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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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Didatismo e Conhecimento 1

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em Administração

1) NOÇÕES BÁSICAS DE: MATEMÁTICA FINANCEIRA, COMPRAS, LICITAÇÕES;

VEICULAÇÃO, CIRCULAÇÃO E ARQUIVA-MENTO DE DOCUMENTOS; REGISTRO, ADMISSÃO, MOVIMENTAÇÃO E PAGA-

MENTO DE PESSOAL, CONTRATAÇÕES; ESTOQUE E ALMOXARIFADO; ELABORA-

ÇÃO E ACOMPANHAMENTO DE ORÇA-MENTO.

Porcentagem

É uma fração de denominador centesimal, ou seja, é uma fração de denominador 100. Representamos porcentagem pelo símbolo % e lê-se: “por cento”.

Deste modo, a fração 10050 é uma porcentagem que podemos

representar por 50%.

Forma Decimal: É comum representarmos uma porcentagem na forma decimal, por exemplo, 35% na forma decimal seriam representados por 0,35.

75% = 10075

= 0,75

Cálculo de uma Porcentagem: Para calcularmos uma porcentagem p% de V, basta multiplicarmos a fração

100p por V.

P% de V = 100p

. V

Exemplo 1

23% de 240 = 10023 . 240 = 55,2

Exemplo 2

Em uma pesquisa de mercado, constatou-se que 67% de uma amostra assistem a um certo programa de TV. Se a população é de 56.000 habitantes, quantas pessoas assistem ao tal programa?

Resolução: 67% de 56 000 = 3752056000.10067

=

Resposta: 37 520 pessoas.

Porcentagem que o lucro representa em relação ao preço de custo e em relação ao preço de venda

Chamamos de lucro em uma transação comercial de compra e venda a diferença entre o preço de venda e o preço de custo.

Lucro = preço de venda – preço de custoCaso essa diferença seja negativa, ela será chamada de

prejuízo.

Assim, podemos escrever:Preço de custo + lucro = preço de vendaPreço de custo – prejuízos = preço de venda

Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de duas formas:

Lucro sobre o custo = lucro/preço de custo. 100%Lucro sobre a venda = lucro/preço de venda. 100%

Observação: A mesma análise pode ser feita para o caso de prejuízo.

Exemplo

Uma mercadoria foi comprada por R$ 500,00 e vendida por R$ 800,00.

Pede-se:- o lucro obtido na transação;- a porcentagem de lucro sobre o preço de custo;- a porcentagem de lucro sobre o preço de venda.

Resposta:Lucro = 800 – 500 = R$ 300,00Lc =

500300 = 0,60 = 60%

Lv = 800300 = 0,375 = 37,5%

Aumento

Aumento Percentual: Consideremos um valor inicial V que deve sofrer um aumento de p% de seu valor. Chamemos de A o valor do aumento e VA o valor após o aumento. Então, A = p% de V =

100p . V

VA = V + A = V + 100p

. V

VA = ( 1 + 100p

) . V

Em que (1 + 100p

) é o fator de aumento.

Desconto

Desconto Percentual: Consideremos um valor inicial V que deve sofrer um desconto de p% de seu valor. Chamemos de D o valor do desconto e VD o valor após o desconto. Então, D = p% de V =

100p . V

VD = V – D = V – 100

p . V

VD = (1 – 100

p ) . V

Em que (1 – 100

p) é o fator de desconto.

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Didatismo e Conhecimento 2

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoExemplo

Uma empresa admite um funcionário no mês de janeiro sabendo que, já em março, ele terá 40% de aumento. Se a empresa deseja que o salário desse funcionário, a partir de março, seja R$ 3 500,00, com que salário deve admiti-lo?

Resolução: VA = 1,4 . V 3 500 = 1,4 . V

V = 25004,1

3500=

Resposta: R$ 2 500,00

Aumentos e Descontos Sucessivos: Consideremos um valor inicial V, e vamos considerar que ele irá sofrer dois aumentos sucessivos de p1% e p2%. Sendo V1 o valor após o primeiro aumento, temos:

V1 = V . (1 + 100

1p )

Sendo V2 o valor após o segundo aumento, temos:V2 = V1 . (1 +

1002p )

V2 = V . (1 + 100

1p ) . (1 + 100

2p )

Sendo V um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer dois descontos sucessivos de p1% e p2%.

Sendo V1 o valor após o primeiro desconto, temos:V1 = V. (1 –

1001p )

Sendo V2 o valor após o segundo desconto, temos:

V2 = V1 . (1 – 100

2p )

V2 = V . (1 – 100

1p ) . (1 – 100

2p )

Sendo V um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer um aumento de p1% e, sucessivamente, um desconto de p2%.Sendo V1 o valor após o aumento, temos:V1 = V . (1+

1001p )

Sendo V2 o valor após o desconto, temos:V2 = V1 . (1 –

1002p )

V2 = V . (1 + 100

1p ) . (1 – 100

2p )

Exemplo

(VUNESP-SP) Uma instituição bancária oferece um rendimento de 15% ao ano para depósitos feitos numa certa modalidade de aplicação financeira. Um cliente deste banco deposita 1 000 reais nessa aplicação. Ao final de n anos, o capital que esse cliente terá em reais, relativo a esse depósito, são:

Resolução: VA = vp n

.100

1

+

VA = 1000.10015.1

n

VA = 1 000 . (1,15)n VA = 1 000 . 1,15n VA = 1 150,00n

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Didatismo e Conhecimento 3

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoQuestões

1 - (PREF. AMPARO/SP – AGENTE ESCOLAR – CONRIO/2014) Se em um tanque de um carro for misturado 45 litros de etanol em 28 litros de gasolina, qual será o percentual aproximado de gasolina nesse tanque?

A) 38,357% B) 38,356% C) 38,358% D) 38,359%

2 - (CEF / Escriturário) Uma pessoa x pode realizar uma certa tarefa em 12 horas. Outra pessoa, y, é 50% mais eficiente que x. Nessas condições, o número de horas necessárias para que y realize essa tarefa é :

A) 4B) 5C) 6D) 7E) 8

3 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Observe a tabela que indica o consumo mensal de uma mesma torneira da pia de uma cozinha, aberta meia volta por um minuto, uma vez ao dia.

Em relação ao cosumo mensal da torneira alimentada pela água da rua, o da torneira alimentada pela água da caixa representa, aproximadamente,

A) 20%B) 26%C) 30%D) 35%E) 40%

4 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FCC/2014) O preço de uma mercadoria, na loja J, é de R$ 50,00. O dono da loja J resolve reajustar o preço dessa mercadoria em 20%. A mesma mercadoria, na loja K, é vendida por R$ 40,00. O dono da loja K resolve reajustar o preço dessa mercadoria de maneira a igualar o preço praticado na loja J após o reajuste de 20%. Dessa maneira o dono da loja K deve reajustar o preço em

A) 20%. B) 50%. C) 10%. D) 15%. E) 60%.

5 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FCC/2014) O preço de venda de um produto, descontado um imposto de 16% que incide sobre esse mesmo preço, supera o preço de compra em 40%, os quais constituem o lucro líquido do ven-dedor. Em quantos por cento, aproximadamente, o preço de venda é superior ao de compra?

A) 67%.B) 61%.C) 65%.D) 63%.E) 69%.

6 - (DPE/SP – AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – FCC/2013) Um comerciante comprou uma mercadoria por R$ 350,00. Para estabelecer o preço de venda desse produto em sua loja, o comerciante decidiu que o valor deveria ser suficiente para dar 30% de desconto sobre o preço de venda e ainda assim garantir lucro de 20% sobre o preço de compra. Nessas condições, o preço que o comer-ciante deve vender essa mercadoria é igual a

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Didatismo e Conhecimento 4

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoA) R$ 620,00. B) R$ 580,00. C) R$ 600,00. D) R$ 590,00. E) R$ 610,00.

7 - (DPE/SP – AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – FCC/2013) Uma bolsa contém apenas 5 bolas brancas e 7 bolas pretas. Sorteando ao acaso uma bola dessa bolsa, a probabilidade de que ela seja preta é

A) maior do que 55% e menor do que 60%. B) menor do que 50%. C) maior do que 65%. D) maior do que 50% e menor do que 55%. E) maior do que 60% e menor do que 65%.

8 - PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-MA/2013) Das 80 crianças que responderam a uma enquete refe-rente a sua fruta favorita, 70% eram meninos. Dentre as meninas, 25% responderam que sua fruta favorita era a maçã. Sendo assim, qual porcentagem representa, em relação a todas as crianças entre-vistadas, as meninas que têm a maçã como fruta preferida?

A) 10% B) 1,5% C) 25% D) 7,5% E) 5%

9 - (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014) Numa liquidação de bebidas, um atacadista fez a seguinte promo-ção:

Alexandre comprou duas embalagens nessa promoção e re-vendeu cada unidade por R$3,50. O lucro obtido por ele com a revenda das latas de cerveja das duas embalagens completas foi:

A) R$33,60B) R$28,60C) R$26,40D) R$40,80E) R$43,20

10 - (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014) Leilão de veículos apreendidos do Detran aconteceu no dia 7 de dezembro.

O Departamento Estadual de Trânsito de Sergipe – Detran/SE – realizou, no dia 7 de dezembro, sábado, às 9 horas, no Espaço Emes, um leilão de veículos apreendidos em fiscalizações de trân-sito. Ao todo foram leiloados 195 veículos, sendo que 183 foram comercializados como sucatas e 12 foram vendidos como aptos para circulação.

Quem arrematou algum dos lotes disponíveis no leilão pagou 20% do lance mais 5% de comissão do leiloeiro no ato da arrema-tação. Os 80% restantes foram pagos impreterivelmente até o dia 11 de dezembro.

Fonte: http://www.ssp.se.gov.br05/12/13 (modificada).

Vitor arrematou um lote, pagou o combinado no ato da arre-matação e os R$28.800,00 restantes no dia 10 de dezembro. Com base nas informações contidas no texto, calcule o valor total gasto por Vitor nesse leilão.

A) R$34.600,00B) R$36.000,00C) R$35.400,00D) R$32.000,00E) R$37.800,00

Respostas

1 - RESPOSTA: “B”.Mistura:28+45=7373------100%28------xX=38,356%

2 - RESPOSTA “C”.

12 horas → 100 %

50 % de 12 horas = = 6 horas

X = 12 horas → 100 % = total de horas trabalhadoY = 50 % mais rápido que X.Então, se 50% de 12 horas equivalem a 6 horas, logo Y faz o

mesmo trabalho em 6 horas.

3 - RESPOSTA: “B”.

4 - RESPOSTA: “B”.

O reajuste deve ser de 50%.

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Didatismo e Conhecimento 5

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em Administração5 - RESPOSTA: “A”.Preço de venda: PVPreço de compra: PC

Note que: 1,4 = 100%+40% ou 1+0,4.Como ele superou o preço de venda (100%) em 40% , isso significa soma aos 100% mais 40%, logo 140%= 1,4.

PV - 0,16PV = 1,4PC 0,84PV=1,4PC

O preço de venda é 67% superior ao preço de compra.

6 - RESPOSTA: “C”.Preço de venda: PVPreço de compra: 35030% de desconto, deixa o produto com 70% do seu valor.Como ele queria ter um lucro de 20% sobre o preço de com-

pra, devemos multiplicar por 1,2(350+0,2.350) ➜ 0,7PV = 1,2 . 350

O preço de venda deve ser R$600,00.

7 - RESPOSTA: “A”.Ao todo tem 12 bolas, portanto a probabilidade de se tirar uma

preta é:

8 - RESPOSTA: “D”. Tem que ser menina E gostar de maçã.Meninas:100-70=30%

, simplificando temos ➜ P =

0,075 . 100% = 7,5%.

9 - RESPOSTA: “A”.

O lucro de Alexandre foi de R$33,60.

10 - RESPOSTA: “E”.R$28.800-------80%x------------------100%

Valor total: R$36.000,00+R$1.800,00=R$37.800,00

Juros Simples

Toda vez que falamos em juros estamos nos referindo a uma quantia em dinheiro que deve ser paga por um devedor, pela utilização de dinheiro de um credor (aquele que empresta).

- Os juros são representados pela letra j.- O dinheiro que se deposita ou se empresta chamamos de

capital e é representado pela letra C.- O tempo de depósito ou de empréstimo é representado pela

letra t.- A taxa de juros é a razão centesimal que incide sobre um

capital durante certo tempo. É representado pela letra i e utilizada para calcular juros.

Chamamos de simples os juros que são somados ao capital inicial no final da aplicação.

Devemos sempre relacionar taxa e tempo numa mesma unidade:

Taxa anual --------------------- tempo em anosTaxa mensal-------------------- tempo em mesesTaxa diária---------------------- tempo em dias

Consideremos, como exemplo, o seguinte problema:

Uma pessoa empresta a outra, a juros simples, a quantia de R$ 3. 000,00, pelo prazo de 4 meses, à taxa de 2% ao mês. Quanto deverá ser pago de juros?

Resolução:

- Capital aplicado (C): R$ 3.000,00- Tempo de aplicação (t): 4 meses- Taxa (i): 2% ou 0,02 a.m. (= ao mês)

Fazendo o cálculo, mês a mês:- No final do 1º período (1 mês), os juros serão: 0,02 x R$

3.000,00 = R$ 60,00- No final do 2º período (2 meses), os juros serão: R$ 60,00 +

R$ 60,00 = R$ 120,00- No final do 3º período (3 meses), os juros serão: R$ 120,00

+ R$ 60,00 = R$ 180,00- No final do 4º período (4 meses), os juros serão: R$ 180,00

+ R$ 60,00 = R$ 240,00

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Didatismo e Conhecimento 6

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoDesse modo, no final da aplicação, deverão ser pagos R$

240,00 de juros.Fazendo o cálculo, período a período:- No final do 1º período, os juros serão: i.C- No final do 2º período, os juros serão: i.C + i.C- No final do 3º período, os juros serão: i.C + i.C + i.C------------------------------------------------------------------------ No final do período t, os juros serão: i.C + i.C + i.C + ... + i.C

Portanto, temos:

J = C . i . t

Observações:

1) A taxa i e o tempo t devem ser expressos na mesma unidade. 2) Nessa fórmula, a taxa i deve ser expressa na forma decimal.3) Chamamos de montante (M) a soma do capital com os

juros, ou seja: Na fórmula J= C . i . t, temos quatro variáveis. Se três delas forem valores conhecidos, podemos calcular o 4º valor.

M=C+ j

Exemplo

A que taxa esteve empregado o capital de R$ 20.000,00 para render, em 3 anos, R$ 28.800,00 de juros? (Observação: Como o tempo está em anos devemos ter uma taxa anual.)

C = R$ 20.000,00t = 3 anosj = R$ 28.800,00i = ? (ao ano)

j = C.i.t100

28 800 = 20000..i.3100

28 800 = 600 . i

i = 28.800600

i = 48

Resposta: 48% ao ano.

Juros Compostos

O capital inicial (principal) pode crescer, como já sabemos, devido aos juros, segundo duas modalidades, a saber:

Juros simples - ao longo do tempo, somente o principal rende juros.

Juros compostos - após cada período, os juros são incorporados ao principal e passam, por sua vez, a render juros. Também conhecido como “juros sobre juros”.

Vamos ilustrar a diferença entre os crescimentos de um capital através juros simples e juros compostos, com um exemplo: Suponha que $100,00 são empregados a uma taxa de 10% a.a. (ao ano) Teremos:

Observe que o crescimento do principal segundo juros simples é LINEAR enquanto que o crescimento segundo juros compostos é EXPONENCIAL, e, portanto tem um crescimento muito mais “rápido”. Isto poderia ser ilustrado graficamente da seguinte forma:

Na prática, as empresas, órgãos governamentais e investidores particulares costumam reinvestir as quantias geradas pelas aplicações financeiras, o que justifica o emprego mais comum de juros compostos na Economia. Na verdade, o uso de juros simples não se justifica em estudos econômicos.

Fórmula para o cálculo de Juros compostosConsidere o capital inicial (principal P) $1000,00 aplicado a uma

taxa mensal de juros compostos ( i ) de 10% (i = 10% a.m.). Vamos calcular os montantes (principal + juros), mês a mês:

Após o 1º mês, teremos: M1 = 1000 x 1,1 = 1100 = 1000(1 + 0,1)Após o 2º mês, teremos: M2 = 1100 x 1,1 = 1210 = 1000(1 + 0,1)2

Após o 3º mês, teremos: M3 = 1210 x 1,1 = 1331 = 1000(1 + 0,1)3 ................................................................................................. Após o nº (enésimo) mês, sendo S o montante, teremos

evidentemente: S = 1000(1 + 0,1)n De uma forma genérica, teremos para um principal P, aplicado a

uma taxa de juros compostos i durante o período n : S = P (1 + i)n onde S = montante, P = principal, i = taxa de juros e n = número de períodos que o principal P (capital inicial) foi aplicado.

Nota: Na fórmula acima, as unidades de tempo referentes à taxa de juros (i) e do período (n), tem de ser necessariamente iguais. Este é um detalhe importantíssimo, que não pode ser esquecido! Assim, por exemplo, se a taxa for 2% ao mês e o período 3 anos, deveremos considerar 2% ao mês durante 3x12=36 meses.

Exemplos1 – Expresse o número de períodos n de uma aplicação, em

função do montante S e da taxa de aplicação i por período. Solução: Temos S = P(1+i)n

Logo, S/P = (1+i)n

Pelo que já conhecemos de logaritmos, poderemos escrever:n = log (1+ i ) (S/P) . Portanto, usando logaritmo decimal (base

10), vem:

n = log(S / P)log(1+ i)

= logS − logPlog(1+ i)

Temos também da expressão acima que: n.log(1 + i) = logS – logP

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Didatismo e Conhecimento 7

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoDeste exemplo, dá para perceber que o estudo dos juros

compostos é uma aplicação prática do estudo dos logaritmos.2 – Um capital é aplicado em regime de juros compostos a uma

taxa mensal de 2% (2% a.m.). Depois de quanto tempo este capital estará duplicado?

Solução: Sabemos que S = P (1 + i)n. Quando o capital inicial estiver duplicado, teremos S = 2P.

Substituindo, vem: 2P = P(1+0,02)n [Obs: 0,02 = 2/100 = 2%]Simplificando, fica: 2 = 1,02n , que é uma equação exponencial simples.Teremos então: n = log1,022 = log2 /log1,02 = 0,30103 / 0,00860

= 35

Nota: log2 = 0,30103 e log1,02 = 0,00860; estes valores podem ser obtidos rapidamente em máquinas calculadoras científicas. Caso uma questão assim caia no vestibular, o examinador teria de informar os valores dos logaritmos necessários, ou então permitir o uso de calculadora na prova, o que não é comum no Brasil.

Portanto, o capital estaria duplicado após 35 meses (observe que a taxa de juros do problema é mensal), o que equivale a 2 anos e 11 meses.

Resposta: 2 anos e 11 meses.

Exercícios

1. (SABESP – ANALISTA DE GESTÃO I -CONTABI-LIDADE – FCC/2012) Renato aplicou uma quantia no regime de capitalização de juros simples de 1,25% ao mês. Ao final de um ano, sacou todo o dinheiro da aplicação, gastou metade dele para comprar um imóvel e aplicou o restante, por quatro meses, em outro fundo, que rendia juros simples de 1,5% ao mês. Ao final desse período, ele encerrou a aplicação, sacando um total de R$ 95.082,00. A quantia inicial, em reais, aplicada por Renato no pri-meiro investimento foi de

A) 154.000,00 B) 156.000,00 C) 158.000,00 D) 160.000,00 E) 162.000,00

2. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMI-NISTRATIVO – FCC/2014) José Luiz aplicou R$60.000,00 num fundo de investimento, em regime de juros compostos, com taxa de 2% ao mês. Após 3 meses, o montante que José Luiz poderá sacar é

A) R$63.600,00.B) R$63.672,48.C) R$63.854,58.D) R$62.425,00.E) R$62.400,00.

3. CREA/PR – AGENTE ADMINISTRATIVO – FUNDA-TEC/2013) Um empréstimo de R$ 50.000,00 será pago no prazo de 5 meses, com juros simples de 2,5% a.m. (ao mês). Nesse sentido, o valor da dívida na data do seu vencimento será:

A) R$6.250,00. B) R$16.250,00. C) R$42.650,00. D) R$56.250,00. E) R$62.250,00.

4. (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-MA/2013) Teresa pagou uma conta no valor de R$ 400,00 com seis dias de atraso. Por isso, foi acrescido, sobre o valor da conta, juro de 0,5% em regime simples, para cada dia de atraso. Com isso, qual foi o valor total pago por Teresa?

A) R$ 420,00. B) R$ 412,00. C) R$ 410,00. D) R$ 415,00. E) R$ 422,00.

5. PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014) Po-lícia autua 16 condutores durante blitz da Lei Seca

No dia 27 de novembro, uma equipe da Companhia de Polí-cia de Trânsito(CPTran) da Polícia Militar do Estado de Sergipe realizou blitz da Lei Seca na Avenida Beira Mar. Durante a ação, a polícia autuou 16 condutores.

Segundo o capitão Fábio <achado, comandante da CPTran, 12 pessoas foram notificadas por infrações diversas e quatro por desobediência à Lei Seca[...].

O quarteto detido foi multado em R$1.910,54 cada e teve a Carteira Nacional de Trânsito (CNH) suspensa por um ano.

(Fonte: PM/SE 28/11/13, modificada)Investindo um capital inicial no valor total das quatros mulas

durante um período de dez meses, com juros de 5% ao mês, no sistema de juros simples, o total de juros obtidos será:

A) R$2.768,15B) R$1.595,27C) R$3.821,08D) R$9.552,70E) R$1.910,54

6. (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA – INDEC/2013) Uma aplicação financeira rende mensalmente 0,72%. Após 3 meses, um capital investido de R$ 14.000,00 ren-derá: (Considere juros compostos)

A) R$ 267,92 B) R$ 285,49C) R$300,45D) R$304,58E) 7. (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA –

INDEC/2013) Qual a porcentagem de rendimento mensal de um capital de R$ 5.000,00 que rende R$ 420,00 após 6 meses?

(Considere juros simples) A) 2,2% B) 1,6%C) 1,4%D) 0,7%

8. (PM/SP – OFICIAL – VUNESP/2013) Pretendendo aplicar em um fundo que rende juros compostos, um investidor fez uma simulação. Na simulação feita, se ele aplicar hoje R$ 10.000,00 e R$ 20.000,00 daqui a um ano, e não fizer nenhuma retirada, o saldo daqui a dois anos será de R$ 38.400,00. Desse modo, é correto afirmar que a taxa anual de juros considerada nes-sa simulação foi de

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Didatismo e Conhecimento 8

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoA) 12%.B) 15%.C) 18%.D) 20%.E) 21%.

9. (TRT 1ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2013) Juliano possui R$ 29.000,00 aplicados em um regime de juros compostos e deseja comprar um carro cujo preço à vista é R$30.000,00. Se nos próximos meses essa aplicação render 1% ao mês e o preço do carro se mantiver, o número mínimo de meses necessário para que Juliano tenha em sua aplicação uma quantia suficiente para comprar o carro é

A) 7.B) 4.C) 5.D) 6.E) 3.

10. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESGRANRIO/2012) João tomou um empréstimo de R$900,00 a juros compostos de 10% ao mês. Dois meses depois, João pagou R$600,00 e, um mês após esse pagamento, liquidou o empréstimo.

O valor desse último pagamento foi, em reais, aproximadamente,A) 240,00B) 330,00C) 429,00D) 489,00E) 538,00

Respostas

1 - RESPOSTA: “B”.

Quantia inicial: C= 25.000 ; i=1,25% a.m = 0,0125 ; t= 1 ano = 12 mesesM= J+C e J= C.i.t da junção dessas duas fórmulas temos : M=C.(1+i.t),aplicando

Como ele gastou metade e a outra metade ele aplicou a uma taxa i=1,5% a.m=0,015 e t=4m e sacou após esse período R$ 95.082,00

95.082 = 0,6095C → → C= 156.000

A quantia inicial foi de R$ 156.000,00.

2 - RESPOSTA: “B”.

C=60.000 ; i = 2% a.m = 0,02 ; t = 3m

O montante a ser sacado será de R$ 63.672,48.

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Didatismo e Conhecimento 9

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em Administração3 - RESPOSTA: “D”.J=C.i.t C = 50.000 ; i = 2,5% a.m = 0,025 ; t = 5mJ=50 000.0,025.5J=6250M=C+JM=50 000+6 250=56250O valor da dívida é R$56.250,00.

4 – RESPOSTA: “B”.

C = 400 ; t = 6 d ; i = 0,5% a.d = 0,005

O valor que ela deve pagar é R$412,00.

5 - RESPOSTA: “C”.

O juros obtido será R$3.821,08.

6 - RESPOSTA: “D”.

i = 0,72%a.m = 0,0072 ; t = 3m ; C = 14.000

Como ele quer saber os juros:M = C+J → J = 14304,58-14000 = 304,58A aplicação renderá R$ 304,58.

7 - RESPOSTA: “C”.C = 5.000 ; J = 420 ; t = 6mJ=C.i.t → 420=5000.i.6

A porcentagem será de 1,4%.

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Didatismo e Conhecimento 10

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em Administração

8 - RESPOSTA: “D”.C1º ano = 10.000 ; C2º ano = 20.000

M1+M2 = 384000

Têm se uma equação do segundo grau, usa-seentão a fórmula de Bhaskara:

É correto afirmar que a taxa é de 20%

9 - RESPOSTA: “B”.

