evoluÇÃo da mortalidade dos idosos

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EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE DOS IDOSOS Maria Isabel C. A. Parahyba 1 1 APRESENTAÇÃO Este trabalho é parte da minha dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Instituto de Medicina Social da UERJ. Foi desenvolvido no âmbito do Departamento de Epidemiologia e tem por objetivo a análise da evolução da mortalidade da população de 60 anos ou mais, no Município do Rio de Janeiro, no período de 1983 a 1994. Procura identificar alterações nos padrões de mortalidade para algumas causas de óbito, entre as quais as doenças crônicas-de- generativas, principais causas de óbito deste grupo etário, causas externas (acidentes e violências) e as doenças infecciosas e parasitárias que, embora tenham tido sua importância diminuída como causa de óbito nas últimas décadas, continuam sendo relevantes como indica- dor de saúde da população, principalmente porque se sabe que a morbidade por estas doenças, evitáveis em sua maioria, é bastante elevada 2 . 2 INTRODUÇÃO A velhice é um fenômeno complexo, que envolve diversos fatores, e sua apreensão torna-se difícil. Entretanto, para efeito de análise, muitos autores têm utilizado a idade de 60 anos como ponto de corte para definir o “idoso”. Veras (1994) mostra que a idade de 60 anos vem sendo sistematicamente empregada em países de Terceiro Mundo para definir os “idosos”. Este corte foi utilizado, também, pela XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP 2197 1 Socióloga, Mestre em Saúde Coletiva (IMS/UERJ) e Pesquisadora do DEPIS/ IBGE. 2 À este respeito ver Barreto, Carmo (1994).

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Page 1: EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE DOS IDOSOS

EVOLUÇÃO DA MORTALIDADEDOS IDOSOS

Maria Isabel C. A. Parahyba1

1 APRESENTAÇÃO

Este trabalho é parte da minha dissertação de mestradoapresentada ao Programa de Pós-Graduação do Instituto de MedicinaSocial da UERJ. Foi desenvolvido no âmbito do Departamento deEpidemiologia e tem por objetivo a análise da evolução da mortalidadeda população de 60 anos ou mais, no Município do Rio de Janeiro, noperíodo de 1983 a 1994.

Procura identificar alterações nos padrões de mortalidadepara algumas causas de óbito, entre as quais as doenças crônicas-de-generativas, principais causas de óbito deste grupo etário, causasexternas (acidentes e violências) e as doenças infecciosas e parasitáriasque, embora tenham tido sua importância diminuída como causa deóbito nas últimas décadas, continuam sendo relevantes como indica-dor de saúde da população, principalmente porque se sabe que amorbidade por estas doenças, evitáveis em sua maioria, é bastanteelevada2.

2 INTRODUÇÃO

A velhice é um fenômeno complexo, que envolve diversosfatores, e sua apreensão torna-se difícil. Entretanto, para efeito deanálise, muitos autores têm utilizado a idade de 60 anos como pontode corte para definir o “idoso”. Veras (1994) mostra que a idade de 60anos vem sendo sistematicamente empregada em países de TerceiroMundo para definir os “idosos”. Este corte foi utilizado, também, pela

XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP 2197

1 Socióloga, Mestre em Saúde Coletiva (IMS/UERJ) e Pesquisadora do DEPIS/IBGE.

2 À este respeito ver Barreto, Carmo (1994).

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Organização Mundial de Saúde, em 1984, no Relatório do Grupo deEspecialistas sobre Epidemiologia e Envelhecimento e o DemographicYearbook menciona que nas Nações Unidas a idade de 60 anos égeralmente usada como a idade que define a velhice3 (Organização dasNações Unidas, 1993).

Nas últimas décadas, o número de pessoas com 60 anos oumais tem aumentado consideravelmente nos países da América Lati-na. No caso brasileiro, cada vez mais tem se colocado a necessidade deestudos sobre a população idosa, devido ao crescimento deste grupocomo conseqüência dos processos recentes de transição demográfica eepidemiológica.

Dados do Censo Demográfico apontavam que, no Brasil,os idosos representavam, em 1991, 7,3% da população brasileira. Em1997, segundo estimativa de população realizada a partir dos dadosdo Censo, esta proporção já alcançou mais de 8% da população total.Embora inferior à de alguns países desenvolvidos, onde chegam arepresentar até mais de 15% da população total, o número de idososno Brasil, atualmente, já é um dos maiores do mundo, aproximada-mente 13,6 milhões de pessoas. O Município do Rio de Janeiro possuía,em 1997, segundo estimativa a partir dos dados do Censo Demográficode 1991, uma população idosa de 708,3 mil pessoas, que correspondiaa 12,5% da população total do Município (IBGE, Censo Demográficode 1991).

Para chegar a esta população idosa tão numerosa doisfatores foram fundamentais: a queda da taxa de mortalidade e aredução da taxa de fecundidade, a partir da década de 1940. Estes doisfatores são os determinantes básicos da transição demográfica,caracterizada exatamente pela mudança de um nível alto de mortali-dade e fecundidade para níveis mais baixos, o que altera significativa-mente a estrutura etária da população. Associado ao processo detransição demográfica ocorre o da transição epidemiológica (verMarangone, 1995), fenômenos pelos quais vem passando a sociedadebrasileira nas últimas décadas.

2198 XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP

3 Embora exista uma definição internacional, muitos países diferem e utilizamidades mais baixas e mais elevadas do que 60 anos, alguns deles definindo deacordo com a idade em que a pessoa torna-se elegível para a aposentadoria.

Page 3: EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE DOS IDOSOS

Conforme pode ser observado no Gráfico 1.1, a partir de1930 houve uma alteração nos padrões de mortalidade da populaçãobrasileira.

Gráfico 1.1

MORTALIDADE PROPORCIONAL PARA QUATRO GRUPOS DE CAUSAS DE ÓBITOS

CAPITAIS BRASILEIRAS – 1930 A 1991

Fonte: Dados coletados pelo Dr. Mário Magalhães, publicados na RADIS/DADOS, n. 7, ago.1984; Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Estatísticas de Mortalidade– Brasil 1991.

