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059 c! CONCURSO Nº 059 DA OA-SRS Concurso Parque Urbano Cruz do Montalvão Castelo Branco Programa preliminar

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c! CONCURSO Nº 059 DA OA-SRS

Concurso Parque Urbano Cruzdo MontalvãoCastelo Branco

Programa preliminar

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Concurso público de concepção para a elaboração do projecto do Parque Urbano Cruz do Montalvão, Castelo Branco

programa preliminar 1/8

Programa preliminar 1. Preâmbulo .............................................................................................................................................. 2

2. Síntese histórico-funcional .............................................................................................................. 2

3. Objectivos .............................................................................................................................................. 4

4. Localização e características da área de intervenção ............................................................. 5

5. Programa de intervenção ................................................................................................................. 6

6. Condicionantes .................................................................................................................................... 8

7. Custo de obra ....................................................................................................................................... 8

8. Anexos ao programa preliminar ..................................................................................................... 8

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Concurso público de concepção para a elaboração do projecto do Parque Urbano Cruz do Montalvão, Castelo Branco

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1. Preâmbulo A Câmara Municipal de Castelo Branco, com a assessoria da Ordem dos Arquitectos - Secção Regional Sul, lançou o presente concurso de concepção como forma de explorar e abordar as necessidades de funcionalidade e sustentabilidade de um novo parque ur-bano, conduzindo à criação de novos discursos sobre a cidade, o território e a paisagem. Este parque urbano surge da vontade da Câmara Municipal de Castelo Branco de re-qualificar e valorizar um lote vazio situado em plena área urbana da cidade de Castelo Branco, numa zona de expansão recente, Quinta da Granja e Granja Park, situado na entrada poente da cidade, com excelentes acessibilidades, quer viárias quer pedonais. A intervenção sobre este território constitui a oportunidade de revitalizar um espaço vazio, devolvendo-o à cidade, integrando vivências urbanas de uma forma sustentável, potenciadora da sua componente ambiental enquanto parque urbano. A sua proximi-dade do núcleo histórico diversifica as potenciais utilizações e confere qualidade ao usufruto de quem habita, trabalha ou visita a cidade de Castelo Branco. Este projecto deverá consolidar esta área da cidade e representar uma marca de refe-rência regional e local, a partir das respostas apresentadas a questões de particular exigência no local de implantação do parque integrando valências paisagísticas, ambi-entais, equipamentos e circulação (pedonal e ciclável) através da criação de um espaço multifuncional contemporâneo. No contexto de contemporaneidade, pretende-se que o parque integre, igualmente, uma programação de arte urbana que permita a sua dina-mização cultural. Tratando-se de um parque municipal, deve ser dada especial atenção na sua concepção à exequibilidade e sustentabilidade económica e ecológica das propostas, com destaque para o custo de obra mas também o esforço financeiro necessário à sua manutenção. 2. Síntese histórico-funcional O concelho de Castelo Branco é o terceiro maior município português, com 1�438,19�km2

de área e 56�109 habitantes (2011) sendo composto por dezanove freguesias. Escavações arqueológicas em 2008, realizadas na zona do castelo, revelaram artefactos datados da pré-história e, desde o século XVIII, tem vindo a ser difundida por vários autores a ideia de que Castelo Branco seja a herdeira de um castro-luso-romano, de nome Castra Leuca, ainda que esta tese seja fundamentada, sobretudo, pela analogia toponímica dos dois nomes. Depois da reconquista, em 1165, D. Afonso Henriques faz doar à Ordem do Templo - doação depois confirmada pelo seu filho, D. Sancho I, em 1198 - toda esta região da Beira para povoamento e defesa dos ataques dos infiéis. Mais tarde, já no século XIII, surge um documento de doação aos Templários de uma herdade designada de Vila Franca da Cardosa, emitido por um nobre de nome D. Fer-nando Sanches. Este reservava para si metade da vila, para seu usufruto, até à sua morte. Esta última cláusula parece ter sido o motivo pelo qual, em 1214, D. Afonso II, que entretanto havia adquirido as terras para a Coroa, ao que se julga, faça desta restante parte nova doação aos Templários, ficando estes, a partir desta data, na posse total da

