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Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (CDH) A Maior Crise de Refugiados do Milênio e suas Principais Vítimas Sumário 1. Apresentação do Comitê ………………………………………………………………. 02 2. A Crise de Refugiados ……………………………………………………………………. 03 3. Questão Síria ………………………………………………………………………………... 05 4. Documentos Oficiais da ONU ………………………………………………………… 09 5. Análise Geral ………………………………………………………………………………... 11 6. A eminência de uma mudança no cenário mundial ……………………….. 14 7. O contexto migratório das minorias ………………………………………………. 15 8. Direitos dos Imigrantes …..……………………………………………………………… 17 9. Posicionamento de Blocos ………………………………………………………………. 19 10. Bibliografia …………………………………………………………………………………… 22

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Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (CDH)

A Maior Crise de Refugiados do Milênio e suas Principais Vítimas

Sumário

1. Apresentação do Comitê ………………………………………………………………. 02

2. A Crise de Refugiados ……………………………………………………………………. 03

3. Questão Síria ………………………………………………………………………………... 05

4. Documentos Oficiais da ONU ………………………………………………………… 09

5. Análise Geral ………………………………………………………………………………... 11

6. A eminência de uma mudança no cenário mundial ……………………….. 14

7. O contexto migratório das minorias ………………………………………………. 15

8. Direitos dos Imigrantes …..……………………………………………………………… 17

9. Posicionamento de Blocos ………………………………………………………………. 19

10. Bibliografia …………………………………………………………………………………… 22

CARTA DE APRESENTAÇÃO

A contemporaneidade é cada vez mais marcada por extremos, contradições, excessos e escassez. A integração e o desenvolvimento propiciados pela tecnologia fizeram com que o deslocamento de pessoas, de informação e de capital se tornasse mais facilitado, como jamais fora registrado pela história. Por outro lado, pode-se exaltar o aumento crescente de deslocamentos forçados, motivados por conflitos étnicos, religiosos, políticos, territoriais ou econômicos. A questão das migrações chegou a um ponto crítico e contraditório, sendo causa e consequência simultâneas da expansão da globalização; contudo, há a busca por ‘murar’ ou cercar as fronteiras como forma de inibir tais movimentos. A crescente exclusão da classe migrante, assim como a adoção de medidas inefetivas de integração, acabaram por destinar àquela uma cidadania de ‘segunda-classe’, ferindo sua condição humana e deixando-a suscetível à atuação ascendente de movimentos xenófobos, nacionalistas, extremistas, que se espalham mundo afora. Mais do que nunca é necessária a discussão de tal tema, que exclui milhões de pessoas dos próprios direitos. Esse é o tema que propomos a segunda edição do DAMUN, esperamos que os senhores tenham uma ótima simulação. Atenciosamente, Mi Hwa Garcia

1. APRESENTAÇÃO DO COMITÊ A ONU (organização das nações unidas) foi criada logo após a segunda guerra mundial para que fosse evitado que uma terceira guerra mundial comece. Nesse momento histórico foi assinado a carta das nações que são regras internacionais onde todos os países participantes da ONU assinaram. A ONU constantemente realiza conferências do mais variados tipos de assuntos, cada qual em um comitê específico. Um comitê é formado por um grupo de países que podem variar de acordo com o tema a ser debatido. No comitê os delegados devem trabalhar em unanimidade representando seus países a fim de pensar em uma solução que seja condizente a nossa realidade e respeite a soberania dos países e os direitos humanos. O Conselho dos Direitos Humanos foi formado em 15 de Março de 2006 e é parte do corpo de apoio à Assembleia Geral das Nações Unidas. A criação do novo conselho foi aprovada por 170 membros da Assembléia - formada por 190. Quatro nações votaram contra (Estados Unidos, as Ilhas Marshall, Palau, e Israel). Os Estados Unidos, as Ilhas Marshall, Palau e Israel justificaram seus votos contrários, alegando que haveria pouco poder envolvido e não se

conseguiria evitar os abusos contra os Direitos Humanos que acontecem ao redor do mundo. O Conselho dos Direitos Humanos é formado por 47 países, sua principal finalidade é aconselhar a Assembleia Geral sobre situações em que os direitos humanos são violados, reforçando a promoção e a proteção dos direitos humanos em todo o planeta. O CDH possui autonomia investigativa diante de qualquer denúncia de violação dos Direitos Humanos em qualquer Estado-Membro da Assembleia-Geral das Nações Unidas (AGNU) e é responsável por conduzir investigações, nenhum país poderá escapar a essa investigação. Com o intuito de esclarecer as possíveis ameaças à dignidade humana, por promover assistência técnica, educação e aconselhamento na área, e por, ao final de cada investigação, tecer um relatório para esclarecer e denunciar as possíveis violações encontradas.

2. A Crise de Refugiados

2.1 Migração forçada Migração forçada é caracterizada pela junção de fatores externos que apresentem ameaças à vida ou à liberdade de escolha, quer tenha origem em causas naturais, quer em causas provocadas pelo homem - movimentos de refugiados ou migrantes ambientais forçados, por exemplo. As migrações forçadas dão origem aos chamados refugiados.

2.1.1 Refugiados

De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Estatuto dos Refugiados (1951), um refugiado é um indivíduo que se encontra impossibilitado de voltar a seu país de origem (ou que se recusa a fazer isso) por conta do medo efetivo de ser perseguido por discriminações, tais como raça, religião, nacionalidade ou participação em algum grupo social e político. Aliás, essas são definições adotadas pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) Os refugiados diferenciam-se de migrantes por representarem uma ameaça direta à própria vida e ao seu bem-estar, devido a diversos fatores como perseguições étnico-religiosas, políticas, territoriais, entre outros. Por possuírem estas condições adversas, todas as nações têm a responsabilidade de promover segurança e uma estrutura básica para o assentamento destes, até que haja uma estabilização e o desejo de retorno por parte dos refugiados. Não se pode forçar o retorno desses indivíduos contra a sua vontade, sendo esse o princípio de non- refoulement ou não-devolução.