Vários fatores contribuíram para esta situação: o processode industrialização e a urbanização crescente do país, a partir dadécada de 1930, modificaram a forma de organização da produção e adistribuição espacial da população. A redução do tamanho da famíliae, conseqüentemente, do número de filhos é um fenômeno que seinsere dentro deste contexto e que está relacionado com a diminuiçãodas taxas de fecundidade e com a queda da mortalidade infantil,medida que está associada ao grupo etário de crianças de 0 a 1 ano deidade, onde prevalecem os óbitos por doenças infecciosas e parasitá-rias.

Por outro lado, as transformações impostas pela novaforma de organização social levaram o Estado a implementar políticasde atendimento a população como, por exemplo, a ampliação das redesde abastecimento de água e de esgotamento sanitário que, de umamaneira geral, melhoraram as condições de saneamento básico e

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

1930 1940 1950 1960 1970 1980 1991

infecciosascirculatórioneoplasmasexternas

XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP 2199

Page 4: EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE DOS IDOSOS

diminuíram os óbitos por doenças infecciosas e parasitárias, as cha-madas doenças do subdesenvolvimento.

Dessa forma, a redução da mortalidade por doençasinfecciosas em todos os grupos de idade e o aumento das doençascrônicas e degenerativas, por causa do envelhecimento da popula-ção, mudaram o perfil de mortalidade da população, deslocando osóbitos para a faixa de idade de 60 anos ou mais. Em 1990, cercade 60% dos óbitos registrados no Município do Rio de Janeiroreferiam-se à população idosa. Assim, em face da tendência decrescimento deste grupo e de sua representatividade no total deóbitos, é importante conhecer as principais causas de morte destapopulação e sua evolução no tempo.

3 METODOLOGIA

3.1 Hipóteses

O procedimento estatístico utilizado foi o de aceitar ourejeitar a hipótese de nulidade (H0) ou a hipótese alternativa (H1), paraavaliar o ajuste do modelo (a reta de regressão) e a significânciaestatística da diferença entre 1983 e 1994.

Para testar estas hipóteses foi utilizada a regressão linear,através do procedimento “análise de dados” do programa EXCEL, quegerou uma reta para ser usada como modelo para as mudanças dasmedidas de mortalidade, de 1983 a 1994. Os pontos previstos por estareta foram cotejados com os pontos observados, para medir osdesvios do modelo em relação às medidas de mortalidade.

Para o ajuste da reta de regressão aos valores observadosentre 1983 e 1994, a hipótese de nulidade (H0) foi a de que não houvediferença estatisticamente significante entre os valores previstos pelareta e os valores observados (tanto da mortalidade proporcional comodas taxas de mortalidade), e a hipótese alternativa (H1) foi a de que osdesvios entre os pontos da reta de regressão e os valores observadosinvalidam a utilização da reta como modelo da evolução da mortalida-de no período 1983 a 1994.

2200 XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP

Page 5: EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE DOS IDOSOS

3.2 Medidas da estrutura e do risco de mortalidade

A estrutura diz respeito à composição da mortalidade poridade, sexo e as causas básicas de óbito. Com estas informações pode-seconstruir uma série de indicadores, genericamente denominados de“mortalidade proporcional”, baseados na percentagem sobre o totalde óbitos e que são freqüentemente utilizados em estudos epidemio-lógicos, permitindo avaliar as condições de saúde de um grupo popu-lacional (Laurenti et al. 1987). Além disso, é comum a desagregaçãodestes indicadores por sexo, já que a mortalidade de homens e mulhe-res tem estruturas diferentes, tanto em relação à idade como emrelação às causas de óbito.

Duas vantagens destes indicadores: são simples de calculare dispensam dados populacionais, utilizando apenas informações quepodem ser obtidas no SIM/MS. A desvantagem é que eles não avaliamdiretamente o risco de mortalidade, porque estão associados, também,com a ocorrência das outras causas de óbito e da mortalidade emoutras idades. A mortalidade proporcional detecta corretamente amudança na estrutura de mortalidade, mas não o risco.

Já as taxas específicas de mortalidade, cujo denominadoré a população no meio do período, são indicadores que medem o riscode morte especificamente para uma idade ou causa de óbito e, por isso,podem ser mais úteis do ponto de vista epidemiológico. Aqui também,a desagregação por sexo é importante, pois os riscos de morrer sãodiferentes para homens e mulheres.

3.3 Grupos de idade

O conceito de idoso utilizado é o da Organização Mundialde Saúde (OMS), ou seja, pessoas com 60 anos ou mais. Os idosos foramclassificados em três grupos idade: 60 a 69 anos, 70 a 79 anos, e 80anos ou mais.

3.4 Causas de mortalidade

Foram consideradas como causas de mortalidade as causasbásicas de óbitos, conforme codificadas pelo Sistema de Informaçõessobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS), categorizadasem 17 capítulos, definidos pela IX Conferência de Revisão da Classifi-cação Internacional de Doenças e publicados pelo Centro da OMS paraClassificação de Doenças em Português (OMS, 1985).

XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP 2201

Page 6: EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE DOS IDOSOS

Destes capítulos foram selecionados os grupos considera-dos mais significativos que, em seu conjunto, representavam 96,5% damortalidade de idosos, no Município do Rio de Janeiro, em 1994:doenças do aparelho circulatório, neoplasmas, doenças do aparelhorespiratório, doenças do aparelho digestivo, doenças das glândulasendócrinas, da nutrição e do metabolismo e trantornos imunitários,causas externas (violências) e doenças infecciosas e parasitárias.

3.5 Tratamento dos dados sobre idade, sexo e causasde óbito classificadas como “ignorado” e “mal-definidas”

Para as informações sobre idade e sexo não foi dado ne-nhum tratamento para corrigí-los, porque os dados classificados como“ignorado” tinham valores sem significância. No entanto, as causasclassificadas como “mal-definidas” foram redistribuídas proporcional-mente entre as demais causas de óbito, por idade e sexo, pois em algunscasos este valor chegava aos 10%.

3.6 Fontes dos dados e estimativas de população

Os dados de mortalidade por sexo, idade e causa básica deóbito foram obtidos através do software TABX, distribuído pelo DA-TASUS (Ministério da Saúde) e que permite acessar os arquivos doCompact Disc com dados do SIM/MS. Foram utilizadas as informaçõessobre a mortalidade das pessoas de 60 anos ou mais, no Município doRio de Janeiro, para o período de 1983 a 1994, último ano disponívelno SIM/MS quando da realização deste trabalho.

