chico xavier e os seres interplanetÁrios - artigo de montalvão

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CHICO XAVIER E OS SERES INTERPLANETÁRIOS Observação : a palavra “médium” significa, no meio espírita: pessoa com capacidade de contatar espíritos e deles receber influências várias. O significado que atribuímos ao termo, neste estudo, é um pouco diferente: pessoa dotada de singularidades psíquicas que, em ambientes propícios, acredita ser capaz de contatar espíritos de mortos. A vida extraterrena despertava em Chico Xavier grande empolgação. Da mesma forma que costuma empolgar fiéis espíritas. Embalados pela interpretação kardecista de que a declaração de Jesus − “Na casa de Meu Pai há muitas moradas”− se refere à vida no cosmo, médiuns vários mantêm contatos mediúnicos com viventes espaciais, ou recebem notícias da espiritualidade, sobre a rotina de nossos hipotéticos irmãos interplanetários. Ainda que nos dias atuais desconheça-se qualquer evidência de viventes no sistema solar − até mesmo vida simples, como seres unicelulares, está difícil de ser achada −, mesmo assim, sobrevive na seara espiritista a convicção de haver seres inteligentes nos diversos planetas. Entretanto, a fim de contornar as evidências negativas que as pesquisas científicas apresentam, formulou-se a hipótese de “vida espiritualizada”, portanto, inacessível aos nossos olhos e a qualquer equipamento de observação... Conforme a visão de Kardec, supostamente revelada por espíritos superiores, todos os globos do universo são habitados. Levando-se ao pé da letra tal declaração

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Page 1: CHICO XAVIER E OS SERES INTERPLANETÁRIOS - artigo de montalvão

CHICO XAVIER E OS SERES INTERPLANETÁRIOS

Observação: a palavra “médium” significa, no meio espírita: pessoa com capacidade de contatar espíritos e deles receber influências várias.

O significado que atribuímos ao termo, neste estudo, é um pouco diferente: pessoa dotada de singularidades psíquicas que, em ambientes propícios, acredita ser capaz de contatar espíritos de mortos.

A vida extraterrena despertava em Chico Xavier grande empolgação. Da mesma forma que costuma empolgar fiéis espíritas. Embalados pela interpretação kardecista de que a declaração de Jesus − “Na casa de Meu Pai há muitas moradas”− se refere à vida no cosmo, médiuns vários mantêm contatos mediúnicos com viventes espaciais, ou recebem notícias da espiritualidade, sobre a rotina de nossos hipotéticos irmãos interplanetários. Ainda que nos dias atuais desconheça-se qualquer evidência de viventes no sistema solar − até mesmo vida simples, como seres unicelulares, está difícil de ser achada −, mesmo assim, sobrevive na seara espiritista a convicção de haver seres inteligentes nos diversos planetas. Entretanto, a fim de contornar as evidências negativas que as pesquisas científicas apresentam, formulou-se a hipótese de “vida espiritualizada”, portanto, inacessível aos nossos olhos e a qualquer equipamento de observação...

Conforme a visão de Kardec, supostamente revelada por espíritos superiores, todos os globos do universo são habitados. Levando-se ao pé da letra tal declaração − e esta parece ter sido esta a intenção do codificador −, não haveria um objeto celeste no qual não se encontrasse forma inteligente de vida, o que incluiria a lua, e os satélites dos demais planetas.

No tempo de Kardec os telescópios eram pouco potentes e os recursos modernos observação, como as sondas espaciais, sequer se imaginavam. Desse modo, acidentes geográficos vislumbrados na lua e em Marte pareciam construções artificiais, o que estimulava a crença de que seres dotados de cultura tecnológica seriam nossos vizinhos. Ocorre que, já naqueles tempos, pesquisadores contestavam a hipótese de vida nos planetas de nosso sistema, devido às condições desfavoráveis neles presentes, e Kardec conhecia tais contestações. Examinou-as e as deu por insustentáveis, por exemplo, a respeito da possibilidade de habitantes na lua, disse:

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...mas fizeram-se a essa idéia, verdadeiramente sedutora, objeções tiradas da própria ciência. A Lua, diz-se, parece não ter mais atmosfera, e, talvez, água. (...)

Não se concebe que, uma semelhante objeção possa ser feita por homens sérios. Se a atmosfera da Lua não pôde ser percebida, é racional que disso se infere que não exista? Não pode estar formada de elementos desconhecidos ou muito rarefeitos para não produzir refração sensível? Diremos a mesma coisa da água ou dos líquidos que nela existam. Com relação aos seres vivos, não seria negar o poder divino crendo impossível uma organização diferente da que nós conhecemos, quando, sob os nossos olhos, a previdência da Natureza se estende com uma solicitude tão admirável até o menor dos insetos, e dá, a todos os seres, órgãos apropriados ao meio ao qual devem habitar, seja sob a água, o ar ou a terra, seja mergulhados na obscuridade ou expostos ao clarão do Sol? (Revista Espírita, março de 1858)

O que diria Kardec aos espíritos, na atualidade, ante a constatação da absoluta inexistência de vida na lua?

Dentre os planetas do sistema solar, Marte foi o que incrementou as mais fecundas idealizações. Em regra, os marcianos eram imaginados possuidores de conhecimentos elevados. Um efeito dessa crença foi o velado receio de que um dias seríamos invadidos por marcianos ferozes, dispostos a aniquilar os terráqueos, com seus canhões ultra-hiper-super destruidores.

Curiosamente, a revelação exarada por Kardec, a respeito dos moradores de Marte, ia na contramão da maioria das hipóteses. Para o codificador, os marcianos seriam parvos e pouco desenvolvidos. Allan Kardec considerava o planeta vermelho o menos instruído em todo o sistema solar, enquanto Júpiter seria o de maior progresso. Nada obstante a observação de Kardec sobre Marte constar de uma nota de rodapé em o Livro dos Espíritos, ele afiança que a informação lhe fora passada pela elevada espiritualidade e, portanto, merecedora de todo o crédito. Mais tarde, na Revista Espírita, Kardec confirmou o que registrara no códice e teceu considerações mais amplas sobre o assunto.

O atraso mental dos marcianos, imaginado pelo líder espírita, suscitou dificuldades doutrinárias. Visto que a tendência disseminada era considerar os de Marte mais desenvolvidos que os da Terra, surgia a dificuldade: como

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conciliar a palavra do codificador, sobre marcianos em estado primitivo, com o sonho geral de que fossem superinteligentes?

As soluções foram de diversas modalidades. Alguns simplesmente não deram ouvidos ao postulado kardecista − mesmo sendo seguidores de seus ensinos −, e apresentaram suas próprias conclusões, dando a elas o status de verdade verdadeira, ou de verdadeira verdade. Possivelmente o primeiro choque tenha ocorrido entre a palavra do codificador e a de seu amigo Camille Flammarion.

Não dispomos de informações sobre o quanto Flammarion conhecia dos escritos kardequianos. Sabe-se que o astrônomo era um inflamado adepto do pensamento espírita. Apesar disso, muitas de suas considerações batem de frente com a explanação de Kardec. Uma delas é a teoria dos mundos habitados, vejamos o que diz um e outro. (Destaques nos textos de nossa autoria)

TEORIA DOS MUNDOS HABITADOSKARDEC FLAMMARION

Pluralidade dos mundos55. São habitados todos os globos que se movem no espaço?

“Sim e o homem terreno está longe de ser, como supõe, o primeiro em inteligência, em bondade e em perfeição. Entretanto, há homens que se têm por espíritos muito fortes e que imaginam pertencer a este pequenino globo o privilégio de conter seres racionais.

Orgulho e vaidade! Julgam que só para eles criou Deus o Universo.”

Deus povoou de seres vivos os mundos, concorrendo todos esses seres para o objetivo final da Providência. Acreditar que só os haja no planeta que habitamos fora duvidar da sabedoria de Deus, que não fez coisa alguma inútil. Certo, a esses mundos há de ele ter dado uma destinação mais séria do que a de nos recrearem a vista. Aliás, nada há, nem na posição, nem no volume, nem na constituição física da Terra, que possa

A vida universal! disse eu. Os planetas do nosso sistema solar serão todos habitados? ... São habitados os milhares de mundos que povoam o infinito? . . . Essas Humanidades assemelham-se à nossa?... Conhecê-las-emos algum dia? ...

- Nenhuma razão há, acrescentou Urânia, para que todos os mundos sejam habitados agora. A época presente não tem mais importância do que as precedentes ou as que se hão de seguir.

A duração da existência da Terra será muito mais longa - talvez dez vezes - mais longa - do que a do seu período vital humano. Em uma dezena de mundos, tomados ao acaso na imensidade, poderíamos, por exemplo, conforme os casos, achar apenas um atualmente habitado por uma raça inteligente. Uns o foram outrora; outros sê-lo-ão no futuro; estes se acham em via de preparação, aqueles têm percorrido todas as suas fases; aqui, berços; além, túmulos; e depois, uma

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induzir à suposição de que ela goze do privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos milhares de milhões de mundos semelhantes. (O Livro dos Espíritos)

variedade infinita se revela nas manifestações das forças da Natureza, não sendo a vida terrestre de modo algum o tipo da vida extraterrestre. Seres podem viver, em organizações inteiramente diversas das conhecidas no vosso planeta. Os habitantes dos outros não têm a vossa forma, nem os vossos sentidos. São outros. (Livro de Urania)

Kardec, alegadamente assessorado pela alta espiritualidade, garantia que todos os globos celestes seriam habitados. Seu amigo Flammarion, dedicado pesquisador dos astros e dado a visões mediúnicas, não se inibiu de asseverar coisa bastante diferente: o fenômeno vida ocorria em cerca de dez por cento dos corpos celestes. Hoje, sabe-se que ambos estavam equivocados... Este é um forte indício de que tais lucubrações, embora atribuídas à revelação espiritual, advêm, em verdade, das próprias cogitações de seus idealizadores.

No tempo de Kardec a suposição generalizada de que Marte era habitado já tomara forma. Especulamos que, no entanto, ainda não ganhara força a idéia de que inteligências superiores ali vivessem. Talvez, por isso, Allan Kardec tenha optado por colocar naquele planêta seres primitivos. Gradativamente, porém, foi conquistando proeminência a concepção de que civilizações avançadas residiriam no orbe vizinho. Em conseqüência, o ensinamento do codificador perdeu terreno.

Flammarion era um astrônomo respeitado na segunda metade do século XIX, era também um grande sonhador; por conta dessa qualidade, divagou o quanto quis a respeito das características de nossos imaginados irmãos do sistema solar. Façamos nova comparação entre o pensamento de Kardec e o de seu amigo.

VIDA NO SISTEMA SOLARKARDEC FLAMMARION

Segundo os Espíritos, de todos os mundos que compõe o nosso sistema planetário, a Terra é dos de habitantes menos adiantados, física e moralmente. Marte lhe estaria ainda abaixo, sendo-lhe Júpiter superior de muito, a todos os respeitos. O Sol não seria mundo habitado por seres corpóreos, mas simplesmente

Dia virá, e mui proximamente, pois que estás chamado a vê-lo, em que o estudo das condições da vida nas diversas províncias do Universo será o objeto essencial - e o grande encanto - da As-tronomia. (...) penetrarão o mistério da sua organização vital e discutirão a respeito dos respectivos habitantes. Afirmarão que Marte e Vênus se acham atualmente

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um lugar de reunião dos Espíritos superiores, os quais de lá irradiam seus pensamentos para os outros mundos, que eles dirigem por intermédio de Espíritos menos elevados, transmitindo-os a estes por meio do fluido universal. Considerado do ponto de vista da sua constituição física, o Sol seria um foco de eletricidade. Todos os sóis como que estariam em situação análoga.(...)Muitos Espíritos, que na Terra animaram personalidades conhecidas, disseram estarreencarnados em Júpiter, um dos mundos mais próximos da perfeição, (...). Finalmente, cumpre se considere que, naquele mundo, como no nosso, múltiplos são os graus de desenvolvimento e que, entre esses graus, pode medear lá a distância que vai, entre nós, do selvagem ao homem civilizado. Assim, do fato de um Espírito habitar Júpiter não se segue que esteja no nível dos seres mais adiantados, do mesmo modo que ninguém pode considerar-se na categoria de um sábio do Instituto, só porque reside em Paris. (O Livro dos Espíritos)

povoados de seres pensantes; que Júpiter está ainda no seu período primário de preparação orgânica; que Saturno plana em condições inteiramente diferentes das que presidiram ao estabelecimento da vida terrena, e, sem jamais passar por estado análogo ao da Terra, será habitado por seres incompatíveis com os organismos terrestres. Novos métodos farão conhecer a constituição física e química dos astros, a natureza das atmosferas. Instrumentos aperfeiçoados permitirão mesmo descobrir os testemunhos diretos da existência dessas Humanidades planetárias, e pensar em estabelecer comunicação com elas. Eis a transformação científica que há de assinalar o fim do décimo-nono século e que há de inaugurar o vigésimo. (...)

Todos os mundos, acrescentou ele, não são atualmente habitados. Uns estão na aurora, outros no crepúsculo. Em nosso sistema solar, por exemplo, Marte, Vênus, Saturno e vários dos seus satélites parecem em plena atividade vital; Júpiter parece não ter ultrapassado o seu período primário; a Lua já não tem, talvez, habitantes. ... (Livro de Urania)

À medida que examinamos os escritos de Kardec, comparando-os com os de Flammarion, notamos as discrepâncias crescerem. Vimos, acima, que Kardec dizia que Júpiter, embora estivesse “próximo da perfeição”, abrigava níveis variados de seres evoluídos. Essa idéia harmonizava com a concepção do codificador de que algumas raças eram superiores a outras. Júpiter deveria vivenciar igual situação. Entretanto, Camille Flammarion tinha outra interpretação.

KARDEC FLAMMARIONFinalmente, cumpre se considere que, naquele mundo, como no nosso, múltiplos são os graus de desenvolvimento e que, entre esses graus, pode medear lá a distância que vai, entre nós, do selvagem ao homem civilizado.

Assim, do fato de um Espírito habitar Júpiter não se segue que esteja no nível dos seres mais adiantados, do mesmo modo que ninguém pode considerar-se na

- Jamais, repôs um dos Marcianos, jamais vosso planeta medíocre atingirá a perfeição do nosso. Sois muito espessos. (...)

Nossos adolescentes possuem tanta ciência inata quanto Pitágoras, Arquimedes, Euclides, Képler, Newton, Laplace e Darwin após todos os seus labo-riosos estudos. Os nossos doze sentidos nos põem em comunicação direta com o

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categoria de um sábio do Instituto, só porque reside em Paris.(O Livro dos Espíritos)

Universo; sentimos daqui, a cem milhões de léguas, a atração de Júpiter que passa; vemos a olho nu os anéis de Saturno; adivinhamos a chegada de um cometa, e o nosso corpo está impregnado da eletricidade solar, que põe em vibração a Natureza inteira. (Livro de Urania)

Nada obstante o discurso de Kardec referir-se à Júpiter, a idéia nela contida podia ser aplicável a qualquer globo. Entretanto, para o astrônomo francês os variados graus de evolução racial vistos por Kardec não existiam.

Entre Flammarion e Kardec havia divergências inconciliáveis em assuntos interplanetários. Kardec acreditava na existência de habitantes na lua, no subdesenvolvimento de Marte e na condição privilegiada de Júpiter. Flammarion supunha que os habitantes da lua houvessem perecido; que Marte era super-desenvolvido e Júpiter primitivo.

Necessário destacar que o escrito de Kardec é tido como revelação dos espíritos. Desse modo, o que o codificador escreveu corresponderia ao saber privilegiado da espiritualidade, em muito superior ao da ciência terrena. A obra de Flammarion tem o aspecto de visão profética ou reveladora. Em ambos os casos, no entanto, o que cada um disse não ia além do conhecimento científico da época, acrescido das múltiplas fantasias que formularam. Em suma, nada de espiritualidade em comunicação, apenas férteis imaginações em atividade.

Vejamos exemplo de como o astrônomo interpretava suas observações telescópicas do planeta Marte:

Nas noites subsequentes, observei Marte com o telescópio, mas distraído por mil estranhas idéias. O planeta aparecia, no entanto, admirável, e assim se mostrou durante toda a primavera e todo o verão de 1888. Vastas inundações se haviam produzido em um de seus continentes, na Líbia, tal qual já os astrônomos observaram em 1883 e em diversas circunstâncias. Reconhecia-se que a sua meteorologia e a sua climatologia não se igualam às nossas, e as águas que cobrem cerca de metade da sua superfície sofrem estranhas deslocações e variações periódicas, de que a geografia terrestre nenhuma idéia pode dar. As neves do pólo boreal tinham diminuído muito, o que provava ter sido o verão daquele hemisfério bastante quente, embora menos elevado do que o do hemisfério austral. Finalmente, houvera pouquíssimas nuvens

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sobre Marte durante toda a série de nossas observações. (Livro de Urania)

A paisagem de Marte, hoje se sabe, é de uma desolação infinda, no entanto, ante os olhos generosos de Flammarion se transformava, regurgitando belas visões. O astrônomo descortinou no ressequido planeta grandes inundações. Observou neve nos pólos e, em outro trecho, fala de “árvores despidas de folhas, cobertas de gigantescas flores vermelhas”. Para completar − pasmem! − descreve cidades superpopulosas:

- Quais são os países de Marte mais povoados?

Somente as regiões polares (onde da Terra se avistam as neves e os gelos derretendo-se em cada primavera) são as inabitadas; a população das regiões temperadas é muito densa; mas são, ainda assim, as terras equatoriais as mais povoadas (a população é tão densa ali quanto a da China) e, principalmente, às margens dos mares, apesar das enchentes. Grande número de cidades são edificadas quase sobre a água, de algum modo suspensas nos ares, dominando as inundações de antemão calculadas e esperadas.

É provável que a suposição da existência de inundações no planeta Marte fosse comum aos astrônomos da época, visto não conseguirem observar adequadamente, devido às limitações dos equipamentos disponíveis. Entretanto, Flammarion inseria nesse panorama as coloridas idéias provindas de seus sonhos. O único dado que bate com as suposições da época, em vista das pesquisas atuais, é a existência de geleiras nos pólos marcianos.

Por conta do que já vimos, que mostra o quanto a imaginação permeia os supostos contatos mediúnicos, é possível apresentar uma definição do seja mediunidade: a soma dos conhecimentos do médium, acrescidas das idealizações que sua mente formula.

E Chico Xavier, onde entra? Logo, logo o veremos: o médium despontou na ciranda espacial em inícios de 1930, com o livro “Cartas de uma morta” e depois com uma crônica mediúnica, cuja autoria foi imputada a Humberto de Campos. perceberemos que entre Chico e Flammarion existem alguns laços curiosos.

Antes de chegarmos a Chico, falaremos de famosa médium, cujo prestígio era elevado no início do século XX: Catherine Elise Muller of Geneva, mais conhecida como Hélène Smith.

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Hélène Smith foi cognominada por muitos a “maior médium de todos os tempos”. Algo como um Chico Xavier de saias e chegou a realizar feitos que o médium mineiro não ousou. À semelhança de Chico, com Emmanuel, Hélène possuia um alter ego, chamado Leopoldo, cuja personalidade, dizia-se, era completamente distinta da da médium, o que reforçava a idéia de que se tratava de um legítimo ente espiritual a assessorá-la.

A médium realizava contatos mediúnicos com Marte e tornou-se especializada em conversar com os habitantes daquele planeta, alguns dos quais seriam almas humanas lá reencarnadas. O ápice do trabalho mediúnico de Hélène se deu quando passou a falar em marcianês. É fato de que a língua constitue o grande ponto fraco de médiuns e regressionistas. Certo médium nacional diz “receber” o espírito de um médico alemão, mas se provocado a um diálogo germânico, o espírito lembra que esqueceu a panela no fogo e desaparece. De modo semelhante, pessoas que regridem a vidas passadas recordam múltiplas identidades, em várias civilizações, quais a egípcia, romana, judaica, inca, atlante... e até entre extraterrenos. Entretanto, se essas nobres figuras são convidadas a discursarem em seus “idiomas natais” o fracasso é retumbante.

Com Hélène Smith tal não se dava, em várias ocasiões a médium vertera mensagens ditas espirituais em vários linguajares, pois a moça era habilidosa com idiomas. O marciano de Hélène ia além de mera sucessão de sons desconexos. Crianças e adolescentes brincam de “falar” em outras línguas, mas a qualquer observador é clara a simulação. Em certos ambientes religiosos se vê algo parecido: fiéis alegam discorrer em “línguas estranhas” e tartamudeiam palavras soltas, frases curtas, sem semelhança com o discurso normal. Hélène Smith, contudo, se pronunciava com a firmeza de quem domina um idioma estrangeiro. Manifestava-se com segurança e coerência. Filologistas examinaram as mensagens marcianas: constatou-se que se tratava de língua real, embora o significado das palavras fosse desconhecido, a estrutura lingüistica se reconhecia claramente.

Aparentemente, não havia dúvida: o contato inteligente com os marcianos fora obtido! Se tal fosse verdadeiro, um mundo novo se abria perante a humanidade. No entanto, no caminho de Hélène estava Theodore Flournoy, psicólogo que acompanhou o trabalho da médium por um bom tempo. Flournoy reconhecia o indiscutível talento de Hélène, mas não estava convencido de sua mediunidade. Observara deslizes nos papéis que a moça representava, como quando declarou-se reencarnação de um

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personagem literário, chamado Lorenzo Feliciani. Ao ser noticiada que Feliciani fora criação de Alexandre Dumas, Hélène não falou mais no assunto...

Flournoy estudou criteriosamente o marciano falado por Hélène Smith. Concluiu que o idioma fora inteiramente construído sobre a formatação da língua francesa. O subconsciente da médium elaborara uma complexa estrutura fonética, toda ela calcada no francês. Era um feito admirável, mas que desbancava a suposição mediúnica: em realidade, a bem elaborada mediunidade de Hélène Smith provinha de suas peculiaridades psíquicas.

Com Chico Xavier ocorreu caso parecido. A principal personalidade espiritual que o acompanhava era o espírito Emmanuel, codinome de Publius Lentulus. O caso é que existem bons estudos, disponíveis da internet, que demonstram seguramente a inviabilidade histórica de Lentulus, levando-nos à conclusão de que tal figura foi construída pela psique do médium.

Essa constatação seria suficiente para pôr por terra a tese da comunicação com espíritos. Entretanto, o mito Chico Xavier é muito forte. Necessário se faz a realização de outros estudos, de modo a evidenciar que o médium extraía de seus próprios dons naturais as mensagens imputadas à espiritualidade.

Em decorrência, continuaremos nossa investigação, objetivando responder de onde provinham as informações sobre Marte, relatadas pelo bondoso Chico Xavier.

