construcoes grandes · desenvolvimento do brasil o grupo sany é um dos maiores fabricantes de...

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ESPECIAL INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURA 2010-2016 Nº 8 - Setembro/2010 - www.grandesconstrucoes.com.br - R$ 15,00 CONSTRUçãO, INFRAESTRUTURA, CONCESSõES E SUSTENTABILIDADE Construcoes Grandes Grandes Construções - Setembro 2010 Investimentos em Infraestrutura 2010-2016 Sobratema

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Page 1: Construcoes Grandes · desenvolvimento do Brasil O Grupo Sany é um dos maiores fabricantes de máquinas para engenharia do mundo, ... Em Fevereiro de 2010, a Sany assinou um acordo

especialinvestimentos em

infraestrutura 2010-2016

Nº 8 - Setembro/2010 - www.grandesconstrucoes.com.br - R$ 15,00

construção, infraestrutura, concessões e sustentabilidadeConstrucoesGrandes

Gran

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Investimen

tos em

Infraestru

tura 2010-2016

Sob

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Page 2: Construcoes Grandes · desenvolvimento do Brasil O Grupo Sany é um dos maiores fabricantes de máquinas para engenharia do mundo, ... Em Fevereiro de 2010, a Sany assinou um acordo

Qualidade e TecnologiaSany, comprometida com o desenvolvimento do Brasil

O Grupo Sany é um dos maiores fabricantes de máquinas

para engenharia do mundo, com faturamento de R$ 8,2

bilhões em 2009. Além de equipamentos para concretagem,

escavação, elevação, pavimentação, perfuração e sondagem,

movimentação de cargas portuárias, mineração e energia

eólica, a Sany possui outros equipamentos para promover o

desenvolvimento e crescimento do Brasil.

A Sany possui a filosofia de valorizar seus clientes, agregando

valores através de um posicionamento estratégico de mercado,

aliando produtos de alta qualidade a preços competitivos. Na

última decada, a Sany tem crescido 50% anualmente sobre o

seu volume de vendas. Seus produtos são líderes de vendas

em mais de 110 países.

Em Fevereiro de 2010, a Sany assinou um acordo de

investimento de US$ 200 milhões com o Governo do Estado de

São Paulo para a instalação de uma unidade fabril, a pioneira

no Brasil. Com isso, a Sany visa desenvolver novos produtos

de alta qualidade, com grande capacidade de contribuir com o

desenvolvimento do país, buscando suprir as necessidades do

mercado da construção civil no Brasil.

Contato:

(11) 5103.0631

www.sanydobrasil.com

[email protected]

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Qualidade e TecnologiaSany, comprometida com o desenvolvimento do Brasil

O Grupo Sany é um dos maiores fabricantes de máquinas

para engenharia do mundo, com faturamento de R$ 8,2

bilhões em 2009. Além de equipamentos para concretagem,

escavação, elevação, pavimentação, perfuração e sondagem,

movimentação de cargas portuárias, mineração e energia

eólica, a Sany possui outros equipamentos para promover o

desenvolvimento e crescimento do Brasil.

A Sany possui a filosofia de valorizar seus clientes, agregando

valores através de um posicionamento estratégico de mercado,

aliando produtos de alta qualidade a preços competitivos. Na

última decada, a Sany tem crescido 50% anualmente sobre o

seu volume de vendas. Seus produtos são líderes de vendas

em mais de 110 países.

Em Fevereiro de 2010, a Sany assinou um acordo de

investimento de US$ 200 milhões com o Governo do Estado de

São Paulo para a instalação de uma unidade fabril, a pioneira

no Brasil. Com isso, a Sany visa desenvolver novos produtos

de alta qualidade, com grande capacidade de contribuir com o

desenvolvimento do país, buscando suprir as necessidades do

mercado da construção civil no Brasil.

Contato:

(11) 5103.0631

www.sanydobrasil.com

[email protected]

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4 / Grandes Construções

Editorial

A “onda verde” e a Indústria da ConstruçãoO Brasil assistiu meio surpreso, no primeiro turno das

eleições presidenciais, a demonstração de força política da chamada terceira via do poder, aqui personificada pelo Par-tido Verde (PV). Correndo por fora da polarização PT/PSDB, ele conquistou nada menos que 20 milhões de votos, ou cerca de 20% dos votos válidos. Sem contar com recursos milionários para a campanha, rechaçando rótulos de direita ou de esquerda, a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, candidata à presidência da República pelo PV, arre-banhou principalmente o público jovem com um discurso orientado para as questões ligadas ao desenvolvimento econômico sustentável, preservação do meio ambiente e para as causas sociais.

Há nesse resultado sinais que precisam ser interpretados e vão além dos interesses partidários. Não é de hoje que a sociedade brasileira vem dando atenção crescente à agenda ambiental e o tema tende a assumir importância cada vez maior junto às novas gerações e eleitores e cidadãos.

As mudanças climáticas geradas pela emissão de gás carbono na atmosfera, como resultado de um crescimen-to econômico a qualquer custo, deixaram de ser tema de discussões acadêmicas ou científicas e ganharam as ruas, escolas, praças de alimentação nos shoppings etc. Não se discute mais se as mudanças vão acontecer, e sim que pro-vidências tomadas para minimizar os danos.

E o que a Indústria da Construção tem a ver com isso? Muito! Por mais que seja um dos principais indutores do de-senvolvimento no País, o setor figura, também, no topo do ranking das atividades geradoras de grandes passivos am-bientais. Por isso não pode ficar omissa nessa discussão. Ao contrário, tem que tomar a dianteira, assumindo sua parcela de responsabilidade, buscando diálogo e articulação com os mais amplos setores da sociedade – incluindo o poder público, setores produtivos e comunidade acadêmica –, na proposição de soluções.

Precisa investir no desenvolvimento de mecanismos que minimizem as emissões de gases de efeito estufa em toda a sua cadeia produtiva; que reduzam ao máximo o uso da madeira (abolindo totalmente o emprego da madeira não certificada); promover o consumo racional da água, a efici-ência energética dos edifícios; estimular a adoção da ener-gia solar, a eliminação do desperdício e a correta destinação dos resíduos que gera.

Merece destaque a ‘Carta Aberta ao Brasil sobre Mu-danças Climáticas’ tornada pública por alguns dos maio-res grupos empresariais brasileiros, entre outros, Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Correa, Votorantim, Vale, CBMM. Esta ação conjunta estabeleceu que os grupos em-

presariais signatários do documento estão comprometidos com a redução das emissões globais de gases de efeito es-tufa (ver a íntegra do documento no nosso site).

Na Europa já se estuda a obrigatoriedade de prédios com consumo zero de energia já em 2018. Nos Estados Uni-dos, isso pode se tornar realidade em 2030. Todo mundo está correndo nessa direção. Enquanto isso, no Brasil, ain-da caminhamos a passos lentos. Há no Congresso Nacional cerca de 80 projetos de lei engavetados, com propostas so-bre o assunto. E se depender desses projetos perderemos o bonde da história rumo a esta nova ordem. Cabe a cada um dos envolvidos neste processo – da indústria de máquinas, equipamentos, serviços e insumos às grandes, pequenas e médias construtoras – assumir sua responsabilidade na for-mação de uma nova cultura de sustentabilidade no setor da construção, mudando a forma de elaborar grandes projetos de edificações, a habitação popular, o planejamento urbano e a infraestrutura do País.

Trata-se de uma profunda mudança de cultura, que vai até o desenvolvimento de novas e modernas tecnologias e métodos construtivos, mas começa no repensar de hábitos simples, diários, que geram pequenos desperdícios de recur-sos naturais.

Entidades como Sinduscon-SP, por meio de sua vice-pre-sidência de Meio Ambiente, tem tratado o tema de forma séria, com iniciativas como a criação da etiqueta de efici-ência energética para edificações comerciais, de serviços e públicas. Multiplicar, por todo o País, ações deste tipo pode fazer, para a Indústria da Construção a grande diferença en-tre ser uma grande vilã nesta história ou protagonista de um processo de transformação rumo ao desenvolvimento sustentável.

Mário Humberto MarquesPresidente da Sobratema

Acesso à íntegra da "Carta Aberta ao Brasil sobre Mudanças Climáticas" no site www.grandesconstrucoes.com.br

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6 / Grandes Construções

ÍndicE

Associação Brasileira de Tecnologia paraEquipamentos e Manutenção

Diretoria Executiva e Endereço para correspondência:

Av. Francisco Matarazzo, 404, cj. 401 – Água BrancaSão Paulo (SP) – CEP 05001-000

Tel.: (55 11) 3662-4159 – Fax: (55 11) 3662-2192

Conselho de AdministraçãoPresidente: Mário Humberto Marques

Vice-Presidente: Afonso Celso Legaspe Mamede Vice-Presidente: Carlos Fugazzola Pimenta

Vice-Presidente: Eurimilson João DanielVice-Presidente: Jader Fraga dos Santos

Vice-Presidente: Juan Manuel AltstadtVice-Presidente: Mário Sussumu Hamaoka

Vice-Presidente: Múcio Aurélio Pereira de MattosVice-Presidente: Octávio Carvalho Lacombe

Vice-Presidente: Paulo Oscar Auler NetoVice-Presidente: Silvimar Fernandes Reis

Diretor ExecutivoPaulo Lancerotti

Conselho FiscalÁlvaro Marques Jr. - Carlos Arasanz Loeches - Dionísio Covolo Jr. - Marcos

Bardella - Permínio Alves Maia de Amorim Neto - Rissaldo Laurenti Jr.

Diretoria TécnicaAlcides Cavalcanti (Iveco) - André G. Freire (Terex) - Ângelo Cerutti Navarro (U&M) - Augusto Paes de Azevedo (Caterpillar) - Benito Francisco Bottino

(Odebrecht) - Blás Bermudez Cabrera (Serveng Civilsan) - Carlos Hernandez (JCB) - Célio Neto Ribeiro (Auxter) - Clauci Mortari (Ciber) - Cláudio Afonso Schmidt (Odebrecht) - Edson Reis Del Moro (Yamana Mineração) - Eduardo Martins de Oliveira (Santiago & Cintra) - Euclydes Coelho (Mercedes-Benz) - Felipe Sica

Soares Cavalieri (BMC) - Gilberto Leal Costa (Odebrecht) - Gino Raniero Cucchiari (CNH) - Ivan Montenegro de Menezes (Vale) - João Lázaro Maldi Jr. (Camargo Corrêa) - João Miguel Capussi (Scania) - Jorge Glória (Doosan) - José Carlos Marques Rosa (Carioca Christiani-Nielsen) - José Germano Silveira (Sotreq) -

José Ricardo Alouche (MAN Latin America) - Lédio Augusto Vidotti (GTM) - Luis Afonso D. Pasquotto (Cummins) - Luiz Carlos de Andrade Furtado (CR Almeida) - Luiz Gustavo R. de Magalhães Pereira (Tracbel) - Maurício Briard (Loctrator) -

Paulo Almeida (Atlas Copco) - Ramon Nunes Vazquez (Mills) - Ricardo Pagliarini Zurita (Liebherr) - Sérgio Barreto da Silva (GDK) - Sergio Pompeo (Bosch) -

Valdemar Suguri (Komatsu) - Yoshio Kawakami (Volvo)

Diretoria RegionalAmeríco Renê Giannetti Neto (MG)

Construtora Barbosa MelloAriel Fonseca Rego (RJ / ES)

SobratemaJosé Demes Diógenes (CE / PI / RN)

EITJosé Luiz P. Vicentini (BA / SE)

Terrabrás TerraplenagensLaércio de Figueiredo Aguiar (PE / PB / AL)

Construtora Queiróz GalvãoRui Toniolo (RS / SC)

Toniolo, BusnelloWilson de Andrade Meister (PR)

Ivaí Engenharia

ConstrucoesGrandes

Diretor Executivo: Hugo Ribas Editor: Paulo Espírito Santo

Redação: Mariuza Rodrigues Publicidade: Carlos Giovanetti (gerente comercial),

Maria de Lourdes e José Roberto R. Santos

Operação e Circulação: Evandro Risério Muniz

Produção Gráfica & InternetDiagrama Marketing Editorial

Produtor: Miguel de OliveiraProjeto Gráfico e Diagramação: Anete Garcia Neves

Ilustração: Juscelino Paiva Internet: Adriano Kasai

Revisão: Dinho Vasconcelos

“Grandes Construções” é uma publicação mensal, de circulação nacional, sobre obras de Infraestrutura (Transporte, Energia, Saneamento, Habitação Social, Rodovias e Ferrovias);

Construção Industrial (Petróleo, Papel e Celulose, Indústria Automobilística, Mineração e Siderurgia); Telecomunicações; Tecnologia da Informação; Construção Imobiliária (Sistemas

Construtivos, Programas de Habitação Popular); Reciclagem de Materiais e Sustentabilidade, entre outros.

Tiragem: 13.000 exemplaresImpressão: Parma

Capa: Layout de Felipe Escosteguy

www.grandesconstrucoes.com.brFiliado à:

Editorial ______________________________________ 4A “onda verde” e a Indústria da Construção

Jogo ráPido ___________________________________ 8

EntrEviSta ___________________________________14Pode faltar cimento no Brasil?

M&t PS _______________________________________22M&T Peças, Serviços e Rental tem apoio da imprensa da América Latina

SobratEMa FóruM ____________________________26Brasil, um canteiro de 9.500 obras, com orçamento de R$ 1,3 trilhão

EnErgia __________________________________44tranSPortE ______________________________52coMbuStÍvEl _____________________________62SanEaMEnto _____________________________64Habitação _______________________________68indúStria ________________________________72SHoPPingS ________________________________76coPa 2014 ________________________________78oliMPÍadaS _______________________________80outroS __________________________________82

concrEtE SHow _______________________________84Concrete Show pega boa onda do setor de construção

Métrica induStrial – PaviMEntação ____________86Tecnologias já existentes podem melhorar as rodovias no Brasil

agEnda ______________________________________90Bauma China 2010

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8 / Grandes Construções

Jogo rápido

www.grandesconstrucoes.com.br

A Sobratema é uma entidade voltada aos usuários de equipamentos que atuam nos segmentos de construção e mineração e sua missão é democratizar o conhecimento sobre tecnologia para equipamentos e manutenção entre seus associados, através de programas que incentivem a troca de experiências e promovam o setor.Conheça os programas da Sobratema:

M&T ExpoA maior feira do setor de equipamen-tos para Construção e Mineração da América Latina.

M&T Expo pEças E sErviçosA 1ª edição acontecerá em 2011 com fabricantes de peças das marcas mundiais instaladas no Brasil. Trará componentes de trens de força, de vedações, transmissões, suspensões e molas, sistemas hidráulicos, eletrô-nicos, material rodante, lubrificação, ferramentas de penetração. www.mtexpops.com.br

rEvisTa M&TPublicação técnica direcionada a executivos responsáveis pela gestão e manutenção de frotas para construção, mineração, siderurgia, papel e celulose.

insTiTuTo opusPrograma dedicado à formação, atuali-zação e licenciamento de operadores e supervisores de equipamentos.

rElaçõEs inTErnacionaisA Sobratema organiza Missões Técni-cas para os profissionais da construção e mineração, com visitas aos eventos mundiais mais importantes.

TabEla cusTo-HorárioO associado Sobratema tem a sua disposição recursos para cálculos de custo/horário de diversos equipamentos em diferentes aplicações.

EsTudo dE MErcadoAnálises do comportamento dos merca-dos brasileiro e mundial de equipamen-tos para a construção pesada.

anuário dE EquipaMEnTosAnuário brasileiro de equipamentos para construção, com especificação técnica das máquinas para as diversas aplicações.Para associar-se acesse

WWW.sobraTEMa.org.br

Espaço sobraTEMa

A Teckma Engenharia recebeu, em setembro, a indicação para a certificação nas normas OSHAS 18001:2007 – Sistema de Gestão de Saúde Ocupacional e Segurança no Trabalho; e ISO 14001:2004 – Sistema de Gestão Ambiental que, em

conjunto com a ISO9001:2000, farão parte do SGI da empresa. Estas certificações reforçam o compromisso da empresa em aliar o seu crescimento e desenvolvimento à melhoria contínua das condições de trabalho de sua equipe e a preservação do meio ambiente. A Teckma vem conquistando um espaço importante no segmento de instalações e montagens, o que a levou à 40a posição em um ranking que incluiu mais de 11 mil empresas. A pesquisa foi feita pela Consultoria Deloitte.

TeCkmA enTre As melhores

A Sany Heavy Industries, que está construindo sua fábrica no Brasil para a fabricação

de escavadeiras e guindastes em São José dos Campos (SP) poderá, numa segunda fase, produzir equipamentos de concreto. Os investimentos da empresa no Brasil são da ordem de US$ 200 milhões. A linha de concreto ainda não tem previsão de ser pro-duzida nacionalmente, mas deverá reforçar a presença da companhia na área de concreto, segmento no qual ela já detém 60% no mercado chinês e nos Emirados Árabes.

sany de olho no mercado de concreto no Brasil

novidade da Gascom A Gascom, especializada na oferta de equipamentos e soluções para apoio logístico operacional, com forte atuação nas áreas de manutenção, abastecimento e lubrificação das máquinas no cam-

po ou na obra, está lançando o Aspersor Traseiro Asperflex. O acessório de formato cilíndrico e construído em alumínio permite grandes varia-ções nos jatos d’água por meio de dispositivos incorporados ao conjunto de manejo leve e suave, por onde é possível pré-estabelecer a vazão e a abertura dos leques (podendo variar de 0 a 180°) e fixá-los na regula-gem desejada para a operação a ser realizada. O lançamento passa a compor a linha Multiflex da Gascom, que oferece soluções completas para as operações multitarefas como abastecimento, irrigação, tratamento de solo e lavação em geral.

Jogo rápido

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10 / Grandes Construções

Jogo rápido

A cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo, fechou 18 contratos no valor de R$ 472 milhões com a Caixa Econômica Federal para

o financiamento de 7.118 unidades habitacionais do programa “Minha Casa Minha Vida”. Mais de duas mil residências serão destinadas a famílias com renda de até três salários mínimos. O município iniciou a construção de unidades para famílias da faixa de até três salários mínimos, nos condomínios Parque Estela, Esplanada e Água Chata Residencial, além da rua Mucugeo, no bairro das Pimentas. Todas as construções têm isenção de ISS (Imposto sobre Serviço), ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Intervivos) e de outras taxas.

A SH acaba de ampliar suas operações no mercado de Montagem e Manutenção Industrial. A empresa anunciou a instalação de três novas unidades: Ca-

maçari (BA), Campo Grande (RJ) e Guarulhos (SP). A ação exigirá investimentos de R$ 1 milhão e deve impulsionar um crescimento de 50% em 2011.“O mercado industrial já representa 14% do nosso fatura-mento e é um eixo importante na estratégia de crescimento pelos próximos anos. Identificamos um grande potencial no mercado de obras e manutenção industrial e preparamos uma divisão especial para atender esta demanda ”, explica Wolney Amaral, Diretor Comercial da SH.

sh InvesTe r$ 1 mIlhão em novAs unIdAdes

7.118 casas populares para Guarulhos

A Locar Guindastes e Transportes Intermodais acaba de inaugurar um terminal marítimo de 25 mil metros na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, onde

operará sua base offshore. O terminal faz parte dos R$ 300 milhões em investimentos, programados pela companhia para 2010 para a ampliação e diversificação dos negócios.A empresa também fez o batismo de duas novas embar-cações: o Locar II, barco de apoio e o rebocador Locar VII, adquiridos, respectivamente, dos estaleiros Erin, de Manaus, e do SRD, de Angra dos Reis, para os quais foram desembol-sados R$ 20 milhões. O Locar II é um barco Line Handling, equipado com propulsão azimutal, característica técnica que permite maior mobilidade nas manobras.Considerado o mais moderno da atualidade, ele dá apoio ao manuseio de cabos, amarração e suprimento de plataformas. Já o Locar VII conta com propulsão em três motores e com sistema de corte nozzlle (tubulação).A Locar conta, em sua frota, com o maior guindaste telescó-pico do mundo sobre pneus: o LTM 11.200, adquirido por R$ 15 milhões da Liebher. O equipamento possui 9 eixos, 100 m de lança (além de 100 m de lança complementar) e tem capacidade para levantar 1.200 t de carga.

de olho na cadeia de produção do petróleo e gás Para atender a

crescente demanda do segmento da

construção civil, a divisão de Ferramentas Elétricas da Bosch criou o programa Key Professional Manage-ment (KPM), que consiste em disponibilizar um grupo de consultores técnicos, equipados com vans espe-cialmente preparadas para visitar as obras e levar co-nhecimento sobre a correta aplicação das ferramentas elétricas.Os consultores da Bosch visitam os canteiros, treinam os usuários, apresentam as novas tecnologias em ferramentas elétricas e em acessórios, além de orienta-rem os gestores das obras quanto à escolha da melhor

ferramenta para cada aplica-ção. O objetivo é proporcio-nar ganho de produtividade e, principalmente, aumentar a segurança dos usuários, esclarece Sérgio Pompeo, Ge-rente de Desenvolvimento de Novos Negócios para o Brasil da divisão de Ferramentas Elétricas da Bosch.A Bosch investiu mais de R$ 10 milhões no desenvolvi-mento do KPM. Somente em 2010, mais de 20 mil pessoas foram treinadas em todo o Brasil. Durante os treina-mentos, os usuários utilizam as vans como laboratório prático e conhecem de perto, por meio de testes, todas as funcionalidades das ferramentas e acessórios que a empresa disponibiliza para a construção civil.

Bosch cria programa de treinamento para a construção civil

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12 / Grandes Construções

Jogo rápido

S Reprodução de tela do site para rental da Volvo CE

A CSM está ofertando à indústria da construção no Brasil a tecnologia dos pai-

néis pré-moldados autoportantes. Considerada uma nova tendência, o processo construtivo com painéis pré-moldados autoportantes garan-te maior agilidade, maior economia e alta qualidade. A produção dos painéis é feita de forma industrializada por meio de instalações com diversos graus de automação. As instalações podem ser fixas, instaladas em plantas in-dustriais ou itinerantes, diretamente nos canteiros de obras.Os sistemas em painéis autopor-tantes não estão circunscritos à construção de unidades residenciais de baixa renda, pois podem ser aplicados a qualquer padrão de construção. Podem ser feitos de concreto armado simples ou agre-gar elementos que propiciem maior conforto térmico e acústico, inter-namente e externamente podem incorporar texturas e ou incorporar elementos de acabamento como cerâmicas, pedras ornamentais, entre outros.

PAInéIs AuToPorTAnTes: umA TendênCIA Irreversível

TrACBel InvesTe no norTe do BrAsIl

soluções para o mercado de energia eólica

A Makro Engenharia, espe-cialista na movimentação de cargas horizontais e verticais,

armazenamento e logística criou um Centro de Treinamento para a forma-ção e capacitação de mão de obra técnica, especializada em montagem e manutenção de parques eólicos. O treinamento é voltado para as funções de Gerência, Coordenação, Qualidade, Segurança, Administração, Logística, Planejamento e atividades operacionais; supervisores, líderes, técnicos, montado-res e ajudantes.A empresa oferece, ainda, através da Makro Wind, guindastes e equipamentos para a montagem de turbinas eólicas

em todo o território nacional. Dispõe também de equipamentos e técnicos de serviços qualificados, com foco no serviço de manutenção, realizando procedimentos como apoio ao comissio-namento; manutenções programadas e não programadas (retrofit, preventiva e corretiva); upgrades e serviços pontuais e soluções personalizadas.A Makro Wind tem sua frota própria de guindastes telescópi-cos sobre pneus AT’s e RT’s de 25 a 1.200 toneladas e guindastes sobre esteira de 250 a 750 tone-ladas, com lanças que chegam a 140 metros, além de toda linha de equipamentos auxiliares.

A Brasil Máquinas fechou um acordo com a XCMG para a implantação de uma fábrica de motonivela-doras e rolos compactadores no Brasil. A empresa

brasileira já distribuía os produtos da empresa chinesa com exclusividade desde 2007.A primeira fase da joint venture será implantada na distribuidora Brasil Máquinas já em operação no Espírito Santo. O aporte inicial será integralmente da companhia

brasileira: cerca de US$ 15 milhões. Até o final de 2010, a XCMG terá 20% do negócio e devendo investir outros US$ 10 milhões. Em 2011 um novo local será definido para a instalação definitiva da planta fabril. Será preciso um local com, pelo menos, 12 mil m², capaz de abrigar a produção de 400 rolos compactadores e 400 motoniveladoras/ano, com projeção de faturamento de R$ 160 milhões já para 2011.

XCmG terá fábrica de us$ 15 milhões no Brasil

A Tracbel, maior distribuidora da Volvo Construction Equipment na América Latina, anuncia a ampliação de sua unidade no Pará, na cidade de Mari-tuba. A ação deve contribuir para a empresa atingir o faturamento de R$

50 milhões na região Norte até o final deste ano, representando um aumento de cerca de 38% em relação ao ano anterior. Em 2009, a regional paraense alcançou o faturamento de R$ 36 milhões. Na nova localidade, a Tracbel contará com uma estrutura completa de vendas e apoio ao pós-venda dos clientes na região, que inclui a manutenção preventiva e corretiva especializada dos equipamentos e o estoque local de produtos e peças de reposição. Além disso, a empresa oferece aos clientes a alternativa para a locação de máquinas novas ou seminovas, através da Volvo Rents.

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entrevista

14 / Grandes Construções

O cimento é o segundo produto mais consumido no mundo, perdendo apenas para a água. E no momento em que o Brasil inicia um novo ciclo de desenvolvimento, tendo a indústria da construção como uma das princi-pais molas propulsoras, o insumo pas-sa a ter uma importância ainda maior. Cresce também o temor que volta e meia passa pela cabeça dos principais envolvidos na cadeia de produção do setor: a indústria nacional de cimento teria fôlego suficiente para abastecer

o País, nesse momento de aquecimen-to de mercado?

O receio não é infundado. Em 2008 chegou a faltar o produto em regiões onde houve um salto súbito de cresci-mento de demanda, como o Nordeste do País. Na ocasião, a indústria se mo-bilizou para deslocar estoques, mas foi inevitável a importação do insumo (ver matéria nesta edição). O problema só não se agravou porque veio a crise da economia mundial, trazendo uma pe-quena retração nos projetos em anda-

mento, dando à indústria do cimento tempo para recuperar o fôlego.

