DE CABO VERDE -- S DE AGOSTO DE 2005

CONSELI-10 DE MINISTROS

Decreto-Lei no 52/2005

De S de Agosto

A expansão das redes de electricidade, coiidiçSo essencial de dcsenvolviinento da electlificaqão das povoações rurais, poderd eventualmente originar conflitos entre a obrigação da concessionarin do serviço público de transporte r disti*~buiqão de energia eIectricri, de construir e manter linl-ias electricas de ti-ansporte e distribuição de energia elkctrica e os direitos dos propiietwios de terrelios por elas atravessados.

As linhas aéreas de transpoite e distribuicáo cfc energia elhctr-ica em alta tensão têm unia f ~ ~ n ç ã o de interesse pfibIico que traiisceiide de longe as coiiveniências da concessionária, donde a ncccssidade de, a unl tempo, respeitar o direito de propriedade e subordiná-lo ao interesse publico.

O no 2 do artigo 100" do Decreto-Lei no 64/99, de 30 de Agosto, confere a referida ~o~~cess ion&ria a faculdade CZP solicitar a expropriaqão ou seniclão de moclo a obter acesso e.uso da propriedade privada conl o objectivo de poder fornecer o servi70 público para o qual tem c? concessão, o que denlonstra que sobre os proprietários terrenos atravessados por linhas eléctricas de transporte e distrikiuiyào de e1iei.gia eli.cti*icri recai o dcvcr dc suportar a seividão de passagem das refeiidas Linhas, niediniltejusta indemnização, sempre que haja prejuízos.

A sombra do aludido noirnativo, prctcnde n Empresa de Electi-icidade e Água (ELECTM S.A.), que seja constituída

ao ser seividãa actn~inistrativa sobre as terrenos que dever- atravessados por linhas eIc~tr icas de alta tensão no percurso Cidade da Praia a Calheta, Crillieta a Vila do Tarrnfal, Calheta a Vila de Pedra Badejo e Calhcta a Cidade de Assomada, o que merece pronto sancionaniento do Governo, atravcs deste diploma.

A linha interligada, coni cerca de cento e cinquenta apoios inctálicos suportados por encastraiiicnto eili ninciços de betão armaclo com volumctria média de 40 1n3 e com uina área de terreno de cerca de 9 m2 e um cornprimcnto de cerca de 40 I h será de alta tensão em G O IiV e estabelecida entre as futuras subeçtaqões de transformacão do Palmarejo e da Calheta de São Mipe l . As linlzas, coiii cerca de trezentos e vinte e cinco postes de madeii.n, isto é, cento c sessenta e cinco, mais cento e dez, m a s cinquenta, respectivainente, a t e doze inetros de a l tu ra e um compriineilto total de aproxiinadamente 34 1G1i (dezoito, mais doze, n~a i s quatro, respectivamente Calhcta-Tan-afd, Calheta-Santa Catarina e Calketa-Santa Cruz), sera de alta tensão em 20 IN, interligando a Vila de Calheta a Vila do Tarrafal; aVila de Calheta a Cidade de Assornacla, Santa Catarina e a Vila de Calheta a Vila de Pedra Badejo, Santa Cruz

Coiil o presente diploma, impõe-se aos proprietários o dever de suportar a servidão de passagem das iinlias, mediante justa indemnizaç5io dos prejuízos causnclos. Ainda garante-se-llies, prudentemente, o direito de

esigli-ein n5o a reinoqão, mas, siiil, o afn?'arnento ou substituicão dos nporos das linhas quando isso for necessário para a realizaqão de obras de ampliriqão e111 edificios já existentes, desde que delas 1150 resulte alteração do fim a que os mesmos se destinam, pr.evcnindo assi111 eveiltuals abusos que possam forçar a deslocaftio de traqados para dar lugar a pequenas construcões que, sem prejuízo senslvel, se poderiam edificar umas dezenas de iiietros mais para a direita ou mais para a esquerda.

