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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENERGIA E FENÔMENOS DE TRANSPORTE CONSTRUÇÃO DE UM ANEMÔMETRO DE FIO QUENTE A PARTIR DE UMA LÂMPADA INCANDESCENTE PARA MEDIÇÃO DE VAZÃO MÁSSICA (Gringo Flow 6.4) Por Eduardo Barbieri João Guilherme Bresolin Rodrigo Minozzo Trabalho Final da Disciplina de Medições Térmicas Professor Paulo Smith Schneider [email protected] Porto Alegre, Julho de 2011.

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Page 1: CONSTRUÇÃO DE UM ANEMÔMETRO DE FIO QUENTE A PARTIR DE … · de partida, pequeno tempo de resposta e pouca perda de carga, tendo sido o principal instrumento adotado para fazer

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

ENERGIA E FENÔMENOS DE TRANSPORTE

CONSTRUÇÃO DE UM ANEMÔMETRO DE FIO QUENTE A PARTIR DE UMA LÂMPADA INCANDESCENTE PARA MEDIÇÃO DE VAZÃO MÁSSICA

(Gringo Flow 6.4)

Por

Eduardo Barbieri

João Guilherme Bresolin

Rodrigo Minozzo

Trabalho Final da Disciplina de Medições Térmicas

Professor Paulo Smith Schneider

[email protected]

Porto Alegre, Julho de 2011.

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AGRADECIMENTOS

Devemos este trabalho à ajuda de muitas pessoas, dentre as quais podemos ressaltar: o

Eng. Carlos A. Kern Thomas, técnico de laboratório do GMAp, por sua essencial ajuda na

elaboração dos circuitos eletrônicos; o Eng. João Batista da Rosa, por sua paciência com nossa

presença incessante e, por vezes, irritante no LETA; ao colega Bruno Moschetta pela

disponibilidade para troca de ideias sobre os inúmeros problemas do trabalho e, por fim, ao

Prof. Paulo S. Schneider, não só pela oportunidade mas também pelas inúmeras sugestões

quanto ao rumo do trabalho.

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BARBIERI, E., BRESOLIN, J. G., MINOZZO, R. Construção de um anemômetro de fio quente

a partir de uma lâmpada incandescente para medição de vazão mássica. 2011. 24 f. Trabalho

da disciplina de Medições Térmicas do curso de Engenharia Mecânica – Departamento de

Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010.

RESUMO

Neste trabalho foi construído um dispositivo capaz de medir vazões mássicas do fluxo de

ar escoando em uma bancada. O trabalho foi proposto sendo trabalho final da disciplina de

medições térmicas. Para isso foi estabelecido condições e critérios para a avaliação do melhor

equipamento desenvolvido pelos alunos. Deste modo, para realizar a medição optou-se por

desenvolver um anemômetro de fio quente com filamento de tungstênio, operando junto com

um sensor de temperatura PT-100. A escolha justifica-se pois este é um equipamento dotado

de características desejáveis como alta sensibilidade, baixa velocidade de partida, rápido tempo

de resposta e baixa perda de carga imposta ao escoamento. O anemômetro correlaciona a

perda de calor pelo filamento com a velocidade do escoamento. Sendo a área da seção

transversal do duto conhecida, e a temperatura do ar do escoamento obtido pelo sensor PT-

100 calcula-se a vazão mássica média instantânea no duto. O processo de interpolação utilizado

para cálculo da vazão é mostrado, bem como seu efeito sobre a determinação da incerteza de

medição do equipamento. A análise dos resultados práticos do equipamento mostrou um erro

relativamente alto, associado, principalmente, à medição da temperatura, o que reflete a

necessidade de métodos mais sofisticados para tal. Não obstante, a incerteza encontrada é

compatível com um equipamento experimental e didático.

PALAVRAS-CHAVE: Vazão mássica, anemômetro de fio quente, interpolação espacial, filamento

de lâmpada, incerteza de medição.

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BARBIERI, E., BRESOLIN, J. G., MINOZZO, R. Construction of a hot-wire anemometer from

an incandescent light bulb for measurement of mass flow. 2011. 24 p. Final project for the

Thermal Measurements course of the Mechanical Engineering Undergraduate program at the

Department of Mechanical Engineering, Federal University of Rio Grande do Sul, Porto Alegre,

2010.