Agora, com a retomada do ritmo de crescimento, o fantasma do desabas-tecimento volta a assombrar. Marcelo Chamma, diretor Comercial da Voto-rantim, garante, no entanto, que não há motivos para temor. Ele afirma que a experiência de 2008 serviu de alerta para que fossem acelerados os investi-mentos necessários para que não falte cimento no País. Só a Votorantim, líder de vendas no mercado brasileiro, com

Pode faltar cimento no Brasil? Marcelo Chamma, diretor Comercial da Votorantim, garante que

investimentos maciços realizados pela indústria afastaram esse fantasma

T Obras do Beach Park Wellness Resort, no Ceará, exemplo do boom da construção civil na região Nordeste

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Setembro 2010 / 15

uma participação de 41% no mercado, está investindo R$ 5 bilhões na ampliação da sua capacidade instala-da e no desenvolvimento de novas tecnologias, como parte de um programa de ação até 2013.

grandes construções – o brasil vive um novo ciclo de desenvolvimento, que se espera duradouro e susten-tável, no qual a indústria da construção civil ocupa papel muito importante, tanto como um dos induto-res desse desenvolvimento, quanto como responsável pela execução dos projetos de infraestrutura indispen-sáveis para esse desenvol-

vimento. nesse contexto surge uma preocupação que se iniciou já há cerca de dois anos: existe a possibi-lidade da falta de cimento para o atendimento dessa grande demanda por insu-mos para a construção?

Marcelo chamma – Não

existe esse risco. De fato

essa preocupação ocorreu

em 2008, porque a indús-

tria do cimento se caracte-

riza por demandar capital

intensivo e longo período

de maturação dos inves-

timentos. Além disso, a

indústria sempre conviveu

com períodos em que ha-

via mercado, mas não ha-

via garantias de que esses

mercados se manteriam

aquecidos, justificando in-

vestimentos pesados na

cadeia de produção. Por

isso, a indústria do cimen-

to como um todo sempre

sofreu com a falta de se-

gurança na existência de

mercado futuro (e por um

longo período) capaz de

justificar os investimentos.

Em 2008 tivemos um pe-

queno risco de desabaste-

cimento porque houve um

grande salto de consumo

repentino, um aquecimen-

to rápido do mercado. Esse

risco foi superado em parte

por um grande esforço da

indústria em buscar solu-

ções, e em outra parte por-

que logo em seguida veio a

crise mundial da economia,

que se refletiu no Brasil,

freando boa parte dos in-

vestimentos.

Mas já naquele momento

a indústria do cimento havia

acordado para a possibilida-

de de aumento de demanda

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entrevista

do mercado e já estava em curso

uma série de programas de investi-

mentos no aumento da capacidade

produtiva. Só que esses investimen-

tos ainda não estavam maduros.

gc – Qual o tempo médio para

a construção de uma unidade de

produção de cimento, no brasil?

Marcelo Chamma – Dois anos

e meio é um prazo considerado

normal para se iniciar um projeto

até o início da operação de uma

unidade. O que aconteceu foi que

em 2008 estavam em curso inves-

timentos que só ficariam prontos

em 2009. De fato, novas fábricas

entraram em produção no ano

passado, e outras estão em cons-

trução ou em projeto.

gc – Então pode-se dizer que a

ameaça de desabastecimento de

2008 serviu de alerta para a indús-

tria do cimento no brasil?

Marcelo chamma – Exatamen-

te. Os riscos que existiram, a in-

dústria soube superar, fazendo

pequenas importações. Nós da

Votorantim, por exemplo, fizemos

uma importação pequena, para o

tamanho do mercado, porém ne-

cessária para atender especifica-

mente uma região do Nordeste,

enquanto uma fábrica nova, em

obra, não entrava em operação.

Por tudo isso, eu diria que foi uma

experiência que serviu de alerta,

felizmente não ocorreram proble-

mas graves e a indústria aprendeu

com a experiência. A Votorantim,

especificamente, deu início a um

programa amplo de investimentos

para atender à crescente demanda

do mercado nesses novos tempos.

gc – Quais as metas desse pro-

grama de investimentos?

Marcelo chamma – De 2007 até

hoje nós inauguramos nove fábri-

cas novas no Brasil, temos cinco no-

vas unidades em construção nesse

momento e temos projetos para a instalação de mais oito novas uni-dades. Ou seja, a meta é termos 22 novas fábricas, de 2007 a 2013.

gc – Essas novas fábricas irão se somar a quantas já existentes?

Marcelo chamma – Elas irão se somar a 15 já existentes. Nós va-mos ficar, portanto, com um par-que industrial de 37 fábricas de cimento no Brasil.

gc – Qual o volume de recursos a serem investidos nesse período, até 2013?

Marcelo chamma – Serão cerca de R$ 5 bilhões.

gc – Qual a capacidade insta-lada do votorantim hoje e para quanto passará com a conclusão desse plano de investimentos?

Marcelo chamma – Hoje nós te-mos a capacidade de produção de 26 milhões de toneladas/ano e, ao término desse programa de investi-

“De 2007 até hoje

nós inauguramos

nove fábricas novas

no Brasil, temos

cinco unidades em

construção nesse

momento e temos

projetos para a

instalação de mais

oito novas unidades.

Ou seja, a meta é

termos 22 novas

fábricas, de 2007

a 2013.” S Marcelo Chamma: falha no abastecimento em 2008 foi um alerta para a indústria

16 / Grandes Construções

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entrevista

18 / Grandes Construções18 / Grandes Construções

mentos, vamos estar com uma capa-

cidade de 35 milhões de toneladas.

gc – a indústria da construção de-manda, cada vez mais no brasil, de soluções para a execução de grandes projetos, em um ciclo de produção cada vez mais rápido, do ponto de

vista da execução das obras. a vo-torantim está pronta para oferecer respostas a esta demanda, que não é só de quantidade, mas de qualidade?

Marcelo chamma – Certamente que sim. É bom salientar que boa parte desses investimentos será destinada à pesquisa e desenvolvi-

mento de Novas tecnologias. A Vo-

torantim sempre fez investimentos

maciços nesta área. Temos o maior

centro de tecnologia do setor, no

País. Quando nós projetamos uma

fábrica nova, temos a preocupação

de dimensioná-la de acordo com o

perfil das necessidades do mercado

que ela irá abastecer. Cada merca-

do tem as suas características e nós

desenhamos cada fábrica de acordo

com essas características e com as

suas potencialidades. Isso significa

que cada fábrica nossa está ade-

quada em termos tecnológicos, não

só no que diz respeito ao produto

final, como também à produção,

distribuição e gestão. É importante

não só ter um bom produto, mas

fazer com que esse produto chegue

ao cliente, ao mercado, no momen-

to em que ele deseje, no tipo de

embalagem que ele deseje. Temos

que planejar que tipo de transpor-

te ele necessita, temos que ter uma

boa estrutura de distribuição para

que o produto chegue ao cliente

final sem gerar nenhuma forma de

preocupação para esse cliente.

cg – o senhor tocou numa ques-tão importante. Sabemos que o brasil dispõe de uma estrutura lo-gística precária. a ferrovia participa da matriz de transporte do País em proporções bem pequenas. a maior forte fica por conta de uma malha rodoviária que carece de manuten-ção e de obras de modernização. Muitos setores produtivos, no brasil, são prejudicados, na sua competiti-vidade, por esse cenário. Fala-se até no risco de um apagão logístico, nos próximos anos. como a votorantim estrutura sua logística de distribui-ção para todo o território nacional?

Marcelo chamma – Essa é uma

questão muito relevante. Diariamen-

te nós mobilizamos uma frota de

mais de 5 mil caminhões para levar

nossos produtos a todos os lugares

S Unidade da Votorantim em Pecém, Ceará

S Fábrica da Votorantim em Itaú de Minas

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www.oempreiteiro.com.br19 Setembro 2010 / 19

no Brasil. Por conta dessas limitações

nós encontramos certas dificuldades

em abastecer regiões mais distantes e

até mesmo para exportar nossos pro-

dutos. Mas, além da necessidade de

investimentos na manutenção da ma-

lha existente, o que se observa, nesses

períodos de pico de desenvolvimento,

é o aumento da demanda por veículos

pra o transporte. Com o enriquecimen-

to da sociedade ocorre um aumento de

consumo de alimentos, bens de consu-

mo, remédios, máquinas, etc. E tudo

isso precisa ser transportado.

O que notamos é que o transporte

de cimento tem que concorrer com o

transporte desses outros bens, e que

não há veículos suficientes. O resulta-

do é o aumento do frete, que incide

sobre o valor final do produto. E o ci-

mento é um produto de muito volume

e baixo valor por quilo, ou seja, ele

tem baixo valor agregado e tem que

ser transportado em grandes volumes.

Nesses casos, qualquer aumento nos

custos do transporte se faz sentir for-

temente no custo do produto.

cg – isso quer dizer que o cimento seria uma carga típica para o transpor-te ferroviário, se tivéssemos uma ma-lha ferroviária com boa cobertura do território nacional?

Marcelo chamma – Certamente.

Daí seria necessária ainda uma ma-

lha rodoviária mais fina, para levar o

produto dos terminais ferroviários aos

garndes centros de distribuição, mas

infelizmente temos uma malha ferro-

viária muito aquém do necessário e o

Brasil ainda é um país que depende

muito do transporte rodoviário. E isso

gera não somente um aumento no

custo do transporte como também a

dificuldade na contratação dos veícu-

los pra o transportem, causando um

transtorno para os clientes.

gc – Em que regiões essas dificuldades se manifestam de maneira mais severa?

Marcelo chamma – Principalmente

no Nordeste, onde se tem registrado

taxas de crescimento mais acentuadas

neste período. Em parte porque esta

é uma região onde houve um cresci-

mento represado por muitos anos e em

parte porque lá se verificou uma súbita

melhoria na qualidade de vida de boa

parte da população. Sabe-se que o

primeiro sonho do brasileiro é a casa

própria. Assim que melhoram de vida,

as pessoas buscam ter seus lares. E o

Nordeste está experimentando isso.

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20 / Grandes Construções

entrevista

Julho de 2010. O consumo de cimen-to em todo o Nordeste, principalmente no estado do Ceará, atinge índices sur-preendentes, acima da capacidade de abastecimento para a região, por parte dos fabricantes nacionais. Para evitar o agravamento do problema, a Votorantim, principal fornecedora do produto no Es-tado, decidiu importar do Vietnã cerca de 300 mil toneladas do produto, embarca-das em 10 navios, cada um com cerca de 600 mil sacas.

Temendo um agravamento do proble-ma, o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE) elaborou um relatório estimando a quantidade de cimento que suas associadas irão consumir durante o segundo semestre deste ano. O documento foi entregue às duas principais fornecedoras – Votorantim e Nassau.

Segundo a Votorantim Cimentos, a importação do cimento foi uma medida paliativa para suprir a necessidade do pro-duto no Ceará de maneira rápida e eficaz. A empresa descartou a possibilidade de tornar a importação um recurso usual, já que os custos com a importação são muito

altos, podendo representar um acréscimo de R$ 1,90 ao preço do saco de cimento.

De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic), o Estado do Ceará consumiu 1,437 milhão de tonela-das do produto em 2009, o equivalente a uma média de 120 mil toneladas/mês. O estado é hoje o terceiro maior mercado do Nordeste, ficando atrás apenas da Bahia e de Pernambuco.

Ainda de acordo com a entidade, o consumo de todo no Nordeste somou pouco mais de 10 milhões de toneladas, no mesmo período, o que representou um crescimento de 7,2% em relação a 2008. Enquanto o consumo no Nordeste “explo-dia”, no restante do País ele se manteve em crescimento residual, registrando um incremento de apenas 0,2%, ou seja, cer-ca de 51,6 milhões de toneladas.

Atualmente, a produção das duas fábri-cas do grupo dedicadas ao fornecimento do Ceará e região não está mais supor-tando a demanda. Uma está situada em Pecém e outra em Sobral, produzindo, juntas, cerca de 120 mil toneladas por mês. Para atender a demanda da região a

Votorantim anunciou a construção de uma nova fábrica na cidade de Baraúna (RN), no Vale do Jaguaribe, com capacidade para produzir 110 mil toneladas mensais, com previsão de entrada em operação em 2011. Há ainda o projeto de instalação de outras fábricas no Ceará, na Bahia e no Maranhão. Com a construção, o grupo prevê colocar no mercado mais de 10 mi-lhões de toneladas de cimento produzido, elevando assim a capacidade total da com-panhia para 42 milhões de toneladas.

Ainda para ampliar a capacidade de produção, em 2009 a Votorantim concluiu os projetos de expansão com fábricas in-tegradas em Xambioá (TO) e Porto Velho (RO), além de novo forno de pozolana em Nobres (MT).

Para 2010, está prevista a entrada em operação de novas fábricas em Vidal Ra-mos (SC) e Sepetiba (RJ.

A Votorantim Cimentos está entre os dez maiores players globais de cimento, concreto e agregados. No Brasil, no ano de 2009, o grupo obteve receita líquida de R$ 7,7 bilhões. A empresa conta com 11 mil funcionários.

Consumo de cimento “explode”no Nordeste, exigindo importação

S Obras do metrô de Fortaleza (Metrofor), no Ceará

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M&t eXPO Ps

22 / Grandes Construções

Se depender do apoio da imprensa especializada do Brasil e de seis paí-ses da América do Sul e Caribe, a pri-meira edição da M&T Expo Peças, Serviços e Rental, a se realizar de 10 a 13 de agosto de 2011, em São Pau-lo, já é um sucesso. Isso ficou claro durante o encontro promovido pela Sobratema, organizadora do evento, para a sua apresentação a 37 jornalis-tas de revistas especializadas e sites de notícias, dedicados aos setores de Construção Civil, Engenharia, Mi-neração, Máquinas e Equipamentos, Energia e Siderurgia, entre outros.

Estiveram presentes ao encontro, ocorrido no restaurante Shintori, no Centro de São Paulo, no dia 14 de setembro, jornalistas da Argen-tina, Chile, Cuba, Costa Rica, Pa-

raguai e Peru, além do Brasil (ver tabela abaixo). Todos se mostraram entusiasmados com a realização da primeira feira latino-americana de peças e serviços de equipamentos para a construção e mineração que, segundo afirmaram, veio preencher uma lacuna na região, atendendo ao crescimento de demanda por infor-mação qualificada para os setores.

Os profissionais da imprensa foram recepcionados por Mário Humberto Marques, presidente da Sobratema, Afonso Celso Mame-de, vice-presidente da entidade, seu diretor-executivo, Paulo Lancerotti, e Hugo Ribas, diretor da M&T Expo Peças, Serviços e Rental.

Em seu discurso de boas vindas, Mário Humberto informou aos

convidados que a nova feira tem a proposta inovadora de criar espaço para que os segmentos representati-vos que compõem a cadeia logística da indústria possam se apresentar em um evento que faça jus à im-portância dos setores para os quais a feira se destina. “Esta proposta, no entanto, será bem sucedida na medida em que as revistas, jornais e entidades aqui representadas por vocês se engajarem conosco na di-vulgação deste evento único”, afir-mou.

De acordo com o presidente da Sobratema, a M&T Expo Peças e Serviços abre espaço para um públi-co fornecedor que movimentará na economia brasileira de R$ 9 a R$11 bilhões em 2011. O evento permitirá

m&T PeçAs, servIços e renTAl Tem APoIo dA

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Page 23: Construcoes Grandes · desenvolvimento do Brasil O Grupo Sany é um dos maiores fabricantes de máquinas para engenharia do mundo, ... Em Fevereiro de 2010, a Sany assinou um acordo

que o fabricante ou representante autoriza-do exclusivo exponha os seus produtos e tome contato com as necessidades de seus clientes e com os atributos dos concorren-tes. “Esta troca de informações é que per-mitirá a realização de novos investimentos para o desenvolvimento de produtos me-lhores e mais competitivos que atendam a um padrão mundial. Permitirá por outro lado que os usuários tomem conhecimento de toda a gama de produtos e serviços que está a seu dispor”.

Com pouco menos de um ano para o evento, a planta da feira está com mais de 70% do espaço reservado, o que significa uma ocupação de aproximadamente 14,5 mil m², por mais de 80 empresas. A feira ocupará um espaço de 20 mil m2 de área de exposição e 30 mil m2 de área de total.

Algumas das indústrias confirmadas são: Liebherr, Madal Palfinger, Antractor do Brasil, Beijing Cornfairs, Beijing Joint, Biza/Fortractor Gold, Bosch Rexroth, Bozza, BTK, Casa dos Tratores, Central Locadora, Compsis, Copex, DSL, Enco-pel, Escad, Everton, Forjafix, Fluid Po-wer, GHT Cercom, GHT Store, Grupo Novatrack, HYVA, Livenza, Machbert, Metisa, Minusa, Mobil Lubrificantes, Monteli Seguros, Novak&Gouveia, Ogu-ra Clutch, OilCheck, Panegossi, Piracica-

ba Eletrodiesel, Retifort, Rolink – Trac-tors, Romanelli, Scapsul, Solaris, SSAB, TBM, Tecpolimer/Tecflex, Tratorgel, Triex, TWG/Dover, Willtec, Yto Brasil e Yutong/Mundialtractor.

“Os mercados de peças de reposição, de prestação de serviços e de locação de equi-pamentos estão crescendo de maneira ace-lerada, acompanhando o bom momento do setor de infraestrutura no País. Esta é a principal razão porque tantas empresas es-tão apoiando e decidindo investir em uma feira inédita como a M&T Expo PS, que agrega ainda mais valor ao seu negócio”, afirma Mario Humberto Marques

Sobre o setor de rental, Mário Hum-berto adiantou que terá na nova feira lu-gar de destaque. “Trata-se de um setor que absorve uma fatia significativa do PIB da construção no Brasil. Quase todos os grandes fabricantes estabelecidos no País constituíram suas próprias empresas de rental. Grandes players internacionais têm prospectado o mercado brasileiro para realizar os seus investimentos neste setor. Estimamos que em 2010 cerca de 25% das máquinas produtivas da linha amarela, ou seja, cerca de 25.000 unidades, comporão a frota total de rental, da linha amarela, no País. De forma conservadora, podemos di-zer que em 2010 o mercado brasileiro de

locação terá movimentado no mínimo R$ 4 bilhões”, revelou.

Para Hugo Ribas, a feira nasce em um momento oportuno não só para o Brasil, mas para a América Latina como um todo, carente em investimentos significativos em infraestrutura e que finalmente vivencia um expressivo crescimento nesta área. Fa-lando da vocação da feira, Ribas disse que ela privilegia o fabricante ou distribuidor exclusivo. “Nesse espaço, o distribuidor multimarcas tem sua participação restrita como expositor. Ele poderá participar ape-nas como visitante privilegiado”.

Afonso Mamede lembrou que a Sobra-tema completa 22 anos este ano, dedicados à difusão do conhecimento do setor, a des-peito das grandes dificuldades existentes nesta atividade. “Trata-se de um mercado muito segmentado, com várias associações que representam seus setores e enxergam apenas seus próprios umbigos”. Nesse con-texto, de acordo com o vice-presidente da Sobratema, a M&T Expo Peças, Serviços e Rental distingue-se por propiciar a apro-ximação dos diversos setores, reunindo quem produz e quem consome os produ-tos e serviços.

Para encerrar, Mário Humberto decla-rou: “Estamos em um momento único da economia Brasileira. Momentos como este não podem ser desperdiçados. Os expositores e visitantes poderão estar as-segurando um lugar de destaque no palco dos negócios nos próximos cinco anos ao participar da M&T Expo Peças e Serviços. Temos um encontro marcado de 10 a 13 de agosto de 2011”.

Otimismo que marca o setor esteve presente no encontro

1 2 4 5 63

S 1.Josefina Castilho, 2. Miguel Zavala, 3. Jessica Terreros Jorge, 4. Ignácio Pica, 5. Afonso Mamede, 6. Paulo Lancerotti e Hugo Ribas

W Mário Humberto Marques, presidente da Sobratema, apresenta números do setor aos jornalistas convidados

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24 / Grandes Construções

COPa 2014

o que PensAm os formAdores de oPInIão Josefina Alvarez Castilho, Revista

Obras, Cuba:“Parece-me que será um evento muito

interessante. É a primeira do gênero na América Latina. Nunca soube de outra que fosse voltada para este mercado específico. Será uma boa oportunidade de reunir, no mesmo lugar, quem oferece os produtos e serviços para estes setores, e quem utiliza esses produtos e serviços”.

Miguel Zavala Torres, Revista Tecno-logia Minera, Peru:

“As construtoras e mineradoras da Amé-rica Latina há muito tempo esperavam por uma feira com este perfil. No Peru estamos vivendo um boom das indústrias da cons-trução e mineração. Há muitos investimen-tos em jogo e certamente estes mercados demandarão novas soluções em manuten-ção e serviços para sua cadeia de produção. Por tudo isso, a feira acontece em um mo-mento muito oportuno”

Antonio Carlos Spaletta, Revista Borracha Atual, Brasil:

“Nossa revista está atenta às novidades nos setor de reciclagem da borracha e sus-tentabilidade. Estamos interessados, por exemplo, nas destinações que podem ser dadas a pneus, correias transportadoras e outros elementos feitos de borracha, ao fi-nal de sua vida útil. Nossa expectativa é que a feira revele ao mercado fornecedores de soluções nestas áreas, novas idéias e opor-tunidades de negócios”.

Jessica María Terreros Jorge, Revista Minería Y Medio Ambiente e Revista Ingenieria e Construccion, Peru:

“Os empresários e investidores do Peru terão uma excelente oportunidade para co-

nhecer as novas opções em tecnologias para os setores de construção e mineração. Acre-dito que a feira permitirá a intensa troca de informações que estes setores precisam.

Ignácio Pica, Revista El Constructor, Argentina:

“Na Argentina estão acontecendo muitas obras púbicas de infraestrutura. O merca-do de construção está muito aquecido e precisando de informações novas. Nesse sentido, o Brasil é uma referência muito forte. Não só porque é cenário de um gran-de volume de obras de grande porte, mas também porque aqui há muitos fabricantes importantes, estabelecidos com suas fábri-cas. A feira vai permitir esse intercâmbio de experiências e informações, principalmen-te na área de manutenção de máquinas e equipamentos para a construção pesada.”

Carolyn Hernández, Revista Cons-truir, Costa Rica:

“Na minha opinião, o mais importan-te é que a nova feira servirá de exemplo, para que os demais países da América Latina organizem seus próprios eventos voltados para soluções em manutenção e pós-venda em equipamentos para a construção pesada. Tenho certeza que os empresários da Costa Rica e de toda a América Latina identificarão nesta feira uma excelente oportunidade de conhe-cer novas tecnologias e fazer negócios.”

Andrea Moreira Papelo, Revista Vial, Argentina:

“Este é o tipo de evento de interessa não só às áreas de construção e mineração, mas também a toda uma cadeia de logística. Vai interessar a todas as empresas que atuam no setor, dando grande visibilidade à indústria

fornecedora de soluções para estes setores”

Susana Meersohn, Revista Area Mi-nera:

”Acredito que a M&T Expo Peças e Ser-viços será muito interessante editorialmen-te. Para os jornalistas da imprensa especiali-zada da América Latina será uma rica fonte de informações.”

RELAÇÃO DOS VEÍCULOS PRESENTES VEÍCULO PAÍS

Revista Obras CUBA

Revista Transporte Terrestre CHILE

Revista Horizonte Minero PERU

Grupo Constructivo PERU

Revista Tecnologia Minera PERU

El Constructor - Elco Editores ARGENTINA

Revista Panorama Minero ARGENTINA

Revista Construir COSTA RICA

Revista Vial ARGENTINA

Revistas Megavatios/Ingenieria Quimica ARGENTINA

Revista AreaMinera CHILE

Revista Minería Y Medio Ambiente PERU

Revista Ingenieria Construccion PERU

Contractors World (Inglaterra) INGLATERRA

Diário Última Hora PARAGUAY

Revista Del Camionero CHILE

EAE Máquinas BRASIL

Revista Apelmat BRASIL

Revista Locação e Negócios BRASIL

Revista Construtores BRASIL

Revista Ferrovia BRASIL

Revista OTM BRASIL

Revista Minérios & Minerales BRASIL

Revista Borracha Atual BRASIL

Revista Crane Brasil BRASIL

Revista Brasil Mineral BRASIL

Revista Fundações & Obras Geotécnicas BRASIL

Transpo On Line BRASIL

Revista In the Mine BRASIL

Revista Engenharia BRASIL

Revista Siderurgia Brasil BRASIL

Revista O Empreiteiro BRASIL

Tracbel Magazine BRASIL

Revista Areia e Brita BRASIL

Tv na Obra BRASIL

Portal Metramaq/Tv Metramaq BRASIL

Revista Grandes Construções BRASIL

Revista M&T BRASIL

Números divulgados duraNte o eNcoNtro com a impreNsa• No ano de 2010 o Produto Interno Bruto do Brasil deverá atingir o montante de R$3,5 trilhões

ou o equivalente a US$2,0 trilhões.• Peças, serviços e locação de máquinas para o setor de construção incluem-se em um setor que gira cerca de 5%

do PIB Brasileiro ou cerca de R$175 bilhões (US$100 bilhões).• O setor de construção no Brasil deverá gerar cerca de 400 mil empregos diretos em 2010.

• A frota de máquinas da linha amarela, em operação produtiva, chegará a 100 mil unidades, 22 mil das quais serão vendidas em 2010.

• Da frota total, cerca de 4 mil máquinas serão paralisadas este ano, por obsolescência.• Os serviços diretos voltados para a operação desta frota deverão atingir no mínimo R$ 2,0 bilhões.

• Estima-se que o mercado brasileiro de peças de reposição movimentou cerca de R$ 3,5 bilhões em 2009 e que movimentará cerca de R$ 4,0 bilhões em 2.010.

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Setembro 2010 / 25

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26 / Grandes Construções

sObrateMa fÓruM

Relatório dos investimentos

em infraestrutura 2010-2016

Mais de 9.500 obras de grande porte em todo o País, em setores tão diversos quanto saneamento, geração de energia, transporte e logística, si-derurgia, hotelaria, papel e celulose, arenas desportivas, petróleo e gás e shoppings centers. Oportunidades de negócios que envolvem recursos su-periores a R$ 1,3 trilhão. Essa é a nova cara do Brasil, que desponta finalmen-te, no cenário da economia mundial, como uma das nações mais promisso-

ras, capaz de descrever uma trajetória de crescimento sustentável e atraente para investidores do mundo todo.

