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Construtores de Arcas Pr. Paulo Miguel Porta da Vida editora

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LIVRO CONSTRUTORES DE ARCAS

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Construtoresde Arcas

Pr. Paulo Miguel

Porta da Vidaeditora

Uma publicação da Editora Porta da Vida1ª Edição / 2012

Revisão:

Capa e diagramação:Rodrigo Freitas de Araújo

Construtoresde Arcas

Pr. Paulo Miguel

Porta da Vidaeditora

Apresentação

“Faze uma arca de tábuas de cipreste; nela farás compartimentos e a calafetarás com betume por dentro e por fora.” Gênesis 6: 14 (Versão Revista e Atualizada)

ste livro procura apresentar de forma simples e clara, a história do famoso

personagem bíblico do Antigo Testamento chamado Noé. Discorreremos sobre Eseu modo de vida, sua disposição em servir seu Deus com excelência, sua

missão de construir uma magnífica arca, e seu altruísmo pela sua geração.

Não resta dúvida alguma, que ao olharmos com visão apurada para a vida deste homem,

iremos esquecer-nos de suas faltas, pois todo aquele que reconhece que é humano as

tem! A intenção é aprender com suas qualidades, pois através destas, ficou conhecido na

história da humanidade como o homem que construiu a arca.

.

“E nós, como seremos lembrados pela geração futura?”

Boa leitura!

Introdução

“Porque estou para derramar águas em dilúvio sobre a terra para consumir toda a carne em

que há fôlego de vida debaixo dos céus; tudo o que há na terra perecerá. Contigo, porém,

estabelecerei a minha aliança; entrarás na arca, tu e teus filhos, e tua mulher, e as mulheres

de teus filhos.“

Gênesis 6:17-18 (R.A.)

uando se usa a principal regra da hermenêutica bíblica que é: procurar

entender quais eram as condições da história relatada, em que cultura o Qpersonagem vivia, etc., até nos parece que esta proposta de Deus para Noé

era uma insensatez.

Pois segundo o autor sagrado aquela geração não fazia a menor idéia do que

seria um dilúvio, tampouco o próprio Noé. Parecia uma proposta absurda construir uma enorme embarcação, onde nem ao menos havia um rio para navegar.

Diz-nos o autor da carta aos Hebreus, que pela fé, Noé divinamente instruído

acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, construiu uma arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou

herdeiro da justiça que vem pela fé.

O segredo está diante de nossos olhos, instruído de acontecimentos futuros, Noé

apossou-se daquela maravilhosa oportunidade de fazer história. A terra seria devastada pelo dilúvio. Porém, a oportunidade estava aberta: construir uma arca, isto

mesmo! É sobre este tema que queremos tratar. As oportunidades que nosso Deus

nos dá! Às vezes elas surgem no meio de tormentas, de decepções, de tristezas, de

choro e de desânimo. Mas olhe com cuidado, veja a oportunidade, segure-a, não a

deixe escapar! Enfim, vamos construir nossa arca?!

Capítulo 1Como somos reconhecidos no céu?

“Eis a história de Noé: Noé era um homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos e

Noé andava com Deus.“

Gênesis 6:9 (Bíblia Vida Nova R.A.)

uando se olha atentamente para este texto, percebemos que a prática de vida

de Noé tinha reflexos no céu. É comum no dia a dia, nos muitos afazeres de Qtodos nós, pensarmos que estamos passando despercebidos por todos. Mas

neste caso, vemos algo mais sério, pois Noé além de ser observado pelos da sua

geração, o que acontece com todos nós, era visto também do céu.

O relato do escritor sagrado começa dizendo da história de Noé. Quando se

fala de história é claro que não se pensa somente em algum acontecimento extraordinário, mas sim, de toda a vida deste homem até o presente momento. Todos

nós temos uma história a ser contada, o que aconteceu no passado, o que acontece

no presente e o que poderá acontecer no futuro.

Podemos estar vivendo no presente reflexos de práticas do passado, que

podem ser coisas boas como aconteceu com nosso personagem. Todavia, pode ser

que alguém esteja vivendo momentos não tão bons, por práticas do passado. Esta é

a famosa lei da semeadura que a Bíblia nos ensina: tudo o que se planta colhe!

E quando falamos do presente, deste momento, meu momento, e seu

momento, entendemos que o presente nos dá a oportunidade de definirmos nosso

futuro, pois todos nós sonhamos com um futuro bom. Deus também pensa assim! Desta

forma, Deus agora nos convida a repensarmos nossa postura.

Diz o texto que Noé era homem justo diante de Deus. Justo, conforme o pequeno

dicionário Brasileiro da língua portuguesa é: “Conforme a justiça, imparcial, reto,

apertado”. (Pag. 710.) Noé era um homem que praticava a justiça, assim que ele era visto

no céu.

Diz R. N. Champlin em sua obra, que a palavra portuguesa “Justiça”, vem do latim,

“jus”, “Direito”, “Lei”. A justiça consiste na preocupação exata e escrupulosa pelos direitos

alheios e pelo relacionamento do indivíduo com o Juiz Supremo, Deus. A justiça requer

atos de retidão e não meras palavras, ou aceitação de certos ideais. O homem justo age

corretamente, de forma altruísta. De acordo com a teologia cristã, ninguém pode ser justo

por si mesmo, a justiça é um dos atributos comunicáveis de Deus, sendo investida no

homem através de Cristo por meio da conversão, da santificação e do continuo ministério

do Espírito Santo. (Antigo Testamento interpretado versículo por versículo, livro 6, pag.

4.602.)

A justiça é um produto das operações do Espírito de Deus, cultivadas em nosso

ser. Dessa forma, os atributos da justiça, que pertencem a Deus, são reproduzidos nos

crentes. A justiça, bem como os demais valores éticos, são travados ou mesmo anulados

pela rebeldia e carnalidade dos homens. Assim como o Espírito de Deus transmite sua

bondade aos homens, o espírito do mal pode transmitir sua maldade para os que

praticam a injustiça.

Por fim, Noé era visto no céu como um homem que praticava a justiça, eis aí o

primeiro diferencial na vida deste homem.

Também ressalta o texto que Noé era homem íntegro. Os “Biblistas” nos ensinam

que uma pessoa integra é uma pessoa correta, completa. Afirmam ainda que não adianta

ser pessoa correta até certo ponto, desvirtuando-se no caminho, ou corrompendo-se.

Comparam a vida como uma melodia que necessita ser tocada do começo ao fim, sem

erros ou desafinações. Desta forma procede o homem íntegro. As circunstâncias não

devem mudar o homem, mas o homem deve mudar as circunstâncias, permanecendo-se

íntegro.

As escrituras sagradas também fazem menção da vida de certo homem chamado

Jó. “Na terra de Uz morava um homem chamado Jó. Ele era bom e honesto, temia a

Deus e procurava não fazer nada que fosse errado.” Jó 1:1, (Bíblia na linguagem de hoje.)

O texto diz que o próprio Deus quando falava com satanás, testificou de Jó

dizendo: “Você notou o meu servo Jó? “Deus pergunta: “Você viu o procedimento do meu

servo? Sua conduta?” Deus prossegue em sua fala: “No mundo inteiro não há ninguém

tão bom e honesto como ele. Ele me teme e procura não fazer nada que seja errado.”

Percebemos claramente que as ações de Jó chegavam ao céu como aroma

suave; parece-nos que Deus sente orgulho de testificar daquele bom servo, pois Ele usa

a expressão “meu servo”. Só estaremos enquadrados no perfil de servos de Deus

quando estivermos dispostos a honrá-lo com nossos atos!

