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CONTABILIDADE SETORIAL DAN ILO PARDAL COIMBRA TABOSA Economista do BNDE Introducao 0 presente trabalho nada mais a do que a exposigao de urn modelo para estudos setoriais. Esta tecnica permite obter maiores in- formes do que a simples progressao das quantidades ofertadas e procuradas e, por conseguinte, uma visao mais profunda e imediata dos diversos setores da economia. Ate a presente data, as informacOes sa- bre empresas de determinada inditstria ou setor sao obtidas, via de regra, atraves de questionarios mal elaborados que nao per- mitem uma analise satisfatOria como seria de desejar. Entretanto, uma politica de in- vestimento, para ser bem sucedida, necessita de urn conhecimento mais profundo dos di- versos setores da economia, a fim de que os criterios seletivos correspondam a realidade. Esse conhecimento superficial das indastrias foi, de certo modo, contornado pela Lei 2.973, de 26 de novembro de 1956. Esta Lei estabelece, no seu artigo 25, quais os setores financiaveis pelo BNDE, em ordem decres- cente de prioridades, o que facilitou, sobre- modo, a destinacao dos recursos. Convem salientar, todavia, que muitos desses setores ja se tornaram auto-finan- ciaveis, como e o caso da energia eletrica, e a participacao do Banco tera, forcosamen- te, que aumentar em outros corn menor grau de prioridade. Facile perceber que a ten- dencia natural sera destinar os recursos li- berados ao setor inclastrias basicas, uma vez que, os mais importantes da economia, como ja foi mencionado, estao se tornando inde- pendentes. Como e do conhecimento de todos, os recursos sao limitados, logo, nos defronta- mos corn a seguinte alternativa: a quais em- presas destina-los? Existe uma gama enorme de empresas, de diferentes indastrias, soli- citantes de financiamentos, cujo montante bem maior do que os recursos disponiveis. Urge, portanto, estabelecer criterios de pri- oridade para atender a essa demanda. 0 conceito de basic° nao so a muito relativo, variando de regiao para regiao, como a debil em relagao ao tempo, de sorte que, em futuro prOximo, sera imprescindivel conhecer-se melhor os diversos setores da economia, a fim de que se possa fazer uma escala de prioridade, de modo que a distri- buicao dos recursos seja feita da maneira mais racional possivel. 0 efeito benefico de tal conhecimento seria fornecer, ao tecnico encarregado de atribuir prioridades, inf or- mag5es precisas, evitando, assim, que se deixasse levar pela intuigao, devido a falta de dados concretos. Consideraciies Gerais Antes de entrarmos na analise do nosso model°, faremos urn historic° superficial da evolugao da contabilidade social, atraves dos tempos, e de sua contribuicao para a analise economica. Apesar de ter sido motivo de preocupa- gao dos economistas antigos, foi, porem, a partir de 1920, corn o trabalho de Kuznets sabre a avaliagao da Renda Nacional dos Estados Unidos, ao mostrar a importancia do Setor Govemo na economia e seu reflexo sabre a Renda Nacional, que seu estudo tomou impulso. Em 1924, Bowley e Stamb fizeram a avaliagao da Renda Nacional da Inglaterra. No entender de Hicks, esta avaliacao teve por finalidade medir o grau de bem-estar social alcancado pelo povo ingles, e tragar diretrizes para aumenta-lo. Colin Clark, em 1937, realizou estudos semelhantes, visando medir tambem o bem- estar social. Corn a segunda guerra mundial acabou-se esta preocupacao. Atualmente, as Contas Nacionais sac) utilizadas para medir o aumento da Renda, o montante de Inves- timentos, enfim, o crescimento economic°. 352 REVISTA DO BNDE

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CONTABILIDADE SETORIAL

DAN ILO PARDAL COIMBRA TABOSA

Economista do BNDE

Introducao

0 presente trabalho nada mais a do que a exposigao de urn modelo para estudos setoriais.

Esta tecnica permite obter maiores in-formes do que a simples progressao das quantidades ofertadas e procuradas e, por conseguinte, uma visao mais profunda e imediata dos diversos setores da economia.

