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1 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS CORNÉLIO PROCÓPIO DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA MESTRADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA RENATO KAZUO MIYAMOTO CONEXÃO À REDE ELÉTRICA DE UM GERADOR DE INDUÇÃO COM ROTOR EM GAIOLA DE ESQUILO ACOPLADO A UM VOLANTE INERCIAL DISSERTAÇÃO CORNÉLIO PROCÓPIO 2017

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1

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CAMPUS CORNÉLIO PROCÓPIO

DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

MESTRADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

RENATO KAZUO MIYAMOTO

CONEXÃO À REDE ELÉTRICA DE UM GERADOR DE INDUÇÃO

COM ROTOR EM GAIOLA DE ESQUILO ACOPLADO A UM

VOLANTE INERCIAL

DISSERTAÇÃO

CORNÉLIO PROCÓPIO

2017

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RENATO KAZUO MIYAMOTO

CONEXÃO À REDE ELÉTRICA DE UM GERADOR DE INDUÇÃO

COM ROTOR EM GAIOLA DE ESQUILO ACOPLADO A UM

VOLANTE INERCIAL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná como requisito parcial para obtenção do título de “Mestre em Engenharia Elétrica”.

Orientador: Prof. Dr. Alessandro Goedtel

CORNÉLIO PROCÓPIO 2017

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

M685 Miyamoto, Renato Kazuo Conexão à rede elétrica de um gerador de indução com rotor em gaiola de esquilo acoplado a

um volante inercial / Renato Kazuo Miyamoto. – 2017. 112 f. : il. color. ; 31 cm

Orientador: Alessandro Goedtel. Dissertação (Mestrado) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-

graduação em Engenharia Elétrica. Cornélio Procópio, 2017. Bibliografia: p. 107-112.

1. Motores elétricos de indução. 2. Geradores elétricos. 3. Rotores. 4. Engenharia Elétrica –

Dissertações. I. Goedtel, Alessandro, orient. II. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica. III. Título.

CDD (22. ed.) 621.3

Biblioteca da UTFPR - Câmpus Cornélio Procópio

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Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Campus Cornélio Procópio

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica

Av. Alberto Carazzai, 1640 - 86.300-000- Cornélio Procópio – PR.

Tel. +55 (43) 3520-4007 / e-mail: [email protected] / www.utfpr.edu.br/cornelioprocopio/ppgee

TERMO DE APROVAÇÃO

Título da Dissertação Nº :

“Conexão à Rede Elétrica de um Gerador de Indução com Rotor em

Gaiola de Esquilo Acoplado a um Volante Inercial”.

por

Renato Kazuo Miyamoto

Orientador: Prof. Dr. Alessandro Goedtel

Esta dissertação foi apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de MESTRE EM ENGENHARIA ELÉTRICA – Área de Concentração: Sistemas Eletrônicos Industriais, pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica – PPGEE – da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR – Campus Cornélio Procópio, às 9h do dia 04 de agosto de 2017. O trabalho foi aprovado pela Banca Examinadora, composta pelos professores:

A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Programa

__________________________________

Prof. Dr. Alessandro Goedtel (Presidente)

__________________________________

Prof. Dr. André Luiz Andreoli (UNESP-Bauru)

_________________________________

Prof. Dr. Marcelo Favoretto Castoldi (UTFPR-CP)

__________________________________

Prof. Dr. Francisco De Assis Scannavino Junior (UTFPR-CP)

Visto da coordenação:

__________________________________ Alessandro do Nascimento Vargas

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica UTFPR Campus Cornélio Procópio

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Dedico este trabalho a toda a minha família, em especial a

minha namorada Mariana Conti e aos meus pais Mauro

Takao e Lucia Nahomi Miyamoto.

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AGRADECIMENTOS

Estes parágrafos ao certo não são suficientes para atender todas as pessoas que fizeram

parte desta estimada fase de minha vida. Assim, peço desculpas àquelas que não estão presentes

nestas palavras, mas me acompanham e tem toda minha consideração e gratidão.

A Deus por estar sempre me guiando e dando forças para continuar.

A minha família, pelo apoio, dedicação, esforço e a oportunidade dada para realização

deste sonho. A minha namorada por todo aporte e muita dedicação.

Ao Prof. Dr. Alessandro Goedtel pelos ensinamentos e orientação, os quais serão

lembrados e prestigiados por toda minha caminhada.

Aos colegas de pesquisa pelos incentivos, aporte, e pelas inúmeras contribuições ao

trabalho. Ao colega Engenheiro Yann Sulino que desempenhou papel fundamental na

implementação da bancada no Laboratório de Sistemas Inteligentes.

Ao Prof. MsC. Demerval Mizuyama pela grande contribuição na construção da

bancada experimental de acionamentos.

Aos professores Dr. Marcelo Favoretto Castoldi e Dr. Francisco De Assis Scannavino

Junior pelas contribuições na banca de defesa de qualificação.

A UTFPR, Câmpus de Cornélio Procópio, pelo espaço, ferramentas e materiais

necessários para o desenvolvimento e conclusão deste trabalho.

Este trabalho conta também com o aporte financeiro da Fundação Araucária de Apoio

ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná (Processo Nº 06/56093-3), do

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq (Processo Nº

474290/2008-5, 473576/2011-2, 552269/2011-5).

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“A medida da confiança é a medida da realização”. (Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes: Admirável de Schoenstatt) “E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse

todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria”. (Cor 1, 13: 2)

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RESUMO

MIYAMOTO, Renato Kazuo. CONEXÃO À REDE ELÉTRICA DE UM GERADOR DE INDUÇÃO COM ROTOR EM GAIOLA DE ESQUILO ACOPLADO A UM VOLANTE INERCIAL. 112f. Dissertação – Mestrado em Engenharia Elétrica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Cornélio Procópio, 2017. Este trabalho propõe uma estratégia de conexão à rede elétrica de um gerador de indução com rotor em gaiola de esquilo acoplado a um volante cilíndrico de elevado teor inercial como uma técnica de armazenamento de energia cinética. Tal será convertida em energia elétrica buscando soluções para mitigar efeitos dos transitórios de corrente e qualidade de energia na injeção da tensão gerada à rede elétrica. Assim, é apresentado o modelo matemático do motor de indução trifásico, bem como o modelo do gerador de indução utilizado para simulações do seu comportamento dinâmico. O modelo de cargas inerciais é relatado permitindo a compreensão do efeito do armazenamento da energia cinética do conjunto. Uma bancada de acionamento experimental foi utilizada para validação dos resultados de simulação implementando indutores toroidais para amortização das correntes. Assim, busca-se apresentar uma contribuição na área de geração de energia elétrica utilizando o gerador de indução com rotor em gaiola de esquilo com ganhos de qualidade de energia permitindo amenizar perturbações na rede e efeitos de transitórios de corrente. Palavras-chave: Motor de Indução Trifásico, Gerador de Indução Rotor Gaiola de Esquilo, Volante Inercial, Indutores.

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ABSTRACT

MIYAMOTO, Renato Kazuo. CONEXÃO À REDE ELÉTRICA DE UM GERADOR DE INDUÇÃO COM ROTOR EM GAIOLA DE ESQUILO ACOPLADO A UM VOLANTE INERCIAL. 112f. Dissertação – Mestrado em Engenharia Elétrica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Cornélio Procópio, 2017.

This work proposes a strategy of connection to the electric network of an induction generator with a squirrel cage rotor coupled to a cylindrical flywheel of high inertial content as a kinetic energy storage technique. This will be converted into electrical energy seeking solutions to mitigate the effects of current transients and energy quality in the injection of the voltage generated to the grid. Thus, it is presented the mathematical model of the three-phase induction motor, as well as the induction generator model used for simulations of its dynamic behavior. The inertial loading model is reported allowing an understanding of the kinetic energy storage effect of the set. An experimental trigger bench was used to validate the simulation results by implementing toroidal inductors for damping the currents. Thus, it is sought to present a contribution in the area of electric power generation using the induction generator with rotor in a squirrel cage with gains of energy quality allowing to alleviate disturbances in the network and effects of current transients. Key-words: Three Phase Induction Motor, Induction Generator with a Squirrel Cage Rotor, Flywheel, Inductors.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Classificação dos motores elétricos. ....................................................................... 23

Figura 2 – Parâmetros da máquina de indução. ........................................................................ 25

Figura 3 – Diagrama fasorial do campo girante. ...................................................................... 26

Figura 4 – Curva Conjugado versus Velocidade. ..................................................................... 28

Figura 5 – Tensões Trifásicas do rotor e estator. ...................................................................... 28

Figura 6 – Transformação de coordenadas. .............................................................................. 32

Figura 7 – Circuito equivalente do transformador do gerador de indução. .............................. 38

Figura 8 – Circuito equivalente do rotor. ................................................................................. 40

Figura 9 – Circuito equivalente por fase do GIRGE. ............................................................... 41

Figura 10 – Esquema de Conexão GIRGE auto excitado. ....................................................... 42

Figura 11 – Esquema de Conexão GIRGE. .............................................................................. 42

Figura 12 – Volante Inercial. (a) Esquemático; (b) Estrutura Física. ....................................... 46

Figura 13 – Indutor com núcleo toroidal. ................................................................................. 47

Figura 14 – Metodologia proposta nos resultados de simulação. ............................................. 50

Figura 15 – Metodologia de operação isolada da rede elétrica. ............................................... 53

Figura 16 – Impedância da rede elétrica. .................................................................................. 53

Figura 17 – Esquemático simplificado. .................................................................................... 54

Figura 18 – Metodologia aplicada ao ensaio 1. ........................................................................ 54

Figura 19 – Ensaio 1: M1 e M2 em partida simultânea............................................................ 55

Figura 20 – Ensaio 1: Detalhamento da Figura 19 no instante 0,4s à 0,9s. .............................. 56

Figura 21 – Curva do conjugado eletromagnético e velocidade. ............................................. 57

Figura 22 – Metodologia aplicada ao ensaio 2. ........................................................................ 57

Figura 23 – Ensaio 2: volante inercial na conservação de energia. .......................................... 58

Figura 24 – Influência da carga inercial ao sistema de geração. .............................................. 59

Figura 25 – Metodologia de operação conectada à rede elétrica. ............................................. 60

Figura 26 – Esquemático simplificado de conexão do GIRGE à rede elétrica. ....................... 61

Figura 27 – GIRGE em operação conectada à rede elétrica. .................................................... 62

Figura 28 – Metodologia aplicada ao ensaio 3. ........................................................................ 63

Figura 29 – Ensaio 3: GIRGE em operação com subtensão de 0,2pu. ..................................... 63

Figura 30 – Circuito equivalente. ............................................................................................. 64

Figura 31 – Inserção de indutores............................................................................................. 65

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Figura 32 – Diagrama de conexão do GIRGE à rede elétrica. ................................................. 66

Figura 33 – Esquemático simplificado de conexão do GIRGE à rede elétrica com indutores. 67

Figura 34 – Metodologia aplicada ao ensaio 4. ........................................................................ 68

Figura 35 – Ensaio 4: Tensão e corrente no GIRGE utilizando terminal 1mH. ....................... 68

Figura 36 – Metodologia aplicada ao ensaio 5. ........................................................................ 69

Figura 37 – Ensaio 5: Correntes e tensões trifásicas no GIRGE. ............................................. 70

Figura 38 – Metodologia aplicada ao ensaio 6. ........................................................................ 70

Figura 39 – Ensaio 6: Correntes e tensões trifásicas no GIRGE. ............................................. 71

Figura 40 – Conjunto Inercial. .................................................................................................. 73

Figura 41 – Conjunto Inercial com estrutura de proteção. ....................................................... 74

Figura 42 – Reforços na base de sustentação. .......................................................................... 74

Figura 43 – Bancada de aquisição de sinais. ............................................................................ 75

Figura 44 – Bancada de acionamento elétrico. ......................................................................... 76

Figura 45 – Indutores toroidas com terminais: 1mH, 5mH e 10mH por fase. ......................... 77

Figura 46 – Metodologia de Aquisição de sinais. .................................................................... 78

Figura 47 – Aquisição de sinais no laboratório LSI. ................................................................ 79

Figura 48 – Metodologia aplicada ao ensaio experimental 1. .................................................. 80

Figura 49 – Ensaio experimental 1: Tensões e correntes no GIRGE. ...................................... 80

Figura 50 – Conservação de energia. ....................................................................................... 81

Figura 51 – Metodologia aplicada ao ensaio experimental 2. .................................................. 82

Figura 52 – Ensaio experimental 2: GIRGE com terminal de 1mH. ........................................ 82

Figura 53 – Metodologia aplicada ao ensaio experimental 3. .................................................. 83

Figura 54 – Ensaio experimental 3: GIRGE com terminal de 5mH. ........................................ 84

Figura 55 – Metodologia aplicada ao ensaio experimental 4. .................................................. 84

Figura 56 – Ensaio experimental 4: GIRGE com terminal de 10mH. ...................................... 85

Figura 57 – Metodologia aplicada ao ensaio experimental 5. .................................................. 85

Figura 58 – Ensaio experimental 5: GIRGE com entrada abrupta à rede elétrica.................... 86

Figura 59 – Metodologia aplicada ao ensaios experimentais 6,7,8. ......................................... 87

Figura 60 – Ensaio exp. 6: GIRGE com terminal 1mH, entrada abrupta à rede elétrica. ........ 87

Figura 61 – Ensaio exp. 7: GIRGE com terminal 5mH, entrada abrupta à rede elétrica. ........ 88

Figura 62 – Ensaio exp. 8: GIRGE com terminal 10mH, entrada abrupta à rede. ................... 89

Figura 63 – Metodologia aplicada ao ensaios experimentais 9 à 12. ....................................... 90

Figura 64 – Ensaio exp. 9: Subtensão de 0,2pu. ....................................................................... 90

Figura 65 – Ensaio exp. 10: Subtensão de 0,4pu. ..................................................................... 91

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Figura 66 – Ensaio exp. 11: Subtensão de 0,2pu na Fase Vab. ................................................ 92

Figura 67 – Ensaio exp. 12: Subtensão de 0,4pu na Fase Vab. ................................................ 93

Figura 68 – Metodologia aplicada ao ensaios experimentais 13,14,15. ................................... 93

Figura 69 – Ensaio exp. 13: Chaveamento do bypass de 1mH. ............................................... 94

Figura 70 – Metodologia aplicada à análise da FFT. ............................................................... 95

Figura 71 – Análise da FFT da tensão para 1mH. .................................................................... 95

Figura 72 – Análise da FFT da corrente para 1mH. ................................................................. 96

Figura 73 – Ensaio exp. 14: Chaveamento do bypass de 5mH. ............................................... 96

Figura 74 – Análise da FFT da tensão para 5mH. .................................................................... 97

Figura 75 – Análise da FFT da corrente para 5mH. ................................................................. 97

Figura 76 – Ensaio exp. 15: Chaveamento do bypass de 10mH. ............................................. 98

Figura 77 – Análise da FFT da tensão para 10mH. .................................................................. 99

Figura 78 – Análise da FFT da corrente para 10mH. ............................................................... 99

Figura 79 – Ensaio exp. 16: Subtensão de 0,2pu no GIRGE. ................................................ 100

Figura 80 – Metodologia aplicada à FFT no GIRGE em subtensão. ..................................... 101

Figura 81 – Análise da FFT da tensão para subtensão no GIRGE. ........................................ 101

Figura 82 – Análise da FFT da corrente para subtensão no GIRGE. ..................................... 102

Figura 83 – Variância do modelo computacional. .................................................................. 103

Figura 84 – Erro relativo médio do modelo computacional. .................................................. 103

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Constantes de forma para os tipos construtivos de volantes inerciais. ................... 45

Tabela 2 – Dados da impedância de rede elétrica. ................................................................... 51

Tabela 3 – Parâmetros de M1 e M2. ......................................................................................... 51

Tabela 4 – Parâmetros do volante inercial................................................................................ 52

Tabela 5 – Momento de inércia do sistema. ............................................................................. 52

Tabela 6 – Projeção do transitório de partida. .......................................................................... 65

Tabela 7 – Comparativo do efeito das indutâncias. .................................................................. 71

Tabela 8 – Dispositivos de acionamento elétrico. .................................................................... 77

Tabela 9 – Validação do modelo computacional.................................................................... 102

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica

CC Corrente Contínua

CA Corrente Alternada

DAQ Data Acquisition Board – Placa de Aquisição de Dados

FESS Flywheel Energy Storage System

GIRGE Gerador de Indução com Rotor em Gaiola de Esquilo

GIT Gerador de Indução Trifásico

IGBT Insulated Gate Bipolar Transistor

MCC Motor de Corrente Contínua

MIT Motor de Indução Trifásico

SAEC Sistema de Armazenamento de Energia Cinética

SCR Silicon Controlled Rectifer

STATCOM STATic synchoronous COMpensator

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LISTA DE SÍMBOLOS

A Área da seção transversal da bobina em m² ! Coeficiente de atrito em N.m.s " Comprimento da bobina em metros #$%&' Corrente do estator em Ampére ($ Corrente do rotor em Ampére ($) Corrente do rotor referenciado ao estator em Ampére #$%&' Corrente do rotor em Ampére #*$) Corrente do rotor no eixo direto referenciado ao estator em Ampére #+$) Corrente do rotor no eixo em quadratura referenciado ao estator em Ampére

#%,- #&,- #', Correntes trifásicas do estator em Ampére #%$ - #&$ - #'$ Correntes trifásicas do rotor em Ampére ./ Densidade de energia cinética por unidade de massa em N.m/kg .0 Densidade de energia cinética por unidade de volume em N/m² 1 Densidade do material em kg/m³

abc Eixo de coordenadas estacionária A, B e C

qd0 Eixo de coordenadas arbitrário qd0 2' Energia cinética armazenada em kg.m²/s² 3,%&' Fluxo concatenado do estator em Weber

3$%&' Fluxo concatenado do rotor em Weber

3+$) Fluxo concatenado do rotor no eixo quadratura referenciado ao estator em

Weber 3*$) Fluxo concatenado do rotor no eixo direto referenciado ao estator em Weber

3*$ Fluxo concatenado do rotor referenciado ao eixo direto em Weber

3+$ Fluxo concatenado do rotor referenciado ao eixo quadratura em Weber

4 Fluxo concatenado em Weber 3%,- 3&,- 3', Fluxos concatenados trifásicos do estator em Weber 3%$ - 3&$ - 3'$ Fluxos concatenados trifásicos do rotor em Weber 5$ Frequência relativa entre rotor e estator em Hertz

L Indutância em Henry

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6$ Impedância do rotor em Ohms 78, Indutância de dispersão do estator em Henry 78$ Indutância de dispersão do rotor em Henry 78$) Indutância de dispersão do rotor referenciado ao estator em Henry 7,/ Indutância magnetizante do estator em Henry 7$/ Indutância magnetizante do rotor em Henry 7,$ Indutância mútua entre rotor e estator em Henry 7,, Indutância própria de estator em Henry 7$$ Indutância própria de rotor em Henry

J Momento de Inércia do motor em kg.m² (0 Momento de Inércia do volante inercial em kg.m² 9, Número de espiras do estator 9 Número de espiras do indutor 9$ Número de espiras do rotor :; Número de pares de pólos

P Número de pólos :< Permanência magnética

= Permeabilidade do material em H/m >? Reatância de dispersão do estator em Ohms >$ Reatância de dispersão do rotor em Ohms >8$) Reatância de dispersão do rotor referenciado ao estator em Henry >$@ Reatância do rotor bloqueado em Ohms

k Relação entre as variáveis do sistema de coordenadas arbitrário A? Resistência de dispersão do estator em Ohms A$ Resistência de dispersão do rotor em Ohms B Resistência de tração em N/m² C, Resistência do estator em Ohms C$ Resistência do rotor em Ohms D$/, Taxa de transformação efetiva 2$@ Tensão de rotor bloqueado em Volt 2$ Tensão induzida no rotor em Volt E*, Tensão no estator referenciado ao eixo direto em Volt E+, Tensão no estator referenciado ao eixo em quadratura em Volt

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2? Tensão no primário do estator em Volt E+$ Tensão no rotor referenciado ao eixo em quadratura em Volt

E*$ Tensão no rotor referenciado ao eixo direto em Volt E%,- E&,- E', Tensões trifásicas do estator em Volt E%$ - E&$ - E'$ Tensões trifásicas do rotor em Volt F' Torque de carga em N.m FG/ Torque eletromagnético em N.m HG Velocidade angular da força magnetomotriz em rad/s H,$ Velocidade angular de escorregamento em rad/s H,$ Velocidade angular do escorregamento em rad/s H$ Velocidade angular do rotor em rad/s H, Velocidade angular síncrona do campo girante em rad/s H/ Velocidade rotacional do volante inercial em rad/s

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 16 1.1 MOTIVAÇÃO ................................................................................................................ 19 1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 20 1.2.1 Objetivo geral .................................................................................................................. 20 1.2.2 Objetivos específicos ....................................................................................................... 20 1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .............................................................................. 21 2 ASPECTOS DA MODELAGEM DO MOTOR DE INDUÇÃO .............................. 22 2.1 INTRODUÇÃO A MÁQUINA DE INDUÇÃO E CONVERSÃO DE ENERGIA....... 22 2.2 ASPECTOS CONSTRUTIVOS ..................................................................................... 23 2.3 MODELO MATEMÁTICO DA MÁQUINA DE INDUÇÃO ....................................... 24 2.3.1 Campo Girante ................................................................................................................ 26 2.3.2 Modelagem Matemática da Máquina de Indução ........................................................... 28 2.3.3 Modelo por Sistemas de Coordenadas Arbitrário (qd0) ................................................. 31 2.3.4 Equação de tensão qd0 .................................................................................................... 34 2.3.5 Equação de fluxo qd0 ...................................................................................................... 35 2.3.6 Equação de torque qd0 .................................................................................................... 35 2.3.7 Sistemas de equações do fluxo concatenado e reatância ................................................ 36 2.4 MODELO MATEMÁTICO DO GERADOR DE INDUÇÃO ....................................... 37 2.5 ASPECTOS DO GIRGE CONECTADO À REDE ELÉTRICA ................................... 41 2.6 MODELO DE VOLANTES INERCIAIS ...................................................................... 43 2.7 MODELO DE INDUTORES NA AMORTIZAÇÃO DE TRANSITÓRIOS DE

CORRENTE. ................................................................................................................... 46 2.8 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO ..................................................................................... 49 3 RESULTADOS DA SIMULAÇÃO ............................................................................. 50 3.1 METODOLOGIA PROPOSTA ...................................................................................... 50 3.2 ANÁLISE SOBRE A SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL EM OPERAÇÃO

ISOLADA DA REDE ELÉTRICA ................................................................................. 52 3.3 ANÁLISE SOBRE A SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL EM OPERAÇÃO

CONECTADA À REDE ELÉTRICA. ........................................................................... 59 3.4 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO ..................................................................................... 72 4 IMPLEMENTAÇÃO DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA ............................................ 73 4.1 ASPECTOS CONSTRUTIVOS DO CONJUNTO MOTOR-GERADOR .................... 73 4.2 ASPECTOS CONSTRUTIVOS DA ESTRUTURA DE ACIONAMENTO ................. 75 4.3 RESULTADOS EXPERIMENTAIS .............................................................................. 78 4.3.1 Metodologia Proposta ..................................................................................................... 78 4.3.2 Ensaios Experimentais .................................................................................................... 80 4.4 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO ................................................................................... 104 5 CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS ........................................................... 105 5.1 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 105 5.2 TRABALHOS FUTUROS ........................................................................................... 106 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 107

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1 INTRODUÇÃO

A energia, sob todas as formas, é substancial à sobrevivência da humanidade. O

homem sempre buscou adaptar-se ao ambiente em que vive e a escassez de um dado recurso

tende ao surgimento de outro. Em termos de demanda energética, a eletricidade passou a ser

recurso fundamental para desenvolvimento socioeconômico de uma nação (ANEEL, 2016).