Por fim, nos falam às escrituras que nosso personagem andava com Deus. Andar

com Deus é mais difícil do que nos parece. Em primeiro lugar, andar com Deus é

submeter-se a Ele em tudo, é reconhecer que somos servos e Ele é Senhor. Ao servo

cabe obedecer sem peso algum, com alegria. Ao senhor cabe ordenar, dirigir, cuidar,

proteger, etc. Os papéis aqui jamais poderão ser invertidos, não esqueça querido leitor

que o homem é servo, Deus é Senhor!

Andar com Deus fala de estar de acordo com aquele que fez o caminho; fala de não

questionar o porquê de algumas curvas? Porque descer se eu esperava subir? Porque

existem tantas pedras machucando meus pés? Porque caminhar debaixo de sol quente

ou no frio da noite? Enfim, porque não usar aquele atalho?

Por tudo isto diz o profeta Amós: “Por acaso duas pessoas viajam juntas, sem

terem combinando antes?”

Ao concluirmos esse capítulo aprendemos que Noé era conhecido no céu como

um homem que fez uma opção de vida, opção de não se deixar moldar conforme as

regras do sistema, mas sim, de viver uma vida reta aos olhos de Deus, opção esta, que o

levou a ser conhecido nas páginas das sagradas escrituras com o codinome de “O justo

Noé”

Capítulo 2Como somos conhecidos na Terra?

“E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicava sobre a Terra e que toda a

imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente. Então, arrependeu-se

o Senhor de ter feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração.’’

Gênesis 6:5-6 (Bíblia Scofield A.C.R.F.)

os olhos de Deus o mundo está mergulhado num verdadeiro caos, tanto espiritual

quanto social, pois o que temos visto são homens que andam segundo a vontade Ade seu próprio coração, não se importando com Deus, tampouco com seu

semelhante.

Parece que a lei que rege nossa era, é a lei do mais forte, do mais esperto, daquele

que deseja crescer a qualquer custo, mesmo que para isto precise passar por cima de seu companheiro, ou de quem estiver na sua frente

.

A frase “amor ao próximo” já não surte mais efeito em nossa vida, pois a mensagem

que o sistema prega é completamente diferente, ela diz: “ame a si mesmo e só a si mesmo, se você está bem, então vai tudo bem! Não importa como Deus te vê tampouco

como os outros te vêem.”

O texto diz que Deus viu que a maldade do homem se multiplicava a cada dia. Mas,

quem se importa com isto? Alguns dizem: “Eu gosto de viver assim, sou dono do meu

nariz e ninguém tem nada com isto!” (jargão popular). Deus continua dizendo que os

pensamentos dos seus corações eram só de maldade. O que Deus dizia era que o mal

estava tendo domínio completo sobre seus corações; que eles já não eram regidos pela

lei do amor a Deus e a seu próximo, mas que o mal havia dominado suas vidas e agora os

os conduzia ditando suas regras de injustiça.

As práticas daqueles homens (pecado, maldade e rebeldia) estavam chegando

à presença do criador. A humanidade estava em estado de putrefação espiritual, e este

odor chegava às narinas do Todo Poderoso causando-lhe náuseas, ou seja, Deus sentia

enjôo das práticas de sua criatura, o homem havia se desvirtuado e agora, encontrava-se

em situação decadente. Diante disto era preciso haver uma intervenção imediata do

criador para que sua obra mais excelente não se perdesse.

Entendemos aqui que Noé não se deixa contaminar por aquela geração tão

perversa que estava à sua volta, mas sim, que ele apesar de estar vivendo em um

sistema corrupto, não praticava a corrupção, ou seja, este homem era um grande

diferencial no meio de sua geração. Não restam dúvidas que este homem também teve

bastante oportunidades para viver uma vida dissoluta e desregrada, mas, ele fez uma

opção de vida: viver com Deus!

O texto diz claramente que o homem criado por Deus como ser pensante, único e

dotado de poder de escolha, tem total liberdade para uma opção de vida, ou seja, existem

aqueles que fizeram uma opção de viver uma vida reta, tanto aos olhos de Deus como

também diante de seus semelhantes, e estes serão lembrados como justos! Por outro

lado existem aqueles que escolhem outro tipo de conduta. (Isto é classificado como livre

arbítrio).

Alguns passarão sua vida praticando a bondade e serão lembrados por isto, outros

passarão sua vida praticando a maldade e também serão lembrados por isto. Nos tempos

de Noé era assim: Viviam sem se importar com os outros, o que valia era o bem estar

próprio. Uns escolheram passar sua vida enganando, tirando vantagem, ficando com

aquilo que não era seu, traindo, mentindo, machucando, ofendendo, etc., porém Noé

tinha uma opção de vida diferente: Fazer o bem! É como se o texto dissesse: “Faças uma

“As escrituras dizem que Noé era homem justo e íntegro entre os seus

contemporâneos.” Gênesis 6:9 (Bíblia das Profecias R.A.)

O escritor Sagrado escreveu: “Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-

se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem

ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas

Deus te pedirá contas.” Eclesiastes 11: 9. (Bíblia das Profecias R.A.)

opção de vida, mas, também arque com as conseqüências”, pois, está escrito: Deus te

pedirás contas!

Esta escolha da qual estamos falando, está diretamente ligada à moral, ao

caráter. Quem estuda esta área diz que caráter é o termo que designa o aspecto da

personalidade responsável pela forma habitual e constante de agir de cada indivíduo,

esta qualidade é inerente somente a uma pessoa, pois é o conjunto dos traços

particulares, o modo de ser desta, sua índole, sua natureza e temperamento. O conjunto

das qualidades, boas ou más, de um indivíduo lhe determinam a conduta e a concepção

moral, seu gênio, humor e temperamento. Este sendo resultado de progressiva

constitucional do sujeito às condições ambientais, familiares, pedagógicas, sociais e

religiosas. (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.)

Como somos vistos por nossa geração? Esta é a pergunta. Depois de terminado

nosso tempo aqui nesta terra, como seremos lembrados por aqueles que vão nos

suceder? O que pensam, o que falam da nossa vida é importante pra nós? Tudo isto é

decidido no nosso presente, ou seja, hoje! Também só pode ser decidido em vida!

O historiador Flávio Josefo em sua famosa obra “A História dos Hebreus” conta

fatos da vida de Herodes, o Grande. Este homem é conhecido na história como o homem

mais sanguinário de todo a sua geração. Pois, em busca desenfreada pelo poder, e

depois para mantê-lo, este rei mandou matar a mulher que amava e também alguns de

seus filhos. Foi ele quem mandou matar todas as crianças, quando soube do nascimento

de Jesus.Herodes passou sua vida colecionando inimigos, devido a atos cruéis que

praticara durante a vida.

Diz-nos a história que ao pressentir que sua hora de morrer estava próxima, pois

uma terrível enfermidade tomara conta de seu corpo causando-lhe dores terríveis e

insuportáveis, ele manda vir para a região de Jericó, sob pena de morte aos que

faltassem, todos os Judeus mais ilustres. Ao chegarem, os fez encerrar no hipódromo,

sem perguntar se eram culpados ou inocentes.

Pensamento‘Reputação é o que você faz quando todos olham. Caráter é o que

você faz quando ninguém está olhando’’(Autor: Parke Kalhenberg)

Eis o plano deste insano Rei; Herodes sabia que sua morte seria um alívio para

todo o povo, o reino aguardava o fim da vida daquele homem com muita ansiedade, ao

contrário do que se vê nos funerais: lamentos, choros, saudades; ele sabia que o povo iria

celebrar, pois agora estariam livres de sua tirania. Como se não bastasse toda atrocidade

que cometera em vida, o Rei dá uma última ordem à sua irmã dizendo: (Quando eu der

meu último suspiro, dizei aos soldados que invadam o hipódromo e matem a todos, pois

quero que haja grande luto em todo o reino, e não festa.)

