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DELIBERAÇÃO CEE Nº 77/2008Estabelece orientações para a organização e distribuição dos componentes do ensino fundamental e médio do sistema de ensino do Estado de São Paulo

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CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAO

PAGE 3PROCESSO CEE N 492/06 e outros DELIBERAO CEE N 77/08

CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAO

PRAA DA REPBLICA, 53 - FONE: 3255-2044

CEP: 01045-903 - FAX: N 3231-1518

DELIBERAO CEE N 77/2008

Estabelece orientaes para a organizao e distribuio dos componentes do ensino fundamental e mdio do sistema de ensino do Estado de So Paulo

O Conselho Estadual de Educao no uso de suas atribuies e com fundamento no Artigo 242 da Constituio Estadual, do Artigo 10 da Lei Federal n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, no Art. 2 da Lei Estadual n 10.403, de 6 de julho de 1971, e na Indicao CEE n 77/2008,

DELIBERA:

Art. 1 - No sistema de ensino do Estado de So Paulo designam-se componentes curriculares, as disciplinas, os contedos ou contedos programticos, que integram os currculos do ensino fundamental e mdio.Art. 2 - So componentes curriculares obrigatrios, segundo a legislao federal em vigor, a serem desenvolvidos nos termos das orientaes contidas na Indicao CEE n 77/2008, que integra a presente Deliberao:I) Lngua Portuguesa;II) Matemtica;III) Conhecimento do mundo fsico e natural;IV) Conhecimento da realidade social, especialmente a do Brasil;V) Arte;VI) Msica;VII) Educao Fsica;VIII) Histria do Brasil; IX) Lngua Estrangeira Moderna; X) Espanhol;XI) Histria da frica e dos Africanos; XII) Histria da cultura e etnias, principalmente das matrizes indgena, africana e europia; XIII) Educao Ambiental; XIV) Filosofia e Sociologia;XV) Direito da Criana e do Adolescente;XVI) Conhecimentos sobre o processo de envelhecimento. 1 - A equipe pedaggica da instituio ou rede de ensino ao conceber o currculo, decidir como sero trabalhados os componentes curriculares e sua distribuio na matriz curricular, com base nos critrios definidos por sua Proposta Pedaggica, nos termos da LDB e das orientaes contidas na Indicao CEE n 77/2008.

2 - As disposies curriculares descritas neste artigo, devero constar da proposta pedaggica formulada pela instituio e ou rede de ensino.

3 - A proposta pedaggica explicitar o planejamento, execuo, durao e avaliao que os componentes curriculares recebero da Matriz Curricular.

Art. 3 - No ensino fundamental podero ser utilizados mecanismos de Tecnologia da Informao e Comunicao (TIC), para atividades complementares de ensino, reforo e recuperao.

Art. 4 - No ensino mdio, quaisquer componentes curriculares podero ser trabalhados na modalidade semipresencial.

1 - Considera-se modalidade semipresencial quaisquer atividades didticas, mdulos ou unidades de ensino centrados na auto-aprendizagem e com a mediao de recursos didticos organizados em diferentes suportes de informao que utilizem tecnologias de informao e comunicao remota.

2 - O limite mximo para oferta de componentes curriculares nesta modalidade de 20% do total de horas destinadas ao curso.

Art. 5 - Novos componentes curriculares, introduzidos, obrigatoriamente, por lei especfica, sero tratados nos termos da presente Deliberao.

Art. 6 - Esta Deliberao entra em vigncia aps sua publicao e devida homologao, revogadas as disposies em contrrio.

DELIBERAO PLENRIAO CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAO aprova, por unanimidade, a presente Deliberao.

Sala Carlos Pasquale, em 1 de outubro de 2008.

