conflitos no campo brasil 2010

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Publicação Anual da Comissão Pastoral da Terra (CPT), sobre conflitos agrários. Um destaque importante nos conflitos por terra em 2010, e que é analisado tanto pelo professor Ariovaldo Umbelino de Oliveira, quanto pelo professor Carlos Walter Porto-Gonçalves, é o significativo decréscimo no número de ocupações e acampamentos, enquanto que os demais conflitos por terra tiveram um sensível crescimento de 21% em relação a 2009, e de 39% em relação a 2008.

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ExpedienteConflitos no Campo Brasil 2010 uma responsabilidade da Secretaria Nacional da CPT Rua 19, no 35, 1 andar Centro - 74030-090 Caixa Postal 749 - 74001-970 Goinia-GO Fone: (062) 4008-6466 Fax: (062) 4008-6405 Endereo eletrnico: [email protected] Stio: www.cptnacional.org.br Comisso Pastoral da Terra um organismo ligado Comisso para o Servio da Caridade, da Justia e da Paz, Pastorais Sociais da CNBB. A CPT membro da Pax Christi Internacional e da Right Livelihood Foundation Goinia, abril de 2011

Coordenao da CPT Ladislau Biernaski Presidente Enemzio ngelo Lazzaris Vice-presidente Dirceu Luiz Fumagalli Edmundo Rodrigues Costa Flvio Lazzarin Hermnio Canova Isolete Wichinieski Lucimere da Silva Leo Documentalistas CPT Nacional Alline Barboza de Abreu Cssia Regina da Silva Luz Mria Carrijo Viana Documentalistas Regionais Ana Miranda Costa - Esprito Santo Anna Maria Rizzante Gallazzi Amap Clio Lima Silva Acre Edmundo Rodrigues Costa Araguaia/Tocantins Eliana Santos Costa Mato Grosso Inaldo da Conceio V. Serejo - Maranho Isabel Cristina Diniz Paran Jos Iborra Plans Rondnia Jos Valmeci de Souza Santa Catarina Juvenal Rocha/nes de Ftima Polidoro Rio de Janeiro Lucimone Maria de Oliveira Gois Luiz Antnio Pasinato Rio Grande do Sul Maria Alves Lima Cear Maria Clara Ferreira Motta/Auridia Marques da Costa - Amazonas Nayara Cristina Cendon Minas Gerais Raimunda Regina Ferreira Barros Par Renata Costa Czar de Albuquerque Nordeste (AL, PB, PE e RN) Roberto Carlos de Oliveira Mato Grosso do Sul Roseilda Cruz da Conceio Bahia Roselei Bertoldo/Gregrio F. Borges Piau Assessoria Prof. Dr. Bernardo Manano Fernandes Gegrafo Unesp Assessoria Administrativa Marisa Soares da Silva Eldia Morais Aguirre Reviso Secretaria Nacional Diagramao Vivaldo da Silva Souza Seleo de fotos Cristiane Passos Foto capa: Joo Zinclar Organizao e seleo de documentos Gelza G. Melo Jean Ann Bellini Maria Joana Poletto Nara Letycia Martins Silva Soledade Sousa de Almeida Thays P. Oliveira Weniskley Coutinho Mariano Apoio EED Evangelischer Entwicklunqsdienst Fundao Eugen Lutter Solidaridad Po para o Mundo

Dados Internacionais de Catalogao-na-Publicao (CIP) Conflitos no Campo Brasil 2010 / CPT; organizao e seleo: Antnio Canuto, Cssia Regina da Silva Luz, Isolete Wichinieski Goinia: CPT, 2011. 184p. : fots., maps., tabs. Vrios autores. Indexado em GeoDados - http://www.geodados. uem.br. ISBN 978-85-7743-176-2 1. Violncia no campo. 2. Conflitos no campo. 3. Reforma Agrria. 4. Direitos humanos e legislao ambiental I. Canuto, Antnio, coord. II. Luz, Cssia Regina da Silva, coord. III. Wichinieski, Isolete, coord. IV. Comisso Pastoral da Terra. V. Ttulo. CDD 303.6 307.7Catalogao na Publicao: Eliane M. S. Jovanovich CRB 9/1250

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s companheiras Marilene, Marta e Trindade, agentes da CPT da Bahia e do Tocantins. pessoas que souberam compartilhar experincias e construir laos de amizade, na luta em defesa dos pobres da terra e das guas.

Ao companheiro Jos Maria Filho, assassinado por denunciar a contaminao da gua, pelo uso indiscriminado de agrotxicos na Chapada do Apodi, CE.

SUMRIOApresentao ............................................................................................................................................................... 7 Metodologia ................................................................................................................................................................. 9 Tabela 1 Comparao dos conflitos no campo 2001-2010 ............................................................................. 15

Conflitos no CampoConflitos e violncia: quando o econmico monopoliza o valor da gua ........................................................17 Antnio Canuto, Roberto Malvezzi Tabela 2 Conflitos no campo Brasil......................................................................................................................21 Os posseiros voltam a assumir o protagonismo da luta camponesa pela terra no Brasil ..............................55 Ariovaldo Umbelino de Oliveira

TerraTabela 3 Violncia contra a ocupao e a posse (sntese) ................................................................................. 64 Refns da riqueza de nossa terra: os impactos da minerao sobre as comunidades .................................... 65 Drio Bossi, Danilo Chammas, Bruno Milanez, Marcelo Sampaio Carneiro Tabela 4 Conflitos por terra (sntese) ................................................................................................................... 75 Estrangeirizao de terras na nova conjuntura da questo agrria................................................................... 76 Bernardo Manano Fernandes

guaBelo Monte violaes a direitos humanos e legislao ambiental .............................................................. 84 Jos Guilherme Carvalho Zagallo Tabela 5 gua (sntese) .......................................................................................................................................... 87 O Baixo Amazonas entre conflitos .......................................................................................................................... 88 Pe. Jos Cortes

TrabalhoComo, quando e de onde os trabalhadores falam ................................................................................................ 95 Adonia Antunes e Ricardo Rezende Tabela 6 Conflitos trabalhistas (sntese) ............................................................................................................ 103

Violncia contra a pessoaTabela 7 Violncia contra a pessoa (sntese) ..................................................................................................... 106 A Contra-Reforma Agrria na Lei e na Marra .................................................................................................... 107 Carlos Walter Porto-Gonalves, Paulo Roberto Raposo Alentejano

Tabela 8 Assassinatos ........................................................................................................................................... 115 Do cho da noite escura, uma luz radiante ......................................................................................................... 116 Diogo Cabral, Inaldo Serejo, Rafael da Silva Tabela 9 Tentativas de assassinato ..................................................................................................................... 125 Pescadores artesanais do RJ assassinados pelo projeto da Petrobrs .............................................................. 127 Tabela 10 Ameaados de morte .......................................................................................................................... 128 Jos Maria Filho, uma voz que ainda ecoa no vale do Jaguaribe ..................................................................... 133

ManifestaesAs aes dos movimentos sociais no campo em 2010 ....................................................................................... 136 Joo Cleps Jr. Tabela 11 Manifestaes (sntese)....................................................................................................................... 143

Notas emitidas pela CPT e outros documentosSiglas dos movimentos sociais, organizaes e entidades ................................................................................ 165 Fontes de pesquisa .................................................................................................................................................. 172 CPT no Brasil ........................................................................................................................................................... 180

7Apresentao Enquanto estvamos terminando a edio de Conflitos no Campo Brasil 2010, violentas catstrofes naturais se abateram sobre o Japo com um terremoto de magnitude sem precedentes, acompanhado de um tsunami que deixou um rastro de destruio e morte. Ao mesmo tempo, no Paran, as fortes chuvas alagaram cidades, destruram casas, estradas, lavouras, antes mesmo de o Brasil ter acordado do pesadelo que se abateu sobre a regio serrana do Rio de Janeiro. Ao lado destas catstrofes naturais, uma impressionante revolta social. Essa na Rondnia, na construo da Hidreltrica de Jirau. Trabalhadores se levantam, queimam nibus, alojamentos, refeitrios e tudo o que havia. 22.000 trabalhadores elevam a voz contra as ms condies de trabalho, contra maus tratos e o total desrespeito aos seus direitos. Parte das catstrofes naturais se inserem num quadro alarmante de mudanas climticas, provocadas, sobretudo, pela ao insensata da humanidade que destri o meio ambiente, alterando o equilbrio da natureza. A Campanha da Fraternidade 2011 vem alertar as conscincias sobre esta trgica realidade. J as revoltas sociais escancaram a que ponto chega a explorao humana e o nvel de desigualdade sobre a qual se alicera. As duas, porm, tem uma mesma origem e raiz e a mesma viso idoltrica de um desenvolvimento sem limites. Desenvolvimento que exige, por um lado, a transformao de tudo o que a natureza prodigamente oferece em mercadoria e, por outro, o sacrifcio de milhes e milhes de vidas humanas para que uma pequena minoria possa usufruir de um padro de vida em que no h mais lugar para a simplicidade e a austeridade. neste contexto que esta edio mostra que Conflitos e Violncia permanecem numa trgica monotonia. Aumentou o nmero de assassinatos que saltou de 26, em 2009, para 34 em 2010, 30% a mais. O trabalho escravo, mesmo apresentando nmeros menores, continua a ser utilizado sem o menor prurido. Salta vista, porm, o impressionante aumento de conflitos pela gua, 93,3% a mais que o ano anterior. Estes conflitos atingem famlias e comunidades que tm terra, casas e benfeitorias alagadas pelas barragens das hidreltricas ou que so impedidas de ter o livre acesso s fontes, ou que tem sua gua contaminada pelos agrotxicos das grandes monoculturas ou pelos resduos da minerao. Conflitos que na outra ponta envolvem trabalhadores da construo das grandes obras. Como ressalta o texto que analisa estes conflitos, o econmico que se sobrepe a qualquer outra dimenso e valor da gua. E tudo com o apoio e investimento do governo federal, que a todo custo quer impor seus grandes projetos que fazem parte do Programa de Acelerao do Crescimento, PAC, sem dar ouvidos a cientistas, movimentos sociais, entidades da sociedade civil e s comunidades tradicionais que historicamente acumularam saber na relao com as guas e a natureza que alertam para os imensurveis impactos negativos que os mesmos provocam. Os impactos sociais e ambientais acabam se tornando mero detalhe, um apndice sem muita importncia. Como analisa Guilherme Zagallo, tudo se torna um Belo Monte de violaes a direitos humanos e legislao ambiental. Ao lado dos conflitos pela gua avolumam-se os conflitos envolvendo a minerao. Ao todo 58. Povoados, assentamentos, comunidades e povos tradicionais so atropelados para garantir os lucros das empresas mineradoras. Tornam-se assim refns da riqueza de sua prpria terra, como diz o texto do Pe. Drio Bossi et alii. Um destaque importante nos conflitos por terra em 2010, e que analisado tanto pelo professor Ariovaldo Umbelino de Oliveira, quanto pelo professor Carlos Walter Porto-Gonalves, o significativo decrscimo no nmero de ocupaes e acampamentos, enquanto que os demais conflitos por terra tiveram um sensvel crescimento de 21% em relao a 2009, e de 39% em relao a 2008.

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Segundo Oliveira, a principal novidade que os dados apresentam o retorno, depois de mais de 30 anos, do protagonismo dos posseiros na luta pela terra. J Porto-Gonalves ressalta que a queda das aes protagonizadas pelos movimentos sociais se d em todas as unidades da federao e afirma que o principal xito da atual poltica do governo em relao aos expropriados e espoliados do campo a imobilizao social que produz. Entre as comunidades mais afetadas por conflitos em 2010, esto as quilombolas com 79 conflitos, acompanhados de muita violncia, inclusive com o assassinato de uma liderana. Como bem pontuam os autores do texto Do Cho da noite escura, uma luz radiante, apesar de tudo, os/as quilombolas do Brasil esto re-escrevendo a hist-

ria ao desafiar a ordem imposta pelo latifndio escravocrata que persiste em querer ditar as relaes sociais de produo a ferro e fogo. No surge no horizonte a possibilidade do fim dos conflitos no campo. Sente-se sim um deslocamento maior para as reas das comunidades tradicionais por se negarem a se incluir na dinmica do mercado. O avano do capital, tanto o nacional e sobretudo o internacional, sobre as terras brasileiras, indica que a disputa territorial ser o tema principal da questo agrria nos prximos anos, diz o professor Bernardo Manano, e este avano est sendo feito na lei ou na marra, nas palavras de Porto-Gonalves. A Coordenao Nacional da CPT

9MetodologiaA CPT desde sua criao se defrontou com os conflitos no campo e o grave problema da violncia contra os trabalhadores e trabalhadoras da terra. Esta violncia que saltava aos olhos comeou a ser registrada sistematicamente j no final dos anos 1970. Desde 1985 os dados comearam a ser publicados anualmente em forma de Cadernos. Durante este tempo, o Setor de Documentao trabalhou intensamente no levantamento de dados da luta pela terra, pela resistncia na terra, pela defesa e conquista dos direitos e em 2002 comeou a registrar os conflitos pela gua. A CPT tornou-se a nica entidade a realizar to ampla pesquisa sobre a questo agrria em mbito nacional. Com este trabalho, a CPT formou uma das mais importantes bibliotecas com livros, cadernos, revistas, jornais e arquivos que tratam das lutas camponesas. A partir de 2008, este acervo comeou a ser digitalizado. justia e deve ser pensada no mbito de uma ordem social justa. Poltica porque o registro da luta feito para que o trabalhador, conhecendo melhor sua realidade, possa com segurana assumir sua prpria caminhada, tornando-se sujeito e protagonista da histria. Pedaggica porque o conhecimento da realidade ajuda a reforar a resistncia dos trabalhadores e a forjar a transformao necessria da sociedade. Histrica porque todo o esforo e toda luta dos trabalhadores de hoje no podem cair no esquecimento e devem impulsionar e alimentar a luta das geraes futuras. Cientfica porque o rigor, os procedimentos metodolgicos e o referencial terico permitem sistematizar os dados de forma coerente e explcita. A preocupao de dar um carter cientfico publicao existe no em si mesma, ela existe para que o acesso a estes dados possa alimentar e reforar a luta dos prprios trabalhadores, contra o latifndio. No se trata simplesmente de produzir meros dados estatsticos. Trata-se de registrar a histria da luta de uma classe que secularmente foi explorada, excluda e violentada.