CARTAS DE UMA MORTA

O livro relata a aventura de Maria João de Deus no além-túmulo; esta era a mãe de Chico Xavier, falecida em 1915, quando o médium contava cinco anos. Da leitura, uma curiosidade salta à vista: Maria escreve à maneira de Chico Xavier: a narrativa é toda vertida no mesmo estilo melífluo do médium, Chico Xavier parece ter esquecido de criar um modo de escrever próprio para a mãe. Mais um indício de que a mão de Chico simulava ser a mãe de Chico. No início da obra Maria João assim se pronuncia:

Quero crer que a angústia, que naquele momento avassalou a minh’alma, originou-se da profunda mágoa que me ocasionava a

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separação do lar e dos afetos familiares, pois, apesar de crer na imortalidade, sempre enchiam-me de pavor os aparatos da morte; e dentro do catolicismo, que eu professava fervorosamente, atemorizava-me a perspectiva de uma eterna ausência.

Desnecessário dizer que a genitora do médium, que se confessava em vida ardorosa adepta do catolicismo, no além converteu-se ao espiritismo, passando a visitar os vivos e a defender a reencarnação.

Antes de visitar o planeta Marte, Maria João de Deus fala de uma excursão de estudos que realizara a um mundo de localização não revelada. O ponto digno de destaque são as similaridades entre a narrativa de Chico Xavier e o escrito de Camille Flammarion, vejamos:

CHICO XAVIER / Maria João CAMILLE FLAMMARIONTrês Sóis de Cores Diversas

Penetramos numa atmosfera rosada, plena de luz, mas de claridade suave, que se irradiava espalhando sons dentro da mais harmoniosa das cadências que os meus ouvidos escutaram nas condições de minha nova vida. Sobre as nossas frontes, contemplávamos, então, um sol magnífico, cor-de-rosa quase enrubescido, emprestando ao ambiente, em que nos movíamos, as mais estranhas cambiantes. Todavia, não ficou aí a novidade. A seguir, percebemos que uma estrela esverdeada brilhava no infinito dos céus, misturando as suas claridades esmeraldinas com as tonalidades róseas, que se estampavam em todas as coisas e, de repente, enquanto uma dessas estrelas se encontrava no zênite e a outra prestes a desaparecer nos horizontes desse planeta maravilhoso, outro sol surgia, amarelo, cor de laranja amadurecida, tonalizando como um elemento novo as paisagens. ousadas concepções dos pintores terrenos ficaria aquém das sublimes

(...) uma nova luz, pálida, azulada, bastante estranha, chegava da região para a qual Urânia me conduzia. Essa claridade nada tinha de terrestre, e não me recordava nenhum dos efeitos que eu havia admirado nas paisagens da Terra, nem entre os tons tão cambiantes dos crepúsculos depois da tempestade, nem nas brumas indecisas da manhã, nem durante as horas calmas e silenciosas do clarão da Lua no espelho do mar. (...) Qual não foi a minha estupefação, quando me apercebi de que nos aproximávamos, com efeito, de um sol absolutamente azul, igual a um disco brilhante que houvesse sido recortado nos nossos mais belos céus terrestres, e destacando-se luminosamente em um fundo todo negro, todo constelado de estrelas! (...) O sol azul crescia a olhos vistos; mas, novidade tão singular quanto a primeira, a luz com que ele iluminava o dito planeta se complicava de um certo lado com uma coloração verde. Olhei de novo para o céu e avistei um segundo sol e esse de um belo verde-esmeralda! Não acreditava em meus olhos.

- Estamos atravessando, disse Urânia, o sistema solar de Gama de Andrômeda, do qual ainda não vês mais do que uma parte, pois ele se compõe, na realidade, não desses dois sóis, mas de três, um azul, um

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realidades por nós observadas, referentes aos efeitos da luz, nesse sistema de encantamentos.

verde, e um amarelo-laranja. O sol azul, que é o menor, gira em torno do sol verde, e este gravita com seu companheiro em redor do grande sol alaranjado que vais avistar dentro em pouco.

É certo que os sóis são de cores diferentes, mas parece que Chico inspirou-se na narrativa de Flammarion para idealizar um sistema trisolar parecido.

Vejamos, agora, a viagem de Maria João de Deus a Marte. Observaremos que Chico Xavier deixou Kardec de lado e optou por inspirar-se na visão de Camille Flammarion: em vez de deparar marcianos rudes e primitivos, encontrou um povo avançado e dotado de poderes especiais. Parece que, do codificador, Chico conservou tão-somente a tese da pluraridade dos mundos habitados, o que, conforme vimos, não era apoiada por Flammarion.

Todas essas distantes pátrias, que os vossos telescópios focalizam, dentro da noite imensa, não poderiam estar vazias e abandonadas. Não se compreende uma cidade edificada, rica de monumentos e obras, sem habitantes e sem vida. Os planetas, que rolam no infinito, constituem a família universal, por excelência. Cada um deles comporta uma humanidade, irmã de todas as outras que vibram na imensidade. (Cartas de Uma Morta)

Mesmo levando em conta essa “concessão” ao codificador, o sonho marciano de Chico Xavier foi inteiramente erigido na plataforma montada anteriormente por Flammarion, conforme veremos:

MARTE na visão de FLAMMARION(Extraídos de O Livro de Urânia)

MARTE na visão de CHICO XAVIER

A maior disparidade entre os mundos consiste certamente na grande elevação da nossa Humanidade sobre a da Terra.

Essa superioridade é devida principalmente aos progressos realizados pela ciência astronômica e à propagação universal, entre todos os habitantes do planeta, dessa ciência sem a qual é impossível pensar com acerto, sem

Nas questões astronômicas são emi-nentemente mais adiantados do que seus companheiros da Terra, compreendendo todos os fenômenos e a maior parte dos mistérios da natureza do vosso planeta.

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a qual não se tem senão idéias falsas sobre a Criação, sobre os destinos.

Há muito menos água em Marte do que na Terra, e muito menos nuvens.

As águas são muito mais raras. As chuvas quase que se não verificam, mostrando-se o céu geralmente sem nuvens.

A maior parte das nossas plagas são praias, planícies iguais. Poucas montanhas possuímos, e os mares não são fundos.

Vi oceanos, apesar da água se me afigurar menos densa e esses mares muito pouco profundos.

Os habitantes aproveitam esses transbordamentos para irrigação das vastas campinas. Têm retificado, alargado, canalizado os cursos de água, e construído nos continentes uma rede inteira de imensos canais.

Há ali um sistema de canalizações, mas não por obras de engenharia dos seus habitantes, e sim por uma determinação natural da topografia do planeta que põe em comu-nicação contínua todos os mares.

[Observação: aqui Chico Xavier introduz uma variante ao discurso de Flammarion, enquanto aquele afirma que os canais são trabalhados pelos marcianos, Chico preferiu vê-los unicamente obra natural]

A maior parte das nossas plagas são praias, planícies iguais. Poucas montanhas possuímos, e os mares não são fundos.

Não vi montanhas, sendo notáveis as planícies imensas, onde os felizes habitantes desse orbe de-sempenham as suas atividades consuetudinárias.

[Observação: ambos se equivocaram: as mais elevadas montanhas do sistema solar estão em Marte. Foram vistas elevações com 24 km de altura! Dificilmente deixariam de ser notadas por Maria João e pelo astrônomo em viagem astral. A suposição de Flammarion e de Chico Xavier sobre as montanhas advinham das

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observações astronômicas da época, que não visualizavam claramente a topografia do planeta. Daí, em seus sonhos proferirem tal disparate. Mais um indício de que não havia a participação da espiritualidade nas fantasias por eles elaboradas.]

Aqui não se come, nunca se comeu, não se comerá jamais. A criação tem-se desenvolvido gradual, pacifica, nobremente, do modo pelo qual começara. Os organismos se nutrem, isto é, renovam suas moléculas, por simples respiração, qual o fazem as árvores terrestres, cada uma de cujas folhas é um pequeno estômago. - Na tua cara Pátria, não se pode viver um só dia sem a condição de matar. Entre vós outros a lei de vida é a lei de morte. Aqui, a ninguém jamais acudiu a idéia de matar, sequer, um pássaro.

Vós outros sois todos, mais ou menos, carniceiros. Tendes os braços cheios de sangue; os estômagos estão repletos de vitualhas.

[Observação: Flammarion acreditava que as árvores se nutriam exclusivamente pelas folhas, parece que não sabia que as raízes também desempenham papel nutricional. Em decorrência, coloca a errônea convicção na boca dos evoluídos marcianos, que deveriam saber disso...]

Assegurou-me, ainda, o desvelado mentor espiritual, que a humanidade de Marte evoluiu mais rapidamente que a da Terra e que desde os pródromos da formação dos seus núcleos sociais, nunca precisou destruir para viver, longe das concepções dos homens terrenos cuja vida não prossegue sem a morte e cujos estômagos estão sempre cheios de vísceras e de vitualhas(*) de outros seres da criação.

[Observação: Chico, além de assumir a posição condenatória de Flammarion, contra o regime onívoro do homem, até fez uso da palavra pouco comum utilizada por Flammarion: vitualhas (mantimentos)]

Assim, há ali, quanto na Terra, uma sucessão de dias e de noites que não

O dia ali é igual ao da Terra, pois conta 24 horas e quase 40

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difere essencialmente do que existe aqui, sendo de 24 horas, 39 minutos e 35 segundos a duração do dia e noite. Havendo 668 desses dias no ano marciano, temos mais tempo para os nossos trabalhos, investigações, estudos e divertimentos.

minutos, mas os anos constam de 668 dias, tornando as estações mais demoradas, sem transformações bruscas de ordem climática que tanto prejudicam a saúde humana.

[Observação: para que não ficasse “igualzinho” Chico substituiu os “39 minutos e 35 segundos”, de Flammarion, por “quase 40 minutos”.

Nunca tivemos vapor, nem caminhos de ferro, porque co-nhecemos sempre a eletricidade, e a navegação aérea nos é natural. As nossas frotas são movidas pela eletricidade, e mais aéreas do que aquáticas.

(...)

Além disso ainda, sendo a Humanidade marciana várias dezenas de milhares de séculos anterior à terrestre, tem percorrido anteriormente a esta todas as fases do seu desenvolvimento. Os mais transcendentes progressos científicos atuais da Terra não passam de pueris brinquedos de criança, comparados à Ciência dos habitantes daquele planeta.

Disse-me, ainda, o mestre desvelado, que os marcianos já descobriram grande parte dos segredos das forças ocultas da natureza. Conhecem os profundos enigmas da eletricidade, sabendo utilizá-Ia com maestria.

[Observação: Nos tempos de Flammarion, e mesmo na época que Chico escreveu “Cartas de uma morta”, as maravilhas da eletrônica, que começaram a despontar na década de 1960, não eram sequer imaginadas. Daí a sintomática situação dos marcianos: séculos de tecnologia à frente dos terráqueos e não possuíam televisão, celular, computador... Se na atualidade algum médium recebesse informes de Marte, certamente falaria dos computadores ultra-avançados de que dispunham. Mas, tanto Chico quanto Flammarion, como não tinham a mínima idéia do assunto, nada disseram. Outra evidência de que as visões mediúnicas que prolataram eram frutos de seu próprio conhecimento.

Duas luas se acenderam em diversas alturas, a primeira em forma de crescente, por cima do lago em cujo seio o Sol se sumira; a segunda em

Em vez do satélite, que ilumina as vossas noites, observei que Marte é servido por dois. Duas luas que parecem gravitar uma

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forma de primeiro quarto, muito mais elevada no céu e para do Oriente. Eram muito pequenas e não lembravam senão de longe o imenso facho das noites terrestres. Dir-se-ia que de mal grado davam a sua viva, mas pequena claridade.

em torno da outra, porém menores, muito menores que a vossa.

Os habitantes de Marte são muito superiores aos da Terra, pela sua organização, pelo número e pela delicadeza de seus sentidos, e pelas faculdades intelectuais. O fato de ser a densidade muito fraca na superfície daquele mundo, e as substâncias constitutivas dos corpos menos pesadas lá do que aqui, permitiu a formação de seres incomparàvelmente menos pesados, mais aéreos, mais sutis, mais sensíveis.

Vi homens mais ou menos semelhantes aos nossos irmãos terrícolas, mas os seus organismos possuíam diferenças apreciáveis. Além dos braços tinham ao longo das espáduas ligeiras protuberâncias à guiza de asas que lhes prodigalizavam interessantes faculdades volitivas. Percebi que a vida da humanidade marciana é mais aérea.

[Observação: marcianos voadores, tanto Chico, quanto Flammarion, os viram...]

Se, por exemplo, pudéssemos entrar algum dia em comunicação com a terra vizinha em que habitas, não em comunicação psíquica com um ser isolado, qual o faço neste momento, mas com o próprio planeta, por centenas e milhares de testemunhos, seria isso um gigantesco vôo para o progresso.

- Poderiam consegui-lo desde já, se o quisessem ; pois, pelo que nos toca, em Marte, estamos inteiramente preparados para isso, e

[Observação: No trecho ao lado, Flammarion, no seu sonho mediúnico, foi informado de que os marcianos tentavam contato com os da Terra, os quais não lhes respondiam. Portanto, ele se referia a seres de carne e osso, que queriam ser vistos pelos daqui. Isso põe por terra a alegação de que quando os visionários falam de Marte, referem-se a uma vivência espiritualizada, fora do alcance de nossas vistas e dos equipamentos de detecção que a tecnologia terrena domina...

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o temos mesmo tentado já por muitas vezes. Os da Terra, porém, jamais nos responderam! Refletores solares, desenhando em vossas vastas planícies figuras geométricas, provavam que existimos. Poderiam responder-nos com figuras semelhantes, traçadas em suas planícies, ou durante o dia, ao sol, ou durante a noite, com a luz elétrica. Vós outros, porém, nem nisso mesmo pensais e, se alguém propusesse tenta-lo, os juízes declará-lo-iam interdito, pois só essa idéia está inacessivelmente acima do consenso universal dos cidadãos do teu planeta. Em que se ocupam as suas assembléias científicas? Em conservar o passado. Em que se ocupam as suas assembléias políticas? Em aumentar os. encargos públicos. No reino dos cegos os zarolhos são reis.

Na crônica de Chico Xavier, que diz ser de Humberto de Campos, na próxima tabela, encontraremos a mesma versão que aqui apresenta Flammarion, a de que os marcianos tentam, em vão, contato com a Terra. Um dos trechos diz:

"Irmãos, ainda é inútil toda tentativa de comunicação com a Terra rebelde e incompreensível! ]

_______________________________

Vejamos, para finalizar o presente estudo, trechos da “viagem” de Humberto de Campos a Marte, com nossos comentários. Neste episódio, Chico Xavier põe na boca do grande escritor falecido, que não pode se defender ou protestar, uma extravagante narrativa.

MARTE na visão de“Humberto de Campos”

MARTE na visão deAllan Kardec

Enquanto os astrônomos europeus e americanos examinam, cuidadosamente, os seus telescópios, para a contemplação da paisagem de Marte, à distância de quase trinta e sete milhões de milhas, preparando as lentes poderosas de seus instrumentos de ótica, fomos felicitados com uma passagem gratuita ao nosso admirável vizinho do sistema solar(...).

O suposto espírito de Humberto de Campos apresenta-se como observador privilegiado: os astrônomos terrenos tentavam ver alguma coisa de Marte por meio de telescópios (mais adiante, dirá que são fraquinhos, comparados com os de Marte); enquanto ele observava in loco, podendo, pois, dar testemunho muito mais seguro. Vamos ver se de fato foi assim...

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A descrição das viagens, desde o princípio deste século, é uma das modalidades mais interessantes da literatura mundial; todavia, o homem que vá do Rio de Janeiro a Tóquio, de avião, sem escalas de qualquer natureza, não pode descrever o caminho, com os seus detalhes mais interessantes. (...) para se fazer entendido pelos companheiros da carne, teria de recorrer às figuras mais atrevidas do mundo mitológico.

É por isso que apelarei aqui para o véu de Ísis ou para o dorso de Pégaso, cuja patada fez brotar a fonte de Hipocrene, no Hélicon das divindades.

O que o autor nos diz é que não realizará a descrição da viagem, porque se o fizesse talvez tivesse pouco a dizer.

No século XIX e parte do séc. XX, o estudo dos clássicos e da Bíblia era comum nas escolas. Os escritores costumavam fazer constantes citações de personagens da mitologia, que eram facilmente entendidas pelos leitores. Na atualidade, a leitura dos textos clássicos foi posta de lado, consequentemente, para os leitores modernos nem sempre é fácil compreender as referências a tais figuras.

Pégaso era um cavalo alado, que nascera do sangue da medusa, morta por Perseu. Segundo algumas versões, quando o herói Belerofonte conseguiu domar o potro e o cavalgou, este, com um coice criou a fonte Hipocrene, no local onde habitavam as ninfas.

Ísis era divindade egípcia, também conhecida na Grécia. Seu véu esconderia dos homens o que estava por detrás das aparências, ou seja, a realidade das coisas.A expressão usada por Chico − “apelar para o véu de Ísis” − significa que manterá o relato do percurso até Marte oculto.

Ao longe, divisei cidades fantásticas pela sua beleza inédita, cujos edifícios, de algum modo, me recordavam a Torre Eiffel ou os mais ousados arranha-céus de Nova York.

Máquinas possantes, como se fossem movidas por novos elementos do nosso “hélium” balouçavam-se, ao pé das nuvens, apresentando um vasto sentido de estabilidade e de harmonia, entre as forças aéreas.

O que deparamos na narrativa de Chico Xavier é a continuidade de sua adesão ao pensamento de Flammarion. O pior, sem qualquer explicação sobre o porquê de ter desprezado o códice kardecista.

Humberto, que em vida era dedicado pesquisador, parece não ter tido tempo de ler os escritos de Allan Kardec. Se o fizesse encontraria os comentários:

Suas moradias grosseiras, baixas como covil de feras, são repelentes pela incúria e pela desordem que aí reinam. (Revista Espírita – out/1860)

Sem indústrias, sem invenções, os habitantes de Marte gastam sua vida para conquista de seu alimento. (Revista Espírita – out/1860)

O planeta avançado que “Humberto de Campos” observou em nada corresponde àquele descrito pelos espírito superiores a Allan Kardec.

Tive então ensejo de contemplar os habitantes do nosso vizinho (...). Notei, igualmente, que os homens de Marte não apresentam as expressões psicológicas de inquietação, em que se mergulham os nossos irmãos das grandes

“Nele veremos todas as paixões desencadeadas e sem freio; o estado moral no último grau de embrutecimento; a vida animal em toda a sua brutalidade; nada de laços sociais, porque cada um não vive e não

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metrópoles terrenas. Uma aura de profunda tranqüilidade os envolve.

age senão para si e para satisfazer os seus apetites grosseiros; o egoísmo nele reina com soberania absoluta, e arrasta consigo o ódio, a inveja, o ciúme, a cupidez, a morte.”(Revista Espírita – março/1858)

(...), os marcianos já solucionaram os problemas do solo e já passaram pelas experimentações da vida animal, em suas fases mais grosseiras. Não conhecem os fenômenos da guerra e qualquer flagelo social seria, entre eles, um acontecimento inacreditável.

(...) em Marte, o problema da alimentação essencial, através das forças atmosféricas, já foi resolvido, sendo dispensável aos seus habitantes felizes a ingestão das vísceras cadavéricas dos seus irmãos inferiores, como acontece na Terra, superlotada de frigoríficos e de matadouros.

Eles não são canibais; suas contínuas batalhas não têm por objetivo senão a posse de um terreno mais ou menos abundante em caça. Caçam em planícies intermináveis. Inquietos e móveis como os seres desprovidos de inteligência, se deslocam sem cessar. A igualdade de sua estação, por toda a parte a mesma, comporta por conseqüência as mesmas necessidades e as mesmas ocupações; há pouca diferença entre os habitantes de um hemisfério a outro. (Revista Espírita – out/1860)

A vegetação de Marte, educada em parques gigantescos, sofria grandes modificações, em comparação com a da Terra. É de um colorido mais interessante e mais belo, apresentando uma expressão avermelhada em suas características gerais.

Neste planeta a terra é árida; pouca verdura; uma folhagem sombria que a primavera não rejuvenesce; um dia igual e cinza; o sol, apenas aparente, nunca prodigaliza as suas festas; o tempo escoa monótono, sem as alternativas e as esperanças das estações novas; não há inverno, não há verão. (Revista Espírita – out/1860)

Todos os grandes centros deste planeta, (...) sentem-se incomodados pelas influências nocivas da Terra, o único orbe de aura infeliz, nas suas vizinhanças mais próximas, e, desde muitos anos, enviam mensagens ao globo terráqueo, através das ondas luminosas, as quais se confundem com os raios cósmicos, cuja presença, no mundo, é registada pela generalidade dos aparelhos radiofônicos.

Marte é um planeta inferior à Terra da qual é um esboço grosseiro; não é necessário habitá-lo. Marte é a primeira encarnação dos demônios mais grosseiros; os seres que o habitam são rudimentares; têm a forma humana, mas sem nenhuma beleza; têm todos os instintos do homem sem o enobrecimento da bondade. (Revista Espírita – out/1860)

Aparelhos luminosos foram afixados, na praça pública, ao passo que presenciávamos a exibição de mapas quase irrepreensíveis dos nossos continentes e dos nossos mares. Teorias notáveis com respeito à situação espiritual do planeta terrestre foram expendidas, entendendo perfeitamente as idéias dos estudiosos que as expunham, através da linguagem universal do pensamento.

(...)o tempo escoa monótono, sem as alternativas e as esperanças das estações novas; não há inverno, não há verão. O dia, mais curto, não se mede do mesmo modo; a noite reina mais longa. Sem indústrias, sem invenções, os habitantes de Marte gastam sua vida para conquista de seu alimento. (Revista Espírita – out/1860)

Enquanto os melhores aparelhos da América possuem um diâmetro de duzentas polegadas, com a possibilidade de aumentar a imagem de Marte doze mil vezes, a astronomia marciana

(...) por toda aparte, enfim, monotonia e violência; por toda a parte, a flor sem a cor e o perfume, por toda a parte homens sem previdência, matando para viver.(Revista Espírita – out/1860)

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pode contemplar e estudar a Terra, aumentando-lhe a imagem mais de cem mil vezes, chegando ao extremo de examinar as vibrações de ordem psíquica, na sua atmosfera.

— "Irmãos, ainda é inútil toda tentativa de comunicação com a Terra rebelde e incompreensível! (...). Lá, os Irmãos se devoram uns aos outros, com indiferença monstruosa! Os povos não se afirmam pelo trabalho ou pela cultura, mas pelas mais poderosas máquinas de morticínio e de arrasamento. (...). A ciência de seres como esses não poderia entender as vibrações mais elevadas do Espírito! (...) Tão singulares desequilíbrios provocaram na personalidade terrestre um sentido bestial que lhe corrompe os mais preciosos centros de força (...). Irmãos, (...) peçamos ao Senhor do Universo para que as modificações, precisas ao seu aperfeiçoamento, sejam menos dolorosas ao coração de suas coletividades! Oremos pelos nossos companheiros, iludidos nas expressões animais de uma vida inferior, de modo que a luz se faça em seus corações e em suas consciências, possibilitando as vibrações recíprocas de simpatia e comunicação, entre os dois mundos!..."