C=29.000 ; M=30.000 ; i=1%a.m = 0,01

Teremos que substituir os valores de t, portanto vamos começar dos números mais baixos:1,013=1,0303, está próximo, mas ainda é menor1,014=1,0406Como t=4 passou o número que precisava(1,0344), então ele tem que aplicar no mínimo por 4 meses.

10 - RESPOSTA: “E”.

C = 900 ; i = 10% a.m=0,10 ; t = 2m ; pagou 2 meses depois R$ 600,00 e liquidou após 1 mês

Depois de dois meses João pagou R$ 600,00.1089-600=489

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Didatismo e Conhecimento 11

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoDescontos Simples e Compostos

São juros recebidos (devolvidos) ou concedidos quando o pagamento de um título é antecipado. O desconto é a diferença entre o valor nominal (S) de um título na data do seu vencimento e o seu valor atual (C) na data em que é efetuado o pagamento, ou seja:

D = S - C

Os descontos são nomeados simples ou compostos em função do cálculo dos mesmos terem sido no regime de juros simples ou compostos, respectivamente. Os descontos (simples ou compostos) podem ser divididos em:

- Desconto comercial, bancário ou por fora; - Desconto racional ou por dentro.

Descontos Simples

Por Fora (Comercial ou Bancário). O desconto é calculado sobre o valor nominal (S) do título, utilizando-se taxa de juros simples

Df = S.i.t

É o desconto mais utilizado no sistema financeiro, para operações de curto prazo, com pequenas taxas. O valor a ser pago (ou recebido) será o valor atual C = S - Df = S - S.i.t , ou seja

C = S.(1- i.t)

Por Dentro (Racional). O desconto é calculado sobre o valor atual (C) do título, utilizando-se taxa de juros simples

Dd = C.i.t

Como C não é conhecido (mas sim, S) fazemos o seguinte cálculo:

C = S - Dd ==> C = S - C.i.t ==> C + C.i.t = S ==> C(1 + i.t) = S

C = S/(1 + i.t)

Este desconto é utilizado para operações de longo prazo. Note que (1 - i.t) pode ser nulo, mas (1 + i.t) nunca vale zero.

Descontos Compostos

O desconto (Dc) é calculado com taxa de juros compostos, considerando n período(s) antecipado(s):

Dc = S - C

onde, de S = C.(1 + i)n, tiramos que C = S/(1 + i)n

Questão 1. Um banco ao descontar notas promissórias, utiliza o desconto comercial a uma taxa de juros simples de 12% a.m.. O banco cobra, simultaneamente uma comissão de 4% sobre o valor nominal da promissória. Um cliente do banco recebe R$ 300.000,00 líquidos, ao descontar uma promissória vencível em três meses. O valor da comissão é de:

Resposta:h = 0.04iB = 0.12 * 3

AB = N * [1-(iB * h)]300000 = N * [1-(0.12*3 * 0.04)]300000 = N * [1-0.4]N = 500000Vc = 0.04 * NVc = 0.04 * 500000Vc = 20000

Questão 2. O valor atual de um título cujo valor de vencimento é de R$ 256.000,00, daqui a 7 meses, sendo a taxa de juros simples, utilizada para o cálculo, de 4% a.m., é:

Resposta:N = 256000n = 7 mesesi = 0.04 a.m.iB = n*i = 7*0.04 = 0.28A = N / (1+iB) = 256000 / 1.28 = 200000

Questão 3. O desconto simples comercial de um título é de R$ 860,00, a uma taxa de juros de 60% a.a.. O valor do desconto simples racional do mesmo título é de R$ 781,82, mantendo-se a taxa de juros e o tempo. Nesse as condições, o valor nominal do rótulo é de:

Resposta:Dc = 860Dr = 781.82Usando N = (Dc * Dr) / (Dc – Dr),N = (860 * 781.82) / (860 – 781.82) = 672365.2 / 78.18 =

8600.22

Questão 4. O valor atual de uma duplicata é de 5 vezes o valor de seu desconto comercial simples. Sabendo-se que a taxa de juros adotada é de 60% a.a., o vencimento do título expresso em dias é:

Resposta:i = 60% a.a. → i = 0.6 a.a.A = N – D (valor atual é o nominal menos o desconto)5D = N – D → N = 6DA = N * ( 1 – i*n)5D = 6D ( 1 – 0.6 * n)5 = 6 ( 1 – 0.6 * n)5 = 6 – 3.6 * n3.6 * n = 1n = 0.277 (anos)n = 0.277 * 365 diasn = 101.105 dias

Questão 5. Uma empresa descontou em um banco uma duplicata de R$ 600.000,00, recebendo o líquido de 516.000,00. Sabendo=se que o banco cobra uma comissão de 2% sobre o valor do título, que o regime é de juros simples comerciais. Sendo a taxa de juros de 96% a.a., o prazo de desconto da operação foi de:

Resposta:N = 600000Ab = 516000h = 0.02i = 0.96 a.a.Db = Db + N*hAb = N * [1 - (i*n+h)]

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Didatismo e Conhecimento 12

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em Administração516000 = 600000 * [1-(0.96*n+0.02)]0.8533 = 1 – 0.96*n – 0.020.8533 = 0.98 – 0.96*n0.96 * n = 0.1267n = 0.1319 anos ≈ 45 dias

Questão 6. O desconto comercial simples de um título quatro meses antes do seu vencimento é de R$ 600,00. Considerando uma taxa de 5% a.m., obtenha o valor correspondente no caso de um desconto racional simples:

Resposta:Dc = 600i = 0.05 a.m.n = 4

Dc = Dr * (1 + i*n)600 = Dr * (1 + 0.05*4)Dr = 600/1.2Dr = 500

Questão 7 – O desconto racional simples de uma nota promissória, cinco meses antes do vencimento, é de R$ 800,00, a uma taxa de 4% a.m.. Calcule o desconto comercial simples correspondente, isto é, considerando o mesmo título, a mesma taxa e o mesmo prazo.

Resposta:Dr = 800i = 0.04 a.m.n = 5 meses

Dc = Dr * (1 + i*n)Dc = 800 * (1 + 0.04*5)Dc = 800 * 1.2Dc = 960

Questão 8. Um título sofre um desconto comercial de R$ 9.810,00 três meses antes do seu vencimento a uma taxa de deconto simples de 3% a.m.. Indique qual seria o desconto à mesma taxa se o desconto fosse simples e racional.

Resposta:Dc = 9810n = 3 mesesi = 0.03 a.m.

Dc = Dr * (1 + i*n)9810 = Dr * (1 + 0.03*3)9810 = Dr * 1.09Dr = 9810/1.09Dr = 9000

Questão 9. Um título no valor nominal de R$ 10.900,00 deve sofrer um desconto comercial simples de R$ 981,00 três meses antes do seu vencimento. Todavia uma negociação levou a troca do desconto comercial por um desconto racional simples. Calcule o novo desconto, considerando a mesma taxa de desconto mensal:

Resposta:N = 10900Dc = 981n = 3

Dc = N * i * n981 = 10900 * i * 3981 = 32700 * ii = 0.03 (3% a.m.)

Dr = N * i * n / (1+i*n)Dr = 10900 * 0.03 * 3 / (1+0.03*3)Dr = 10900 * 0.09 / 1.09Dr = 10900 * 0.09 / 1.09Dr = 900outra forma de fazer a questão seria usando:N = (Dc * Dr) / (Dc – Dr)10900 = 981 * Dr / (981-Dr)10692900 – 10900 * Dr = 981 * Dr11881 * Dr = 1069290011881 * Dr = 10692900Dr = 900

Questão 10. Um título sofre desconto simples comercial de R$ 1.856,00, quatro meses antes do seu vencimento a uma taxa de desconto de 4% a.m.. Calcule o valor do desconto correspondente à mesma taxa, caso fosse um desconto simples racional:

Resposta:Dc = 1856n = 4 mesesi = 0.04 a.m.

Dc = N * i * nDr = N * i * n / (1+i*n)Dr = 1856 / (1+0.04*4)Dr = 1856 / 1.16Dr = 1600

Questão 11. Obtenha o valor hoje de um título de R$ 10.000,00 de valor nominal, vencível ao fim de três meses, a uma taxa de juros de 3% a.m., considerando um desconto racional composto e desprezando os centavos.

Resposta:N =10000n = 3 mesesi = 0.03 a.m.

Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n](1+0.03)3 = 1.092727Dcr = 10000 * 0.092727 / 1.092727Dcr = 848.58Dcr = N – A848.58 = 10000 – AA = 10000 – 848.58A = 10000 – 848.58A = 9151.42

Questão 12. Um título foi descontado por R$ 840,00, quatro meses antes de seu vencimento. Calcule o desconto obtido considerando um desconto racional composto a uma taxa de 3% a.m.

Resposta:n = 4 mesesi = 0.03 a.m.A = 840

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Didatismo e Conhecimento 13

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoDcr = N – ADcr = N – 840Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n](1+0.03)4 = 1.12550881(1+0.03)4 -1 = 0.12550881Dcr = N * 0.12550881 / 1.12550881N * 0.12550881 / 1.12550881 = N – 840N * 0.12550881 = 1.12550881 * N – 945.4274004N = 945.4274004Dcr = 945.4274004 – 840Dcr ≈ 105.43

Questão 13. Um título sofre um desconto composto racional de R$ 6.465,18 quatro meses antes do seu vencimento. Indique o valor mais próximo do valor descontado do título, considerando que a taxa de desconto é de 5% a.m.:

Resposta:Dcr = 6465.18n = 4 mesesi = 0.05 a.m.

Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n](1+i)n = 1.21550625(1+i)n – 1 = 0.215506256465.18 = N * 0.21550625 / 1.21550625N = 36465,14

Questão 14. Um título sofre um desconto composto racional de R$ 340,10 seis meses antes do seu vencimento. Calcule o valor descontado do título considerando que a taxa de desconto é de 5% a.m. (despreza os centavos):

Resposta:Dcr = 340.10n = 6 mesesi = 0.05 a.m.Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n](1+0.05)6 = 1.340095640625(1+i)n – 1 = 0.340095640625340.10 = N * 0.340095640625 / 1.340095640625N ≈ 1340.10Dcr = N – A340.10 = 1340.10 – AA = 1000

Questão 15. O valor nominal de uma dívida é igual a 5 vezes o desconto racional composto, caso a antecipação seja de dez meses. Sabendo-se que o valor atual da dívida (valor de resgate) é de R$ 200.000,00, então o valor nominal da dívida, sem considerar os centavos é igual a:

Resposta:N = 5 * Drcn = 10 mesesA = 200000Drc = N – ADrc = 5 * Drc – 2000004 * Drc = 200000Drc = 50000Drc = N – A50000 = N – 200000N = 250000

Questão 16. Um Commercial paper, com valor de face de US$ 1.000.000,00 e vencimento daqui a três anos deve ser resgatado hoje. A uma taxa de juros compostos de 10% a.a. e considerando o desconto racional, obtenha o valor do resgate.

Resposta:N = 1000000n = 3 anosi = 0.1 a.a.

Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n](1+i)n = 1.331(1+i)n -1 = 0.331Dcr = 1000000 * 0.331 / 1.331Dcr = 248,685.20A = N – DrcA = 1000000 – 248,685.20A = 751,314.80

Questão 17. Uma pessoa quer descontar hoje um título de valor nominal de R$ 11.245,54, com vencimento para daqui a 60 dias, e tem as seguintes opções:

I – desconto simples racional, taxa de 3% a.m.;II – desconto simples comercial, taxa de 2,5% a.m.;III – desconto composto racional, taxa de 3% a.m.

Se ela escolher a opção I, a diferença entre o valor líquido que receberá e o que receberia se escolhesse a opção:

Resposta:N = 11245.54n = 60 dias = 2 mesesI) Dc = N * i * nDc = 11245.54 * 0.025 *2Dc = 562.277A = N – DcA = 11245.54 – 562.277A = 10683.26

II) Dr = (N * i * n) / (1 + i * n)Dr = (11245.54 * 0.03 * 2) / (1 + 0.03 * 2)Dr = 674.7324 / 1.06Dr = 636.54A = N – DcA = 11245.54 – 636.54A = 10609.0

III) Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n]Dcr = 11245.54 * 0.05740409Dcr = 645.54A = N – DcA = 11245.54 – 645.54A = 10600

Nenhum item tem uma resposta certa. Mas a diferença entre o valor atual da escolha II e a III é nove, então se houve um erro na digitação da questão a resposta é a alternativa c.

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Didatismo e Conhecimento 14

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoQuestão 18. Um título deveria sofrer um desconto comercial

simples de R$ 672,00, quatro meses antes do seu vencimento. Todavia, uma negociação levou à troca do desconto comercial simples por um desconto racional composto. Calculo o novo desconto, considerando a mesma taxa de 3% a.m..

Resposta:Dc = 672n = 4 mesesi = 0.03 a.m.

Dc = N * i * n672 = N * 0.03 * 4N = 5600Dcr = N * [1 - (1/(1+i)n)]Dcr = 5600 * [1 - (1/(1+i)n)](1+i)n = 1.12550881Dcr = 5600 * 0.12550881/1.12550881Dcr = 624.47

Questão 19. Um título é descontado por R$ 4.400,00, quatro meses antes do seu vencimento. Obtenha o valor de face do título, considerando que foi aplicado um desconto racional composto a uma taxa de 3% a.m. (despreze os centavos, se houver).

Resposta:A = 4400n = 4 mesesi = 0.03 a.m.

A = N – DrcA + Drc = NDrc = N * [1 - (1/(1+i)n)](1+i)n = 1.12550881Drc = N * 0.12550881 / 1.12550881Drc = (A + Drc) * 0.12550881 / 1.12550881Drc = (4400 + Drc) * 0.12550881 / 1.12550881Drc = (4400 + Drc) * 0.12550881 / 1.12550881Drc = 490.657 + Drc * 0.12550881 / 1.12550881Drc – Drc * 0.12550881 / 1.12550881 = 490.657Drc * (1 – 0.12550881 / 1.12550881) = 490.657Drc * 0.888487048 = 490.657Drc = 552.23N = A + DrcN = 4400 + 552.23N = 4952.23

Questão 20. Antônio emprestou R$ 100.000,00 a Carlos, devendo o empréstimo ser pago após 4 meses, acrescido de juros compostos calculados a uma taxa de 15% a.m., com capitalização diária. Três meses depois Carlos decide quitar a dívida, e combina com Antônio uma taxa de desconto racional composto de 30% a.b. (ao bimestre), com capitalização mensal. Qual a importância paga por Carlos a título de quitação do empréstimo.

Resposta:N = 100000n = 4 meses = 120 diasi = 15% a.m. = 0.5% a.d. = 0.005 a.d.

M =C * (1+i)n

M =100000 * (1+0.005)120

M = 181939.67A = M / (1+0.3/2)A = 158208.4

Questão 21. Calcule o valor nominal de um título que, resgatado 1 ano e meio antes do vencimento, sofreu desconto racional composto de R$ 25000,00, a uma taxa de 30% a.a., com capitalização semestral.

Resposta:n = 1.5 anos = 3 semestresDrc = 25000i = 0.3 a.a. = 0.15 a.s.

Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n](1+i)n = 1.520875(1+i)n -1 = 0.52087525000 = N * 0.520875 / 1.520875N = 25000 * 1.520875 / 0.520875N = 72996.16

Descontos Racional e Comercial

Desconto é o abatimento no valor de um título de crédito que pode ser: Letra de câmbio; Fatura; Duplicata; Nota promissória. Este desconto é obtido quando o mesmo é resgatado antes do vencimento do compromisso.

O valor do título no dia do vencimento é chamado de: valor nominal e este vêm declarado no mesmo. O valor do título em uma data anterior ao vencimento da fatura é chamado de : valor atual. O valor atual é menor que o valor nominal

Desta forma, o valor atual de um título qualquer é a diferença entre o valor nominal (valor do título) e seu respectivo desconto. Observe:

A = N – Dc ou A = N - Dr Onde: A – Valor atual Exemplos para fixação de conteúdo: Qual o valor atual atual (A) de um título de uma empresa no

valor de R$ 15.000,00 a 2% a.m, descontado 6 meses antes do prazo do seu vencimento?

Resolvendo: N = 15.000I = 2% a.m = 24% a.a. (01 ano = 12 meses)T = 6 Dc = 15000 x 24 x 6 = 2160000 1200 1200 Dc= 1800A = 15000 – 1800 = 13200A = 13200

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Didatismo e Conhecimento 15

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoObserve algumas notações:

D Desconto realizado sobre o títuloN Valor nominal de um títuloA Valor atual de um títuloI Taxa de desconton Número de períodos para o desconto

Assim: Como já falado anteriormente, o desconto é a diferença entre

o valor nominal de um título (futuro) “N” e o valor atual “A” do título em questão.

D = N - A Fórmula do desconto: Dc = N . i . t 100 Tipos de desconto Há basicamente dois tipos de descontos:– Desconto comercial (por fora)– Desconto racional (por dentro) Desconto comercial: Também chamado de desconto por fora,

comercial, ou desconto bancário (Dc), pode ser definido como aquele em que a taxa de desconto incide sobre o valor nominal do título, levando-se em conta o capital principal como valor nominal “N”. Assim, de acordo com a fórmula dada:

Dc = N . i . t 100 Onde: Dc = desconto comercialN = valor nominal do título dadoi = taxa de descontot = período de tempo na operação100 = tempo considerado em anos Observações: a) Quando o período de tempo (t) for expresso no problema

em dias, o tempo considerado na operação devera ser em dias e utilizado o valor de 36000.

b) Quando o período de tempo (t) for expresso em meses, o tempo considerado deverá ser em meses e utilizando o valor 1200.

Exemplos para fixação de conteúdo: 1) Uma fatura foi paga com 30 dias antes do vencimento do

prazo para pagamento. Calcule o valor do desconto, com uma taxa de 45% a.a., sabendo-se que o valor da fatura era no valor de R$ 25.000,00.

Resolvendo: Dados do problema N = 25000i = 45% a.a.t = 30 Dc = N . i . t 36000 Dc = 25000 x 45 x 30 = 33750000 = 937,50 36000 36000 O valor de desconto é de R$ 937,50. Observe o valor 36000 na divisão, pois o tempo é expresso

em dias. 2) A que taxa foi calculada o desconto simples de R$

5.000,00 sobre um título de R$ 35.000,00, pago antecipadamente em 8 meses ?

Resolvendo: Dados do problema N = 35000i = ?t = 8 mesesDc = 5.000,00 Dc = N . i . t 1200 i = 1200 . Dc N. t I = 1200 x 5000 = 6000000 = 21,43% 35000 x 8 280000 O valor da taxa é de 21,43% Observe o valor 1200 na divisão, pois o tempo é expresso em

meses.O desconto comercial pode ser expresso na fórmula abaixo: Dc = A . i . t 100 + it Desconto Racional (por dentro): É chamado de desconto

racional o abatimento calculado com a taxa de desconto incidindo sobre o valor atual do título, temos então:

Dr = A . i .t 100

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Didatismo e Conhecimento 16

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoO qual: Dr = valor do desconto racional na operaçãoA = valor atual do títuloi = taxa de descontot = período de tempo na operação100 = tempo considerado em ano Como informado no desconto por fora, não se pode esquecer

do tempo em que a taxa é considerada : Ano = 100Mês = 1200Dias = 36000 Relembrando que: A = N – Dr Substituindo → Dr = N . i . t 100 + it Exemplo para fixação de conteúdo: Calcular o valor do desconto por dentro de um título de R$

16.000,00 pago 3 meses antes do vencimento com uma taxa de 24% a.a.

Resolvendo: Dados do problema N = 16000i = 24% a.a.t = 3 meses Dr = N . i . t 100 + it Dr = 16000 x 24 x 3 = 1152000 = 905,66 1200 + 24 x 3 1272 O valor do desconto é de R$ 905,66.

Taxa de Equivalência

A equivalência de capitais é uma das ferramentas mais poderosas da matemática financeira e tem sido constantemente pedida nas provas de concursos públicos.

Aprendemos a calcular o Montante, em uma Data Fatura, de um capital que se encontrava na data presente. Relativo a descontos, aprendemos a calcular o Valor Atual, em uma Data Presente, de um valor nominal que se encontrava em uma data futura.

Gostaríamos que você notasse que, ao calcular o montante, estávamos movendo o capital inicial a favor do eixo dos tempos ou capitalizando-o, enquanto que, ao calcularmos o valor atual, estávamos movendo o valor nominal (que também é um capital) contra o eixo dos tempos ou descapitalizando-o, conforme se encontra ilustrado nos esquemas a seguir.

Conceito de Equivalência

Dois ou mais capitais que se encontram em datas diferentes, são chamados de equivalentes quando, levados para uma mesma data, nas mesmas condições, apresentam o mesmo VALOR nessa data.

Para você entender melhor esse conceito, vamos lhe propor um problema. Vamos fazer de conta que você ganhou um prêmio em dinheiro no valor de R$ 100,00, que se encontra aplicado, em um banco, à taxa de juros simples de 10% a.m. O banco lhe oferece três opções para retirar o dinheiro:

1a) você retira R$ 100,00 hoje;2a) você deixa o dinheiro aplicado e retira R$ 140,00 dentro

de 4 meses;3a) você deixa o dinheiro aplicado e retira R$ 190,00 em 9

meses.

Qual delas é a mais vantajosa para você?Para sabermos a resposta, precisamos encontrar um jeito de

comparar os capitais R$ 100,00, R$ 140,00, e R$ 190,00, que se encontram em datas diferentes. Vamos determinar, então, o valor dos três capitais numa mesma data ou seja, vamos atualizar os seus valores. Escolheremos a data de hoje. A Data Comum, também chamada de Data de Comparação ou Data Focal, portanto, vai ser hoje (= data zero).

O capital da primeira opção (R$ 100,00) já se encontra na data de hoje; portanto, já se encontra atualizado.

Calculemos, pois, os valores atuais Va1 e Va2 dos capitais futuros R$ 140,00 e R$ 190,00 na data de hoje (data zero). Esquematizando, a situação seria esta:

Podemos fazer este cálculo usando desconto comercial simples ou desconto racional simples. Vamos, arbitrariamente, escolher a fórmula do valor atual racional simples:

Vars = N/1 + inVars1 = 140,00/(1 + 0,10 . 4) = 100,00Vars2 = 190,00/(1 + 0,10 . 9) = 100,00Verificamos que os três capitais têm valores atuais idênticos

na data focal considerada (data zero). Podemos, portanto, dizer que eles são Equivalentes: tanto faz receber R$ 100,00 hoje, ou R$ 140,00 daqui a 4 meses ou R$ 190,00 daqui a nove meses, se a taxa de juros for de 10% ao mês e o desconto racional simples.

Vejamos o que acontece se utilizarmos o critério do desconto comercial, em vez do desconto racional, para calcular os valores atuais dos capitais R$ 140,00 e R$ 190,00:

Vacs = N (1 – in)Vacs1 = 140 ( 1 – 0,10 . 4) = 140 (0,6) = 84Vacd2 = 190 (1 – 0,10 . 9) = 190 (0,1) = 19Mudando-se a modalidade de desconto, portanto, os três

capitais deixam de ser equivalentes.E se mudarmos a data de comparação, ou data focal, para o

mês 2, por exemplo, continuando a utilizar o desconto racional simples?

Acontecerá o seguinte:

O capital R$ 140,00, resgatável na data 4, será antecipado de 2 meses, ficando com o seguinte valor atual racional simples:

Vars1 = 140,00/(1 + 0,10 . 2) = 116,67

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Didatismo e Conhecimento 17

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoO capital R$ 190,00, resgatável na data 9, será antecipado de 7

meses, ficando com o seguinte valor atual racional simples: Vars2 = 190,00/(1 + 0,10 . 7) = 111,76

Ao capital R$ 100,00 (resgatável na data zero) acrescentar-se-ão dois meses de juros, conforme segue:

Vars3 = C (1 + in) = 100 (1 + 0,10 . 2) = 120

No mês dois, portanto, temos que os capitais nominais R$ 140,00; R$ 190,00 e R$ 100,00 estarão valendo, respectivamente, R$ 116,67; R$ 111,76 e R$ 120,00. Na data focal 2, portanto, eles não serão mais equivalentes.

No regime de capitalização Simples a equivalência ocorre em apenas uma única data, para uma determinada taxa e modalidade de desconto. Ao mudarmos a Data Focal, capitais que antes eram equivalentes podem deixar sê-lo. É bom você saber desde já que, no regime de capitalização Composta, isto não acontece: na capitalização composta, para a mesma taxa, capitais equivalentes para uma determinada data o são para qualquer outra data.

Podemos então concluir que:Para juros simples, a equivalência entre dois ou mais

capitais somente se verifica para uma determinada taxa, para uma determinada data focal e para uma determinada modalidade de desconto.

Podemos, agora, definir equivalência de dois capitais de uma mesma maneira mais rigorosa da seguinte forma:

Dois capitais C1 e C2, localizados nas datas n1 e n2, medidas a partir da mesma origem, são ditos equivalentes com relação a uma data focal F, quando os seus respectivos valores atuais, Va1 e Va2 , calculados para uma determinada taxa de juros e modalidade de desconto nessa data focal F, forem iguais.