Consagra-se que tal direito inanténl-se intacto, quaildo se rnostre que o SEU exercício niío provkm de simples capricllo e que dele 1150 resultam inconvenienteç; coridicionado, ein certos casos, ao pngamento de uma iiicleii~riizaçào relativamente modcrfida, c proibido, se os inconvenientes dc orclciii tecnica to rnaren i desaconselIiiíveis a drslocnçiio da linha ou se po prop~ietriiio n6o convier o pagamento da referida indemnizaqfio. Nessa .íiltiiiia I-iipotese, coiicede-se ao proprietrírio o direito de exigir que n concessionário lhe adcluira pelo justo valor o prklio atravessado pelas linhas, mediante processo de espropriaçiio judicial, se 1150 for possivcl o acordo.

Foi ouvida a Associaqão Nacioilal dos kíunicipio Cabo- verdianos.

No uso da faculdade coiiferida pieia alincn a ) do no 2 d o artigo 203" da ConstituiçFio, o Governo decreta o se_~~iiiztc:

Artigo 1"

Declrirn+io de utilidade pública

1. Ficam declarados de utilidade pública, para fins de instituigão de servidão adrninistrativa pela Empresa de Electricidade e Água, SA, (ELECTRA, SA) empresa concessionária de serviço piiblico de transporte e distribuiyfio de energia elkctrica, por via amigrível ou lino, os terrenos que devem ser atravessados ou ocupados por linhas aéreas de transporte e distribuiç50 de encrgia elbctrica e111 alia tensão que pal-tem da zona de Pnlniarejo, Cidade da Praia para a Vila da Calheta da Vila de Calheta à Vila do Tarrafal; da Vila de Calhcta B Cidade de Assomada Santa Calarina e da Vila de Cnlheta h Vila de Pedra Bndejo Santa Cruz, conforme os mapas anexos.

2. As linhas áreas a que se refere o no 1, coni cerca de 74 ICM respectivamente, quarenta, dezoito, doze e quatro liiloinetros, e de al ta tensão e interIiga as futuras subestaçocs de transformação do Palmarejo e da Calheta de Siio MigueI e a Vila de Calheta a Vila do Tarrafal; a Vila de Calheta a Cidade de Assomada Santa Cntxina e a Vila de Calheta h Vila de Pedra Badejo Santa Cruz.

3. A linha área prevista no no 1 tem apoios inetíilicos em número não superior a cento e cinqucnta suportados por cncastrainento em maciços de betão arniado com volunietria mi.dia de 40 1n3 e com uma Area de terreno de cerca de 9 rn2 e trezentos e vinte e cinco postes de madeira, com uina altura niédia de doze inetros.

Artigo 2"

indemniznçiio aos proprietiirios

I. Os proprietários de terrenos ou edifícios utilizados para estabelecimento de lidlas eléctiicas são indemnizados

CARO VERDE - S DE AGOSTO DE- $005 889

pela ELECTRA SA, sempre que daquela utiliza$io resultcin reduyso de rendiineilto, diminui~ão da área das propriedaclcs ou quaisquer prejuizos provenientes da construqfio das Iinbas.

2. O valor das iildemnizaçbes e determinada de comum ncordo entre as duas partes e, na falta de acordo, pode ser fixado por arbitragem, desde que assim requeira uni dos interessados.

3. A fncuidade cle requerer a arbitragem cessa um ano depois da data em que tiver. sido efectuada pela a fiscallznçiio do Governo n primeira vistoria das linhas referidas no no 1.

4. O r*equeriiisento solicitando a arbitragem impede a propositurn de acf,'io nos tribunais competentes sobre o objecto dela, mas a arbitragem 1150 tem lugar se, quando for requerida já houver acqão pendente acerca do mesmo objecto

5 . Os árbitros sáo designados um por cada uma das partes e um terceiro pelo Presidente do Conselho Supe17or da Magistratura.

