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  • REGRA,

    CONSTITUIES

    e ESTATUTOS

    da Ordem Secular dosCarmelitas Descalos

  • REGRA,CONSTITUIES

    e ESTATUTOS

    da Ordem Secular dosCarmelitas Descalos

  • A traduo portuguesaconcorda com o original aprovadoSegreteria Generale OCDProt. 133/2006 DF

    Ftima, 29 de Novembro de 2006Fr. Pedro Loureno FerreiraProvincial, OCD

    Edies Carmelo

    EDiES CarmELOConvento de avessadasapartado 1414634-909 Marco de canavesesPOrTUGaL

    Depsito Legal n 252025/06iSBN 972-640-099-6

  • CONGrEGaTiO PrO iNSTiTUTiS ViTaE CONSECraTaE ET SOCiETaTiBUS ViTaE aPOSTOLiCaEProt. N. C. 228 1/ 2003

    DECrETO

    O Prepsito Geral dos Carmelitas Descalos, com a prvia aprovao do Definitrio Geral, dada na sesso 110 de Junho de 2003, apresentou Sede apostlica o texto das Constituies da Ordem Secular, pedindo a sua aprovao.

    a Congregao para os institutos de vida consagrada e as Sociedades de vida apostlica, tendo considerado com ateno cada ponto ao respeito, com o presente Decreto aprova e confirma dito texto, conforme o exemplar redigido em lngua espanhola, conservado no arquivo.

    Que o novo texto das Constituies da Ordem Secular dos Carmelitas Descalos seja um meio verdadeiramente eficaz, para que os seus membros possam fortalecer cada vez mais a sua consagrao baptismal nas situaes concretas da vida familiar, social, civil e eclesial.

    No obstante qualquer coisa em contrrio.Vaticano, 16 de Junho de 2003

    Eduardo Card. Martnez Somalo Prefeito

    Piergiorgio Silvano Nesti, CP Secretrio

  • Aos ProvinciAis, DelegADos ProvinciAisPArA A orDem seculAr

    e membros DA orDem seculAr

    Estimadas irms e irmos Carmelitas.O Delegado Geral para a Ordem Secular apresentou

    as Constituies para a Ordem Secular dos Carmelitas Descalos ao Captulo Geral e tambm ao novo Padre Geral e seu Definitrio. O novo Definitrio estudou as Constituies, fez algumas observaes e redigiu novamente alguns artigos no texto espanhol, o qual o texto oficial.

    A 9 de Junho de 2003 o Definitrio aprovou o texto revisto e a 10 de Junho enviou-o Santa S com o pedido de uma aprovao ad experimentum para cinco anos. a Santa S surpreendeu-nos a 16 de Junho de 2003 concedendo-nos o decreto de aprovao, no para cinco anos ad experimentum, mas de aprovao definitiva. Ns aproveitaremos este perodo de cinco anos para fazer observaes concretas ao texto aprovado, pedindo futuramente Santa S a aprovao de mudanas especficas conforme a aplicao prtica o aconselhe.

    Para proceder de forma ordenada com estas novas Constituies que agora substituem a Regra de Vida ser necessrio que, em cada Provncia, o Conselho Provincial da OCDS reveja os Estatutos Particulares e os submeta ao Definitrio Geral para a sua aprovao. S umas quantas Provncias no tm um Conselho

  • 8 aPrESENTaO

    Provincial da OCDS, mas na maioria esto em processo de o formar agora.

    Os Estatutos Provinciais assumem uma responsabilidade adicional nestas novas Consti-tuies. neles onde se pode determinar muitas coisas importantes para a vida e o funcionamento da OCDS em cada Provncia. Depois de cada Provncia ter elaborado os seus prprios Estatutos, as regies onde haja um organismo nacional que compreenda mais que uma Provncia, podero redigir Estatutos Nacionais de acordo com o artigo 60 das Constituies.

    este um tempo importante na histria da Ordem Secular, um tempo para reforar e aprofundar as relaes que existem dentro da Ordem. Que todos os nossos esforos sejam para glria de Deus e bem da Igreja.

    P. Lus Arstegui, OCDPrepsito Geral

  • REGRADE SANTO ALBERTO

  • 1. alberto, pela graa de Deus chamado a ser Patriarca da Igreja de Jerusalm, aos amados filhos em Cristo, B. e outros eremitas que, sob a sua obedincia, vivem junto da Fonte, no monte Carmelo, saudaes no Senhor e a bno do Esprito Santo.

    2. Muitas vezes e de muitos modos os Santos Padres estabeleceram como cada um qualquer que seja o estado de vida a que pertena ou a forma de vida religiosa que tiver escolhido deve viver em obsquio de Jesus Cristo e servi-lO fielmente com corao puro e recta conscincia.

    3. No entanto, como nos pedis uma frmula de vida de acordo com o vosso projecto e qual deveis permanecer fiis no futuro:

    4. Estabelecemos, em primeiro lugar, que tenhais um de vs como Prior, que h-de ser eleito por consenso unnime de todos ou, pelo menos, da parte mais numerosa e madura. A ele prometero obedincia todos os demais e preocupar-se-o em manter a promessa na prtica, juntamente com a castidade e a renncia propriedade.

    5. Podereis fixar os vossos locais de residncia na solido, ou onde vos forem doados, desde que sejam adequados e convenientes ao vosso modo de vida religiosa, conforme o que parecer mais oportuno ao Prior e aos irmos.

    6. alm disso, tendo em conta a situao do lugar em que tenhais decidido estabelecer-vos, cada um de

  • 12

    vs tenha a sua prpria cela separada, conforme lhe for indicado pelo Prior, com o consentimento dos outros irmos ou da parte mais madura.

    7. Todavia, isto seja feito de modo a que possais comer num refeitrio comum quanto vos seja distribudo, escutando juntos alguma leitura da Sagrada Escritura, onde se puder observar sem dificuldade.

    8. A nenhum irmo, seja lcito, a no ser com licena do Prior em exerccio, mudar de cela, nem permut-la com outro.

    9. a cela do Prior esteja junto da entrada do lugar onde habiteis, de modo a que seja ele o primeiro a acolher aqueles que venham de fora; e depois tudo o que se deva fazer, faa-se segundo a sua vontade e deciso.

    10. Permanea cada um na sua cela, ou perto dela, meditando dia e noite na lei do Senhor e vigiando em orao, a no ser que se deva dedicar a outros justificados afazeres.

    11. Os que aprenderam a recitar as horas cannicas com os clrigos, devem recit-las conforme estabeleceram os santos Padres e segundo os legtimos costumes da Igreja. Os que no aprenderam, digam vinte e cinco vezes o Pai nosso durante a orao de Viglia, excepto aos Domingos e dias de solenidade, para os quais ordenamos que na orao de Viglia se duplique o nmero mencionado, de modo que o Pai-nosso se diga cinquenta vezes. A mesma orao deve recitar-se sete vezes na orao de Laudes e em cada uma das outras horas, excepo das

    rEGra DE SaNTO aLBErTO

  • 13

    Vsperas, em que se dever dizer quinze vezes.

    12. Nenhum dos irmos diga que algo seu, mas tudo tereis em comum entre vs, e a cada um ser distribudo aquilo que necessite pela mo do Prior ou seja, atravs do irmo por ele designado para essa funo, tendo em conta a idade e as necessidades de cada um.

    13. Na medida em que as vossas necessidades o exijam, podeis ter burros ou mulos, e alguns animais ou aves para alimentao.

    14. O oratrio, conforme for mais fcil, construa-se no meio das celas e a vos devereis reunir todos os dias pela manh para participar na celebrao eucarstica, quando as circunstncias o permitam.

    15. aos Domingos, ou noutros dias quando necessrio, reuni-vos para tratar da observncia da vida comum e do bem espiritual das pessoas. Nesta ocasio, corrijam-se com caridade as faltas e as culpas que sejam encontradas em algum dos irmos.

    16. Desde a festa da Exaltao da Santa Cruz at ao Domingo da ressurreio do Senhor, jejuareis todos os dias, excepto aos Domingos, a no ser que uma doena, debilidade fsica ou outro justo motivo aconselhem a dispensar o jejum, pois a necessidade no tem lei.

    17. abstei-vos de comer carne, a no ser que se deva usar como remdio em caso de doena ou de debilidade fsica. E como, por causa das viagens, com frequncia tendes de mendigar o sustento, para no serdes

    rEGra DE SaNTO aLBErTO

  • 14 rEGra DE SaNTO aLBErTO

    incmodos a quem vos hospeda, podeis, fora das vossas casas, comer alimentos preparados com carne. Tambm durante as viagens por mar podeis comer carne.

    18. Uma vez que a vida do homem na terra um tempo de tentaes e todos aqueles que querem levar uma vida em Cristo esto sujeitos perseguio e, alm disso, o vosso adversrio, o diabo, anda vossa volta como um leo que ruge, procurando a quem devorar, com toda a diligncia procurai revestir-vos com a armadura de Deus, para poderdes resistir s insdias do inimigo.

    19. Cingi os rins com o cngulo da castidade; fortificai o vosso peito com pensamentos santos, pois est escrito: o pensamento santo te proteger. revesti-vos da couraa da justia, para poderdes amar o Senhor vosso Deus com todo o corao, com toda a alma e com todas as foras e o prximo como a vs mesmos. Empunhai sempre o escudo da f, com o qual podereis repelir todas as setas incandescentes do inimigo, pois sem f impossvel agradar a Deus. Colocai na cabea o elmo da salvao, a fim de esperardes a salvao do nico Salvador, que libertar o povo dos seus pecados. Por fim, a espada do Esprito, que a Palavra de Deus, habite com toda a sua riqueza na vossa boca e no vosso corao. E tudo o que tiverdes de fazer, fazei-o na Palavra do Senhor.

    20. Deveis fazer algum trabalho, para que o diabo vos encontre constantemente ocupados e, assim, no encontre nenhuma entrada nas vossas vidas. Seguindo o ensinamento e exemplo do apstolo S. Paulo, pela boca do qual falava Cristo, e que Deus constituiu e

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    deu como pregador e mestre dos gentios na f e na verdade, no vos podereis enganar: Vivemos entre vs diz ele trabalhando dia e noite sem descanso, para no sermos pesados a nenhum de vs. No que no tivssemos direito, mas para vos darmos um exemplo a imitar. De facto, quando estvamos entre vs, repetamos com insistncia: quem no quiser trabalhar, no coma. Ouvimos dizer que alguns de vs levam uma vida irrequieta, sem nada fazer. A esses pedimos e ordenamos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que trabalhem em silncio e ganhem o seu prprio po. Este caminho santo e bom: segui por ele.