A equivalência de capitais é bastante utilizada na renegociação de dívidas, quando há necessidade de substituir um conjunto de títulos por um outro conjunto, equivalente ao original (isto porque o conceito de equivalência é aplicado não só para dois capitais, mas também para grupos de capitais).

Às vezes um cliente faz um empréstimo num banco e se compromete e quitá-lo segundo um determinado plano de pagamento. Todavia, devido a contingências nos seus negócios, ele percebe que não terá dinheiro em caixa para pagar as parcelas do financiamento nas datas convencionadas. Então, propõe ao gerente do banco um outro esquema de pagamento, alterando as datas de pagamento e os respectivos valores nominais de forma que consiga honrá-los, mas de tal sorte que o novo esquema seja EQUIVALENTE ao plano original.

No cálculo do novo esquema de pagamento, a visualização do problema fica bastante facilitada com a construção de um diagrama de fluxo de caixa no qual representa-se a dívida original na parte superior, e a proposta alternativa de pagamento na parte de baixo, conforme se vê nos problemas a seguir.

Exercícios Resolvidos

1. No refinamento de uma dívida, dois títulos, um para 6 meses e outro 12 meses, de R$ 2.000,00 e de R$ 3.000,00, respectivamente, foram substituídos por dois outros, sendo o primeiro de R$ 1.000,00, para 9 meses, e o segundo para 18 meses. A taxa de desconto comercial simples é de 18% a.a. O valor do título de 18 meses, em R$, é igual a:

Resolução:Inicialmente, vamos construir um diagrama de fluxo de caixa

utilizando os dados do problema:A taxa de juros é anual. Entretanto, como os prazos de

pagamento estão expressos em meses, vamos transformá-la em mensal:

i = 18% a.a. = 1,5% a.m. = 0,015 a.m.A modalidade de desconto é o comercial simples, mas o

problema não mencionou qual a data focal a ser considerada. Em casos como este, presumimos que a data focal seja a data zero.

Vamos, então, calcular o total da dívida na data zero para cada um dos planos de pagamento, e igualar os resultados, pois os dois esquemas devem ser equivalentes para que se possa substituir um pelo outro. Além disso, para transportarmos os capitais para a data zero, utilizaremos a fórmula do valor atual do desconto comercial simples:

Vacs = N (1 – in). Obteremos a seguinte equação:

2.000 (1 – 0,015 . 6) + 3.000 (1 – 0,015 .12) = 1.000 (1 – 0,015 . 9) + x (1 – 0,015 . 18)

(total da dívida conforme o plano (total da dívida conforme o plano Alternativo Original de pagamento, proposto, atualizado para a data zero).

Calculando o conteúdo dos parênteses, temos:2.000 (0,91) + 3.000 (0,82) = 1.000 (0,865) + x (0,73)1.820 + 2.460 = 865 + 0,73x0,73x = 1.820 + 2.460 – 865x = 3.415/0,73 = 4.678,08

Observe que a data focal era anterior à data de vencimento de todos os capitais. Assim, calculamos o valor descontado (valor atual) de cada um deles, para trazê-los à data local. Efetuamos um desconto (comercial, no caso) ou uma descapitalização (desincorporação dos juros), porque estávamos transportando os valores para uma data passada. Mas se a data focal tivesse sido outra, por exemplo, a data 9 (vide esquema), e não a data zero, o capital de R$ 2.000,00, que vencia na data 6, teria que sofrer uma capitalização (incorporação de juros) para ser transportado para a data 9 (data futura em relação à data 6). A atualização do valor desse capital para a data 9, então, far-se-ia com a utilização da fórmula do montante M = C (1 + in), e não com a fórmula do valor descontado (valor atual).

Conclusão: para transportarmos um capital para uma data posterior à original, devemos capitalizá-lo; para transportarmos um capital para uma data anterior à original, devemos descapitalizá-lo.

2. O pagamento do seguro de um carro, conforme contrato, deve ser feito em 3 parcelas quadrimestrais de R$ 500,00. O segurador, para facilitar ao seu cliente, propõe-lhe o pagamento em 4 parcelas trimestrais iguais. Utilizando-se a data focal zero, a taxa de juros de 24% a.a. e o critério de desconto racional simples, o valor das parcelas trimestrais será, em R$:

Resolução:Fazendo o diagrama dos pagamentos, temos:i = 24% a.a. = 2% a.m. = 0,02 a.m.Uma vez que o critério é de desconto racional simples, ao

transportarmos os valores para a data zero, teremos que utilizar a fórmula do valor atual racional simples

Vars = N/1 + in . Podemos escrever, então, que:

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Didatismo e Conhecimento 18

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoTotal da divida conforme o plano original de pagamento,

atualizado racionalmente para a data zero 500/1 + 0,02 . 4 + 500/1 + 0,02 . 8 + 500/1 + 0,02 . 12 = x/1 + 0,02 . 3 + x/1 + 0,02 . 6 + x/1 + 0,02 . 9 + x/1 + 0,02 . 12

Total da dívida conforme o plano alternativo proposto, atualizado racionalmente para a data zero 500/1,08 + 500/1,16 + 500/1,24 = x/1,06 + x/1,12 + x/1,18 + x/1,24

1.297,22 = 3,49 . xx = 1.297,22/3,49x = 371,68

3. A aplicação de R$ 2.000,00 foi feita pelo prazo de 9 meses, contratando-se a taxa de juros de 28% a.a. Além dessa aplicação, existe outra de valor nominal R$ 7.000,00 com vencimento a 18 meses. Considerando-se a taxa de juros de 18% a.a., o critério de desconto racional e a data focal 12 meses, a soma das aplicações é, em R$:

Resolução:Inicialmente, precisamos calcular o valor nominal da primeira

aplicação. Considerando n = 9 meses = 0,75 anos, temos que:N = C (1 + in)N = 2.000 (1 + 0,28 . 0,75) = 2.000 (1,21) = 2.420

Observando o diagrama de fluxo de caixa, vemos que, para serem transportados à data doze, o título de 2.420 terá que ser capitalizado de três meses, ao passo que o título de 7.000 terá que ser descapitalizado de 6 meses. Além disso, a taxa de 18% a.a., considerando-se capitalização simples, é equivalente a 1,5% a.m. = 0,015 a.m. Desta forma, podemos escrever que:

2.420 (1 + 0,015 . 3) + 7.000/1 + 0,015 . 6 = x2.420 (1,045) + 7.000/1,09 = x2.528,9 + 6.422,02 = xx = 8.950,92 Equação de Valor

Em síntese, para que um conjunto de títulos de valores nominais N1, N2, N3 …, exigíveis nas datas n1, n2, n3 …, seja equivalente a um outro conjunto de títulos Na , Nb , Nc …, exigíveis nas datas na , nb , nc …, basta impormos que a soma dos respectivos valores atuais Va1 , Va2 , Va3 … dos títulos do primeiro conjunto, calculados na data focal considerada, seja igual à soma dos valores atuais Vaa , Vab , Vac … dos títulos do segundo conjunto, calculados para essa mesma data, isto é:

Va1 + Va2 + Va3 + … = Vaa + Vab + Vac + …A equação acima é chamada de Equação de Valor.

Roteiro para Resolução de Problemas de Equivalência

Ao começar a resolução de problemas que envolvem equivalência de capitais utilize o seguinte roteiro:

1. leia o problema todo;2. construa, a partir do enunciado do problema, um diagrama

de fluxo de caixa esquemático, colocando na parte de cima o plano original de pagamento e na parte de baixo o plano alternativo proposto, indicando todos os valores envolvidos, as datas respectivas e as incógnitas a serem descobertas – esse diagrama é importante porque permite visualizar os grupos de capitais equivalentes e estabelecer facilmente a equação de valor para resolução do problema;

3. observe se os prazos de vencimento dos títulos e compromissos estão na mesma unidade de medida de tempo periodicidade da taxa; se não estiverem, faça as transformações necessárias (ou você expressa a taxa na unidade de tempo do prazo ou expressa o prazo na unidade de tempo da taxa – escolha a transformação que torne os cálculos mais simples);

4. leve todos os valores para a data escolhida para a negociação (data focal), lembrando sempre que capitais exigíveis antes da data focal deverão ser capitalizados através da fórmula do montante M = C (1 + in), dependendo da modalidade de desconto utilizada;

5. tendo transportado todos os capitais para a data focal e com base no diagrama de fluxo de caixa que você esquematizou, monte a EQUAÇÃO DE VALOR, impondo que a soma dos valores dos títulos (transportados para a data focal) da parte de cima do diagrama de fluxo de caixa seja igual à soma dos valores dos títulos (transportados para a data focal) da parte de baixo do diagrama de fluxo de caixa;

6. resolva a equação de valor;7. releia a PERGUNTA do problema e verifique se o valor que

você encontrou corresponde ao que o problema está pedindo (às vezes, devido à pressa, o candidato se perde nos cálculos, encontra um resultado intermediário e assinala a alternativa que o contém, colocada ali para induzi-lo em erro, quando seria necessário ainda uma passo a mais para chegar ao resultado final correto).

Desconto e Equivalência

Por fim, gostaríamos de dar uma dica para ajudá-lo a perceber quando um problema é de desconto e quando é de equivalência. Em linhas gerais, nos problemas de Desconto, alguém quer vender papéis (duplicatas, promissórias, letras de câmbio, etc.), enquanto que nos problemas de Equivalência, alguém quer financiar ou refinanciar uma dívida.

Rendas Uniformes

Matéria com o mesmo objetivo da Equivalência de Capitais, mas com títulos apresentando os mesmos valores e com vencimentos consecutivos - tornando assim sua solução mais rápida, através de um método alternativo.

Há dois casos: o cálculo do valor atual dos pagamentos iguais e sucessivos (que seria igual ao valor do financiamento obtido por uma empresa ou o valor do empréstimo contraído); e o cálculo do montante, do valor que a empresa obterá se aplicar os pagamentos dos clientes em uma data futura às datas dos pagamentos.

1º Caso: Cálculo do Valor Atual

a) Renda Certa Postecipada (Imediata): aquela onde o primeiro pagamento acontecerá em UM período após contrair o empréstimo ou financiamento.

Para calcular o valor atual dessa renda certa, a fórmula é a seguinte:

A = P . a[n,i], onde:A = valor atual da renda certa;P = valor de cada pagamento da renda certa;n = número de prestações;i = taxa empregada.

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Didatismo e Conhecimento 19

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoO fator a[n,i] é normalmente dado nas provas.

b) Renda Certa Antecipada: aquela onde o primeiro pagamento acontecerá no ato do empréstimo ou financiamento.

Para calcular o valor atual dessa renda certa, a fórmula é a seguinte:

A = P . a[n-1,i] + P, onde:

A = valor atual da renda certa;P = valor de cada pagamento da renda certa;n = número de prestações;i = taxa empregada.

c) Renda Certa Diferida: aquela onde o primeiro pagamento acontecerá vários períodos após ser feito o empréstimo ou financiamento.

Para calcular o valor atual dessa renda certa, a fórmula é a seguinte:

A = P . ( a[n+x,i] - a[x,i] ), onde:

A = valor atual da renda certa;P = valor de cada pagamento da renda certa;n = número de prestações;x = número de prestações acrescentadas;i = taxa empregada.

2º Caso: Cálculo do Montante

a) Quando o montante é calculado no momento da data do último pagamento:

Para calcular o valor do montante nesse caso, a fórmula é a seguinte:

M = P . s[n,i], onde:

M = valor do montante;P = valor de cada pagamento da renda certa;n = número de prestações;i = taxa empregada.

O fator s[n,i] é normalmente dado nas provas.

b) Quando o montante é calculado em um momento que não coincide com a data do último pagamento:

Para calcular o valor do montante nesse caso, a fórmula é a seguinte:

M = P . (s[n+x,i] - s[x,i]), onde:M = valor do montante;P = valor de cada pagamento da renda certa;n = número de prestações;x = número de prestações acrescentadas;i = taxa empregada.

Rendas Variáveis

Ativos de renda variável são aqueles cuja remuneração ou retorno de capital não pode ser dimensionado no momento da aplicação, podendo variar positivamente ou negativamente, de acordo com as expectativas do mercado. Os mais comuns são: ações, fundos de renda variável (fundo de ação, multimercado e outros), quotas ou quinhões de capital, Commodities (ouro, moeda e outros) e os derivativos (contratos negociados nas Bolsas de Valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas).

Taxa Interna de Retorno

A Taxa Interna de Retorno (TIR), em inglês IRR (Internal Rate of Return), é a taxa necessária para igualar o valor de um investimento (valor presente) com os seus respectivos retornos futuros ou saldos de caixa. Sendo usada em análise de investimentos significa a taxa de retorno de um projeto.

Utilizando uma calculadora financeira, encontramos para o projeto P uma Taxa Interna de Retorno de 15% ao ano. Esse projeto será atrativo se a empresa tiver uma TMA menor do que 15% ao ano. A solução dessa equação pode ser obtida pelo processo iterativo, ou seja “tentativa e erro”, ou diretamente com o uso de calculadoras eletrônicas ou planilhas de cálculo.

A taxa interna de rentabilidade (TIR) é a taxa de atualização do projeto que dá o VAL nulo. A TIR é a taxa que o investidor obtém em média em cada ano sobre os capitais que se mantêm investidos no projeto, enquanto o investimento inicial é recuperado progressivamente. A TIR é um critério que atende ao valor de dinheiro no tempo, valorizando os cash-flows atuais mais do que os futuros, constitui com a VAL e o PAYBACK atualizado os três grandes critérios de avaliação de projetos. A TIR não é adequada à seleção de projetos de investimento, a não ser quando é determinada a partir do cash-flow relativo.

A Taxa Interna de Retorno de um investimento pode ser:- Maior do que a Taxa Mínima de Atratividade: significa que o

investimento é economicamente atrativo.- Igual à Taxa Mínima de Atratividade: o investimento está

economicamente numa situação de indiferença.- Menor do que a Taxa Mínima de Atratividade: o investimento

não é economicamente atrativo pois seu retorno é superado pelo retorno de um investimento com o mínimo de retorno.

Entre vários investimentos, o melhor será aquele que tiver a maior Taxa Interna de Retorno Matematicamente, a Taxa Interna de Retorno é a taxa de juros que torna o valor presente das entradas de caixa igual ao valor presente das saídas de caixa do projeto de investimento.

A TIR é a taxa de desconto que faz com que o Valor Presente Líquido (VPL) do projeto seja zero. Um projeto é atrativo quando sua TIR for maior do que o custo de capital do projeto.

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Didatismo e Conhecimento 20

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoMétodo

Para encontrar o valor da Taxa Interna de Retorno, calcular a taxa que satisfaz a seguinte equação:

A TIR é obtida resolvendo a expressão em ordem a TIR e é geralmente comparada com a taxa de desconto. O valor do TIR é um valor relativo e o seu cálculo é realizado, recorrendo a computador ou a tabelas próprias Para se efetuar o cálculo da TIR, é analisada a série de valores obtida da seguinte forma: 1º valor: o investimento inicial (valor negativo) 2º valor: benefícios - custos do 1º período (valor positivo) 3º valor: benefícios - custos do 2º período (valor positivo) e assim sucessivamente, até ao último período a considerar. O período considerado pode ser um qualquer desde que seja regular (semana, mensal, trimestral, semestral, anual, etc.) Nota: recorrendo ao uso de uma folha de cálculo é possível obter o valor da TIR. No caso do Excel, a fórmula para cálculo do TIR é IRR(gama de valores).

A TIR não deve ser usada como parâmetro em uma análise de investimento porque muitas vezes os fluxos não são reinvestidor a uma taxa iguais a TIR efetiva.

Quando a TIR calculada é superior á taxa efetiva de reinvestimento dos fluxos de caixa intermediários, pode sugir, ás vezes de forma significativa, uma expectativa irreal de retorno anual equivalente ao do projeto de investimento.

Exemplo

Considerando-se que o fluxo de caixa é composto apenas de uma saída no período 0 de R$ 100,00 e uma entrada no período 1 de R$120,00, onde i corresponde à taxa de juros:

Para VPL = 0 temos i = TIR = 0.2 = 20%Como uma ferramenta de decisão, a TIR é utilizada para avaliar

investimentos alternativos. A alternativa de investimento com a TIR mais elevada é normalmente a preferida; também deve se levar em consideração de que colocar o investimento em um banco é sempre uma alternativa. Assim, se nenhuma das alternativas de investimento atingir a taxa de rendimento bancária ou a Taxa Mínima de Atratividade (TMA), este investimento não deve ser realizado.

Normalmente a TIR não pode ser resolvida analiticamente como demonstrado acima, e sim apenas através de iterações, ou seja, através de interpolações com diversas taxas de retorno até chegar àquela que apresente um VPL igual a zero; contudo as calculadoras financeiras e planilhas eletrônicas estão preparadas para encontrar rapidamente este valor.

Um defeito crítico do método de cálculo da TIR é que múltiplos valores podem ser encontrados se o fluxo anual de caixa mudar de sinal mais de uma vez (ir de negativo para positivo e para negativo novamente, ou vice-versa) durante o período de análise. Para os casos de alteração frequente de sinal deve utilizar-se a (Taxa externa de retorno - TER).

Apesar de uma forte preferência acadêmica pelo VPL, pesquisas indicam que executivos preferem a TIR ao invés do VPL. Aparentemente os gerentes acham intuitivamente mais atraente para avaliar investimentos em taxas percentuais ao invés dos valores monetários do VPL. Contudo, deve-se preferencialmente utilizar mais do que uma ferramenta de análise de investimento, e todas as alternativas devem ser consideradas em uma análise, pois qualquer alternativa pode parecer valer a pena se for comparada com as alternativas suficientemente ruins.

Deve-se ter em mente que o método da TIR considera que as entradas, ou seja, os vários retornos que o investimento trará, serão reinvestidos a uma taxa igual a taxa de atratividade informada.

Taxa Nominal

A taxa nominal de juros relativa a uma operação financeira, pode ser calculada pela expressão:

Taxa nominal = Juros pagos / Valor nominal do empréstimo

Assim, por exemplo, se um empréstimo de $100.000,00, deve ser quitado ao final de um ano, pelo valor monetário de $150.000,00, a taxa de juros nominal será dada por:

Juros pagos = Jp = $150.000 – $100.000 = $50.000,00Taxa nominal = in = $50.000 / $100.000 = 0,50 = 50%

Sem dúvida, se tem um assunto que gera muita confusão na Matemática Financeira são os conceitos de taxa nominal, taxa efetiva e taxa equivalente. Até na esfera judicial esses assuntos geram muitas dúvidas nos cálculos de empréstimos, financiamentos, consórcios e etc.

Hoje vamos tentar esclarecer esses conceitos, que na maioria das vezes nos livros e apostilas disponíveis no mercado, não são apresentados de um maneira clara.

Temos a chamada taxa de juros nominal, quando esta não é realmente a taxa utilizada para o cálculo dos juros (é uma taxa “sem efeito”). A capitalização (o prazo de formação e incorporação de juros ao capital inicial) será dada através de uma outra taxa, numa unidade de tempo diferente, taxa efetiva.

Como calcular a taxa que realmente vai ser utilizada; isto é, a taxa efetiva?

Vamos acompanhar através do exemplo:Calcular o montante de um capital de R$ 1.000,00 aplicados

durante 18 meses, capitalizados mensalmente, a uma taxa de 12% a.a. Explicando o que é taxa Nominal, efetiva mensal e equivalente mensal:

Respostas e soluções: 1) A taxa Nominal é 12% a.a; pois o capital não vai ser

capitalizado com a taxa anual.

2) A taxa efetiva mensal a ser utilizada depende de duas convenções: taxa proporcional mensal ou taxa equivalente mensal.

a) Taxa proporcional mensal (divide-se a taxa anual por 12): 12%/12 = 1% a.m.

b) Taxa equivalente mensal (é aquela que aplicado aos R$ 1.000,00, rende os mesmos juros que a taxa anual aplicada nesse mesmo capital).

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Didatismo e Conhecimento 21

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoCálculo da taxa equivalente mensal:

( ) 11 −+= tq

tiqi onde:iq : taxa equivalente para o prazo que eu queroit : taxa para o prazo que eu tenhoq : prazo que eu querot : prazo que eu tenho ⇒ = (1,12)0,083333 – 1 iq = 0,009489 a.m ou iq = 0,949 % a.m.3) Cálculo do montante pedido, utilizando a taxa efetiva mensala) pela convenção da taxa proporcional:M = c (1 + i)n

M = 1000 (1 + 0,01) 18 = 1.000 x 1,196147M = 1.196,15 b) pela convenção da taxa equivalente:M = c (1 + i)n

M = 1000 (1 + 0,009489) 18 = 1.000 x 1,185296M = 1.185,29 NOTA: Para comprovar que a taxa de 0,948% a.m é equivalente

a taxa de 12% a.a, basta calcular o montante utilizando a taxa anual, neste caso teremos que transformar 18 meses em anos para fazer o cálculo, ou seja : 18: 12 = 1,5 ano. Assim:

M = c (1 + i)n

M = 1000 (1 + 0,12) 1,5 = 1.000 x 1,185297M = 1.185,29 Conclusões:

- A taxa nominal é 12% a.a, pois não foi aplicada no cálculo do montante. Normalmente a taxa nominal vem sempre ao ano!

- A taxa efetiva mensal, como o próprio nome diz, é aquela que foi utilizado para cálculo do montante. Pode ser uma taxa proporcional mensal (1 % a.m.) ou uma taxa equivalente mensal (0,949 % a.m.).

- Qual a taxa efetiva mensal que devemos utilizar? Em se tratando de concursos públicos a grande maioria das bancas examinadores utilizam a convenção da taxa proporcional. Em se tratando do mercado financeiro, utiliza-se a convenção de taxa equivalente.

Resolva as questões abaixo para você verificar se entendeu os conceitos acima.

1) Um banco paga juros compostos de 30% ao ano, com

capitalização semestral. Qual a taxa anual efetiva?a) 27,75 %b) 29,50%c) 30 %d) 32,25 %e) 35 %

2) Um empresa solicita um empréstimo ao Banco no regime de capitalização composta à base de 44% ao bimestre. A taxa equivalente composta ao mês de:

a) 12%b) 20%c) 22%d) 24% Respostas: 1) d 2) b

Taxa Real e Taxa Efetiva

As taxas de juros são índices fundamentais no estudo da matemática financeira. Os rendimentos financeiros são responsáveis pela correção de capitais investidos perante uma determinada taxa de juros. Não importando se a capitalização é simples ou composta, existem três tipos de taxas: taxa nominal, taxa efetiva e taxa real. No mercado financeiro, muitos negócios não são fechados em virtude da confusão gerada pelo desconhecimento do significado de cada um dos tipos de taxa. Vamos compreender o conceito de cada uma delas.

Taxa Nominal: A taxa nominal é aquela em que o período de formação e incorporação dos juros ao capital não coincide com aquele a que a taxa está referida. Exemplos:

a) Uma taxa de 12% ao ano com capitalização mensal.b) 5% ao trimestre com capitalização semestral.c) 15% ao semestre com capitalização bimestral.

Taxa Efetiva: A taxa efetiva é aquela que o período de formação e incorporação dos juros ao capital coincide com aquele a que a taxa está referida. Exemplos:

a) Uma taxa de 5% ao mês com capitalização mensal.b) Uma taxa de 75% ao ano com capitalização anual.c) Uma taxa de 11% ao trimestre com capitalização trimestral.

Taxa Real: A taxa real é aquela que expurga o efeito da inflação no período. Dependendo dos casos, a taxa real pode assumir valores negativos. Podemos afirmar que a taxa real corresponde à taxa efetiva corrigida pelo índice inflacionário do período.

Existe uma relação entre a taxa efetiva, a taxa real e o índice de inflação no período. Vejamos: 1+ief=(1+ir)(1+iinf)

Onde,ief→é a taxa efetivair→é a taxa realiinf→é a taxa de inflação no período

Seguem alguns exemplos para compreensão do uso da fórmula.

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Didatismo e Conhecimento 22

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoExemplo 1. Certa aplicação financeira obteve rendimento

efetivo de 6% ao ano. Sabendo que a taxa de inflação no período foi de 4,9%, determine o ganho real dessa aplicação.

Solução: A solução do problema consiste em determinar o ganho real da aplicação corrigido pelo índice inflacionário do período, ou seja, determinar a taxa real de juros dessa aplicação financeira. Temos que:

Aplicando a fórmula que relaciona os três índices, teremos:

Portanto, o ganho real dessa aplicação financeira foi de 1% ao ano.

Exemplo 2. Certa categoria profissional obteve reajuste salarial de 7% ao ano. Sabendo que a inflação no período foi de 10%, determine o valor do reajuste real e interprete o resultado.

Solução: Temos que

Aplicando a fórmula, teremos:

Como a taxa real foi negativa, podemos afirmar que essa categoria profissional teve perdas salariais do período, uma vez que o reajuste salarial foi abaixo do índice inflacionário do período.

A taxa real expurga o efeito da inflação. Um aspecto interessante sobre as taxas reais de juros é que, elas podem ser inclusive, negativas. Vamos encontrar uma relação entre as taxas de juros nominal e real. Para isto, vamos supor que um determinado capital P é aplicado por um período de tempo unitário, a uma certa taxa nominal in .

O montante S1 ao final do período será dado por S1 = P(1 + in).

Consideremos agora que durante o mesmo período, a taxa de inflação (desvalorização da moeda) foi igual a j. O capital corrigido por esta taxa acarretaria um montante S2 = P (1 + j).

