conhecendo o jonas da bíblia

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Introdução Jonas tem um lugar especial no respeito e no ritual dos judeus. Nenhum outro livro do A.T. busca de maneira tão enfática a extensão da misericórdia divina às nações gentias. Essa perspectiva mundial da Missão de Israel tem sido muitas vezes esquecida pela nação no decurso das suas muitas apostasias. Nesse ponto central da história, Jonas foi usado para conclamar a nação e refletir sobre o programa divino do julgamento universal dos malfeitores e sua oferta universal de misericórdia para o arrependimento e fé. Seu objetivo histórico era declarar a universalidade do julgamento quanto da graça divina. Deus julga a iniquidade em todas as esferas e, do mesmo modo, reage ao arrependimento de todas as nações. A história também retrata a verdade de que, quando o povo de Deus deixa de ter interesse pelos perdidos perde a visão do objetivo do programa divino no mundo. Em Jonas, a misericórdia divina é oferecida aos pagãos, que se arrependem e reagem favoravelmente ao Deus de Israel. Nenhum profeta foi tão conciso em sua mensagem . Sua profecia continha apenas sete palavras ( cinco no Hebraico): Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida. Até mesmo sua curta profecia deixou de realizar-se (o que muito o aborreceu).Todavia, sua experiência foi uma importante mensagem para Nínive , Israel e até mesmo para Igreja de hoje. O Livro de Jonas contém o relato do maior reavivamento registrado na Bíblia; toda a cidade de Nínive abandonou os seus caminhos iníquos e voltou-se para Deus. Jonas foi também usado como instrumento de arrependimento para os marinheiros, fazendo com que eles se voltassem para o Senhor depois de o profeta ter sido jogado ao mar, aquietando- o. Parece que ele obteve mais resultados por acaso do que a maioria dos profetas obtiveram intencionalmente. Nínive

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Page 1: Conhecendo o Jonas da Bíblia

Introdução

Jonas tem um lugar especial no respeito e no ritual dos judeus.

Nenhum outro livro do A.T. busca de maneira tão enfática a extensão da

misericórdia divina às nações gentias. Essa perspectiva mundial da Missão de Israel

tem sido muitas vezes esquecida pela nação no decurso das suas muitas

apostasias.

Nesse ponto central da história, Jonas foi usado para conclamar a nação e refletir

sobre o programa divino do julgamento universal dos malfeitores e sua oferta

universal de misericórdia para o arrependimento e fé.

Seu objetivo histórico era declarar a universalidade do julgamento quanto da graça

divina. Deus julga a iniquidade em todas as esferas e, do mesmo modo, reage ao

arrependimento de todas as nações. A história também retrata a verdade de que,

quando o povo de Deus deixa de ter interesse pelos perdidos perde a visão do

objetivo do programa divino no mundo.

Em Jonas, a misericórdia divina é oferecida aos pagãos, que se arrependem e

reagem favoravelmente ao Deus de Israel.

Nenhum profeta foi tão conciso em sua mensagem . Sua profecia continha apenas

sete palavras ( cinco no Hebraico): Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida.

Até mesmo sua curta profecia deixou de realizar-se (o que muito o

aborreceu).Todavia, sua experiência foi uma importante mensagem para Nínive ,

Israel e até mesmo para Igreja de hoje.

O Livro de Jonas contém o relato do maior reavivamento registrado na Bíblia; toda a

cidade de Nínive abandonou os seus caminhos iníquos e voltou-se para Deus. Jonas

foi também usado como instrumento de arrependimento para os marinheiros,

fazendo com que eles se voltassem para o Senhor depois de o profeta ter sido

jogado ao mar, aquietando-o. Parece que ele obteve mais resultados por acaso do

que a maioria dos profetas obtiveram intencionalmente.

Nínive

O termo hebraico nineweh é uma tradução do assírio Ninua (em babilônico antigo,

Page 2: Conhecendo o Jonas da Bíblia

Ninuwa), que por sua vez é transliteração do nome sumério mais antigo ainda, Nina

nome da deusa Istar, escrito com um sinal representando um peixe dentro de um

ventre.Conforme Gen 10:11 Nínive era uma das cidades do Norte fundada por

Ninrode ou Assur depois de ter partido da Babilônia. Uma cidade principal e última

capital da Assíria.