A população por sexo e idade foi estimada para 1º de julhodo ano de referência, com dados dos Censos Demográficos de 1980 e1991 (IBGE), utilizando-se a taxas médias anuais de crescimentogeométrico (ri) no Município do Rio de Janeiro, para os seguintesgrupos de idade: 60 a 64 anos, 65 a 69 anos e 70 anos ou mais4,5.

2202 XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP

4 Os dados publicados do Censo de 1980 não estavam desagregados acima destaidade.

5 Os grupos de 60 a 64 anos e 65 a 69 anos foram agregados num único grupo decenale, para separar o grupo de 70 a 79 anos do grupo de 80 anos ou mais, aplicou-separa 1980 a mesma proporção entre estes grupos etários observada no CensoDemográfico de 1991.

Page 7: EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE DOS IDOSOS

4 A EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE DOS IDOSOS

4.1 Mudanças na estrutura de mortalidade

A proporção de óbitos das pessoas de 60 anos ou mais emrelação aos óbitos totais, considerando a série temporal de 1983 a 1994,vem aumentando. Esta mortalidade proporcional passa de 51,6%, em1983, para 54,9%, em 1994, conforme pode ser observado no Gráfico4.1.

Gráfico 4.1

MORTALIDADE PROPORCIONAL DE IDOSOS(VALORES OBSERVADOS E PREVISTOS)

MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO – 1983 A 1994

Fonte: SIM do Ministério da Saúde.

Para avaliar a evolução da mortalidade, entre 1983 e 1994,calculamos uma reta, obtida por regressão linear, que permite estimaros valores da mortalidade proporcional neste período. Utilizando estareta como um modelo do crescimento, podemos observar que estaregressão ocorre de forma consistente e praticamente linear, pois osvalores observados encontram-se muito próximos dos valores estima-dos pela reta.

Ano 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

Observado 51.6 50.8 53.2 52.7 53.4 53.5 52.7 54.3 54.8 54.7 55.3 54.9

Previsto 51.6 51.9 52.3 52.6 53.0 53.3 53.7 54.0 54.4 54.7 55.1 55.4

0

15

30

45

60

1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

%

observado previsto

XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP 2203

Page 8: EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE DOS IDOSOS

A análise de regressão simples gerou um coeficiente angu-lar de 0,35, o que significa um aumento anual de 0,35 na percentagemda mortalidade dos idosos. A série de valores observados mostra umalinha bastante aderente à reta de regressão; esta aderência a ummodelo linear é confirmado pelo p-valor de 0,002 estimado, que estáassociado a uma significância estatística maior do que 99%, ou seja, aprobabilidade de ocorrer este aumento por acaso é praticamente nula,do ponto de vista estatístico, e a reta serve como um modelo adequadopara representar o crescimento da mortalidade proporcional dos ido-sos, entre 1983 e 1994.

4.2 Mudanças no risco de mortalidade

As taxas anuais de mortalidade da população de 60 anosou mais (óbitos de 60 anos ou mais ocorridos no ano/1.000 habitantesde 60 anos ou mais) mostram uma evolução contrária a mortalidadeproporcional, entre 1983 e 1994 no Município do Rio de Janeiro,quando as taxas de mortalidade de idosos diminuíram de 50,5 para47,8 óbitos por mil habitantes, conforme pode ser observado noGráfico 4.2

Gráfico 4.2

TAXAS DE MORTALIDADE DOS IDOSOSMUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO – 1983 A 1994

Fonte: SIM do Ministério da Saúde e estimativas de população realizadas com dados do IBGE. Cen-sos demográficos de 1980 e 1991.

0

1 5

3 0

4 5

6 0

1 9 8 3 1 9 8 4 1 9 8 5 1 9 8 6 1 9 8 7 1 9 8 8 1 9 8 9 1 9 9 0 1 9 9 1 1 9 9 2 1 9 9 3 1 9 9 4

taxa

s po

r m

il

o b s e rvad o p re vis to

Ano 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

Previsto 50.6 50.4 50.1 49.9 49.6 49.3 49.1 48.8 48.6 48.3 48.1 47.8

Observado 50.5 48.9 50.3 50.2 50.1 51.2 49.4 49.1 47.9 46.1 49.0 47.8

2204 XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP

Page 9: EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE DOS IDOSOS

Da mesma maneira que testamos a estrutura, para avaliara evolução das taxas de mortalidade, entre 1983 e 1994, calculamosuma reta, utilizando-se a regressão linear, que produziu valores esti-mados para as taxas de mortalidade neste período. Utilizando esta retacomo um modelo da evolução destas taxas, podemos observar que aquitambém a mudança ocorre de forma consistente e linear, com valoresobservados muito próximos dos valores previstos pela reta de regres-são. A análise de regressão simples gerou um coeficiente angular de–0,26. Esta inclinação negativa indica que houve uma redução nastaxas de mortalidade dos idosos de 0,26 em cada ano da série (de 50,5para 47,8/1.000 nos 12 anos).

Em três anos (1984, 1988 e 1992), a série de valoresobservados apresenta números com um visível desvio dos valoresprevistos, por isso o p-valor estimado é maior que para a mortalidadeproporcional. No entanto, a aderência a um modelo linear é confirma-da pelo p-valor de 0,020 estimado, o qual está associado a umasignificância estatística maior do que 95%, ou seja, a probabilidade dese observar por acaso esta redução no risco de morte dos idosos não ésignificante do ponto de vista estatístico. Podemos concluir que a retaobtida por regressão é um modelo adequado para representar a redu-ção destas taxas entre 1983 e 1994.

4.3 Evolução da estrutura e do risco de mortalidadedos idosos por causas básicas de óbito

Apresentarei, nesta seção, a evolução da estrutura e dorisco de mortalidade da população idosa, por causas básicas de óbito,utilizando a mortalidade proporcional e as taxas de mortalidade,procurando identificar se houve alteração no padrão de mortalidadedeste grupo, no período compreendido entre 1983 a 1994. Os indica-dores serão construídos através dos registros de óbitos, classificadosnos grandes grupos de causas básicas selecionados, no período de 1983a 1994, ano a ano, por faixa etária e sexo.