6. Os Arbitros dcvein dar inicio aos seus traballios dentro de tiinta dias após a sua nomeação mas só podem proferir a decisão depois de concluídas as obras de estabelecimento das linhas a que se refere o no 1, na parte compreendida dcntl-o das propriedades em que tiverem verificado os prejuízos a indemnizar.

7. A decisáo dos árbitros é dada em conferência e pode ser tomada por maioria, mas, não se obtendo uma decisão arbitra1 por unanimidade ou maioria, vale como tal a média cuitizzética dos laudos que mais se aproximarem ou o laudo intermédio se as diferenças forem iguais.

8. Das decisões proferidas pehs árbitros pode haver recurso nos termos da lei.

Artigo 3"

Direito de exigir afastamento ou substituiçiio de apoios

0 s proprietárias dos terrenos atravessados por linhas aéreas de transporte e distribuição de energia eléctrica em alta tensão têm sempre o direito de exigir da ELECTRA, SA, sem que lhe devam qualquer indemnização, o afastaniento ou substituição dos apoios das Iinhas quando isso for necessáiio para a realização de obras de ampliação ern edifícios já existentes, desde quc delas não resulte alteracão do fim a que os mesmos se destinam.

Artigo 4"

Cornpensaçiio a ELECTRA, SA

1. No caso de const~ução de novos edificios ou de ampliação de ehficios existeiltes, ein condições diferentes das previstas no artigo anterior, o direito a que refere o mesrnó artigo 6 condicionado ao pagalilento prkvio de urna indemi~ização à ELECTRA, SA, equivalente a metade do custo das indispens&veis modificações a efectuar nas linhas.

2. Não 11á lugar a indemnização prevista no nuniero anterior se a fiscalização do Governo verificar que as ca- racterísticas do terreno nsio permitem a execuçáo da obra projectada com outra localização.

3. Se n tensão das linhas for iLgual ou superior a 60 IíV,- não pode o propi-ietár~o exigir a deslocação dos apoios se a fiscalizaçi30 do clepal-tarnento gove~+namental responsável pela energia a considerar tecnicanlente inconveniente.

4. Se não lhe convier o pagaineiito da indemnizaçào prevista no no 1, ou se der o caso previsto no núinero anter~or, o proprietiwio pode requerer ao menibro de Governo responsável pela energia que a ELECTRA, SA, lhe adquira, no prazo máxiino de cento e cinquenta dias, pelo justo valor, o prédio atravessado pela linha, nos termos a definir em portaria do mesmo membro de Governo.

5 . Caso a ELECTM, SA e o proprietário náo chegarem a acordo acerca dos teinzos e condiç6es da aquisição, aquela enlpresa pode requerer, nos termos da lei geral, e dentro de trinta dias seLguintes, a exprop~iaqão judicial, sob pena dc ser obrigada a remover os apoios sem direito a qualquer indernnizaç5o e s e a n d o um projecto que a fiscalização do departalilento governamental responsável pela energia considere tecnicamente satisfatório.

6. O propi-ietario que usar da faculdade prevista no número anterior não tem direito a reversão dos prédios expropriados.

Reembolso das despesas

Se as obras previstas nos artigos 2" e 3" não forem concluídas dentro do prazo de três anos a contar da data em que a ELECTTZA, SA, tiver concluído a modificação da linha, ou não forem executadas com as características que determinarem essa modificação, a referida empresa tem direito de ser reembolsado, pelo proprietazio de terreno, de todas as despesas a que a rnodificaç%o deu lugar, deduzidas as importêncías que eventualmente tenha recebido a titulo de indemnização.

Artigo 6"

Despesas

As despesas resultantes da execução do presente diploma correm por conta da a ELECTRA, SA.

Artigo 7"

Entrada em vigor

O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

Visto e aprovado enl Conselho de Ministros

Jose; Maria Pereiru Neues -João Pereira Silva - Muria Cvistirzu Foittes Linaa - João Pinto Serra.

Psomulgado em 29 de Junho de 2005

Publique-se

O Presidente d a República, PEDRO VERONA RODRIGUES PIRES.