Esse também é o cenário da pes-quisa encomendada pela Sobratema, que deverá orientar não só seus asso-ciados – representantes da indústria de máquinas e equipamentos para a construção pesada e mineração – como também todos os players que atuam nos setores de construção ci-vil, engenharia, mineração e infraes-

trutura, pelos próximos seis anos. Resultado de seis meses de pesqui-

sa, e concluído em março deste ano, o relatório “Principais Investimentos nas Áreas de Infraestrutura e Indústria”, onde estão previstos investimentos no Brasil até 2016, tem o objetivo de estru-turar e organizar as informações dispo-níveis no mercado (mas até então dis-persas ou circulando apenas dentro de cada área de negócio), de forma a reu-ní-las em um único documento. Com

Brasil, um canteiro de 9.500 obras com orçamento de R$ 1,3 trilhão

Sobratema divulga levantamento de conjunto de obras em todo o Brasil com execução prevista até 2016, para orientar indústria e investidores

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Setembro 2010 / 27

em infraestrutura 2010-2016

"Ao oferecer ao mercado informação altamente qualificada, esse estudo permite que toda a indústria da construção – incluindo cons-trutoras, fabricantes de máquinas, peças e equipamentos, fornece-dores de serviços e insumos para a construção – faça suas análises quantitativas, programe seus investimentos, planeje e redimensione suas capacidades, de forma a melhor atender às demandas crescentes desse mercado" Paulo Lancerotti, diretor-executivo da Sobratema

esta proposta, o relatório apresenta um panorama geral da indústria da constru-ção no País, e aponta as perspectivas de cada um dos segmentos mais relevantes da infraestrutura e das obras.

De acordo com Cristina della Pen-na, diretora da Criactive Assessoria Comercial, empresa de consultoria contratada pela Sobratema para a reali-zação do estudo, o trabalho busca ma-terializar a percepção de que a indús-tria da construção e toda a sua cadeia vêm assumindo um papel de grande relevância neste novo ciclo de desen-volvimento do País. “O PAC, a Copa 2014 e as Olimpíadas 2016 são alguns dos alavancadores, que certamente farão diferença e levarão os volumes de investimentos em infraestrutura a novos patamares no nosso País. E toda a cadeia da construção tem acompa-nhado esse salto de desenvolvimento e se preparado para o que deve aconte-cer em termos de obras, nos próximos anos”, avalia.

Para Paulo Lancerotti, diretor-exe-cutivo da Sobratema, o relatório, ao oferecer ao mercado informação alta-mente qualificada, permite que toda a indústria da construção – incluindo construtoras, fabricantes de máquinas,

peças e equipamentos, fornecedores de serviços e insumos para a constru-ção – faça suas análises quantitativas, programe seus investimentos, planeje e redimensione suas capacidades, de forma a melhor atender às demandas crescentes desse mercado.

metodologiaCristina explica que, para oferecer

uma visão privilegiada do cenário na-cional, com áreas de negócios tão diver-sas e tantas oportunidades de investi-mentos, o estudo optou por segmentar o mercado em 11 setores. São eles:

Energia: subdividido em obras de geração, transmissão e distribuição. No total foram utilizadas 43 fontes se-cundárias no levantamento dos dados;

Combustível: subdividido em obras nas áreas de álcool, biodiesel, estaleiro, etanol, gás e petróleo. Neste setor fo-ram consultadas 13 fontes secundarias;

Saneamento: subdividido em obras de: abastecimento/esgoto, adutoras, barragens/açudes, irrigação, sanea-mento/meio ambiente e outras. Para as análises deste setor serviram de base oito fontes secundarias;

Transporte: subdividido em obras de aeroportos, ferrovias, hidrovias,

metrôs, pontes/viadutos, portos, ro-dovias/vias urbanas e outras. No total, foram utilizadas 18 fontes secundarias;

Habitação: subdividido em obras de habitação e urbanização, com a con-sulta de oito fontes secundarias;

Setor Privado: subdividido em obras industriais, mineração, siderur-gia e outras. Além das 49 fontes secun-darias, foram contatadas 14 empresas de grande porte, dos diversos setores, na busca de informações primárias;

Hotel & Resort: além das 33 fontes secundárias, foram contatadas as prin-cipais redes hoteleiras, na busca de in-formações primárias;

Shopping Center: além das 101 fontes secundárias, foram ouvidas as principais redes do setor na busca de informações primárias;

Copa 2014: nos estudos foram con-sideradas apenas as obras de infraes-trutura esportiva, balizadas em duas fontes secundárias;

Olimpíadas 2016: foram considera-das apenas as obras de infraestrutura esportiva, com base em informações de seis fontes secundárias;

Outros: subdividido em obras de hospitais, universidades e infraestru-tura de turismo, entre outras. Além de

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sObrateMa fÓruMsObrateMa fÓruM

64 fontes secundárias, foram contata-das as principais redes de hospitais e grupos de ensino.

Para cada setor foi elaborada uma analise geral e um ranking das princi-pais obras. O estudo também permite quantificar o volume de investimentos por região e por tipo de obra, possibili-tando análises gerenciais e estratégicas.

Crescimento com muita energia De acordo com o levantamento, que

levou em conta principalmente os da-dos do BNDES, só na área de infraes-trutura, a perspectiva de investimentos é da ordem de R$ 274 bilhões entre 2010 e 2013. Estão contemplados os setores de energia elétrica, telecomu-nicações, saneamento e logística. Nes-ta área, o setor de Energia será o que mais vai demandar recursos, com um volume de investimentos previstos da ordem de R$ 92 bilhões. Isso repre-senta 33,5% do total de investimentos na área, até 2013.

São projetos de geração, transmis-são e distribuição de energia, que têm como carros-chefes os projetos do Complexo Hidrelétrico do Rio Madei-ra – as usinas de Jirau, com 3.450 MW, e Santo Antônio, com 3.200 MW, ambas em Rondônia –, além de Belo Monte, com potencial de 11.233 MW, no Pará, e da terceira usina nuclear de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. O montante a ser investido no setor é 35,7% superior ao que foi disponibilizado entre 2005 e 2008 (R$ 199 bilhões).

Na sequência, em termos de volume de recursos, vêm os setores de teleco-municações, saneamento, ferrovias, transporte, rodoviário e portos.

Ainda com base em projeção do BNDES, a pesquisa apurou que, gra-ças às recém-descobertas reservas do pré-sal, a exploração de petróleo e gás vai liderar o investimento da indústria nos próximos quatro anos, somando US$ 271 bilhões (cerca de R$ 487 bilhões). Na comparação com o perí-odo de 2005 a 2008, o valor representa crescimento de quase 42% no volume de recursos aplicados na indústria. O pré-sal deverá gerar um efeito multipli-

cador na indústria brasileira, como um ciclo virtuoso. Vários setores, como os da indústria naval, siderurgia, metalur-gia e equipamentos, se beneficiarão da exploração das áreas.

Mais de 60% dos investimentos virá de petróleo e gás, responsáveis por US$ 171 bilhões ate 2013, pela estimativa do banco. A Petrobras, em seu planejamento estratégico, prevê in-vestimentos de US$ 174,4 bilhões de 2009 a 2013.

Outro setor da cadeia do petróleo que contribuirá muito para a expansão da indústria é o petroquímico, que vai mais do que triplicar os investimentos em relação aos US$ 5 bilhões do perí-

odo 2005-2008. Segundo o BNDES, serão aplicados US$ 17 bilhões na petroquímica até 2013, um aumento de 240% em relação ao outro quadri-ênio. Entre os projetos em curso, estão o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e o Polo Petroquí-mico de Suape, em Pernambuco, que devem consumir US$ 8,4 bilhões e US$ 2 bilhões, respectivamente.

Pelo menos oito estaleiros de gran-de porte, no valor estimado de US$ 10 bilhões, estão sendo projetados por grupos nacionais e estrangeiros para operar no Brasil entre 2010 e 2011. O objetivo do reforço é atender as de-mandas crescentes de construção de sondas de perfuração, plataformas e navios petroleiros, que devem atingir R$ 150 bilhões em cinco anos, segun-

do o Sindicato Nacional da Indústria Naval (Sinaval).

O volume total de obras levantadas no setor de Saneamento foi de 5.838, gerando um investimento de R$ 80.964,8 milhões. No setor de Trans-porte foram levantadas 719 obras, totalizando um investimento de R$ 232.163,8 milhões.

Para capacitar as 12 cidades-sede para a realização da Copa 2014 serão necessários pelo menos R$ 79,4 bi-lhões em investimentos, voltados para obras de infraestrutura, construção de novos estádios de futebol existentes ou construção de novas instalações. As obras previstas contemplam ainda

a construção de centros de treinamen-to, reforma de aeroportos, projetos de incentivo ao turismo, segurança e adequação do sistema de transito, en-tre outras. Mas se forem consideradas apenas as obras das instalações des-portivas, os gastos projetados são da ordem de R$ 10 bilhões.

Já o projeto olímpico do Rio de Ja-neiro está orçado em cerca de R$ 25 bilhões, dos quais grande parte será destinada às obras de infraestrutura, como transporte, saneamento e se-gurança, além da construção de ins-talações esportivas, da Vila Olímpica e centro de imprensa, entre outras obras. Somente as instalações espor-tivas, no entanto, terão um custo de aproximadamente R$ 2 bilhões, distri-buídos em 41 obras.

28 / Grandes Construções

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30 / Grandes Construções

o que PensAm os rePresenTAnTes dA IndúsTrIA dA ConsTrução

Para Marcos Monteiro, Presidente da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece), desde que o Brasil foi anunciado como sede da Copa 2014 muito tem se falado do potencial de geração de negócios do evento e os benefícios que o país terá com os legados por ele deixados. Es-tudos realizados pela consultoria Ernst Young mostram que o campeonato poderá gerar, considerando-se apenas o setor da construção civil, um aumen-to do PIB da ordem de R$ 8 bilhões entre impactos diretos e indiretos. Ele observa, no entanto, que pouco se viu de ação efetiva por parte dos governos, desde o anúncio. “Algumas ações em estádios, poucos planos anunciados... É evidente que para as expectativas de resultados serem alcançadas é preciso investir”, pondera.

Monteiro observa que, de acordo com o estudo da consultoria, serão necessários investimentos de R$ 4,6 bilhões em estádios, R$ 3,2 bilhões na rede hoteleira, R$ 2,6 bilhões na rede de transporte (aéreo, viário, ferroviário etc.), além de R$ 2,8 bilhões em ações de infraestrutura e reurbanização, entre outros setores. Mas, em sua opinião, a participação da iniciativa privada tem sido tímida, por falta de segurança no retorno dos investimentos.

“O governo federal vem afirman-do, com razão, que grande parte dos investimentos terá que ser feita pela iniciativa privada. E esse é o grande nó da questão. Quem investe em qual-quer negócio em que não estão claras as regras do jogo? Onde não existe um planejamento claro ou projetos de implantação? Ou ainda, se não tem claro quais são as perspectivas de continuidade de geração de resultados após a realização do evento?”, ques-tiona Monteiro.

Ele crê que enquanto as diversas esferas do governo não se articularem e não apresentarem, claramente, pla-nejamento e projetos integrados para as diversas cidades-sede, bem como ações para continuidade de geração de negócios após a Copa, o setor privado não se sentirá seguro em tirar seus projetos de investimento do papel.

O presidente da Abece lembra que grandes obras de construção civil têm tempo de execução longo, e que por conta do longo período de inércia, talvez não tenhamos tempo de fazer as coisas da forma correta. “Teremos projetos básicos feitos na correria, com falhas e indefinições que causarão atrasos de obra e adendos contratuais. Teremos falta de mão de obra especia-lizada e a necessidade de utilizar uma mão de obra não qualificada produzirá obras com qualidade abaixo da deseja-da. Nada muito diferente do que vive-mos até agora, mas que ainda não foi suficiente para aprendermos”, lamenta.

O Brasil depOis de 2016Mais otimista, Paulo Godoy, presi-

dente da Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib), acredita que o Brasil que organizará a Copa do Mundo em 2014 e os Jo-gos Olímpicos em 2016 certamente será maior e mais exigente do que o atual. Para ele, a organização de dois dos eventos mais importantes do mun-do serve como fator fundamental para antecipar investimentos em diversos setores de infraestrutura e para pres-sionar por decisões das autoridades públicas envolvidas no planejamento, na execução e no controle de gastos e investimentos. “O Brasil, tão acostuma-do a conviver com atrasos e interrup-ções em obras de infraestrutura, terá de cumprir prazos para que os projetos

estejam à disposição da sociedade, já que há data marcada para os dois eventos começarem. Os projetos pre-vistos para os dois eventos esportivos, no entanto, não serão suficientes para suprir todas as necessidades das cida-des e da sociedade que anos e anos de investimentos aquém do necessário deixaram de legado. Mas há oportu-nidades claras para fazer confluir es-forços e recursos públicos e privados numa mesma direção, de forma que as intenções sejam traduzidas em obras importantes para reduzir gargalos eco-nômicos e sociais”, avalia Godoy.

“Em um estudo realizado pela Ab-dib para identificar a capacidade atual e ideal de infraestrutura e de serviços públicos para as cidades brasileiras receberem jogos da Copa do Mundo, foram identificados 786 projetos, com perspectiva de investimento de R$ 104 milhões, previstos ou em execu-ção nas áreas de portos, aeroportos, mobilidade urbana, energia elétrica, saneamento básico, telecomunicações, hotelaria, rede hospitalar, segurança pública e arenas esportivas.”

Godoy adverte, no entanto, que se o País quiser competir em igualdade de condições com as principais na-ções do mundo, terá de manter amplo e contínuo programa de investimentos em infraestrutura e promover ações para ampliar a qualidade de vida e as oportunidades para a população urba-na e rural.

O legadO é a nOssa medalha

Carlos Maurício Lima de Paula Barros, presidente da Associação Bra-sileira de Engenharia Industrial (Abemi), representante das empresas de enge-nharia industrial atuantes na implanta-ção da infraestrutura do País, também

S Carlos Maurício Lima de Paula Barros

S Paulo Godoy

S Marcos Monteiro

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32 / Grandes Construções

goverNo precisa racioNalizar gasto público maNteNdo os iNvestimeNtos

serGIo WATAnABe*

se preocupa com o legado dos grandes jogos para a sociedade. Ele calcula que pra viabilizar o projeto Rio 2016, a previsão de investimentos públicos e privados gira em torno de R$ 30 bilhões, dos quais R$ 23 bilhões aplicados em projetos de linhas de metrô, corredores de ônibus, revitalização da zona portuária, despoluição das baías, entre outras. Já para a Copa, dos R$ 104 bilhões em investimentos totais, 33%, ou R$ 60 bilhões, nas contas do dirigente setorial, correspondem a obras de mobilidade urbana. “Não surpreende que esse seja o setor a exigir maiores esforços: as cidades brasilei-ras há muito se ressentem da ausência de estrutura de transporte eficiente e adequada às necessidades da po-pulação”, analisa.

“Acelerar os projetos de modernização e ampliação do transporte de massa nas grandes cidades é um legado que poderá ficar da Copa e da Olimpíada, assim como a solução das deficiências crônicas em saneamento bási-co. Segundo estudo realizado em 2009, cerca de R$ 12 bilhões precisarão ser investidos em saneamento básico, praticamente o mesmo necessário à ampliação da capa-cidade da rede de hospitalidade”, revela.

Carlos Maurício destaca que um setor que concentra grandes expectativas é o aeroportuário. Com a maioria dos principais aeroportos brasileiros operando hoje acima da capacidade, as intervenções prometidas pelo governo federal se fazem urgentes não somente para atender ao aumento do fluxo de passageiros no período das compe-tições, mas principalmente para suportar o crescimento recente da demanda interna, pelo aumento do poder aquisitivo da população. O plano anunciado pela Infraero é de investir RS 5,4 bilhões em 16 aeroportos das 12 cidades-sede ate 2014. As reformas incluem novos ter-minais e pistas, ampliação de pátios e modernização de sistemas de aproximação e proteção ao voo.

Energia e telecomunicações são outros itens priori-tários na agenda do Brasil e dos eventos internacionais. Para o presidente da Abemi, na área energética, o desa-fio é aumentar a capacidade instalada em transmissão e distribuição e adotar medidas que impeçam os temidos ‘miniapagões’. Em comunicações, as demandas se re-lacionam à ampliação de redes de alta velocidade e na formação de estrutura capaz de suportar tráfego intenso de conteúdos e mensagens.

“Uma fotografia de 2010 revela um Brasil longe de estar pronto para sediar os dois maiores eventos espor-tivos do mundo. Se bem conduzidos, os investimentos programados poderão se transformar em legado perma-nente para toda a população brasileira. Caso contrário, o país corre o risco de um vexame internacional, com perda de imagem e credibilidade, duramente conquis-tadas”, alerta.

Será inevitável um forte ajuste nas finanças governamentais após as eleições. O controle sobre a dí-vida interna é premente em face do elevado nível de crescimento das despesas do governo. Dívida cres-cente significa necessidade de seu financiamento cada vez maior, o que implica elevação dos juros para atrair os investidores. Esta elevação é deletéria por desviar os investi-mentos da atividade produtiva, oca-sionando a diminuição do ritmo de crescimento econômico.

Portanto, a questão que se coloca não é o ajuste das finanças internas – ele é necessário –, mas como fazê-lo. Nesse processo, é essencial preservar e aumentar os recursos do Orçamen-to destinados a investimentos. Tais recursos, voltados à expansão da in-fraestrutura e ao subsídio à habitação para a população de baixa renda, são indispensáveis para que o PIB (Produ-to Interno Bruto) continue crescendo a taxas acima de 5% ao ano.

É nos gastos de custeio da má-quina administrativa que se devem centrar os esforços de racionalização. E para tanto não faltam ferramentas.

O próprio Ministério do Planeja-mento, Orçamento e Gestão deu um belo exemplo ao disponibilizar em seu site a “Coletânea de Melhores Práticas de Gestão do Gasto Público”.

Lá se encontra um elenco de medidas de racionalização. Em sua

grande maioria, são medidas sim-ples de economia de insumos, como a centralização de compras, a utili-zação do pregão eletrônico para a aquisição de bens comuns, a trans-parência mediante a publicação da execução orçamentária na internet, o sistema eletrônico de gastos.

Há também sugestões de sus-tentabilidade, tais como a raciona-lização dos gastos com água, restri-ções à sua utilização na lavagem de carros oficiais, captação de água de chuva, substituição de veículos para entregas por serviços de motoboys, controle eletrônico de abastecimen-to de combustível e conservação de energia elétrica.

Por último, há medidas como contenção de diárias de viagens e de passagens de avião, bem como a recomendação da substituição de cargos em comissão por asses-sorias. São sugestões que todos os atuais e futuros governantes deve-riam ler e colocar em prática.

Mas, uma vez que somente estas medidas não têm evitado o aumen-to do gasto público e dos tributos, também é necessário definir uma meta de redução da carga tributária, assim como se faz com a meta de inflação. Com isso, o Brasil poderia instituir um plano para a diminuição progressiva da carga tributária em 10 anos, até ela atingir 25% do PIB.

*Sergio Watanabe é presidente do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Cons-

trução Civil do Estado de São Paulo) e vice-presidente da CBIC (Câmara Brasileira

da Indústria da Construção)

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34 / Grandes Construções

análise consolidada dos setores

aM

RO

AM

AC

RR

AP

PAMA CE

PI

RN

PB

ALPE

SE

BA

TO

DF

GO

MT

MGES

SP RJ

MS

PR

SC

RS

braSilRegião obras (R$ milhões) %

+ de 1 Estado 67 63066,4 5,2%

Não informado 4 117,8 0,0%

Norte 887 76394,2 6,3%

Nordeste 3.737 283139,9 23,2%

Centro-Oeste 871 40222,8 3,3%

Sudeste 2.723 651984,3 53,4%

Sul 1.261 105402,9 8,6%

Total 9.550 1220328,3 100,0%

nortEEstados obras (R$ milhões) %

AC 97 1372,4 0,1%

AM 29 5212,6 0,4%

AP 16 778,7 0,1%

PA 385 29966,5 2,5%

RO 122 25556,6 2,1%

RR 70 1010,9 0,1%

TO 153 4317,8 0,4%

+ de 1 Estado 15 8178,7 0,7%

total 887 76394,2 6,3%

cEntro-oEStEDF 82 6088,0 0,5%

GO 350 12908,5 1,1%

MT 242 13966,0 1,1%

MS 191 6156,8 0,5%

+ de 1 Estado 6 1103,5 0,1%

Total 871 40222,8 3,3%

nordEStEAL 260 4565,9 0,4%

BA 734 38452,2 3,2%

CE 637 78234,5 6,4%

MA 353 52633,4 4,3%

PB 362 4202,9 0,3%

PE 575 51981,6 4,3%

PI 388 7624,6 0,6%

RN 231 7487,4 0,6%

SE 157 2910,8 0,2%

+ de 1 Estado 40 35046,6 2,9%

Total 3.737 283139,9 23,2%

SulPR 481 24517,0 2,0%

RS 486 41879,0 3,4%

SC 287 34452,6 2,8%

+ de 1 Estado 7 4554,3 0,4%

Total 105402,9 8,6%

SudEStEES 192 52029,1 4,3%

MG 940 53153,4 4,4%

RJ 460 215164,3 17,6%

SP 1.115 265823,5 21,8%

+ de 1 Estado 16 65814,1 5,4%

Total 2.723 651984,3 53,4%

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36 / Grandes Construções

número de obras e investimentos do setor por estado e região

braSilTotal 719 232.163,8 100,0%

EnErgia

aM

RO

AM

AC

RR

AP

PA

TO

MA CE

PI

RN

PB

AL

PE

SE

BA

DF

GO

MT

MS

MG

ES

SP RJ

PR

SC

RS

NÚMERO DE OBRAS E INVESTIMENTO POR TIPOTipo de Obra obras (R$ milhões) %Distribuição 71 17.560,0 10,0%

Geração 300 129.781,7 75,0%Transmissão 345 25.021,2 15,0%

Total 716 172.362,9 100,0%

nortEEstados obras (R$ milhões) %

AC 1 30,0 0,0%AM 1 Não Informado -AP 11 119,0 0,1%PA 28 21.852,5 12,7%RO 15 24.014,0 13,9%RR 2 77,3 0,0%TO 7 1.105,0 0,6%

+ de um estado 6 6.027,5 3,5%total 71 53.225,3 30,9%

nordEStEAL 3 740,6 0,4%BA 23 5.014,1 2,9%CE 16 8.707,5 5,1%MA 18 5.374,8 3,1%PB 10 2.045,0 1,2%PE 16 3.477,3 2,0%PI 7 2.083,8 1,2%RN 11 1.765,9 1,0%SE 7 692,6 0,4%

+ de um estado 18 9.907,8 5,7%Total 129 39.809,4 23,1%

cEntro-oEStEDF 11 75,0 0,0%GO 78 6.655,2 3,9%MT 32 4.451,3 2,6%MS 11 2.044,8 1,2%

+ de um estado 4 745,3 0,4%Total 136 13.971,6 8,1%

SudEStEES 16 4.662,7 2,7%

MG 28 4.265,4 2,5%RJ 26 4.581,3 2,7%SP 175 8.887,6 5,2%

+ de um estado 7 3.341,8 1,9%Total 252 25.738,8 14,9%

SulPR 20 4.117,5 2,4%RS 43 6.614,0 3,8%SC 44 7.703,8 4,5%

+ de um estado 5 4.549,0 2,6%Total 112 22.984,3 13,3%

tranSPortE

nortEEstados obras (R$ milhões) %

AC 5 736,5 0,3%AM 7 2.004,2 0,9%AP 3 500,9 0,2%PA 29 3.352,3 1,4%RO 5 446,1 0,2%RR 2 352,6 0,2%TO 4 1.078,2 0,5%

+ de um estado 4 1.647,0 0,7%total 59 10.117,8 4,4%

cEntro-oEStEDF 10 3.018,6 1,3%GO 8 1.263,9 0,5%MT 24 5.610,2 2,4% MS 12 1.674,1 0,7%

+ de um estado 1 66,7 0,0%Total 55 11.633,5 5,0%

nordEStEAL 3 740,6 0,4%BA 23 5.014,1 2,9%CE 16 8.707,5 5,1%MA 18 5.374,8 3,1%PB 10 2.045,0 1,2%PE 16 3.477,3 2,0%PI 7 2.083,8 1,2%RN 11 1.765,9 1,0%SE 7 692,6 0,4%

+ de um estado 18 9.907,8 5,7%Total 129 39.809,4 23,1%

SudEStEES 14 1.241,6 0,5%

MG 32 9.168,4 3,9%RJ 38 27.237,1 11,7%SP 118 55.496,5 23,9%

+ de um estado 2 34.604,5 14,9%Total 204 127.748,1 55,0%

SulPR 39 6.232,3 2,7%RS 35 11.095,4 4,8%SC 56 7.924,9 3,4%

+ de um estado 2 5,3 0,0%Total 132 25.257,9 10,9%

NÚMERO DE OBRAS E INVESTIMENTO POR TIPOTipo de Obra obras (R$ milhões) %Rodovias/vias

urbanas 422 84.119,9 36,0%

Ferrovias 44 70.077,0 30,0%Metrô 30 36.804,6 16,0%Portos 113 26.431,7 11,0%

Aeroportos 65 7.686,8 3,0%Pontes/Viadutos 23 5.098,2 2,0%

Hidrovias 11 1.315,7 1,0%Outras Obras 11 630,0 0,0%

Total 719 232.163,8 100,0%

braSilTotal 716 172.362,9 100,0%

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Setembro 2010 / 37

número de obras e investimentos do setor por estado e região

Habitação

braSilTotal 1.495 16.505,1 100,0%

nortEEstados obras (R$ milhões) %

AC 16 84,5 0,5%AM 1 201,0 1,2%PA 59 689,0 4,2%RO 19 215,9 1,3%RR 11 34,7 0,2%TO 58 291,3 1,8%

total 164 1.516,4 9,2%

nordEStEAL 22 206,5 1,3%BA 110 486,8 2,9%CE 79 1.458,1 8,8%MA 74 419,6 2,5%PB 29 131,7 0,8%PE 81 1.331,6 8,1%PI 37 187,6 1,1%RN 36 168,1 1,0%SE 27 95,7 0,6%

Total 495 4.485,7 27,2%

cEntro-oEStEDF 10 447,9 2,7%GO 58 289,0 1,8%MS 46 141,5 0,9%MT 34 110,4 0,7%

Total 148 988,8 6,0%

SudEStEES 25 182,8 1,1%

MG 137 1.900,1 11,5%RJ 110 2.487,1 15,1%SP 229 3.754,6 22,7%

Total 501 8.324,7 50,4%

SulPR 94 471,7 2,9%RS 72 573,7 3,5%SC 21 144,1 0,9%

Total 187 1.189,4 7,2%

braSilTotal 5.838 80.964,8 100,0%

SanEaMEnto

nortEEstados obras (R$ milhões) %

AC 72 390,0 0,5%AM 10 1.040,6 1,3%AP 1 78,8 0,1%PA 251 1.360,2 1,7%RO 80 869,1 1,1%RR 53 536,1 0,7%TO 79 359,3 0,4%

total 546 4.634,1 5,7%

nordEStEAL 209 1.489,6 1,8%BA 516 4.387,3 5,4%CE 423 5.520,2 6,8%MA 230 652,9 0,8%PB 308 840,8 1,0%PE 403 3.889,0 4,8%PI 332 1.713,0 2,1%RN 161 1.365,2 1,7%SE 105 1.146,7 1,4%

