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TRATAMENTO DE SEMENTES DE TOMATE INDUSTRIAL COM CONCENTRAÇÕES 2 CRESCENTES DE PACLOBUTRAZOL
Objetivo Dentre as hortaliças cultivadas no Brasil, o tomateiro é a mais importante, considerando-se os aspectos socioeconômicos (Martins, 1992). Atualmente, o Brasil é um dos maiores produtores mundiais e o maior produtor de tomate para processamento industrial e o maior consumidor de produtos derivados de tomate na América do Sul. O Brasil em 2009 produziu cerca de 1,34 milhão de toneladas em uma área de 18,4 mil hec-tares, indicando que, atualmente, nossa produtividade média é de cerca de 73 toneladas por hectare (Faostat, 2011). A cadeia agroindustrial de tomate para processamento industrial no Brasil tem se mantido eficiente e com-petitiva. Para dar suporte a essa importante cadeia do agronegócio é de fundamental importância um sistema de produção de mudas eficiente. No entanto o crescimento exagerado das mudas de tomate tem sido observado em algumas situações, causando problemas na distribuição das mudas por meio de transplantadeiras mecâni-cas (Nascimento et al., 2003), afetando e dificultando a produção em maiores escalas. Neste sentido pesquisas tem focado tecnologias para a produção de mudas compactas e adaptadas ao plantio mecanizado. Uma das tecnologias potenciais para esse fim é a utilização do regulador de crescimento paclobutrazol (PBZ).Na cultura do tomateiro os efeitos do PBZ têm sido estudados, principalmente, no condicionamento químico de mudas, propiciando a obtenção de mudas uniformes e mais tolerantes a estresses abióticos e bióticos (Seleguini, 2007). Um dos possíveis métodos é o uso deste produto no tratamento de sementes, reduzindo os custos e possibi-litando o uso em larga escala uma vez que os riscos de serem encontrados resíduos nos frutos são mínimos. Neste sentido, são necessários estudos visando a validação de protolocos para o tratamento das sementes, que permitam a produção de mudas da qualidade demandas pelos produtores. Assim, objetivou-se com este trabalho avaliar os efeitos na germinação, emergência e desenvolvimento de plântulas nas diferentes concentrações de paclobutrazol no tratamento de sementes de tomate para processa-mento industrial.
Material e Método O experimento foi conduzido no laboratório de Sementes da Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Goiás (UFG) em Goiânia – GO, e em um viveiro de pro-dução comercial de mudas de tomate localizado no município de Goianápolis - GO. Estudou-se neste experimento a influência da variação de doses de Paclobutrazol (PBZ) na ger-minação e desenvolvimento de plântulas de tomate industrial, híbrido Heinz 9992. Para tanto foram utilizadas as doses de 0; 75; 150; 300; e 600 mg L-1 de solução. Para a embebição, as sementes foram acondicionadas entre folhas de papel de filtro, em caixas tipo gerbox. Procedeu-se à aplicação da solução, nas concentrações estabelecidas, e na quantidade correspondente a 2,5 vezes a massa do conjunto papel de filtro e sementes, e deixadas nesta solução por 10 horas para a embebição com posterior secagem por 10 horas a temperatura ambiente. Após os períodos de pré-embebição e pós-embebição parte das sementes foram acondicionadas em caixas gerbox, nas quais foram utilizadas quatro repetições de 40 sementes. Com as sementes so-bre o substrato papel de filtro, irrigadas com água destilada e mantidas em câmara de germinação, à temperatura constante de 25 ºC. Avaliou-se nesta etapa, a percentagem de germinação avaliando aos sete e 14 dias após a semeadura, e também o Índice velocidade de germinação (Maguire, 1962). Para o teste em bandeja, foram utilizadas quatro repetições de 30 sementes, distribuídas em bandejas plásticas 450 células, preenchidas com substrato comercial, e mantidas em casa de vegetação com sombreamento de 50%. As regas foram realizadas diariamente após a semeadura conforme a neces-sidade. Nas bandejas foram avaliados a percentagem de emergência de plântulas, a altura de plântulas, e o diâmetro do colo, ambos aos 14 dias após a semeadura, e a massa de matéria seca de plântulas aos 35 dias após a semeadura, amostrando quatro plantas por parcela. Os dados foram submetidos a analise de variância e as médias submentidas a análise de regressão polinomial.