Na tabela anterior, na qual identificamos algumas similaridades entre os discursos de Flammarion e de Chico Xavier, vimos no escrito do astrônomo a mesma idéia aqui exposta: a de que os marcianos tentavam contatar a Terra, que não respondia.

As mulheres lançam-se sobre os homens; mais abandonadas, mais famélicas, não são senão suas mulheres.(...) alimentam e guardam suas crianças junto delas até o completo desenvolvimento de suas forças, e as repelem sem remorso, sem uma lembrança. (...)

Quando um desses homens vai morrer, ele é logo abandonado e sozinho, estendido, pensa pela primeira vez; um vago instinto se apodera dele; como a andorinha advertida de sua próxima migração, ele sente que tudo não está acabado, que vai recomeçar alguma coisa desconhecida. Ele não é bastante inteligente para supor, temer ou esperar, mais calcula às pressas suas vitórias ou seus defeitos; pensa num número de animais que abateu, e se regozija ou se aflige segundo os resultados obtidos.(Revista Espírita – out/1860)

Concluindo: Chico Xavier talvez não tenha percebido: com sua psicografia desrespeitou tanto o escritor Humberto de Campos quanto o codificador do espiritismo.

No que toca ao escritor maranhense, Chico o constrangeu a assinar crônica que em vida jamais autografaria.

Relativamente a Allan Kardec, o médium mineiro desdisse o que o patrono da doutrina afirmara tratar-se de revelação da superior espiritualidade (ou seja, desacreditou a Kardec e aos espíritos). Sabemos que Kardec e Chico Xavier estavam tremendamente equivocados em suas descrições sobre Marte. Porém, por coerência, Chico deveria ter se conservado fiel à argumentação de Kardec. Nem isso fez.

Podemos, pois, aceitar, como querem nossos amigos espíritas, a autenticidade das alegadas comunicações mediúnicas?

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Lendo não poderia deixar de externar minha opinião sobre o assunto. A codificação Kardequiana nos faz saber que tanto o perispírito quantoo corpo são formados por matéria retirada do meio ambiente onde está oespírito. Tanto é que quando um espírito migra de um mundo para outro,tem que reconstituir o seu perispírit, e óbviamente também o corpo. Se formos analisar os meios ambientes dos planetas do nosso sistemasolar, veremos que todos eles são inapropriados para a vida humana talqual existe na Terra. O homem ademais está perfeitamente adaptado aoambiente da terra. Até a ausência de gravidade, que acomete aos astronautas que ficam muito tempo nas estações orbitais provoca a atrofia dos músculos do corpo, constituindo-se esse o maior obstáculo para uma viagem a Marte tripulada que levaria 6 anos de ida e volta.

RESPOSTA: esta é uma dificuldade, sem dúvida, porém à medida que houver efetivo interesse em uma viagem tripulada até Marte, o problema deverá ser equacionado, possivelmente com a construção de equipamentos de exercitação adequados. 

O planeta Júpiter por exemplo tem um força gravitacional tão maior doque a da terra que um gás rarefeito na terra, lá se transformaria em um sólido, e um ser humano que de lá se aproximasse seria imediatamente esmagado pela força gravitacional.

RESPOSTA: correto, contudo, se nalgum tempo houver condições de viajar-se até Júpiter, essa situação será enfrentada com a tecnologia da época, que será capaz de contornar o óbice; ou, na hipótese contrária: não haverá viagens para Júpiter...

 Evidentemente está portanto frente a esses conhecimentos que seres quepor ventura habitassem esses mundos teriam que ter uma constituição completamente diferente da nossa. Um exemplo claro disso existe no nosso próprio mundo. Nas profundesas dos oceanos existem seres animais que só podem existir lá onde a pressão é imensa a tal ponto que um submarino não consegue ir lá, mas apesar de tudo lá existe vida animal habitando em completa escuridão. escuridão para os nossos olhos.

RESPOSTA: você está corretíssimo, cada ser estará adaptado ao seu ambiente. O problema é que as várias concepções sobre extraterrenos, sejam marcianos, sejam outros, muitas vezes sequer abordam a questão. Pintam-nos, os alienígenas, muito assemelhados conosco. A vida em outras

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esferas celestiais, se houver, pode ser tão diferente da que conhecemos que qualquer forma de contato seria inexeqüivel. O caso é que os médiuns, volta e meia, estão conversando com viventes de outras plagas...

 Por outro lado o que podemos realmente ver? A nossa visão é extremamente limitada a um tal ponto que dizem os especialistas, só conseguimos perceber 1/8 do que está a nossa volta. A luz visível que as nossas retinas conseguem perceber é apenas uma diminuta, quase insignificante faixa do espectro das ondas eletromagnéticas, pois a luz nada mais é do que uma irradiação de uma onda eletromagnética. As cores que percebemos são as variações de frequência dessa diminuta faixa. Alguns animais conseguem perceber frequencias um pouco acima e um pouco abaixo, resultando na percepção de frequencias que a ciênciachama de infravermelhas ou de ultra violetas quando estão acima ou abaixo do espectro visível.

RESPOSTA: o problema da “invisibilidade” dos habitantes de Marte, não seria propriamente problema. Conforme você bem explicou: sabe-se que nossos olhos só conseguem captar estreita faixa do espectro de freqüências, até mesmo aqui, na Terra, o que a visão nos mostra é apenas uma parcela da riqueza de imagens que contemplaríamos caso nosso aparato visual fosse mais desenvolvido. No entanto a ciência humana já possui equipamentos capazes de perceber muito além daquilo que os olhos captam. Desse modo, mesmo que não pudéssemos vislumbrar nossos irmãos espaciais, com equipamentos adequados o óbice seria superado. O caso é que os defensores da “invisibilidade alienígena” os colocam num patamar inalcançável por qualquer tecnologia terrena. Isso soa, não como uma afirmação sensata, sim como uma fuga.

 Sabemos que existem nesse momento vários espíritos a nossa volta, e esses espíritos não conseguem  se perceber a todos, porque de acordo com a sua faixa vibratória, tornam-se invisíveis uns para os outros. A existência desses seres espirituais é favas contadas, ou ainda existem dúvidas sobre a existência deles? Existem dúvidas sobre as mesas girantes, sobre as posessões espirituais? Esperamos que não, pois ai o debate seria longo.

RESPOSTA: a teoria da “faixas vibratórias” tem um ponto fraco. Segundo ela, o grau de desenvolvimento moral acompanha a singeleza dos corpos: quando mais desenvolvido o espírito, mais sutil seria seu invólucro carnal. Um segundo ponto é que os espíritos desenvolvidos conseguiriam ver os que lhes estão na escala inferior, mas não seriam capazes de contemplar os de nível superior. Pois bem, aceitando-se tal proposição e acatando-se a

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informação disponibilizado por Kardec sobre os marcianos, nós teríamos de vê-los e eles não o conseguiriam em relação a nós. Isso porque, o codificador noticiou que os de Marte são “inferiores”. Além disso, teríamos também de visualizar os espíritos primitivos que estão à nossa volta, uma vez que estes também vibrariam dentro do espectro captado por nossa visão. Entretanto, até hoje não consegui visualizar nenhum espírito...Quanto às possessões e às mesas girantes, não é que existam dúvidas sobre tais fenômenos, as dúvidas estão nas interpretações que a eles são dadas... Por isso, creio que o debate será longo mesmo...

 Os especialistas espaciais descobriram um tipo de bactéria que sobrevive ao ácido, e portanto poderia existir em Marte, por outro lado será que a NASA que é quem tem as melhores informações sobre o espaço nos diz toda a verdade? Será que já fizeram contacto com seres de outros planetas e nos contaram a verdade?

RESPOSTA: existe a suposição de que a NASA e outros órgãos escondem informações. Talvez isso aconteça. Mas, como não sabemos que tipo de informações são ocultadas, qualquer especulação é fútil. Pode ser que as sondas espaciais tenham descoberto jazidas de ouro em Marte e a NASA decidiu ficar quietinha. Enquanto isso, imagina-se que estão escamoteando informes sobre vida espacial...Outra coisa: para grupos religiosos, que apostam na vida em Marte, só interessa vida inteligente. Microorganismos, que para a ciência teria importância incalculável, para aqueles não valem coisa alguma...

 Existe um site na Internet que mostra inclusive fotos do que parecem ser construções na LUA, e afirmam que o acidente com a Apolo 13 que teve que ser desligada para poder dar um RESET e poder voltar a TERRA foi na verdade atacada. Depois dessa excursão á lua, o homem nunca mais voltou lá. Porque?

RESPOSTA: Porque o homem não mais voltou a lua é fácil de explicar: atualmente não há interesse econômico para o financiamento da onerosa viagem. Provavelmente no futuro as visitas àquele astro serão retomadas. Existem muitas coisas que são parecidas com aquilo que a imaginação queira conceber e que não passam de exercícios de criatividade. Muitos deleitam-se em explorar exaustivamente essas pretensas parecenças − porque há mercado consumidor para tal − mas nada, ou muito pouco, de útil se extrai dessas divagações.

 Portanto o que podemos afirmar? NADA. Dentro dessa visão, eu prefiro

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ficar com KARDEC. Não com Flamarion pois esse não está autorizado pelos espíritos iluminados. Quando a visão exarada no livro "CARTAS DE UMA MORTA" de Chico Xavier, as visões ali informadas podem ser semelhantes às que forma vivenciadas por ANDRÉ LUIZ na colônia que tem o nome de NOSSO LAR.Totalmente imperceptível para os nosso limitados sentidos.

RESPOSTA: Certo, porém, conforme demonstramos, Chico Xavier foi buscar em Flammarion, e não em Kardec, inspiração para suas narrativas sobre Marte.

SAUDAÇÕES  Ola Montalvao, Seria interessante mudar o assunto do e-mail paraCHICO XAVIER E OS SERES INTERPLANETÁRIOS.  AbraçosCrrobb2006

 

As Falhas da NASA e os UFOs    O ARTIGO seguinte foi escrito por  Ray Keller, diretor do OSIRIS(Outer Space International Research and Investigations Society-- P.O.Box 882., Hilmar, CA 95324). Keller publicou o artigo em abril de1994, antes do “defeito” que supostamente evitou que a sonda descritacumprisse inteiramente a sua missão. Isto não é nada de novo, já quequase um quarto de século depois de termos bem sucedidamente pousadona Lua e retornado a Terra , e os subsequentes avanços científicos, omínimo que a NASA poderia fazer era enviar sondas  não tripuladas paraos planetas vizinhos. O programa espacial russo tinha tido duas falhasinfelizes com a perda de suas duas sondas  marcianas PHOBOS. Houve afalha do telescópio  Hubble, depois a falha do  OBSERVER de Marte, eagora a falha da sonda CLEMENTINE mencionada por Keller, a seguir deseu mapeamento da superfície lunar. Deixaremos o leitor julgar qualdas seguintes possibilidades é a mais admissível: 

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Apenas pura incompetência científica

Intervenção e Desabilitação por parte de alienígenas

Supressão de informação por parte do governo

Uma combinação de todas as acima. “EBEs 3 -- NASA 1”, por Ray Keller:

“As entidades biológicas extraterrestres (EBEs) tem tido a mão superior em  1994, tirando do ar o satélite de comunicações da Telsat canadense neste Sábado, 15 dejaneiro de 1994. E agora estão chamando a nossa atenção para o fato de que dois outros satélites explodiram segundos apenas após terem sido lançados!!! “Fontes de  OSIRIS na América do Sul estavam a postos em Kourou, Guiana Francesa, para assistirem o lançamento de um foguete não tripulado Ariane levando a bordo um satélite turco e europeu para o espaço, em 24 de janeiro de 1994, Segunda feira.

Segundo estas testemunhas, um raio estreito mas intenso de luz verde atravessou uma nuvem e atingiu o foguete logo que ele tinha saído do solo e estava ganhando altitude sobre os mares vazios. Este foi a primeira falha de lançamento de um foguete Ariane nos últimos quatro anos, embora a NASA tenha advertido a  ESA (European Space Agency) que os  EBEs podiam disparar algum tipo de ataque surpresa sobre um ou mais dos satélites em órbita ou neste lançamento em particular. OSIRIS tem sido informado que os operadores da NASA mantém uma forte presença em  Kourou, e também em uma área de lançamento  altamente secreta no Brasil ocupada por técnicos chineses em algum lugar perto da fronteira com a Venezuela. Também, Guillermo Aldunati, editor da conceituada revista UFO SEARCH e ANTICIPATION na Argentina, nos tem dito que os cientistas da NASA e os militares acompanhantes argentinos tem presenciado uma intensa onda UFO na província de Entre Rios, mais ou menos a 80 milhas de Buenos Aires, capital da Argentina.

 COMPLEMENTO: porém, as testemunhas não são unânimes nos relatos. Algumas dessas alegam terem presenciado duendes espaciais utilizando canhões ultra-ortodônticos e fulminando os foguetes, unicamente por estarem perturbando seus sonos boreais.

Outros falam de aparições angélicas, que vigiam os limites das ações humanas e sempre que os homens tentam ultrapassar essas fronteiras, os anjos derribadores interferem. E este teria sido o caso na guiana, uma vez que seres alados foram registrados naquelas plagas dias antes.

Por fim, há quem diga que o raio de luz verde foi a retrojeção do monstro vomitão, cujas excrecências são extremamente ácidas para os metais dos engenhos foguetais. Quando a gosma nojenta entrou em contato com a fuselagem dos bólidos a tragédia tornou-se inevitável.

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“Em qualquer dos eventos, a NASA rapidamente teve uma resposta!Enquanto que a sonda conjunta do DEPARTMENT OF DEFENSE / NASA“CLEMENTINE” não cumpriu todos os requisitos para seu lançamento, atéo final de março de 1994,  o Presidente Clinton e o  Vice PresidenteAl Gore estavam alarmados com o ataque UFO ao foguete Ariane. Clintonnaquela noite usou o telefone vermelho e colocou todas as nossasforças aeroespaciais em Alerta Vermelho. Ele também ordenou aocomandante da base aérea de Vandenberg na  Califórnia para fazer comque a estrutura de Clementine “ficasse pronta o mais rápidopossível!” “A CLEMENTINE I é a primeira exploração lunar lançada em 21 anos. Acabeça da NASA sentiu que era tempo de chamar os militares porque osestavam tendo muito sucesso em sabotar ou aniquilar completamente tudoque as agências espaciais tentavam colocar lá. A sonda Clementine seráa primeira (que saibamos) a usar um sensor ancorado construído segundoas especificações do Departamento de Defesa para defesa de mísseis epara fazer uma foto de reconhecimento do lado escuro da lua, ondemuitos acreditam que os EBEs tem estabelecido bases ofensivas deestágio. Fontes internas da NASA tem dito que a sonda é equipadatambém com o que há de mais recente em tecnologia SDI/Star Wars, i.e.um raio desintegrador de partículas1 – três vivas à NASA! Já eratempo! (Muitos “Não-Intervencionistas” no passado afirmaram que osGreys estavam sendo estritamente monitorados pela “Federação” porqualquer sinal de intervenção não endossada pelos governos da Terra.Verdade, os nazistas trouxeram suas interações passadas com os Greyspara os EUA por meio de seu Cavalo de Tróia fascista Bavariano: a CIA.Em um sentido os americanos são culpados por permitirem este “inimigode dentro”  ganhar posições na Inteligência americana. Entretanto,isto não significa que outras nações – as Nações Sul Americanas porexemplo – tenham “concordado” com a intervenção das forças do ImpérioGrey dentro de suas próprias fronteiras. Poderíamos dizer que umataque a uma nave terrestre como é o caso de Ariane seria um casodefinitivo de intervenção não provocada. Mas então, novamente, sealguém fosse cuidadosamente estudar a história da intervenção dosreptilianos-greys “ em assuntos humanos, eles veriam vários casos deataques não provocados sobre humanos que não deram permissão a seusatormentadores aliens para interferirem em suas vidas. – ou em um casode cenário ainda pior – ser usado como cobaia para experimentosgenéticos, fonte de “fórmulas com secreções”, implantações etc. Osreptilianos pensam que eles podem ir adiante ganhando o consentimentode humanos por meio de fraude ou engano. Por exemplo, é inteiramentepossível hipnotizar um homem e dar a ele uma arma carregada, falar aele que é uma arma de brinquedo e mandar atirar em alguém. O homem écapaz de fazer isto sob hipnose ainda que não concorde de jeito algumcom as idéia de matar alguém. E  uma pessoa pode ser assim enganada etomar parte em atividades como estas que eles conscientementecertamente se recusariam. Os Greys usam o engano para motivarem oshumanos a desempenhar atividades que eles naturalmente não executariam

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– como atos de sabotagem contra sua própria raça ou país sem saber oque estão de fato fazendo por causa do contexto inteiro de suas açõesestá baseado em uma mentira programada. E assim os Greys/EBEs podem eo fazem, violar os desejos humanos por meio de motivações enganosasdos objetivos humanos. – os abduzidos que caso contrário se recusariama se engajar em certas atividades se a consciência deles não tivessesido violada e corrompida pelas mentiras ou meias verdades  enganosasdos aliens - Branton)

COMPLEMENTO: enfim, terráqueos, abram os olhos com os greys, senão vocês estão f*. Nunca lhes emprestem suas escovas de dentes, pois jamais as verão de volta. Guardem suas mulheres com muito cuidado e comam rapidinho seus BigMacs. 

“Depois de sua foto de bases de disco na superfície do lado escuro dalua (um projeto que muito bem sucedidamente foi levado adiante -Branton), a Clementine usará o próprio campo gravitacional da lua parcriar um efeito e empurra-la adiante em um curso de colisão com umasteróide vermelho conhecido como GEO-GRAPHOS. Um oficial da  NASA quedeseja permanecer anônimo e que trabalha no AMES RESEARCH CENTER emMoffet Field, Califórnia, disse recentemente para um repórter deOSIRIS, “Sabemos que os Greys tem uma base em Geographos. Nos últimosseis meses ele tem feito 12 correções de curso. E em dezembro 1993, ochamado asteróide repentinamente “libertou” o que parece ser uma coisaem forma de lua, embora isto não seja esférico mas pareça-secilíndrico em suas formas.”

COMPLEMENTO: é isso aí: sabíamos, sem sombra de dúvida, que a NASA esconde informações sobre os greys. Esses nazianos nunca prestaram. O greys realizando fabulosos bailes funks na face oculta da lua e nós aqui sem poder curtir o barato. Por isso é que digo: abaixo a NASA! “Ele acrescentou, “Ficamos doentes com estes Greys “cegando edestruindo” nossos satélites. De qualquer forma, iremos jogar toda anossa tecnologia de defesa contra eles e realmente colocá-los a correratrás do dinheiro deles. Que diabos, estamos começando a pensar que osGreys podem ter explodido a CHALLENGER. Os instrumentos chave naquelebebê são cinco sensores avançados especificamente destinados paradetectar e rastrear mísseis. Nós empregamos neles 75 milhões daOrganização de Defesa de Mísseis Balísticos do Departamento de Defesa.Definitivamente desta vez não iremos perder tempo. Estes sensores tema máxima acurácia; eles poderiam remover cirurgicamente um mosquito dorabo de um cavalo a 245 milhas de distância. Estamos indo para cimaZetas (greys) e empurrar tudo isto em suas goelas abaixo!!”

COMPLEMENTO: os greys são maus, mas às vezes são bons. Uma vez eu precisava de algum pra pagar uma prestação nas Casas Bahia e um deles me emprestou. Cobrou juros de apenas 10%. Contudo, é verdade que eles adoram explodir as coisas. Explodiram o vesúvio, o Etna, o Krakatoa. Explodiram com a bolsa de Nova Iorque em

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1930. E, ouvi dizer, estão pensando em explodir com todo o sistema solar. Mas se a gente pagar uma skol pra eles é capaz de mudarem de idéia. “O “asteróide “ Geographos e sua acompanhante forma lunar estãoatualmente nas vizinhanças de Júpiter. A Clementine, usando a lua comoum “estilingue” será capaz de pegar velocidade suficiente no espaçopara encontrar com o objeto por volta de julho. Não é interessante queos astrônomos mundiais tenham sido prevenidos sobre “colisões deasteróides” em Júpiter quase ao mesmo tempo, programado para causaruma apresentação de fogos intergalácticos? Um outro cientista da NASAde  Ames disse que cada um dos sete asteróides a colidirem com Júpitercausarão uma explosão muito mais massiva que a que seria causada poruma explosão nuclear de 100 megatons! Isto soa como uma cortina defumaça para os armamentos de Star Wars que certamente serão empregadoscontra os Greys. Mais tarde, em julho de 1994, Ray Keller e ElaineDouglass divulgaram a seguinte informação sob o título de “CLEMENTINEPROBE FIZZLES”. Keller começa com este seguinte comentário editorial: “...a sonda foi capaz bem sucedidamente de atingir o lado escuro dalua, mas os dados obtidos talvez tenham sido altamenteclassificados... A Clementine foi a primeira sonda equipada com umsistema de defesa de raio de partícula, e muitos no campo UFOacreditam que sua missão primária era a de mapear as bases aliens nolado escuro da lua e destruir Geographos, que eles acreditam é umaplataforma espacial alienígena. Os mesmos ufólogos também afirmaramuma crença de que a “forma lunar” era algum tipo de cargueiro tentandoacoplar com Geographos.

COMPLEMENTO: desconfiamos que, na verdade, os greys utilizam o lado escuro da lua para queimarem uma erva sem serem perturbados. Digo isso, porque sempre que voltam de lá vêm com os olhos vermelho e não dizem coisa com coisa. Acho bom que as missões saneadores acabem mesmo com essa pouca vergonha. “Oficiais do Departamento de Defesa estão tentando manter  público oanúncio da falha de Clementine o mínimo possível. Mas muitos nacomunidade UFO acreditam que nada há de errado com Clementine e queela continue a sua missão. Este suposto “defeito” pode nada mais serque uma outra cortina de fumaça. Parece que se repete o episódio doMars Observer.” Seguindo seus comentários no editorial, Keller publicou o artigoseguinte intitulado “HOW LONG CAN NASA KEEP THE BIG SECRET?”, deElaine Douglass, Organizer, Operation Right to Know/End UFO SecrecyNow., 1801 Clydesdale, NW., Suite 501.,Washington DC 20009. Algumasdas passagens mais interessantes são reproduzidas abaixo: “Há indicações que a agência espacial, NASA, está tão inflada com osegredo UFO que não poderá mantê-lo por muito tempo... Por exemplo, oex diretor da NASA disse abertamente em abril, para a revistaINTERNATIONAL UFO LIBRARY que a sonda  Mars Observer não está morta,

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mas de fato, está enviando imagens para a NASA. Além disso, MAURICECHATELAIN disse, muitas destas imagens serão logo publicadas, “adespeito da cobertura oficial.”