Herodes, o Grande, é lembrado na história como um homem sem misericórdia,

como um carrasco, como alguém que pensava somente em si próprio! Ele passou sua

vida odiando e sendo odiado.

Imaginem, alguém que passa por esta terra, e suas ações e práticas, são tão

terríveis, que ao morrer causa alívio aos que ficam! Pessoas de caráter tão deformado,

que no seu funeral não se fala abertamente em respeito à família, mas se pensa: (O

mundo está melhor se

09 A história diz que Noé era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos. Noé

andava com Deus, este homem escolheu andar com Deus porque era diferente.

Diferente no ser, no viver, no proceder, diferente de sua geração, que havia escolhido

andar segundo seus corações.

Diz também o texto sagrado do Rei Jeorão: “Era ele da idade de trinta e dois

anos quando começou a reinar e reinou oito anos em Jerusalém. E se foi sem

deixar de si saudades; sepultaram-no na cidade de Davi, Porém não nos sepulcros

dos Reis.” (II Crônicas 21: 20 R.A.)

m ele.) Como as pessoas nos vêem? Será que deixaremos

saudades ao deixar este mundo? O Rei Jeorão morreu sem filhos, sem mulher e sem

amigos. Sua história foi apagada.

Pensamento‘Tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos viverão

um dia em uma nação onde não serão julgados pela cor de

sua pele, mas pelo conteúdo do seu caráter’’(famoso discurso de

Martin Luther King Jr na marcha para Washington, 1963)

Bem queridos leitores, acredito que nestes dois capítulos, concluímos a base para

nossa construção. Todo grande projeto necessita de um alicerce forte, pois ninguém quer

correr risco de ver todo seu trabalho vir ao chão por não ter preparado a fundação de

acordo com o tamanho da construção. Estamos falando de uma grande construção que

requer trabalho árduo em sua fundação. Existem pessoas que acreditam que gastar

tempo em alicerces é perder tempo, mas é claro que esse não é nosso caso.

Aprendemos juntos que a base da construção da Arca de Noé era sua moral, sua

conduta de vida, sua justiça e seu proceder, tanto diante de Deus, como aos olhos de

seus conterrâneos. Noé foi chamado para construir a arca não porque era rico,

acadêmico ou qualificado, não! Foi chamado porque era homem de caráter! Todo aquele

que tem um grande projeto, precisa saber que este deve estar alicerçado acima de tudo

em Deus, mas também no seu caráter, na sua índole. A partir de agora já podemos

começar a trabalhar em nossa arca.

Capítulo 3Noé, o homem chamado para construir a arca!

“Pegue madeira boa e construa para você uma grande barca. Faça divisões nela e tape todos

os buracos com piche, por dentro e por fora’’

Gênesis 6:14 (Bíblia N.T.L.H.)

oncordamos nos capítulos anteriores que a escolha deu-se por Noé devido a sua

integridade diante de Deus e do povo. Mas, diante destas coisas podemos Cquestionar perguntando à historia: Se existissem mais pessoas com a índole de

Noé em seu tempo, como se daria esta escolha? Qual o método que Deus usa em seu

processo de escolha? Como funciona sua seleção? Será que Deus tem filhos preferidos?

Somos diferentes aos seus olhos?

Quando se lê a história de Caim e Abel de forma grosseira, realmente poderemos

interpretar o texto errôneamente entendendo aquilo que o autor jamais quis dizer, porque

é muito comum ouvir pessoas dizendo que Deus aceitou o sacrificio de Abel e rejeitou o

de Caim. Mas o capítulo 4, versículo 6, de Gênesis é muito claro:

“Então o eterno disse: Porque você está com raiva? Porque anda

carrancudo? Se você tivesse feito o que é certo, estaria sorrindo; mas você agiu

mal, e por isso o pecado está na porta, à sua espera. Ele quer dominá-lo, mas você

precisa vencê-lo.” Gênesis 4:6 (Nova Tradução na Linguagem de Hoje.)

Aqui se entende claramente que Deus não havia feito opção por sacrifício,

tampouco por Abel ao invés de Caim, mas que a procedência daquele que oferecia o

sacrifício definiu a aceitação ou não. Pois bem, diante disto podemos afirmar que Deus

não tem filhos preferidos.

I Coríntios 12:13 diz: “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em

um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi

dado beber de um só Espírito.

Está escrito: “Vem agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os

filhos de Israel, do Egito. Então, disse Moisés a Deus: Quem sou eu para ir a Faraó e

tirar do Egito os filhos de Israel? Êxodo 3: 10-11 (R.A.)

Na verdade, Noé foi desafiado por Deus para trabalhar num grande projeto, um

projeto de vida, pois Deus disse: “Faça uma arca para ti!” Veja bem que não era Deus que

precisava da arca e sim Noé! Da mesma forma estamos sendo desafiados por Deus para

trabalhar na construção de nossa arca. Ficamos pensando no estado de espanto que

este homem ficou ao ouvir de seu Deus que ele deveria construir uma embarcação com

tais dimensões para aquela época. Talvez tenham passado pensamentos por sua cabeça

dizendo: “Mas, isto é impossível”; “não se pode fazer uma embarcação deste tamanho”;

“eu não posso fazer”; “não sou a pessoa certa”; “talvez outro consiga, eu não!” O medo

diante de grandes desafios é natural, isto faz parte de nossa natureza. O mais importe

aqui é saber que Deus havia escolhido Noé para realizar aquele projeto e dizia: “Noé,

você pode sim!” Será que este mesmo Deus não pode estar falando agora conosco

dizendo: “Hei! vocês podem sim!”

Não podíamos deixar de mencionar o ilustre Moisés. Sendo ele Judeu, por um

plano divino, foi criado como um egípcio, instruído em toda a ciência do Egito. Moisés,

aproximadamente com quarentas anos de idade, descobre sua verdadeira identidade e

diante disso precisa fugir para o deserto. Passam-se mais quarenta anos e um belo dia

ele é desafiado por Deus para iniciar um grande projeto, podemos dizer aqui, construir

sua arca.

Diante desta proposta, percebe-se o espanto deste homem, pois ele não se

achava à altura de realizar um projeto desta magnitude. Isto às vezes acontece conosco

também, pois quando somos desafiados para tamanha obra dizemos: Quem sou eu?

Este negócio não é pra mim! Não tenho qualificações para isto! Melhor chamar outro.

Começamos a argumentar com Deus, como se Ele não nos conhecesse. Queridos

Tu, pois, lhe falarás e lhe porás na boca as palavras; eu serei com a tua boca e

com a dele e vos ensinarei o que deveis fazer. Ele falará por ti ao povo; ele te será

por boca, e tu lhe serás por Deus. Êxodo 4:15-16 (R.A.).

O autor Márcio Camargo diz em sua obra: Imaginem como foi difícil para Noé

cumprir sua missão ao receber seu chamado. O Senhor, lá do céu, disse para Noé que ele

deveria construir uma arca de madeira, pois o mundo sofreria um grande dilúvio. Deus

orienta Noé em relação aos detalhes de seu trabalho, o tipo de madeira, as dimensões da

arca, enfim, todas as instruções necessárias para o trabalho. (A Arca de Noé -

Repensando a liderança, pág.19)

Neste momento da história podemos dizer que Deus propôs uma parceria a seu

servo Noé. Trabalho em conjunto; a Deus caberia instruir e orientar, e a Noé obedecer e

trabalhar. Estamos falando aqui de muito trabalho e dedicação, pois aquele projeto

requereria de Noé, tempo, dedicação, empenho, coragem e dinheiro.