Por que documentar?A CPT uma ao pastoral da Igreja, tem sua raiz e fonte no Evangelho e tem como destinatrios de sua ao os trabalhadores e trabalhadoras da terra. Por fidelidade ao Deus dos pobres, terra de Deus e aos pobres da terra, como est explcito na definio de sua Misso, que a CPT assumiu a tarefa de registrar e denunciar os conflitos de terra e da gua e a violncia contra os trabalhadores e seus direitos, criando o setor de Documentao. A tarefa de documentar tem uma dimenso teolgica, porque, de acordo com a histria bblica, Deus ouve o clamor do seu povo e est presente na luta dos trabalhadores (Ex 3, 7-10). Esta luta em si mesma um ritual celebrativo desta presena e da esperana que anima o povo. Alm dessa dimenso, outras dimenses levam a CPT a fazer estes registros. As dimenses: tica, poltica, pedaggica, histrica e cientfica. tica porque a luta pela terra uma questo de

ProcedimentosOs dados so obtidos por meio de pesquisas primria e secundria. As pesquisas primrias so feitas pelos agentes dos Regionais da CPT e enviados Secretaria Nacional, em Goinia. As pesquisas secundrias so realizadas atravs de levantamentos de informaes e dados em jornais de circulao local, estadual e nacional, boletins e publicaes de diversas instituies: movimentos sociais, sindicatos, partidos, rgos governamentais e igrejas; declaraes e cartas assinadas e boletins de ocorrncia. A partir de 2009 contamos com uma outra fonte de pesquisa que a Rede Data Luta, composta por professores e estudantes universitrios que se ocupam em sistematizar e analisar a luta pela Reforma Agrria defendida pelos movimentos sociais do campo. Essas so as fontes de nossos registros.

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Quando os nmeros fornecidos pelas fontes secundrias no coincidem com os apurados pelos regionais da CPT, considera-se a pesquisa primria realizada pelos Regionais. Ainda importante destacar que com a ocorrncia de vrios conflitos em um mesmo imvel, para evitar duplicaes de dados, registra-se na ltima ao daquele conflito o maior nmero de famlias. No registro das manifestaes que so prolongadas (marchas, jornadas etc.), para contagem das pessoas participantes considera-se o nmero inicial de pessoas, somando as diferenas a maior, nos atos realizados em cada lugar, durante o trajeto ou o perodo da manifestao, de modo que o nmero total dos participantes igual soma das pessoas nos atos, menos o nmero inicial. Somente se registram os conflitos que envolvem trabalhadores e trabalhadoras. O principal objeto de registro e denncia a violncia sofrida. Conflitos agrrios, muitas vezes graves, entre latifundirios ou outros agentes no so registrados. Registram-se os conflitos que ocorreram durante o ano em destaque. Conflitos antigos e no resolvidos s figuram no relatrio se tiverem algum desdobramento durante o ano trabalhado. As informaes e os dados so organizados por meio de formulrios temticos do Datacpt Banco de Dados dos Conflitos no Campo Comisso Pastoral da Terra - e so digitados e sistematizados em tabelas, grficos e mapas dos conflitos. De cada conflito elaborado um histrico que rene todas as informaes que lhe so caractersticas. A partir de 2008, o Setor de Documentao da Secretaria Nacional da Comisso Pastoral da Terra iniciou o processo de digitalizao de todo seu acervo de documentos sobre conflitos no campo e tambm os documentos institucionais.

no mbito rural, envolvendo a luta pela terra, gua, direitos e pelos meios de trabalho ou produo. Estes conflitos acontecem entre classes sociais, entre os trabalhadores ou por causa da ausncia ou m gesto de polticas pblicas. Os conflitos so catalogados em conflitos por terra, conflitos pela gua, conflitos trabalhistas, conflitos em tempos de seca, conflitos em reas de garimpo, e em anos anteriores foram registrados conflitos sindicais. Conflitos por terra so aes de resistncia e enfrentamento pela posse, uso e propriedade da terra e pelo acesso a seringais, babauais ou castanhais, quando envolvem posseiros, assentados, quilombolas, parceleiros, pequenos arrendatrios, pequenos proprietrios, ocupantes, sem terra, seringueiros, quebradeiras de coco babau, castanheiros, faxinalenses, etc. As ocupaes e os acampamentos so tambm classificados na categoria de conflitos por terra. Ocupaes so aes coletivas das famlias sem terra que, por meio da entrada em imveis rurais, reivindicam terras que no cumprem a funo social. Acampamentos so espaos de luta e formao, fruto de aes coletivas, localizados no campo ou na cidade, onde as famlias sem terra organizadas, reivindicam assentamentos. Em nossa pesquisa registra-se somente o ato de acampar. Conflitos trabalhistas so aes de resistncia dos trabalhadores assalariados que reivindicam aumento de salrio e manuteno dos direitos. Tambm se referem a situaes de sujeio, explorao e desrespeito pessoa e aos direitos dos trabalhadores nas relaes de trabalho. Conflitos pela gua so aes de resistncia, em geral coletivas, para garantir o uso e a preservao das guas e de luta contra a construo de barragens e audes, contra a apropriao particular dos recursos hdricos e contra a cobrana do uso da gua no campo, quando envolvem ribeirinhos, atingidos por barragens, pescadores, etc.

ConceitosO objeto de documentao e anlise so conflitos e a violncia sofrida. Conflitos so as aes de resistncia e enfrentamento que acontecem em diferentes contextos sociais

11Conflitos em tempos de seca so aes coletivas que acontecem em reas de estiagem prolongada e reivindicam condies bsicas de sobrevivncia e ou polticas de convivncia com o semirido. Conflitos em reas de garimpo so aes de enfrentamento entre garimpeiros, empresas, grupos indgenas e o Estado. Conflitos sindicais so aes de enfrentamento que buscam garantir o acompanhamento e a solidariedade do sindicato aos trabalhadores, contra as intervenes, as presses de grupos externos, ameaas e perseguies aos dirigentes e filiados. Estes trs ltimos s so publicados quando expressiva sua ocorrncia, ou quando o contexto em que se desenrolaram indicar a pertinncia de uma anlise a respeito. Alm disso, so registradas as manifestaes de luta e as diversas formas de violncia praticadas contra os trabalhadores e trabalhadoras: assassinatos, tentativas de assassinato, ameaas de morte, prises e outras. Por Violncia entende-se o constrangimento e ou a agresso fsica ou moral exercidos sobre os trabalhadores e seus aliados. Esta violncia est relacionada aos diferentes tipos de conflitos registrados e s manifestaes dos movimentos sociais do campo. As Manifestaes so aes coletivas dos trabalhadores e trabalhadoras que reivindicam diferentes polticas pblicas e ou repudiam polticas governamentais ou exigem o cumprimento de acordos e promessas. nome do imvel, o nmero de famlias envolvidas e rea em hectares. 2. Ocorrncias de conflitos, constam detalhes do nmero de vezes que aconteceram aes de violncia contra as famlias. Numa mesma rea pode ter acontecido diversos fatos, em datas diferentes. Cada acontecimento registrado como um conflito. Aqui, registra-se o tipo de propriedade e sua respectiva situao jurdica, o nmero de famlias vtimas de despejo e expulso despejo acontece quando h retirada das famlias, via mandado judicial; expulso quando a retirada das famlias se d por ao privada; as vezes que as famlias tiveram bens destrudos durante as violncias sofridas ou foram vtimas de ausncia e ou falhas de polticas pblicas. Por ausncia e ou falhas de polticas pblicas entende-se a falta de infraestrutura, de servios bsicos de educao, sade, assistncia tcnica e crdito, a m gesto da poltica de assentamentos, como desvios de recursos, assentamentos em reas inadequadas, reduo de reas de posseiros para implantao de assentamentos, no implementao dos procedimentos exigidos para se ter acesso a determinados benefcios. 3. Uma terceira tabela com as Ocupaes de terra. 4. Uma quarta tabela com os acampamentos. importante dizer que se registra apenas o ato de acampar do respectivo ano. No se faz o acompanhamento do nmero de famlias acampadas no Pas. Os dados das trs ltimas tabelas so somados na tabela sntese fechando o eixo Terra, denominada Violncia contra Ocupao e a Posse. Os conflitos pela gua so reunidos numa tabela em que constam os seguintes registros: diminuio ou impedimento de acesso gua, (quando um manancial ou parte dele apropriado para usos diversos, em benefcio particular, impedindo o acesso das comunidades); desconstruo do histrico-cultural dos atingidos; ameaa de expropriao; falta

Estrutura do Banco de Dados DATA CPTDo Banco de Dados retiram-se tabelas especficas para a pgina eletrnica da CPT, bem como para a publicao anual impressa. Tabelas disponibilizadas na pgina eletrnica: 1. reas em conflito, entendidas como situaes ou lugares dos litgios. Nesta tabela constam o

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de projeto de reassentamento ou reassentamento inadequado ou no reassentamento; no cumprimento de procedimentos legais (ex: EIA-Rima, audincias, licenas), divergncias na comunidade por problemas como a forma de evitar a pesca predatria ou quanto aos mtodos de preservar rios e lagos etc; destruio e ou poluio (quando a destruio das matas ciliares, ou o uso de agrotxicos e outros poluentes que diminuem o acesso gua ou a tornam imprpria para o consumo), cobrana pelo uso da gua. Os conflitos trabalhistas compreendem os casos de trabalho escravo, superexplorao, desrespeito trabalhista e aes de resistncia. O Trabalho escravo tem como elemento essencial e central a sujeio do trabalhador, que pode ser fsica e ou psicolgica. A dvida crescente e impagvel tem sido um dos meios mais utilizados para tornar o trabalhador cativo. Em geral, ela comea com a contratao pelo gato, que paga a dvida do trabalhador na penso e deixa um adiantamento para a famlia. A dvida aumenta durante o deslocamento at o local de trabalho, uma vez que o gato paga a conduo e a alimentao durante os dias de viagem. Ao chegar, o peo obrigado a comprar seus instrumentos de trabalho. No estabelecimento, quase sempre, vigora o sistema de barraco: obrigatoriamente o peo tem que comprar alimentos e objetos no armazm da empresa, onde vigoram preos exorbitantes. No recebe em espcie, mas em vales a serem descontados no armazm. A quebra da palavra com referncia ao valor da remunerao e das condies de trabalho, combinados no ato da contratao (quase sempre verbal) eleva consideravelmente a dvida inicial em termos de horas a trabalhar. A situao descrita j caracteriza suficientemente o trabalho escravo. Porm, existem situaes agudas, onde se verifica a presena de pistoleiros ou vigias armados que impedem a sada ou mesmo a fuga dos trabalhadores dos estabelecimentos. H ainda maus tratos, ameaas implcitas ou veladas, jornadas excessivas de trabalho, alimentao de pssima qualidade e insuficiente para repor as energias de um trabalhador adulto.