COMPLEMENTO: é fato, a NASA não poderá manter o segredo por muito tempo: as bases da Pizza Hunt estão prontas para serem instaladas. Noticio, pois, aqui em primeira mão. Tomem logo seus lugares na fila: a calabreza já acabou, só temos napolitana e parmegiana. “...Neste meio tempo, a edição para a costa oeste do noticiário da NBC-TV transmitiu esta importante história a 3 de maio: a missão NASA-DODque agora deixa a Lua está sendo enviada a Marte ao invés de ir para oasteróide, como planejado anteriormente. Esta informação não foitransmitida para a costa leste. Pesquisadores de Marte que telefonarampara os serviços de cópias em vídeo clips ( da transmissão)primeiramente foram informados que as cópias estavam disponíveis eentão, no dia seguinte elas não estavam mais. No outro dia o NEW YORKTIMES contou que devido aos “cortes de orçamento”, o  DOD estavatentando abortar completamente a missão de  Clementine. “...parece quea  NASA está em conflito com uma outra agência. Por exemplo, houveduas tentativas de sabotagem na camera de Mars Observer antes dapartida do Observer (foram os agentes da  “Alternativa Três” queestavam por de trás destas tentativas de sabotagem? -Branton).Surpreendente!

COMPLEMENTO: notícia de última hora: os marcianos acabam de ligar. Dizem que não vão tolerar pousos desautorizados em seu território. As naves que desobedecerem são imediatamente rebocadas para o depósito do Marcitran, donde só liberadas após pagamento dos emolumentos pertinentes. ( Richard)  Hoagland nos trouxe esta história. Foi colocado duas vezeslixo na parte interna das lentes da camera. ( QUARTERLY JOURNAL OF THEMARS MISSION, Winter 1994. 122 Dodd St.,Weehawken, NJ 07087) . “Parece que alguém está gritando um grande “não!” para NASA ir atéMarte e de fato eles podem – porque isto é uma falha da “falhada”missão de Mars Observer que tem acelerado a perda de controle da  NASAsobre o grande segredo (De uma maneira similar, um “alguém” misteriosocontatou a Agência Espacial Russa antes que esta enviasse as sondasPHOBOS e advertiu que não seria permitido que estas sondascompletassem as suas missões! - Branton) “Se a NASA não tivessevoltado a Marte no ano passado a agência teria como manter uma cortinasobre a controvérsia sobre as formas anômalas de terreno em Marte (a“face” de  Cydonia e estruturas associadas). Mas uma vez tendo ido aoar, a NASA ficou sob pressão intensa para refotografar a face. Aespeculação é a inesperada forte pressão e razão pela qual NASAresolveu afirmar que a missão estava perdida. E exatamente antes que aperda fosse anunciada, um novo elemento a se acrescentar se tinhalevantado para a NASA  -- o formidável Stanley McDaniel.

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COMPLEMENTO: o problema não é esse. A problemática está com o prefeito de Marte II, aquele gordo asqueroso, lubrificado a euro galático. A maior dificuldade é que ele aumenta o valor da mordida a cada descida. Ninguém mais aguenta, tá parecendo até o Maluf-buf-buf. “Muitas pessoas pensam que o Relatório McDANIEL sobre a  NASA e asformas de terreno de  Cydonia conduziram a  NASA a dar este passodesesperado. Um relatório pode não parecer grande coisa mas isto ésomente até você ler o relatório de McDANIEL REPORT ( Cópias doMcDANIEL REPORT podem ser pedidas para  N. ATLANTIC BOOKS., Box12327., Berkeley, CA 94701 por $22.50 cada) . Este relatório édevastadoramente crítico para a NASA e também expõe Carl Sagan como umagente de  desinformação. Porque Mr. Lichtenstein, Mr. Rockefeller,Mr. Bigelow, Mr. Andrus ou Mr. Hall não subsidiaram este relatório dealta qualidade acadêmica para distribuição ao Congresso? “SE A  NASATEM MENTIDO SOBRE A PERDA DO MARS OBSERVER, ESTE É O ATO MAISAUDACIOSO DE FRAUDE POLÍTICA DE TODO O SÉCULO. McDaniel, sepremeditadamente ou não, acrescentou calor na NASA. Um, porta-voz daNASA foi a  TV mostrando sinais de stress, e dez minutos mais tarde aNASA anunciou que o Mars Observer estava perdido. Logo os vazamentoscomeçaram. Hoagland, McDaniel, Bob Oechsler e outros receberamtelefonemas dizendo que o anúncio era um acobertamento. Agora o exdiretor de Comunicações da NASA, MAURICE CHATELAIN, colocou tudo istoa limpo.

COMPLEMENTO: o único relatório que até o momento merece crédito oficial é o RABINHOTI2, documento ultra-secreto, emitido em conjunto pelas forças beneméritas da White Irmandade. Este escrito contém as atas das últimas reuniões, o nome dos cachaceiros e a profissão daquelas mulheres esquisitas que estavam por lá. “Muitas pessoas que trabalham na  NASA estão agindo estranhamente. Porexemplo, eles encontram com pessoas relativamente estranhas em lugarespúblicos movimentados e falam a altas vozes sobre o engano supersecreto. Os cientistas da NASA estão acompanhando algunsinvestigadores ufológicos em expedições observadoras de UFO e vistosUFOs com ele . “Quando a entrevista com Gordon Cooper foi divulgada,na qual Cooper fala sobre uma nave alienígena de engenharia reversa, acobertura seguramente estava bem perto deste final. E os astronautastem sido deixados de lado por um tempo...”

COMPLEMENTO: tem um desses caras da NASA que parece ter a munheca quebrada, fica agitando ela pra cá e pra lá e falando assim: oi querida, oi santa, te adoro! Os companheiro dizem sempre ao vê-lo: “que cara mais esquisito!”. “...( Richard)  Hoagland disse que pessoas que estavam falando com eletem recebido ofertas para se calarem. “Venha e trabalhe conosco nolado oculto”, Hoagland diz que é o que eles tem ouvido. “No lugar de Marte, Hoagland está agora enfocando a Lua. Há estruturasartificiais na Lua, ele afirma, e assim também o faz Maurice

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Chatelain. Em seu artigo, Chatelain casualmente deixa “cair a bomba”que a missão Apollo encontrou  “várias estruturas geométricas deorigem não natural “ na Lua. E de fato, algum tipo de surpreendentelivro de figuras foi publicado agora: EXTRATERRESTRIAL ARCHAEOLOGY, deDavid Childress ( ADVENTURES UNLIMITED PRESS, PUBLISHERS”NETWORK., Box74., 303 Main St., Kempton, IL 60946 -- for$21.00 cada) ... (Nota:Richard Hoagland apresentou uma palestra surpreendente na UniversidadeEstadual de  Ohio onde revelou, entre outras coisas, o seguinte: aNASA foi originalmente criada com um espírito que encorajava ocompleto acesso público a toda informação recebida. Entretanto, umrelatório do BROOKINGS INSTITUTE que foi escrito pouco depois de suainclusão advertia que artefatos aliens que foram descobertos peloprograma espacial poderiam desequilibrar o balanço social, amedrontarfanáticos religiosos, e desapontar o “establishment” científico e deengenharia, e que portanto estas descobertas deveriam ser mantidasocultas para o público. Em resumo, manter as massas no “circo” e nãodeixar que vejam além disto, porque elas não estão maduras o bastantepara lidar com a verdade sem entrar em pânico.  O ponto da superfícielunar mais perto da Terra – e o centro exato do disco lunar como évisto da Terra – é perto da cratera UKERT, que justamente acontece deconter um notável e aparentemente perfeito triângulo ou tetraedro cujodesenho cabe perfeitamente dentro do “círculo” da cratera. A geometriado tetraedro é muito similar ao desenho matemático dos monumentos naregião de Cydonia em Marte, que por seu turno é baseado nas fórmulasmatemáticas e geométricas exatas das pirâmides de GIZA no Egito;Hoagland mostrou slides de fotografias lunares, algumas das quais eramde domínio público e outras tinham sido previamente suprimidas dopúblico e obtidas por meio de boa sorte e ingenuidade. Estas incluemmúltiplas visões de uma área a oeste de UKERT onde há um “shard”isolado que se eleva 1,5 milha sobre o horizonte e se amplia de umabase mais estreita. Além e a esquerda deste “shard” está outra torresenorme de 6-7 milhas de altura com uma base em tripé  e um área cúbicano alto que tem mais de uma milha de diâmetro. Parece com uma enormetorre de controle de tráfico aéreo (ou espacial?), esta estruturacristalina parece estar sustentando um enorme “domo” com um enormerede geométrica como um sistema de grade, embora o domo e as “torresgêmeas” pareçam estar parcialmente amassadas e retorcidas porbombardeio meteórico ou possivelmente por um antigo ataque nuclear.Estas estruturas são claramente visíveis em fotografias ampliadas porcomputadores que Hoagland conseguiu divulgar para o público. Hoaglandacredita que a sonda Surveyor 4 que desapareceu nesta área pode Tersido esmagada contra uma destas torres. De fato, segundo Hoagland, umatorre na mesma região, apelidada de “castelo” alcança a incrívelaltura de 30 milhas no ar de 1/6 da gravidade da terra no meioambiente da  superfície lunar. Um eminente  geólogo, Dr.Cornett,“estremeceu” quando viu uma destas fotografias suprimidas da área emquestão, se referindo a uma área fora do domo como “Los Angeles” jáque os padrões geométricos não podem Ter sido naturais e de fatoparecem as ruínas de uma enorme cidade que foi devastada por algum

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tipo de catástrofe antiga. Uma destas fotos suprimidas da Apollo 10, ade número #4822, mostrou um incrível grupamento de construções lunaresartificiais. Hoagland e seus associados tiveram sucesso em obterdiferentes imagens desta mesma fotografia de várias agências depesquisa espacial, e muitas destas imagens tinha sido alterada – pormeio do airbrush? – do original, enquanto outras foram super expostasou sub expostas para que os artefatos aliens não pudessem serdetectados. Também, Hoagland afirmou que a NASA acredita que o vidroseria o material perfeito para a construção de uma arcologia ou“ecologia artificial” para a biosfera da lua porque o vidro é profusodevido a poeira lunar e num meio ambiente sem ar e sem água o vidrotem uma resistência estrutural que se aproxima do aço - Branton) “Chatelain disse que iria revelar o que aconteceu aos astronautas nalua em um artigo futuro... “Seja quem for da NASA que colocou as duas fotos  Viking da face deface Marte nos registros abertos há 17 anos atrás é um patriota. Maspelo que ouvi, entretanto, nem todas as imagens interessantes foramdisponibilizadas. E aqui está o que os pesquisadores de Marte VinceDiPietro e John Brandenburg me contaram que tinha acontecido a poucosanos atrás. Um estudante graduado da Universidade Estadual deLouisiana telefonou várias vezes para DiPietro muito animadamente edescreveu uma foto de Marte enumerada da NASA. A foto da superfíciemarciana mostrava um grupo de seis faces. Cada uma parecia a face deCydonia. Quando DiPietro tentou obter a foto, um professor disse queela havia se perdido”... “A pesquisadora UFO Linda Howe disse que um oficial militar contou aela que ele estava ouvindo relatos de uma guerra no espaço. Pode mesmoser isto? “Um amigo meu recentemente chamou a NASA e ficou conversandocom um agente de imprensa  e acabou tendo uma conversa confidencial.Segundo meu amigo, esta pessoa disse: “NASA está muito fragmentada emuitas pessoas na NASA querem a verdade. A “NASA a muito tempo não édirigida por ela mesma. Um grupo maior de Inteligência está dirigindoa NASA.” “...NASA está agora em uma disputa de poder com um outro grupo. (Nota:O pesquisador  Anthony Kimory afirma que cientistas neo-foguetes comoWernher von Braun e  Kurt Davis foram  instalados em altas posições noinício da agência espacial, com a ajuda dos agentes da CIA-PAPERCLIP.Pode este  “outro” grupo de inteligência ser ligado com os ramos deinteligência bavariana como CIA, NSA, MJ-12, AQUARIUS, WACKENHUT,PAPERCLIP e assim por diante? - Branton). Os dois grupos discordamviolentamente sobre como conduzir as missões de Mars Observer e deClementine, e a evid6encia deste conflito está aparecendo. “Nos escalões da NASA há várias fontes de descontentamento. As pessoasque querem dirigir um programa espacial civil não estão familiarizadascom as operações de inteligência correntes. Há pessoas zangadas de

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terem que calar a boca por causa do grande segredo e ainda terem quecontar mentiras para o público. Há pessoas que estão preocupadas devirem a ser processadas e presas por seus papéis em manter estesegredo. “Mesmo que os grupos dirigentes discordem, elas ainda sãoobrigadas a manterem este acobertamento. Mas os escalões da NASA estãose quebrando e os grupos dirigentes estão perdendo o controle sobreestes escalões. É uma questão de tempo.” (Nota: Este artigo foiconcluído antes que a NASA e o DOD anunciassem a falha da sondaClementine devido a uma perda de combustível acidental. “Quecoincidência!,” nota a autora  Elaine Douglass. “Sim, de fato umacoincidência!” -- Ray Keller).

COMPLEMENTO: enfim, a verdade está toda aí, só não a vê quem não quiser. Depois não digam que não avisei. Agora com licença, vou tomar uma soda em Mercúrio.

Prezado Montalvão

 Montalvão disse: "Kardec, alegadamente assessorado pela alta espiritualidade, garantia que todos os globos celestes seriam habitados. Seu amigo Flammarion, dedicado pesquisador dos astros e dado a visões mediúnicas, não se inibiu de asseverar coisa bastante diferente: o fenômeno vida ocorria em cerca de dez por cento dos corpos celestes. Hoje, sabe-se que ambos estavam equivocados... Este é um forte indício de que tais lucubrações, embora atribuídas à revelação espiritual, advêm, em verdade, das próprias cogitações de seus idealizadores."

    Ivan: Sem desfazer esta sua hipótese, um outra possibilidade seria que estas cogitações foram dos Espíritos, que sem saber o que falavam, falavam sem saber, comportamento típico de Espíritos pseudo-sábios. Portanto, assumindo que a hipótese espírita seja verdadeira, temos duas possibilidades: ou Kardec não aplicou corretamente o seu método de pesquisa ou o método se mostrou ineficiente.

RESPOSTA: pressupondo-se que espíritos efetivamente comuniquem, a hipótese que apresenta é perfeitamente admissível. Só que acrescentaria um problema tremendo à doutrina kardecista, pois o codificador afirmava ter tomado precauções para obter somente mensagens de procedência segura e sempre da alta espiritualidade. Se se aventar a possibilidade de que Kardec tenha sido logrado por espíritos mal-intencionados, que confiança poderiam ter os espíritas relativamente às demais comunicações, a maioria das quais é recebida sem rigorosas filtragens?

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 Ivan: No mais, gostei muito do estudo e tenho a tendência a seguir no mesmo caminho de suas observações. Claro que não invalido toda a obra do Chico somente a partir de um estudo preliminar como este, pois muito ainda precisaria ser investigado para demonstrar que o médium tirou tudo de sua cabeça. Acredito que um ponto interessante a se contestar seria o trabalho de Carlos Augusto Perandréa, intitulado "Psicografia à Luz da Grafoscopia" (talvez vcs já tenho discutido sobre ele aqui na lista, uma vez que ele consta nos arquivos da mesma)

RESPOSTA: é vero o que disse: até aqui não temos ainda material suficiente para invalidar, não diria a obra, pois que os escritos de Chico demonstram ter sido produzidos por quem talentoso, sim a alegada procedência espiritual desses registros. Porém, à medida que o estudo evoluir − e esperamos conseguir isso em tempo razoável −, acredito que será possível chegar a um parecer aceitável sobre a real origem dos escritos mediúnicos.

Quanto ao trabalho de Perandréa, sem intento de desrespeitar a qualidade técnica do autor e sua boa intenção, podemos dizer que há muita empolgação em torno dessa pesquisa, além do que merece. Veja só, Pedrandréa selecionou um caso, dentre as talvez milhares de cartas psicografadas que o médium assinou, alegadamente reproduzinho dizeres e assinaturas dos mortos; e, com base nesse caso, inferiu que Chico era capaz de reproduzir os registros gráficos dos falecidos que contatava. Somente isso já significa uma enorme limitação ao que nos é apresentado por alguns como “prova científica da mediunidade”.

Porém, não páram aí as dificuldades. Peradréia, como bom técnico que é, não pode deixar de ver na grafia mediúnica da senhora comunicante, tanto traços do registro da falecida, quanto os do médium. Defendeu então uma esdrúxula figura, um híbrido autográfico da suposta autora com o médium. Vejamos qual foi a conclusão de técnico ao final de sua pesquisa:

Após todos os exames efetuados, com base nos estudos técnico-científicos de grafoscopia, conforme comentários, fundamentações e ilustrações em macrofotografias apresentadas, pode a perícia comprovar; sem margem de dúvidas, e chegar às seguintes conclusões CATEGÓRICAS:

1a) a mensagem psicografada por FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER, aos 22.07.78, atribuída a ILDA MASCARO SAULLO, contém, conforme demonstração fotográfica (figs. 13 a 18), em "número" e em "qualidade", consideráveis e irrefutáveis características de GÊNESE GRÁFICA, suficientes para a revelação e identificação de ILDA MASCARO SAULLO, como AUTORA DA MENSAGEM QUESTIONADA.

2-) em menor número constam, também, elementos de gênese gráfica, coincidentes com os existentes na escrita-padrão de Francisco Cândido Xavier.

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Chamo a atenção para o item 2 do parecer. Ora, em qualquer exame grofotécnico, quando aparecem elementos de gênese gráfica de duas pessoas, significa claramente que houve fraude. Trata-se de alguém tentando reproduzir o modo de escrever de outrem. Alguns hábeis simuladores conseguem, às vezes, iludir até quem tenha cursos na área. Fui caixa de banco durante alguns anos e algumas vezes passavam por nós assinaturas tidas por autênticas, mas que eram hábeis falsificações. Só se descobria o engodo por meio de exames técnicos acurados, que estavam além do limites formativos de um caixa-executivo. Provavelmente, fui aluno de Perandréa. Não diretamente, mas por meio das apostilas − muito bem elaboradas, por sinal −, que o especialista produzia para os cursos de formação no banco.

Desse modo, se excluírmos do contexto a mediunidade, não restaria dúvida: a letra de Ilda Mascaro foi falsificada. Entretanto, o técnico alega que isso ocorreu porque o médium introduziu inadvertidamente elementos de sua gênese gráfica na da autora. Em suma, o trabalho é, no mínimo, inconclusivo. É perfeitamente possível supor que Chico Xavier tenha visto o escrito de Ilda e esforçou-se por reproduzir a letra. Duvido muito se Perandréa acataria como legítimo um cheque assinado nessas condições...

Por fim, envio comentário sobre discussão a respeito do caso, realizada em setembro de 2007:

Prezado Romário, 

Não pretendi me referir ao exame grafotécnico das cartas, quando aventei a idéia de que esse seria um caminho mais simples para se identificar a presença de Chico Xavier nas psicografias. Estava pensando, sim, no estilo redativo contido nas missivas.

No que se refere ao trabalho de Perandréa, ainda que lhe respeite a formação técnica e a lisura de intenções, a análise que fez, quando muito, pode ser considerada uma curiosidade, ou mesmo um descompromissado exercício de buscar coincidências. Nada que pudesse levar a eufórica manifestação de alguns, que classificam o resultado da investigação como “prova científica da comunicabilidade”. Creia, não faço tal asseveração mal-intencionado: quem examinar com um pouco de atenção o que Perandréa fez chegará a semelhante conclusão.

A fim de facilitar sua compreensão, leve em conta apenas essas duas questões:

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Primeira: o grande limitador na qualidade da empreitada foi que Perandréia não lhe deu continuidade. Deveria ter prosseguido a  examinar as múltiplas assinaturas psicografadas por  Chico Xavier e compará-las com às que os falecidos utilizavam em vida. Se a similaridade fosse expressiva e indiscutível então teríamos uma pesquisa de peso, o que certamente despertaria o interesse de outros grafotécnicos em examinar esse resultado. Fala-se que Chico Xavier psicografou milhares de cartas, infelizmente, Perandréa trabalhou com pouquíssimos casos e partir desses extraiu uma conclusão geral.

Segundo: em alguns momentos de seu estudo, Perandréa me parece mais generoso que deveria. Considere a  análise que fez da palavra “Ortensio”. Trata-se de um nome próprio, constituído de 8 letras e 7 gramas. Ele encontrou equivalências em uma letra (t) e em três gramas. O que significa que não houve semelhança em 7 das 8 letras e em 4 dos 7 gramas. Ou seja, cerca de 75 por cento está diferente. E ainda assim ele considerou  o resultado positivo!

Grande abraço,

Montalvão.

Nos mais, aguardo a continuação...

 Abraços,

 Ivan

Prezado Montalvão e demais, Montalvão disse: pressupondo-se que espíritos efetivamente comuniquem, a hipótese que apresenta é perfeitamente admissível. Só que acrescentaria um problema tremendo à doutrina kardecista, pois o codificador afirmava ter tomado precauções para obter somente mensagens de procedência segura e

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sempre da alta espiritualidade. Se se aventar a possibilidade de que Kardec tenha sido logrado por espíritos mal-intencionados, que confiança poderiam ter os espíritas relativamente às demais comunicações, a maioria das quais é recebida sem rigorosas filtragens? Ivan: Segundo Kardec foi utilizado um método. Cabe a nós refletir e questioná-lo (o método). De minha parte, vejo inúmeras lacunas no que foi divulgado sobre a aplicação do mesmo, neste sentido, infelizmente, Kardec não fez uso do detalhamento tão caro atualmente à ciência. Caso a investigação sobre o método venha a concluir pela sua ineficiência ou pela sua aplicação inadequada, ou ainda, ambos, então muitos princípios espíritas precisam ser revistos imediatamente. Por outro lado, pode-se abstrair do método e "jogar" toda a responsabilidade pelas informações contidas nas obras em Kardec, cabendo aos crentes espíritas debaterem o conteúdo. Com relação às demais comunicações. obtidas pelos diversos médiuns, coloco-as todas sob suspeita, uma vez que não temos detalhes sobre como as mesmas foram produzidas, cabendo aos crentes acreditarem na honestidade daqueles que as receberam. Eu prefiro uma crença mais metódica, estruturada... prefiro a ciência. Montalvão disse: é vero o que disse (ver e-mail abaixo): até aqui não temos ainda material suficiente para invalidar, não diria a obra, pois que os escritos de Chico demonstram ter sido produzidos por quem talentoso, sim a alegada procedência espiritual desses registros. Porém, à medida que o estudo evoluir − e esperamos conseguir isso em tempo razoável −, acredito que será possível chegar a um parecer aceitável sobre a real origem dos escritos mediúnicos.  