    21. O Apstolo recomenda o silncio, quando manda que se trabalhe em silncio; do mesmo modo afirma o profeta: o silncio fomenta a justia; e ainda: no silncio e na esperana est a vossa fora. Por isso, determinamos que, aps a recitao das Completas, guardeis silncio at depois da concluso da orao de Prima do dia seguinte. Embora nas demais horas no tenha de ser observado um silncio to rigoroso, guardai-vos com cuidado do muito falar. De facto, como est escrito e assim a experincia o ensina, no muito falar no falta o pecado; e quem fala sem reflectir julgar mal. Do mesmo modo, quem fala muito prejudica-se. Diz ainda o Senhor no Evangelho: de toda a palavra intil que os homens profiram daro conta no dia do Juzo. Portanto, cada um de vs pese as suas palavras e ponha freio na boca, para no escorregar e cair por causa da lngua, e a sua queda no se torne incurvel e mortal. Vigie sobre a sua conduta, para no pecar nas suas palavras, como

    rEGra DE SaNTO aLBErTO

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    diz o profeta; e procure observar atenta e prudentemente o silncio que fomenta a justia.

    22. Tu, irmo B., e quem quer que seja nomeado Prior depois de ti, tende sempre em mente e ponde em prtica aquilo que o Senhor diz no Evangelho: Todo aquele que quiser ser o maior entre vs, ser vosso servo, e quem quiser ser o primeiro, ser vosso escravo.

    23. E vs, demais irmos, honrai humildemente o vosso Prior, pensando, mais que na sua pessoa, em Cristo, que o ps acima de vs e que aos responsveis da igreja disse: Quem vos ouve a Mim ouve, quem vos despreza a Mim despreza. No sejais condenados por desprezo, mas merecei, pela obedincia, o prmio da vida eterna.

    24. isto vos escrevemos brevemente para vos dar uma frmula de vida, segundo a qual deveis viver. Se algum fizer mais, o prprio Senhor, quando voltar, o recompensar. Fazei, porm, uso do discernimento, que guia das virtudes.

    rEGra DE SaNTO aLBErTO

  • CONSTITUIESDA ORDEM SECULAR DOSCARMELITAS DESCALOS

    (OCDS)

  • PROMIO

    Todos os homens so chamados a participar na caridade da nica santidade de Deus: Sede perfeitos como perfeito o vosso Pai celeste(Mt 5,48). O seguimento de Cristo o caminho para chegar perfeio que o baptismo abriu a todo o cristo. Por ele participa-se na tripla misso de Jesus: real, sacerdotal e proftica. A primeira, compromete-o na transformao do mundo, segundo o projecto de Deus. Pela segunda, oferece-se e oferece toda a criao ao Pai, com Cristo, guiado pelo Esprito. Como profeta anuncia o plano de Deus sobre a humanidade e denuncia tudo o que se ope a ele.1

    A grande famlia do Carmelo Teresiano est presente no mundo de muitas formas. O seu ncleo a Ordem dos Carmelitas Descalos, formada pelos padres, as irms de clausura e os seculares. uma s ordem com o mesmo carisma. Esta nutre-se da longa tradio histrica do Carmelo, recolhida na regra de Santo alberto e na doutrina dos doutores carmelitas da igreja e de outras santas e santos da Ordem.

    1 LG 31-35.

  • 20 CONSTiTUiES

    as presentes Constituies da O.C.D.S. so um cdigo fundamental para os seus membros, presentes nas diferentes regies do mundo. Por este motivo, caracterizam-se pela simplicidade das estruturas e pela sobriedade das normas de vida. Deste modo, dentro de uma unidade fundamental estabelecida no texto legislativo, conservam a abertura a um pluralismo de concretizaes exigidas pelos diversos contextos scio-culturais e eclesiais. Para eles poder--se-o elaborar estatutos particulares que completem e adaptem as normas gerais, quando esteja permitido por estas Constituies.

  • 21

    i

    IDENTIDADE, VALORES E COMPROMISSO

    1. Os Carmelitas Seculares, juntamente com os padres e as irms, so filhos e filhas da Ordem de Nossa Senhora do monte Carmelo e de Santa Teresa de Jesus. Deste modo, partilham o mesmo carisma com os religiosos, vivendo cada um segundo o seu prprio estado de vida. uma s famlia com os mesmos bens espirituais, a mesma vocao santidade (cf. Ef 1,4; 1Pe 1,15 ) e a mesma misso apostlica. Os Seculares trazem Ordem a riqueza prpria da sua secularidade.2

    2. a pertena Ordem tem as suas origens na relao que se estabeleceu entre os leigos e os membros das ordens religiosas nascidas na idade mdia. Essas relaes alcanaram gradualmente um carcter oficial para uma participao no carisma e na espiritualidade do Instituto religioso, formando parte do mesmo. luz da nova teologia do laicado na igreja, os Seculares vivem essa pertena a partir de uma clara identidade laical.

    3. Os membros da Ordem Secular dos Carmelitas Descalos so fiis da Igreja 3 chamados a viver em obsquio de Jesus Cristo 4 atravs da amizade com

    2 LG 31; Christifideles laici (CL) 9.

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    Quem sabemos que nos ama, 5 servindo a igreja. Sob a proteco de Nossa Senhora do monte Carmelo, segundo a inspirao de Santa Teresa de Jesus, S. Joo da Cruz e a tradio bblica do profeta Elias, procuram aprofundar o compromisso cristo recebido no seu baptismo.

    4. a Virgem maria torna-se presente de maneira especial, sobretudo, como modelo de fidelidade na escuta do Senhor e na sua atitude de servio a Ele e aos demais. maria aquela que conservava e meditava no seu corao a vida e as aces de seu Filho,6 dando exemplo de contemplao. Foi ela que aconselhou, nas Bodas de Can, que fizessem o que o Senhor lhes dissesse.7 maria exemplo de servio apostlico. E foi ela, outra vez, quem esperou a vinda do Esprito Santo, perseverando em orao com os apstolos,8 dando testemunho da orao de intercesso. Ela me da Ordem. O carmelita secular goza da sua especial proteco e cultiva uma sincera devoo mariana.

    5. O profeta Elias representa a tradio do Carmelo e o inspirador para viver na presena de Deus, buscando-O na solido e no silncio com zelo pela glria de Deus. O Secular vive a dimenso proftica da vida crist e da espiritualidade carmelitana promovendo a lei de Deus de

    3 CIC 204-205.4 Regra 2.5 Santa Teresa de Jesus. Vida 8, 5.6 Cf. Lc 2, 51.7 Cf. Jo 2, 5.8 Cf. Act 1, 14.

    CONSTiTUiES

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    amor e de verdade no mundo e, especialmente, fazendo-se voz daqueles que no podem por si mesmos expressar este amor e esta verdade.9

    6. a regra de Santo alberto a expresso original da espiritualidade do Carmelo. Foi escrita para leigos que se reuniram no monte Carmelo para viver uma vida dedicada meditao da Palavra de Deus sob a proteco da Virgem. Nessa Regra encontram-se os princpios que guiam a vida carmelitana:

    a) viver em obsquio de Jesus Cristo;b) ser diligentes na meditao da Lei do Senhor;c) dar tempo leitura espiritual;d) participar na liturgia da igreja, tanto na

    Eucaristia como na Liturgia das Horas;e) interessar-se pelas necessidades e bem dos

    demais na comunidade;f) armar-se com a prtica das virtudes ao mesmo

    tempo que vive uma vida intensa de f, esperana e caridade;

    g) procurar o silncio interior e a solido na nossa vida de orao;

    h) usar prudente discrio em tudo o que fazemos.

    7. a origem do Carmelo Descalo encontra-se na pessoa de Santa Teresa de Jesus. Ela viveu uma profunda f na misericrdia de Deus,10 que a fortaleceu para perseverar 11 na orao, humildade, amor fraterno e 9 Cf. 1Rs cc. 17-19.

    iDENTiDaDE, VaLOrES E COmPrOmiSSO

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    amor Igreja, que a conduziu graa do matrimnio espiritual. a sua abnegao evanglica, a sua disposio para servir e a sua constncia na prtica das virtudes so um guia dirio para viver a vida espiritual.12 Os seus ensinamentos sobre a orao e a vida espiritual so essenciais para a formao e para a vida da Ordem Secular.

    8. So Joo da Cruz foi o companheiro de Santa Teresa na formao do Carmelo Descalo. Ele inspira o Secular a ser vigilante na prtica da f, da esperana e do amor. Guia-o atravs da noite escura at unio. Nesta unio com Deus, o Secular encontra a verdadeira liberdade dos filhos de Deus.13

    9. Tendo em conta as origens do Carmelo e o carisma teresiano, podemos sintetizar assim os elementos primordiais da vocao de leigos carmelitas teresianos:

    a) viver em obsquio de Jesus Cristo, apoiando-se na imitao e no patrocnio da Santssima Virgem, cuja forma de vida constitui para o Carmelo um modelo de configurao com Cristo;

    b) procurar a misteriosa unio com Deus pelo caminho da contemplao e da actividade

    10 Vida 7, 18; 38, 16.11 Caminho de Perfeio 21, 2.12 5 M 3, 11; 7 M 4, 6.13 Cf. Ditos de luz e de Amor 46.

    CONSTiTUiES

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    apostlica, irmanadas indissoluvelmente, ao servio da Igreja;

    c) dar uma importncia particular orao que, alimentada com a escuta da Palavra de Deus e a liturgia, possa conduzir ao trato de amizade com Deus, no s quando se reza mas tambm quando se vive. Comprometer-se nesta vida de orao exige nutrir-se da f, esperana e, sobretudo, da caridade para viver na presena e no mistrio do Deus vivo;14

    d) impregnar de zelo apostlico a orao e a vida num clima de comunidade humana e crist;

    e) viver a abnegao evanglica desde uma perspectiva teologal;

    f) dar importncia pastoral da espiritualidade tanto no compromisso evangelizador como na colaborao peculiar da Ordem Secular fiel sua identidade carmelitano-teresiana.

    ii

    O SEGUIMENTO DE JESUSNO CARMELO TERESIANO LAICAL

    10. Cristo o centro da vida e da experincia crist.

    14 Cf. Ditos 46; Chama 3, 78; 2S 6; 28, 6; Orao da Missa votiva de S. Joo da Cruz.

    iDENTiDaDE, VaLOrES E COmPrOmiSSO

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    Os membros da Ordem Secular so chamados a viver as exigncias do seu seguimento em comunho com Ele, aceitando os seus ensinamentos e entregando-se sua pessoa. Seguir Jesus participar na Sua misso salvfica de proclamar a Boa Nova e de instaurar o Reino de Deus ( Mt 4,18-19). H diversos modos de seguir Jesus: todos os cristos devem segui-lO, fazer dEle a norma da sua vida e estar dispostos a cumprir trs exigncias fundamentais: colocar os vnculos familiares abaixo dos interesses do Reino e da pessoa de Jesus (Mt 10,37-39; Lc 14,25-26); viver o desapego das riquezas para demonstrar que a vinda do Reino no se apoia em meios humanos, mas apenas na fora de Deus e na disponibilidade da pessoa humana frente a Ele (Lc 14,33); levar a cruz da aceitao da vontade de Deus manifestada na misso que Ele confia a cada um (Lc14,33; 9,23).11. O seguimento de Jesus, como membros da Ordem Secular, expressa-se atravs da promessa de tender perfeio evanglica no esprito dos conselhos evanglicos de castidade, pobreza e obedincia e das Bem-aventuranas. Atravs desta promessa reforado o seu compromisso baptismal no mundo ao servio do projecto de Deus. Ela garantia de santidade pessoal, que necessariamente conduz a um empenho no servio Igreja na fidelidade ao carisma carmelitano-teresiano. assumida perante os membros da comunidade, como representantes de toda a igreja, na presena do Delegado

    CONSTiTUiES

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    do Superior da Ordem.