ARTHUR FONSECA FILHO

PresidentePublicado no DOE em 02/9/2008 Seo I Pgina 22

Homologada por Resoluo SEE de 16/10/2008, publicada no DOE de 17/10/2008, Seo I, Pginas 17, 18 e 19

CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAO

PRAA DA REPBLICA, 53 - FONE: 3255-2044

CEP: 01045-903 - FAX: N 3231-1518

PROCESSO CEE N: 492/06 (Vol.I e II), 424/07, 647/07, 495/05 e 408/01INTERESSADO

: Conselho Estadual de Educao

ASSUNTODiretrizes dos componentes curriculares do ensino fundamental e mdio do sistema de ensino do Estado de So PauloRELATOR

: Cons. Hubert Alqures

INDICAO CEE N 77/2008 CEB Aprovada em 1/10/2008

1. RELATRIO

AntecedentesA partir do perodo final da dcada de 80, a educao escolar tem sido pauta de discusses de praticamente todos os setores representativos da sociedade. Com a promulgao da Constituio de 1988, seguidas pelas Constituies Estaduais e as Leis Orgnicas dos Municpios o pas comeou a definir de forma mais orgnica as obrigaes do Poder Pblico com cada um dos nveis de ensino. Nesse perodo, as discusses entre educadores e o Poder Legislativo, fortalecidas pela presso da sociedade adquirem um novo carter, objetivando a construo de uma nova Lei de Diretrizes e Bases.O incio da dcada de 80, com a eleio dos Governadores e a redemocratizao, propiciou que inmeras experincias educacionais inovadoras tivessem incio nos diferentes estados e municpios brasileiros. Paralelamente s discusses em torno da lei, experincias que diziam respeito no somente ao currculo escolar, mas tambm s novas formas de gesto e organizao da escola e do ensino, aos poucos iam adquirindo novos formatos.Assim, temas antes pouco discutidos tornam-se pontos centrais balizados pela nova Lei, tais como: definio de competncias e obrigaes dos diferentes setores envolvidos no processo de educao escolar (governos, famlias, dirigentes e comunidade escolar); recursos financeiros para o financiamento do ensino, flexibilidade; autonomia; contedos curriculares; classificao e reclassificao de alunos; acelerao e avanos de estudos; calendrio e organizao escolar prprias; avaliao contnua e cumulativa; progresso regular por srie, progresso parcial e continuada, aproveitamento de estudos, ciclos, alternncia de perodo de estudos, grupos no seriados; avaliao de competncias e valorizao da experincia extra-escolar; proposta pedaggica e outros. O Currculo do ensino fundamental e mdio na LDBA Lei Federal 9394/1996 ao definir as diretrizes e bases da educao nacional refora os princpios, os direitos e os deveres constitucionais da educao escolar e introduz conceitos de flexibilidade na gesto e organizao do ensino, necessrios para atender as diferentes realidades brasileiras. Em sntese, em seu texto original define que os currculos do ensino fundamental e mdio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas caractersticas regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela(art. 26). Obrigatoriamente, a base nacional comum deve abranger o estudo da lngua portuguesa e da matemtica, o conhecimento do mundo fsico e natural e da realidade social e poltica, especialmente do Brasil. Alm disso, o ensino da arte constituir componente curricular obrigatrio, nos diversos nveis da educao bsica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos; a educao fsica, integrada proposta pedaggica da escola, componente curricular da educao bsica, ajustando-se s faixas etrias e s condies da populao escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos. O ensino de Histria do Brasil levar em conta as contribuies das diferentes culturas e etnias para a formao do povo brasileiro, especialmente das matrizes indgena, africana e europia. Na parte diversificada do currculo est a obrigatoriedade de, a partir da quinta srie, o ensino de pelo menos uma lngua estrangeira moderna, cuja escolha ficar a cargo da comunidade escolar, dentro das possibilidades da Instituio ( 1 ao 5).

O ensino fundamental tem por objetivo a formao bsica visando: o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios bsicos o pleno domnio da leitura, da escrita e do clculo; a compreenso do ambiente natural e social, do sistema poltico, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisio de conhecimentos e habilidades e a formao de atitudes e valores; o fortalecimento dos vnculos de famlia, dos laos de solidariedade humana e de tolerncia recproca em que se assenta a vida social. O ensino religioso, de matrcula facultativa, parte integrante da formao bsica do cidado e constitui disciplina dos horrios normais das escolas pblicas de ensino fundamental, assegurado o respeito diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo (art. 32 a 34).