Ivan: Em meu ponto de vista, Montalvão, os estudos apontarão uma possível correlação existente, mas serão incapazes de indicar razoavelmente para uma origem dos escritos mediúnicos. Primeiro, porque assim se faz ciência de temas complexos, principalmente aqueles que possuem inúmeras variáveis intervenientes e sem controle nenhum. Segundo, porque novas variáveis foram acrescentadas pela lógica kardecista, por exemplo, o que impede que D. Maria João de Deus tenha tido contato com as obras de Flammarion no mundo espiritual e adotado uma crença que foi passada ao Chico por via mediúnica? O que impede que o Chico tenha mesclado as informações recebidas de sua mãe com seu próprio conhecimento das obras de Flammarion? Como determinar o correto momento em que o animismo dá lugar ao mediunismo e vice-versa? Perceba que estou fazendo o papel do "advogado do diabo" :-). A doutrina kardecista está muito bem amarrada em sua estrutura lógica, o que de certa forma abre espaço para inúmeras contra-argumentações. É algo parecido com o que muitos psicanalistas fazem quando alguém questiona os conceitos psicanalíticos: é a resistência em ação!

 COMENTÁRIO: como não cientista, suponho que um fenômeno que se manifeste sob a influência de “inúmeras” variáveis e não possa ser, de algum modo, controlado, ou se trata não de um, mas de conjugação de fenômenos, que precisariam ser isolados, de modo a permitir o estudo; ou se refere a alguma concepção mística, resistente a qualquer análise, pois quando é contestada, seus defensores criam hipóteses ad hoc para explicar as incongruências que os cotejamentos mostrarem.

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A investigação da produção psicográfica parece-me um caminho fértil, no deslindamento dos mistérios mediúnicos, uma vez que o autor do escrito pode, sem perceber, ter posto travas que impeçam a inserção de explicações tapa-buraco. No caso das mensagens de Maria João de Deus, as suposições que apresenta, seriam insuficientes para explicar as coincidências e, se admitidas, feririam conceitos da comunicabilidade. Se você examinar o livro verá que a genitora do médium informa ter viajado pessoalmente a Marte e lá presenciado o que narrou. Se ela estivesse se baseado na suposta viagem que Flammarion realizara ao planeta vermelho, algumas décadas antes, caberia noticiar isso. Não sendo assim, a narrativa perderia completamente a validade e o sentido, pois a conclusão seria a de que a falecida estivesse mentindo (não seria um espírito de confiança), ou teria vindo só pra confundir (o que agride os pressupostos da saudável mediunidade).

De outro turno, sei que o fiel, que vivencia a mediunidade, ou a ela aderiu por se sentir espiritualmente atendido, em pouco será sensibilizado por estudos dessa natureza. No entanto, há quem esteja se perguntando: será que é verdade mesmo? Para esses, as reflexões como as que elaboramos (certamente existem outras melhores) podem ser úteis.

Em verdade, trabalhos da espécie partem do espanto que as propostas, no caso, espíritas suscitam. Poderíamos, por exemplo, estar refletindo a respeito de temas ufológicos, mas nos aproximamos do que nos desperta maior impressão. Em outras palavras, essas meditações são a resultante do impacto que as proposições espiritistas nos causam e − quem sabe? − podem contribuir para que outros obtenham respostas às suas dúvidas religiosas.

 Montalvão disse: Quanto ao trabalho de Perandréa, sem intento de desrespeitar a qualidade técnica do autor e sua boa intenção, podemos dizer que há muita empolgação em torno dessa pesquisa, além do que merece. Veja só, Pedrandréa selecionou um caso, dentre as talvez milhares de cartas psicografadas que o médium assinou, alegadamente reproduzinho dizeres e assinaturas dos mortos; e, com base nesse caso, inferiu que Chico era capaz de reproduzir os registros gráficos dos falecidos que contatava. Somente isso já significa uma enorme limitação ao que nos é apresentado por alguns como “prova científica da mediunidade”. Ivan: Somente uma retificação necessária em sua argumentação acima. A conclusão do trabalho de Perandréa indica a existência de gênese gráfica entre a carta psicografada pelo Chico e uma carta escrita pelo Espírito em vida. Em nenhum momento há uma generalização como vc fez acima, cujos grifos são meus.

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  COMENTÁRIO: concordo com sua retificação. A inferência a que falei seria implícita, em vista da natureza do estudo. Realmente, não está explicitada da maneira como apresentei. Em verdade, a investigação de Perandréa teve objetivo mais ambicioso, qual seja o de apresentar “prova científica” da sobrevivência do espírito. Por outro lado, creio seja óbvio que os “registros gráficos” só podem se referir aos que os falecidos produziam em vida, de outro modo não haveria material de comparação.

Montalvão disse: Defendeu então uma esdrúxula figura, um híbrido autográfico da suposta autora com o médium. Vejamos qual foi a conclusão de técnico ao final de sua pesquisa: Ivan: Esta figura que vc chama de esdrúxula (hehehe), é na verdade muito possível dentro dos conceitos kardecistas. É o que Kardec chamou de médium psicógrafo semimecânico. Portanto, para o kardecismo não é esdrúxulo, mas uma variação da mediunidade psicográfica, não sendo caracterizado como fraude, mas sim como uma interferência do Espírito do médium na comunicação.

COMENTÁRIO: Correto. O esdrúxulo está na inserção do conceito espírita no método grafotécnico. Em termos religiosos, ainda que não concordemos, aceitamos a suposição. Contudo, um exame técnico “normal” não acataria tal excrescência.

 IVAN: Concluindo, o trabalho de Perandréa é realmente inconclusivo, aliás, quase todas as pesquisas em ciências humanas (a pesquisa mediúnica se enquadra perfeitamente), são inconclusivas, pois apresentam fatores mais qualitativos do que quantitativos. Como já rompemos com o positivismo nas ciências sociais, os estudos são todos legítimos, desde que se detalhe rigorosamente o método aplicado, ficando claro a existência de uma complexidade impossível de ser totalmente contida por controles. Por exemplo, no caso analisado por Perandréa existem lacunas flagrantes na pesquisa: Chico teve contato com alguma carta da Sra. Ilda (uma entrevista com Chico e outras pessoas resolveria, inclusives com parentes vivos da falecida)? Como se explica o domínio do italiano? Uma análise mais detalhada caberia, investigando o quanto o Chico dominava este idioma. Enfim, diversos outros estudos seriam possíveis... àquela época, pois com a desencarnação do médium e as crendices criadas em torno do mito fica cada dia mais difícil averiguar os fatos em detalhes.

COMENTÁRIO: as lacunas que muito bem apontou, mostram que a pesquisa olvidou pontos importantes que, em vista dessa atitude, fazem com que o resultado seja altamente questionável.

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Explicar o domínio do italiano não seria, a meu ver, dificuldade, uma vez que não houve clara manifestação de familiaridade com o idioma. A maioria de nós poderia verter um escrito simples em língua estrangeira, notadamente se esse falar é próximo daquele que dominamos. Entretanto, você tocou num ponto crucial: o estudo de Perandréa, depois de identificadas as falhas e limitações, poderia se tornar ponto de partida para outras investigações com maior critério científico. Entretanto, e infelizmente, parece que os espíritas ficaram satisfeitos com essa limitada “prova” da sobrevivência.

Devo dizer que minha apreciação a respeito da pesquisa de Perandréa não se baseia propriamente em “estudo”, uma vez que não examinei ainda detidamente o experimento. Como, em primeira leitura, surgiram os pontos controversos que citei, suponho sejam suficientes para demonstrar as limitações desse trabalho. Há ainda algumas questões que precisariam ser esclarecidas, dentre elas, a que me parece mais importante seria a conciliação entre a teoria das variabilidades psicográficas − quais médiuns mecânicos, semimecânicos e intuitivos −, com a teoria grafotécnica. Se não estou enganado, Kardec resguardou-se contra contestações à psicografia, advindas das variações de escrita (o médium com letra diferente da de quem psicografava), postulando que somente alguns tipos de sentivos seriam capazes de reproduzir o traço do defunto. Portanto, numa investigação de maior amplitude, esses dados adicionais precisariam ser considerados.

Por fim, caro Ivan, devo agradecer pelas ponderações e objeções que apresenta, pois nos abrem novos vislumbramentos dentro desse tema complexo.

 

Grande abraço, Ivan

Comentários no site do vitor:

6 respostas a “CHICO XAVIER E OS SERES INTERPLANETÁRIOS – EVIDÊNCIAS DE PLÁGIO”

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1. Gilberto Diz: 2. January 14th, 2009 às 4:10 am

Moizés. Tu és uma pessoa que precisa de nossas preces, pois sair do caminho da luz só pode levar-te às trevas. É claro que Chico e Flammarion tinham discursos semelhantes. É lógico! Ambos tinham o MESMO conhecimento da verdade. Se eu digo que o Maracanã é redondo, outra pessoa que o vê também o verá redondo! Dizes que a ciência provou que os Grandes Médiums de Deus estavam errados. O que sabe a ciência cética e prepotente? O conhecimento do ser místico transcende o conhecimento do ser material. A verdade só nos é mostrada através do Consolador profetizado por Cristo e revelado por Kardec. Compreendo o teu desconhecimento e falta de fé. Os seres de Marte e dos outros orbes são menos densos que os terráqueos, por isso não podem ser vistos. Não compreendeste o óbvio? É claro que esses Grandes Médiums de Deus não mencionavam as maravilhas eletrônicas de Marte, pois eles estavam se comunicando com seres de suas épocas. Mencionar coisas que eles desconheciam poderia confundi-los. Não me aprofundarei com refutações de tal disparatado texto, deixando-o para pessoas mais preparadas, como o Sr. Carlos Magno, que tem dez anos a mais de escolaridade que os católicos, segundo o inconsistente IBGE e as imparciais revistas Época e Galileu. Com a palavra, Carlos Magno!

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Nivea Diz:

3. January 14th, 2009 às 4:08 pm

As pessoas acabam por jogar sua intolerância e descrença, sem saber que muitos cegos enchergarão, que muitos surdos ouvirão, e não porque os homens desejam, mas porque sua fé os curou…

Por que penso? O que nos faz funcionar? Somos máquinas humanas?

Tantas coisas sem sentido, mas sentido não é o que se procura e nem é a verdade absoluta… é o que pensamos de nós e o que fazemos de nós e não o que os outros fazem…

Com tanta guerra e maledicencia, temos escolhas em nos unir, independente de qualquer acreditar… e ao invés de nos tornarmos defensores do nada, podemos mudar o fim, ao invés de ficar tentando entender tanto o começo…

Abramos os olhos………

Não seremos castigados, porque são nossas as escolhas…. mas para que se arriscar num mal que não faz bem nem a si mesmo…

Que Deus abençoe

Um abraço

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4. Nivea Diz: 5. January 14th, 2009 às 4:12 pm

Só o amor e nada mais…. Isso encerra tudo

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6. marcio Diz: 7. January 14th, 2009 às 6:15 pm

Excelente descoberta, trabalho e apresentação. Parabéns ao autor e ao blog por dar-lhe espaço.

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8. Renato Zanola Diz: 9. January 14th, 2009 às 7:42 pm

Caro Moizés.

Parabens pelo texto. Como Kardec nos ensinou - jamais dispensaremos a nossa capacidade de análise.

Urania de Flammarion e Nosso Lar de CX/ Al, foram as duas primeiras obras espíritas que li.

Sempre achei a primeira um tanto fantasiosa.

Mas o trabalho de Flammarion de tentar aproximar a ciência oficial do espiritismo é louvavel.

Não esqueçamos q toda ciencia, filosofia e literatura é fruto de seu tempo e lugar.

Abraços fraternos - Renato Zanola

Prezado

10. Carlos Magno Diz: 11. January 14th, 2009 às 9:53 pm

Moizés Montalvão:

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Parabéns por se revelar uma pessoa com disposição férrea em pesquisas literárias, mas não pela nítida intenção levada a cabo de derrogar o espiritismo encarnado principalmente em Kardec e Chico Xavier.

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Infelizmente, e a despeito da ironia mastodonte e provocação do Gilberto, não entrarei nas minúcias do tema, exceto para dizer de maneira geral o seguinte:

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1. Novamente vejo a abismal distância entre suas comparações literárias com aquilo que realmente a mensagem veicula em linguagem para espíritas e estudiosos sem preconceitos.

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2. Para julgar por clichês analógicos buscando incongruências ou plágios, como você teimosamente insiste, é necessário abstrair-se de um raciocínio pedagógico a que você incita ao leitor, para de fato penetrar e ater-se a uma esfera de outra causalidade e entendimento espiritual. Você acha isso possível?

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3. Não adianta a ironia ao mencionar habitantes espirituais de níveas ou ectoplasmáticas constituições para dissipar qualquer suspeita de que você não aceita ou não vê congruências nessas existências.

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4. Paralelo a sua abordagem, quero mencionar que a NASA nas suas tímidas prospecções do solo marciano, não só encontrou indício de vidas unicelulares, como, pluricelulares e provavelmente protozoárias e metazoárias tal como existentes na Terra, bem como subsolo fértil em água, e também geleiras. Há dois americanos aposentados, um da NASA e outro de uma grande companhia associada, que juntos publicaram um livro em que mostram fotos proibidas sobre os achados verdadeiros na Lua e em Marte. Tenho o nome do livro e seus autores, mas como aqui o assunto é desmascarar o Chico e o Kardec, não cabe a mim delatá-los.

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5. Creio firmemente que para melhor qualidade de sua pesquisa, você deveria freqüentar a escolinha kardecista, aonde poderia tirar dúvidas extra-campo crítico, e enriquecer suas teses. No entanto, caso já a tenha freqüentado, por favor conteste as versões e extrapolações curriculares passadas a viva voz pelos mestres, com certeza anotadas numa boa agenda particular.

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6. O crítico literário é sempre irresponsável perante a doutrina, vindo elaborar teses e veicular criticismos, unicamente por achar o tema instigante, desafiador ou meramente para o exercício de seu diletantismo intelectual. Não creio, sinceramente, em arroubos de críticos desse naipe em visualizar-se paladinos da

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verdade, hábeis iconoclastas ou encarnar um novo zorro tipo mexicano em defesa da verdade para todos os cidadãos não vacinados, não eleitores e com CPFs desatualizados.

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Já o espírita tem a visão mais respeitosa, devocional, vive e sente a religiosidade da obra em transcendente importância para suas aspirações nessa vida e após sua passagem para outro plano. Sobraria do amigo crítico, alguma visão mais otimista e menos negativa, ou quem sabe, um pouco mais talhada com verdades contextuais na globalidade da doutrina e obras do Chico, que pudesse alentar e aliviar o espírita de um possível dilema de ter abraçado somente mentiras e enganos?

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Acho deveras importante essa resposta do companheiro não somente para o seguidor espírita, mas para um julgamento mais fiel de seu afanoso trabalho.

Abraços.

Gilberto Diz: January 15th, 2009 às 12:19 am

Desculpe o exagero anterior. É que não pude me conter. À Nívea, um forte abraço e obrigado pela aula de amor. Ao Carlos Magno, desculpe a provocação, saiba que eu o respeito, como não poderia deixar de ser, pela sua inteligência e clara honradez de postura e de crença. Ao Vítor e ao autor do texto, parabéns pela coragem e pioneirismo, além de um parabéns extra por esta abertura de espaço. A internet é uma ferramenta incrível, que vai mexer muito com o conhecimento humano e com a maneira que ele é propagado, e o Vítor, entre alguns outros, sabe usar bem esse instrumento. Abraços mis.

PREZADO GILBERTO: se duas ou mais pessoas afiançam que o Maracanã possui determinada forma, isso pode ser constatado e confirmado. Se Chico Xavier e Flammarion viram homenzinhos voadores em Marte, enquanto Kardec assegurou que ali viviam trogloditas, e hoje sabemos que todos se equivocaram... e todos se diziam inspirados por espíritos, o que podemos nós, simples mortais curiosos, pensar ? Ou os espíritos não sabem o que dizem, ou não houve qualquer manifestação espiritual nesses episódios, e sim o uso da capacidade criativa dos envolvidos. Infelizmente, meu estudo leva a essa conclusão. Se houver argumentos que consertem tal constatação, estamos prontos para conhecê-los. Quanto às preces, continue com elas, preciso muito e agradeço.

.

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NÍVEA,

O amor é o maior sentimento que Deus disponibilizou ao ente humano. Se o soubéssemos cultivá-lo conforme os ditames divinos, mui diferente e muito mais feliz seria nossa existência. Porém, no âmbito da discussão de idéias é importante que apresentemos nosso pensamento, seja para acatar, seja para contestar o que foi afirmado. Desse modo, enriquece-se a reflexão a respeito do tema em apreciação. E todos crescemos um pouquinho que seja....

Felicidades.

. .

Prezado Márcio,

Muito grato pelas palavras de estímulo.

.

.

Renato,

Muito boa sua explanação. Realmente, a ciência é fruto do contexto temporal em que formulada. Já a filosofia nem tanto. Hoje ainda podemos apreciar o pensamento de homens antigos e aplicá-lo, em boa parte, aos nossos tempos. Ocorre que no estudo em questão, analisamos declarações que independeriam da época em que expressadas, como a presença de cidades populosas em Marte, máquinas fenomenais em ação, inundações, vegetação, etc.; já outro afiançava que ali viveriam seres semelhantes ao homem primitivo. Foram afirmações categóricas que deveriam ser confirmadas quando houvesse tecnologia para tal. Esta tecnologia está disponível e em vez de confirmação temos a mais efetiva denegatória. Sorry...

.

.

Magno,

Gosto de seu modo de escrever. Revela qualidades que suponho literárias. Sugiro que exercite mais e mais essa capacidade. Infelizmente, meu caro, sua peroração não se presta ao cotejamento do texto que ensejou a manifestação. Se puder demonstrar que Flammarion, Chico ou Kardec estavam corretos quando viram habitantes em Marte, aí sim, poderemos prosseguir na discussão.

Indícios de vida simples em Marte podem existir, não falo disso. Mesmo porque, para espíritas e espiritualistas, o que interessaria seria a presença de vida inteligente, preferencialmente mais inteligente que a nossa. E essa é que não aparece de jeito nenhum...

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Não estamos, por ora, realizando análise global da doutrina espírita. Avaliamos as alegações de mediunidade de Chico Xavier, a respeito da qual não encontramos elementos que a tornem aceitável. Você me pede uma visão menos negativa. Meu objetivo não é mostrar o espiritismo de forma negativa, sim avaliar a crença de que espíritos comuniquem.

Mas, se deseja manifestação alvissareira, posso dá-la em relação à pessoa de Chico Xavier, e o faço sem ironia e com todo o respeito, uma vez que Chico, reconhecidamente foi um grande exemplo para todos nós, exemplo de humildade, de dedicação ao trabalho, de espírito caritativo, de tolerância, de desambição. Muito temos a aprender em relação a questões éticas e morais, observando o modo como essa nobre figura viveu. Isso, contudo, não altera o fato de que o médium estava equivocado quando alegava que seus escritos eram inspirados pelo além. Até o momento, parece-nos que todas as evidências indicam o contrário, mas não fechamos questão, o assunto está aberto para quem queira objetivamente demonstrar que, de fato, a espiritualidade estava presente na produção, dita mediúnica, de Francisco Cândido Xavier.

Grande abraço,

Nivea Diz: January 16th, 2009 às 10:25 am

Moizes,

Compreendo, tanto que acredito ser muito importante a discussão do mesmo, desde que os objetivos não sejam tentar repercutir um modo de pensar em pessoas que propróem idéias diferentes… Cada um acredita no que pode. Percebo que a discussão é sem dúvida o melhor modo de trocar idéias, e não trocar críticas e frases que não enobreçam e clareiam a mente e nem o coração humanos…

Façamos de todas nossas falas, um balsamo fraterno de luz e não um quinhão de corregedorias ou discussões de certo ou errado… Sabemos que a nós seres humanos certo e errado são morais, e leis morais só são passíveis de se existir através da lei que existe no coração de cada ser humano…

O que quiz dizer, sem qualquer tipo de recriminação, é que tomemos cuidados para não fazer de nossos saberes um debate incessante, onde provém apenas o querer a verdade… A verdade única e concreta é Deus, e se é Deus somos todos nós, resultado de sua perfeita criação… Desculpe se saí fora da discussão, mas acredito que como seres humanos ainda imperfeito que somos, devemos tomar certos cuidados em não fugir do que realmente o momento que estamos vivendo precisa… que é de paz, caridade, luz interior e amor…

Todos os sentimentos contidos nos seres humanos enraizados na dádiva de Deus, chamada amor… Creia que estamos um pouco distantes de saber ao certo o poder deste amor, porém estamos dando com passos leves para começar a acreditar nele…

Obrigada pela dica…

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Abraço

IPCE

Ola Montalvao e Todos

Mais um link para estudo sobre FCX. Qual a sua avaliação sobre esses fatos?

http://espiritismo-cientifico.googlegroups.com/web/Analise-Cientifica-Chico-Xavier.pdf?hl=pt-BR&gda=mnl01FgAAADTLL-oQiSt-Bpofn05r7N4aAc_SF7gwLlHUNDlEH_DNApGf2Bt-_42OZ40Jnbq4gokeIH4tKfaF-A6z0MNp1B_HJ_FiG1oec6ngyrQwZquu-FIpgI1pJnRlB2y8IFe0_U

ou baixe aqui: http://groups.google.com.br/group/Espiritismo-Cientifico/files?hl=pt-BR

Será que teremos que aumentar a lista abaixo:

1) Memoria invejavel (pediamos mesmo dizer rarissima);2) Capacidade de aprendizado rarissima (mesmo temas complexos como fisica quimica biologia etc);3) Capacidade de desenvolver atividades intectuais de alto nivel em estado dissossiativo;4) Eximio falsificador de assinaturas, pssivelmente com memoria-fotografica5) Mentiroso, Fraudador e conspirador(junto com Waldo Vieira)

6) E é claro uma criatividade tambem pra lá de incomum (por que não pode ter inconsistencias internas).

Sugiro uma:

6) Vigarista.

Abraços FraternosMauricio Mendonça

Psicanalítico Maurício,

Diga lá, por que essa severidade com o bondoso médium de Uberaba? Da lista de qualidades que apresentou, concordo com as nºs 1 e 2 (desde que retire os "raríssimas");  com a 3 (desde que retire "de alto nível", porque não atinei o

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que significa), e com a 6 (desde que retire "pra lá de incomum"). As outras constituem lucubrações de sua lavra, as quais não ratifico.

Mas, agora que tocou no assunto, há um episódio na vida de Chico que me deixa ligeiramente pasmado, no qual os indícios de fraude são elevados. Trata-se das materializações com Otília Diogo, das quais Chico Xavier participou, empenhando seu prestígio na validação do teatro.

Neste evento, fico a me perguntar se o médium foi explorado em sua ingenuidade ou se foi agente ativo na representação.

Seria esta, pois, a mácula que identifico no currículo de Chico Xavier.  Quanto ao estudo da Dra. Maria Júlia e outros, o que foi disponibilizado se trata de um resumo resumido de investigação de maior vulto. Visto não haver informação de onde se acha o trabalho completo, fico um tanto limitado para lhe dar a resposta que solicita.

Vou ler o material com atenção e verificar o que de objetivo pode ser extraído dessa pequena peça. 

Grande abraço, Moizés montalvão. 