Na maioria dos casos falta assistncia mdica (chegando ao cmulo de terem que trabalhar doentes), o local de trabalho est isolado e ocorre apreenso de documentos pessoais. As situaes de superexplorao que acontecem na esfera salarial, dizem respeito s situaes em que as horas de trabalho no pagas pelo empregador excedem a taxa normal de explorao do trabalho. Geralmente estes casos esto ligados a precrias condies de trabalho e moradia; o desrespeito trabalhista que tem como referncia a legislao vigente e est ligado especialmente s condies de trabalho; e as aes de resistncia que so aes de luta dos trabalhadores por conquista de direitos trabalhistas e referem-se s greves ou outras formas de protesto. Alm das tabelas que registram os conflitos, uma outra srie de tabelas e de informaes descrevem a violncia sofrida pelos trabalhadores. Os tipos de violncia esto assim registrados: tabelas de assassinatos, tentativas de assassinato, ameaas de morte e uma tabela sntese denominada Violncia contra a Pessoa, em que alm dos dados das tabelas anteriores constam as mortes em conseqncia do conflito (aborto, omisso de socorro, acidente, inanio, doenas), torturas, agresses fsicas, ferimentos, prises e ou detenes. Uma outra tabela apresenta o detalhamento da violncia contra a pessoa, na qual alm das informaes acima constam ainda seqestros, ameaas de priso, crcere privado, humilhaes, intimidaes. E por ltimo, uma tabela onde esto registradas as manifestaes de luta feitas pelos diferentes movimentos sociais ou outras organizaes durante o ano.

Estrutura do Relatrio ImpressoOs dados coletados e organizados pela CPT so publicados anualmente, desde 1985, em um relatrio impresso que tem por ttulo Conflitos no Campo Brasil. A partir de 2008, ele sofreu algumas alteraes e ficou com a seguinte estruturao:

13Quatro tabelas detalhadas e organizadas por estado em ordem alfabtica e seis tabelas snteses agrupadas nas cinco regies geogrficas definidas pelo IBGE. TABELA 1 - Comparao dos Conflitos no Campo uma sntese do ltimo decnio. Dispe os dados de cada tema: terra, gua, trabalho e outros (quando tem casos de conflitos em tempos de seca, garimpo, etc) e o total dos conflitos no campo brasileiro. TABELA 2 - Conflitos no Campo Brasil Esta tabela registra detalhadamente, os conflitos por terra, trabalhistas, gua e outros se houver, com as seguintes informaes: municpio, nome do conflito, data, nmero de famlias ou de pessoas envolvidas e um campo com informaes especficas conforme o tema. TABELA 3 - Violncia contra a Ocupao e a Posse. a sntese da soma das ocorrncias dos Conflitos por Terra, Ocupaes e Acampamentos por Estado, o nmero de famlias envolvidas, a rea, o nmero de famlias expulsas, despejadas, ameaadas de despejo, ou que sofreram tentativa ou ameaa de expulso, o nmero de casas, roas e bens destrudos, alm do nmero de famlias sob ameaa de pistoleiros. TABELA 4 - Terra Esta uma sntese do eixo terra organizada em trs blocos: Conflitos por Terra, Ocupaes e Acampamentos. Contm as seguintes informaes: nmero de ocorrncias de conflitos por terra, ocupaes, acampamentos, seguidas do nmero de famlias. TABELA 5 - gua Retrata a sntese dos conflitos pela gua por Estado, com as seguintes informaes: nmero de ocorrncias de conflitos e quantidade de famlias envolvidas. TABELA 6 - Trabalho Sintetiza os conflitos trabalhistas por Estado, com quatro blocos de informaes: 1. Trabalho Escravo: consta o nmero de ocorrncias, quantidade de trabalhadores envolvidos na denncia e ou libertados, nmero de menores. 2. Superexplorao: nmero de ocorrncias, quantidade de trabalhadores envolvidos na denncia e ou resgatados, nmero de menores. 3. Desrespeito Trabalhista: nmero de trabalhadores na denncia. Total: Soma dos conflitos trabalhistas e do nmero de trabalhadores envolvidos. 4. Aes de Resistncia: registra-se o nmero de ocorrncias e o nmero de pessoas envolvidas. TABELA 7 - Violncia contra a pessoa Sintetiza o nmero das ocorrncias registradas em Terra, gua, Trabalho, o nmero de pessoas envolvidas e as violncias sofridas pelos trabalhadores e trabalhadoras: os assassinatos, as tentativas de assassinato, os mortos em conseqncia de conflitos, os ameaados de morte, bem como os torturados, presos e agredidos. TABELAS 8, 9 e 10 - Assassinatos, Tentativas de Assassinato, Ameaados de morte Contm as seguintes informaes: municpio, nome do conflito, data, nome, quantidade, idade e categoria da vtima da violncia. TABELA 11 Manifestaes Relatrio sntese por Estado. Possui as seguintes informaes: nmero de ocorrncias e quantidade de manifestantes. As tabelas vm acompanhadas de textos de anlise produzidos por professores de diferentes universidades e pelos agentes de pastoral da prpria CPT, religiosos ou algum outro especialista na temtica. A ltima parte do Conflitos no Campo reproduz notas emitidas pela CPT, s ou em parceria, ou outros documentos, sobre as diferentes situaes de conflito e de violao dos direitos humanos. Organograma dos temas do DATA CPT O organograma a seguir apresenta os temas documentados, os nomes dos formulrios utilizados na sistematizao e as respectivas tabelas derivadas dos registros.

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Organograma dos temas do DATA CPTO organograma a seguir apresenta os temas documentados, os nomes dos formulrios utilizados na sistematizao e as respectivas tabelas derivadas dos registros.

15Comparao dos Conflitos no Campo (2001- 2010)2001 Conflitos de Terra* Ocorrncias de Conflito Ocupaes Acampamentos Total Conf. Terra Assassinatos Pessoas Envolvidas Hectares Conflitos Trabalhistas Trabalho Escravo Assassinatos Pessoas Envolvidas Superexplorao e Desrespeito Trabalhista Assassinatos Pessoas EnvolvidasTotal Conf. Trabalhista

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

366 194 65 625 29 419.165

495 659 184 391 64 285 743 1.335 43 71 425.780 1.127.205

752 496 150 1.398 37 965.710

777 437 90 1.304 38 803.850

761 384 67 1.212 35 703.250

615 364 48 1.027 25 612.000

459 252 40 751 27 354.225

528 290 36 854 *25 415.290

638 180 35 853 30 351.935

2.214.930 3.066.436

3.831.405 5.069.399

11.487.072 5.051.348 8.420.083 6.568.755 15.116.590 13.312.343

45 4 2.416 25 1 5.087 70

147 1 5.559 22 5.586 169

238 8385 97 2 6.983 335

236 2 6.075 107 4.202 343

276 7.707 178 3.958 454

262 3 6.930 136 1 8.010 398

265 1 8.653 151 7.293 416

280 1 6.997 93 5.388 373

240 6.231 45 4.813 285

204 1 4.163 38 1 1.643 242

Conflitos pela gua N de Conflitos Assassinatos Pessoas Envolvidas Outros *** N de Conflitos Assassinatos Pessoas Envolvidas Total N de Conflitos Assassinatos Pessoas Envolvidas Hectares

14 14.352 129 106.104

20 48.005

60 107.245

71 162.315 52 43.525

45 13.072 2 250

87 2 163.735 8 3.660

46 135.780

45 1 201.675

87 2 197.210 4 4.450

880 29 532.772

925 1.690 43 73 451.277 1.190.578

1.801 1.881 39 38 975.987 1.021.355

1.657 39 783.801

1.538 28 795.341

1.170 28 502.390

1.184 26 628.009

1.186 34 559.401

2.214.930 3.066.436

3.831.405 5.069.399

11.487.072 5.051.348 8.420.083 6.568.755 15.116.590 13.312.343

*** Outros: Conflitos em Tempos de Seca, Poltica Agrcola e Garimpo. Em 2010 foram registrados 4 conflitos de seca. *Aps o fechamento da edio de 2009, chegou ao nosso conhecimento o assassinato de Raimundo Nonato, e os dados relativos a ele, o que altera o nmero de 24 para 25 vtimas de assassinato nos Conflitos por Terra e o total Brasil que passa a ser 26 vtimas.

Foto: Jos Plcido da Silva Maria de Nazareth, a ltima expulsa das ilhas de Sirinham, Pernambuco, em 11/11/2010, pela usina Trapiche.

Conflitos no Campo

17Conflitos e violncia: quando o econmico monopoliza o valor da guaRoberto Malvezzi* Antnio Canuto** Desde que a CPT incorporou a temtica da gua, em 1999, como um dos seus grandes eixos de trabalho, envolvendo lutas concretas, reflexes e produes tericas, estava no horizonte que os conflitos pela gua aumentariam em todo o territrio brasileiro, assim como acontece em outros cantos do mundo. A poltica agressiva de privatizao e mercantilizao das guas, promovida pelas transnacionais do setor, mediada por organismos internacionais como FMI e Banco Mundial, sustentada internamente por governos nacionais, obviamente no poderia gerar outra situao que no fosse o aumento da tenso. Embora o Brasil tenha ficado no meio do caminho em termos de privatizao, j que constitucionalmente a gua um bem pblico, levou frente a poltica nacional de gua, privatizando seu uso atravs das outorgas. Como j dissemos em outras reflexes, a outorga poderia at garantir o uso sustentvel de um determinado corpo dgua, mas no pode garantir a equidade social de seu uso, j que pode haver desequilbrio ou injustia na concesso das outorgas. bom lembrar que a Lei 9.433, conhecida por Lei Nacional de Recursos Hdricos, que instituiu nosso sistema de gerenciamento e a poltica dos recursos hdricos ( bom conservar os termos da lei), foi estabelecida em 1997. De l para c assistimos em todo o Brasil a implementao dos vrios organismos do sistema, a comear pelos comits de bacia. E conjuntamente comeou a prtica da cobrana pelo uso da gua. Desde cedo, no s a CPT, mas tambm setores dos movimentos sociais, ONGs, igrejas, militantes* Agente da CPT ** Secretrio da coordenao nacional da CPT

de direitos humanos, sabiam que a gua no um bem como qualquer outro. J sabamos que era um elemento essencial a todas as formas de vida, e defendamos, como na Campanha da Fraternidade de 2004, que fosse reconhecida como um direito fundamental de todo ser humano, patrimnio da humanidade e de todos os seres vivos. Essa afirmao j vinha na contramo da histria promovida pelos pretensos donos da gua, que a queriam e querem como uma mercadoria como qualquer outra, sujeita s leis do mercado, com apropriao privada. Ainda mais, diante da insistncia dos grupos interessados em atribuir um valor econmico gua, sempre reafirmamos que ela tem, sobretudo, um valor biolgico, ambiental e social. Fizemos a distino que a gua muito mais que recurso hdrico e que, alm de mltiplos usos, a gua tem mltiplos valores e dimenses, como a dimenso paisagstica, esttica, religiosa, medicinal, e por isso tem interface com vrias reas do conhecimento, no apenas com os especialistas em recursos hdricos, sem evidentemente negar que eles tambm tm uma palavra a dar sobre a questo. Crescem os conflitos pela gua O olhar vesgo e interesseiro do capitalismo que insiste em s ver o valor econmico da gua, que est na origem e, cotidianamente, alimenta os graves e srios conflitos em relao a este bem da criao, e que a CPT comeou a registrar sistematicamente todos os anos a partir de 2002. Antes disso, a CPT j registrava os conflitos relativos s barragens. Mas, a partir de 2002, a CPT decidiu registrar e publicar anualmente outros tipos de conflitos pela gua, como os relativos apropriao particular e ao seu uso e preservao. Estes conflitos, conforme consta da metodologia aplicada,

Conflitos no Campo Brasil

2 0 1 0

so relacionados a alguma destas situaes: diminuio ou impedimento de acesso gua, (quando um manancial ou parte dele apropriado para usos diversos, em benefcio particular, impedindo o acesso das comunidades); desconstruo do histrico-cultural das famlias atingidas; ameaa de expropriao; falta de projeto de reassentamento ou reassentamento inadequado ou o no reassentamento de famlias atingidas por algum projeto, sobretudo o de construo de barragens; no cumprimento de procedimentos legais (ex: EIA-Rima, audincias, licenas), divergncias na comunidade por problemas como a forma de evitar a pesca predatria ou quanto aos mtodos de preservar rios e lagos etc; destruio e ou poluio (quando a destruio das matas ciliares, ou o uso de agrotxicos e outros poluentes diminuem o acesso gua ou a tornam imprpria para o consumo), cobrana pelo uso da gua.

Os Conflitos pela gua, como a CPT os entende, so aes de resistncia, em geral coletivas, quando envolvem ribeirinhos, atingidos por barragens, pescadores, etc. Os conflitos indicam os rumos que estamos trilhando e, portanto, onde iremos chegar. Esses dados no ilustram apenas o presente, mas, sobretudo, o futuro que desenhamos para as geraes que iro nos suceder. Em 2010 registrou-se o maior nmero de conflitos pela gua, desde o ano de 2002. Foram 87 conflitos, nos quais estiveram envolvidas 197.210 pessoas, 93,3% maior que o ano anterior, em que foram registrados 45 conflitos, porm, -2,2% menor em relao ao nmero de pessoas, 201.675. Nmero igual ao de 2010, 87 conflitos, foi registrado em 2007, mas o nmero de pessoas afetadas foi menor, 163.735 pessoas.

