornados até o término do exercício social de 2008.

A Lei das S/A permitiu às companhias manterem os saldos existentes dessa

reserva, que deveriam ser realizadas por amortização, depreciação ou exaustão, de

acordo com as regras anteriores (deliberação CVM nº. 183/95), ou que estornassem

esses saldos até o final do exercício social de 2008.

Page 125: Contabilidade Societária I

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REFERÊNCIAS

IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R.; SANTOS, A. Manual de

contabilidade societária. São Paulo: Atlas, 2010.

RIBEIRO, O. M. Contabilidade avançada. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

SANTOS, J.L.; SCHMIDT, P. Contabilidade societária. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

SITE

BRASIL. Lei nº 11.638/07. Altera e revoga dispositivos da Lei nº 6404/76, de 15 de

dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às

sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de

demonstrações financeiras. Disponível em: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12292.htm>. Acesso

em: 05 ago. 2013.

Page 126: Contabilidade Societária I

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico CPC

13. Disponível em: < http://www.cpc.org.br/pdf/CPC_13.pdf>. Acesso em: 05 ago.

2013.

Page 127: Contabilidade Societária I

Contabilidade Societária I Aula 16

Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

Page 128: Contabilidade Societária I

Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE.

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Aula 16: Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados –

DLPA

Objetivo: Estudar a demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados,

demonstrativo exigido pela Lei das S/A.

Conceito e obrigatoriedade

O objetivo principal da Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados

(DLPA) é evidenciar a destinação do lucro líquido da companhia no encerramento do

exercício social ou o tratamento dos prejuízos, caso estes tenham ocorridos.

A obrigatoriedade dessa demonstração financeira está contida no artigo 176,

inciso II, da Lei 6.404/76, e alterações posteriores, transcrito a seguir:

Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: II – demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados. (BRASIL, 2007)

A DLPA mostrará a destinação do lucro da companhia. Uma parcela será

obrigatoriamente utilizada para constituição da reserva legal, a outra parte será

destinada aos sócios como dividendos e o restante pode ser retido na companhia a

título de reservas de lucros ou utilizado para aumentar o capital.

A Lei das S/A, no artigo 186, estabelece as informações mínimas que devem

constar na DLPA:

A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará: I – o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial; II – as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; III – as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período. Parágrafo 1°: Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado

Page 130: Contabilidade Societária I

exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes. Parágrafo 2°: A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia. (BRASIL, 2007)

Observa-se que mesmo com a mudança na legislação societária, Lei

11.638/07, o artigo que trata da DLPA não sofreu alteração, uma vez que a correção

monetária revogada em 01 de janeiro de 1996, pelo artigo 4º da Lei nº 9.249/95,

ainda continua mencionada.

O parágrafo 1° do artigo 186 menciona mudança de critério contábil e

retificação de erro:

Mudança de critério: a empresa efetuará a análise do seu patrimônio de

modo uniforme no tempo, isto é, utilizando os mesmos critérios contábeis.

Qualquer mudança nesses dentro do mesmo ano, buscando espelhar a

melhor situação da empresa, afetará o resultado da organização. Esta

mudança provavelmente ocasionará ajustes de exercícios anteriores. Um

exemplo típico para este tipo de situação é a mudança do critério de

avaliação de estoque. A empresa utilizava o sistema PEPS e passou a utilizar

a média ponderada móvel. Essa mudança ou outras semelhantes deverão ser

informadas nas notas explicativas.

Retificação de erro: omissão de lançamento, cálculo errado, erros em

apuração de resultados etc.

Estrutura da DLPA

A seguir exemplo de estrutura da DLPA:

Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados

Encerrado em ____/___/____

Saldo inicial do período

Page 131: Contabilidade Societária I

Ajustes de exercícios anteriores

Saldo ajustado

Lucro ou prejuízo do exercício

Reversões de reservas

Destinações do lucro do exercício

Transferência para reserva legal

Transferência para reservas para

contingências

Transferência para reservas estatutárias

Outras reservas

Juros sobre o capital próprio (JCP)

Dividendos obrigatórios ($ por ação)

Saldo no fim do exercício

Patrimônio líquido

O artigo 178, parágrafo 2°, inciso III, da Lei 6.404/76, alterado pela Lei

11.941/09, especifica a composição do patrimônio líquido:

III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. (BRASIL, 2007)

De acordo com as alterações promovidas pela Lei 11.638/07, a conta Lucros

ou Prejuízos Acumulados não pode mais ter saldos positivos sem destinação ao final

de cada exercício. Assim, no encerramento do balanço, o saldo dessa conta será

zero ou negativa, indicando prejuízo acumulado.