ABSTRACT

In this project, a device capable of measuring the mass flow of air through a test bench

was constructed. The study was proposed as final project for the Thermal Measurements

course. For such ends, criteria were established to evaluate the work developed by the

students. Thus, for measuring the required parameters, the option was made to develop a hot-

wire anemometer from the tungsten filament from an incandescent light bulb, operating

parallel to a PT-100 temperature sensor. The choice is justified by this type of equipment

presenting desirable characteristics such as high sensitivity, low initial speed, quick response

and a low pressure drop imposed on the fluid flow. The anemometer correlates the heat loss

through the filament with the air flow speed. Being the pipe’s cross section area known and the

temperature acquired from the PT-100 sensor the instantaneous mass flow through the pipe is

calculated. The spatial interpolation process utilized for evaluating the flow is shown, as well as

its effects on the determination of the equipment’s uncertainty of measurement. Analysis of

the equipment’s practical results showed a relatively high uncertainty associated, primarily,

with the temperature measurements, which points out a need for more sophisticated methods

for such. Nevertheless, the uncertainty found is compatible with and experimental, and

didactic, equipment.

KEYWORDS: Mass flow, hot-wire anemometer, spatial interpolation, light bulb filament,

uncertainty of measurement.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 7

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 7

a) Anemômetros de fio quente ..................................................................................... 7

b) Temperatura .............................................................................................................. 8

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................ 9

a) Vazão ......................................................................................................................... 9

b) Temperatura .............................................................................................................. 9

c) Incerteza .................................................................................................................... 9

4. CONSTRUÇÃO DO INSTRUMENTO .............................................................................. 10

5. METODOLOGIA DE CÁLCULO ...................................................................................... 14

a) Cálculo da grandeza de interesse ............................................................................ 14

i. Cálculo da velocidade do escoamento. ............................................................... 14

ii. Cálculo da densidade. .......................................................................................... 16

iii. Vazão mássica ..................................................................................................... xvi

b) Determinação da incerteza de medição. ................................................................ 17

i. Velocidade ........................................................................................................... 17

ii. Temperatura ........................................................................................................ 19

iii. Vazão mássica ......................................................................................................xix

c) Realização dos cálculos ........................................................................................... 20

6. VALIDAÇÃO ................................................................................................................. 20

7. RESULTADOS ............................................................................................................... 20

8. CONCLUSÕES............................................................................................................... 21

9. BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................. 21

ANEXOS ............................................................................................................................. 22

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LISTA DE SÍMBOLOS

A Área da seção transversal m²

e Tensão medida V

M Massa molar kg/kmol

Vazão mássica kg/s

P Pressão Pa

Q Vazão volumétrica m³/s

R Constante universal dos gases kJ/kmol K

Respecífico Constante de gás ideal kJ/kg K

R Resistência de sensor de temperatura Ω

R0 Resistência de referência de sensor de temperatura Ω

T Temperatura °C

t Resistência medida do sensor PT100 Ω

T0 Temperatura de referência de sensor de temperatura °C

V Velocidade do escoamento m/s

Constante de sensor de temperatura 1/K

Densidade kg/m³

σ Incerteza de medição idem ao valor que se refere

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1. INTRODUÇÃO

Anemômetros de fio quente são instrumentos usados para realizar medições de

velocidade de ar e de outros fluidos. Para baixas velocidades, os anemômetros que operam

pelo princípio de troca de calor são os mais indicados, seu funcionamento se baseia no

equilíbrio entre a troca de calor elemento sensor/fluido e a potência elétrica fornecida a este.

Este equilíbrio, por sua vez, se baseia na grande alteração da resistência do elemento sensor

em função de sua temperatura.

Este tipo de sensor é dotado de características como alta sensibilidade, baixa velocidade

de partida, pequeno tempo de resposta e pouca perda de carga, tendo sido o principal

instrumento adotado para fazer parte de um medidor construído para a realização da medição

da vazão mássica de uma bancada experimental com aquecimento do fluido, trabalho de

conclusão da disciplina de Medições Térmicas. O trabalho consiste em:

- Construir um sensor capaz de medir a vazão mássica de uma corrente de ar gerada

em uma bancada especialmente montada para essa finalidade no Laboratório de Estudos

Térmicos e Aerodinâmicos do Departamento de Engenharia Mecânica da UFRGS.