No Brasil, houve um aumento da oferta de energia elétrica provindo de geradores

eólicos em complemento aos geradores centralizados tradicionais. Segundo a ANEEL (2016),

analisado no documento "Capacidade de Geração no Brasil" atualizado em 23 de agosto de

2016, encontram-se em operação 448 pequenas centrais hidrelétricas totalizando 4857 MW.

Em 2008 haviam apenas 297 pequenas centrais hidrelétricas com capacidade de geração de

1951 MW.

A aplicação de energias alternativas, para suprir a grande demanda energética atual

sem agredir o meio ambiente, tem sido meta para otimização no uso destes recursos visando a

diminuição dos impactos ambientais. O Brasil possui grandes parques industriais e a

possibilidade de transformar sistemas industriais como autoprodutores de energia, ou seja,

realizando a produção própria da energia consumida, resulta em confiabilidade e ganho

econômico (ACKERMANN; ANDERSON; SODER, 2001).

A geração de energia elétrica realizada junto ou próxima dos consumidores é intitulada

geração distribuída que são classificadas em: i) geradores de emergência; ii) geradores que

usam como fonte de energia os resíduos combustíveis ou parte construtiva do processo; iii)

painéis fotovoltaicos; iv) pequenas centrais hidrelétricas. Tal sistema tem a vantagem sobre a

geração central convencional em aspectos de qualidade de energia e redução de perdas de

energia elétrica. (CHEN; SHAO; CHEN, 2016).

Segundo Pavani (2008), em sistemas de geração de baixa potência, é possível a

aplicação do Gerador de Indução Trifásico (GIT) com objetivo de micro e mini geração

distribuída. GIT’s são máquinas de indução operando como gerador quando atingem uma faixa

de trabalho acima da velocidade síncrona para o qual foram projetadas.

Em Wu (2009), é descrito um sistema de geração com conexão direta a rede elétrica

que utiliza Motores de Corrente Contínua (MCC) como máquina primária e um medidor óptico

(encoder ou tacogerador) para medida da velocidade e controle da tensão de chaveamento. Este

tipo de sistema de geração vem sendo substituído por sistemas com geradores de indução devido

ao seu baixo custo e robustez e não necessidade de elementos de corrente contínua.

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Adicionalmente, sistemas de geração distribuída que utilizam geradores de indução

reduzem em cerca de 40% os custos de implementação quando comparado com geradores

síncronos. Isso ocorre devido ao fato de não necessitar de fontes CC, possuir reduzida

manutenção e fatores operacionais como alta densidade de potência (W/kg) que implica no

tamanho reduzido da máquina, alta proteção contra sobrecarga e dispensa de elementos

sincronizantes de rede (PAVANI, 2008).

Os sistemas de geração distribuída vem obtendo considerável aceitação por questões

técnicas tais como: i) a conscientização sobre provável esgotamento de fontes primárias

convencionais e impactos causadas por elas; ii) a conveniência da não dependência de fatores

climáticos para produção de energia elétrica; iii) os ganhos econômicos proporcionados em

indústrias que podem operar como autoprodutoras, ou seja gerar a própria energia elétrica que

consomem e vender a energia excedente a concessionária (JENKINS et al., 2000).

De acordo com Akmatov (2003) dois tipos de máquinas de indução têm obtido

resultados significativos na geração distribuída: o Gerador de Indução com Rotor em Gaiola de

Esquilo (GIRGE) e o Gerador de Indução Duplamente Alimentado (GIDA). A aplicação do

gerador duplamente alimentado tem aumentado devido à possibilidade de alcançar um melhor

controle do fluxo de potência reativa com a rede elétrica. Entretanto, este tipo de gerador possui

uma complexa configuração quando comparado com o GIRGE e consequentemente o torna

mais caro além de exigir maior manutenção.

O GIRGE por suas características construtivas e de baixo custo torna-se atrativo para

pequenos e médios produtores. Visto que a aplicação de técnicas de sistemas utilizando

geradores de indução é relativamente recente, existe uma demanda pelo estudo do

comportamento desse sistema quando conectado à rede elétrica, visando amenizar transitórios

de correntes indesejadas, correto armazenamento de energia contribuindo com ganhos em

qualidade de energia (SIMÕES; FARRET, 2004).

A busca por técnicas de injeção da energia gerada pelo GIRGE e sua conexão ao

barramento da rede elétrica com baixa interferência de transitórios indesejados têm sido objeto

de pesquisa. A aplicação de Soft-Starters nessa conexão tornou-se uma solução utilizada devido

a minimização do transitório de corrente no barramento utilizando dispositivos semicondutores

como SCR/TRIAC (SATEAN; WANGSILABATRA; SUKSRI, 2010).

A substituição dos elementos convencionais semicondutores do Soft-Starter

(SRC/TRIAC) pelo IGBT (Insulated Gate Bipolar Transistor) obteve melhor resposta em

relação ao transitório de corrente amortizando harmônicos de baixa ordem devido a maior

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velocidade de resposta do IGBT. Porém o custo elevado vinculado a estes dispositivos é

considerado sua principal desvantagem (GUANGQIANG et al., 2006).

A aplicação de STATCOM (STATic synchronous COMpensator) na conexão com a

rede elétrica é descrita em Mohod e Aware (2010). O STATCOM é um equipamento eletrônico

composto por inversores, transformadores, capacitores, bem como possui um controle projetado

para regulação de potência reativa, capacitiva e indutiva. Adicionalmente o controle é composto

por um inversor com IGBT o qual opera em conjunto com capacitores ou baterias armazenando

energia CC para gerar tensões trifásicas. Assim, há melhorias das características de transitórios

e perturbações no sistema de conexão. No entanto, o emprego de baterias para armazenagem

encarece e eleva a manutenção do sistema.

Visando a otimização no processo de geração, é conveniente um sistema para

armazenamento de energia em determinada forma (química ou mecânica, por exemplo) para

posterior conversão em energia elétrica. A falta de armazenamento exige o ajuste constante da

produção de energia elétrica podendo provocar instabilidade na mesma (BOLUND;

BERNHOFF; LEIJON, 2007).

De acordo com Silva (2008), as formas de armazenamento de energia variam desde a

utilização de pressão, meio eletroquímico, indução de corrente contínua, baterias e ultra

capacitores. Sistemas de armazenamento utilizando volantes inerciais têm sido objeto de estudo

devido a resposta em relação a conservação, maior eficiência e vida útil, além de operarem em

temperaturas maiores que as da bateria (BOLUND; BERNHOFF; LEIJON, 2007).

Em aplicações na indústria, o volante inercial equilibra o movimento, amenizando as

taxas de variação de velocidade introduzindo inércia ao sistema. O volante inercial é

incorporado num sistema de vácuo ou baixa gravidade, visando redução das perdas por fricção

do ar. Cargas inerciais produzidas por movimentos rotativos como em esteiras transportadoras,

filtros e guindastes são relatadas, onde, neste último caso, o volante inercial acumula energia

quando o guindaste é operado para a descida e a utiliza como auxiliar na operação de subida

(FLYNN; MCMULLEN; SOLIS, 2008).

O acúmulo por volantes inerciais ocorre por meio do armazenamento de energia

mecânica de sua massa em rotação. Uma estratégia consiste em acionar um motor para girar o

volante por meio da conversão da energia elétrica em mecânica motriz. Para recuperar essa

energia armazenada na forma cinética utiliza-se outro motor como gerador, convertendo a

energia mecânica em elétrica (TSAO, 2003).

A proposta deste trabalho consiste em apresentar uma estratégia de utilização do

GIRGE utilizando um volante inercial como elemento de armazenamento de energia cinética a

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qual será convertida em energia elétrica. Assim, busca-se contribuir com ganhos em qualidade

de energia na injeção da energia gerada à rede elétrica visando amenizar a geração de

transitórios indesejados e apresentar um método eficaz o qual poderá ser aplicável à indústria e

pequenas usinas geradoras de energia elétrica.

1.1 MOTIVAÇÃO

Segundo descrito em documento da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) –

intitulado "Projeções da Demanda de Energia Elétrica" datado de 2017, é explanado a

importância do crescente papel da eficiência energética e a busca por alternativas de energia

limpa. O setor industrial entre o ano 2016 e 2017 teve um aumento de 2,8% da demanda de

energia elétrica, fato esse que instiga a busca por métodos que otimizem o uso da energia

elétrica.

A escolha do gerador de indução com rotor gaiola de esquilo foi motivada pelo fato de

que estes geradores começaram a ser empregados na geração de energia elétrica recentemente

de modo mais amplo, obtendo crescente aceitação como uma proposta de renovação energética

ao operar conectado com a rede elétrica (JAMEHBOZORG; RADMAN, 2015; JARDAN et al.,

2016).

Visando amortizar as perturbações na rede elétrica, utiliza-se a estratégia de

armazenamento fundamentado no volante inercial o qual pode auxiliar na estabilização da rede

de distribuição de energia elétrica. Isso ocorre porque os problemas de desestabilizações

geralmente são ocasionados por subtensão e interrupções inferiores a dois segundos. Assim, a

energia cinética armazenada no volante inercial pode suprir a falha da rede elétrica (FLYNN;

MCMULLEN; SOLIS, 2008; THOMAS, 2009).

Em suma, a motivação deste trabalho consiste em desenvolver uma estratégia de

geração distribuída voltada ao aproveitamento da energia cinética armazenada em cargas

mecânicas industriais com alto teor inercial. Para tal, utiliza-se um GIRGE acoplado a um

volante inercial em paralelo com a rede elétrica, contribuindo em estudos sobre o

comportamento dinâmico deste sistema como elemento redutor de problemas de qualidade de

energia tal como o afundamento momentâneo de tensão de curta duração que pode assumir

valores entre 0,1 a 0,9pu (PRODIST, 2016).

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1.2 OBJETIVOS

Os objetivos que norteiam a pesquisa neste trabalho são divididos em objetivo geral e

específicos.

1.2.1 Objetivo geral

O objetivo geral deste trabalho consiste em desenvolver e implementar um sistema de

geração de energia elétrica empregando um Motor de Indução Trifásico (MIT) acoplado ao eixo

de um GIRGE por meio de um volante inercial e aplicar a energia gerada pela máquina

secundária na rede elétrica.

1.2.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos deste trabalho são definidos como segue:

· Desenvolver um modelo computacional do GIRGE com intuito da realização de estudos

do comportamento dinâmico da máquina;

· Estudar a influência de volantes inerciais rotativos no armazenamento de energia

cinética;

· Realizar ensaios experimentais em bancada de acionamentos e aquisições dos sinais de

tensão e corrente trifásicas geradas;

· Realizar a conexão do gerador com a rede elétrica visando amenizar picos de corrente e

problemas de qualidade de energia;

· Adaptar a bancada de acionamentos com a implementação de indutores toroidais com

derivação de modo a analisar a influência deste elemento como redutor de correntes transitórias;

· Avaliar o uso do GIRGE como elemento redutor dos problemas de qualidade de energia

em variações de tensão de curta duração e distorções harmônicas.

Os dados obtidos por meio de simulação computacional serão analisados em conjunto

com os dados aquisitados por meio de experimentos no laboratório. Deste modo, o resultado

final esperado neste trabalho consiste no desenvolvimento de um sistema de geração de energia

elétrica de baixo custo com cargas mecânicas de alto teor inercial e conexão direta à rede

elétrica.

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1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho é dividido em cinco capítulos, conforme citados a seguir.

O segundo capítulo apresenta os aspectos relacionados a modelagem matemática do

motor de indução trifásico, o modelo do gerador de indução trifásico com rotor em gaiola de

esquilo e o modelo das cargas inerciais.

No terceiro capítulo são apresentadas a metodologia proposta para realização dos

ensaios, os resultados de simulação e do comportamento dinâmico do sistema e a influência dos

volantes inerciais em sistemas com gerador de indução.

No quarto capítulo são apresentados os aspectos construtivos da implementação da

geração distribuída, bem como a bancada de acionamentos e a bancada de aquisição de sinais.

Assim, são apresentados os resultados experimentais desta pesquisa e a validação do modelo.

Por fim, no quinto capítulo são apresentadas as conclusões do trabalho bem como as

propostas de trabalhos futuros.

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2 ASPECTOS DA MODELAGEM DO MOTOR DE INDUÇÃO

Este Capítulo apresenta os aspectos relacionados aos motores de indução trifásicos,

tais como a conversão eletromecânica de energia e a descrição do seu modelo matemático. A

modelagem do GIRGE e do volante inercial é apresentada por caracterizar parte fundamental

no sistema proposto neste trabalho.

2.1 INTRODUÇÃO A MÁQUINA DE INDUÇÃO E CONVERSÃO DE ENERGIA

Em 1831, considerado o grande advento no âmbito científico e comprovada por

Faraday, a utilização da conversão eletromecânica da energia desencadeou a utilização

extensiva de transdutores, como por exemplo, microfones, altofalantes e dispositivos como

geradores, transformadores e máquinas elétricas (KOSOW, 1982).

Como descrito em Simone e Creppe (1999), o físico estoniano Heinrich Friedrich Lenz

em 1833 equacionou matematicamente a força eletromotriz (fem) induzida em um circuito

fechado envolto por um campo magnético. O referido equacionamento foi incorporado ao

postulado de Faraday e justifica o sentido da polarização da corrente elétrica oposta à variação

de campo magnético que a produziu.

Assim, na máquina assíncrona, as correntes alternadas fluem nos enrolamentos do

rotor por indução eletromagnética devido ao fluxo magnético resultante produzido pelo

enrolamento do estator. Com isso, a energia elétrica é transferida pelo entreferro da máquina na

forma de fluxo magnético para o rotor. A interação entre o fluxo magnético do estator e do rotor

resulta em torque eletromagnético o qual conduz a máquina a zona de motorização.

Os motores elétricos são os principais meios de conversão de energia elétrica em

mecânica motriz. Estes podem ser classificados de acordo com o número de fases, tipos de

enrolamentos no rotor e excitação como apresentado na Figura 1 (ONG, 1998; FITZGERALD;

KINGSLEY; KUSKO, 2006; GODOY, 2016).

De acordo com Fitzgerald; Kingsley e Kusko (2006) a Máquina de Corrente Contínua

(MCC) possui condições proveitosas para o acionamento e o controle de velocidade variável.

Todavia, devido a limitações construtivas, como a existência do comutador eletromecânico,

torna-se vantajosa a utilização de máquinas de corrente alternada que dispensam dispositivos

de excitação.

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Figura 1 – Classificação dos motores elétricos.

Fonte: Adaptado de Fitzgerald; Kingsley; Kusko (2006).

A Máquina de Corrente Alternada (MCA) possui maior simplicidade e robustez que a

MCC apresentando menor custo de aquisição e de manutenção, sendo as máquinas mais

utilizadas nas indústrias (GODOY, 2016; PALÁCIOS, 2016). Habitualmente essas máquinas

têm sido utilizadas em velocidade constante e em malha aberta, onde não há realimentação do

sistema de controle. Para aplicações em malha fechada deve haver uma atenção especial quanto

aos estados da máquina, onde considera-se o funcionamento em regime permanente e

transitório (BOSE, 2001).

Conforme Ong (1998), para o estudo englobando o comportamento da máquina em

regime permanente e transitório, é necessário o equacionamento matemático do MIT bem como

o conhecimento dos aspectos construtivos da máquina utilizada, que serão apresentados nas

Seções 2.2 e 2.3.

2.2 ASPECTOS CONSTRUTIVOS

A aplicação de motores de indução é vasta e justificada em grande parte no que se

refere ao seu aspecto construtivo que institui sua produção em larga escala a um custo

relativamente baixo. O estator e o rotor normalmente são constituídos pelo agrupamento de

lâminas de aço-silício de alguns décimos de milímetros que formam um núcleo com chapas

magnéticas. Esse detalhe construtivo impacta na redução de perdas no ferro por corrente de

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Foucault e auxilia no aumento do rendimento da máquina (FITZGERALD; KINGSLEY;

KUSKO, 2006).

As ranhuras são paralelamente dispostas ao eixo da máquina com a superfície interna

do estator e alojam as bobinas dos enrolamentos, o que garante a diminuição do entreferro

efetivo proporcionando uma eficiente dissipação de calor. Entre as chapas e as bobinas há

elementos de isolação que evitam que a carcaça e o pacote de chapas produzam um curto-

circuito. As bobinas de cada fase são fechadas em série ou paralelo conforme necessidade do

número de polos e consequente relação velocidade/frequência que é resultado da disposição das

bobinas nas ranhuras do núcleo (BOSE, 2001).

Segundo Langsdorf (1955, apud Pavani, 2008) de maneira similar ao estator, o rotor

possui ranhuras axiais, onde os enrolamentos rotóricos são alocados. Há dois tipos de rotores

aplicados a máquinas de indução: a gaiola de esquilo e o rotor bobinado. O mais usual é o rotor

tipo gaiola com enrolamento em curto-circuito, construída por barras de alumínio ou cobre

conectadas por um anel em ambas as extremidades. Neste tipo de rotor as barras não podem ser

acessadas externamente, ou seja, não existe terminal que realize conexão com o rotor.

Os anéis nas extremidades axiais também possuem a função de propiciar uma rigidez

mecânica do rotor e a sua forma da ranhura tem influência direta no desempenho da máquina,

especificamente na curva do conjugado. As barras condutoras do rotor geralmente são

inclinadas favorecendo uma transição mais suave entre as ranhuras do estator e do rotor

provocada pela componente tangencial induzida entre as ranhuras opostas reduzindo a vibração

e os ruídos (LANGSDORF, 1955).

Com o objetivo de compreender o comportamento físico do motor de indução com

base nos aspectos construtivos da máquina, um modelo baseado num conjunto de equações

matemáticas que apresentam o comportamento físico do sistema por meio de implementação

computacional, será descrito na Seção 2.3.

2.3 MODELO MATEMÁTICO DA MÁQUINA DE INDUÇÃO

Para compreender o comportamento físico da máquina elétrica e seu acionamento é

necessário um conjunto de equações matemáticas que propiciam uma aproximação do sistema

físico real, possibilitando a implementação em ambiente computacional (ONG,1998).

A implementação de um modelo matemático que simula todas as não-linearidades do

MIT é uma tarefa complexa. Assim, os modelos dinâmicos implicam em operações imprecisas

que diversas vezes são desconsideradas nas simulações computacionais.

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O modelo desenvolvido neste trabalho utilizou o equacionamento apresentado em Ong

(1998) e foi implementado no Matlab®/Simulink. As variáveis de entrada do modelo são:

tensões trifásicas de alimentação (E%- E& - E'), resistência de rotor (A$) e estator (A,), indutância

mútua de dispersão do rotor (78$) e estator (78,), indutância mútua (7/), momento de inércia

(J), torque de carga (F') e coeficiente de atrito (!). As correntes elétricas trifásicas no estator

(#%,- #&,- #',) e rotor (#%$ - #&$ - #'$), tensões trifásicas no estator (E%,- E&,- E',) e rotor (E%$ - E&$ - E'$),

o torque eletromagnético (FG/) e a velocidade do rotor (H$) são os parâmetros de saída de

acordo com a Figura 2.

Figura 2 – Parâmetros da máquina de indução.

Fonte: Adaptado de Barbi (2004).

Adicionalmente, para a modelagem do motor de indução os parâmetros mecânicos de

entrada devem ser considerados. Além da carga acoplada ao eixo, deve-se considerar o

momento de inércia e o coeficiente de atrito do rotor que gira a uma velocidade H$, de acordo

como a equação (1):

FG/ I F' JKKKLMH$MN O J !H$

(1)

onde:

FG/ é o torque eletromagnético em N.m;

F' é o torque de carga em N.m;

E% KE& E'

Parâmetros de entrada:

(A$P, (A,P, (F') (78$), (78,), (7/)

Grandezas de saída: (#%,- #&,- #',), (#%$ - #&$ - #'$), QE%,- E&,- E',P- (KE%$ - E&$- E'$) (FG/), (H$)

J

J

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J é o momento de inércia do motor em kg.m²; H$ é a velocidade do rotor em rad/s;

D é o coeficiente de atrito em N.m.s.