A história da humanidade tem sido escrita dia a dia desta forma: Homens e

mulheres comuns, de carne e osso, como você e eu, que um dia aceitaram um desafio,

este de viver num mundo como o nosso. Mundo de diferenças sociais, de maldades, de

confusões, de intolerâncias, mundo violento. Mas ao serem desafiadas para executarem

projetos, doaram-se aos outros, mergulharam de cabeça, sonhando um sonho que

poucos sonham, e através de suas vidas, cursos da história foram mudados, vidas foram

salvas e o bem venceu o mal! Enfim, afirmamos que o mundo ficou melhor através de

seus trabalhos e de suas vidas! Sou grato a Deus porque Noé existiu, porque ele aceitou

o desafio e hoje desfrutamos de seu árduo trabalho. Diante disto, permita que pessoas

venham desfrutar também de seu projeto no futuro.

Capítulo 4A arca de Noé tinha começo!

“Pegue madeira boa e construa para você uma grande barca. Faça divisões nela e tape todos

os buracos com piche, por dentro e por fora. As medidas serão as seguintes: cento e trinta e

três metros de comprimento por vinte e dois de largura por treze de altura. Faça uma coberta

para a barca e deixe um espaço de meio metro entre os lados e a coberta. Construa três

andares na barca e ponha uma porta num dos lados’’

Gênesis 6:14-16 (Bíblia N.T.L.H.)

epois de recebida a visão e instruções quanto à construção da arca, agora era a

hora de começar a trabalhar. De posse do projeto e com o auxílio permanente de DDeus, Noé era convocado a fazer sua parte nesta sociedade. O projeto precisaria

sair do papel ou da cabeça, e começar a ganhar formas! Chamamos isto de início ou

começo.

Ficamos pensando na reação das pessoas ao ouvir o sonhador Noé dizendo: Deus

me mandou construir uma embarcação de cento e trinta e três metros de comprimento!

Todas as coordenadas já estão comigo, inclusive o tipo de madeira que devo usar! Não

nos parece loucura? Quando contamos nossos objetivos para pessoas erradas é comum

ouvir este tipo de exclamação: Isto é loucura! Não vai dar certo! Já vi esta cena e sei o

final!

Porém, nosso personagem já tinha ouvido seu Deus falar e agora não precisava

de argumentos desanimadores de pessoas incrédulas. O salmista diz que guardou a palavra de Deus dentro de seu coração, para não pecar. O grande problema, é que às

vezes valorizamos muito a palavra de homens. Não quero dizer com isto que se deve

desprezar as boas palavras de verdadeiros amigos, mas, que a palavra de Deus está

acima de tudo. Noé era convicto disto!

Ao olharmos agora para as entrelinhas do texto sagrado, podemos ver nosso

destemido irmão com várias ferramentas artesanais em suas mãos, prontas para iniciar

seu projeto. O que ele tinha em comparação com o que temos nos dias atuais, era muito

pouco ou quase nada. Vamos pensar e imaginar como era há milhares de anos atrás, um

machado, uma serra, um martelo, um prego etc. Pois bem, foi com estas ferramentas

artesanais que ele construiu aquela enorme embarcação. O que temos em mãos para

começar é muito pouco? É quase nada? Deus quer usar aquilo que você tem à

disposição. Talvez se fossemos nós os escolhidos para libertar o povo do Egito,

pediríamos armamentos de guerra, não é mesmo? Mas, Deus escolheu Moisés e disse:

“Vai com um cajado de pastor e serei contigo.” Da mesma maneira, Ele está falando

conosco dizendo: “Vai com aquilo que você tem nas mãos e Eu serei contigo!”

O tão esperado dia chega, o sol está para nascer e o dia será longo. Noé acorda

animado, coloca um machado artesanal no ombro e diz: vou para a floresta cortar um

tronco para fazer tábuas, pois preciso fazer minha arca! Percebemos claramente que ele

sabia da sua responsabilidade. Nesta aliança com o Todo Poderoso a construção da arca

cabia a Noé. Noé sabia que ele não deveria orar pedindo que Deus enviasse alguns Anjos

arquitetos, carpinteiros ou marceneiros para começar o trabalho. Pois Deus jamais fará

aquilo que podemos fazer, e sim, fará o impossível, aquelas coisas que estão além de

nossos limites. O Deus de Noé conhecia os limites de seu servo. Ele jamais pediria algo

impossível de ser feito. Portanto, quando Ele disse: “faça uma arca”, é porque sabia que

seu servo era capaz para aquela tarefa.

Ao olharmos para nosso personagem cortando seu primeiro tronco, abrindo-o para

fazer tábuas e iniciando sua construção, ficamos maravilhados. Pois este é o ponto de

partida de um grande projeto. Podemos chamar isto de coragem! Coragem para iniciar,

para começar. Todos os magníficos edifícios que conhecemos, começaram praticamente

a partir do nada em comparação ao que são hoje, como por exemplo, com uma pequena

estaca de marcação, uma broca de sondagem do terreno, um operário solitário, etc.

Certa vez, fui convidado para participar da inauguração da sede de uma

transportadora; fui convidado como Pastor para abençoar aquele local, seus funcionários

e suas atividades. Porém naquele dia aprendi muito! Num dado momento da festa nosso

anfitrião, um senhor de meia idade começou a falar relembrando de coisas que haviam

acontecido há anos atrás; muito emocionado e com a voz embargada, sua fala foi nestes

termos: Estou feliz neste dia, pois é dia de vitória! Lembro-me que há vários anos atrás;

Lembro-me que ao pegar entregas nas transportadoras, nos era dado o dinheiro do

combustível e pedágio, mas às vezes não tínhamos nenhum dinheiro a mais, sequer para

o almoço. Não foi uma tampouco duas vezes, que isto aconteceu! Quando estávamos em

lugares onde havia a possibilidade de desvio dos pedágios por estradas alternativas, o

fazíamos e assim naqueles dias conseguíamos almoçar comprando uma marmitex com

o dinheiro que não foi usado no pedágio; algumas vezes só podíamos comprar uma

marmitex e ela tinha que ser dividida entre meu irmão e eu. Ele ainda completou: A vida

não foi fácil, mas nós vencemos, dirigindo-se neste momento, a seus irmãos e pai.

Estávamos emocionados ao ouvir as palavras de nosso amigo e sua história. Aquele

lugar tornou-se na verdade uma sala de aula para mim! Olhei para o galpão com as

dependências da transportadora e tudo era muito bonito e amplo, porém a lição ainda não

tinha acabado! Percebi que não havia nenhum caminhão no pátio. De repente, ouvi a voz

de nosso amigo dizendo: Abra o portão para que os caminhões de nossa transportadora

entrem; o porteiro, então abriu o portão e os caminhões pequenos seguidos dos grandes,

depois carretas começaram a entrar, e eu, comecei a contar: “um, dois, dez, quinze, vinte,

trinta, quarenta caminhões”, seus motoristas, ajudantes e pessoas do escritório no geral;

chorei e disse: Deus me ensinou hoje! Pois estou olhando para um homem que começou

com um caminhão velho, comendo marmitex com o dinheiro do pedágio e hoje estamos

olhando para um belo prédio próprio, para dezenas de caminhões e funcionários, e para

um homem de coração agradecido a Deus, que acreditou naquilo que muitos não

acreditaram; acreditou num projeto, começando com quase nada e fazendo história.

O primeiro tronco que Noé cortou; as primeiras tábuas confeccionadas na vida de

meu amigo eram seu caminhão velho, sua disposição, sua coragem e seu esforço, pois

no seu coração ele não via um caminhão velho, tampouco uma marmitex a repartir para

dois, mas sim, uma forte empresa no futuro. Também da mesma forma, nosso irmão Noé

não via um tronco, umas poucas tábuas, ele via uma grande e bela arca no futuro.