+ de um estado 12 7.240,4 8,9%Total 2.699 28.245,0 34,9%

cEntro-oEStEDF 37 992,8 1,2%GO 186 975,1 1,2%MT 140 1.536,0 1,9%MS 110 376,4 0,5%

+ de um estado 1 291,5 0,4%Total 474 4.171,8 5,2%

SudEStEES 108 1.339,4 1,7%

MG 651 9.243,4 11,4%RJ 169 7.484,2 9,2%SP 442 18.812,6 23,2%

Total 1.370 36.879,6 45,6%

PR 285 1.454,9 1,8%RS 304 2.926,9 3,6%SC 141 799,6 1,0%

Total 730 5.181,4 6,4%

NÚMERO DE OBRAS E INVESTIMENTO POR TIPOTipo de Obra obras (R$ milhões) %Abastecimen-

to/Esgoto 5474 57.003,7 70,0%

Saneamento/Meio ambiente 23 5.537,6 7,0%

Outras obras 242 5.536,1 7,0%Irrigações 27 5.370,5 7,0%Adutoras 44 5.286,9 7,0%

Barragens/Açudes 28 2.230,0 3,0%

Total 5.838 80.964,8 100,0%

coMbuStÍvEl

braSilTotal 213 566.876,0 100,0%

nortEEstados obras (R$ milhões) %

AM 1 650,0 0,1%PA 1 70,0 0,0%RR 1 7,0 0,0%TO 1 1.370,0 0,2%

+ de um estado 4 454,2 0,1%total 8 2.551,2 0,5%

nordEStEAL 2 396,3 0,1%BA 9 14.210,3 2,5%CE 1 22.000,0 3,9%MA 2 40.310,0 7,1%PB 8 44,0 0,0%PE 8 30.646,2 5,4%RN 1 193,1 0,0%

+ de um estado 7 12.433,0 2,2%Total 38 120.232,9 21,2%

cEntro-oEStEGO 13 3.154,8 0,6%MT 5 440,1 0,1%MS 7 1.480,0 0,3%

Total 25 5.074,9 0,9%

SudEStEES 13 43.535,7 7,7%

MG 18 6.467,8 1,1%RJ 26 141.516,0 25,0%SP 43 165.677,6 29,2%

+ de um estado 5 27.464,3 4,8%Total 105 384.661,4 67,9%

SulPR 9 10.949,7 1,9%RS 6 8.340,9 1,5%SC 6 15.433,0 2,7%

Total 21 34.723,6 6,1%

NÚMERO DE OBRAS E INVESTIMENTO POR TIPOTipo de Obra obras (R$ milhões) %

Petróleo 91 513.934,8 91,0%Gás 39 21.824,5 4,0%

Álcool 24 15.740,1 3,0%Etanol 43 9.553,7 2,0%

Estaleiro 6 5.377,4 1,0%Biodiesel 10 445,5 0,1%

Total 213 566.876,0 100,0%

NÚMERO DE OBRAS E INVESTIMENTO POR TIPOTipo de Obra obras (R$ milhões) %Urbanização 528 13.516,0 82,0%Habitação 967 2.989,1 18,0%

Total 1.495 16.505,1 100,0%

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sObrateMa fÓruM

38 / Grandes Construções

indúStria

braSilTotal 166 74.107,9 100,0%

nortEEstados obras (R$ milhões) %

AM 3 245,8 0,3%PA 10 2.459,7 3,3%RO 1 Não informou NFTO 2 12,0 0,0%

total 16 2.717,5 3,7%

nordEStEAL 1 62,0 0,1%BA 5 2.461,0 3,3%CE 11 912,1 1,2%MA 3 4.444,0 6,0%PB 1 7,0 0,0%PE 17 2.188,8 3,0%PI 1 3.000,0 4,0%RN 1 não informou NFMA 3 4.444,0 6,0%

Total 40 13.074,9 17,6%

cEntro-oEStEDF 2 75,0 0,1%GO 1 90,0 0,1%MT 1 50,0 0,1%MS 3 824,0 1,1%

Total 7 1.039,0 1,4%

SudEStEES 4 472,3 0,6%

MG 44 19.359,3 26,1%RJ 15 18.534,6 25,0%SP 12 6.047,0 8,2%

+ de um estado 2 403,5 0,5%Total 77 44.816,6 60,5%

SulPR 2 85,0 0,1%RS 13 10.620,5 14,3%SC 7 1.489,6 2,0%

Total 22 12.195,1 16,5%

SHoPPing cEntEr

braSilTotal 112 11.035,0 100,0%

nortEEstados obras (R$ milhões) %

AC 2 130,0 1,2%AM 1 250,0 2,3%AP 1 80,0 0,7%RO 1 Não informou NFTO 1 100,0 0,9%

total 6 560,0 5,1%

nordEStEAL 2 186,0 1,7%BA 2 400,0 3,6%CE 1 25,0 0,2%MA 2 302,0 2,7%PB 1 NF NFPE 2 22,0 0,2%PI 1 10,0 0,1%SE 1 NF NF

Total 12 945,0 8,6%

cEntro-oEStEDF 4 442,0 4,0%GO 2 400,0 3,6%MS 3 390,0 3,5%

Total 9 1.232,0 11,2%

SudEStEES 7 411,2 3,7%

MG 14 1.587,0 14,4%RJ 8 704,5 6,4%SP 37 3.871,7 35,1%

Total 66 6.574,4 59,6%

SulPR 6 637,0 5,8%RS 7 486,6 4,4%SC 6 600,0 5,4%

Total 19 1.723,6 15,6%

NÚMERO DE OBRAS E INVESTIMENTO POR TIPOTipo de Obra obras (R$ milhões) %

Indústria 124 35.516,0 48,0%Siderurgia 14 31.896,0 43,0%Mineração 17 5.639,2 8,0%

Outras Obras 11 1.056,8 1,0%Total 166 74.107,9 100,0%

NÚMERO DE OBRAS E INVESTIMENTO POR TIPOTipo de Obra obras (R$ milhões) %SHOPPING 112 11.035,0 100,0%

Total 112 11.035,0 100,0%

número de obras e investimentos do setor por estado e região

aM

RO

AM

AC

RR

AP

PA

TO

MA CE

PI

RN

PB

AL

PE

SE

BA

DF

GO

MT

MS

MG

ES

SP RJ

PR

SC

RS

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ANÚNCIO

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sObrateMa fÓruM

40 / Grandes Construções

braSilTotal 20 7.116,2 100,0%

coPa 2014

nortEEstados obras (R$ milhões) %

AM 1 580,0 8,2%total 1 580,0 8,2%

SudEStEEstados obras (R$ milhões) %

RJ 41 1.862,8 100,0%total 41 1.862,8 100,0%

nordEStEBA 1 230,0 3,2%CE 3 456,0 6,4%PE 2 1.600,0 22,5%RN 2 1.500,0 21,1%

Total 8 3.786,0 53,2%

cEntro-oEStEDF 1 600,0 8,4%MT 2 480,0 6,7%

Total 3 1.080,0 15,2%

SudEStESP 1 250,0 3,5%MG 2 60,0 0,8%Total 3 310,0 4,4%

SulPR 3 230,2 3,2%RS 2 1.130,0 15,9%

Total 5 1.360,2 19,1%

oliMPiadaS 2016

NÚMERO DE OBRAS E INVESTIMENTO POR TIPOTipo de Obra obras (R$ milhões) %Infraestrutura

esportiva 20 7.116,2 100,0%

Total 20 7.116,2 100,0%

NÚMERO DE OBRAS E INVESTIMENTO POR TIPOTipo de Obra obras (R$ milhões) %Infraestrutura

esportiva 41 1.862,8 100,0%

Total 41 1.862,8 100,0%

número de obras e investimentos do setor por estado e regiãonúmero de obras e investimentos do setor por estado e região

aM

RO

AM

AC

RR

AP

PA

TO

MA CE

PI

RN

PB

AL

PE

SE

BA

DF

GO

MT

MS

MG

ES

SP RJ

MG

ES

SP RJ

PR

SC

RS

HotEl & rESort

NÚMERO DE OBRAS E INVESTIMENTO POR TIPOTipo de Obra obras (R$ milhões) %

Resort 25 41.446,4 82,0%Hotel 56 9.096,2 18,0%Total 81 50.542,6 100,0%

nortEEstados obras (R$ milhões) %

AM 3 50,0 0,1%PA 1 17,0 0,0%RO 1 11,5 0,0%

total 5 78,5 0,2%

nordEStEAL 5 101,0 0,2%BA 22 7.069,4 14,0%CE 9 30.478,0 60,3%MA 1 14,0 0,0%PB 1 100,0 0,2%PE 3 405,0 0,8%RN 1 200,0 0,4%

Total 42 38.367,4 75,9%

cEntro-oEStEDF 3 400,0 0,8%MT 1 14,0 0,0%

Total 4 414,0 0,8%

SudEStEES 4 61,4 0,1%

MG 3 1.032,0 2,0%RJ 13 10.177,6 20,1%SP 4 230,4 0,5%

Total 24 11.501,4 22,8%

SulPR 3 33,3 0,1%RS 1 33,3 0,1%SC 1 12,0 0,0%

Total 5 78,3 0,2%

braSilTotal 81 50.542,6 100,0%

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ANÚNCIO

Agosto 2010 / 41

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42 / Grandes Construções

sObrateMa fÓruM

NÚMERO DE OBRAS E INVESTIMENTO POR TIPOTipo de Obra obras (R$ milhões) %

Hospitais 70 3.939,6 58%Turismo 15 1.737,9 26%

Universidade 41 920,4 14%Sesi 16 134,5 2%

Senai 7 58,9 1%Total 213 566.876,0 100,0%

outroS

nortEEstados obras (R$ milhões) %

AC 1 1,4 0,0%AM 1 191,0 2,8%PA 6 165,0 2,4%RR 1 3,2 0,0%TO 1 2,0 0,0%

total 10 363,4 5,4%

nordEStEAL 2 58,0 0,9%BA 2 77,1 1,1%CE 15 1.344,0 19,8%PE 1 47,0 0,7%PI 1 9,0 0,1%

Total 21 1.535,1 22,6%

cEntro-oEStEDF 4 36,7 0,5%GO 4 80,5 1,2%MT 1 Não informou -MS 1 500,0 7,4%

Total 10 617,2 9,1%

SudEStEES 1 122,0 1,8%RJ 14 579,0 8,5%SP 54 2.795,5 41,2%MG 11 70,0 1,0%Total 80 3.566,5 52,5%

SulPR 20 305,5 4,5%RS 3 58,0 0,9%SC 5 345,6 5,1%

Total 28 709,1 10,4%

braSilTotal 149 6.791,4 100,0%

obras e investimentos

aM

RO

AM

AC

RR

AP

PA

TO

MA CE

PI

RN

PB

AL

PE

SE

BA

DF

GO

MT

MS

MG

ES

SP RJ

PR

SC

RS

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ANÚNCIO

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energia

44 / Grandes Construções

Belo monTe: nAsCe um GIGAnTe nA floresTA do PArá

A Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que será construída no Rio Xingu, no Pará, deverá exi-gir investimentos de cerca de R$ 19 bilhões e terá capacidade para gerar 11.233 megawatts (MW) no período de cheia, com garan-tia de uma média de 4.571 MW, suficiente para abastecer uma região com mais de 25 milhões de habitantes. Com esse poten-cial, essa será a terceira maior hidrelétrica do mundo e a maior inteiramente nacional, em capa-cidade de geração de energia, fi-cando atrás somente da Usina de Três Gargantas, na China (22,5 mil MW), e da Itaipu Binacional,

na fronteira do Brasil com o Pa-raguai (14 mil MW). 

O projeto prevê a constru-ção de uma barragem principal no Rio Xingu, localizada 40 km abaixo da cidade de Altamira (PA). A área alagada envolve-rá três municípios - Vitória do Xingu, Brasil Novo e Altamira. Inicialmente estava prevista a construção de um reservatório de 1.200 km². Mas o projeto foi modificado, ficando definida a construção de um reservatório com 516 km². Cerca de seis mil famílias serão remanejadas dos locais em que vivem, principal-mente no município de Altami-

ra, no Pará. Durante as obras, deverão ser

gerados aproximadamente 18 mil postos de trabalho diretos e 23 mil indiretos. O prazo pre-visto para a geração da primeira unidade é fevereiro de 2015.

A concessão para a construção e operação da Usina Hidrelétrica Belo Monte, no município de Vi-tória do Xingu, foi objeto de lei-lão no dia 20 de abril deste ano. Venceu o processo o Consórcio Norte Energia, com a oferta de R$ 77,97 por megawatt /hora, bem abaixo dos R$ 83,00 por megawatt /hora, valor fixado como teto do leilão. O consórcio

S Trecho do Rio Xingu (PA) onde será construída a barragem da hidrelétrica de Belo Monte

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Setembro 2010 / 45

é composto por 18 empresas, entre es-tatais, privadas, empreiteiras, fundos de pensão, fundo de investimento e consu-midores livres. As estatais são a Eletro-bras, com 15% de participação; a Com-panhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf ), com outros 15%; e Eletronor-te com 19,98%. Os consumidores livres – empresas que produzem energia para o próprio consumo – são as empresas Gaia (9%) e a Sinobrás (1%).

A formação original do consórcio construtor previa a participação de 11 empreiteiras, mas a Mendes Júnior fi-cou de fora por problemas cadastrais que a impedem de participar da em-preitada. Os 3% de participação que teria na obra foram divididos igualmen-te entre a OAS e a Queiroz Galvão. O consórcio construtor terá, portanto, a seguinte formação: Andrade Gutierrez com 18%, Odebrecht com 16%, Camar-go Corrêa com 16%, OAS com 11,5%, Queiroz Galvão com 11,5%, Contern com 10%, Galvão Engenharia com 10%, Cetenco com 2%, J. Malucelli com 2% e Serveng com 3%.

A sociedade também tem a participa-ção de fundos de pensão e investimen-tos, como a Petros, dos funcionários da Petrobras (10%); Funcef, dos fun-cionários da Caixa Econômica Federal (2,5%); Bolzano Participações (10%) e Caixa Cevix. A gestão do contrato, a fis-calização das obras e outras atribuições são de responsabilidade da Aneel.

Toda a parte de construção das casas de força e das barragens foi feita por contrato fechado, ou seja, as construtoras é que as-sumem o risco de construção.

Na parte dos canais, o volume a ser escavado já foi estabelecido e também as construtoras assumem esse risco. O que não é de responsabilidade das cons-trutoras é o custo com o tipo de rocha que será encontrada no local. As esca-vações, desde o início do projeto, foram apontadas como a parte mais sensível da obra, pois podem encarecê-la em até três vezes.

Os sócios da empresa Norte Energia vão assumir os riscos de escavação dos canais da usina. A previsão contratual com as construtoras que vão erguer a usina é de que qualquer custo extra, au-ferido em função do tipo de rocha, será assumido pela sociedade investidora.

Nesse momento, o consórcio espera obter a licença ambiental para o início da instalação do canteiro de obras do empreendimento. O projeto básico am-biental do canteiro foi apresentado ao Ibama no fim de Setembro. A instala-ção deve ocorrer até o fim de outubro. Também já foram assinados os contra-tos de fornecimento de turbinas com o consórcio liderado pela Alstom e outro com a Impsa.

O consórcio Norte Energia enviou ao BNDES a primeira versão da carta-consulta para o financiamento da cons-trução do empreendimento.

T Maquete eletrônica da hidrelétrica de Belo Monte

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48 / Grandes Construções

energia

As usinas hidrelétricas de Jirau e de Santo Antônio formam o Complexo Hi-drelétrico do Rio Madeira, em Rondônia. Localizada a 20 km de Porto Velho, Jirau terá capacidade de produção de 3.450 MW de potência instalada e vai gerar uma energia assegurada de 2.000 MW médios, suficiente para abastecer 10 milhões de casas. O custo total da obra é de R$ 11 bilhões. O empreendimento pertence ao consórcio Energia Sustentável do Brasil, controlada pela Suez Energy (50,1%) e composto pela Eletrosul (20%), Com-panhia Hidroelétrica do São Francisco – Chesf (20%) e Camargo Corrêa (9,9%).

As obras civis estão a cargo da Camar-go Corrêa. A montagem eletromecânica será realizada pela Enesa, e os equipa-mentos do vertedouro e da casa de força da margem direita, estão sendo forneci-dos pela Alstom, Bardella, Voith e An-dritz. Já as turbinas para a casa de força da margem esquerda serão fornecidas pela chinesa Dong Fang.

As obras estão com 40% de avanço fí-sico e a previsão é de que a hidrelétrica comece a operar em 2012. Entre a data da licença de instalação, obtida em junho de 2009, e o início da operação das primeiras unidades geradoras, previsto para março de 2012, terá transcorrido cerca de dois anos e meio.

A redução no prazo de execução da obra se deve a mudanças no projeto ini-cial. A principal mudança diz respeito ao local de implantação. O projeto ori-

ginal propunha a escavação de um novo canal para construção da hidrelétrica, mas a proposta do consórcio modificou o local da usina em 9,2 km. De acordo com o Consórcio Energia Sustentável, a nova localização apresenta vantagens ambientais pelo fato de reduzir o volu-me de ‘bota fora’ e aumentar a área pre-servada de mata original. Além disso, o consórcio manteve o rio desviado pelos dois braços naturais, o que configuraria uma condição ambiental favorável.

A Camargo Corrêa estuda ainda uma outra alteração no projeto da barragem: a substituição de argila por asfalto no núcleo da estrutura. Isso reduziria o tempo de compactação dos materiais, constituindo-se em uma boa alternati-va diante dos prolongados períodos de chuvas na região, que interrompem a movimentação de solos.

O maior volume de atividades se con-centra hoje na execução da barragem de enrocamento, com altura mínima de 23 m e máxima de 56 m; e na concretagem da margem direita, que abrigará o verte-douro e uma casa de força com 28 turbi-nas. Na outra margem ficará a segunda casa de força, com 18 turbinas, interli-gada à primeira pela barragem de enro-camento. O desvio do rio está previsto para setembro de 2011.

O canteiro de obras da hidrelétrica con-ta com mais de 5.000 operários.

Já a Usina de Santo Antônio, com custo inicial previsto em R$ 13,5 milhões, terá

potência instalada de 3.200 MW e capa-cidade para abastecer 11 milhões de resi-dências. As obras estão a cargo do consór-cio Santo Antônio Energia, formado pela Odebrecht, Andrade Gutierrez e Furnas.

O leilão, realizado em dezembro de 2007, previa o começo de operação em dezembro de 2012. Mas a data foi ante-cipada para dezembro de 2011. A anteci-pação possibilitará a geração de mais 10,5 mil gigawatts/hora, suficiente para abaste-cer dois terços do Distrito Federal por um ano. Haverá um investimento extra de R$ 150 milhões para a antecipação.

O consórcio estudando ainda um acrés-cimo de garantia física da usina, com a im-plantação de mais quatro turbinas, além das 44 já previstas. Isso geraria um custo adicional de R$ 500 milhões ao projeto. A energia gerada pela usina passaria de 3.200 MW para 3.450 MW.

Nesse momento, as obras se concen-tram na montagem das 44 turbinas da Usina de Santo Antônio. Cada uma delas terá capacidade de 71,6 MW. As turbinas são do tipo bulbo, usadas quando a força do próprio rio gera energia contínua, sem necessidade de grandes quedas d’água nem de reservatórios extensos.

No canteiro de obras de Santo Antônio já existem seis mil trabalhadores diretos. O objetivo da concessionária é alcançar, diretamente, um número de 12 mil ope-rários e até a conclusão das obras chegar a 30 mil empregos indiretos.

ComPleXo do rIo mAdeIrA

X Obras da hidrelétrica de Jirau estão com 40% de

avanço físico

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50 / Grandes Construções

energia

Duas empresas com sede no Recife venceram o leilão de fontes alternativas, realizado em agosto, pela Agência Na-cional de Energia Elétrica (Aneel). O evento marcou a entrada da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) na geração eólica. A estatal pretende cons-truir o maior parque desse tipo de energia no Brasil, com capacidade de geração de 180 megawatts (MW), demandando um investimento de aproximadamente R$ 1 bilhão. Em parceria com a Brennand Energia, a estatal vai construir mais três parques eólicos no qual serão gastos cerca de R$ 350 milhões.

No atual modelo do setor elétrico, as empresas garantem primeiro a venda da energia para depois implantar o empreen-dimento. A central a ser construída pela Chesf ficará às margens do reservatório de Sobradinho, no município de Casa Nova, na Bahia. Inicialmente, o parque foi projetado para receber 120 torres eó-licas, cada um com uma potência de 1,5 MW. A energia a ser gerada é suficiente para abastecer 140 mil casas populares. Casa Nova começará a ser construído no primeiro trimestre de 2011 e deve entrar em operação em janeiro de 2013.

O parque de Casa Nova vendeu o me-

gawatt-hora (MWh) por R$ 131,50. No último leilão realizado no ano passado, o preço médio do MWh de eólica ficou em R$ 148. Os equipamentos deste parque deverão ser fabricados pela Impsa, a par-tir de sua unidade no complexo de Suape.

O parque Casa Nova vai beneficiar cer-ca de 70 famílias que moram naquela lo-calidade. “Depois que o parque entrar em funcionamento, essas famílias vão receber 1,4% da receita bruta do empreendimen-to. “Isso trará uma melhor qualidade de vida para esses produtores, que vivem da agricultura de subsistência.

PArque eólICo de CAsA novA

PArque eólICo de GArGAú

Com investimento em torno de R$ 130 milhões, o Parque de Energia Eó-lica do Gargaú, localizado no municí-pio de São Francisco de Itabapoana, ao norte do estado do Rio de Janeiro, terá 17 aerogeradores de 1,65 MW cada, so-mando uma potência total de 28 MW, o suficiente para abastecer uma cidade de 80 mil habitantes. Os aerogeradores são

fabricados pela empresa dinamarquesa Western. Cada um deles tem 120 me-tros: 80 metros de altura da torre, mais 40 metros da pá da hélice. A altura é equivalente a um prédio de 40 andares.

O empreendimento é da empresa brasileira Ecopart Ltda e faz parte do Programa de Incentivo às Fontes Alter-nativas de Energia Elétrica (Proinfa).

Para que o projeto fosse implantado, um estudo de aproximadamente um ano e meio foi realizado para verificação da ca-pacidade e do perfil dos ventos em todas as estações. Os especialistas chegaram à conclusão de que o litoral de São Fran-cisco é propício para geração de energia eólica devido à existência de vento cons-tante durante todo ano.

X Parque Eólico do Gargaú terá 17

aerogeradores e poderá abastecer uma cidade de 80

mil habitantes

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52 / Grandes Construções

transPOrte

O projeto básico da Ferrovia Trans-nordestina prevê a modernização de parte da malha existente do sistema ferroviário no Nordeste do País, hoje sob a concessão da Companhia Ferro-viária do Nordeste (CFN), e a constru-ção de mais cinco trechos, num total de 1.193 km, em bitola métrica, com o ob-jetivo de promover a interligação dos pólos de produção agrícola, mineral e industrial da região com os portos nor-destinos de Pecém, no Ceará, e Suape, em Pernambuco. Os trechos a serem remodelados, por sua vez, somam 622 km (ver tabela abaixo). Avaliada em R$ 5,4 bilhões, a ferrovia vai criar 620 mil empregos em 10 anos e transformar a logística de transporte do Nordeste. O governo federal prevê a interligação da Transnordestina com a Ferrovia Nor-te-Sul – o que proporcionaria ligação com o porto de Itaqui, no Maranhão, e com a região Sudeste.

A obra cortará o Nordeste pelo inte-rior, fazendo um ‘Y’, e vai integrar sete

regiões. Ela vai facilitar o acesso ao sis-tema hidroviário do rio São Francisco e ao ferroviário já existente. Com as intervenções a ferrovia terá capacidade de transportar 30 milhões de toneladas de carga por ano, de produtos como soja, biodiesel, frutas, gesso, álcool e, principalmente, minérios.

As obras chegaram a ser iniciadas em 1990, mas em dezembro de 1992 foram paralisadas por falta de recur-sos, sendo retomadas agora, como parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo fe-deral. Os trechos a serem construídos, terão bitola métrica.

Em julho deste ano as obras atingi-ram seu pico, gerando cerca de 7 mil empregos diretos. A ferrovia Trans-nordestina deverá ter até 70% da obra concluída neste ano. A conclusão está prevista para 2012.

A CSN espera que o projeto ferrovi-ário possibilite a companhia transpor-tar mais de 30 milhões de toneladas de carga por ano, dando-lhe autosu-ficiência logística. Quatro contratos antecipados que a companhia já tem assinados devem ajudar a operação a atingir o “break even” (equilíbrio en-tre receitas e despesas) antes mesmo de sua conclusão.

TrAnsnordesTInA: oBrAs Poderão ser ConCluídAs em 2012

Municípios Interligados Dist(km) Linha Eliseu Martins (PI) - Araripina (PE) 400 Nova

Araripina (PE) - Salgueiro (PE) 210 NovaSalgueiro/Serrita (PE) - Missão Velha (CE) 100 Nova

Missão Velha (CE) - Arrojado (CE) 87 RemodeladaArrojado (CE) - Quixadá (CE) 288 RemodeladaQuixadá (CE) - Fortaleza (CE) 190 RemodeladaFortaleza (CE) - Pecem (CE) 57 Remodelada

Salgueiro/Serrita (PE) - Arcoverde (PE) 150 NovaArcoverde (PE) - Suape (PE) 333 Nova

S Obras da Transnordestina chegaram a ser paralisadas em 1990, mas foram retomadas com o PAC

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Março 2010 / 53

A obra do Expresso Aeroporto, avalia-da em R$ 2 bilhões, será implantada pela CPTM, em parceria com a iniciativa pri-vada, como parte do pacote urbanístico previsto para a Copa de 2014. Fora do período dos jogos, o projeto visa atender o público de empresários e executivos que usam Cumbica como escala para ne-gócios no Brasil e no exterior.