2.2 Origem dos refugiados

O conflito na Síria continua sendo o maior motivador dessa onda migratória. Mas a violência constante no Afeganistão e na Eritreia, assim como a pobreza no Kosovo também têm levado pessoas dessas regiões a procurar asilo em outros países.

2.3 Rotas de migração para União Europeia

Mais de um milhão de refugiados atravessaram a fronteira para a Europa em 2015. Existem duas principais rotas para a Europa, a primeira é a através do norte da África, onde os refugiados atravessam o Mar Mediterrâneo. A segunda é a terrestre, sendo o principal fluxo pela Turquia. A rota marítima é cada vez mais perigosa a medida que barcos superlotados começaram a naufragar no mar Mediterrâneo, estima-se que mais de 3500 pessoas tenham perdido a vida ao tentar atravessar o Mediterrâneo central em 2015.

Contudo, apesar dos melhores esforços de algumas nações europeias no regate e salvamento de imigrantes que chegam pelo Mediterrâneo, como a Itália ao criar a Mare Nostrum em que se estima que cerca de 150 mil pessoas foram salvas. O corte no orçamento, a recusa do resto da comunidade europeia em colaborar e, a rejeição da opinião pública levaram essa operação a ser suspensa em 2014.

No lugar, foi instituída a operação Triton, que por sua vez conta com o controle e apoio de grande parte da comunidade europeia. Porém, ao contrário da Mare Nostrum, que tinha caráter humanitário e foco no bem-estar dos imigrantes, a Triton tem como objetivo principal a segurança das fronteiras europeias e, se limita as águas do continente.

Já, a rota originada na Turquia é conhecida por ser a mais utilizada pelos refugiados sírios e afegãos. Estima-se que mais de 170 mil pessoas dessas nacionalidades entraram na Europa a partir dela.

Mas também, essa rota se mostra particularmente dura. Isso porque, após chegarem a Grécia a grande maioria dos refugiados tem como objetivo atingir a Alemanha e outros países de economia mais robustas na Europa, o problema é que para chegar a esses países é necessário passar por muitas outras nações que tem suas fronteiras fechadas para refugiados. Como por exemplo a Hungria, que construiu um muro de 175km na fronteira com a Servia na tentativa de frear o fluxo constante de imigrantes ou mesmo a Alemanha, conhecida por ser a principal receptora de refugiados, que chegou a suspender por doze horas entrada de desses no país.

3. QUESTÃO SÍRIA

3.1 Localização

República Árabe da Síria é um país localizado na Ásia Ocidental. O território sírio de jure faz fronteira com o Líbano e o Mar Mediterrâneo a oeste; a Turquia ao norte; o Iraque a leste; a Jordânia ao sul e Israel ao sudoeste.

3.2 História

3.2.1 Antiguidade

A Síria possui uma história muito antiga, seu território foi primeiramente ocupado pelos arameus e assírios, depois disso diversos povos ocuparam esse território, como os persas, gregos e romanos. Posteriormente ela se tornou um dos maiores focos da Civilização Árabe, pois houve uma grande ascensão do islamismo.

3.2.2 Domínio Francês

No final de 1920 a Liga das Nações concorda em por a Siria sobre o mandato Francês. Síria e França negociaram um tratado de independência em setembro de 1936 e Hashim al-Atassi foi o primeiro presidente a ser eleito na primeira república moderna da Síria. No entanto, o tratado nunca entrou em vigor porque o legislador francês se recusou a ratificá-lo. Com a queda da França em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, a Síria criou uma contínua pressão de nacionalista que forçou o governo francês a evacuar suas tropas em abril de 1946, deixando o país nas mãos de um governo republicano que tinha sido formados durante esse período.

3.2.3 Independência O país conseguiu a independência em 1946. Em 1948, entrou em guerra com Israel, saindo desta perdedora. Sofreu ainda numerosos golpes militares. Aliou-se diversas vezes ao Egito, e acabou se envolvendo em guerras contra Israel como na Guerra dos Seis Dias e a Guerra de Yon Kippur, em ambas saiu com altas perdas. Os laços entre Síria e Irã começaram nos anos 1980, quando a Síria foi o único país árabe a apoiar o Irã na sua guerra de oito anos contra o Iraque. Simultaneamente à crescente deterioração das relações com Israel, a Síria passou a controlar militarmente o norte do Líbano, onde sustentou encontros com as forças de Israel e se opôs a presença de forças estadunidenses. Assim a Síria se caracterizou, durante a permanência de suas tropas no Líbano, pela sua oposição a todos os planos de paz dos Estados Unidos para o Oriente Médio No último golpe de estado, Hafez al-Assad tomou o poder como presidente, liderando o país por 30 anos e proibindo a criação de partidos de oposição e a participação de qualquer candidato de oposição em uma eleição. Após sua morte, o poder é passado a seu filho Bashar al-Assad em 2000 até os dias atuais.

3.2.4 Guerra Civil

A forte influências das revoluções da Primavera Árabe trouxeram na Síria uma cadeia de protestos pacíficos contra o atual presidente Bashar al-Assad em 2011. Quando as forças de segurança abriram fogo contra os manifestantes, matando a vários deles, ainda mais pessoas foram para as ruas. Houve manifestações em escala nacional pedindo a saída do presidente Assad.