2.3.1 Campo Girante

Ao alimentar o enrolamento do estator com tensões senoidais tem-se correntes

simétricas senoidais circulando pelas bobinas atrasadas em relação à tensão devido à presença

da reatância indutiva do enrolamento de estator que se opõe a circulação de corrente alternada.

Em decorrência deste fato, campos magnéticos são identificados a cada uma das correntes

simétricas e defasadas de 120 graus elétricos e suas amplitudes variam conforme a amplitude

de tensão no estator.

A velocidade angular da força magnetomotriz (fmm) é um vetor magnético resultante

que gira no diagrama fasorial, representado por 2e efw p= , onde ef é a frequência de excitação

da rede de alimentação (BARBI, 2004). A Figura 3 representa o diagrama fasorial

correspondente, onde (%, (& e (' são as correntes senoidais defasadas 120 graus elétricos que

circulam pelas bobinas.

Figura 3 – Diagrama fasorial do campo girante.

Fonte: Adaptado de Barbi (2004).

De acordo com a Lei de Lenz, derivada do princípio de conservação de energia, o

sentido da corrente elétrica é oposto a variação do campo magnético que a originou. Deste

modo, a corrente gerada cria um campo magnético no mesmo sentido do fluxo magnético da

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fonte. A velocidade síncrona é a velocidade na qual o rotor tende a acompanhar o fluxo

magnético no estator, também definida como velocidade de campo girante do estator.

2 e

sP

ww =

(2)

onde:

sw é a velocidade síncrona em rad/s (mecânicos);

ew é a velocidade angular da fmm em rad/s (elétricos);

P é o número de polos da máquina.

Define-se como velocidade escalar do escorregamento ( srw ) a diferença relativa entre

velocidade de campo girante do estator sw (rad/s) e a velocidade do rotor rw (rad/s) conforme

equação (3):

rssr www -= (3)

O escorregamento, do inglês slip, é referenciado com a letra s, e usualmente é expresso

como um percentual da velocidade síncrona conforme descrito na equação (4):

100s r

s

sw ww-

= (4)

A tensão advinda na barra do rotor devido a velocidade relativa do escorregamento é

uma função do comprimento do condutor e da densidade de fluxo magnético. Há tensões

induzidas no rotor e, como consequência, as correntes que circulam nas barras. Assim, o rotor

também produz campo magnético que interage com o campo magnético girante produzindo

conjugado eletromecânico (KRAUSE; WASYNCZUK; SUDHOFF, 2002).

Uma das características relevantes para implementação deste trabalho consiste em

estudar o comportamento dos motores de indução e suas regiões de operação. Para isto é

necessário apresentar a curva do conjugado versus velocidade. A Figura 4 ilustra a curva

estática do conjugado pela velocidade mecânica do MIT, onde o corte tracejado representa o

instante em que H$ = H,. No instante posterior a este, quando a velocidade mecânica do rotor

(H$) opera a uma velocidade superior a síncrona (H,) a máquina trabalha com gerador e o

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conjugado torna-se negativo. Em situações tais que a condição R S H$ S H, é verdadeira, a

máquina opera na região como motor, e para rotações contrárias ao campo girante a máquina

opera na região de frenagem (FITZGERALD; KINGSLEY; KUSKO, 2006; CHAPMAN,

2013).

Figura 4 – Curva Conjugado versus Velocidade.

Fonte: Adaptado Fitzgerald; Kingsley; Kusko (2006); Chapman (2013).

2.3.2 Modelagem Matemática da Máquina de Indução

A modelagem matemática foi implementada inicialmente pelas equações do estator

e rotor. A Figura 5 representa o rotor e estator de um MIT, onde as tensões trifásicas de rotor

e estator podem ser apresentadas por r e s respectivamente, T$ é o ângulo do rotor em relação

a posição H$ (ONG,1998).

Figura 5 – Tensões Trifásicas do rotor e estator.

Fonte: Adaptado Ong (1998).

2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000

-50

-40

-30

-20

-10

0

10

20

30

40

Velocidade mecânica

Con

juga

do

0

Região como GeradorRegião comoMotor

Região deFrenagem

Conjugadomáximo

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As equações (5) à (7) representam as tensões trifásicas do estator.

asas as s

dV i r

dt

l= + (5)

bsbs bs s

dV i r

dt

l= + (6)

cscs cs s

dV i r

dt

l= + (7)

onde:

csbsas VVV ,, são as tensões trifásicas do estator em Volt;

csbsas iii ,, são as correntes trifásicas do estator em Ampére;

csbsas lll ,, são os fluxos magnéticos trifásicos do estator em Weber;

sr é a resistência do estator em Ohms.

Considerando os mesmos equacionamentos do estator direcionadas ao rotor elas são

escritas como:

arar ar r

dV i r

dt

l= + (8)

brbr br r

dV i r

dt

l= + (9)

crcr cr r

dV i r

dt

l= + (10)

onde:

crbrar VVV ,, são as tensões trifásicas do rotor em Volt;

crbrar iii ,, são as correntes trifásicas do rotor em Ampére;

crbrar lll ,, são os fluxos magnéticos trifásicos do rotor em Weber;

rr é a resistência do rotor em Ohms.

As equações matriciais de fluxo concatenado entre os enrolamentos de rotor e de

estator são representadas como segue:

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30

abc abcabc abc

ss srs s

abc abcabc abc

sr rrr r

L L I

L L I

ll

é ùé ù é ù= ê úê ú ê ú

ë û ë ûë û (11)

[ ]Tcsbsas

abc

s llll = é o fluxo concatenado do estator em Weber;

[ ]Tcrbrar

abc

r llll = é o fluxo concatenado do rotor em Weber;

[ ]Tcsbsas

abc

s iiii = é o vetor de corrente do estator em Ampére;

[ ]Tcrbrar

abc

r iiii = é o vetor de corrente do rotor em Ampére.

As matrizes de indutância mútua e de indutância própria são descritas pelas seguintes

equações:

úúú

û

ù

êêê

ë

é

+

+

+

=

sslssmsm

smsslssm

smsmssls

abc

ss

LLLL

LLLL

LLLL

L (12)

úúú

û

ù

êêê

ë

é

+

+

+

=

rrlrrmrm

rmrrlrrm

rmrmrrlr

abc

rr

LLLL

LLLL

LLLL

L (13)

onde:

lsL é a indutância de dispersão do estator em Henry;

lrL é a indutância de dispersão do rotor em Henry;

ssL é a indutância própria de estator em Henry;

rrL é a indutância própria de rotor em Henry;

smL é a indutância mútua de estator em Henry;

rmL é a indutância mútua de rotor em Henry;

srL é a indutância mútua entre rotor e estator em Henry.

A equação (12) representa a matriz de indutância própria no estator e a equação (13)

representa a matriz de indutância própria de rotor. Pela relação da equação (14) que representa

a indutância mútua entre rotor e estator, tem-se a matriz de indutância mútua disposta na

equação (15):

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31

[ ]Tabc

rs

abc

sr LL = (14)

( )

( )

( )

2 2cos cos cos

3 3

2 2cos cos cos

3 3

2 2cos cos cos

3 3

T

r r r

abc

sr r r r

r r r

L

p pq q q

p pq q q

p pq q q

é ùæ ö æ ö+ -ç ÷ ç ÷ê úè ø è øê úê úæ ö æ ö= - +ê úç ÷ ç ÷

è ø è øê úê úæ ö æ ö+ -ê úç ÷ ç ÷

è ø è øë û

(15)

Desconsiderando as perdas no ferro, então, é possível expressar matematicamente as

indutâncias em termo dos números de espiras do rotor, estator e a permeância do “gap” de ar

no entreferro. Tais relações são expressas como:

gsss PNL 2= (16)

÷ø

öçè

æ=3

2cos2 p

gssm PNL (17)

grssr PNNL = (18)

grrr PNL 2= (19)

onde:

gP é a permeância magnética;

sN e rN é o número de espiras do rotor e estator respectivamente.

2.3.3 Modelo por Sistemas de Coordenadas Arbitrário (qd0)

Para descrever a máquina de indução trifásica, são necessárias seis equações

diferenciais de primeira ordem, havendo uma equação para cada enrolamento do estator e do

rotor. Matematicamente as equações são acopladas por meio de indutâncias mútuas entre os

enrolamentos que trabalham geralmente em função do rotor e, à medida que o rotor gira, os

termos de acoplamento se tornam variantes no tempo (KRAUSE; WASYNCZUK; SUDHOFF,

2002).

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32

Como descrito em Ong (1998), Krause; Wasynczuk; Sudhoff (2002), é utilizado um

método que auxilia no cálculo do transitório, onde as equações diferenciais variantes no tempo

são transformadas em equações de indutância contínua por meio do método conhecido como

sistema de coordenadas arbitrário (qd0). Basicamente se trata de um método matemático de

referência, de tal modo que variáveis do modelo da máquina em um sistema original é

transposto para um outro sistema de referência.

Deste modo, o sistema de coordenadas de referência é composto por dois eixos em

quadratura e um eixo intitulado eixo de sequência zero. Assim, as variáveis são referenciadas

pelos índices q, d e 0 representando os eixos quadratura, direto e sequência zero

respectivamente (REGINATTO, 1993).

A relação entre as variáveis do sistema de coordenadas trifásico e coordenadas

arbitrário (qd0) são descritas na equação (20) conforme Ong (1998). O sistema de coordenadas

trifásicos é representado pela notação a, b e c defasados 120 graus como ilustra a Figura 6.

5+*@ I UV?5%&' (20)

onde U é a relação entre as variáveis dos dois sistemas de coordenadas.

A Figura 6 denota os vetores da transformação vetorial, onde os termos D,, W, e X, representam os eixos de coordenadas trifásicas referenciadas ao estator, D$, W$ e X$ representam

os eixos de coordenadas trifásicas referenciadas ao rotor, T$ é o ângulo da posição do rotor

referente a fase D, na velocidade rotórica H$ e T é o ângulo da posição do eixo q em relação a

fase D,. eixo q

ω

ωrϴ

ϴr

αr

bs

rb

cs

cr

eixo d

Figura 6 – Transformação de coordenadas.

Fonte: Adaptado Ong (1998).

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33

Deste modo, o ângulo T determina a posição do sistema de coordenadas arbitrário em

relação ao trifásico. Assim, a escolha adequada de T pode referenciar tanto as variáveis de

estator, considerado eixo estacionário, como as de rotor considerada eixo síncrono em um

mesmo conjunto de eixos q e d. Considerando que o rotor gira a uma velocidade rw a posição

do sistema de coordenadas arbitrárias em relação ao sistema de eixo fixo no rotor é dado por T Y T$ (ONG,1998; KRAUSE; WASYNCZUK; SUDHOFF, 2002).

onde:

T$ I ZH$QNPMN (21)

A relação de transformação do sistema abc para qd0 é dada por:

[>+>*>@\ I ]F+*@KQTP^ _>%>&>'` (22)

onde > pode representar a tensão, fluxo eletromagnético ou corrente de cada fase. A matriz de

transformação ]F+*@QTP^ é descrita por Bose (2001):

]F+*@KQTP^ I abcddddefosKQTP fosKQT Y agb P fosKQT J agb PshnQTP shnKQT Y agb P shnKQT J agb Pia ia ia jk

kkkl (23)

E a matriz de transformação inversa ]F+*@KQTP^V? é dada por Bose (2001), de acordo com a

equação (24):

]F+*@KQTP^V? Icddde fosKQTP shnQTP ifosKQT Y agb P shnKQT Y agb P ifosKQT J agb P shnKQT J agb P ijk

kkl (24)

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34

Existem dois sistemas de referência para modelagem matemática: o estacionário e o

síncrono. O sistema de coordenadas estacionário é utilizado em maior escala para simulação de

acionamentos e controle, por estar em uma referência que abrange regime transitório. Para

estudos em regime permanente o referencial síncrono é o mais recomendado (ONG, 1998).

2.3.4 Equação de tensão qd0

O equacionamento da tensão do enrolamento de estator utilizando o sistema de

coordenadas abc é dado por:

E,%&' I #,%&'C,%&'+K*mpqrt*u (25)

Aplicando a transformação vV? = ]F+*@KQTP^ na equação (25), obtém-se:

E,+*@ I vV? MQvPMN 3,+*@ J vV?C,%&'vK#,+*@ (26)

Aplicando-se o valor da derivada deKF+*@KQTPKV?3,+*@com relação a N na equação (26):

E+, I C,#+, J M3+,Mu J HG3*, (27)

E*, I C,#*, J *mwp*x Y HG3+,

(28)

onde HG e C,+*@ são descritas por:

HG I MTMu (29)

C,+*@ I C, _i R RR i RR R i` (30)

Ao se aplicar os mesmos equacionamentos direcionados ao rotor, tem-se:

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35

E+$ I C$#+$ J M3+$Mu J HG3*$ (31)

E*$ I C$#*$ J M3*$Mu Y HG3+$ (32)

2.3.5 Equação de fluxo qd0

Aplicando-se a matriz de transformação ]F+*@KQTP^ nas equações de fluxo do estator

tem-se:

3,+*@ I F+*@KQTPQ7,,%&'#,%&' J 7,$%&'#$%&'P (33)

Então as equações de fluxo do rotor e do estator são expressas por:

3,+*@ I vV?7,,%&'v#,+*@ J vV?7,$%&'F+*@KQT Y T$PV?#$+*@ (34)

3$+*@ I F+*@KQT Y T$P7,$%&'v#,+*@ J F+*@KQT Y T$P7$$%&'F+*@KQT Y T$PV?#$+*@ (35)

2.3.6 Equação de torque qd0

Considerando a transição de potência nos enrolamentos do estator e rotor, a equação

de torque eletromagnético resultante é:

FG/ I b:a Hy3*,#+,V3+,#*,z J QH Y H$PQ3*$) #+$) Y 3+$) #*$) P (36)

onde FG/ é o torque eletromagnético, : é o número de polos do motor e !3*$K) - 3+$) K- #+$) são definidas da seguinte forma:

3+$) I 9,9$ 3+$ (37)

3*$) I 9,9$ 3*$ (38)

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36

#+$) I 9,9$ #+$ (39)

#*$) I 9,9$ #*$ (40)

2.3.7 Sistemas de equações do fluxo concatenado e reatância

Segundo descrito em Ong (1998), é vantajosa a representação matemática dos termos

de fluxo concatenado 4 e reatâncias no lugar de 3 e 7. Tais variáveis estão relacionadas pela

pela velocidade angularKH&. Deste modo, tem-se:

4 I H&3 (41)

K= H&7 (42)

H& I ag5$ (43)

onde H& é a velocidade angular da rede elétrica em radianos por segundo (rad/s), e 5$ é a

frequência relativa entre rotor e estator medida em Hertz.

As equações de rotor e estator podem ser escritas em termos de 4 e da seguinte

forma:

E,+*@ I HGH& _R i RYi R RR R R`4,+*@ J

iH& MQ4,+*@PMu C,+*@#,+*@ (44)

E$+*@ I QHG Y H$PH& _ R i RYi R RR R R`4$+*@ JiH& MQ4$

+*@PMu C$+*@#$+*@ (45)

cddddde4+,4*,4@,4+$)4*$)4@$) jk

kkkklIcdddde8, J / R R / R RR 8, J / R R / RR R 8, R R R/ R R 8$) J / R RR / R R 8$) J / RR R R R R 8$) jk

kkkl

cddddde#+,#*,#@,#+$)#*$)#@$) jk

kkkkl (46)

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37

FG/ I ba :aH$ y4+,#+, Y4*,#*,z (47)

onde: 8$) I H&78$) (48)

e

78$) =|p~ 78$ (49)

2.4 MODELO MATEMÁTICO DO GERADOR DE INDUÇÃO

Neste tópico será brevemente descrito o modelo matemático do gerador de indução

necessário para compreensão do comportamento da máquina física. O referido modelo

encontra-se em Ong (1998), Simões; Farret (2004), Krause; Wasynczuk; Sudhoff (2002) e

Barbi (2004).

Basicamente, os modelos matemáticos do gerador de indução são os mesmos

empregados nos motores de indução, inclusive no que se refere a convenção da corrente de

estator. O que diferencia o modelo do gerador, essencialmente, são os valores negativos do

conjugado eletromagnético, mecânico e de escorregamento (SIMÕES; FARRET, 2004;

ONG,1998).

Segundo Simões e Farret (2004) na condição de motorização a potência absorvida da

rede de alimentação para manter a rotação próxima a síncrona é a necessária para superar o

atrito mecânico e a resistência do ar. Quando interligada à rede de distribuição, se a velocidade

for aumentada, uma ação regenerativa ocorre, o efeito de desmagnetização sobre a corrente do

rotor é equilibrado por uma componente do estator capaz de fornecer as perdas no núcleo. Nesta

situação o gerador está fornecendo suas próprias perdas no ferro e passa a entregar energia à

carga.

O circuito equivalente do gerador de indução é ilustrado na Figura 7, onde A, é a

resistência de estator, >, é a reatância de dispersão do estator, A/ é a resistência de

magnetização, >/ é a reatância de magnetização, A$ é a resistência de rotor, >$ é a reatância

de dispersão do rotor e 2? é a tensão de fase (ONG, 1998; SIMÕES; FARRET, 2004).

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38

Figura 7 – Circuito equivalente do transformador do gerador de indução.

Fonte: Adaptado Simões e Farret (2004)

O circuito equivalente do gerador de indução não difere do modelo do motor de

indução e ambos se assemelham a um transformador, exceto que no GIRGE o transformador

está conectado a um barramento infinito. Deste modo, é comum usar o modelo de transformador

para representar o gerador de indução.

Esta atenuação ocorre, pois, o entreferro do gerador de indução reduz o acoplamento

entre o primário e enrolamentos secundários causando uma grande relutância e

consequentemente aumentando a corrente de magnetização necessária para obter o mesmo nível

de fluxo magnético (SIMÕES; FARRET, 2004).

De acordo com a Figura 7, a tensão primária no estator (2,) e a tensão secundária no

rotor (2$) são acopladas por um transformador ideal por meio de uma taxa de transformação

efetiva (D$/,) . Este parâmetro D$/, é determinado de maneira simples para um rotor bobinado:

é a relação entre o número de espiras do enrolamento do estator pelo número de espiras do

enrolamento do rotor por fase. Por outro lado, para o rotor em gaiola de esquilo determinar a

taxa de transformação torna-se uma tarefa árdua, pois não há enrolamentos distintos, e em

qualquer situação, a tensão induzida no rotor (2$) gera uma corrente que circula através do rotor

em curto-circuito (KRAUSE; WASYNCZUK; SUDHOFF, 2002; SIMÕES; FARRET, 2004).

De acordo com Simões e Farret (2004), no circuito equivalente do gerador de indução

a tensão do rotor está sujeita a uma frequência variável (5$), tornando 2$,KA$ e >$ também

variáveis. Deste modo estes parâmetros dependem do fator de escorregamento, ou seja, a

diferença entre a velocidade do campo magnético rotativo do estator (H,) e a velocidade do

rotor (H$).

($)

2$

>,

($

2,

A,

(,

2?

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39

Quanto maior a diferença de velocidade, ou escorregamento, entre os campos

magnéticos do rotor e estator, maior a tensão induzida no rotor. Quando não há rotação relativa

(H, =KH$) a tensão induzida é zero. Então define-se a tensão induzida no rotor Q2$P para

qualquer velocidade em relação ao rotor bloqueado (2$@) como:

2$ I 2$@ (50)

O estator está sujeito a uma frequência (5,) dado pela relação 5, I :H, iaR , onde : é

o número de polos do gerador e H, a velocidade síncrona do campo girante. Assim, como a

frequência do estator (5,) é um valor constante, a frequência do rotor (5$) varia de acordo com

o escorregamento:

5$ I H,iaR QH, YH$P iH, I 5, (51)

Note que 5$ é a velocidade relativa entre os campos magnéticos do estator e do rotor.

A corrente que circula no rotor depende da sua impedância, resistência e indutância que alteram

ligeiramente devido ao efeito skin. Contudo, apenas a indutância é afetada de forma mais

significativa pelo fator de escorregamento de acordo com a equação (52) (SIMÕES; FARRET,

2004).

>$ I ag5$7$@ I Kag5,7$@ I >$@ (52)

onde >$@ é a reatância de rotor bloqueado.

A Figura 8 ilustra o circuito equivalente do rotor cuja impedância 6$@ I A$ J H,7$@ I A$ J >$@. A corrente ($) e a impedância 6$ são descritas conforme as equações (53) e (54)

respectivamente.

($) I 2$@A$ J >$@ I 2$@~, J >$@ (53)

6$ I A$ J >$@ (54)

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40

Figura 8 – Circuito equivalente do rotor.

Fonte: Adaptado Simões e Farret (2004).

Para pequenos valores de escorregamento ( R), a impedância do rotor torna-se

predominantemente resistiva e a corrente do rotor varia linearmente com s. Desta forma o

circuito equivalente pode ser representado de acordo com a Figura 9 convertendo os parâmetros

secundários para parâmetros primários por fase.

2? I D$/,2$ (55)

($) I ($D$/, (56)

6$ I D$/, LA$ J >$@O I A$ J >$ (57)

O modelo matemático do GIRGE é idêntico ao modelo do motor de indução trifásico

proposto em Ong (1998); Barbi (2004); Krause, Wasynczuk e Sudhoff (2002). Entretanto, os

valores de velocidade e escorregamento, tornam os parâmetros de resistência de rotor e

reatância de dispersão do rotor variáveis, representados por A$ - >$ na Figura 9.