O concessionário privado que vencer a licitação deverá implantar toda a infraes-trutura, adquirir os trens e desapropriar os imóveis privados. Em contrapartida, terá 32 anos para operar os serviços. O

Expresso Aeroporto terá 28,3km de ex-tensão e o percurso será entre a estação da Luz, no centro de São Paulo, e o aero-porto de Cumbica, em Guarulhos. Com deslocamentos a uma velocidade média de 120 km/hora, deverá ser percorrido em 20 minutos. Hoje, este deslocamen-to demora cerca de 50 minutos de carro, sem trânsito. Cada trem será composto por locomotiva e quatro carros, com ca-pacidade para transporte de 300 passa-geiros. A tarifa máxima aprovada é de R$ 35 e a demanda inicial está estimada em 20 mil usuários por dia.

Quem vencer a licitação terá, ainda, a obrigação de participar da construção de outra linha de trem paralela à do Expres-so, a linha 13 - Jade, que sairá da Estação Brás seguindo até o Conjunto Habita-cional Zezinho Magalhães (Cecap), em Guarulhos, para a operação de trens po-pulares, com paradas tradicionais. O par-ceiro privado ficará responsável pela “obra bruta”. Já a implantação da superestrutura e os sistemas, bem como a operação desta linha, ficarão a cargo da CPTM.

No ano passado, a Secretaria de Trans-portes Metropolitanos teve de suspender a licitação do Expresso Aeroporto a um dia do prazo final para entrega de pro-postas, por falta de interessados no em-preendimento. Na época, o setor privado contestou a rentabilidade do projeto, por suspeitar de que havia uma expectativa exagerada de fluxo de passageiros.

O projeto começou a ficar comprometi-do com os atrasos na construção do tercei-ro terminal do aeroporto, que contribuiria para o tráfego na linha. Por fim, sobrepôs-se às discussões sobre o trem-bala no governo federal - um potencial concorrente do ex-presso -, e o projeto foi para a gaveta.

A viabilidade do projeto depende, ain-da, da construção de um novo terminal de embarque e desembarque no aero-porto de Guarulhos. A obra deveria ser contratada pelo governo federal.

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54 / Grandes Construções

transPOrte

De todos os gargalos que ameaçam a realização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, o mais grave é o da infraestrutura ae-roportuária, superando até mesmo os atrasos nas obras de construção ou modernização dos estádios. Todos os aeroportos das 12 cidades sede do Mundial de futebol operam hoje no limite das suas capacidades. Eles são responsáveis por cerca de 83% da operação de todo tráfego aéreo bra-sileiro e necessitam de investimentos urgentes para que possam receber o grande volume de visitantes que o País espera durante a realização dos jogos. De acordo com estimativas do Ministério do Esporte, circularão pelo País nada menos que 600 mil turistas estrangeiros e 3,1 milhões de brasilei-ros durante a Copa.

Em São Paulo, por exemplo, os três aeroportos existentes, juntos, rece-bem cerca de 40 milhões de passagei-ros/ano, considerando um mercado nacional que cresce a taxas médias de 10% a cada ano. Isso significa dizer que a cada cinco anos seria necessária a construção de um novo aeroporto como o de Guarulhos. No Nordeste, nos últimos seis anos, na maioria dos aeroportos a movimentação dobrou

e, em alguns casos, triplicou, tornando urgente a ampliação da capacidade.

Dados do Sindicato Nacional das Indústrias de Arquitetura e Enge-nharia Consultiva (Sinaenco), divul-gados no Portal 2014, dão conta de que a Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero), estatal que administra a infraestru-tura aeroportuária do país, adiou os investimentos em nove dos 14 aeroportos internacionais que rece-berão os turistas durante o evento. O volume de recursos que deixaram de ser aplicados nas intervenções ne-cessárias soma R$ 3 bilhões, o equi-valente a 68% do total que precisaria ser investido na modernização ou ampliação de terminais de passagei-ros ou na infraestrutura para pouso e decolagem de aeronaves nas capitais.

Os aeroportos internacionais de Belo Horizonte (Confins), Brasília (Juscelino Kubitschek) e São Paulo (Guarulhos/Cumbica), que concen-trarão a maior parte do embarque e desembarque de turistas ao longo da Copa, têm obras atrasadas. O mes-mo acontece em Manaus, Curitiba, Cuiabá, Fortaleza, Porto Alegre e Campinas, que também enfrentam problemas para tocar as obras. Apenas

Salvador, Rio de Janeiro (Galeão), Re-cife e Natal (S. Gonçalo do Amaran-te) estão em dia com as datas fixadas pela Infraero.

A Infraero se defende. Represen-tantes da estatal garantem que ela vai investir cerca de R$ 5,4 bilhões nos 14 aeroportos das cidades sede da Copa, entre 2011 e 2014. Segundo o diretor de Engenharia e Meio Ambiente da Infraero, Jaime Parreira, 61% dos re-cursos virão da própria Infraero e 39% do governo federal.

Quase R$ 1 bi para Guarulhos

Um dos casos mais graves é o do Aeroporto Internacional de Gua-rulhos (SP). Segundo o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), nele o fluxo de Cumbica che-gou a 21,6 milhões de passageiros em 2009, ultrapassando em 1,1 milhão a capacidade instalada.

Ainda de acordo com a Infraero, Guarulhos deverá receber o maior volume de recursos, isoladamente: R$ 952 milhões. Entre as ações a serem implementadas está a instalação dos módulos operacionais para ampliar a capacidade aeroporto. As estruturas modulares são semelhantes a uma sala

r$ 3 BIlhões deIXArAm de ser InvesTIdos em AeroPorTos

X Saturados, os aeroportos

brasileiros são reconhecidos

como principal gargalo para a realização da

Copa de 2014

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convencional de embarque e desembarque e contam com ar condicionado, sanitários e sistema informativo de voos. Trata-se de uma solução bastante usada em vários ae-roportos pelo mundo, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, para atender uma questão pontual de necessidade de ex-pansão e de licença de operação enquanto os grandes investimentos não se efetivam.

A prioridade, no entanto, é a construção do terceiro terminal. O início da construção do sistema de pista e pátio estava previsto para janeiro de 2005, mas o projeto não avançou. O Tribunal de Contas da União encontrou indícios de sobrepreço e parali-sou a obra em 2008. Após revisão do órgão, o valor da obra caiu de R$ 370,5 milhões para R$ 232,5 milhões.

Em julho, a Infraero anunciou a con-clusão do processo licitatório para a con-tratação das empresas responsáveis pelos projetos de engenharia para a construção do terceiro terminal. O vencedor da lici-tação foi o consórcio MAG, formando pelas empresas PJJ Malucelli Arquitetura

e Construção, Andrade e Rezende Enge-nharia de Projetos e Gabinete de Projeta-ção Arquitetônica.

A elaboração dos projetos custará R$ 22,6 milhões. As empresas de engenharia e construção farão os estudos preliminares, os projetos básico e executivo. Os estudos preveem ainda a realização de serviços complementares, como o sistema viário de acesso e o pátio de estacionamento de aero-naves. O consórcio terá 23 meses, contados a partir da ordem de serviço, para a conclu-são do trabalho.

Com as intervenções, Guarulhos terá aumentado a sua atual capacidade de movimentação de 24 milhões de passa-geiros por ano para 35 milhões de passa-geiros até 2014.

Atualmente, o Aeroporto de Guarulhos opera com dois terminais. São 46 empresas aéreas nacionais e internacionais, regulares, cargueiras e charters que utilizam 286 bal-cões de check-in.

O sistema de pistas é formado por duas pistas : uma com 3.700 metros e outra de

3 mil metros de extensão que recebem, em média diária, 650 operações de pousos e de-colagens de aeronaves .

De Guarulhos partem e chegam voos procedentes e com destinos a 27 países e 153 cidades nacionais e estrangeiras. Para atender os usuários do aeroporto, a rede co-mercial dos terminais de passageiros é for-mada por cerca de 198 pontos comerciais.

aeroporto de brasília (dF): R$ 736,4aeroporto de confins (Mg): R$ 398,8

aeroportode cuiabá (Ms): R$ 87,5 aeroporto de curitiba (Pr): R$ 48,4

aeroporto de Fortaleza (ce): R$ 275,7aeroporto de Manaus (am): R$ 326,4

aeroporto de São gonçalo do amarante (rn): R$ 95

aeroporto de Porto alegre (rs): R$ 345,8aeroporto de recife (Pe): R$ 19,2

aeroporto do galeão (rj): R$ 566,5aeroporto de Salvador (ba): R$ 44,4aeroporto de guarulhos (Sp): R$ 952aeroporto de viracopos (Sp): R$ 576

InvestImento em Infraestrutura dos aeroportos: (em mIlhões)

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56 / Grandes Construções

transPOrteOBRAS ATRASADAS

Aeroporto Obra Custo inicial

(mi/R$) 

Data de início e conclusão

previstas 1° prazo

Novo custo

(mi/R$)

Data de início e conclusão

previstas Novo prazo

Motivo dos atrasos Situação atual

Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos

Construção do sistema de pista e pátio 370,5 Janeiro de 2005

Janeiro de 2012 232,5 Agosto de 2010 Janeiro de 2012

Revisão financeira do

TCU

Obra parada -contratação do IPT para realizar perícia

judicial

Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos

Construção da pista de táxi - saída rápida 19 Janeiro de 2010

Dezembro de 2011 10Setembro de

2010 Junho de 2011

Atraso no projeto básico e

executivo

Projeto básico e executivo em elaboração

Aeroporto Internacional de Manaus – Brigadeiro Eduardo

Gomes

Reforma e ampliação do terminal de

passageiros358,2 Janeiro de 2009

Fevereiro de 2014 326,4 Fevereiro de 2011 Fevereiro de 2014

Atraso no projeto básico

Elaboração do  projeto básico (31% pronto)

Aeroporto Internacional de Brasília – Presidente Juscelino

Kubitschek (DF)

Fase 1 da ampliação sul do terminal de

passageiros892,12 Fevereiro de 2009 Abril

de 2013 732,4 Informação não divulgada

Atraso nos projetos básico e

executivo

Elaboração dos projetos básico e executivo (30%

prontos)

Aeroporto Internacional de Confins – Tancredo Neves (MG)

Reforma e modernização do

terminal224,6 Fevereiro de 2009

Outubro de 2013 231,9Setembro de

2010 Outubro de 2013

Atraso no projeto básico

Projeto básico em elaboração (55% prontos)

Aeroporto Internacional de Confins – Tancredo Neves (MG)

Reforma e ampliação da pista de pouso e

pátios162,4 Abril de 2010 Outubro

de 2013 166,9 Julho de 2011 Outubro de 2013

Atraso no processo

licitatório

Elaboração do termo de referência pela Infraero

para licitação dos projetos básico e executivo

Aeroporto Internacional de São José dos Pinhais/Curitiba –

Afonso Pena

Ampliação do pátio e pista de táxi 31,2 Junho de 2009 Março

de 2011 8,2Novembro de

2010 Agosto de 2011

Atraso no projeto básico e

executivo

Elaboração dos projetos básico e executivo (67%

prontos)

Aeroporto Internacional de São José dos Pinhais/Curitiba –

Afonso Pena

Ampliação do terminal de passageiros 38,9 Abril de 2010 Julho

de 2013 40,2 Janeiro de 2012 Julho de 2013

Atraso no processo

licitatório

Elaboração do termo de referência pela Infraero

para licitação dos projetos básico e executivo

Aeroporto Internacional de Fortaleza – Pinto Martins

Ampliação do Terminal de Passageiros 263,7 Setembro de 2009

Junho de 2013 275,7 Junho de 2011 Junho de 2013

Atraso no projeto básico

 Elaboracão do projeto básico (25%)

Aeroporto Internacional de Várzea Grande/Cuiabá–

Marechal Rondon

Reforma e ampliação do terminal de

passageiros85,3 Dezembro de 2009

Julho de 2013 87,5 Janeiro de 2012 Julho de 2013

Atraso no processo

licitatório

Elaboração do termo de referência pela Infraero

para licitação dos projetos básico e executivo

 Aeroporto Internacional de Porto Alegre - Salgado Filho

 Ampliação do terminal de

passageiros e pátio360,2 Abril de 2010 Junho

de 2013 345,8 Julho de 2011 Junho de 2013

Atraso no processo

licitatório

  Elaboração do termo de referência pela Infraero

para licitação dos projetos básico e executivo

Aeroporto de Campinas/São Paulo - Viracopos

Reformas e construção de terminais 740 Julho de 2011 Maio

de 2014 571Dezembro de

2011 Novembro de 2013

-

Elaboração do termo de referência para

contratação dos projetos básico e executivo

OBRAS DENTRO DO PRAZO

Aeroporto Obra  Custo inicial (milhões/R$) 

Data de início e conclusão

previstas 1° prazo

Novo custo (milhões/

R$)

 Data de início e conclusão previstas

Novo prazo Situação   

atual

Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos

Construção do 3°terminal de passageiros  1,01 bi Maio de 2012 Abril

de 2014 653,8 Agosto de 2011 Novembro de 2013

Obras previstas para agosto de 2011

Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos

Construção de módulos operacionais 55,7 Fevereiro de 2011

Julho de 2013 - - Obras previstas para fevereiro de 2011

Aeroporto de Campinas/São Paulo - Viracopos

Implantação de módulo operacional (check-in) 5 Outubro de 2010

Dezembro de 2011 - - Obras previstas para outubro de 2010

Aeroporto Internacional de Brasília – Presidente

Juscelino Kubitschek (DF)Implantação de módulos

operacionais 4 Agosto de 2012 Junho de 2013 - - Obras previstas para

agosto de 2012

Aeroporto Internacional de Salvador - Deputado Luís

Eduardo Magalhães

Construção da torre e ampliação do pátio e

terminal43,3 Março de 2011 junho

de 2013 44,4  - Obras previstas para março de 2011

Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro - Galeão/

Antônio Carlos JobimReformas e construção de

terminais 648,4 Setembro de 2008 Setembro de 2012 566,5 - Obras em andamento

Aeroporto Internacional de Pernambuco - Gilberto Freyre

Construção da torre de controle 19,7 Maio de 2011 Abril

de 2012 19,2 - Obras previstas para maio de 2011

Aeroporto Internacional de Natal - São Gonçalo do

AmaranteConstrução do pátio e pista

de pouso e decolagem 95 Junho de 2004 Novembro de 2011 -  - Obras em andamento

Fonte: Infraero março e maio de 2010

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O governo lançou em 13 de julho o edital de licitação para a contratação das empre-sas que ficarão responsáveis pelas obras do trem de alta velocidade (TAV) ligando Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas. Pela ex-pectativa do governo, se tudo der certo, as obras deverão ser iniciadas no ano que vem.

Movido a energia elétrica, o TAV poderá ter um traçado com 518 quilômetros e fa-zer a viagem entre as duas maiores capitais do País em cerca de uma hora e meia. En-tre o ponto final e o inicial, a ideia é passar por sete paradas em cidades estratégicas. A

previsão oficial do governo é que o proje-to custe US$ 11 bilhões, ou cerca de R$ 25 bilhões. Para se ter uma ideia, isso é equiva-lente ao PIB anual do Mato Grosso do Sul, ou seja, tudo o que o estado produz de bens e serviços em um ano. Ainda estão sendo estudados modelos de trem-bala de vários países. O japonês N700, um dos mais mo-dernos em operação, tem média de veloci-dade de 270 km/h. Mas os planos do gover-no são ambiciosos: fala-se em pelo menos 285 km/h de média.

Movido a energia elétrica, o trem-bala

brasileiro, para desenvolver essa velocida-de, necessitaria de um traçado mais reto, ou com curvas mais abertas e com o menor número de paradas possíveis. Para isso é bem provável que haja muitos túneis e pon-tes. Um dos projetos já estudados previa que 26% do trajeto seria feito em viadutos ou pontes e 33% em túneis.

Tomando como exemplo o modelo ja-ponês N700, cada trem seria capaz de levar 546 passageiros em oito vagões, três vezes a capacidade do avião mais usado no Brasil. Pelo estudo realizado pela empresa Italplan, aprovado pelo Ministério dos Transportes em 2004, a passagem mais barata sairia por R$ 120,00.

A intenção do governo é de que os custos para implantação do TAV sejam de respon-sabilidade das empresas privadas. Através de uma empresa estatal, o governo pretende participar como acionista minoritário, em até 10% do valor do empreendimento, como forma de assegurar o domínio do conheci-mento para operação do serviço e de criar condições de financiabilidade do projeto.

TAv: oBrAs Poderão ComeçAr em 2011

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58 / Grandes Construções

transPOrte

AeroPorTo do GAleão: oBrAs oBedeCem

CronoGrAmA

briu no início do ano. As reformas de revitalização e modernização da área, iniciadas em outubro de 2009, foram orçadas em R$ 4,9 milhões.

O Setor B foi equipado com qua-tro cabines duplas para o serviço de emigração, três canais de inspeção e cerca de dois mil assentos. A área, fechada em janeiro deste ano para reforma, foi aberta como embarque doméstico em abril, mas fechou novamente para receber adaptações que permitiram o setor voltar a ope-rar, no final de junho, como embar-que internacional. A reforma foi or-çada em R$ 4,1 milhões.

Com 15 mil metros quadrados e cinco canais de inspeção, o embar-que doméstico do Setor A também foi modernizado. As obras, iniciadas em abril e finalizadas em junho, con-taram com investimentos de R$ 4,68 milhões. A reforma incluiu ainda a disponibilização de 1.436 assentos.

Entre as melhorias realizadas pela Infraero no aeroporto, estão ainda a reforma e modernização do Sistema Informativo de Voo nos dois Termi-nais de Passageiros, polimento do piso de granito, forro mineral, troca do piso plurigoma (emborrachado preto), troca do piso vinílico (“pa-viflex”), substituição das paredes de fórmica, revestimento das colunas por granito e reforma de 44 sanitá-rios, além da recuperação das facha-das do Terminal de Passageiros 1.

Além disso, a previsão é de que até o final deste ano seja substituído o forro pelo tipo Baffle (e luminárias), reformado o antigo Terminal de Car-ga para Terminal de Exportação e adquirido cinco esteiras de bagagem no desembarque internacional do Terminal 1.

Porta de entrada de vôos inter-nacionais e nacionais que servem o Rio de Janeiro, o Aeroporto In-ternacional do Galeão – Antonio Carlos Jobim está com as obras em ritmo avançado. Iniciados em 2008, os serviços compreendem a reforma e ampliação do Termi-nal de Passageiros 1 e de conclu-são do Terminal de Passageiros 2. Com as adequações, o Galeão será capaz de atender à demanda projetada para os próximos anos, que inclui o aquecimento gerado pela Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

A obra é responsável pela ge-ração de 230 empregos diretos e mais de 500 indiretos. Os princi-pais desafios são atender aos pra-zos estipulados e executar as re-

formas sem prejudicar a rotina do aeroporto. Ao todo, 20 empresas aéreas prestam serviços nos dois terminais do Galeão, atendendo a um movimento diário de 32 mil passageiros.

Algumas obras, como a dos se-tores de embarque A, B e C do Terminal 1 foram entregues entre janeiro e julho de 2010. As refor-mas incluíram troca do forro e das luminárias, instalação do granito das colunas e nova sinalização vertical, entre outras melhorias. A fim de oferecer mais conforto, foram instalados alimentadores de energia para carregadores de celulares e notebooks.

Com área de 12.400 m2, o setor de embarque internacional C, que estava fechado desde 2003, rea-

W Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, um dos poucos com obras dentro do cronogramade 2014

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Melhorias futurasPara 2011, está programado o tér-

mino da substituição de todos os 60 elevadores dos dois Terminais de Passageiros e demais instalações do

aeroporto. A recuperação de pistas e pátios do sistema 15/33, a adequa-ção do sistema de pistas e pátios para operação do A380 e a reforma do sistema de luzes de aproximação são outros serviços em execução.

A previsão é que também em 2011 sejam concluídas as obras no Termi-nal 2. Serão instalados equipamen-tos e finalizados os acabamentos em cerca de 50% do prédio. Já a reforma total do Terminal de Passageiros 1, iniciada em 2008, deverá ser fina-lizada em setembro de 2012 com a substituição dos acabamentos e re-novação dos equipamentos, instala-ções e sistemas. Além disso, o uso das áreas será redefinido com os objetivos de aumentar a capacidade e o conforto do Terminal e garantir melhores condições operacionais.

O Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro conta com a maior pista de pouso e decolagem do Brasil, com

4.000m x 45m. Está ligado a mais de 27 localidades nacionais e 23 desti-nos internacionais. Possui dois siste-mas de pistas com operações simul-tâneas de pousos e decolagens. São 154 balcões de check-in, 16 esteiras de restituição de bagagens e 16 estei-ras de check-in, 38 pontes de embar-que e 24 posições remotas.

Empreendimento - Obras de Revi-talização e Modernização do TPS 1

coNcluÍdosRevestimento de pisos e pilares – Rodoserv Engenharia LtdaReforma de sanitários – IC Supply Engenharia LtdaSistema informativo de voo – Tec-nengeTecnologia de EngenhariaProjeto testeiras – Valéria LondonInstalação do forro mineral e lumi-nárias – Rodoserv Engenharia LtdaRecuperação das fachadas – Cem-bra Engenharia LtdaPolimento de pisos em granito – Stone Hill Exportação e Importação LtdaProjeto sinalização comercial e operacional – Valéria LondonNovas testeiras - Sinalmig Sinais/Sistemas e Programação VisualSubstituição de acabamentos – Ro-doserv Engenharia Ltda

em aNdameNtoProjeto básico – Consórcio Engevix PlanwayInstalação de 60 elevadores TPS 1 e 2 – Thyssenkrupp Elevadores S/AObras civis para instalação de elevadores – Rodoserv Engenharia LtdaInstalação de forró metálico Baffle e luminárias – Remaster Tecnologia LtdaEsteiras e bagagens – Dematic Sistemas e Equipamentos de Movi-mentação de Materiais Ltda

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transPOrte

Projetado dentro do conceito de porto-indústria, o Porto de Açu, em construção desde outubro de 2007, no município de São João da Barra (RJ), com início de operação previsto para o primeiro semestre de 2012, deverá criar novos paradigmas para a operação por-tuária no Brasil. Com custo estimado em US$ 1,6 bilhão, o porto, empreen-dimento da LLX Logística S.A, braço logístico do Grupo EBX, do empresá-rio Eike Batista, abrigará em sua retro-área, de mais de 100 km2 (equivalente a quase ¼ de toda a área do município, de 431 km2), um complexo industrial onde serão instalados uma siderúrgica, duas cimenteiras, um pólo metal-me-cânico, uma usina termoelétrica e pelo menos quatro usinas para pelotização de minério.

Além dessas, várias outras indústrias e empresas de serviços deverão se ins-talar na região, atraídas pelas facilidades logísticas proporcionadas pela intre-gração do porto com as infraestruturas rodoviária e ferroviária existentes. Até o momento, a LLX já possui 66 me-morandos de intenção assinados com empresas que querem construir plantas industriais ou movimentar cargas no Porto do Açu. Em agosto do ano passa-do, a empresa recebeu a Licença Prévia para construção de um pátio logísti-co, com área superior a 600 hectares, que possibilitará o armazenamento e a movimentação de cargas, preferencial-mente conteinerizadas. O pátio, cujas obras serão iniciadas ainda no primei-ro semestre deste ano, com conclusão

prevista para início de 2012, terá acesso ferroviário e será equipado com sistema de correias transportadoras, dutovia e modernos equipamentos para movi-mentação de contêineres.

Um terminal de granéis líquidos per-mitirá a movimentação de 4 milhões de metros cúbicos ao ano de gás natural liquefeito (GNL). O porto terá condi-ções, ainda, de atender as necessidades de logística e suprimento das atividades de exploração e produção de óleo e gás na Bacia de Campos.

O Porto de Açu será, ainda, parte in-tegrante da cadeia logística do chamado Projeto Minas-Rio, concebida para via-bilizar a exportação do minério de fer-ro produzido em Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas (MG). O minério beneficiado será transportado por um mineroduto de 525 quilôme-tros, que passará em 32 municípios de Minas e Rio de Janeiro, chegando finalmente em outra unidade de bene-ficiamento a ser construída no terminal portuário em São João da Barra, para ser exportado.

Todos esses fatores, conjugados, prometem promover na região um de-senvolvimento econômico jamais visto. A estimativa é que o Porto do Açu irá atrair investimentos da ordem de US$ 36 bilhões. Quando o porto e o com-plexo industrial estiverem funcionando, a previsão é que sejam gerados cerca de 50 mil postos de trabalho diretos. Mas antes mesmo de concluído, o Porto de Açu já revolucionou a vida em São João da Barra e municípios vizinhos.

Suas obras já geram hoje cerca de 2.600 empregos diretos, a maioria reside em Campos ou em São João da Barra.

O Porto de Açu foi projetado para ser o mais moderno terminal portuário privativo de uso misto do Brasil e a prin-cipal alternativa para o escoamento da produção dos estados do centro-oeste e sudeste do país, que atualmente sofrem com a falta de acessos logísticos. Com profundidade de 18,5 metros (e poste-rior expansão para 21 metros), o porto terá capacidade para receber navios de grande porte, como graneleiros tipo ca-pesize até 220 mil t, bem como a nova geração de superconteineiros, com ca-pacidade de até 11.000 TEUs (220 mil t) e com fretes mais competitivos.

A previsão é que sejam movimenta-das, no porto, 63,3 milhões de tonela-das de minério de ferro por ano, além de 10 milhões de toneladas ao ano de produtos siderúrgicos, 15 milhões de toneladas ao ano de carvão, 5 milhões de toneladas ao ano de granéis sólidos e 7,5 milhões de toneladas ao ano de carga geral.

Para o canal de acesso e a bacia de atracação de navios estão sendo feitos serviços de dragagem envolvendo um volume aproximado de 13,2 milhões m³ de forma a atingir uma profundida-de de -18,5 m até -21,0 m, prevendo-se a atracação de navios de grande capa-cidade de carga para transporte de mi-nério de ferro –até 160.000 DWT na primeira fase e até 220.000 DWT na segunda. No total, serão removidos 18 milhões m³ de areia.

PorTo do Açu, um ProjeTo de us$ 1,6 BIlhão

S Orçado em US$ 1,6 bilhão, o Porto de Açu abrigará grande complexo industrial no norte fluminense

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PorTo de ITAquI: r$ 1,6 BIlhão PArA duPlICAção

O Porto de Itaqui, no Maranhão, as-sinou um convênio de investimentos no valor de US$ 8 milhões com a Agência Internacional Japonesa de Cooperação ( JICA), um braço do Banco Japonês que investe em projetos de relevância mundial nos países em desenvolvimento, para o estudo de viabilidade técnica vi-sando a expansão do Porto, que passará de 3 milhões m² para 6 milhões m².

De acordo com Angelo Baptista, presi-dente da Empresa Maranhense de Admi-nistração Portuária (EMAP), o projeto re-afirmará a importância estratégica do Porto de Itaqui no cenário nacional. O aporte de grandes investimentos no Maranhão é o que justifica o projeto de expansão. O maior deles será a Refinaria Premium I

da Petrobrás, a maior da América Latina. Pelo cronograma da empresa, as operações devem ser iniciadas no segundo semestre de 2013 com o investimento previsto de U$19,8 bilhões de dólares, o equivalente a 224% do PIB do Maranhão.