O ensino mdio considerado como etapa final da educao bsica, com durao de trs anos, tendo como finalidade: a consolidao e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental; a preparao bsica para o trabalho e a cidadania, para continuar aprendendo e ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condies de ocupao ou aperfeioamento posteriores; o aprimoramento como pessoa humana, incluindo a formao tica e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crtico; a compreenso dos fundamentos cientfico-tecnolgicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prtica, no ensino de cada disciplina. Para isso, o currculo deve destacar a educao tecnolgica bsica, a compreenso do significado da cincia, da letra e das artes; o processo histrico de transformao da sociedade e da cultura; a lngua portuguesa como instrumento de comunicao, acesso ao conhecimento e exerccio da cidadania; ser includa uma lngua estrangeira moderna, como disciplina obrigatria, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em carter optativo, dentro das possibilidades da instituio; domnio dos conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessrios ao exerccio da cidadania. Atendida a formao geral, o ensino mdio poder prepar-lo para o exerccio de profisses tcnicas (art. 35 a 36).

Promulgada em dezembro de 1966, a Lei Federal 9394 exigiu estudos e discusses no mbito dos sistemas de ensino Conselhos de Educao e Secretarias de Educao para viabilizar as mudanas. E como mudanas em educao so gradativas e lidam com vidas de escolas, professores e alunos, o processo exigiu cuidadoso preparo para que elas tivessem incio em 1.998.