As equações matemáticas de (1) a (45) representam o modelo da máquina de indução,

que ao apresentar torque eletromagnético e mecânico com valores negativos está operando no

modo gerador. Visando estudos de estabilidade, geralmente os transitórios do estator e da rede

elétrica são desprezados. Assim, substitui-se as equações (27) e (28) pelas equações (58) e (59)

com as demais inalteradas, de modo que o modelo de sexta ordem é reduzido a um de quarta

ordem (SIMÕES; FARRET, 2004; KRAUSE; WASYNCZUK; SUDHOFF, 2002).

($)

>$@

2$@ I 2$

A$

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41

E+, I C,#+, J HG3*, (58)

KKKKKKKKKKE*, I C,#*, Y HG3+,

(59)

Figura 9 – Circuito equivalente por fase do GIRGE.

Fonte: Adaptado Simões e Farret (2004).

A partir modelagem matemática do GIRGE o comportamento dinâmico do sistema

operando isolado da rede elétrica pode ser estudado. Assim, quando é necessário a conexão do

gerador de indução à rede elétrica, alguns aspectos devem ser observados e estão descritos na

Seção 2.5.

2.5 ASPECTOS DO GIRGE CONECTADO À REDE ELÉTRICA

Para que o gerador de indução desconectado da rede forneça energia elétrica é

necessária a existência de um magnetismo residual em seu rotor que propicie potência reativa

à máquina. Uma metodologia usual é a implementação de um banco de capacitores em paralelo

aos terminais do estator que se figura como gerador auto excitado.

Se a velocidade do rotor estiver constante e a potência ativa consumida na carga

aumentar, há uma queda na frequência síncrona e consequente aumento de torque. Para corrigir

a frequência de saída da tensão são acoplados dois conversores de potência: um retificador CA-

CC responsável por transformar a tensão de saída da máquina em corrente contínua; e um

inversor de frequência capaz de gerar o sinal em 60 Hz tornando a tensão de saída com

frequência fixa (TRAPP, 2013).

2?

(,

A,

>,

($

>$

A$

2$

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42

O método de conexão de um gerador auto excitado à rede elétrica necessita de um

controle com um regulador de velocidade que utiliza um conversor CC-CC e um inversor PWM

na máquina primária para que seja possível o chaveamento da carga no instante em que as

tensões estejam em fase (JARDAN et al, 2016). A Figura 10 ilustra uma técnica de conexão

com base na regulação de velocidade.

Figura 10 – Esquema de Conexão GIRGE auto excitado.

Fonte: Adaptado Jardan et al (2016).

Outra metodologia de gerador de indução consiste em alimentar diretamente seu

estator na rede elétrica excluindo a necessidade de elementos de eletrônica de potência e

técnicas de controle complexas como ilustra a Figura 11.

Figura 11 – Esquema de Conexão GIRGE.

Fonte: Adaptado Jardan et al (2016).

Assim, com o intuito de melhorar as condições de qualidade de energia em efeitos de

subtensões e flutuações de tensão, este trabalho utiliza um volante de massa inercial rotativa

Regulador de

Velocidade

Máquina

Primária

Carga ou

Rede elétrica

GIRGE

Capacitores

Máquina

Primária

Carga ou

Rede elétrica

GIRGE

Alimentador

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43

como elemento armazenador de energia cinética que é acoplado ao eixo do GIRGE. Sua função

é a conservação de energia cinética que pode contribuir como método para suprir pequenas

perturbações de curta duração na rede elétrica.

A modelagem da máquina de indução é necessária para compreender o comportamento

dinâmico das mesmas em operação motora e geradora. No setor industrial, os motores de

indução trifásicos correspondem a 35% da demanda energética nacional. Ainda, de acordo com

a Figura 5, os MIT’s podem operar como motores ou geradores de acordo com a região de

operação (JARDAN et al, 2016; ANEEL, 2016).

O MIT aplicado a indústria está sujeito aos perfis de cargas: linear, quadrática, inversa,

constante e não uniforme (DIAS; LOBOSCO, 1988). Há também a utilização de cargas com

alto teor inercial rotativo, ou volante inercial, e quando aplicado em conjunto ao GIRGE pode

trazer benefícios em renovação energética, portanto seu estudo e modelagem são de grande

valia e são descritos na Seção 2.6.

2.6 MODELO DE VOLANTES INERCIAIS

O estudo das estratégias de armazenamento de energia sob as mais diversas formas

tem sido de interesse de pesquisadores durante décadas. Dentre as várias técnicas, o volante

inercial é um elemento mecânico que possui aceitação em sistemas de armazenamento, pois

conserva-se energia cinética quando está em movimento rotacional. Em sua maioria, são

elementos utilizados em elevada quantidade de máquinas motrizes e continuam seu movimento

influenciado por sua inércia a partir da variação rotacional do conjugado do motor (STEPHAN;

ANDRADE; SOTELO, 2008).

Os Sistemas de Armazenamento de Energia Cinética (SAEC), ou da literatura inglesa,

Flywheel Energy Storage System (FESS) utilizam volantes inerciais (Flywheels) como uma

aplicação de baixo custo visando retardar a perda de velocidade aplicado a situações diversas.

O volante inercial se opõe nas acelerações bruscas de um movimento rotativo amenizando as

perdas de velocidade (LI et al., 2015).

Entre as vantagens da aplicação do FESS destacam-se: i) possuir uma alta densidade

do material construtivo e consequentemente uma alta densidade de potência armazenada; ii) o

estado da energia pode ser medido desde que se conheça a velocidade da rotação; iii) não

degrada independentemente da quantidade de carga e descarga de energia cinética; iv) reduzidas

manutenções periódicas e, v) um baixo impacto ambiental (BOLUND; BERNHOFF; LEIJON,

2007).

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44

Segundo Bolund; Bernhoff; Leijon (2007), os avanços tecnológicos possibilitaram que

os sistemas FESS contribuíssem com resultados promissores no âmbito industrial. Por meio da

equação (60), percebe-se que a otimização dos sistemas pode ser obtida a partir de estudos para

o aumento da energia cinética (2') armazenada no volante inercial:

2' I ia (0H/ (60)

onde (0Ké o momento de inércia da massa rotacional em kg.m² e H/ é a velocidade rotacional

(rad/s). O momento de inércia é dado como:

(0 I ia C (61)

onde r é o raio em metros e m é a massa em kg do volante. Para os volantes inerciais tem-se a

forma dominante de um cilindro sólido e o momento de inércia pode ser escrito de acordo com

a equação (62):

(0 I ia C I ia Cg1 (62)

onde é o comprimento do cilindro em metros e 1 é a densidade do material em kg/m³. Para

volantes que a forma dominante é um cilindro oco o momento de inercia é dado pela equação

(63) conforme Bolund et al, (2007).

(0 I iQCG Y CP I ig1QCG Y CP (63)

onde CG é o raio externo e C é o raio interno do cilindro oco. Ao analisarmos a equação (60),

percebe-se que uma maneira de aumentar a energia cinética é com o aumento da velocidade H/. Entretanto, a velocidade é limitada pelo esforço desenvolvido dentro do volante inercial

devido a inércia de carga denominada resistência à tração (B). Os materiais mais leves

proporcionam maior velocidade, portanto volantes com baixa densidade, porém com elevada

resistência à tração são bons armazenadores de energia (TAYLOR et al, 1999).

A resistência de tração (B) máxima do material quando submetido a velocidade

rotacional é dada pela equação (64):

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45

B I 1CH/ (64)

onde 1 é a densidade do material em kg/m³. A máxima densidade de energia em relação ao

volume e massa é dada na equação (65):

.0 I U BKK K KKKKKKKK./ I U B1 (65)

onde:

.0 é a densidade de energia cinética por unidade de volume em N/m²;

./ é a densidade de energia cinética por unidade de massa em N.m/kg;

K é a constante de forma;

B é a resistência de tração em N/m²;

1 é a densidade do material em kg/m³.

A constante K tem valores atribuídos de acordo com os aspectos construtivos do volante

inercial e tem relação direta com a capacidade de armazenamento de energia cinética. A Tabela

1 ilustra os fatores K para cada tipo construtivo de volante inercial.

Tabela 1 – Constantes de forma para os tipos construtivos de volantes inerciais.

Construção do volante Seção Fator K

Disco

1,00

Disco de tensão constante

0,931

Disco cônico 0,806

Disco sem oscilações

0,606

Disco fino

0,500

Disco moldado

0,500

Disco com borda

0,400

Fonte: Adaptado Bolund; Bernhoff; Leijon (2007).

A Tabela 1 elucida a influência da construção do volante inercial na densidade de

energia cinética do sistema conforme a equação (65). A densidade do material (1) e a resistência

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46

do material (BP refletem diretamente na quantidade de energia armazenada (2'). Assim,

substituindo a equação (62) em (60) tem-se:

2' I i Cg1H/ (66)

Elementos com valores altos de resistência a tração, ou seja, elevado momento de

inércia tem um poder de conservação considerável de energia. Se este aspecto for observado

quando realizado a construção do volante aliada com a redução da densidade do material da

peça, auxiliaria na melhoria do modelo do FESS.

A Figura 12 ilustra o modelo do volante inercial para o cálculo do momento de inércia

e energia cinética acumulada, bem como a estrutura física utilizada na implementação deste

trabalho. Percebe-se que a estrutura se trata de um disco maciço sem oscilações, e sua constante

de forma K assume valor 0,606.

(a) (b)

Figura 12 – Volante Inercial. (a) Esquemático; (b) Estrutura Física.

Fonte: Autoria Própria (2017).

2.7 MODELO DE INDUTORES NA AMORTIZAÇÃO DE TRANSITÓRIOS DE

CORRENTE.

De acordo com Simões e Farret (2004) e Krause; Wasynczuk; Sudhoff (2002) descrito

na Seção 2.4, as correntes trifásicas transitórias no gerador de indução variam de acordo com a

taxa de transformação efetiva (D$/,) respeitando a equação (56).

Desta forma, para o GIRGE a taxa de transformação varia à medida que há variação

na tensão induzida do rotor e a corrente que circula através do rotor em curto-circuito. Assim,

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47

os parâmetros de 2$, A$ e >$ sofrem alterações conforme altera-se o valor do escorregamento

tendo como consequência um acréscimo na amplitude das correntes trifásicas do rotor e do

estator (SIMÕES; FARRET, 2004).

Em Khamis et al (2013) está descrito a implementação de indutores na geração

distribuída, onde é utilizada uma técnica para conexão e um esquema de proteção que detecta

as condições de operação ilhada do gerador distribuído. De maneira geral, indutores com opções

de conexão de indutâncias de acordo com a necessidade do sistema, são utilizados durante um

período de tempo e chaveados na geração distribuída.

O indutor é um dispositivo elétrico passivo, que possui a capacidade de armazenar

energia na forma de campo magnético quando por ele circula uma corrente elétrica criando um

fluxo magnético concatenado ( ). Sua parte construtiva é realizada por espiras de um fio

condutor enroladas em torno de um núcleo magnético (RASHID, 2009; BOYLESTAD, 2004).

Os indutores podem ser classificados de acordo com suas características construtivas.

Assim, seu núcleo pode ser de ferro, de ferrite, de ar, laminado ou formato toroidal. O formato

da bobina toroidal, apresentada na Figura 13, representa um indutor quase ideal pois dentro do

enrolamento toroidal o campo magnético encontra-se quase totalmente confinado e a maior

parte de suas linhas de força são mantidas no núcleo fazendo com que a densidade de fluxo se

mantenha uniforme. Deste modo, o indutor com bobina toroidal é indicado quando é necessária

uma indutância precisa. Os referidos indutores são utilizados em linhas de transmissão para

filtrar transitórios e reduzir interferências eletromagnéticas (DANG; QAHOUQ, 2013).

(a) (b)

Figura 13 – Indutor com núcleo toroidal.

(a) Esquemático do indutor; (b) indutor toroidal. Fonte: Boylestad (2004), Toroid Brasil (2016).

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48

Então, a equação da indutância é dada como segue:

7 I =9" (67)

onde:

μ é a permeabilidade do material em Henry/metro;

" é o comprimento do caminho magnético médio em metro;

A é a área da seção transversal em m²;

N é o número de espiras.

A permeabilidade do ar é = I =@ I giRVK. A tensão em um indutor linear é dada por:

K I 7 **u!!

(68)

Considerando que o indutor real utiliza um fio para enrolar o núcleo magnético, e o fio

possui uma resistência que não pode ser desprezada, tem-se:

I A# J 7 **u!! (69)

Assim a equação (70) demonstra a corrente no indutor:

# I ? QNPMN J #QRPu@

(70)

A modelagem matemática dos elementos utilizados neste trabalho desempenha papel

fundamental. A partir do modelo do MIT e do GIRGE é possível um estudo prévio do

comportamento do sistema de geração distribuída. O modelo do volante inercial e do indutor

toroidal complementa os aspectos relativos a proposta deste trabalho num sistema com o

GIRGE.

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49

2.8 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO

Neste Capítulo foram apresentados os conceitos sobre os motores elétricos bem como

os princípios de conversão eletromecânica de energia que ocorre nas máquinas. O principal

foco deste capítulo consistiu em apresentar o modelamento matemático dos motores de indução

trifásicos visando a explanação do comportamento da máquina para operação em motorização

e geração.

A partir do modelo matemático tem-se subsídios para a sua implementação na

ferramenta computacional Matlab®. Assim, torna-se possível a análise prévia do

comportamento dinâmico da máquina em regime transitório e permanente auxiliando o estudo

do gerador bem como o comportamento de seus parâmetros elétricos, mecânicos e aspectos

relacionados à conexão do GIRGE à rede elétrica.

Visando otimizar a energia gerada, foi descrita de maneira introdutória o modelo

matemático dos volantes inercias utilizados para armazenamento de energia cinética e

diretamente relacionado com a massa, densidade e raio da peça. Este equacionamento é

essencial para compreensão do armazenamento de energia rotativa bem como o efeito desse

elemento em um sistema de geração. Assim, o Capítulo 3 é responsável por relatar o

comportamento dinâmico do modelo a partir de simulações realizadas em ferramenta

computacional.

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50

3 RESULTADOS DA SIMULAÇÃO

Este Capítulo tem o objetivo de analisar os testes em ambiente computacional do

GIRGE a partir do modelo matemático implementado em Matlab®/Simulink observando a

influência de uma carga inercial no sistema de geração distribuída. A Seção 3.1 apresenta a

metodologia proposta neste trabalho e os parâmetros adotados para simulações. Nas Seções 3.2

e 3.3 são apresentados os seis ensaios simulados deste trabalho, sob condições de operação

isolada da rede elétrica, interligada com a rede elétrica, sob efeitos de subtensão e ainda com

os terminais dos indutores 1mH, 5mH e 10mH em série associados aos terminais do gerador.

3.1 METODOLOGIA PROPOSTA

Por meio da modelagem matemática do GIRGE apresentada no Capítulo 2 foi

implementado um modelo computacional para aquisição de sinais de tensão e corrente em

operação isolada e conectada à rede elétrica. Os dados aquisitados foram armazenados em um

banco de dados e a validação do modelo foi realizado pela análise posterior dos resultados

experimentais em bancada de acionamentos como ilustra a Figura 14.

Figura 14 – Metodologia proposta nos resultados de simulação.

Fonte: Autoria própria (2017).

A Seção 3.2 apresenta aspectos de operação isolada da rede elétrica e tem o intuito de

verificar a influência do volante inercial acoplado ao GIRGE. Para todas as simulações, o

sistema é alimentado por tensões trifásicas de 220V/60Hz.

Para que haja maior similaridade do modelo computacional desenvolvido foram

utilizados os parâmetros reais de uma rede de distribuição elétrica. Na rede de distribuição que

parte de uma subestação de uma cidade a outra devem ser considerados as impedâncias da rede

similares a um circuito RL (KAGAN; OLIVEIRA; ROBBA, 2005).

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51

Os dados utilizados neste trabalho são da rede elétrica da subestação de Cornélio

Procópio – PR à Santa Mariana – PR onde a impedância de linha é calculada na base de

100MVA/34,5kV. A distância da rede é de 16,2 quilômetros e os dados foram coletados em

parceria com a COPEL (Companhia Paranaense de Energia Elétrica) a partir de dados dos

fabricantes dos cabos conforme a Tabela 2.

Tabela 2 – Dados da impedância de rede elétrica.

Valor

Frequência da rede 60Hz

Resistência de sequência positiva 0,01273 Ω/km

Indutância de sequência positiva 0,00093 H/km

Resistência de sequência zero 0,3864 Ω/km

Indutância de sequência positiva 0,00412 H/km

Fonte: Autoria própria (2017).

No conjunto inercial utilizado neste trabalho tem-se o motor de indução primário (M1),

o gerador de indução (M2) e o volante inercial, onde o M1 se trata de um MIT da Siemens

Modelo 1LA904-2HA9 - II polos - 60Hz 220/380V, e M2 um MIT da Weg Linha Standart –

IV polos – 60Hz 220/380V que será operado como gerador. A Tabela 3 mostra os parâmetros

dos motores utilizado neste trabalho.

Tabela 3 – Parâmetros de M1 e M2.

M1 - Siemens M2 - Weg

Potência 1490W 745W

Resistência do Estator 6,57Ω 12,4Ω

Resistência do Rotor 3,42Ω 6,95Ω

Indutância do Estator 0,00794 (H) 0,0177 (H)

Indutância do Rotor 0,00594 (H) 0,011 (H)

Indutância de Magnetização 0,405 (H) 0,606 (H)

Momento de Inércia do Rotor (J) 1,00xiRV(kg.m²) 0,52xiRV(kg.m²)

Velocidade Síncrona 3600 rpm 1800 rpm

Fonte: Autoria própria (2017).

Os parâmetros dos motores são utilizados para simulação do modelo do GIRGE em

software Matlab®/Simulink. O volante inercial utilizado neste trabalho foi fabricado em aço de

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52

liga 1040 cuja densidade do material é de 5,61g/cm³ e os parâmetros construtivos são

apresentados na Tabela 4.

Tabela 4 – Parâmetros do volante inercial.

Massa (kg) Comprimento (m) Diâmetro (m) Densidade (kg/m³)

27 0,25 0,165 5610

Fonte: Autoria Própria (2017). Deste modo, para o cálculo do volante inercial utilizado neste trabalho, aplica-se a

equação (62). Os parâmetros calculados do volante inercial são relatados na Tabela 5.

(0 I ? Cg1 I ?R-Rag R-aiR I R-iRaRKkg.m² (71)

Tabela 5 – Momento de inércia do sistema.

Mom. Inércia de

M1 (kg.m²)

Mom. Inércia do M2

(kg.m²)

Mom. Inércia do volante

inercial (kg.m²)

Mom. Inércia do conjunto

inercial (kg.m²)

R-RRi 0,00052 0,1020 0,1030

Fonte: Autoria Própria (2017).

Desta forma, a metodologia e os ensaios realizados na simulação em operação isolada

da rede elétrica estão descritos na Seção 3.2.

3.2 ANÁLISE SOBRE A SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL EM OPERAÇÃO

ISOLADA DA REDE ELÉTRICA

O gerador de indução foi submetido a ensaios em operação isolada da rede elétrica para

aquisição dos sinais de corrente e tensão simulados para que posteriormente sejam comparados

aos valores dos ensaios experimentais afim de validar o modelo matemático computacional de

acordo com a Figura 15.

O volante inercial é acoplado ao mesmo eixo do MIT e ao GIRGE de modo a armazenar

a energia cinética do movimento rotativo auxiliando na conservação de energia elétrica gerada.

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53

Figura 15 – Metodologia de operação isolada da rede elétrica.

Fonte: Autoria própria (2017).

A Figura 16 ilustra parte do esquemático simplificado do modelo, onde o bloco

Alimentador Trifásico refere-se a tensão de saída na rede elétrica de transmissão que admite

um efeito propiciado pelas impedâncias dos cabos em uma linha de 16,2km. As tensões de fase

R, S e T alimentam o quadro de acionamentos trifásico responsável pelo acionamento das

máquinas por meio dos contatores ? e .

Figura 16 – Impedância da rede elétrica.

Fonte: Autoria própria (2017).

?

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54

O esquemático simplificado do Simulink é ilustrado na Figura 17, onde é explicitado

os pontos de aquisição dos sinais de corrente e tensão trifásicas do estator do GIRGE. O contator ? é responsável por alimentar a máquina primária que possui como parâmetro de saída a sua

velocidade (H$). O referido parâmetro é empregado como variável de entrada na máquina

secundária. As aquisições de tensões e correntes trifásicas são realizadas nos terminais do

estator do GIRGE que é acionado por meio do contator .

Figura 17 – Esquemático simplificado.

Fonte: Autoria própria (2017).

No ensaio 1 ambas as máquinas foram acionadas simultaneamente via partida direta,

fechamento em delta 220V e foi realizada a aquisição de sinais de tensão e corrente trifásicas

conforme a Figura 18.

Figura 18 – Metodologia aplicada ao ensaio 1.

Fonte: Autoria própria (2017).

Etapa I – Processo de aquisição de dados incializa em simulação computacional

Etapa II – M1 e M2 são acionadossimultaneamente pela rede

Etapa III – Sinais de corrente e tensão são aquistados no GIRGE

?

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55

O comportamento das correntes e das tensões trifásicas geradas no GIRGE está

ilustrado na Figura 19. Observa-se em (a) as tensões trifásicas simuladas (Va, Vb e Vc) e em

(b) as correntes trifásicas simuladas (Ia, Ib e Ic) ambas aquisitadas via simulação. A corrente

de partida apresenta no período transitório 35,18A de pico e quando opera como gerador as

correntes chegam a valores de 10,04A de pico. O volante inercial acoplado ao eixo dos motores

influencia no tempo e no torque necessário para a partida das máquinas.