- A bancada é ajustada de forma a gerar uma corrente de ar que escoa com vazão

constante de cerca de 1,6 kg/min, o que corresponde a uma velocidade média de cerca

de 5 m/s, à temperatura ambiente. O conjunto desenvolvido, devidamente calibrado,

deve ser capaz de operar com valores de temperatura em uma faixa que se inicia a

temperatura ambiente até o valor máximo de 75ºC

- O instrumento deve apresentar a menor incerteza de medição ao longo da faixa de

medição além de apresentar a menor imposição de perda de carga, que será medida na

bancada.

As atividades do grupo visaram a construção de um anemômetro de fio quente que,

depois de calibrado, foi utilizado para avaliar o valor da velocidade do ar escoando no duto.

Sendo a área da seção transversal do duto conhecida, calculou-se a vazão volumétrica do

escoamento. Foi utilizado também um sensor de temperatura PT100 sem encapsulamento,

cujo valor apresentado foi utilizado para calcular a densidade do ar e posteriormente a vazão

mássica. O objetivo final é ter um instrumento calibrado com erro de resposta conhecido.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

a) Anemômetros de fio quente

Basicamente, um anemômetro de fio quente consiste de um filamento aquecido que fica

exposto ao escoamento de um fluido, com o mostrado na Figura 1. Este filamento fica

conectado a um circuito eletrônico que o alimenta com uma corrente elétrica, aquecendo-o a

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uma temperatura superior a do fluido de trabalho, e capaz de monitorar a sua variação de

resistência elétrica pela ação do escoamento (Beckwith, 1993). Os filamentos costumam ser

fabricados de materiais como o tungstênio ou platina, cuja resistividade é bastante sensível à

temperatura. Sendo assim, ao aumentar a velocidade do escoamento sobre o filamento, o

fenômeno esperado é que a temperatura deste diminua, diminuindo também sua resistência, e

aumentando, assim, a potência dissipada por ele, até que se atinja o equilíbrio da troca de

calor. Pode-se, então, estabelecer uma relação de pertinência entre a velocidade do

escoamento e a resistência observada no filamento aquecido.

Figura 1 - Sonda de um anemômetro de fio quente comercial.

Uma configuração comum é conectar o filamento da lâmpada a um dos braços de uma

ponte de Wheatstone (Beckwith, 1993). É também de uso convencional nos anemômetros

comerciais a utilização de uma resistência extra para compensar as variações de temperatura

do escoamento de forma a analisar somente a relação entre a velocidade e a tensão. Isso se

verifica, frequentemente, em sensores MAF, utilizados em sistemas de injeção eletrônica de

motores a combustão interna para avaliar a vazão mássica que adentra estes motores.

b) Temperatura

As medições de temperatura podem ser realizadas por diversos meios. Um dos mais

comuns atualmente são os sensores de temperatura por resistência. Estes sensores possuem

elementos que variam sua resistência com a temperatura, de acordo com um comportamento

que pode ser previamente determinado através de uma curva de calibração. O sensor do tipo

PT100, utilizado neste experimento, é formado por um elemento resistivo de platina

(Schneider, 2010). Seu comportamento pode ser aproximado como linear para baixas

temperaturasConstrução do instrumento

A porção sensora do anemômetro construído para este trabalho consiste de um

filamento retirado de uma lâmpada incandescente de 100 W e de um sensor de temperatura

tipo PT100. Ambos foram montados em uma luva compatível com a tubulação da bancada

onde o experimento deverá ser avaliado. A Figura 2 mostra a montagem, nela, o pequeno

ponto preto no topo da imagem é o sensor de temperatura.

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3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

a) Vazão

Um fluido com velocidade V, em m/s, escoando em um tubo de área transversal A, em

m², tem a sua vazão volumétrica Q, em m³/s, definida como (Fox, 2004):

(1)

A taxa de massa ou vazão mássica, em kg/m³, é dada por:

(2)

Onde é a massa específica em kg/m³.