Bashar al-Assad vendo que o conflito se tornou mais intenso, e que seus oponentes começaram a dominar cidades, ordenou bombardeios aéreos e ataques de mísseis a todas as cidades sob controle rebelde, além de enviar tropas para combate. Entretanto ocorre um grande número de desertores do exército, que se unem a causa rebelde, formando assim o Exército Sírio Livre, de grandes proporções de terra em toda a Síria. Ocorrem batalhas entre o exército do governo sírio e o Exército Sírio Livre em muitas províncias. Com esse agravamento da Guerra Civil, a Síria é suspensa da Liga Árabe, uma organização cujo objetivo é reforçar laços econômicos e culturais em nações árabes. Assim a Síria perde um grande apoio de seus vizinhos, o que agrava mais a situação do governo de Bashar al-Assad. A batalha foi muito além de ser contra ou favor de Assad - adquiriu um tom sectário, onde a maioria sunita enfrenta a ala xiita que apoia o presidente. A partir de 2013, aproveitando-se do caos da guerra civil na Síria e no Iraque, o Estado Islâmico começou a reivindicar territórios na região. Lutando inicialmente ao lado da oposição síria, as forças desta organização passaram a atacar qualquer uma das facções (sejam apoiadoras ou contrárias a Assad) envolvidas no conflito, buscando hegemonia total. Em junho de 2014, militantes deste grupo proclamaram um Califado na região, com seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, como o califa. Eles rapidamente iniciaram uma grande expansão militar, sobrepujando rivais e impondo lei islâmica nos territórios que controlavam. Então, diversas nações ocidentais, como os Estados Unidos, as nações da OTAN na Europa, e países do mundo árabe, temendo que o fortalecimento do EI representasse uma ameaça a sua própria segurança e a estabilidade da região, iniciaram uma intervenção armada na Síria, agravando sua guerra civil.

3.2 Divisões no território sírio

3.3 Refugiados sírios

Assim concluímos que o motivo pelo qual cresce o número de imigrantes sírios, não é somente pela guerra civil que acontece, mas também pela persistência de diversos grupos e países atuando no território sírio. A Síria até hoje já emulsionou 4 milhões de refugiados, sendo que 75% de sua população vive em estado de pobreza. Segundo a Anistia Internacional, a maioria dos refugiados sírios estão em apenas cinco países: Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque e Egito. A Turquia já recebeu cerca de 2 milhões de sírios e o Líbano, mais de um milhão. A explicação para isso é a proximidade. Diante de uma situação de guerra, os refugiados não têm muitas opções de fuga e optam pela rota mais fácil, que geralmente leva a países vizinhos. Mas ainda, diferentemente dos seus pares árabes e turcos, os países do Golfo (Arábia Saudita, Kuwait, Emirados Árabes, Catar, Bahrein e Omã) não ofereceram nenhum abrigo para refugiados sírios. Esses países preferiram doar dinheiro ao invés de abrir suas fronteiras. O Kuwait é o quinto maior doador entre 2012 e 2015, mas nenhum deles aceitou sequer abrigar um refugiado em seu território. Os países do Golfo não reconhecem refugiados, ou seja, não assinaram a Convenção de 1951 sobre refugiados.

Visto esse caos interno e a negação dos vizinhos próximos de conceder asilo, é de se entender o porquê de milhares de refugiados tentarem a vida na Europa. As entradas na UE são de 4 mil a 5 mil pessoas por dia em um bloco que tem 508 milhões de habitantes. A maioria dos candidatos de asilados que chegaram à Europa nos últimos meses tem buscado países que pouco sofreram com a crise econômica, como Alemanha, Áustria e Suécia.

4. Documentos Oficiais da ONU 4.1 Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)

A Carta das Nações Unidas reafirmou a fé nos direitos humanos, na dignidade e nos valores humanos das pessoas e convocou a todos seus estados-membros a promover respeito universal e observância dos direitos humanos e liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião. A seguir artigos selecionados para servir como base principal as discussões e resoluções do comitê.

Artigo 1.º Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

Artigo 4.º Ninguém pode ser mantido em escravidão ou em servidão; a escravatura e o comércio de escravos, sob qualquer forma, são proibidos.

Artigo 13.º Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no interior de um Estado. Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu, e o direito de regressar ao seu país.

Artigo 14.º Toda a pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de beneficiar de asilo em outros países. Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de processo realmente existente por crime de direito comum ou por atividades contrárias aos fins e aos princípios das Nações Unidas.

Artigo 15.º Todo o indivíduo tem direito a ter uma nacionalidade. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua nacionalidade nem do direito

de mudar de nacionalidade. Artigo 23.º Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfactórias de trabalho e à proteção contra o desemprego. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfactória, que lhe permita e à sua família uma existência conforme com a dignidade humana, e completada, se possível, por todos os outros meios de proteção social. Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e de se filiar em sindicatos para defesa dos seus interesses.

Artigo 26.º Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional deve ser generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em função do seu mérito. A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das atividades das Nações Unidas para a manutenção da paz. Os pais têm um direito preferencial para escolher o tipo de educação que será dada aos seus filhos.

4.2 Convenção de 1951

É uma determinação dos direitos e regulação do status legal dos refugiados. A Convenção consolida prévios instrumentos legais internacionais relativos aos refugiados e fornece a mais compreensiva codificação dos direitos dos refugiados a nível internacional. Ela estabelece padrões básicos para o tratamento de refugiados – sem, no entanto, impor limites para que os Estados possam desenvolver esse tratamento. A Convenção deve ser aplicada sem discriminação por raça, religião, sexo e país de origem. Além disso, estabelece cláusulas consideradas essenciais às quais nenhuma objeção deve ser feita. Entre essas cláusulas, incluem-se a definiçbo do termo “refugiado” e o chamado principio de non-refoulement (“nbo-devoluçbo”), o qual define que nenhum pais deve expulsar ou “devolver” (refouler) um refugiado, contra a vontade do mesmo, em quaisquer ocasiões, para um território onde ele ou ela sofra perseguição. Ainda, estabelece providências para a disponibilização de documentos, incluíndo documentos de viagem específicos para refugiados na forma de um “passaporte”. 4.3 Protocolo de 1967

Com o tempo e a emergência de novas situações geradoras de conflitos e perseguições, tornou-se crescente a necessidade de providências que colocasse os novos fluxos de refugiados sob a proteção das provisões da Convenção. Assim, um Protocolo relativo ao Estatuto dos Refugiados foi preparado e submetido à Assembléia Geral das Nações Unidas em 1966. O Protocolo de 1967 removeu os limites geográficos e temporais, expandindo o escopo da Convenção de 1951.

