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CONSELHO DE CLASSE PARA QUÊ?

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CONSELHO DE CLASSE PARA QUÊ?

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Este importante instrumento de participação muitas vezes é utilizado como uma ferramenta burocrática. Centrado no corpo docente, pode virar um “jogo” do quem dá mais ou menos, qual é o aluno “bonzinho” ou “quietinho”, pouco contribuindo na tomada de decisões sobre o trabalho pedagógico desenvolvido nas escolas no decorrer do ano letivo.

Revista mundo jovemMarço/2010.

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Fábula para professores e cidadãos:O conselho de classe

Último dia do ano letivo e a sala está cheia. A expectativa de todo mundo é que seja feito um conselho de classe rápido. Todos estão planejando os presentes e as festividades do fim do ano. A coordenadora do conselho inicia os trabalhos:

- Coordenadora: Mais um ano se passou. As regras todos já sabem. O aluno que não conseguir 20 pontos nos 4 bimestres vai para a decisão do conselho. Escolheremos em conjunto se tais alunos vão passar de ano. Temos aqui uma gestão democrática.

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Ouvindo tudo e a todos, havia um professor cujas palavras ficavam mais nas suas idéias do que na sua boca. Pensando sobre tudo que havia visto e ouvido, suas palavras começavam a se projetar no seu mundo das idéias.

Professor (em pensamento): Gestão democrática!? Se dizem que a esperança é a última que morre, a democracia deve ser a primeira. Não escolhemos o secretário de educação, o coordenador da nossa região e, muito menos, o nosso diretor. Agora volta o discurso da democracia no momento que temos um monte de analfabetos funcionais correndo o risco de serem reprovados. Será que a coordenadora do conselho acredita mesmo no que está fazendo?

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O nosso professor ficava divagando sobre o grau de alienação da coordenadora. Ele nem pôde perceber que os seus pares estavam com muitos diários escritos a lápis. Junto com a fala da coordenadora do conselho, a conversa de pé de ouvido entre os professores girava em torno das coisas mais distintas: novas receitas sobre a ceia de Natal, manifestações de alegria em relação ao time do coração, as alianças de professores com políticos para o próximo ano. Falava-se sobre tudo, menos sobre o ano trabalhado.

Coordenadora: Temos aqui a situação do fulano de tal. Ele ficou com 18 pontos em português, 18 em Matemática, 17 em Física e 16 em História. Vamos lá então: professores das áreas citadas, o aluno merece ganhar os pontos necessários em cada uma das matérias?

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Professor de Português: olha, o menino aí não quer nada com nada. Acho que é um erro passá-lo.Professor de Matemática: concordo com a opinião da colegaProfessor de Físicas: idemProfessor de História: idem

Coordenadora: Olhe professores, a nossa escola tem uma gestão democrática. A questão é que se reprovar os alunos, muito provavelmente, eles deixarão a escola. Com isso, a escola perde recursos e perde turmas. Pode ocorrer que alguns professores tenham que sair da escola. Aqui nós somos uma família, uma família democrática. A decisão é de vocês.

Tinha-se substituído o conselho de classe e inaugurado a fábrica da materialização dos pontos. Quase ninguém percebeu a sutileza do discurso da coordenadora. Dizendo-se pensar no bem estar de todos os professores, a coordenadora cumpria as ordens de passar todo mundo. Contudo, nem todos estavam encantados pelo discurso da sereia.

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Tinha-se substituído o conselho de classe e inaugurado a fábrica da materialização dos pontos. Quase ninguém percebeu a sutileza do discurso da coordenadora. Dizendo-se pensar no bem estar de todos os professores, a coordenadora cumpria as ordens de passar todo mundo. Contudo, nem todos estavam encantados pelo discurso da sereia.

Professor ( em pensamento): É incrível! O autoritarismo brasileiro é de uma mistura de paternalismo com individualismo. Quem quer correr o risco de reprovar alunos e parar em Santa Isabel do Rio Preto? Ainda bem que Hitler e Mussolini não nasceram no Brasil. Será que os meus pares perceberam a estratégia do afeto autoritário? Professor de Português: Pensando melhor, acho que posso dar os 2 pontos pra ele...Professor de Matemática: Não serei eu que prejudicarei algum companheiro meu, darei os pontos.Professor de Física: A coordenadora falou muito bem. Família protege seus membros. O aluno tem os meus pontos e a senhora coordenadora tem a minha admiração.Professor de História: Eu não darei ponto algum. O aluno em questão não possui as competências necessárias para passar de ano.

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A sala dos professores foi tomada por um silêncio sepulcral. Daqueles silêncios que ocorrem quando se comete uma descortesia enorme. Os professores olhavam uns para os outros com a cara de preocupados. Sabiam que o professor de História não vestia a camisa da escola. O silêncio fora quebrado pela fala da coordenadora.