O que estamos vendo neste inicio de projeto? Só algumas tábuas? Um caminhão

velho? Ou uma marmitex para ser dividida? Ou será que estamos olhando para nossa

arca pronta, mesmo sem ela ainda não existir, olhando para nosso sonho realizado, para

nosso projeto acabado? Enfim, vamos começar e um dia o trabalho estará completo!15

Neste dia iremos olhar para o passado percebendo que as dificuldades só ficaram em

nossa memória, e descobriremos que todos que alcançaram posições nesta vida,

tiveram que vencer. Diante disto acreditamos que um dia reconheceremos que valeu a

pena lutar por um objetivo, um sonho, uma realização, Valeu a pena viver!

Capítulo 5A arca de Noé tinha meio!

“Pegue madeira boa e construa para você uma grande barca. Faça divisões nela e tape todos

os buracos com piche, por dentro e por fora. As medidas serão as seguintes: cento e trinta e

três metros de comprimento por vinte e dois de largura por treze de altura. Faça uma coberta

para a barca e deixe um espaço de meio metro entre os lados e a coberta. Construa três

andares na barca e ponha uma porta num dos lados’’

Gênesis 6:14-16 (Bíblia N.T.L.H.)

ste estágio, entre começo e fim do projeto, talvez seja o mais difícil. É neste

momento que há muitas desistências, pois com a saída do projeto do papel, as Eeuforias do começo já passadas, agora muitas dificuldades surgem, e é neste

exato momento que muitos fazem a opção de parar, desistindo do projeto.

Não são poucas as pessoas, que ao conversarmos, percebe-se com muita

facilidade certa frustração ocasionada por desistências e coisas inacabadas em suas vidas. Passar este processo de começo, meio e fim não é fácil, na verdade é um grande

desafio, pois a todo o momento estamos sendo desafiados pelos problemas que tentam

nos fazer desistir, infelizmente, muitos ficam com esta última opção.

Existem pessoas que fazem a opção de desistir da vida ainda no meio dela, outras

desistem de terminar a vida junto a seu cônjuge; algumas desistem de terminar conversas importantes, enfim, desistir é ter coisas inacabadas na vida, situações mal resolvidas.

Coisas simples e complexas também.

O texto sagrado nos dá não poucos exemplos de pessoas que estavam dispostas

às desistências por surgirem problemas em seus caminhos. E disseram a Moisés: Não

havia sepulcros no Egito, para nos tirares de lá, para que morramos neste deserto?

Porque nos fizeste isto? Que nos tem tirado do Egito? Não é que sirvamos os egípcios?

É assustador o som das palavras deste povo! Imaginem só um povo que sendo

resgatado das mãos de um Rei tirano (Faraó), onde viviam na condição de escravos,

sendo maltratados dia após dia, agora gozando da posição de homens e mulheres livres

que marchavam em direção a um sonho, abrem mão de tudo isto no primeiro obstáculo

que surge em seu caminho. Primeiro dizem: Preferimos estar mortos a enfrentarmos esta

situação! Segundo, era melhor morrermos como escravos no Egito do que morrer como

homens livres no deserto! Terceiro, melhor era servir os egípcios do que morrermos no

deserto!

A euforia do começo havia passado, a jornada fora iniciada, e agora os percalços

surgem! O que fazer? Será que voltar é melhor do que continuar? E o que nos chama

mais atenção é o pedido deles: “Deixa nos ser escravos novamente!” Diante de tudo isto

Deus dá o comando, a ordem: Diga ao povo que marche, continue caminhando. Era

momento de passagem, passar pelo mar de forma literal, sim, porém a grande lição é que

devemos passar pelos obstáculos e não parar neles. Quando estamos falando de passar

por este estágio, que é o meio do projeto, falamos que este momento não é permanente.

O início de um projeto não é permanente, e sim um processo, pois ninguém passa a vida

toda iniciando um projeto. Sendo assim, também o meio do projeto não é permanente, e

sim um processo de passagem. Sendo assim, o que é permanente é o fim do projeto,

onde todos almejam chegar. É o ciclo fechado!

O plano de Deus era que seu povo começasse aquela grande jornada rumo à

terra da promessa; que passassem por todos os obstáculos que surgissem; isto

chamamos de meio do projeto, e que por final alcançassem seu objetivo, tomar posse da

promessa, projeto terminado!

Infelizmente quase todos daquela geração não conseguiram terminar a jornada, e

não a terminaram porque desistiram. Fizeram a opção de ficar no meio do caminho e suas

histórias morreram com eles, seus sonhos foram abortados, olharam para trás, quando

deveriam olhar para frente; temeram continuar caminhando em busca do sonho,

duvidaram de si mesmos e de seu Deus, e a história deles, terminou da seguinte forma:

“seus corpos foram sepultados no deserto.”

Ficamos pensando que nosso personagem principal, um dia cortou seu primeiro

tronco na floresta e iniciou a construção daquela enorme embarcação

Também chegou o dia em que ele percebeu que os anos haviam passado e ao

olhar para aquela arca, que estava ainda informe, o esqueleto da arca estava montado, a

base, as estruturas, mas ela ainda não era uma arca, pois estava em construção. Ainda

havia muito trabalho, Noé teria que continuar levantando cedo, abrindo mão de algumas

coisas que gostava de fazer, derramando bastante suor, pois a arca precisava ser

terminada. Deus o havia chamado para construir uma arca e não uma estrutura de arca!

O trabalho precisava ser terminado!

O trabalho precisa ser terminado! Às vezes ouço esta palavra, e sei que é meu

Deus falando comigo; Ele continua dizendo: Vamos em frente, não desista, acredita,

confie, não deixe os obstáculos te parar, passe por eles, aprenda com eles. Deus é nosso

maior incentivador!

Será que existem coisas que precisam ser terminadas em nossas vidas? Quando

olhamos para nós mesmos, vemos o que? Coisas pelo começo, coisas pela metade,

estruturas levantadas e abandonadas ou vemos uma bela arca pronta?

Capítulo 6A arca de Noé teve fim!

“E Noé fez tudo conforme Deus tinha mandado’’

Gênesis 6:22 (Bíblia N.T.L.H.)

uando usamos esta expressão dizendo que a arca de Noé teve fim, na verdade,

queremos dizer que chegou o dia em que o trabalho de construção daquela Qenorme embarcação havia acabado. Projeto finalizado! Enfim havia chegado a

hora de desfrutar e descansar de vários anos de trabalho árduo; tanto é verdade que o

nome de nosso herói, Noé, no original é: “Noach” que significa: repouso, descanso.

Isto é lindo, pois conforme vimos nos capítulos anteriores, chegou o dia em que ele

começou a trabalhar em seu projeto cortando o primeiro tronco, fazendo tábuas para uma arca que só existia, até então, no seu coração. Também houve o dia em que ele olhou e

viu uma grande estrutura pronta que ainda não era a arca, mas que ganhava forma a cada

dia, e por isto Noé sabia que havia ainda muito trabalho a ser feito.

Porém, do dia que estamos tratando agora, ele jamais se esqueceria! É como se

tivéssemos condições de olhar para milhares de anos atrás e ver nosso personagem

pregando o último prego, passando a última demão de piche nos seus retoques finais.

Chegar num momento igual a esse é privilegio de poucos; é apenas para quem percorreu

um duro caminho, continuando quando muitos desistiam, insistindo quando diziam: “não

dará certo.” Na verdade este é um momento ímpar, incomparável na vida de um homem

ou mulher.

Quem viveu um momento igual a este sabe do que estamos falando. É como se um

filme passasse em nossa mente e agora todos os problemas que enfrentamos e os

desafios que se apresentaram durante os vários anos de trabalho para a execução do

projeto, quando comparados com aquilo que está diante de nossos olhos tornam-se

insignificantes; pois qualquer problema, por maior que seja diante de um projeto pronto é

insignificante!