Date: Wed, 14 Jan 2009 15:27:46 -0800

From: [email protected]

Subject: Res: Res: [IPCE] Estudo academico sobre Chico Xavier x Humberto de Campos

To: [email protected]

Parabéns pelo estudo, Montalvão. Juntamente com o caso desmoulins, são dois grandes trabalhos. Você deveria montar um blog como o Vitor ou melhor... publicar seus estudos em uma revista científica, pois isso engrandeceria e enriqueceria seu trabalho, valorizando-o.  Um grande abraço. Everton.

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sim... eu concordo com o Everton, seria interessante vc sustentar sua tese sobre o Camille que terminou assim: Montalvão acredita que:Luciano dos Anjos estudou (profundamente) detalhes da vida de Camille Desmoulins e da revolução, no entanto, Luciano não lembra que estudou durante a   vigilia, entretanto, durante a hipnose ele lembrava novamente de todos os impressionantes detalhes. Mas, depois da hipnose.. ele esquecia   ainda uma vez que tinha lido e se tornado um expert sobre a revolução francesa, assim como na biografia de Desmoulins.E olha que nem comentei as teorias do Montalvão sobre (in)consciente dai oriundas Já o FCX, ao poucos vai se transfomando em um homem muito mais do que gênio.. um perito grandioso em uma série de atividades como grafia e pensadores..Ave maria... !! : (    Estou muito curioso para os titulos  que alguém com Alan Lee vai receber.  Eduardo

Mauricio,

vc tocou em um ponto que eu ai tocar mais na frente... (não toquei para tentar manter ele focado no cerne das questões) ora.. do jeito com o Montalvão inexoravelmente limita as hipóteses dele, em breve ele terá que assumir que além de gênio FCX era perito em muitas muitas muitas muitas muitas muitas muitas muitas ... coisasatenção: perito é bem diferente de gênio  

1. Caro Montalvão, assim nao vale.. vc contornou uma palavrinha fundamental para o debate: "Perito"E, outra coisa, FXC era antes genial e agora ele é apenas alguém com:  bom nível cultural, adquirido das múltiplas leituras que efetuou e possuía talento poético e literário, além de dotado de constituição psíquica peculiar.   2. Ao menos uma coisa vc já se convençeu: sua tese pressupõe que FCX obrigatóriamente teve que ter uma  :inigualável capacidade de Chico Xavier, que conseguia digerir massudas leituras em reduzido tempo.Logo, FCX era mais do que criativo ? e conseguiu se tornar perito em Humberto?   Outra coisa: Vc obviamente já solucionou onde FCX lia as obras completas de Humberto? Como ele as comprou? etc etc etc 

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e FCX nao era semianalfabeto não.. ao contrário, ele, p. ex., até formou depois de muitos e muitos anos uma biblioteca pessoal razoável contendo os livros por ele escritos não foi?  

Caro Montalvão, Gostaria de ter uma resposta mais clara de sua parte diante da tese sobre FCX e Humberto de Campos...afinal.. vc discorda do prof dr. que fez a tese e FCX não se mostrou perito em Humberto? Em outras palavras criatividade basta para fazer o que FCX fez? Vc discorre uma página completa sobre adjetivos como raro e comum, faz ginásticas textuais moldando em cada ocasião para mais ou menos as habilidades de FCX, no entanto, nao deixa claro seu pensamento. Se vc cortou totalmente (100%) a possibilidade (mesmo remota então) de ser verdade a comunicação espiritual, deixe 100% claro as razões.AbraçosEduardo 

Estimado Eduardo

Vamos lá...

Estou com dificuldade em acompanhar o rumo que pretende imprimir à discussão...  Primeiramente, não falei que a lenda classifica Chico como “semi-analfabeto”, sim semi-alfabetizado. Esta tem sido a imagem exaustivamente defendida pelo meio espírita em geral e era alimentada pelo próprio Chico. O médium tudo fazia para conservar firme a idéia de que seus dons derivavam-se da espiritualidade. Entretanto, temos elementos para concluir que tal representação não corresponde à realidade. Testemunhos casuais de pessoas que conviveram com o médium, e que não tinham intento de denegri-lo, falam que, desde a infância, fora dedicado leitor, deixando os folguedos infantis para agarrar-se aos livros.

O próprio Chico, com suas atitudes, desmente a pecha de iletrado. Quem assistir as imagens do programa “Pinga-Fogo”, gravado em 1971, que hoje é exibido como demonstração de mediunidade em ação diante das câmaras televisivas, verá uma pessoa que se expressa com muita segurança e demonstra, pelo falar, elevada cultura.

Também, as cartas que Chico escrevia aos seus editores, que não eram produções mediúnicas, revelam alguém habituado à escrita e possuidor de versatilidade redativa.

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Também, não entendo sua insistência em diferenciar gênio e perito. Sabemos que são termos com sentidos diferentes. Perito é quem se especializa em determinada atividade, por meio de exaustivo estudo (existem  peritos em furtos e falsificações).  Gênio é o que nasce com qualidades que o tornam capaz de desenvolver raciocínios e atividades de forma mais rápida e eficaz a conseguida pela média das pessoas.  O gênio, certamente, vai se tornar perito nas atividades a que se dedica, e com maior facilidade e melhor desempenho que aqueles não dotados da genialidade.

Se quiser conhecer bom exemplo de distinção entre peritagem e genialidade, veja o filme Amadeus. Numa das cenas, Mozart fora recebido pelo imperador alemão. Salieri, o compositor da corte, ficara alguns dias prepando uma canção para marcar sua presença ao encontro. A execução da música de Salieri muito agradou ao imperador. Durante a entrevista, o mandatário presenteou o visitante com a partitura, mas este recusou, dizendo: “não preciso, já memorizei”; retruca o chefe do estado alemão, “Decorou?! Com uma simples olhadela? Então mostre se é capaz de executá-la” (os diálogos não foram exatamente assim). O que se vê a seguir é a atuação do gênio. Mozart encontra fragilidades na composição, para a ira de Salieri, e espanto da platéia, e refaz a música, enriquecendo-a de uma maneira que só um portentoso talento conseguiria.

Chico Xavier era um gênio? Parece ser a questão que nos apresenta. Informo, não disponho de dados suficientes (pelo menos por enquanto) para qualificá-lo como tal, mesmo porque podemos contra-perguntar: qual a fronteira entre a genialidade e a habilidade acima da média? Talvez não seja possível estabelecer com firmeza essa linha. De momento, posso afirmar que Chico mostrava ser escritor prolífico, versátil na escrita, na produção literária e poética; dotado de excelente memória e de elevada cultura. Essas ilações são deduzidas das diversas narrativas confiáveis a respeito da vida do médium, e de suas próprias atitudes.

O curioso é que, normalmente, afirmar que alguém seja “escritor prolífico, versátil na escrita, na produção literária e poética; dotado de excelente memória e de elevada cultura”, significa o reconhecimento de um singular talento. No caso de Chico Xavier, equivale a enegrecer seu currículo...

O trabalho de “reconstruir” a figura do médium não pode ser realizado de forma superficial e com a utilização de epítetos definitivos. Sabemos que existe, conforme foi dito, lenda em torno da pessoa, a qual é alimentada por seus seguidores, pela constante repetição de que o médium fora simples e iletrado caixeiro de armazém. Por isso, não basta tão-somente afirmar que

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seja tudo invencionice e dar por encerrada a reflexão. Temos de trabalhar com o material disponível e esmiuçá-lo com o critério que o estudo exige.

Quanto ao que disse, sobre minha discordância “do professor que fez a tese”, está enganado, não discordei do principal da conclusão, qual seja, o de que a escrita mediúnica seja insuficiente para mostrar a presença (ou a não presença) alegada de Humberto de Campos. Acato a afirmação de Caroli, em grande parte. Por outro lado, creio que do cotejamento dos registros mediúnicos, somados a certas atitudes do médium, e analisados sob enfoques que não os dos apologistas da mediunidade, seja possível chegar-se a conclusão a respeito da origem da obra de Chico, se espiritual ou não. É nisto que vimos trabalhando.

Grande abraço,Moizés Montalvão.

  

MANFESTAÇÕES DO site PESQUISA PSI

2009/1/14 Adylson <[email protected]>Olá Montalvão: Seu texto é um verdadeiro trabalho de pesquisador! De meu lado, ele me lembrou as comparações detalhadas feitas por pesquisadores entre os textos bíblicos do livro de Gênesis e textos míticos sumerianos, egípcios e babilônicos, ficando comprovado que o texto bíblico é uma cópia remodelada de textos anteriores, que datam do 3o. milênio a.C. Os textos bíblicos, na realidade, foram escritos e editados entre os séculos IX e V a.C., ou seja, mais de 2.000 anos após os textos sumerianos, egípcios e babilônicos terem sido escritos. A bem da verdade, em geral as religiões que vão nascendo ao longo da história se baseiam em ideias anteriores e tradicionais, que são por elas reinterpretadas e remodeladas.Infelizmente, o espiritismo não foge a esta regra.Por exemplo, tenho aqui em mãos o livro do espírito André Luiz, chamado "Evolução em dois mundos", que ficou bem famoso por ter sido escrito por Chico Xavier e Waldo Vieira, estando eles à distância. O texto deste livro contém ideias advindas não só do espiritismo kardecista como também da teosofia, utilizando termos filosóficos cartesianos. Na realidade, a obra é o retrato de uma "mente" (ou de "mentes") influenciada por filosofias antigas que ressurgiram no século XVIII e XIX na forma de seitas esotéricas e ocultistas, estilizada por termos bem "aportuguesados" e poéticos, assim como por alguns conhecimentos da ciência existente na década de 1950. Ou seja, o texto em si não traz nada de novo ou futurista, não demonstrando um conhecimento "espiritual" ou "avançado", mas sim um conhecimento bem humano e arcaico.

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Apesar de a literatura e a doutrina espírita serem a base para os seguidores do espiritismo, creio que o mais importante do movimento não é a sua literatura e as suas interpretações, mas sim os possíveis fenômenos paranormais que ocorrem (aliás, este meu entendimento serviria para todas as religiões).Sim, um texto espírita pode ser um grande engodo; mas, se for possível averiguar que o médium realmente o produziu em um estado alterado de consciência ou num processo de dissociação, é-de se perguntar como ele pôde conseguir as informações extraordinárias que ele nos transmite, já que estaria distante da realidade consciente. Sem dúvida não deve ser um "espírito" que lhe transmite (se se pensa que é um espírito, entra-se num campo meramente interpretativo), mas algum processo paranormal advindo do próprio médium. É este detalhe que interessa ao parapsicólogo.De qualquer maneira, o seu trabalho é louvável, pois vai em busca da verdade.Um abraço.Adylson Valdez.

Caro Adylson,        Suas palavras entraram na minha mémoria com muita facilidade pois concordo com tudo que escreveu.Movimentos religiosos sempre existiram, pessoas procurando um jeto de convencer outra da sua verdade também. Pra mim o grande lance é estudar a PESSOA, o EU de cada um, descobrir quais inteligencias são acessadas, como é a sensibilidade em relação a si próprio e com o meio que vive etc, etc.Bom, eu ando me estudando assim. Parabéns Montalvão pela pesquisa.Muito GrataAngela

2009/1/16 Adylson <[email protected]>Olá Montalvão: Cheguei a ler o livro todo, já há bastante tempo. O estilo da escrita é muito monótono, e o ato de lê-lo se trata de um verdadeiro "samâdhi", pois parece que tende a atingir algo, mas não chega a nada. É uma espécie de "mingau intelectual".O processo de escrita foi relatado como você disse; mas será que foi assim mesmo? Diante das ideias plagiadas e cópias de trechos que você apontou em seu comentário analítico, começo a achar que houve um engodo também com relação ao "Evolução em dois mundos".Mesmo assim, ocorreram fatos esquisitos, talvez paranormais, de Chico Xavier, que ainda não tiveram explicações (pelo menos não tenho conhecimento delas).Quem sabe o Chico não fosse totalmente enganador em certos fenômenos, muito embora a hipótese espírita não estaria necessariamente na base de suas explicações.

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Um abraço.Adylson Valdez. ----- Original Message ----- From: moi To: Fórum Virtual de Pesquisa Psi Sent: Thursday, January 15, 2009 8:14 PMSubject: [PesquisaPSI] Res: Re: MEDIUNIDADE

Angela e Adylson, Grato pela positiva aceitação de meu humilde trabalho. Adylson, diga uma coisa: conseguiu ler "Evolução em dois Mundos"? Se conseguiu, parabéns, pois o livro é terrivelmente indigesto... Quanto à gênese da obra, embora o inusitado do método - Chico escrevia as páginas pares e Waldo as ímpares -, creio que haja explicação para o "fenômeno": a dupla atuava em conjunto havia vários meses e estava bem harmonizada. Além disso, ambos eram dotados de boa cultura geral e Waldo Vieira ainda possuia formação em medicina. Portanto, possuiam a bagagem necessária para a incomum empreitada. Só que o resultado não foi o esperado, pois o livro recebeu severas críticas da própria seara espírita. Grande abraço, Moizés Montalvão.

Prezado Adylson

A respeito das fragilidades científicas de “Evolução em dois mundos”, cito trecho de um artigo, de autoria de Antonio Luiz M. C. Costa, que considero de boa qualidade, disponível em Diálogos - CartaCapital.mht.

Também nesse campo os erros continuaram a se multiplicar toda vez que os médiuns consultaram os espíritos sobre fatos cientificamente verificáveis. Mais uma vez, pode-se tomar um exemplo de Chico Xavier: Evolução em Dois Mundos (1959), supostamente ditada por “André Luiz”, que supostamente foi médico sanitarista no Rio de Janeiro do início do século XX (claramente inspirado na figura de Carlos Chagas, mas sem se comprometer com detalhes). 

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Ao se referir à evolução da “mônada espiritual” através dos corpos materiais, afirma que “caminhou na direção dos ganóides e teleósteos, arquegossauros e labirintodontes para culminar nos grandes lacertinos e nas aves estranhas, descendentes dos pterossáurios, no jurássico superior, chegando à época supracretácea para entrar na classe dos primeiros mamíferos”. 

Nesse caso, não se trata nem de afirmações cientificamente aceitáveis quando foram escritas, mas superadas mais tarde. Mesmo em 1959, não passavam de mal-entendidos típicos de leigos com conhecimento superficial de biologia e evolução. Os dinossauros não são “lacertinos” (lagartos) e mesmo no século XIX, quando a origem das aves ainda era controvertida, sabia-se que elas não descendiam dos pterossauros (seus ancestrais eram dinossauros carnívoros bípedes, da sub-ordem dos terópodes). Os primeiros mamíferos surgiram muito antes da época “supracretácea” (ou seja, o Cenozóico): são quase tão antigos quanto os primeiros dinossauros e isso é sabido desde fins do século XIX. 

Grande abraço,Moizés Montalvão.

Carissímos,         Pitaqueando na fala de vcs...         Então, acredito que tudo que uma pessoa pensa é uma verdade, mesmo que seja só a verdade dela. Acredito também que em se tratando de verdades universais qualquer ser humano tem o direito de acessá-las desde que haja grau de desenvolvimento na compreensão em relação a realidade das coisas.Vejo  ambos escritores expressando suas verdade que não é necessáriamente a minha, mas que atende um número razoável de pessoas.Mas... se o que expressam são verdades universais... ai não sei.O caminho de estudo vejo que ainda é longo.     Que vcs acham??Angela

Prezada Angela,

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A discussão sobre verdades universais, creio, levar-nos-á para reflexões no campo da filosofia, que podem ser muito profícuas. Descartes encontrou uma verdade universal: penso, logo existo. Mesmo assim, muitos pensadores contestam a conclusão cartesiana. O que ocorre em situações como a que citou é que, para os que crêem aquelas verdades são universais. Veja o caso dos que acatam a mediunidade (aqui no sentido de alegado contato efetivo com os espíritos), para esses, todos somos médiuns, o que varia é o grau da mediunidade. Então pergunto, podemos considerar a priori a mediunidade verdade universal, uma vez que todos seríamos dotados dessa habilidade? Perceba que a resposta a tal indagação vai dar panos pra manga...

Detendo-se no objeto de nosso estudo, mostramos que a declaração disponibilizada pelos escritores ao mundo (os livros não foram destinados exclusivamente aos crentes), divulgada como verdade inconteste (universal), ou seja, de que havia vida em Marte, não se sustenta. Aqueles escritores, no afã de dar força à assertiva, apresentavam o testemunho da espiritualidade, a qual seria testemunha inatacável, uma que havia estado no planeta, etc.

Portanto, não se trata de alguém, por exemplo, acreditar piamente que o duende dentuço existe e vive no seu quintal, e guardar para si essa crença. Neste caso, será válido deixar sossegado o sujeito com sua fé. Agora se essa pessoa escreve livros, realiza cruzadas apologizando o duende dentuço, então ele está pondo sua convicção ao crivo de seus pares. Alguns provavelmente vão aceitar e torna-se-ão devotos do duende, mas outros não acatarão a mensagem. Dentre estes haverá quem diga: isso é coisa do demônio, ou, o sujeito é maluco... O que até pode ser verdade, mas se não for acompanhado de estudo que demonstre a validade do argumento demoníaco ou da insanidade, de nada valerá tal discurso.

Falei em outro fórum sobre uma pessoa de meu conhecimento, fervorosa adepta do espiritismo (que, como religião merece todo o respeito, igualmente qualquer outra). Esta moça dizia-me: “não importa o que digam contra o espiritismo, para mim é a religião que dá todas as respostas”. Neste caso, a fiel não estava disposta a examinar questionamentos à sua crença, apenas vivê-la. Por outro lado, se ouvimos coisas como: você vai reencarnar, porque é uma lei universal; os espíritos comunicam; nossa existência é regida pelo carma... Se tais proposições sensibilizam nosso espírito elas exigirão resposta. Então, podemos fazer uma reflexão imediatista e concluir: isso é coisa do demônio, vade retro satanás! Ou buscar averiguar se há algum fundamento em tais concepções. De minha parte, optei por esta alternativa.

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Grande abraço,

Moizés Montalvão.

  -------Mensagem original------- De: Mauricio MendoncaData: 01/18/09 13:03:31Para: [email protected]: [IPCE] Re: Estudo academico sobre Chico Xavier x Humberto de Campos Prezado Montalvao,

Comento apos MM2:

2009/1/14 moi <[email protected]>

MAURÍCIO,

 

Ótimo que decidiu apresentar apreciação mais aprofundada, o que me estimula a tirar a teia dos neurônios, apesar da tendinite que espicaça meus dedos e antebraços. Tentarei dar conta ao desafio que seu escrito significa, e sobreviver às dores. Desta vez em azul.

   

MAURÍCIO FALOU: MM# Bem, pelo menos agora temos uma hipotese melhor definida para nossas analises...Creio que no andar da carruagem irão aparecer outros atributos hiperbolicos, mas por eqto fiquemos com apenas(?) esses: 1) Memoria invejavel (pediamos mesmo dizer rarissima);2) Capacidade de aprendizado relampago (mesmo temas complexos como fisica quimica biologia etc);3) Capacidade de desenvolver atividades intectuais de alto nivel em estado dissossiativo;4) E é claro uma criatividade tambem pra lá de

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incomum (por que não pode ter inconsistencias internas).

 MONTALVÃO RESPONDE: algumas coisas do que escreveu coincidem com meu pensamento, outras não. "Aprendizado relâmpago", não recordo de ter mencionado isso. Falei que Chico apreendia com facilidade o que lia e falei também que o dom, embora incomum, não é único, pois há registros de outros com igual capacidade.

 

MM# Ok... entao troco para "possuidor-de-capacidade-de-aprendizado-fora-do-comum". Pode-se dizer "rarissimo"?

RESPOSTA: pouco comum sim,  rarííííssimo, não. Humberto de Campos é exemplo de indivíduo que aprendeu muito por esforço próprio. Na crônica humberteana, intitulada "Gomes de souza", constante do volume "Carvalhos e Roseiras", encontramos o seguinte trecho:

"Em 1847, com dezoito anos, o seu espírito devassava, como um foco luminoso, os mais longínquos horizontes da mecânica, da astronomia, das matemáticas em geral, e com tal segurança que, sem abandonar a Escola de Medicina, onde tinha o primeiro lugar em todo o corpo discente, requeria, desassombrado, exame para todas as matérias do curso de engenharia".

Exemplos, dentre muitos outros,  de que talentos singulares eclodem com certa constância.

#MM2: Pois é casos muito raros...

 

 Eu não diria que Chico Xavier dominasse "temas complexos", quais a física, química e biologia. MM# Livros como "Mecanismos da Mediunidade" e "Evolução em dois mundos" atestam isso. Pode-se dizer "possuidor-de-capacidade-de-aprendizado-fora-do-comum-temas-variados-como-literatura-fisica-biologia"?

 RESPOSTA: "Mecanismos da mediunidade" ainda não li. "Evolução

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em dois mundos" tentei, sinceramente, tentei. Mas uma produção que diz coisas como:  

"São os centros vitais fulcros energéticos que, sob a direção automática da alma, imprimem às células a especialização extrema, pela qual o homem possui no corpo denso, e detemos todos no corpo espiritual em recursos equivalentes, as células que produzem fosfato e carbonato de cálcio para a construção dos ossos, as que se distendem para a recobertura dos intestinos, as que desempenham complexas funções químicas no figado..." "Temos particularmente no centro coronário o ponto de interação entre as forças determinantes do espírito e as forças fisiopsicossomáticas organizadas.", "...o psicossoma é ainda corpo de duração variável, segundo o equilíbrio emotivo e o avanço cultural daqueles que o governam, além do carro fisiológico, apresentando algumas transformações fundamentais, depois da morte carnal, principalmente no centro gástrico." "Chega, assim, o momento em que se imobiliza na cadaverização, mumificando-se à feição da crisálida, mas envolvendo-se no imo do ser com os fios dos próprios pensamentos, conservando-se nesse casulo de forças mentais, tecido com as suas próprias idéias reflexas dominantes ou secreções de sua própria mente, durante um período que pode varias entre minutos, horas, dias, meses ou decênios."  

Tal obra, certamente, não foi escrita para ser lida, a não ser por quem queira, logo após a leitura, internar-se para tratamento de estafa mental. Em "Evolução em dois mundos" Chico certamente esteve debaixo da influência de Waldo Vieira, que era médico e conhecia a fisiologia do corpo humano, e apreciava o linguajar rebuscado e ininteligivel que caracteriza a obra. Waldo continuou com seu estilo hermético e o ampliou a níveis estratosféricos. Quem quiser comprovar, basta ler suas publicações sob a égide da atual fé que cultiva: a projeciologia. 

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Ainda sobre a "Evolução em dois mundos" dispomos  de comentário que vale conhecer. (Destaques de nossa autoria)

MM2: E como seria essa influencia "criptomnetica" (segundo o Vitor)? Uma especie de rede psiquica inconsciente? Ou pura vigarice? 