Alm das medidas orientadoras para a implementao da LDB, coube ao Conselho Nacional de Educao estabelecer as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Bsica e aos Conselhos Estaduais e Municipais de Educao complement-las. Ao Ministrio de Educao coube discutir e elaborar os Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs), implementado em todo pas, e complementadas com as propostas das Secretarias de Educao. Mudanas de Natureza LegalCom menos de 10 anos de implantao, a Lei 9394/96 passou por inmeras mudanas em seus dispositivos. At o ms de agosto de 2008, podemos computar 21 alteraes legais, muitas das quais se limitaram a modificar a redao de um dispositivo j alterado, sendo que uma delas, embora modifique a concepo e princpios da Lei, no promove alterao explcita na LDB.Para efeitos desta Indicao sero comentadas apenas as alteraes referentes educao bsica e, mais especificamente, quelas que promovem mudanas curriculares no ensino fundamental e mdio. As mudanas no ensino mdio ou na Educao de Jovens e Adultos (EJA), que se articulam com a educao profissional, sero tratadas oportunamente em orientao especfica.Com isso concentraremos as orientaes para a organizao curricular do ensino fundamental e mdio, a partir das 10 legislaes federais que alteram os contedos curriculares, a saber:1) LEI N 9.475, DE 22 DE JULHO DE 1997 - D nova redao ao art. 33 da Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educao nacional. 2) LEI N 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999 - Dispe sobre a educao ambiental, institui a Poltica Nacional de Educao Ambientale d outras providncias.3) LEI N 10.793, DE 1 DE DEZEMBRO DE 2003 - Altera a redao do art. 26, 3o, e do art. 92 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que "estabelece as diretrizes e bases da educao nacional", e d outras providncias. - D.O.U. de 2.12.2003.4) LEI N 11.274, DE 6 DE FEVEREIRO DE 2006 Altera a redao dos arts. 29, 30, 32 e 87 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educao nacional, dispondo sobre a durao de 9 (nove) anos para o ensino fundamental, com matrcula obrigatria a partir dos 6 (seis) anos de idade. D.O.U. de 7.2.2006.5) LEI N 11.525, DE 25 DE SETEMBRO DE 2007 - Acrescenta 5 ao art. 32 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, para incluir contedo que trate dos direitos das crianas e dos adolescentes no currculo do ensino fundamental. DOU de 26.9.20076) LEI N 11.645, DE 10 MARO DE 2008 - Altera a Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educao nacional, para incluir no currculo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temtica Histria e Cultura Afro-Brasileira e Indgena. DOU de 11.3.20087) LEI N 11.684, DE 2 JUNHO DE 2008 - Altera o art. 36 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educao nacional, para incluir a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatrias nos currculos do ensino mdio. DOU de 3.06.20088) LEI N 11.769, DE 18 DE AGOSTO DE 2008 Altera a Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educao, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da msica na educao bsica. DOU de 19.8.2008.9) LEI N 11.161, DE 5 DE AGOSTO DE 2005 - Dispe sobre o ensino da lngua espanhola (de oferta obrigatria pela escola e de matrcula facultativa para o aluno, ser implantado, gradativamente, nos currculos plenos do ensino mdio).10) Lei n 10.741/03 - (no altera a LDB) - Dispe sobre o Estatuto do Idoso.Para facilitar a compreenso, no Anexo I da presente Indicao consta a ntegra dos textos aprovados e no Anexo II, uma sntese das mudanas. Currculo e Organizao CurricularPartindo-se do princpio que o currculo o conjunto de aprendizagens a serem desenvolvidas pelos alunos em cada etapa ou nveis do ensino fundamental e mdio, de acordo com os objetivos definidos na Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, ele concretiza-se a partir da proposta pedaggica de cada escola, com os componentes ou contedos programticos indicados em uma matriz curricular.As aprendizagens a serem desenvolvidas pelos alunos tm como referncia as diretrizes curriculares nacionais e os parmetros curriculares nacionais, assim como as demais diretrizes de cada sistema de ensino, complementadas pelas orientaes das Administraes das Secretarias de Educao ou das prprias escolas, no caso de escolas da rede privada.No sistema de ensino paulista, esse conjunto de aprendizagens denomina-se Componentes Curriculares, constitudas por disciplinas ou contedos programticos que integram o Currculo do ensino fundamental e mdio.Segundo a LDB, considerando-se inclusive as alteraes supracitadas as disciplinas, os contedos ou contedos programticos os Componentes Curriculares obrigatrios so:I) Lngua Portuguesa; II) Matemtica; III) Conhecimento do mundo fsico e natural; IV) Conhecimento da realidade social, especialmente a do Brasil; V) Arte; VI) Msica; VII) Educao Fsica; VIII) Histria do Brasil; IX) Lngua Estrangeira Moderna;X) Espanhol; XI) Histria da frica e dos Africanos; XII) Histria da cultura e etnias, principalmente das matrizes indgena, africana e europia; XIII) Educao Ambiental; XIV) Filosofia e Sociologia; XV) Direito da Criana e do Adolescente; XVI) Conhecimentos sobre o processo de envelhecimento; e outros que venham a ser introduzidos por lei especfica. a partir desse conjunto de Componentes ou Contedos Curriculares contedos programticos ou disciplinas - que orientam as aprendizagens bsicas e obrigatrias em cada etapa do ensino, que a escola construir sua Proposta Pedaggica e organizar sua Matriz Curricular. A Matriz Curricular deve ser uma representao da Proposta Pedaggica. Assim, quem define a Matriz a Proposta Pedaggica e no ao contrrio. E para que a Proposta Pedaggica seja, de fato, um exerccio de autonomia, necessrio se iniciar por um estudo e reflexo sobre a flexibilidade contida na Lei 9394/96, que define to somente as diretrizes (gerais) e as bases (fundamentos) da educao nacional. nesse exerccio de autonomia que as escolas podem proporcionar s suas crianas e jovens, um conjunto de ofertas diferenciadas que permitam o acesso, progresso e concluso de uma escolaridade bsica e obrigatria, com qualidade. Limites, alternativas e possibilidadesEm diferentes momentos, este Colegiado tem se manifestado e expedido orientaes para os sistemas e escolas organizarem sua Proposta Pedaggica. Essas orientaes esto consubstanciadas em documentos tais como: - Indicao CEE n 08/2001 - CEF - Aprovado em 25-07-2001 - Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental no Sistema de Ensino do Estado de So Paulo- Indicao CEE N 07/2001 - Aprovada em 25-07-2001 - (Ensino Religioso) e Deliberao CEE N 16/2001 - Regulamenta o Art. 33 da Lei 9394/96.- Indicao CEE n: 30/2003 - Aprovada em 09-4-2003 e Deliberao CEE N 31/2003 - Dispe sobre a realizao de estgio supervisionado para alunos do ensino mdio, do curso normal e da educao profissional de nvel tcnico

- Indicao CEE N 46/2005 - Aprovada em 08-6-2005 e Deliberao CEE N 46/05 - Estabelece normas para a criao, regulamentao, autorizao e reconhecimento das escolas indgenas no Sistema de Ensino do Estado de So Paulo.

- Indicao CEE N 70/2007 - Aprovada em 13-6-2007 - Deliberao CEE n. 68/2007 - Fixa normas para a educao de alunos que apresentam necessidades educacionais especiais, no sistema estadual de ensino.

