EIXO EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO

• Que o estado reconheça, financie e garanta lógicas educativas e comunicativas que fomentem a autonomia, a participação, a partilha e a construção coletiva de saberes e práticas e o acesso a diversas linguagens sociais (vídeo, internet, teatro, funk, etc) em espaços não–escolares (pontos de cultura , pontos de mídia livre, espaços de movimentos sociais, espaços tradicionais de memória, locais de trabalho social – padaria, telecentro, etc.), compondo o total de horas /dias letivos tanto para os níveis básico, quanto para o nível superior;

• Garantir e reconhecer que educadores que possuem formação diversificada, sejam reconhecidos como profissionais da educação. Garantindo 1/3 da carga horária de trabalho para formação continuada e planejamento das lógicas educativas e comunicativas que fomentem a autonomia, a participação, a partilha e construção coletiva de saberes e práticas e o acesso a diversas linguagens sociais, para todos educadores (formais e não formais, populares e sociais);

• Garantir/respeitar a linguagem, a estética e a vestimenta da juventude nos espaços

públicos onde a juventude está inserida;

• Discutir regionalidade, identidade étnico-culturais nos espaços educativos (museus, centros culturais, bibliotecas e etc.), que favoreçam a autonomia, a participação, a partilha e construção coletiva de saberes e práticas e o acesso a diversas linguagens sociais;

• Garantir a gestão democrática nos espaços educativos que favoreçam a autonomia, a

participação, a partilha e construção coletiva de saberes e práticas e o acesso a diversas linguagens sociais.

O É Nois Que Fala - Conferência Livre Nacional de Juventude e Comunicação aconteceu

na capital federal e consistiu um percurso de vivências e debates na relação

comunicação e juventude. Foi um espaço de trocas de ideias entre cerca de 100

participantes. Midiativistas, educadoras populares, educomunicadoras,

comunicadoras populares, convidadas e demais interessadas criaram as propostas que

seguem e que foram enviadas para contribuir com a 3ª Conferência Nacional de

Juventude que acontecerá em dezembro de 2015.

EIXO CULTURA

• Garantir que a Secretaria Nacional de Juventude e o Estado passem ter uma de escuta

com sensibilidade e entendimento para as questões culturais;

• Política permanente de visibilidade e autonomia das expressões e linguagens artísticas

da juventude, garantindo as especificidades dos grupos de acordo com o Plano

Nacional de Juventude e dentro do Programa Juventude Viva: resistência, identificação

e construção coletiva, desmarginalização da cultura popular e desconstrução da

cultura do espetáculo;

• Orientação e formação para as juventudes para terem acesso aos recursos de

incentivo destinados à cultura;

• Garantia de acesso aos espaços públicos de arte e cultura de forma gratuita, de acordo

com o Estatuto Nacional de Juventude;

• Incentivo a programas de intercâmbios e trocas culturais como o "Cultura Sem

Fronteiras" com outros países;

• Garantia de espaços para programação regional e independente nas TVs públicas,

comunitárias, universitárias e abertas;

• Fiscalização e garantia da execução dos programas que promovem a formação e

vivência de atividades artístico-culturais nas escolas;

• Incorporação das novas tecnologias e mídias nos espaços educativos e escolas;

• Mudança dos processos e métodos educativos da vivência da arte e da cultura na

escola;

• Financiamento das diferentes expressões e iniciativas de arte e cultura da juventude

de forma expandida e sistemática;

• Flexibilização da carga horária escolar para a participação em atividades culturais fora

da escola durante os ensinos fundamentais e médios;

• Flexibilização da jornada de trabalho para o fortalecimento do sentimento de

identidade e pertencimento familiar comunitária.

EIXO TV E RÁDIO

• Fazer uso do canal da cidadania, fomentando a diversidade, desburocratizando o

acesso para veiculação de conteúdo, com cotas de programas com a produção e

participação da juventude;

• Propor políticas de juventude que fomentem a produção de programas com novas

linguagens, narrativas e inclusão de programas web (veículos de comunicação online,

vlogers e outros) nos veículos públicos de comunicação;

• Criação de um Observatório, e que uma de suas finalidades seja a fiscalização de leis

relacionadas a comunicação e juventude e já garantidas na Constituição Federal, que

também construa campanhas informativas sobre leis, expressões e questões sociais;

• Formação técnica e política de jovens comunicadores e gestores públicos por meio do

Observatório a ser criado.;

• Projeto de Lei para inclusão de libras e legendas acessíveis em todos os programas de

TV;

• Criação e fomento de financiamentos para TVs e Rádios (editais, fundos, prêmios),

buscando confluência com outros órgãos, como o Ministério da Cultura - MINC,

Ministério da Comunicação, Empresa Brasil de Comunicação – EBC, entre outros.

EIXO SOFTWARE LIVRE E CULTURA DIGITAL

• Apoiar a campanha “Internet na Escola”, que garante internet de qualidade em escolas

públicas;

• Promoção da formação dos professores para lidar com as novas tecnologias a partir da

utilização do Software Livre (do celular ao computador);

• Garantia das propostas da campanha de universalização da Internet;

• Apoiar a escolha de um software livre como padrão para a Rádio e TV Digital no Brasil;

• Estimular o desenvolvimento e pesquisa de software livre para acessibilidade;

• Garantir mecanismos/recursos para que coletivos de comunicadores possam fazer

pesquisa em cultura digital;

• Desenvolvimento de uma plataforma digital autogerida pelos jovens para que possam

colocar suas boas práticas e atividades (mapeamentos e trocas);

• Desenvolvimento de aplicativos em software livre que criem/ativem redes de apoio e

proteção à juventude negra, indígena, do campo, quilombola e outras comunidades

tradicionais e rurais.

EIXO TRABALHO E SUSTENTABILIDADE

• Incentivo a construção de uma Política de Microcrédito para fomento de ações

produtivas de coletivos/redes de jovens e indivíduos, sem cobrança de taxa de juros;

• Fortalecer a criação de cursos em escolas/faculdades de ensino técnico com caráter

mais criativos, ampliando o espectro de formação para além do “mercado”, voltados

para ações em arte, cultura, ciência e tecnologia;

• Fortalecimento de grupos/coletivos, associações, cooperativas, entre outros formatos,

através de inciativas de incubação visando fortalecer a geração de renda, autonomia e

a sustentabilidade destes;

• Garantia de um piso salarial para estágios, proporcional ao período de trabalho, com

base no salário mínimo;

• Formação profissional através da ampliação de experiência para além do mercado

formal, isto é, grupos, associações, microempresas, empreendimentos econômicos

solidários e organizações da sociedade civil;

• Desburocratização do acesso a editais e ampliação de recursos com foco nas ações de

juventude;

• Incentivo a organização de cadeias produtivas (ex: cultura, comunicação, reciclagem,

agrofloresta) que valorizem os territórios, visando à construção de redes e a

permanência e sustentabilidade da juventude.