Parece até que vejo Noé, diante daquela enorme embarcação, enxugando o rosto

banhado de suor e muito emocionado dizendo: “Foi difícil, mas consegui! Gastei vários

anos de minha vida, fiz muitos investimentos, acreditei no impossível, mas valeu à pena,

pois minha arca esta pronta!” Que lição maravilhosa.

No ano de 1984, nos jogos olímpicos de Los Angeles, uma cena muito forte correu

os principais jornais do mundo. A suíça de nome Gabrielle Andersen Scheiss, que não foi

uma heroína do esporte por um grande feito e nem venceu nenhuma competição

importante, não conquistou nenhuma medalha olímpica, tampouco é considerada um

nome vencedor do esporte Suíço, participava da maratona feminina. Era a primeira vez

que as mulheres disputavam a prova nas olimpíadas e trinta e sete atletas iniciaram-na.

Após duas horas e vinte e quatro minutos de prova a norte-americana, Joan Benoit,

cruzou a linha de chegada conquistando o primeiro lugar, seguida pela norueguesa,

Grete Waits, com o segundo lugar, logo em seguida cruzando a linha de chegada a

portuguesa, Rosa Mota, como tempo de duas horas e vinte e seis minutos conquistando

a medalha de bronze.

As atletas iam terminando suas participações nas olimpíadas sob muito calor na

cidade de Los Angeles. Gabrielle que tinha trinta e nove anos na época, não vinha bem na

prova, não apenas com relação a sua colocação que era a última, mas fisicamente.

Desidratada e sofrendo de hipertermia, a atleta recusava-se a receber ajuda médica para

não ser desclassificada. Perto do final, não aceitou água no ponto de distribuição e entrou

no Estádio Coliseum notavelmente debilitada. Restavam quatrocentos metros para o fim

da prova.

Recomendada pela equipe médica a desistir, Gabrielle tirou força da fraqueza;

incentivada pelos aplausos dos torcedores que acompanham aqueles metros finais

como sendo únicos na história do atletismo. A suíça tinha dificuldades em manter-se de

pé. Seu rosto transfigurado pelo excessivo esforço e o andar arrastado devido às fortes

câimbras que sentia. Ela dizia: “não me toquem”, ignorando os pedidos médicos para que

desistisse, dizia: “Não posso ser desclassificada.” Nos últimos cem metros, ela levou

cerca de cinco minutos e quarenta e quatro segundos percorrendo e cambaleando de um

de um lado para outro diante dos olhos de milhares de pessoas. Completou a prova na

trigésima sétima posição, que era a última.

A meta desta mulher era cruzar a linha de chegada, independente da posição;

seu desejo era terminar o que havia começado. Nunca na história dos esportes alguém foi

aplaudido por ser o último a chegar; Gabrielle foi! Milhares de pessoas em pé com

lágrimas nos olhos aplaudiam Gabrielle; ela cruza a linha de chegada e cai nos braços

dos médicos praticamente desmaiada. Após a recuperação, Gabrielle justificou seu

esforço pelo fato de estar com trinta e nove anos, o que não daria a ela outra oportunidade

de disputar a olimpíada novamente, sendo assim honraria seu diploma de participação

completando a prova.

Quando vi esta cena tremi, pois Deus falava comigo e dizia: “Não perca a

oportunidade de fazer história.” Assim como esta mulher marcou sua geração com sua

história nós também podemos. Deus quer que façamos isto!

Bruce Wilkinson disse: “O senhor ainda esta à procura de voluntários. Ele quer

pessoas comuns, que confiam na bondade de seu coração doador. Gente que pedirá

pelas bênçãos que ele deseja derramar. Ele quer homens e mulheres que saibam que

nada são, mas que imploram: Senhor, permita-me fazer mais por ti! Homens e mulheres

que servirão a ele fielmente quando tiverem suas fronteiras alargadas. Ele quer servos

que conheçam suas próprias limitações. Que dia após dia lançam-se nas mãos

poderosas do Senhor, sabendo que através deles, ele realizará sonhos que jamais

seriam alcançados de outra forma.”(Além de Jabez pág. 218)

Noé fez história como Gabrielle a atleta suíça, não por ser o mais rápido em

construções de arcas, mas sim, por terminar seu projeto, escrevendo seu nome na

história da humanidade. Seu nome esta registrado na famosa galeria bíblica dos heróis

da fé do livro chamado Hebreus. Homens e mulheres dos quais o mundo não era digno,

errantes pelos desertos, pelas covas, desprezados. Os quais por meio da fé, subjugaram

reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam bocas de leões, apagaram a

violência do fogo, escaparam do fio da espada e da fraqueza tiraram forças, fazendo-se

poderosos.

Usamos esta expressão Bíblica “força da fraqueza”, quando falávamos da atleta

Gabrielle. Foi proposital, pois o que queremos dizer é que Noé encontrou muitos motivos

para desistir, assim como Gabrielle. Imaginem quando as situações, nos dizem: “Desista,

pare!”. Quando a fraqueza é tão grande que estamos cambaleando de um lado para

outro, e as pessoas dizem: “não vale a pena este esforço.”

É neste momento que somos convidados por nosso Deus a tirar força da fraqueza.

Parece loucura, mas é isto mesmo que você esta ouvindo, com Deus você pode sim tirar

força da fraqueza. É quando você diz: “não vou parar, tenho que terminar meu projeto!

Não vou cair, preciso cruzar a linha de chegada!” Lembre-se que o final das coisas tem um

sabor de conquista, sabor de missão cumprida. Marque sua geração, escreva seu nome

na história, não passe por este mundo despercebido!

Capítulo 7Superando Desafios: Noé acreditava em seu projeto!!

“Pela fé, Noé, divinamente instruído acerca de acontecimentos que ainda não se viam e

sendo totalmente temente a Deus, aparelhou uma arca para a salvação de sua casa

pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé’’

Gênesis 6:22 (Bíblia N.T.L.H.)

uando dizemos que Noé acreditava em seu projeto, queremos mostrar que havia

convicção em seu coração quanto ao chamado para construir a arca, ou seja, Qquando alguém passava naquela região e dirigindo-se a Noé, perguntava-lhe:

Meu bom velho o que fazes aqui com tanta madeira e ferramentas? Ele respondia

convicto e sem titubear: Estou construindo minha arca, pois Deus mandou! Isto é

convicção, é certeza do que se está fazendo! É alguém que tem plena convicção de seus

ideais! Não havia dúvidas em seu coração, tampouco em sua mente.

Diz-nos o texto sagrado que, instruído divinamente acerca de acontecimentos que

ainda não se viam e sendo temente a Deus, ele iniciou a construção de sua arca, uma arca que seus olhos ainda não viam, mas que já estava formada em seu coração: isto é

definição de fé!

A grande lição a aprendermos é que Noé acreditava naquilo em que estava

fazendo. Ainda que as pessoas de sua geração duvidassem dele e de sua arca, ele

estava convicto; nosso personagem sabia que era capaz sim, de construir uma arca.

Diante disto aprendemos que ainda que pessoas venham duvidar de nossa capacidade e

trabalho, precisamos acreditar em nós mesmos, pois, se estamos trabalhando em nosso

projeto e não acreditarmos nele, quem acreditará? Outros podem duvidar daquilo que

faço, eu jamais!

Uma história fascinante sobre acreditar em seu trabalho, tem o personagem das

sagradas Escrituras Neemias. Ele ao se dispor à reconstrução dos muros da cidade de

Jerusalém, que se encontrava em ruínas, encontrou forte oposição contra seu trabalho

por parte de Sambalate, governador da província, e Tobias, homem muito influente entre

seu povo.