Tabela1 - comparativa dos Conflitos pela gua - 2002-2010 2002 N de Conflitos Assassinatos Pessoas Envolvidas 14.352 48.005 107.245 162.315 13.072 14 2003 20 2004 60 2005 71 2006 45 2007 87 2 163.735 135.780 2008 46 2009 45 1 2010 87 2

201.675 197.210

Dos conflitos de 2010, 54% estiveram relacionados ao uso e preservao da gua, 31% a barragens e 25,5% audes e 9% apropriao particular, 10,39% aconteceram nas seguintes situaes: destruio e/ou poluio, pesca predatria, divergncias na comunidade, impedimento de acesso gua, expropriao ou ameaa de expropriao, no reassentamento ou falta de projeto de assentamento ou reassentamento inadequado, no cumprimento de procedimentos legais. Tabela 2 - Conflitos pela gua 2010Conflitos Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul Brasil: 17 38 5 22 5 87 Famlias 12.063 14.158 892 11.004 1.325 39.442

O estado que registrou o maior nmero de conflitos pela gua foi a Bahia com 15, quatro relativos a barragens e 11 ao uso e preservao. Minas Gerais teve o registro de 11 conflitos, 6 relativos s barragens e 5 ao uso e preservao. A regio Nordeste concentrou o maior nmero de registros (38), 43,7%, seguida pelo sudeste (22), 25,5%, Norte (17), 19,5% e Centro-Oeste e Sul (5 cada um) 5,7%.

Barragens e Famlias audes 9 8 3 7 4 31 11.547 5.209 780 1.630 1.265 20.431

Uso e preser- Famlias vao 6 24 1 15 1 47 496 8.632 96 9.374 60 18.658

Apropriao Famlias particular 2 6 1 20 317 16

9

353

19Barragens: Comunidades e trabalhadores so atingidos Os conflitos relativos s barragens envolvem, por um lado, as comunidades que so atingidas diretamente pela construo e que tero suas terras, casas e benfeitorias alagadas pelo lago formado para o funcionamento da hidreltrica, e por outro lado envolvem trabalhadores da construo. Estes ltimos so, muitas vezes, submetidos a mais que precrias condies de trabalho e sofrem as mais diversas formas de explorao. Quando estvamos concluindo este texto, a imprensa nacional noticiou os graves conflitos ocorridos no canteiro de obras da usina de Jirau, no rio Madeira, em Rondnia. Houve queima de nibus, destruio de alojamentos, refeitrios e outros espaos. A empresa construtora divulgou que os conflitos surgiram por desentendimentos entre os trabalhadores, entre motoristas e trabalhadores. Tentou tapar o sol com a peneira. De acordo, porm, com nota divulgada pelo MAB Movimento dos Atingidos por Barragens, no dia 17 de maro de 2011, o que na realidade acontece que os mais de 15 mil operrios da obra esto em situao de superexplorao, com salrios extremamente baixos, longas jornadas e pssimas condies de trabalho, existe epidemia de doenas dentro da usina e no existe atendimento adequado de sade, o transporte dos operrios de pssima qualidade, sofrem com a falta de segurana e mais de 4.500 operrios esto ameaados de demisso. Esta situao no privilgio de Jirau. Esta edio do Conflitos no Campo Brasil registra, em junho de 2010, uma greve que paralisou as obras de construo da hidreltrica de Santo Antonio, tambm no Rio Madeira. 7.000 trabalhadores interromperam as atividades, reivindicando melhores condies de trabalho e assistncia mdica. Tambm as obras da PCH Pratas, em Bandeirante, SC, foram paralisadas, em novembro de 2010, por melhores condies de trabalho e pagamento de salrio. Alm destes conflitos, os problemas e impactos da construo das hidreltricas provocou manifestaes em todo o Brasil, sobretudo nas regies mais afetadas pelos projetos. Foram o alvo de 49, das 101 manifestaes, 48,5%, envolvendo a temtica da gua. 22 destas 49 manifestaes, 44,9%, foram contra a construo da Hidreltrica de Belo Monte. No Par, 75%, 12 das 16 manifestaes registradas. As demais aes aconteceram nos estados do Cear, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraba, Rio Grande do Sul e Rondnia, alm do Distrito Federal. Interesses que geram violncia Alm da violncia que significa as famlias serem expulsas da terra ou verem suprimidos seus meios de vida pelos interesses de grandes empresas e projetos, os conflitos pela gua so acompanhados de violncia contra pessoas fsicas. Os nmeros de 2010 deixam isso muito claro. Houve 14 ameaas de morte, 4 tentativas de assassinato, 2 prises e dois assassinatos. O do pescador Mrcio Amaro, no municpio de Mag, RJ, num conflito que envolve as empresas GDK e Ocenica, contratadas pela Petrobras, para a construo de um duto submarino para o transporte de gs e que tem afetado a vida de milhares de pescadores, e o de Jos Maria Filho, em Limoeiro do Norte, CE, liderana que elevava sua voz, denunciando as agresses aos direitos humanos, sobretudo a contaminao da gua pelo uso dos agrotxicos2. Cinco dos seis conflitos por gua no Rio de Janeiro esto relacionados ao caso em que se deu o assassinato do pescador Mrcio Amaro. Quando projetos governamentais e interesses empresariais se encontram Pelo que se v, a gua brasileira disputada ferozmente pelas empresas que se nutrem das hidreltricas, da irrigao, da indstria e da pesca industrial, sem falar do uso domstico atravs de empresas pblicas ou servios terceirizados. E tudo com o apoio do governo federal que, a todo custo, quer impor

1 2

Veja texto sobre este assunto na pgina 84 desta edio. Veja texto nas pginas 127 e 133 desta edio.

Conflitos no Campo Brasil

2 0 1 0

seus grandes projetos sem dar ouvidos a cientistas, movimentos sociais e outras entidades da sociedade civil, que alertam para os imensurveis impactos negativos que os mesmos provocam. Grandes projetos que fazem parte do Programa de Acelerao do Crescimento, PAC, e para os quais h abundncia de recursos atravs do BNDES. O mega-projeto da Transposio das guas do So Francisco est a para comprovar isto, como comentei num texto que fiz no comeo de maro deste ano com o ttulo As vacas pastam na transposio. Apesar do marketing feroz do governo, a transposio do So Francisco agoniza. Os canais j revestidos racham ao sol. As partes apenas desmatadas vo sendo recobertas pela capoeira e servem de pasto para os animais. S de Ic Mandante at Serra Negra so 70 km retomados pelo mato. Nas cidades onde a obra passou, como Petrolndia, ficou o desemprego, alm de uma renca enorme de problemas, como famlias desmanteladas e a entrada do crack em pleno serto pernambucano. O ministro da Integrao, Fernando Coelho, j disse que o custo da obra passou de cinco para sete bilhes. Ainda mais, afirmou que o eixo leste s estar pronto ao final de 2012 e o eixo norte ao final de 2013. A comunidade de Serra Negra trancou as porteiras para a empresa, porque o governo - ou saibamos l quem - se recusa em refazer um posto de sade que atende 2.500 famlias e mais trs casas que sero destrudas pelo canal do eixo leste. A oferta em dinheiro foi de quinze mil reais para o posto e mais trs mil reais para cada casa. Oras, um obra orada em sete bilhes no tem dinheiro para refazer um posto de sade que atende cerca de 7.500 pessoas? Pior a situao de moradores da comunidade de Roa Velha, perto de Petrolndia. A indenizao para uma velha senhora que teve seu quintal eliminado pelo canal foi de

163,00 reais. No se espantem, no h erro, isso mesmo, cento e sessenta e trs reais. Ser que essa obra chega ao fim, ou, como j profetizara Frei Lus, j cumpriu seu papel eleitoral? Ainda h outros problemas que afetam o uso da gua e provocam conflitos. Um deles o da agricultura irrigada. 69% da gua doce consumida pela irrigao. Quando o Brasil exporta gros, so milhes e milhes de metros cbicos de gua neles embutidos. Diga-se o mesmo quanto ao etanol. No caso da transposio das guas do So Francisco, por exemplo, por trs do discurso de levar gua para as populaes do Nordeste est o interesse dos irrigantes que vo utilizar a gua para suas lavouras de exportao. Portanto, bvio que a maior parte dos conflitos se d por todo tipo de poluio das guas, ou por seu uso privado para irrigar, gerar energia, privando a populao do acesso livre a esse bem fundamental. Como afirmamos no incio deste texto, o olhar vesgo e interesseiro do capitalismo que insiste em s ver o valor econmico da gua, que est na origem e, cotidianamente, alimenta os graves e srios conflitos em relao a este bem da criao. Num mundo em transio, no s dentro do padro civilizacional, mas tambm na mudana da prpria Terra, sobretudo do seu clima, o princpio de precauo exige todo respeito para com a biodiversidade e para com a gua. Mais que nunca necessria uma tica de justia, de respeito, de cuidado, de uso responsvel da gua, caso contrrio os conflitos tendero a crescer tanto em nmero, quanto em intensidade.

21Tabela 2 - Conflitos no CampoAcreTERRA Conflitos por TerraMunicpio(s) Capixaba Capixaba/Senador Guiomard Rio Branco Rio Branco Subtotal: Nome do Conflito Ramal Campo Esperana Seringal Capatar/Jarininha rea no Km - 72/Estrada Transacreana rea no Ramal do Km 17/Rodovia Transacreana 4 Data 31/1/2010 1/2/2010 13/4/2010 30/5/2010 Famlias Categoria 35 Posseiros 30 Seringueiros 20 Posseiros Pescadores 85

OcupaesMunicpio(s) Rio Branco Subtotal: Nome do Conflito Faz. no Ramal Paraso 1/Km - 8 1 Data 2/5/2010 Famlias Categoria 35 OI 35

Total Conflitos por Terra - AC

5

120

TRABALHO Trabalho EscravoMunicpio(s) Porto Acre Subtotal: Nome do Conflito Fazenda Harmonia 1 Data 31/1/2010

Trab. na denncia 8 8

Libertos

Menores

8 8

Tipo de Trabalho Pecuria

Total Conflitos Trabalhistas - AC Total dos Conflitos no Campo AC 6

1

8 Pessoas: 608

AlagoasTERRA Conflitos por TerraMunicpio(s) Cacimbinhas Capela Inhapi Inhapi Jacar dos Homens Jacupe Major Izidoro Maragogi Matriz do Camaragibe Messias Messias Messias Messias Messias Messias/Rio Largo Murici Murici Pariconha Paripueira Passo do Camaragibe Rio Largo So Miguel dos Milagres So Miguel dos Milagres So Miguel dos Milagres Subtotal: Nome do Conflito Fazenda da Milu Faz. Pitombeira/Pedrinhas/Pereira/Us. Joo de Deus Acamp. Frei Damio/Faz. Capim Acamp. Frei Damio/Faz. Capim Faz. Riacho dos Bois/Acamp. Boa Vista Fazenda So Francisco Fazenda Boa Esperana Fazenda Soledade Fazenda So Vicente Faz. Baixa Funda/Us. Utinga Leo Faz. Flor do Bosque/Us. Sta. Clotilde Faz. Oriente/Acamp. Pachamama/Us. Utinga Leo Faz. Oriente/Acamp. Pachamama/Us. Utinga Leo Fazenda Serra Verde Faz. Riacho/Acamp. Lajeiro/Us. Utinga Leo Faz. Itamarac/Us. Caets S/A Fazenda Mumbuca T.I. Katokim Acamp. Mirante da Sereia/Faz. So Rafael Fazenda Sonho Meu Faz. Urucum/Us. Utinga Leo Faz. Mata Redonda/Acamp. Santo Reis Fazenda Bom Destino Fazenda Bom Destino 24 Data 9/12/2010 23/11/2010 2/2/2010 5/3/2010 3/10/2010 27/7/2010 3/3/2010 20/4/2010 14/12/2010 19/5/2010 1/6/2010 19/5/2010 2/12/2010 26/5/2010 8/12/2010 6/3/2010 12/1/2010 2/12/2010 29/9/2010 23/5/2010 16/11/2010 10/5/2010 13/10/2010 3/11/2010 Famlias Categoria 100 Sem Terra 360 Sem Terra Sem Terra 40 Sem Terra 16 Sem Terra 70 Sem Terra 28 Sem Terra 44 Sem Terra 42 Sem Terra 30 Sem Terra 17 Sem Terra Sem Terra 40 Sem Terra 50 Sem Terra 80 Sem Terra 70 Sem Terra 10 Sem Terra 200 ndios 70 Sem Terra 8 Sem Terra 100 Sem Terra 18 Sem Terra Sem Terra 19 Sem Terra 1412

Conflitos no Campo Brasil

2 0 1 0

OcupaesMunicpio(s) Cacimbinhas Flexeiras Inhapi Messias Messias Piranhas So Miguel dos Milagres Traipu Subtotal: Nome do Conflito Fazenda da Milu Faz. Riacho/Us. Cachoeira Acamp. Frei Damio/Faz. Capim Fazenda Serra Verde Usina Bititinga Fazenda Lagoa da Cachoeira Faz. Mata Redonda/Acamp. Santo Reis Fazenda Bastio 8 Data 8/12/2010 4/5/2010 27/2/2010 17/3/2010 13/3/2010 11/4/2010 13/5/2010 11/4/2010 Famlias Categoria 100 120 40 50 100 75 18 70 573 MST MST MST CPT/MLST CPT/MLST MST CPT MST