(a) (b)

Figura 19 – Ensaio 1: M1 e M2 em partida simultânea.

(a) Tensões e (b) Correntes trifásicas simuladas.

Fonte: Autoria própria (2017).

Na Figura 19(a) a indicação ilustra que no instante 2s do desligamento, há o efeito da

conservação da energia cinética armazenada no volante inercial que é transferida ao motor

secundário (M2). Ao observar a Figura 19(b), constata-se que as correntes instantaneamente

adquirem valores 0A.

No tempo 0s até 0,663s há uma rampa de tensão que varia de 292V a 311V até o

instante onde H$ H, justificado pela curva de saturação motor- gerador, então as tensões e

correntes elétricas estão em modo gerador como ilustra a Figura 20. Na modelagem do GIRGE

o parâmetro de entrada de torque não assume valor constante, de modo que se atribui a variação

de velocidade do eixo, haja visto que estão acopladas. Deste modo, como a resistência do rotor

0.5 1 1.5 2 2.5 3

-300

-200

-100

0

100

200

300

X: 1.021

Y: 311

Tensões Simuladas - Vab, Vcb, Vca

Tempo (s)

Tensão (

V)

X: 0.0875

Y: 290.2

Vab

Vcb

Vca

0.5 1 1.5 2 2.5 3

-30

-20

-10

0

10

20

30

40

X: 1.032

Y: 10.04

Tempo (s)

Corr

ente

(A

)

Correntes Simuladas - Ia, Ib, Ic

X: 0.09026

Y: 35.18

Ia

Ib

Ic

1 1.02 1.04 1.06 1.08 1.1

-200

0

200

X: 1.049

Y: 312.1

Tensão (

V)

Vab

Vcb

Vca

1 1.02 1.04 1.06 1.08 1.1

-10

-5

0

5

10

X: 1.054

Y: 10.04

Corr

ente

(A

)

Ia

Ib

Ic

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56

varia inversamente de acordo com o escorregamento (s) na proporção Rr/s, inicialmente

assume-se que a máquina está parada tem-se s=1. Conforme há a aceleração do rotor o

parâmetro s diminui e Rr aumenta.

(a)

(b)

Figura 20 – Ensaio 1: Detalhamento da Figura 19 no instante 0,4s à 0,9s.

(a) Tensões e (b) Correntes trifásicas simuladas.

Fonte: Autoria própria (2017).

A curva do torque eletromagnético do sistema motor – gerador é de grande valia para

a análise da região de atuação do GIRGE. É necessário um estudo prévio para determinar se a

máquina primária não atuará com sobrecarga. Assim, a Figura 21 (a) ilustra a curva da

velocidade e do torque eletomagnético no MIT, e a Figura 21(b) ilustra a curva da velocidade

e do torque eletromagnético no GIRGE.

Percebe-se a partir da análise da Figura 21, que o GIRGE atinge a velocidade síncrona

no instante 0,663s. A velocidade de operação do conjunto em regime permanente é de 1876

rpm, justificando a curva do torque eletromagnético do GIRGE em operação como gerador com

valores negativos (-3N.m). No instante 2s é realizado o desligamento das máquinas e há a

conservação da velocidade devido ao elevado momento de inércia do sistema. O sistema

necessita de 36s para atingir o repouso. Deste modo, em ambiente simulado a velocidade de

operação do GIRGE é de 1876rpm o que representa um escorregamento de -0,042. Assim, para

os ensaios experimentais que serão descritos na Seção 4.3, a bancada de acionamentos ainda

0.5 1 1.5 2 2.5 3

-300

-200

-100

0

100

200

300

X: 0.8823

Y: 311

Tensão Simulada no GIRGE

Tempo (s)

Tensão (

V)

X: 0.4324

Y: 292.6

0.5 0.6 0.7 0.8 0.9

-300

-200

-100

0

100

200

300X: 0.8823

Y: 311X: 0.4324

Y: 292.6

0 0.5 1 1.5 2 2.5 3-40

-20

0

20

40

X: 0.6704

Y: 6.446

Corrente Simulada no GIRG

Tempo (s)

X: 0.9042

Y: 10.02

Corr

ente

(A

)

0.5 0.6 0.7 0.8 0.9

-20

-10

0

10

20

X: 0.6704

Y: 6.458

X: 0.9042

Y: 10.02

Vab

Ia

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57

não dispõe de um tacômetro, portanto não serão aquisitados sinais de velocidade e torque

eletromagnético.

(a) (b)

Figura 21 – Curva do conjugado eletromagnético e velocidade.

(a) Velocidade e torque no MIT e (b) Velocidade e torque no GIRGE.

Fonte: Autoria própria (2017).

Deste modo o ensaio 2 foi realizado a fim de avaliar a conservação de energia

rotacional resultante do volante em movimento de acordo com a Figura 22. Assim, as máquinas

M1 e M2 são acionadas simultanemente pela rede, e em ambiente simulado foi retirado os

parâmetros referentes ao volante inercial com intuito de uma análise da resposta dinâmica do

sistema. Posteriormente, os sinais de tensão que já haviam sido coletadas no ensaio 1 são

comparados aos sinais de tensão do ensaio 2.

Figura 22 – Metodologia aplicada ao ensaio 2.

Fonte: Autoria própria (2017).

Etapa I – Processo de aquisição de dados incializa em simulação computacional

Etapa II – M1 e M2 são acionadossimultaneamente pela rede sem o volante

inercial

Etapa III – Sinais de corrente e tensão são aquistados no GIRGE

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58

A Figura 23 de acordo com o ensaio 2 tem a finalidade de ilustrar a influência do

volante inercial no sistema de geração distribuída, onde em (a) são apresentadas as tensões

trifásicas simuladas no GIRGE com todo o conjunto inercial e em (b) é retirado o volante

inercial para apresentar as tensões trifásicas simuladas no GIRGE.

Figura 23 – Ensaio 2: volante inercial na conservação de energia.

(a) Tensões trifásicas no GIRGE com o volante inercial (b) Tensões trifásicas no GIRGE sem o

volante inercial.

Fonte: Autoria própria (2017).

Ainda de acordo com a Figura 19(a), no momento do desligamento das máquinas, no

instante 2 segundos, a conservação de energia cinética no volante inercial propiciou uma

conservação da tensão até o repouso do sistema. Assim, o ensaio 2 apresentado na Figura 22

evidencia-se a contribuição do volante inercial, uma vez que quando não está acoplado ao eixo

a tensão o GIRGE vai a zero quase instantaneamente no momento do desligamento.

A Figura 24 (a) ilustra as correntes trifásicas da partida com o conjugado nominal da

máquina primária do MIT Siemens Modelo 1LA904-2HA9 - II polos - 60Hz 220/380V. Em (b)

são dispostas as correntes trifásicas do MIT da Siemens com o conjunto inercial acoplado a ele.

Assim, nesta simulação, a intenção é observar o efeito do conjunto inercial nas correntes

trifásicas do GIRGE.

1.6 1.8 2 2.2 2.4 2.6 2.8 3

-300

-200

-100

0

100

200

300

Tempo (s)

Tensão (

V)

Tensões Simuladas com o volante inercial

Vab

Vbc

Vca

1.6 1.8 2 2.2 2.4 2.6 2.8 3

-300

-200

-100

0

100

200

300

Tempo (s)

Tensão (

V)

Tensões Simuladas sem o volante inercial

Vab

Vbc

Vca

2 2.05 2.1 2.15 2.2 2.25 2.3

-300

-200

-100

0

100

200

300

2 2.05 2.1 2.15 2.2 2.25 2.3

-300

-200

-100

0

100

200

300

(a)

(b)

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59

(a)

(b)

Figura 24 – Influência da carga inercial ao sistema de geração.

(a) Correntes simuladas do MIT Siemens com o máximo conjugado de carga (b) Correntes

simuladas do MIT Siemens com o conjunto inercial.

Fonte: Autoria própria (2017).

De acordo com o catálogo da SIEMENS - Motores Trifásicos de Baixa Tensão, o valor

da corrente nominal é de 3,25A e o fator de multiplicação da corrente de partida pela nominal

(Ip/In) equivale à 6,1. Assim, a corrente de partida (; I b-aKK-iKKa assume um valor de

pico próximo a 30A. Analisando a simulação apresentada na Figura 24 (a) o motor com carga

nominal opera em regime permanente a partir do instante 0,345 segundos.

Observa-se na Figura 24 (b) ao acoplar o conjunto inercial ao MIT primário o momento

de inércia propicia um aumento no tempo necessário para máquina atingir o regime permanente,

que ocorreu instante 2,511 segundos. Desta forma, a conservação dessa energia cinética pode

ser vantajosa quando se opera um sistema de geração conectado à rede elétrica, podendo suprir

pequenas falhas na rede a qual será descrita na Seção 3.3.

3.3 ANÁLISE SOBRE A SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL EM OPERAÇÃO

CONECTADA À REDE ELÉTRICA.

É importante salientar que para todos os ensaios de simulação foram considerados as

impedâncias da rede elétrica, onde o modelo aplicado consiste em um circuito RL que simula

as atenuações ocasionadas na mesma conforme citado na Seção 3.1.

O modelo foi submetido a ensaios em operação conectada à rede elétrica. Assim, foi

simulado um barramento infinito o qual fornece tensão ao alimentador. O modelo conta com

0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4-40

-30

-20

-10

0

10

20

30

40

Tempo (s)

Corr

ente

(A

)

Corrente MIT SIEMENS com o Conjunto Inercial

0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4-40

-30

-20

-10

0

10

20

30

40

Tempo (s)

Corr

ente

(A

)

Corrente MIT SIEMENS

Ia

Ib

Ic

Ia

Ib

Ic

0.25 0.3 0.35 0.4

-15

-10

-5

0

5

10

15

X: 0.345

Y: 5.286

Ia

Ib

Ic

2.4 2.5 2.6 2.7

-15

-10

-5

0

5

10

15

X: 2.511

Y: 7.616

Ia

Ib

Ic

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60

chaves seccionadoras cuja função é retirar a alimentação da máquina secundária. A tensão no

estator do GIRGE é novamente integrada ao barramento onde são aquisitados os sinais de

tensão e corrente de acordo com a Figura 25.

Figura 25 – Metodologia de operação conectada à rede elétrica.

Fonte: Autoria própria (2017).

O alimentador trifásico é capaz de simular efeitos de falhas da rede elétrica, e a

conexão à rede consiste no chaveamento da tensão gerada no GIRGE ao barramento de

alimentação como ilustra o esquema da Figura 26. As aquisições de corrente e tensões trifásicas

são realizadas no estator do GIRGE, sendo os parâmetros de tensão obtidos por meio da

transformada qd0 – abc. Os sinais de tensão (Va, Vb e Vc) são plotados no domínio do tempo

e comparados aos sinais de entrada do barramento (Vab, Vcb e Vca).

O bloco volante inercial contempla a modelagem matemática descrita na Seção 2.6.

Se trata basicamente da inserção do momento de inércia da massa rotativa acoplada ao conjunto

motor-gerador conforme descrito na equação (62).

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61

Figura 26 – Esquemático simplificado de conexão do GIRGE à rede elétrica.

Fonte: Autoria própria (2017).

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62

A Figura 27 ilustra a tensão Vab nos terminais do gerador em conexão ao barramento

infinito apresentando sincronismo em fase e amplitude. A simulação foi realizada com

harmônicas de terceira e quarta ordem no barramento da rede elétrica.

Figura 27 – GIRGE em operação conectada à rede elétrica.

Fonte: Autoria própria (2017).

Assim, buscando alternativas em termos de qualidade de energia foi realizado o ensaio

3, com o objetivo de analisar o volante inercial como elemento redutor de surtos na rede elétrica.

O conceito de qualidade de energia está relacionado a um conjunto de alterações que podem

ocorrer no sistema elétrico. As variações de tensão de curta duração podem ser caracterizadas

por alterações instantâneas, momentâneas ou temporárias e ocorrem geralmente quando a

tensão cai a níveis menores que 0,1pu durante um período não superior a um minuto

(PRODIST, 2016).

Entretanto, uma queda de tensão de curta duração pode ser caracterizada por uma

redução no valor eficaz da tensão entre 0,1 e 0,9pu, na frequência fundamental, com duração

entre 0,5 ciclo e 1 minuto e podem ter origem na energia elétrica entregue pela concessionária

de energia, ou na rede interna de distribuição do próprio consumidor (FRANCO, 2007).

No ensaio 3 o GIRGE opera em sincronismo com à rede elétrica e no tempo de 2s aplica-

se a subtensão na rede elétrica de magnitude 0,2pu no barramento durante 200ms. O referido

ensaio é apresentado na Figura 28.

0.5 1 1.5 2 2.5 3

-300

-200

-100

0

100

200

300

400

Tensão Vab no GIRG

Tempo (s)

Vab (

V)

entrada

saida

2 2.01 2.02 2.03 2.04 2.05-300

-200

-100

0

100

200

300

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63

Figura 28 – Metodologia aplicada ao ensaio 3.

Fonte: Autoria própria (2017).

A Figura 29(a) ilustra que durante uma subtensão de 0,2pu ocasionada na rede de

alimentação, o GIRGE permanece com tensão satisfatória em seus terminais (311,8V), podendo

suprir parcialmente eventuais falhas na rede elétrica que habitualmente são inferiores a

magnitudes de 0,1pu. Para afundamentos de tensão superiores à 0,2 pu a tensão no estator sofre

decréscimo gradual a falha, impossibilitando a reconexão ao barramento devido a amplitude de

tensão não satisfatória.

(a)

(b)

Figura 29 – Ensaio 3: GIRGE em operação com subtensão de 0,2pu.

(a) Tensão no GIRGE e no barramento (b) Corrente no GIRGE.

Fonte: Autoria própria (2017).

Etapa I – Processo de aquisição de dados incializa em simulação computacional

Etapa II – GIRGE opera em sincronia com a rede elétrica

Etapa III – Realizada a simulação de uma falha de subtensão na rede elétrica

Etapa III – Sinais de corrente e tensão são aquistados no GIRGE

1.9 1.95 2 2.05 2.1 2.15

-200

-100

0

100

200

300

Tensão Vab no GIRGE

Tempo (s)

Tensão (

V)

Vab no GIRGE

Vab no barramento

1.8 1.9 2 2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6

-10

-5

0

5

10

X: 1.982

Y: 10.02

Tempo (s)

Corr

ente

(A

)

Correntes Simuladas - Ia, Ib, Ic

Ia

Ib

Ic

2 2.02 2.04 2.06 2.08 2.1

-300

-200

-100

0

100

200

300

X: 2.032

Y: 257.1

X: 2.049

Y: 311.8

Vab no GIRGE

Vab no barramento

2.15 2.2 2.25 2.3 2.35 2.4

-10

-5

0

5

10

X: 2.21

Y: 8.31

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64

Como abordado anteriormente nos ensaios da Seção 3.2 – Figura 20(b), percebe-se um

transitório de corrente elevado e indesejado com valores de corrente de partida superiores a 35A

de pico. Buscando mitigar esses efeitos indesejados o intuito de alterar o fechamento da

máquina de delta (Δ) para estrela (Υ) acarretaria em uma redução de 1/3 da corrente de partida

aliado ao efeito de frenagem. Deste modo, não seria possível amortização da corrente em regime

permanente.

Ainda de acordo com o referido ensaio, percebeu-se que neste sistema onde as

máquinas estão conectadas, a corrente de partida atinge elevados valores similares ao da

máquina primária de 2CV. Deste modo o circuito equivalente da máquina pode ser simplificado

de acordo com suas impedâncias equivalentes. Considerou-se para cálculo dos transitórios de

partida o valor de resistência de rotor estático. Para o cálculo da reatância indutiva e

impedâncias equivalentes foram utilizadas as equações (72) a (74). > I ag57 (72)

6QKé$GP I A J > (73)

6QK;%$%8G8P I A>QA J >P? (74)

O circuito equivalente do referido modelo está apresentado na Figura 30(a). O circuito

da máquina foi simplificado de modo a resultar em uma impedância equivalente !

6 I AG+ J >G+ de acordo com a Figura 30(b). Os valores de resistência e indutância da

máquina foram adotados de acordo com a Tabela 2.

(a) (b)

Figura 30 – Circuito equivalente.

(a) Circuito equivalente do GIRGE (b) Impedância equivalente do GIRGE.

Fonte: Autoria própria (2017).

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65

Deste modo, foram projetados valores de indutores com intuito de adicioná-los em

série ao sistema visando amortizar os efeitos da elevada corrente elétrica. A grande vantagem

neste método é a manipulação e o chaveamento de cargas em qualquer instante, seja este

transitório ou permanente. Para a escolha dos indutores, é importante observarmos o circuito

equivalente do GIRGE ilustrado na Figura 9 da Seção 2.4.

Assim, a inserção de um indutor em série com o circuito equivalente resulta em uma

impedância RL, onde há uma resistência interna do fio (A¡*¢u$) e uma indutância (7¡*¢u$)

que pode auxiliar no transitório de partida. O referido esquema está ilustrado na Figura 31, e a

resistência interna do indutor foi definida em 0,8 ohms.

Figura 31 – Inserção de indutores.

Fonte: Autoria própria (2017).

Para cada terminal de indutância foi estimado um transitório de corrente equivante

conforme informado na Tabela 6.

Tabela 6 – Projeção do transitório de partida.

Terminal Impedância equivalente (Ω)

Corrente de partida (A)

Corrente de pico de partida (A)

Redução de transitório (%)

8,68 25,34 35,84 1mH 9,59 22,92 32,42 9,54 5mH 10,72 20,52 29,02 19,08

10mH 12,53 12,55 24,12 32,70 Fonte: Autoria Própria (2017).

A escolha do indutor de 1mH considera um valor de baixa indutância com intuito de

analisar previamente o comportamento do sistema sem causar alterações significantes. Para este

valor de indutância estimou-se uma redução de 9,54% no transitório de partida.

Adicionalmente, se inserirmos indutores de 5mH e 10mH estima-se uma redução de corrente

transitória na proporção de 19,08% e 32,7%.

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66

Em Simões e Farret (2004) descreve-se os indutores em série ao sistema podem ser

empregados de modo a proporcionar um casamento de impedância. Se analisarmos a figura 30, 2? é a tensão da rede elétrica que a máquina consome para operação motriz. Durante um curto

instante onde H$ I H,Ka máquina está no momento de transição motor - gerador onde a tensão

passa a ser entregue a rede. Assim neste instante a tensão pode não estar em mesma amplitude

ao da rede e ser enxergado como curto-circuito. A inserção de uma pequena impedância garante

um transitório de corrente amortizado.

Na Figura 32, £?, £, £ são indutores com núcleo toroidal e terminal de 1mH, 5mH

e 10mH por fase; ¤?, ¤, ¤ são contatos de bypass cuja função é permitir a passagem total da

energia elétrica gerada no GIRGE. Este, possui em seu rotor o parâmetro de momento de inércia

(¥) que ao ser vencido produz um torque eletromagnético (FG/) e consequentemente há uma

velocidade de rotor (H$) que estabelece as zonas de operação da máquina de indução. O quadro

de acionamentos é responsável pela energização da máquina e está instalado no Laboratório de

Sistemas Inteligentes (LSI) cuja alimentação possui a simulação da impedância da rede elétrica

sobre um percurso estipulado em linhas de transmissões entre subestações.

Figura 32 – Diagrama de conexão do GIRGE à rede elétrica.

Fonte: Autoria própria (2017).

Assim, o modelo simplificado da implementação em Simulink é apresentado na Figura

33, onde para a simulação dos indutores toroidais em série devem ser consideradas a

resistências internas do fio, com valor adotado de 0,8Ω. O sistema conta com um contator de

bypass responsável pelo seccionamento dos indutores. As tensões trifásicas são aquisitadas

após a transformada qd0 – abc no estator do gerador.

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67

Figura 33 – Esquemático simplificado de conexão do GIRGE à rede elétrica com

indutores.

Fonte: Autoria própria (2017).

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68

Para o ensaio 4 o terminal de 1mH é empregado na partida do sistema amortizando a

corrente transitória. Após o GIRGE operar em regime permanente os indutores são seccionados

realizando o bypass da energia à rede elétrica de acordo com a metodologia proposta na Figura

34.

Figura 34 – Metodologia aplicada ao ensaio 4.

Fonte: Autoria própria (2017).

A Figura 35 ilustra o ensaio 4 para o terminal de 1mH.

(a)

(b)

Figura 35 – Ensaio 4: Tensão e corrente no GIRGE utilizando terminal 1mH.

(a) Tensão no GIRGE e no barramento (b) Corrente no GIRGE.

Fonte: Autoria própria (2017).

Etapa I – Processo de aquisição de dados incializa em simulação computacional

Etapa II – GIRGE opera conectado com a rede elétrica

Etapa III – Indutor de 1mH acoplado a cada fase do GIRGE

Etapa VI – Secciona-se o bypass injetando a tensão ao barramento

Etapa V – Sinais de corrente e tensão são aquistados no GIRGE

0.5 1 1.5 2 2.5 3

-300

-200

-100

0

100

200

300

400

X: 1.099

Y: 308.9

Tensão Vab no GIRGE

Tempo (s)

Ten

são

(V)

X: 1.749

Y: 314.4

Vab barramento

Vab GIRGE

1.48 1.49 1.5 1.51 1.52 1.53

-200

-100

0

100

200

300

Tempo (s)

0 0.5 1 1.5 2 2.5 3-40

-30

-20

-10

0

10

20

30

40

X: 0.01784

Y: 29.97

Tempo (s)

Cor

rent

e (A

)

Corrente Ia no GIRGE

X: 1.904

Y: 10.07

Ia

1.46 1.48 1.5 1.52 1.54 1.56 1.58 1.6 1.62 1.64

-10

-5

0

5

10

Tempo (s)

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69

Observa-se na Figura 35(b), a redução da corrente de partida quando comparado ao

ensaio 1 (onde a corrente atingiu o valor de 35A de pico de acordo com a Figura 19(b)), para

uma corrente de 29,97A de pico ao realizar o ensaio 4 que utiliza indutores de 1mH por fase, o

que corresponde a uma redução de 14,8% na corrente de partida. No instante 1,5s denota-se que

durante o bypass há um aumento da corrente com duração de 10ms.