Coordenadora: Meu querido professor de História, eu sei que pode parecer que estou pedindo para passar o menino. O que eu desejo é a melhor solução pra todos: para o aluno, para a escola e para o professor. Se o senhor não concordar eu terei que chamar a decisão para o conselho de classe.Professor de Física: Meu amigo, você sabe que os tempos são outros. Não vamos aqui ficar segurando o aluno. Ele é como um pássaro que deve aprender a voar sozinho.

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Lá estava então o nosso professor de História. Ele, mais uma vez, não tinha conseguido ficar calado. Era o centro das atenções, Ele podia ouvir os comentários dos outros professores sobre a sua postura, podia sentir os olhares de reprovação, podia ver os relógios sendo olhados pelos seus colegas de profissão. Ele só sabia fazer uma coisa na vida. Quisera Deus que ele fosse bom no que fazia. E ele era.

Professor de História: Meus colegas de profissão. A nossa discussão não é se aprovamos ou não o aluno em questão. O aluno é o cara errado na hora errada. Ano que vem teremos outro e outro. O que devemos discutir é se aceitamos que o Estado forneça a pior educação possível para nossos alunos. Todos nós sabemos que ajudamos, e muito, os alunos para passarem de ano. Qual é o sentido em passarmos um aluno que não tem condições de prosseguir seus estudos? Será que ele aprenderá a voar sozinho? O que pensávamos quando conseguimos nossos diplomas de licenciatura? Passar todos sem distinção ou ensinar algo a alguém? Não estaríamos traindo o ideal da educação quando nos rebaixamos e fazemos o jogo sujo do Estado que acha que passar todo mundo é a solução?

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Coordenadora: Tudo o que o senhor falou é muito bonito. Deixe-me ensinar uma coisa pra você. Eu já estou nisso há muito anos. Já vi vários idealistas como você reconhecerem que idéias não garantem a comida na mesa. Faço o que me mandam fazer. Ganho para isso. A única coisa que quero é me aposentar e jogar tudo isso para o alto. O senhor não é burro, sabe que não pode vencer o Estado. Sabe que não pode vencer o sistema educacional. Sendo assim, por que continua reclamando sobre o que é inevitável? Por que não dá os pontos do sujeito e vamos todos curtir as nossas merecidas férias?

Professor de História: Faço tudo isso porque posso, porque agüento. Não sou o que o Estado quer que eu seja. Saudações ao seu chefe e diga pra ele que nem todos têm preço.

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Ao fim do conselho de classe, todos os alunos tinham sido aprovados. O professor

de História tinha sido o único a voltar contra a doação dos pontos. Os termos "educação" e "enrolação" tinham se tornados a mesma

coisa. A vida voltava ao normal e a educação continuava sendo aquela coisa apreciadas por muitos e compreendida por poucos.

Fonte: http://sanger1983.blogspot.com/2010/12/fabula-para-professores-e-cidadaos-o.html

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REFLEXÃO

• Como acontecem os conselhos de classe na nossas escolas?

• Qual a participação dos alunos e pais no conselho de classe?

• Será possível usar o conselho de classe para avaliar a pedagogia da escola, em vez de avaliar somente os alunos?

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OBJETIVO DO CONSELHO DE CLASSE

Ser espaço de decisão coletiva, de forma que a análise do desempenho do ensino e da aprendizagem seja feita de forma preventiva e participativa.

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Características e Finalidade

• As características básicas do Conselho de Classe são: – a) a forma de participação direta efetiva e entrelaçada dos

profissionais que atuam no processo pedagógico; – b) sua organização interdisciplinar; – c) a centralidade da avaliação escolar como foco de trabalho da

instância.

• A finalidade da reunião do Conselho de Classe, após analisar as informações e dados apresentados, é a de intervir em tempo hábil no processo de ensino e aprendizagem, oportunizando ao aluno formas diferenciadas de apropriar-se dos conteúdos curriculares estabelecidos. É da responsabilidade da equipe pedagógica organizar as informações e dados coletados a serem analisados no Conselho de Classe.

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• Cabe, também, ao Conselho de Classe, verificar se os objetivos, conteúdos, procedimentos metodológicos, avaliativos e relações estabelecidas na ação pedagógico-educativa, estão sendo cumpridos de maneira coerente com o Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino.

• Outrossim, o Conselho de Classe é um espaço de reflexão pedagógica, onde todos os sujeitos do processo educativo, de forma coletiva, discutem alternativas e propõem ações educativas eficazes que possam vir a sanar necessidades/dificuldades apontadas no processo ensino e aprendizagem.