Page 132: Contabilidade Societária I

A estrutura básica do patrimônio líquido, com as alterações mencionadas na

legislação, passou a ser:

Patrimônio Líquido

1 Capital subscrito

2 (-) Capital a integralizar

3 (-) Custo de emissão de ações

4 Reservas de capital

5 (-) Ações em tesouraria

6 Reservas de lucros

7 Reservas de reavaliação

8 Ajustes de avaliação patrimonial

9 Ajustes acumulados de conversão às normas contábeis

10 Prejuízos acumulados

Enquanto a Lei 11.638/07 determina a elaboração da DLPA, a CVM, por meio

da Instrução nº 59/86 no artigo 1º, exige das sociedades por ações de capital aberto

a elaboração e a publicação da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

(DMPL), a qual tem por objetivo demonstrar as modificações ocorridas em todas as

contas que compõem o patrimônio líquido da empresa durante um exercício.

Page 133: Contabilidade Societária I

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REFERÊNCIAS

IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R.; SANTOS, A. Manual de

contabilidade societária. São Paulo: Atlas, 2010.

RIBEIRO, O. M. Contabilidade avançada. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

SANTOS, J. L.; SCHMIDT, P. Contabilidade societária. 3. ed. São Paulo: Atlas,

2009.

SITE

BRASIL. Lei nº 11.638/07. Altera e revoga dispositivos da Lei nº 6404/76, de 15 de

dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às

sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de

demonstrações financeiras. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03_

ato2007-2010/2007/lei11638.htm>. Acesso em: 05 ago. 2013.

Page 134: Contabilidade Societária I

Contabilidade Societária I

Aula 17

Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

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Aula 17: Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido –

DMPL

Objetivo: Estudar a DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.

Demonstrar a estrutura básica do relatório contábil.

Conceito

De acordo com a legislação do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) é destinada a

evidenciar as mudanças, em natureza e valor, ocorridas no patrimônio líquido da

entidade em determinado período. Ela é obrigatória apenas para as companhias

abertas e para instituições financeiras, conforme determina a Instrução Normativa n°

59/86 da CVM. Para demais companhias, ela é facultativa.

A Lei das S/A. (6.404/76) obriga a elaboração da DLPA – Demonstração de

Lucros ou Prejuízos Acumulados, conforme visto na aula anterior, posteriormente

isenta sua publicação pelas empresas que divulgam a DMPL, uma vez que a aquela

está contida nesta.

A diferença entre as duas demonstrações é que a DMPL é mais completa e

abrangente, pois demonstra as mutações de todo o patrimônio líquido da entidade,

enquanto a DLPA é mais restrita, apenas uma parte da primeira, demonstrando

somente a movimentação dos lucros ou prejuízos da companhia.

Estrutura e elaboração da DMPL

Para elaboração dessa demonstração os dados são extraídos do livro razão,

em que é necessário apenas verificar a movimentação ocorrida em cada uma das

contas que compõem o patrimônio líquido no período.

As operações que afetam o patrimônio líquido, e que devem ser evidenciadas

na DMPL, podem ser classificadas em duas categorias:

Page 137: Contabilidade Societária I

Variações de contas do patrimônio líquido que modificam o total – exemplos:

resultado do período (lucro ou prejuízo), distribuição de dividendos; aumento

de capital por ingresso de novos recursos e ágio na emissão de ações.

Variações de contas do patrimônio líquido que não modificam o total –

exemplos: aumento de capital com utilização de reservas; constituição de

reservas com lucro e compensação de prejuízos com reservas.