Ate a presente data, as informacOes sa-bre empresas de determinada inditstria ou setor sao obtidas, via de regra, atraves de questionarios mal elaborados que nao per-mitem uma analise satisfatOria como seria de desejar. Entretanto, uma politica de in-vestimento, para ser bem sucedida, necessita de urn conhecimento mais profundo dos di-versos setores da economia, a fim de que os criterios seletivos correspondam a realidade. Esse conhecimento superficial das indastrias foi, de certo modo, contornado pela Lei 2.973, de 26 de novembro de 1956. Esta Lei estabelece, no seu artigo 25, quais os setores financiaveis pelo BNDE, em ordem decres-cente de prioridades, o que facilitou, sobre-modo, a destinacao dos recursos.

Convem salientar, todavia, que muitos desses setores ja se tornaram auto-finan-ciaveis, como e o caso da energia eletrica, e a participacao do Banco tera, forcosamen-te, que aumentar em outros corn menor grau de prioridade. Facile perceber que a ten-dencia natural sera destinar os recursos li-berados ao setor inclastrias basicas, uma vez que, os mais importantes da economia, como ja foi mencionado, estao se tornando inde-pendentes.

Como e do conhecimento de todos, os recursos sao limitados, logo, nos defronta-mos corn a seguinte alternativa: a quais em-presas destina-los? Existe uma gama enorme de empresas, de diferentes indastrias, soli-citantes de financiamentos, cujo montante bem maior do que os recursos disponiveis.

Urge, portanto, estabelecer criterios de pri-oridade para atender a essa demanda.

0 conceito de basic° nao so a muito relativo, variando de regiao para regiao, como a debil em relagao ao tempo, de sorte que, em futuro prOximo, sera imprescindivel conhecer-se melhor os diversos setores da economia, a fim de que se possa fazer uma escala de prioridade, de modo que a distri-buicao dos recursos seja feita da maneira mais racional possivel. 0 efeito benefico de tal conhecimento seria fornecer, ao tecnico encarregado de atribuir prioridades, inf or-mag5es precisas, evitando, assim, que se deixasse levar pela intuigao, devido a falta de dados concretos.

Consideraciies Gerais

Antes de entrarmos na analise do nosso model°, faremos urn historic° superficial da evolugao da contabilidade social, atraves dos tempos, e de sua contribuicao para a analise economica.

Apesar de ter sido motivo de preocupa-gao dos economistas antigos, foi, porem, a partir de 1920, corn o trabalho de Kuznets sabre a avaliagao da Renda Nacional dos Estados Unidos, ao mostrar a importancia do Setor Govemo na economia e seu reflexo sabre a Renda Nacional, que seu estudo tomou impulso.

Em 1924, Bowley e Stamb fizeram a avaliagao da Renda Nacional da Inglaterra. No entender de Hicks, esta avaliacao teve por finalidade medir o grau de bem-estar social alcancado pelo povo ingles, e tragar diretrizes para aumenta-lo.

Colin Clark, em 1937, realizou estudos semelhantes, visando medir tambem o bem-estar social. Corn a segunda guerra mundial acabou-se esta preocupacao. Atualmente, as Contas Nacionais sac) utilizadas para medir o aumento da Renda, o montante de Inves-timentos, enfim, o crescimento economic°.

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A Contabilidade nos Tempos Atuais

Deter-nos-emos, agora, na tecnica da contabilidade social, no estagio que se en-contra, presentemente, e suas modalidades de calculo.

Primeiramente, falaremos da contabiliza-gao em termos de estoque. Esta tecnica tenta medir o montante de capital nacional exis-tente, em dado momento. E de dificil apli-cacao na pratica, existindo, entretanto, va-rias formas de calculo, sendo os mais im-portantes, dentre eles, o metodo da anuidade sucessOria, aplicado na Franca por Foville e o do balango desenvolvido por Hicks.

A contabilizagao em termos de fluxo permite medir os movimentos de bens e ser-vicos efetuados entre os setores da economia. Esses movimentos sao registrados atraves das contas nacionais e e conhecido como Contabilidade Retrospectiva de Fluxo.

A contabilidade Prospectiva de Fluxo, por sua vez, permite fazer a previsao do comportamento dos diversos setores da eco-nomia e, tambem, da receita e despesa da nagao. A elaboragao do orgamento econo-mics ou nacional a baseado neste metodo, visto que the fornece dados sabre a pressao inflacionaria, montante necessario das inver-saes para assegurar um determinado grau de emprego dos fa -tares de produgao etc.