4.3.1 Evolução da mortalidade proporcional masculina e feminina

Os Quadros 4.1 e 4.2. mostram a evolução da mortalidadeproporcional dos homens e das mulheres de 60 anos ou mais, segundoas principais causas de óbito, no período de 1983 a 1994.

XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP 2205

Page 10: EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE DOS IDOSOS

Quadro 4.1

MORTALIDADE PROPORCIONAL IDOSA MASCULINAPELAS PRINCIPAIS CAUSAS DE ÓBITO

MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO

Anodo óbito

Circula-tórias

Neoplas-mas

Respira-tórias

Endó-crinas Digestivas Externas Infecciosas

1983 52.22 18.37 11.84 5.55 4.45 3.38 1.651984 52.98 18.25 11.74 4.63 4.26 3.57 1.931985 51.96 17.56 12.49 5.25 4.76 3.59 1.811986 51.18 17.93 12.40 4.98 4.82 4.35 1.821987 51.28 17.44 13.18 4.65 4.99 3.79 1.981988 51.18 16.24 13.93 5.42 4.67 3.80 1.981989 50.15 17.06 13.50 6.00 4.36 3.92 2.301990 49.13 17.70 14.42 5.17 4.95 3.96 1.871991 47.81 17.92 13.84 5.66 4.85 4.19 2.211992 46.64 19.17 14.22 5.70 4.68 3.97 2.331993 45.24 17.71 14.91 6.09 5.50 4.39 2.571994 43.63 19.27 14.44 6.52 5.13 4.30 3.21

Fonte: SIM do Ministério da Saúde.

Quadro 4.2

MORTALIDADE PROPORCIONAL IDOSA FEMININAPELAS PRINCIPAIS CAUSAS DE ÓBITO

MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO

Anodo óbito

Circula-tórias

Neoplas-mas

Respira-tórias

Endó-crinas Digestivas Externas Infecciosas

1983 57.90 15.31 9.87 7.82 3.48 2.11 1.161984 57.75 15.62 9.57 7.29 3.40 2.45 1.341985 56.91 15.43 10.52 7.40 3.56 2.11 1.511986 57.16 14.67 10.14 7.82 3.54 2.48 1.591987 56.18 15.02 10.53 6.95 3.99 2.45 1.571988 54.66 14.25 12.54 8.02 3.83 2.28 1.511989 55.37 14.54 10.78 8.11 3.68 2.80 2.001990 54.20 15.47 12.34 7.25 3.73 2.61 1.531991 53.00 16.67 11.68 7.28 3.79 2.39 1.941992 52.09 16.10 12.09 7.64 3.84 2.41 2.051993 50.37 15.94 13.00 7.84 3.93 2.97 2.211994 48.71 16.35 13.28 8.67 4.11 2.81 2.73

Fonte: SIM do Ministério da Saúde.

2206 XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP

Page 11: EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE DOS IDOSOS

Apresentarei, a partir deste ponto, a análise da evoluçãoda mortalidade de idosos segundo algumas das principais causas deóbito, desagregadas por faixa etária, para homens e mulheres. Seráanalisada a evolução das taxas de mortalidade por doenças do aparelhocirculatório, do aparelho digestivo, das glândulas endócrinas, neoplas-mas, do aparelho respiratório, infecciosas e parasitárias e causasexternas; elas representam, em média, cerca de 90% dos óbitos.

4.3.2 Evolução do risco de mortalidade dos idosos

• Por doenças do aparelho circulatório

Este é o grupo de causas com maior participação na mor-talidade da população idosa, apresentando riscos mais elevados paraa população masculina que para a feminina, e as principais causas deóbito são: doença hipertensiva, doença isquêmica do coração (princi-palmente o infarto agudo do miocárdio), doença da circulação pulmo-nar, doença cerebrovascular e outras doenças do aparelho circulatóriocomo a aterosclerose.

No entanto, no período considerado, suas taxas de morta-lidade apresentaram uma redução de 29,5 para 23,2/1000, entre oshomens, e de 24,0 para 18,3/1000, entre as mulheres, com 60 anos oumais, mantendo-se a sobremortalidade masculina (Gráfico 4.3).

A análise de regressão linear, para as taxas de ambos ossexos, gerou duas retas que se ajustam bastante bem aos valoresobservados, o que é comprovado estatisticamente pelo reduzido p-va-lor (menor que 0,001 em ambas), com uma inclinação negativa (indi-cando redução dos riscos) de –0,62 nos valores previstos para oshomens e de –0,50 nos valores previstos para as mulheres, ou seja,uma redução anual na taxa específica de mortalidade maior na popu-lação masculina, segundo o modelo linear. Os intervalos de confiançatêm valores bem abaixo de zero, podendo-se aceitar que houve reduçãonas taxas.

Uma visão mais detalhada da evolução da mortalidade pordoenças do aparelho circulatório é apresentada nos Gráficos 4.4 e 4.5.

XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP 2207

Page 12: EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE DOS IDOSOS

Gráfico 4.3

TAXAS ESPECÍFICAS DE MORTALIDADE DA POPULAÇÃO IDOSAPOR DOENÇAS DO APARELHO CIRCULATÓRIO (taxas/1000)

Fonte: SIM do Ministério da Saúde.

Gráfico 4.4

TAXAS ESPECÍFICAS DE MORTALIDADEPOR DOENÇAS DO APARELHO CIRCULATÓRIO

NA POPULAÇÃO MASCULINA IDOSA POR GRUPOS DE IDADE

0.0

9.0

18.0

27.0

36.0

1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

observado homens

observado mulheres

previsto homens

previsto mulheres

Observado 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

Homens 60+ 29.5 29.9 29.3 29.1 28.9 29.7 27.9 26.7 25.7 24.0 24.8 23.2

Mulheres 60+ 24.0 22.6 23.3 23.2 23.1 22.6 22.0 21.3 20.1 18.9 19.2 18.3

Regressão Inclinação Valor-P 95% inferiores 95% superiores

Homens –0.62 <0.001 –0.79 –0.44

Mulheres –0.50 <0.001 –0.64 –0.37

0

25

50

75

100

1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

60-69 70-79 80 e +

Homens 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 199460-69 17.3 17.2 17.8 17.6 17.3 18.1 17.3 16.1 16.0 14.8 14.8 13.470-79 40.1 41.7 39.7 40.1 38.9 39.3 36.4 35.5 33.2 30.9 32.5 31.180 e + 85.9 86.8 81.7 79.4 83.4 85.8 80.6 78.2 74.5 71.4 75.1 71.6

2208 XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP

Page 13: EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE DOS IDOSOS

Gráfico 4.5

TAXAS ESPECÍFICAS DE MORTALIDADEPOR DOENÇAS DO APARELHO CIRCULATÓRIO

NA POPULAÇÃO FEMININA IDOSA POR GRUPOS DE IDADE

Fonte: SIM do Ministério da Saúde.