A massa específica do ar, por sua vez, pode ser aproximada utilizando-se a equação dos

gases ideais (Fox, 2004):

(3)

Nota-se, portanto, que um instrumento que vise avaliar a vazão mássica poderá fazê-lo

através de dados de velocidade e temperatura do escoamento.

b) Temperatura

O comportamento de sensores PT100 (e similares) pode ser modelado de acordo com a

equação abaixo, segundo (Beckwith, 1993), com adaptação para a notação de (Schneider,

2010).

(4)

Onde R0 e T0 são respectivamente a resistência em ohms e a temperatura em Kelvin de

referencia para o sensor e R será o valor avaliado com um ohmimetro para a obtenção da

temperatura real (T). Para sensores do tipo PT100, R0 vale 100 Ω e T0 vale 0°C (Schneider,

2010).

c) Incerteza

Os objetivos deste trabalho também incluem a determinação da incerteza de medição do

instrumento construído. Tendo que se busca o valor da vazão mássica, em função da velocidade

de escoamento e temperatura de fluido medidos, deverá considerar-se a incerteza destas

medições no cálculo da incerteza do valor de . A incerteza combinada destes fatores pode ser

determinada pela equação da propagação de incerteza (Beckwith, 1993).

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√(

)

(

)

(

)

(5)

Quando a função de correlação utilizada for obtida através de pontos de calibração,

deverá ser considerada, também, a incerteza de medição dos pontos de calibração. A rigor, a

incerteza dos instrumentos de referência, como a bancada de teste, no caso deste trabalho,

também deveria ser considerada. Para os fins deste trabalho, essa última incerteza foi

desconsiderada pela falta de disponibilidade de dados.

4. CONSTRUÇÃO DO INSTRUMENTO

A porção sensora do anemômetro construído para este trabalho consiste de um

filamento retirado de uma lâmpada incandescente de 100 W e de um sensor de temperatura

tipo PT100. Ambos foram montados em uma luva compatível com a tubulação da bancada

onde o experimento deverá ser avaliado. A Figura 2 mostra a montagem, nela, o pequeno

ponto preto no topo da imagem é o sensor de temperatura.

Figura 2 - Montagem do conjunto de sensores construído.

De acordo com a metodologia exposta anteriormente, o filamento foi conectado a um

dos braços de uma ponte de Wheatstone. Para aumentar a sensibilidade do sistema, a tensão

de desbalanço da ponte não foi medida diretamente, mas foi feita passar por um amplificador

operacional, que aumenta a tensão em cerca de 10 vezes. Esse circuito também ajuda a

eliminar as oscilações do sinal. Uma representação do circuito construído pode ser vista na

Figura 3, pode-se notar a parte referente à ponte de Wheatstone na parte inferior do diagrama,

destacada em azul. A aparência real do circuito, montado em uma protoboard por facilidade, é

mostrada na Figura 4.

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Figura 3 - Circuito eletrônico construido para o experimento.

Neste circuito, os resistores RA e RC compões a ponte de Wheatstone, o resistor variável

RAJ serve para garantir que o sistema possa ser regulada para apresentar medida 0 quando não

há fluxo de ar. O ganho do amplificador é determinado pela razão dos resistores R4 e R2, que

deve ser a mesma que a de R3 e R1. Os resistores R5 e R6, bem como os capacitores C1, C2 e C3,

foram conectados ao circuito com a finalidade única de reduzir as oscilações do sinal medido.

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Figura 4 - Circuito do experimento montado em uma protoboard.

A alimentação do circuito deu-se através de uma fonte de alimentação simétrica

regulável (Figura 5), capaz de manter a tensão selecionada, neste caso ±7 V, com variações que

podem ser desprezadas para os fins deste trabalho.

Figura 5 - Fonte de alimentação simétrica utilizada para alimentar o circuito eletrônico.

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A medição das variáveis necessárias para o posterior cálculo da vazão foi realizada através

de dois multímetros, um dos quais (Figura 6) foi conectado a saída do circuito eletrônico (e, na

Figura 3), o outro (Figura 7), diretamente ao PT100. A montagem completa do experimento é

mostrada na Figura 8.

Figura 8 - Montagem completa do experimento.

Figura 6 - Multímetro utilizado para a medição da tensão de saída do circuito eletrônico.

Figura 7 - Multímetro utilizado para a medição da resistência do sensor de temperatura.