De acordo com a Figura 35(a), os indutores são chaveados no instante 1,5s, momento

que a máquina é conectada diretamente ao barramento com uma tensão de 314,4V. A direita

ilustra-se a tensão Vab no estator do gerador com aproximação a direita sob o tempo 1,5s no

instante que ocorre o bypass do indutor.

O ensaio 5 foi realizado conforme a Figura 36 utilizando o terminal de 5mH e os sinais

de corrente e tensão são apresentados na Figura 37.

Figura 36 – Metodologia aplicada ao ensaio 5.

Fonte: Autoria própria (2017).

Percebe-se analisando a Figura 37(b), a redução dos efeitos transitórios de corrente de

partida. Entretanto, no momento do chaveamento da tensão observou-se um pico de corrente

de amplitude 12,78A e duração de 30ms. Neste ensaio a corrente de partida atingiu o valor de

24,76A de pico equivalente a uma redução de 29,62% do sistema original.

A Figura 37(a) ilustra a tensão no GIRGE e no barramento. Assim, percebe-se que a

tensão no GIRGE em regime permanente quando opera com o indutor é de 284,3V e a tensão

presente nos terminais do estator do GIRGE quando conectado à rede elétrica após o bypass é

de 314,8V.

Etapa I – Processo de aquisição de dados incializa em simulação computacional

Etapa II – GIRGE opera conectado com a rede elétrica

Etapa III – Indutor de 5mH acoplado a cada fase do GIRGE

Etapa VI – Secciona-se o bypass injetando a tensão ao barramento

Etapa V – Sinais de corrente e tensão são aquistados no GIRGE

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70

(a)

(b)

Figura 37 – Ensaio 5: Correntes e tensões trifásicas no GIRGE.

(a) Tensão no GIRGE e no barramento (b) Corrente no GIRGE.

Fonte: Autoria própria (2017).

Desta forma, o ensaio 6 foi realizado com o terminal de 10mH, com bypass da tensão

ao barramento no tempo 1,5s conforme a metodologia da Figura 38. Os sinais aquisitados são

ilustrados na Figura 39.

Figura 38 – Metodologia aplicada ao ensaio 6.

Fonte: Autoria própria (2017).

Analisando a Figura 39(a), percebe-se uma tensão em regime permanente de 253,3V

e após o bypass a tensão no GIRGE é de 314,5V. Quanto ao comportamento da corrente,

0.5 1 1.5 2 2.5 3-300

-200

-100

0

100

200

300

X: 1.649

Y: 314.8

Tempo (s)

Tensão Vab no GIRGE

Tensão (

V)

X: 1.082

Y: 284.3

Vab barramento

Vab GIRGE

0.5 1 1.5 2 2.5 3

-20

-10

0

10

20

30

X: 0.03508

Y: 24.76

Tempo (s)

Corr

ente

(A

)

Corrente Ia no GIRGE

X: 1.504

Y: 12.78

X: 1.704

Y: 10.08

Ia

1.46 1.48 1.5 1.52 1.54-300

-200

-100

0

100

200

300

1.46 1.48 1.5 1.52 1.54

-10

-5

0

5

10

Etapa I – Processo de aquisição de dados incializa em simulação computacional

Etapa II – GIRGE opera conectado com a rede elétrica

Etapa III – Indutor de 10mH acoplado a cada fase do GIRGE

Etapa VI – Secciona-se o bypass injetando a tensão ao barramento

Etapa V – Sinais de corrente e tensão são aquistados no GIRGE

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71

percebe-se na Figura 39(b) que os valores de partida atingem 19,44A de pico que reflete em

uma redução de 44,74% se comparado ao ensaio 1. Entretanto, a energia armazenada no campo

magnético da bobina do indutor gera um pico de corrente de 80ms de duração e amplitude

máxima de 15,74A.

(a)

(b)

Figura 39 – Ensaio 6: Correntes e tensões trifásicas no GIRGE.

(a) Tensão no GIRGE e no barramento (b) Corrente no GIRGE.

Fonte: Autoria própria (2017).

A partir das simulações realizadas, observou-se que a aplicação de indutores toroidais

é uma estratégia viável na mitigação de transitórios ocasionados na geração distribuída. Assim,

a Tabela 7 apresenta os resultados aquisitados em simulação computacional.

Tabela 7 – Comparativo do efeito das indutâncias.

Indutância Corrente Transitório Corrente Permanente Redução na partida

Sem indutor 35,18A 10,08A

1mH 29,97A 10,08A 14,8%

5mH 24,76A 10,08A 29,62%

10mH 19,44A 10,08A 44,74%

Fonte: Autoria própria (2017).

0 0.5 1 1.5 2 2.5 3

-300

-200

-100

0

100

200

300

X: 1.432

Y: 253.3

Tensão Vab no GIRGE

Tempo (s)

Tensão (

V)

X: 1.549

Y: 314.5

Vab barramento

0.5 1 1.5 2 2.5 3-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

15

20

25

X: 2.104

Y: 10.08

Tempo (s)

Corr

ente

(A

)

Corrente Ia no GIRGE

X: 1.504

Y: 15.74

X: 0.03559

Y: 19.44

Ia

1.48 1.5 1.52 1.54 1.56 1.58

-200

-100

0

100

200

300

1.5 1.52 1.54 1.56 1.58

-10

-5

0

5

10

15

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72

Deste modo, percebe-se que ao empregar o indutor em conjunto com o GIRGE há a

atenuação considerável da corrente elétrica de pico necessária no sistema convencional,

podendo contribuir com uma redução em proteção térmica, proteção em sobre-corrente, e

eficiência energética devido a redução dos valores de corrente de partida.

3.4 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO

Neste Capítulo foram apresentados os resultados de simulação do GIRGE conectado

à rede elétrica e os benefícios da aplicação de indutores na mitigação de transitórios de corrente.

Ensaios de simulação foram realizados afim de comprovar a influência do volante

inercial que é um elemento de relativo baixo custo e traz como benefício principal a conservação

da energia cinética e consequentemente da energia elétrica gerada, sendo este um ponto

relevante devido à grande quantidade de massas inerciais existentes em setores industriais.

A implementação de indutores na simulação computacional comprova a eficácia destes

elementos eletrônicos passivos na mitigação de transitórios que favorece financeiramente a

aplicação deste modelo, haja vista o custo de implementação quando comparados a elementos

como Soft-Starters e inversores de frequência. Foi comprovado uma redução de corrente de

pico de partida de até 44,74% que implica numa diminuição de dispositivos de proteção com

elevada capacidade de proteção térmica e sobre corrente, além de reduzir os custos com energia

elétrica.

O modelo experimental do GIRGE foi implementado no Laboratório de Sistemas

Inteligentes (LSI) do campus de Cornélio Procópio – PR e tem seus aspectos construtivos

descrito no Capítulo 4.

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73

4 IMPLEMENTAÇÃO DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA

Este Capítulo apresenta nas Seções 4.1 e 4.2 a estrutura experimental do gerador de

indução implementado na bancada de acionamentos no Laboratório de Sistemas Inteligentes

(LSI) situada no Centro Integrado de Pesquisa em Controle e Automação (CIPECA) no campus

da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Cornélio Procópio/PR. Na Seção 4.3 são

apresentados os resultados experimentais deste trabalho que foram distribuídos em dezesseis

ensaios. Os ensaios contemplam a operação conectada do GIRGE à rede elétrica, a ação dos

indutores no transitório de partida, simulação de subtensão e conservação de energia.

4.1 ASPECTOS CONSTRUTIVOS DO CONJUNTO MOTOR-GERADOR

O conjunto inercial é composto pela máquina primária (M1- MIT Siemens) acoplado

ao mesmo eixo por meio de mancais e rolamentos à um volante inercial responsável pela

conservação e armazenamento de energia cinética que é convertida em energia elétrica através

da máquina secundária (M2 – MIT Weg) que opera como gerador de indução a velocidade

superiores a 1800 rpm, como ilustra a Figura 40.

Figura 40 – Conjunto Inercial.

Fonte: Adaptado Sulino (2016).

Visando um maior nível de proteção ao sistema implementado, foi adicionado uma

estrutura de proteção sobre os mancais e o volante, conforme apresentado na Figura 41, em

conformidade com a Norma Regulamentadora 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e

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74

Equipamentos, “as zonas de perigo das máquinas e equipamentos devem possuir sistemas de

segurança, caracterizados por proteções fixas, proteções móveis e dispositivos de segurança

interligados, que garantam a proteção à saúde e à integridade física dos trabalhadores”

(BRASIL, 2016).

Figura 41 – Conjunto Inercial com estrutura de proteção.

Fonte: Adaptado Sulino (2016).

A base de sustentação do sistema necessitou ser balanceada com o objetivo de

amenizar os efeitos de vibração causada próximo aos pontos de fixação dos mancais do volante.

Nos referidos pontos foram adicionadas vigas de aço estrutural com o objetivo de reduzir o

efeito da ressonância entre os componentes da bancada e a estrutura que o suporta conforme

ilustra a Figura 42.

Figura 42 – Reforços na base de sustentação.

Fonte: Adaptado Sulino (2016).

Deste modo, para o acionamento do sistema, aquisição dos sinais e manipulação dos

elementos de potência é necessária uma bancada de acionamento elétrico, que foi implementada

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75

seguindo as normativas ABNT (2016): de acordo com a seção 4 – Princípios fundamentais e

determinação das características gerais, e BRASIL (2016): de acordo com a seção 12 –

Instalação elétrica, e demais informações são descritas na Seção 4.2.

4.2 ASPECTOS CONSTRUTIVOS DA ESTRUTURA DE ACIONAMENTO

O acionamento elétrico do conjunto inercial é realizado por meio de um painel de

acionamentos responsável por ligar, proteger e aquisitar os sinais de corrente e tensão do

GIRGE. Assim, as partidas das máquinas serão efetuadas por meio da partida direta com

fechamento em delta e com os campos magnéticos em sentidos concordantes devido ao fato de

estarem conectados pelos eixos. Há um sistema de análise de comportamento de tensão e

corrente por efeito Hall do GIRGE de IV polos.

As grandezas analisadas são coletadas por meio de elementos sensores, que possuem

circuitos de condicionamento conectados a uma placa de aquisição de sinais, que armazena os

sinais aquisitados em um microcomputador por meio do software Matlab®. A placa de

aquisição da bancada de acionamento é do fabricante National Instruments™ modelo NI USB

6009 a qual recebe os sinais entre a faixa de amplitude de -10 a +10V. O referido dispositivo

ainda dispõe de 16 canais de entrada analógica além de possuir comunicação simplificada com

o computador por meio de cabo USB. A Figura 43 ilustra a bancada de aquisição de sinais

(SULINO, 2016).

Figura 43 – Bancada de aquisição de sinais.

Fonte: Adaptado Sulino (2016).

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76

Um conjunto de alimentação, denominada de fonte simétrica é constituído de um

transformador e um circuito de retificação. O transformador é energizado com tensão de 220

Vac operando como abaixador de tensão e um circuito de retificação é responsável por uma

saída Vcc com 0V, -15V e +15V para alimentar a placa de aquisição e os sensores.

Os sensores de efeito Hall realizam a leitura dos sinais de tensão e de corrente do

GIRGE quando o conjunto inercial está em operação e transformam os dados em sinal

condicionado para que possam ser enviados para a placa de aquisição conectada a um

microcomputador. Há ainda sensores de corrente e tensão distribuídos para cada uma das três

fases a partir do barramento em terminal.

Deste modo, a bancada de aquisição de sinais opera em conjunto com uma bancada de

acionamento elétrico. Os condutores de alimentação foram padronizados em 4mm², os

condutores das máquinas são de 2,5mm² e a queda de tensão admissível considerada foi de 1%

no ramal de 7 metros entre o Quadro de Distribuição (QD) e a bancada de acionamento. O

sistema de proteção conta com fusíveis, tipo Diazed de 16A para M1 e 10A para M2, relês

térmicos e contatores responsáveis pelo chaveamento na partida. A Figura 44 ilustra a bancada

de acionamento.

Figura 44 – Bancada de acionamento elétrico.

Fonte: Adaptado Sulino (2016).

Os dispositivos utilizados no acionamento elétrico do sistema de geração distribuída

estão dispostos na Tabela 8.

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77

Tabela 8 – Dispositivos de acionamento elétrico.

Fonte: Autoria própria (2017).

Os terminais das indutâncias são manuseados por meio de um barramento de conector

de bornes onde é possível a escolha do terminal de indutância de entrada bem como a saída do

indutor. Os indutores foram implementados na bancada em local protegido conforme determina

a norma NR12 e NR5410 já citadas na Seção 4.1. A Figura 45 ilustra os indutores toroidais

devidamente fixados na bancada.

Figura 45 – Indutores toroidas com terminais: 1mH, 5mH e 10mH por fase.

Fonte: Autoria própria (2017).

A aquisição dos sinais de corrente e tensão no GIRGE ocorre por meio do sistema de

aquisição em conjunto com o software Matlab® com o objetivo de elucidar o modelo

matemático com o sistema físico real.

Descrição Motor Weg Motor Siemens

Condutores de alimentação - bancada 4 mm² 4 mm²

Condutores de alimentação - motores 2,5 mm² 2,5 mm²

Fusíveis 10 A 16 A

Relé de Sobrecarga Mod. RW27 Faixas 4 – 6,3 A Mod. RW27 Faixas 5,6 – 8 A

Contator CW09 CW09

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78

4.3 RESULTADOS EXPERIMENTAIS

Esta Seção tem o objetivo de analisar os ensaios em ambiente experimental do sistema

com o conjunto Motor – Gerador em operação conectada à rede elétrica observando a influência

de uma carga inercial.

4.3.1 Metodologia Proposta

As aquisições experimentais são realizadas para comprovação das fundamentações

teóricas. A metodologia empregada na coleta de dados é apresentada na Figura 46, onde durante

a Etapa I são inicializados os softwares de aquisição: Matlab e Measurement & Automation que

operam em conjunto para receber os sinais oriundos da placa DAQ6009. Na Etapa II os

acionamentos são realizados, e na Etapa III os sinais aquisitados são armazenados em um banco

de dados.

Figura 46 – Metodologia de Aquisição de sinais.

Fonte: Autoria própria (2017).

O conjunto de acionamento e aquisição está implementado no Laboratório de Sistemas

Inteligentes (LSI). A coleta ocorre em tempo real com o auxílio de um computador e o software

Matlab que opera como uma IHM comunicando via USB com a placa de aquisição. Assim,

pode-se alterar a taxa de amostragem, os tempos de aquisição, o controle das entradas e saídas

analógicas e digitais e ainda permite salvar dados para posterior análise, de acordo com a Figura

46.

Etapa I – Processo de aquisição de dados incializa softwares em computador

Etapa II – Máquinas são acionadas, os sinais de tensão e corrente trifásicas são

aquisitadas em bancada de aquisição

Etapa III – Sinais de corrente e tensão são armazenados em banco de dados

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79

Figura 47 – Aquisição de sinais no laboratório LSI.

Fonte: Autoria própria (2017).

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80

4.3.2 Ensaios Experimentais

Nesta análise dos resultados experimentais, foram realizados acionamentos nos mais

diversos experimentos cujos dados são apresentados nesta Seção 4.3.2, que apresenta as tensões

e correntes trifásicas no GIRGE de acordo com cada metodologia adotada.

No ensaio experimental 1 ambas as máquinas foram acionadas simultaneamente via

partida direta em fechamento delta 220V conforme a Figura 48.

Figura 48 – Metodologia aplicada ao ensaio experimental 1.

Fonte: Autoria própria (2017).

A Figura 49 ilustra o comportamento das tensões trifásicas e das correntes trifásicas

no estator do GIRGE.

(a) (b)

Figura 49 – Ensaio experimental 1: Tensões e correntes no GIRGE.

(a) Tensões trifásicas no GIRGE (b) Correntes trifásicas no GIRGE.

Fonte: Autoria própria (2017).

Etapa I – Processo de aquisição de dados incializa em bancada de acionamentos experimental

Etapa II – M1 e M2 são acionados simultaneamente pela rede

Etapa III – Sinais de corrente e tensão são aquistados no estator GIRGE

1.5 2 2.5 3 3.5 4

-300

-200

-100

0

100

200

300

X: 1.975

Y: 316.6

Tensões experimentais - Vab, Vcb, Vca

Tempo (s)

Tensão (

V)

X: 1.352

Y: 285.6

1.5 2 2.5 3 3.5 4

-30

-20

-10

0

10

20

30

X: 2.182

Y: 11.32

Correntes experimentais- Ia, Ib, Ic

Tempo (s)

Am

pere

s

X: 1.714

Y: 4.431

X: 1.149

Y: 35.73

Ia

Ib

Ic

1.65 1.7 1.75 1.8 1.85

-300

-200

-100

0

100

200

300

1.65 1.7 1.75 1.8 1.85

-20

-10

0

10

20

Vab

Vbc

Vca

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81

Assim como no modelo computacional desenvolvido, percebe-se uma elevada

corrente de partida com valores de 35,73A de pico conforme a Figura 49(b). No instante 1,7s a

velocidade síncrona é ultrapassada e a máquina passa a operar como gerador, com parâmetros

de torque, velocidade e escorregamento negativos a corrente assume valores de 11,32A de pico.

A Figura 49(a) ilustra as tensões trifásicas em regime permanente com valores de 316,6V. O

GIRGE é desligado da rede no instante 2,6s. Percebe-se que no instante 2,6s do desligamento

as correntes trifásicas vão instantaneamente a zero e há o efeito de desmagnetização nos

terminais do estator conforme ilustra o janelamento da Figura 50.

(a)

(b)

Figura 50 – Conservação de energia.

(a) Tensões trifásicas no GIRGE (b) Correntes trifásicas no GIRGE.

Fonte: Autoria própria (2017).

O ensaio experimental 2 tem o objetivo de minimizar os efeitos de corrente de

transitórios utilizando um indutor toroidal como ferramenta auxiliar na partida. Adicionalmente

um contato de bypass é inserido no sistema cujo objetivo é fornecer a totalidade de tensão ao

barramento de acordo com a metodologia apresentada na Figura 51.

1.5 2 2.5 3 3.5 4

-300

-200

-100

0

100

200

300

X: 1.975

Y: 316.6

Tensões - Vab, Vcb, Vca

Tempo (s)

Tensão (

V)

X: 1.352

Y: 285.6

2.6 2.65 2.7 2.75 2.8 2.85 2.9 2.95 3

-300

-200

-100

0

100

200

300

Tempo (s)

Vab

Vbc

Vca

1.5 2 2.5 3 3.5 4

-30

-20

-10

0

10

20

30

X: 2.182

Y: 11.32

Correntes - Ia, Ib, Ic

Tempo (s)

Am

pere

s

X: 1.714

Y: 4.431

X: 1.149

Y: 35.73

Ia

Ib

Ic

2.55 2.6 2.65 2.7 2.75 2.8 2.85 2.9 2.95 3

-15

-10

-5

0

5

10

15

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82

Figura 51 – Metodologia aplicada ao ensaio experimental 2.

Fonte: Autoria própria (2017).

A Figura 52 ilustra as correntes e tensões trifásicas do sistema com os terminais de

1mH por fase durante a partida. Ambas partem simultaneamente e as aquisições ocorreram nos

terminais do estator do GIRGE. Percebe-se na Figura 52(b) uma corrente de partida de 29,16A

de pico que assume valores inferiores ao do ensaio experimental 1, devido a limitação da

reatância da bobina do indutor que está ligado em série com o GIRGE. Observa-se na Figura

52(a) as tensões trifásicas no estator do GIRGE, onde há uma rampa de tensão até o instante

2,35s. A partir deste instante H$ H, então as tensões e correntes elétricas estão em modo

gerador.

(a) (b) Figura 52 – Ensaio experimental 2: GIRGE com terminal de 1mH.

(a) Tensões trifásicas no GIRGE (b) Correntes trifásicas no GIRGE.

Fonte: Autoria própria (2017).

Etapa I – Processo de aquisição de dados incializa em bancada de acionamentos experimental

Etapa II – M1 e M2 são acionados simultaneamente pela rede com indutância de 1mH por fase em M2

Etapa III – Contactor eletromecânico realiza bypassda carga total

Etapa IV – Sinais de corrente e tensão são aquistados no estator GIRGE

2 3 4 5 6 7 8

-300

-200

-100

0

100

200

300

Tempo (s)

X: 4.224

Y: 297.6

Tensões experimentais - Vab, Vcb, Vca

Tensão (

V)

X: 5.563

Y: 314.5

Vab

Vbc

Vca

2 3 4 5 6 7 8

-30

-20

-10

0

10

20

30

X: 5.193

Y: 13.97

Tempo (s)

Correntes - Ia, Ib, Ic

Am

pere

s

X: 6.16

Y: 12.9

X: 1.888

Y: 29.16

Ia

Ib

Ic

5.15 5.2 5.25 5.3 5.35 5.4

-300

-200

-100

0

100

200

300

5.15 5.2 5.25 5.3 5.35 5.4

-15

-10

-5

0

5

10

15

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83

Assim, a tensão no estator está diretamente relacionada com a impedância do estator.

Ainda no modelo do gerador de indução o parâmetro de impedância do rotor varia na proporção A$, onde s é o escorregamento. Se analisarmos na Figura 52 os instantes 1,88s até 2,3s se

trata da transição da máquina desligada até o curto instante onde H$ I H,. Deste modo, se a

resistência do rotor varia de acordo com o escorregamento, os valores de s reduzem linearmente

ao passo que Rr aumenta ocasionando uma rampa de tensão.