Observa-se que as taxas diminuíram em ambos os sexos,em todos os grupos de idade, e que a menor redução relativa ocorreuentre os grupos mais idosos: –16,7% entre os homens de 80 anos oumais e –18,5% entre as mulheres de 80 anos ou mais.

• Por neoplasmas

Este grupo de causas é o segundo em importância para apopulação idosa. Os tipos mais freqüentes de câncer são: neoplasmasmalignos da traquéia, brônquios e pulmão, neoplasmas malignos doestômago, neoplasmas malignos da mama feminina (entre as mulhe-res) e neoplasmas malignos da próstata (entre os homens).

As taxas específicas de mortalidade da população idosa porneoplasmas, ao contrário do grupo anterior, mantiveram-se pratica-mente estáveis de 1983 a 1994, terminando o período com o mesmovalor de 1983.

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25

50

75

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1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

60-69 70-79 80 e +

Mulheres 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 199460-69 9.2 9.0 9.6 9.4 9.0 9.1 8.9 8.9 8.3 7.7 8.0 7.370-79 29.1 27.2 26.8 26.9 27.0 26.1 26.1 24.5 22.7 21.2 20.8 19.680 e + 81.3 74.9 78.9 79.1 79.4 77.3 72.8 71.4 68.2 65.3 67.7 66.2

XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP 2209

Page 14: EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE DOS IDOSOS

Gráfico 4.6

TAXAS ESPECÍFICAS DE MORTALIDADEDA POPULAÇÃO IDOSA POR NEOPLASMAS

Fonte: SIM do Ministério da Saúde.

A análise de regressão mostra esta evolução sem mudançanas taxas, com uma inclinação sem diferença significativa de zero, poistanto para homens como para mulheres, os limites inferiores sãonegativos e os superiores são positivos, o que significa que a inclinaçãozero (taxas constantes durante todo o período) pertence ao intervalode confiança, o que nos leva a aceitar a hipótese H0, de que não houvemudança no risco de mortalidade por neoplasmas na população idosa.Além disso, devido aos desvios, para mais e para menos, durante operíodo observado, elevou o valor-p para níveis acima de 0,05, indican-do que o modelo de reta não reproduz satisfatoriamente, do ponto devista estatístico, os valores observados.

0.0

3.0

6.0

9.0

12.0

1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

observado homens

observado mulheres

previsto homens

previsto mulheres

Observado 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

Homens 60+ 10.4 10.3 9.9 10.2 9.8 9.4 9.5 9.6 9.7 9.9 9.7 10.3

Mulheres 60+ 6.3 6.1 6.3 6.0 6.2 5.9 5.8 6.1 6.3 5.8 6.1 6.2

Regressão Inclinação Valor-P 95% inferiores 95% superiores

Homens 60+ –0.03 0.263 –0.09 0.028

Mulheres 60+ –0.01 0.463 –0.05 0.024

2210 XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP

Page 15: EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE DOS IDOSOS

• Por doenças do aparelho respiratório

Neste grupo, as principais causas são a pneumonia, abronquite, o enfisema e a asma. De 1983 a 1994 houve aumento dastaxas específicas de mortalidade por estas doenças do aparelho respi-ratório em ambos os sexos, como mostra o Gráfico 4.7.

Gráfico 4.7

TAXAS ESPECÍFICAS DE MORTALIDADE DA POPULAÇÃO IDOSAPOR DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO

Fonte: SIM do Ministério da Saúde.

A taxa específica de mortalidade por doenças do aparelhorespiratório é cerca de 50% maior entre os homens do que entre asmulheres. Além disso, o aumento deste risco foi um pouco mais elevadoentre a população masculina, elevando ligeiramente a sobremortali-dade masculina.

A inclinação positiva e os limites inferior e superior dointervalo de confiança demonstram estatisticamente a significância

0.0

2.5

5.0

7.5

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1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

observado homens

observado mulheres

previsto homens

previsto mulheres

Observado 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

Homens 60+ 6.7 6.6 7.0 7.0 7.4 8.1 7.5 7.8 7.4 7.3 8.1 7.7

Mulheres 60+ 4.1 3.7 4.3 4.1 4.3 5.2 4.3 4.9 4.4 4.4 5.0 5.0

Regressão Inclinação Valor-P 95% inferiores 95% superiores

Homens 60+ 0.10 0.01 0.04 0.17

Mulheres 60+ 0.08 0.01 0.02 0.14

XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP 2211

Page 16: EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE DOS IDOSOS

deste aumento das taxas, e o p-valor, menor que 0,05, sugere aaceitação da reta como modelo para representar este crescimento dosriscos da população idosa de morrer por doenças do aparelho respira-tório.

A desagregação destas taxas por grupos de idade permiteuma visão mais detalhada do que aconteceu no período, sendo apre-sentada nos Gráficos 4.8 e 4.9.

Gráfico 4.8

TAXAS ESPECÍFICAS DE MORTALIDADEPOR DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO

NA POPULAÇÃO MASCULINA IDOSA POR GRUPOS DE IDADE

Fonte: SIM do Ministério da Saúde.

Entre as mulheres, de 80 anos ou mais, ocorreu, também,um aumento importante no risco de morrer por doenças do aparelhorespiratório, tendo a taxa de mortalidade passado de 16,8 para 21,9por mil. O grupo etário que parece ter sido menos afetado por esteaumento foi o de mulheres com 60 a 69 anos, justamente o de taxasmais baixas.