A taxa real de juros, indicada por r, será aquela que aplicada ao montante S2, produzirá o montante S1. Poderemos então escrever: S1 = S2 (1 + r)

Substituindo S1 e S2 , vem:P(1 + in) = (1+r). P (1 + j)

Daí então, vem que:(1 + in) = (1+r). (1 + j), onde:in = taxa de juros nominalj = taxa de inflação no períodor = taxa real de juros

Observe que se a taxa de inflação for nula no período, isto é, j = 0, teremos que as taxas nominal e real são coincidentes. Veja o exemplo a seguir:

Numa operação financeira com taxas pré-fixadas, um banco empresta $120.000,00 para ser pago em um ano com $150.000,00. Sendo a inflação durante o período do empréstimo igual a 10%, pede-se calcular as taxas nominal e real deste empréstimo.

Teremos que a taxa nominal será igual a:in = (150.000 – 120.000)/120.000 = 30.000/120.000 = 0,25 =

25%

Portanto in = 25%

Como a taxa de inflação no período é igual a j = 10% = 0,10, substituindo na fórmula anterior, vem:

(1 + in) = (1+r). (1 + j)(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,10)1,25 = (1 + r).1,101 + r = 1,25/1,10 = 1,1364

Portanto, r = 1,1364 – 1 = 0,1364 = 13,64%

Se a taxa de inflação no período fosse igual a 30%, teríamos para a taxa real de juros:

(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,30)1,25 = (1 + r).1,301 + r = 1,25/1,30 = 0,9615

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Didatismo e Conhecimento 23

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoPortanto, r = 0,9615 – 1 = -,0385 = -3,85% e, portanto teríamos

uma taxa real de juros negativa.

Agora resolva este: $100.000,00 foi emprestado para ser quitado por $150.000,00 ao final de um ano. Se a inflação no período foi de 20%, qual a taxa real do empréstimo?

Resposta: 25%

Estoque

A gestão eficiente do fluxo de bens e serviços do ponto de origem ao ponto de consumo requer de maneira sequencial, o pla-nejamento, a programação e o controle de um conjunto de ativida-des que reúnem: insumos básicos (matérias-primas); materiais em processamento; materiais acabados; serviços e informações dispo-níveis. Como resultado da administração destas atividades gera-se o movimento de bens e serviços aos clientes (cidadão/usuário), havendo como decorrência a geração das chamadas utilidades de tempo e/ou de lugar, que por sua vez são fatores fundamentais para as funções logísticas. Para a administração pública, tanto recursos quanto o público-alvo organizacional estão espalhados em áreas de distintos tamanhos, além da diversidade sócio cultural dos re-sidentes locais. Esse é o problema que a logística têm a missão de resolver. Ou seja, diminuir o hiato entre o resultado do processo de transformação da organização e a demanda, de modo que os consumidores (cidadão-cliente/sociedade/usuário) tenham bens e serviços quando e onde quiserem, na condição que desejarem, e com o menor custo.

Na organização pública, a missão do gestor é estabelecer o nível de atividades logísticas necessário para atender ao público--alvo organizacional no tempo certo, no local certo e nas condições e formas desejadas, de forma economicamente eficaz, eficiente e efetiva no uso dos recursos públicos.

As áreas da logística

A logística realiza a integração da administração de materiais (suprimentos) com a logística organizacional, com a distribuição física e/ou prestação de serviços, e com as atividades relativas ao retorno/descarte de materiais.

Logística de entrada (administração de materiais/logística de suprimentos)

É o conjunto de operações associadas ao fluxo de materiais e informações necessários ao modelo de transformação da orga-nização.

Para a organização pública, têm-se os seguintes entendimen-tos sobre Material e Serviços com seus respectivos embasamento legal.

No campo da Ciência Contábil o termo MATERIAL com-preende todos os itens contabilizáveis que participam diretamente ou indiretamente na constituição do bem/serviço de uma organi-zação.

Na gestão pública, temos a classificação de Material por natu-reza de despesa em Material Permanente e Material de Consumo, discorrendo os seguintes conceitos:

a. Material Permanente é aquele que, em razão de seu uso corrente, não perde a sua identidade física e/ou tem durabilidade superior a dois anos.

Se um material for adquirido como permanente e ficar com-provado que possui custo de controle superior ao seu benefício, deve ser controlado de forma simplificada, por meio de relação-carga, que mede apenas aspectos qualitativos e quantitativos, não havendo necessidade de controle por meio de número patrimonial. No entanto, esses bens deverão estar registrados contabilmente no patrimônio da entidade.

Isso deve ao fato de obedecer ao Princípio da Economicidade previsto no

Art. 70 da CF/88 que se traduz na relação custo-benefício. Ou seja, os controles devem ser simplificados quando se apresentam como meramente formais ou cujo custo seja evidentemente supe-rior ao risco.

b. Material de Consumo é aquele que, em razão de seu uso corrente, perde normalmente sua identidade física e/ou tem sua utilização limitada a dois anos. Deve atender a pelo menos um dos critérios a seguir:

- Critério de Durabilidade: se em uso normal perde ou tem reduzidas as suas condições de funcionamento no prazo máximo de dois anos;

- Critério de Fragilidade: se sua estrutura for quebradiça, de-formável ou danificável, caracterizando sua irrecuperabilidade e perda de sua identidade ou funcionalidade;

- Critério de Perecibilidade: se está sujeito a modificações quí-micas ou físicas, ou se deteriora ou perde sua característica pelo uso normal;

- Critério de Incorporabilidade: se está destinado à incorpora-ção a outro bem, e não pode ser retirado sem prejuízo das carac-terísticas físicas e funcionais do principal. Pode ser utilizado para a constituição de novos bens, melhoria ou adições complemen-tares de bens em utilização (sendo classificado como 4.4.90.30), ou para a reposição de peças para manutenção do seu uso normal que contenham a mesma configuração (sendo classificado como 3.3.90.30);

- Critério de Transformabilidade: se foi adquirido para fim de transformação.

Se um material de consumo for considerado como de uso duradouro, devido à durabilidade, quantidade utilizada ou valor relevante, deve ser controlado por meio de relação-carga e incor-porado ao patrimônio da entidade.

Logística organizacional (operacional)É a integração das atividades de um sistema organizacional,

em função do seu modelo de transformação, desde o planejamento e obtenção dos insumos necessários, passando pelo processo pro-dutivo até a distribuição para o consumidor (intermediário/final), atendendo as necessidades do público-alvo a custos reduzidos, com qualidade e uso adequado de recursos. O instrumento legal de criação da instituição pública e seu regimento interno norteiam essas atividades na organização.

Logística de saída (distribuição física do bem/prestação do serviço)

É o conjunto de operações associadas à transferência do resul-tado objeto de uma transação desde o local de origem até o local designado no destino e no fluxo de informação associado, devendo

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Didatismo e Conhecimento 24

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em Administraçãogarantir que chegue ao destino nas condições desejadas, oportuna-mente e com uso maximizado dos recursos disponíveis. A missão da organização constante no dispositivo de sua criação e as atri-buições funcionais inerentes ao cargo desempenhado orientam os gestores públicos na execução dessas operações.

Logística Reversa:Para o autor PIRES, duas premissas básicas impõem a ne-

cessidade de gestão da logística reversa: a agregação de valor e a responsabilidade pela sucata e/ou lixo industrial. A agregação de valor, considerando o aumento do comércio global, está relacio-nada à importância na gestão dos recipientes (pallets, containers, etc.) e das embalagens, envolvendo processos logísticos comple-xos e estando sujeitos a restrições legais e sanitárias, dentre outras. A responsabilidade pela sucata e/ou lixo industrial diz respeito à gestão dos materiais após o término de suas vidas úteis, passando a vigorar cada vez mais a regra de que “quem produz é o responsável pelo produto após a sua vida útil”.

Para a organização pública, essa preocupação e/ou exigência sócioambiental pode ser observada na INSTRUÇÃO NORMATI-VA Nº 205, DE 08 DE ABRIL DE 1988 expressa no item 1. Ma-terial que: “a designação genérica de equipamentos, componentes, sobressalentes, acessórios, veículos em geral, matérias-primas e outros itens empregados ou passíveis de emprego nas atividades das organizações públicas federais, independente de qualquer fa-tor, bem como, aquele oriundo de demolição ou desmontagem, aparas, acondicionamentos, embalagens e resíduos economica-mente aproveitáveis (grifo meu)”, dando importância à logística reversa nas organizações públicas com o objetivo de racionalizar com minimização de custos o uso de material através de técnicas modernas que atualizam e enriquecem essa gestão com as desejá-veis condições de operacionalidade, no emprego do material nas diversas atividades.

As funções logísticas As atividades administrativas a serem geridas, em qualquer

organização, podem incluir todo ou parte do seguinte: transportes, manutenção de estoques, processamento de pedidos, compras (ob-tenção), armazenagem, manuseio de materiais, embalagem, padrões de serviços e programação do processo de produtivo.

Devido à característica sistêmica da logística, as atividades ad-ministrativas organizacionais passam a ser abordadas de forma di-ferente da tradicional distinção em atividades fim e atividades meio.

Essa nova abordagem vem sendo provocada pela necessida-de das organizações em direcionar seus esforços para o foco do seu negócio, terceirizando aquelas atividades que são economica-mente melhor desempenhadas por outras organizações que as tem como produto do seu trabalho e que, consequentemente, passam a serem parceiros no negócio da empresa. Um exemplo clássico é o da indústria automotiva, formando uma cadeia produtiva.

Para a organização pública não está sendo diferente. Hoje se tem, por exemplo, serviços como segurança, manutenção e limpe-za realizados por terceiros e que até pouco tempo eram realizados pela organização com um quadro próprio de servidores. Como a prática administrativa na organização pública precisa de uma base jurídica, a Instrução Normativa Nº 02 de 30 de Abril de 2008 dis-põe sobre regras e diretrizes para a contratação de serviços, conti-nuados ou não, definindo, em seu

Art. 6º, que os serviços continuados que podem ser contratos por terceiros são aqueles que apoiam a realização de atividades essenciais ao cumprimento da missão institucional do órgão ou entidade. Essas atividades materiais acessórias, instrumentais ou complementares aos assuntos que constituem área de competência legal do órgão ou entidade poderão ser objeto de execução indireta (

Art. 1º do Decreto 2.271/97).É interessante observar os seguintes conceitos relativos à lo-

gística:- Função logística é a reunião, sob uma única designação, de

um conjunto de atividades logísticas afins, correlatas ou de mesma natureza.

- Atividade logística é um conjunto de tarefas afins, reunidas segundo critérios de relacionamento, interdependência ou de si-milaridade.

- Tarefa logística é um trabalho específico e limitado no tem-po, que agrupa passos, atos ou movimentos interligados segundo uma determinada sequência e visando à obtenção de um resultado definido.

As funções logísticas primárias (o ciclo crítico)O conceito de logística identifica aquelas funções ou ativi-

dades que são de importância primária para atingir os objetivos logísticos de custo e nível de serviço. Estas atividades-chave são: Transporte, Manutenção de Estoques, Processamento de Pedidos. Constituem o “ciclo crítico de atividades logísticas”.

O resultado final é prover o cidadão (cliente final) quando e onde necessitar, com a melhor alocação de recursos (menor custo).

a. A função logística primária de transportesPara a maioria das organizações, o transporte é a atividade

logística mais importante simplesmente porque ela absorve, em média, de um a dois terços dos custos logísticos. É uma atividade essencial, pois nenhuma instituição pode operar sem providenciar a movimentação de seu produto (bem/serviço) de alguma forma. Implica na utilização dos modais de transporte para se movimen-tar bens. Este movimento é realizado pelos modais de transporte: aeroviário, dutoviário, ferroviário, hidroviário; rodoviário, inter-modalidade e multimodalidade. Os transportes adicionam valor de “lugar” ao produto.

b. A função logística primária de manutenção de estoquesPara se atingir um grau razoável de disponibilidade de bens, é

necessário manter estoques, que agem como “amortecedores” en-tre a disponibilidade e a necessidade (oferta e demanda). O estoque agrega valor de “tempo”.

Na administração pública, a Instrução Normativa Nr. 205, de 08 de Abril de 1988, da Secretaria de Administração Pública da Presidência da República (SEDAP/PR), trata do assunto no item DA AQUISIÇÃO:

- “As compras de material, para reposição de estoques e/ou para atender necessidade específica de qualquer unidade, deverão, em princípio, ser efetuadas através do Departamento de Administração, ou de unidade com atribuições equivalentes ou ainda, pelas corres-pondentes repartições que, no território nacional, sejam projeções dos órgãos setoriais ou seccionais, (delegacias, distritos, etc.)”.

Uma questão importante é saber qual o nível de estoque mais adequado para a organização. Para isso, crescem em importância para a gestão de estoques as variáveis “quantidade” e “tempo”. Essas variáveis compõem os chamados fatores de ressuprimento.

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Didatismo e Conhecimento 25

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoPOZO expressa que uma das técnicas utilizadas para a avalia-

ção dos níveis de estoques é o enfoque da dimensão do “lote eco-nômico” para a manutenção de níveis de estoques satisfatórios e que é denominado de “sistema máximo-mínimo”. O funcionamen-to do sistema consiste na necessidade nas seguintes informações básicas para cada material:

- Estoque mínimo ou de segurança que se deseja manter (EMin/ESeg);

- O momento em que nova quantidade de material deve ser adquirida, o Ponto do Pedido (PP);

- O tempo necessário para repor o material (TR);- A quantidade de material que deve ser adquirida, ou seja, o

Lote de Compra ou Ressuprimento (LC); e- Quando o material é recebido e aceito pela organização, tem-

se o estoque máximo (EMax).A IN 205/88, no item RENOVAÇÃO DE ESTOQUE, empre-

ga essas variáveis quando expressa que o acompanhamento dos níveis de estoque e as decisões de “quando” e “quanto” comprar deverão ocorrer em função da aplicação de fatores de ressupri-mento e suas respectivas fórmulas constantes no dispositivo legal e aplicáveis à gerência de estoques. Os fatores de ressuprimento são: Tempo de Aquisição, Intervalo de Aquisição, Ponto de Pedi-do, Consumo Médio Mensal, Estoque Mínimo, Estoque Máximo e Quantidade a Ressuprir. Como pode-se inferir esses fatores cons-tituem o sistema máximo-mínimo com o enfoque da dimensão do lote econômico para a manutenção de níveis de estoques satisfa-tórios.

Tempo de Aquisição (T)Conforme consta no item RENOVAÇÃO DE ESTOQUE, da

IN 205/88, é entendido como o período decorrido entre a emissão do pedido de compra e o recebimento do material no Almoxarifado (relativo, sempre, à unidade mês).

Intervalo de Aquisição (I)Compreende o período entre duas aquisições normais e suces-

sivas (IN 205/88).

Ponto de Pedido (Pp)É o nível de estoque que, ao ser atingido, determina imediata

emissão de um pedido de compra, visando completar o Estoque Máximo. Obtém-se somando ao Estoque Mínimo (Em) o produto do Consumo Médio Mensal (c) pelo Tempo de Aquisição (T) (IN 205/88).

Consumo Médio Mensal (c)É a média aritmética do consumo nos últimos 12 meses (IN

205/88).

Estoque Mínimo (Em)É a menor quantidade de material a ser mantida em estoque

capaz de atender a um consumo superior ao estimado para certo período ou para atender a demanda normal em caso de entrega da nova aquisição. Obtém-se multiplicando o Consumo Médio Men-sal (c) por uma fração (f) do tempo de aquisição (T) que deve, em princípio, variar de 0,25 de T a 0,50 de T (IN 205/88). Essa fração (f) do Tempo de Aquisição (T) é o chamado fator de risco que a organização está disposta a assumir com relação à ocorrência de falta de estoque. É básico para o adequado estabelecimento do Ponto de Pedido (Pp).

Estoque Máximo (EM)É a maior quantidade de material admissível em estoque, sufi-

ciente para o consumo em certo período, devendo-se considerar a área de armazenagem, disponibilidade financeira, imobilização de recursos, intervalo e tempo de aquisição, perecimento, obsoletis-mo, etc. Obtém-se somando ao Estoque Mínimo (Em) o produto do Consumo Médio Mensal (c) pelo Intervalo de Aquisição (I) (IN 205/88).

Quantidade a Ressuprir (Q)É o número de unidades a adquirir para recompor o Estoque

Máximo. Obtém-se multiplicando o Consumo Médio Mensal (c) pelo Intervalo de Aquisição (I) (IN 205/88).

No item SANEAMENTO DE MATERIAL, a IN 205/88 ex-pressa que essa atividade visa a otimização física dos materiais em estoque ou em uso decorrente da simplificação de variedades, reutilização, recuperação e movimentação daqueles considerados ociosos ou recuperáveis, bem como a alienação dos antieconômi-cos e irrecuperáveis”; “Os estoques devem ser objeto de constantes Revisões e Análises. Essas atividades são responsáveis pela iden-tificação dos itens ativos e inativos”.

c. A função logística primária de processamento de pedidosÉ a atividade que inicializa a movimentação de bens e a pres-

tação de serviços. Sua importância deriva do tempo necessário para levar bens e serviços aos consumidores.

Para a organização pública, o início dessa atividade pode ser considerado por ocasião do levantamento das necessidades organi-zacionais, no ano vigente, a serem incluídas na previsão orçamen-tária para o exercício financeiro do ano seguinte. Após a liberação orçamentária no início do ano em exercício é que as instituições podem começar a realizar seus processos de licitações e contratos.

Essa consideração visa esclarecer uma prática bastante co-mum nas organizações públicas quanto à solicitação de material feita pelas áreas demandantes. É comum o entendimento equivo-cado de que o pedido de material feito pela área demandante é para efetuar a compra, ou seja, um “pedido de compra”. O pedido realizado é para “fornecimento” através de uma requisição ou ta-bela de provisão (IN 205/88). A definição do “quanto comprar” já deve ter sido realizada por ocasião do processo de previsão do orçamento no ano anterior, e a consequente liberação orçamentária no ano vigente para a decisão dos gestores em relação ao “quando comprar”, com os ajustes, se for o caso, na definição do “quanto comprar”. Esse esclarecimento é importante pois visa valorizar o planejamento na instituição.

É importante destacar que a descrição do material para o Pedi-do de Compra deverá ser elaborada através do método Descritivo, que identifica com clareza o item através da enumeração de suas características físicas, mecânicas, de acabamento e de desempe-nho, possibilitando sua perfeita caracterização para a boa orien-tação do processo licitatório e deverá ser utilizada com absoluta prioridade, sempre que possível. E pelo método Referencial, que identifica indiretamente o item, através do nome do material, alia-do ao seu símbolo ou número de referência estabelecido pelo fa-bricante, não representando necessariamente preferência de marca (IN 205/88).

As necessidades de uma organização pública são atendidas por BENS contratados por meio de atividades de COMPRAS, por SERVIÇOS que são contratados para a sua PRESTAÇÃO, e por OBRAS que são contratadas para a sua EXECUÇÃO.

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Didatismo e Conhecimento 26

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoEsses contratos são oriundos de um procedimento adminis-

trativo formal chamado de LICITAÇÃO, em que o órgão público convoca, por meio de condições estabelecidas em ato próprio (edi-tal/convite) as empresas interessadas. Tem por objetivos a obser-vância do princípio constitucional da ISONOMIA e a seleção da PROPOSTA MAIS VANTAJOSA para a administração pública.

As funções logísticas de apoioApoiam as atividades primárias: Armazenagem, Manuseio de

Materiais, Embalagem de Proteção, Obtenção, Programação de Produtos e Manutenção de Informação.

a. A função logística de apoio de armazenagemUma questão básica do gerenciamento logístico nas organiza-

ções públicas é como estruturar sistemas de distribuição/prestação capazes de atender, otimizando a aplicação de recursos, o cida-dão-cliente geograficamente disperso das fontes de distribuição/prestação de um bem/serviço, oferecendo níveis de serviço cada vez mais altos em termos de disponibilidade de estoque e tempo de atendimento.

A Instrução Normativa Nr. 205, de 08 de Abril de 1988, trata do assunto no item RECEBIMENTO E ACEITAÇÃO de materiais para as entidades públicas. Expressa que o recebimento é o ato pelo qual o material encomendado é entregue ao órgão público no local previamente designado, não implicando em aceitação. Transfere apenas a responsabilidade pela guarda e conservação do material, do fornecedor ao órgão recebedor. Ocorrerá nos almo-xarifados, salvo quando o mesmo não possa ou não deva ali ser estocado ou recebido, caso em que a entrega se fará nos locais de-signados. Qualquer que seja o local de recebimento, o registro de entrada do material será sempre no almoxarifado. O recebimento, rotineiramente, nos órgãos sistêmicos, decorrerá de: compra, ces-são, doação, permuta, transferência, produção interna.

No item ARMAZENAGEM expressa que essa atividade com-preende a guarda, localização, segurança e preservação do material adquirido, a fim de suprir adequadamente as necessidades opera-cionais das unidades integrantes da estrutura do órgão ou entidade.

b. A função logística de apoio de manuseio de materiaisDiz respeito à movimentação do bem no local de estocagem.

São atividades: de seleção do equipamento de movimentação e ba-lanceamento da carga de trabalho.

No setor público, pode-se inferir que essa função logística está caracterizada na Instrução Normativa Nr. 205/88, no item ARMA-ZENAGEM, onde se verifica: “os materiais devem ser estocados de modo a possibilitar uma fácil inspeção e um rápido inventário”; “os materiais que possuem grande movimentação devem ser esto-cados em lugar de fácil acesso e próximo das áreas de expedição e o material que possui pequena movimentação deve ser estocado na parte mais afastada das áreas de expedição”; “os materiais jamais devem ser estocados em contato direto com o piso. É preciso utili-zar corretamente os acessórios de estocagem para os proteger”; “a arrumação dos materiais não deve prejudicar o acesso as partes de emergência, aos extintores de incêndio ou à circulação de pessoal especializado para combater a incêndio (Corpo de Bombeiros)”; “os materiais da mesma classe devem ser concentrados em locais adjacentes, a fim de facilitar a movimentação e inventário”; “os materiais pesados e/ou volumosos devem ser estocados nas partes inferiores das estantes e porta-estrados, eliminando-se os riscos de acidentes ou avarias e facilitando a movimentação”; e “quando o material tiver que ser empilhado, deve-se atentar para a segurança

e altura das pilhas, de modo a não afetar sua qualidade pelo efeito da pressão decorrente, o arejamento (distância de 70 cm aproxi-madamente do teto e de 50 cm aproximadamente das paredes)”.

c. A função logística de apoio de embalagem de proteçãoDestina-se a movimentar bens sem danificá-los. No governo,

a IN 205/88, disponível no sítio eletrônico do “comprasnet”, apre-senta, no item ARMAZENAGEM, as atividades a serem realiza-das pelo gestor público nesta função logística: “os materiais devem ser conservados nas embalagens originais e somente abertos quan-do houver necessidade de fornecimento parcelado, ou por ocasião da utilização”; “a arrumação dos materiais deve ser feita de modo a manter voltada para o lado de acesso ao local de armazenagem a face da embalagem (ou etiqueta) contendo a marcação do item, permitindo a fácil e rápida leitura de identificação e das demais informações registradas”.

d. A função logística de apoio de obtençãoA função obtenção é também tratada como suprimentos e

aquisição. Independente do termo usado é basicamente uma fun-ção de compras. O termo “compras”, para o órgão ou entidade pú-blica, deve ser entendido como toda aquisição remunerada de bens para o fornecimento de uma só vez ou parceladamente (

Art. 6º da Lei 8.666/93).Segundo BALLOU a “obtenção ou aquisição” refere-se àque-

las atividades que ocorrem entre a organização e os seus forne-cedores e, geralmente, dá a impressão de tratar-se de “compras”. Para o autor existem três variáveis-chave no processo de forneci-mento para a organização: o preço, a qualidade e a disponibilidade ou entrega do produto. É a atividade que deixa o BEM disponível para o sistema produtivo organizacional. Devem-se considerar as seguintes decisões: quantidades a serem obtidas; programação de compras; localização de fornecedores e a forma física das merca-dorias:

As quantidades a serem obtidas envolvem decisões sobre “o que deve ser comprado” de fontes externas e sobre “o que pode ser produzido” pela empresa. Por sua vez, as quantidades a serem compradas devem ser abordadas pelo total a ser comprado e pelo tamanho do lote individual de entrega e/ou de compra.

A programação de compras envolve os aspectos de volume e da frequência das compras. A determinação do “tempo certo” é uma questão-chave.

A localização de fornecedores envolve a “variável distância” que implica no tempo para a entrega do suprimento. Fontes próxi-mas têm vantagens, pois a entrega pode ser mais rápida e há menor risco de interrupções no transporte.

A forma física das mercadorias influencia o fluxo de materiais entre o fornecedor e o comprador, sendo essencial para a eficiência da movimentação no que se refere ao uso de equipamentos ade-quados para a movimentação, à conversão de um para outro tipo de acondicionamento da mercadoria, ao volume e/ou peso do material e no modal de transporte mais apropriado.

Ainda segundo BALLOU, a “aquisição ou obtenção” é vista como uma extensão da programação do processo produtivo orga-nizacional, pois é onde são geradas as informações de QUANDO e QUANTO “comprar” (grifo meu).