    12. Pela promessa feita comunidade, na presena do Superior da Ordem ou do seu delegado, a pessoa converte-se em membro da Ordem Secular. Por este compromisso empenha-se em adquirir a formao necessria para conhecer as razes, o contedo e o objectivo do estilo de vida evanglica que se assume. a promessa reala o compromisso baptismal e enriquece, nos chamados vocao matrimonial, a sua vida de esposos e de pais. Esta promessa renova-se uma vez por ano no tempo pascal.

    o comPromisso DA PromessA De vivero esPrito Do conselho evAnglico De cAstiDADe

    13. A promessa de castidade refora o compromisso de amar a Deus acima de todas as coisas e amar os outros com o amor que Deus lhes tem.15 Com esta promessa, o Secular busca a liberdade para amar a Deus e ao prximo desinteressadamente,16 teste-munhando a intimidade divina na bem-aventurana felizes os puros de corao, porque vero a Deus (Mt 5,8). a promessa da castidade um compromisso com o amor cristo, na sua dimenso pessoal e social, para criar autntica comunidade no mundo. Por esta promessa, o Secular expressa tambm o desejo consciente de respeitar cada pessoa como o

    15 Cf. 3 Subida 23, 1.

    O SEGUimENTO DE JESUS

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    pede a lei de Deus e segundo o prprio estado de vida, como solteiros, casados ou vivos. Esta promessa no impede mudar o estado de vida.

    o comPromisso DA PromessA De vivero esPrito Do conselho evAnglico De PobrezA

    14. A promessa da pobreza expressa o desejo de viver segundo os valores do Evangelho. Na pobreza evanglica encontra-se a riqueza da generosidade, da negao de si mesmo, da liberdade interior e de depender daquele que, embora sendo rico, Se fez pobre por vs, para vos enriquecer com a sua pobreza (2 Cor 8,9) e que esvaziou-Se a si mesmo (Fl 2,7) para Se pr ao servio de seus irmos e irms. A promessa da pobreza busca o uso evanglico dos bens deste mundo e dos talentos pessoais e o exerccio das prprias responsabilidades na sociedade, na famlia e no trabalho, colocando-se com confiana nas mos de Deus. Implica tambm um compromisso em favor da justia no mundo, para que este responda ao projecto de Deus. A pobreza evanglica igualmente um exerccio de esperana que reconhece as limitaes pessoais e se abandona com confiana bondade e fidelidade de Deus.

    16 Cautelas 1 e 6.

    CONSTiTUiES

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    o comPromisso DA PromessA De vivero esPrito Do conselho evAnglico De obeDinciA

    15. A promessa de obedincia compromete a viver abertos vontade de Deus, em Quem vivemos, nos movemos e existimos (Act 17,28), imitando Cristo que aceitou a vontade do Pai e Se fez obediente at morte de cruz (Fl 2,8). A promessa de obedincia um exerccio de f que leva a procurar a vontade de Deus nos acontecimentos e desafios da vida pessoal e social. atravs dela o Secular coopera livremente com aqueles que tm a responsabilidade de guiar a comunidade e a Ordem no discernimento e na aceitao dos caminhos de Deus: o conselho da comunidade, o Provincial e o Geral.

    o comPromisso DA PromessA De vivero esPrito DAs bem-AventurAnAs

    16. Nas Bem-aventuranas encontra-se um plano de vida e um modo de entrar em relao com o mundo, com os vizinhos e companheiros de trabalho, com familiares e amigos. ao prometer viver as Bem--aventuranas na vida quotidiana, devem dar testemunho de vida evanglica como membros da igreja e da Ordem e, por este testemunho, convidam o mundo a seguir a Cristo:

    O SEGUimENTO DE JESUS

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    o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,6).iii

    TESTEMUNHASDA EXPERINCIA DE DEUS

    17. a vocao do Carmelo Teresiano um compromisso a viver em obsquio de Jesus Cristo, meditando dia e noite na Lei do Senhor e vigiando em orao.17 Fiel a este princpio da Regra, Santa Teresa ps a orao como alicerce e exerccio primordial da sua famlia religiosa.

    CONSTiTUiES

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    Por isso, o Secular est chamado a procurar que a orao penetre toda a sua existncia, para caminhar na presena do Deus vivo (Cf. 1 Rs 18,14), mediante o exerccio constante da f, da esperana e do amor, de forma que toda a sua vida seja uma orao, uma busca da unio com Deus. A meta ser conseguir integrar a experincia de Deus com a experincia da vida: ser contemplativos na orao e no cumprimento da prpria misso.

    18. A orao, dilogo de amizade com Deus, deve alimentar-se da sua Palavra para que esse dilogo se possa realizar, porque, quando rezamos, falamos com Ele; e ouvimo-lO quando lemos as palavras divinas.18 A Palavra de Deus alimentar a experincia contemplativa do Secular e a sua misso no mundo. alm da contemplao pessoal, a escuta da Palavra deve favorecer uma contemplao que leve partilha da experincia de Deus na comunidade da Ordem Secular. atravs dela, procurar-se-, em comum, discernir os caminhos de Deus; manter o dinamismo permanente da converso; renovar a esperana activa. A realidade far-se- transparente e poder-se- descobrir Deus em tudo.

    19. O estudo e a leitura espiritual da Escritura e dos escritos dos nossos Santos, especialmente dos que so doutores da Igreja, Santa Teresa, S. Joo da Cruz e Santa

    17 Regra 2 e 10.

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    Teresa do menino Jesus, ocupam um lugar privilegiado para alimentar a vida de orao do Secular. Os documentos da igreja so tambm alimento e inspirao para o compromisso do seguimento de Jesus.

    20. O Secular procurar ter tempos fortes dedicados orao, como momentos de maior conscincia da presena do Senhor e como espao interior para o encontro pessoal e ntimo com Ele. Isso conduzi-lo- a viver a orao como atitude de vida que lhe far conhecer, sempre e em toda a parte, Deus [...]; procurar a sua vontade em todos os acontecimentos; contemplar Cristo em todos os homens, sejam prximos ou estranhos; e apreciar rectamente o verdadeiro sentido e valor dos bens temporais, em si mesmos e em ordem ao fim do homem.19 Conseguir, assim, uma contemplao e aco na histria integrando f e vida, orao e aco, contemplao e compromisso cristo.

    21. O Secular comprometer-se- a dedicar diariamente um tempo prtica da orao mental. Este o tempo para estar com Deus e fortalecer a relao com Ele para ser testemunha verdadeira da sua presena no mundo.

    22. O caminho da orao crist exige viver a abnegao evanglica (Lc 9,23) no cumprimento da prpria vocao e misso, j que regalo e orao no so compatveis.20 O Secular assumir desde a perspectiva

    18 DV 25; Caminho de Perfeio 21, 4; Conceitos do Amor de Deus 1, 6.11.

    CONSTiTUiES

  • 33

    da f, da esperana e do amor os trabalhos e sofrimentos de cada dia, as preocupaes familiares, a incerteza e as limitaes da vida humana, a doena, a incompreenso e tudo aquilo que constitui o tecido da nossa existncia terrena. Procurar, ao mesmo tempo, fazer de tudo isso matria para o seu dilogo com Deus para crescer numa atitude de louvor e agradecimento ao Senhor. Para viver autenticamente a simplicidade, o desapego, a humildade e a confiana completa no Senhor, a Ordem Secular observa as prticas de abnegao evanglica recomendadas pela igreja. So de particular importncia aqueles dias e perodos do calendrio litrgico que tm carcter penitencial.

    23. a vida de orao pessoal do Secular, entendida como trato de amizade com Deus, nutre-se e expressa--se tambm na liturgia, fonte inesgotvel da vida espiritual. a orao litrgica enriquece a orao pessoal e esta, por seu lado, encarna a aco litrgica na vida. Na Ordem Secular, d-se um lugar especial liturgia, entendida como Palavra de Deus celebrada na esperana activa, depois de a ter acolhido pela f e com o compromisso de viv-la no amor eficaz. Os sacramentos, especialmente a Eucaristia e a reconciliao, necessitam ser vividos como sinais e instrumentos da aco libertadora de Deus e como um encontro com Cristo pascal presente na comunidade eclesial. So estruturas de graa frente

    19 Apostolicam actuositatem 4.20 CP 4, 2.

    TESTEmUNHaS Da EXPEriNCia DE DEUS

  • 34

    s estruturas de pecado na sociedade. O Secular tratar de descobrir, na orao litrgica, a presena de Cristo e do Esprito, viva e exigente na vida concreta de cada dia. No ano litrgico, experimentar presentes os mistrios da redeno que impulsionam a colaborar na realizao do plano de Deus. a Liturgia das Horas, por sua parte, f-lo- entrar em comunho com a orao de Jesus e com a da igreja.

    24. O valor da vida sacramental e litrgica na Ordem Secular, leva os seus membros a participarem, na medida das suas possibilidades, na celebrao da Eucaristia. Trataro de rezar a Orao da manh e a Orao da tarde da Liturgia das Horas em unio com a igreja espalhada por todo o mundo. Quando seja possvel, tambm rezaro a Orao da noite. a sua participao no sacramento da reconciliao e nos outros sacramentos da igreja favorece o seu processo de converso.

    iV

    AO SERVIO DO PROJECTO DE DEUS

    25. Os fiis leigos, precisamente por serem membros da Igreja, tm a vocao e misso de serem anunciadores

    CONSTiTUiES

  • 35

    do Evangelho: so habilitados e comprometidos nesta tarefa pelos sacramentos da iniciao crist e pelos dons do Esprito Santo.21 a espiritualidade do Carmelo desperta no Secular o desejo de um maior compromisso apostlico, ao dar-se conta de tudo o que implica o seu chamamento Ordem. Consciente da necessidade que o mundo tem do testemunho da presena de Deus,22 responde ao convite que a igreja dirige a todas as associaes de fiis seguidores de Cristo comprometendo-os com a sociedade humana atravs de uma participao activa nas metas apostlicas da sua misso no marco do prprio carisma. O Secular, como fruto desta participao na evangelizao, comparte um

    TESTEmUNHaS Da EXPEriNCia DE DEUS

  • 36

    renovado gosto pela orao, pela contemplao e pela vida litrgica e sacramental.

    26. a vocao da Ordem Secular verdadeiramente eclesial. a orao e o apostolado, quando so verdadeiros, so inseparveis. a observao de Santa Teresa, de que o fim da orao o nascimento de boas obras,23 recorda Ordem Secular que as graas recebidas devem ter sempre um efeito em quem as recebe.24 individualmente ou como comunidade e, sobretudo como membros da Igreja, a actividade apostlica fruto da orao. as comunidades participam no apostolado da Ordem aonde seja possvel e em colaborao com os superiores religiosos e com a devida autorizao dos encarregados.