5. ANÁLISE GERAL

5.1 Formas de contenção Barreiras físicas

A construção de muros como forma de proteção de fronteiras no último século só tem crescido. É um exemplo disso o muro de 3 metros feito pela Hungria para conter os refugiados que chegam em seu país. Além das barreiras projetadas, podemos citar também barreiras naturais que impedem e/ou restringem o trânsito de pessoas, como mares, rios, relevos acidentados ou climas áridos. O maior exemplo dessa conjuntura pode ser encontrado no Mar Adriático, próximo à costa da Itália, um dos principais pontos de entrada ilegal para a União Europeia (UE).

Cotas migratórias

As políticas migratórias cada vez mais restritas não se restringem apenas ao controle aduaneiro ou ao combate à imigração ilegal, mas também é observável a movimentação de algumas nações por restrições ainda maiores para migrantes legais também. O uso de vistos já é uma prática recorrente e soberana, que propõe um controle de entrada, principalmente de turistas e trabalhadores qualificados. Atualmente vemos a proposta da Alemanha em criar cotas para o abrigo de refugiados por parte dos países-membros. A intenção é aliviar a pressão dos países na costa do Mar Mediterrâneo, que recebem o maior contingente de

imigrantes. A Comissão Europeia entende que o sistema de cotas é essencial para forçar os demais países do bloco a prestar solidariedade a parceiros como a Itália, Grécia e Malta. Porém diversos países rejeitam as cotas, sendo os maiores opositores Reino Unido, Dinamarca, Hungria e Irlanda.

5.2 Impactos econômicos e sociais A migração apresenta diversos fatores e consequências inerentes à sua própria definição. Ao longo desse tópico será abordada parte destes impactos como forma de promover uma análise mais compreensiva, por meio de diversos cenários e estudos.

5.2.1 Perspectiva Econômica

5.2.1.1 Aumento na força de trabalho

Migrantes geralmente estão dentro das faixas etárias que se enquadrariam na População Economicamente Ativa (PEA), assim como estudantes. Por mais que eles tragam dependentes o impacto final é positivo e aumenta a força produtiva.

5.2.1.2 Aumento da

Demanda Agregada e do PIB Real

Influxo de migrantes leva a um aumento na demanda agregada. Eles também contribuem para o crescimento dos gastos totais na economia. Além de promover a oferta de trabalho, há um aumento da demanda por trabalho, relacionado com o crescimento dos gastos totais. O fluxo migratório deveria levar a um aumento real do PIB - ceteris paribus, dentro de um contexto onde apenas um dos parâmetros é alterado, nesse caso do PIB bruto para o per capita - o impacto real é no PIB per capita.

5.2.1.3 Impacto positivo na

proporção dependência Com o envelhecimento populacional, o Reino Unido prevê um crescimento na proporção de dependência, porém, o trânsito de migrantes ajudaria a reduzir esta proporção. Migrantes são fontes de mão-de-obra, corroborando ainda mais para diminuir a relação da PEA e aposentados, o que beneficia o orçamento governamental, mas não necessariamente ampara estas pessoas.

5.2.1.4 Trabalho servil

Os migrantes em diversas nações muitas vezes atuam em profissões

consideradas degradantes ou inferiores, aliadas ao preconceito e à sua falta de integraçbo, o que gera uma ‘segunda- classe’ de cidadbos; torna-se propícia a sua exploração agravando ainda mais a dignidade do migrante. Cria-se nesse vácuo, fomentado pela falta de documentação ou pela barreira linguística, um antro muito amplo para o abuso, evidenciado por longas jornadas de trabalho, diferença salarial, falta de direitos trabalhistas e qualquer garantia.

5.3 Xenofobia

Não se pode precisar uma definição de xenofobia. No âmbito internacional, não há uma que seja aceita por todos, mas, mesmo assim, há tentativas de descrever esse fenômeno que ocorre desde os tempos mais remotos. Uma dessas tentativas descreve xenofobia como uma atitude, preconceito ou comportamento que rejeita, exclui e, frequentemente, deprecia determinado grupo etnico ou social com base num grau de ‘externaçbo’ aos valores da comunidade, sociedade e identidade nacional, sendo as principais vítimas os estrangeiros. Podemos estabelecer relações entre xenofobia e nacionalismo. Ambos partem do princípio de que os indivíduos de uma certa região devem se juntar para se fortalecer como um todo. A partir daí, os dois seguem a linha de que a nação é o resultado dessa união de pessoas e que, assim, o desenvolvimento deve ser buscado dessa forma, com os indivíduos unidos. Basta olharmos para o século XIX, mais especificamente para a unificação alemã: Otto von Bismarck utilizou esse princípio nas Guerras de Unificação contra a França. Com a vitória da Prússia, ele instigou o sentimento de que a Alemanha - inexistente na época - era um só Estado, uma só nação. Apesar do uso da força, ao contrário dos movimentos xenofóbicos, ele o fez para engrandecer e valorizar seu povo ao invés de diminuir outros. Portanto, o nacionalismo e a xenofobia, entre tantos pontos em comum, possuem um ponto que difere. Outra comparação que pode ser facilmente estabelecida é entre o racismo e a xenofobia. Os dois fenômenos possuem como ponto de partida a superioridade de um povo sobre o outro. Tais argumentos são usados para denegrir e diminuir qualquer um que, pelo indivíduo racista, seja considerado inferior por quaisquer que sejam os motivos. Com o racismo estabelecendo essa diferença na crença de que há fator determinante de inteligência, de características culturais e de comportamento morais, o racismo exclui pontos fundamentais da xenofobia. Fazendo uma relação lógica, podemos, então, concluir que, ao somarmos nacionalismo e racismo - pegando os pontos em comum dos dois com o terceiro - teremos a xenofobia? Veremos que não é bem assim: a xenofobia exclui, de forma violenta, qualquer um que não tenha semelhança alguma com o outro, seja de cor, origem, religião, etc., enquanto que a junção do racismo com o nacionalismo resulta apenas na xenofobia em relação à origem e à raça. Contudo, a xenofobia pode, também, mostrar sua face nos movimentos

