conselho regional de economia do rs economia em dia ...coreconrs.org.br/pdf/coluna/eco161009.pdf ·...

2
Economia em Dia Conselho Regional de Economia do RS Obs.: As opiniões inseridas na coluna são de responsabilidade do entrevistado. Entrevista concedida em 22 de setembro de 2009. Empreendedorismo e a mortalidade das micro e pequenas empresas Planejamento necessário Embora as pesquisas apontem progresso na luta contra a mortalidade das MPEs, ainda estamos longe de atingir índices compatíveis com àqueles apresentados por países desenvolvidos, média 47%. O brasileiro é considerado um povo empreendedor, entretanto para que um negócio consiga atingir seu objetivo e se manter no mercado é necessário bem mais que mercadoria, boa vontade e estratégia empírica. Mesmo antes de abrir as portas da empresa, já se faz necessário a utilização de ferramentas capaz de vislumbrar o presente e futuro do empreendimento. Um plano de negócios, contendo planejamento e verificação de viabilidades e estudos imprescindíveis para o conhecimento e abertura da empresa, pode ser decisivo para o sucesso do empreendimento. Essa segurança poderá ser desenvolvida por um profissional da área econômica incluindo também cenários, simulações e análise. É preciso profissionalizar Um dos principais fatores da mortalidade desses empreendimentos é a administração mal sucedida. Sendo familiares em sua maioria e com tamanho reduzido, a atividade está voltada para o cotidiano do negócio, impedindo estratégias de longo prazo e de inovação. Soma-se ainda a dificuldade em manter atualizados os controles financeiros, isto, quando os tem. Raros são aquelas que procuram aprimoramento, ou se utilizam de uma assessoria especializada, no sentido de romper com esse círculo vicioso. Embora algumas políticas públicas tenham avançado no sentido de promover o desenvolvimento e a sustentabilidade dos negócios de micro e pequeno porte o caminho a percorrer ainda é longo. Preparação a longo prazo Algumas iniciativas em busca da construção de pessoas empreendedoras e mais preparadas para lidar com a vida financeira, vêm ocorrendo em diversos países. Alguns já possuem na sua educação formal programas de ensino sobre economia e finanças. Desde muito cedo a criança é educada para a vida financeira. Nos Estados Unidos, por exemplo, já na infância o espírito empreendedor e aquisitivo é incentivado e valorizado. No Brasil, algumas escolas do centro do País, a educação financeira já faz parte do currículo do ensino fundamental e médio. Com orientação de diversos profissionais, entre eles economistas, elas desenvolvem modos inovadores de raciocínio, assim como a lidar melhor com o dinheiro. O importante nesses programas e projetos é o surgimento de nova atitude e mentalidade, que a longo prazo contribuirão para um melhor preparo dos futuros empresários e consequente avanço na queda do índice de mortalidade das micro e pequenas empresas. É cada vez mais relevante o papel das micro e pequenas empresas na economia regional, federal ou mesmo internacional. Segundo dados do Sebrae e da OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico) as micro e pequenas respondem por 98% do número de firmas no Brasil, 67% das ocupações e participam com 20% do PIB na geração de renda e produto. Entretanto, cerca de 62% dos novos empreendimentos não conseguem sobreviver. Pesquisa realizada recentemente no nosso Estado, registra que aproximadamente 40% fecham no primeiro ano. Na coluna desta semana, a economista e consultora empresarial com especialização em Gestão Pública, Cláudia Ballejo, faz uma avaliação sobre estas estatísticas que assombram pequenos e micro empresários que tentam manter as portas de suas empresas abertas e enchem de dúvidas, outros tantos, que gostariam de abrir o seu próprio negócio. CORECON/RS e IEL/RS firmam parceria CORECON/RS e o Núcleo Regional do Rio Grande do Sul do Instituto Euvaldo Lodi (IEL/RS) firmaram na terça-feira (13), Protocolo de Intenções que visa ação conjunta para a viabilização, consolidação e o desenvolvimento do Programa Estágio Empreendedor, que será realizado pelo IEL/RS. O documento foi assinado pelo presidente do CORECON/RS, José Luiz Amaral Machado, e pela Superintendente do IEL, Elisabeth Urban.

Upload: others

Post on 24-Aug-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Conselho Regional de Economia do RS Economia em Dia ...coreconrs.org.br/pdf/coluna/eco161009.pdf · mortalidade das micro e pequenas empresas Planejamento necessário Embora as pesquisas

Economia em DiaConselho Regional de Economia do RS

Obs.: As opiniões i nseridas na coluna são deresponsabilidade do entrevistado.