0

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1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

60-69 70-79 80 e +

Homens 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

60-69 3.1 2.9 3.1 3.3 3.6 3.5 3.6 3.4 3.4 3.2 3.7 3.5

70-79 9.6 10.0 9.9 9.4 9.4 11.1 10.0 10.8 9.5 9.5 10.6 10.0

80 e + 23.9 23.5 27.6 27.8 29.5 32.9 29.5 31.6 30.9 31.0 33.4 31.3

2212 XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP

Page 17: EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE DOS IDOSOS

Gráfico 4.9

TAXAS ESPECÍFICAS DE MORTALIDADEPOR DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO

NA POPULAÇÃO FEMININA IDOSA POR GRUPOS DE IDADE

Fonte: SIM do Ministério da Saúde.

• Por doenças do aparelho digestivo

Neste grupo, as principais causas de morte entre os idosossão as doenças crônicas do fígado e cirrose, e as úlceras gástricas eduodenais, tanto entre os homens como entre as mulheres. A popula-ção masculina, no entanto, é a que suporta maiores riscos de morrerpor doenças do aparelho digestivo (Gráfico 4.10).

A evolução deste grupo de causas, entre 1983 e 1994 nãoapresentou mudanças estatisticamente significativas, nem entre oshomens e nem entre as mulheres, como pode-se comprovar pela retagerada por análise de regressão, cuja inclinação não é significativa-mente diferente de zero, pois os intervalos de confiança possuem limiteinferior negativo e limite superior positivo (o zero está incluído nesteintervalo), e o p-valor é muito grande, excedendo bastante o limite de0,05.

0

9

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27

36

1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

60-69 70-79 80 e +

Mulheres 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

60-69 1.3 1.1 1.4 1.3 1.1 1.3 1.3 1.4 1.3 1.1 1.5 1.4

70-79 4.3 4.1 4.5 4.1 4.3 5.2 4.3 4.9 4.4 4.4 4.4 5.0

80 e + 16.8 15.5 17.8 17.5 19.7 23.3 18.4 20.6 19.0 19.6 22.2 21.9

XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP 2213

Page 18: EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE DOS IDOSOS

Gráfico 4.10

TAXAS ESPECÍFICAS DE MORTALIDADE DA POPULAÇÃO IDOSAPOR DOENÇAS DO APARELHO DIGESTIVO

Fonte: SIM do Ministério da Saúde.

• Por doenças das glândulas endócrinas,da nutrição e do metabolismo e transtornos imunitários

Por simplificação, chamaremos este grupo de ‘doenças dasglândulas endócrinas’, até porque a grande maioria dos óbitos destegrupo é por diabetes mellitus. A segunda causa é a deficiência nutri-cional, no entanto sua freqüência não revela a importância da desnu-trição na mortalidade dos idosos porque muitas vezes não éclassificada como causa básica e sim como causa associada do óbito,contribuindo para a mortalidade por outras causas (doenças infeccio-sas e pneumonia, por exemplo) e por isso não aparece nas estatísticasde mortalidade (Gráfico 4.11).

0.0

1.0

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3.0

4.0

1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

observado homens

observado mulheres

previsto homens

previsto mulheres

Observado 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

Homens 60+ 2.5 2.4 2.7 2.7 2.8 2.7 2.4 2.7 2.6 2.4 3.0 2.7

Mulheres 60+ 1.4 1.3 1.5 1.4 1.6 1.6 1.5 1.5 1.4 1.4 1.5 1.5

Regressão Inclinação Valor-P 95% inferiores 95% superiores

Homens 60+ 0.017 0.295 –97.6 36.4

Mulheres 60+ 0.006 0.422 –0.01 0.022

2214 XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP

Page 19: EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE DOS IDOSOS

Gráfico 4.11

TAXAS ESPECÍFICAS DE MORTALIDADE DA POPULAÇÃO IDOSAPOR DOENÇAS DAS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS...

Fonte: SIM do Ministério da Saúde.

As taxas de mortalidade de idosos, observadas, distribuem-se durante o período com altos e baixos, com valores sempre muitopróximos entre homens e mulheres, em torno de 3 óbitos por milpessoas. Talvez exatamente por causa destas variações das taxas,entre 1983 e 1994, a análise de regressão resultou num ajuste pobre,indicando que não houve mudança estatisticamente significativa noperíodo considerado, pois os intervalos de confiança incluem o zero, eo p-valor é maior que 0,05 em ambos os sexos.

• Por causas externas (acidentes e violências)

Apesar da idade, os idosos não estão livres das mortesviolentas, a maioria vítima de acidentes de transporte, a não ser entreos mais idosos, com 80 anos ou mais, para os quais as principais causasexternas são as quedas acidentais.

0.0

1.0

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1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

observado homens

observado mulheres

previsto homens

previsto mulheres

Observado 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

Homens 60+ 3.1 2.6 3.0 2.8 2.6 3.1 3.3 2.8 3.0 2.9 3.3 3.5

Mulheres 60+ 3.2 2.8 3.0 3.2 2.9 3.3 3.2 2.9 2.8 2.8 3.0 3.3

Regressão Inclinação Valor-P 95% inferiores 95% superiores

Homens 60+ 0.042 0.065 –0.003 0.088

Mulheres 60+ –0.008 0.663 –0.048 0.032

XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP 2215

Page 20: EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE DOS IDOSOS

Da mesma maneira que nas outras idades, verifica-setambém uma sobremortalidade masculina, que no caso dos idosos éde aproximadamente o dobro: enquanto o risco de morte por causasexternas entre as mulheres com 60 anos ou mais é de aproximadamen-te 1 por mil pessoas, entre os homens este risco é em torno de 2/1000(Gráfico 4.12).

Gráfico 4.12

TAXAS ESPECÍFICAS DE MORTALIDADE DA POPULAÇÃO IDOSAPOR CAUSAS EXTERNAS

Fonte: SIM do Ministério da Saúde.

As retas de regressão não se ajustaram bem aos valoresobservados, com p-valores maiores que 0,05 e intervalos de confiançaque incluíam o ponto zero, demonstrando que, do ponto de vistaestatístico, não houve mudança significativa, entre 1983 e 1994, norisco da população idosa morrer por causas externas.