Para a organização pública, podemos observar a necessidade dessas informações na IN 205/88 em seu item RENOVAÇÃO DE ESTOQUE onde expressa que o acompanhamento dos níveis de estoque e as decisões de QUANDO e QUANTO “comprar” (grifo meu) deverá ocorrer em função da aplicação de fórmulas constan-tes na referida Instrução Normativa.

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Didatismo e Conhecimento 27

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoAinda na IN 205/88, pode ser encontrado no item DA REQUI-

SIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO: “A guia de remessa de material (ou nota de transferência), além de outros dados informativos julga-dos necessários, deverá conter: descrição padronizada do material; quantidade; unidade de medida; preços (unitário e total); número de volumes; peso; acondicionamento e embalagem; e grau de fra-gilidade ou perecibilidade do material”.

No setor público, pode-se considerar a aplicação do concei-to de AQUISIÇÃO ou OBTENÇÃO na IN 205/88 no item DA AQUISIÇÃO onde descreve que as “compras” de material, para reposição de estoques e/ou para atender necessidade específica de qualquer unidade, deverão, em princípio, ser efetuadas através do Departamento de Administração, ou de unidade com atribuições equivalentes ou ainda, pelas correspondentes repartições que, no território nacional, sejam projeções dos órgãos setoriais ou sec-cionais.

e. A função logística de apoio de programação do produtoNão diz respeito à programação detalhada da produção, exe-

cutada diariamente pelos programadores de produção. Lida com a distribuição de bens e/ ou prestação de serviço. Trata do fluxo de saída.

Nas organizações públicas, a missão institucional estabelece o produto organizacional e o seu regimento interno regula as ati-vidades administrativas a serem desenvolvidas para a consecução de metas e objetivos estabelecidos para atender as necessidades do público-alvo organizacional, caracterizando essa função logística.

f. A função logística de apoio de manutenção de informaçãoSegundo, CHOPRA e MEINDL, a informação é crucial para o

desempenho das funções logísticas em qualquer organização por-que disponibiliza fatos e dados para o gestor agrupá-los e analisá--los a fim de tomar decisões administrativas organizacionais.

Como toda organização integra uma ou várias cadeias de su-primentos a informação se torna ainda mais importante porque permite que a gerência tome decisões sobre um amplo escopo que abrange interação de funções e interação com outras instituições, sendo influenciada por fatores do ambiente externo à organização, tais como: econômico, político-legal, sócio cultural, tecnológico, fisiográfico e ecológico.

Para realizar a integração das funções logísticas, o gestor pú-blico deve se valer de informações, além daquelas sobre os obje-tivos da análise dos fatores ambientais, as relativas ao fornecedor, às funções logísticas críticas (transporte, manutenção de estoque e processamento de pedidos) e as funções logísticas de apoio (armazenagem, manuseio de materiais, embalagem de proteção, obtenção, programação de produto) cujo resultado será o estabe-lecimento do nível de serviço desejado, possível e adequado às características do público-alvo organizacional. A necessidade de informação sobre essas áreas agrega valor às atividades adminis-trativas organizacionais, permitindo melhor coordenação entre os envolvidos no negócio público, configurando uma engrenagem logística.

Enfim, para a organização pública, a importância da Logística está no fato de que ela permite administrar o fluxo dos bens/servi-ços de onde eles são transformados para o local certo de consumo, na forma desejada, no tempo certo e com o emprego adequado dos recursos públicos disponíveis, proporcionando o nível de serviço desejado pela sociedade. Um sistema logístico eficiente permite uma região geográfica explorar suas vantagens inerentes pela es-pecialização de seus esforços produtivos naqueles produtos que ela tem vantagens e pela exportação desses produtos às outras regiões.

Pelo exposto, pode-se verificar que aplicar a técnica logísti-ca nas atividades administrativas de uma organização pública é estabelecer uma relação entre os dispositivos legais e normativos vigentes para o setor público com os conceitos e procedimentos logísticos aplicáveis às atividades funcionais do gestor público e aos processos administrativos de sua instituição com vistas: a uma convergência aos padrões internacionais de logística aplicados a uma organização (pública ou privada); a adoção de procedimentos e práticas que permitam o reconhecimento, a mensuração, a ava-liação e a evidenciação das funções logísticas nas atividades admi-nistrativas públicas; a configuração de um sistema logístico no âm-bito da organização, valendo-se dos instrumentos administrativos existentes; e a caracterização e a consolidação das informações de natureza logística constantes nos sistemas estruturadores do go-verno e nos dispositivos legais e normativos para a administração pública.

Custos LogisticosMuitas pessoas que estudam e trabalham com logística às ve-

zes tem dificuldade em definir o que é a logística, e o que compõe o processo logístico. Quando se está em uma empresa, é essencial saber para onde o dinheiro está indo (ou por onde está saindo!), e compreender quais são os componentes dos custos logísticos é essencial nessa área.

A função mais conhecida da logística são os transportes, e eles representam o maior percentual dos custos logísticos para a maioria das empresas. Considerando que a matriz de transporte brasileira, que utiliza fundamentalmente o transporte rodoviário mesmo para longas distâncias, faz com que os custos de trans-portes sejam muito elevados, o que influencia o custo final dos produtos e a competitividade de nossas empresas. Assim, o custo de transporte é composto por custos fixos e variáveis. Os fixos incluem depreciação da frota, salários, manutenção. Os variáveis incluem: combustíveis, pneus, lubrificantes, dentre outros. Caso o transporte seja terceirizado, então todo o custo é pago na forma de frete.

Outro fator importante na composição dos custos logísticos são os estoques. Se o transporte é rápido e frequente, então pode-mos manter níveis de estoques baixos, mas pagaremos caro pelo transporte. Por outro lado, se os lotes são grandes (grandes volu-mes, pouca frequência), então o estoque médio será alto e custo de estocagem será elevado. O custo do estoque é composto por diver-sos elementos: (1) o próprio valor do estoque que poderia estar in-vestido rendendo juros e pela oportunidade do capital; (2) manter o estoque também custa dinheiro: seguros, obsolescência, perdas e outros riscos associados; (3) durante a operação de transportes, um pouco do estoque fica indisponível dentro dos caminhões – assim, o estoque em trânsito também compõe este custo; (4) finalmente, caso os estoques não sejam bem gerenciados, a empresa terá uma falta de produtos, e este custo é difícil de ser mensurado.

O local onde é feita a armazenagem também compõe o custo logístico. Assim, o custo com armazenagem envolve impostos, luz, conservação (ou aluguel caso o armazém seja alugado); para manu-sear os produtos são necessários equipamentos de movimentação e armazenagem, além de salários (e encargos) dos funcionários.

Um pouco menores, mas também importantes de serem consi-derados, estão os custos do pedido: custos relacionados ao material utilizado (papel, materiais de escritório, computadores), custos de pessoal (salários e encargos) e os custos indiretos (luz, telefone, dentre outros).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoGestão de estoqueUm dos itens mais importantes do Ativo de uma empresa co-

mercial é o estoque. Essa importância advém não só de sua alta participação percentual no total do Ativo, mas também do fato de ser a partir dele que se determina o custo das mercadorias ou produtos vendidos. O estoque representa o custo das mercadorias possuídas por uma empresa numa data especifica. Ou seja, é uma conta que registra os bens adquiridos para serem revendidos ou transformados.

O tipo de estoque que uma empresa possui, depende do seu objetivo social: se for uma empresa que comercializa produtos, ela compra e vende os mesmos produtos e seu estoque é constituído de mercadorias. Assim sendo, a venda de estoques gera receita de vendas, custo de mercadorias ou produtos vendidos e estoque final. O termo Custo de Mercadorias entende-se que é o preço pago pela mercadoria, acrescido de outras despesas para movimentação do estoque, deduzido os impostos recuperáveis e o valor de mercado.

O princípio básico é que o custo das mercadorias adquiridas deve compreender todos os gastos que a empresa realiza para ad-quiri-las e colocá-las em condições de serem vendidas. Para uma empresa que compra e vende mercadorias, tais custos incluem o preço de compra e os gastos com transporte, recepção, inspeção e colocação nas prateleiras, além de custos administrativos associa-dos ao controle dos estoques. (STICKNEY, 2001, P.340). Diante da existência do custo das mercadorias e do valor de mercado, sur-ge a necessidade de escolher o menor valor para avaliar o estoque. O problema para se chegar a essa conclusão, prende-se ao fato da empresa ter em estoque o mesmo produto adquirido em datas dis-tintas, com custos unitários diferentes.

Se a empresa conseguir identificar qual unidade foi vendida e quais unidades ficaram em estoque no final do período, a men-suração do custo das mercadorias vendidas e do estoque final não apresenta problemas. A semelhança física entre unidades de alguns produtos, entretanto, cria dificuldades para a identificação de quais unidades foram vendidas e quais ficaram em estoque. Mesmo quando avanços na tecnologia permitem que a empresa acompa-nhe cada item de seu estoque, ela pode preferir não fazê-lo, dados os custos envolvidos. (STICKNEY, 2001, p.339). Desta forma, surge a dúvida sobre qual preço unitário deve ser atribuído a tais estoques na data do balanço. Favaro et al. (1997, p.219), destaca que: “o importante é que de acordo com os princípios contábeis (do custo original como base de valor), deve se trabalhar com os valores de aquisição (entradas) das mercadorias, o que pode variar é o critério adotado para sua valoração”. Considerando esse pon-to de vista são varias as possibilidades de atribuição desse valor. Qualquer um dos métodos de valoração dos estoques, quando uti-lizados nas mesmas condições de quantidades e preços, manterá a situação real das empresas nas mesmas igualdades, com a mesma quantidade de estoque, porém segundo Favaro et al. (1997, p.253), os resultados são influenciados pelos diferentes critérios de valo-ração de seus estoques, que provocam diferença no custo das mer-cadorias vendidas interferindo assim na obtenção do lucro bruto na Demonstração de Resultado do Exercício. Isso quer dizer que os resultados obtidos são diferentes, em consequência dos critérios de atribuição de custos utilizados, embora todos tenham como base o mesmo custo de aquisição.

Alguns critérios de avaliação de estoques:- Método PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai), do in-

glês, FIFO (first-in, first-out), ou seja, os primeiros artigos a entra-rem no estoque, serão aqueles que sairão em primeiro lugar, deste modo o custo da matéria-prima deve ser considerado pelo valor de compra desses primeiros artigos. O estoque apresenta uma re-lação forte com o custo de reposição, pois esse estoque representa os preços pagos recentemente, adotar este método, faz com que haja oscilação dos preços sobre os resultados, pois as saídas são confrontadas com os custos mais antigos, sendo esta uma das prin-cipais razões pelas quais alguns se mostram contrários a este mé-todo. As vantagens o desse método consistem no controle preciso dos materiais, pois são ordenados em uma base contínua de acordo com sua entrada, o que é importante, quando se trata de produtos sujeitos a mudança de qualidade, decomposição, deterioração etc.; o resultado obtido revela o custo real dos artigos específicos utili-zados nas saídas; os artigos utilizados são retirados do estoque e a baixa dos mesmos é dada de uma maneira sistemática e lógica.

- Método UEPS (último a entrar, primeiro a sair), do inglês LIFO (last-in first-out) é um método de avaliar estoque bastante discutido. O custo do estoque é obtido como se as unidades mais recentes adicionadas ao estoque (últimas a entrar) fossem as pri-meiras unidades vendidas (saídas). Pressupõe-se, deste modo, que o estoque final consiste nas unidades mais antigas e é avaliado ao custo das mesmas. Segue-se que, de acordo com o método UEPS, o custo dos artigos vendidos (saídas) tende a refletir no custo dos artigos comprados mais recentemente (comprados ou produzidos). Também permite reduzir os lucros líquidos expostos. As vantagens de utilização deste método consistem na apuração correta de seus custos correntes; o estoque é avaliado em termos do nível de preço da época em que o UEPS foi introduzido; é uma forma de se cus-tear os artigos consumidos de uma maneira realista e sistemática; em períodos de alta de preços, os preços maiores das compras mais recentes, são ajustados mais rapidamente às produções, reduzindo o lucro. No entanto, não é aceito pela legislação brasileira.

- Custo Médio é o método utilizado nas empresas brasilei-ras para atendimento à legislação fiscal. Empresas multinacionais com operações no Brasil frequentemente têm de avaliar o estoque segundo o método da matriz, e também segundo o custo médio para atendimento à legislação brasileira. Esse método permite que as empresas realizem um controle permanente de seus estoques, e que a cada aquisição, o seu preço médio dos produtos seja atuali-zado, pelo método do custo médio ponderado.

Geralmente as empresas que não possuem uma boa política de estocagem e vivem um dilema: quanto a empresa deve estocar para que seus interesses e os dos seus clientes sejam atendidos de forma satisfatória? A esse respeito, o Planejamento é um dos principais instrumentos para o estabelecimento de uma política de estocagem eficiente. Pois, o departamento de vendas deseja um estoque eleva-do para atender melhor o cliente e a área de produção prefere tam-bém trabalhar com uma maior margem de segurança de estoque.

Em contrapartida, o departamento financeiro quer estoques reduzidos para diminuir o capital investido e melhorar seu fluxo de caixa. Segundo Erasmo (2006), planejar esta atividade é fun-damental, porque de um bom planejamento virão, por exemplo, uma menor necessidade de capital de giro e uma margem de lucro maior”. Por esse motivo, os empresários devem estar atentos aos objetivos da empresa para definir as quantidades corretas de cada mercadoria que deve estar no estoque em um determinado período de tempo, para que a empresa não sofra nenhum prejuízo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoE, já que o alto custo do dinheiro não permite imobilizar gran-

des quantias em estoque e que manter uma empresa com uma boa variedade de produtos exige uma imobilização elevada de capital de giro, ele deve saber exatamente o equilíbrio entre a quantidade de compras suficiente para um determinado período de vendas e a variedade de artigos para que os clientes tenham opção de escolha. Para que isso aconteça, é importante que o empresário levante pe-riodicamente a média mensal de compras para compará-las com as vendas e, com isso, saber se o investimento em mercadorias está tendo o retorno desejado.

O ato de comprar deve ser sempre precedido de um bom pla-nejamento. A compra de mercadorias envolve a colocação do pe-dido, o recebimento e a inspeção das mercadorias encomendadas e o registro da compra. Rigorosamente, o comprador de uma mer-cadoria somente deveria registrar a compra quando a propriedade legal da mercadoria adquirida passasse do vendedor para o com-prador. Caracterizar quando isso acontece envolve tecnicalidades legais associadas ao contrato entre as duas partes. E para que isso aconteça, é de grande importância a elaboração de uma previsão de compras. Nas empresas comerciais, essa previsão é complicada, pois o numero de mercadorias comercializadas é muito grande. As empresas preferem vender tanto quanto possível, com um numero mínimo de capital empatado em estoque. Por isso, a previsão deve ser elaborada pelos diversos setores funcionais da empresa, obser-vando-se as características e peculiaridades do mercado fornece-dor e do comportamento das vendas (STICKNEY, 2001).

É aconselhável que sejam feitas previsões individuais para cada setor ou departamento e reuni-las posteriormente em uma só, facilitando o planejamento das compras. Depois de preparada a previsão de compras, esta deve ser ajustada ás condições finan-ceiras da empresa. Isso deve ser feito em reunião com os encarre-gados de compras, os encarregados de vendas e os encarregados pelo controle financeiro para que se encontre um equilíbrio entre os setores.

A empresa que não faz a previsão de compras encontra difi-culdades para manter seus estoques de forma equilibrada. Acabam comprando mercadorias de acordo com as necessidades surgidas correndo o risco de não ter produtos em épocas que o volume de vendas cresce. Perdendo dessa forma, oportunidade de aumentar suas vendas, perdendo clientes e, consequentemente, diminuído o lucro da empresa. E não tendo a previsão correta de compras, ele pode comprar um volume inadequado de mercadorias aumentando o custo de manutenção dos estoques. Para Stickney (2001, p.362): “Manter estoques – ou como também se diz, carregar estoques - gera custos”. Isso ocorre, porque quanto maior a quantidade de mercadorias estocadas, maior será o espaço físico necessário para guardá-las, maior o número de funcionários necessários e maiores os gastos para controle do estoque. Além disso, o mesmo autor destaca que pelo menos uma pequena quantidade de mercadorias precisa ser mantida em estoque para satisfazer às necessidades dos clientes à medida que elas apareçam.

Rotinas de pessoalO Departamento Pessoal é um dos departamentos respon-

sáveis pela eficácia da gestão de uma organização, afinal, são os profissionais desse departamento que se responsabilizam pela ma-nutenção do quadro de colaboradores, gerindo as informações e desenvolvendo as rotinas referentes a administração desses pro-fissionais.

Durante muito tempo esse departamento era o responsável por toda a parte burocrática dos funcionários, como a admissão e demissão de funcionários, cálculo de salários e também pelo as-pecto comportamental, como relações interpessoais, treinamento de equipes, entre outras.

No entanto, a rotina administrativa de um Departamento Pes-soal vai muito além disso. Seu trabalho está diretamente ligado a questões legais e tributárias, que requerem atenção redobrada. Do contrário, a empresa pode ficar em apuros.

Dentre as principais atividades executadas por esses profis-sionais temos:

RecrutamentoO trabalho do Departamento Pessoal começa por aqui. Quan-

do há a abertura de uma vaga e, consequentemente, a necessidade de contratar novos profissionais, os funcionários desta área são acionados.

São eles os responsáveis por fazer o mapeamento de cargos juntamente com o setor que necessita de mais pessoas, definindo o perfil exato para cada vaga e buscando formas de divulgá-la.

AdmissãoSelecionado o candidato, o departamento assume outra tare-

fa: a contratação. Para que ela seja possível, é preciso que sejam recolhidos todos os documentos necessários do novo funcionário.

É nesta etapa, também, que são feitos os registros dos benefí-cios do colaborador, tais como plano de saúde, vale-alimentação e vale-transporte.

Treinamento, acompanhamento e supervisãoPassada a fase inicial, é hora de o profissional do departamen-

to fazer a integração do novo colaborador com a equipe, além de apresentar sua função. Para isso, ele deve passar por treinamentos, sendo acompanhado e supervisionado de perto.

No entanto, não são apenas os novatos que requerem atenção da equipe de recursos humanos. Para que a empresa tenha me-lhores resultados, é preciso que todos os funcionários passem por treinamentos e acompanhamentos constantes.

Compensação de pessoalRotina de extrema importância no departamento pessoal, ela

nada mais é que o controle de frequência dos profissionais da em-presa. Sim, essa função também faz parte da rotina administrativa do setor.

São eles os responsáveis, também, por calcular os salários, impostos, dissídios, benefícios e outros adicionais. Por isso a im-portância de sempre estar atualizado com relação à legislação e às leis trabalhistas.

Desligamento Além de serem responsáveis por quem entra na empresa, esses

profissionais também cuidam de quem sai. Quando há algum desli-gamento, seja uma demissão por justa causa ou um acordo entre as partes, é responsabilidade deste setor colocar em prática os pontos estabelecidos por lei.

Por isso, o Departamento Pessoal se encarrega de calcular va-lores, estabelecer o aviso prévio, fazer o termo de rescisão, escre-ver a guia de seguro-desemprego e acompanhar o profissional que está se desligando da empresa.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoNo entanto, apesar de esse departamento ser o responsável por

representar a empresa perante o colaborador, os vários órgãos da Justiça do Trabalho e os sindicatos, não confunda sua função. Ele não efetua pagamentos, mas prepara as documentações necessá-rias para que o departamento financeiro possa efetuá-los.

Vale lembrar que, com o surgimento do conceito Gestão de Pessoas, as tarefas se dividiram, compete às Rotinas de Pessoal a parte burocrática, enquanto que os aspectos comportamentais fi-cam a cargo dos responsáveis pela área de Gestão de Pessoas, que atua em parceria com o D.P, alinhando as necessidades da organi-zação como um todo, harmonizando direitos e deveres, de forma que todos trabalhem mais felizes e, no final, o resultado para a empresa se apresente em forma de lucro e para o funcionário em valorização.

Fontes (CARVALHO, Irene Mello. Introdução à Psicologia das Relações Humanas; CHIAVENATO, Idalberto. Administração de empresas / Heidy Ruth de Oliveira - Brasil da Caliper Estraté-gias Humanas / VIEIRA, Sebastiana Batista. Técnicas de Arquivo e Controle de Documento/SCHELLEMBERG, T.R. Arquivos Mo-dernos: Princípios e Técnicas / DUBRIN, Andrew J.. Princípios da Administração. Tradução Roberto Minadeo/ NASSAR, Paulo. Obtendo resultados com Relações Públicas / Expedição de corres-pondência: por Tânia Leão e Tânia Carneiro (tecnicasecretariado.wikispaces.com)/www.uol.com.br / http://katyabarros.blogspot.com.br/ www.casadaconsultoria.com.br – por Andrea Alexandre dos Santos/ Karl Albrecht/Pires e Grisson/ Lelia K. Siqueira/Ch-ristian Barbosa/Eliana Maria Leger/Carlos Henrique Silveira/Ro-simeire de Oliveira Silvério Garrett/ GONÇALVES, Janice. Como classificar e ordenar documentos de arquivo/Câmara Técnica de Documentos Eletrônicos-CONARQ/ http://www.ambito-juridico.com.br- Luisa Helena Cardoso Chaves/Nícolas Müller/Prof. Galba Ribeiro Di Mambro//Valéria Lins

Rotinas de comprasCompras na Administração PúblicaA gestão de compras assume papel verdadeiramente estraté-

gico nos negócios de hoje em face do volume de recursos, princi-palmente financeiros, quebra-se então uma visão preconceituosa de que era uma atividade burocrática e repetitiva, um centro de despesas e não um centro de lucros.

A função é muito mais ampla e, se realizada com eficiência, envolve todos os departamentos da empresa. Obter o material cer-to, nas quantidades certas, com a entrega correta (tempo e lugar), da fonte correta e no preço certo são todas as funções de compras.

O departamento de compras tem a responsabilidade principal de localizar fontes adequadas de suprimentos e de negociar preços. O insumo vindo de outros departamentos é necessário para a busca e a avaliação das fontes de suprimento, auxiliando também o de-partamento de compras na negociação dos preços. Comprar, nesse sentido amplo, é responsabilidade de todos.

Segundo Arnold “essa função é responsável pelo estabeleci-mento do fluxo dos materiais na firma, pelo segmento junto ao fornecedor, e pela agilização da entrega.”.

A função compras é vista hoje como uma parte do processo de logística das empresas, ou seja, parte integrante da cadeia de suprimentos (suplly chain).

Sua influência é de caráter direto nos processos produtivos em uma empresa, os prazos devem ser cumpridos de maneira rígida tanto na entrada como na saída de insumos, pois poderão gerar sérios problemas dentro do ciclo, em especial nos departamentos de produção e vendas.

Esta função pode ser dividida em quatro categorias:Obter mercadorias e serviços na quantidade e com qualidade

necessárias.Obter mercadorias e serviços ao menos custo.Garantir o melhor serviço possível e pronta entrega por parte

do fornecedorDesenvolver e manter boas relações com fornecedores.Para alcançar tais objetivos, devem ser desempenhadas certas

funções básicas:Tempo e lugar (especificações de compra).Fonte certa (fornecedores).Negociar condições de compra.Administrar pedido de compra.Diante ao exposto, tais argumentos servirão para dar continui-

dade ao ciclo produtivo, tendo em vista que dentro desta pasta, os critérios adotados deverão ser de suma importância para a admi-nistração em si na busca de aumento de lucros dentro menor custo possível.

CICLO DE COMPRASSão todas as partes que se fazem necessárias para dar anda-

mento ao processo de aquisição de materiais, sejam eles para com-pras de recursos materiais, quanto recursos patrimoniais.

Este ciclo pode ser melhor observado conforme o diagrama abaixo:

ESPECIFICAÇÕES DA COMPRAMuitas dúvidas pairam na hora de efetuar uma compra, embo-

ra pareça, não é uma tarefa muito fácil. A decisão de comprar deve ser considerada de que forma o produto será utilizado, com que frequência e quanto estará disposto a pagar.

Na compra de um item ou serviço de um fornecedor, vários fatores estão incluídos, devem ser considerados quando as especi-ficações estão sendo desenvolvidas, podem ser divididos em três categorias:

Exigências de quantidade.Exigências de preço.Exigências funcionais.

EXIGÊNCIAS DE QUANTIDADEA demanda de mercado é quem vai determinar a quantidade

necessária a ser adquirida, sendo que influenciará o modo como o produto será utilizado. A quantidade adquirida terá influência di-reta no custo da produção do bem, se em pequena escala ocorrerá um preço mínimo, se em grande escala, deverá ser projetado para tirar proveito das economias de escala, satisfazendo assim às ne-cessidades funcionais a um preço melhor.

EXIGÊNCIAS DE PREÇORepresenta o valor econômico em que o comprador atribui ao

item, quanto se está disposto a pagar, o qual tem relevância com a demanda de mercado. Na situação de um item ser vendido a um preço baixo, o fabricante não esta disposto a pagar um preço muito pelo item.

Segundo Arnold (1999, p 212) “O valor econômico atribuído ao item deve relacionar-se com a utilização do item e com seu preço antecipado de venda.”

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoEXIGÊNCIAS FUNCIONAISRelacionam-se com a forma final utilizada do item e seu desempenho esperado, é a exigência mais importante, pois governa todas as

categorias. Embora sejam mais difíceis de serem definidas, seu sucesso depende da forma em que satisfazer a necessidade real do item, sendo esta necessidade tendo seus aspectos estéticos e práticos (como serão utilizados, ocasiões em que será utilizado, cor, estilo, etc.).