Esse governador de Samaria tinha uma fisionomia contrária, esta que, Neemias

precisou encarar. De fato ele era a “laranja mais azeda do pomar” e estava destinado a

dar a Neemias muita tribulação. Quase tão azedo quanto ele foi Tobias; eles tentaram

espantar Neemias para que parasse suas operações, porém, Neemias não se deixara

intimidar facilmente, pois contava com o favor do Rei, de modo que não se importava com

outras carrancas. Além disto, Deus estava sorrindo para ele, de modo que nenhuma

oposição teria sucesso contra seu projeto. Neemias teve coragem para peitar seus

opositores com seu trabalho!

Eles diziam abertamente tentando intimidar Neemias: O que é que esses

Judeus miseráveis estão fazendo? Será que eles pretendem reconstruir a cidade?

Será que eles pensam que, oferecendo sacrifícios, poderão acabar o trabalho em

um dia? Será que dos montes de entulhos e das pedras que foram queimadas eles

podem tirar pedras para a construção? Que tipo de muralha eles poderão

construir? Até mesmo uma raposa poderia derrubá-la! Diziam isto desprezando

Neemias e seu trabalho. (Neemias 4:1-3, Nova Versão na Linguagem de Hoje)

- ‘Coragem insiste em ser igual aos problemas enfrentados’

(La Pasionaria)

- ‘Nada é algo demais para os mortais corajosos’

(Horácio)

- ‘Quando uma porta se fecha, outra abre’

(Cervantes)

- ‘Os céus nunca ajudam, o homem que não age’

(Sófocles)

- ‘Tende ânimo. Sou Eu. Não temais’

(Jesus Cristo)

No ano de 1980, a Igreja Cristã Pentecostal da Bíblia iniciava seus trabalhos na

cidade de Arujá. O jovem casal Natalino e Cleide Bisigati acabavam de entregar suas

vidas aos cuidados do Senhor Jesus. Cleide, quando criança, já ouvira falar do

Evangelho, Natalino não. O Evangelho de Jesus havia proporcionado uma guinada de

180 graus na vida dele, tanto que a partir do momento que foi confrontado na sala de sua

casa pelo Evangelho, nunca mais foi o mesmo. Uma conversão instantânea que chocava

seus amigos de trabalho, estes mesmos, que sabiam de sua apreciação exagerada por

bebidas alcoólicas. Eles diziam: “Isto não vai longe! É fogo de palha, logo termina!”

Porém, Natalino sabia que não era mais o mesmo homem! E isto bastava para ele!

O jovem casal conta: O começo dos trabalhos não foi fácil! Pois a Igreja que havia

começado na sala da casa do casal, começa a ganhar corpo tendo necessidade de um

ambiente maior. Um primeiro salão é alugado e logo após, com a doação de um terreno,

começa a construção do primeiro templo em Arujá. O terreno era composto de uma

edícula nos fundos, projetado para o futuro templo, que estava já no coração de Cleide e

Natalino.

Natalino narra ainda com voz embargada e lágrimas nos olhos remetendo sua

mente há cerca de trinta anos atrás. Sempre no segundo sábado de cada mês era

realizado o culto de Santa Ceia na pequena igreja. Era o começo de tudo, inclusive do

ministério do casal. Havia poucas pessoas, e a aparelhagem precisava ser improvisada.

Nestes dias eles usavam a penteadeira de Cleide como mesa na Ceia, esta era

desmontada na sua parte superior e colocada sobre seus ombros no percurso de cerca

de trezentos metros de distância entre a Igreja e sua casa.

Segundo Natalino, este dia não pode ser esquecido, pois neste trajeto sempre o

mesmo pensamento vinha em sua cabeça: O que as pessoas que presenciavam esta

cena mensal poderiam pensar do homem com a penteadeira nos ombros? Alguns

podiam pensar que ele era louco, outros podiam dizer: Este negócio não tem como dar

certo, ainda mais com uma penteadeira! Verdadeiramente Natalino e Cleide cortavam o

primeiro tronco de árvore para a construção de sua arca. Quem vê uma Arca construída,

também nunca esquece que ela começou um dia com um tronco e muita vontade de

trabalhar de alguém! Cleide emprestava a penteadeira e Natalino carregava, a obra

estava iniciada.

A Igreja crescia e cresciam também os desafios! Certo dia algumas pessoas

pediram a palavra numa reunião de ministério que ocorria freqüentemente, e disseram ao

jovem Pastor: Nós temos pessoas mais capacitadas que você; pessoas qualificadas para

tocar este projeto adiante, elas sim, deveriam estar no seu lugar!

Eu me pergunto, quantos de nós continuaríamos trabalhando na construção da

Arca, depois de ter ouvido algo semelhante? Você continuaria? Natalino continuou, pois,

sabia quem o havia convocado para aquele trabalho!

Você pode se perguntar o porquê de compartilhar a história deste casal.

Compartilhamos porque eles não pararam, nem se intimidaram diante dos desafios!

Sabe por que Noé é conhecido como o homem que construiu a Arca? Porque quando

seus ouvidos ouviram tais palavras como estas, a voz de Deus soava mais forte em seus

ouvidos dizendo: Faça a Arca! Naquele dia a voz de Deus soou como nunca aos ouvidos

de Natalino dizendo: “Faça seu trabalho!”

Os anos vão passando, as conquistas chegam, a primeira igreja já não comporta a

quantidade de membros, e assim um novo lugar é comprado e ampliado. Várias

congregações nascem nos bairros de Arujá, através da Igreja mãe, era Deus dizendo:

“Estou aprovando seu trabalho.” Deus sabe como honrar seus servos fiéis.

Quase trinta anos de trabalho, dedicação, desgaste físico, emocional tinham

passado. Partes de suas vidas haviam sido doadas à obra do bom Deus. Enfim, a arca de

Natalino e Cleide já estava quase pronta, e eles sentiam-se pregando os últimos pregos,

passando a última demão de piche na arca, mas, quem os havia contratado para o

trabalho reservava uma surpresa para eles, pois, em Abril de 2005 o homem que pedia

emprestada a penteadeira de sua esposa para celebrar a Ceia do Senhor era eleito pela

convenção, Presidente Nacional das Igrejas Cristã Pentecostal da Bíblia do Brasil. Pois

bem meus amigos, temos nas sagradas escrituras a história de Noé que começou sua

arca com um tronco de madeira e temos a história contemporânea da Missionária Cleide

e do Bispo Presidente Natalino de Jesus Bisigati, que começaram seu ministério com

uma penteadeira nos ombros.

A Bíblia diz que tudo quanto Deus mandou Noé fazer, ele fez. Cleide ao final da

entrevista disse: “Tudo que passamos, todo trabalho, o desgaste, o tempo gasto, valeu a

pena!” Natalino acrescenta: “Faríamos tudo de novo!” Neste momento minha mente volta

milhares de anos atrás, nas páginas das Sagradas Escrituras. Olho para Noé cansado,

muitos anos haviam se passado, seu corpo já não era mais o mesmo, suas mãos traziam

as marcas do trabalho duro, cabelos brancos, as expressões faciais, cada uma delas

tinha uma história. Mas vejo Noé, o corpo esta envelhecido, ouço o choro daquele

homem, soluços, lágrimas banham seu rosto, mas ele não está triste! Noé olha para um

ponto fixo. Eu pergunto: “Noé o que vês?” Ele diz: “Olhe atentamente e verás!” Quando

olho, vejo uma Arca pronta, vejo o trabalho de um homem, sua vida! Verdadeiramente,

Noé acreditava no seu projeto. E você, acredita no seu?

Capítulo 8Investimentos feitos na arca.

“Pela fé, Noé, divinamente instruído acerca de acontecimentos que ainda não se viam e

sendo totalmente temente a Deus, aparelhou uma arca para a salvação de sua casa

pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé’’

Gênesis 6:22 (Bíblia N.T.L.H.)

uando nosso personagem principal aceita o desafio de construir aquela enorme

embarcação sabia que a Arca só seria real em sua vida, através de vários Qinvestimentos, ou seja, agora a construção da Arca era prioridade em sua vida.