Resultado e Discussão Verificou-se que com o aumento da concentração de PBZ na solução de embebição das sementes resul-tou em redução linear da germinação e do índice velocidade de germinação (Tabela 1). O mesmo ocorreu na emergência das plântulas e no índice velocidade de emergência que decaíram linearmente com o aumento da concentração de paclobutrazol na solução de embebição (Tabela 2). Tabela 01. Germinação e índice de velocidade de germinação de plântulas de tomateiro em função da em-bebição de sementes em doses crescentes de paclobutrazol (Germination and speed of germination index of tomato seedlings in function of the soak of seeds in doses of paclobutrazol). Goiânia, 2011.
Tabela 02. Emergência (E), Índice Velocidade de Emergência (IVE), altura de mudas, diâmetro da haste e massa de matéria seca total de plântulas de tomateiro avaliadas aos 35 dias após a semeadura, em função da embebição de sementes em doses crescentes de Paclobutrazol (Emergency (E), Speed Index of Emergency (IVE), height of seedlings, diameter of the stem and mass of matter dry total the tomato seedlings of appraised to the 35 days after the sowing, in function of the soak of seeds in growing doses of paclobutrazol). Goiânia, 2011.
Comparativamente o aumento das doses de PBZ, de 0 para 600 mg L-1, reduziu em cerca de 36% e 37% a germinação e a emergência, respectivamente. Resultados semelhantes foram obtidos em sementes de macieira (Mäge & Powell, 1990), gerânio e cravo de defunto (Pasian & Bennett, 2001) e tomateiro (Pasian & Bennett, 2001 e Seleguini et al. (2008). Seleguini et al. (2008), sugeriram que a inibição da germinação devido ao uso do paclobutrazol pode comprometer o emprego comercial do tratamento, principalmente, quando se utilizam sementes melhoradas de alto custo de aquisição. De acordo com Pasian & Bennett (2001) o efeito inibitório da embebição de sementes em soluções conten-do PBZ pode estar associado com a penetração do regulador de crescimento dentro das sementes, causando toxicidade ao embrião. O mecanismo consiste em reduzir índices de acido giberélico a níveis insuficientes para a germinação e o crescimento da plântula. Quanto as variáveis de crescimento, verificou-se que o uso de doses crescentes de paclobutrazol na solução de embebição das sementes não afetaram a altura e o diâmetro da haste, a altura do hipocótilo. Seleguini et al. (2008) verificaram em dois períodos de amostragem (15 e 30 DAS), redução significativas do crescimento da muda em altura, em função do aumento das concentrações de PBZ de 0 para 100 mg L-1, a qual atribuíram ao atraso na germinação das sementes tratadas com as maiores concentrações do regulador. Pasian & Bennett (2001) também observaram reduções no crescimento das mudas, em altura, de tomate, gerânio e cravo-de-de-funto, oriundas de sementes condicionadas com PBZ. Fisiologicamente, a redução na altura das plantas atribuída ao uso do PBZ está ligada à inibição da conver-são de ent-caureno para ácido de entcaurenóico na biossíntese de GA, que resulta em redução nos níveis de todas as formas de ácidos giberélicos, o que leva a reduções na taxa de elongação e divisão celular (Fletcher et al., 2000). O aumento da concentração de paclobutrazol incrementou significativamente a massa de matéria seca de mudas até um ponto de máxima estimado em 166 mg L-1 de paclobutrazol, ocorrendo a partir dai redução até a dose de 600 mg L-1 Seleguini (2007) não verificou alterações na massa de matéria seca com aumento da dose de PBZ de 0 para 100 mg L-1. Entretanto, verificou que o aumento das concentrações reduziu significativamen-te a massa de matéria seca de parte aérea e aumentou significativamente a massa de matéria seca de raízes. De maneira geral pode-se concluir que a embebição de sementes de tomate por 10 135 horas em solução contendo concentrações crescentes de paclobutrazol (0 a 600 mg L-1) reduziu a germinação, emergência, bem como os índices de velocidade de germinação e emergência e foi ineficiente no controle do crescimento vege-tativo avaliado por meio da altura e diâmetro da haste.