    27. O Carmelita Secular est chamado a viver e testemunhar o carisma do Carmelo Teresiano na igreja particular, poro do Povo de Deus, na qual se faz presente e actua a igreja de Cristo.25 Cada um procure ser um testemunho vivo da presena de Deus e se responsabilize da necessidade de ajudar a Igreja dentro da pastoral de conjunto na sua misso evangelizadora sob a direco do bispo. Por esse motivo, cada um tem um apostolado, ou colaborando com outros na comunidade

    21 CL 33. 22 Cf. AA 4 e 10; CL 16-17.25.28-29.23 5 M 3, 11; 7 M 3.

  • 37

    ou individualmente.

    28. No seu compromisso apostlico levar a riqueza da sua espiritualidade com os matizes que confere a todos os campos da evangelizao: misses, parquias, casas de orao, institutos de espiritualidade, grupos de orao, pastoral da espiritualidade. Com a sua contribuio peculiar como leigos carmelitas, podero oferecer ao Carmelo Teresiano impulsos renovados levando a tirar da indicaes para novos dinamismos apostlicos 26 com uma fidelidade criativa sua misso na Igreja. As diferentes actividades apostlicas da Ordem Secular sero fixadas e avaliadas nos Estatutos particulares para os diversos ambientes geogrficos.27

    V

    COM MARIA, ME DE JESUS

    29. No dinamismo interior do seguimento de Jesus, o Carmelo sempre contemplou maria como me e irm, como modelo perfeito do discpulo do Senhor 28 e,

    24 Cf. AA 2-3.25 Cf. CD 11; AA 86; CL 25.26 VC 55.

    aO SErViO DO PrOJECTO DE DEUS

  • 38

    portanto, modelo da vida dos membros da Ordem. a Virgem do Magnificat anuncia a ruptura com um mundo velho e anuncia o comeo de uma histria nova em que Deus derruba do trono os poderosos e exalta os pobres. maria pe-se do lado destes e proclama o modo de Deus actuar na histria. maria para o Secular um modelo de entrega total ao reino de Deus. Ela ensina-nos a escutar a Palavra de Deus na Escritura e na vida, a acreditar nela em todas as circunstncias para viver as suas exigncias. E isto, sem entender muitas coisas; guardando tudo no corao (Lc 2, 19.50-51) at que chegue a luz, numa orao contemplativa.

    30. maria tambm ideal e inspirao para o Secular. Ela vive perto das necessidades dos irmos, preocupando-se com elas (Lc 1,39-45; Jo 2, 1-12; Act 1,14). Ela, a

    27 Regra de vida OCDS (1979) art. 8.28 Marialis cultus 37.

    CONSTiTUiES

  • 39

    imagem mais perfeita da liberdade e da libertao da humanidade e do cosmos,29 ajuda a compreender o sentido da misso. Ela, me e irm, que precede na peregrinao da f e no seguimento do Senhor Jesus, acompanha, para que a imitem na sua vida escondida em Cristo e comprometida com o servio aos outros.

    31. A presena de Maria, ao mesmo tempo que vivifica a espiritualidade do Carmelo Teresiano, informa o seu apostolado. Por isso, o Secular empenhar-se- em conhecer cada dia mais a pessoa de maria, atravs da leitura do Evangelho, para comunicar aos demais a autntica piedade mariana que leva imitao das suas virtudes. Guiados pelo olhar de f, os membros da Ordem Secular celebraro e promovero o culto litrgico da Me de Deus luz do mistrio de Cristo e da Igreja e praticaro, com sentimentos de f e de amor, os exerccios devocionais em sua honra.

    Vi

    FORMAO NA ESCOLA DO CARMELO

    29 Redemptoris mater 37.

  • 40

    32. O objectivo central do processo de formao na Ordem Secular a preparao da pessoa para viver o carisma e a espiritualidade do Carmelo no seguimento de Cristo, ao servio da misso.

    33. Com um verdadeiro interesse pelos ensina-mentos da igreja e pela espiritualidade dos nossos Santos Carmelitas, os leigos carmelitas tratam de ser homens e mulheres maduros na sua vida, na prtica da f, da esperana e do amor e na devoo Virgem maria. Comprometem-se ao aprofundamento da sua vida crist, eclesial e carmelitana. A formao crist a base slida da formao carmelitana e espiritual. Por meio do Catecismo da igreja Catlica e dos documentos da Igreja, os leigos carmelitas recebem os fundamentos teolgicos necessrios.

    34. A formao teresiana-sanjoanina, tanto inicial como permanente, ajudam a desenvolver a maturidade humana, crist e espiritual do Secular, para o servio na Igreja. Na formao humana desenvolvem a capacidade de dilogo interpessoal, o respeito mtuo, a tolerncia, a possibilidade de serem corrigidos e de corrigir com serenidade e a capacidade de perseverar

    30 AA 28-29.

    CONSTiTUiES

  • 41

    nos compromissos assumidos.

    35. A identidade carmelitana confirmada por meio da formao na Sagrada Escritura e na lectio divina, na importncia da liturgia da igreja, especialmente da Eucaristia e da Liturgia das Horas e na espiritualidade do Carmelo, na sua histria, nas obras dos santos da Ordem, e na formao na orao e meditao. A formao para o apostolado fundamenta-se na teologia da igreja sobre a responsabilidade laical,30 e a compreenso do papel dos seculares no apostolado da Ordem ajuda a tomar conscincia do lugar que a Ordem Secular ocupa na Igreja e no Carmelo e oferece uma maneira prtica de partilhar as graas recebidas atravs da vocao carmelitana.

    36. a introduo gradual na vida da Ordem Secular estrutura-se da seguinte forma:

    a) Um perodo suficiente de contacto com a comunidade, com uma durao mnima de seis meses. A finalidade desta etapa que o candidato possa familiarizar-se mais com a comunidade, o estilo de vida e o servio igreja prprio da Ordem Secular do Carmelo Teresiano. E ainda para dar uma oportunidade comunidade de fazer um discernimento adequado. Os Estatutos Provinciais especificam este perodo.

    b) Depois daquele perodo inicial de contacto,

  • 42

    o Conselho da comunidade pode admitir o candidato a um perodo mais srio de formao, que durar habitualmente dois anos e que est orientado para a primeira Promessa. No princpio deste perodo de formao entrega-se o escapulrio ao candidato. um sinal exterior da sua pertena Ordem e de que maria , ao mesmo tempo, me e modelo no seu caminho.

    c) No final desta etapa, com a aprovao do Conselho da comunidade, convida-se o candidato a fazer a primeira Promessa de viver o esprito dos conselhos evanglicos e das Bem-aventuranas por um perodo de trs anos.

    d) Nos trs ltimos anos de formao inicial, o candidato faz um estudo mais profundo da Sagrada Escritura, dos documentos da igreja, dos Santos da Ordem, da orao e da capacidade para uma participao no apostolado da ordem. No final desses trs anos, o Conselho poder admitir o candidato a fazer a Promessa definitiva de viver o esprito dos conselhos evanglicos e das Bem-aventuranas por toda a vida.

    Vii

    31 CIC 298.301.

    CONSTiTUiES

  • 43

    ORGANIZAO E GOVERNO

    37. a Ordem Secular de Nossa Senhora do monte Carmelo e Santa Teresa de Jesus uma associao de fiis e uma parte integrante da Ordem dos Carmelitas Descalos. essencialmente laical no seu carcter, embora possa contar com a participao do clero diocesano.31

    38. Os Padres e as irms do Carmelo Teresiano consideram a comunidade laical do Carmelo Secular como um enriquecimento para a sua vida consagrada. atravs de uma interaco, tanto eles como elas, desejam aprender dos leigos/as carmelitas a reconhecer os sinais dos tempos juntamente com eles. Para isso procurar-se- que representantes da Ordem Secular estejam presentes quando, numa rea geogrfica se projecta, a nvel local ou provincial, o servio apostlico da Ordem ou se analisa mais profunda-mente a situao da Igreja e da sociedade.

    39. Todos os fieis cristos tm o direito de fazer votos.32 Com o consentimento do Conselho da comunidade e a autorizao do Provincial, um membro da Ordem Secular, se o desejar, pode fazer votos de obedincia e castidade, na presena da comunidade. Os votos so estritamente pessoais e no criam nenhuma categoria diferente de maior vinculao Ordem. Supem um compromisso maior de fidelidade vida evanglica, mas no transformam quem os faz em pessoas reconhecidas

    FOrmaO Na ESCOLa DO CarmELO

  • 44

    juridicamente como consagradas, na mesma linha dos Institutos de vida consagrada. Os que fazem os votos na ordem Secular continuam a ser leigos, para todos os efeitos jurdicos.

    40. a Ordem Secular estrutura-se, basicamente, na comunidade local como um sinal visvel da Igreja. E, tanto a nvel de Provncia, como a nvel de comunidade, tem personalidade jurdica.33

    41. a Ordem Secular depende juridicamente dos Padres Carmelitas Descalos.34 O Superior Geral estabelece as comunidades locais e realiza as visitas pastorais. Pode dispensar, em casos particulares, das Constituies e dos Estatutos e conceder excepes. Tem autoridade para resolver os casos que no estejam contemplados nesta legislao e que no puderam ser resolvidos pelas autoridades locais. O Superior Geral assistido por um Delegado Geral, que tem a responsabilidade de promover as relaes recprocas entre os religiosos e os seculares e de estabelecer o contacto com os Delegados Provinciais e os assistentes de cada comunidade de tal modo que seja assegurada a finalidade e o progresso da Ordem Secular.

    42. O Definitrio Geral da Ordem aprova os Estatutos regionais 35 e provinciais da Ordem Secular.36

    32 Ritual, instruo 9, 30-49.33 CIC 301, 303-306, 313.

  • 45

    43. O Superior Provincial, normalmente ajudado pelo Delegado Provincial, o Superior da Ordem Secular dentro do seu territrio.37 ele o responsvel pelo bom andamento da Ordem Secular no mbito da sua circunscrio. Deve visitar as comunidades sob a sua jurisdio e nomear os respectivos assistentes depois de ouvido o Conselho das mesmas.38 a ele se recorre, em primeiro lugar, quando surge algum conflito.

    44. O assistente espiritual de cada comunidade , normalmente, um padre da Ordem. Tem o dever de dar assistncia espiritual comunidade e acompanh-la na sua vocao para que possa corresponder a ela devidamente. Procurar tambm favorecer a solidariedade entre a comunidade laical e os padres e irms da Ordem. Convidado pelo Conselho da comunidade, poder participar nas suas reunies, mas sem direito a voto. Estar disponvel para se encontrar com os candidatos nas diferentes etapas da sua formao. O Conselho poder ainda consult-lo sobre a capacidade do candidato para assumir a responsabilidade da sua vocao Ordem Secular. Apoiar tambm a formao da comunidade assistindo o Mestre da formao. O Assistente espiritual deve conhecer bem a espiritualidade carmelitana e estar bem informado acerca dos ensinamentos da Igreja sobre o papel que os leigos nela desempenham.