Além da Refinaria, outros projetos já estão a caminho do Maranhão, entre eles duas Termoeléticas – uma em São Luís e outra em Miranda, no interior do Estado. A maior delas, do grupo MPX, irá gerar energia por meio da queima de carvão mineral, que será descarrega-do no porto do Itaqui em navios de 80 mil t. No segmento de celulose será im-plantada uma fábrica do Grupo Suzano Papel e Celulose, que deve investir cerca de R$ 3 bilhões.

Os estudos técnicos e operacionais para a construção de novos berços de atraca-ção já estão prontos. Os investimentos da JICA servirão para pôr em prática o projeto conceitual de criação de 18 novos berços de atracação. Apenas para a refinaria Pre-mium I, serão necessários mais sete berços exclusivos para a movimentação de carga e descarga. Para o projeto da Siderúrgica se-rão mais quatro berços; e outros dois para o grupo Suzano de celulose.

Com a conclusão dos estudos de via-bilidade econômica e do projeto de en-genharia será dado início a captação de mais recursos para financiar as obras de ampliação. Estima-se um orçamento para o projeto de expansão de aproximada-mente R$ 1,6 bilhão.

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62 / Grandes Construções62 / Grandes Construções

COMbustível

refInArIA ABreu e lImA: InvesTImenTos somAm r$ 23 BIlhões

A Refinaria Abreu e Lima, em fase de construção, é a obra mais cara da história de Pernambuco, or;ada em R$ 23 bilhões. Resultado de parceira entre a Petrobras e a empresa estatal venezuelana de Petróleo, PDVSA, adicionará mais 200 mil barris di-ários à capacidade de refino da Petrobras.

Mais adiantada entre os cinco projetos das novas unidades de refino da Petrobras, a Abreu e Lima deverá ser inaugurada em 2013. Até o momento foram realizados cer-ca de 80% das obras de terraplanagem.

O empreendimento enfrentou dificulda-des burocráticas na liberação das licenças ambientais para início das obras e suspeitas de superfaturamento. Teve também entra-ves na formação da sociedade que iria gerí-la. A PDVSA, que ficou de arcar com parte dos investimentos, recuou várias vezes an-tes de firmar a parceria com a Petrobras, gerando um clima de constrangimento e insegurança que só foram apaziguados após a petrolífera brasileira informar que arcaria com os custos da indústria mesmo que de forma isolada.

Se tais problemas não bastassem, o Tri-bunal de Contas da União (TCU) chegou a apontar indícios de superfaturamento na terraplanagem e chegou a propor a paralisa-

ção das obras. Foi preciso o Governo Fede-ral intervir e determinar que o projeto fosse tocado em nome dos “ganhos” que traria para o Estado.

Além da Terraplanagem, que está sendo executada pelo consórcio composto pela Norberto Odebrecht, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Galvão Engenharia, a Petrobras assinou cinco contratos, no valor global de R$ 8,9 bilhões, para a implantação da Refinaria Abreu e Lima. O maior contra-to, no valor de R$ 3,4 bilhões, se refere aos serviços necessários à construção das Uni-dades de Coqueamento Retardado – UCR (U-21 e U-22), incluindo subestações, Ca-sas de Controle e as Seções de Tratamento Cáustico Regenerativo (U-26 e U-27). O contrato foi firmado com o Consórcio Ca-margo Corrêa – CNEC, constituído pelas empresas Construções e Comércio Camar-go Correa S.A. e CNEC Engenharia S.A.

Também foi assinado o contrato para a implementação das Unidades de Hidro-tratamento de Diesel (U-31, U-32), de Hidrotratamento de Nafta (U33 e U-34) e Unidades de Geração de Hidrogênio (U-35 e U-36). O valor deste contrato com o Consórcio CONEST-UHDT (constituído pelas empresas Odebrecht Plantas Indus-

triais e Participações S.A. e Construtora OAS Ltda.) é de R$ 3,19 bilhões.

Já o contrato referente à construção das Unidades de Destilação Atmosférica – UDA (U-11 e U-12), no valor total de R$ 1,48 bilhão, foi firmado com o Consórcio RNEST - CONEST (Odebrecht Plantas Industriais e Participações S.A. e Constru-tora OAS Ltda.).

O escopo destes três contratos inclui o fornecimento de materiais, fornecimen-to parcial de equipamentos, construção civil, montagem eletromecânica, pre-servação, condicionamento, testes, pré-operação, partida (início das operações), assistência à operação, assistência técni-ca e treinamentos.

Além desses, também foi assinado o contrato para a implantação dos dutos de recebimento e expedição de produtos da refinaria, que compreende os serviços de análise de consistência do projeto bá-sico, projeto executivo, fornecimento de materiais e equipamentos, construção civil, instalações elétricas, montagem eletromecânica, preservação, condicio-namento, testes, apoio à pré-operação e operação assistida. O contrato será fir-mado com o consórcio Conduto – Egesa (Conduto - Companhia Nacional de Du-tos e Egesa Engenharia S.A.), no valor de R$ 649 milhões.

O quinto contrato assinado refere-se aos serviços de infraestrutura civil e compreende o sistema de drenagem pluvial limpa, pontilhões de concreto, arruamento e pavimentação, áreas de ar-mazenagem e portarias. Este serviço será executado pelo consórcio Construcap - Progen (Construcap CCPS Engenharia e Comércio S.A. e PROGEN Projetos Gerenciamento e Engenharia Ltda.) e o valor é de R$ 120 milhões.

W Refinaria Abreu e Lima: contratos pra obras já superam o valor de R$ 8,9 bilhões

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saneaMentO

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A Sabesp pretende investir R$ 16,9 bilhões no mu-nicípio de São Paulo, nos próximos 30 anos. O contra-to assinado entre o governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo destina investimentos em três grandes blocos. O projeto contempla a expansão e garantia do atendimento, visando atingir a universalização e prin-cipalmente o tratamento de esgotos. Inclui a gestão da demanda de água e recuperação de córregos e manan-ciais. E por fim, a reposição de ativos.

Para distribuir esses aportes, o contrato determina a necessidade de regularização urbanística e fundiária de áreas de favelas, núcleos urbanizados e loteamentos irregulares, o que deverá ser efetuado pela prefeitura e permitirá à Sabesp executar obras de infraestrutura. Os investimentos em saneamento na Região Metropolita-na de São Paulo (RMSP), composta pela cidade de São Paulo e mais 38 municípios,que serão atendidos pelos investimentos da Sabesp, são complexos e urgentes. Trata-se de um universo de 20 milhões de pessoas – ou 48% dos habitantes do Estado de São Paulo e 11% da população brasileira, segundo as projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os projetos estão previstos no Plano de Metas da Sabesp e no Plano Municipal de Habitação, elaborado pela Secretaria de Habitação da Prefeitura de São Paulo. Após a compatibilização dos planos da Sabesp e da Pre-feitura, foram definidas as metas de atendimento para os anos 2018, 2024 e 2039, levando em conta todos os programas em desenvolvimento pela Sabesp (Projeto Tietê, Córrego Limpo, Plano Metropolitano de Água, Controle e Redução de Perdas, Vida Nova) e outros pro-gramas que surgirão ao longo da vigência do contrato. Segundo as metas estabelecidas, em 2018, a cobertura de abastecimento de água deve chegar a 98,7%; o índice de cobertura com coleta de esgoto estará em 96,7%; e o tratamento do esgoto coletado chegará a 93%.

Recurso japonêsNeste ano, a Sabesp já fechou importante acordo com

a agência de fomento japonesa Japan International Coo-peration Agency ( JICA) para conceder o financiamento

de US$ 360 milhões para o programa de redução de perdas da Sabesp. O valor total acordado para o finan-ciamento é de 33,5 bilhões de ienes que, dependendo da varia-ção cambial, equivalem a mais ou menos de 360 milhões de dólares.

O desembolso deve ocorrer no decur-so dos próximos anos e a meta é reduzir as perdas operacionais para 13% até o ano de 2019. Os índices de perda da Sabesp hoje estão na casa dos 26%, graças a um enorme esforço desenvolvido nos úl-timos anos para a redução de perdas. Esse número che-gava a 33% há alguns anos e a meta é deixar ele abaixo de 15% nos próximos 11 anos. Essa fase do financia-mento vai garantir a continuidade do Programa até o ano de 2013.

O programa de redução de perdas de água prevê um conjunto de ações em todos os municípios operados pela Sabesp. Basicamente, o que se pretende é um inves-timento pesado em infraestrutura para atingir as metas. Troca de ramais, substituição de hidrômetros, setoriza-ção de medição, multiplicação das válvulas de controle de pressão, modernização da rede: esses são alguns dos itens que serão atacados pelo programa que teve seu fi-nanciamento aprovado em 12 de março deste ano pela JICA. O acordo aguarda aprovação do governo japonês.

Nova BillingsAlém disso, o Senado Federal aprovou empréstimo

de 6,2 bilhões de yenes, ou R$ 126 milhões, da Jica ( Japan International Cooperation Agency) para o Programa Integrado de Melhoria Ambiental na Área de Mananciais da Represa Billings – Pró-Billings. O programa tem ações voltadas para o município de São Bernardo do Campo e previsão de investimento de R$ 246 milhões. O objetivo é encaminhar, até 2015, todo o esgoto da bacia da represa e do Ribeirão dos Couros até a ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) ABC.

O Pró-Billings prevê ligações domiciliares de esgoto,

sABesP InvesTIrá r$ 16,9 BIlhões nA reGIão

meTroPolITAnA de sP

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assentamento de 105 km de

redes coletoras de esgoto, 33 km de coletores-tronco e a implantação de três estações elevatórias de grande porte para exportação dos esgotos da bacia Billings, margem norte, até a ETE ABC. Também serão executados sistemas de esgotamento sanitário em comunidades isoladas.

O esgoto de todos os bairros da mar-gem norte da bacia da Billings será cole-tado e transportado até o coletor-tronco Couros, na bacia do Ribeirão dos Cou-ros. Dali, os efluentes seguem para trata-mento na estação da Sabesp, benefician-do cerca de 700 mil habitantes.

A Billings também será favorecida pelo programa Vida Nova - Recuperação de Mananciais. O projeto tem investimento de R$ 1,39 bilhão e irá beneficiar os principais mananciais da Grande São Paulo, como a Guarapiranga. As ações se concentrarão no aumento da coleta de esgoto, urbanização de favelas e remoção de moradias em áreas de preservação permanente.

Entre as ações já realizadas estão a ur-banização de 29 favelas (como o Canti-nho do Céu), a desocupação de áreas de preservação permanente, a criação de

parques (como o Nove de Julho e o Atlântica),

a ampliação de infraes-trutura sanitária com a im-

plantação de coletores-tronco, redes coletoras de esgotos e

interligações ao sistema de esgota-mento sanitário. Também foram feitas melhorias no sistema de abastecimento de água, medidas de controle de quali-dade da água, recuperação ambiental e a compra de equipamentos para a cole-ta de lixo, já entregues às prefeituras do entorno das represas.

Em novembro passado, a Sabesp assi-nou acordo de empréstimo com o Bird (Banco Mundial) de R$ 100 milhões para o financiamento das obras. Cerca de 2,5 milhões de pessoas residentes no en-torno das bacias Guarapiranga, Billings, Alto Tietê, Juqueri-Cantareira e Alto e Baixo Cotia serão diretamente beneficia-das pelo programa.

Além dos programas Vida Nova e Pró-Billings, em julho do ano passado foi sancionada a Lei da Billings, que torna possível a aplicação dos recursos existentes para saneamento e habita-ção popular. Sem a legislação, a região - uma zona de proteção ambiental - não poderia se beneficiar desses investi-mentos. Os principais benefícios são a regularização de lotes de até 125 m², a implantação de infraestrutura pública, como redes de coleta e tratamento de esgoto e a proteção e conservação das áreas naturais existentes (80% do ter-ritório da bacia da Billings), de grande importância para a produção de água.

Setembro 2010 / 65

W Operários dedicados à construção de um

dos canais de concreto para escoamento e

redistribuição das águas do “Velho Chico”.

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saneaMentO

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O governo pretende criar uma estatal para operar a transposição do Rio São Francisco e executar a manutenção dos quase 800 km de canais de concreto que compõem a obra, cortando os estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Iniciado em agos-to de 2007, o último balanço gover-namental aponta para o avanço das obras do Eixo Leste em 61 % e no Eixo Norte em 42 %.

No total, a obra deverá consumir R$ 4,9 bilhões somente na parte fí-sica, fora as outras ações como as de revitalização do rio São Francisco e os programas ambientais que estão sendo implantados na medida em que o projeto evolui. A expectativa é de que o projeto supra o atendimen-to de 12 milhões de pessoas, além de gerar 350 mil empregos diretos e in-diretos, especialmente na zona rural.

Deverá viabilizar ainda assenta-mentos fundiários a serem implan-tados em áreas férteis, e a melhoria das condições de saneamento bási-co. Apenas o primeiro dos dois eixos estará pronto em junho de 2011 e sua conclusão deve ocorrer apenas no fim de 2012. O governo ainda irá

definir o valor da água. Estimado em R$ 0,13 por 1.000 litros de água por seus defensores, o custo pode chegar a quatro ou cinco vezes esse valor - ainda inferior ao custo da água for-necida por carros-pipa.

Pensada pela primeira vez na épo-ca do Brasil Império, a transposição do Rio São Francisco só começou a sair do papel há pouco mais de dois anos, com obras lideradas pelo Exér-cito, que enfrentaram ainda a greve de fome do bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, e parali-sações determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O Projeto São Francisco abrange a construção de dois canais: o Eixo Leste, com 220 quilômetros, que levará água para os Estados de Per-nambuco e Paraíba; e o Eixo Norte, com 402 quilômetros, que atinge Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. O Eixo Norte terá extensão muito maior que os 63 km do lotes 1 e 2, atingindo 400 km de comprimento até o interior dos estados do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. O projeto contempla a construção de outro canal principal de 220 km (Eixo

Leste), que avançará em direção à Paraíba, a partir da barragem de Itaparica, no município de Flores-ta (PE). O projeto está a cargo do Ministério da Integração Nacional e consiste na construção de dois canais principais – os eixos Norte e Leste – que se ligarão a uma série de canais secundários, adutoras e reservatórios, interligando o São Francisco a outras bacias do Nor-deste setentrional.

O empreendimento contempla a construção de nove estações de bombeamento ainda não licitadas. As travessias de rios, estrada e fer-rovias serão realizadas por meio de aquedutos, além de alguns tú-neis previstos em projeto. Ao lon-go dos dois eixos principais e de seus ramais, serão construídas 30 barragens para a formação de re-servatórios, de forma a permitir o fluxo de água nos períodos em que algumas estações de bombeamen-to estiverem fora de operação. O projeto contempla que elas fiquem desligadas durante um período do dia, para reduzir custos de energia. A primeira etapa das obras foi co-mandada pelo Exército Brasileiro.

TrAnsPosIção do rIo são frAnCIsCo, um CAmInho sem volTA

X Obras da Transposição do

rio São Francisco deverão gerar 350 mil empregos diretos, até

sua conclusão

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HabitaÇÃO

68 / Grandes Construções

são PAulo AvAnçA em seu ProGrAmA de urBAnIzAção dAs fAvelAs

Desde 2005, o programa de urbani-zação de favelas do município de São Paulo já interveio em 12 bairros, atin-gindo 13.660 famílias e contabilizando mais de 10 mil novas habitações. Sem dúvida número ainda insuficiente para atender a demanda das famílias caren-tes considerando somente a capital paulista, mas representa um avanço na adoção de uma política pública de intervenção contínua com vistas a me-lhorar as condições de saúde e higiene nas áreas mais pobres cidade.

Um dos principais símbolos desse substrato paulistano está na Favela de Paraisópolis, que tal como ocorreu com a Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, ganhou triste notoriedade por seus nú-meros de violência e insalubridade. Mas talvez tenha sido este um dos motivos também para o início de uma mobiliza-ção de diversos segmentos da sociedade,

para reduzir o contraste de uma favela incrustada junto a uma das áreas mais ricas e nobres da capital, o bairro do Mo-rumbi. Paraisópolis é, por assim dizer, a favela “chic” de São Paulo, no entanto essa realidade está presente em diversas outras partes da cidade configurando-se, também, como um tipo de doença so-cial, cuja tendência é nunca ser sanada, mas reproduzida ou até transferida de região, pois também está calcada num modelo de especulação. Daí o porte do desafio dos órgãos públicos.

Um desses exemplos é o empreen-dimento São Francisco Global, em São Mateus (Zona Leste). Para dar um exemplo, a antiga moradora do aterro sanitário de Servilluz deixou de pagar o aluguel de R$ 250 de um barraco, para pagar a tarifa de R$ 79,08 de seu novo apartamento. Gleba com 1,78 milhão m², o São Francisco Global tem hoje

1,04 milhão m², divididos em 11 núcle-os, todos comprometidos por habitação de interesse social. É o terceiro maior as-sentamento em condições precárias do mundo, com cerca de 15 mil famílias. Na primeira etapa da urbanização, a Secre-taria de Habitação (Sehab) fez obras de saneamento e infraestrutura. Na segun-da, dos 1.296 imóveis previstos, 316 já foram entregues.

A empresa trabalha em 21 urbaniza-ções, incluindo grandes obras, como a de Heliópolis (Zona Sul), glebas A, N, K, G e H, Paraisópolis e de Nova Jaguaré (Zona Oeste). Em Heliópolis já foram entregues 827 moradias e 23 comércios; na gleba K, 1.843 imóveis estão em construção. Nessas áreas fo-ram implantadas instituições culturais e educativas como Bairro Educador, Centro Paula Souza, Instituto Bacarell, CEU além de escolas e creches.

X Dez mil novas moradias foram

construídas pelo município de São

Paulo para oferecer melhor qualidade de

vida à população

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Nas bacias Billings e Guarapiranga, onde vivem mais de dois milhões de pes-soas em loteamentos irregulares, a Sehab atua por meio do Programa Mananciais. Além da urbanização e produção habita-cional, as obras de saneamento do Progra-ma Mananciais preservam a qualidade das represas que abastecem 3,5 milhões da região metropolitana. Na Guarapiranga, uma parte do programa foi concluída com a entrega de 20 obras para 10 mil famílias. O programa atua em 81 assentamentos e outras 4.700 unidades habitacionais serão construídas até 2012.

Além desses programas, a Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab) construiu 6.017 unidades habitacionais. Ao aderir ao Programa Minha Casa, Mi-nha Vida, a Cohab já tem destinado re-cursos para a aquisição de terrenos onde serão construídas as moradias. Somando-se os números de cada programa, desde 2005, foram construídas 10.017 habita-ções de interesse social.

Terceira fase do programaA licitação para as obras da terceira fase

do programa de urbanização de Paraisó-polis – o segundo maior assentamento precário da cidade, com cerca de 19 mil do-micílios - já foi concluída e aguarda, agora, a homologação da empresa vencedora. No último dia 31, a Prefeitura entregou mais 200 apartamentos do Condomínio B e 40 unidades do Condomínio C.

O programa Nova Paraisópolis inclui parcerias internacionais, foi destaque nas bienais de arquitetura de Roterdã e Vene-za, e prevê o reassentamento de mais de 3.000 famílias para eliminação de áreas de risco e abertura de vias, a instalação de di-versos equipamentos sociais e a construção de 3.168 unidades habitacionais. A entrega dos 200 apartamentos está entre os últimos trabalhos da segunda etapa das obras, cons-tituídas de três fases.

Orçada em R$ 310.831.162,22, sendo R$ 78,5 milhões (25,2%) do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC),

do Governo Federal, a segunda etapa será concluída no mês que vem. O governo do Estado também participa da inicia-tiva, por meio da CDHU e da Sabesp. A terceira e última etapa está orçada em R$ 182.939.488,54, aguarda homologação da licitação, tem previsão de início para o mês que vem e deverá ser concluída em agosto de 2012, quando Paraisópolis terá se tornado um bairro regularizado.

Iniciado em Setembro de 2006, o pro-grama Nova Paraisópolis tem orçamento total de R$ 528.752.622,39. Além de pro-mover a regularização fundiária de todo o assentamento, obras de drenagem e de saneamento básico, o programa também prevê a construção de um trecho da Via Perimetral, a construção de um Centro de Educação Infantil (CEI) – este, pratica-mente concluído —, uma Unidade Básica de Saúde (UBS), de uma unidade de Assis-tência Médica Ambulatorial (AMA), e de um Centro de Apoio Psicossocial (CAPS). O governo do Estado conclui ainda uma Escola Técnica Estadual (ETEC) e a Pre-

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HabitaÇÃO

70 / Grandes Construções

feitura construiu no local um Centro Edu-cacional Unificado (CEU).

Os apartamentos entregues têm 54,5 m² com dois dormitórios, sala, cozinha, ba-nheiro e área de serviço. O novo empreen-dimento é integrado por um ambiente tra-tado paisagisticamente e dotado de áreas de lazer condominial, estacionamentos e vias pavimentadas além das redes adequadas de água, esgoto, drenagem, energia elétrica e gás natural, com seus respectivos medido-res individualizados.

Bienal de Veneza destaca projeto Cantinho do Céu

O projeto de urbanização do Cantinho do Céu, comunidade localizada na mar-gem da represa Billings, a cargo do arqui-teto Marcos Boldarini, foi o escolhido pelo arquiteto e curador Ricardo Ohtake para integrar o pavilhão brasileiro na Bienal de Arquitetura de Veneza, na Itália. A notícia foi motivo de satisfação também para os técnicos da Secretaria de Habitação, espe-cialmente para aqueles responsáveis pelo Programa Mananciais, que têm a dupla tarefa de urbanizar favelas e implantar a infraestrutura necessária para preservar as águas das represas que abastecem a Ca-pital. O projeto do arquiteto foi mudar o conceito de inegração daquela comunida-de, voltando o olhar para a represa. Cerca

de 1.500 famílias deverão ser removidas das áreas de risco e da margem, o que tam-bém vai liberar a paisagem e contribuir para a segurança sanitária da represa. O reassentamento das famílias será feito na mesma região. “A ideia foi virar a comuni-dade para o reservatório e revelar a nature-za a sua frente”, destaca o arquiteto.

Ocupada no início da década de 1980, hoje, o Cantinho do Céu abriga 9.789 famílias, em uma área de 1.543.761 m². Nesse espaço privilegiado, com vistas para o espelho d’água da represa, a Sehab já tem em estágio avançado de execução das obras de drenagem, esgoto, implantação de guias e sarjetas, de pavimentação, obras de contenção em áreas de risco e de urbaniza-ção. Com orçamento na casa dos R$ 120 milhões, além dos itens citados o projeto conta com pista de skate, campo de futebol, praça, dois deques, espaço para capoeira e dança de rua, um deque flutuante, passarela de madeira e área para estacionamento. A conclusão das obras está prevista para 2012.

O programa de urbanização de fave-las já havia conquistado em maio o Prix d’Excellence Awards 2010 na categoria Infraestrutura Pública (em inglês, Public Infrastructure), concedido pela Fiabci, a mais importante federação do setor imobi-liário internacional, ligada à ONU. Com o mesmo programa, a Sehab já havia vencido

na categoria Ação Social do Prêmio Mas-ter Imobiliário de 2009, promovido pela Fiabci/Brasil. O relatório enviado ao júri internacional, em dezembro passado, apre-sentava um apanhado geral do Programa de Urbanização de Favelas, com seus parâ-metros e critérios, a implantação do Habisp (sistema de mapeamento dos assentamen-tos precários da cidade), o desenvolvimen-to do trabalho social e os programas de regularização fundiária e de loteamentos. Os projetos da Sehab contam ainda com parceria das universidades americanas de Harvard e Columbia, com participação na IV Bienal Internacional de Arquitetura de Roterdã, em 2009.

Síndicos entre os moradoresO Curso de Administração de Condo-

mínios já capacitou 71 moradores das co-munidades de Heliópolis, Jardim Celeste V e Cidade Azul, além de 49 técnicos das Habis Centro e Sudeste (divisões regionais ligadas a Superintendência de Habitação Popular, da Secretaria Municipal de Habi-tação) a gerenciar conjuntos habitacionais. A ideia é formar moradores que se tornem multiplicadores do conhecimento adqui-rido e os cursos resultam de uma parceria entre o Secovi (Sindicato da Habitação) e os órgãos da prefeitura.

As turmas elegeram oradores que res-saltaram a importância de saber lidar com questões que envolvem segurança e res-peito entre vizinhos. O torneiro mecânico e pastor evangélico José Darlindo, 55 anos, futuro morador do Conjunto Jardim Celes-te V, diz que nunca morou em condomínio. “Precisávamos aprender a lidar com pesso-as que possuem cultura e costumes diferen-tes dos nossos. Para isso, o curso foi funda-mental”, disse. A ex-moradora da favela do Jaguaré, Ercelania Maria da Silva, 31, síndi-ca do Residencial Nova Jaguaré – Alexan-dre Mackenzie, apontou questões que pôde aplicar ainda no início do curso. “Entendi a importância de instalarmos o interfone nos apartamentos, e como transmitir informa-ções para os condôminos”, explicou.

W Triste contraste: Favela Paraisópolis, bolsão de pobreza e violência cravado no bairro elegante do Morumbi, em São Paulo

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r$ 328,4 mIlhões PArA urBAnIzAr A fAvelA de

mAnGuInhos O Programa de Urbanização do Com-

plexo Residencial de Manguinhos, uma das maiores comunidades carentes do Rio de Ja-neiro, prevê a construção de 1.800 novas ca-sas, regularização e reforma de outras 1.125 residências, instalação de rede de água, es-goto e drenagem. Também está prevista a construção de cinco creches, duas escolas de ensino médio, uma de ensino profissio-nalizante, uma biblioteca de referência, com área de estudo, complexo esportivo, centro médico e áreas de lazer. As intervenções es-tão orçadas em R$ 328,4 milhões, sendo em parte com recursos federais com contrapar-tida financeira do estado e município

O projeto, que está sendo executado pelo Consórcio Manguinhos, conta com a participação da Andrade Gutierrez, EIT e Comter Construções, e tem como meta global melhorar a vida de 46 mil moradores do complexo de favelas. Compõem o Com-plexo de Manguinhos as comunidades de CHP2, Vila Turismo, Parque João Goulart, Vila União, Mandela de Pedra, Nelson Man-dela e Samora Machel.

Serão construídas duas unidades de aten-ção à saúde: uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) 24 horas, e um CAPS (Cen-tro de Apoio Psiquiátrico), destinado a fazer o atendimento intensivo e semi-intensivo de pacientes com transtornos mentais.