O contator de bypass é acionado no instante 5,2s e percebe-se um leve degrau de tensão

onde a tensão total de 314V pode ser entregue ao barramento. Foi observado um pequeno pico

de corrente de amplitude 13,97A no momento da seccionamento do bypass. A Figura 53 ilustra

a metodologia aplicada ao ensaio experimental 3, e os sinais de tensão e corrente são

apresentados na Figura 54.

Figura 53 – Metodologia aplicada ao ensaio experimental 3.

Fonte: Autoria própria (2017).

Utilizando o terminal de 5mH por fase, o contator de bypass é acionado no instante

4,57s onde ocorre um pico de corrente de 40ms (Figura 54(b)). A partir deste instante a tensão

nos terminais do estator é de 309,7V (Figura 54(a)). De modo similar ao ensaio experimental 2

há um afundamento de tensão justificado pela variação de velocidade no eixo do GIRGE que

acompanha a curva de saturação motor-gerador onde a tensão induzida no estator do gerador

durante a operação de motorização é inferior a tensão da rede.

A corrente de partida sofre redução devido ao emprego dos indutores que armazenam

energia em sua bobina produzindo redução da corrente no gerador. Como a relação tensão e

corrente no estator estão diretamente relacionados de acordo com a equação (58), uma maior

redução da corrente de partida também ocasiona uma maior redução da tensão no estator.

Etapa I – Processo de aquisição de dados incializa em bancada de acionamentos experimental

Etapa II – M1 e M2 são acionadossimultaneamente pela rede com indutância de

5mH por fase em M2

Etapa III – Contactor eletromecânico realiza bypass da carga total

Etapa IV – Sinais de corrente e tensão são aquistados no estator GIRGE

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84

(a) (b) Figura 54 – Ensaio experimental 3: GIRGE com terminal de 5mH.

(a) Tensões trifásicas no GIRGE (b) Correntes trifásicas no GIRGE.

Fonte: Autoria própria (2017).

Assim, utilizou-se o terminal de 10mH para o ensaio experimental 4 atendendo os

mesmos critérios daqueles realizados nos ensaios experimentais 2 e 3, de acordo com a

metodologia da Figura 55.

Figura 55 – Metodologia aplicada ao ensaio experimental 4.

Fonte: Autoria própria (2017).

De acordo com a Figura 56, para este ensaio experimental o decréscimo da corrente

de partida fica evidenciado, atingindo valor de 19,45A de pico. No instante da partida das

máquinas até o instante 2,5s a máquina secundária opera como motor, a corrente elétrica atinge

valores de regime permanente próximo a 4,5A de pico.

2 3 4 5 6 7

-300

-200

-100

0

100

200

300

X: 4.004

Y: 272.7

Tempo (s)

Tensões experimentais - Vab, Vcb, Vca

Tensão (

V)

X: 5.027

Y: 309.7

Vab

Vbc

Vca

2 3 4 5 6 7

-20

-10

0

10

20

X: 1.967

Y: 24.81

Tempo (s)

Correntes experimentais - Ia, Ib, Ic

Corr

ente

(A

)

X: 4.573

Y: 17.37

X: 5.491

Y: 12.73

Ia

Ib

Ic

4.52 4.54 4.56 4.58 4.6 4.62 4.64 4.66 4.68

-300

-200

-100

0

100

200

300

4.52 4.54 4.56 4.58 4.6 4.62 4.64 4.66

-15

-10

-5

0

5

10

15

20

Etapa I – Processo de aquisição de dados incializa em bancada de acionamentos experimental

Etapa II – M1 e M2 são acionados simultaneamente pela rede com indutância de 10mH por fase em M2

Etapa III – Contactor eletromecânico realiza bypassda carga total

Etapa IV – Sinais de corrente e tensão são aquistados no estator GIRGE

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85

(a) (b) Figura 56 – Ensaio experimental 4: GIRGE com terminal de 10mH.

(a) Tensões trifásicas no GIRGE (b) Correntes trifásicas no GIRGE.

Fonte: Autoria própria (2017).

Conforme o valor do terminal de indutância inserida ao sistema, para o emprego de

10mH, maior a quantidade de energia pode ser armazenada nas bobinas e consequentemente

menos tensão e corrente estão presentes nos terminais do estator do GIRGE.

O ensaio experimental 5 tem o objetivo de analisar a entrada abrupta do gerador ao

sistema. Assim, ele é inserido quando a máquina primária operar em regime permanente de

acordo com a Figura 57.

Figura 57 – Metodologia aplicada ao ensaio experimental 5.

Fonte: Autoria própria (2017).

2 3 4 5 6 7 8

-300

-200

-100

0

100

200

300

X: 5.429

Y: 307.9

Tensões experimentais - Vab, Vcb, Vca

Tensão (

V)

X: 4.106

Y: 235.2

X: 2.514

Y: -271.2

Vab

Vbc

Vca

2 3 4 5 6 7 8

-20

-15

-10

-5

0

5

10

15

20

25

X: 1.886

Y: 19.45

Correntes experimentais - Ia, Ib, Ic

Corr

ente

(A

)

X: 4.512

Y: 19.84

X: 2.517

Y: 4.483

Ia

Ib

Ic

4.45 4.5 4.55 4.6 4.65 4.7

-300

-200

-100

0

100

200

300

4.45 4.5 4.55 4.6

-20

-10

0

10

20

Etapa I – Processo de aquisição de dados incializa em bancada de acionamentos experimental

Etapa II – Máquina primária é acionada e opera em velocidade próxima da síncrona

Etapa III – GIRGE é inserido e após a máquina primária é retirada

Etapa IV – Sinais de corrente e tensão são aquistados no estator GIRGE

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86

Para este ensaio o motor primário parte sozinho. Neste instante há uma tensão de 10V

nos terminais do estator do GIRGE devido ao magnetismo residual. O GIRGE é conectado à

rede no instante 4,56s e a corrente transitória tem valores elevados de 48,83A de pico de acordo

com a Figura 58(b). Neste instante, as tensões no estator do GIRGE assumem valores de 307V

de acordo com a Figura 58(a).

A máquina primária é retirada no instante 6,7s à 9,3s e consequentemente há uma

redução nos valores de corrente para 4,75A de acordo com a Figura 58(b), e um aumento no

valor de tensão para 322V de acordo com a Figura 58(a), que se trata da tensão fornecida pelo

alimentador do quadro de acionamentos.

O janelamento da Figura 58(a) e (b) denotam o instante transitório das correntes e

tensões durante a conexão do GIRGE.

(a) (b)

Figura 58 – Ensaio experimental 5: GIRGE com entrada abrupta à rede elétrica.

(a) Tensões trifásicas no GIRGE (b) Correntes trifásicas no GIRGE.

Fonte: Autoria própria (2017).

Percebe-se que para entrada abrupta à rede elétrica a corrente elétrica tem valores mais

elevados que o ensaio experimental 1, haja vista que o GIRGE é inserido no sistema quando a

velocidade da máquina primária é superior a velocidade síncrona de M2. Assim, os ensaios 6,

7 e 8 empregam a mesma metodologia do ensaio experimental 5, porém utilizam os indutores

para amenizar os transitórios de conexão à rede elétrica do GIRGE de acordo com a Figura 59.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

-300

-200

-100

0

100

200

300

X: 5.417

Y: 307.1

Tensões experimentais - Vab, Vcb, Vca

Tempo (s)

Tensão (

V)

X: 7.944

Y: 322.4

Vab

Vbc

Vca

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

-40

-30

-20

-10

0

10

20

30

40

50

X: 4.561

Y: 48.83

Correntes experimentais - Ia, Ib, Ic

Tempo (s)

Corr

ente

(A

)

X: 5.73

Y: 12.51X: 7.877

Y: 4.755

Ia

Ib

Ic

4.5 4.55 4.6 4.65 4.7 4.75 4.8

-300

-200

-100

0

100

200

300

4.2 4.3 4.4 4.5 4.6 4.7 4.8 4.9 5

-40

-20

0

20

40

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87

Figura 59 – Metodologia aplicada ao ensaios experimentais 6,7,8.

Fonte: Autoria própria (2017).

A Figura 60 ilustra o ensaio experimental 6 onde são aquisitadas as correntes e tensões

trifásicas no GIRGE em entrada abrupta na rede. A máquina primária mantém-se ligada, e nos

instantes 4,5s, 8s e 10,5s o gerador é inserido com o terminal de 1mH em série no estator. Após

0,5s de sua inserção, o contato de bypass é acionado e a tensão de 308,7V está presente nos

terminais do GIRGE de acordo com a Figura 60(a).

(a) (b) Figura 60 – Ensaio exp. 6: GIRGE com terminal 1mH, entrada abrupta à rede elétrica.

(a) Tensões trifásicas no GIRGE (b) Correntes trifásicas no GIRGE.

Fonte: Autoria própria (2017).

Etapa I – Processo de aquisição de dados

incializa em bancada de acionamentos

experimental

Etapa II – Máquina primária é acionada e opera em velocidade próximo à síncrona

Etapa III – GIRGE é inserido com terminal

(1mH/5mH/10mH)

Etapa IV – Contator de bypass é acionado

Etapa V – Sinais de corrente e tensão são aquisitados no estator

GIRGE

2 4 6 8 10 12 14

-300

-200

-100

0

100

200

300

X: 11.81

Y: 308.7

Tensões experimentais - Vab, Vcb, Vca

Tempo (s)

Tensão (

V) X: 3.433

Y: 10.74

Vab

Vbc

Vca

2 4 6 8 10 12 14

-50

-40

-30

-20

-10

0

10

20

30

40

50

X: 4.945

Y: 47.46

Correntes experimentais - Ia, Ib, Ic

Tempo (s)

Corr

ente

(A

)

X: 5.415

Y: 13.18

Ia

Ib

Ic

5 5.2 5.4 5.6 5.8 6 6.2

-200

0

200

Volts

Vab

5 5.2 5.4 5.6 5.8 6

-40

-20

0

20

40

Am

pere

s

Ia

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88

A corrente assume valores 47,46A de pico durante 0,25s em todos os instantes da

entrada do GIRGE conforme a Figura 60(b). Nos instantes que o gerador é retirado do sistema

percebe-se uma tensão de 10V devido ao magnetismo residual e uma corrente de 0A.

No ensaio experimental 7 são aquisitadas as correntes e tensões trifásicas no GIRGE

em entrada abrupta na rede com terminal de 5mH conforme a Figura 61. Para este ensaio

experimental a máquina primária mantém-se ligada, e nos instantes 3,64s e 8,82s o gerador é

inserido com o terminal de 5mH. O bypass ocorre após 2s do acionamento controlado por meio

de um relé temporizador.

(a) (b) Figura 61 – Ensaio exp. 7: GIRGE com terminal 5mH, entrada abrupta à rede elétrica.

(a) Tensões trifásicas no GIRGE (b) Correntes trifásicas no GIRGE.

Fonte: Autoria própria (2017).

A corrente de partida assume valores 38,93A de pico durante 0,5s conforme a Figura

61(b). Nos instantes 5,56s e 10,78s ocorre o bypass da tensão total à rede com uma corrente de

pico 17,47A com duração 35ms sendo uma perturbação de baixa amplitude ao sistema. A tensão

no GIRGE com o indutor sofre redução para 271,7V haja vista a redução da corrente de partida.

Assim, no instante do bypass, a tensão assume valores de 310,8V de acordo com a Figura 61(a).

A Figura 62 apresenta o ensaio experimental 8 que utiliza uma indutância de 10mH

por fase. Para a realização deste, a máquina primária permanece ligada e o GIRGE é inserido

três vezes no sistema nos instantes 5,81s, 9,72s e 14,5s com o terminal de 10mH por fase durante

2s período o qual um rele temporizador realiza o bypass.

2 4 6 8 10 12

-300

-200

-100

0

100

200

300

X: 4.945

Y: 271.7

Tensões experimentais - Vab, Vcb, Vca

Tempo (s)

Tensão (

V)

X: 6.384

Y: 310.8

Vab

Vbc

Vca

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

-40

-30

-20

-10

0

10

20

30

40

X: 3.643

Y: 38.93

Correntes experimentais - Ia, Ib, Ic

Tempo (s)

Corr

ente

(A

)X: 5.564

Y: 17.47

X: 6.048

Y: 12.52

Ia

Ib

Ic

4 4.5 5 5.5

-200

0

200

Vab

4 4.5 5 5.5-40

-20

0

20

Ia

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89

Percebe-se de acordo com a Figura 62(b) a redução considerável da corrente de partida

em proporção de 26,44A de pico, que corresponde ao aumento de 4,94A da corrente eficaz se

comparado ao ensaio experimental 4 da Figura 56 onde as máquinas partem simultaneamente.

No instante da desmagnetização há um pico de corrente de amplitude 48,8A durante 200ms.

A tensão nos terminais do estator do GIRGE durante os períodos a qual foi submetido

à utilização dos indutores foi de 150,7V. Após o bypass a tensão no estator assumiu valores de

312,9V conforme a Figura 62(a).

(a) (b) Figura 62 – Ensaio exp. 8: GIRGE com terminal 10mH, entrada abrupta à rede.

(a) Tensões trifásicas no GIRGE (b) Correntes trifásicas no GIRGE.

Fonte: Autoria própria (2017).

O volante inercial do sistema de geração distribuída constitui de parte fundamental

para estabilidade e qualidade de energia da geração. Assim, os ensaios experimentais 9 à 12

foram realizados com o objetivo da análise da influência do volante inercial em efeitos de

afundamento de tensão na rede elétrica.

Como abordado anteriormente os efeitos de afundamento momentâneo de tensão

ocorrem em níveis entre 0,1 e 0,9 pu durante curtos períodos de tempo. As falhas foram

simuladas com a auxílio de um variac trifásico como ilustra a Figura 63.

2 4 6 8 10 12 14 16

-300

-200

-100

0

100

200

300

X: 13.4

Y: 150.7

Tensões experimentais - Vab, Vcb, Vca

Tempo (s)

Tensão (

V)

X: 15.42

Y: 312.9

Vab

Vbc

Vca

4 6 8 10 12 14 16

-40

-30

-20

-10

0

10

20

30

40

50

X: 13.36

Y: 26.44

Correntes experimentais - Ia, Ib, Ic

Tempo (s)

Corr

ente

(A

)

X: 14.58

Y: 48.89

X: 15.29

Y: 12.12

Ia

Ib

Ic

14.2 14.4 14.6 14.8 15 15.2

-200

0

200

Vab

14.2 14.4 14.6 14.8 15 15.2

-40

-20

0

20

40

X: 14.47

Y: 24.69 X: 14.72

Y: 12.14

Ia

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90

Figura 63 – Metodologia aplicada ao ensaios experimentais 9 à 12.

Fonte: Autoria própria (2017).

Para o ensaio experimental 9 as correntes e tensões trifásicas nos terminais do GIRGE

são aquisitadas simulando uma subtensão de 0,2pu no alimentador por meio de um variac

trifásico, e seu comportamento está ilustrado na Figura 64.

(a) (b) Figura 64 – Ensaio exp. 9: Subtensão de 0,2pu.

(a) Tensões trifásicas no GIRGE (b) Correntes trifásicas no GIRGE.

Fonte: Autoria própria (2017).

3 4 5 6 7 8 9 10 11

-300

-200

-100

0

100

200

300

Tensões experimentais - Vab, Vcb, Vca

Tempo (s)

Tensão (

V)

Vab

Vbc

Vca

4.8 4.9 5 5.1 5.2 5.3 5.4 5.5 5.6 5.7

-10

-5

0

5

10

X: 4.78

Y: 12.28X: 5.33

Y: 8.932

4.8 4.9 5 5.1 5.2 5.3 5.4 5.5 5.6 5.7

-300

-200

-100

0

100

200

300

X: 4.878

Y: 306.9

X: 5.328

Y: 302.3

3 4 5 6 7 8 9 10 11

-20

-10

0

10

20

Correntes experimentais - Ia, Ib, Ic

Tempo (s)

Corr

ente

(A

)

Ia

Ib

Ic

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91

Na Figura 64, no instante 3,5s é realizado o bypass do indutor de 5mH a corrente no

GIRGE tem valores de 12,28A de pico e as tensões são de 306,9V. A falha de afundamento de

tensão foi simulada nos instantes 5s, 7,3s e 9,8s, e de acordo com o janelamento da Figura 64(b)

percebe-se o decréscimo da corrente e consequente redução da velocidade das máquinas. O

volante inercial auxilia para a conservação de energia cinética e consequentemente para a

conservação da tensão no GIRGE. Assim, a máquina secundária opera no modo gerador e

apresenta uma tensão estável em 302,3V nos instantes de subtensão.

No ensaio experimental 10, é simulado o efeito de subtensão de 0,4pu no alimentador

e a Figura 65 apresenta o comportamento das tensões e correntes no GIRGE. Percebe-se que o

volante inercial não supri o afundamento de tensão por um tempo muito longo, nos instantes da

inserção de subtensões (4,87s, 7,2s e 9,71s) há uma pequena rampa de conservação de tensão

conforme a Figura 65(a), porém, a perda considerável de velocidade propicia uma atenuação

de tensão.

(a) (b) Figura 65 – Ensaio exp. 10: Subtensão de 0,4pu.

(a) Tensões trifásicas no GIRGE (b) Correntes trifásicas no GIRGE.

Fonte: Autoria própria (2017).

As correntes trifásicas sofrem redução de 57,68% conforme a Figura 65(b),

inviabilizando a operação como gerador. No ensaio experimental 11, foi simulado o efeito de

subtensão de 0,2pu apenas em Vab, sendo assim o comportamento das correntes e tensões

trifásicas no GIRGE estão descritas na Figura 66.

2 3 4 5 6 7 8 9 10

-300

-200

-100

0

100

200

300

Tensões experimentais - Vab, Vcb, Vca

Tempo (s)

Tensão (

V)

Vab

Vbc

Vca

2 3 4 5 6 7 8 9 10-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Correntes experimentais - Ia, Ib, Ic

Tempo (s)

Corr

ente

(A

)

Ia

Ib

Ic

4.4 4.5 4.6 4.7 4.8 4.9 5 5.1

-300

-200

-100

0

100

200

300

X: 5.04

Y: 190.6

X: 4.545

Y: 302.9

4.4 4.5 4.6 4.7 4.8 4.9 5 5.1-15

-10

-5

0

5

10

15

X: 4.542

Y: 12.77

X: 5.037

Y: 5.404

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92

(a) (b) Figura 66 – Ensaio exp. 11: Subtensão de 0,2pu na Fase Vab.

(a) Tensões trifásicas no GIRGE (b) Correntes trifásicas no GIRGE.

Fonte: Autoria própria (2017).

Para o ensaio experimental 11 uma simulação subtensão de 0,2pu apenas na fase Vab

foi implementada, e de modo similar ao ensaio experimental 10, o GIRGE parte com indutor

de 5mH e contato de bypass. Analisando a Figura 66(b) o bypass ocorre no instante 3,71s e

observa-se uma corrente de 16,6A de pico. A inserção da subtensão no instante 5,64s propiciou

uma redução da corrente para 11,03A. Observando o comportamento das tensões percebe-se de

acordo com a Figura 66(a) que a tensão assume valores de 309,3V para 307,3V quando a falha

é simulada, deste modo as tensões nos terminais do estator mantiveram-se satisfatórias.

No ensaio experimental 12 foi inserido uma subtensão de 0,4pu na apenas na fase Vab.

O GIRGE parte com o terminal de 5mH e posterior bypass no instante 2,9s. Para este ensaio

experimental, de acordo com a Figura 67(b) no instante do afundamento houve a redução na

corrente de 12,58A para 9,82A. Adicionalmente, se observarmos a Figura 67(a) as tensões nos

terminais do GIRGE mantiveram-se entre 317,7V e 315,1V comprovando que o volante inercial

pode auxiliar em efeitos de afundamento de até 0,4pu em uma fase de alimentação.

3 4 5 6 7 8 9 10

-300

-200

-100

0

100

200

300

Tensões experimentais - Vab, Vcb, Vca

Tempo (s)

Tensão (

V)

Vab

Vbc

Vca

3 4 5 6 7 8 9 10

-20

-10

0

10

20

X: 3.711

Y: 16.86

Correntes experimentais - Ia, Ib, Ic

Tempo (s)

Corr

ente

(A

)

Ia

Ib

Ic

5.4 5.45 5.5 5.55 5.6 5.65 5.7 5.75

-300

-200

-100

0

100

200

300

X: 5.365

Y: 309.3

X: 5.625

Y: 307.3

5.4 5.45 5.5 5.55 5.6 5.65 5.7 5.75 5.8

-10

-5

0

5

10

X: 5.645

Y: 11.03

X: 5.366

Y: 11.99

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93

(a) (b) Figura 67 – Ensaio exp. 12: Subtensão de 0,4pu na Fase Vab.

(a) Tensões trifásicas no GIRGE (b) Correntes trifásicas no GIRGE.

Fonte: Autoria própria (2017).

A partir das análises dos ensaios experimentais 9 à 12 observa-se que o volante inercial

é uma técnica efetiva para a conservação de energia cinética/elétrica, e se aliarmos ao fato de

que cargas inercias estão presentes nas indústrias, sua implementação se torna ainda mais

atrativa.

Com o intuito de analisar o comportamento dos indutores no GIRGE durante a

conexão à rede elétrica, os ensaios experimentais 13 à 15 foram realizados. Para isto, M1 e M2

operam em regime permanente com indutores de indutâncias variáveis e após alguns instantes

são retirados por meio do bypass. Após determinado período insere-se os indutores novamente

ao sistema. Ambas as máquinas permanecem ligadas e os sinais de corrente e tensão são

aquisitadas no estator do GIRGE conforme Figura 68.

Figura 68 – Metodologia aplicada ao ensaios experimentais 13,14,15.