Em 2003 a. C. O templo da deusa Istar em Nínive foi fundado por Manishtisu, filho

de Sargom. Situação em Nínive

Geograficamente: Nínive estava localizada a leste do Setentrional rio Tigre, e

distante aproximadamente 960 Km de Israel, uma viagem de três meses nos

tempos antigos. Era uma das cidades mais antigas no mundo, estabelecida por

Ninrode (Genêsis 10:11). Calcula-se que sua população era de 600.000 habitantes,

incluindo 120.000 crianças e muitos animais. aproximadamente. Calá, capital do

império Assírio, e outras cidades ficavam na circunvizinhança. Embora o muro

interno da cidade tivesse menos de cinco quilômetros de diamêtro, suas aldeias e

subúrbios espalhavam-se numa circunferência de mais de 32 quilômetros.

Perímetro da cidade (incluindo terras adjacentes) = cerca de 96 Km .O muro

externo tinha 96 Km de extensão, 30 metros de altura e uma largura suficiente para

três carroças conduzidas lado a lado. A intervalos, por todo o muro, havia 50 torres

de 60 metros de altura para o serviço de vigilância realizado pelas sentinelas.

Religiosamente: A assíria tinha um povo idólatra politeísta. Foi iniciada uma

tendência para o monoteísmo na Assíria sob o governo de Adad-nirari, devido à sua

monolatria. Ele recomendava: ? Ponha sua confiança em Nebo; não confie em outro

deus.? Todavia, diversos cataclismas ocorreram durante esses anos, que podem ter

sido usados para preparar o povo. Em 765 e 759 grandes calamidades caíram sobre

a cidade, e em 15 de junho de 763 houve um eclipse solar total. Naquele tempo o

culto dos sentidos era um serviço aos deuses, os templos ocupavam o lugar dos

bordéis, os amantes de ambos os sexos eram consagrados ao serviço do templo e

os donativos por seus serviços iam para as caixas do templo como oferendas para a

divindade.

Os mitos e costumes do povo assírio espelham o mais horrendo barbarismo,

transbordam de cultos mágicos, de sensualidade, primitiva e grosseira, a deuses a

semi-deuses. Tinham particular significação os ritos relacionados com as deusas da

fecundidade.

Page 3: Conhecendo o Jonas da Bíblia

Politicamente: A Assíria estava em declínio nessa época. Essa decadência havia

começado com a morte de Adad-nirari III em 782, e se estendeu até a vinda de

Tiglate-Pileser III em 745. Depois de Adad-nirari reinaram Salmanasar IV (782-773)

e Asurdan III (773-754). A visita de Jonas foi provavelmente durante o reinado deste

último.O arrependimento de Nínive, diante da pregação de Jonas, ocorreu no

reinado de um destes dois monarcas assírios:Durante o reinado de Adade Nirari III

( 810-783), houve um movimento em direção ao monoteísmo que poderia ter sido o

resultado ( ou futura ajuda) da pregação de Jonas.Durante o reinado de Assur-Dan

III ( 771-754 a.C). em cuja administração ocorreu uma epidemia em 765 a.C., o

eclipse do sol em 763a.C. E uma segunda epidemia em 759 a.C. Foram eventos

considerado pelos antigos como indícios do juízo divino, e poderiam, por isso, ter

preparado o povo da capital assíria para a mensagem de Jonas e o possível

avivamento.

Moralmente: Os habitantes de Nínive eram conhecidos como uma raça sensual e

cruel . Viviam de saques e orgulhavam-se dos montes de cabeças humanas que

traziam de violentas pilhagens de outras cidades. Fortificaram-se com um muro

interno e outro externo.

A malícia condenada em 1:1 incluía idolatria e extrema crueldade contra os

prisioneiros de guerra.

Depois de atacarem uma cidade, passavam a chacinar implacavelmente os

habitantes, deportando o restante da população a outras partes do Império. Muitas

pessoas morriam como resultado das marchas forçadas ao exílio. Os líderes das

nações conquistadas eram torturados sem misericórdia, e executados.

A brutalidade, crueldade e atrocidade dos ninivitas eram conhecidas. Conhecida

como cidade ensanguentada pois havia massacrado vários povos e nações , cidade

cheia de mentiras, rapina e roubo ... Os assírios eram, não somente cruéis, mas

também extremamente imorais. Externamente, Nínive parecia atraente, mas

internamente achava-se repleta de prostituição ritual e imoralidades. A cidade

também estava entregue a feitiçaria.

Cultura:Os nínivitas eram cultos.

Page 4: Conhecendo o Jonas da Bíblia

Embora o Império Assírio sob Assurbanípal foi somente em 660 a.C... e este criou a

Biblioteca, este utilizou o que existia na Assíria de conteúdo histórico e acrescentou

o necessário para efetivar a intelectualidade do povo assírio.