- Indicao CEE N 73/2008 - Aprovada em 02-4-2008 e Deliberao CEE N 73/2008 - Regulamenta a implantao do Ensino Fundamental de 9 Anos, no mbito do Sistema Estadual de Ensino, conforme o disposto na Emenda Constitucional n 53 e na Lei n 9.394/96, com as alteraes procedidas pela Lei n 11.274/06.A prpria LDB estimula diferentes formas de organizar e garantir o saber, o que implica em ressaltar que no basta ensinar: preciso garantir a aprendizagem dos alunos, o que convenhamos, nem sempre ocorre, com evidente desestmulo de professores e alunos, principalmente entre aqueles que querem avanar por j terem o domnio de um determinado contedo. Talvez seja o momento de se encontrar alternativas para romper com a tradicional e antiga organizao escolar em salas com alunos sentados em fileiras, um atrs do outro e desinteressados. A releitura do captulo II, artigos 23 e 24, bem como do artigo 80, fornece algumas pistas, tais como:- grupos no-seriados, com base na idade, na competncia e em outros critrios, ou por forma diversa de organizao; - organizao de classes, ou turmas, com alunos de sries distintas, com nveis equivalentes de adiantamento na matria, para o ensino de lnguas estrangeiras, artes, ou outros componentes curriculares.

- uso da Tecnologia da Informao e Comunicao (TIC) e veiculao de programas de ensino a distncia e de educao continuada. (...)

Atualmente, evita-se falar em Grade Curricular, pois essa expresso passa a idia de que se pretende aprisionar os conhecimentos escolares em seqncias rgidas, em caixas com cargas horrias semanais e anuais, sem levar em considerao as aprendizagens efetivas que se pretende desenvolver. preciso reconhecer que as dificuldades em promover avanos, organizar turmas diferenciadas so tantas que poucas escolas se aventuram a inovar as suas formas de promover a aprendizagem de seus alunos.

Porm, quando a Proposta Pedaggica que fundamenta e organiza a Matriz Curricular, possvel vislumbrar as inmeras alternativas de gesto do ensino e da aprendizagem referendadas pela LDB. Alm dos exemplos citados anteriormente, podemos enumerar outras possibilidades, muitas das quais j so utilizadas por algumas escolas, tais como:

- alternncia de componentes curriculares ao longo do semestre ou ano letivo;

- blocos trimestrais ou semestrais de componentes curriculares, organizados por grupos seriados ou no, dependendo da proposta pedaggica;

- uso de espao alternativo no limitado ao espao da sala de aula;

- alternncia dos tempos escolares com diferentes formas de distribuio de aulas pelas semanas, semestres ou ano letivo ou ainda por meio de blocos alternados, trimestrais, semestrais ou anuais.

O uso da Tecnologia da Informao e Comunicao (TICs) para o ensino a distncia no ensino fundamental pode ser utilizado apenas como complementao da aprendizagem ou em situaes emergenciais. No se trata aqui de propor o uso do ensino a distncia para fazer frente s mudanas do currculo bsico do ensino fundamental e mdio. Trata-se de chamar a ateno para uma metodologia que pode e deve ser estimulada para promover a melhor aprendizagem dos alunos, complementando conhecimentos com contextos mais reais e dinmicos; promovendo a oferta de alternativas para recuperao, reforo e avanos de alunos e at mesmo para promover a aprendizagem de uma segunda e terceira lngua estrangeira ou de orientao e de educao profissional. Enfim, trata-se de diversificar e oferecer oportunidades para que os alunos possam optar por mdulos complementares de estudos.

O Plano Nacional de Educao definiu que o ensino superior pode fazer uso de metodologias a distncia, limitando-o a 20% da carga horria do curso, sem necessidade de autorizao ou credenciamento. Nada impede que este Colegiado estabelea o mesmo para a educao bsica, na mesma proporo prevista para o ensino superior, visando incentivar o desenvolvimento e a veiculao de programas de ensino a distncia, em todos os nveis e modalidades de ensino, e de educao continuada (art. 80 da LDB).

Em resumo, tendo por finalidade orientar o entendimento das alteraes curriculares consubstanciadas nas Leis constantes do Anexo I, de forma a explorar as alternativas e possibilidades oferecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, a presente Indicao busca oferecer subsdios para a compreenso da importncia da organizao da escola, da gesto do ensino e da aprendizagem, dos espaos e dos tempos escolares, bem como para a compreenso das atividades escolares que no se resumem ao espao de uma sala de aula.