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Após montado, o equipamento foi conectado à bancada de fluxo disponibilizada no

laboratório para a aquisição de dados para calibração, estes dados são mostrados no Anexo 1. E

serão utilizados para o cálculo das equações características do equipamento e sua incerteza de

medição.

5. METODOLOGIA DE CÁLCULO

As correlações de coeficiente de transferência de calor para um filamento helicoidal não

são facilmente encontradas e apresentam grande erro de resposta. A variação de temperatura

no escoamento de ar em um duto tem grande efeito sobre a resistência de um anemômetro de

fio quente como o empregado na solução do problema proposto. Esta mesma variação de

temperatura resulta em uma mudança de densidade do ar, alterando a vazão volumétrica

detectada pelo sensor. Com esses dois fenômenos inter-relacionados atuando

simultaneamente torna-se demasiadamente complexo e impreciso obter os resultados de

vazão mássica matematicamente. O uso comercial dos anemômetros prevê a utilização de um

sistema de compensação para a temperatura do fluido de forma a somente analisar a relação

entre a velocidade e a tensão no filamento. A solução adotada neste projeto não utilizou este

sistema de compensação.

a) Cálculo da grandeza de interesse

O cálculo da vazão mássica, valor de interesse do presente trabalho, é feito em duas

etapas:

- Primeiramente é calculado o valor da velocidade do escoamento, com base em uma

função interpolada a partir de vários pontos de calibração.

- De posse do valor da velocidade, é calculada a vazão volumétrica. Por intermédio da

temperatura já obtida no passo anterior, é então calculada a densidade do fluido. Com

esses dois dados, obtém-se a vazão mássica.

i. Cálculo da velocidade do escoamento.

Através do software MATLAB® foi realizada uma interpolação dos dados de calibração. A

função utilizada para a interpolação (TriScatteredInterp), particularmente útil para dados

esparsos, que não seguem uma distribuição regrada, como os que foram adquiridos para

calibração, possibilita a escolha de vários métodos de interpolação. O método escolhido foi o

do “Vizinho Natural”, onde o valor de um ponto arbitrário é determinado através da

ponderação dos valores dos vizinhos com base em áreas de sobreposição determinadas por um

processo conhecido como “Tesselação de Vornoi” (Harman, et al.). A Figura 9 mostra o

processo para um ponto arbitrário.

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Figura 9 - Tesselação de Vornoi, critério de ponderação utilizado para a realização da interpolação pelo método do "Vizinho Natural".

Pode-se notar que o tamanho dos círculos verdes é proporcional à sobreposição de áreas

para as células determinadas para cada ponto.

Após a criação da função de interpolação, foi possível elaborar um gráfico espacial (Figura

10) que representa a interdependência entre as variáveis de entrada e saída.

Figura 10 - Gráfico dos dados de calibração, os círcuos azuis representam os pontos de calibração, os outros pontos foram obtidos por interpolação.

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Neste gráfico, os três eixos representam a velocidade do escoamento, a temperatura do

fluido e a tensão medida através do sistema eletrônico. Os círculos azuis representam pontos

experimentais de calibração, o restante da curva, área colorida, foi gerada por pontos

interpolados com base nos dados originais.

ii. Cálculo da densidade.

Os dados experimentais (Anexo 1) também puderam ser utilizados para realizar a

calibração do sensor PT100. Através da aplicação dos dados na equação (4), encontrou-se:

Tem-se então que:

(6)

A densidade pode enfim ser avaliada com a equação (3), fazendo a pressão P igual a

atmosférica. Para o desenvolvimento deste equacionamento estaremos adotando P = 1 atm,

porém o programa utilizado para computar a vazão mássica foi feito para que esta pressão seja

informada de acordo com as condições durante a utilização.

A constante de gás ideal do ar é calculada pela expressão abaixo (Fox, 2004), onde R é a

constante universal dos gases e M é a massa molar do ar padrão.

(7)

Assim, combinando (3) e (6):

(8)

iii. Vazão mássica

Substituem-se as variáveis calculadas na equação (2).

(9)

Por último, substituindo o valor do diâmetro da tubulação, 72 mm, tem-se:

(10)

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b) Determinação da incerteza de medição.