Fonte: Autoria própria (2017).

2 3 4 5 6 7 8

-300

-200

-100

0

100

200

300

Tensões experimentais - Vab, Vcb, Vca

Tempo (s)

Tensão (

V)

Vab

Vbc

Vca

2 3 4 5 6 7 8

-20

-10

0

10

20

Correntes experimentais - Ia, Ib, Ic

Tempo (s)

Corr

ente

(A

)

Ia

Ib

Ic

5.2 5.25 5.3 5.35 5.4 5.45 5.5 5.55 5.6

-300

-200

-100

0

100

200

300

X: 5.445

Y: 315.1

X: 5.456

Y: 315.1

X: 5.217

Y: 317.7

5.2 5.3 5.4 5.5 5.6

-15

-10

-5

0

5

10

X: 5.197

Y: 12.58 X: 5.458

Y: 9.82

Etapa I – Processo de aquisição de dados incializa

em bancada de acionamentos experimental

Etapa II – M1 e M2 são acionadas e operam em

regime permanente

Etapa III – bypass do terminal (1mH/5mH/10mH)

do GIRGE é retirado e inserido após instantes

Etapa V – Sinais de corrente e tensão são aquistados no estator

GIRGE

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94

Assim, o ensaio experimental 13 utilizou o terminal de 1mH por fase, o bypass dos

indutores ocorreu nos instantes 3,95s e 6s quando o GIRGE opera em regime permanente. A

Figura 69(a) ilustra o comportamento das tensões trifásicas, e (b) as correntes trifásicas no

GIRGE.

(a) (b) Figura 69 – Ensaio exp. 13: Chaveamento do bypass de 1mH.

(a) Tensões trifásicas no GIRGE (b) Correntes trifásicas no GIRGE.

Fonte: Autoria própria (2017).

Desde modo, com o intuito de analisar o efeito dos indutores e do volante inercial neste

sistema foi realizado uma análise das frequências harmônicas por meio da FFT. A transformada

rápida de Fourrier (Fast Fourrier Transform – FFT) é um algoritmo que transforma sinais

operando no domínio do tempo para o domínio da frequência. Assim, se torna viável para a

observação do conteúdo harmônico presente no GIRGE.

Para os ensaios experimentais 13 à 15 são realizados a análise da FFT para tensão e

corrente por meio do software Matlab®. Os sinais aquisitados foram armazenados em vetores

de tal modo a possuírem a mesma quantidade de amostras (7000 amostras) para as seguintes

situações: i) o GIRGE opera em regime permanente com os terminais dos indutores ligados em

série ao seu estator; ii) o GIRGE opera em regime permanente sem a ação dos referidos, ou

seja, posterior ao bypass; e iii) o pequeno instante do chaveamento do contator que representa

370 amostras (92ms).

Tais amostras foram inseridas no algoritmo de cálculo da transformada, sua resposta

em amplitude foi dada em pu, e plotadas em sobreposição. A Figura 70 ilustra a metodologia

aplicada à análise da FFT.

2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 5.5 6 6.5

-300

-200

-100

0

100

200

300

Tensões experimentais - Vab, Vcb, Vca

Tempo (s)

Tensão (

V)

Vab

Vbc

Vca

2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 5.5 6 6.5-30

-20

-10

0

10

20

30Correntes experimentais - Ia, Ib, Ic

Tempo (s)

Corr

ente

(A

)

Ia

Ib

Ic

3.9 3.95 4 4.05 4.1 4.15 4.2

-300

-200

-100

0

100

200

300

X: 3.95

Y: 290.1

X: 4.034

Y: 294.2

Vab

3.9 3.95 4 4.05 4.1 4.15 4.2

-15

-10

-5

0

5

10

15

X: 3.963

Y: 11.36

X: 4.047

Y: 11.25

Ia

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95

(a) (b)

Figura 70 – Metodologia aplicada à análise da FFT.

(a) FFT da tensão (b) FFT da corrente.

Fonte: Autoria própria (2017).

Assim, a Figura 71 ilustra a FFT da tensão para o terminal de 1mH. Ao centro a Figura

foi realizado um janelamento de modo a observar as harmônicas de terceira, quinta e sétima

ordem. O gráfico da FFT representa a amplitude média da aquisição de 1pu na frequência

fundamental de 60Hz.

Percebe-se de acordo com a Figura 71 que a curva referente ao instante ‘Antes do

bypass’ que delimita o GIRGE operando com os indutores associados aos seus terminais, há

um menor conteúdo harmônico se comparamos a curva ‘Após o bypass’. A curva ‘Durante o

bypass’ se refere ao período de chavemento do contator.

Figura 71 – Análise da FFT da tensão para 1mH.

Fonte: Autoria própria (2017).

Antes do bypass

Durante o bypass

Após o bypass

Antes do bypass

Durante o bypass

Após o bypass

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96

A Figura 72 ilustra a análise da FFT da corrente para os terminais de 1mH. Percebe-

se em quinta ordem 0,0169pu quando o GIRGE opera com os indutores, e após o bypass há

0,0217pu. Em harmônicas de sétima não houve alterações.

Figura 72 – Análise da FFT da corrente para 1mH.

Fonte: Autoria própria (2017).

Para o ensaio experimental 14, foi utilizado o terminal de 5mH e o bypass foi realizado

nos instantes 4,12s e 6,91s de acordo com a Figura 73.

(a) (b) Figura 73 – Ensaio exp. 14: Chaveamento do bypass de 5mH.

(a) Tensões trifásicas no GIRGE (b) Correntes trifásicas no GIRGE.

Fonte: Autoria própria (2017).

3 4 5 6 7 8

-300

-200

-100

0

100

200

300

X: 4.124

Y: 307

Tempo (s)

Tensões experimentais - Vab, Vcb, Vca

Tensão (

V)

X: 5.584

Y: 273.5

Vab

Vbc

Vca

3 4 5 6 7 8

-20

-15

-10

-5

0

5

10

15

20

25

X: 4.12

Y: 16.53

Tempo (s)

Correntes experimentais - Ia, Ib, Ic

Corr

ente

(A

) X: 5.548

Y: 10.24

Ia

Ib

Ic

4.2 4.4 4.6 4.8 5 5.2 5.4 5.6 5.8

-300

-200

-100

0

100

200

300

Vab

4.2 4.4 4.6 4.8 5 5.2 5.4 5.6 5.8-15

-10

-5

0

5

10

15

Ia

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97

De acordo com a Figura 72(b) de modo semelhante aos ensaios experimetais anteriores

nos instantes de bypass há o transitório de corrente de pico 16,53A. No instante 5,54s, que o

indutor é inserido novamente ao sistema é observado o afundamento de corrente ao passo que

se observarmos a Figura 72(a) neste mesmo instante percebe-se que a tensão entregue no

barramento sofre redução devido a ação dos indutores.

Assim, uma análise da FFT da tensão e da corrente para o terminal de 5mH são

apresentadas nas Figuras 74 e 75 respectivamente.

Figura 74 – Análise da FFT da tensão para 5mH.

Fonte: Autoria própria (2017).

Figura 75 – Análise da FFT da corrente para 5mH.

Fonte: Autoria própria (2017).

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98

Percebe-se de acordo com a Figura 74, que em quinta ordem as harmônicas presentes

com a ação dos indutores são de 0,007pu e posterior ao bypass observou-se um acréscimo para

0,016pu. Em sétima ordem ambos se mantiveram em 0,005pu.

Ao analisarmos a FFT da corrente de acordo com a Figura 75 quando o GIRGE opera

com os indutores há um menor conteúdo harmônico de quinta (0,008pu) e sétima (0,0002pu)

ordem se comparados aos instantes posteriores ao bypass que apresentaram quinta ordem com

0,021pu e sétima 0,010pu.

O ensaio experimental 15 realiza o chaveamento de bypass para o terminal de

indutância de 10mH. Assim, as correntes e tensões trifásicas aquisitadas no GIRGE são

apresentadas na Figura 76.

(a) (b)

Figura 76 – Ensaio exp. 15: Chaveamento do bypass de 10mH.

(a) Tensões trifásicas no GIRGE (b) Correntes trifásicas no GIRGE.

Fonte: Autoria própria (2017).

Analisando a Figura 76(b) o bypass ocorre nos instantes 4,39s e 9,2s e há um transitório

de corrente de 22,22A de pico. Do instante 4,39s até o instante 5,9s há uma tensão de 304V nos

terminais do GIRGE, e após este período o indutor de 10mH é inserido novamente em série no

GIRGE e a tensão nos terminais do estator é de 274V.

A análise da FFT da tensão é ilustrada na Figura 77, onde denota-se harmônicas de

quinta e sétima ordem de amplitudes 0,007pu e 0,004pu respectivamente quando os indutores

estão associados aos terminais do gerador. Adicionalmente, após o bypass percebe-se

2 3 4 5 6 7 8 9 10

-300

-200

-100

0

100

200

300

X: 4.397

Y: 298

Tensões experimentais - Vab, Vcb, Vca

Tensão (

V)

X: 4.936

Y: 304.1

X: 5.938

Y: -241.8

X: 7.245

Y: 237.8

Vab

Vbc

Vca

2 3 4 5 6 7 8 9 10

-20

-10

0

10

20

X: 4.399

Y: 22.22

Correntes experimentais- Ia, Ib, IcC

orr

ente

(A

)

X: 4.982

Y: 13.17X: 5.909

Y: 9.11

X: 7.214

Y: 13.12

Ia

Ib

Ic

4.4 4.6 4.8 5 5.2 5.4 5.6 5.8 6 6.2

-300

-200

-100

0

100

200

300

Vab

4.4 4.6 4.8 5 5.2 5.4 5.6 5.8 6 6.2

-20

-10

0

10

20

Ia

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99

amplitudes maiores em proporção 0,014pu e 0,008pu para quinta e sétima ordem

respectivamente.

Figura 77 – Análise da FFT da tensão para 10mH.

Fonte: Autoria própria (2017).

A Figura 78 ilustra a FFT da corrente para o terminal de 10mH. Percebe-se amplitudes

menores em harmônicas de terceira, quinta e sétima ordem quando os indutores estão

conectados diretamente ao gerador na proporção de 0,002pu, 0,008pu e 0,0002pu

respectivamente. Adicionalmente, as amplitudes após o bypass foram observadas em proporção

0,011pu, 0,014pu e 0,011pu para terceira, quinta e sétima ordem respectivamente.

Figura 78 – Análise da FFT da corrente para 10mH.

Fonte: Autoria própria (2017).

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100

O ensaio experimental 16 tem a finalidade de analisar a influência do sistema quanto

a correção de distorções harmônicas. Assim, foi simulado o afundamento de tensão de 0,2pu

apenas na alimentação do GIRGE para a posterior análise de FFT. A Figura 79 ilustra o

comportamento das correntes e tensões trifásicas no GIRGE, em (a) percebe-se que o sistema

supre um afundamento de tensão e apresenta uma pequena variação de corrente de 13,3A para

9,63A de pico de acordo com a Figura 79(b).

(a) (b)

Figura 79 – Ensaio exp. 16: Subtensão de 0,2pu no GIRGE.

(a) Tensões trifásicas no GIRGE (b) Correntes trifásicas no GIRGE.

Fonte: Autoria própria (2017).

Para o ensaio experimental 16 são realizados a análise da FFT para tensão e corrente

de modo similar aos realizados nos ensaios 13 à 15. Deste modo, os sinais aquisitados foram

armazenados em vetores de tal modo a possuírem a mesma quantidade de amostras (7000

amostras) para as seguintes situações: i) o GIRGE opera em regime permanente antes da

subtensão; ii) o GIRGE opera sob efeito de subtensão em regime permanente; e iii) o GIRGE

opera em regime permanente após a subtensão.

Tais amostras foram inseridas no algoritmo de cálculo da transformada, sua resposta

em amplitude foi dada em pu, e plotadas em sobreposição. A Figura 80 ilustra a metodologia

aplicada à análise da FFT.

2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 5.5 6 6.5 7

-300

-200

-100

0

100

200

300

X: 3.902

Y: 300.3

Tempo (s)

Tensões experimentais - Vab, Vcb, Vca

Tensão (

V)

X: 5.458

Y: 314

Vab

Vbc

Vca

2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 5.5 6 6.5 7-30

-20

-10

0

10

20

30

X: 3.904

Y: 13.3

Tempo (s)

Correntes experimentais - Ia, Ib, Ic

Corr

ente

(A

)

X: 5.466

Y: 9.018

X: 5.788

Y: 9.633

Ia

Ib

Ic

5.45 5.5 5.55 5.6 5.65

-300

-200

-100

0

100

200

300

X: 5.464

Y: 305.8

X: 5.631

Y: 304.3

Vab

5.45 5.5 5.55 5.6 5.65-15

-10

-5

0

5

10

15

X: 5.46

Y: 9.65X: 5.627

Y: 9.148

Ia

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(a) (b)

Figura 80 – Metodologia aplicada à FFT no GIRGE em subtensão.

(a) FFT da tensão (b) FFT da corrente.

Fonte: Autoria própria (2017).

A análise da FFT da tensão para subtensão no GIRGE é ilustrada na Figura 81, onde

denota-se durante o efeito da falha simulada 0,0246pu e 0,0127pu em harmônicas de quinta e

sétima ordem respectivamente. As amplitudes antes e após a subtensão se mantiveram em níveis

0,0208pu e 0,0152pu em quinta e sétima ordem.

Figura 81 – Análise da FFT da tensão para subtensão no GIRGE.

Fonte: Autoria própria (2017).

A partir da análise da FFT da corrente apresentada na Figura 82, percebe-se uma

amplitude em quinta e sétima ordem durante a falha em níveis 0,0246pu e 0,0127pu. Nos

instantes posterior e anterior a falha as harmônicas apresentam amplitudes de 0,0208pu e

0,0152pu em quinta e sétima ordem. Embora as perturbações harmônicas podem sofrer

Antes da subtensão

Durante a subtensão

Após a subtensão

Antes da subtensão

Durante a subtensão

Após a subtensão

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alterações de acordo com o horário de aferição, condições de ruídos nas aquisições e fatores

externos, percebe-se um comportamento satisfatório nos níveis aquisitados no GIRGE mesmo

sendo submetido a falhas na rede elétrica de alimentação.

Figura 82 – Análise da FFT da corrente para subtensão no GIRGE.

Fonte: Autoria própria (2017).

Assim, buscando validação do modelo computacional desenvolvido, os dados

aquisitados na bancada experimental e os dados simulados descritos na Seção 3 são

apresentados na Tabela 9.

Tabela 9 – Validação do modelo computacional.

Parâmetros analisados Modelo Simulado Modelo Experimental

Corrente de pico de partida no GIRGE 35,18A 35,73A

Corrente de partida com terminal 1mH 29,97A 29,16A

Corrente de partida com terminal 5mH 24,76A 24,81A

Corrente de partida com terminal 10mH 19,44A 19,45A

Corrente regime permanente no GIRGE 10,35A 11,32A

Fonte: Autoria própria (2017).

Para a confiabilidade do modelo foram comparados 200 pontos de amostras

experimentais e simuladas comparando os valores de pico do semi-ciclo positivo sob a mesma

taxa de amostragem para o cálculo da variância do modelo desenvolvido conforme ilustra a

Figura 83. A referida figura ilustra a variância em um janelamento delimitado a 65 amostras,

pois as consecutivas amostras posteriores apresentaram a mesma variância.

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103

Figura 83 – Variância do modelo computacional.

Fonte: Autoria própria (2017).

A variância média do modelo assumindo todos os pontos de amostragem é de 0,0019

e o desvio padrão é de 0,0436. A maior taxa de erro médio é percebida no instante da geração

e no regime permanente justificado pelo fato das correntes apresentarem uma discrepância do

modelo simulado (10,35A) ao experimental (11,44A). Na Figura 84, está ilustrado o erro

relativo médio de acordo com a quantidade de amostras.

Figura 84 – Erro relativo médio do modelo computacional.

Fonte: Autoria própria (2017).

-0,05

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

0,35

0,4

0 10 20 30 40 50 60 70

Variância do Modelo Computacional

Va

riâ

nci

a

amostra

s

-0,1

-0,05

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

0,35

0,4

0 10 20 30 40 50 60 70

Erro relativo médio

err

o m

éd

io

amostra

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O erro médio do modelo é de ±1,5A, considerando os períodos de transitório e regime

permanente do GIRGE. O erro médio do período transitório assume valores ±0,5A que

demonstra a confiabilidade do mesmo, haja vista a complexidade do sistema onde é necessário

o estudo do comportamento de duas máquinas de indução operando simultaneamente.

Deste modo, foram analisadas o comportamento das tensões e correntes em diversos

ensaios experimentais. Assim, percebe-se a eficácia do método para amortização de transitórios,

bem como o volante inercial como elemento eficaz em aspectos de qualidade de energia no que

diz respeito a afundamentos temporários de tensão em sistemas de geração.

4.4 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO

Neste Capítulo foram apresentados aspectos relacionados a estrutura experimental do

gerador de indução implementada como bancada de acionamentos no laboratório LSI do

campus da UTFPR-CP, detalhando a construção física do sistema bem como o método de

acionamento e aquisição de sinais utilizados neste trabalho.

Ensaios experimentais foram realizados afim de validar o modelo computacional desenvolvido

e analisar a influência do volante inercial a um sistema de geração com o GIRGE. Os resultados

obtidos foram satisfatórios e apresentaram uma variância total de 0,0019 e desvio padrão de

0,0436. A variação de erro médio do modelo é de ±1,5A observada em seu regime permanente.

Para o estudo dos transitórios de partida a variação do erro médio é ainda menor ±0,5A

garantindo a confiabilidade do modelo. A influência do volante inercial no armazenamento de

energia cinética também foi observada elucidando os benefícios que estas cargas podem trazer

ao sistema de geração.

Deste modo, o emprego de indutores torna-se eficaz para amortização dos transitórios

de corrente e o volante inercial é uma ferramenta interessante para situações que englobam

qualidade de energia, pois evidenciou-se que a conservação de energia cinética propiciada pelo

volante é capaz de auxiliar em pequenas perturbações na rede elétrica.

Após a análise da FFT dos sinais de corrente e tensão percebeu-se que o conteúdo

harmônico reduz a medida que as derivações de indutância aumentam. Quando simulado o

efeito de afundamento de tensão percebe-se uma pequena redução do conteúdo harmônico.

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105

5 CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS

5.1 CONCLUSÃO

Este trabalho apresentou uma estratégia de conexão do Gerador de Indução com Rotor

em Gaiola de Esquilo (GIRGE) à rede elétrica de modo a mitigar os efeitos de transitórios de

corrente utilizando indutores com diferentes indutâncias. A influência de um volante inercial

como elemento de conservação de energia e aspectos relacionados a este elemento também foi

analisada neste trabalho.

Para um melhor entendimento do sistema de geração em estudo, o trabalho apresentou

o modelo matemático do motor e do gerador de indução trifásico, bem como gráficos

comparativos dos sinais das tensões e das correntes obtidos via simulação do GIRGE operando

com um volante inercial acoplado ao seu eixo. Deste modo, obteve-se uma prévia da resposta

dinâmica da máquina e o comportamento dos transitórios quando conectada à rede elétrica.

Os dados foram analisados no domínio do tempo sobre diferentes estados de operação

para análise de comportamento e resposta. Assim, foram utilizados indutores com valores de

1mH, 5mH, 10mH ligados em série com o GIRGE. Foi analisado o comportamento do sistema

quando se realiza o bypass da carga ao barramento elétrico. Desta forma, comprovou-se uma

redução de até 44% da corrente transitória com a utilização de indutores com valores diferentes.

A redução da corrente transitória também implica em redução em investimentos para proteção

térmica e de sobre-corrente.

Ensaios foram realizados com o intuito de apresentar a influência do volante inercial

ao sistema de geração. Deste modo, efeitos de afundamento de tensão foram simulados por

meio de um variac trifásico. A resposta do sistema foi considerada satisfatória, conforme os

ensaios experimentais apresentaram eficácia da conservação energética para efeitos de

subtensão de até 0,2pu. Eventuais falhas na rede elétrica ocorrem geralmente em proporções de

tensão a níveis menores que 0,1pu durante um período não superior a um minuto.

Assim, observa-se que o volante inercial pode ser aplicado como uma ferramenta de

auxílio para pequenas falhas de subtensão e trazer contribuições em armazenamento de energia

cinética que é convertida em energia elétrica por meio do seu elevado momento de inércia e

contribuir em aspectos relacionados a qualidade energética.

Analisando os sinais de corrente e tensão no domínio da frequência por meio da FFT

conclui-se que o conteúdo harmônico se deu por satisfatório com a utilização dos indutores e

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106

sob efeito de afundamento de tensão, comprovando a influência do volante para suprir tais

falhas. A FFT dos sinais quando empregado a indutância demonstraram uma redução das

harmônicas propiciadas pela redução da corrente e pela conservação de energia no volante

inercial.

A variância média do modelo assumindo todos os pontos de amostragem foi de 0,0019

e o desvio padrão é de 0,0436. O erro médio do modelo é de ±1,5A, considerando os períodos

de transitório e regime permanente do gerador. O erro médio do período transitório assume

valores ±0,5A.

Em virtude dos fatos mencionados, relata-se uma contribuição acadêmica deste

trabalho em sistemas de geração de energia utilizando geradores de indução conectados à rede

elétrica, comprovando a eficácia do método para amortização de transitórios de corrente aliado

a qualidade de energia propiciado por um volante inercial. Assim, sua área de aplicação é ampla,

haja vista que cargas semelhantes estão presentes em grande escala nos setores industriais.

5.2 TRABALHOS FUTUROS

São propostas de trabalhos futuros:

Realizar uma análise aprofundada do comportamento harmônico no sistema de

geração com volante inercial;

Realizar um estudo para resposta em potência vs tempo para altas cargas inerciais.

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