Após longa série de tiranos sanguinários, deve-se ao assírio Assurbanipal um

inapreciável serviço, este mandou copiar as obras da literatura acádica, mandou

compilar dicionários e gramáticas nas diferentes línguas faladas no gigantesco

império.

A biblioteca de Nínive, fundada por ele, era a maior e mais importante do Antigo

Oriente trazendo-nos conhecimento sobre o pensamento e a poesia do Crescente

Fértil até os tempos mais remotos.

Apesar de sofisticados e pecaminosos, seus habitantes deram ouvidos à

advertência do profeta.Língua comercial e política dos povos da época era o

aramaico e o acadiano.

Conclusão: Jonas foi comissionado para ir a Nínive uma tarefa desagradável para

um israelita, As atrocidades dos assírios que mais tarde aterrorizaram as nações,

submetendo-as a Tiglate-Pileses III, talvez já vinham sendo praticados por esse

tempo. Do ponto de vista humano, a Assíria era o último lugar onde um israelita

gostaria de dirigir-se, em aventura missionária. Jonas conhecia bem os sofrimentos

que haviam sobrevindo à Síria, ao repetir os recentes ataques assírios.

A Assíria era uma ameaça para Israel desde o tempo de Onri (cerca de 880 a.C.) e

tinha forçado os israelitas a pagarem tributos nos últimos cinquenta anos até

Jeroboão II tornar-se rei. Jeroboão sacudiu esse jugo mais ou menos em 790 e

estendeu o reino do Norte ao seu maior limite desde Salomão. No tempo de Jonas,

Israel sentia-se seguro e estava em ascensão, enquanto a Assíria achava-se em

declínio.

Os Assírios eram conhecidos no mundo antigo pela extrema crueldade com que

tratavam os povos subjugados por isto questiona-se as vezes se o arrependimento

de Nínive foi sincero.

A resposta do Livro de Jonas é que Deus o consideou sincero, pois suspende o

julgamento que lhes tinha sido notificado (3:10). Jesus também testificou que se

arrependeram com a pregação de Jonas (Mt. 12:41). O que Israel deixou de fazer

Page 5: Conhecendo o Jonas da Bíblia

com a pregação do Messias.

Embora o Livro registre o arrependimento inesperado de um dos maiores tiranos da

história antiga, sua ênfase maior está no arrependimento ou mudança de Jonas. O

arrependimento de Nínive ocupa um capítulo, mas a história da preparação de

Jonas e seu subsequente treinamento são apresentados em 3 capítulos (1,2 e 4)

parece que Deus teve mais dificuldade em aperfeiçoar Jonas do que todo o povo de

Nínive.

Quando o profeta foi conduzido ao ponto de obediência, o reavivamento ocorreu

naturalmente. A preparação de Jonas foi realizada em etapas. A experiência do

peixe preparou-o para Nínive, mas ele precisou de mais treinamento para voltar a

Israel. Se o arrependimento da cidade no capítulo 3 surpreende a todos, o profeta

desapontado do capítulo 4 causa-nos um choque. Ele parece estar mais interessado

em que sua profecia se cumpra, como um crédito à sua profissão, do que a cidade

de Nínive seja poupada do julgamento divino. É desse modo que termina a história

deixando o leitor inteiramente desapontado diante da atitude do profeta. Jonas

parece ser irremediavelmente egoísta e fanático, até lembrarmos que ele escreveu

sem dourar a sua própria imagem no final. Essa imagem foi óbviamente destinada a

impressionar e humilhar a Israel, pois a atitude do profeta foi um reflexo da atitude

do povo.

Os judeus estavam tão envolvidos com os seus próprios afazeres e prosperidade do

período áureo de Jeroboão II, que tinham perdido de vista a sua missão como povo

da aliança. A queda da grande cidade Nínive, conforme predito pelos profetas Naum

e Sofonias, ocorreu em agosto de 612 a.C.

Bibliografia:

1.Bíblia de Estudo PentecostalARC CPAD

2.A Bíblia tinha razão...Werner KellerMelhoramentos

3.O Novo Comentário da BíbliaOrganizado por F. DavidsonEditora Vida Nova

4.O Novo Dicionário da BíbliaOrganizado por J. D. Douglas - Editora Vida Nova

5.A História de Israel no Antigo TestamentoSamuel J. Schultz Editora Vida Nova

Page 6: Conhecendo o Jonas da Bíblia

6.Introdução ao Antigo TestamentoWilliam S. Lasor, David A. Hubbard e Frederic W.

Bush - Editora Vida Nova.