Funcionabilidade e qualidadeAs características funcionais de um item estão intimamente ligadas a qualidade do produto, a qual gira em torno da satisfação das ne-

cessidades do usuário. Para alcançar a tão almeja qualidade, o planejamento é o principal fundamento para se obter os resultados esperados, para isto utiliza-se

o projeto do produto, a forma de produção e a utilização do produto. Estudos mercadológicos contribuem para delimitar, o desempenho, a aparência, o preço e o volume de vendas esperado.

A funcionabilidade do produto esta ligada ao desempenho do produto junto ao consumidor final, o qual ditará o tipo de qualidade.

SELEÇÃO DE FORNECEDORESA busca para produzir um produto de melhor qualidade e que esteja apto a concorrer no mercado, faz-se necessário ter bons fornecedo-

res, que atendam a necessidade da empresa seja em qualidade da matéria oferecida, bem como prazo de entrega satisfatório e preço acessível.O departamento de compras tem a função primordial de aferir junto ao mercado de fornecimento de materiais, quais são as melhores

opções, para tal, são utilizados critérios que exerçam reflexo direto na produção (baixo custo e qualidade). Assim, o responsável, ou respon-sáveis, pela pasta compra, podem utilizar de fontes que melhor se adaptam ao produto que se deseja produzir.

Tais fontes podem ser chamadas de: única, múltipla e simples.Fonte única - fornecedor que atenda de forma exclusiva devido ao tipo de produto patenteado, especificações técnicas, matéria-prima,

localização.Fonte múltipla – são utilizados mais de um fornecedor, este tipo de fonte oferece concorrência que ocasionam preços mais acessíveis

ou melhores serviços.Fonte simples – esta é uma decisão mais elaborada, sendo planejada pela organização com o intuito de selecionar um fornecedor para

um item quanto existem vários fornecedores, ou seja, visa a criação de uma parceria à longo prazo.

ESCOLHA DE FORNECEDORESLevando em consideração de que o departamento de compras busca em sua função preço e qualidade junto aos seus fornecedores, os

mesmo devem atender a especificações técnicas que dêem suporte ao que a empresa almeja para confeccionar seus produtos.Quando da realização de uma possível compra, deve se levar em consideração se o seu fornecedor tem uma estrutura adequada para

atender a solicitação, para isto a habilidade técnica para produzir ou fornecer a matéria-prima ou item deve ser questionada. A capacidade de produção e confiabilidade com relação aos produtos que sejam necessários deve ser cuidadosamente vistos pelo

comprador, pois a produção do fornecedor deve satisfazer as especificações do produto, com baixo índice de defeitos e com controle de qualidade e quantidade exigidas, sendo assim desta forma cria-se um vínculo de confiabilidade, cita-se ainda a escolha quando se escolhe um fornecedor, o mesmo deve ser reputado e sólido monetariamente, isto para que o fornecimento seja devidamente garantido dentro dos prazos firmados.

Outras características que devem ser lavadas em consideração são os serviços pôs-venda (sistema de suporte), a localização do for-necedor (preferencialmente próximo do comprador), sempre levar em consideração a redução de tempo de entrega a fim de evitar falta de matéria-prima ou itens.

Podemos citar um exemplo que reflete todas as especificações que foram citadas para este grande e complexo sistema, que seriam as grandes montadoras de veículos automotores, seus fornecedores em sua grande maioria circundam ou estão a uma distância relativamente pequena da área de produção.

IDENTIFICAÇÃO E SELEÇÃO DO(S) FORNECEDOR (ES)Inicialmente para efetuar a seleção de seus fornecedores, o departamento de compras deve identificar através de catálogos, revistas es-

pecializadas, lista telefônica especializada ou até mesmo de informação obtida junto ao pessoal de vendas, quais fornecedores se enquadram no perfil do produto a ser produzido. Para tal recomenda-se a utilização de um método de classificação e exclusão de possíveis fornecedores.

Nesta ferramenta de classificação, são atribuídos pontos de peso para cada característica que devam fazer parte do controle de compras, conforme a tabela abaixo.

Fator Peso Pontuação de Fornecedor Classificação de fornecedorFornecedores A B C D A B C DFunção 10 8 10 6 6 80 100 60 60Custo 8 3 5 9 10 24 40 72 80Serviço 8 9 4 5 7 72 32 40 56Assistência Técnica 5 7 9 4 2 35 45 20 10Termos de Crédito 2 4 3 6 8 8 6 12 16Total (classificação dos fornecedores) 219 223 204 222

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Didatismo e Conhecimento 32

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoO método de classificação é uma tentativa de quantificar coisas

que não podem ser quantificadas naturalmente. Ele procura aplicar valores com base em julgamento subjetivo. Ele não é um método per-feito, mas leva a empresa compradora a considerar a importância de vários fatores.

Diante do exposto, a identificação e seleção de fornecedores, de-vem ser apreciadas de forma a ficar o mais próximo possível de um grau de confiabilidade, onde possa satisfazer a necessidade da em-presa, para tal, os métodos acima descritos, são apenas uma peque-na parcela, de como deve se proceder nesta seleção, outros métodos desenvolvidos pela empresa ou adaptados a ela poderão ser usados, desde que sejam confiáveis.

CONTROLE DE COMPRAS E ESTOQUEO gerenciamento das informações é o instrumento eficiente e efi-

caz que fundamenta o processo decisivo da empresa. Sem controles e, consequentemente, sem informações gerenciais, torna-se impraticá-vel decidir acertadamente e, no tempo necessário. A administração de estoques tem o objetivo de permitir que a empresa consiga produzir e comercializar seus produtos de forma eficiente e com a menor utiliza-ção do capital de giro.

O planejamento de estoques é uma atividade de importância fun-damental e deverá ser integrado tanto com produção como também com as vendas, de modo a otimizar os volumes os das compras. Para tal devem ser seguidos alguns requisitos imprescindíveis para esta ati-vidade:

Mantenha constantemente atualizado o custo de cada produto;Determine o período de compra e o tamanho de lote de cada pro-

duto para cada fornecedor. Isto irá otimizar o planejamento dos esto-ques e, consequentemente, as compras;

Estabeleça políticas de cobertura (estoque de segurança, mínimo e máximo) para cada produto, dependendo do fator mais crítico para cada item;

Mantenha os controles para reduzir estoques ultrapassados/arcai-cos;

Efetue o planejamento constante das necessidades de estoques baseadas em previsões de vendas. A integração dos estoques com as finanças permite uma melhor gestão do fluxo de caixa;

Mantenha controle permanente sobre a disponibilidade do esto-que para suprir as faltas rapidamente;

Determine o custo de falta de cada produto e compare com o seu custo de estocagem;

Fique alerta para evitar estoques dormentes;Mantenha controle rigoroso do estoque físico com os lançamen-

tos diários;Realize inventários físicos periódicos para conferi-lo com os da-

dos do controle de estoques;Mantenha os estoques em local estratégico;Mantenha os itens fisicamente ordenados em prateleiras e devi-

damente classificados e identificados por etiquetas;Evite almoxarifados abertos;Mantenha separação física entre a recepção e o almoxarifado;Estabeleça uma codificação dos materiais para maior facilidade

de consulta;Mantenha sistemas de informações integrados para acesso e con-

sulta imediata da quantidade disponível de cada material em estoque.Licitações e ContratosA licitação está prevista na lei 8.666/93 que regulamenta o art. 37,

inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública.

Não é somente com seus próprios meios, ou por intermédio de suas entidades ou órgãos, que a Administração Pública, gestora dos interesses da coletividade, realiza as suas atividades. Usualmente ne-cessita contratar terceiros, e o faz, seja para aquisição, execução de ser-viços, locação de bens, seja para a concessão e permissão de serviços públicos, entre outros.

A licitação por sua vez, possui como objeto a seleção da proposta mais vantajosa para a Administração Pública.

A escolha dos que serão contratados pela Administração Pública não pode decorrer de critérios pessoais do administrador ou de ajustes entre interessados. A escolha dos que serão contratados decorrerá do procedimento denominado licitação, de obrigatoriedade imposta por regra constitucional, à luz do art. 37, inciso XXI:

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os con-correntes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. (Regula-mento)

A obrigatoriedade de licitar alcança a Administração Pública di-reta e indireta, inclusive as entidades empresariais (art. 173, § 1.º, inc. III, da CF). As empresas públicas e as sociedades de economia mista, como dita aquela regra constitucional, podem possuir estatuto próprio, mas, para que possam contratar, também devem promover o certame licitatório.

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a ex-ploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevan-te interesse coletivo, conforme definidos em lei.

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem ati-vidade econômica de produção ou comercialização de bens ou de pres-tação de serviços, dispondo sobre:

III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e aliena-ções, observados os princípios da administração pública;

O Poder Público não pode ter a liberdade que possuem os par-ticulares para contratar. Ele deve sempre se nortear por dois valores distintos:

Isonomia: O administrador público deve tratar igualmente os ad-ministrados;

Probidade: O Poder Público deve sempre escolher a melhor alter-nativa para os interesses públicos.

Rotinas administrativas e de escritório.Quando falamos em rotinas administrativas e de escritório, esta-

mos nos referindo às funções realizadas dentro da empresa que fun-cionam como suporte para a gestão, sendo que esta ultima envolve a função comercial, a função técnica, financeira e pessoal.

Portanto, ao abordar essa função, é necessário distinguir atividades administrativas das atividades gerenciais, pois as atividades gerenciais constitui um processo que originará as atividades administrativas, ou seja, é para apoio gerencial que existem as atividades administrativas.

Entre elas podemos citar:Controlar a entrega e a saída de materiais;Controlar assiduidade dos funcionários;Inteirar dos serviços dos departamentos da empresa visando

orientar e facilitar a função de dados, documentos e outras solicita-ções dos superiores;

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Didatismo e Conhecimento 33

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoAtuar como responsável fiscalizador pela manutenção da or-

dem nos ambientes; Operar equipamentos diversos, tais como: e-mail, fax, compu-

tadores, reprodutoras de cópias, projetor multimídia; Realizar e atender chamadas telefônicas;Emitir notas fiscais e recibosAuxiliar no pagamento dos funcionários;Realizar depósitos dos saláriosA organização é muito importante nos serviços de apoio admi-

nistrativo, por isso, atentemos para os procedimentos executados pelo profissional de apoio administrativo para uma melhor estruturação das atividades que pretende realizar. A palavra organização tem um sen-tido de preparação, de planejamento de uma atividade de acordo com um método de trabalho. Mas organização também significa, a forma como os dados e documentos são arrumados, guardados, dispostos. E isso é muito importante para que eles não se percam, podendo ser re-cuperados rapidamente sempre que forem necessários. Como se pode constatar, organização é uma espécie de ferramenta utilizada para rea-lizar as tarefas desejadas e alcançar os objetivos estabelecidos. E a relação entre organização e ferramenta é muito forte. A organização é necessária em qualquer uma de nossas atividades, tanto em casa como no trabalho. Não é de estranhar, portanto, que as empresas, desde as suas origens, tenham procurado organizar, arrumar, colocar os dados e as informações nos devidos lugares.

Rotina administrativa é formada por vários processos que acon-tecem de forma sistemática e que requerem conhecimento técnico, científico e domínio de tecnologias.

Conhecimento técnico - é o conhecimento adquirido sobre de-terminada coisa, bem específica. Esse conhecimento geralmente não é adquirido em nenhuma instituição, apenas se tem com os anos de experiência.

Conhecimento científico - conhecimento adquirido academica-mente ou através do que se estudou na escola, cursos etc.

Domínio de tecnologias – está relacionado ao uso de computado-res, tablets, celulares, smartphones, internet etc.

Uma técnica administrativa bastante usada é a construção de or-ganogramas, que identificam os departamentos da empresa e os níveis de hierarquia.

Hierarquia é uma ordem baseada na divisão em níveis de poder ou importância, de forma que um nível inferior é sempre subordinado a um nível superior.

A qualidade nos processos administrativos requer métodos, téc-nicas, normas e até inovações.

Os métodos são utilizados para que as ações nos processos sejam realizadas e atinjam os objetivos propostos.

Já os objetivos nos processos deve ser sempre o valor agregado e por isso, exige-se qualidade total em todos os processos, para isso faz-se necessário a implantação de metodologias e ferramentas da quali-dade para que as organizações atinjam objetivos, conquiste o cliente e se torne competitiva mesmo em longo prazo.

Para isso, temos algumas ferramentas da qualidade que são de simples aplicação, mas rendem até uma certificação ISO, se forem implantadas com sucesso.

Cadastro e licitações.LICITAÇÕESPara o setor público o instrumento utilizado para compras é a

licitação, como forma de dar transparência à compra pública.Licitação é o procedimento administrativo pelo qual uma pes-

soa governamental pretendendo alienar, adquirir ou locar bens, realizar obras ou serviços, segundo condições por ela estipuladas

previamente, convoca interessados na apresentação de propostas, a fim de selecionar a que se revele mais conveniente em função de parâmetros antecipadamente estabelecidos e divulgados. Esta exi-gência encontra fundamento na Constituição Federal, no seu artigo 37 inciso XXI.

Este procedimento visa garantir duplo objetivo:De um, lado proporcionar às entidades governamentais possibi-

lidade de realizarem o negócio mais vantajoso;De outro, assegurar aos administrados ensejo de disputarem

entre si a participação nos negócios que as pessoas administrativas entendam de realizar com os particulares.

a) Quem Está Obrigado A LicitarUnião, Estados, Municípios, Distrito Federal, Territórios e au-

tarquias estão obrigados a licitar, em obediência às pertinentes leis de licitação, o que é ponto incontroverso. O problema que se põe é saber se as sociedades de economia mista e empresas públicas tam-bém se sujeitam ao dever de licitar.

b) Inexigibilidade De LicitaçãoA obrigatoriedade somente não se aplica em determinados ca-

sos descritos a seguir conforme decreto-lei Nº 200 de 25 de fevereiro de 1967:

Art. 126. As compras, obras e serviços efetuar-se-ão com estrita observância do princípio da licitação.

§ 1.0. A licitação só será dispensada nos casos previstos nesta lei.

§ 2.0. É dispensável a licitação:Nos casos de guerra, grave perturbação da ordem ou calamida-

de pública;Quando sua realização comprometer a segurança nacional, a

juízo do Presidente da República;Quando não acudirem interessados à licitação anterior, manti-

das, neste caso, as condições preestabelecidas;Na aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só

podem ser fornecidos por produtor, empresa ou representante co-mercial exclusivos, bem como na contratação de serviços com pro-fissionais ou firmas de notória especialização;

Na aquisição de obras de arte e objetos históricos;Quando a operação envolver concessionário de serviço público

ou, exclusivamente, pessoas de direito público interno ou entidades sujeitas ao seu controle majoritário;

Na aquisição ou arrendamento de imóveis destinados ao Ser-viço Público;

Nos casos de emergência, caracterizada a urgência de atendi-mento de situação que possa ocasionar prejuízos ou comprometer a segurança de pessoas, obras, bens ou equipamentos;

Nas compras ou execução de obras e serviços de pequeno vulto, entendidos como tal os que envolverem importância inferior a cinco vezes, no caso de compras e serviços, e a cinquenta vezes, no caso de obras, o valor do maior salário mínimo mensal.

c) Princípios De LicitaçãoA Lei Nº.8-666, de 21 de junho de 1993, dispõe no artigo 3º que

as licitações serão processadas e julgadas na conformidade com os seguintes princípios: da legalidade, da impessoalidade, da morali-dade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhe são correlatos.

Além dos princípios arrolados na Lei 8.666/93, Hely Lopes Meirelles acrescenta outros como sigilo na apresentação das pro-postas: adjudicação compulsória e procedimento formal.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em Administraçãod) Modalidades Da LicitaçãoCinco são as modalidades de licitação previstas na lei - art. 22

(O § 8’ veda a criação de outras modalidades licitatórias ou sua com-binação):

Concorrência - é a modalidade de licitação própria para contra-tos de grande valor, em que se admite a participação de quaisquer interessados, cadastrados ou não, que satisfaçam as condições do edi-tal, convocados com a antecedência mínima prevista na lei, com ampla publicidade pelo órgão oficial e pela imprensa particular;

Tomada de preços - é a licitação realizada entre interessados pre-viamente registrados, observada a necessária habilitação, convocados com a antecedência mínima prevista na lei, por aviso publicado na im-prensa oficial e em jornal particular, contendo as informações essenciais da licitação e o local onde pode ser obtido o edital. A nova lei aproximou a tomada de preços da concorrência, exigindo a publicação do aviso e permitindo o cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebi-mento das propostas;

Convite - é a modalidade de licitação mais simples, destinada às contratações de pequeno valor, consistindo na solicitação escrita a pelo menos três interessados do ramo, registrados ou não, para que apresen-tem suas propostas no prazo mínimo de cinco dias úteis. O convite não exige publicação, porque é feito diretamente aos escolhidos pela Admi-nistração através de carta-convite.

A lei nova, porém, determina que cópia do instrumento convoca-tório seja afixada em local apropriado, estendendo-se automaticamente aos demais cadastrados da mesma categoria, desde que manifestem seu interesse até vinte e quatro horas antes da apresentação das propostas;

Concurso - é a modalidade de licitação destinada à escolha de tra-balho técnico ou artístico, predominantemente de criação intelectual. Normalmente, há atribuição de prêmio aos classificados, mas a lei ad-mite também a oferta de remuneração;

Leilão - é espécie de licitação utilizável na venda de bens móveis e semoventes e, em casos especiais, também de imóveis.

e) Publicação Dos EditaisOs editais de concorrência, tomada de preços, concurso e leilão

deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez no Diário Oficial da União, no Diário Oficial do Estado, ou em jornal de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circula-ção no Município, dependendo da estância da licitação.

f) Limites Das LicitaçõesO artigo 23 define 3 modalidades de Licitação em função dos tipos

de serviços solicitados, tendo em vista o valor estimado da contrata-ção. Estes limites foram recentemente alterados pelo Decreto n. 9.618, publicado no Diário Oficial da União em 28/05/98 com os seguintes valores:

Para Obras e Serviços de Engenharia:Convite: valores de até R$ 150.000,00Tomada de Preços: valores de R$ 150.000,00 a R$ 1.500.000,00;Concorrência: valores acima de R$ 1.500.000,00.Para Compras e Serviços não referidos no tópico anterior:Convite: valores de até R$ 80.000,00Tomada de Preços: valores de R$ 80.000,00 a R$ 650.000,00;Concorrência. : valores acima de R$ 650.000,00.g) Dispensa de LicitaçãoO Artigo 24 define que a Licitação é dispensável nos seguintes casos:Para obras e Serviços de Engenharia: até o valor de 10% do limite

previsto no caso da modalidade Convite (R$ 15.000,00), desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que pos-sam ser realizadas conjunta e concomitantemente;

Para Compras e outros Serviços: até o valor de 10% do limite previsto no caso da modalidade convite (R$ 8.000,00), desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço ou compra de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez.

h) Prazos Para Publicação Do EditalO prazo mínimo que deverá mediar entre a última publicação

do edital resumido ou da expedição do convite e o recebimento das propostas será:

De quarenta e cinco dias para:- Concurso;- Concorrência: do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”,

ou execução por empreitada integral;De trinta dias para:- Concorrência, nos casos não especificados acima;- Tomada de preços, quando a licitação for do tipo “melhor téc-

nica” ou “técnica e preço”;De quinze dias para:- Tomada de preços, nos casos não especificados acima;- Leilão;De cinco dias úteis para:- Convite.i) Procedimento Da LicitaçãoApesar dos atos que compõem o procedimento terem, cada

um, finalidade específica, eles têm um objetivo comum: a seleção da melhor proposta. Este ato derradeiro do procedimento é um ato unilateral que se inclui dentro do próprio certame, diferentemente do contrato, que é externo ao procedimento.

“O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e nume-rado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente.”

Da Requisição de Compra deverá constar obrigatoriamente:Justificativa do pedido, endossada pelo titular do órgão;Especificação adequada do produto a ser adquirido;Indicação do recurso próprio a ser onerado, devidamente con-

firmado pela Seção de Contabilidade da unidade requisitante;Atendimento ao princípio de padronização, sempre que possí-

vel for;Indicação dos fatores a serem considerados e expressamente

declarados no Edital, para fins de julgamento das propostas.Segundo Hely Lopes Meirelles, esta é a fase interna da licitação

à qual se segue a fase externa, que se desenvolve através dos seguin-tes atos, nesta ordem:

1. Edital ou convite de convocação dos interessados;2. Recebimento da documentação e propostas;3. Habilitação dos licitantes;4. Julgamento das propostas (classificação)5. Adjudicação e homologação.A modalidade em que todas as fases da licitação se encontram

claramente definidas é a concorrência.1 - Edital“É o instrumento pelo qual a Administração leva ao conheci-

mento público a abertura de concorrência, de tomada de preços, de concurso e de leilão, fixa as condições de sua realização e convoca os interessados para a apresentação de suas propostas. Como lei in-terna da licitação, vincula a Administração e os participantes.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoFunções do editalSegundo a lição de Celso Antônio Bandeira de Mello, o edital:Dá publicidade à licitação;Identifica o objeto licitado e delimita o universo das propostas;Circunscreve o universo dos proponentes;Estabelece os critérios para análise e avaliação dos proponentes e

das propostas;Regula atos e termos processuais do procedimento;Fixa cláusulas do futuro contrato.2 - HabilitaçãoA habilitação, por vezes denominada “qualificação”, é a fase do

procedimento em que se analisa a aptidão dos licitantes. Entende-se por aptidão a qualificação indispensável para que sua proposta possa ser ob-jeto de consideração, sendo que o licitante pode ser habilitado ou não pelo órgão competente.

Obs: Na modalidade de licitação chamada “convite” inexiste a fase de habilitação. Ela é presumida; é feita a priori pelo próprio órgão lici-tante que escolhe e convoca aqueles que julga capacitados a participar do certame, admitindo, também, eventual interessado, não convidado, mas cadastrado.

3 - Classificação“É o ato pelo qual as propostas admitidas são ordenadas em função

das vantagens que oferecem, na conformidade dos critérios de avaliação estabelecidos no edital”. (Celso A. Bandeira de Mello)

Após se confrontar as ofertas, classificam-se as propostas e escolhe-se o vencedor , a partir das vantagens que oferecem, na conformidade dos critérios de avaliação estabelecidos no edital a quem deverá ser adju-dicado o objeto da licitação.”

A classificação se divide em duas fases:Na primeira, ocorre a abertura dos envelopes “proposta” entregues

pelos participantes do certame.Os envelopes são abertos em ato público, previamente designado,

do qual se lavrará ata circunstanciada;Na segunda, há o julgamento das propostas, que deve ser objetivo e

em conformidade com os tipos de licitação.Critérios de classificaçãoExistem quatro tipos básicos de licitação (4 critérios básicos para

avaliação das propostas):Licitação de menor preço - é a mais comum. O critério do menor

preço é , sem dúvida, o mais objetivo. É usual na contratação de obras singelas, de serviços que dispensam especialização, na compra de mate-riais ou gêneros padronizados;

Licitação de melhor técnica - esse critério privilegia a qualidade do bem, obra ou serviço propostos em função da necessidade administrativa a ser preenchida. O que a Administração pretende é a obra, o serviço, o material mais eficiente, ma is durável, mais adequado aos objetivos a serem atingidos;

Licitação de técnica e preço - neste tipo de licitação, combinam-se os dois fatores: técnica e preço. Esse critério pode consistir em que a técnica e preço sejam avaliados separadamente, de modo a que, após selecionar as propostas que vierem a alcançar certo índice de qualidade ou de técnica, o preço será o fator de decisão. Pode-se, ainda atribuir pesos, ou seja, ponderação aos resultados da parte técnica e ponderação ao preço, que serão considerados em conjunto;

Licitação de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso (art. 45 § 1’ da Lei 8.666/93).

As propostas que estiverem de acordo com o edital serão classifi-cadas na ordem de preferência, na escolha conforme o tipo de licitação. Aquelas que não se apresentarem em conformidade com o instrumen-to convocatório serão desclassificadas.

Não se pode aceitar proposta que apresente preços unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, ainda que o instrumento con-vocatório não tenha estabelecido limites mínimos (v. § 3’ do art. 44 da Lei 8.666/93).

j) ConclusãoO processo de compras públicas se assemelha em quase sua

totalidade ao do sistema privado, sendo assim, todas as técnicas de compras devem ser observadas e sempre que possível aplicadas, se-guindo o que foi visto neste trabalho.

O fator diferencial para compras públicas é o uso do instrumento para a efetivação da compra:

a licitação, que consiste geralmente de um processo longo e ex-tremamente burocrático com grande quantidade de documentação. Sua utilização pode se r explicada pela preocupação de se garantir a ética no que se trata ao uso do dinheiro público.

A licitação visa evitar fraudes e vícios do sistema, por isso é um processo rígido com pouca flexibilidade o que dificulta o desenvol-vimento de inovações.

Estes fatores vêm a reforçar os argumentos para que geralmente se compre em grandes quantidades (gerando aumento no custo final da mercadoria). Na verdade o que realmente deve-se fazer é tomar a licitação como a restrição do sistema e, por este motivo, deve-se concentrar esforços e subordinar as outras atividades à restrição para se otimizar ao máximo o processo, possibilitando a redução dos esto-ques. Umas das atividades com enorme relevância neste sentido é a de planejar rigorosamente a aquisição dos materiais para que o esto-que dos mesmos não termine antes da adjudicação de um novo lote.