2. CONCLUSO

Com base nestas consideraes, apresentamos o anexo projeto de Deliberao.So Paulo, 24 de setembro de 2008

a) Cons. Hubert Alqures Relator

3. DECISO DA CMARA

A Cmara de Educao Bsica adota, como sua Indicao, o Voto do Relator.

Presentes os Conselheiros: Ana Maria de Oliveira Mantovani, Arthur Fonseca Filho, Francisco Jos Carbonari, Hubert Alqures, Mauro de Salles Aguiar e Suzana Guimares Trpoli.

Sala da Cmara de Educao Bsica, em 1 de outubro de 2008.

a) Cons. Francisco Jos Carbonari

Presidente da CEB

DELIBERAO PLENRIAO CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAO aprova, por unanimidade, a presente Indicao.

Sala Carlos Pasquale, em 1 de outubro de 2008.

ARTHUR FONSECA FILHO

PresidentePublicado no DOE em 02/9/2008 Seo I Pgina 22

Homologada por Resoluo SEE de 16/10/2008, publicada no DOE de 17/10/2008, Seo I, Pginas 17, 18 e 19ANEXO I QUADRO COM ALTERAES NA LDBREFERENTE ORGANIZAO CURRICULAR DA EDUCO BSICA

LEI N 9.475, DE 22 DE JULHO DE 1997- D nova redao ao art. 33 da Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educao nacional.Art. 33. O ensino religioso, de matrcula facultativa, parte integrante da formao bsica do cidado e constitui disciplina dos horrios normais das escolas pblicas de ensino fundamental, assegurado o respeito diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.

(Redao dada pela Lei n 9.475, de 22.7.1997)

LEI N 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999 - Dispe sobre a educao ambiental, institui a Poltica Nacional de Educao Ambientale d outras providncias.Art. 2 A educao ambiental um componente essencial e permanente da educao nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os nveis e modalidades do processo educativo, em carter formal e no-formal.Art. 3 Como parte do processo educativo mais amplo, todos tm direito educao ambiental, incumbindo:(...) II - s instituies educativas, promover a educao ambiental de maneira integrada aos programas educacionais que desenvolvem; Art. 8 As atividades vinculadas Poltica Nacional de Educao Ambiental devem ser desenvolvidas na educao em geral e na educao escolar, por meio das seguintes linhas de atuao inter-relacionadas:

I - capacitao de recursos humanos; II - desenvolvimento de estudos, pesquisas e experimentaes; III - produo e divulgao de material educativo; IV - acompanhamento e avaliao. Art. 9 Entende-se por educao ambiental na educao escolar a desenvolvida no mbito dos currculos das instituies de ensino pblicas e privadas, englobando:

I - educao bsica: a) educao infantil; b) ensino fundamental e c) ensino mdio; II - educao superior; III - educao especial; IV - educao profissional; V - educao de jovens e adultos.

Art. 10. A educao ambiental ser desenvolvida como uma prtica educativa integrada, contnua e permanente em todos os nveis e modalidades do ensino formal. 1 A educao ambiental no deve ser implantada como disciplina especfica no currculo de ensino. 2 Nos cursos de ps-graduao, extenso e nas reas voltadas ao aspecto metodolgico da educao ambiental, quando se fizer necessrio, facultada a criao de disciplina especfica. 3 Nos cursos de formao e especializao tcnico-profissional, em todos os nveis, deve ser incorporado contedo que trate da tica ambiental das atividades profissionais a serem desenvolvidas

LEI N 10.793, DE 1 DE DEZEMBRO DE 2003 - Altera a redao do art. 26, 3o, e do art. 92 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que "estabelece as diretrizes e bases da educao nacional", e d outras providncias. - D.O.U. de 2.12.2003 3o A educao fsica, integrada proposta pedaggica da escola, componente curricular obrigatrio da educao bsica, sendo sua prtica facultativa ao aluno: (Redao dada pela Lei n 10.793, de 1 12.2003)I que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; (Includo pela Lei n 10.793, de 1 12.2003)II maior de trinta anos de idade; (Includo pela Lei n 10.793, de 1 12.2003)III que estiver prestando servio militar inicial ou que, em situao similar, estiver obrigado prtica da educao fsica; (Includo pela Lei n 10.793, de 1 12.2003)IV amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969; (Includo pela Lei n 10.793, de 1 12.2003)V (VETADO) (Includo pela Lei n 10.793, de 1 12.2003)VI que tenha prole. (Includo pela Lei n 10.793, de 1.12.2003)