Modelo Adotado no Brasil

Passemos, agora, ao sistema de Stone adotado pelas Nagoes Unidas. Este model° foi concebido para medir as transagaes efe-tuadas entre os setores de um pais indus-trial. Devido, entretanto, a sua simplicidade, foi possivel ajusta-lo, de modo a ser utili-zado por nagOes em fases inferiores de de-senvolvimento econemico, como e o caso dos paises sub-desenvolvidos.

No Brasil, sua aplicagao data de 1947 e, apesar das estatisticas serem de certo modo precarias e o setor agricola estar fora da area de economia monetaria, a Fundacao Getitlio Vargas conseguiu, atraves de estatisticas levantadas pelo prOprio organismo, elaborar nossas contas nacionais. Este sistema, que nos permite determinar os agregados medi-ante a consolidagao das contas, e conhecido como model° de Cambridge e e complemen-tado pelos de Leontieff e Copeland. Diremos

de maneira sucinta em que consiste essa complementagao.

Enquanto que o model° de Stone regis-tra as transacOes financeiras, permitindo-nos determinar os agregados mediante a conso-lidacao das contas, Leontieff baseou o seu em transagoes da produgao intermedia, em-bora em termos monetarios, registrando-as na sua tabua de "input output". Esta tabua, que se inspira na teoria do equilibrio econo-mics geral de Walras, mostra, ainda, as in-terligaciies dos diversos setores da economia. 0 model° de Copeland a uma especie de balango de pagamento dos principais setores, registrando as fluxos de bens e servigos e os fluxos monetarios que a eles se associam.

Stone considera, em seu model°, a eco-nomia como se fOra uma grande empresa, dividida em tres setores: empresas, familias e governs, corn as seguintes contas: produ-gao, utilizagao da Renda e capital. 0 setor familia nao possue conta de produgao, so- mente de utilizacao de Renda e capital.

A conta resto do mundo a utilizada para medir as transacoes corn outros paises, no caso de economia aberta, sendo, de certo modo, uma conta a parte.

0 Modelo de Contabilidade Setorial

No nosso model°, as informagOes sao todas setoriais, pois o que se mede e um componente do grande setor empresa de Stone. Seria de imaginar que, sendo con-siderado neste model° somente as empresas de uma determinada industria ou setor da economia, caissemos no tipo de contabili-dade tradicional. Facile verificar o erro em que se incorreria, ao assim pensar, pois na contabilidade tradicional a producao vem a ser o valor bruto das vendas, estando corn-putada, portanto, a producao intermediaria. Ja sob o aspecto da contabilizagao econarni-ca, a produgao e o valor bruto das vendas menos o valor dos produtos intermedios.

Uma vez identificadas as diferencas basicas entre o nosso e os demais metodos de contabilizacao, mostremos em que con-siste o nosso model° e suas vantagens:

A contabilidade setorial, feita de forma sisternatica, permitira a avaliagao da ativi-dade econamica do setor, atraves da con-solidagao de suas contas, como tambem, de

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empresas isoladas, e a comparagao entre as empresas de um mesmo setor, e entre este e os demais, dando, desta forma, uma ideia da magnitude das cadeias retrospectivas e prospectivas das empresas. Por outro lado, este model° dar-nos-a uma ideia bastante razoavel da estrutura da empresa, assim como do setor, permitindo, desta forma, que sejam tragadas diretrizes capazes de evitar pontos de estrangulamento.

A consolidagao das contas dar-nos-a uma ideia de impacto de um determinado investimento no ambito da empresa, e do setor, e seu reflexo na economia como urn todo.

Atraves da formula de Harrod-Domar, poderiamos medir o crescimento medio da empresa e do setor. 0 investimento liquido sera conseguido subtraindo-se a depreciagao do investimento bruto, e a relagao produto capital sera calculada, a grosso modo, divi-dindo a produgao pela depreciagao. Quere-mos chamar atengao para o fato de que a depreciagao nao e a do tipo contabil, e o capital consumido na producao. Quanto ao periodo de maturagao de investimentos an-teriores depois de alguns anos de ajusta-mento estatistico, esta influencia seria eli-minada. De vez que ja mostramos a finali-dade deste trabalho, que e a medigao, corn-paragao, previsao e a avaliacao da atividade econamica, tanto da empresa como do setor, passaremos, entao, a analise de suas contas.

Na conta de Gasto e Receita registram-se os valores das vendas, isolando-se a pro-dugao intra-setorial e intra-empresarial, que na consolidagao desaparecem, ficando, so-mente, o valor da produgao, e o que foi gasto para consegui-la.