AcampamentosMunicpio(s) Capela Subtotal: Nome do Conflito Faz. Pitombeira/Pedrinhas/Pereira/Us. Joo de Deus 1 Data 23/11/2010 Famlias Categoria 360 LCP 360

Total Conflitos por Terra - AL

33

2345

TRABALHO Trabalho EscravoMunicpio(s) Flexeiras Subtotal: Nome do Conflito Fazenda Cantinho 1 Data 21/7/2010

Trab. na denncia 20 20

Libertos

Menores

20 20

Tipo de Trabalho Minerao e desmatamento

Total Conflitos Trabalhistas - AL Total dos Conflitos no Campo AL 34

1

20 Pessoas: 11745

AmapTERRA Conflitos por TerraMunicpio(s) Amap Amap Amap Caloene Caloene Caloene Cutias do Araguari Ferreira Gomes Ferreira Gomes Ferreira Gomes Ferreira Gomes Ferreira Gomes Ferreira Gomes Ferreira Gomes Itaubal do Piririm Itaubal do Piririm Itaubal do Piririm Itaubal do Piririm Laranjal do Jari Laranjal do Jari/Macap/Mazago/Sant ana Macap Macap Macap Macap Macap Macap Nome do Conflito Amcel/Piqui Fazenda Esprito Santo Fazenda Itapo Bela Vista Cunani e 7 Ilhas Juncal Amcel/Alta Floresta CFA/Grilagem Chcara Bonito da Pedreira Chcara do Cu Faz. Teimoso/Grilagem Retiro Bom Pastor Retiro dos Pinhais Retiro Pedreira Amcel/Inaj reas em Itaubal /Agronegcio Sinal Verde Retiro So Francisco/Areia Branca Retiro So Joo/Areia Branca Resex/Cajari Linho Tucuru Data 31/12/2010 26/7/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 Famlias Categoria 12 10 8 8 12 30 34 Posseiros Posseiros Posseiros Posseiros Posseiros Posseiros Posseiros

Posseiros 40 42 1 1 190 5 Posseiros Posseiros Posseiros Posseiros Posseiros Quilombolas

Abacate do Pedreira Amcel/Corre gua Bonito da Pedreira Chcara Fabel Fazenda Chaparral Jardim das Accias

31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010

15 Quilombolas 3 Posseiros Quilombolas

23Macap Macap Macap Macap Macap Macap Macap/Porto Grande Mazago/Porto Grande Pedra Branca do Amapari Pedra Branca do Amapari Pedra Branca do Amapari Porto Grande Porto Grande Porto Grande Pracuba Pracuba Pracuba Tartarugalzinho Tartarugalzinho Tartarugalzinho Tartarugalzinho Tartarugalzinho Tartarugalzinho Subtotal: Retiro Boa Vista Retiro Nova Esperana Retiro So Cristvo Retiro So Francisco Stio Petry Torro do Matapi/Ramal dos Maranhenses Amcel/Porto Grande Minerao Amapari/Santa Maria Igarap William/MPBA Mina da MMX/Anglo Ferrous Servido Estrada e Ferrovia/MMX/Anglo Ferrous Assentamento Munguba Assentamento Nova Colina P. A. Nova Cana Retiro Santo Andr Retiro So Jorge Rio Flexal/Igarap Henrique Aporema/Livramento Assentamento Janary Nunes Duas Bocas/Cassimiro/S. Bento e Manoel/Agrop. Nova Cana Faz. Santo Antnio/Grilagem Ramal do Ariramba/Grilagem Trs Marias 49 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 29/12/2010 25/11/2010 19/3/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 29/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 35 87 200 31 500 20 70 8 Quilombolas Posseiros Posseiros Posseiros Posseiros Assentados Assentados Assentados

10 12 30 5

Posseiros Posseiros Assentados Posseiros

25 Posseiros 52 Posseiros 1496

Total Conflitos por Terra - AP

49

1496

GUA Conflitos pela guaMunicpio(s) Macap Pedra Branca do Amapari Subtotal: Nome do Conflito Lagoa dos ndios Igarap William/So Domingos 2 Data 1/1/2010 1/1/2010 Famlias Tipo Conflito Apropriao Particular 20 Apropriao Particular 20 Situao Destruio e ou poluio Destruio e ou poluio

Total dos Conflitos no Campo AP

51

Pessoas: 7580

AmazonasTERRA Conflitos por TerraMunicpio(s) Apu Apu Atalaia do Norte/Benjamin Constant/Juta/So Paulo de Olivena Barreirinha Canutama Careiro Careiro Humait Itacoatiara Itacoatiara Lbrea Lbrea Lbrea Lbrea Nome do Conflito Comunidades ao longo do Rio Aripuan Comunidades ao longo do Rio Sucunduri T.I. Vale do Javari Data 13/4/2010 14/4/2010 1/11/2010 Famlias Categoria 170 Ribeirinhos 70 Ribeirinhos ndios

10 Comunidades Intimidadas por Empresas Estrangeiras Castanhal do Coaru/Resex de Canutama Igarap do Passarinho/AM-254/Km 8/Com. Arcip Lago do Mamuri/Lago do Mira/Com. So Jos Vicinal do Km 45/BR-319 Com. Rondon I e II/N. Sra. Aparecida do Jaman/Jesus Meu Rei Com. Rondon I e II/N. Sra. Aparecida do Jaman/Jesus Meu Rei Faz. Remansinho/Gl. Iquiri/Acamp. Nova Esperana/Ramal Mendes Jnior/BR-364/Km 150/PDS Gedeo Gleba Curuquet/Linha 02/Km 09/Ramal do Jequitib P. A. Umari/Km 12/BR-230 Resex Ituxi

23/7/2010 11/1/2010 15/7/2010 15/7/2010 31/1/2010 6/4/2010 28/5/2010 4/6/2010 31/12/2010 15/1/2010 12/11/2010

400 17 58 85

Ribeirinhos Ribeirinhos Seringueiros Ribeirinhos Liderana Posseiros

450 Posseiros 250 Assentados 120 Posseiros 2 Assentados 109 Ribeirinhos

Conflitos no Campo Brasil

2 0 1 0

Manacapuru Manaus Manaus Manaus Manaus Manicor Presidente Figueiredo Santo Antnio do I Tabatinga Tapau Tef Tef Tonantins Tonantins Tonantins Subtotal:

Manairo/Indgenas Apurin/Km 44/Estrada de Novo Airo/Margem Esquerda Comunidade Pau Rosa Comunidades Ribeirinhas do Puraquequara Tarum-A/Com. Novo Paraso Uber Democracia Comunidade na BR-174 Com. Vila Presidente Vargas/ndios Kaixana Assentamento Urumutum Reserva Biolgica de Abufari 14 Comunidades Ribeirinhas do Caiamb Comunidades do Caiamb Comunidade Baixa Verde Comunidade Boa Esperana Comunidade da Prosperidade 29

7/6/2010 17/8/2010 21/12/2010 11/2/2010 21/5/2010 30/4/2010 31/12/2010 25/6/2010 21/6/2010 31/12/2010 24/6/2010 24/6/2010 21/12/2010 21/12/2010 21/12/2010

68 ndios 130 800 75 80 400 200 150 389 Pequenos proprietrios Ribeirinhos Posseiros Posseiros Pequenos proprietrios Posseiros ndios Assentados Ribeirinhos Ribeirinhos Ribeirinhos Ribeirinhos Ribeirinhos Ribeirinhos

11 20 27 4081

Total Conflitos por Terra - AM

29

4081

TRABALHO Trabalho EscravoMunicpio(s) Boca do Acre/Lbrea Lbrea Lbrea Manaus Subtotal: Nome do Conflito Trs Fazendas em Lbrea e Boca do Acre Fazenda do Rafael Amaral Fazenda Rebeca CIFEC Indstria e Compensados 4 Data 27/8/2010 9/12/2010 25/6/2010 2/12/2010

Trab. na denncia 40 11 9 4 64

Libertos

Menores

40 11 9 4 64

Tipo de Trabalho Desmatamento Desmatamento Pecuria Desmatamento

Total Conflitos Trabalhistas - AM

4

64

GUA Conflitos pela guaMunicpio(s) Canutama Careiro Careiro Careiro Novo Airo Novo Airo Subtotal: Nome do Conflito Paran do Cura-Cura/Com. do So Raimundo T. I. Boa Vista Lago do Mamuri/Lago do Mira/Com. So Jos Igarap do Passarinho/AM-254/Km 8/Com. Arcip Resex Baixo Rio Branco/Jauaperi Resex Baixo Rio Branco- Jauaperi/Com. Gaspar e Itaquera 6 Data 17/9/2010 26/3/2010 15/7/2010 15/7/2010 17/3/2010 6/6/2010 Famlias Tipo Conflito 15 Uso e preservao 70 Uso e preservao 85 Uso e preservao 58 Uso e preservao 150 Uso e preservao 118 Uso e preservao 496 Situao Pesca predatria Pesca predatria Pesca predatria Pesca predatria Pesca predatria Divergncia

Total dos Conflitos no Campo AM

39

Pessoas: 22949

BahiaTERRA Conflitos por TerraMunicpio(s) Barra Barreiras Boa Vista do Tupim Brumado Buerarema/Una Buerarema/Una Buerarema/Una Nome do Conflito Faz. Boqueiro/13 Comunidades Atingidas reas do Projeto de Irrigao Barreiras Norte Comunidade Santa Luzia Com. Represo/Capote/Quixaba/Lagoa da Rosa/Canal/Pov. de Itaquari/Barreiro Branco/Tocadas/ FIOL Serra do Padeiro/PovoTupinamb Serra do Padeiro/PovoTupinamb Serra do Padeiro/PovoTupinamb Data 15/7/2010 26/10/2010 20/12/2010 29/9/2010 10/3/2010 3/6/2010 3/10/2010 Famlias Categoria 512 Camponeses de fundo de pasto 110 Posseiros 112 Pequenos proprietrios Posseiros ndios ndios 130 ndios

25Caetit Caetit Cairu Cairu Cairu Carinhanha Carinhanha Casa Nova Cotegipe Eunpolis Eunpolis Eunpolis Eunpolis Eunpolis Eunpolis/Itabela Iau Igua Ilhus Itabela Itaju do Colnia/Pau Brasil Itamaraju Itamaraju Itamaraju Juazeiro Monte Santo Mucuri Muqum de So Francisco Muqum de So Francisco Porto Seguro Riacho de Santana Santa Maria da Vitria Santa Maria da Vitria Sento S Sento S Wagner Wagner Subtotal: Com. Mocambo/Caldeiro/Gameleira/Mina de Urnio INB Comunidade Maniau/Mina de Urnio INB Com. Quilombola de Batateira Com. Quilombola de Batateira Com. Quilombola de Batateira rea s margens da BA-161 Quilombo Barra do Parateca Com. de Areia Grande/Riacho Grande/Salina da Brinca/Jurema/Melancia Regio de Tagu Crrego da Platina Faz. Ouro Verde/Veracel Celulose Faz. Putumuju/Barrinha/Veracel Celulose Faz. Queimadinha/Veracel Celulose Fazenda So Caetano Fazenda Boa Vista/Veracel Celulose Fazenda Ferro Verde Fazenda Lagedo Assentamento Dom Hlder Cmara Fazenda Maragojipe Regio dos Vinte e Cinco/Faz. Santa Maria Fazenda Nova Esperana Fazenda Nova Esperana Fazenda Toca da Ona Fazenda Curral Velho Comunidade Serra do Bode Regio da Com. de Costa Dourada/Praia de Coqueiros/Fibria Celulose Comunidade do Cip I Comunidade do Cip I Faz. Santa Maria/Veracel Celulose Fazenda Vrzea do Sito Novo Aguada Poo de Dentro/10 Comunidades Atingidas Aguada Poo de Dentro/10 Comunidades Atingidas Com. de Campo Largo/Biobrax S/A Com. de Campo Largo/Biobrax S/A Faz. Novo Horizonte e Conjunto Fazenda Fonte Nova 43 24/11/2010 24/11/2010 31/5/2010 30/6/2010 8/9/2010 31/5/2010 26/5/2010 5/3/2010 17/10/2010 24/1/2010 26/4/2010 22/4/2010 31/8/2010 25/2/2010 9/7/2010 30/11/2010 16/5/2010 23/10/2010 9/7/2010 10/10/2010 15/1/2010 27/7/2010 9/7/2010 3/11/2010 30/6/2010 17/3/2010 26/8/2010 27/8/2010 9/7/2010 31/10/2010 28/2/2010 25/3/2010 5/5/2010 18/6/2010 25/3/2010 25/3/2010 30 80 100 4327 22 60 22 50 Posseiros 500 Posseiros Quilombolas Quilombolas 28 Quilombolas 120 Sem Terra 214 Quilombolas 336 Camponeses de fundo de pasto Pequenos proprietrios 21 Sem Terra 40 Sem Terra 40 Sem Terra 500 Sem Terra 65 Sem Terra 120 Sem Terra 80 Sem Terra 300 Sem Terra 26 Assentados 70 Sem Terra 20 ndios Sem Terra 90 Sem Terra 312 Sem Terra 1 Camponeses de fundo de pasto 36 Camponeses de fundo de pasto Pequenos proprietrios Camponeses de fundo de pasto Camponeses de fundo de pasto Sem Terra Posseiros Camponeses de fecho de pasto Camponeses de fecho de pasto Camponeses de fundo de pasto Camponeses de fundo de pasto Sem Terra Sem Terra