de ódio que dizem respeito a outras religiões ou outras culturas.

6. A Eminência de uma Mudança no Cenário Atual 6.1 Macron na França Macron defende maior acesso ao mercado comum da União Europeia e maior união econômica dentro do bloco, além disso promove uma maior avaliação de antecedentes e solicitações de asilo, o que pode diminuir drasticamente o número de refugiados a entrar no país, e pode influênciar os países vizinhos a tomarem decisões parecidas. O Gabinete de Macron rompe fronteiras partidárias, metade homens, metade mulheres, e que mistura nomes conhecidos da política com personalidade da sociedade civil e inclui conservadores, centristas e socialistas. 6.2 As Ofensivas de Trump No início de Abril de 2017 os Estados Unidos realizaram a sua primeira ofensiva militar contra o exército da Síria bombardear a base aérea de Al-Shayrat, província de Homs. O movimento foi uma resposta ao suposto ataque químico conduzido pelo regime de Bashar Al-Assad. O ataque americano aconteceu na base de onde os aviões em tese responsáveis pelo massacre químico teriam decolado. Segundo o Pentágono, essa base é, ainda, o local no qual o governo sírio estaria armazenando essas armas. 59 mísseis foram lançados pelos EUA do Mar Mediterrâneo. O comando do exército da Síria rechaçou a ação militar americana contra a sua base aérea e segue afirmando não ter tido qualquer responsabilidade sobre o uso de armas químicas contra civis. Ao todo, o ataque deixou 9 mortos e dezenas de feridos. Para as autoridades sírias, ao bombardear o regime de Assad, os EUA fortaleceram o grupo extremista Estado Islâmico, que tenta estabelecer um califado na Síria e Iraque, e o Frente de Conquista do Levante (ex-Frente Al-Nusra que já foi ligado à rede Al Qaeda). Agora, o governo promete realizar “a maior ofensiva” contra os rebeldes e disse que os americanos foram

convencidos a agir depois de terem sido “inocentemente convencidos por uma

campanha falsa de propaganda”. O governo Russo também condenou o ataque, o classificando como uma agressão a um Estado soberano e violação de direito internacional, e anunciou a suspensão de um acordo firmado com os EUA no qual os países coordenavam suas ações militares na Síria. Já as autoridades de Alemanha, França, Espanha, Reino Unido, Canadá e Israel manifestaram seu apoio ao bombardeio dos Estados Unidos.

Trump promove uma instabilidade no cenário mundial cada vez maior, em meados de abril o presidente norte americano autorizou o Pentágono a testar no Afeganistão sua bomba convencional mais poderosa, a Massive Ordnance Air Blast (Munição de Explosão Aérea Massiva) ou MOAB, popularizada como Mother of All Bombs (Mãe de Todas as Bombas). Esse evento de 13 de abril despertou o mesmo ufanismo militarista do inconsequente bombardeio de uma base síria com mísseis Tomahawk, seis dias antes. Essa bomba foi supostamente lançada sobre uma base subterrânea do Estado Islâmico formada por túneis e cavernas, teria matado exatamente 94 fundamentalistas, quase 20% dos efetivos estimados da organização em todo o Afeganistão. Entretanto o próprio Estado Islâmico afirma não ter sofrido nenhuma baixa, bem como os militares Afeganistões. Logo no início de Maio de 2017, Vladimir Putin tomou a iniciativa de ligar a Trump e propor um acordo de paz, com separação física dos combatentes e suspensão dos voos da Força Aérea síria. O presidente dos EUA prometeu enviar um representante às negociações em Astana, no Cazaquistão. A própria Turquia, cujas relações com o Ocidente são cada vez mais tensas, precisa chegar a termos com o Kremlin para não se isolar. Uma ruptura do governo de Recep Tayyip Erdogan com a Otan e a União Europeia pode vir a ser uma das consequências dos erros de Washington na Síria. 7. O CONTEXTO MIGRATÓRIO DAS MINORIAS Pode-se afirmar que as minorias são as mais suscetíveis a pressões que levam à migração forçada e as que mais sofrem os efeitos de barreiras migracionais. Um total de 63% de pessoas deslocadas em 2013 de seu país por motivos de violência, intimidação às minorias, aos menores e às mulheres e conflitos veio de diversos pontos da Síria, Colômbia, Nigéria, República Democrática do Congo e Sudão. Nesses tópicos analisaremos os principais grupos afetados. 7.1. Mulheres A globalização como fenômeno de inclusão e integração de diversos setores fez com que nações inserissem as mulheres no mercado de trabalho, proporcionando uma maior escala de deslocamentos transnacionais. O papel das mulheres se mostra cada vez mais significativo. Porém, não há regulação eficaz que proteja adequadamente as trabalhadoras. Considerando o rápido aumento de migração laboral feminina, fenômeno conhecido como “feminilização da migração”, na qual predomina a mão-de-obra não-qualificada alocada no setor privado, tornou-se necessário discutir questões relacionadas à proteção da mulher. Elaborou-se, então, uma recomendação internacional de direitos humanos específica para as mulheres migrantes. Todavia, existe uma certa dificuldade de adequação com a legislação do país de destino porque seus direitos são frequentemente postos em causa, principalmente quando partem estão em situação ilegal ou de refúgio. Embora