Nota-se na equação (9) que a variável de interesse, , é dependente da velocidade e da

temperatura do ar em escoamento. Para calcular a incerteza da primeira, se deve,

primeiramente, calcular a incerteza das duas variáveis de entrada.

i. Velocidade

Em um processo de avaliação de incerteza expandida comum dever-se-ia considerar a

derivada da função de cálculo da variável de saída para cada variável de entrada e suas

incertezas. No caso em estudo, como temos uma função que parte de uma interpolação de

vários pontos de calibração, devemos considerar, também, o efeito na incerteza expandida da

variabilidade de cada dado de calibração.

Desta forma:

(11)

Onde V é a velocidade do fluido, dada em função da tensão (e) e temperatura (t)

medidas, além dos pares (en,tn), que são os pontos de calibração. Na verdade, todos os pontos t

não são temperaturas per se, mas resistências medidas do sensor de temperatura. As equações

foram construídas dessa forma para evitar conversões de resistência em temperatura

desnecessárias, agilizando o processamento computacional que será necessário.

Como a equação utilizada para a avaliação da velocidade não é conhecida, sua derivação

em relação às diversas variáveis não pode ser avaliada analiticamente. Portanto, esta derivação

deverá ser feita numericamente.

Tendo que a derivada é definida por (Anton, 2007):

(12)

Utilizar-se-á uma expressão que avalia pontos simetricamente espaçados do ponto de

interesse:

(13)

Essa forma de derivação numérica permite o cálculo da incerteza de medição propagada

sem a necessidade de dispender recursos na determinação de uma equação matemática

derivável analiticamente.

As incertezas de medição, características dos instrumentos utilizados, são ambas da

forma:

(14)

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O multímetro utilizado para a medição da tensão tem incerteza de acordo com a Figura

11.

Figura 11 - Dados de incerteza de medição do multímetro utilizado na medição da tensão.

Então define-se:

(15)

Onde é a tensão medida pelo multímetro.

Já o multímetro utilizado na medição da resistência do sensor de temperatura apresenta

comportamento conforme a Figura 12.

Figura 12 - Dados de incerteza de medição do multímetro utilizado na medição da resistência do PT100.

A incerteza da resistência do PT100 é então:

(16)

Nessa expressão, t (minúsculo) é a resistência medida no sensor de temperatura,

referente a uma temperatura T (maiúsculo) real.

Unindo as equações (5), (10), (11), (13), (15) e (16), encontra-se uma expressão para a

incerteza global do cálculo da velocidade. Essa expressão considera tanto os efeitos da

incerteza de medição dos valores referente aos quais buscamos resultados bem como aqueles

utilizados para a calibração.

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O índice 27 nos somatórios da equação (17) refere-se à existência de 27 pontos de

calibração.

ii. Temperatura

Como mostrado na equação (6), a temperatura em função da resistência medida,

substituindo R por t para manter a simbologia utilizada nos itens anteriores, será:

Sendo assim, a incerteza de medição da temperatura será dada por:

(18)

iii. Vazão mássica

De acordo com a equação (10):

Sendo assim, utilizando novamente a expressão (5), tem-se:

√[

(

) ]

[

(

) ]

√[(

) ]

[(

) ]

(19)

𝜎𝑉

[𝑣 𝑒𝑎𝑣 ∆𝑒 𝑡𝑎𝑣 𝑣 𝑒𝑎𝑣 ∆𝑒 𝑡𝑎𝑣

∆𝑒] 𝐴𝑒𝑒𝑎𝑣 𝐵𝑒

[𝑣 𝑒𝑎𝑣 𝑡𝑎𝑣 ∆𝑡 𝑣 𝑒𝑎𝑣 𝑡𝑎𝑣 ∆𝑡

∆𝑡] 𝐴𝑡𝑡𝑎𝑣 𝐵𝑡

[(𝑣_𝑒𝑖

+ 𝑒𝑎𝑣 𝑡𝑎𝑣 𝑣_𝑒𝑖− 𝑒𝑎𝑣 𝑡𝑎𝑣

∆𝑒) 𝐴𝑒𝑒𝑖 𝐵𝑒 ]

7

𝑖=

[(𝑣_𝑡𝑖

+ 𝑒𝑎𝑣 𝑡𝑎𝑣 𝑣_𝑡𝑖− 𝑒𝑎𝑣 𝑡𝑎𝑣

∆𝑡) 𝐴𝑡𝑡𝑖 𝐵𝑡 ]

7

𝑖=

(17)

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c) Realização dos cálculos

Foi elaborado um programa em MATLAB® que realiza todas as operações necessárias

para determinação da vazão mássica e sua incerteza através de valores de entrada de tensão

medida no sistema eletrônico e resistência medida do sensor de temperatura. O código fonte

deste programa pode ser encontrado no Anexo 2.