 ...Também nesse campo os erros continuaram a se multiplicar toda vez que os médiuns consultaram os espíritos sobre fatos cientificamente verificáveis. Mais uma vez, pode-se tomar um exemplo de Chico Xavier: Evolução em Dois Mundos (1959), supostamente ditada por "André Luiz", que supostamente foi médico sanitarista no Rio de Janeiro do início do século XX (claramente inspirado na figura de Carlos Chagas, mas sem se comprometer com detalhes). Ao se referir à evolução da "mônada espiritual" através dos corpos materiais, afirma que "caminhou na direção dos ganóides e teleósteos, arquegossauros e labirintodontes para culminar nos grandes lacertinos e nas aves estranhas, descendentes dos pterossáurios, no jurássico superior, chegando à época supracretácea para entrar na classe dos primeiros mamíferos". 

Nesse caso, não se trata nem de afirmações cientificamente aceitáveis quando foram escritas, mas superadas mais tarde. Mesmo em 1959, não passavam de mal-entendidos típicos de leigos com conhecimento superficial de biologia e evolução. Os dinossauros não são "lacertinos" (lagartos) e mesmo no século XIX, quando a origem das aves ainda era controvertida, sabia-se que elas não descendiam dos pterossauros (seus ancestrais eram dinossauros carnívoros bípedes, da sub-ordem dos terópodes). Os primeiros mamíferos surgiram muito antes da época "supracretácea" (ou seja, o Cenozóico): são quase tão antigos quanto os primeiros dinossauros e isso é sabido desde fins do século XIX. (Antonio Luiz M. C. Costa, in "Errar é científico, insistir no erro é esotérico")

MM2: Voce esta sugerindo que o livro inteiro é um amontoado de frases aleatorias (como disse o Vitor)? A rigor não se esta discutindo se o livro esta isento de erros ou não, e sim se FCX tinha condição de produzi-lo dado o seu presumivel desconhecimento dessa disciplina.

 

 

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O certo é que o forte do médium era a arte poética e a literatura. Suas incursões no campo científico são oriundas da memorização de informações obtidas em livros de ciências, muitas delas claramente equivocadas, como podemos conferir nas informações sobre Marte. Em assuntos filosóficos o médium esteve abaixo da média, quase nada escrevendo dentro desse importante segmento do saber.  

Não tenho notícias de que demonstrasse familiaridade  nessas áreas. MM# Lhas dei.

RESPOSTA: demonstradas insuficientes.

MM2: Mas voce nem leu um dos livros... e ja tem o veredito final? Voce é meu amigo, ou é amigo da onça?  :-)

 

Entretanto, a expressão "temas complexos" é um tanto dúbia, qualquer matéria é complexa para quem não tenha traquejo. A gramática para alguns matemáticos pode significar desafio intelectual insuperável; a poesia para certos físicos será  algo impossível de se realizar. Da mesma forma, a química poderia para um escritor equivaler a desafio intelectual imenso. Porém, existem aqueles que, afortunadamente, excursionam com tranqüilidade em áreas diversas daquelas em que apresentam maior desempenho intelectual. 

MM# Pelo visto, é o caso.

 

RESPOSTA: Não, não é o caso. Conforme vimos, Chico incursionava muito bem na poética e na literatura, noutros campos demonstrava-se dentro da capacidade média, como a  de qualquer leitor curioso. Em assuntos científicos, defendia postulações, muitas delas,  suspeitas,  não amparadas por  boas fontes de divulgação da ciência.

 MM2: A minha conclusão difere da sua. Pelo menos os dois livros demonstram satisfatoriamente essa diversidade... Não estou falando de obra isento de erros... e sim de capacidade de autoria... voce confunde os dois conceitos. 

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 A capacidade criativa de Chico Xavier era mesmo incomum. Poucos conseguiriam reproduzir a gama de estilos conforme o médium realizou. Por isso era considerado o "grande médium". Mas, mesmo assim, temos notícias de alguns que estiveram perto de realizações semelhantes. Um deles foi o sobrinho de Chico que, um dia, resolver atribuir a produção mediúnica à sua própria capacidade intelectual e criativa.MM# Não tenho maiores informacoes sobre o tal sobrinho, mas se o caso for similar ao outro citado... fica respondido.

 

RESPOSTA: não tenho informação sobre qual foi o "outro citado"; que eu saiba, Chico teve apenas um sobrinho com pendores mediúnicos, Amauri Xavier Pena.

MM2: O outro medium citado foi Wlado Vieira. 

______________________

 

Outro exemplo é o de Waldo Vieira, durante certo tempo parceiro de Chico Xavier e que depois abandonou a faina mediúnica para se dedicar a outra atividade, por ele considerada mais promissora: a projeciologia. Temos, pois, já dois bons exemplos de que aptidões como as de Chico, reconhecidamente incomuns, são registradas  em outras personalidades. 

 

MM# Montalvao, que logica maluca é essa? Voce acha que esta "provado" que Waldo Vieira não é medium? e consequentemente Chico tambem não é? é isso.

Waldo Vieira é um otimo Medium... A proposito, ainda pretendo cita-lo, como argumento contrario da sua tese do Medium-criativo-dissossiado-supermemoria-aprendizado-raro-eximio-falsificador-etc....

 

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RESPOSTA: Maurício, que conclusão doidivanas é essa? Donde arretirou de meu texto o que disse que eu disse? De meu conhecimento, Waldo Vieira não ab-rogou sua mediunidade, apenas a deixou de lado para se dedicar a outra tarefa, por ele tida por mais gratificante. Foi o que afirmei, ou tentei. Citei Waldo como exemplo de pessoa igualmente talentosa a  Chico Xavier.

MM2: Continua imerso em logica furada, meu caro. Da mesma forma se poderia afirmar que FCX é tao bom "instrumento" mediunico quando Vieira...Ou seja, se A=C e B=C entao A=B ... Por outra, o argumento é neutro. Não cabe na presente argumentacao. 

 

 MAURÍCIO FALOU: Na sua opinião, Chico Xavier seria limitado intelectualmente (baixa capacidade) para não concluir que se tornando um especialista na obra de Humberto de Campos - ele poderia produzir uma obra apenas imitando Campos inconscientemente (pastiche)? Voce acha que ele desconhecia tal possibilildidade teorica?

  

MONTALVÃO RESPONDE: a questão em pauta não é esta. Se Chico Xavier sabia ou não dessa possibilidade, isso não tem maior relevância nos contexto da atual discussão. Provavelmente sabia, é o que penso.  

MM# Entao vamos ter que introduzir na qualificacao do medium o termo "vigarista"... Ele estudava toda (ou quase toda) obra do morto para poder "ressussita-lo" ... ainda mais, que para imitar a "assinatura" dos falecidos ele teria que treinar, a nao ser que atribuirmios outro dom: Memoria-fotografica.

 

RESPOSTA: Ih, embaralhou tudo! Primeiramente, preciso acrescentar adendo à resposta anterior. Não vejo "possibilidade teórica" nesse contexto. Sim evidência clara e cristalina:  tanto Chico sabia,  como qualquer um de nós deve saber, que se alguém estudar longamente a obra de um autor irá entender muito bem sobre ela.

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Isso, de modo algum, significa "limitação intelectual", limitação seria não se perceber tal realidade. E,  acrescento: se o pesquisador possuir pendores literários, mais do que se tornar bom conhecedor do trabalho,  poderá escrever "à maneira de", simulando o trabalho do outro. Isso tanto pode ser feito conscientemente, quanto sem a clara percepção do procedimento, o que ocorre nos casos de dissociação. Para demonstrar o que argumentei, não fiquei só nas apreciações especulativas, ilustrei minha opinião com duas crônicas inéditas, vertidas ao estilo de Humberto e ao de Chico. Caso queira, posso trazer outras, e vou mais adiante: deixo o tema a ser trabalhado por sua conta. Escolha na obra de Humberto de Campos o que quiser e peça crônica naquele molde; ou, se preferir, faça o mesmo com Chico Xavier. Em 24 horas, apresentarei dissertação novinha, conforme a encomenda. E note, quem está lhe propondo isso não é nenhum talento indiscutível nas letras, quando muito um escrevinhadorzinho.

MM2: É Dificil me fazer entender....O que estou querendo dizer é que alguem que faça isso não pode alegar ser honesto, a não ser que seja de fato um vigarista. Me torno um perito na vida e obra de determinado autor, sei da possibilidade de isso produzir uma obra de falsa autoria e continuo a farsa. E isso complica mais um pouco quando se trata de uma obra mais tecnica, como a não lida por voce. 

 

 

O caso é que Chico queria que fosse da forma como apregoava, ou seja, efetivos contatos mediúnicos. Para ele, e para os médiuns em geral,  tal  asseveração e a aceitação por parte de um grupo, constitui a validação de uma crença que agasalham com muito carinho. MM# Essa é apenas a sua opiniao (apesar de louvavel).....

Mas, então você me pergunta: não poderiam ser realmente comunicações espirituais? Certo, poderiam. MM# Aleluia! ..... se não fosse da boca pra fora.... :-(

Ocorre que, boa parte das crônicas mediúnicas são declarações de autenticidade provindas, supostamente, do próprio morto. E para autenticar as comunicações, com freqüência, são obrigados a desdizerem o que disseram em vida; defenderem uma fé que jamais confessaram  e quando instados, direta ou indiretamente,

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MM# Obvio...a falarem das coisas do outro lado tergiversam.MM# Nem todos...

 Só aqui já temos elementos sobejos para levantar o véu da dúvida. E por conta das diversas dúvidas é que surgem as objeções. MM# Por conta disso nao deveria surgir....

RESPOSTA: as objeções surgem, sim, motivadas pelas dúvidas. Se aceitamos, sem questionamentos, um assunto, não teremos motivos para contestar as alegações apresentadas.

MM2: Estou falando de algumas duvidas aqui colocadas... por ex: apontar a "contradicao" de um espirito se tornar espirita em um curto periodo de tempo... 

 

Por isso quando me convida a, num supremo esforço, tomar a teoria mediúnica por factível, sinto-me deveras triste por não poder fazê-lo com a mesma facilidade com que alguns o conseguem. 

MM# É isso que desistimula, a dar determinada explicacoes....Espero sinceramente que um dia consiga furar esse bloqueio. Alô Everton, não estou dizendo pra ele se tornar espirita, ok?

RESPOSTA: não se reprima em dar explicações, caro amigo. Eu disse "não consigo aceitar certas declarações com a mesma facilidade que outrem", mas, diante de argumentos firmes, não vejo porquê manteria postura rejeitativa. Por isso, continue em sua nobre faina.

 

 

Sinto-me constrangido a expor o caminhão de questões que se interpõe entre a rejeição e a aceitação até chegar a um parecer que me seja satisfatório.  MM# Entendo a sua dificuldade.... mas analise se isso de

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alguma forma não prejudica o seu entendimento, as suas analises e as suas conclusoes...Eu vejo muito isso  em parte de seus  textos.

 RESPOSTA: Pode ser que esteja certo. E sinta-se livre para mostrar as partes de meus escritos que estejam respaldadas em reflexões pobres ou insustentáveis. Se for o caso, comprometo-me a rever tais ponderações.   

MM# Nada disso! É mais ou menos assim: Montalvao pensando: "Se realmente existir mediunidade/sobrevicencia/reencarnacao como reagiria um espirito cetico recem desencarnado perante essa realidade?" --- Voce poderia continuar o raciocinio.

 

RESPOSTA: Boa. Sugestão anotada. O problema é que para imaginar o que um cético imaginaria, seria preciso saber claramente que tipo de realidade ele encontraria do outro lado. De qualquer forma, vou esforçar-me nesse exercício.

 

 

MM# Ok... Vamos lá. Tomemos como exemplo o caso de Humberto de Campos (HC) e Aceitemos como hipoteses de trabalho as principais hipoteses espiritas (Mediunidade/Reencarnacao/Sobrevivencia)... ok?

RESPOSTA: hum, humm...

 

1) HC na ultima encarncacao era muito erudito... e é certo que conhecesse conceitos como mediunidade(pois escreveu contra), reencarnacao e sobrevivencia da lama;

RESPOSTA: hum, humm...

 

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2) Mesmo que não conhecesse abssolutamente nada disso, poderia facilemente ja as te-las conhecida em vidas pregressas (por isso, a reencarnacao)

 

RESPOSTA: aqui temos um ponto a considerar (informo que ainda estou dentro da hipótese de trabalho que sugeriu): observe que está recorrendo a suposição de vidas pregressas mais rapidamente que o recomendável. Permita-me reescrever sua declaração, dando-lhe outro direcionamento:

"Mesmo que não conhecesse abssolutamente nada disso, poderia facilemente vir a conhecê-las por meio de pesquisas e leituras (por isso, sem necessidade de recorrer à hipótese de trabalho).

A concepção reencarnacionista, se aplicada nesse momento, não só seria desnecessária, como demonstraria haver anseio por utilizá-la como explicação para algum ponto de dúvida, mesmo que houvesse outros modos explicativos dentro das possibilidades humanas. O normal é que quando surge diante de nós um tema sobre o qual não dispomos de informações busquemos suprir essa deficiência com o material de pesquisa existente, o que dispensa a reencarnação.

MM2: Alguns espiritos poderiam recordar mais facilmente de suas vidas pregressas --- uma vez lembrado, algumas informações poderiam advir daí... mas concordo, que poderia ter outras fontes e as citei. Por exemplo, ser convidado a participar de uma operacao de reencarnacao... 

 

3) Provavelmentente teve contato com amigos no outro mundo, que lhe esclareceram a sua nova situacao...

 

RESPOSTA: dentro da hipótese de trabalho, sim.

MM2: Otimo... é disso que estamos tratanto. Continuemos no foco.

 

Entretanto, e se o espírito destacado para "esclarecer" ao escritor fosse um dedicado católico? Ou um fiel protestante? Ou um fervoroso muçulmano? Ou um meditativo budista? Como ficaria a cabeça de nosso herói? Neste caso, precisaríamos saber o que ocorre com os

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adeptos das diversas confissões religiosas, antes de formularmos postulações sobre a doutrinação do falecido.

MM2: Ainda dentro da hipotese de trabalho, poderiamos concluir que esse espirito não seria convidado a fazer um trabalho desse tipo com FCX. E portanto, sua duvida não existiria com relacao a H Campos...pois o trabalho não existiria.

 

 

4) Teve acesso com certeza a informações sobre todos esses processos...os quais concordou, alguns por motivos obvios (sobrevivencia/mediunidade)... outras (a reencarnacao) por ter presenciado algum caso ao vivo (ao morto?), ou ja ter o conhecimento de vidas passadas, ou por acreditar em quem estava lhe passando as informacoes... etc...

 

RESPOSTA: dentro da hipótese de trabalho, sim.Acontece que o que foi dito acima, aplica-se aqui. Quanto a sobrevivência, tudo bem....

MM2: Então.... tem coerencia interna. Otimo. Fim.

 

, e se ele se viu vivo e acordado lá, acredito que nem precisava quem lhe dissesse isso, seria um processo automático. Já com a mediunidade não seria  tão óbvio, imaginemos Humberto indagando ao seu orientador: "Será que consigo falar com alguém lá na Terra?".  Este seria, digamos, um evangélico muito dedicado, que responderia: "Tá louco? Mesmo porque isso está proibido por Deus, desde o Velho Testamento, conforme está escrito: não se achará dentre vós quem consulte os mortos".

Então, Campos perguntaria: "Será que vai levar muito tempo para eu reencarnar?". Responderá o outro: "Reencarnar? Cê tá doido? Na Bíblia diz: aos homens está destinado morrer uma vez, vindo depois o juízo".

Vê-se, pois, que para aplicar nossa hipótese de trabalho, teríamos de responder sobre o que sucede por lá aos demais pensamentos que não a agasalham.

MM2: Simples....Nao escrevem livros espiritas... ou não escrevem livro nenhum já "que é proibido".

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 Qto a reencarnar ou não, pode não ser uma opção...ou seja, pode ser que seja um fenomeno natural comum a todos. Ex: nao adianta eu não acreditar que nao irei morrer... nenhuma religiao é capaz de mudar isso,,,

 

 

Então, debatendo dentro desse paradgima não ha como argumentar que haja incoerencia interna..portanto não justifica a critica.

RESPOSTA: Você está certo, infelizmente o paradigma não responde a todas as questões que surgem quando consideramos as diversas possibilidades de formatação da esfera além-túmulo.

MM2: Responde a muitas.... as mais importantes... Mais alguma?

 

 

E alem disso:

EVERTON: Não concordo que seria "absolutamente normal" tornar-se reencarnacionista depois da morte. Muitos "espíritos" em sessões mediúnicas ocorridas em outros países, como Estados Unidos, eram contrários à reencarnação.

MM$$ Ninguem disse aqui que é abssolutamente normal TODOS os espiritos se tornarem reencarnacionistas.Eu diria que alguns se tornarão reencarnacionista (A) outros talvez não (B). Quais voce acha que dariam "comunicação" por um medium espirita A ou B? Não sei se voce ja teve contato com "reunioes mediunicas" espiritas ATUAIS, mas se teve, relembre que muitos espirItos que lá aportam, nem sequer conhecem a palavra reencarnacao, quanto mais o conceito.

RESPOSTA: correto, mas se quisermos ter certeza de que "os que lá aportam" são espíritos de verdade, precisamos levar em conta as demais suposições, principalmente as contrárias, cotejá-las e conferir qual a que possui mais consistência.

MM2: Ok.

 

Ainda, considerando o que disse − que só dariam comunicação

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espíritos reencarnacionistas −,

MM2: Eu nao disse isso. Disse "comunicaçao para espirita".... 

 

temos dois problemas:

1.     O que dizer dos espíritos não-reencarnacionistas, que no espiritualismo dão comunicação? Eles quando falam da reencarnação é para condená-la, entretanto, comunicam...

MM2: Geralmente nao condenam... deconhecem.

 

2.     Parece que você está confundindo pensamento reencarnacionista com pensamento mediúnico. A rigor, deveria comunicar o espírito que aceitasse a comunicação, neste ponto a reencarnação fica à parte.

MM2: Sendo mais especifico, o que estou dizendo é que para uma obra espirita, somente são 'escalados' espiritos reencarnacionistas... fui claro agora?

 

3.     Se só comunicassem os espíritos que admitissem a reencarnação, então poderíamos concluir que, igualmente, só reencarnariam os que nela acreditassem... Seria assim mesmo?  Parece-me que o processo é mais confuso do  que parece à primeira vista.

 

MM2: Caro irmao confuso, espero que com os esclarecimentos dados acima, possa ter clareado essa sua duvida... mantenha o foco, nas hipoteses de trabalho e vera que não é assim tao dificil. 

 Minha queixa, dentro do espírito dialético, é que algumas ponderações que apresento são ignoradas pelos meus diletos contestadores. Veja um exemplo: apresentei duas crônicas, com o fito de demonstrar que, com algum treino, é possível escrever tanto ao estilo de Humberto de Campos, quanto ao do próprio Chico Xavier. No entanto, minha alegação, calcada no material exposto, não foi sequer registrada pelos interlocutores. Deveria, sim, ter sido analisada e emitido um parecer, seja pela validade, seja pela outra posição. 

 

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MM# Algumas coisas são por falta de tempo... outras devido a imperfeicoes desse espirito que vos escreve....Mas se ao inves de "concluir" primeiramente "perguntasse" ... eu seria mais "espiritualizado" e responderia sem maiores arrodeios...  :-)

  RESPOSTA: pois bem, tentarei seguir sua sugestão. Por favor, informe, considerando o paradigma mediúnico-reencarnacionista:

1.     quando alguém desencarna para onde vai? Para algum lugar específico, um planeta, ou o quê?

2.     há diferença de destino entre, digamos, nacionalidades diferentes?

3.     se houver, haveria também entre raças diferentes?

4.     se houver, como é que se resolve essas questões?

5.     e a forma da morte, acarreta destinações diversas? Por exemplo, tem o mesmo destino quem morre por causas naturais e quem morre por acidente?

6.     o que acontece com os adeptos de credos religiosos, notadamente aqueles que não admitem, nem por hipótese, a mediunidade e a reencarnação?

7.     e aqueles que admitem a mediunidade, mas não a reencarnação?

 

Mm2: respondo no proximo post....

________________

Prezado Maurício,  pequenitas respostitas:  MM2: Voce esta sugerindo que o livro inteiro é um amontoado de frases aleatorias (como disse o Vitor)? A rigor não se esta discutindo se o livro

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esta isento de erros ou não, e sim se FCX tinha condição de produzi-lo dado o seu presumivel desconhecimento dessa disciplina.  RESPOSTA: não creio que o Vitor tenha falado o que você fala que ele falou; não que eu duvide de suas palavras, ou de sua verdadicidade; o problemas são as interpretações... Mas, supondo que o Vitor tenha proferido tal declaratório, devo dizer que, de minha parte,  não estou  a sugerir que o livro seja amontoado de frases. Se reler meus  comentários sobre Chico Xavier verá que sempre reconheci  o elevado nível cultural do médium. Não obstante, o livro ser - para mim - ilegível, do pouco que li posso dizer que os autores se esforçaram muito para produzir tão complexa e nebulosa obra. Chico Xavier tinha condição de escrever sobre temas científicos, porque o conhecimento contido na publicação estava disponível a quem se aventurasse pesquisar o assunto.  "Evolução em Dois Mundos" não traz qualquer informe que ultrapassasse o conhecimento da época. Além disso, em alguns tópicos do estudo, Chico Xavier, ou Waldo Vieira, ou ambos, pesquisaram em fontes de segunda categoria, pois assumiram erros que o conhecimento científico daqueles dias já havia corrigido, conforme o texto ilustrativo que enviei. Trabalho equivocado semelhante efetuou Kardec ao asseverar que durante o sono a alma passeia pelos verdejantes campos celestiais (ou outro destino que lhe apeteça). Apesar do codificador garantir que realizara experimentos, antes de assumir os postulados espiritistas, certamente neste ponto não houve qualquer ensaio. O erro maior é que até na atualidade essa falsa suposição é mantida. Alguns procuram comprovar que de fato a alma se desgruda do corpo durante o sono, inclusive no sono hipnótico. Deve se recordar de Hermínio Miranda e Luciano dos Anjos teatralizando essa suposta saída da alma. Na narração do episódio, no livro Eu Sou Camille Desmoulins, nota-se claramente que os envolvidos assumem a errônea interpretação e simulam (talvez inadvertidamente) que a alma de Luciano estivesse flutuando sobre seu corpo hipnotizado...  MM2: Mas voce nem leu um dos livros... e ja tem o veredito final? Voce é meu amigo, ou é amigo da onça?  :-) RESPOSTA: amigo, veredito final e definitivo só tenho para a minha morte, que é certa e,  segundo certa propositura neste fórum, deverá ocorrer brevemente. Agora, falando em ler o livro, diga-me cá, e você,  o leu? Se o fez estaria pronto a esclarecer-me algumas dúvidas, advindas do

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pouco que examinei na obra em referência? Comece, por exemplo, explicando o que Chico quis dizer com a seguinte declaração: 

"...o psicossoma é ainda corpo de duração variável, segundo o equilíbrio emotivo e o avanço cultural daqueles que o governam, além do carro fisiológico, apresentando algumas transformações fundamentais, depois da morte carnal, principalmente no centro gástrico."