não existam informações seguras sobre o número de migrantes sem documentos por sexo, o relatório sobre Gênero e Migração elaborado pela Global Commission on International Migration sustenta que devido à “[...] subavaliação

do trabalho das mulheres e às restrições do seu direito ao trabalho, as mulheres migrantes são, mais do que os homens, estatisticamente invisíveis e são, ou poderão vir a ser, ou não, documentadas”. (ILO, 2008). Esta invisibilidade acaba

por despertar a participação da sociedade patriarcal, o que leva a casos de exploração e abuso, podendo este até ser análogo à escravidão. Muitas mulheres são contrabandeadas por meio de traficantes profissionais. Enquanto algumas estão cientes do fato que estão fazendo parte de um esquema criminoso, outras são recrutadas para trabalhar em prometidas ocupações legítimas, porém, tendo suas expectativas contrariadas, acabam presas à prostituição forçada, casamentos, trabalho doméstico e outras formas de exploração. A vulnerabilidade leva aos principais sofrimentos enfrentados pelo grupo minoritário. As mulheres migrantes se encontram mais expostas por estarem alocadas em empregos que se concentram sobretudo na economia informal e, por conseguinte, não são contemplados pela legislação trabalhista e pelas disposições de segurança e assistência social do país de destino (ILO, 2004). A inserção da mulher no mercado de trabalho pode ser vista como um fator que leva à perda da identidade social e pessoal do homem, uma vez que a divisão mais igualitária do trabalho questiona a atuação normativa masculina, pondo em risco sua ‘autoridade’ e seu ‘argumento’, a masculinidade. Apesar dos esforços feitos pelas mulheres para conquistar maior visibilidade social ao longo da história, sabe-se que ainda há desigualdade de gênero representada em diversas áreas do cotidiano. A imposição do patriarcado limitou a livre expressão feminina, que de certa forma ainda é, em boa parte do globo, submissa, o que leva à segregação mundial no mercado de trabalho, visto que para os homens a acessibilidade é facilitada e, para as mulheres, reduzida. Dessa forma o setor de serviços acaba reforçando os papéis tradicionais de gênero. Elas sofrem uma ampla gama de problemas que mitigam suas liberdades individuais e ameaçam sua dignidade, como assédio sexual, violência, abuso, tortura e diferentes formas de exploração. O trauma de terem sido desenraizadas, desprovidas de uma família original e do apoio da comunidade ou dos laços culturais, da mudança abrupta nas funções e status, faz com que algumas mulheres sejam, em determinadas circunstâncias, mais vulneráveis do que outras (ACNUR, 2002). 7.2. Crianças 7.2.1. Crianças migrantes não-acompanhadas Muitas comunidades consideram normal que as crianças trabalhem e ajudem as famílias a suprir as suas necessidades. As próprias crianças veem o seu trabalho como um auxílio para a renda familiar. Quando uma família acorda, por

consentimento, com a atribuição de responsabilidades às crianças, isso pode levá-las a migrar. A inserção em família de acolhimento é um hábito comum na África Ocidental, em que as crianças, sobretudo meninas, são enviadas para viver com familiares que se encontram até mesmo distantes. Assim, as crianças migradas são coagidas a ajudar a realizar tarefas na família de acolhimento. Esta prática é considerada normal e socialmente aceitável, não sendo considerada trabalho infantil, por falta de legislação nos países onde esta atividade é recorrente. Todavia, este costume conduz a diversas situações de exploração e abuso que por vezes os pais não imaginam. O mesmo sistema existe em diferentes regiões do mundo, por exemplo o Restavek no Haiti, em que crianças são enviadas pelos pais para viver com outros familiares ou pessoas com quem não têm parentesco, para auxiliar no trabalho doméstico (SOMMERFELT, 2002; HOFFMANN, 2012). Porém, muitos que vivem sob o Restavek se encontram na pobreza e não recebem educação adequada, além de serem abusadas. Embora as situações de exploração não devam ser superestimadas, também deve-se considerar os benefícios que as crianças poderiam obter da migração, incluindo melhor educação ou formação, melhores oportunidades socioeconômicas, além de um acesso mais amplo aos serviços de saúde (DOTTRIDGE, 2011). Contudo, experiências negativas são mais frequentes e preocupantes. Levando isto em consideração, temos que os principais riscos associados às crianças migrantes não acompanhadas são: o tráfico e a apatridia. 7.2.2. Crianças que migram com os pais ou familiares Apesar de este tipo de migração ser muitas vezes idealizado como provável melhoria das condições de vida, esta observação nem sempre se verifica, porque depende do contexto em que o processo migratório se insere. É necessário distinguir duas categorias em particular: os filhos de migrantes legais e de migrantes ilegais. Primeiramente, as crianças de migrantes legais, embora estejam sujeitas a muitos tipos de discriminação, têm acesso mais amplo a serviços básicos e, consequentemente, a melhores oportunidades. As proles de migrantes ilegais têm uma vida mais centrada em si próprias e nas suas famílias, devido ao sentimento de insegurança permanente. O fenômeno de aculturação é mais significativo para as crianças, uma vez que altera o seu comportamento individual em fase de desenvolvimento. No entanto, as consequências a longo prazo desse processo são extremamente diversificadas e dependem de variáveis sociais e pessoais relacionadas tanto com a sociedade de origem quanto com a de destino (BERRY, 1997). São utilizadas quatro estratégias de aculturação por qualquer pessoa, dependendo do desejo que têm de manter a sua herança e identidade cultural e de se envolver na sociedade como um todo (BERRY, 2006), são elas assimilação, separação, marginalização e integração. Conclui-se que o ambiente em que as crianças se