O programa de obras para Manguinhos prevê ainda a elevação de 2 quilômetros da

via férrea que, segundo o arquiteto Mário Jáuregui, responsável pelo desenvolvimento do projeto, divide a comunidade ao meio. Esta é a obra mais custosa do programa, prevendo a construção de uma estação in-termodal com três pavimentos – uma plata-forma de embarque, uma de acesso a bilhe-terias e sanitários e outra com comércio.

Próximo à área da estação, está prevista a construção do Parque Metropolitano, com ciclovia, anfiteatro, comércio popu-lar e quiosques de alimentação. Há tam-bém a promessa de melhorias na rede de drenagem pluvial. Estão previstas ainda a pavimentação de 240 mil m2 de vias e a recuperação das margens dos rios Jacaré e Faria Timbó.

Um dos compromissos que norteiam o empreendimento é o de que a mão de obra empregada nas obras seja da própria locali-dade. Há ainda a promessa de construção de um centro para geração de trabalho e renda e agências de micro crédito, além da construção de um Centro de Referência da Juventude, com salas de informática e curso pré-vestibular.

Dentro dos parâmetros da lei, os morado-res de Manguinhos terão direito ao título de propriedade de sua moradia. Para facilitar esse processo, será oferecido às comunida-des atendimento jurídico para a regulariza-ção da documentação necessária.

S Obras de instalação de rede de saneamento na favela de Manguinhos, Zona Norte do Rio

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inDÚstria

CATerPIllAr: fáBrICA no PArAná PArA eXPAndIr A Produção

A Caterpillar adquiriu uma fábrica localizada em Campo Largo, no Esta-do do Paraná, que após remodelação atingirá 50 mil m² de área construída e estará pronta para iniciar a produção até o final do ano. A fábrica em Cam-po Largo (originalmente construída para receber a linha de produção da automotiva Crysler) produzirá retro-escavadeiras e carregadeiras de pe-queno porte, atualmente fabricadas em Piracicaba e que compõem parte da família de máquinas da Divisão de Produtos de Construção Leve da Ca-terpillar (BCP - Building Construc-tion Products Division).

“Esta nova fábrica é um importan-te investimento para o crescimento de longo prazo e sucesso da BCP, especialmente na medida em que crescemos na América Latina e ofe-recemos máquinas que vão permitir tornar nossos clientes mais produti-vos”, diz Mary Bell, vice-presidente da Divisão de Produtos de Constru-ção Leve da Caterpillar.

Em adição à nova fábrica, a Cater-pillar anuncia também planos para

aumentar a capacidade de produção de sua sede industrial, em Piracica-ba (SP), para a manufatura de seus produtos tradicionais. Investimentos em torno de US$ 180 milhões estão previstos em ambas as unidades nos próximos dois anos.

“A decisão de expandir as opera-ções no Brasil faz parte da estratégia global de longo prazo da Caterpillar para ampliar seus negócios em mer-cados relevantes em crescimento, além de possibilitar que a companhia atenda à demanda crescente de sua base de clientes na América Latina”, diz Rich Lavin, presidente de grupo da Caterpillar Inc. com responsabili-dade pelos mercados em crescimento e produtos tradicionais.

A escolha do local da nova unidade demandou estudos em diversas cida-des brasileiras nos últimos seis meses, explicou Luiz Carlos Calil, presidente da Caterpillar Brasil. Mas a decisão por Campo Largo foi motivada pelas características da propriedade e pela possibilidade de rapidamente aumen-tar a capacidade de produção. “A loca-

lização geográfica desta nova unidade permitirá melhorar a eficiência na cadeia de suprimentos da Caterpillar e ampliar a flexibilidade de suas ope-rações, tudo alinhado aos princípios do Sistema de Produção Caterpillar”, acrescenta Calil. A nova fábrica deve-rá iniciar a produção em 2011. “É uma honra ter a Caterpillar, uma empresa de classe mundial, em nossa cidade. Os investimentos que serão feitos nesta nova fábrica trarão empregos adicionais e darão suporte ao desen-volvimento de Campo Largo”, declara Edson Basso, Prefeito do município, que vislumbra uma boa opotunidade de desenvolvimento para a região.

A nova unidade industrial da Ca-terpillar Brasil em Campo Largo (PR) será responsável pela produção da Retroescavadeira 416E e das Car-regadeiras de Rodas 924H e 938H. A transferência das linhas de produção desses modelos está prevista para 2011, após o local passar por uma remodelação para acomodar a tec-nologia necessária e as diretrizes do Sistema de Produção Caterpillar.

X Nova fábrica produzirá

retroescavadeiras e carregadeiras

de pequeno porte, hoje fabricadas em

Piracicaba (SP)

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inDÚstria

O grupo sul-coreano Hyundai está sendo disputado por São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, para definir o local de implan-tação de sua fábrica de equipamentos para construção, um investimento de US$ 150 milhões que deverá ser ini-ciado em meados do próximo ano.

A unidade será a primeira de equipamentos pesados da marca fora da Ásia. Com capacidade de produção anual de até 5 mil uni-dades - entre escavadeiras, retro-escavadeiras e pás carregadeiras -, a fábrica deverá abrir cerca de 650 postos de trabalho diretos. O pro-jeto foi anunciado no início do ano por John Lim, presidente para as Américas da Hyundai Heavy Indus-tries, divisão do grupo que produz máquinas e equipamentos.

A definição do município depen-de de critérios como proximidade ao centro consumidor, facilidade de su-primento de componentes de fabrica-

ção local e qualidade de mão de obra, além dos incentivos fiscais oferecidos pelos governos estaduais e munici-pais. A fábrica deverá ser instalada em um condomínio industrial, o que evitaria eventuais problemas para ob-tenção de licenças ambientais.

As obras de terraplanagem da fá-brica de automóveis que a Hyundai pretende construir em Piracicaba, interior paulista, foram parcialmente suspensas por causa de pendências em relação à obtenção delicenças. A previsão para conclusão das obras e início das operações está prevista para 2012, mas o cronograma pode sofrer atrasos.

No caso da fábrica de máquinas de construção, os planos existem desde 2008, mas foram adiados por conta da crise global. No entanto, a deman-da forte nas áreas de habitação e de infraestrutura, com a construção de estradas e projetos previstos no Pro-grama de Aceleração do Crescimento

(PAC), atuou para alavancar nova-mente o projeto. A companhia deci-diu suspender as unidades que pre-tendia erguer nos EUA e na Rússia e antecipou os investimentos no Brasil.

A previsão inicial era começar a produção de máquinas e equipamen-tos para construção no País apenas em 2012. Agora, a empresa quer dar partida na produção já em julho do próximo ano.

Na primeira fase do investimento, estimada em US$ 100 milhões, a ca-pacidade da fábrica será de três mil máquinas por ano. Com investimen-to adicional de US$ 50 milhões, a empresa pretende chegar a cinco mil máquinas por ano.

Além da unidade de máquinas, o grupo prepara a construção de fábri-ca de veículos em Piracicaba, inves-timento de US$ 600 milhões, que deve começar a funcionar em 2012. O projeto atrairá ainda pelo menos oito fabricantes para a cidade.

hyundAI: novA fáBrICA em 2011

X Com investimentos de US$ 150 milhões, nova fábrica terá capacidade para

produzir 5 mil unidades/ano#

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sHOPPing

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shoPPInG ClAsse A fArá PArTe do emPreendImenTo WTorre jk

O shopping JK Iguatemi tem inau-guração prevista para 2011, no mês de setembro. O empreendimento está no Itaim Bibi, bairro nobre de São Paulo, no encontro das avenidas Juscelino Kubitschek, Nações Unidas e Chedid Jafet. O shopping faz parte do comple-xo de uso misto WTorre JK, que con-templa ainda três torres e um edifício comercial que, juntos, têm capacidade para 17 mil pessoas.

O grupo Iguatemi estima um fluxo diário de aproximadamente 20 mil pes-soas e cerca de 7,2 milhões de visitan-tes por ano. Nas proximidades do shop-ping existe alta concentração de renda, principalmente em bairros como Vila Nova Conceição, Vila Olímpia e Jardim Paulistano. Por isso, o público estima-do é de 48% da classe A e cerca de 50% terá idade entre 20 e 49 anos.

O projeto de arquitetura do shopping foi desenvolvido pela empresa Arquitec-tonica e tem como característica marcan-te a transparência, conferida pelos panos de vidro que revestem o edifício e que

proporcionam luminosidade no espaço interno e vista para o paisagismo de Isabel Duprat. Do shopping também é possí-vel apreciar o Parque do Povo, uma área verde de 112 mil m2 com trilhas e equi-pamentos esportivos, que foi revitalizada pela WTorre com a prefeitura de São Pau-lo, entre 2007 e 2008.

Além do aproveitamento da luz natural, o shopping terá outros recursos que per-mitirão economia de recursos naturais, como os sensores de ar condicionado que ajudarão a diminuir o consumo de ener-gia. Os cuidados para que a água seja dis-ponibilizada de forma racional incluem a instalação de torneiras econômicas, de descargas eficientes e a captação da água da chuva para ser usada no sistema de refrigeração do edifício. Até mesmo o ar interno do edifício será purificado com filtros especiais para garantir uma atmos-fera saudável.

O shopping tem quatro pisos de lojas, área construída de 116 mil m2, sendo que a área bruta para locação é de 32.576 m2. Tem capacidade para abrigar 170 lojas,

além de quatro âncoras, 11 megalojas, praça de alimentação e nove restaurantes. Na área de lazer estão previstas nove sa-las de cinema, uma sala de teatro, parque infantil e área para eventos. Os três níveis de garagem somam duas mil vagas, sendo que 58 delas são para portadores de defi-ciência e 105 para motos.

Recursos tecnológicos prometem sur-preender o visitante. Por exemplo, com o uso de um dispositivo móvel o cliente terá acesso a informações exclusivas e poderá se localizar nas áreas do shopping. O em-preendimento também oferecerá cone-xão WiFi em todas as áreas e TV digital na praça de alimentação. Do ponto de vista cultural, promete trazer artistas interna-cionais, que desenvolverão exposições e instalações especialmente para o local.

O empreendimento é dividido igual-mente entre a Iguatemi Empresa de Sho-pping Centers e a WTorre Properties, sendo que a execução ficou a cargo da WTorre Engenharia e Construção. O in-vestimento total foi de R$ 186,6 milhões.

X Localizado em área nobre da capital paulista,

o Shopping JK Iguatemi foi dimensionado para receber

20 mil pessoas/dia

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Junho 2010 / 77

T Novo shopping será construído em área

privilegiada, prevista pelo arquiteto Lúcio Costa,

autor do Plano Piloto para Urbanização da Barra

da Tijuca, para ser uma área de desenvolvimento

urbano controlado

O Shopping Metropolitano será inaugurado em outubro de 2012 na Barra da Tijuca, um dos bairros mais valoriza-dos do Rio de Janeiro. O em-preendimento é desenvolvido em conjunto pelas empresas Carvalho Hosken, RJZ Cyrela e Cyrela Commercial Proper-ties (CCP) e tem em vista o aquecimento econômico que virá com os grandes eventos esportivos no Brasil: a Copa do Mundo, em 2014 e as Olimpí-adas, em 2016. Para este últi-mo, no bairro serão instaladas a vila olímpica e as instalações para a mídia do mundo inteiro. Estima-se que a Barra da Tijuca abrigará cerca de 17.500 atletas e mais de 16 mil profissionais de mídia em 2016.

O empreendimento está no Centro Metropolitano, local planejado inicialmente pelo urbanista Lucio Costa, no fi-nal da década de 1960, para ser uma área de desenvolvi-mento urbano controlado, pertencente à Baixada de Jaca-repaguá. Atualmente, a região configura-se como um polo de

expansão da Barra da Tijuca. Pensando nisso, foi criado o se-guinte slogan para divulgação do futuro centro comercial: “O shopping que chega com a evolução da Barra”. A popula-ção dessa área chega a 840 mil habitantes e existe a expectati-va de que ultrapasse o número de habitantes de Ipanema e do Leblon nos próximos anos.

Com projeto arquitetônico de Paulo Baruki, o shopping ocupará um terreno de 78 mil m2, com área bruta locável de 45 mil m2. Nesta primeira fase estão previstos dois pisos para 230 lojas, seis âncoras, sete megalojas, praça de ali-mentação, cinco restaurantes com vista panorâmica e oito salas de cinema de última ge-ração. O estacionamento terá 2700 vagas, das quais 1900 são cobertas. Algumas lojas que confirmaram espaço no shopping são a Ponto Frio, Renner, Riachuelo, Marisa e Ri Happy. Pela localização, além do público da Barra da Tijuca, o novo shopping tam-bém atrairá moradores do

Recreio dos Bandeirantes, de Jacarepaguá e arredores.

A CCP possui um portifólio de 200 mil m2 de área locável e mais 225 mil m² em desen-volvimento. No segmento de shopping centers possui par-ticipação em três empreendi-mentos, todos incorporados e administrados pela empre-sa. Além do futuro shopping metropolitano, fazem parte da lista o Shopping D, no bairro do Canindé, na capital paulis-ta, e o Grand Plaza Shopping, no bairro Jardim, em Santo André, SP. Esses dois últimos estão em funcionamento e so-mam área bruta de 40 mil m2 para locação.

A construtora Carvalho Hosken dedicou metade de seus 60 anos em empreendi-mentos na Barra da Tijuca. Em parceria com a RJZ Cyrela, a empresa foi a responsável pelo paisagismo na avenida Abelar-do Bueno para os Jogos Pana-mericanos de 2007. A avenida é uma das principais do bair-ro e ficou conhecida como o Boulevard do Pan.

shoPPInG meTroPolITAno fArá PArTe dA eXPAnsão dA BArrA dA TIjuCA

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COPa 2014

78 / Grandes Construções

CronoGrAmAs de oBrAs ComeçAm A ser CumPrIdos

Atrasos nos editais, questionamentos judiciais, indefinição de projetos e dificul-dades financeiras ainda emperram o anda-mento das obras nos estádios de futebol que irão abrigar a Copa do Mundo em 2014. Apesar de grandes atrasos e incerte-zas, as obras para a construção e reforma de alguns estádios começam a cumprir o cronograma.

Em Manaus, por exemplo, o antigo es-tádio Vivaldo Lima, o Vivaldão, projetado pelo arquiteto Severiano Porto e inaugura-do na década de 1970, não teria condições de atender a todos os requisitos da FIFA para a Copa do Mundo de 2014. Por isso, está sendo demolido para dar lugar à Arena Amazônia. O novo estádio terá capacidade para 43,6 mil pessoas e área construída de 170 mil metros quadrados. O projeto arqui-tetônico foi feito em parceria pelo escritório GMP, da Alemanha, e o Grupo Stadia, do Brasil. A Andrade Gutierrez será a respon-sável pela construção.

O projeto procura integrar-se à paisa-gem amazônica, com clara inspiração na flora da região. Desde o início dos estu-dos, o projeto incorporou conceitos de sustentabilidade, permitindo que o está-dio apresente maior eficiência energética e reuso de água, entre outros quesitos, que poderão garantir a certificação LEED para o equipamento esportivo.

Para ser aprovado, o projeto precisou se-guir todas as exigências da FIFA e da CBF

em termos de sustentabilidade econômica, social e ambiental. Também está de acordo com normas brasileiras de segurança e de acessibilidade.

A demolição do Vivaldão deve ter-minar até outubro e cerca de 95% do concreto removido será reutilizado na construção da nova arena. Ela será im-plantada no mesmo lugar do antigo está-dio, em área privilegiada, de fácil acesso pelas avenidas principais, com distância de 5,7 km do centro da cidade.

A nova arena custará R$ 32 milhões e ficará pronta em 2013. Segundo dados do Ministério do Turismo, a região também re-ceberá investimentos de até R$ 5,4 bilhões, incluindo a construção do estádio e melho-rias na infraestrutura urbana.

Beira-RioO estádio Beira-Rio e todo o seu entorno,

em Porto Alegre, passarão por uma revita-lização para receber os jogos da Copa. O projeto arquitetônico do escritório Hype Studio prevê a construção de uma cobertu-ra em estrutura metálica e lona tensionada, com inspiração nos estádios da Copa da Alemanha, realizada em 2006. Também es-tão sendo feitas reformas internas para aten-der aos requisitos da FIFA e a construção da arquibancada inferior, para aproximar o público do campo e aumentar a capacidade de 56 para 62 mil pessoas. A cobertura será suportada por 65 módulos de 23 metros, em forma de asa. As obras estão dentro do

prazo e as 130 estacas de sustentação dos pilares desta cobertura começaram a ser instaladas em agosto.

O escritório Santini e Rocha Arquitetos é responsável pelo gerenciamento técnico e detalhamento do projeto, e a Simom Enge-nharia pelo cálculo estrutural de fundações e estruturas. A construtora ainda não está definida. O Hype Studio também fez o pro-jeto de revitalização urbana para a área ex-terna ao estádio, às margens do Rio Guaíba. A sugestão é de que sejam construídos ho-téis, edifícios comerciais e até uma marina, mas ainda não existem financiadores para essa parte do projeto. No entorno também será construído um estacionamento com capacidade para 2.560 veículos.

As obras do estádio terão custo aproxi-mado de R$ 130 milhões e o clube Interna-cional, de Porto Alegre, espera que o valor seja reduzido com isenções fiscais. O clube fará as obras com o dinheiro adquirido com a venda do Estádio dos Eucaliptos, realiza-da em agosto, e com a venda antecipada de camarotes do Beira-Rio.

Fonte NovaSobre os entulhos da implosão do antigo

estádio, as obras para a construção da are-na Fonte Nova seguem dentro do prazo. A demolição do anel inferior da arquibanca-da e de estruturas internas começou a ser feita de forma mecânica em junho e o anel superior foi implodido no dia 29 de agosto. Quase 30 mil m3 de concreto proveniente

X Maquete eletrônica da Arena do

Pantanal, em Cuiabá: obras avaliadas em

R$ 342 milhões prosseguem sem

atrasos

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Setembro 2010 / 79

O Estádio Jornalista Mário Filho, mais co-nhecido como Maracanã, está fechado para reformas. O objetivo é adequar o templo mundial do futebol às exigências da Fifa para que participe da Copa de 2014. A licitação foi concluída em meados de agosto, sendo vencedor o Consórcio Maracanã Rio 2014, composto pelas empresas Andrade Gutier-rez, Odebrecht e Delta.

O orçamento apresentado pela empresa foi de R$ 705 milhões, ficando 2,14% abai-xo do que tinha sido avaliado pelo governo estadual do Rio, R$ 720 milhões. Atualmen-te, há cerca de cem pessoas envolvidas na elaboração do projeto executivo e na obra. A expectativa, no entanto, é que no auge da empreitada sejam criados dois mil empregos diretos e 10 mil indiretos.

Entre as mudanças estão a recuperação da cor original do estádio, a construção de novas rampas e a instalação de novos ele-vadores. Para que as seleções entrem juntas em campo, o túnel de acesso ao gramado será alargado.

Já os camarotes, que hoje estão localizados na parte superior do estádio, serão transferi-dos para o meio das arquibancadas, permi-tindo uma melhor ventilação. Além disso, por exigência da FIFA, passarão de 99 para 110. As cadeiras, por sua vez, ganharão uma cobertura de politetrafluoretileno (PTFE), resina de última geração. Os torcedores e vi-sitantes poderão usufruir ainda de um maior número de banheiros e restaurantes.

ObrasAs obras estão a pleno vapor. Foram reti-

radas as 35 mil cadeiras azuis do anel infe-rior, que já começou a ser demolido. Tam-bém as cadeiras da parte superior estão sendo removidas. O projeto prevê ainda a construção de um prédio para estaciona-mento, acima das linhas da Supervia e do metrô, com cerca de 3.500 vagas.

Por outro lado, a capacidade do Maracanã será reduzida de 86 mil para 76 mil lugares a fim de adequar os assentos aos critérios de conforto da Fifa. O acesso será feito por meio de duas rampas, que voltarão a fun-cionar com a derrubada dos camarotes que ficam na parte superior do estádio.

Além disso, serão abertos outros quatro acessos para atingir o número solicitado pela Fifa. Essa intervenção reduzirá o tem-po de escoamento do público para oito mi-nutos, no máximo.

DesafioO maior desafio, segundo o Consórcio

Maracanã Rio 2014, é a instalação da co-bertura em lona tensionada, algo inédito no Brasil. Para isso, deverá ser criada uma logís-tica específica somente para a instalação da própria cobertura, que requer uma dinâmica especial, mais detalhada e complexa.

O prazo para a conclusão é 31 de dezem-bro de 2012, uma vez que o estádio abrigará jogos da Copa das Confederações, em 2013, e a final da Copa do Mundo, em 2014.

O Maracanã foi inaugurado em 1950, quando o Brasil sediou pela primeira vez a Copa do Mundo. Para a Copa 2014, en-tre outras adaptações, será construída uma nova cobertura.

S Estádio do Maracanã: obras a pleno vapor têm como maior desafio a instalação da nova cobertura

da demolição será reutilizado na cons-trução da nova arena e em outras edifi-cações públicas. As obras para as funda-ções estão prestes a serem iniciadas.

O projeto arquitetônico foi feito pela Setepla Tecnometal Engenharia, com autoria do arquiteto Marc Duwe, em parceria com a empresa alemã Schulitz+Partner. O desenho manteve a forma oval e abertura para o Dique do Tororó, importante área de lazer em Sal-vador. O estádio terá capacidade para 50 mil assentos, com possibilidade de am-pliação para 65 mil, caso seja escolhido para a abertura da Copa.

Toda a operação custará R$ 591 mi-lhões e o responsável pelas obras é o con-sórcio Arena Fonte Nova, formado pelas construtoras OAS e Odebrecht. Existe a previsão de que o estádio seja entregue até dezembro de 2012, em tempo de receber a Copa das Confederações, que acontecerá em 2013.

CuiabáO projeto da GCP Arquitetos e do

Grupo Stadia para a Arena Pantanal, de requalificação do estádio Verdão, tem grande preocupação com o sombrea-mento e a circulação de ar, elementos fundamentais em Cuiabá, onde as tem-peraturas podem ultrapassar os 40oC. Para que o estádio não fique vazio de-pois da Copa, existe a previsão de que 30% dos 43.600 assentos sejam remo-vidos e reutilizados em outras obras estaduais. A arena não sofre atrasos e as fundações já começaram a ser feitas logo após a demolição.

Para atingir o Green Goal da FIFA, a arena terá diversos recursos que aten-dem aos requisitos internacionais de sustentabilidade, como a captação de água da chuva do gramado e da cober-tura para reuso. O projeto já ganhou a certificação do US Green Building e há possibilidade de certificação do estádio quando pronto.

Também há previsão de requalifica-ção do bairro Verdão, onde o estádio está implantado, na região central de Cuiabá. O custo estimado para as obras é de R$ 342 milhões e a construção é de responsabilidade das construtoras Santa Bárbara e Mendes Júnior. A conclusão da arena está prevista para 2012.

reformA do mArACAnã CusTArá r$ 705 mIlhões

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OliMPíaDas

80 / Grandes Construções

O Centro Olímpico de Treina-mento (COT) tem como desafio ser referência na formação de atletas e instrumento de desenvolvimento do esporte da América Latina e África. Com essa meta, pretende criar uma estrutura de treinamento para 22 modalidades olímpicas, como saltos ornamentais, natação, nado sincro-nizado, polo aquático, atletismo, ba-dminton, basquete, boxe, ciclismo, esgrima, ginástica rítmica, handebol, judô, taekwondo e vôlei, entre outros.

De acordo com planejamento da Rio 2016, o Centro será a sede de 12 dessas modalidades durante os Jogos. Além disso, duas instalações construídas para os Jogos Pan-ameri-canos Rio 2007 farão parte do novo Centro Olímpico de Treinamento: o Parque Aquático Maria Lenk e o Ve-lódromo do Rio.

Inspirado em modelos das princi-

pais potências esportivas, o projeto do COT também tem como objetivo a formação de atletas olímpicos. Nes-sa área, pretende criar um centro de aprendizado, onde deverão ser realiza-dos diversos cursos técnicos, como de formação de árbitros e de pesquisas aplicadas ao esporte.

A ideia é que, além dos profissio-nais brasileiros, atletas da América Latina e da África possam contar com uma infraestrutura de apoio que inclui biblioteca, salas de aula, cen-tro de informações esportivas com instalações para cursos, simpósios e palestras, auditório, laboratório de informática e alojamentos. Poderão usufruir ainda de serviços nas áreas de medicina esportiva e clínica, nu-trição e fisioterapia, assim como de avaliações fisiológicas, biomecânicas, psicológicas e bioquímicas.

A fim de atender também aos atle-

tas paraolímpicos, o COT foi planeja-do com as adaptações necessárias aos portadores de deficiência. Nos Jogos Paraolímpicos de 2016, o local deve-rá receber competições de natação, basquete em cadeiras de rodas, rúgbi em cadeiras de rodas, esgrima em ca-deiras de rodas, bocha, judô, goalball, futebol de 5, futebol de 7, tênis em ca-deiras de rodas e ciclismo pista.

Edital Polêmicas em relação ao texto do

edital do Centro Olímpico de Treina-mento têm provocado o adiamento do processo de seleção para a construção do empreendimento. Recentemente, o concurso foi cancelado pelo Comi-tê Organizador dos Jogos Olímpicos do Rio 2016 e, até o momento, não há data definida.

O órgão alega falta de transparência do texto, que poderia induzir inter-pretação equivocada de que o serviço solicitado seria a elaboração do pro-jeto executivo. Segundo o Comitê Olímpico, o vencedor do edital deve elaborar manual descritivo e conceito do projeto básico.

Já o Instituto de Arquitetos Brasi-leiros (IAB) alega que não houve di-vulgação do processo de seleção para a obra. O IAB estima que 80% dos escritórios de arquitetura não soube-ram do edital. Além disso, segundo o IAB, as empresas tiveram apenas 12 dias para reunir a documentação para o concurso.

Em nota oficial, o Comitê afirmou que, a fim de garantir a transparência do processo, os editais são divulga-dos em seu site. Destacou ainda que houve um prazo compatível com a documentação exigida - portfólio, habilitação jurídica e qualificação eco-nômico-financeira.