0.0

1.0

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1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

observado homens

observado mulheres

previsto homens

previsto mulheres

Observado 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

Homens 60+ 1.9 2.0 2.0 2.5 2.1 2.2 2.2 2.2 2.3 2.0 2.4 2.3

Mulheres 60+ 0.9 1.0 0.9 1.0 1.0 0.9 1.1 1.0 0.9 0.9 1.1 1.1

Regressão Inclinação Valor-P 95% inferiores 95% superiores

Homens 60+ 0.02 0.08 –0.003 0.052

Mulheres 60+ 0.01 0.12 –0.004 0.028

2216 XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP

Page 21: EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE DOS IDOSOS

• Por doenças infecciosas e parasitárias

A importância deste grupo de causas é devida a suascaracterísticas de doenças mais facilmente preveníveis, que estãoassociadas fortemente com as condições de vida, incluindo condiçõesde habitação, de nutrição e de acesso aos serviços de saúde.

Barreto et al. (1996), analisando a transição epidemiológi-ca e as tendências das Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIPs) noBrasil, mostra que,

“por razões diversas, a queda da participaçãodas DIPs no conjunto da morbi-mortalidadeprevalente no país, nas 2 últimas décadas, éefetivamente menor do que normalmente se temacreditado. Um dos primeiros aspectos que me-recem consideração ao analisarmos os indica-dores de morbi-mortalidade por DIPs, dizrespeito às questões de classificação, destacan-do-se o fato de que algumas doenças infecciosasnão são classificadas no capítulo corres-pondente da CID. A mais importante delas sãoas pneumonias, classificadas no capítulo dasdoenças respiratórias, e que se constituem emuma importante causa de mortalidade e mor-bidade no Brasil e no mundo, em geral. Comoexemplos de doenças infecciosas classificadasem capítulos distintos das DIPs podem sercitadas, ainda, as demais infecções do aparelhorespiratório, as doenças infecciosas pélvicas eas infecções do trato urinário”.

Considerando o que foi exposto acima, este estudo revelauma situação grave, pois pode ser observado no Gráfico 4.13 que, apartir de 1990, o risco de morrer por doenças infecciosas e parasitáriasaumentou constantemente para a população idosa, tanto para oshomens como para as mulheres, e no período todo, de 1983 a 1994,este risco dobrou.

XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP 2217

Page 22: EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE DOS IDOSOS

Gráfico 4.13

TAXAS ESPECÍFICAS DE MORTALIDADE DA POPULAÇÃO IDOSAPOR DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS

Fonte: SIM do Ministério da Saúde.

A análise de regressão demonstra estatisticamente queeste aumento das taxas de mortalidade por doenças infecciosas eparasitárias é significativo: o p-valor, para ambos os sexos, é bemmenor que 0,05 e os intervalos de confiança apresentam valores, paraos limites inferiores da inclinação, bem acima de zero.

Os Gráficos 4.14 e 4.15, mostram esta evolução da morta-lidade dos idosos por doenças infecciosas e parasitárias, desagregan-do-se as taxas por grupos de idade.

O aumento da mortalidade por doenças infecciosas e para-sitárias ocorre, principalmente, entre os mais idosos, com 80 anos oumais, em ambos os sexos. Para os homens, com 80 anos ou mais, orisco aumentou de 1,7 para 4,4 óbitos por mil pessoas, e para asmulheres este aumento foi de 1,4 para 3,6 por mil.

0.0

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1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

observado homens

observado mulheres

previsto homens

previsto60+

Observado 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

Homens 60+ 0.9 1.1 1.0 1.0 1.1 1.1 1.3 1.0 1.2 1.2 1.4 1.7

Mulheres 60+ 0.5 0.5 0.6 0.6 0.6 0.6 0.8 0.6 0.7 0.7 0.8 1.0

Regressão Inclinação Valor-P 95% inferiores 95% superiores

Homens 60+ 0.047 0.002 0.022 0.072

Mulheres 60+ 0.036 <0.001 0.021 0.051

2218 XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP

Page 23: EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE DOS IDOSOS

Gráfico 4.14

TAXAS ESPECÍFICAS DE MORTALIDADEPOR DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS

NA POPULAÇÃO MASCULINA IDOSA POR GRUPOS DE IDADE

Fonte: SIM do Ministério da Saúde.

Gráfico 4.15

TAXAS ESPECÍFICAS DE MORTALIDADEPOR DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS

NA POPULAÇÃO FEMININA IDOSA POR GRUPOS DE IDADE

Fonte: SIM do Ministério da Saúde.

0,00

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3,75

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1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

60-69 70-79 80 e +

Homens 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 199460-69 0.7 0.9 0.8 0.8 0.9 0.9 0.9 0.7 0.8 0.8 1.0 1.170-79 1.3 1.2 1.2 1.3 1.2 1.2 1.7 1.3 1.6 1.5 1.9 2.280 e + 1.7 2.0 2.4 2.1 2.3 3.3 3.0 2.5 2.9 3.2 3.3 4.4

0,00

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1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

60-69 70-79 80 e +

Mulheres 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 199460-69 0.3 0.3 0.3 0.3 0.3 0.4 0.3 0.3 0.3 0.4 0.4 0.570-79 0.5 0.6 0.8 0.7 0.7 0.7 0.9 0.7 0.8 0.7 0.9 1.180 e + 1.4 1.4 1.7 2.2 2.0 1.6 2.6 1.7 2.6 2.4 3.0 3.6

XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP 2219

Page 24: EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE DOS IDOSOS

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A população idosa se constitui como um grupo bastantediferenciado, entre si e em relação aos demais grupos etários, tanto doponto de vista das condições sociais quanto dos aspectos demográficose epidemiológicos. Quando se considera os indicadores sociais e demo-gráficos, são bastante expressivos os diferenciais por gênero, idade,estado conjugal, educação, atividade econômica etc. Qualquer que sejao enfoque escolhido para estudar este grupo populacional, deve-selevar em conta as suas especificidades.

No caso deste trabalho, onde o “olhar” recaiu sobre osaspectos relacionados a evolução da mortalidade deste grupo, os resul-tados encontrados refletem estas diferenças. Assim, dependendo dogrupo de idade ou do gênero, os indicadores de mortalidade construí-dos mostraram situações diferentes e, embora possa se observar aevolução da mortalidade da população idosa como um todo, tambémé necessário estudar a evolução da mortalidade das populações idosas.