Referendado em 1 de Julho de 2005

O Primeiro-IMinistro, José Mariu Pereira Neues

890 1. SERIE - No 32 <tB. O.» DA REPUBLICA DE CABO VERDE - 8 DE AGOSTO DE 2005

COORDENADAS um DOS POSTES NO PERFIL DA LINHA ALTA TENSÃO GOIW E N T R E P W C A L r n T A

P29

P30

P31

224737

224785 -- 224890

1658452

1658596

1658906

145,58

151,89

326,93

8940,71

9092,GO

9419,53

333,38

326,97

315,94

I SÉRIE - No 32 KB. O.» DA REPUBLICA DE CABO VERDE - 8 DE AGOSTO DE 2005 891

COORDENADAS UTM DOS POSTES NO PERFIL DA LINHA ALTA TENSÃO 6 0 W ENTRE P W C A L H E T A

892 1 SÉRIE - No 32 <<B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE - 8 DE AGOSTO DE 2005

894 I SÉRIE -No 32 «B. O.» DA REPUBLICA DE CABO VERDE - 8 DE AGOSTO DE 2005

I SÉRIE - No 32 «E. O.» DA REPUBLICA DE CABO VERDE - 8 DE AGOSTO DE 2005 895

$96 I SERE -No 32 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE - S DE AGOSTO DE 2005

898 I SÉRIE - No 32 «B. O.» DA REPUBLICA DE CABO VERDE - 8 DE AGOSTO DE 2005

900 I SERIE - No 32 NB. O.» DA REPÚBLICA DE CARO VERDE - 8 DE AGOSTO DE 7005

902 I SÉRIE - No 32 <<E. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE - 8 DE AGOSTO DE 2005

COORDENADAS UTM DOS POSTES NO PERFIL DA LINHA DIA TENSAO POICV ENTRE SANTA CATARXNA (ARRXBADA)/CAILHETA

904 I SERIE - N o 32 i<B. O.>> DA REPÚBLIC'A DE CABO VERDE - 8 DE AGOSTO DE 2005

I SÉRIE - N" 37 <<H. 0.)) DA REP~JBLICA DE CABO VERDE - S DE AGOSTO DE 2005 905

906 I SÉRIE - No 32 <<E. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE - 8 DE AGOSTO DE 2005

I SERIE - No 32 «B. O.>> DA REPÚBLICA DE CABO VERDE - 8 DE AGOSTO DE 2005 907

COORDENADAS UTM DOS POSTES NO PERFIL DA LINHA DIA TENSÃO 201w ENTRE CALWETATrAXtRAFAL

P33

P34

P35

P36

216499

216434

216355

216277

1684752

1684828

1684919

1685010

120,Ol

100,OO

120,50

119,51

3656,153

3756.19

3876,69

3996,ZO

10S,98

123,34

111,25

103.40

P70 213246 1687040 159,98 8065,OO 62.61

P71 213020 1687033 125,99 8190.99, 73.07

P72 212894 I687025 125.91 8316,90 69,17

P73 212780 1687116 145,98 8462,88 56,48

908 I S E R E - No 37 «B. O.» DA REPUBLICA DE CABO VERDE - 8 DE AGOSTO DE 2005

COORDENADAS UTM DOS POSTES NO PERFIL DA LINHA &DIA TENSAO 20XN ENTRE CALHETAITARWAL

910 I SÉRIE -No 32 c<B. O.» DA REPUBLICA DE CABO VERDE - 8 DE AGOSTO DE 2005

I SÉRIE -No 32 <<E. O.>> DA REPÚBLICA DE CABO VERDE - 8 DE AGOSTO DE 2005 91 1

I SÉRTE - No 32 HB. O.>> DA REPUBLICA DE CABO VERDE - 8 DE AGOSTO DE 2005 913

914 I SERE - No 32 «B. 0.)) DA REPUBLICA DE CABO VERDE - 8 DE AGOSTO DE 2005