encontram desempenha um papel significativo na forma em que elas assimilam as culturas com que estão em contato. 8. DIREITO DOS IMIGRANTES Os intercâmbios internacionais fazem com que o direito transcenda os limites territoriais da soberania estatal, o que cria a necessidade de um conjunto de normas capaz de regular e disciplinar as atividades exteriores da sociedade dos Estados – ou seja, normas de direito internacional público, também chamado de direito das gentes Já que a legislação varia em cada país, não podemos considerar que existam “direitos básicos dos imigrantes” homogêneos em todos os locais. Tais normas

deveriam ser reconhecidas por meio de tratados bilaterais e estes ainda são poucos, infelizmente. Porém, deveriam ser assegurados: ● O direito à saúde: Um imigrante que se encontre em território nacional e precise de qualquer tipo de cuidados de saúde tem o direito a ser assistido num centro de saúde ou num hospital, sem que esses serviços possam recusar-se a atendê-lo com base em quaisquer razões ligadas a nacionalidade, falta de meios econômicos, falta de legalização ou outra. ● O direito à educação: Todos têm direito ao ensino, inclusive com a garantia do direito à igualdade de oportunidades de acesso e êxito escolar. A educação é essencial para o desenvolvimento de todos, proporcionando melhores oportunidades de vida. ● O direito à cultura: O Estado deve promover a democratização da cultura, incentivando e assegurando o acesso de todos os cidadãos a fruição e criação cultural. Os imigrantes têm direito ao aproveitamento e criação cultural, e à cultura física e ao desporto em termos idênticos aos cidadãos nacionais. ● Os direitos, liberdades e garantias trabalhistas: Os trabalhadores imigrantes gozam da garantia de segurança no emprego, sendo proibidos os despedimentos sem justa causa ou por motivos políticos ou ideológicos, bem como do direito à liberdade sindical; eles também podem inscrever-se, votar e ser eleitos para os órgãos das associações sindicais, tendo gozarem o direito de participar na criação de comissões de trabalhadores e o direito à greve, como os trabalhadores nacionais, além de poderem receber o subsídio das férias, a proteção na maternidade e paternidade e obter regime especial, caso seja trabalhador estudante. Há também a igualdade de tratamento

dos trabalhadores estrangeiros e nacionais em caso de acidentes de trabalho em países membros da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em matéria de indenizações (Convenção no19 da OIT, de 1925). ● Os direitos, liberdades e garantias pessoais: Todos os imigrantes têm direitos, mas os imigrantes em situação irregular gozam de menos direitos do que os que se encontram em situação regular, ou seja, alguns direitos anteriormente citados, como os trabalhistas, não se aplicam aos ilegais. Nesse sentido, a Convenção no143 da OIT (1975) enfrenta o problema das imigrações irregulares, afirmando a necessidade de se regularizar o trabalhador em situação ilegal. Na Convenção estão previstas punições para os traficantes de mão-de-obra e para os empregadores que admitem as condições ilegais, prevendo a colaboração internacional para que as sanções sejam efetivas. A primeira é relativa às migrações em condições abusivas e à necessidade de respeitar os direitos fundamentais de todos os trabalhadores migrantes, inclusive daqueles que tiverem perdido seus empregos ou estiverem em condições irregulares; e a segunda trata da igualdade de tratamento, com base nos princípios contidos na Convenção nº. 111, que se pauta pela igualdade de condições, de acesso e de manutenção ao emprego dos trabalhadores migrantes e suas famílias. 9. POSICIONAMENTO DE BLOCOS África do Sul É um país que recebe muito refugiados de outras regiões da africa, relações concisas com os acordos acerca de refugiados.

Alemanha É um dos países que mais recebe refugiados da União Europeia, apoia financeiramente e é extremamente ativa em relação a propostas para integração e distribuição dos refugiados. Promoveu as Cotas Migratórias na União Europeia, em que cada país europeu receberia refugiados de acordo com a densidade demográfica, econômica e população; garantindo assim uma melhor distribuição dos refugiados de modo a não sobrecarregar países como a Itália ou a Grécia. Porém foi amplamente criticada pelo Reino Unido, Hungria, Dinamarca e Holanda.

Anistia Internacional Anistia Internacional é um movimento global com mais de 7 milhões de apoiadores, que realiza ações e campanhas para que os direitos humanos internacionalmente reconhecidos sejam respeitados e protegidos. Está presente em mais de 150 países e luta fortemente para que os direitos dos refugiados sejam garantidos.

Arábia Saudita Não é signatária de nenhuma convenção ou protocolo, portanto não reconhecem refugiados, podendo deportá-los, ou mesmo não garantindo direito à eles. Não aceitem refugiados em seu território, porém podem ajudar economicamente.

