confissão de fé batista de londres de 1689

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CONFISSÃO DE FÉ BATISTA DE LONDRES DE 1689 Tradução: Júlio Filho Revisão: Walter Andrade Campelo Adotada pelos Ministros e Mensageiros da Assembleia Geral reunida em Londres de 03 a 11 de julho de 1689 PRÓLOGO Por Charles-Haddon Spurgeon Este antigo documento é o mais excelente resumo escrito das coisas mais seguramente cridas entre nós. Não é publicado como regra impositiva ou código de fé, por meio do qual vós possais ser algemados, mas como um meio de edificação em justiça. É uma excelente, ainda que não inspirada, expressão dos ensinos das Sagradas Escrituras por meio das quais todas as confissões devem ser medidas. Nós através dela sustentamos as humilhantes verdades da soberana graça de Deus no processo de salvação dos pecadores perdidos. A salvação é somente através de Cristo e somente por fé. CAPÍTULO 1 AS SAGRADAS ESCRITURAS 1. A Sagrada Escritura é a única regra suficiente, certa e infalível de conhecimento para a salvação, de fé e de obediência. 1 A luz da natureza, e as obras da criação e da providência, manifestam a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, de tal modo que os homens ficam inescusáveis; contudo não são suficientes para dar conhecimento de Deus e de sua vontade que é necessário para a salvação. 2 Por isso, em diversos tempos e por diferentes modos, o Senhor foi servido revelar-se a si mesmo e declarar sua vontade à sua igreja. 3 E para a melhor preservação e propagação da verdade, e o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja, contra a corrupção da carne e a malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazer escrever por completo todo esse conhecimento de Deus e revelação de sua vontade necessários à salvação; o que torna a Escritura indispensável, tendo cessado aqueles antigos modos em que Deus revelava sua vontade a seu povo. 4 1 II Timóteo 3:15-17; Isaías 8:20; Lucas 16:29,31; Efésios 2:20. 2 Romanos 1:19-21; Romanos 2:14,15; Salmo 19:1-3. 3 Hebreus 1:1. Confissão Fé Batista de Londres de 1689 http://batista1689.com 1

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Documento que reúne elementos fundamentais da fé cristã sob a ótica batista.Tradução: Júlio FilhoRevisão: Walter Andrade Campelohttp://batista1689.com/

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  • CONFISSO DE F BATISTADE LONDRES DE 1689

    Traduo: Jlio FilhoReviso: Walter Andrade Campelo

    Adotada pelos Ministros e Mensageiros da Assembleia Geral reunida em Londres de 03 a 11 de julho de 1689

    PRLOGOPor Charles-Haddon Spurgeon

    Este antigo documento o mais excelente resumo escrito das coisas mais seguramentecridas entre ns. No publicado como regra impositiva ou cdigo de f, por meio doqual vs possais ser algemados, mas como um meio de edificao em justia. umaexcelente, ainda que no inspirada, expresso dos ensinos das Sagradas Escrituras pormeio das quais todas as confisses devem ser medidas. Ns atravs dela sustentamos ashumilhantes verdades da soberana graa de Deus no processo de salvao dos pecadoresperdidos. A salvao somente atravs de Cristo e somente por f.

    CAPTULO 1AS SAGRADAS ESCRITURAS

    1. A Sagrada Escritura a nica regra suficiente, certa e infalvel de conhecimento paraa salvao, de f e de obedincia.1 A luz da natureza, e as obras da criao e daprovidncia, manifestam a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, de tal modo que oshomens ficam inescusveis; contudo no so suficientes para dar conhecimento de Deuse de sua vontade que necessrio para a salvao.2

    Por isso, em diversos tempos e por diferentes modos, o Senhor foi servido revelar-se asi mesmo e declarar sua vontade sua igreja.3 E para a melhor preservao epropagao da verdade, e o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja, contra acorrupo da carne e a malcia de Satans e do mundo, foi igualmente servido fazerescrever por completo todo esse conhecimento de Deus e revelao de sua vontadenecessrios salvao; o que torna a Escritura indispensvel, tendo cessado aquelesantigos modos em que Deus revelava sua vontade a seu povo.4

    1 II Timteo 3:15-17; Isaas 8:20; Lucas 16:29,31; Efsios 2:20.

    2 Romanos 1:19-21; Romanos 2:14,15; Salmo 19:1-3.

    3 Hebreus 1:1.

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  • 4 Provrbios 22:19-21; Romanos 15:4; II Pedro 1:19-20.

    2. Sob o nome de Sagradas Escrituras ou Palavra de Deus escrita, incluem-se agora todos os livros do Velho Testamento e Novo Testamento, que so os seguintes:

    O VELHO TESTAMENTOGnesis 1Reis Eclesiastes Obadiasxodo 2Reis Cantares JonasLevtico 1Crnicas Isaas MiquiasNmeros 2Crnicas Jeremias NaumDeuteronmio Esdras Lamentaes HabacuqueJosu Neemias Ezequiel SofoniasJuizes Ester Daniel AgeuRute J Osias Zacarias1Samuel Salmos Joel Malaquias2Samuel Provrbios Ams

    O NOVO TESTAMENTOMateus Efsios HebreusMarcos Filipenses TiagoLucas Colossenses 1PedroJoo 1Tessalonissenses 2PedroAtos 2Tessalonissenses 1JooRomanos 1Timteo 2Joo1Corntios 2Timteo 3Joo2Corntios Tito JudasGlatas Filemom Apocalipse

    Todos os quais foram dados por inspirao de Deus, para serem a regra de f e vidaprtica.5

    5 II Timteo 3:16.

    3. Os livros comumente chamados Apcrifos, no sendo de inspirao divina, nofazem parte do cnon ou compndio das Escrituras. Portanto, nenhuma autoridade tmpara a Igreja de Deus, e nem podem ser de modo algum aprovados ou utilizados, senocomo quaisquer outros escritos humanos.6

    6 Lucas 24:27,44; Romanos 3:2.

    4. A autoridade da Sagrada Escritura, razo pela qual deve ser crida e obedecida, nodepende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas provm inteiramente deDeus, sendo Ele mesmo a verdade e o seu autor. A Escritura, portanto, tem que serrecebida, por ser a Palavra de Deus.7

    7 II Pedro 1:19-21; II Timteo 3:16; II Tessalonicenses 2:13; I Joo 5:9.

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  • 5. Pelo testemunho da Igreja de Deus podemos ser movidos e persuadidos a ter em altoe reverente apreo as Sagradas Escrituras. A santidade do assunto, a eficcia dadoutrina, a majestade do estilo, a harmonia de todas as partes, o propsito do todo (que dar toda glria a Deus), a plena revelao que faz do nico meio de salvao para ohomem, e muitas outras excelncias incomparveis e perfeio completa, soargumentos pelos quais abundantemente se evidencia serem elas a Palavra de Deus.Contudo, a nossa plena persuaso e certeza quanto sua verdade infalvel e divinaautoridade provm da operao interna do Esprito Santo, que pela Palavra e com aPalavra testifica aos nossos coraes.8

    8 Joo 16:13-14; I Corntios 2:10-12; I Joo 2:20,27.

    6. Todo o conselho de Deus, concernente a todas as coisas necessrias para a suaprpria glria, para a salvao do homem, a f e a vida, est expressamente declaradoou necessariamente contido na Sagrada Escritura. A ela nada em tempo algum seacrescentar, quer por nova revelao do Esprito, quer por tradies de homens.9Entretanto, reconhecemos ser necessria a iluminao interior, da parte do Esprito deDeus, para a compreenso salvadora daquilo que revelado na Palavra.10Reconhecemos que h algumas circunstncias, concernentes adorao a Deus e aogoverno da igreja, que so peculiares s sociedades e costumes humanos, e que devemser ordenadas pela luz da natureza e pela prudncia crist, segundo as normas gerais daPalavra que sempre devem ser observadas.11

    9 II Timteo 3:15-17; Glatas 1:8-9.

    10 Joo 6:45; I Corntios 2:9-12.

    11 I Corntios 11:13-14; I Corntios 14:26,40.

    7. Na Escritura no so todas as coisas igualmente claras, nem igualmente evidentespara todos.12 Mesmo assim, as coisas que precisam ser conhecidas, cridas e obedecidaspara a salvao esto claramente propostas e explicadas em uma passagem ou outra; e,pelo devido uso de meios comuns, no apenas os eruditos, mas tambm os indoutos,podem obter uma compreenso suficiente de tais coisas.13

    12 II Pedro 3:16.

    13 Salmo 19:7; Salmo 119:130.

    8. O Antigo Testamento em hebraico (que era a lngua verncula do povo de Deus naAntigidade),14 e o Novo Testamento em grego (que em sua poca era a lngua maisconhecida entre as naes), tendo sido diretamente inspirados por Deus e, pelo seusingular cuidado e providncia, conservados puros no correr dos sculos, so, portanto,autnticos, de maneira que, em toda controvrsia de natureza religiosa, a Igreja deveapelar para eles como palavra final.15 Mas visto que essas lnguas originais no soconhecidas de todo o povo de Deus Que tem direito e interesse nas Escrituras, e que ordenado a ler16 e examinar17 as Escrituras no temor de Deus os Testamentos devem

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  • ser traduzidos para a lngua de cada nao,18 a fim de que, permanecendo a Palavra nopovo de Deus, abundantemente, todos adorem a Deus e maneira aceitvel, e pelapacincia e consolao das Escrituras possam ter esperana.19

    14 Romanos 3:2.

    15 Isaas 8:20.

    16 Atos 15:15.

    17 Joo 5:39.

    18 I Corntios 14:6,9,11-12,24,28.

    19 Colossenses 3:16.

    9. A regra infalvel de interpretao das Escrituras a prpria Escritura. Portanto,sempre que houver dvida quanto ao verdadeiro e pleno sentido de qualquer passagem(sentido este que no mltiplo, mas um nico), essa passagem deve ser examinada emconfrontao com outras passagens, que falem mais claramente.20

    20 II Pedro 1:20-21; Atos 15:15-16

    10. O juiz supremo, pelo qual todas as controvrsias religiosas devem ser resolvidas etodos os decretos e conclios, todas as opinies de escritores antigos e doutrinas dehomens devem ser examinadas, e os espritos provados, no pode ser outro seno aSagrada Escritura entregue pelo Esprito Santo. Nossa f recorrer Escritura para adeciso final.21

    21 Mateus 22:29,31-32; Efsios 2:20; Atos 28:23.

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  • CAPTULO 2DEUS E A SANTSSIMA TRINDADE

    1. O Senhor nosso Deus somente um, o Deus vivo e verdadeiro,1 cuja subsistncia estem si mesmo e provm de si mesmo;2 infinito em seu ser e perfeio, cuja essncia porningum pode ser compreendida, seno por Ele mesmo.3 Ele um esprito purssimo,4invisvel, sem corpo, membros ou paixes; o nico que possui imortalidade, habitandoem luz inacessvel, a qual nenhum homem capaz de ver;5 imutvel,6 imenso,7 eterno,8incompreensvel, todo-poderoso;9 em tudo infinito, santssimo,10 sapientssimo;completamente livre e absoluto, operando todas as coisas segundo o conselho da suaprpria vontade,11 que justssima e imutvel, e para a sua prpria glria;12amantssimo, gracioso, misericordioso, longnimo; abundante em verdade ebenignidade, perdoando a iniqidade, a transgresso e o pecado; o recompensadordaqueles que o buscam diligentemente;13 contudo justssimo e terrvel em seusjulgamentos,14 odiando todo pecado,15 e que de modo nenhum inocentar o culpado.16

    1 I Corntios 8:4,6; Deuteronmio 6:4.

    2 Jeremias 10:10; Isaas 48:12.

    3 xodo 3:14.

    4 Joo 4:24.

    5 I Timteo 1:17; Deuteronmio 4:15-16.

    6 Malaquias 3:6.

    7 I Reis 8:27; Jeremias 23:23.

    8 Salmo 90:2.

    9 Gnesis 17:1.

    10 Isaas 6:3.

    11 Salmo 115:3; Isaas 46:10.

    12 Provrbios 16:4; Romanos 11:36.

    13 xodo 34:6-7; Hebreus 11:6.

    14 Neemias 9:32-33.

    15 Salmo 5:5-6.

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  • 16 xodo 34:7; Naum 1:2-3.

    2. Deus tem em si mesmo e de si mesmo toda a vida,17 glria,18 bondade19 e bem-aventurana. Somente ele auto-suficiente, em si e para si mesmo; e no precisa denenhuma das criaturas que fez, nem delas deriva glria alguma;20 mas somentemanifesta, nelas, por elas, para elas e sobre elas a sua prpria glria. Ele, somente, afonte de toda existncia: de quem, atravs de quem e para quem so todas as coisas,21tendo o mais soberano domnio sobre todas as criaturas, para fazer por meio delas, paraelas e sobre elas tudo quanto lhe agrade.22 Todas as coisas esto abertas e manifestasperante Ele;23 o seu conhecimento infinito, infalvel e independe da criatura, demaneira que para Ele nada contingente ou incerto.24 Ele santssimo em todos os seuspensamentos, em todas as suas obras,25 e em todos os seus mandamentos. A Ele sodevidos, da parte de anjos e de homens, toda adorao,26 todo servio, e toda obedinciaque, como criaturas, eles devem a criador; e tudo mais que Ele se agrade em requerer desuas criaturas.

    17 Joo 5:26.

    18 Salmo 148:13.

    19 Salmo 119:68.

    20 J 22:2-3.

    21 Romanos 11:34-36.

    22 Daniel 4:25,34-35.

    23 Hebreus 4:13.

    24 Ezequiel 11:5; Atos 15:18.

    25 Salmo 145:17.

    26 Apocalipse 5:12-14.

    3. Neste ser divino e infinito h trs pessoas: o Pai, a Palavra (ou Filho) e o EspritoSanto;27 de uma mesma substncia, igual poder e eternidade, possuindo cada uma inteiraessncia divina, que indivisvel.28 O Pai, de ningum gerado ou procedente; o Filho gerado eternamente do Pai;29 o Esprito Santo procede do Pai e do Filho, eternamente;30todos infinitos e sem princpio de existncia. Portanto, um s Deus; que no deve serdivido em seu ser ou natureza, mas, sim, distinguido pelas diversas propriedadespeculiares e relativas, e relaes pessoais. Essa doutrina da Trindade o fundamento detoda a nossa comunho com Deus e confortvel dependncia dEle.

    27 I Joo 5:7; Mateus 28:19; II Corntios 13:14.

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  • 28 xodo 3:14; Joo 14:11; I Corntios 8:6.

    29 Joo 1:14,18.

    30 Joo 15:26; Glatas 4:6.

    CAPTULO 3O DECRETO DE DEUS

    1. Desde toda a eternidade, Deus mesmo decretou todas as coisas que iriam acontecerno tempo; e isto Ele fez segundo o conselho da sua prpria vontade, muita sbia e muitosanta.1 F-lo, porm, de um modo em que Deus em nenhum sentido o autor dopecado,2 nem se torna co-responsvel pelo pecado, nem faz violncia vontade de suascriaturas, nem impede a livre ao das causas secundrias ou contingentes. Pelocontrrio, estas causas secundrias so confirmadas;3 e em tudo isso aparece a sabedoriade Deus em dispor de todas as coisas, e o seu poder e fidelidade em fazer cumprir seudecreto.4

    1 Isaas 46:10; Efsios 1:11; Hebreus 6:17; Romanos 9:15,18.

    2 Tiago 1:13; I Joo 1:5.

    3 Atos 4:27-28; Joo 19:11.

    4 Nmeros 23:19; Efsios 1:3-5.

    2. Embora Deus saiba tudo quanto pode ou poder acontecer,5 em todas as condiespossveis, Ele nada decretou por causa do seu conhecimento prvio do futuro ou daquiloque viria a acontecer em determinada situao.6

    5 Atos 15:18.

    6 Romanos 9:11,13,16,18.

    3. Pelo decreto, e para manifestao da glria de Deus, alguns homens e alguns anjosso predestinados (ou preordenados) para a vida eterna atravs de Jesus Cristo,7 paralouvor da sua graa gloriosa.8 Os demais so deixados em seu pecado, agindo para suaprpria e justa condenao; e isto para louvor da justia gloriosa de Deus.9

    7 I Timteo 5:21; Mateus 25:34.

    8 Efsios 1:5-6.

    9 Romanos 9:22-23; Judas 4.

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  • 4. Os anjos e homens predestinados (ou preordenados) esto designados de formaparticular e imutvel, e o seu nmero to certo e definido que no pode ser aumentadoou diminudo.10

    10 II Timteo 2:19; Joo 13:18.

    5. Dentre a humanidade, aqueles que so predestinados para a vida, Deus os escolheuem Cristo para glria eterna; e isto de acordo com o seu propsito eterno e imutvel,pelo conselho secreto e pelo beneplcito da sua vontade, antes da fundao do mundo,apenas por sua livre graa e amor,11 nada havendo em suas criaturas que servisse comocausa ou condio para essa escolha.12

    11 Efsios 1:4,9,11; Romanos 8:30; II Timteo 1:9; I Tessalonicenses 5:9.

    12 Romanos 9:13,16; Efsios 2:5,12.

    6. Deus no apenas designou os eleitos para glria, de acordo com o propsito eterno eespontneo da sua vontade, mas tambm preordenou todos os meios pelos quais o seupropsito ser efetivado.13 Por isso os eleitos, achando-se cados em Ado, soredimidos em Cristo14 e chamados eficazmente para a f nEle, pela ao do EspritoSanto, e no seu devido tempo; e so justificados, adotados, santificados15 e guardadospelo poder de Deus, mediante a f, para salvao.16

    Ningum mais redimido por Cristo, chamado eficazmente, justificado, adotado,santificado e salvo, seno unicamente os eleitos.17

    13 I Pedro 1:2; II Tessalonicenses 2:13.

    14 I Tessalonicenses 5:9-10.

    15 Romanos 8:30; II Tessalonicenses 2:13.

    16 I Pedro 1:5.

    17 Joo 10:26; Joo 17:9; Joo 6:64.

    7. Este alto mistrio da predestinao deve ser tratado com especial prudncia ecuidado, para que os homens, atentando para a vontade de Deus revelada em suaPalavra, e prestando-lhe obedincia, possam assegurar-se de sua eleio eterna,18 pelacomprovao de sua chamada eficaz. Ser desse modo que a doutrina da predestinaopromover louvor,19 reverncia e admirao a Deus, bem como humildade,20 diligncia econsolao abundante para todos os que obedecem sinceramente ao evangelho.21

    18 I Tessalonicenses 1:4-5; II Pedro 1:10.

    19 Efsios 1:6; Romanos 11:33.

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  • 20 Romanos 11:5-6,20.

    21 Lucas 10:20.

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  • CAPTULO 4A CRIAO

    1. No princpio, aprouve ao Deus triuno (Pai, Filho e Esprito Santo),1 para manifestaoda glria do seu poder,2 sabedoria e bondade eternais, criar ou fazer o mundo e todas ascoisas que nele existem, tanto visveis como invisveis, no espao de seis dias; e tudomuito bom.3

    1 Joo 1:2-3; Hebreus 1:2; J 26:13.

    2 Romanos 1:20.

    3 Colossenses 1:16; Gnesis 1:31.

    2. Depois de ter feito todas as demais criaturas, Deus criou o ser humano, homem emulher,4 dotados de uma alma racional e imortal.5 E os adequou perfeitamente para avida para Deus, para a qual foram criados, tendo sido feitos segundo a imagem de Deus,em conhecimento, retido e verdadeira santidade,6 possuindo a lei de Deus inscrita emseus coraes,7 e o poder para cumpri-la. No entanto havia a possibilidade detransgresso, pois foram deixados na liberdade e sua prpria vontade, a qual estavasujeita a mudanas.8

    4 Gnesis 1:27.

    5 Gnesis 2:7.

    6 Eclesiastes 7:29; Gnesis 1:26.

    7 Romanos 2:14-15.

    8 Gnesis 3:6.

    3. Alm de terem a lei de Deus escrita em seus coraes, eles tambm receberam aordem de no comerem da rvore da cincia do bem e do mal;9 enquanto obedeceram aesse preceito, foram felizes em sua comunho com Deus e tiveram domnio sobre todasas criaturas.10

    9 Gnesis 2:17.

    10 Gnesis 1:26,28.

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  • CAPTULO 5A PROVIDNCIA DIVINA

    1. Deus, o bom criador de todas as coisas, em seu poder e sabedoria infinitos, mantm,dirige, dispe de, e governa todas as criaturas e coisas,1 desde as maiores at smnimas,2 pela sua muito sbia e muito santa providncia, para que cumpram com afinalidade para a qual foram criadas. Isso feito de acordo com a infalvel prescinciade Deus e o conselho livre e imutvel das sua prpria vontade, para o louvor da glriade sua sabedoria, poder, justia, bondade infinita e misericrdia.3

    1 Hebreus 1:3; J 38:11; Isaas 46:10-11; Salmo 135:6.

    2 Mateus 10:29-31.

    3 Efsios 1:11.

    2. Em relao prescincia e ao decreto de Deus (que a causa primria de tudo), todasas coisas acontecem imutvel e infalivelmente,4 de maneira que nada sucede por acasoou fora da providncia de Deus.5 No entanto, por esta mesma providncia, Deus dirigeos acontecimentos por meio de causas secundrias, que operam livremente, ou comoleis fixas, ou por interdependncia.6

    4 Atos 2:23.

    5 Provrbios 16:33.

    6 Gnesis 8:22.

    3. Normalmente, Deus faz uso de meios em sua providncia,7 mas livre para operarsem,8 acima de,9 e contra10 os meios ordinrios, segundo bem entenda.

    7 Atos 27:31,44; Isaas 55:10-11.

    8 Osias 1:7.

    9 Romanos 4:19-21.

    10 Daniel 3:27.

    4. A onipotncia, a sabedoria inescrutvel e a infinita bondade de Deus se manifestamna providncia, de um modo to abrangente, que o seu conselho determinado se estendeat mesmo queda no pecado e a todos os outros atos pecaminosos, sejam de homensou de anjos.11 Isto envolve mais do que uma mera permisso, porque Deus, muito sbiae muito poderosamente, limita, regula e governa12 os atos pecaminosos, em umadispensao multiforme, atendendo aos santos desgnios de Deus.13 Mesmo assim, a

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  • pecaminosidade desses atos procede das criaturas, e no de Deus, que, sendo muitosanto e muito justo, no nem pode ser o autor do pecado; e nem pode aprov-lo.14

    11 Romanos 11:32-34; II Samuel 24:1; I Crnicas 21:1.

    12 II Reis 19:28; Salmo 76:10.

    13 Gnesis 50:20; Isaas 10:6-7,12.

    14 Salmo 50:21; I Joo 2:16.

    5. Deus, que muito sbio, justo e gracioso, muitas vezes deixa os seus prprios filhosentregues a vrias tentaes e corrupo de seus prprios coraes, por algum tempo:para castig-los por antigos pecados, ou para mostrar-lhes o poder oculto da corrupo edo dolo em seus coraes, a fim de que se humilhem; para lev-los a uma dependnciamais constante e mais prxima de Deus; para torn-los mais vigilantes contra todas asfuturas ocasies de pecado; e para outros propsitos justos e santos.15

    Por isso, tudo o que sobrevm aos eleitos acontece por designao divina, para a glriade Deus e o bem de seus filhos.16

    15 II Crnicas 32:25-26,31; II Corntios 12:7-9.

    16 Romanos 8:28.

    6. Quanto aos perversos e mpios, Deus, como reto juiz, os cega e endurece, em razode pecados anteriores.17 Ele no apenas lhes nega a sua graa, pela qual poderiam seriluminados no entendimento e transformados no corao;18 s vezes Ele tambm lhesretira os dons que j possuam,19 e os expe a situaes que se tornam ocasies depecado,20 por causa da corrupo. Em outras palavras, Ele os entrega s suas prpriaspaixes, s tentaes do mundo e ao poder de Satans,21 de maneira que eles vm a seendurecer, mesmo sob aquelas circunstncias que Deus emprega para abrandamento deoutras pessoas.22

    17 Romanos 1:24-26,28; Romanos 11:7-8.

    18 Deuteronmio 29:4.

    19 Mateus 13:12.

    20 Deuteronmio 2:30; II Reis 8:12-13.

    21 Salmo 81:11-12; II Tessalonicenses 2:10-12.

    22 xodo 8:15,32; Isaas 6:9-10; I Pedro 2:7-8.

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  • 7. A providncia de Deus se estende a todas as criaturas, em geral; mas, acima de tudo,cuida de sua igreja, e tudo dispe para o bem dela.23

    23 I Timteo 4:10; Ams 9:8-9; Isaas 43:3-5.

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  • CAPTULO 6A QUEDA DO HOMEM; O PECADO E SUA PUNIO

    1. Deus criou o homem justo e perfeito, e lhe deu uma lei justa, que lhe seria para vida,se a guardasse, ou para morte, se a desobedecesse.1 Mesmo assim o homem nomanteve por muito tempo a sua honra. Satans valeu-se da astcia da serpente paraseduzir Eva; e esta seduziu a Ado, que, sem ser compelido, transgrediuvoluntariamente a lei instituda na criao, e a ordem de no comer do fruto proibido.2De acordo com seu conselho sbio e santo, aprouve a Deus permitir a transgresso,porque, no mbito do seu propsito, mesmo isso Ele usaria para a sua prpria glria.

    1 Gnesis 2:16-17.

    2 Gnesis 3:12-13; II Corntios 11:3.

    2. Por esse pecado, nosso primeiros pais decaram de sua condio original de retido ecomunho com Deus. No pecado deles ns tambm pecamos, e por isso a morte veiosobre todos;3 todos se tornaram mortos no pecado4 e totalmente corrompidos, em todasas faculdades e partes do corpo e da alma.5

    3 Romanos 3:23.

    4 Romanos 5:12-21.

    5 Tito 1:15; Gnesis 6:5; Jeremias 17:9; Romanos 3:10-19.

    3. Sendo eles os ancestrais e, pelo desgnio de Deus, os representantes de todahumanidade, a culpa do pecado foi imputada a toda a sua posteridade, e a corruponatural passou a todos os seus descendentes,6 por nascimento, visto que todos soconcebidos em pecado.7 E so por sua natureza filhos da ira,8 escravos do pecado epassveis de morte;9 e todos esto sujeitos s misrias espirituais, temporais e eternais, amenos que o Senhor Jesus os liberte.10

    6 Romanos 5:12-19; I Corntios 15:21-22,45,49.

    7 Salmo 51:5; J 14:4.

    8 Efsios 2:3.

    9 Romanos 6:20; Romanos 5:12.

    10 Hebreus 2:14-15; I Tessalonicenses 1:10.

    4. Da corrupo natural procedem todas as atuais transgresses,11 porque ela nos tornacompletamente indispostos, incapacitados e contrrios a todo bem, e totalmenteinclinados para todo o mal.12

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  • 11 Tiago 1:14-15; Mateus 15:19.

    12 Romanos 8:7; Colossenses 1:21.

    5. Durante esta vida, a corrupo de natureza permanece, mesmo naqueles que soregenerados.13 E embora ela seja perdoada e mortificada mediante Cristo, a corrupoem si, as suas inclinaes, e o que dela procede, tudo verdadeiramente pecado.14

    13 Romanos 7:18,23; Eclesiastes 7:20; I Joo 1:8.

    14 Romanos 7:23-25; Glatas 5:17.

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  • CAPTULO 7O PACTO DE DEUS

    1. A distncia entre Deus e a criatura to grande que, embora as criaturas racionais lhedevam obedincia, por ser Ele o criador, elas jamais poderiam alcanar o Dom da vida,seno por alguma condescendncia voluntria da parte de Deus.1 E isto Ele se agradouem expressar por meio de um pacto com o homem.

    1 Lucas 17:10; J 35:7-8.

    2. Tendo o homem trazido sobre si mesmo a maldio da lei, por causa de sua queda nopecado, o Senhor teve por bem estabelecer o pacto da graa.2 Neste pacto Deus oferecegratuitamente, a pecadores, vida e salvao por Jesus Cristo, requerendo-lhes f nElepara que sejam salvos,3 e prometendo dar o Esprito Santo a todos os que estodestinados para a vida eterna, para lhes dar a vontade e a capacidade para crerem.4

    2 Gnesis 2:17; Glatas 3:10; Romanos 3:20-21.

    3 Romanos 8:3; Marcos 16:15-16; Joo 3:16.

    4 Ezequiel 36:26-27; Joo 6:44-45; Salmo 110:3.

    3. Este pacto est revelado no evangelho: primeiramente na promessa feita a Ado, desalvao pelo descendente da mulher;5 depois, por etapas sucessivas, at que sua plenarevelao foi manifestada no Novo Testamento.6 O pacto est fundamentado na eternaaliana que havia entre o Pai e o Filho para a redeno dos eleitos;7 somente pelagraa deste pacto que os descendentes de Ado que so salvos obtm vida e umabendita imortalidade, pois o homem agora totalmente incapaz de ser aceito diante deDeus nos mesmos termos em que Ado vivia, em seu estado de inocncia.8

    5 Gnesis 3:15.

    6 Hebreus 1:1.

    7 II Timteo 1:9; Tito 1:2.

    8 Hebreus 11:6,13; Romanos 4:1-2; Atos 4:12; Joo 8:56.

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  • CAPTULO 8CRISTO, O MEDIADOR

    1. Em seu propsito eterno, e de acordo com o pacto estabelecido entre ambos, aprouvea Deus escolher e destinar o Senhor Jesus Cristo, seu Filho unignito, para ser omediador entre Deus e os homens;1 para ser o profeta,2 sacerdote3 e rei;4 o cabea eSalvador de sua Igreja;5 o herdeiro de todas as coisas6 e juiz do mundo.7 Desde toda aeternidade, Deus deu-Lhe um povo para ser sua descendncia, e para que, em tempo,esse povo seja por Ele redimido, chamado, justificado, santificado e glorificado.8

    1 Isaas 42:1; I Pedro 1:19-20.

    2 Atos 3:22.

    3 Hebreus 5:5-6.

    4 Salmo 2:6; Lucas 1:33.

    5 Efsios 1:22-23.

    6 Hebreus 1:2.

    7 Atos 17:31.

    8 Isaas 53:10; Joo 17:6; Romanos 8:30.

    2. O Filho de Deus, Segunda pessoa da Trindade Santa sendo o prprio Deus eterno, oresplendor da glria do Pai, da mesma essncia e igual ao Pai - Ele fez o mundo, sustme governa todas as coisas que criou. Quando veio a plenitude do tempo, Ele tomou sobresi a natureza humana, com todas as suas propriedades essenciais e fraquezas comuns9 porm, sem pecado.10

    E foi concebido pelo Esprito Santo, no ventre da Virgem Maria (pois o Esprito Santodesceu sobre ela, e o poder do Altssimo a envolveu). Foi nascido de mulher, da tribo deJud, da descendncia de Abrao e de Davi, segundo previam as Escrituras.11

    Desse modo, duas naturezas completas, perfeitas e distintas foram inseparavelmenteunidas, em uma nica pessoa, sem converso, composio ou confuso. E essa pessoa verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem; no entanto, um s Cristo, o nicomediador entre Deus e os homens.12

    9 Joo 1:14; Glatas 4:4.

    10 Romanos 8:3; Hebreus 2:14,16-17; Hebreus 4:15.

    11 Mateus 1:22-23; Lucas 1:27,31,35.

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  • 12 Romanos 9:5; I Timteo 2:5.

    3. Em sua natureza humana assim unida divina, na pessoa do Filho, o Senhor Jesus foisantificado e ungido com o Esprito Santo, sobremaneira.13 Nele se encontram todos ostesouros da sabedoria e do conhecimento,14 porque aprouve ao Pai que nEle habitassetoda plenitude,15 a fim de que, sendo santo, inculpvel e sem mcula,16 cheio de graa ede verdade,17 Ele fosse plenamente qualificado para exercer o oficio de mediador efiador,18 ofcio que Ele mesmo no tomou para si, mas para o qual foi chamado por seuPai.19 E o Pai lhe conferiu s mos toda autoridade e julgamento, e ordenou queexecutasse essa autoridade.20

    13 Salmo 45:7; Atos 10:38; Joo 3:34.

    14 Colossenses 2:3.

    15 Colossenses 1:19.

    16 Hebreus 7:26.

    17 Joo 1:14.

    18 Hebreus 7:22.

    19 Hebreus 5:5.

    20 Joo 5:22,27; Mateus 28:18; Atos 2:36.

    4. Esse ofcio o Senhor Jesus assumiu de muitssima boa vontade21 e cumpriuperfeitamente; foi para isso que nasceu sob a lei.22 Ele suportou o castigo que a ns eradevido, que ns deveramos ter recebido e sofrido.23 E foi feito pecado e maldio, pornossa causa,24 suportando as tristezas mais aflitivas em sua alma, e os sofrimentos maisdolorosos em seu corpo.25 Foi crucificado e morreu; e, embora tenha estado sob o poderda morte, seu corpo no viu corrupo.26 Ao terceiro dia Ele se levantou dentre osmortos,27 com o mesmo corpo em que havia sofrido,28 e com o qual ascendeu ao cu.29Ele est assentado direita de seu Pai, como intercessor,30 e voltar para julgar homense anjos, no fim do mundo.31

    21 Salmo 40:7-8; Hebreus 10:5-10; Joo 10:18.

    22 Glatas 4:4; Mateus 3:15.

    23 Glatas 3:13; Isaas 53:6; I Pedro 3:18.

    24 II Corntios 5:21.

    25 Mateus 26:37-38; Lucas 22:44; Mateus 27:46.

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  • 26 Atos 13:37.

    27 I Corntios 15:3-4.

    28 Joo 20:25,27.

    29 Marcos 16:19; Atos 1:9-11.

    30 Romanos 8:34; Hebreus 9:24.

    31 Atos 10:42; Romanos 14:9-10; Atos 1:11; II Pedro 2:4.

    5. Por sua obedincia perfeita, e pelo sacrifcio que fez de si mesmo (que Ele, peloEsprito Santo, ofereceu a Deus uma nica vez), o Senhor Jesus satisfez plenamente ajustia de Deus,32 obteve a reconciliao e adquiriu uma herana eterna no reino doscus, para todos quantos foram dados a Ele pelo Pai.33

    32 Hebreus 9:14; Hebreus 10:14; Romanos 3:25-26.

    33 Joo 17:2; Hebreus 9:15.

    6. O preo da redeno no foi pago por Cristo seno aps a sua encarnao. Noentanto, a virtude, a eficcia e os benefcios da redeno foram sucessivamentecomunicados aos eleitos, em todas as eras, desde o comeo do mundo, nas e atravsdas promessas, tipos e sacrifcios em que Cristo foi revelado, e que o apontavam comoo descendente da mulher, aquele que iria esmagar a cabea da serpente;34 e como oCordeiro que foi morto desde a fundao do mundo,35 o mesmo ontem, hoje e parasempre.36

    34 I Corntios 10:4; Hebreus 4:2; I Pedro 1:10-11.

    35 Apocalipse 13:8.

    36 Hebreus 13:8.

    7. Cristo, na obra de mediao, age de acordo com suas duas naturezas, cada uma delasatuando como lhe prprio. Mesmo assim, em razo da unidade de pessoa, aquilo que prprio de uma natureza s vezes atribudo pessoa de Cristo pelo nome de sua outranatureza.37

    37 Joo 3:13; Atos 20:28.

    8. Cristo certamente aplica e comunica eficazmente a redeno eterna, para todosquantos Ele a obteve: fazendo intercesso por eles;38 unindo-os a si mesmo por seuEsprito; revelando-lhes o mistrio da salvao, na Palavra e pela Palavra; persuadindo-os a crer e obedecer;39 governando os coraes deles por seu Esprito e sua Palavra;40 evencendo todos os inimigos deles, por seu poder e sabedoria infindos,41 de modo tal e

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  • por caminhos que so os mais harmoniosos com a sua maravilhosa e insondvelprovidncia; e tudo por sua graa livre e soberana, sem a precondio de neles ter sidovista de antemo uma busca pela redeno.42

    38 Joo 6:37; Joo 10:15-16; Joo 17:9; Romanos 5:10.

    39 Joo 17:6; Efsios 1:9; I Joo 5:20.

    40 Romanos 8:9,14.

    41 Salmo 110:1; I Corntios 15:25-26.

    42 Joo 3:8; Efsios 1:8.

    9. Este ofcio de mediador entre Deus e os homens cabe exclusivamente a Cristo, que profeta, sacerdote e rei da Igreja de Deus; e nem em parte nem totalmente pode sertransferido de Cristo para qualquer outrem.43

    43 I Timteo 2:5.

    10.Este nmero e ordem de ofcios necessrio. Precisamos de seu ofcio proftico, porcausa de nossa ignorncia.44 Por causa de nossa alienao de Deus, e da imperfeio denossos melhores servios, precisamos de seu ofcio sacerdotal para nos reconciliar eapresentar aceitveis a Deus.45 E, para nosso resgate e segurana, contra nossosadversrios espirituais, precisamos de seu ofcio real para nos convencer, subjugar,atrair, sustentar, libertar e preservar para o seu reino celestial.46

    44 Joo 1:18.

    45 Colossenses 1:21; Glatas 5:17.

    46 Joo 16:8; Salmo 110:3; Lucas 1:74-75.

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  • CAPTULO 9LIVRE ARBTRIO

    1. Deus dotou a vontade humana com a liberdade e o poder natural de agir por escolha, sem ser forada ou predeterminada por alguma necessidade natural para fazer o bem ou o mal.1

    1 Mateus 17:12; Tiago 1:14; Deuteronmio 30:19.

    2. O homem, em seu estado de inocncia, tinha a liberdade e o poder de querer e fazer aquilo que era bom e agradvel a Deus.2 Essa, porm, era uma condio mutvel, pois o homem podia decair dessa liberdade de poder.3

    2 Eclesiastes 7:29.

    3 Gnesis 3:6.

    3. Com a queda no pecado, o homem perdeu completamente toda a sua habilidade volitiva para aquele bem espiritual que acompanha a salvao.4 Por isso, o homem natural inteiramente adverso a esse bem, e est morto em pecados.5 Ele no capaz dese converter por seu prprio esforo, e nem mesmo de se dispor a isso.6

    4 Romanos 5:6; Romanos 8:7.

    5 Efsios 2:1,5.

    6 Tito 3:3-5; Joo 6:44.

    4. Quando Deus converte um pecador, e o transfere para o estado de graa, Ele o liberta da sua escravido natural do pecado,7 e, somente pela graa, o habilita a livremente querer e fazer aquilo que espiritualmente bom.8 Mesmo assim, por causa de certas corrupes que permanecem, o homem redimido no faz o bem perfeitamente e nem deseja somente aquilo que bom, mas tambm o que mau.9

    7 Colossenses 1:13; Joo 8:36.

    8 Fl.2:13.

    9 Romanos 7:15,18-19,21,23.

    5. Somente no estado de glria a vontade do homem ser transformada, perfeita e imutavelmente;10 e ento ser livre para fazer apenas o bem.

    10 Efsios 4:13.

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  • CAPTULO 10A CHAMADA EFICAZ

    1. Aqueles a quem Deus predestinou para a vida, Ele se agrada em chamar eficazmente,1no tempo aceitvel e por Ele mesmo determinado; por meio de sua Palavra e de seuEsprito; do estado natural de pecado e morte, para a graa e a salvao por JesusCristo.2

    Isso Deus faz iluminando-lhes a mente de maneira espiritual e salvadora, para quecompreendam as coisas de Deus;3 tirando-lhes o corao de pedra e dando-lhes umcorao de carne;4 renovando-lhes a vontade e, pela sua onipotncia, predispondo-ospara o bem e trazendo-os irresistivelmente para Jesus Cristo.5 No entanto, eles vm aCristo espontnea e livremente, porque a graa de Deus lhes dispe o corao para isso.6

    1 Romanos 8:30; Romanos 11:7; Efsios 1:10-11; II Tessalonicenses 2:13-14.

    2 Efsios 2:1-6.

    3 Atos 26:18; Efsios 1:17-18.

    4 Ezequiel 36:26.

    5 Deuteronmio 30:6; Ex.36:27; Efsios 1:19.

    6 Salmo 110:3; Cantares de Salomo 1:4.

    2. A chamada eficaz resultante da graa especial e gratuita, de Deus, e no de algo quede antemo seja visto no homem; e nem de poder algum ou ao da criatura cooperandocom a graa especial de Deus.7 Por estar morta em pecados e transgresses, a criaturamantm-se totalmente passiva, at que, na chamada eficaz, ela seja vivificada erenovada pelo Esprito Santo.8 A pessoa, ento, habilitada a responder a essa chamadae a abraar a graa que ela comunica e oferece. Para isso necessrio um poder que demodo nenhum menor do que aquele que ressuscitou a Cristo dentre os mortos.9

    7 II Timteo 1:9; Efsios 2:8.

    8 I Corntios 2:14; Efsios 2:5; Joo 5:25.

    9 Efsios 1:19-20.

    3. As crianas que morrem na infncia, se eleitas, so regeneradas e salvas por Cristo,atravs do Esprito,10 que obra quando, onde e como lhe agrada.11 Do mesmo modo sosalvas todas as outras pessoas incapazes de serem chamadas exteriormente, peloministrio da Palavra.

    10 Joo 3:3,5-6.

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  • 11 Joo 3:8.

    4. Outros, no eleitos, podem ser chamados pelo ministrio da Palavra, e desfrutar dealgumas operaes comuns do Esprito Santo.12 Contudo, por no serem eficazmentetrazidos a Cristo, pelo Pai, eles no desejam nem podem realmente vir a Cristo; e,portanto, no podem ser salvos.13 Muito menos podero ser salvos os que no seguem areligio crist, por mais diligentes que sejam em conformar suas vidas luz da naturezae aos ensinamentos da religio que professam.14

    12 Mateus 22:14; Mateus 13:20-21; Hebreus 6:4-5.

    13 Joo 6:44-45,65; I Joo 2:24-25.

    14 Atos 4:12; Joo 4:22; Joo 17:3.

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  • CAPTULO 11A JUSTIFICAO

    1. Aqueles a quem Deus chama eficazmente, Ele tambm os justifica, gratuitamente;1no por infundir-lhes justia, mas perdoando-lhes os pecados, considerando-os eaceitando-os como pessoas justas;2 no por coisa alguma realizada neles ou por elesmesmos feita, mas unicamente por considerao a Cristo;3 no por imputar-lhes comojustia a f, o ato de crer, ou qualquer outra obedincia evanglica, mas por imputar-lhes a obedincia ativa de Cristo (a toda a lei) e sua obedincia passiva (na morte),como total e nica justia daqueles4 que recebem a Cristo e nEle descansam, pela f; eesta f, no a tem de si mesmos, Dom de Deus.5

    1 Romanos 3:24; Romanos 8:30.

    2 Romanos 4:5-8; Efsios 1:7.

    3 I Corntios 1:30-31; Romanos 5:17-19.

    4 Filipenses 3:8-9; Efsios 2:8-10.

    5 Joo 1:12; Romanos 5:17.

    2. A f, assim recebendo e apoiando-se em Cristo e sua justia, o nico instrumento dejustificao.6 Porm, ela no est sozinha na pessoa justificada: est sempreacompanhada de todas as outras graas salvadoras; e no uma f morta, pois atua peloamor.7

    6 Romanos 3:28.

    7 Glatas 5:6; Tiago 2:17,22,26.

    3. Pela sua obedincia e morte, Cristo pagou plenamente a dvida de todos os que sojustificados. A favor destes, pelo sacrifcio de si mesmo, no sangue da sua cruz, Ele deusatisfao adequada, verdadeira e plena justia de Deus, quando tomou o lugar deles erecebeu a punio que a eles era devida.8 O Pai voluntariamente concedeu Cristo, elivremente aceitou a obedincia de Cristo e o seu cumprimento da Lei, em substituio,a favor dos que seriam justificados, sem que neles houvesse mrito algum.9 Portanto,justificao advm exclusivamente da graa gratuita, para tanto a justia rigorosa comoa abundante graa de Deus possam ser glorificadas na justificao de pecadores,10

    8 Hebreus 10:14; I Pedro 1:18-19; Isaas 53:5-6.

    9 Romanos 8:32; II Corntios 5:21.

    10 Romanos 3:26; Efsios 1:6-7; Efsios 2:7.

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  • 4. Desde toda eternidade, Deus decretou justificar a todos os eleitos.11 Vindo a plenitudedo tempo, Cristo morreu pelos pecados e ressuscitou para a justificao deles.12Entretanto, os eleitos no so justificados individualmente enquanto o Esprito Santono lhes aplica, em tempo oportuno, a pessoa de Cristo e os benefcios de sua obra.13

    11 Glatas 3:8; I Pedro 1:2; I Timteo 2:6.

    12 Romanos 4:25.

    13 Colossenses 1:21-22; Tito 3:4-7.

    5. Deus continua a perdoar os pecados daqueles que so justificados.14 Embora jamaispossam decair do estado de justificao,15 eles, no entanto, podem incorrer no desagradopaternal de Deus,16 por causa de seus pecados. E, nesse estado, eles geralmente nopodem desfrutar da luz da presena de Deus, at que se humilhem, confessem o seupecado, peam perdo e renovem a sua f e arrependimento.17

    14 Mateus 6:12; I Joo 1:7,9.

    15 Joo 10:28.

    16 Salmo 89:31-33.

    17 Salmo 32:5; Salmo 51:1-19; Mateus 26:75.

    6. A justificao dos crentes, no Antigo Testamento, em todos estes aspectos, foi igual justificao dos crentes no Novo Testamento.18

    18 Glatas 3:9; Romanos 4:22-24.

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  • CAPTULO 12A ADOO

    1. Em seu nico Filho, Jesus Cristo, e, por causa dEle, Deus servido fazerparticipantes da graa da adoo todos quantos so justificados.1 Por essa graa eles sorecebidos no nmero dos filhos de Deus,2 e desfrutam das liberdades e privilgios dessacondio; recebem sobre si o nome de Deus;3 recebem o esprito de adoo;4 tm acessocom ousadia ao trono de graa, e clamam Aba, Pai;5 recebem compaixo,6 proteo,7 e aproviso de suas necessidades.8 E so castigados por Deus, como por um pai;9 porm,jamais so lanados fora,10 pois esto selados para o dia da redeno.11 E herdam aspromessas, na qualidade de herdeiros da salvao eterna.12

    1 Efsios 1:5; Glatas 4:4-5.

    2 Joo 1:12; Romanos 8:17.

    3 II Corntios 6:18; Apocalipse 3:12.

    4 Romanos 8:15.

    5 Glatas 4:6; Efsios 2:18.

    6 Salmo 103:13.

    7 Provrbios 14:26.

    8 I Pedro 5:7.

    9 Hebreus 12:6.

    10 Isaas 54:8-9; Lamentaes 3:31.

    11 Efsios 4:30.

    12 Hebreus 1:14; Hebreus 6:12.

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  • CAPTULO 13A SANTIFICAO

    1. Os que esto unidos a Cristo, tendo sido chamados eficazmente e regenerados,possuem agora um novo corao e um novo esprito, criados nele por mrito da morte eda ressurreio de Cristo;1 e, por esse mesmo mrito, so mais e mais santificadosindividualmente, pela atuao da Palavra e do Esprito de Cristo neles habitando.2 Odomnio de tudo que pecado, sobre eles, destrudo;3 as suas vrias concupiscnciasvo sendo sempre mais enfraquecidas e mortificadas;4 e os crentes mais e mais sovivificados e fortalecidos, em todas as graas salvadoras,5 para praticarem toda averdadeira santidade, "sem a qual ningum ver o Senhor".6

    1 Atos 20:32; Romanos 6:5-6.

    2 Joo 17:17; Efsios 3:16-19; I Tessalonicenses 5:21-23.

    3 Romanos 6:14.

    4 Glatas 5:24.

    5 Colossenses 1:11.

    6 II Corntios 7:1; Hebreus 12:14.

    2. A santificao abrange o homem todo,7 ainda que imperfeita enquanto nesta vida. Emtoda parte ainda permanecem alguns resduos de corrupo,8 dos quais provm umaguerra irreconcilivel: a carne militando contra o Esprito, e o Esprito militando contraa carne.9

    7 I Tessalonicenses 5:23.

    8 Romanos 7:18,23.

    9 Glatas 5:17; I Pedro 2:11.

    3. Nesta guerra, embora a corrupo remanescente possa muito prevalecer,10 por algumtempo, o contnuo suprimento de fora, pelo Esprito de Cristo, santificador, faz comque a parte regenerada afinal vena.11 E, desse modo, os santos cresam em graa,aperfeioando a sua santidade no temor de Deus e esforando-se por viver uma vidapiedosa, em obedincia evanglica a todos os mandamentos que Cristo, como Cabea eRei, lhes prescreveu em sua Palavra.12

    10 Romanos 7:23.

    11 Romanos 6:14.

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  • 12 Efsios 4:15-16; II Corntios 3:18; II Corntios 7:1.

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  • CAPTULO 14F SALVADORA

    1. A graa de f uma obra do Esprito de Cristo nos coraes,1 e por ela os eleitos sohabilitados a crer para a salvao de suas almas. Normalmente essa obra lavrada peloministrio da Palavra de Deus.2 E com a Palavra, a administrao do Batismo, a Ceia doSenhor, a orao, e outros meios designados por Deus, a f aumentada e fortalecida.3

    1 II Corntios 4:13; Efsios 2:8.

    2 Romanos 10:14,17.

    3 Lucas 17:5; I Pedro 2:2; Atos 20:32.

    2. Por esta f o cristo cr ser verdadeiro tudo quanto revelado na Palavra,4 a qual sereveste da autoridade do prprio Deus. E tambm reconhece a sobreexcelncia daPalavra, acima de todos os escritos e todas as demais coisas neste mundo5 por elademonstrar a glria de Deus nos atributos de Deus; a excelncia de Cristo na natureza enos ofcios de Cristo; o poder e a plenitude do Esprito Santo nas obras e operaes doEsprito. Reconhecendo tudo isso, o cristo capacitado a confiar sua almairrestritamente verdade assim crida;6 e a reagir coerentemente, segundo a ndole decada passagem em particular: prestando obedincia aos mandamentos;7 tremendo anteas ameaas;8 e abraando as promessas de Deus para esta vida e a que h de ser.9

    Mas os atos mais importantes da f salvadora relacionam-se diretamente a Cristo:aceitar a Cristo, receb-lo, e confiar exclusivamente nEle para a justificao, asantificao e a vida eterna, conforme as disposies do pacto da graa.10

    4 Atos 24:14.

    5 Salmo 19:7-10; Salmo 119:72.

    6 II Timteo 1:12.

    7 Joo 15:14.

    8 Isaas 66:2.

    9 Hebreus 11:13.

    10 Joo 1:12; Atos 16:31; Glatas 2:20; Atos 15:11.

    3. Esta f pode ter graduaes diferentes, ser mais forte ou mais fraca.11 No entanto,assim como as demais graas salvadoras, e mesmo se for pequenssima, ela de um tipoe de uma natureza diferentes daquela f e da graa comum que os seguidores professospossuem.12 Por isso, mesmo que seja muitas vezes atacada e enfraquecida, a f

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  • salvadora sempre alcana a vitria.13 Ela existe em muitas pessoas, crescendo para aplena certeza da esperana,14 mediante Cristo, que o autor e tambm o consumador danossa f.15

    11 Hebreus 5:13-14; Mateus 6:30; Romanos 4:19-20.

    12 II Pedro 1:1.

    13 Efsios 6:16; I Joo 5:4-5.

    14 Hebreus 6:11-12; Colossenses 2:2.

    15 Hebreus 12:2.

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  • CAPTULO 15ARREPENDIMENTO PARA VIDA E SALVAO

    1. H entre os eleitos aqueles cuja converso no se d seno aps certa idade, depois deeles terem vivido algum tempo em seu estado natural e servido a vrios prazeres econcupiscncias. Mas Deus, ao cham-lo eficazmente, concede-lhes o arrependimentopara vida.1

    1 Tito 3:2-5.

    2. No h quem faa o bem e que no peque;2 sob a fora da tentao, mesmo asmelhores pessoas podem cair em grandes pecados e provocaes contra Deus, poisexiste no interior do homem um poder enganoso de corrupo. Foi por isso que Deus,no pacto da graa, providenciou misericordiosamente para que os crentes, caindo empecado, sejam restaurados mediante o arrependimento para a salvao.3

    2 Eclesiastes 7:20.

    3 Lucas 22:31-32.

    3. Este arrependimento salvador uma graa evanglica,4 por intermdio da qual apessoa, por obra do Esprito Santo, levada a sentir os mltiplos males do seu pecado,e, com f em Cristo, humilha-se por causa do pecado, com uma tristeza santa, dio aopecado e repugnncia a si mesma,5 orando por perdo e fortalecimento na graa, com opropsito e o empenho de caminhar diante de Deus de um modo agradvel em todas ascoisas,6 com o auxlio do Esprito Santo.

    4 Zacarias 12:10; Atos 11:18.

    5 Ezequiel 36:31; II Corntios 7:11.

    6 Salmo 119:6,128.

    4. Por trazermos conosco "o corpo desta morte", e as suas inclinaes para o mal, oarrependimento deve continuar por toda a vida. Cada pessoa tem o dever de arrepender-se particularmente, de cada pecado seu de que tenha conhecimento.7

    7 Lucas 19:8; I Timteo 1:13,15.

    5.Mediante Cristo, no pacto da graa, Deus fez proviso completa para que os crentessejam preservados na salvao. Assim como no existe pecado to pequeno que nomerea a condenao eterna,8 no existe pecado to grande que possa trazer condenaosobre os que se arrependem.9 Isso torna necessria a pregao constante dearrependimento.

    8 Romanos 6:23.

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  • 9 Isaas 1:16-18; Isaas 55:7.

    CAPTULO 16BOAS OBRAS

    1. Boas obras so somente aquelas que Deus ordenou em sua santa Palavra,1 e no asque os homens inventam, sem o respaldo da Palavra de Deus, movidos por um zelocego ou por algum pretexto de boas intenes.2

    1 Miquias 6:8; Hebreus 13:21.

    2 Mateus 15:9; Isaas 29:13.

    2. As boas obras, feitas em obedincia aos mandamentos de Deus, so os frutos e aevidncia de uma f verdadeira e viva.3 Por meio delas os crentes demonstram a suagratido,4 fortalecem sua certeza de salvao,5 edificam seus irmos, adornam suaprofisso do evangelho,6 fazem calar os seus adversrios e glorificam a Deus7 poissomos feitura dEle, criados em Cristo Jesus para as boas obras,8 para que tenhamos onosso fruto para santificao, e por fim a vida eterna.9

    3 Tiago 2:18-22.

    4 Salmo 116:12-13.

    5 I Joo 2:3,5; II Pedro 1:5-11.

    6 Mateus 5:16.

    7 I Timteo 6:1; I Pedro 2:15; Filipenses 1:11.

    8 Efsios 2:10.

    9 Romanos 6:22.

    3. A aptido para as boas obras no advm dos prprios crentes, de modo algum; essaaptido provm do Esprito de Cristo.10 E, para que os crentes possam desempenhar asboas obras, necessria uma influncia contnua do mesmo Esprito Santo alm dasgraas j recebidas para neles realizar tanto o querer como o efetuar, segundo a boavontade de Deus.11 Isso, porm, no significa que devam tornar-se negligentes, como seno tivessem a obrigao de cumprir um dever seno quando especialmente movidospelo Esprito Santo. Pelo contrrio, os cristos devem ser diligentes e desenvolver agraa de Deus que neles h.12

    10 Joo 15:4-5.

    11 II Corntios 3:5; Filipenses 2:13.

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  • 12 Filipenses 2:12; Hebreus 6:11-12; Isaas 64:7.

    4. Mesmo os que conseguem prestar a maior obedincia possvel nesta vida esto longede exceder e fazer mais do que o requerido por Deus; e esto muito aqum do dever quelhes cabe cumprir.13

    13 J 9:2-3; Glatas 5:17; Lucas 17:10.

    5. Por nossas melhores obras no podemos merecer junto a Deus o perdo do pecado oua vida eterna, visto ser grande a desproporo entre nossas obras e a glria por vir, einfinita a distncia entre ns e Deus. Com nossas obras no podemos fazer benefcios aDeus, e nem satisfaz-Lo pela dvida de nossos pecados anteriores.14 Mesmo sefizermos tudo o que nos seja possvel, teremos apenas cumprido com o nosso dever, eainda seremos servos inteis.

    Se nossas obras so boas porque procedem do Esprito.15 Contudo, medida que sodesempenhadas por ns, essas obras vo sendo contaminadas, e mescladas a tantafraqueza e imperfeio, que no podem suportar a severidade do julgamento divino.16

    14 Romanos 3:20; Efsios 2:8-9; Romanos 4:6.

    15 Glatas 5:22-23.

    16 Isaas 64:6; Salmo 143:2.

    6. Todavia, desde que os crentes, como pessoas, so aceitos por meio de Cristo, as suasobras tambm so aceitas em Cristo,17 mas isto no significa que nesta vida tais obrassejam totalmente inculpveis e irrepreensveis aos olhos de Deus. Antes, significa que,vendo-as em seu Filho, Deus se agrada em aceitar e recompensar aquilo que sincero,apesar de realizado com muitas fraquezas e imperfeies.18

    17 Efsios 1:6; I Pedro 2:5.

    18 Mateus 25:21,23; Hebreus 6:10.

    7. As boas obras feitas por pessoas no regeneradas embora por si mesmas possam sercoisas que Deus ordena, e proveitosas, tanto para a pessoa que as faz quanto paraoutrem19 no procedem de um corao purificado pela f; 20 e, de acordo com aPalavra, no so feitas de maneira correta,21 nem com a finalidade correta, nem com afinalidade correta, a glria de Deus.22

    Portanto, essas obras so pecaminosas e no podem agradar a Deus, nem tornar umapessoa apta para receber a graa de Deus.23 Contudo, a omisso de tais obras aindamais pecaminosa e ofensiva a Deus do que a sua prtica.24

    19 II Reis 10:30; I Reis 21:27,29.

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  • 20 Gnesis 4:5; Hebreus 11:4,6.

    21 I Corntios 13:1.

    22 Mateus 6:2,5.

    23 Ams 5:21-22; Romanos 9:16; Tito 3:5.

    24 J 21:14-15; Mateus 25:41-43.

    CAPTULO 17A PERSEVERANA DOS SANTOS

    1.Os que Deus aceitou no Amado, aqueles que foram chamados eficazmente esantificados por seu Esprito, e receberam a f preciosa (que dos seus eleitos), essesno podem decair totalmente nem definitivamente do estado de graa. Antes, ho deperseverar at o fim e ser eternamente salvos, tendo em vista que os dons e a vocao deDeus so irrevogveis, e Ele continuamente gera e nutre neles a f, o arrependimento, oamor, a alegria, a esperana e todas as graas que conduzem imortalidade.1 Ainda quemuitas tormentas e dilvios se levantem e se dem contra eles, jamais poderodesarraig-los da pedra fundamental em que esto firmados, pela f.

    No obstante, a viso perceptvel da luz e do amor de Deus pode, para eles, cobrir-se denuvens e ficar obscurecida,2 por algum tempo, por causa da incredulidade e dastentaes de Satans. Mesmo assim, Deus continua sendo o mesmo,3 e eles seroguardados pelo poder de Deus, com toda certeza, at a salvao final, quando entrarono gozo da possesso que lhes foi comprada; pois eles esto gravados nas palmas dasmos de seu Senhor, e os seus nomes esto escritos no Livro da Vida, desde todaeternidade.

    1 Joo 10:28-29; Filipenses 1:6; II Timteo 2:19; I Joo 2:19.

    2 Salmo 89:31-32; I Corntios 11:32.

    3 Malaquias 3:6.

    2. Esta perseverana no depende de um livre-arbtrio da parte dos santos; mas, sim,decorre da imutabilidade do decreto da eleio,4 fluindo do amor gratuito e inaltervelde Deus Pai, sobre a eficcia do mrito e da intercesso de Jesus Cristo; da unio comEle;5 do juramento de Deus;6 da habitao de seu Esprito e da semente de Deus dentroneles;7 da natureza do pacto da graa.8 De tudo isso decorrem tambm a certeza e ainfalibilidade da perseverana dos santos.

    4 Romanos 8:30; Romanos 9:11,16.

    5 Romanos 5:9-10; Joo 14:19.

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  • 6 Hebreus 6:17-18.

    7 I Joo 3:9.

    8 Jeremias 32:40.

    3. Levados pela tentao de Satans e do mundo, pela prevalncia da corrupo queainda permanece dentro deles, ou pela negligncia aos meios para a sua prpriapreservao, os santos podem incorrer em tristes pecados, e continuar em tais pecados,por algum tempo.9

    Desse modo, eles caem em desagrado perante Deus e entristecem o seu Santo Esprito;10vem-se privados de bnos e confortos;11 tm os seus coraes endurecidos e ferida aconscincia;12 ofendem e escandalizam outras pessoas; e fazem vir sobre si mesmos osjuzos de Deus, ainda neste mundo.13

    No obstante, eles renovaro o seu arrependimento, e sero preservados atravs da fem Cristo Jesus, at o fim.14

    9 Mateus 26:70,72,74.

    10 Isaas 64:5,9; Efsios 4:30.

    11 Salmo 51:10,12.

    12 Salmo 32:3-4.

    13 II Samuel 12:14.

    14 Lucas 22:32,61-62.

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  • CAPTULO 18A CERTEZA DA GRAA E DA SALVAO

    1. Os seguidores professos, e outras pessoas no-regeneradas, em vo podem enganar asi mesmos com falsas esperanas e presunes carnais, supondo gozar do favor de Deuse estar em um estado de salvao, pois essa esperana deles perecer.1

    Porm, os que realmente crem no Senhor Jesus, e o amam sinceramente, procurandoandar perante Ele em toda boa conscincia, esses podem estar certos de que esto emum estado de graa nesta vida, e podem regozijar-se na esperana da glria de Deus,2 decuja esperana jamais se envergonharo.3

    1 J 8:13-14; Mateus 7:22-23.

    2 I Joo 2:3; I Joo 3:14,18-19,21,24; I Joo 5:13.

    3 Romanos 5:2,5.

    2. Esta certeza no uma mera persuaso terica e presumvel, baseada em umaesperana que pode falhar. Ela uma certeza infalvel de f,4 alicerada no sangue e naretido de Cristo revelados no evangelho,5 bem como na evidncia interior de certasgraas do Esprito Santo, as quais recebem promessas de Deus.6 Baseia-se, igualmente,no testemunho do Esprito de adoo, que testifica com o nosso esprito que somosfilhos de Deus.7

    E esta certeza nos guarda, mantendo o nosso corao humilde e santo.8

    4 Hebreus 6:11,19.

    5 Hebreus 6:17-18.

    6 II Pedro 1:4-5,10-11.

    7 Romanos 8:15-16.

    8 I Joo 3:1-3.

    3. Esta certeza infalvel de salvao no uma parte essencial da f crist, pois umcrente pode esperar muito tempo, e lutar contra muitas dificuldades, antes de alcan-la.9

    Contudo, no necessria uma revelao especial para que o crente possa ter essacerteza. Sendo habilitado pelo Esprito Santo a conhecer as coisas que lhe so dadasgratuitamente, por Deus, o crente pode obt-la atravs do uso correto dos meiosapontados por Deus.10

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  • Portanto, todo cristo tem o dever de procurar confirmar a sua vocao e eleio, comtoda diligncia, para que seu corao possa dilatar-se, em paz e alegria no EspritoSanto, em amor e gratido a Deus, em vigor e nimo para os deveres de obedincia.Tais so os frutos naturais dessa certeza,11 a qual est longe de inclinar os homens para orelaxamento. 12

    9 Isaas 50:10; Salmo 88:1-18; Salmo 77:1-12.

    10 I Joo 4:13; Hebreus 6:11-12.

    11 Romanos 5:1-2,5; Romanos 14:17; Salmo 119:32.

    12 Romanos 6:1-2; Tito 2:11-12,14.

    4. Os crentes verdadeiros podem ter a sua certeza de salvao abalada, diminuda ouinterrompida, de diversas maneiras: por negligncia na preservao dessa certeza13; porcarem em algum pecado especfico, que fere a conscincia e entristece o Esprito;14 poruma tentao sbita ou veemente;15 por Deus retirar de sobre eles a luz da sua presena,permitindo que mesmo os que O temem caminhem em trevas, que no tenham luz.16Contudo, eles jamais ficam destitudos da divina semente17 e da vida de f,18 do amor deCristo e dos irmos, da sinceridade de corao e da conscincia do dever. a partirdessas graas, por obra do Esprito, que a certeza da salvao pode ser revivificada, nodevido tempo;19 e, mediante elas, os crentes so preservados de um total desespero.20

    13 Cantares de Salomo 5:2-3,6.

    14 Salmo 51:8,12,14.

    15 Salmo 116:11; Salmo 77:7-8; Salmo 31:22.

    16 Salmo 30:7.

    17 I Joo 3:9.

    18 Lucas 22:32.

    19 Salmo 42:5,11.

    20 Lamentaes 3:26-31.

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  • CAPTULO 19A LEI DE DEUS

    1. Deus outorgou a Ado uma lei de obedincia, que lhe inscreveu no corao; etambm um preceito particular, o de no comer do fruto da rvore do conhecimento dobem e do mal.1 Dessa maneira, Ado e toda sua posteridade ficaram compelidos a umaobedincia pessoal, total, exata e perptua, lei.2 Deus prometeu vida como recompensado cumprimento, e morte como castigo da quebra da lei,3 tendo dado ao homem o podere a habilidade para guard-la.

    1 Gnesis 2:16-17; Eclesiastes 7:29.

    2 Romanos 10:5.

    3 Glatas 3:10,12.

    2. A mesma lei que uma vez foi inscrita no corao humano continuou a ser uma regraperfeita de justia aps a queda.4 E essa lei foi dada por Deus sobre o monte Sinai einscrita em duas tbuas de pedra, na forma de dez mandamentos. Os quatro primeirosmandamentos contm nossos deveres para com Deus, e, os outros seis mandamentos,nossos deveres para com os homens.5

    4 Romanos 2:14-15.

    5 Deuteronmio 10:4.

    3. Alm desta lei, comumente chamada de lei moral, Deus houve por bem dar leiscerimoniais ao povo de Israel, contendo diversas ordenanas simblicas: em parte, deadorao, prefigurando Cristo, as suas graas, suas aes, seus sofrimentos, e osbenefcios que conferiu;6 e, em parte, estabelecendo vrias instrues de deveresmorais.7

    As leis cerimoniais foram institudas com vigncia temporria, pois mais tarde seriamab-rogadas por Jesus, o Messias e nico Legislador, que, vindo no poder do Pai,cumpriu e revogou essas leis.8

    6 Hebreus 10:1; Colossenses 2:17.

    7 I Corntios 5:7.

    8 Colossenses 2:14,16-17; Efsios 2:14,16.

    4. Deus tambm deu diversas leis judiciais ao povo de Israel, que expiraram juntamentecom o antigo Estado de Israel e agora no possuem carter obrigatrio; so vlidas, noentanto, como um padro moral de equidade coletiva.9

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  • 9 I Corntios 9:8-10.

    5. Para sempre a lei moral requer obedincia de todos, tanto de pessoas justificadasquanto das demais.10 E isto no apenas por causa do assunto de que trata essa lei, mas,tambm, por causa da autoridade de Deus, o Criador, que a imps.11 No evangelho,Cristo de modo nenhum dissolve a lei, antes confirma a sua obrigatoriedade.12

    10 Romanos 13:8-10; Tiago 2:8,10-12.

    11 Tiago 2:10-11.

    12 Mateus 5:17-19; Romanos 3:31.

    6. Embora os verdadeiros crentes no estejam debaixo da lei (como num pacto deobras), para serem justificados ou condenados por ela,13 mesmo assim a lei de grandeutilidade para eles, bem como para outras pessoas. Isso porque a lei, como uma regra devida, lhes informa da vontade de Deus e do dever que lhes cabe, dirigindo econstrangendo-os a caminhar segundo esse dever. A lei tambm descobre ascontaminaes pecaminosas da natureza humana, dos coraes e das vidas, para queeles, examinando-se na lei, possam vir a ter uma maior convico, humilhao e diopelo pecado,14 alm de uma viso mais clara de sua necessidade de Cristo e da perfeioda obedincia de Cristo.

    Da mesma forma, a lei til para restringir as corrupes dos regenerados, pois probe opecado. As ameaas da lei servem para mostrar o que os pecados deles merecem, e comque aflies eles podem contar nesta vida, se pecam, mesmo depois de libertados damaldio e do rigor intransigente da lei.

    Igualmente, as promessas da lei demonstram a aprovao de Deus obedincia e quaisbnos os homens podem esperar receber se cumprirem a lei, embora essas bnosno lhes sejam devidas por encargo da lei, como seria num pacto de obras. Porconseguinte, se um homem faz o bem e se refreia do mal (porque a lei encoraja a umacoisa e o dissuade da outra), isso no evidncia de ele estar debaixo da lei e nodebaixo da graa.15

    13 Romanos 6:14; Glatas 2:16; Romanos 8:1; Romanos 10:4.

    14 Romanos 3:20; Romanos 7:7-25.

    15 Romanos 6:12-14; I Pedro 3:8-13.

    7. Os usos da lei, acima mencionados, no so contrrios graa do evangelho; antes,concordam docemente com ela,16 medida que o Esprito de Cristo conquista a vontadedo homem e o capacita a fazer, espontnea e alegremente, aquilo que a vontade deDeus, revelada na lei, requer que seja feito.17

    16 Glatas 3:21.

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  • 17 Ezequiel 36:27.

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  • CAPTULO 20O EVANGELHO E A EXTENSO DE SUA GRAA

    1. O pacto das obras foi quebrado pelo pecado e se tornou intil para conduzir vida.Mas Deus foi servido prometer Cristo, o descendente de mulher, como o meio dechamar os eleitos e gerar neles f e o arrependimento.1 Nesta promessa, a essncia doevangelho foi revelada, o que a tornou eficaz para a converso e salvao de pecadores.2

    1 Gnesis 3:15.

    2 Apocalipse 13:8.

    2.Esta promessa, referente Cristo e salvao atravs dEle, somente revelada pelaPalavra de Deus.3 As obras da criao ou da providncia, bem como a luz da natureza,no fazem mais do que uma apresentao genrica e obscura4 de Cristo e da graaatravs dEle; muito menos do que o necessrio para que os homens destitudos darevelao de Cristo pudessem alcanar f salvadora ou arrependimento.5

    3 Romanos 1:17.

    4 Romanos 10:14-15,17.

    5 Provrbios 29:18; Isaas 25:7; Isaas 60:2-3.

    3. A revelao do evangelho a pecadores - para naes e indivduos a quem tem sidofeita, muitas vezes e de muitas maneiras, com adio de promessas e preceitos deobedincia - devida unicamente vontade soberana e ao beneplcito de Deus.6

    A revelao do evangelho no est ligada (em virtude de alguma promessa) ao devidobom uso das habilidades humanas luz da revelao comum, recebida sem o evangelho,porque ningum jamais conseguiu, nem poder conseguir tal coisa.7 Conseqentemente,em todas as eras, a pregao do evangelho tem sido feita em grande variedade deextenso ou limitao, a indivduos e a naes, de acordo com o conselho da vontade deDeus.

    6 Salmo 147:20; Atos 16:7.

    7 Romanos 1:18-32.

    4. O evangelho o nico meio externo de revelao de Cristo e da graa salvadora, e,como tal, abundantemente suficiente para isso. No entanto, para que homens que estomortos em transgresses possam nascer de novo, ser vivificados ou regenerados, faz-senecessria, tambm, uma obra efetiva e insupervel do Esprito Santo, em cada parte daalma, para produzir neles uma nova vida espiritual.8 Sem esta obra do Esprito Santono h outros meios de produzir a converso a Deus.9

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  • 8 Salmo 110:3; I Corntios 2:14; Efsios 1:19-20.

    9 Joo 6:44; II Corntios 4:4,6.

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  • CAPTULO 21LIBERDADE CRIST E LIBERDADE DE CONSCINCIA

    1. A Liberdade que Cristo comprou para os crentes, no evangelho, consiste na libertaoda culpa do pecado, da ira condenatria de Deus, do rigor e da maldio da lei;1 econsiste na libertao dos crentes deste mundo perverso,2 da escravido a Satans,3 dodomnio do pecado,4 da malignidade das aflies,5 do medo e do aguilho da morte, davitria da sepultura,6 e da perdio eterna.7 Consiste no livre acesso a Deus, no prestar-lhe uma obedincia no suscitada por medo escravizador;8 e, sim, por amor, como o deuma criana, voluntariamente.9

    Tudo isto, em essncia, aplicava-se tambm aos crentes que viviam sob a lei.10 Sob oNovo Testamento, porm, a liberdade crist ampliada, na libertao do jugo da leicerimonial a que a igreja judaica estava sujeita, na maior ousadia de acesso ao trono dagraa, e maior medida do livre Esprito de Deus do que os crentes normalmentedesfrutavam sob a lei.11

    1 Glatas 3:13.

    2 Glatas 1:4.

    3 Atos 26:18.

    4 Romanos 8:3.

    5 Romanos 8:28.

    6 I Corntios 15:54-57.

    7 II Tessalonicenses 1:10.

    8 Romanos 8:15.

    9 Lucas 1:73-75; I Joo 4:18.

    10 Glatas 3:9,14.

    11 Joo 7:38-39; Hebreus 10:19-21.

    2. Somente Deus Senhor da conscincia,12 e Ele a liberou das doutrinas emandamentos de homens que entrem em contradio com a Palavra ou que no estejamcontidos nela.13 Por isso, acreditar em tais doutrinas ou obedecer tais mandamentos, porcausa da conscincia, trair a verdadeira liberdade de conscincia.14 A exigncia deuma f irrestrita, de uma obedincia cega e total, significa destruir ao mesmo tempo asliberdades de conscincia e raciocnio.15

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  • 12 Tiago 4:12; Romanos 14:14.

    13 Atos 4:19; Atos 5:29; I Corntios 7:23; Mateus 15:9.

    14 Colossenses 2:20,22-23.

    15 I Corntios 3:5; II Corntios 1:24.

    3. Os que praticam algum pecado ou alimentam qualquer desejo pecaminoso, a pretextoda liberdade crist, pervertem o desgnio principal da graa do evangelho, paradestruio de si mesmos.16 Desse modo, eles subvertem a finalidade da liberdade crist,isto , que, sendo libertados das mos de todos os nossos inimigos, possamos servir aoSenhor em santidade e retido perante Ele, sem medo, por todos os dias de nossa vida.17

    16 Romanos 6:1-2.

    17 Glatas 5:13; II Pedro 2:18,21.

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  • CAPTULO 22ADORAO RELIGIOSA E O DIA DO SENHOR

    1. A luz da natureza mostra que existe um Deus, que tem senhorio e soberania sobretodos, que justo, bom, e faz o bem a todos; e que, portanto, deve ser temido, amado,louvado, invocado, crido e servido, de todo o corao, de toda alma, e com todas asforas.1 Mas a maneira aceitvel de se cultuar o Deus verdadeiro aquela instituda porEle mesmo,2 e que est bem delimitada por sua prpria vontade revelada, para que Deusno seja adorado de acordo com as imaginaes e invenes humanas, nem com assugestes de Satans, nem por meio de qualquer representao visvel ou qualquer outromodo no descrito nas Sagradas Escrituras.3

    1 Jeremias 10:7; Marcos 12:33.

    2 Deuteronmio 12:32.

    3 xodo 20:4-6.

    2. A adorao religiosa deve ser dada a Deus - Pai, Filho, Esprito Santo - e somente aEle:4 no a anjos, santos ou qualquer outra criatura.5 E, desde a queda, no sem ummediador,6 nem por mediao de qualquer outro, seno Cristo, apenas.7

    4 Mateus 4:9-10; Joo 4:23; Mateus 28:19.

    5 Romanos 1:25; Colossenses 2:18; Apocalipse 19:10.

    6 Joo 14:6.

    7 I Timteo 2:5.

    3. A orao com aes de graas requerida por Deus, de todos os homens,8 por serparte daquela adorao que inata a todos os seres humanos. Contudo, para seraceitvel, deve ser feita em nome do Filho,9 com a ajuda do Esprito,10 de acordo com avontade de Deus;11 com discernimento, reverncia, humildade, fervor, f, amor eperseverana. E, quando em pblico, em uma lngua que seja conhecida.12

    8 Salmo 95:1-7; Salmo 65:2.

    9 Joo 14:13-14.

    10 Romanos 8:26.

    11 I Joo 5:14.

    12 I Corntios 14:16-17.

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  • 4. A orao deve rogar por coisas lcitas, e por toda sorte de pessoas, vivas ou que aindavivero;13 mas no pelos mortos,14 nem por pessoas que se sabe terem cometido o"pecado para morte".15

    13 I Timteo 2:1-2; II Samuel 7:29.

    14 II Samuel 12:21-23.

    15 I Joo 5:16.

    5. A leitura das Escrituras;16 a pregao e o ouvir da Palavra de Deus;17 o ensino e aadvertncia mtua; o louvor, com salmos, hinos e cnticos espirituais, com gratido aoSenhor em nossos coraes;18 a administrao do batismo,19 e a Ceia do Senhor:20 todosso partes da adorao religiosa, que devem ser cumpridas em obedincia a Deus, comentendimento, f, reverncia e temor piedoso. Alm disso, em ocasies especiais devemser usados a humilhao solene, com jejuns,21 e aes de graas, de uma maneira santa ereverente.22

    16 I Timteo 4:13.

    17 II Timteo 4:2; Lucas 8:18.

    18 Colossenses 3:16; Efsios 5:19.

    19 Mateus 28:19-20.

    20 I Corntios 11:26.

    21 Ester 4:16; Joel 2:12.

    22 xodo 15:1-19; Salmo 107:1-43.

    6. Agora, no evangelho, nem a orao nem qualquer outra parte da adorao religiosaest relacionada a um lugar especfico, nem se torna mais aceitvel por causa do lugarem que feita ou para o qual a pessoa esteja voltada. Deus deve ser adorado em todolugar, em esprito e em verdade;23 na privacidade familiar,24 diariamente;25 e em secreto,cada pessoa individualmente;26 e muito mais solenemente nos cultos pblicos, os quaisno devem ser intencional ou inconseqentemente negligenciados ou esquecidos, poisDeus, mediante sua Palavra e providncia, nos conclama a prest-lo.27

    23 Joo 4:21; Malaquias 1:11; I Timteo 2:8.

    24 Atos 10:2.

    25 Mateus 6:11; Salmo 55:17.

    26 Mateus 6:6.

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  • 27 Hebreus 10:25; Atos 2:42.

    7. Por instituio divina, uma lei universal da natureza que uma proporo de temposeja separada para a adorao a Deus. Por isso, em sua Palavra - atravs de ummandamento explcito, perptuo e moral, vlido para todos os homens, em todas as eras- Deus determinou que um dia em cada sete lhe seja santificado, 28 como dia dedescanso. Desde o comeo do mundo, at a ressurreio de Cristo, esse dia era o ltimoda semana; e, desde a ressurreio de Cristo, foi mudado para o primeiro dia da semana,que chamado "Dia do Senhor".29 A guarda desse dia como sbado cristo devecontinuar at o fim do mundo, pois foi abolida a observncia do ltimo dia da semana.

    28 xodo 20:8.

    29 I Corntios 16:1-2; Atos 20:7; Apocalipse 1:10.

    8. O dia do descanso santificado ao Senhor quando os homens preparam devidamenteos seus coraes para esse dia e pe em ordem os seus afazeres corriqueiros, deantemo; quando no apenas obedecem a um descanso consagrado, durante o dia todo,de seus prprios trabalhos, palavras e pensamentos, concernentes a ocupaes secularese recreaes,30 mas tambm ocupam o tempo todo em exerccio de adorao a Deus,seja em particular ou em pblico, e deveres de necessidade e de misericrdia.31

    30 Isaas 58:13; Neemias 13:15-22.

    31 Mateus 12:1-13.

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  • CAPTULO 23JURAMENTOS LEGTIMOS E VOTOS

    1. O juramento legtimo tambm um ato de adorao religiosa, pelo qual a pessoa,jurando em verdade, justia e discernimento, invoca solenemente a Deus comotestemunha daquilo que foi jurado;1 e para que julgue a pessoa de acordo com averacidade ou falsidade de seu juramento.2

    1 xodo 20:7; Deuteronmio 10:20; Jeremias 4:2.

    2 II Crnicas 6:22-23.

    2. O nico nome pelo qual se deve jurar o nome de Deus, que deve ser usado comsanto temor e reverncia. Por isso, jurar em vo, ou, temerariamente, por esse nomeglorioso e tremendo; ou jurar por qualquer outra coisa, constitui um ato pecaminoso eabominvel.3

    No entanto, a Palavra de Deus autoriza o juramento, quando para decidir assuntos degrande importncia e peso, para uma confirmao da verdade, e para encerrarcontendas.4 Por conseguinte, se a autoridade civil exige um juramento, e se este legtimo, deve ser prestado.5

    3 Mateus 5:34,37; Tiago 5:12.

    4 Hebreus 6:16; II Corntios 1:23.

    5 Neemias 13:25.

    3. Qualquer pessoa que tome um juramento autorizado pela Palavra de Deus, deveconsiderar devidamente as implicaes de um ato to solene, para que nada afirmeseno aquilo que ela sabe que verdade, porque juramentos temerrios, falsos ou emvo, constituem uma provocao ao Senhor, e por causa deles a terra se lamenta.6

    6 Levtico 19:12; Jeremias 23:10.

    4. O juramento deve ser prestado no sentido claro e explcito das palavras, semequvocos e sem restries mentais.7

    7 Salmo 24:4.

    5. O voto no deve ser feito a criatura alguma, mas somente a Deus; e deve ser feito ecumprido com todo cuidado e fidelidade religiosa.8 Porm, os votos monsticoscatlico-romanos - voto de celibato,9 voto de pobreza,10 e voto de obedincia - em vezde serem graus de maior perfeio, no passam de armadilhas supersticiosas e inquas,com as quais cristo nenhum deve embaraar-se.11

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  • 8 Salmo 76:11; Gnesis 28:20-22.

    9 I Corntios 7:2,9.

    10 Efsios 4:28.

    11 Mateus 19:11.

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  • CAPTULO 24MAGISTRADO CIVIL

    1. Deus, o Senhor supremo e Rei de todo o mundo, ordenou que houvesse magistrados civis, para lhe estarem sujeitos e governarem sobre o povo, para o bem pblico e para a glria de Deus. E para que desempenhem essa funo, Deus os armou com o poder da espada, para defesa e o encorajamento daqueles que fazem o bem, e para a punio dos malfeitores.1

    1 Romanos 13:1-4.

    2. Quando chamado para isso, lcito que o cristo aceite e execute o ofcio do Magistrado. No desempenho desse ofcio, ele deve especialmente manter a justia e a paz,2 de acordo com todas as leis de cada comunidade. E, para esse fim, mesmo agora, na vigncia do Novo Testamento, ele pode inclusive empreender a guerra, se isto for justo e necessrio na ocasio.3

    2 II Samuel 23:3; Salmo 82:3-4.

    3 Lucas 3:14.

    3. Visto que os magistrados so institudos por Deus para as finalidades j mencionadas anteriormente, requer-se de ns a obedincia, no Senhor, a todas as coisas lcitas ordenadas pelas autoridades, no apenas por causa da punio, mas como dever de conscincia.4 Devemos suplicar e orar pelos magistrados e todos os que esto investidosde autoridade, para que, sob seu governo, vivamos vida tranqila e mansa, com toda piedade e respeito.5

    4 Romanos 13:5-7; I Pedro 2:17.

    5 I Timteo 2:1-2.

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  • CAPTULO 25MATRIMNIO

    1.O casamento para ser entre um homem e uma mulher. No lcito ao homem termais de uma esposa, e nem mulher ter mais de um marido ao mesmo tempo.1

    1 Gnesis 2:24; Malaquias 2:15; Mateus 19:5-6.

    2. O casamento foi ordenado para o auxlio mtuo entre marido e mulher,2 para apropagao da humanidade por uma descendncia legtima,3 e para impedir a impureza.4

    2 Gnesis 2:18.

    3 Gnesis 1:28.

    4 I Corntios 7:2,9.

    3. O casamento lcito para todos os tipos de pessoas, desde que possam dar o seuconsentimento racional.5 Porm, o dever dos cristos casarem-se somente no Senhor.6Por isso os que temem a Deus e professam a verdadeira religio no devem casar-secom incrdulos ou idlatras, para que, casando-se, no se ponham em jugo desigual comuma pessoa inqua, ou com quem defenda uma heresia condenvel.7

    5 Hebreus 13:4; I Timteo 4:3.

    6 I Corntios 7:39.

    7 Neemias 13:25-27.

    4. No devem casar-se pessoas entre as quais existam graus de parentesco ouconsanginidade que sejam proibidos na Palavra de Deus.8 As unies incestuosas jamaispodero ser legitimadas por qualquer lei humana ou pelo consentimento das partes, poisno correto tais pessoas viverem juntas, como marido e mulher.9

    8 Levtico 18:1-30.

    9 Marcos 6:18; I Corntios 5:1.

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  • CAPTULO 26A IGREJA

    1. A Igreja universal (ou catlica), que com respeito obra interna do Esprito, e daverdade da graa, pode ser chamada invisvel, consiste no nmero total dos eleitos quej foram, esto sendo, ou ainda sero chamados em Cristo, o Cabea de todos. A Igreja a esposa, o corpo e a plenitude daquele que tudo em todos.1