LEI N 11.274, DE 6 DE FEVEREIRO DE 2006 Altera a redao dos arts. 29, 30, 32 e 87 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educao nacional, dispondo sobre a durao de 9 (nove) anos para o ensino fundamental, com matrcula obrigatria a partir dos 6 (seis) anos de idade. D.O.U. de 7.2.2006Art. 29. A educao infantil, primeira etapa da educao bsica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criana at seis anos de idade, em seus aspectos fsico, psicolgico, intelectual e social, complementando a ao da famlia e da comunidade. (Alterado pela LEI N 11.274, DE 6 DE FEVEREIRO DE 2006). Art. 30. A educao infantil ser oferecida em: I - creches, ou entidades equivalentes, para crianas de at trs anos de idade;II - pr-escolas, para as crianas de quatro a seis anos de idade.Art. 32. O ensino fundamental obrigatrio, com durao de 9 (nove) anos, gratuito na escola pblica, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, ter por objetivo a formao bsica do cidado, mediante: (Redao da LEI N 11.274 \ 06.02.2006)I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios bsicos o pleno domnio da leitura, da escrita e do clculo; II - a compreenso do ambiente natural e social, do sistema poltico, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisio de conhecimentos e habilidades e a formao de atitudes e valores;IV - o fortalecimento dos vnculos de famlia, dos laos de solidariedade humana e de tolerncia recproca em que se assenta a vida social. 1 facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino fundamental em ciclos. 2 Os estabelecimentos que utilizam progresso regular por srie podem adotar no ensino fundamental o regime de progresso continuada, sem prejuzo da avaliao do processo de ensino-aprendizagem, observadas as normas do respectivo sistema de ensino. 3 O ensino fundamental regular ser ministrado em lngua portuguesa, assegurada s comunidades indgenas a utilizao de suas lnguas maternas e processos prprios de aprendizagem. 4 O ensino fundamental ser presencial, sendo o ensino a distncia utilizado como complementao da aprendizagem ou em situaes emergenciais.

LEI N 11.525, DE 25 DE SETEMBRO DE 2007 - Acrescenta 5 ao art. 32 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, para incluir contedo que trate dos direitos das crianas e dos adolescentes no currculo do ensino fundamental. DOU de 26.9.2007 5o O currculo do ensino fundamental incluir, obrigatoriamente, contedo que trate dos direitos das crianas e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto da Criana e do Adolescente, observada a produo e distribuio de material didtico adequado. (Includo pela Lei n 11.525, de 2007).

LEI N 11.645, DE 10 MARO DE 2008 - Altera a Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educao nacional, para incluir no currculo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temtica Histria e Cultura Afro-Brasileira e Indgena. DOU de 11.3.2008Art. 26-A.Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino mdio, pblicos e privados, torna-se obrigatrio o estudo da histria e cultura afro-brasileira e indgena. (Redao dada pela Lei n 11.645, de 2008). 1oO contedo programtico a que se refere este artigo incluir diversos aspectos da histria e da cultura que caracterizam a formao da populao brasileira, a partir desses dois grupos tnicos, tais como o estudo da histria da frica e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indgenas no Brasil, a cultura negra e indgena brasileira e o negro e o ndio na formao da sociedade nacional, resgatando as suas contribuies nas reas social, econmica e poltica, pertinentes histria do Brasil. (Redao dada pela Lei n 11.645, de 2008). 2oOs contedos referentes histria e cultura afro-brasileira e dos povos indgenas brasileiros sero ministrados no mbito de todo o currculo escolar, em especial nas reas de educao artstica e de literatura e histria brasileiras. (Redao dada pela Lei n 11.645, de 2008).