A dicotomia estrutura/risco mostrou-se elucidativa para oque aconteceu com a mortalidade da população idosa, entre 1983 e1994, porque reflete duas faces distintas das transformações associa-das com as transições demográficas e epidemiológica. Na medida emque ocorre o envelhecimento da população, e os idosos representamcada vez mais uma parcela maior da população total, é de se esperarque ocorram mais óbitos em pessoas com 60 anos ou mais, aumentan-do a mortalidade proporcional deste grupo etário e das causas de óbitoassociadas com o envelhecimento, como é o caso dos óbitos por doençascrônicas e degenerativas.

Este aumento da mortalidade proporcional, no entanto,não necessariamente significa aumento do risco. Neste estudo, mos-trou-se que, entre a população de 60 anos ou mais, o risco de mortediminuiu, para ambos os sexos e, principalmente, no grupo de 70 a 79anos, indicando já o início, no Município do Rio de Janeiro, de umanova fase da transição demográfica. Nesta fase, o envelhecimento dapopulação e o aumento da esperança de vida ocorrem, principalmente,por conta da redução da mortalidade em idosos, e não pela queda dafecundidade e da mortalidade infantil, como nas primeiras fases dastransições demográficas e epidemiológica.

2220 XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP

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Em relação às causas de óbito também há uma diferençaentre fases: enquanto nas fases iniciais das transições, diminuem asdoenças mais facilmente preveníveis, como as doenças infecciosas eparasitárias e a desnutrição, numa fase mais adiantada são algumasdoenças crônicas e degenerativas, cuja prevenção é mais difícil, quediminuem. No caso do Município do Rio de Janeiro, houve uma quedaimportante, e estatisticamente significativa, nas taxas de mortalidadepor doenças do aparelho circulatório.

Por outro lado, no Município do Rio, estes ganhos podemser parcialmente comprometidos pelo aumento observado nas taxasde mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias. Como já foi vistoantes, a importância deste grupo de causas é devida a suas caracterís-ticas de doenças mais facilmente preveníveis, que estão associadasfortemente com as condições de vida, incluindo condições de habitação,de nutrição e de acesso aos serviços de saúde. Uma tendência deaumento nas taxas de mortalidade, entre os idosos, por estas doençasrevela uma deterioração das condições de vida, em geral, e dos serviçosde saúde, em particular, sugerindo que a população idosa, no Municí-pio do Rio de Janeiro, está exposta a riscos que não são compatíveiscom aqueles referidos, nos países desenvolvidos, ao quarto estágio datransição epidemiológica.

A revista Population, em sua edição comemorativa de 50anos, publicou um artigo de Meslé (1995) sobre a evolução recente damortalidade na França. Neste artigo, Meslé conclui que, na década de1970, e ainda na de 1980, o aumento da esperança de vida recebeu seusegundo impulso (o primeiro tinha sido pela redução das infecções edas doenças respiratórias, principalmente na infância) graças à redu-ção espetacular da mortalidade das pessoas idosas. Esta redução,devida essencialmente ao progresso da luta contra as doenças cardio-vasculares, deverá ampliar-se entre os homens nos próximos anos.

Em muitos aspectos, tais como o declínio das taxas demortalidade dos idosos, especialmente por doenças cardiovasculares eo crescente aumento da longevidade dos idosos, é possível se estabele-cer paralelos entre o processo francês e o do Município do Rio deJaneiro.

Kalache (1993), inclusive, aponta que as mudanças nastaxas de mortalidade dos idosos, nos países em desenvolvimento,estão, também, seguindo os padrões encontrados nos países desenvol-

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vidos. As diferenças individuais encontradas, geralmente, refletemdiferentes estágios da transição epidemiológica nestes países. Alémdisso, a despeito da recessão econômica prolongada e das condições depobreza de grande parte da população dos países em desenvolvimento,a expectativa de vida continuou a aumentar durante a década e, apesardas desigualdades, os indicadores de saúde melhoraram e as taxas demortalidade tendem a diminuir em todas as idades; o desenvolvimentosocioeconômico já não é mais uma pré-condição para uma vida longa.

Entretanto, esta questão suscita uma outra: estão os ido-sos, nos países em desenvolvimento, diferentemente dos idosos nospaíses desenvolvidos, vivendo mais apenas para aumentar seus anosde incapacidade e baixa qualidade de vida?

Esta é a questão principal que faz com que o caso daFrança, um dos países líderes no processo de passagem para o quartoestágio da transição epidemiológica, não possa ser comparado com asituação da mortalidade dos idosos encontrada no Município do Rio deJaneiro.

A queda da mortalidade entre os idosos, na França, não foidevida somente a uma diminuição da letalidade das doenças, mas serelaciona também com a melhoria do estado de saúde das populaçõesidosas. A esperança de vida sem incapacidade, novo indicador de saúdedesenvolvido na década de 1980, aumenta na França mais rapidamen-te que a esperança de vida ao nascer.

Já o Município do Rio de Janeiro, embora seja um dos maisdesenvolvidos do país, apresenta uma situação econômica e socialbastante desigual; boa parte de sua população encontra-se em condi-ções de pobreza e o estado tem encontrado dificuldades para satisfazero atendimento das necessidades básicas da população. Conforme apon-ta Marangone (1995), estas características trazem sobrecarga ao aten-dimento de saúde, uma vez que, ao mesmo tempo em que os problemasrelacionados as crianças encontram-se longe de serem resolvidos, aspopulações adulta e, especialmente a idosa, já apresentam uma sériede necessidades.

O que se verifica, atualmente, no Município do Rio deJaneiro, quanto à evolução do padrão de mortalidade de sua populaçãoidosa, é uma superposição de estágios da transição epidemiológica. Damesma forma que foi possível, neste trabalho, identificar uma tendên-cia de declínio da mortalidade, para ambos os sexos e para algumas

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doenças crônicas e degenerativas, observa-se um aumento da pro-babilidade de morte por doenças infecciosas e parasitárias e do apare-lho respiratório.

O padrão de mortalidade da população idosa, aqui descrito,mostra que as transformações demográficas e epidemiológicas, ocor-ridas neste período de 12 anos, implicam em novas necessidades que,para serem atendidas, requerem uma maior atenção da sociedade civile das organizações governamentais interessadas na melhoria dascondições sociais da população. Principalmente, porque estas mudan-ças influenciarão o padrão de mortalidade futura dos idosos e, conse-qüentemente, a longevidade e a qualidade de vida da população naspróximas décadas.

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