• O Conselho de Classe é composto pelo(a) diretor(a) e/ou diretor(a) auxiliar, pela equipe pedagógica, por todos os docentes e os alunos representantes que atuam numa mesma turma e/ou série, por meio de:– I. Pré-Conselho de Classe com toda a turma em sala de aula, sob a coordenação

do professor representante de turma e/ou pelo(s) pedagogo(s);– II. Conselho de Classe Integrado, com a participação da equipe de direção, da

equipe pedagógica, da equipe docente, da representação facultativa de alunos e pais de alunos por turma e/ou série.

– A convocação, pela direção, das reuniões ordinárias ou extraordinárias do Conselho de Classe, deve ser divulgada em edital, com antecedência de 48(quarenta e oito) horas, devendo reunir-se ordinariamente em datas previstas em calendário escolar e, extraordinariamente, sempre que se fizer necessário.

– As reuniões devem ser lavradas em Ata, pela secretaria da escola, como forma de registro das decisões tomadas.

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Conselho de Classe Participativo

Como parte da proposta interventiva, este objetiva sensibilizar os profissionais da educação, alunos e comunidade escolar para trabalhar com o CONSELHO DE CLASSE, como espaço de formação coletiva, de forma que a análise do desempenho do ensino e da aprendizagem seja feita de forma participativa e reflexiva.

Com essa participação efetiva dos seus diferentes integrantes e a reflexão sobre as necessidades pedagógicas da escola, proposição de ações concretas, viáveis e aplicáveis no desenvolvimento/organização de metodologias que primem pela qualidade do ensino e da aprendizagem.

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• Mostrar dados relevantes ao andamento das ações na escola pelo gestor (instrumental de questionário do gestor);

• Analisar dados que demonstram índices de desempenho por disciplina/turma; (estatísticas)

• Elucidar situações que influenciam no desempenho escolar, através dos instrumentais:– Ficha analítica da turma (

preenchidas pela turma /líder e vice-líder e seu prof. Conselheiro);– Questionário dos pais (enviado aos pais pela orientação educacional);– Ficha de Registro de Dif. Aprendizagem - anexo III da Portaria 1001/08

(preenchida pelo professor e levada ao conselho de classe e entregue p/ arquivo junto ao diário após conselho).

Obs: ambas situações deverão ser compiladas no instrumental de conselho de classe – relatadas pela supervisão escolar durante o conselho.

Direcionamentos p/ Conselho de Classe

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• Discutir coletivamente sobre o trabalho pedagógico realizado (evidenciar fatores que interfiram no processo);

• Levantar sugestões de melhorias do processo de ensino (anotar no instrumental de conselho de classe – supervisão escolar);

• Traçar estratégias interventivas para sanar as problemáticas evidenciadas (quando?, quem? e como?);

• Aos conselhos de classes posteriores fazer devolutiva das ações traçadas que foram atingidas e as que não obtiveram sucesso para replanejá-las;

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Mecanismos auxiliares

• CONTRATO PEDAGÓGICO, como instrumento de avaliação dos resultados. O contrato pedagógico não se trata de um ideal, algo que sempre se persegue e nunca se atinge. Esse pacto coletivo de confiança nada mais é do que um conjunto de parâmetros que delineiam as ações do coletivo em prol do bem comum: a efetivação do trabalho educativo – a aprendizagem.

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Como fazer esse contrato?

Esse contrato nada mais é que um documento, listando os deveres e obrigações dos alunos e do professor também. Junto com essa lista, deve ser apresentado nesse mesmo contrato, um resumo dos assuntos abordados, apenas os principais tópicos são suficientes para elucidar qualquer dúvida em relação ao conteúdo.

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Como preparar esse documento?

O processo de preparação desse documento é simples, veja um modelo com os tópicos principais que devem estar presentes no contrato:

• Direitos e deveres do discente • Direitos e deveres do docente • Resumo dos assuntos abordados • Objetivo da disciplina • Penalidades para a quebra de alguma das regras • Não existe regra definida para o que deve ser colocado nos direitos

e deveres dos docentes e discentes. Isso varia de acordo com o ponto de vista de cada professor e com base no Regimento Escolar.

• Quando iniciar? No início do período letivo e manter no decorrer do ano.

• Execução? A equipe precisa manter e seguir as regras impostas. (falar a mesma língua)

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Andar um passo a cada dia, na direção traçada é tão importante como debater

o rumo e questionar se caminhamos nele.

Danilo Gandin

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REN/SEDUC/VHA

EQUIPE COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA:- 1º ao 5º ano: Claudenice- 6º ao 9º ano/Livro Didático: Anandréia Trovó- Ensino Médio/Ed. no Campo: Jane Gomes- Formação Continuada/Ens. Rel.: Osniér- EJA: - Assessoria St. Pedagógico: Maria Grasiela