180

OcupaesMunicpio(s) Alcobaa Boa Vista do Tupim Buerarema Buerarema Candeias Candeias Caravelas Dias D`vila Eunpolis Igua Ilhus Itabela Itaju do Colnia/Pau Brasil Itaju do Colnia/Pau Brasil Itaju do Colnia/Pau Brasil Nome do Conflito Fazenda Coroa da Ona Fazenda Rio Bonito Faz. Serra das Palmeiras/Serra do Padeiro Fazenda Paraso Fazenda Boa Vista Fazenda Caboquinho Fazenda Bela Vista Fazenda Cajazeiras III Faz. Putumuju/Barrinha/Veracel Celulose Fazenda Lagedo Fazenda So Jos Fazenda Tagoar Regio dos Vinte e Cinco/Faz. Iracema Regio dos Vinte e Cinco/Faz. Santa Maria Regio dos Vinte e Cinco/Faz. Serra das guas Data 16/4/2010 16/4/2010 19/2/2010 19/2/2010 16/4/2010 16/4/2010 16/4/2010 16/4/2010 21/4/2010 22/5/2010 11/10/2010 22/4/2010 4/10/2010 4/10/2010 4/10/2010 Famlias Categoria 120 MST 200 MST ndios ndios 130 MST 70 MST 150 MST 90 MST 40 MST 300 MST 50 ndios MST 20 ndios 20 ndios 20 ndios

Conflitos no Campo Brasil

2 0 1 0

Itaju do Colnia/Pau Brasil Itaju do Colnia/Pau Brasil Itamaraju Jeremoabo Mascote Mata de So Joo Prado Prado Ruy Barbosa Santa Brgida Travesso Wagner Subtotal:

Regio dos Vinte e Cinco/Faz. Serra do Ouro Regio dos Vinte e Cinco/Faz. Sta. Madalena Fazenda Toca da Ona Fazenda Novo Horizonte Fazenda Santa Luzia Fazenda Coqueiro Fazenda Campinas Fazenda Colatina Fazenda Itiba Fazenda Paraso Fazenda Jos Freitas Faz. Novo Horizonte e Conjunto 27

4/10/2010 4/10/2010 30/4/2010 16/4/2010 8/7/2010 16/4/2010 16/4/2010 26/4/2010 28/10/2010 16/4/2010 1/4/2010 1/3/2010

20 20 312 150 65 150 130 150 29 200 50 80 2566

ndios ndios MST MST Fetag/BA MST MST MST Ceta MST MST MST

AcampamentosMunicpio(s) Boa Vista do Tupim Iau Subtotal: Nome do Conflito Fazenda Alto Bonito Fazenda Umbuzeiro 2 Data 10/6/2010 1/5/2010 Famlias Categoria 40 Ceta 70 Ceta 110

Total Conflitos por Terra - BA

72

7003

TRABALHO Trabalho EscravoMunicpio(s) Barra do Choa Barreiras Luiz Eduardo Magalhes So Desidrio Subtotal: Nome do Conflito Estncia Cafezal Fazenda MF2 Fazenda Guarani Carvoaria na Fazenda Beija - Flor 4 Data 21/7/2010 22/5/2010 10/3/2010 3/3/2010

Trab. na denncia 21 40 44 12 117

Libertos

Menores

17 40 44 101

Tipo de Trabalho 4 Caf Pecuria Soja, algodo Carvoaria 4

Total Conflitos Trabalhistas - BA

4

117

GUA Conflitos pela guaMunicpio(s) Barreiras/So Desidrio Belmonte/Canavieiras/Una Caetit Caetit Caetit Caetit Caetit Caetit Nome do Conflito PCHs do Rio das Fmeas e do Rio Grande Resex de Canavieiras Pov. Barreiro/Mina de Urnio INB Com. Riacho da Vaca/Mina de Urnio INB Com. Joo Barroca/Bamin/BML Com. Curral Velho/Bamin/BML Com. Juazeiro/Mina de Urnio INB Com. Mocambo/Caldeiro/Gameleira/Mina de Urnio INB Com. Cerca de Pedra/Ferrete/Stio Poos/UHE Riacho Seco e Pedra Branca Barragem de Itaparica rea do Projeto de Irrigao Salitre Com. de Itapura/Qumica Geral do Nordeste Lagoa do Espelho/Costa da Praia do Domingo/Fibria Celulose Com. Guirap/Bamin/BML Territrio Quilombola da Ilha de Mar/Porto de Aratu/Petrobrs Data 27/9/2010 5/12/2010 21/1/2010 28/7/2010 17/8/2010 17/8/2010 24/11/2010 24/11/2010 Famlias Tipo Conflito 250 Barragens e Audes 2300 Uso e preservao 33 Uso e preservao 45 Uso e preservao 60 Uso e preservao 50 Uso e preservao 150 Uso e preservao 50 Uso e preservao 400 Barragens e Audes 780 Barragens e Audes 312 Barragens e Audes 300 Uso e preservao Uso e preservao 500 Uso e preservao Uso e preservao Situao Destruio e ou poluio Destruio e ou poluio Impedimento de acesso gua Destruio e ou poluio Impedimento de acesso gua Impedimento de acesso gua Destruio e ou poluio Destruio e ou poluio Ameaa de expropriao No reassentamento Diminuio do acesso gua Destruio e ou poluio Destruio e ou poluio Impedimento de acesso gua Destruio e ou poluio

Cura Glria/Paulo Afonso/Rodelas Juazeiro Miguel Calmon Mucuri Pinda Salvador

6/2/2010 18/1/2010 21/8/2010 20/12/2010 13/2/2010 28/2/2010 15/3/2010

27Subtotal: 15 5230

Total dos Conflitos no Campo BA

91

Pessoas: 61282

CearTERRA Conflitos por TerraMunicpio(s) Bela Cruz Caucaia/So Gonalo do Amarante Itapipoca Itapipoca/Itarema Senador Pompeu Subtotal: Nome do Conflito Com. Lagoinha e Solido T.I. Anac/ CSP/Vale/Petrobrs Fazenda Guaribas T.I. Trememb/Emp. Espanhola Nova Atlntida Fazenda Sobradinho 5 Data 13/6/2010 5/2/2010 11/5/2010 29/7/2010 22/2/2010 Famlias Categoria 30 Assentados 385 ndios 40 Sem Terra 100 ndios 40 Sem Terra 595

OcupaesMunicpio(s) Fortaleza Ic Madalena Quixad Tamboril Subtotal: Nome do Conflito Stio So Jorge/Comuna da Terra 17 de Abril Stio Oitiz Fazenda Currais Novos Fazenda Lavoura Seca Fazenda Aude Grande 5 Data 15/4/2010 4/8/2010 15/4/2010 27/9/2010 16/4/2010 Famlias Categoria 1200 150 100 50 115 1615 MCP*/MST MST/STR MST MST MST

Total Conflitos por Terra - CE

10

2210

GUA Conflitos pela guaMunicpio(s) Acara Alto Santo/Iracema/Potiretama Aquiraz Beberibe Icapu Nome do Conflito Comunidade Curral Velho Barragem do Figueiredo T. I. Jenipapo-Kanind/Emp. Ypioca Resex da Prainha do Canto Verde Praia da Redonda/Barrinha e outras Data 16/10/2010 20/8/2010 30/11/2010 5/12/2010 1/7/2010 Famlias Tipo Conflito 250 Uso e preservao 120 Barragens e Audes 80 Uso e preservao 225 Apropriao Particular 550 Uso e preservao 1847 Barragens e Audes 61 Uso e preservao 350 Barragens e Audes 3483 Situao Destruio e ou poluio Falta de projeto de reassentamento Destruio e ou poluio Impedimento de acesso gua No cumprimento de procedimentos legais No cumprimento de procedimentos legais Destruio e ou poluio Falta de projeto de reassentamento

Jaguaribara

Barragem Castanho

10/12/2010

Jaguaribe/Limoeiro do Norte Limoeiro do Norte/Morada Nova Subtotal:

Proj. de Irrigao Jaguaribe-Apodi Projeto de Irrigao Tabuleiro do Russa/Dnocs 8

21/4/2010 19/8/2010

Conflitos em Tempos de SecaMunicpio(s) Baturit Canind Canind Quixad Nome do Conflito Ocupao da Prefeitura Bloqueio da BR-020 Ocupao da Prefeitura Protesto na frente da Prefeitura Data 31/5/2010 5/5/2010 16/7/2010 3/8/2010 Pessoas Reivindicao 1000 Seguro Safra 2500 600 350 Seguro Safra Seguro Safra Seguro Safra

Total Conflitos Seca Total dos Conflitos no Campo CE 22

4

4450 Pessoas: 32915

Conflitos no Campo Brasil

2 0 1 0

Esprito SantoTERRA Conflitos por TerraMunicpio(s) Anchieta Anchieta Aracruz/Conceio da Barra/So Mateus Conceio da Barra/So Mateus Subtotal: Nome do Conflito Comunidade Chapada do A/CSU/Mineradora Vale Comunidade Chapada do A/CSU/Mineradora Vale Aracruz/Vila do Riacho/Caieiras Velhas/Fibria/Votorantim Com. Quilombola So Jorge/Sap do Norte/Aracruz 4 Data 20/7/2010 28/11/2010 3/3/2010 26/1/2010 Famlias Categoria Sem Informao 65 Sem Informao 1200 Quilombolas 70 Quilombolas 1335

OcupaesMunicpio(s) Divino de So Loureno Ponto Belo Subtotal: Nome do Conflito Parque Nacional do Caparo Faz. Panorama/Agrop. Pedra da Lorena 2 Data 4/1/2010 11/3/2010 Famlias Categoria 7 ndios 60 MSTR 67

Total Conflitos por Terra - ES

6

1402

TRABALHO Trabalho EscravoMunicpio(s) Jaguar Jaguar Jaguar Linhares Marechal Floriano Marechal Floriano Marechal Floriano Subtotal: Nome do Conflito Fazenda Barra Seca Fazenda Barra Seca e Alojamentos Fazenda Vargem Grande Fazenda Jurema Fazenda Araponga Fazenda Armani Fazenda Mundo Novo

Trab. na Data Libertos Menores denncia 15/5/2010 20 20 15/5/2010 19 19 15/5/2010 38 38 15/11/2010 15 15 29/6/2010 15 15 20/6/2010 22 22 20/6/2010 17 17 7 146 146

Tipo de Trabalho Caf Caf Caf Cacau Caf Caf Caf

Total Conflitos Trabalhistas - ES

7

146

GUA Conflitos pela guaMunicpio(s) Conceio da Barra Conceio da Barra Conceio da Barra/So Mateus Linhares Subtotal: Nome do Conflito Com. Quilombola S. Domingos/Sap do Norte/Aracruz Com. Quilombola de Angelim I/Sap do Norte/Aracruz Com. Quilombola So Jorge/Sap do Norte/Aracruz Crregos do Arroz/Faria/Rio das Pedras/Mult. Coca-Cola/Sucos Mais 4 Data 6/6/2010 6/6/2010 6/6/2010 11/2/2010 Famlias Tipo Conflito 70 Uso e preservao 70 Uso e preservao 70 Uso e preservao 10 Uso e preservao 220 Situao Destruio e ou poluio Destruio e ou poluio Destruio e ou poluio Destruio e ou poluio

Total dos Conflitos no Campo ES

17

Pessoas: 8256

GoisTERRA Conflitos por TerraMunicpio(s) Caldas Novas Ipameri Itarum Mairipotaba Paranaiguara Rio Verde Subtotal: Nome do Conflito Acamp. Gregrio Bezerra/Margem da GO-119 Faz. Buriti/Corumb Velho Fazenda Tangar Acamp. Renascer/Margem da GO-217 Acamp. no Corredor da Faz. Planalto Fazenda Varginha 6 Data 21/2/2010 22/11/2010 8/11/2010 24/3/2010 10/6/2010 25/5/2010 Famlias Categoria 35 200 60 120 78 60 553 Sem Sem Sem Sem Sem Sem Terra Terra Terra Terra Terra Terra