A Lei das S/A não padronizou um modelo para a DMPL e as empresas

ficaram livres para elaborá-lo. A estrutura da DMPL descriminará, basicamente:

1 Os saldos no início do período

2 Os ajustes de exercícios anteriores

3 As reversões e transferências de reservas e lucros

4 Os aumentos de capital discriminando sua natureza

5 A redução de capital

6 As destinações do lucro líquido do período

7 O resultado líquido do período

8 As compensações de prejuízos

9 Os lucros distribuídos

10 Os saldos no final do período

Modelo simplificado de apresentação da DMPL:

Reservas de lucros

Capital Social

Reservas de

Capital

Reserva Legal

Reserva Expansão

Reserva Estatutária

Ajustes A. Patrimonial

Lucros Acumulados

Total

Saldo inicial

Aumento de capital

Lucro do período

Reserva legal

Reserva estatutária

Reserva Expansão

Dividendos

Saldo final

Page 138: Contabilidade Societária I

Exemplo de elaboração da DMPL e da DLPA

A empresa FCE Ltda. apresentava em 31/12/X1 os seguintes saldos nas

contas de patrimônio líquido:

Capital R$ 180.000,00; Reservas de capital R$ 52.500,00; Reserva legal R$

22.500,00 e Reserva para expansão R$ 67.500,00.

No exercício de X2, a empresa efetuou dois aumentos de capital: um em

dinheiro no valor de R$ 15.000,00 e outro no valor de R$ 10.500,00, utilizando parte

das reservas de capital. A empresa apurou nesse exercício lucro líquido no valor de

R$ 75.000,00, o qual teve a seguinte destinação: Reserva legal R$ 3.750,00;

Reserva estatutária R$ 7.500,00; Reserva para expansão R$ 26.250,00; Dividendos

R$ 37.500,00.

Com base nos dados estrutura-se a seguinte DMPL e DLPA:

FCE Ltda. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido de 01/01/X2 a 31/12/X2

Reservas de lucros Capital Social

Reservas de Capital

Reserva Legal

Reserva Expansão

Reserva Estatutária

Ajustes A. Patrimonial

Lucros Acumulados

Total

Saldo inicial 180.000 52.500 22.500 67.500 0 322.500

Aumento de capital 25.500 -10.500

15.000

Lucro do período 75.000 75.000

Reserva legal 3.750 -3.750 0

Reserva estatutária 7.500 -7.500 0

Reserva Expansão 26.250 -26.250 0

Dividendos -37.500 -37.500

Saldo final 205.500 42.000 26.250 93.750 7.500 0 0 375.000

Por meio da DMPL é possível identificar e analisar os saldos iniciais de cada

conta que compõe o patrimônio líquido da empresa, bem como a movimentação

ocorrida no período e os respectivos saldos finais.

Observa-se que outras destinações e eventos podem ocorrer e deverão ser

informadas uma em cada linha da DMPL.

Page 139: Contabilidade Societária I

FCE Ltda. Demonstração de Lucros/Prejuízos Acumulados 01/01/X2 a 31/12/X2

Saldo inicial: 01/01/X2 0

Lucro líquido do período 75.000

Destinação do lucro líquido: Transferências para reservas Reserva legal -3.750

Reserva estatutária -7.500

Reserva para expansão -26.250

Dividendos -37.500

Saldo final: 31/12/X2 0

A empresa destinou 100% do resultado do período ou para reservas ou como

distribuição de dividendos, dessa forma, não houve saldo na conta de lucros

acumulados.

Observa-se que a DLPA fornece informação idêntica à contida da DMPL na

coluna lucros ou prejuízos acumulados. Entretanto, ela não demonstra as

movimentações nas demais contas que compõem o patrimônio líquido. Assim, é um

relatório mais restrito quando comparado a DMPL.

Chegamos ao fim desta aula. Agora acesse a AVA e faça os exercícios

propostos. Se ficar com dúvidas, não deixe de esclarecer com o seu professor.

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Page 140: Contabilidade Societária I

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 11.638/07. Altera e revoga dispositivos da Lei nº 6404/76, de 15 de

dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às

sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de

demonstrações financeiras. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03_

ato2007-2010/2007/lei11638.htm>. Acesso em: 05 ago. 2013.

IUDÍCIBUS, S et al. Manual de contabilidade societária. São Paulo: Atlas, 2010.

RIBEIRO, O. M. Contabilidade avançada. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

SANTOS, J.L.; SCHMIDT, P. Contabilidade societária. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

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Contabilidade Societária I

Aula 18

Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

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discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente

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Page 143: Contabilidade Societária I

Aula 18: Tópicos especiais

Objetivo: Estudar alguns tópicos especiais em Contabilidade referentes a controles

internos: conciliação bancária, controle de estoques e imobilizado.

Controle interno

Os controles internos são importantes para todas as companhias,

independentemente do porte ou ramo de atividade. De maneira geral, os controles

internos correspondem a todos os processos com a finalidade de proteger os ativos,

garantir que todas as operações estejam devida e adequadamente contabilizadas e

que sejam cumpridas as políticas e diretrizes da companhia.

Os controles internos adequados são de fundamental importância para a

confiabilidade dos registros contábeis e minimizar a ocorrência de erros e fraudes.

A seguir serão apresentados, resumidamente, controles internos referentes à

conciliação bancária, controle de estoques e ativo imobilizado. Trata-se de tópico

abrangente e com vários outros modelos e aplicações. O assunto não se esgota,

portanto, com esta aula.

Conciliação bancária

A conciliação bancária é o procedimento realizado pelas empresas com a

finalidade de assegurar a exatidão dos valores apresentados nas contas bancárias.

Ela representa a confrontação entre o movimento contido na ficha razão e respectivo

extrato fornecido pela instituição financeira.

Refere-se a um procedimento obrigatório, que deve ser realizado pela

empresa por ocasião dos fechamentos, sejam eles mensais, trimestrais, semestrais

ou anuais. Recomenda-se fazer a conciliação bancária diariamente quando o

movimento for expressivo, pois a identificação e o monitoramento das divergências

se tornariam mais fácil. A conciliação bancária pode ser realizada de duas maneiras:

Partindo-se do saldo do razão e chegando ao saldo do extrato.

Page 144: Contabilidade Societária I

Partindo-se do saldo do extrato e chegando ao saldo do razão.

Considera-se a conta bancária conciliada quando, no primeiro caso, o saldo

do razão é ajustado até coincidir com o saldo do extrato bancário. Na segunda

situação, quando o saldo do extrato é ajustado até coincidir com o saldo do razão.

Exemplo de conciliação bancária

Considere o seguinte razão e extrato de conta-corrente relativa ao movimento

de fevereiro de 2013:

Razão: Banco conta movimento Conta: Banco Alpha S/A

Data Histórico Débito Crédito Saldo D/C

01/02 Saldo anterior 1.500,00 D

05/02 Cheque 330 750,00 750,00 D

10/02 Depósito em cheque 12.000,00 12.750,00 D

19/02 Cheque 331 3.000,00 9.750,00 D

20/02 Depósito em dinheiro 1.500,00 11.250,00 D

25/02 Cheque 302 3.750,00 7.500,00 D

26/02 Cheque 303 787,50 6.712,50 D

28/02 Depósito em cheque 4.500,00 11.212,50 D

Extrato Bancário: Banco Alpha S/A

Data Histórico Movimento Saldo

01/02 Saldo anterior 1.500,00 C

02/02 Aviso de débito – talões de cheque 22,50 D 1.477,50 C

02/02 Aviso de débito – talões de cheque 22,50 D 1.455,00 C

08/02 Cheque compensado 330 750,00 D 705,00 C

10/02 Depósito em cheque 12.000,00 C 12.705,00 C

20/02 Aviso de crédito 005 2.250,00 C 14.955,00 C

26/02 Cheque 302 3.750,00 D 11.205,00 C

27/02 Aviso de débito 300,00 D 10.905,00 C

27/02 Cheque compensado 303 828,00 D 10.077,00 C

27/02 Depósito em dinheiro 750,00 C 10.827,00 C

28/02 Depósito em cheque 4.500,00 C 15.327,00 C

Partindo do saldo do razão estrutura-se a seguinte ficha de conciliação:

Ficha de conciliação bancária: Banco Alpha Item Histórico Valor

1 Saldo do razão em 28/02 11.212,50

2 Débitos no razão, não considerados no extrato:

20/02 depósito efetuado no Banco ABC e lançado indevidamente pela Contabilidade (1) (1.500,000)

3 Créditos no razão, não considerados no extrato:

19/02 cheque 331, referente pagamento do fornecedor X Ltda., ainda não compensado 3.000,00

4 Débitos no extrato, não considerados no razão:

02/02 aviso de débito refere fornecimento de talões de cheque (2) (22,50)

02/02 aviso de débito refere fornecimento de talões de cheque (3) (22,50)

27/02 aviso de débito referente à duplicata 17 de J.A., descontada e não paga (4) (300,00)