Noé classificou isto no seu dia a dia, como algo muito importante; existem as coisas que

são menos importantes; aquelas que podem esperar um pouco mais e as que são feitas

com o tempo restante.

A Arca está classificada aqui como muito importante, prioridade, pois a Arca não

era um “hobby” na sua vida, que poderia ser construída nos finais de semana ou na sobra do tempo do dia, não! O texto Sagrado fala que sua geração, comia, bebia, casava e

dava-se em casamento, enquanto Noé trabalha na construção. É claro que aqui não está

se falando que comer, beber e casar é pecado, apenas mostrando a prioridade. Muitas

vezes nossos projetos exigem um pouco mais de nós, e sabemos que para alcançar

alguns objetivos teremos que abrir mão de coisas que gostamos de fazer, sacrificando

algum “hobby”.

Quem deseja subir os degraus acadêmicos sabe que terá que esmerar-se muito

nos estudos, às vezes entrando noite à dentro com livros, outras, fazendo dos finais de

semana dias normais de atividades. Noé sabia que o tempo gasto na arca não era

perdido, e sim, um investimento no seu projeto. Lembre-se disto quando for questionado

por alguém que diz “meu amigo já chega, deixa isto pra depois; vamos curtir a vida; você

tem tempo ainda; isto da para esperar.”

O ex-presidente Norte Americano Abraham Lincoln quando moço, era um simples

lenhador. Pôs na cabeça no entanto, que um dia iria presidir os Estados Unidos. Estudou

em condições precárias e adversas, sob luz de velas, tornou-se advogado destacando-se

na profissão, entrou na vida pública, superou todos os obstáculos políticos, para galgar

degrau-após-degrau até chegar ao topo: Presidente dos Estados Unidos, conquistando

desta forma seu sonho, e não esperando o acaso.

Conta-se a história de um jovem lenhador, forte e ambicioso, este, ansioso para

mostrar sua grande habilidade em derrubar árvores, desafiou o campeão da firma, um

senhor bem mais velho, num concurso para ver quem derrubava mais árvores em um dia

de trabalho. O jovem cortador começou atacando árvore após árvore com uma fúria

jamais vista entre os lenhadores. Também, o velho cortador se aplicava à sua tarefa com

toda a perícia que os anos de experiência haviam lhe concedido. Quando o jovem foi

informado por alguém que o velho lenhador parava para descansar de tempo em tempo

embaixo de uma árvore da floresta, sorriu orgulhoso dizendo: “esta já ganhei, pois não

perdi tempo.” Entretanto, no final do dia, uma grande surpresa o aguardava. O jovem

ofegante encontrou o velho lenhador tranqüilo, e com duas vezes mais árvores cortadas

do que ele. Foi então que descobriu que em cada período de descanso, o velho e

experiente lenhador afiava seu machado. Quem gasta tempo afiando machado, faz

investimento no seu projeto; quem afia seu machado será bem sucedido!

Disse Abraham Lincoln certa vez: Se me derem seis horas para derrubar uma

árvore, vou gastar as primeiras quatro afiando meu machado. Afiar o machado é fazer

investimentos! Foi isto que Noé fez, investiu seu tempo, e também podemos afirmar sem

nenhum medo de errar, que ele investiu seu dinheiro. Não sabemos como era a moeda

corrente da época, se existia espécie ou trocas de objetos, mas é certo que ele teve que

comprar ferramentas da época, talvez alguns animais para mover os troncos, etc. Ele

investiu naquilo que acreditava, pois quem está disposto a investir em seu projeto, logo o

verá pronto.

Quando Lincoln tomou posse como presidente toda a classe dominante sofreu um

choque. Pois, imagine um lenhador, filho de sapateiro, assumir a presidência do maior

país das Américas. Convocado pela classe política, um Senador diante das galerias

lotadas fez uma pergunta irônica: “o senhor pretende administrar os Estados Unidos

como se fosse uma grande floresta ou sapataria? Porque seu pai era sapateiro, e não tem

como negar, pois estou usando um sapato feito por ele!”

Lincoln, tranqüilo e sereno respondeu: É bom o senhor trazer a lembrança de meu

pai neste momento, pois ele gostaria de estar aqui. Meu pai não era um simples sapateiro,

era o melhor sapateiro dos Estados Unidos, e quem me comprova isto é o senhor, pois

depois de tanto tempo que ele morreu o senhor ainda esta usando um sapato feito por ele.

Completou ainda: Mas não apenas meu pai foi sapateiro, eu fui lenhador, e depois de um

dia exaustivo de trabalho, ainda ia estudar direito por correspondência para poder ter o

direito de ser presidente de vossa senhoria. Concluiu olhando para a platéia que o

assistia dizendo: Orem por mim, para que eu seja tão bom presidente, quanto meu pai foi

bom sapateiro.

Quando se faz investimentos em projetos futuros, principalmente aqueles

duvidosos aos olhos alheios, corremos o risco de ouvir comentários dos que não

compartilham do sonho dizendo: Você está perdendo seu tempo, está jogando dinheiro

fora. Quantas vezes Noé ouviu este tipo de comentário quando construía sua arca?

Acreditamos que foram muitas, porém, nem por isto ele cessou seus investimentos.

Existe um texto sagrado que diz: “Lança o teu pão sobre as águas, porque depois

de muitos dias o acharás.” (Eclesiastes 11:1 R.A.)25

Tentar digerir esta recomendação bíblica sem estudá-la, é correr riscos de achar

que este conselho é insano, uma verdadeira loucura; pois lançar um pão na água é perdê-

lo; é perder tempo e dinheiro! Mas ao estudá-la perceberemos que isto é investimento

seguro!

A palavra aqui traduzida por “pão” na língua original é “semente,” grão de trigo para

a plantação! O que se fala é de um antigo costume egípcio que se dava às margens do rio

Nilo; quando o rio na época de cheia inundava suas margens, alguns agricultores da

região saiam a semear nas margens inundadas. Literalmente eles lançavam as

sementes sobre as águas que cobriam o solo. Quando um leigo via aquela cena,

assustado dizia: “este homem é louco, está jogando sua semente fora!” Porém, aquilo

não era loucura e sim investimento!

Diz-nos a história, que os dias passavam, as águas baixavam, e as sementes que

estavam soterradas naquela lama pareciam que haviam se perdido; alguém poderia dizer

“você perdeu sua semente, ela esta soterrada na lama”, mas o agricultor sabia que isto

não estava acontecendo. Terminava o tempo da cheia, as águas baixavam e o sol se

impunha secando a terra. Neste momento, aquela semente que parecia perdida

germinava e começava a crescer. A história diz-nos que aquela era a melhor safra da

região, produzia os melhores e mais saborosos grãos.

“Quem fica esperando que o vento mude e que o tempo fique bom nunca

plantará nem colherá nada.” (Eclesiastes 11:4. Nova tradução na linguagem de

hoje.)

Capítulo 9Visão de empreendedor.

“Empreendedor é o termo utilizado para qualificar, ou especificar, principalmente, aquele

indivíduo que detém uma forma especial, inovadora, de se dedicar às atividades de

organização, administração e execução, principalmente na geração de riquezas, na

transformação de conhecimentos e bens em novos produtos, mercadorias ou serviços,

gerando um novo método com o seu próprio conhecimento. É ainda, o profissional inovador

que modifica, com sua forma de agir, qualquer área do conhecimento humano. O termo

também é utilizado no cenário econômico para designar o fundador de uma empresa ou

entidade, é aquele que construiu tudo a duras custas, criando o que ainda não existia.”

(Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.)