Certamente este método não deve ser adotado pelas empresas privadas, pois já está garantido o controle do emprego do dinheiro pelo dono do capital, gozando então do benefício de utilizar proces-sos mais flexíveis e eficientes, proporcionando menores custos e me-lhores resultados à empresa.

Administração FinanceiraUma das principais funções da administração financeira é pro-

porcionar o máximo de rentabilidade em relação ao investimento fei-to em uma organização, ou seja, utilizando-se de ferramentas e dados que permitam uma melhor gestão de recursos que, em grande parte das vezes, são escassos.

Falar em administração financeira é falar de uma série de prin-cípios econômicos e financeiros que permitem maximizar valores investidos, gerando riqueza que pode ser percebida pelo lucro obtido ou pelo patrimônio acumulado.

Trabalhar com conceitos como Perspectiva de longo prazo, Va-lor do dinheiro no tempo, Retorno do capital próprio, Risco compa-tível com o retorno, Política de dividendos são inerentes à função do gestor financeiro, para isso, dois princípios básicos se tornam indispensáveis: o emprego das informações contábeis, onde através dessas é possível avaliar a real situação econômica da organização e a partir daí verificar e avaliar decisões anteriores que foram tomadas, permite também alterar o rumo quando constata-se algo que não se enquadre ao que era desejado e para isso novas decisões precisam ser tomadas e também analisar e desenvolver planos operacionais e de investimentos em relação aos objetivos apontados. O segundo prin-cipio é o conhecimento das áreas de decisões financeiras, que podem ser decisões de investimento, decisões de financiamento e por ultimo, decisões relativas à destinação do lucro.

O gestor financeiro enfatiza o fluxo de caixa, de forma que al-cance a solvência da organização, através de fluxo de caixa que supra as obrigações e ao mesmo tempo adquira ativos que permitam o cumprimento dos objetivos, isso através do regime de caixa.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoQuanto á estrutura organizacional mais indicada para o setor

financeiro, ressaltamos que não há uma modelo padrão, é necessário que cada organização busque a estrutura que melhor se encaixe em seu cenário, no entanto, alguns princípios de organização são impre-terivelmente aplicáveis, independentemente do caso ou da estrutura adotada, entre eles, uma linha objetiva, clara e transparente de au-toridade e responsabilidades, permitindo uma autonomia de ação e funcionamento. Via de regra, o setor financeiro atua em conjunto e em conformidade com funções consideradas mais importantes para a organização, tais como, planejamento, orçamento, custos, tesou-raria, contabilidade, controle e avaliação, todavia, isso não elimina a atenção a fatores como porte da organização, recursos que essa dispõe, controles, cultura organizacional, enfim, temos aqui uma estrutura complexa que requer o máximo de atenção e controle por parte dos gestores financeiros.

Outros dois conceitos muito importantes para destacarmos ao falarmos de ADM financeira é a liquidez e a rentabilidade. Por liqui-dez entendemos a capacidade da empresa em honrar seus compro-missos, sejam eles de curto, médio ou longo prazo, dentro dos ven-cimentos previstos e ainda contar com uma reserva para possíveis ocorrências eventuais. Não conseguir honrar esses compromissos pode levar uma organização à sua derrocada, ou seja, a sua falência, por isso que manter a liquidez é de longe a maior preocupação do gestor financeiro, pois é ela que permite a continuidade e a perma-nência da organização no mercado.

Já a rentabilidade é o resultado positivo alcançado pela orga-nização frente ao que nessa foi investido, ou seja, toda organização se orienta para obtenção de lucros, quanto maior for o êxito nessa obtenção, maior a rentabilidade alcançada. Logo, quando falamos em rentabilidade, estamos falando em uma ferramenta que permite medir e avaliar os lucros da organização em relação ao seu nível de vendas, ativos ou volume de capital investido pelos acionistas.

Enfim, após esses conceitos podemos concluir que a liquidez está diretamente relacionada com todo o processo e atividades de caixa, ao ponto que a rentabilidade esta relacionada com a geração de lucros e seu direcionamento.

2) ATAS. 3) OFÍCIOS. 4) MEMORANDOS. 5) CARTAS. 6) CERTIDÕES. 7) ATESTADOS. 8) DECLARAÇÕES. 9) PROCURAÇÃO. 12) RE-

QUERIMENTO. 13) CIRCULARES.

Espécies de Documentos

Ata - modalidade de documento oficial em que um resumo é feito em um livro específico, sobre os fatos mais importantes ocorri-dos em uma assembleia, reunião ou sessão.

Atestado - modalidade de documento oficial em que uma pes-soa atesta algo em favor de outra, firmado veracidade acerca de al-gum fato.

Aviso - modalidade de comunicação oficial expedida exclusi-vamente por Ministros de Estados para autoridades da mesma hie-rarquia.

Carta - modalidade de comunicação oficial de órgãos públicos para outrem em situações não-cerimoniosas. Tem sido substituída pelo Ofício.

Certidão - modalidade de documento oficial emanado de auto-ridade pública fornecida ao interessado atestando fatos verificados de acordo com registros em livros, processos ou documentos das re-partições públicas.

Circular - modalidade de comunicação oficial multidirecional, ou seja, vários destinatários, escrita muitas vezes por ofício, carta ou memorando, sendo identificadas como ofício-circular, carta-circular ou memorando-circular.

Decreto - atos administrativos expedido por um dos três pode-res, competência exclusiva do Chefes do Executivo, Legislativo ou Judiciário, destinados a prover situações gerais ou individuais, abs-tratamente previstas, de modo expresso ou implícito na lei. Quando pelo Executivo, é assinado pelo Presidente da República, Governa-dores dos Estados ou Prefeitos. Quando pelo Legislativo, está su-jeito à promulgação do Presidente do Senado Federal na regulação de matérias de competência exclusiva Congresso Nacional. Se pelo Judiciário, pelos magistrados e juízes no caso das sentenças judiciais.

Decreto-Lei - norma administrativa com efeito de lei, expedido pelo poder executivo quando o legislativo estiver com poder suspen-so.

Despachos - modalidade de comunicação oficial de autoridades sobre assuntos de competência, submetidos a sua apreciação em au-tos ou papéis administrativos.

Edital - modalidade de documento de acesso público de ordem oficial. Exemplo: edital de um concurso público contém todas as re-gras e normativos do certame.

Exposição de Motivos - modalidade de comunicação oficial em que o Vice-Presidente da República, Ministros de Estados ou dirigen-tes de órgãos se dirige ao Presidente da República, expondo fatos que justifiquem necessidades de medidas ou providências para a solução de problemas. Por exemplo, proposição de projeto de ato normativo, medidas ou comunicação de determinado assunto.

Lei - norma ou conjunto de normas jurídicas, emanada pelas autoridades competentes, com efeito de obrigatoriedade onde se cria, extingue ou modifica direito.

Memorando - modalidade de comunicação oficial interna entre unidades administrativas de um órgão. Possui agilidade em sua tra-mitação e simplicidade em procedimentos burocráticos.

Mensagem - modalidade de comunicação oficial trocada entre os Chefes dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).

Notas - modalidade de comunicação oficial entre o Ministério das Relações Exteriores e as Representações Diplomáticas.

Ofício - modalidade de comunicação oficial trocada entre au-toridades.

Ordem de Serviço - modalidade de documento oficial autori-zando a execução de algum serviço por órgãos públicos subordina-dos ou servidores dos mesmos.

Portaria - ato administrativo expedido por autoridade pública por meio do qual instruções são dadas para a execução de um serviço, uma lei, regulamento, nomeação, demissão ou medida disciplinar.

Regimento - conjunto de princípios ou normas que estabelecem o funcionamento interno de um órgão público ou repartição.

Regulamento - conjunto de normas ou regras estabelecidas de forma organizada para a execução de uma lei.

Relatório - modalidade de comunicação oficial contendo um conjunto de informações expondo o desenvolvimento de algum ser-viço à autoridades superiores.

Requerimento - modalidade de comunicação oficial em que solicitações ou pedidos são feitos a órgãos públicos ou autoridades competentes.

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Didatismo e Conhecimento 37

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoPortariaDefinição e ObjetoÉ o instrumento pelo qual Ministros ou outras autoridades ex-

pedem instruções sobre a organização e funcionamento de serviço e praticam outros atos de sua competência.

Forma e EstruturaTal como os atos legislativos, a portaria contém preâmbulo e

corpo. São válidas, pois, as considerações expendidas no item 11.3. Forma e Estrutura.

Exemplo de Portaria:“Portaria no5 , de 7 de fevereiro de 2002.

Aprova o Regimento Interno do Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ.

O CHEFE DA CASA CIVIL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚ-BLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 9o do Decreto no 4.073, de 3 de janeiro de 2002,

R E S O L V E :Art. 1o Fica aprovado, na forma do Anexo, o Regimento Inter-

no do Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ.Art. 2o Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

PEDRO PARENTE”

DecretoDefinição Decretos são atos administrativos da competência exclusiva

do Chefe do Executivo, destinados a prover situações gerais ou in-dividuais, abstratamente previstas, de modo expresso ou implícito, na lei. . Esta é a definição clássica, a qual, no entanto, é inaplicável aos decretos autônomos, tratados adiante.

Decretos Singulares Os decretos podem conter regras singulares ou concretas (v. g.,

decretos de nomeação, de aposentadoria, de abertura de crédito, de desapropriação, de cessão de uso de imóvel, de indulto de perda de nacionalidade, etc.).

Decretos Regulamentares Os decretos regulamentares são atos normativos subordinados

ou secundários. A diferença entre a lei e o regulamento, no Direito brasileiro,

não se limita à origem ou à supremacia daquela sobre este. A dis-tinção substancial reside no fato de que a lei inova originariamente o ordenamento jurídico, enquanto o regulamento não o altera, mas fixa, tão-somente, as “regras orgânicas e processuais destinadas a pôr em execução os princípios institucionais estabelecidos por lei, ou para desenvolver os preceitos constantes da lei, expressos ou implícitos, dentro da órbita por ela circunscrita, isto é, as diretrizes, em pormenor, por ela determinadas”.

Não se pode negar que, como observa Celso Antônio Bandeira de Mello, a generalidade e o caráter abstrato da lei permitem parti-cularizações gradativas quando não têm como fim a especificidade de situações insuscetíveis de redução a um padrão qualquer.Disso resulta, não raras vezes, margem de discrição administrativa a ser exercida na aplicação da lei.

Não se há de confundir, porém, a discricionariedade admi-nistrativa, atinente ao exercício do poder regulamentar, com dele-gação disfarçada de poder, Na discricionariedade, a lei estabelece previamente o direito ou dever, a obrigação ou a restrição, fixando os requisitos de seu surgimento e os elementos de identificação dos destinatários. Na delegação, ao revés, não se identificam, na norma regulamentada, o direito, a obrigação ou a limitação. Estes são esta-belecidos apenas no regulamento.

Decretos Autônomos Com a Emenda Constitucional no 32, de 11 de setembro de

2001, introduziu-se no ordenamento pátrio ato normativo conhecido doutrinariamente como decreto autônomo, i. é., decreto que decorre diretamente da Constituição, possuindo efeitos análogos ao de uma lei ordinária.

Tal espécie normativa, contudo, limita-se às hipóteses de or-ganização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos, e de extinção de funções ou cargos públicos, quando vago (art. 84, VI, da Constituição).

Forma e Estrutura Tal como as leis, os decretos compõem-se de dois elementos:

a ordem legislativa (preâmbulo e fecho) e a matéria legislada (texto ou corpo da lei).

Assinale-se que somente são numerados os decretos que con-têm regras jurídicas de caráter geral e abstrato.

Os decretos que contenham regras de caráter singular não são numerados, mas contêm ementa, exceto os relativos a nomeação ou a designação para cargo público, os quais não serão numerados nem conterão ementa.

Todos os decretos serão referendados pelo Ministro compe-tente.

Exemplo de Decreto:“DECRETO No 4.298, DE 11 DE JULHO DE 2002.

Dispõe sobre a atuação dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal durante o processo de transição governamental.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição,

D E C R E T A : Art. 1o Transição governamental é o processo que objetiva

propiciar condições para que o candidato eleito para o cargo de Presidente da República possa receber de seu antecessor todos os dados e informações necessários à implementação do programa do novo governo, desde a data de sua posse.

Parágrafo único. Caberá ao Chefe da Casa Civil da Presidên-cia da República a coordenação dos trabalhos vinculados à transi-ção governamental.

Art. 2o O processo de transição governamental tem início seis meses antes da data da posse do novo Presidente da República e com ela se encerra.

Art. 3o O candidato eleito para o cargo de Presidente da Re-pública poderá indicar equipe de transição, a qual terá acesso às informações relativas às contas públicas, aos programas e aos pro-jetos do Governo Federal.

Parágrafo único. A indicação a que se refere este artigo será feita por meio de ofício ao Presidente da República.

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Didatismo e Conhecimento 38

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em Administração Art. 4o Os pedidos de acesso às informações de que trata o art. 3o,

qualquer que seja a sua natureza, deverão ser formulados por escrito e encaminhados ao Secretário-Executivo da Casa Civil da Presidência da República, a quem competirá requisitar dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal os dados solicitados pela equipe de transição, observadas as condições estabelecidas no Decreto no 4.199, de 16 de abril de 2002.

Art. 5o Os Secretários-Executivos dos Ministérios deverão en-caminhar ao Secretário-Executivo da Casa Civil da Presidência da República as informações de que trata o art. 4o, as quais serão conso-lidadas pela coordenação do processo de transição.

Art. 6o Sem prejuízo do disposto nos arts. 1o a 5o, o Secretário--Executivo da Casa Civil solicitará aos Secretários-Executivos dos Ministérios informações circunstanciadas sobre:

I - programas realizados e em execução relativos ao período do mandato do Presidente da República;

II - assuntos que demandarão ação ou decisão da administração nos cem primeiros dias do novo governo;

III - projetos que aguardam implementação ou que tenham sido interrompidos; e

IV - glossário de projetos, termos técnicos e siglas utilizadas pela Administração Pública Federal.

Art. 7o O Chefe da Casa Civil expedirá normas complementares para execução do disposto no art. 5o.

Art. 8o As reuniões de servidores com integrantes da equipe de transição devem ser objeto de agendamento e registro sumário em atas que indiquem os participantes, os assuntos tratados, as informa-ções solicitadas e o cronograma de atendimento das demandas apre-sentadas.

Art. 9o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 11 de julho de 2002; 181o da Independência e 114o da

República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSOSilvano Gianni”

O Padrão Ofício Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finali-

dade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única, que siga o que chamamos de padrão ofício. As peculiaridades de cada um serão tratadas adiante; por ora busquemos as suas semelhanças.

Partes do documento no Padrão OfícioO aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes partes:a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que

o expede:Exemplos:Mem. 123/2002-MF Aviso 123/2002-SG Of. 123/2002-MMEb) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento

à direita:Exemplo:Brasília, 15 de março de 1991.c) assunto: resumo do teor do documentoExemplos:Assunto: Produtividade do órgão em 2002.Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores. d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida

a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído também o en-dereço.

e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:

– introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-me informar que”, empregue a forma direta;

– desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma idéia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição;

– conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresen-tada a posição recomendada sobre o assunto.

Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos.

Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos a estrutura é a seguinte:

– introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comuni-cação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e assunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, segundo a seguinte fórmula:

“Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, en-caminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do Departamento Geral de Administração, que trata da requisição do servidor Fulano de Tal.”

ou“Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do

telegrama no 12, de 1o de fevereiro de 1991, do Presidente da Con-federação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de moder-nização de técnicas agrícolas na região Nordeste.”

– desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum comentário a respeito do documento que encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero en-caminhamento.

f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações); g) assinatura do autor da comunicação; e h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do Sig-

natário).

Forma de diagramação Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à seguinte

forma de apresentação: a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo

12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé; b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman po-

der-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings; c) é obrigatória constar a partir da segunda página o número

da página; d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impres-

sos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda e direta terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem espelho”);

e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distân-cia da margem esquerda;

f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no míni-mo, 3,0 cm de largura;

g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;

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Didatismo e Conhecimento 39

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em Administração h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de

6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em branco;

i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do documento;

j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos e ilustrações;

l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;

m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arqui-vo Rich Text nos documentos de texto;

n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou aprovei-tamento de trechos para casos análogos;

o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira:

tipo do documento + número do documento + palavras-chaves do conteúdo

Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002”

ARQUIVO

Em arquivologia, arquivo é um conjunto de documentos cria-dos ou recebidos por uma organização, firma ou indivíduo, que os mantém ordenadamente como fonte de informação para a execução de suas atividades. Os documentos preservados pelo arquivo podem ser de vários tipos e em vários suportes. As entidades mantenedoras de arquivos podem ser públicas (Federal, Estadual Distrital, Muni-cipal), institucionais, comerciais e pessoais.

No Brasil, a política de arquivos públicos e privados é geren-ciada pelo Conselho Nacional de Arquivos (Conarq), órgão ligado ao Arquivo Nacional.

Finalidade• Servir a administração: Fornecem informações e docu-

mentos necessários ao desenvolvimento das atividades, facilitam o acesso aos documentos, preservam a documentação da empresa, possibilitam o controle da produção de documentos e colocam à disposição dos usuários documentos que fornecem informações de caráter probatório ou simplesmente informativo.

• Servir à História: Fornecem informações e/ou documentos para reconstituir ou escrever a história política, social ou econômica de uma nação. Também servem de memória de uma empresa e cons-tituem uma importante fonte de pesquisa.

Funções do Arquivo• Recolher e ordenar todos os documentos que circulam na

empresa;• Avaliar e selecionar os documentos, tendo em vista sua

preservação ou eliminação;• Garantir o fluxo dos pedidos de documentos provenientes

dos diversos órgãos da empresa;• Arquivar os documentos, visando a preservação da infor-

mação;• Conservar e assegurar a integridade dos documentos, evi-

tando danos que possam ocasionar a sua perda;• Executar as funções específicas conforme a organização e

administração da instituição.

Declaração: é mais um gênero textual que comumente circunda em nosso cotidiano. Sua finalidade restringe-se à veracidade pres-tada por alguma informação a fim de que se possa comprovar algo.

Procuração: é um instrumento formal e legal através do qual uma pessoa autoriza outra a agir em seu nome, ou seja, é uma forma-lidade jurídica que possibilita a outorga de poderes de uma pessoa (outorgante) à outra (outorgado). Por exemplo, a outorga de poderes para o uso de conta bancária, para a realização de matrícula universi-tária, para a realização de contratos, para se casar, para participação em assembleias condominiais, etc. É a formalidade mais usada para a realização de mandato (negócio celebrado exatamente quando al-guém recebe poderes de outro para realizar atos no interesse deste).

10) RECEBIMENTO E REMESSA DE COR-RESPONDÊNCIA OFICIAL.

Redação Oficial é a maneira pela qual o poder público redige atos normativos e comunicações. Desse modo, a finalidade princi-pal da Redação Oficial é comunicar com impessoalidade e clareza para que a mensagem ali transmitida seja compreendida por todos os cidadãos. Em resumo, a Redação Oficial deve ser: clara, concisa, impessoal, formal e padronizada. Pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e co-municações.

A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uni-formidade. Fundamentalmente esses atributos decorrem da Cons-tituição, que dispõe, no artigo 37: “A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Es-tados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamen-tais de toda administração pública, claro está que devem igualmente nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais.

Não se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois, necessariamente, clareza e concisão.

A ImpessoalidadeA finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela

escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a) alguém que comunique, b) algo a ser comunicado, e c) alguém que receba essa comunicação. No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Departa-mento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatá-rio dessa comunicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União.

Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre:

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Didatismo e Conhecimento 40

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em Administração a) da ausência de impressões individuais de quem comunica:

embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público que é feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padronização, que permite que comunicações elaboradas em diferentes setores da Administração guardem entre si certa uniformidade;

b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, temos um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal;

c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o univer-so temático das comunicações oficiais se restringe a questões que dizem respeito ao interesse público, é natural que não cabe qualquer tom particular ou pessoal.

Desta forma, não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser isenta da interferência da indivi-dualidade que a elabora.

A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária impessoalidade.

A Linguagem dos Atos e Comunicações OficiaisA necessidade de empregar determinado nível de linguagem

nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio cará-ter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e objetividade.

As comunicações que partem dos órgãos públicos federais de-vem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circulação restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem sua compreensão dificultada.

Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a lín-gua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de costumes, e pode eventual-mente contar com outros elementos que auxiliem a sua compreen-são, como os gestos, a entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa distância. Já a língua escrita incor-pora mais lentamente as transformações, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas de si mesma para comunicar.

A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que incorpore expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico, não se há de estranhar a presença do vocabulá-rio técnico correspondente. Nos dois casos, há um padrão de lingua-gem que atende ao uso que se faz da língua, a finalidade com que a empregamos.

O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impes-soal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e con-cisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão culto é aquele em que a) se observam as regras da gramática formal, e b) se emprega um vocabulário comum ao

conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar que a obri-gatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos os cidadãos.

Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de ex-pressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figu-ras de linguagem próprios da língua literária.

Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um “pa-drão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas expressões, ou será obedecida certa tradição no em-prego das formas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se consagre a utilização de uma forma de linguagem burocrá-tica. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada.

A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos re-buscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determi-nada área, são de difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos.

Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neolo-gismo e estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica.

Formalidade e PadronizaçãoAs comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é,

obedecem a certas regras de forma: além das já mencionadas exi-gências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata so-mente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível (v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento); mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação.

A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária uniformidade das comunicações. Ora, se a administração federal é una, é natural que as comunicações que expede sigam um mesmo padrão. O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste Ma-nual, exige que se atente para todas as características da redação oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos.

A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a padronização, que acaba por evitar excessos linguísticos que nada acrescentam ao texto.

Concisão e ClarezaA concisão é antes uma qualidade do que uma característica do

texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informações com um mínimo de palavras. Para que se redija com essa qualidade, é fundamental que se tenha, além de conhecimento do assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes se perce-bem eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias de ideias.

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Didatismo e Conhecimento 41

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoO esforço de sermos concisos atende basicamente ao princí-

pio de economia linguística, à mencionada fórmula de empregar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não se deve de forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em tama-nho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já foi dito.

Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo tex-to de alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias secundárias. Estas últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exem-plificá-las; mas existem também ideias secundárias que não acrescen-tam informação alguma ao texto, nem têm maior relação com as funda-mentais, podendo, por isso, ser dispensadas.

A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, confor-me já sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. No entanto a clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende estrita-mente das demais características da redação oficial. Para ela concorrem:

a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto;

b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de entendi-mento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação restrita, como a gíria e o jargão;

c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a imprescindí-vel uniformidade dos textos;

d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguísticos que nada lhe acrescentam.

É pela correta observação dessas características que se redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo texto re-digido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitura que torna pos-sível sua correção.

Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu destinatário. O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos em decorrência de nossa experiência profissional muitas vezes faz com que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sem-pre é verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técni-cos, o significado das siglas e abreviações e os conceitos específicos que não possam ser dispensados.

A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que são elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua cla-reza. Não se deve proceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão.

A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, seguir os preceitos explicitados no Capítulo I,Aspectos Gerais da Redação Oficial. Além disso, há características específicas de cada tipo de expe-diente, que serão tratadas em detalhe neste capítulo. Antes de passarmos à sua análise, vejamos outros aspectos comuns a quase todas as modali-dades de comunicação oficial: o emprego dos pronomes de tratamento, a forma dos fechos e a identificação do signatário.

Pronomes de Tratamento - Breve História dos Pronomes de Tra-tamento

O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem lar-ga tradição na língua portuguesa. De acordo com Said Ali, após serem incorporados ao português os pronomes latinostuevos, “como tratamen-to direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a palavra”, passou-se a empregar, como expediente linguístico de distinção e de respeito, a segunda pessoa do plural no tratamento de pessoas de hierarquia superior. Prossegue o autor:

“Outro modo de tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a palavra a um atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria superior, e não a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei com o tratamento devossa mercê,vossa senho-ria(...); assim usou-se o tratamento ducal devossa excelênciae ado-taram-se na hierarquia eclesiásticavossa reverência,vossa paternida-de,vossa eminência,vossa santidade.”

A partir do final do século XVI, esse modo de tratamento indi-reto já estava em voga também para os ocupantes de certos cargos públicos.Vossa mercêevoluiu paravosmecê, e depois para o colo-quialvocê. E o pronomevós, com o tempo, caiu em desuso. É dessa tradição que provém o atual emprego de pronomes de tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos às autoridades civis, militares e eclesiásticas.

Concordância com os Pronomes de TratamentoOs pronomes de tratamento (ou desegunda pessoa indireta)

apresentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal, no-minal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância para aterceira pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo sintático: “VossaSenhoria nomearáo substituto»; «VossaExcelência conheceo assunto».

Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a prono-mes de tratamento são sempre os da terceira pessoa: “VossaSenho-rianomearáseusubstituto» (e não «Vossa...vosso...”).

Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso inter-locutor for homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa Exce-lência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”.