6. VALIDAÇÃO

Após a montagem do experimento, percebeu-se que este apresentava todas as

características esperadas. A sensibilidade do equipamento em relação a deslocamentos de ar é

muito boa, sendo que mesmo pequenos e lentos movimentos do conjunto sensor já são

suficientes para que haja alteração dos valores medidos.

Como se esperava, o valor de tensão medido tende a crescer com o aumento da

velocidade de escoamento. A tensão também tende a cair com o aumento da temperatura, um

comportamento também previsível, porém esse decaimento se dá a uma taxa muito maior do

que a esperada o que, porém, não interfere na utilização do instrumento.

Aplicando as equações apresentadas no item 5.b.iii para valores esperados na avaliação

do experimento, foram encontrados valores de incerteza da ordem de 8 a 12%. Esse erro está

fundamentalmente associado à medição da temperatura e, apesar de ser grande, foi

considerado como aceitável dada a forma em que o instrumento foi construído.

7. RESULTADOS

Para valores próximos da faixa de utilização na avaliação dos experimentos os erros foram

da ordem de 10%. A dependência deste erro com os parâmetros de cálculo pode ser analisada

para averiguar qual é mais crítico. A influência dos pontos de calibração pode ser vista na Figura

13, onde se tem, no eixo das ordenadas, o valor acumulado do termo relativo a influência dos

pontos de calibração no cálculo da incerteza de medição de velocidade, linhas 3 e 4 da equação

(17).

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Figura 13 - Valor acumulado da parcela associada aos pontos de calibração no cálculo do erro de medição global [kg²/s²] para os diversos pontos de calibração.

Nota-se no gráfico que a influência da medição da temperatura é muito superior àquela

da tensão. O mesmo pode ser visto ao analisarmos os termos da equação (17) associados aos

valores de tensão e temperatura medidos, aquele relativo à tensão resulta em 0,0234 kg²/s², já

o relativo à temperatura é quase cinco vezes maior, 0,1087 kg²/s².

Essa analise corrobora a conclusão anterior de que a maior parte do erro está associada

com a avaliação da temperatura, sendo este o ponto a ser melhorado no equipamento. A

incerteza também poderia ser melhorada com a aquisição de mais pontos de calibração,

dispersos por uma mais ampla faixa de velocidades e temperaturas, permitindo uma melhor

avaliação dos valores interpolados e das derivadas da função, principalmente próximo dos

extremos de calibração.

8. CONCLUSÕES

O instrumento construído mostrou-se capaz de operar na faixa de temperaturas e

velocidades requeridas. A precisão do equipamento nas medições apesar de baixa foi dentro da

esperada, pois para obter uma precisão maior seria necessário dispor de elementos mais caros,

e um circuito para controle construído de uma maneira mais próxima a dos anemômetros de

fio quente comerciais, tornando-se muito mais complexo. O baixo tempo disponível para a

calibração do equipamento também colaborou para a imprecisão dos resultados.

9. BIBLIOGRAFIA

Anton, Howard et. al. 2007. Cálculo. Porto Alegre, RS : Bookman, 2007. Vol. I.

Beckwith, Thomas G. et. al. 1993. Mechanical Measurements. s.l. : Addison-Wesley

Publishing, Inc., 1993.

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0 5 10 15 20 25

Ponto de calibração

Temperatura

Tensão

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Fox, Robert W. et. al. 2004. Introdução à Mecânica dos Fluidos. Rio de Janeiro, RJ : LTC

Editora S.A., 2004.

Harman, Chirs and Johns, Mike. Voronoi Natural Neighbors Interpolation.

Schneider, Paulo S. 2010. Termometria e Psicrometria - Notas de aula de Medições

Térmicas (ENG03108). Porto Alegre, RS : s.n., 2010.