Na Conta de Aplicagao do Saldo temos o que foi pago ao exterior, que deduzimos do saldo da conta anterior e a sobra desta conta e a poupanga da empresa.

A Conta do Comercio Exterior, como o nome esta dizendo, registra as transagOes efetuadas entre as empresas do setor e o exterior.

Na Conta de Investimento registram-se as poupangas utilizadas para inversao.

Faremos, agora, uma analise de natu-reza geral, inspirando-nos nos exemplos em anexo.

Antes de entrarmos na analise de nosso

model°, falemos dos agregados, de modo ge-ral, e do calculo do ganho de intercambio, de modo particular, uma vez que esse vai permitir tornar esses agregados reais.

0 ganho de intercambio mostra o ganho ou a perda, nas transagOes corn o exterior. No nosso exemplo tivemos uma perda, em virtude da relagao de trocas ser desfavora-vel. Essa deterioragao da relagao de trocas, que apresentamos por empresa e por setor,

de grande importancia sob o ponto de vista econOmico, visto que tende a se agra-var, a longo prazo, entravando o desenvol-vimento econOmico, sendo o mais seri° obs-taculo corn que se tem defrontado os paises sub-desenvovidos.

A solugao para o problema da deterio-racao da relagao de trocas seria calcular, ano apOs ano, o ganho de intercambio. 0 pais beneficiado no comercio exterior por ele, devolveria ao pais prejudicado nas transagOes, a soma eqiiivalente as perdas sofridas.

Tentar resolver corn donativos este an-gustiante problema a dificilimo, uma vez que os mesmos nao alcangam nem de longe sua magnitude. A outra solugao adotada para compensar os efeitos desta situagao, tem side emprestimos, que equilibrem a Balanga de Pagamentos, a curto prazo, desequilibrando-a, entretanto, a longo prazo, visto que tera de ser gaga a soma emprestada. Por outro lado, a proporgao que um pais se desen-volve e, por conseguinte, o ciclo de subs-tituicao de importacOes chega ao fim, as necessidades de importar bens de capital e materias-primas estrategicas, ern virtude de suas essencialidades, nao poderao ser corn-primidas, sem prejudicar o crescimento eco-nOmico.

Pode parecer, a primeira vista, que c calculo do ganho de intercambio perca sua substancia, quando em nivel de empresa e setor. Queremos chamar a atengao, entre-tanto, para o fato de que as partes a que formam o todo.

Uma vez mostrada a importancia do ganho de intercambio, passemos a explica-gao de seu calculo contido no ANEXO I.

Na primeira coluna aparecem os valores a pregos correntes do ano de 1962. Na co-luna seguinte temos os valores ja deflacio-nados, isto é, a pregos constantes de 1960.

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Na 3.a coluna temos o indice de pregos. Para facilitar a compreensao elaboramos o qua-dro, de modo que os valores ficassem em ordem de calculo. Se nao vejamos:

Temos Produto Bruto (a pregos cons-tantes). Isto a igual as vendas (Consumo das Families Consumo do Governo Consumo das Empresas) Inversao Interna Bruta Exportagao — Importagao tambem a pregos constantes.

Se tirarmos do Produto Bruto Ihterno o ganho de intercambio, teremos o real, uma vez tendo o Produto Interno Real, se sub-trairmos a Renda Page ao Exterior, teremos o Produto Nacional Bruto Real.

Evidentemente teremos que conhecer o valor do ganho a fim de podermos chegar a esses resultados.

Para o calculo do ganho, necessitamos dos seguintes elementos: Exportagao a pre-cos constantes, Indices de Precos de Expor-tagao e Importagao.

Se dividirmos o fndice de Pregos de Exportagao pelo Indice de Pregos de Im-portagao, teremos a Relagao Externa de Pregos.

Se multiplicarmos a Relagao Externa de Pregos pela Exportagao (a pregos constan-tes) teremos o Poder de Compra Externo.

0 ganho sera calculado, subtraindo o Poder de Compra Externa das Exportaciies (a pregos constantes).

Passemos agora aos outros quadros. No ANEXO II temos a Matriz Setorial do Setor, onde se ye a participagao de coda empresa de "per si". Deixamos de fazer comentarios por considerarmos desnecessario em virtude de sua simplicidade.

No ANEXO III temos a representagao do Esquema Simplificado de Contabilidade Setorial. Notamos que o setor esta comple-temente isolado dos demais setores.