Emprego dos Pronomes de TratamentoComo visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece a

secular tradição. São de uso consagrado:Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:a) do Poder Executivo;Presidente da República;Vice-Presidente da República;Ministros de Estado;Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Fe-

deral;Oficiais-Generais das Forças Armadas;Embaixadores;Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de

cargos de natureza especial;Secretários de Estado dos Governos Estaduais;Prefeitos Municipais.b) do Poder Legislativo:Deputados Federais e Senadores;Ministro do Tribunal de Contas da União;Deputados Estaduais e Distritais;Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.c) do Poder Judiciário:Ministros dos Tribunais Superiores;Membros de Tribunais;Juízes;

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Didatismo e Conhecimento 42

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoAuditores da Justiça Militar.O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos

Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respec-tivo:

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, se-

guido do cargo respectivo:Senhor Senador,Senhor Juiz,Senhor Ministro,Senhor Governador,No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às

autoridades tratadas porVossa Excelência, terá a seguinte forma:

A Sua Excelência o Senhor

Fulano de TalMinistro de Estado

da Justiça70.064-900 – Brasília. DF

A Sua Excelência o Senhor

Senador Fulano de Tal

Senado Federal70.165-900 – Brasília. DF

A Sua Excelência o Senhor

Fulano de TalJuiz de Direito da

10aVara CívelRua ABC, no12301.010-000 – São

Paulo. SP

Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamentodig-níssimo(DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desne-cessária sua repetida evocação.

Vossa Senhoriaé empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado é:

Senhor Fulano de Tal, (...)No envelope, deve constar do endereçamento:Ao SenhorFulano de TalRua ABC, no12370.123 – Curitiba. PRComo se depreende do exemplo acima fica dispensado o empre-

go do superlativoilustríssimopara as autoridades que recebem o tra-tamento deVossa Senhoriae para particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamentoSenhor.

Acrescente-se quedoutornão é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, em-pregue-o apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar pordoutoros bacharéis, especialmente os bacharéis em Direi-to e em Medicina.Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade às comunicações.

Mencionemos, ainda, a formaVossa Magnificência, empregada por força da tradição, em comunicações dirigidas a reitores de univer-sidade. Corresponde-lhe o vocativo:

Magnífico Reitor, (...)Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hie-

rarquia eclesiástica, são:Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo

correspondente é:Santíssimo Padre, (...)Vossa EminênciaouVossa Eminência Reverendíssima, em co-

municações aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo:

Eminentíssimo Senhor Cardeal, ouEminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal, (...)Vossa Excelência Reverendíssimaé usado em comunicações

dirigidas a Arcebispos e Bispos;Vossa ReverendíssimaouVossa Se-nhoria Reverendíssimapara Monsenhores, Cônegos e superiores re-ligiosos.Vossa Reverênciaé empregado para sacerdotes, clérigos e demais religiosos.

Resumo:ImpessoalidadeEvite marcas de impressões pessoais do tipo “na minha opinião”

ou “e aí, como é que vai?”Concisão Seja conciso. Redija um texto capaz de transmitir um máximo de

informações com um mínimo de palavras. Para isso, tenha domínio do assunto.

Pronomes de tratamentoUse corretamente os pronomes de tratamento. Ao escrever uma co-

municação a um Ministro do Tribunal Superior, por exemplo, use Vossa Excelência ao longo do texto.

Expressões artificiais Não confunda respeito e impessoalidade com o uso de expressões

artificiais que estão em desuso como “Venho por meio desta”, “Tenho a honra de” ou “Cumpre-me informar que”. Tais expressões devem dar lugar à forma direta, à objetividade.

Fechos Os fechos dos textos oficiais devem saudar o destinatário, além

de fechar o texto. O documento deve levar assinatura e identificação do signatário. Há dois fechos diferentes para todas as modalidades do texto oficial:

Respeitosamente, (para autoridades superiores, inclusive o Presi-dente da República);

Atenciosamente (para autoridades de mesma hierarquia ou de hie-rarquia inferior)

11) HIERARQUIA. IMPOSTOS E TAXAS

. HIERARQUIAHierarquia é a distribuição ordenada dos poderes com subordina-

ção sucessiva de uns aos outros. Trata-se de uma série contínua de graus em ordem crescente ou decrescente, podendo-se estabelecer tanto uma hierarquia social, uma hierarquia urbana, militar, eclesiástica etc.

É uma ordenação de autoridades que estabelece os níveis de poder e importância, de modo que a posição inferior é sempre subordinada às posições superiores.

A hierarquia empresarial é representada pelos diferentes níveis de comando encontrados dentro de uma organização. Apesar de possuírem autonomia, estão em parte, interligados entre si. É geralmente estabele-cida obedecendo a três diferentes áreas: estratégica, tática e operacional.

A área estratégica, ocupada por presidentes, diretores e demais ges-tores da alta cúpula, decidem as políticas e as diretrizes da empresa. A área tática, ocupada por gerentes e chefes de seções, é responsável pelas ações do cotidiano da empresa, como também pela motivação dentro de cada setor. Por fim a operacional, ocupada por chefes de equipe e supervisores, responsáveis pela execução e realização das atividades de produção.

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Didatismo e Conhecimento 43

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoIMPOSTOS E TAXAS

TaxaTaxa é um valor que se paga em contrapartida á um serviço. No

meio público pode se atribuir aos serviços públicos prestados pelo estado aos contribuintes. Exemplos de taxa são a taxa de lixo urbano, a taxa de confecção do transporte, taxa de emissão de documentos, entre outras já conhecidas por todos.

ImpostoImposto é basicamente um tributo determinado por imposição

por um estado aos seus contribuintes. Nem sempre o imposto signi-fica contraprestação de um serviço por parte do estado, contudo os impostos são taxados sobre bens, serviços ou renda como no caso do Imposto de Renda. Não pagar um imposto pode acarretar penaliza-ções econômicas, civis e penais.

TarifaTarifa é um valor que pode ser cobrado contra prestação de um

serviço. Tanto empresas públicas como privadas usam as tarifas para definir o valor dos seus serviços. As tarifas bancarias por exemplo são um dos tipos comumente usados no nosso cotidiano. Significam uma remuneração sobre o serviço que o usuário esta recebendo.

Diferenças entre taxa e tarifa versus impostoA diferença entre imposto e tarifa se encontra principalmente

no seu conceito e categorização. Enquanto o imposto significa um tributo que impõe uma obrigação de pagamento e impõe penalidades em caso que o usuário não cumpra. A tarifa e taxa são remunerações que o usuário pode optar por usar ou não o serviço.

Se compararmos taxas e tarifas com impostos pode perceber que no caso dos impostos o contribuinte paga e não recebe nada em troca imediatamente. O imposto não é retribuído diretamente a quem paga, nem na mesma proporção, ou seja, é um tributo de caráter unilateral. Já a taxa e tarifa é um tributo de caráter bilateral, a pessoa paga e recebe em troca uma contra prestação.

14) ATENDIMENTO AO PÚBLICO.

ATENDIMENTO E QUALIDADE A globalização, os desafios do desenvolvimento tecnológico e

cultural e a competição entre as organizações trazem como consequ-ência o interesse pela qualidade de seus produtos e serviços.

Esse interesse não se restringe às empresas privadas e se esten-de, também, ao setor público.

Assim, vemos que • Os empresários buscam aperfeiçoar o desempenho em suas

áreas de atuação (produtos ou serviços) e o relacionamento com os seus clientes.

• O setor público enfrenta os desafios de melhorar a qualidade de seus serviços, aumentar a satisfação dos usuários e instituir um atendimento de excelência ao público.

Os clientes e usuários das organizações públicas e privadas tam-bém se mostram mais exigentes na escolha de serviços e produtos de melhor qualidade. Assim, a relação com estes clientes e usuários passa ser um novo foco de preocupação e demanda esforços para sua melhoria.

QUALIDADE O conceito de qualidade é amplo e suscita várias interpretações.

As mais expressivas se referem, por um lado, à definição de quali-dade como busca da satisfação do cliente, e, por outro, à busca da excelência para todas as atividades de um processo.

Na mesma vertente, a qualidade é também considerada como fator de transformação no modo como a organização se relaciona com seus clientes, agregando valor aos serviços a ele destinados.

Em face dessa diversidade de significados, cabe às organiza-ções identificar os atributos ou indicadores de qualidade dos seus produtos e serviços do ponto de vista dos seus usuários. Entre estes, podem ser destacados a eficiência, a eficácia, a ética profissional, a agilidade no atendimento, entre outros.

No Brasil, a questão da qualidade na área pública vem sendo abordada pelo Programa de Qualidade no Serviço Público que tem por objetivos elevar o padrão dos serviços prestados e tornar o cida-dão mais exigente em relação a esses serviços. Para tanto, o Progra-ma visa a transformação das organizações e entidades públicas no sentido de valorizar a qualidade na prestação de serviços ao público, retirando o foco dos processos burocráticos.

O programa estabelece que o cidadão como principal foco de atenção de qualquer órgão público federal. Define padrões de qua-lidade do atendimento e prevê a avaliação de satisfação do usuário por todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta e fundacional que atendem diretamente ao cidadão.

Nesse sentido considera-se que o serviço público deve ter as seguintes características:

• Adequado: realizado na forma prevista em lei devendo aten-der ao interesse público;

• Eficiente: alcança o melhor resultado com menor consumo de recursos;

• Seguro: não coloca em risco a vida, a saúde, a segurança, o patrimônio ou os direitos materiais e imateriais do cidadão-usuário;

• Contínuo: oferecido sem risco de interrupção, sendo obriga-tório o planejamento e a adoção de medidas de prevenção para evitar a descontinuidade.

Usuários/ Clientes Existem dois tipos de usuários ou clientes de uma organização: •externos - recebem serviços ou produtos na sua versão final. •internos –fazem parte da organização, de seus setores, grupos

e atividades. Para identificar esses tipos de usuários, as pessoas da organiza-

ção devem responder o seguinte: • Com que pessoas mantenho contato enquanto trabalho?• Quem recebe o resultado do meu trabalho? • Qual o nível de satisfação das pessoas que dependem do re-

sultado dos serviços executados por mim?

Princípios para o bom atendimento na gestão da qualidade 1. Foco no Cliente. Nas empresas privadas, a importância dada

a esse princípio se deve principalmente ao fato de que o sucesso da venda (lucro financeiro) depende da satisfação do cliente com a qualidade do produto e também com o tratamento recebido e com o resultado da própria negociação.

No setor público, este princípio se relaciona sobretudo aos con-ceitos de cidadania, participação, transparência e controle social.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoPara cumprir este princípio é necessário ter atenção com dois

aspectos: • verificar se o que é estabelecido como qualidade atende a

todos os usuários, inclusive aos mais exigentes; • fazer bem feito o serviço e, depois, checar os passos necessá-

rios para a sua execução. Deve se lembrar que tais atitudes levam em conta tanto o aten-

dimento do usuário quanto as atividades e rotinas que envolvem o serviço.

2. O serviço ou produto deve atender a uma real necessidade do usuário. Este princípio se relaciona à dimensão da validade, isto é, o serviço ou produto deve ser exatamente como o usuário espera, deseja ou necessita que ele seja.

3. Manutenção da qualidade. O padrão de qualidade mantido ao longo do tempo é que leva à conquista da confiabilidade.

A atuação com base nesses princípios deve ser orientada por algumas ações que imprimem qualidade ao atendimento, tais como:

• identificar as necessidades dos usuários; • cuidar da comunicação (verbal e escrita); • evitar informações conflitantes; • atenuar a burocracia; • cumprir prazos e horários; • desenvolver produtos e/ou serviços de qualidade; • divulgar os diferenciais da organização; • imprimir qualidade à relação atendente/usuário; • fazer uso da empatia; • analisar as reclamações; • acatar as boas sugestões.

Essas ações estão relacionadas a indicadores que podem ser percebidos e avaliados de forma positiva pelos usuários, entre eles: competência, presteza, cortesia, paciência, respeito.

Por outro lado, arrogância, desonestidade, impaciência, desres-peito, imposição de normas ou exibição de poder tornam o atendente intolerável, na percepção dos usuários. No conjunto dessas ações deve ainda ser ressaltada a empatia como um fator crucial para a excelência no atendimento ao público. A utilização adequada dessa ferramenta no momento em que as pessoas estão interagindo é fun-damental. No bom atendimento é importante a utilização de frases como “Bom-dia”, “Boa-tarde”, “Sente-se por favor”, ou “Aguarde um instante, por favor”, que, ditas com suavidade e cordialidade, podem levar o usuário a perceber o tratamento diferenciado que al-gumas organizações já conseguem oferecer ao seu público-alvo.

PROCESSO DE COMUNICAÇÃO São elementos do processo de comunicação: • emissor – o que emite ou envia a mensagem • receptor – o que recebe a mensagem • mensagem – 0 que se quer comunicar • canal – o meio de comunicação pelo qual se transmite a men-

sagem • ruídos –tudo aquilo que pode atrapalhar a comunicação .

O processo de comunicação é o centro de todas as atividades humanas. No entanto, além de usar palavras corretas e adequadas ao contexto, o emissor deve transmitir à outra pessoa, o receptor, in-formações, ideias, percepções, intenções, desejos e sentimentos, ou

seja, a mensagem do processo de comunicação. Ao mesmo tempo, para que a comunicação ocorra, não basta transmitir ou receber bem as mensagens. É preciso, sobretudo, que haja troca de entendimen-tos. Para tanto, as palavras são importantes, mas também o são as emoções, as ideias, as informações não-verbais.

Comunicação verbal e não verbal A comunicação verbal realiza-se oralmente ou por meio da

escrita. São exemplos de comunicações orais: ordens, pedidos, de-bates, discussões, tanto face-a-face quanto por telefone, rádio, tele-visão ou outro meio eletrônico. Cartas, jornais, impressos, revistas, cartazes, entre outros, fazem parte das comunicações escritas.

A comunicação não-verbal realiza-se por meio de gestos e ex-pressões faciais e corporais que podem reforçar ou contradizer o que está sendo dito. Cruzar os braços e as pernas, por exemplo, é um gesto que pode ser interpretado como posição de defesa.

Colocar a mão no queixo, coçar a cabeça ou espreguiçar-se na cadeira podem indicar falta de interesse no que a outra pessoa tem a dizer.

Também são gestos interpretados como forma de demonstrar desinteresse durante a comunicação: ajeitar papéis que se encontrem sobre a mesa, guardar papéis na gaveta, responder perguntas com irritação ou deixar de respondê-las.

A linguagem é um código utilizado pelos indivíduos para pro-cessar pensamentos, ideias e diálogos interiores, ou comunicar-se com outros. A linguagem pode ser representada por uma língua ou pela não-verbalização.

É importante observar que algumas palavras assumem diferen-tes significados para cada pessoa.

Palavras como amor, solidariedade, fraternidade, igualdade, en-tre outras, servem de rótulos para experiências universais, mas têm significados particulares para cada indivíduo. A realidade subjetiva de cada pessoa é formada pelo seu sistema de valores, pelas suas crenças, pelos seus objetivos pessoais e pela sua visão de mundo. Daí a importância de checarmos a linguagem utilizada no processo de comunicação e adaptarmos nossa mensagem ao vocabulário, aos interesses e às necessidades da pessoa a quem transmitimos alguma informação.

Barreiras e ruídos No atendimento é preciso cuidado para evitar ruídos na comu-

nicação, ou seja, é necessário reconhecer os elementos que podem complicar ou impedir o perfeito entendimento das mensagens. Às vezes, uma pessoa fala e a outra não entende exatamente o que foi dito. Ou, então, tendo em vista a subjetividade presente na mensa-gem, muitas vezes, o emissor tem uma compreensão diferente da que foi captada pelo receptor.

Além dessas dificuldades, existem outras que interferem no processo de comunicação, entre elas, as barreiras tecnológicas, psi-cológicas e de linguagem. Essas barreiras são verdadeiros ruídos na comunicação.

As barreiras tecnológicas resultam de defeitos ou interferências dos canais de comunicação. São de natureza material, ou seja, resul-tam de problemas técnicos, como o do telefone com ruído.

As barreiras de linguagem podem ocorrer em razão das gírias, regionalismos, dificuldades de verbalização, dificuldades ao escre-ver, gagueira, entre outros. As barreiras psicológicas provêm das diferenças individuais e podem ter origem em aspectos do compor-tamento humano, tais como:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em Administração• seletividade: o emissor só ouve o que é do seu interesse ou o

que coincida com a sua opinião; • egocentrismo: o emissor ou o receptor não aceita o ponto de

vista do outro ou corta a palavra do outro, demonstrando resistência para ouvir;

• timidez: a inibição de uma pessoa em relação a outra pode causar gagueira ou voz baixa, quase inaudível;

• preconceito: a percepção indevida das diferenças sociocultu-rais, raciais, religiosas, hierárquicas, entre outras;

• descaso: indiferença às necessidades do outro.

ATENDIMENTO TELEFÔNICO Na comunicação telefônica, é fundamental que o interlocutor se

sinta acolhido e respeitado, sobretudo porque se trata da utilização de um canal de comunicação a distância. É preciso, portanto, que o processo de comunicação ocorra da melhor maneira possível para ambas as partes (emissor e receptor) e que as mensagens sejam sem-pre acolhidas e contextualizadas, de modo que todos possam receber bom atendimento ao telefone.

Alguns autores estabelecem as seguintes recomendações para o atendimento telefônico:

• não deixar o cliente esperando por um tempo muito longo. É melhor explicar o motivo de não poder atendê-lo e retornar a ligação em seguida;

• o cliente não deve ser interrompido, e o funcionário tem de se empenhar em explicar corretamente produtos e serviços;

• atender às necessidades do cliente; se ele desejar algo que o atendente não possa fornecer, é importante oferecer alternativas;

• agir com cortesia. Cumprimentar com um “bom-dia” ou “boa--tarde”, dizer o nome e o nome da empresa ou instituição são atitudes que tornam a conversa mais pessoal. Perguntar o nome do cliente e tratá-lo pelo nome transmitem a ideia de que ele é importante para a empresa ou instituição. O atendente deve também esperar que o seu interlocutor desligue o telefone. Isso garante que ele não interrompa o usuário ou o cliente. Se ele quiser complementar alguma questão, terá tempo de retomar a conversa.

No atendimento telefônico, a linguagem é o fator principal para garantir a qualidade da comunicação. Portanto, é preciso que o atendente saiba ouvir o interlocutor e responda a suas demandas de maneira cordial, simples, clara e objetiva. O uso correto da língua portuguesa e a qualidade da dicção também são fatores importantes para assegurar uma boa comunicação telefônica. É fundamental que o atendente transmita a seu interlocutor segurança, compromisso e credibilidade.

Além das recomendações anteriores, são citados, a seguir, pro-cedimentos para a excelência no atendimento telefônico:

• identificar e utilizar o nome do interlocutor: ninguém gosta de falar com um interlocutor desconhecido, por isso, o atendente da chamada deve identificar-se assim que atender ao telefone. Por outro lado, deve perguntar com quem está falando e passar a tratar o in-terlocutor pelo nome. Esse toque pessoal faz com que o interlocutor se sinta importante;

• assumir a responsabilidade pela resposta: a pessoa que atende ao telefone deve considerar o assunto como seu, ou seja, compro-meter-se e, assim, garantir ao interlocutor uma resposta rápida. Por exemplo: não deve dizer “Não sei”, mas “Vou imediatamente saber” ou “Daremos uma resposta logo que seja possível”. Se não for mes-mo possível dar uma resposta ao assunto, o atendente deverá apre-sentar formas alternativas para o fazer, como: fornecer o número do telefone direto de alguém capaz de resolver o problema rapidamen-

te, indicar o e-mail ou o número do fax do responsável procurado. A pessoa que ligou deve ter a garantia de que alguém confirmará a recepção do pedido ou chamada;

• não negar informações: nenhuma informação deve ser nega-da, mas há que se identificar o interlocutor antes de a fornecer, para confirmar a seriedade da chamada. Nessa situação, é adequada a seguinte frase: Vamos anotar esses dados e depois entraremos em contato com o senhor.

• não apressar a chamada: é importante dar tempo ao tempo, ouvir calmamente o que o cliente/usuário tem a dizer e mostrar que o diálogo está sendo acompanhado com atenção, dando feedback, mas não interrompendo o raciocínio do interlocutor;

• sorrir: um simples sorriso reflete-se na voz e demonstra que o atendente é uma pessoa amável, solícita e interessada;

• ser sincero: qualquer falta de sinceridade pode ser catastrófica: as más palavras difundem-se mais rapidamente do que as boas;

• manter o cliente informado: como, nessa forma de comunica-ção, não se estabelece o contato visual, é necessário que o atendente, se tiver mesmo que desviar a atenção do telefone durante alguns segundos, peça licença para interromper o diálogo e, depois, peça desculpa pela demora. Essa atitude é importante porque poucos se-gundos podem parecer uma eternidade para quem está do outro lado da linha;

• ter as informações à mão: um atendente deve conservar a in-formação importante perto de si e ter sempre à mão as informações mais significativas de seu setor. Isso permite aumentar a rapidez de resposta e demonstra o profissionalismo do atendente;

• estabelecer os encaminhamentos para a pessoa que liga: quem atende a chamada deve definir quando é que a pessoa deve voltar a ligar (dia e hora) ou quando é que a empresa ou instituição vai retornar a chamada.

Todas estas recomendações envolvem as seguintes atitudes no atendimento telefônico:

• receptividade - demonstrar paciência e disposição para servir, como, por exemplo, responder às dúvidas mais comuns dos usuários como se as estivesse respondendo pela primeira vez. Da mesma for-ma é necessário evitar que interlocutor espere por respostas;

• atenção – ouvir o interlocutor, evitando interrupções, dizer palavras como “compreendo”, “entendo” e, se necessário, anotar a mensagem do interlocutor);

• empatia - para personalizar o atendimento, pode-se pronun-ciar o nome do usuário algumas vezes, mas, nunca, expressões como “meu bem”, “meu querido, entre outras);

• concentração – sobretudo no que diz o interlocutor (evitar distrair-se com outras pessoas, colegas ou situações, desviando-se do tema da conversa, bem como evitar comer ou beber enquanto se fala);

• comportamento ético na conversação – o que envolve tam-bém evitar promessas que não poderão ser cumpridas.

ATENDIMENTO PRESENCIALNessa modalidade de atendimento devem ser incorporados al-

guns princípios relativos ao atendimento telefônico, além de outros específicos a serem abordados a seguir.

Por se tratar de uma modalidade de comunicação de grande im-pacto junto ao usuário, o atendente deve sempre demonstrar simpa-tia, competência e profissionalismo e ter atenção com as expressões do rosto, da voz, dos gestos, do vocabulário e de aparência. E da mesma forma, considerar os seguintes princípios.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Auxiliar em AdministraçãoPrincípios para a qualidade ao atendimento presencial:

• Competência - O usuário espera que cada pessoa que o atenda detenha informações detalhadas sobre o funcionamento da organi-zação e do setor que ele procurou.

• Legitimidade - O usuário deve ser atendido com ética, respei-to, imparcialidade, sem discriminações, com justiça e colaboração.

• Disponibilidade - O atendente representa, para o usuário, a imagem da organização. Assim, deve haver empenho para que o usuário não se sinta abandonado, desamparado, sem assistência. O atendimento deve ocorrer de forma personalizada, atingindo-se a sa-tisfação do cliente.

• Flexibilidade - O atendente deve procurar identificar clara-mente as necessidades do usuário e esforçar-se para ajudá-lo, orien-tá-lo, conduzi-lo a quem possa ajudá-lo adequadamente.

Para que o cliente ou usuário possa se sentir bem atendido, exis-tem, também, algumas estratégias verbais, não-verbais e ambientais.

Estratégias verbais • Reconhecer, o mais breve possível, a presença das pessoas; • pedir desculpas se houver demora no atendimento; • se possível, tratar o usuário pelo nome; • Demonstrar que quer identificar e entender as necessidades

do usuário; • Escutar atentamente, analisar bem a informação, apresentar

questões; Estratégias não-verbais • Olhar para a pessoa diretamente e demonstrar atenção; • Prender a atenção do receptor; • Não escrever enquanto estiver falando com o usuário; • Prestar atenção à comunicação não-verbal;

Estratégias ambientais • Manter o ambiente de trabalho organizado e limpo; • Assegurar acomodações adequadas para o usuário; • Evitar pilhas de papel, processos e documentos desorganiza-

dos sobre a mesa.

Atendimento e tratamentoO atendimento está diretamente relacionado aos negócios de

uma organização, suas finalidades, produtos e serviços, de acordo com suas normas e regras. O atendimento estabelece, dessa forma, uma relação entre o atendente, a organização e o cliente.

A qualidade do atendimento, de modo geral, é determinada por indicadores percebidos pelo próprio usuário relativamente a:

• competência – recursos humanos capacitados e recursos tec-nológicos adequados;

• confiabilidade – cumprimento de prazos e horários estabele-cidos previamente;

• credibilidade – honestidade no serviço proposto; • segurança – sigilo das informações pessoais; • facilidade de acesso – tanto aos serviços como ao pessoal de

contato; • comunicação – clareza nas instruções de utilização dos ser-

viços.

O tratamento é a maneira como o funcionário se dirige ao clien-te e interage com ele, orientando-o, conquistando sua simpatia. Está relacionada a:

• presteza – demonstração do desejo de servir, valorizando prontamente a solicitação do usuário;

• cortesia – manifestação de respeito ao usuário e de cordiali-dade;

• flexibilidade – capacidade de lidar com situações não-pre-vistas.