27/02 cheque 303 lançado a menor na Contabilidade (828,00 - 787,50 = 40,50) (5) (40,50)

Page 145: Contabilidade Societária I

5 Créditos no extrato, não considerados no razão

20/02 aviso de crédito referente à duplicata 32 que estava em cobrança simples (6) 2.250,00

27/02 depósito em dinheiro lançado indevidamente pelo banco (7) 500,00

Saldo conciliado 15.327,00

É necessário contabilizar os ajustes decorrentes da conciliação para que o

razão da conta fique ajustado com o saldo constante no extrato bancário:

Lançamento 1:

D/C Conta Valor R$ Histórico

D Banco ABC S/A 1.500,00 Transferência que se processa, lançamento indevido em 20/02

C Banco Alpha S/A 1.500,00 Transferência que se processa, lançamento indevido em 20/02

Lançamento 2:

D/C Conta Valor R$ Histórico

D Despesas bancárias 22,50 Aviso de débito de 02/02 ref. fornecimento de talão de cheque

C Banco Alpha S/A 22,50 Aviso de débito de 02/02 ref. fornecimento de talão de cheque

Lançamento 3:

D/C Conta Valor R$ Histórico

D Despesas bancárias 22,50 Aviso de débito de 02/02 ref. fornecimento de talão de cheque

C Banco Alpha S/A 22,50 Aviso de débito de 02/02 ref. fornecimento de talão de cheque

Lançamento 4:

D/C Conta Valor R$ Histórico

D Dpl. Descontadas 300,00 Débito efetuado pelo banco em 27/02 duplicata não quitada

C Banco Alpha S/A 300,00 Débito efetuado pelo banco em 27/02 duplicata não quitada

Lançamento 5:

D/C Conta Valor R$ Histórico

D Fornecedores 40,50 Complemento do lançamento de 26/02 ref. pagamento em cheque

C Banco Alpha S/A 40,50 Complemento do lançamento de 26/02 ref. pagamento em cheque

Lançamento 6:

D/C Conta Valor R$ Histórico

D Banco Alpha S/A 2.250,00 Referente duplicata 32, quitada no banco

C Clientes 2.250,00 Referente duplicata 32, quitada no banco

Lançamento 7:

D/C Conta Valor R$ Histórico

D Banco Alpha S/A 500,00 Crédito indevido em 27/02 aguardando regularização

C Contas a Pagar 500,00 Crédito indevido em 27/02 aguardando regularização

Todas as diferenças levantadas e relacionadas no documento de conciliação

bancária, referentes a erro ou omissões, tanto por parte do banco quanto da

empresa, são objetos de ajustes na Contabilidade.

Page 146: Contabilidade Societária I

Os cheques emitidos e contabilizados pela empresa, porém ainda não

compensados, não serão objetos de ajuste. Após os lançamentos de ajuste o saldo

da conta banco, que era devedor em R$ 11.212,50 no razão, passou a

R$ 12.327,00. A diferença em relação ao extrato corresponde a R$ 3.000,00 do

cheque 331, não descontado até 28/02.

Estoques

O desempenho operacional de uma companhia é refletido diretamente pela

aquisição de produtos nos padrões estabelecidos e a preços compatíveis. Para

tanto, os controles internos devem permitir a correta mensuração e

acompanhamento desses itens, em que exista sistema de compras adequado para

que a empresa consiga realizar as aquisições dos melhores produtos com o melhor

preço disponível.

A fim de verificar a integridade física dos itens, possíveis perdas ou extravios,

a empresa deve realizar, periodicamente, a contagem dos estoques (inventário).

Observa-se que para o funcionamento efetivo dos controles internos são

necessários determinados procedimentos para evitar esses possíveis extravios e

fraudes. Exemplificando, o empregado responsável por comprar não deve ser o

mesmo para receber os produtos e conferir se estão de acordo com o pedido e com

a nota fiscal. Da mesma forma, nenhum desses dois deverá ser o responsável pelos

pagamentos aos fornecedores.

Imobilizado

Os controles internos da companhia devem permitir o correto

acompanhamento dos itens do imobilizado. Para evitar contabilização incorreta

desses bens e de seus respectivos desgastes, o controle interno deve trazer

informações referentes à data e o valor de aquisição, vida útil estimada, taxa de

depreciação e valor residual, se houver. Periodicamente, deve-se fazer o controle

físico dos itens para verificar a propriedade, a existência e o estado em que se

encontra.