    34 CiC 305, 311-315.35 Regional refere-se a naes ou a territrios geogrficos em que

    OrGaNiZaO E GOVErNO

  • 46

    45. S o Superior Geral da Ordem, nas circunscries aonde no houver padres, ou o Provincial dentro da sua jurisdio, podem designar como assistente algum que no seja Padre da Ordem, sempre com autorizao do seu legtimo superior. O Delegado Geral ou o Delegado Provincial prestaro o seu servio, para esta nomeao, entrevistando o candidato respectivo, para ver se possui as qualidades expressas no nmero 44.

    46. O Conselho, composto pelo Presidente, trs Conselheiros e o responsvel pela formao, constitui a autoridade imediata da comunidade. a principal responsabilidade do Conselho a formao e a maturidade crist e carmelitana dos membros da comunidade.

    47. O Conselho tem autoridade para:a) admitir os candidatos formao, Promessa

    e aos Votos;

    b) reduzir, quando se justificar, o perodo de formao antes da Promessa temporria, com o consentimento do Superior Provincial;

    c) convocar a comunidade para as eleies, de trs em trs anos;

    h mais de uma Provncia de religiosos.36 CIC 307, 1; 314.37 CIC 328-329; Constituies dos Carmelitas Descalos 103;

    Normas 56.38 CIC 317.39 CIC 318.

    CONSTiTUiES

  • 47

    d) substituir, quando houver motivos graves, algum membro do mesmo Conselho;39

    e) excluir um membro da comunidade, se isso for necessrio, depois de ter consultado o Provincial;40

    f) receber um membro que seja transferido de outra comunidade;

    g) se surgir algum caso, fora da competncia do Conselho, o Presidente tem obrigao de o levar ao conhecimento do Provincial.

    O Conselho rene-se com frequncia e sempre que seja necessrio, na perspectiva de cuidar da formao e do crescimento da prpria comunidade.

    48. O Superior Geral, o Superior Provincial e o Conselho da comunidade so os superiores legtimos da Ordem Secular.

    49. Para a formao de uma nova comunidade necessrio apresentar no Secretariado Geral da Ordem Secular os seguintes documentos:

    a) uma lista dos membros que a compem. Para formar uma nova comunidade so necessrios, no mnimo, 10 membros, dos quais, pelo menos dois, j tenham feito a Promessa definitiva;

    b) uma carta do Delegado Provincial solicitando a ereco da comunidade;

    c) a autorizao por escrito, do Ordinrio da Diocese;41

    OrGaNiZaO E GOVErNO

  • 48

    d) o nome da comunidade;e) o local no qual se rene a comunidade.

    50. De trs em trs anos, as comunidades locais da Ordem Secular elegem o seu Presidente e trs Conselheiros.42 Estes quatro membros, depois de consultar o assistente, elegem o Mestre da formao entre os que tenham feito a Promessa definitiva. O Conselho nomeia, depois, um Secretrio e um Tesoureiro. O procedimento para as eleies ser determinado pelos Estatutos Provinciais, respeitando totalmente a liberdade dos eleitores e a preferncia da maioria dos membros. Para que o Presidente possa ser reeleito para um terceiro mandato necessria a autorizao do Superior Provincial.

    51. O Presidente, eleito entre aqueles membros que tm a Promessa definitiva, tem o dever de convocar e presidir s reunies da comunidade. Dever manifestar uma atitude de servio para com todos os membros da comunidade; fomentar o esprito de afabilidade crist e carmelitana e ter o cuidado de no demonstrar nenhuma preferncia por alguns membros em relao a outros; coordenar contactos com aqueles membros da comunidade que, por causa da idade, de doena, da distncia ou outras razes, no possam assistir s reunies; ajudar o Mestre da formao e o Assistente espiritual, apoiando-os no exerccio das suas responsabilidades; poder substitu-los quando eles estiverem ausentes,

    40 CIC 309 3 316.41 CIC 312, 2.

    CONSTiTUiES

  • 49

    mas s temporariamente, ou designar para esse efeito outro membro entre os que tiverem feito a Promessa definitiva.

    52. Os trs Conselheiros, juntamente com o Presidente, tm a responsabilidade de formar o Governo da comunidade e de apoiar o Mestre da formao. Geralmente so membros da comunidade com a Promessa definitiva. Em casos particulares, podem ser Conselheiros membros que tenham feito apenas a primeira Promessa.

    53. O Mestre da formao, eleito pelo Conselho entre os que tenham feito a Promessa definitiva, tem a responsabilidade de preparar os candidatos para a primeira Promessa e para a Promessa definitiva. Trabalha em colaborao com o assistente e com o apoio do Presidente. Na ausncia do Presidente, o Mestre da formao substitui-o em todas as suas funes.

    54. O Secretrio do Conselho tem a responsabilidade de ter em dia o livro da comunidade, registando as eleies, as admisses, as promessas e as demisses. Deve apresentar esses registos ao Conselho, quando este se reunir, e comunidade, no momento das eleies. assiste s reunies do Conselho registando as deliberaes em acta, mas no tem direito a voto.

    55. O Tesoureiro tem o dever de guardar e administrar os fundos da comunidade. Semestralmente, deve dar

    42 CIC 309.43 CIC 319.44 CL 34.

    OrGaNiZaO E GOVErNO

  • 50

    informao dos fundos ao Conselho e tambm, uma vez por ano, comunidade e ao Superior Provincial ou da circunscrio.43 Os Estatutos locais devem determinar como que a comunidade se deve ocupar das necessidades dos pobres.

    56. Os Seculares que, por razes de distncia, de idade ou de doena, no possam participar nas reunies regulares da comunidade, continuam a ser membros da Ordem Secular e, sob a autoridade do Delegado Provincial, devem ser associados a uma determinada comunidade. da responsabilidade do Presidente da comunidade estabelecer o contacto com esses membros e manter o contacto deles com a comunidade.

    57. Onde existir uma circunscrio organizada de padres da Ordem, o ramo Secular deve formar um Conselho Provincial para se ajudarem mutuamente na formao e no apostolado, mas no para intervir no governo das comunidades locais. O Presidente do Conselho Provincial dever ser um membro da Ordem Secular com a Promessa definitiva. O Conselho Provincial dever submeter os seus Estatutos ao Definitrio Geral para sua aprovao.

    58. Os Estatutos Provinciais determinaro o seguinte:

    a) a organizao de um programa adequado de formao;

    b) a aceitao e formao dos novos membros que no vivam perto de uma comunidade

    CONSTiTUiES

  • 51

    estabelecida. Em todos os casos, estes novos candidatos tm de ser identificados e formados por uma comunidade estabelecida e so considerados membros dessa mesma comunidade;

    c) o procedimento para as eleies e as responsabilidades dos trs conselheiros;

    d) os sufrgios pelos membros falecidos da comunidade;

    e) as circunstncias e as condies para emitir os Votos;

    f) a idade mnima e mxima de novos membros a aceitar;

    g) o nmero mximo de membros de uma comunidade antes de ser desmembrada para formar uma nova comunidade;

    h) a coordenao dos compromissos apostlicos dentro da comunidade ou da Provncia;

    i) a forma e o uso dos sinais exteriores que revelam a pertena Ordem Secular;

    j) as prticas de mortificao e as expresses de devoo Santssima Virgem e aos Santos da Ordem.

    59. Se uma comunidade da Ordem Secular no

    45 Ibid.

    OrGaNiZaO E GOVErNO

  • 52

    pertencer a nenhuma Provncia, deve elaborar os seus prprios Estatutos, conforme as indicaes prescritas anteriormente, e submet-los aprovao do Definitrio Geral.

    60. Podem ser introduzidas outras estruturas a nveis nacionais onde houver mais de uma Provncia, ou a nvel internacional, quando se considerar que so teis ou necessrias para a formao, a coordenao de formas de apostolado da Ordem ou para a organizao de Congressos. Essas estruturas no tero nenhuma autoridade jurisdicional. Esses Conselhos regionais devero submeter os seus Estatutos ao Definitrio Geral para sua aprovao.

    EPLOGO

    As Constituies da Ordem Secular foram elaboradas para consolidar o projecto de vida dos membros que fazem parte da Ordem do Carmelo Teresiano. Eles so chamados a dar testemunho de que a f crist constitui a nica resposta plenamente vlida [...] para a vida de cada homem e de cada sociedade.44 E realiz-lo-o como Seculares se, a partir de uma contemplao comprometida, conseguirem testemunhar na sua vida familiar e social de cada dia a unidade de vida que no Evangelho encontra inspirao e fora para se realizar plenamente.45 Como Seculares, filhos e filhas de Teresa de Jesus e de Joo da Cruz, so chamados a ser, perante o mundo, testemunhas da

    CONSTiTUiES

  • 53

    ressurreio e da vida do Senhor Jesus e sinal do Deus vivo,46 atravs de uma vida de orao, de um servio evangelizador e pelo testemunho de uma comunidade crist e carmelitana. Todos juntos, cada um na medida das suas possibilidades, devem alimentar o mundo com frutos espirituais (cf. Gal 5,22) e devem infundir-lhe o esprito que prprio dos pobres, dos mansos e dos pacficos, desses que o Senhor no Evangelho proclamou bem--aventurados (cf. Mt 5,3-9). Numa palavra, o que a alma no corpo, sejam-no os cristos [carmelitas] no mundo.47

    OrGaNiZaO E GOVErNO

  • 54

    46 LG 3847 Ibid.

    CONSTiTUiES

  • ESTATUTOSDA ORDEM SECULAR DOS CARMELITAS DESCALOS

    PROVNCIA DENOSSA SENHORA DO CARMO

    PORTUGAL

  • 56

    Siglas utilizadas

    AA: Apostolicam Actuositatem Decreto do apostolado dos Leigos

    CIC: Codex Iuris Canonici Cdigo de Direito CannicoCL: Christifideles Laici Vocao e misso dos leigos na

    igreja e no mundoCP: Caminho de Perfeio de Santa Teresa de JesusHA: Histria de uma Alma de Santa Teresa do menino

    JesusLG: Lumen Gentium Constituio sobre a igreja 3M: Terceiras Moradas de Santa Teresa de JesusNMI: Novo Millennio Ineunte entrada no novo milnioV: Vida de Santa Teresa de Jesus

    Definitorium Generale O.C.D.in sessione 108 diei 9 septembris 2006

    APPROBAVITStatuta Ordinis Carmelitarum Discalceatorum Saecularis

    presentata a Provincia Lusitaniae

    aloysius arostegui, OCDPraepositus Generalis

    Silvanus VescoviA Secretis

  • 57

    PrimeirA PArte

    i

    IDENTIDADE E VALORES

    1. Os Carmelitas Seculares so leigos que assumem amorosamente as obrigaes e responsabilidades que dimanam do Baptismo e esforam-se por viver a sua vida crist em esprito de orao e de servio apostlico, segundo os ideais do carisma carmelitano-teresiano.1

    2. A Ordem Secular faz parte da nica famlia do Carmelo Teresiano ou Ordem dos Carmelitas Descalos. Participa da mesma herana espiritual e vive o sentido de fraternidade para com os irmos e irms da mesma famlia, tendo-os presentes na sua orao, fazendo a experincia de serem membros do mesmo Corpo Mstico de Cristo, que a igreja.2

    3. Podem ser admitidos na Ordem Secular dos Carmelitas Descalos:

    a) catlicos 3 em comunho com a Igreja;b) membros que no sejam de outra Ordem

    religiosa ou Congregao, ou de qualquer outra Ordem Secular;

    1 Cf. Ef 1, 4; LG 31, 39, 42; CL 15, 17; Constituies, art 1. 2 Constituies, art 1,5,37.3 CIC 204-205; Constituies, art 3.