29OcupaesMunicpio(s) Ipameri Ipameri Itapuranga Itarum Parana Rio Verde Subtotal: Nome do Conflito Faz. Buriti/Corumb Velho Fazenda Lagoinha Fazenda Imprio Fazenda Tangar Fazenda Bela Vista Fazenda Varginha 6 Data 22/11/2010 13/11/2010 22/11/2010 13/11/2010 22/11/2010 22/5/2010 Famlias Categoria 200 50 150 60 400 60 920 MST Terra Livr MST Terra Livr MST Terra Livr

AcampamentosMunicpio(s) Caldas Novas Caldas Novas Caldas Novas Goiandira Itumbiara Subtotal: Nome do Conflito Acamp. Gregrio Bezerra/Margem da GO-119 Acamp. Gregrio Bezerra/Margem da GO-119 Acamp. Paulo Gomes/Margem da GO-213 Acamp. na Rodovia que Liga Goiandira a Catalo Acamp. Brejo Bonito/GO-502 5 Data 21/2/2010 26/2/2010 3/1/2010 22/10/2010 29/4/2010 Famlias Categoria 35 80 32 120 267 MST MST MST SS Fetaeg

Total Conflitos por Terra - GO

17

1740

TRABALHO Trabalho EscravoMunicpio(s) Aragaras Aragoinia Britnia Britnia Britnia Britnia Britnia Britnia Inhumas Ipameri Jovinia Jussara Mineiros Monte Alegre de Gois Monte Alegre de Gois Subtotal: Nome do Conflito Faz. Funil e Veredas/BERC Etanol Chcara Campos Dourados Fazenda gua Limpa do Araguaia Fazenda Chaparral Fazenda do Cleber Carlos de Brito Fazenda Nossa Senhora da Aparecida Fazenda Pompia Fazenda Santa Rosa Fbrica de Farinha Fazenda Buriti Fazenda da Pioner US Du Pont Catorze Carvoarias em 5 Fazendas Fazenda Rio Verde do Monte Alto Fazenda Joo Luiz Fazenda Olho d' gua 15 Data 10/3/2010 9/9/2010 25/2/2010 25/2/2010 25/2/2010 25/2/2010 25/2/2010 25/2/2010 6/5/2010 21/6/2010 30/5/2010 15/3/2010 15/6/2010 25/1/2010 25/1/2010

Trab. na Libertos Menores denncia 143 143 1 1 29 29 17 17 5 5 13 13 8 8 10 10 11 11 8 8 99 99 81 81 2 2 3 3 5 5 2 435 435 2

Tipo de Trabalho Cana-de-acar Servios gerais Carvoaria Carvoaria Carvoaria Carvoaria Carvoaria Carvoaria Farinha Carvoaria Milho Carovaria Minerao Pecuria Pecuria

Total Conflitos Trabalhistas - GO

15

435

GUA Conflitos pela guaMunicpio(s) Catalo/Davinpolis Subtotal: Nome do Conflito Usina Hidreltrica de Serra do Faco 1 Data 13/5/2010 0 Famlias Tipo Conflito Barragens e Audes Situao Destruio e ou poluio

Total dos Conflitos no Campo GO

33

Pessoas: 9135

MaranhoTERRA Conflitos por TerraMunicpio(s) Aailndia Aailndia Aailndia Aailndia Aailndia Nome do Conflito Assentamento Califrnia Com. Piqui de Baixo/Gusa Nordeste S/A - CVRD Correguinho/Corguinho Faz. Conquista/Acamp. Joo do Vale/CVRD Fazenda Toca da Raposa Data 10/4/2010 14/9/2010 31/12/2010 16/9/2010 31/12/2010 Famlias Categoria 200 350 40 39 110 Assentados Posseiros Posseiros Sem Terra Posseiros

Conflitos no Campo Brasil

2 0 1 0

Alcntara Alcntara Alcntara

Aldeias Altas Aldeias Altas Alto Alegre do Maranho Alto Alegre do Maranho Alto Alegre do Maranho Alto Alegre do Maranho Amarante do Maranho Amarante do Maranho Amarante do Maranho/Joo Lisboa/Senador La Rocque Anajatuba/Itapecuru Mirim Territrio Quilombola Monge Belo/Sta. Helena/Ribeiro e outros P. A. gua Fria Araioses Arari Assentamento Piarreira Cedro Arari Pov. Estiro Grande/Gleba Data Santa Ins/Macaquial Arari Povoado Olho d'gua Arari Povoado Pedrinhas Arari Fazenda Tiracanga I Arari/Miranda do Norte Balsas rea nas Proximidades do Bairro Potosi Balsas Assentamento So Jos Balsas Fazenda Bom Jesus Balsas Gleba Bebedouro/Jd. Iracema/Data Bacaba Balsas Povoado Vo da Salina Balsas Ribeiro da Areia/Data Nazar Balsas Ribeiro do sia Barra do Corda Campo So Francisco/Perto da BR-226 Barra do Corda Ourives Barra do Corda T. I. Canabrava-Maraj/So Pedro dos Cacetes Bela Vista do Maranho Assentamento Acerosa Bela Vista do Maranho Assentamento Mata do Boi Belgua Boa Esperana Belgua Centro Seco Belgua Maracuj Belgua/Chapadinha Comunidade de Piquizeiro Bequimo Ariquip Bequimo Boa Vista Bequimo Conceio Bequimo Ramal de Quindiua Bom rea Indgena Aw - Guaj Jardim/Carutapera/Graja/ Turiau/Z Doca Brejo Depsito Brejo Quilombo Alto Bonito Brejo/Milagres Gameleira Brejo/Milagres/Santa Comunidade Lagoa Seca Quitria do Maranho Buriti Comunidade Cacimba do Boi Caxias Pov. So Martinho/Convap Caxias Povoado Buriti do Sangue Caxias Povoado Central dos Medeiros Cedral Boa Vista Cedral Santo Antnio Central do Maranho Estiva dos Irmos Chapadinha Comunidade Barro Vermelho Chapadinha Guarim Chapadinha Tiba Chapadinha Vila Chapu Cod Cocal

Com. Quil. Baracatatiua/Centro de Lanamento de Alcntara Com. Quil. Brito/Centro de Lanamento de Alcntara Com. Quil. Mamuna/Mamona/Centro de Lanamento de Alcntara Pov. Gostoso, Barro I e II, Bom Sucesso/TG Agroindstria Povoado Tamandu Boa Hora 1 Com. Quilombola Marmorana/Boa Hora 3 Faz. Diamantina/Com. Faveira/gua Branca Gleba Campo do Bandeira/Cia. Caxuxa Pastoril Faz. Lorena Saco Grande/Acamp. Curitiba Terra Indgena Governador Faz. Cip Cortado/Rollete

5/10/2010 5/10/2010 5/10/201031/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 9/3/2010 13/3/2010

26 Quilombolas 22 Quilombolas 56 Quilombolas 30 50 59 22 65 70 30 200 310 Posseiros Posseiros Posseiros Quilombolas Quilombolas Posseiros Sem Terra ndios Sem Terra

21/9/201031/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 28/1/2010 31/12/2010 31/12/2010 28/1/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 8/3/2010 8/3/2010 7/11/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 1/8/2010

600 Quilombolas 115 16 5 70 10 7 600 200 42 40 500 28 12 80 109 10 20 311 15 35 30 43 97 52 56 90 39Assentados Assentados Posseiros Assentados Ribeirinhos Posseiros Posseiros Sem Terra Assentados Posseiros Sem Informao Posseiros Posseiros Posseiros Posseiros Posseiros ndios Assentados Assentados Posseiros Posseiros Posseiros Quilombolas Quilombolas Quilombolas Quilombolas Quilombolas ndios

1/6/2010 20/1/2010 31/12/2010 31/12/201031/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010

22 60 65 54 60 50 40 18 50 28 58 26 23 30 93 46

Quilombolas Quilombolas Quilombolas Posseiros Posseiros Ribeirinhos Posseiros Posseiros Quilombolas Quilombolas Quilombolas Posseiros Posseiros Posseiros Posseiros Quilombolas

31Cod Cod Cod Cod Cod Cod Cod Cod Cod Cod Cod Cod Cod Cod Coroat Coroat Cururupu Dom Pedro Duque Bacelar Governador Newton Bello Graja Graja/Mirador/So Raimundo das Mangabeiras Itapecuru Mirim Itapecuru Mirim Lajeado Novo Loreto Magalhes de Almeida Mates do Norte Milagres Milagres Milagres Mirinzal Mirinzal Mirinzal Mono/Z Doca Pao do Lumiar Palmeirndia Palmeirndia Palmeirndia Parnarama Parnarama Pedro do Rosrio Peritor Pinheiro/Santa Helena Pirapemas Presidente Dutra Presidente Vargas Presidente Vargas Riacho Riacho Riacho Ribamar Fiquene/Senador La Rocque Ribamar Fiquene/Senador La Rocque Rosrio Santa Helena Santa Helena Santa Helena Santa Helena Santa Helena Santa Helena Comunidade Queimadas Comunidade Trs Irmos Estiva Faz. Salva Terra/Com. Sta. Rita dos Moiss Mata Virgem Monta Barro Paiol de Barro Parnaso Pov. Buriti Corrente/TG Agroindstria Pov. Buriti Corrente/TG Agroindstria Pov. Vergel/Vegel/Faz. Boa Esperana Povoado Cacimba de Areia Povoado Limo Povoado So Domingos Fazenda Agrojasa Santana Rumo Centro do Estevinho I e II Boqueiro Carabas Fazenda So Benedito Assentamento Bela Aurora Parque Estadual do Mirador 23/10/2010 23/10/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 22/3/2010 10/10/2010 14/1/2010 22/12/2010 22/10/2010 22/10/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 18 20 15 42 25 10 22 12 140 80 50 50 12 58 43 94 24 80 126 30 200 Posseiros Posseiros Quilombolas Quilombolas Quilombolas Posseiros Posseiros Posseiros Quilombolas Quilombolas Quilombolas Posseiros Posseiros Posseiros Posseiros Posseiros Quilombolas Posseiros Posseiros Sem Terra Assentados Posseiros

Pedrinhas Territrio Qulilombola Sta. Rosa dos Pretos Fazenda Lote 7 Povoado Sonhm Fazenda Bebedouro de So Pedro Limoeiro Assentamento Olho d' gua Fazenda Esperana Fazenda Santa Helena Achu Porto Nascimento Vivo P. A. Camacaoca Povoado Pindoba Estrada Real Quilombo Cruzeiro Santo Antnio Data Morro da Velha/Pov. Centro dos Machados/Brejinho Gleba Bebedouro/Faz. Bebedouro Comunidade Z de Campos Faz. Boa Esperana/Modelo Pov. Benfica/Olho d'gua/Ribeiro de Baixo Comunidade Salgado Povoado Massap Porto da Mata Povoado Primeiros Campos Assentamento Alegre Assentamento Sucupira Faz. Couro Danta/Coro Danta Faz. Arizona/Acamp. Salete Moreno Faz. Arizona/Acamp. Salete Moreno Com. Quilombola Miranda/Empresa Vila Nova Industrial Bacuri Cafuz Centro do Armnio Chapadinha I Fazenda Chapada Grande I Fazenda Chapada Grande II

28/11/2010 31/12/2010 2/3/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 16/10/2010 31/10/2010 21/11/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 29/8/2010 15/9/2010 20/3/2010 12/11/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010

Quilombolas Quilombolas Sem Terra Posseiros Posseiros Posseiros Assentados Posseiros Posseiros Quilombolas Quilombolas Quilombolas Assentados Posseiros Quilombolas Quilombolas Quilombolas Posseiros Posseiros Ribeirinhos Sem Terra Posseiros Posseiros Posseiros Sem Terra Assentados 42 Assentados 104 Assentados 10 Posseiros Sem Terra 500 75 96 100 34 53 141 16 36 164 23 100 200 100 212 100 90 62 12 120 42 30 17 40 58 Sem Terra Quilombolas Quilombolas Quilombolas Quilombolas Quilombolas Posseiros Posseiros

75 20 26 90 23 68

Conflitos no Campo Brasil

2 0 1 0

Santa Helena Santa Helena Santa Helena Santa Ins Santa Luzia Santa Quitria do Maranho Santa Quitria do Maranho Santa Quitria do Maranho Santa Quitria do Maranho Santa Quitria do Maranho Santa Quitria do Maranho Santa Quitria do Maranho Santa Quitria do Maranho Santa Quitria do Maranho Santa Quitria do Maranho Santa Quitria do Maranho So Benedito do Rio Preto So Benedito do Rio Preto So Benedito do Rio Preto So Bento So Bento So Lus So Lus So Lus So Lus Gonzaga do Maranho So Lus Gonzaga do Maranho So Mateus do Maranho So Mateus do Maranho So Raimundo das Mangabeiras So Vicente Ferrer So Vicente Ferrer Satubinha Serrano do Maranho Serrano do Maranho Serrano do Maranho Serrano do Maranho Timbiras Timbiras Urbano Santos Urbano Santos Urbano Santos Urbano Santos Urbano Santos Urbano Santos Urbano Santos Urbano Santos Urbano Santos Z Doca Subtotal:

Fazenda Esprito Santo Fazenda So Benedito Pau Pombo dos Pretos P. A. Santa Maria do Capistrano Assentamento Flechal Alto Formoso Cabeceira da Tabatinga

31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 20/4/2010 31/12/2010 31/12/2010

72 22 59 100

Quilombolas Quilombolas Quilombolas Assentados Assentados 120 Posseiros 35 Posseiros 220 Posseiros 22 Posseiros 96 Posseiros 6 Posseiros 34 Posseiros 22 Posseiros 280 Posseiros 8 Posseiros 63 Posseiros 86 53 20 83 115 154 100 Posseiros Posseiros Quilombolas Quilombolas Quilombolas Assentados Sem Informao

Com. Coceira, Baixo da Coceira e Mund/Suzano Papel e 31/12/2010 Celulose Com. Faco/Suzano Papel e Celulose 31/12/2010 Com. Lagoa das Carabas/Suzano Papel e Celulose Com. Manoel Quente/Suzano Papel e Celulose Com. So Jos/Suzano Papel e Celulose Com. Taboca/Suzano Papel e Celulose Pau Serrado/Rio Grande dos Lopes/Rio Grande dos Gonalves Sucupira Vertente Santa Emlia Santo Antnio So Domingos Macajubal Olho d' gua dos Gomes Assentamento Cassaco Com. Alto da Esperana/Bairro Anjo da Guarda/Praia do Boqueiro/CVRD Povoado Ilhinha/Vila Maranho Comunidade Quilombola de Santarm Povoado So Pedro Pov. Curva/Data Timbaba Pov. Curva/Data Timbaba Data Varginha/Faz.Taboa Comunidade Quilombola de Charco Comunidade Quilombola de Charco Santa Maria Boa Esperana II Com. Aude/Iteno/Vista Alegre Com. Quilombolas Cedro, Sta. Filomena, Ponta/Curral Grande Vera Cruz Comunidade Conceio Fazenda Campestre Catulo Baixa Grande Boa Unio II Bom Princpio Bracinho Com. Quilombola de Santa Maria Comunidade de Baixo dos Loretos Comunidade Prata Estiva do Gaganti Santa Filomena So Benedito 170 31/12/2010 29/4/2010 29/4/2010 29/4/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/5/2010 16/4/2010 17/12/2010 31/12/2010 21/10/2010 31/5/2010 22/9/2010 31/12/2010 25/9/2010 30/10/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010

50 Posseiros 72 Quilombolas 25 Quilombolas Posseiros Posseiros 84 Assentados Quilombolas Quilombolas Posseiros Quilombolas Quilombolas Quilombolas Quilombolas Posseiros Posseiros Posseiros Posseiros Posseiros Posseiros Quilombolas Posseiros Posseiros Posseiros Posseiros Posseiros

30 80 92 100 300 45 42 350 25 48 30 30 80 45 26 30 28 25 13071

33Total Conflitos por Terra - MA 170 13071

TRABALHO Trabalho EscravoMunicpio(s) Aailndia Aailndia Aailndia Aailndia Aailndia Bom Jardim Bom Jardim Bom Jardim Bom Jesus das Selvas Centro Novo do Maranho Cidelndia Governador Archer Lajeado Novo Riacho Santa Luzia Santa Luzia Santa Luzia Nome do Conflito Faz. Bom Sossego/Unio Fazenda do Eliseu Sousa da Silva Fazenda Manchester/ Zuza Logrado Fazenda So Jos Fazenda Terra Dourada Fazenda Boa Esperana Fazenda do Beto Fazenda Zonga/Minas Gerais/Rio dos Bois/Vale Verde/Lago Verde Fazenda do Joo Antnio Vilas Boas Fazenda do Sr. Valdo Fazenda Serra Azul Fazenda Maria de Jesus Fazenda Riacho Fazenda CANOP/ Rio Vermelho Fazenda Mata Nativa III Fazenda Nativa Fazenda Saramandaia Data 15/9/2010 5/10/2010 23/3/2010 21/7/2010 7/4/2010 11/6/2010 7/6/2010 29/6/2010 5/10/2010 10/5/2010 17/9/2010 13/5/2010 29/10/2010 21/10/2010 5/5/2010 6/12/2010 14/10/2010

Trab. na denncia 10 5 8 36 9 15 6 48 5 33 10 5 24 12 13 9 17

Libertos

Menores

8 5 4

21

47 7

Tipo de Trabalho Roagem Pecuria 1 Roagem, cerca, agrotxico Desmatamento Roagem Roagem, pecuria Roagem Roagem Roagem, milho Roagem, cerca, desmatamento Roagem, desmatamento Roagem Cana-de-acar Roagem Roagem, agrotxico 1 Roagem 1 Pecuria, roagem, desmatamento 4 Roagem 7

5

10

12

So Joo do Caru Subtotal:

Fazenda Asa Branca Trs 18

6/12/2010

17 282 Trab. na denncia 80 80 Trab. na denncia 4 4

119

SuperexploraoMunicpio(s) Caxias So Flix de Balsas Subtotal: Nome do Conflito Fazenda Apismel Carvoaria G5/Ekos Desenvolvimento 2 Data 22/6/2010 11/6/2010

Resgatados Menores

Tipo de Trabalho SI Carvoaria

Desrespeito TrabalhistaMunicpio(s) Riacho Subtotal: Nome do Conflito Fazenda Joo do Carmo 1 Data 2/9/2010

Feridos em Mortos em Acidentes Acidentes de Trabalho de Trabalho Tipo de Trabalho

Carvoaria

Total Conflitos Trabalhistas - MA

21

366

GUA Conflitos pela guaMunicpio(s) Anajatuba/Itapecuru Mirim Arari Chapadinha Estreito Nome do Conflito Territrio Quilombola Monge Belo/Sta. Helena/Ribeiro e outros Povoado Pedrinhas Vila Chapu Usina Hidreltrica de Estreito Data 21/9/2010 1/1/2010 1/1/2010 2/9/2010 Famlias Tipo Conflito 600 Uso e preservao 7 Apropriao Particular 93 Uso e preservao 1150 Barragens e Audes 500 Uso e preservao 23 Apropriao Particular 32 Apropriao Particular 30 Apropriao Particular Situao Destruio e ou poluio Destruio e ou poluio Destruio e ou poluio No cumprimento de procedimentos legais Destruio e ou poluio Impedimento de acesso gua Impedimento de acesso gua Impedimento de acesso gua

Itapecuru Mirim Mirinzal Pinheiro Pirapemas

Territrio Qulilombola Sta. Rosa dos Pretos Vivo Outeiro Comunidade Salgado

31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010 31/12/2010

Conflitos no Campo Brasil

2 0 1 0

Subtotal:

8

2435

Total dos Conflitos no Campo MA

199

Pessoas: 77896

Mato GrossoTERRA Conflitos por TerraMunicpio(s) Alto da Boa Vista/So Flix do Araguaia Alto Paraguai Bom Jesus do Araguaia/Serra Nova Dourada Canabrava do Norte Canabrava do Norte Cuiab Cuiab Lucas do Rio Verde/Nova Mutum Nova Maring Novo Mundo Novo Mundo Porto Alegre do Norte Porto Alegre do Norte Primavera do Leste Rondonpolis Rosrio do Oeste So Jos dos Quatro Marcos So Jos dos Quatro Marcos Sinop Sorriso Subtotal: Nome do Conflito T.I. Mariwatsed/Xavante/Faz. Sui-Missu Esplanada/Faz. Ema Faz. Bordon/P. A. Bordolndia Data 22/9/2010 19/8/2010 15/12/2010 Famlias Categoria 90 ndios 50 Sem Terra 560 Assentados

Fazenda Afonso Rodrigues Fazenda Santo ngelo rea em Coxip do Ouro P. A. Machaguau Gleba Ribeiro Grande Fazenda Oriente Gleba Nhandu/Faz. Cinco Estrelas Gleba Nhandu/Faz. Cinco Estrelas Assent. Fartura/Faz. Roncador Assent. Fartura/Faz. Roncador Fazenda Monte Lbano Acamp. 13 de Outubro/Rod. do Peixe Assentamento Boa Vista Fazenda Araponga Stio Planalto Faz. Loanda/Maraca/Acamp. na BR-163 Assentamento Santa Rosa I e II 20

31/1/2010 31/1/2010 19/11/2010 27/2/2010 9/2/2010 20/11/2010 21/2/2010 1/8/2010 30/5/2010 15/6/2010 20/1/2010 20/1/2010 25/6/2010 20/1/2010 20/1/2010 20/1/2010 14/6/2010

3 3 172 80 1

Sem Sem Sem Sem Sem

Terra Terra Terra Terra Terra

17 Sem Terra Sem Terra 180 Sem Terra Assentados 60 Assentados 150 Sem Terra 540 Sem Terra 51 Assentados 1 Sem Terra 1 Sem Terra 1 Sem Terra 300 Assentados 2260

OcupaesMunicpio(s) Canabrava do Norte Cuiab Porto Alegre do Norte Subtotal: Nome do Conflito Fazenda Santo ngelo P. A. Machaguau Assent. Fartura/Faz. Roncador 3 Data 1/2/2010 17/1/2010 30/5/2010 Famlias Categoria 3 SI 80 SI 60 MTR 143

AcampamentosMunicpio(s) Alto Paraguai Subtotal: Nome do Conflito Esplanada/Faz. Ema 1 Data 20/8/2010 Famlias Categoria 50 SI 50

Total Conflitos por Terra - MT

24

2453

TRABALHO Trabalho EscravoMunicpio(s) Apiacs Apiacs Apiacs Juara Nova Bandeirantes Nova Bandeirantes Nova Bandeirantes Nova Cana do Norte Nova Ubirat Nome do Conflito Fazenda Araguaia Fazenda Costa Norte Fazenda Mato Fazenda Paineiras Fazenda Flor da Mata Fazenda Formosa Fazenda Recreio II Fazenda Beija Flor Fazenda Paralelo 12 Data 10/4/2010 12/9/2010 10/4/2010 25/4/2010 22/5/2010 22/5/2010 15/5/2010 2/8/2010 25/9/2010

Trab. na denncia 6 3 6 7 4 2 5 8 4

Libertos

Menores

6 3 6 7 4 2 5 4

Tipo de Trabalho Pecuria Pecuria Pecuria Pecuria Pecuria Pecuria Pecuria Pecuria Pecuria

35Novo Mundo Novo Mundo Paranata Rondolndia Tabapor Tapurah Vila Rica Vila Rica Subtotal: Fazenda Beira Rio Fazenda do Edmar Koller Heller Fazenda So Cristovo Fazenda Peralta Carvoaria Ouro Preto Fazenda Paraso da Amaznia Fazenda Califrnia Fazenda Reunidas 17 30/10/2010 30/10/2010 5/6/2010 5/6/2010 15/3/2010 10/11/2010 15/3/2010 30/9/2010 4 2 6 11 1 7 5 8 89 Trab. na denncia 9 9 Trab. na denncia 6 6 4 2 6 11 1 7 5 8 81 Minerao Minerao Pecuria Pecuria Carvoaria Soja Pecuria Pecuria

SuperexploraoMunicpio(s) Jaciara Subtotal: Nome do Conflito Fazenda Terra do Sol 1 Data 2/9/2010

Resgatados Menores

Tipo de Trabalho Servios gerais

Desrespeito TrabalhistaMunicpio(s) Vila Rica Subtotal: Nome do Conflito Fazenda Ouro Verde 1 Data 30/3/2010

Feridos em Mortos em Acidentes Acidentes de Trabalho de Trabalho Tipo de Trabalho

Roagem e derrubada

Total Conflitos Trabalhistas - MT

19

104

GUA Conflitos pela guaMunicpio(s) Chapada dos Guimares Juna Paranata Subtotal: Nome do Conflito Usina de Manso/Furnas/Faz. do Mamo T. I. Enawen-Naw/Adowin/Rio Preto PCHs no Rio Teles Pires 3 Data 7/3/2010 22/6/2010 14/8/2010 Famlias Tipo Conflito 780 Barragens e Audes 96 Uso e preservao Barragens e Audes 876 Situao Reassentamento inadequado Destruio e ou poluio Ameaa de expropriao

Total dos Conflitos no Campo MT

46

Pessoas: 16749

Mato Grosso do SulTERRA Conflitos por TerraMunicpio(s) Amamba/Coronel Sapucaia Amamba/Coronel Sapucaia Bataipor Corumb Douradina Douradina Japor Miranda Miranda Miranda Paranhos Subtotal: Nome do Conflito Faz. Madama/Kurussu Amb/Acamp. s margens da MS-289 Faz. Madama/Kurussu Amb/Acamp. s margens da MS-289 Fazenda Primavera P. A. Tamarineiro II rea ao lado das Aldeias Lagoa Rica e Panambi/Acamp. Ita'y Ka'aguyrusu rea ao lado das Aldeias Lagoa Rica e Panambi/Acamp. Ita'y Ka'aguy