LEI N 11.684, DE 2 JUNHO DE 2008 - Altera o art. 36 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educao nacional, para incluir a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatrias nos currculos do ensino mdio. DOU de 3.06.2008IV sero includas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatrias em todas as sries do ensino mdio. (Includo pela Lei n 11.684, de 2008)

LEI N 11.769, DE 18 DE AGOSTO DE 2008 Altera a Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educao, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da msica na educao bsica. DOU de 19.8.2008 6o A msica dever ser contedo obrigatrio, mas no exclusivo, do componente curricular de que trata o 2o deste artigo. (Includo pela Lei n 11.769, de 2008)Consta na lei:

Art. 3o Os sistemas de ensino tero 3 (trs) anos letivos para se adaptarem s exigncias estabelecidas nos arts. 1o e 2o desta Lei.

Art. 4o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

LEI N 11.161, DE 5 DE AGOSTO DE 2005 - Dispe sobre o ensino da lngua espanhola (de oferta obrigatria pela escola e de matrcula facultativa para o aluno, ser implantado, gradativamente, nos currculos plenos do ensino mdio).Art. 1o O ensino da lngua espanhola, de oferta obrigatria pela escola e de matrcula facultativa para o aluno, ser implantado, gradativamente, nos currculos plenos do ensino mdio. 1o O processo de implantao dever estar concludo no prazo de cinco anos, a partir da implantao desta Lei. 2o facultada a incluso da lngua espanhola nos currculos plenos do ensino fundamental de 5a a 8a sries.Art. 2o A oferta da lngua espanhola pelas redes pblicas de ensino dever ser feita no horrio regular de aula dos alunos.Art. 3o Os sistemas pblicos de ensino implantaro Centros de Ensino de Lngua Estrangeira, cuja programao incluir, necessariamente, a oferta de lngua espanhola.Art. 4o A rede privada poder tornar disponvel esta oferta por meio de diferentes estratgias que incluam desde aulas convencionais no horrio normal dos alunos at a matrcula em cursos e Centro de Estudos de Lngua Moderna.Art. 5o Os Conselhos Estaduais de Educao e do Distrito Federal emitiro as normas necessrias execuo desta Lei, de acordo com as condies e peculiaridades de cada unidade federada.Art. 6o A Unio, no mbito da poltica nacional de educao, estimular e apoiar os sistemas estaduais e do Distrito Federal na execuo desta Lei. Art. 7o Esta Lei entra em vigor na data da sua publicao. Braslia, 5 de agosto de 2005

Lei n 10.741/03 - (no altera a LDB) - Dispe sobre o Estatuto do Idoso.No Captulo V, o artigo 22 determina: Nos currculos mnimos dos diversos nveis de ensino formal sero inseridos contedos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e valorizao do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matria;

ANEXO II - Quadro Sntese

Componentes e ou Contedos Curriculares da Educao Bsica alterados por legislao especfica aps promulgao da LDB

Obrigatrio no EnsinoComponentes CurricularesLegislao

FundamentalEnsino ReligiosoObrigatrio para escola pblica e opcional para o aluno;

Fundamental

Mdio

Educao AmbientalA educao ambiental ser desenvolvida como uma prtica educativa integrada, contnua e permanente em todos os nveis e modalidades do ensino formal. Segundo a lei 9.795/99, a educao ambiental no deve ser implantada como disciplina especfica no currculo de ensino.

Fundamental

MdioEducao FsicaOferta obrigatria e prtica facultativa para situaes definidas em lei.

Fundamental

Estudos sobre o Direito da Criana e do AdolescenteDesenvolvida com base nos princpios do Estatuto da Criana e do Adolescente;

Fundamental

MdioHistria /

Histria e cultura afro-brasileira e indgenaConhecimentos desenvolvidos no currculo escolar, nas reas de educao artstica e de literatura e de histria brasileira.

MdioFilosofia e SociologiaEm todas as sries quando o curso for seriado.

Fundamental

MdioArtes / MsicaMsica, obrigatrio e no exclusivo; tratado no componente de Artes; implantao obrigatria at agosto de 2011.

MdioLngua Estrangeira Moderna / EspanholOferta obrigatria no ensino mdio e facultativa no fundamental; optativa para o aluno caso no seja a Lngua Estrangeira Moderna escolhida pela UE;

Fundamental

MdioEstudos sobre IdososProcesso de envelhecimento, ao respeito e valorizao do idoso;

_1129616474.doc

_1139740697.doc