No ANEXO IV temos o Produto Interno do Setor, que a igual a Renda Bruta Interne do Setor. Quanto aos valores, em termos reais, vide calculo do ganho. NO ANEXO V temos o Produto de Residentes do Setor, que

igual a Renda de Residentes do Setor.

Devemos fazer as seguintes observe-goes relatives ao exemplo hipotetico.

1 — As agOes compradas pelas empre-

sas se destinam a construgao de novas uni-dades produtivas.

2 — A Depreciagao nao e a do tipo con-tabil, se refere ao Capital consumido na produgao.

3 — 0 conceito de investimento nao o da Riqueza Tangivel Renovivel, de sorte que os gastos em Educagao e Saude sao con-siderados como tal, por serem ao nosso ver essenciais ao Desenvolvimento Econamico. O Banco Nacional do Desenvolvimento Eco-Mimic° concede, para treinamento tecnico, o percentual de 3% sobre o montante dos financiamentos, o que vem fortalecer nosso ponto de vista.

4 — As empresas consideradas sao do mesmo ramo de atividade, conforme crite-rio adotado pelo IBGE.

Concluiremos este trabalho, mostrando o tipo de analise economica, que se poderia tirar do exemplo hipotetico ref erente as unidades ecomimicas a l e a2. (ANEXO VI a IX).

Tomemos alguns itens e vejamos as in-formagoes que poderiamos tirar dos mesmos.

A compra de bens de capital no interior, dor-nos-á ideia do grau de industrializagio akangado pelo pais, relativo ao setor.

A compra de bens de capital no exterior refletira a nossa situagao de dependencia ao estrangeiro e dir-nos-6 quais as oportuni-dades de investimentos para empresarios nacionais, visto que, o ciclo de substituigao de importacoes ainda nao foi completado.

A quantidade de estoques de materias-primes e produtos acabados, dir-nos-a res-pectivamente se o suprimento interno a feito regularmente e se o mercado esti normal.

A composigao de nossas exportagiies dar-nos-a o grau de industrializagao alcan-gado pelo pais, no tocante ao setor.

A renda paga ao exterior discriminada, convenientemente, der-nos-á a dependencia tecnica e financeira do setor.

0 volume das vendas das empresas de "per si" der-nos-á a posigao monopolitica ou nao das mesmas dentro do setor.

As transagOes intra-empresariais e in-tra-setoriais dar-nos-ao o grau de integragao vertical e horizontal dessas empresas.

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ANEXO X

Setor A = a l + a, — (Ano 1962)

Conta Consolidada de Gasto e Receita

Compra de materia-prima no pais, fora do setor 70

Compra de materia-prima no exterior 50

Salarios pagos 116 mao-de-obra qualificada 20 mao-de-obra semi-qualificada 40 mao-de-obra nao qualificada 56

Contribuigao a previdencia social 10

Juros pagos (no pais) 5

Dividendos distribuidos fora do setor 20

Impostos 20 Indiretos 10 Diretos 10

Gastos diversos 29 Aluguel 19 Conservagao 6 Transporte 4

Depreciagao 10

Saldo nao aplicado 81

411

Venda fora do setor 315

Venda ao exterior 80 Semi-elaborada 30 Elaborada 50

Estoque 16 Materia-prima 11 Produto acabado 5

411

Conta Consolidada de aplicacao do Saldo

Renda paga ao exterior 10 Saldo nao aplicado 81

Poupanga da empresa 71

81

81

Conta Consolidada do Comercio Exterior

ExportagOes Semi-elaborada 30 Elaborada 50

Vendas de agoes

80 Importagao 90 Materia-prima 50 Bens de capital 40

3 Renda transferida ao exterior 10

Poupanga do exterior 19

102

Compra de agOes 2

102

Conta Consolidada de Investimento

Gastos 11 Educagao 7 Sande 2 Moradia 2

Compra de bens de capital 140 No pais 100 No exterior 40

Estoque 16 Materia-prima 11 Produto acabado 5

Compra de agoes fora do setor 33

Lucro retido 24

Poupanga da empresa 71

Emprestimos dos bancos 12

Dep6sitos em Bancos 9

Depreciagao 10

Poupanga do exterior 19

Venda de agOes fora do setor 19

Dividendos recebidos fora do setor 36

200 200

366 REVISTA DO BNDE