Observa-se também que, conforme determinação legal, para assegurar que o

valor registrado no ativo esteja corretamente contabilizado, a empresa deverá

Page 147: Contabilidade Societária I

realizar o teste de impairment, elaborado sempre que houver algum indício de

redução do valor recuperável de um bem, ou pelo menos ao final de cada exercício.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 11.638/07. Altera e revoga dispositivos da Lei nº 6404/76, de 15 de

dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às

sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de

demonstrações financeiras. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03_

ato2007-2010/2007/lei11638.htm>. Acesso em: 05 ago. 2013.

IUDÍCIBUS, S et al. Manual de contabilidade societária. São Paulo: Atlas, 2010.

RIBEIRO, O. M. Contabilidade avançada. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

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Contabilidade Societária I

Aula 19

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Page 150: Contabilidade Societária I

Aula 19: Eventos contábeis I – parte I

Objetivo: Apresentar eventos contábeis com a finalidade de aliar a teoria à prática

contábil. Contabilizar operações envolvendo: constituição de empresa, ativo

intangível, compra e venda de mercadorias com impostos, aquisição de imobilizado,

devoluções, descontos, adiantamento a fornecedores e de clientes, apropriação de

despesas, encerramento e demonstrações contábeis.

Eventos contábeis

A seguir são apresentados os eventos contábeis com a finalidade de simular

a realidade de uma empresa.

Considerar as seguintes premissas:

Compra e venda de produtos com as alíquotas: IPI 10% não incluso no preço.

ICMS 18%, Cofins 7,60% e PIS 1,65%, inclusos. Base de cálculo dos

impostos é o valor do produto.

Elaborar inicialmente, a partir dos eventos, os lançamentos sob a forma de

diário.

Após, elaborar o diário prepare os razonetes, o balancete de verificação, o

balanço patrimonial e a DRE.

No final da aula será apresentada a solução para sua conferência.

1) 01/02/X1 – Francisco Silva, Carlos Lima e Ernesto Sousa resolveram fundar

uma sociedade anônima para explorar o ramo de comércio de acessórios

para veículos, cuja denominação escolhida será FCE S/A, com capital de R$

1.500.000,00, subscrito da seguinte forma:

Em assembleia geral de 01/02/X1 os sócios se reuniram e constituíram a

sociedade, aprovando o estatuto.

O capital social foi dividido em 1.500.000 ações, no valor de R$ 1,00 cada, e

subscrito em partes iguais pelos acionistas.

Page 151: Contabilidade Societária I

Os acionistas realizaram 40% de suas partes, em dinheiro.

Foi depositado no Banco do Brasil S/A toda a importância realizada, com

abertura da conta especial 777-77 nos termos da lei, em nome da sociedade

em organização, conforme recibo 1234.

Em 02/02/X1 após devidamente constituída a sociedade e adquirida forma

jurídica, o banco transfere o depósito da conta especial para a conta

movimento.

2) 02/02/X1 – Aquisição à vista, em cheques, de Edifício R$ 195.000,00,

Computadores R$ 18.000,00 e Veículos R$ 48.000,00.

3) 02/02/X1 – Aquisição à vista de software (ERP) para gestão administrativa R$

30.000,00.

4) 02/02/X1 – Contratação de seguro, à vista, contra incêndio e para veículos,

período de um ano, valor R$ 3.000,00.

5) 05/02/X1 – Compra de 600 unidades do produto Alpha para revenda, valor

por unidade R$ 300,00 + 10% IPI, a prazo.

6) 10/02/X1 – Venda de 450 unidades de produto Alpha, valor por unidade R$

700,00 + 10% IPI a prazo.

7) 15/02/X1 – Devolução parcial da venda 50 unidades.

8) 15/02/X1 – Devolução parcial da compra 50 unidades.

9) 28/02/X1 – Recebimento, via depósito bancário, de 50% do saldo de clientes

com desconto de 2%.

10) 28/02/x1 – Adiantamento a fornecedor no valor de R$ 6.600,00, em cheque.

11) 28/02/X1 – Adiantamento de cliente, via depósito bancário, no valor de R$

15.400,00.

12) 13/02/X1 – Desconto de duplicata no valor de R$ 25.000,00, 30 dias antes do

vencimento com juros de 2,5% a.m.