  • 58

    4 Constituies, art 4.5 Constituies, art 11.

    ESTaTUTOS

    c) os que desejem fazer da orao contemplativa o centro das suas vidas em unio com Maria;4

    d) que tenham disponibilidade para participar nos encontros e actividades da Ordem;

    e) e que tenham completado os 18 anos de idade e no tenham ultrapassado os 65, a no ser que o Conselho da Comunidade decida abrir alguma excepo.

    ii

  • 59

    6 1 Ts 5, 19-21; 1 Cor 12, 1-22; NMI 46.7 Constituies, art 56.

    SEGUIMENTO DE CRISTO SEGUNDO O CARISMA DO

    CARMELO TERESIANO SECULAR

    4. O Carmelita Secular segue a Cristo, procurando a unio ntima com Ele, no meio das realidades temporais, vivendo a experincia da Promessa feita de acordo com as Constituies da Ordem Secular.5

    5. Os membros das comunidades so amados e valorizados como irmos e irms, chamados por Deus a uma mesma vocao. Os dons do Esprito, dados a cada um para o bem da comunidade, so aceites por todos e motivo para dar graas.6

    6. Em resposta ao desejo de Santa Teresa de Jesus, os Carmelitas Seculares, constitudos em comunidades:

    a) apoiam-se uns aos outros com a orao, o amor e a promoo da vida espiritual;

    b) dedicam especial cuidado queles que esto em situao de fragilidade ou doentes nas suas comunidades;7

  • 60

    8 LG 37; Constituies, art 43.9 Constituies, art 26.10 GS 67.

    c) lutam para ultrapassar as inevitveis dificuldades da vida fraterna, recorrendo ao dilogo, em verdade e caridade, humildade e perdo, a fim de crescerem na estima mtua e na amizade;

    d) cultivam os laos de comunho com toda a Ordem, cooperando com os Superiores Geral, Provincial e o seu respectivo Delegado, acolhem as suas exortaes e partilham as suas necessidades e desejos;8

    e) neste mesmo esprito de comunho promovem relaes fraternas com as outras comunidades, recebem os visitantes das outras comunidades de carmelitas nos seus encontros, retiros, celebraes, excepto durante a Visita Pastoral do Superior competente;

    f) vivem em relao estreita com as comunidades de religiosos e religiosas carmelitas e sempre que seja possvel juntam-se ao seu apostolado e misso.9

    7. Os Carmelitas Seculares esto desafiados a viver como se toda a perfeio da Ordem de si dependesse, e por isso propem-se:

    a) ser fiis aos encontros que contribuem tanto para o seu bem espiritual como para o encorajamento uns dos outros;

    b) desempenhar alegremente as tarefas que lhes

    ESTaTUTOS

  • 61

    so confiadas para o servio da comunidade;c) trabalhar sempre para atingir consensos na

    tomada de decises, consultando todos os irmos numa atmosfera de dilogo livre e aberto;

    d) fazer os possveis para que todos sejam devidamente informados no que diz respeito a assuntos e actividades da comunidade e de toda a famlia carmelita.

    iii

    TESTEMUNHASDA EXPERINCIA DE DEUS

    8. Chamados comunho com Cristo, no servio da Igreja, os Carmelitas Seculares:

    SEGUimENTO DE CriSTO

  • 62

    11 Constituies, Art 21; V 8, 5.12 Constituies, art 19.13 LG 66; Constituies, art 4.

    a) vivem dependentes e abertos a Deus no ser e no agir;

    b) exercem as suas actividades como verdadeiro culto a Deus, colaborando, deste modo, com Cristo na sua obra redentora;10

    c) organizam o seu dia de modo a que dediquem um tempo suficiente orao silenciosa, a fim de tratar de amizade, estando muitas vezes, a ss, com Quem sabemos que nos ama tal o fundamento de toda a sua vida e servio Igreja;11

    d) encontram inspirao e alimento na Sagrada Escritura e nos ensinamentos dos santos da Ordem Carmelita;12

    e) aprofundam a leitura e estudo dos escritos dos santos carmelitas, particularmente os dos fundadores, Santa Teresa de Jesus e S. Joo da Cruz, deixando-se imbuir pelo esprito do Carmelo.

    ESTaTUTOS

  • 63

    iV

    COM MARIA, A ME DE JESUS

    9. Como Ordem mariana que procura imitar a vida interior e contemplativa de maria, os Carmelitas Seculares:

    a) participam na novena de preparao para a Solenidade de Nossa Senhora do monte

    TESTEmUNHaS Da EXPEriNCia DE DEUS

  • 64

    14 Constituies, art 31.15 AA 16; Constituies, art 27.

    Carmelo;b) invocam diariamente a Virgem maria,

    particularmente com a orao do tero;c) vivem o Sbado mais intimamente unidos

    Me de Jesus;d) usam o Escapulrio do Carmo como sinal da

    proteco maternal de maria,13 e como desejo de imitar as suas virtudes;

    e) veneram, com especial solenidade, a Virgem Maria, nas suas festas litrgicas.14

    V

    AO SERVIO DE DEUS E DA IGREJA

    10. A cada baptizado confiada a tarefa da evangelizao: Os fiis leigos, precisamente por serem membros da Igreja, tm a vocao e misso de serem anunciadores do Evangelho.15

    11. Co-responsveis na misso de toda a igreja, os carmelitas colocam, tal como ensina santa Teresa, a orao contemplativa no corao da mesma igreja e

  • 65

    16 Constituies, art 25.17Constituies, art 28. 18 Constituies, art 31.

    deste corao orante que nasce o apostolado. assim, os Carmelitas Seculares procuram viver o Evangelho, com sentido proftico, no corao da Igreja e da sociedade.16

    12. Chamados a uma vida, simultaneamente contemplativa e apostlica, os Carmelitas Seculares:

    a) promovem a misso do Carmelo em todo o mundo, em articulao e respeito pelas outras vocaes e apostolados eclesiais;17

    b) procuram manter vivos, na igreja, o amor e devoo a Nossa Senhora, vivendo a espiritualidade mariana com toda a perfeio possvel;18

    c) empenhar- se -o , de acordo com as circunstncias e dons de cada um, na pastoral paroquial e diocesana, especialmente nas reas relacionadas com a catequese e a pedagogia da orao;19

    d) preocupam-se com os mais pobres e contribuem para resolver as suas necessidades, individual e comunitariamente, onde for possvel.20

  • 66

    19 CL 27.20 Constituies, art 55.21 Constituies, art 34.

    Vi

    FORMAO NA ESCOLA DO CARMELO

    13. A formao inicial e permanente na Ordem Secular do Carmelo visa a maturidade humana e crist dos seus membros e manifesta-se na sua vida apostlica.21

    14. Os candidatos Ordem Secular ho-de ser gradualmente introduzidos nos seguintes temas:

    a) formao catequtica sobre os principais dados da f crist, no caso do candidato manifestar evidentes carncias;

    b) breve conhecimento sobre a histria da Ordem dos Carmelitas Descalos;

    ESTaTUTOS

  • 67

    c) espiritualidade mariana, particularmente o significado do Escapulrio do Carmo;

    d) vida dos santos carmelitas;e) introduo ao estudo e leitura de textos selectos

    dos principais escritos de Santa Teresa de Jesus, S. Joo da Cruz e Santa Teresa do Menino Jesus;

    f) bases bblicas, teolgicas e pedaggicas da orao;

    g) outros temas que o Mestre da formao ou o Conselho da Comunidade considerem pertinentes e necessrios.

    h) estudo das Constituies e dos Estatutos da Ordem Secular.

    15. No devem ser admitidos formao aqueles elementos que no tenham a possibilidade de participar activamente numa comunidade estabelecida, a no ser que em circunstncias excepcionais o Superior Provincial ou o seu Delegado o consintam. Em qualquer caso, esses elementos devem ser formados por uma comunidade estabelecida e -lhes pedido que mantenham contacto com ela atravs da participao no seu retiro anual ou nalgum outro exerccio espiritual.22

    16. O Presidente e o assistente espiritual sejam informados, previamente, a fim de darem o seu consentimento, da inteno de alguns irmos convidar 22 Constituies, Art 58 (b).

  • 68

    23 Constituies, Art 36 (a).

    familiares ou amigos para o encontro mensal.

    17. Os aspirantes Ordem Secular participam em encontros de esclarecimento e informao, a cargo do Mestre da formao, sobre a espiritualidade carmelita, por um perodo de seis a doze meses, antes de serem convidados pelo Conselho para serem admitidos ao perodo de formao propriamente dito.23

    18. Os membros da comunidade valorizam o encontro mensal, como uma graa importante e do-lhe prioridade nas suas vidas. uma ocasio para a orao comunitria, para a formao, para crescerem na caridade fraterna e para tratarem os assuntos da comunidade.

    19. a participao no encontro mensal no deve, no entanto, comprometer as responsabilidades familiares. A prudncia e discernimento ajudaro escolha das prioridades diante das dificuldades. Um membro da comunidade pode pedir licena temporria para faltar aos encontros de modo a dar resposta a compromissos importantes.

    Vii

    ADMISSO E PROMESSAS

    ESTaTUTOS

  • 69

    20. O Conselho da comunidade, em atitude orante, procure discernir a vocao dos candidatos em cada momento do processo de formao, desde a Admisso at Promessa definitiva.24 apontamos alguns critrios de discernimento da vocao carmelita secular:

    a) idoneidade humana e crist;b) atitude contemplativa, semelhana de

    Maria;25

    c) grande estima pelos escritos espirituais dos nossos fundadores e santos;

    d) compromisso generoso para com a Ordem e a Igreja;

    e) orao como centro da vida;f) esprito comunitrio.

    21. as celebraes de admisso e, mais especial-mente, das Promessas, so momentos altos na vida

    24 Constituies, art 36, 44.

    FOrmaO Na ESCOLa DO CarmELO

  • 70

    de uma comunidade. Por isso, todos os elementos da comunidade devem estar presentes e, em ambiente de alegria e festa, acolher os novos irmos na famlia do Carmelo.26 Estas celebraes seguem o ritual prprio da Ordem Secular.

    22. a celebrao de admisso e das Promessas deve ser precedida de um tempo mais alargado de orao e reflexo. Se possvel de um retiro espiritual, agradecendo ao Senhor o dom da vocao e pedindo--Lhe a graa da fidelidade.

    23. Se o Conselho da comunidade achar conveniente, os membros com promessas temporrias podero renov-las anualmente.27

    24. A frmula da Promessa assinada pelo que a emitiu e pelo presidente da celebrao no fim da cerimnia. Depois, um exemplar guardado nos arquivos da comunidade, outro enviado para o Conselho Nacional e o outro exemplar ficar para o promitente.