China Possui uma densidade demográfica muito alta e por isso não pensa em receber refugiados, mas tentam ajudar economicamente. Egito É um dos países que mais recebe refugiados do mundo, até o começo de 2016 já receberam cerca de 5 milhões. Atualmente aumentaram o rigor para as políticas de refugiados sírios e palestinos, juntamente com o sentimento xenofóbico em relação aos sírios, que é crescente dentro da população. Eles alegam prioridade à segurança do país, afirmando que podem haver terroristas infiltrados nas levas de refugiados. Estados Unidos da América (EUA) Defende que haja uma melhor distribuição dos refugiados, essencialmente nos países próximos aos pontos que saem esses imigrantes. Tem interesse em ajudar economicamente essa questão. Eritreia Conquistou sua independência somente 1993, governado por um só partido, sofre com seca, perseguição religiosa e imensas dificuldades econômicas, é um dos países que mais possui refugiados pelo continente africano. . França Recebe refugiados e apoia economicamente, porém possui ampla cautela em sua políticas de refugiados, de modo a garantir que não sejam infiltrados terroristas. Propõem a criação de centros nos países de origem dos refugiados. Grécia Com a crise econômica, a Grécia alega não ter condições para dar asilo aos refugiados, acredita que deve haver uma melhor distribuição deles pela União Europeia, pois seu país está sobrecarregado. As ilhas gregas estão com muitos refugiados, perdendo seu valor turístico, e portanto uma estagnação num dos maiores setores econômicos gregos.

Hungria Em 2014, a Hungria recebeu mais refugiados per capita do que qualquer outro país da UE fora a Suécia. Sendo que ela é abertamente contra a política de cotas migratórias. "A face da civilização européia [...] nunca mais será o que ela é agora. Não há

volta de uma Europa multicultural. Nem para uma Europa cristã, nem para o mundo de culturas nacionais". — Viktor Orban, Primeiro Ministro da Hungria.

Iraque Possui muito refugiados, porém também é um país que emulsiona muitos refugiados. Não oferece grande ajuda monetária, mas continuará apoiando os campos de refugiados em seu país. Israel Não aceitam refugiados sírios por seu território ser pequeno e questões de segurança. Acreditam que a entrada de refugiados em Israel seja inviável tendo em vista o ódio que terroristas islâmicos tem essencialmente com Israel, e portanto pode haver infiltração de extremistas entre os migrantes. Itália Ajuda monetariamente, e defende uma maior distribuição dos refugiados, tendo em vista que seu país foi um dos que mais recebeu refugiados. Tais refugiados usam a rota do mar Mediterrâneo, e por isso a Itália foi percursora em políticas que buscavam a proteção dos refugiados.

Assim a Itália criou o Mare Nostrum, uma operação em que 150 mil pessoas foram salvas no mar Mediterrâneo. Porém ela foi suspensa em 2014, pela rejeição da opinião pública, e a recusa da comunidade europeia de ajudar. Depois foi posta a Operação Triton, esta com apoio da comunidade europeia, possuía um caráter muito mais de proteger as fronteiras europeias do que salvar os refugiados. Japão

Pelo fato do Japão ser um pais “isolado” ele não recebe muitos refugiados,

porém possui interesse em ajudar monetariamente os países receptores. Líbano Sofreu com as guerras civis após a independência da França, tornando-se um país fraco economicamente, ainda assim é um dos países que mais recebe refugiados. Critica a União Europeia em relação a sua falta de interesse para políticas de asilo e criação de campos de refugiados.

Reino Unido (UK) Alega sofrer com a crise de 2008, afirmando que as taxas de desemprego ainda são muito grandes, e portanto não possui a capacidade para receber refugiados. Foram amplamente contra a política de Cotas Migratória, proposta que buscava distribuição de refugiados na União Europeia.

Russia Apesar de seu imenso território, a Rússia alega não poder receber refugiados por possuir condições climáticas desfavoráveis, e também por questões de segurança, tendo em vista sua atuação direta na Síria, ela teme um possível ataque terrorista em seu país. Ainda assim, apoia financeiramente o Comissariado da ONU para refugiados. Síria De acordo com o ACNUR o número de refugiados sírios superou a 4 milhões, é a pior crise de refugiados de uma população em uma geração. Estima-se que três em cada quatros sírios vivem em estado de pobreza.

A Síria defende que a única forma de acabar com essa crise humanitária é derrotar o Estado Islâmico, e silenciar os rebeldes, pondo fim a guerra civil. Acerca dessas medidas tem apoio da Rússia, que apoia o presidente sírio Bashar Al-Assad. Também se preocupa com a perda da cultura, a dizimação do povo sírio, assim pede ajuda de seus países vizinhos principalmente.

Turquia A Turquia também é de suma importãncai no assunto dos refugiados, por ser o maior recebedor de refugiados da Europa e ser porta de entrada para a Europa. Os membros da União Europeia tentam de todas as formas auxiliar a Turquia e estão dispostos a ceder um lugar dentre as potências Europeias por conta de seu posicionamento quanto aos imigrantes. É o país que mais recebeu refugiados, tendo diversos campos para tais, e pretende continuar com a mesma conduta, porém pede ajuda financeira dos países. É importante ressaltar os termos do novo acordo assinado no Conselho Europeu entre os 28 Estados-membros da União Europeia e a Turquia, os migrantes que chegarem ao território grego serão enviados de volta para a Turquia se não fizerem um pedido de asilo ou se este for rejeitado. Por cada sírio que chegar, a UE compromete-se a ir buscar um outro e recolocá-lo num dos países da União.

Para União Europeia é extremamente vantajoso, pois esta só receberia refugiados “seguros”, ou seja já entrevistados, e residentes na Turquia por dois anos sem mostrar má conduta.

Em troca a Turquia recebe apoios financeiros da UE e concessões políticas. Além disso, a Turquia vê como oportunidade seu poder entrar na União Europeia através desse acordo. 10. BIBLIOGRAFIA http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/09/russia-adia-investigacao-da-onu-sobre-armas-quimicas-na-siria-4838838.html http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/10/151012_crise_siria_entenda_rb http://pt.gatestoneinstitute.org/6192/europa-migracao http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/09/150904_graficos_imigracao_europa_rm http://www.cartacapital.com.br/internacional/perguntas-e-respostas-crise-imigratoria-na-

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