13) 28/02/X1 – Compra de máquina para compor o ativo imobilizado, pelo valor

de R$ 93.000,00, com prazo de pagamento de 180 dias concedido

diretamente pelo fabricante. Está embutido no valor total da nota fiscal R$

18.000,00 a título de juros pelo financiamento, correspondente a 24% sobre o

preço a vista de R$ 75.000,00. Instalada e colocada em uso em 01/03/X1.

Utilizar o conceito de ajuste a valor presente.

Page 152: Contabilidade Societária I

14) 28/02/X1 – Pagamento de multa de trânsito, não dedutível, no valor de R$

970,00, em cheque.

15) Os sócios integralizam o restante do capital social, em cheque.

28/02/X1: Apropriação de despesas do mês

16) Honorários do Contador, R$ 1.300,00, vencimento 10/03/X1,

17) Energia elétrica do mês R$ 600,00, vencimento 15/03/X1, despesa

administrativa.

18) Água do mês R$ 400,00, vencimento 15/03/X1, despesa administrativa.

19) Comissão sobre vendas R$ 14.000,00, despesa com vendas.

20) Telefone R$ 2.500,00; vencimento 20/03/X1, despesa administrativa.

21) Constituir Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa – PCLD no valor

de R$ 2.500,00, despesa com vendas.

28/02/X1: Encerramento mensal

22) Apropriação das despesas antecipadas (seguros) no resultado, despesa

administrativa.

23) Reconhecimento no resultado da depreciação. Taxas: Edifício 4% a.a = 300

meses; Computadores 20% a.a = 60 meses; Veículos 20% a.a = 60 meses.

24) Reconhecimento no resultado da amortização do ativo intangível: licença do

software por cinco anos.

25) Reconhecimento dos juros referentes ao desconto de duplicatas.

26) Apuração do IPI, ICMS, PIS e Cofins. Confrontar o saldo de tributos a

recolher com os tributos a recuperar.

27) Provisionar IRPJ 15% + adicional de 10%, se houver e CSLL de 9%. Lembre-

se de que multas de trânsito e PCLD são despesas não dedutíveis. Não há

prejuízos anteriores.

28) A empresa distribui 5% de participações aos empregados e 10% aos

administradores. Considerar como limite para remuneração dos

administradores no período R$ 10.000,00.

29) Apurar o resultado do período e transferir para lucro do exercício ou prejuízos

acumulados.

Page 154: Contabilidade Societária I

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 11.638/07. Altera e revoga dispositivos da Lei nº 6404/76, de 15 de

dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às

sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de

demonstrações financeiras. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03_

ato2007-2010/2007/lei11638.htm>. Acesso em: 05 ago. 2013.

IUDÍCIBUS, S et al. Manual de contabilidade societária. São Paulo: Atlas, 2010.

RIBEIRO, O. M. Contabilidade avançada. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

SANTOS, J.L.; SCHMIDT, P. Contabilidade societária. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

Page 155: Contabilidade Societária I

Contabilidade Societária I

Aula 20

Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

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Aula 20: Eventos contábeis – parte II

Objetivo: Elaborar as demonstrações contábeis: Balancete de Verificação, Balanço

Patrimonial, Demonstração do Resultado do Período, Demonstração dos Lucros e

Prejuízos Acumulados e Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.

Eventos contábeis

Na aula anterior foram apresentadas uma série de eventos e partir deles

elaborado o diário e os razonetes. Agora, pede-se para elaborar as demonstrações

contábeis:

Balancete de Verificação.

Balanço Patrimonial.

Demonstração do Resultado do Período.

DLPA e DMPL.

No final da aula será apresentada a solução de cada um deles para sua

conferência. Para prosseguir considere:

Cálculo da reserva legal.

Que o estatuto é omisso em relação ao percentual de dividendos.

Balancete de Verificação

Balanço Patrimonial

DRE – Demonstração do Resultado do Exercício

DLPA – Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados

DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

Page 158: Contabilidade Societária I

Você já estudou estes conteúdos. Resolva o que foi proposto e verifique sue

conhecimento.

Se ficar com dúvidas, não deixe de esclarecer com o seu professor.

Bons estudos!!!

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 11.638/07. Altera e revoga dispositivos da Lei nº 6404/76, de 15 de

dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às

sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de

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RIBEIRO, O. M. Contabilidade avançada. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

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