Doses de paclobutrazol
Germinação IVG
-----mg L-1------ -----%---- -0 81,75 4,90
75 60,75 3,65150 66,50 4,00300 60,00 3,60600 52,00 3,10
Média 64,2 3,85Ajuste de regressão RL1 RL2
CV% 21.38 21.49
1y = 72,69375-0,03775x R² = 0,6521 ;²y =4,3675 -0,0023x R² = 0,6649.
1Y= -0,0392x + 63,481 e R² = 0,8921; 2Y = -0,0033x + 5,6735 e R² = 0,8633; 3Y=0,164+0,000082x - 0,00000023x2 e R² = 0,9166.
ReferênciasFAOSTAT - FAO Statistics Division. 2011, 12 de março. Disponível em http://faostat.fao.org/site/567/de-fault.aspx#ancor.FLETCHER, RA; GILLEY, A; SANKLA, N; DA-VIES, TD. 2000. Triazoles as plant growth regulators and stress protectants. Horticultural Reviews, New York, v.24, p.55-138. MÄGE, F; POWELL, L. 1990. Inhibition of stratification and germination of apple seeds by paclobutrazol. HortScience, Alexandria, v.25, n.5, p.577-577. MAGUIRE, JD. 1962. Speeds of germination-aid selection and evaluation for seedling emergence and vigor. Crop Science, Madison, v.2, p. 176-177. MARTINS, G. 1992. Uso de casa de vegetação com cobertura plástica na tomaticultura de verão. Jabotica-bal: UNESP-FCAV. 65p (Dissertação doutorado). NASCIMENTO, WM; SALVALAGIO, R; SILVA, JBC. 2003. Condicionamento químico do crescimento de mudas de tomate. Embrapa Hortaliças. Brasília-DF, v.21, n.2, julho. Disponível em: http://www.feagri.uni-camp.br/tomates/pdfs/olfg4046c.pdf. Acessado em 21 de maio de 2012. PASIAN, CC; BENNETT, M. 2001. Paclobutrazol soaked marigold, geranium, and tomato seeds produce short seedlings. HortScience, Alexandria, v.36, n.4, p.721-731. SELEGUINI, A. 2007. Uso de Paclobutrazol na Produção de Mudas, no Crecimento, Produção e Qualidade de Frutos de Tomateiro em Ambiente Protegido. Ilha Solteira, 100p (Dissertação doutorado). SELEGUINI A; JÚNIOR MJAF; SILVA KS; SENO S; LEMOS OL. 2008. Uso do paclobutrazol na produção de mudas de tomateiro de crescimento indeterminado. Congresso Brasileiro de Olericultura, 48. Resumos... Maringá: SOB (CD-ROM).
Doses de Paclobutrazol
E IVE Alt. DC. MS
-----mg L-1------ % Cm mm G0 61,67 5,53 8,50 2,32 0,16
75 57,50 5,10 8,13 2,14 0,18150 62,50 5,64 8,90 2,18 0,17300 53,33 4,84 8,93 2,37 0,17600 38,33 3,53 7,58 2,14 0,13
Média 54,67 4,93 8,41 2,23 0,16Reg. RL1 RL2 NS NS RQ3
Cv% 31.46 31.46 12.70 12.85 12.74
Carlos Alexandre da Silva Harold¹; Felipe Santo Arcari¹; Alexsander Seleguini¹; Guilherme Mendanha Macedo¹; Abadia dos Reis Nascimento¹¹UFG– Universidade Federal de Goiás – Departamento de horticultura. Campus Samambaia – Rod
Goiânia / Nova Veneza, Km 0 – C. P. 131, GO, [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected]