Tertúlia Europeia

Realizou-se na passada quarta-feira, dia 17 de Abril, a Tertúlia

Europeia: ” Estratégia 2020 e a Educação Ambiental para a

Sustentabilidade”, onde agradecemos desde já a presença do Engenheiro

Fernando Louro Alves como orador e a presença e colaboração da Europe

Direct Aveiro.

Esta Tertúlia iniciou-se com a apresentação da Associação

CIDAADS (centro de informação, divulgação e acção para o ambiente e

desenvolvimento sustentável), uma Associação, com colaboradores

voluntários, que promove o desenvolvimento de uma sociedade sustentável

e o apelo à cidadania, através do desenvolvimento de projectos para toda a

comunidade. Contou com a presença da responsável da secção de Aveiro,

Dr.ª Maria da Luz.

Seguindo com o tema da tertúlia, o Eng.º Fernando Alves

começou por dar uma noção fundamentada do conceito de

sustentabilidade, onde através de uma análise gráfica explicou a tendência

natural de todas as espécies para o equilíbrio e consequente

sustentabilidade, explicando que todo o crescimento tem uma forma

exponencial, crescimento este que é afectado por factores do sistema

(competição entre espécies, território, fome) que vai levar à população

adaptar-se e a atingir esse estado de harmonia. Contudo, a espécie humana

é a única que contraria esta tendência pois cria soluções para fazer face às

advertências.

Eis que surgem as perguntas: Mas até quando continuar a

desafiar o equilíbrio natural? E como fazer isto de forma sustentável?

Neste caso, é necessário planear uma colheita que permita a

reposição de stocks, tal como podemos verificar através das quotas de pesca

da UE, onde é delimitado o número máximo de pescado que é possível

apanhar, de modo a garantir que o stock reprodutivo das espécies não é

lesado pela pesca.

De uma forma geral existem 4 princípios para a

sustentabilidade, a capacidade de sustentação, equilíbrio biológico, factor

limitante e a lei do mínimo. A base destes princípios é ter conhecimento de

todo o ciclo de vida da linha produtiva, de modo a obter o produto final

com os mínimos resíduos, para não afectar negativamente a população. Na

opinião do orador, a preocupação principal é a sustentabilidade do

ambiente, económica e social, onde é necessário que exista uma grande

diversidade de acções e modelos que permitam uma facilidade maior na

recuperação de obstáculos apelando à tomada de decisões democráticas

(como é política da UE) em detrimento de opções autocráticas. Deixando

como conclusão de que, só existe desenvolvimento sustentável se tirarmos

da ideia o desenvolvimento individual e financeiro, pois são os principais

travões ao equilíbrio sustentável que é assente no ambiente, futuro,

qualidade de vida, equidade, princípios de precaução e pensamento

holístico.

Relativamente ao projecto Europa 2020, caracterizado por ser

uma estratégia inteligente (aposta na educação, investigação e

principalmente na inovação) assente na sustentabilidade (diminuição do

teor de carbono e indústria competitiva), onde o Eng.º Fernando Alves tem

uma posição susceptível, pois considera que a estratégia não vai tão longe

como gostaria mas apelidando-a de inclusiva, isto é, aponta para a criação

de emprego e redução da pobreza mas não é o suficiente.

Esta estratégia 2020, é um bom ponto de partida para uma

melhoria da Europa, no entanto, o convidado desta tertúlia considera que

este projecto poderia ir mais além, "necessário novos modelos, novas ideias,

novos valores". Refere-se principalmente à necessidade evoluir neste

projecto de forma a apostar numa educação forte e inovadora e contrariar a

"fase deseducadora da sociedade". Critica os objectivos de Portugal neste

projecto, pois são objectivos contraditórios e com pouca projecção para o

futuro (pouca visibilidade na investigação, no emprego, e acima de tudo

nota-se como absurdo o compromisso do aumento da emissão de CO2 em

1%, tendência que devia ser inversa).

De um modo geral, considera o projecto uma boa iniciativa, no

entanto, muito redutora, não chega a avançar o necessário "É alguma coisa,

mas ainda é necessário soluções mais inovadoras e eficientes".

Carlos de Brito

Catarina Fernandes

Rúben Leal