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ANEXO 1

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ANEXO 2

Programa em MATLAB para cálculo dos valores e incertezas.

function [m_dot]=programa(e_aval,t_aval)

e =

[2.5491;1.2411;1.0001;1.4653;1.6424;1.9168;2.1674;2.1036;1.6043;1.4243;1.2246

;0.9286;0.8505;2.4874;2.4723;1.5421;1.0299;0.7123;0.7035;1.1884;1.4660;1.8098

;2.3306;2.4873;2.5150;2.8978;2.4005]; t =

[109.1700;118.5000;121.0300;117.4300;115.6300;113.6300;111.6700;111.6000;115.

3000;116.9000;118.8000;121.9700;122.6000;109.3700;109.0000;114.4300;119.0000;

123.2300;124.2000;120.4000;118.2000;115.8000;112.3300;110.5000;110.0000;109.6

700;109.5000]; v =

[5.5000;6.0600;6.1800;5.9700;5.9000;5.8200;5.6500;4.9900;5.2500;5.2700;5.3600

;5.4500;5.4800;4.9300;4.1000;4.3400;4.4500;4.6100;4.5900;7.1200;7.0400;6.9000

;6.6500;6.5700;8.3900;9.6300;3.0400];

F=TriScatteredInterp(e,t,v,'natural');

% >>> DADOS DE INCERTEZA

incert_t_calib=0.003; incert_t_calib_c=0.08; incert_t=0.003; incert_t_c=0.08;

incert_e_calib=0.015; incert_e_calib_c=0.002; incert_e=0.015; incert_e_c=0.002;

% <<< DADOS DE INCERTEZA

delta_t=0.05; delta_e=0.04;

erro_t2=0; erro_e2=0;

t_alt = t; for i=1:27 t_alt(i)=t_alt(i)+delta_t; F_err_t=TriScatteredInterp(e,t_alt,v,'natural'); v_sup=F_err_t(e_aval,t_aval); t_alt(i)=t_alt(i)-(2*delta_t); F_err_t=TriScatteredInterp(e,t_alt,v,'natural'); v_inf=F_err_t(e_aval,t_aval); diff_t=(v_sup-v_inf)/(2*delta_t); erro_t2=erro_t2+((diff_t*((incert_t_calib*t(i))+incert_t_calib_c))^2); t_alt(i)=t_alt(i)+delta_t; err_t_acum(i)=erro_t2; end;

e_alt = e; for i=1:27

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e_alt(i)=e_alt(i)+delta_e; F_err_e=TriScatteredInterp(e_alt,t,v,'natural'); v_sup=F_err_e(e_aval,t_aval); e_alt(i)=e_alt(i)-(2*delta_e); F_err_e=TriScatteredInterp(e_alt,t,v,'natural'); v_inf=F_err_e(e_aval,t_aval); diff_e=(v_sup-v_inf)/(2*delta_e); erro_e2=erro_e2+((diff_e*((incert_e_calib*e(i))+incert_e_calib_c))^2); e_alt(i)=e_alt(i)+delta_e; err_e_acum(i)=erro_e2; end;

erro_e_aval2=(((F((e_aval+delta_e),t_aval)- F((e_aval-

delta_e),t_aval))/(2*delta_e))*((incert_e*e_aval)+incert_e_c))^2;

erro_t_aval2=(((F(e_aval,(t_aval+delta_t))- F(e_aval,(t_aval-

delta_t)))/(2*delta_t))*((incert_t*t_aval)+incert_t_c))^2;

erro_total=sqrt(erro_t2+erro_e2+erro_e_aval2+erro_t_aval2);

v_aval=F(e_aval,t_aval);

str = ['v = ',num2str(v_aval),' m/s ± ',num2str(erro_total),' m/s']

Temp=(t_aval-100)/0.354;

erro_Temp=((incert_t*t_aval)+incert_t_c)/0.354;

str = ['T = ',num2str(Temp),'°C ± ',num2str(erro_Temp),'°C']

m_dot = 1.438*v_aval/(Temp+273.15);

erro_m_dot =

sqrt(((1.438/(Temp+273.15))*erro_total)^2+(((1.438*v_aval)/((Temp+273.15)^2))

*erro_Temp)^2);

str = ['m_dot = ',num2str(1000*m_dot),' g/s ± ',num2str(1000*erro_m_dot),'

g/s (',num2str(100*erro_m_dot/m_dot),'%)']