    25. O Escapulrio grande, que simboliza a nossa dedicao a Nossa Senhora do monte Carmelo e pertena Ordem, ser entregue na cerimnia de admisso.28

    25 Lc 2, 51.26 Constituies, Art 12; Ritual introduo 3.

  • 71

    26. O Escapulrio exterior pode ser usado pelos membros nas cerimnias da Ordem, se a comunidade assim o entender.

    27. No acto da primeira Promessa oferecido ao promitente um exemplar das Constituies.

    segunDA PArte

    Viii

    ORGANIZAO E GOVERNO

    28. So rgos de Governo da Provncia Portuguesa da Ordem Secular dos Carmelitas Descalos a assembleia Geral, o Conselho Nacional, os Conselhos das Comunidades e o Conselho Fiscal.

    27 Cf. Ritual, 8428 Constituies, Art 36 (b); Ritual 24.

    aDmiSSO E PrOmESSaS

  • 72

    Assembleia Geral29. A Assembleia Geral constituda:

    a) pelo Provincial da Provncia Portuguesa da Ordem dos Carmelitas Descalos, ou o Delegado Provincial (uma vez que vai ser o que preside Assembleia);

    b) pelos membros do Conselho Nacional;c) por todos os Presidentes das comunidades

    formadas ou em vias de formao; d) por um delegado de cada comunidade formada

    ou em vias de formao, escolhido pela prpria comunidade, por voto secreto;

    e) e pelo Mestre da formao de cada comunidade

    29 Constituies, art 57-60.

    ESTaTUTOS

  • 73

    formada ou em vias de formao.

    30. Preside assembleia Geral o Provincial da Provncia Portuguesa da Ordem dos Carmelitas Descalos, como sinal de comunho e unidade de toda a famlia carmelita. Na sua impossibilidade preside o Delegado Provincial.

    31. a mesa da assembleia composta pelo Provincial ou seu Delegado, pelo Presidente do Conselho nacional e dois secretrios eleitos pela mesma assembleia.

    32. Compete Assembleia Geral:a) eleger, por votao secreta, o Conselho

    Nacional por um trinio; o Presidente recm-eleito, se possvel, seja liberto de outros cargos, eventualmente, desempenhados nos Conselhos das Comunidades;

    b) eleger, por votao secreta o Conselho Fiscal;c) apreciar os re la tr ios dos t rabalhos

    realizados pelo Conselho Nacional e pelas comunidades;

    d) aprovar o oramento e as contas de gerncia, tendo presente o parecer do Conselho Fiscal;

    e) deliberar sobre a aquisio onerosa e a alienao, a qualquer ttulo, de bens imveis e outros bens patrimoniais de rendimento;

    f) deliberar sobre as alteraes aos Estatutos e regulamento.

    33. A Assembleia Geral reunir em plenrio cada trs

  • 74

    anos e em plenrio extraordinrio quando assim for requerido pelo Conselho Nacional ou pela maioria dos Conselhos das comunidades.

    34. a ordem da reunio da assembleia Geral a seguinte:

    a) Uma celebrao litrgica.b) O Secretrio l as actas da reunio anterior que

    sero aprovadas de modo habitual e assinadas pelo Presidente e pelo Secretrio.

    c) O Tesoureiro apresenta por escrito o relatrio financeiro pormenorizando as receitas e as despesas do Conselho Nacional. O relatrio colocado disposio dos interessados, assinado, aps aprovao, pelo Presidente e pelo Tesoureiro.

    d) O Presidente do Conselho Nacional apresenta um relatrio expressando o actual estado da Ordem Secular e outros assuntos relevantes; apresentar tambm detalhada-mente o trabalho realizado pelo Conselho Nacional nos ltimos trs anos. Segue-se um dilogo franco e aberto sobre o mesmo. O relatrio posto disposio de todos.

    e) Se a Assembleia Geral for electiva, procede-se eleio do Conselho Nacional e do Conselho Fiscal. O Secretrio e o Tesoureiro sero os escrutinadores.

    f) O Presidente do Conselho Nacional eleito toma o lugar que lhe corresponde.

    ESTaTUTOS

  • 75

    g) a agenda de assuntos, preparada anterior-mente apresentada para aprovao, sempre aberta a possveis emendas, pelo Conselho Nacional.

    h) O Presidente consulta o Conselho para a nomeao de um Secretrio e de um Tesoureiro.

    i) Orao de encerramento e aco de graas.

    Conselho Nacional

    35. O Conselho Nacional 29 uma expresso eclesial de comunho das comunidades da Ordem Secular em Portugal. uma referncia de unidade e amor que estimula a misso da famlia carmelita no servio Igreja, e tem por objectivo:

    a) fomentar o conhecimento do carisma teresiano de acordo com as Constituies da Ordem Secular de Nossa Senhora do monte Carmelo e de Santa Teresa de Jesus;

    b) promover o conhecimento, a partilha de vida e a amizade entre as diferentes comunidades da famlia carmelita;

    c) partilhar iniciativas e recursos materiais teis s vrias comunidades para o seu processo de formao inicial e contnua;

    d) publicar o boletim Flor do Carmelo e outros meios de comunicao para o intercmbio de informaes e experincias relativas famlia teresiana;

    OrGaNiZaO E GOVErNO

  • 76

    30 Constituies, art 41-43.

    e) organizar congressos nacionais e outros eventos de mbito nacional;

    f) acompanhar o desenvolvimento de novos grupos e comunidades;

    g) fazer-se representar por algum dos seus membros nas celebraes de Promessas ou Votos.

    36. O Conselho Nacional composto por quatro elementos com Promessas definitivas: um Presidente, trs Conselheiros. Sero eleitos pela Assembleia Geral. Os conselheiros so propostos pelo Presidente recm-eleito e votados pela assembleia. a eleio processar-se- conforme os nmeros 54-72 destes Estatutos. O Conselho Nacional escolher, por sua vez, de entre os Conselheiros, um Secretrio e um Tesoureiro.

    37. O Conselho Nacional reunir-se-, pelo menos, duas vezes por ano e sempre que for necessrio.

    38. Os membros da Ordem Secular tm o direito de apresentar temas para a agenda de trabalho. a data limite dessas sugestes determinada pelo prprio Conselho Nacional. Elas sero apresentadas por escrito e enviadas ao Secretrio que preparar a agenda depois de consultar os membros do Conselho.

    39. O Conselho Nacional marcar, e comunicar com seis meses de antecedncia, a data e o lugar da reunio da assembleia Geral e preparar a agenda de trabalho a

    ESTaTUTOS

  • 77

    apresentar mesma.

    40. O Delegado Provincial participa nos encontros do Conselho Nacional como sinal visvel dos laos jurdicos e fraternos entre os religiosos e a Ordem Secular.

    41. No fim de cada ano, cada comunidade apresentar ao Conselho Nacional o seu balano econmico e o relatrio de actividades.

    Conselho Fiscal

    42. O Conselho Fiscal, eleito para um trinio pela Assembleia Geral, constitudo por um Presidente, um Vogal e um Secretrio.

    43. Compete ao Conselho Fiscal:a) fiscalizar a gesto financeira e a administrao

    dos bens da Ordem Secular;b) elaborar pareceres sobre o oramento e contas

    do Conselho Nacional e sobre outros assuntos que sejam submetidos sua apreciao.

    44. Reunir ao menos uma vez por ano e sempre que julgue necessrio.

    Conselho da Comunidade

    45. Cada comunidade da Ordem Secular ter um Conselho de Comunidade composto por um Presidente,

    OrGaNiZaO E GOVErNO

  • 78

    trs Conselheiros e o Mestre da formao.

    46. a comunidade ser animada espiritualmente por um assistente espiritual, sempre que possvel, um sacerdote carmelita, nomeado pelo Provincial.

    47. O Delegado Provincial um religioso Carmelita Descalo nomeado pelo Superior Provincial para acompanhar, aconselhar e apoiar a Ordem Secular.30 Visita pastoralmente as comunidades.

    48. O Presidente convoca e preside s reunies do Conselho da comunidade. O Conselho rene-se pelo menos trs vezes por ano e sempre que as circunstncias o exigirem. redigem-se actas de cada reunio. registe-se em livro apropriado os defuntos da comunidade.

    49. O Presidente est obrigado a convocar o Conselho,31 sempre que dois conselheiros o pedirem. O Presidente informa a comunidade com um tempo til antes de cada encontro, de modo a que os membros possam apresentar sugestes considerao do Conselho. No encontro mensal, a comunidade deve ser informada de todos os assuntos e decises que se relacionem com o seu bem-estar humano e espiritual.

    50. Cada comunidade, de acordo com os seus meios, dar uma contribuio financeira em ordem a constituir um fundo modesto que contribua para as despesas do Conselho Nacional e Conselho Fiscal. Desta maneira, as comunidades partilharo as despesas feitas de modo acordado mutuamente, no esprito da generosidade teresiana.

    ESTaTUTOS

  • 79

    31 Constituies, art 46-48.

    51. O Conselho tomar as suas decises por maioria. Depois de dar um tempo suficiente para que todos os membros do Conselho expressem as suas opinies, o Presidente pode apresentar por si ou por outro membro uma proposta ao Conselho. Se a moo apoiada por outro membro do Conselho, esta poder ser aprovada levantando a mo ou por votao secreta. O voto secreto sempre exigido para a aprovao dos candidatos Admisso ao tempo de formao, Promessa e para outros assuntos, a pedido de um membro do Conselho. Para que uma moo seja aprovada requer-se uma maioria simples de votos. Uma vez que uma deciso foi tomada, deve ser apoiada por todos os membros do Conselho.

    52. Um membro que, por razo justificada, faz um pedido para deixar a Ordem, pode ser dispensado pelo Conselho, da Promessa. Isto deve ser feito formalmente por escrito depois de um dilogo apropriado com o Conselho.

    53. Se a presena de algum elemento na comunidade se torna incmoda, por comportamento incorrecto ou por falta de presena no justificada aos encontros, o Conselho estudar o caso e apresent-lo- comunidade. Um elemento que falte de forma continuada e injustificada aos encontros mensais fica privado de voz passiva e activa at que se normalize a sua situao. Caso cheguem concluso que determinado elemento deve ser despedido comunicar-lhe-o por escrito, depois

    OrGaNiZaO E GOVErNO

  • 80

    32 Constituies, Art 50; CIC 165.

    de ter dado conhecimento ao Padre Provincial ou seu Delegado.

    iX

    ELEIES

    54. a eleio para qualquer cargo um chamamento a servir a comunidade e, a menos que haja uma razo sria, esse chamamento deve ser aceite no esprito de obedincia vontade de Deus.

    55. Segundo as Constituies, a eleio do Conselho da comunidade feita por trs anos. No pode ser antecipada, mas por razes graves pode ser adiada, nunca para alm de trs meses.32 O Conselho e o Provincial ou o seu Delegado marcaro o dia e a hora das eleies, pelo menos com dois meses de antecedncia.

    56. O Conselho convoca a comunidade para eleies, para o dia e a hora determinados.33 Um ms antes das eleies, o Presidente recorda aos membros a proximidade das eleies e rev os procedimentos como est escrito nas Constituies e nos Estatutos.