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herdade. Esta propriedade compreendia, entre outras, as terras de Castelo Branco. No ano seguinte, o Papa Inocêncio III, confirma a régia doação, afirmando que os Templários tinham fundado, na fronteira dos mouros, uma vila e fortaleza, no sítio da Cardosa, a que eles deram o nome de Castelo Branco. O primeiro foral é dado à Vila de Castelo Branco, pelo então Mestre da Ordem do Tem-plo, D. Pedro Alvito, durante a primeira metade do século XIII. A partir dessa altura, a vila parece ter rapidamente adquirido importância, pois foi inclusivamente escolhida para a realização de vários capítulos da Ordem do Templo. Com a extinção dos Templá-rios e a passagem dos seus bens para a Ordem de Cristo, foi instituída em Castelo Branco uma comenda dessa mesma Ordem, com residência de comendadores e juris-dição em outras comendas. No decurso do século XIII, Castelo Branco, cuja vida até então se desenrolava intramu-ros, vai ter um considerável desenvolvimento. Deste modo, em 1285, quando D. Dinis visita a vila, em companhia da Rainha Santa Isabel, percebe que as muralhas consti-tuíam um obstáculo à sua expansão. A obra de alargamento será concretizada já no reinado seguinte, ordenada por D. Afonso IV em 1343. A expansão e desenvolvimento da vila são reconhecidos por D. Manuel I que, em 1510, a visita, e lhe concede um novo foral. Em 1535, já no reinado de D. João III, é-lhe atribuído o título de Vila Notável. Nesta altura regista-se também um consistente aumento popu-lacional. Com efeito, entre 1496 e 1527, Crescem mais de 60% os principais núcleos habitacionais de toda a Beira Interior, com destaque para a Guarda, Castelo Branco e Covilhã. Tal aumento de população fica a dever-se, sobretudo, à fixação de judeus sefar-ditas fugidos de Espanha, expulsos pelos Reis Católicos.

Fig.01 Campo de jogos

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A actividade comercial da comuna judaica consolida uma base económica que vai per-mitir, mesmo após o decreto de expulsão dos judeus do País, em 1496, um grande volume de construção. Com efeito, é neste período que é fundada a Misericórdia e são construídos os conventos dos frades Agostinhos (1526), dos Capuchos (1562) e a Igreja de São Miguel, actual Sé. Já nos finais do século, o bispo da Guarda, D. Nuno de Noro-nha, ordena a edificação do Paço Episcopal, um belo palácio rodeado de jardins.

Relativamente à área de intervenção, a primeira utilização urbana de que há registo fo-ram a prática de actividades lúdicas e desportivas, tais como, o jogo do pau, da bola, da malha e velocipedia, tendo sido também usado para campo de tiro aos pratos e aos pombos. Posteriormente, em meados dos anos 30, foi construído, pelo Exército Português, o campo de obstáculos que simultaneamente serviu como campo de treinos de militares, jogos e concursos hípicos, utilização que durou até à desactivação dos quarteis até então existentes na cidade.

Fig.02 Campo de obstáculos

Actualmente, o espaço encontra-se semiabandonado, sendo apenas usado para activi-dades pontuais, designadamente, instalação de circos, praça de touros itinerantes e provas desportivas ao ar livre. Trata-se de um espaço que a população sempre usou de forma livre e espontânea. 3. Objectivos A criação de um novo parque urbano no local do antigo Campo de Obstáculos à Cruz de Montalvão tem como principal objectivo valorizar uma das principais entradas da

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cidade e dotar os bairros densamente urbanizados da Quinta da Granja, Quinta do Dou-tor Beirão e Cruz do Montalvão de um espaço verde polivalente e de proximidade, de consolidação e qualificação do principal eixo de desenvolvimento urbano da cidade e de preservação das grandes unidades verdes de enquadramento paisagístico através da: - Valorização e integração deste terreno na cidade e assumi-lo como marco identitário da cidade; - Criação de um programa relacionado com a arte urbana enquanto elemento criador de dinâmicas de uso e potenciador da paisagem natural e urbana; - Atenção à manutenção e conservação do parque tendo em conta a sustentabilidade financeira, urbana e ambiental. 4. Localização e características da área de intervenção Toda a área de intervenção é propriedade do município de Castelo Branco e contabiliza no total cerca de 21 hectares. A área de intervenção é atravessada por um eixo viário, a Av. do Empresário, que a divide em duas zonas distintas:

Fig.03 Área de intervenção

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Área Norte - 14,4 ha Delimitada pela Avenida Cidade de Zuhai, Avenida do Empresário, Rua Professora Maria Amália Fevereiro e Rua da Estrada do Montalvão (antigo troço da E.N. 18), tem uma área com cerca de 11 hectares e uma topografia sem grandes pendentes, relativamente plana e sem afloramentos rochosos visíveis. Dispõe de boas acessibilidades viárias e da rela-ção directa com a cidade e com as redes de infra-estruturas (electricidade, água, saneamento, iluminação pública, telecomunicações e gás). Actualmente, esta área é uti-lizada como espaço de lazer, desporto e montagem de eventos pontuais, nomeadamente, circos e touradas itinerantes. Nesta área existem elementos com al-guma importância paisagística, como sobreiros e olival, podendo ser elementos que valorizam a futura intervenção. Área Sul - 6,6ha Delimitada pela Avenida do Empresário, Av. Prof. Egas Moniz, Rua da Estrada do Mon-talvão e Rua Amílcar Crespo consiste num terreno com uma topografia mais acentuada onde se localiza uma pequena represa. 5. Programa de intervenção A Entidade Adjudicante não pretende definir um Programa de Intervenção fechado e impositivo para o Parque Urbano, por considerar que o mesmo ficará, certamente, valo-rizado pela sensibilidade e contributo que os concorrentes poderão acrescentar ao projecto, no âmbito das propostas a apresentar no presente concurso. Assim, pretende-se deixar claro que há abertura por parte da Entidade Adjudicante para dotar os concor-rentes de liberdade criativa na definição dos requisitos programáticos que deverão definir a intervenção a desenvolver para o Parque Urbano. No entanto, podem-se definir alguns temas programáticos que deverão ser tidos em conta no desenvolvimento das propostas, nomeadamente: Arte Urbana A arte urbana apoiada por uma programação permite uma dinamização a curto, médio e longo prazo do parque e uma diversificação dos usos, permitindo criar condições para o desenvolvimento de actividades culturais e lúdicas garantindo que o parque tem uma utilização não sazonal. Relação com a envolvente A proposta deverá considerar as seguintes premissas: - Ponderar o prolongamento da Avenida Professor Doutor Egas Moniz até à rotunda Avenida Cidade de Zuhai e eventual prolongamento da Rua Professor Sebastião António Morão Correia da urbanização da Granja Park; - Prolongar a ciclovia já existente na Avenida Professor Doutor Egas Moniz; - Prever acessos em todo o seu perímetro; - Prever lugares de estacionamento compatíveis com as espectativas das funções a criar; - Criar um anfiteatro amplo, com vista privilegiada para o castelo.

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Memória

Fig.04 Bancada para eventos militares e desportivos Fig.05 Elemento de treino militar

Na área norte de intervenção existem dois elementos que se constituem enquanto re-miniscências de ocupações anteriores do território e que poderão assumir algum carácter de identidade e memória do lugar. A preservação destes elementos como re-presentativos de memória para o futuro poderá ser uma opção programática ao critério dos concorrentes.

Sustentabilidade A sustentabilidade financeira e ambiental ao nível dos recursos para manutenção e con-servação do parque são fundamentais. Para tal será necessário considerar: - Racionalização da necessidade de rega; - Optimização do consumo de energia destinada à iluminação pública; - Maximização da capacidade de infiltração na área das águas pluviais; - Incorporação da vegetação existente; - Considerar as amplitudes térmicas que se fazem sentir na região. Equipamentos de apoio Será necessário prever apoios à manutenção do parque, tais como, arrumos, instalações sanitárias, cafetaria, etc.) e outros equipamentos indispensáveis de apoio às actividades propostas.

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6. Condicionantes No desenvolvimento da proposta deverão ser tidos em conta pelos concorrentes as se-guintes condicionantes: - PGU de Castelo Branco, publicado no Diário da República – II Série n.º 301 de 31/12/1991. - Regulamento Municipal sobre Estacionamentos e Garagens na Cidade de Castelo Branco, publicado no Diário da República, Apêndice n.º 74 – II Série - n.º 104 de 31/05/2005, através do Aviso n.º 3756/2005 (2ª série) – AP. 7. Custo de obra As propostas apresentadas deverão adaptar-se às contingências económicas actuais, procurando aliar soluções de criatividade a soluções de custo racionalizado. O valor es-timado para o custo global da intervenção é de € 3.000.000,00 (três milhões de euros), excluindo o valor do IVA, à taxa legal em vigor. 8. Anexos ao programa preliminar O presente documento é composto pelos seguintes anexos: Anexo 1: Planta síntese do PGU da cidade de 1990 (.dwg) Anexo 2: Regulamento do PGU (.pdf) Anexo 3: Planta da cidade de 1953/4 (.tiff) Anexo 4: Planta da cidade de 1974 (.tiff) Anexo 5: Levantamento Topográfico (.dwg) Anexo 6: Levantamento Fotográfico (.jpg) Anexo 7: Levantamento Fotográfico - Localização (.pdf) Anexo 8: Fotografias históricas (.jpg) Anexo 9: Ortofotomapas (.jpg) Anexo 10: Regulamento Municipal sobre Estacionamentos e Garagens na Cidade de Castelo Branco (.pdf) Anexo 11: Plano estratégico Castelo Branco (.pdf)