    1 Hebreus 12:23; Colossenses 1:18; Efsios 1:10,22-23; Efsios 5:23,27,32.

    2. Todas as pessoas ao redor do mundo, que professam f no evangelho e obedincia aDeus, mediante Cristo, de acordo com o evangelho, e que no destroem o seutestemunho com alguma doutrina fundamentalmente errada ou converso profana: essespodem ser chamados de os santos,2 de que se compe a igreja visvel; e todas ascongregaes deviam ser constitudas de pessoas assim.3

    2 I Corntios 1:2; Atos 11:26.

    3 Romanos 1:7; Efsios 1:20-22.

    3. Mesmo as igrejas mais puras sobre a terra esto sujeitas a erros doutrinrios e acomprometimentos.4 Algumas se degeneraram tanto, que deixaram de ser Igrejas deCristo, e passaram a ser sinagogas de Satans.5 A despeito disso, porm, Cristo sempreteve e sempre ter um reino neste mundo, at o fim dos tempos. Esse reino formadodos que nEle crem e confessam o se nome.6

    4 I Corntios 5:1-13; Apocalipse 2:1-23; Apocalipse 3:1-22.

    5 Apocalipse 18:2; II Tessalonicenses 2:11-12.

    6 Mateus 16:18; Salmo 72:17; Salmo 102:28; Apocalipse 12:17.

    4. O Senhor Jesus Cristo o Cabea da Igreja. Por determinao do Pai, de umamaneira suprema e soberana, nEle est investido o poder de chamar, instituir, ordenar egovernar a Igreja.7 O papa de Roma no pode, em qualquer sentido, ser o cabea daIgreja; ele o anticristo, o homem da iniqidade e filho da perdio, o qual se ope e selevanta contra Cristo e contra tudo que se chama Deus, a ponto de assentar-se nosanturio de Deus, como se fosse o prprio Deus. O Senhor Jesus o matar com o soproda sua boca.8

    7 Colossenses 1:18; Mateus 28:18-20; Efsios 4:11-12.

    8 II Tessalonicenses 2:2-9.

    5. No exerccio desse poder de que est investido, o Senhor Jesus chama a si aquelesque deste mundo lhe foram dados pelo Pai,9 atravs do ministrio da Palavra, e por seu

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  • Esprito, a fim de que possam caminhar diante dEle, em todos os caminhos que Ele lhesprescreve na Palavra.10 E manda que as pessoas assim chamadas caminhem juntas,formando sociedades locais, as igrejas, para a edificao mtua e a devida execuo doculto pblico que Ele requer dos seus neste mundo.11

    9 Joo 10:16; Joo 12:32.

    10 Mateus 28:20.

    11 Mateus 18:15-20.

    6. Os membros dessas igrejas so santos por chamamento, manifestando visivelmente eevidenciando a sua obedincia ao chamado de Cristo,12 tanto por confessarem a Cristo,como, tambm, pelo seu modo de vida. Os chamados consentem voluntariamente em tercomunho uns com os outros, de acordo com o mandato de Cristo; e, por vontade deDeus, entregam-se uns aos outros e ao Senhor, submetendo-se s ordenanas doevangelho.13

    12 Romanos 1:7; I Corntios 1:2.

    13 Atos 2:41-42; Atos 5:13-14; II Corntios 9:13.

    7. De acordo com a mente de Cristo, declarada na Palavra, Deus deu a cada uma dessaigrejas todo poder e autoridade necessrios ao desempenho da forma de adorao e dedisciplina por Ele institudas para a observncia na igreja, com mandamentos e normaspara a aplicao devida e o emprego correto desse poder.14

    14 Mateus 18:17-18; I Corntios 5:4-5; I Corntios 5:13; II Corntios 2:6-8.

    8. Uma igreja local, reunida e completamente organizada de acordo com a mente deCristo, consiste de oficiais e membros. Os oficiais designados por Cristo seroescolhidos e consagrados pela igreja congregada. So eles os ancios (ou bispos) e osdiconos;15 cabe-lhes especificamente a administrao das ordenanas [Batismo e Ceiado Senhor] e o exerccio do poder ou do dever com que foram instrudos, ou para o qualforam chamados por Cristo. Este sistema deve ser mantido na igreja, at o fim domundo.

    15 Atos 20:17,28; Filipenses 1:1.

    9. O modo designado por Cristo para o chamamento de uma pessoa capacitada e dotadapelo Esprito Santo, ao ofcio de bispo ou ancio da igreja, a escolha pelo consenso daigreja.16 Os bispos sero consagrados solenemente, com jejum, orao, e a imposio demos pelos ancios da igreja17 (caso exista algum). Os diconos sero escolhidos porigual eleio e consagrados por orao e imposio de mos.18

    16 Atos 14:23.

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  • 17 I Timteo 4:14.

    18 Atos 6:3,5-6.

    10. A incumbncia dos pastores atender constantemente obra de Cristo nas igrejas,no ministrio da Palavra e da orao, zelando pelo bem espiritual das almas que lhesforam confiadas, e das quais tero que prestar contas a Cristo.19 As igrejas tm aincumbncia de prestar todo o respeito que devido aos seus ministros; e faz-losparticipantes de todas as boas coisas materiais, de acordo com as possibilidades de cadaigreja,20 para que os ministros possam viver confortavelmente e no tenham queemaranhar-se em ocupaes seculares,21 podendo tambm exercer hospitalidade paracom os outros.22 Isto requerido pela prpria lei da natureza, e pelo mandato expressode nosso Senhor Jesus, que ordenou "aos que pregam o evangelho, que vivam doevangelho".23

    19 Atos 6:4; Hebreus 13:17.

    20 I Timteo 5:17-18; Glatas 6:6-7.

    21 II Timteo 2:4.

    22 I Timteo 3:2.

    23 I Corntios 9:6-14.

    11. Embora a tarefa de serem diligentes na pregao da Palavra seja, por definio deofcio, uma incumbncia dos bispos (os pastores) das igrejas, a pregao da Palavra noest confinada exclusivamente a eles. Outras pessoas, que tenham sido dotadas epreparadas pelo Esprito Santo, e que tambm tenham sido convocadas pela Igreja,podem e devem ocupar-se com a obra da pregao.24

    24 Atos 11:19-21; I Pedro 4:10-11.

    12. Todos os crentes tm a obrigao de congregar-se em igrejas locais, no local quelhes seja possvel, e quando lhes seja possvel. E todos os que so admitidos aosprivilgios da comunho na igreja esto tambm sujeitos disciplina e ao governo daigreja,25 segundo a norma de Cristo.

    25 I Tessalonicenses 5:14; II Tessalonicenses 3:6,14-15.

    13. Nenhum membro deve perturbar a ordem ou faltar s reunies da igreja; e nem devedeixar de receber a ministrao das ordenanas [Batismo e Ceia do Senhor] por causa deuma ofensa recebida de qualquer dos membros da igreja, seja qual for a ofensa.

    Mesmo que j tenha cumprido com o seu dever em relao queles contra quem se senteofendida, a pessoa deve esperar em Cristo, e deixar que o seu caso seja resolvido peladisciplina da igreja.26

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  • 26 Mateus 18:15-17; Efsios 4:2-3.

    14. Os membros de cada igreja local devem orar continuamente pelo bem e pelaprosperidade de todas as igrejas de Cristo, em todo lugar.27 E devem trabalhar para aexpanso da Igreja, em todas as ocasies, exercendo cada um os seu dons e graas, nasua rea de atuao, e de acordo com o seu chamamento. Portanto, as igrejas - quandodispostas pela providncia de Deus de uma maneira em que isto seja possvel - devemdesfrutar da oportunidade e das vantagens de manterem comunho entre si, a fim depromoverem a paz, o amor, e a edificao mtua.28

    27 Efsios 6:18; Salmo 122:6.

    28 Romanos 16:1-2; III Joo 8-10.

    15. Em caso de dificuldades ou divergncias acerca de questes doutrinrias, ou dogoverno de igreja; se as igrejas em geral, ou se uma igreja est sendo perturbada em suapaz, unio e edificao; ou se algum membro ou membros de alguma igreja for atingidopor medidas disciplinares que no condizem com a verdade e a norma - nestes casos,segundo a mente de Cristo, muitas igrejas devem reunir-se em comunho, medianterepresentantes, para considerar e opinar sobre o assunto de divergncia; e o seu parecerdeve ser comunicado a todas as igrejas envolvidas.29

    Contudo, essa assemblia de representantes no fica investida de poder eclesisticoalgum, propriamente dito, nem de qualquer jurisdio sobre as igrejas que a constituem.Ela no pode aplicar disciplina alguma sobre pessoas ou igrejas, e nem pode imporresolues sobre as igrejas e seus oficiais.30

    29 Atos 15:2,4,6,22-23,25.

    30 II Corntios 1:24; I Joo 4:1.

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  • CAPTULO 27A COMUNHO DOS SANTOS

    1. Todos os santos esto unidos a Jesus Cristo, o Cabea, pelo Esprito e pela f, e tmcomunho com Ele em suas graas, sofrimentos, morte, ressurreio e glria,1 muitoembora isso no os torne uma s pessoa com Ele. Estamos unidos uns aos outros noamor, eles tm comunho nos dons e nas graas de cada um;2 e tm a obrigao decumprir os deveres pblicos ou particulares que, de uma maneira ordeira, conduzam aobem-estar comum, tanto em questes espirituais quanto materiais.3

    1 I Joo 1:3; Joo 1:16; Filipenses 3:10; Romanos 6:5-6.

    2 Efsios 4:15-16; I Corntios 12:7; I Corntios 3:21-23.

    3 I Tessalonicenses 5:11,14; Romanos 1:12; I Joo 3:17-18; Glatas 6:10.

    2. Os santos, ao fazerem sua profisso de f, comprometem-se a manter uma santaassociao e comunho para adorar a Deus e prestar outros servios espirituais, quetendam sua mtua edificao;4 tambm tm compromisso de socorrer uns aos outrosem coisas materiais, de acordo com as habilidades e as necessidades de cada um.5

    Esta comunho, segundo a norma do evangelho, deve especialmente ser exercida nombito familiar6 e nas igrejas;7 mas, conforme Deus oferea oportunidade para isso,tambm deve ser estendida a toda a famlia da f, a todos os que, em todo lugar,invocam o nome do Senhor Jesus. Entretanto, a comunho de uns com os outros, comosantos, no destri nem infringe o direito ou a propriedade de cada pessoa, seus bens epossesses.8

    4 Hebreus 10:24-25; Hebreus 3:12-13.

    5 Atos 11:29-30.

    6 Efsios 6:4.

    7 I Corntios 12:14-27.

    8 Atos 5:4; Efsios 4:28.

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  • CAPTULO 28BATISMO E CEIA DO SENHOR

    1. O Batismo e a Ceia do Senhor so ordenanas que foram institudas de maneiraexplcita e soberana, pelo prprio Senhor Jesus - o nico Legislador. Ele determinouque sejam continuadas em sua igreja estas ordenanas, at o fim do mundo.1

    1 Mateus 28:19-20; I Corntios 11:26.

    2. Estas santas ordenanas cevem ser ministradas somente por aqueles que para issoestejam qualificados, e que sejam chamados por um comissionamento de Cristo.2

    2 Mateus 28:19; I Corntios 4:1.

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  • CAPTULO 29BATISMO

    1. O Batismo uma ordenana do Novo Testamento, instituda por Jesus Cristo, paraser, para a pessoa batizada, um sinal de sua comunho com Cristo, na sua morte eressurreio; de sua unio com Ele;1 da remisso dos pecados;2 da consagrao dapessoa a Deus, atravs de Jesus Cristo, para viver e andar em novidade de Vida.3

    1 Romanos 6:3-5; Colossenses 2:12; Glatas 3:27.

    2 Marcos 1:4; Atos 22:16.

    3 Romanos 6:4.

    2. Somente pode ser submetidas a esta ordenana as pessoas que de fato professamarrependimento para com Deus, f e obedincia ao Senhor Jesus.4

    4 Marcos 16:16; Atos 8:36-37; Atos 2:41; Atos 8:12; Atos 18:8.

    3. O elemento externo a ser empregado nesta ordenana ser a gua, na qual a pessoaser batizada em nome do Pai, e do Filho, e do Esprito Santo.5

    5 Mateus 28:19-20; Atos 8:38.

    4. Para a devida administrao desta ordenana necessria a imerso, ou seja, asubmerso da pessoa na gua.6

    6 Mateus 3:16; Joo 3:23.

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  • CAPTULO 30A CEIA DO SENHOR

    1. A ceia do Senhor Jesus foi instituda por Ele, na mesma noite em que foi trado, paraser observada nas igrejas at o fim do mundo; a fim de lembrar perpetuamente e ser um