    57. O Presidente, quer nacional quer da comunidade, eleito de entre aqueles que fizeram a Promessa definitiva. O Presidente pode ser reeleito para um segundo mandato consecutivo desde que receba dois teros dos votos no

    ESTaTUTOS

  • 81

    segundo escrutnio. Se no obtiver dois teros dos votos no segundo escrutnio, eliminado e a eleio continua no modo usual no novo escrutnio.

    58. O cargo de Presidente incompatvel com qualquer outro cargo na comunidade. O mesmo se diga acerca do cargo de Conselheiro com o cargo de mestre da formao.

    59. O Presidente que tenha completado dois mandatos consecutivos no cargo no pode ser eleito para qualquer outro cargo por um perodo de trs anos. No entanto, na ausncia de quaisquer outros candidatos adequados e com a permisso do Delegado, pode assumir a misso de Responsvel da formao.

    60. a reeleio para um terceiro mandato consecutivo como Presidente no permitida, a no ser por postulao ao Superior Provincial ou o seu Delegado.34 Para tal so requeridos dois teros dos votos.

    61. Os Conselheiros, quer para o Conselho Nacional quer para o Conselho da Comunidade, so propostos pelo Presidente recm-eleito e depois so votados pela Comunidade ou pela assembleia Geral, respectivamente.

    OrGaNiZaO E GOVErNO

  • 82

    62. Os Conselheiros so eleitos preferencialmente de entre aqueles que fizeram a Promessa definitiva 35 e podem ser reeleitos para um segundo mandato consecutivo por uma maioria simples de votos. a eleio como Conselheiro para um terceiro mandato consecutivo no permitida.

    63. Sem prejuzo do nmero 60, para ser eleito, um candidato deve obter mais de metade de votos vlidos, que uma maioria simples. Se no existir essa maioria no primeiro escrutnio, deve ser efectuado um segundo escrutnio. Se ainda no segundo escrutnio nenhum candidato receber a maioria simples, um terceiro realizado no qual s os dois mais votados no segundo escrutnio so candidatos. Estes dois candidatos no votam neste escrutnio. No terceiro escrutnio o que obtiver a maioria dos votos eleito. Em todas as eleies quando dois ou mais receberem o mesmo nmero de votos, eleito o que h mais tempo fez a primeira Promessa. Se eles fizeram a Promessa no mesmo dia, o mais novo eleito.

    64. Todos os membros que fizeram as Promessas e so membros activos na comunidade tm o direito de votar nas eleies. No entanto, por causa do essencial carcter laical da Ordem, os membros que so clrigos

    33 Constituies, Art 47 (c). 34 Constituies, art 50.

  • 83

    esto privados de voz passiva.36

    65. O Provincial ou o Delegado Provincial, e na sua ausncia o Assistente espiritual, preside s eleies tendo o Presidente e o Secretrio como escrutinadores. Se nem um nem outro puderem estar presentes, o mestre da formao e o Secretrio faro de escrutinadores.

    66. Na hora marcada a comunidade rene-se para a eleio:

    a) Cantam ou recitam o hino ou orao ao Esprito Santo dirigida pelo que preside.

    b) O Secretrio l o seu relatrio e apresenta os livros comunidade para inspeco.

    c) O Tesoureiro apresenta o relatrio financeiro e o livro de contas.

    d) O que preside prope uma moo comunidade para a aceitao das informaes apresentadas e lidas; uma vez tratadas as questes e emendas, os relatrios so sujeitos a votao pela comunidade. aps a aprovao, os livros so assinados pelo Presidente e pelo Secretrio.

    e) A caixa de votos colocada na mesa em frente daquele que preside.

    67. Os boletins de voto so preparados antes pelo Secretrio com a aprovao do Conselho contendo os nomes de todos os que so elegveis para o cargo. Os nomes so postos em lista ordenada alfabeticamente por

    35 Constituies, art 52.

    ELEiES

  • 84

    apelido.

    68. Quando todos tiverem votado, aquele que preside abre a caixa de votos e conta o nmero de boletins de voto antes de abrir qualquer deles. Se o nmero de votos no igual ao nmero de eleitores, a votao invlida e deve ser repetida.

    69. aquele que preside abre cada boletim de voto, anuncia em voz alta e mostra aos escrutinadores. O Secretrio regista o voto e quando todos os votos estiverem contados, aquele que preside anuncia o resultado. a eleio continua.

    70. Depois de cada eleio, aquele que preside pede ao candidato que expresse a sua aceitao.

    71. Os novos eleitos, Presidente e Conselheiros, depois de consultarem o assistente espiritual, elegem o mestre da formao de entre aqueles que j fizeram a Promessa definitiva.37 Estes, por sua vez, nomeiam um Secretrio e um Tesoureiro de entre os trs conselheiros.38

    72. O Conselho, em previso do futuro, pode indicar um ou mais colaboradores do Mestre da formao, que podem ser escolhidos de entre aqueles que fizeram a primeira Promessa. Os colaboradores no fazem parte do Conselho.

    36 Constituies, art 37.

    ESTaTUTOS

  • 85

    X

    ERECO CANNICADE UMA COMUNIDADE

    73. Para formar uma comunidade exige-se o mnimo de 10 elementos, dos quais dois, tenham feito a Promessa definitiva e seis as primeiras Promessas. A comunidade no deve ultrapassar os 20 elementos. Se houver elementos que excedam este nmero o Conselho da comunidade considere a possibilidade de formar um outro grupo, tendo em conta a idade dos membros, a provvel incorporao de novos elementos e a disponibilidade dos que fizeram Promessas, para formar outro grupo.39

    74. Condies para a ereco de uma nova comunidade:

    a) Requer-se a autorizao do Superior Provincial ou do seu Delegado para constituir um novo grupo. Inicialmente esta autorizao dada ad experimentum por trs anos.

    b) O Delegado indicar um coordenador para promover o desenvolvimento do grupo e para assegurar a formao adequada dos novos membros.

    37 Constituies, art 46

    ELEiES

  • 86

    c) Depois de trs anos o Delegado, consultados os membros, examinar o progresso do grupo e far as necessrias correces.

    75. Quando, no parecer do Superior Provincial ou do seu Delegado, um novo grupo tem membros suficientes para fazer as Promessas, pode ser-lhe dada uma estrutura provisria para melhor facilitar o seu desenvolvimento e para se preparar com tempo para ereco cannica como comunidade.

    76. a estrutura provisria de uma comunidade que comea um Conselho indicado pelo Superior Provincial ou o seu Delegado depois de consultar os membros que j fizeram Promessas. Este Conselho inclui um Presidente em exerccio, um Mestre da formao e pelo menos um outro membro. Permanece em funes pelo menos trs anos e pode ser prorrogado. O Conselho provisrio constitui a autoridade imediata do grupo e exercer o seu mandato de acordo com as Constituies dentro das limitaes determinadas pelo Delegado.40

    77. a ereco cannica de uma nova comunidade rege-se pelas Constituies, [Art 49] e pelo Ritual. No primeiro encontro a seguir cerimnia, a nova comunidade eleger o seu Conselho.41

    38 Constituies, art 50.39 Constituies, Art 58 (g).

    ESTaTUTOS

  • 87

    78. Todos os casos omissos nestes Estatutos devem ser regidos pelas Constituies da Ordem Secular do Carmelo.

    ELEiES

  • 88

    Xi

    OS NOSSOS IRMOS DEFUNTOS

    79. Desde o princpio a Igreja honrou a memria dos defuntos e ofereceu oraes em sufrgio por eles, acima de tudo o sacrifcio da Eucaristia, para que, uma vez purificados, possam alcanar a viso beatfica de Deus.42 A nossa orao por eles capaz no s de os ajudar, mas tambm de tornar eficaz a sua intercesso por ns.43

    80. Porque um pensamento santo e piedoso 44 orar pelos mortos de modo que eles possam ser libertos dos seus pecados, fazemos sufrgios e oraes por eles:45

    a) No momento do falecimento de um membro da prpria comunidade, ou de algum modo ligado comunidade, o Presidente informar a comunidade e enviar uma notcia necrolgica escrita s outras comunidade. alm de participar na Eucaristia do funeral a comunidade mandar celebrar uma Eucaristia na qual devem participar. Na primeira reunio da comunidade far-se- uma orao pela irmo falecido.

    b) Por um irmo que no pertena comunidade, cada membro participar na Eucaristia.

    40 Constituies, art 47.41 Constituies, Art 50; CIC 165.

  • 89

    c) Na Comemorao de todos os fiis defuntos da Ordem, se for possvel, cada membro participar na Eucaristia e rezar fervorosa-mente pelos membros falecidos de toda a Ordem do Carmelo.

    d) Cada comunidade registar, no Livro dos defuntos, o falecimento de todos os seus irmos.

    e) Cada carmelita secular participa numa eucaristia, se possvel no funeral, por qualquer membro da nossa Provncia (religiosos, religiosas e seculares).

    42 CIC 1032; Conclio de Leo II (1274); LG 50.43 CIC 958.

    ErECO CaNNiCa DE Uma COmUNiDaDE

  • 90 ESTaTUTOS

  • 91

    44 2Mac 12, 46.45 Constituies, Art 58 (d).

  • 92 ESTaTUTOS

  • NDICE GERAL

    Decreto de aprovao ....................................................... 5Carta do Padre Geral ........................................................ 7

    REGRAregra de Santo alberto ................................................... 11

    CONSTITUIESda Ordem Secular dos Carmelitas Descalos

    (OCDS)

    Promio ........................................................................... 19i. identidade, valores e compromisso .......................... 21ii. O seguimento de Jesus

    no Carmelo teresiano laical ...................................... 26 O compromisso da promessa de viver o esprito do conselho evanglico de castidade .................... 27 O compromisso da promessa de viver o esprito do conselho evanglico de pobreza ....................... 28 O compromisso da promessa de viver o esprito do conselho evanglico de obedincia ................... 29 O compromisso da promessa de viver o esprito das Bem-aventuranas ........................................... 30

    III. Testemunhas da experincia de Deus ....................... 31iV. ao servio do projecto de Deus ............................... 36

  • V. Com maria, me de Jesus ...................................... 39Vi. Formao na escola do Carmelo ............................ 41VII. Organizao e governo .......................................... 44 Eplogo .................................................................... 54

    ESTATUTOSda Ordem Secular dos Carmelitas Descalos

    (OCDS)

    PriMeira Parte

    i. identidade, valores .................................................. 57ii. Seguimento de Cristo segundo o carisma do Carmelo Teresiano Secular ..................................... 59III. Testemunhas da experincia de Deus ..................... 62iV. Com maria, a me de Jesus .................................... 64V. ao servio de Deus e da igreja ............................... 65Vi. Formao na escola do Carmelo ............................. 67Vii. admisso e promessas ............................................ 70

    segunda Parte

    VIII. Organizao e Governo ........................................... 73 assembleia Geral .................................................... 73 Conselho Nacional .................................................. 76 Conselho Fiscal ....................................................... 78 Conselho da Comunidade ....................................... 79iX. Eleies ................................................................... 82X. Ereco cannica de uma comunidade ................... 88XI. Os nossos irmos defuntos ...................................... 91