Entrevista concedida em 22 de setembro de 2009.

Empreendedorismo e amortalidade das micro e

pequenas empresas

Planejamento necessárioEmbora as pesquisas apontem progresso na luta contra amortalidade das MPEs, ainda estamos longe de atingir índicescompatíveis com àqueles apresentados por países desenvolvidos,média 47%. O brasileiro é considerado um povo empreendedor,entretanto para que um negócio consiga atingir seu objetivo e semanter no mercado é necessário bem mais que mercadoria, boavontade e estratégia empírica.Mesmo antes de abrir as portas da empresa, já se faz necessárioa utilização de ferramentas capaz de vislumbrar o presente e futurodo empreendimento. Um plano de negócios, contendoplanejamento e verificação de viabilidades e estudosimprescindíveis para o conhecimento e abertura da empresa, podeser decisivo para o sucesso do empreendimento. Essa segurançapoderá ser desenvolvida por um profissional da área econômicaincluindo também cenários, simulações e análise.É preciso profissionalizarUm dos principais fatores da mortalidade desses empreendimentosé a administração mal sucedida. Sendo familiares em sua maioriae com tamanho reduzido, a atividade está voltada para o cotidianodo negócio, impedindo estratégias de longo prazo e de inovação.Soma-se ainda a dificuldade em manter atualizados os controlesfinanceiros, isto, quando os tem. Raros são aquelas que procuramaprimoramento, ou se utilizam de uma assessoria especializada,no sentido de romper com esse círculo vicioso.Embora algumas políticas públicas tenham avançado no sentidode promover o desenvolvimento e a sustentabilidade dos negóciosde micro e pequeno porte o caminho a percorrer ainda é longo.Preparação a longo prazoAlgumas iniciativas em busca da construção de pessoasempreendedoras e mais preparadas para lidar com a vidafinanceira, vêm ocorrendo em diversos países. Alguns já possuemna sua educação formal programas de ensino sobre economia efinanças. Desde muito cedo a criança é educada para a vidafinanceira. Nos Estados Unidos, por exemplo, já na infância oespírito empreendedor e aquisitivo é incentivado e valorizado.No Brasil, algumas escolas do centro do País, a educaçãofinanceira já faz parte do currículo do ensino fundamental e médio.Com orientação de diversos profissionais, entre eles economistas,elas desenvolvem modos inovadores de raciocínio, assim comoa lidar melhor com o dinheiro.O importante nesses programas e projetos é o surgimento denova atitude e mentalidade, que a longo prazo contribuirão paraum melhor preparo dos futuros empresários e consequente avançona queda do índice de mortalidade das micro e pequenas empresas.

É cada vez mais relevante o papel das micro e pequenas empresasna economia regional, federal ou mesmo internacional. Segundodados do Sebrae e da OCDE (Organização de Cooperação eDesenvolvimento Econômico) as micro e pequenas respondempor 98% do número de firmas no Brasil, 67% das ocupações eparticipam com 20% do PIB na geração de renda e produto.Entretanto, cerca de 62% dos novos empreendimentos nãoconseguem sobreviver. Pesquisa realizada recentemente no nossoEstado, registra que aproximadamente 40% fecham no primeiroano. Na coluna desta semana, a economista e consultoraempresarial com especialização em Gestão Pública, Cláudia Ballejo,faz uma avaliação sobre estas estatísticas que assombrampequenos e micro empresários que tentam manter as portas desuas empresas abertas e enchem de dúvidas, outros tantos, quegostariam de abrir o seu próprio negócio.

CORECON/RS e IEL/RS firmam parceriaCORECON/RS e o Núcleo Regional do Rio Grande do Sul doInstituto Euvaldo Lodi (IEL/RS) firmaram na terça-feira (13),Protocolo de Intenções que visa ação conjunta para aviabilização, consolidação e o desenvolvimento do ProgramaEstágio Empreendedor, que será realizado pelo IEL/RS. Odocumento foi assinado pelo presidente do CORECON/RS, JoséLuiz Amaral Machado, e pela Superintendente do IEL, ElisabethUrban.

Page 2: Conselho Regional de Economia do RS Economia em Dia ...coreconrs.org.br/pdf/coluna/eco161009.pdf · mortalidade das micro e pequenas empresas Planejamento necessário Embora as pesquisas