CenTro olímPICo de TreInAmenTo

W Projetado para os jogos de 2016, o COT será referência na América Latina e África

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Setembro 2010 / 81

W Marina da Glória, em um dos mais belos cenários do Rio de Janeiro, será revitalizada para se tornar um complexo turístico e de entretenimento, para os Jogos Olímpicos

A Marina da Glória, um dos cartões postais do Rio de Janeiro, deverá se transformar num importante polo es-portivo do estado. É o que pretende o Grupo EBX, do empresário Eike Batis-ta. Com o apoio da Prefeitura do Rio, a empresa concluiu no final de setembro o processo de seleção do projeto de revita-lização do local, que teve como vencedor o escritório de arquitetura Índio da Cos-ta A.U.D.T. Com as reformas, a Marina estará pronta para realizar competições náuticas durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.

Participaram do concurso arquitetos do Brasil, Estados Unidos, Espanha, Inglaterra, Bélgica, França, Itália e Por-tugal. Os principais critérios analisados foram apuro técnico, respeito ao patri-mônio histórico, preocupação com a sus-tentabilidade e integração da Marina da Glória ao Parque do Flamengo.

O projeto vencedor será previamente

submetido à avaliação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacio-nal – IPHAN. Em seguida, será analisa-do por todos os órgãos competentes, em seus âmbitos de atuação. Todas as nor-mas ambientais e urbanísticas previstas para a área do Parque do Flamengo deve-rão ser respeitadas.

A adaptação da marina para o Pan, comprada pelo Grupo de Eike Batista em 2009, foi orçada em R$ 43 milhões. Com o investimento, a capacidade do local será ampliada pra 10 mil pessoas. Planeja-se ainda a construção de novos atracadores.

Segundo o grupo de Eike Batista, a nova Marina da Glória deverá compor um complexo turístico e de entreteni-mento com outros projetos como o Ho-tel Palace, que contará com uma torre de escritórios e está recebendo investimen-tos de R$ 200 milhões, e o Pink Fleet, navio de turismo que realiza passeios na Baía de Guanabara.

Como o espaço é tombado pelo patri-mônio histórico desde 1969, qualquer intervenção no local deve ser submeti-da ao Instituto do Patrimônio Artístico e Nacional – Iphan. A Marina da Gló-ria localiza-se no Parque do Flamengo, projetado pelo arquiteto Affonso Reidy e pelo paisagista Roberto Burle Marx.

PolêmicasAs obras para a revitalização da Mari-

na da Glória foram alvos de polêmicas, iniciadas após a construção da nova ga-ragem de barcos na enseada da Marina, próximo ao Aeroporto Santos Dumont. As reformas estariam sendo feitas em área tombada e sem autorização do Iphan. Segundo o órgão, a altura da gara-gem - um prédio de cinco andares, com 19 mil metros quadrados - obstruiria a visão do Pão de Açúcar e morros pró-ximos. Em função dessas questões, as obras chegaram a ser embargadas.

mArInA dA GlórIA, novo Pólo esPorTIvo

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turisMO

82 / Grandes Construções

A região portuária do Rio de Ja-neiro, uma área degradada que ficou muito tempo sem a atenção do po-der público, vai se transformar em polo turístico e de investimentos. O Projeto Porto Maravilha, que agre-ga lazer e negócios, visa a revitaliza-ção a região por meio de interven-ções urbanas, viárias e de habitação.

Orçado em R$ 139,6 milhões, o empreendimento busca trans-formar o Píer da Praça Mauá, construído em 1912, em área de convivência integrada ao centro da cidade. Serão dois anos de obras de infraestrutura, habitação e cultura, que dotarão a área de parque com anfiteatro, chafarizes, restaurantes, quiosques e estacio-namento.

O projeto segue a linha das prin-cipais cidades do mundo, como Barcelona, na Espanha, com inves-timentos em iluminação pública, re-cuperação de patrimônios culturais, pavimentação, calçamento, drena-

gem e plantio de árvoresA região abrigará ainda a Pinaco-

teca do Rio, o Aquário e o Museu do Amanhã. Na área social, o plano inclui a reurbanização do histórico Morro da Conceição - marco da ocupação da cidade no século XVI - onde as obras já foram iniciadas.

Nas duas primeiras fases do projeto, técnicos e operários da Secretaria Municipal de Obras tra-balham nas principais vias da Praça Mauá - as avenidas Rodrigues Al-ves e Venezuela e as ruas Coelho e Castro, Edgard Gordilho e Sacadu-ra Cabral, entre outras.

Além disso, alamedas tradicio-nais como a Barão de Tefé, Vene-zuela e Rodrigues Alves, assim como as transversais que cortam essas vias principais, ganharão calçamento, iluminação pública, drenagem e arborização das ruas também na fase inicial do projeto.

Também na etapa inicial está pre-vista a reurbanização completa da

Praça Mauá, que culminará com a criação de um novo espaço públi-co. Será construída uma garagem subterrânea para mil veículos. O local abrigará a Pinacoteca do Rio, no edifício D. João VI - Construído em 1912 e abandonado há anos - e o Museu do Amanhã, nos armazéns 5 e 6 do Cais do Porto.

Será construído um novo aces-so ao Porto, a partir da Avenida Brasil, para veículos de carga, desafogando o trânsito na área que será revitalizada.

O Porto Maravilha é uma Opera-ção Urbana Consorciada. Para co-ordenar o processo de implantação do projeto, a Prefeitura do Rio de Janeiro criou a Companhia de De-senvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro. Trata-se de uma empresa de economia mista, controlada pela Prefeitura com a missão de implementar e gerir a concessão das obras e dos serviços públicos na região.

X Maquete digital do Porto

Maravilha, que mudará a cara da Zona Portuária do

Rio de Janeiro

PorTo mArAvIlhA revITAlIzArá zonA PorTuárIA CArIoCA

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Setembro 2010 / 83

oBrA de AquárIo nA zonA PorTuárIA do rIo de jAneIro deve ComeçAr em ouTuBro

A construção do Aquário Ma-rinho do Rio de Janeiro (Aqua-Rio), parte do projeto de revi-talização da zona portuária da capital carioca, deverá começar em outubro. As informações são de Roberto Kreimer, presidente da Kreimer Engenharia, empre-sa responsável pela execução e gestão da obra. O investimento será de R$ 100 milhões.

Segundo ele, o projeto do aquário, elaborado pelo arquite-to Alcides Horácio Azevedo, da Alhora Arquitetos Associados, já foi concluído. “Estamos na fase de conclusão do projeto de deta-lhamento técnico e de obtenção de todas as licenças na prefeitu-ra”, explica Kreimer. “A previsão é que a obra comece em outubro e seja concluída em até 24 meses a partir da data de início da cons-

trução”, completa.O empreendimento possuirá

25 mil m² de área construída e será localizado no ex-prédio da Cibrazem (Companhia Brasilei-ra de Armazenamento). “O edi-fício do AquaRio abrigava anti-gamente um armazém. Como a fachada é tombada, teremos que preservá-la e recuperá-la confor-me especificado pela prefeitura”, conta o presidente da Kreimer Engenharia.

O projeto do AquaRio prevê um tanque principal com 3,7 milhões de litros de água, sete metros de pé direito e um túnel interno que dividirá em dois am-bientes: o Recinto Oceânico e o Recinto de Mergulho. Além de espaços de lazer, o local ainda terá o Centro de Referência e Recuperação da Fauna Marinha,

uma parceria com o Departa-mento de Biologia Marinha da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

O edifício será composto de dois pisos de estacionamento com 280 vagas e diversos tan-ques, num total de 5 milhões de litros de água, que abrigarão cerca de 12 mil animais de 400 espécies diferentes. A empresa de engenharia pretende adotar soluções para a redução do con-sumo de energia e de água no AquaRio, como, por exemplo, manter a água dos tanques na temperatura ideal para os ani-mais, eliminando a necessida-de de refrigeração, reaproveitar água em outros espaços e utili-zar a ventilação natural no am-biente para diminuir o consumo de energia.

S O AquáRio, parte do projeto de revitalização da Zona Portuária carioca, exigirá investimentos de R$ 100 milhões

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COnCrete sHOw 2010

84 / Grandes Construções

A edição 2010 da Concrete Show South America, realizada de 25 a 27 de agosto, no Transamérica Expo Center, em São Paulo (SP), consolida um ciclo de crescimento da ordem de 203% entre a primeiro e a quarta edi-ção do evento, registrando 21 mil vi-sitantes. O encontro ocupou 36.500 m² de exposição indor e outdoor e reuniu cerca de 400 expositores, dos quais 300 nacionais e 100 internacio-nais. Para o próximo ano, a Concre-teShow muda de endereço, passando a ser realizada no Centro de Expo-sição Imigrantes, com 45 mil m² de

exposição indoor e outdoor e a par-ticipação estimada de 500 empresas.

Claudia Godoy, diretora da UBM Sienna, promotora do evento, desta-ca o crescimento de 48% em relação ao ano passado, com a duplicação do número de expositores de 200 para 400 “O número de visitantes supe-rou nossas expectativas” destaca ela, afirmando que o evento está indo no caminho certo. A seu ver, um dos principais motivos do sucesso está na crescente demanda por informações na área do concreto por parte de bra-sileiros e estrangeiros, principalmen-

te provenientes de países vizinhos. Além disso, ela destaca que o obje-

tivo da feira é facilitar a realização de negócios, o que tem sido alcançado. “A ConcreteShow é um grande sho-pping center. O evento é um facilita-dor para quem busca alternativa de fornecedores. Por isso é importante a transferência para um local mais amplo e maior comodidade para o vi-sitante”, destaca a diretora. Segunda ela, foram gerados durante a feira ne-gócios da ordem de R$ 600 milhões.

Claudia começou a trabalhar na área comercial de feiras em 2005.

concrEtE SHow PEga boa onda do SEtor dE conStrução

S Edição 2010 do Concrete Show: 21 mil pessoas visitaram estandes de 400 expositores, distribuídos em 36,5 mil m2

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W Renato José Giusti, presidente da ABCP: feira trouxe novidades antes nem imaginadas no Brasil

W Claudia Godoy, diretora da UBM Sienna: evento é um shopping de soluções para o setor

Posteriormente criou sua própria empre-sa para atuar e em 2007 lançou a Con-crete Show no Brasil. No ano que vem, o evento abrigará o Global Infra Infraes-truture Forum, similar ao que já ocorre na edição internacional.

Um dos destaques do evento foram os seminários promovidos pelas entidades do setor da construção, como o Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon/SP) e Associação Brasileira do Cimento Portland (ABCP).

Para o presidente da Associação Brasi-leira de Cimento Portland (ABCP), Re-nato José Giusti, o Brasil passou 20 anos sem investir. “Hoje, estamos vendo equi-pamentos que não imaginávamos ver, isto por conta dos grandes investimentos que vão acontecer visando a Copa do Mundo de 2014, os Jogos Olímpicos de 2016 e o Bicentenário de 2022”, resumiu. Segundo ele o Brasil está numa fase mui-to boa para a construção. A ABCP pro-moveu, em conjunto com o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), seção São Paulo, o Prêmio Soluções para Cidades, concurso que premiou o melhor projeto desenvolvido por estudantes de arquite-tura. “A arquitetura é fundamental para o desenvolvimento de bons projetos. Por isso é importante incentivar a formação destes jovens profissionais”, disse Renato Giusti, enfatizando a necessidade de in-vestir na formação de mão de obra qua-lificada para aproveitar as oportunidades que virão por conta do ciclo de investi-mentos no pré-sal, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos.

Wagner Lopes, presidente da Associa-ção Brasileira das Empresas de Concre-tagem (Abesc), disse que o evento repre-sentou o “melhor momento em 25 anos no ramo da concretagem” e destacou que “toda a cadeia em torno da concretagem está muito animada com o momento em que o Brasil se encontra”.

Os seminários organizados pelo Sin-dicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-SP) destacaram os sistemas de controle tecnológico que asseguram maior produtividade na construção. Pau-lo Sérgio Ferreira de Oliveira, diretor da unidade de Serviços em Tecnologia da Método Engenharia, falou sobre fer-ramentas para gestão e padronização de

processos, e a industrialização da cons-trução para tornar os empreendimentos mais competitivos. “O mercado só vai evoluir na medida em que essas práticas forem dominadas. Nesse sentido, a Con-crete Show representa um importante espaço para disseminar as melhores prá-ticas”, acredita.

soluções para as cidadesO concurso, destinado a estudantes de

Arquitetura e Urbanismo de todo o Bra-sil, teve como objetivo estimular a ela-boração de projetos relacionados à pro-dução de mobiliário urbano para praças públicas. Inscreveram-se na competição 78 equipes, das quais 67 se habilitaram para o concurso, conforme o regulamen-

to. Desse universo, o júri destacou 10 tra-balhos. Os estudantes puderam propor a construção de cinco elementos de mo-biliário urbano à base de cimento, como bancos, postes de iluminação, lixeiras, bi-cicletário e um elemento de livre escolha.

Os vencedores foram os estudantes de Arquitetura Karen Kussler e Guilherme Osterkamp, da Universidade Feevale, do Rio Grande do Sul, que utilizaram a “Pra-ça da Pista de Skate”, em Novo Hamburgo (RS), como objeto de intervenção. Como base para a construção dos elementos, eles utilizaram um objeto em concreto ar-mado chamado “drop”, semelhante a uma gota. Segundo Karen Kussler, “o objeto escolhido confere maior versatilidade na construção e pode ser replicado com mui-ta facilidade”.

Germán Madrid, especialista e refe-rência internacional em planejamento de calçadas e vias públicas, e coautor do Manual de Desenho e Construção dos Componentes do Espaço Público (MPE) de Medellin (Colômbia) mos-trou o trabalho de padronização reali-zado na cidade, cujo passeio público é considerado uma referência mundial. O documento também serviu de base para outras cidades – incluindo São Paulo – e aborda questões de acesso físico e guia para os deficientes visuais de forma inte-gral e tecnicamente correta.

O arquiteto, urbanista e paisagista Guilherme Takeda, reconhecido por sua atuação na área de planejamento urba-no, e responsável por diversos projetos de revitalização, como o desenvolvido atualmente na região central de Anápolis (GO), falou sobre a questão do conceito de “acupuntura urbana”, que vem dissemi-nando por todo o País, um processo de re-vitalização que valoriza as características culturais da região.

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O futuro aponta para as modalidades de reciclagem mas, atualmente, falta investimento, cuidado com base e sub-base, e as normas, apesar de antigas, ainda são funcionam

Na edição passada, o Métrica Industrial abordou três aspec-tos na área de pavi-

mentação, a partir de recentes pes-quisas realizadas por especialistas de universidades em parceria com técnicos de concessionárias. Ques-tões como a normatização atual na área de pavimentação, o efeito do teor e do tipo de ligante e a tempera-tura de preparação de asfaltos foram

destacadas. A abordagem partiu de três documentos apresentados na sexta edição do Congresso Brasilei-ro de Rodovias e Concessões, reali-zado em 2009. Para repercutir as in-formações e aprofundar as questões discutidas, o Métrica Industrial ou-viu dez especialistas profundamente envolvidos com a pavimentação no Brasil.

O grupo de entrevistados inclui executivos de quatro grandes fabri-

Os dez entrevistados confirmam os dados do Ipea que apontam como deficiente ou péssimo 75% das rodovias federais

Tecnologias já existentes podem melhorar as

rodovias no Brasil

PaviMentaÇÃO

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Setembro 2010 / 87

cantes de equipamentos para pavi-mentação e um quinto profissional ligado a um dos maiores distribuido-res de máquinas para o setor. Duas concessionárias de rodovias foram entrevistadas, assim como profissio-nais de duas empresas especializadas na execução de pavimentação ou fre-sagem. A superintendência de pavi-mentação da maior cidade brasileira fecha o rol de especialistas consulta-dos. No conjunto, eles avaliaram 18 questões relacionadas ao tema pavi-mentação.

Ao serem questionados sobre os dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que classificou como deficientes ou pés-simas 75% das rodovias federais, os entrevistados foram unânimes. To-dos concordam com a pesquisa do Ipea, sendo que um deles avalia que a porcentagem é ainda maior. É im-portante ressaltar que o Ipea é uma fundação pública federal vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e a pes-quisa que destacou esses números foi divulgada no começo de 2010.

Para reverter o quadro crítico analisado pelo Ipea, 47% dos entre-vistados apontam os investimentos públicos e privados como principal ferramenta de melhoria, o que indica que a participação privada pode ser ampliada. Isso se confirma quando apenas 16% apontam os recursos do

PAC como uma solução de reversão do status das rodovias federais. Vin-te e um por cento (21%) acreditam que novas tecnologias são um instru-mento eficaz na melhoria das estra-das federais.

Os profissionais pesquisados tam-bém apontaram o que consideram os pontos críticos nas rodovias e como deveriam ser priorizados nos investi-mentos. Para 32% deles, falta maior cuidado no tratamento da base e da sub-base. Duas outras questões apa-recem em segundo lugar como tema crítico, apontadas por 26%: as nor-matizações são antigas e precisam ser revistas e falta a aplicação de tec-nologias novas nas rodovias federais. Para 16% dos entrevistados, o nível de deformação é muito alto na rede administrada pelo Governo Federal.

Além de perguntar sobre a situa-ção das rodovias federais, o Métrica

Industrial questionou os entrevista-dos sobre as rodovias como um todo no Brasil. Um dos pontos abordados foi a durabilidade média dos pavi-mentos flexíveis e rígidos aplicados no País, que para todos os pesquisa-dos é inferior à observada em países desenvolvidos. No caso dos pavi-mentos flexíveis, 75% dos entrevis-

tados aposta numa vida média de 6 anos. Já em relação aos rígidos, há uma divisão clara: metade dos en-trevistados acredita que eles tenham uma vida útil entre 10 a 15 anos. A outra metade tem uma opinião mais otimista e avalia que a durabilidade média esteja entre 20 e 25 anos. Re-sultado médio entre todos os entre-vistados: 15 anos.

A normatização atual na área de pavimentação também foi avaliada no levantamento, sendo vista como “antiga, mas funcional” por 55% dos pesquisados e como “atual e sufi-ciente” por 33%. As normatizações aplicadas nos Estados Unidos, na Alemanha e na África do Sul foram apontadas como modelos. O país africano foi destacado pela similari-dade de clima com o Brasil.

TecnologiasAo serem perguntados sobre novas

tecnologias, os entrevistados apon-taram – livremente – aquelas que

O que fazer para melhorar• 47% - apontam os

investimentos públicos e privados

• 21% - citam o uso de novas tecnologias

• 16% apontam recursos do PAC

As normas na área de pavimentação são vistas como antigas mas funcionais na visão de 55% dos entrevistados

Pontos críticos das rodovias federais• 32% apontam falta de

cuidado no tratamento da base e sub-base

• 26% indicam que as normas do setor são antigas

• 26% indicam que falta aplicação de novas tecnologias

Setembro 2010 / 87

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consideram poder conferir maior qua-lidade a menor custo para as rodovias brasileiras. As duas mais citadas foram a SMA, também conhecida como ma-triz pétrea, e as várias modalidades de reciclagem, com quatro citações cada.

O uso de asfaltos mornos e o de asfalto-borracha foram indicados num nível imediatamente inferior, com três

citações cada. Os asfaltos polímeros e as bases estabilizadas com cimento re-ceberam duas citações.

Em relação às espessuras de pavi-mentos flexíveis e rígidos, as respostas mostraram apenas um consenso entre os entrevistados: esse dimensiona-mento depende de cada projeto e é um assunto que merece ser investiga-do com maior detalhamento.

O asfalto modificado com borracha é visto de forma positiva por 60% dos especialistas, que indicam que ele

pode aumentar a vida útil das pistas e também a segurança e dirigibilida-de dos motoristas. No entanto, 40% acreditam que ele tenha um resultado similar ao dos asfaltos tradicionais, com o ônus de ser mais caro que esse último.

Já o asfalto modificado por políme-ro é considerado como uma modali-dade que aumenta significativamente a vida útil dos pavimentos (60%), assim como o conforto dos motoris-tas (20%). No entanto, a tecnologia é analisada como embrionária por 20% dos entrevistados.

Temperatura das misturas asfálticas

A pesquisa indica que 60% dos en-trevistados que responderam a ques-

tão sobre temperatura de misturas asfálticas não adota asfaltos frios. Para os que utilizam, a temperatura média apontada é de 40 C.

Já os asfaltos mornos ainda são vis-tos com maior restrição. Apenas 30% dos pesquisados já utilizaram a tecno-logia e, em alguns casos, como teste. Para 62% dos entrevistados, a viabi-lidade de aplicação dessa tecnologia

no Brasil ainda é embrionária. Ape-nas 25% deles aposta que são altas as chances da modalidade de temperatu-ra vir a ser adotada no País.

As razões da não viabilidade dos asfaltos mornos podem ser resumidas pela falta de conhecimento técnico, apontada por 7 dos profissionais que falaram a respeito. A mão de obra é um fator secundário de impedimen-to. Apesar das vantagens de redução de energia e de combustível, os entre-vistados avaliaram que outras tecno-logias, como a reciclagem de asfalto, estariam mais próximas da realidade brasileira.

Tecnologias mais citadas• Reciclagem: 4 citações

• SMA: 4 citações

• Asfaltos mornos: 3 citações

• Asfaltos borracha: 3 citações

Temperatura média para asfaltos frios é de 40 C

Falta conhecimento técnico para uso de asfaltos mornos, segundo 7 entre 8 entrevistados.

Durabilidade média das rodovias brasileiras (públicas e privadas)• Com pavimento

flexível 6 anos

• Com pavimento rígido 15 anos

PaviMentaÇÃO

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Agosto 2010 / 89

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90 / Grandes Construções

agenDa 2010

BrasIlnovembro

feIrA neGóCIos nos TrIlhos 2010 – De 09 a 11 de novembro, no Expo Center Norte – Pavilhão Vermelho, São Paulo (SP). Organização: Revista Ferroviária.

Infotel: (11) 3884-0757 / (11) 3884-0580e-mails: [email protected]: http://revistaferroviaria.com.br/nt/index.php/2010

ImPACTo rIo – Os desafios tecnológicos da engenharia para integrar as favelas à cida-de. Dias 17 e 18 de novembro, no Centro de Convenções RB1 . Av. Rio Branco, nº01 - Cen-tro, Rio de Janeiro (RJ). Realização: Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (AEERJ).

Infotel.: (21) 2262-9401 | 2215-2245e-mail: [email protected]

III sImPósIo BrAsIleIro dA ConsTrução susTenTável – Dias 8 e 9 de novembro, na Câmara Americana do Comércio (Amcham Business Center), na Rua da Paz, 1431 - Santo Amaro, São Paulo – SP. O evento, promovido pelo Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), organização que congrega lideranças empresariais, pesqui-sadores, consultores e especialistas do setor, terá como tema Sustentabilidade nos Negócios e Instrumentos de Mudança. (SBCS10).

Infotels.: (11) 3869 0791 e 3567 9233 e-mails: [email protected] ou [email protected] site: www.cbcs.org.br

Iv feInoX – feIrA de TeCnoloGIA de TrAnsformAção do Aço InoXIdável – De 16 a 18 de novembro, no Centro de Exposições Imigrantes - Rodovia dos Imigrantes Km 1,5 - São Paulo (SP). A feira é uma promoção do Núcleo Inox - Núcleo de Desenvolvimento Técnico Mercadológico do Aço Inoxidável, em parceria com o Grupo CIPA.

Infotel.: (11) 5585-4355site: www.feinox.com.br

semInárIo ImPACTo rIo 2010 – Os desafios tecnológicos da engenharia para integrar as favelas à vida na cidade do Rio de Janeiro. Entre os temas em pauta, serão discutidas as intervenções realizadas nas favelas cariocas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo federal Dias 17 e 18 de novembro no Centro de Convenções RB1 (Sala Mauá): Av. Rio Branco, nº 01 - Centro - Rio de Janeiro. Promoção da Planeja & Informa Comunicação e Marketing e da Associação das empresas de Engenharia do Rio de janeiro (AEERJ).

Infotels.: (21) 2262-9401 e 2215-2245|e-mail: [email protected]

De 23 a 29 de novembro, acontecerá em Shangai, na China a maior

feira internacional da Ásia para o setor de máquinas para Construção.

Trata-se da Bauma China 2010. São esperados mais de 112 mil visi-

tantes e 2.000 expositores de todos os continentes. Da última versão

do evento, em 2008, participaram um total de 1.608 expositores de 30

países, apresentando ampla gama de máquinas e materiais para cons-

trução e mineração, em 210 mil m² de área de exposição.

A Bauma China é a porta de entrada para um dos mercados mundiais

mais fortes e crescentes. País mais populoso do planeta, a China tem sido

uma nação de forte tradição cultural por milênios, com destaque em artes,

filosofia e ciências, além de ser complexa na sua diversidade geográfica e

rigorosa ao lidar com questões políticas e sociais.

A Sobratema está organizando mais uma Missão Técnica à Bauma Chi-

na, em parceria com a Trend Operadora. Os interessados em juntar-se ao

grupo poderão escolher entre as duas opções de trajeto: a primeira via

Dubai com a companhia aérea Emirates, e a segunda via Beijing e Madrid,

com a Air China.

O conteúdo do programa de viagem pode ser consultado no site www.

sobratema.org.br .

Informações e adesões com a Trend, através do fone (11) 3123 8555

ramal 1178 ou pelo e-mail [email protected] .

Info

messe münchen Gmbh Bauma China exhibition mana-gement messegelaende 81823, munique, Alemanha

tel.: (+49 89) 949 2025 / Fax: (+49 89) 949 2025 9site: http://www.bauma-china.com

InternaCIonalnovembro

XXXII ConGresso InTerAmerICA-no de enGenhArIA sAnITárIA e AmBIenTAl – De 7 a 11 de novembro, em Punta Cana, República Dominicana. Promoção: Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental.

Infotel.: (11) 3812-4080fax: (11) 3814-2441e-mail: [email protected]: www.aidis.org.br/htm/esp_htm/xx-xii_congresso.html

PlAn eXPo - feIrA de ArquITe-TurA e ConsTrução, IrlAndA. – Dias 2 e 3 de novembro, em Dublim, na Irlanda. Com mais de 25 anos de trajetória, a feira anual está dirigida a construto-res, engenheiros, arquitetos, designers e proprietários da Irlanda. Entre os produtos e serviços, na Plan Expo encontra-se: equipamentos e materiais para a constru-ção, consultoria e assessoramento legal, encanamento, pedra natural, isolamento e economia energética, mobiliário, ilumina-ção e jardim. Também estão incluídos se-minários e prêmios, workshops e pavilhões especializados.

Infosite: www.plan-expo.com

Page 91: Construcoes Grandes · desenvolvimento do Brasil O Grupo Sany é um dos maiores fabricantes de máquinas para engenharia do mundo, ... Em Fevereiro de 2010, a Sany assinou um acordo
Page 92: Construcoes Grandes · desenvolvimento do Brasil O Grupo Sany é um dos maiores fabricantes de máquinas para engenharia do mundo, ... Em Fevereiro de 2010, a Sany assinou um acordo