  Depois, se for o caso, enviarei outras. Grande abraço. Moizés Montalvão.

_____________________

Montalvao,

Tentarei responder da melhor maneira possivel. O fato de estabelecermos o paradigma facilita uma enormidade, mas lembro que caso queira tambem posso responder considerando outros paradigmas.

Espero que o colega tenha lido o texto que indiquei sobre "espiritismo e ciencia" compilado por mim... assim facilitaria a compreensao... vamos lá.

Para ser bem objetivo, vou introduzir um novo conceito na relação do programa de pesquisa Lakatosiano, ficaria assim o hardcore:

- Sobrevivencia da alma (consciencia) apos o fenomeno da morte;- A comunicabilidade entre os dois estados (encarnado e desencarnado)- A reencarnação dessa alma- A evolução dos seres ( corpo e alma )

RESPOSTA: pois bem, tentarei seguir sua sugestão. Por favor, informe, considerando o paradigma mediúnico-reencarnacionista:

1.     quando alguém desencarna para onde vai? Para algum lugar específico, um planeta, ou o quê?

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R# O maximo que se pode deduzir com certeza a partir do hardcore é: Um local (ou varios) não percepitivel pelos sentidos habituais de quem está encarnado. 

2.     há diferença de destino entre, digamos, nacionalidades diferentes?

R# Considerando a evoluçao e a diversidadades dos seres, supoe-se destinos diferentes.

3.     se houver, haveria também entre raças diferentes?

R# Não vejo como deduzir isso a partir do hardcore.

4.     se houver, como é que se resolve essas questões?

R# idem.

5.     e a forma da morte, acarreta destinações diversas? Por exemplo, tem o mesmo destino quem morre por causas naturais e quem morre por acidente?

R# Idem.

6.     o que acontece com os adeptos de credos religiosos, notadamente aqueles que não admitem, nem por hipótese, a mediunidade e a reencarnação?

R# De acordo com o hardcore, todos nascem, crescem, morrem, sobrevivem e reencarnam...EVOLUEM. Ha quem diga que os primeiros cristão acreditavam que não morreriam, pois seriam arrebatados por Cristo ainda em vida (pois que voltaria em breve)... Morreram todos. Os evangelicos não acreditam em mediunidade, mas não questionam o encontro de Jesus, Moises e Elias... A crença nada influi em fenomenos naturais.

7.     e aqueles que admitem a mediunidade, mas não a reencarnação?

R# Todos podem se agarrar as suas crenças pelo tempo que quiser... ainda hoje se tem gente que crer que a terra é chata... isso nao muda o fato. Assim como quem não crer na Mediunidade (mesmo depois de morto) pode evitar a comunicacao com o mundo dos encarnados... os descrentes na reencarnacao podem em tese retardar a sua reencarnaçao, mas de acordo com o paradigma presente não pode evita-la indefinidamente.

Espero ter sido util,

Abraços Fraternos

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Mauricio Mendonça

Prezado Maurício

Gostei de quase tudo, mas, infelizmente, continuo tão ou mais confuso quanto antes. Vamos ver se conversando um pouco mais as dúvidas se esfarelam.

MAURÍCIO FALOU: Espero que o colega tenha lido o texto que indiquei sobre "espiritismo e ciencia" compilado por mim... assim facilitaria a compreensao... vamos lá.

RESPOSTA: ainda não li, mas pretendo fazê-lo em breve.

MAURÍCIO FALOU: Para ser bem objetivo, vou introduzir um novo conceito na relação do programa de pesquisa Lakatosiano, ficaria assim o hardcore:

- Sobrevivencia da alma (consciencia) apos o fenomeno da morte;- A comunicabilidade entre os dois estados (encarnado e desencarnado)- A reencarnação dessa alma- A evolução dos seres ( corpo e alma )

DÚVIDA: como seria essa “relação do programa lakatosiano”? E qual foi o novo conceito introduzido? E de que modo se chega a esse “hardcore”? Talvez sua apostila explique, mas, enquanto não a leio, se puder dar uma ajudinha...

1.     quando alguém desencarna para onde vai? Para algum lugar específico, um planeta, ou o quê?

R# O maximo que se pode deduzir com certeza a partir do hardcore é: Um local (ou varios) não percepitivel pelos sentidos habituais de quem está encarnado. 

DÚVIDA: (aliás duvidona) dizer que “as almas dos mortos vão para um lugar não percebido pelos sentidos” nada clareia a dúvida. Em linhas gerais, é o que diz qualquer proposta religiosa, com a vantagem de que geralmente se acrescenta explicação adicional. O espiritismo, por exemplo, fala da erraticidade que, apesar de não referir-se a endereço específico,

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como seria o céu cristão, pelo menos diz que os espíritos estariam vagando pelo espaço próximo ao mundo de onde desencarnaram.

Depois, veio Chico Xavier e coloriu com tintas multicores a proposição kardecista. A mãe do médium afirmou que vivia numa “esfera”. Mas isso foi antes de Chico lucubrar “Nosso Lar”. A partir de então, os espíritos passaram a ter pouso espiritual: cidades flutuantes, onde quase tudo seria gozo e felicidade. Aliás, ainda não vi quem analisasse as duas propostas, a de Kardec e de Chico Xavier, e buscasse harmonizá-las. São discursos bastante diferentes e ambos estão em vigor. Mais uma dúvida... (existe uma miúda tentativa de harmonização, no livro “Cidade Celestial”, ou coisa parecida, de Heigorina Cunha).

Desse modo, caro amigo, a resposta não valeu...

2.     há diferença de destino entre, digamos, nacionalidades diferentes?

R# Considerando a evoluçao e a diversidadades dos seres, supoe-se destinos diferentes.

DÚVIDA: isso eu também supunha. O que desejo saber, já englobando as questões 3, 4 e 5, é o que se pode dizer a respeito dessa questão. Caso não tenha nada mais a dizer, devo dizer que a dúvida permanece tão duvidante quanto no início, ou mais...

6.     o que acontece com os adeptos de credos religiosos, notadamente aqueles que não admitem, nem por hipótese, a mediunidade e a reencarnação?

R# De acordo com o hardcore, todos nascem, crescem, morrem, sobrevivem e reencarnam...EVOLUEM. Ha quem diga que os primeiros cristão acreditavam que não morreriam, pois seriam arrebatados por Cristo ainda em vida (pois que voltaria em breve)... Morreram todos. Os evangelicos não acreditam em mediunidade, mas não questionam o encontro de Jesus, Moises e Elias... A crença nada influi em fenomenos naturais.

DUVIDA E COMENTÁRIO: Acontece que o hardcore exclui segmentos importantes, e sem dizer porque o faz. Desse modo, a dúvida continua. Se o hardcore, que estamos vendo ser limitado, não consegue responder o que

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acontece com os prosélitos de outros credos, ao menos deveria ter um bom motivo para excluí-los. Porém, nem isso sua resposta explica.

A crença dos primeiros cristãos de que Jesus voltaria breve era quase certeza disseminada. E isso é compreensível. O mestre não marcou a data de sua vinda, apenas disse que voltaria. Lembra-se do discurso de Jesus, pouco antes de sua crucificação?

Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar.E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.E para onde eu vou vós conheceis o caminho. (João 14:1-4)

Pois então, a garantia dada por Cristo soava como algo a suceder breve, daí a suposição de que antes de morrerem, Jesus os arrebataria. Este trecho, que Kardec erroneamente interpretou como base da crença na pluralidade dos mundos habitados, mostra que a promessa seria reunir os discípulos juntos ao Mestre, na Casa do Pai.

O encontro de Moisés e Elias com Jesus, no episódio conhecido como a transfiguração, narrado em Mateus, cap. 17, e que Kardec equivocadamente interpretou como uma sessão espírita, possui sentido bem diverso que o pensado pelo codificador. Moisés simbolizava a Lei, Elias as profecias. A aparição dessas figuras diante de Cristo, mostrava que a Lei e os Profetas lhe estavam submissos, uma vez que o salvador estava num plano superior a eles. Se fosse sessão mediúnica, Elias não poderia ter aparecido, visto que na ocasião, conforme defende a interpretação espírita, reencarnara como João Batista e seria este a se revelar.

Realmente, a crença, na maioria dos casos, nada influi nos fenômenos, mas você disse “naturais” mesmo, ou quis dizer “sobrenaturais”?

7.     e aqueles que admitem a mediunidade, mas não a reencarnação?

R# Todos podem se agarrar as suas crenças pelo tempo que quiser... ainda hoje se tem gente que crer que a terra é chata... isso nao muda o fato. Assim como quem não crer na Mediunidade (mesmo depois de morto) pode evitar a comunicacao com o mundo dos encarnados... os descrentes na reencarnacao podem em tese retardar a sua

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reencarnaçao, mas de acordo com o paradigma presente não pode evita-la indefinidamente.

DÚVIDA: porém temos aí um problema: os que crêem na mediunidade mas não na reencarnação, quando recebem comunicados espirituais sobre o tema, estes são no sentido de rechaçar a possibilidade das almas voltarem à vida. Desse modo, eles poderiam dizer dos reencarnacionistas o mesmo que foi dito, ou seja “todos podem se agarrar as suas crenças pelo tempo que quiser...”. E mesmo esta frase estaria incorreta. Supondo que a reencarnação fosse realidade, ninguém poderia descrer dela o tempo que quisesse, ou a doutrina admite a reencarnação compulsória e inconsciente?

Quanto as crenças e descrenças terrenas, o problema é mais simples de ser solucionado. Para quem acredita que a Terra seja chata, basta levá-lo numa viagem espacial, para que veja e comprove que não é...

Espero ter sido util,

RESPOSTA: não foi desta vez, mas a esperança permanece.

Montalvao, seria importante que lesse o texto sugerido... pra facilitar o dialogo.... Leia entao antes de rfesponder esse e-mail, ok?

Alguns comentarios pontuais...

2009/1/20 moi <[email protected]> Prezado Maurício  Gostei de quase tudo, mas, infelizmente, continuo tão ou mais confuso quanto antes. Vamos ver se conversando um pouco mais as dúvidas se esfarelam.  

MAURÍCIO FALOU:  Espero que o colega tenha lido o texto que indiquei sobre "espiritismo e ciencia" compilado por mim... assim facilitaria a compreensao... vamos lá.

 RESPOSTA:  Não percebi a recomendação, por isso ainda não li, mas pretendo fazê-lo brevemente.

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 MAURÍCIO FALOU: Para ser bem objetivo, vou introduzir um novo conceito na relação do programa de pesquisa Lakatosiano, ficaria assim o hardcore: - Sobrevivencia da alma (consciencia) apos o fenomeno da morte;- A comunicabilidade entre os dois estados (encarnado e desencarnado)- A reencarnação dessa alma- A evolução dos seres ( corpo e alma )

  DÚVIDA: como seria essa "relação do programa lakatosiano"? E qual foi o novo conceito introduzido? E de que modo se chega a esse "hardcore"? Talvez sua apostila explique, mas, enquanto não a leio, se puder dar uma ajudinha...

MM3: favor ler o texto. O novo coneceito foi a evolução... 

  

1.     quando alguém desencarna para onde vai? Para algum lugar específico, um planeta, ou o quê?

R# O maximo que se pode deduzir com certeza a partir do hardcore é: Um local (ou varios) não percepitivel pelos sentidos habituais de quem está encarnado. 

 DÚVIDA: (aliás duvidona) dizer que "as almas dos mortos vão para um lugar não percebido pelos sentidos" nada clareia  a dúvida. Em linhas gerais, é o que diz qualquer proposta religiosa, com a vantagem de que geralmente se acrescenta explicação adicional.

MM3: É uma pena, que até esse momento ainda não tenha ficado claro que estamos tratando de ciencia e nao de religiao  :-(((Ou voce acha que todas as questoes de fisica estao definitivamente e claramente explicadas?

O espiritismo, por exemplo, fala da erraticidade que, apesar de não referir-se a endereço específico, como seria o céu cristão, pelo menos diz que os espíritos estariam vagando pelo espaço próximo ao mundo de onde desencarnaram.  Desse modo, caro amigo, a resposta não valeu...

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MM3: Respondi de acordo com a proposta. Responder pelo que pode ser deduzido do hardcore. Sinceramente, nao estou disposto a discutir religiao... 

  

2.     há diferença de destino entre, digamos, nacionalidades diferentes?

R# Considerando a evoluçao e a diversidadades dos seres, supoe-se destinos diferentes.

DÚVIDA: isso eu também supunha.

MM3: Salve, salve. 

O que desejo saber, já englobando as questões 3,  4 e 5, é o que se pode dizer a respeito dessa questão. Caso não tenha nada mais a dizer, devo dizer que a dúvida permanece tão duvidante quanto no início, ou mais...

MM3: sinto muito. 

  

6.     o que acontece com os adeptos de credos religiosos, notadamente aqueles que não admitem, nem por hipótese, a mediunidade e a reencarnação?

R# De acordo com o hardcore, todos nascem, crescem, morrem, sobrevivem e reencarnam...EVOLUEM. Ha quem diga que os primeiros cristão acreditavam que não morreriam, pois seriam arrebatados por Cristo ainda em vida (pois que voltaria em breve)... Morreram todos. Os evangelicos não acreditam em mediunidade, mas não questionam o encontro de Jesus, Moises e Elias... A crença nada influi em fenomenos naturais.

DUVIDA E COMENTÁRIO: Acontece que o hardcore exclui segmentos importantes, e sem dizer porque o faz. Desse modo, a dúvida continua. Se o hardcore, que estamos vendo ser limitado, não consegue responder o que acontece com os prosélitos de outros credos, ao menos deveria ter um bom motivo para excluí-los. Porém, nem isso sua resposta explica.

MM3: De novo:

R# De acordo com o hardcore, todos nascem, crescem, morrem, sobrevivem e reencarnam...EVOLUEM. A critica nao procede.

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 A crença dos primeiros cristãos de que Jesus voltaria breve era quase certeza disseminada. E isso é compreensível. O mestre não marcou a data de sua vinda, apenas disse que voltaria. Lembra-se do discurso de Jesus, pouco antes de sua crucificação? 

Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar.E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.E para onde eu vou vós conheceis o caminho. (João 14:1-4)

 

O encontro de Moisés e Elias com Jesus, no episódio conhecido com a transfiguração, narrado em Mateus, cap. 17, e que Kardec equivocadamente interpretou como uma sessão espírita, possui sentido bem diverso que o pensado pelo codificador. Moisés simbolizava a Lei, Elias as profecias. A aparição dessas figuras diante de Cristo, mostrava que a Lei e os Profetas lhe estavam submissos, uma vez que o salvador estava num plano superior a eles.

MM3: Ô Montalvao o pior cego é o que não quer ver.... Jesus estava vivo... os apostulos atestam que estiveran com Moises e Elias falecidos a muitos seculos.... deixa pra lá....

 

Se fosse sessão mediúnica, Elias não poderia ter aparecido, visto que na ocasião, conforme defende a interpretação espírita, reencarnara como João Batista e seria este a se revelar.MM3: Compreensao errada ou incompleta. ... Desde joao até joao ...  

 Realmente,  a crença, na maioria dos casos,  nada influi nos fenômenos, mas você disse "naturais" mesmo, ou quis dizer "sobrenaturais"?

MM3: Se é um fenomeno... é natural - da natureza. 

  

7.     e aqueles que admitem a mediunidade, mas não a reencarnação?

R# Todos podem se agarrar as suas crenças pelo tempo que quiser... ainda hoje se tem gente que crer que a terra é chata... isso nao muda o fato. Assim como quem não crer na Mediunidade (mesmo depois de morto) pode evitar a comunicacao com o mundo dos encarnados... os

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descrentes na reencarnacao podem em tese retardar a sua reencarnaçao, mas de acordo com o paradigma presente não pode evita-la indefinidamente.

 

DÚVIDA: porém temos aí um problema: os que crêem na mediunidade mas não na reencarnação, quando recebem comunicados espirituais sobre o tema,  estes são no sentido de rechaçar a possibilidade das almas voltarem à vida. MM3: e dai? 

Desse modo, eles poderiam dizer dos reencarnacionistas o mesmo que foi dito, ou seja "todos podem se agarrar as suas crenças pelo tempo que quiser...".

MM3: Se voce tivesse em outro paradigma sim. Nao no nosso caso.

 

E mesmo esta frase estaria incorreta.Supondo que a reencarnação fosse realidade, ninguém poderia descrer dela o tempo que quisesse,MM3: Homi, voce não sabe como tem gente teimosa....

 

ou a doutrina admite a reencarnação compulsória e inconsciente?

MM3: É possivel.

 

 Quanto as crenças e descrenças terrenas, o problema é mais simples de ser solucionado. Para quem acredita que a Terra seja chata, basta levá-lo numa viagem espacial, para que veja e comprove que não é...

MM3: Tem quem rejeite até entrar num aviao, meu caro... tem gente que fechas os olhos pra nao ver certas coisas... 

  

Espero ter sido util,

RESPOSTA: não foi desta vez, mas a esperança permanece.

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MM3: De qualquer forma valeu o exercicio, de se manter dentro do paradigma... se saiu até bem... com pequenas escorregadelas... normal. E agora? Posso concluir que é melhor eu voltar a posição de não explicar o que acho obvio? uma vez que nada explico? E nem consigo ser minimamente util?

Abraços FraternosMauricio Mendonça

Olá Maurício, Vou fazer algumas perguntas iniciais, para, nas mensagens posteriores, colocar meu ponto de vista. Penso que a visão mais ordinária sobre uma prospecção de "como seria a Vida Após a Morte" é, além de carente de evidências, contrariada por algumas outras provenientes da pesquisa psíquica. Por suas respostas ao Montalvão, não consegui vislumbrar a que tipo de natureza ou qualidade você atribui a uma "Vida Futura", questão a qual reputo crucial para se desenvolver elucubrações mais detalhistas e decorrentes; então, questiono se esse local "não perceptível pelos sentidos habituais" seria composto de que? Ele seria material? Seria composto de matéria quintessenciada, segundo a visão espírita? Sua teoria respalda a hipótese do perispírito? Objetos inanimados teriam correspondentes ao perispírito, como duplicidades quintenssenciadas? Meu objetivo é debater sobre qual a prospecção de uma Vida Futura que mais se alicerça nas evidências da pesquisa psíquica, da parapsicologia e na filosofia da mente. Abs,André Luís.

Olá Andre,

Faço alguns comentarios apos MM#

2009/1/20 André Luís <[email protected]>Olá Maurício, Vou fazer algumas perguntas iniciais, para, nas mensagens posteriores, colocar meu ponto de vista. Penso que a visão mais ordinária sobre uma prospecção de "como seria a Vida Após a Morte" é, além de carente de evidências,

MM# Concordo plenamente.  contrariada por algumas outras provenientes da pesquisa psíquica.

MM# Daria pra explicar melhor?

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 Por suas respostas ao Montalvão, não consegui vislumbrar a que tipo de natureza ou qualidade você atribui a uma "Vida Futura", questão a qual reputo crucial para se desenvolver elucubrações mais detalhistas e decorrentes; então, questiono se esse local "não perceptível pelos sentidos habituais" ...

MM: As respostas ao Montalvao, são para demonstrar que esses postulados podemos deduzir algumas duvidas... mas não  tudo no universo,, a nao ser que sejam introduzidos outros itens no Hardcore... aí deixa de ser um hardcore e passa a ser um amontoado de hipoteses,,,ou admitir algumas hipoteses auxiliares,

 ...seria composto de que? Ele seria material? Seria composto de matéria quintessenciada, segundo a visão espírita?

MM: Essas duvidas, são exemplos do que nao pode ser deduzido... e como voce bem disse carece de evidencias. 

 Sua teoria respalda a hipótese do perispírito? Objetos inanimados teriam correspondentes ao perispírito, como duplicidades quintenssenciadas?

MM: Essas questoes, sao pertinentes... mas aí ja teriamos hipotese auxiliares (segundo Lakatos)... portanto podem ser refutadas e abandonadas... Nesse sentido eu incluo o perispirito nesse bojo, porque acho necessario um suporte "fisico"(?) para a consciencia (ou alma). Para os objetos inanimados nao vejo essa necessidade.

  Meu objetivo é debater sobre qual a prospecção de uma Vida Futura que mais se alicerça nas evidências da pesquisa psíquica, da parapsicologia e na filosofia da mente.

MM: Por favor, fique a vontade.

Abraços FraternosMauricio Mendonça

  Abs,André Luís. 

Maurício, 

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Respondendo depois de A2..  contrariada por algumas outras provenientes da pesquisa psíquica.

MM# Daria pra explicar melhor? A2: Através de exemplos. A hipótese espírita sobre as visões de mortos e de clarividência transcendente parecem ser construtos psicológicos oriundos da personalidade do percipiente e/ou de algum "emissor" ou lugar, logo, em oposição a interpretação que infere a possibilidade de "duplos etéreos" (e perispírito) ou de uma natureza além-túmulo objetivamente real. ...seria composto de que? Ele seria material? Seria composto de matéria quintessenciada, segundo a visão espírita?

MM: Essas duvidas, são exemplos do que nao pode ser deduzido... e como voce bem disse carece de evidencias.  A2: Sim, mas existe uma interpretação bem mais defensável para uma "Vida Futura", mais científica, mais escorada na psicologia, e que não precisa explicar perguntas como "para onde vamos depois que morremos", porque simplesmente não iremos pra lugar nenhum. Seria uma prospecção miniminista do dualismo a qual presentemente acredito ser o melhor modelo. MM: Essas questoes, sao pertinentes... mas aí ja teriamos hipotese auxiliares (segundo Lakatos)... portanto podem ser refutadas e abandonadas... Nesse sentido eu incluo o perispirito nesse bojo, porque acho necessario um suporte "fisico"(?) para a consciencia (ou alma). Para os objetos inanimados nao vejo essa necessidade. A2: Eu já pensei assim. Mas, convenhamos, por que a necessidade de um suporte físico? Por que a mente deve ser subordinada a matéria? Então você seria, de certo modo, um adepto da teoria da produção, já que um tal "suporte físico" criaria a mente? Qual o fundamento pra você restringir a natureza da vida mental a um subproduto da matéria (mesmo que esta seja algo transcendente, mas que não deixa de ser físico, como uma mesa ou um elétron)? E mais. Alegar um pressuposto físico para a existência da mente também não deixa um teórico sobrevivencialista vulnerável frente a 2ª lei da termodinâmica? Cheguei uma vez a pensar num monismo energético (assim justificando uma base física para a consciência: http://parapsi.blogspot.com/2008/07/para-uma-teoria-etiolgica-de-uma-mente.html), mas hoje reputo ser extremamente desnecessário. Aliás, tirando isso e a complacência que tive ao panpsiquismo, no link acima existe um bom resumo de minha opinião metafísica transcendencialista. Abraços,André Luís.

André,Que bom que vc se manifestou! vou ler seu texto hj a tarde.Entendo as questões que vc levanta... eu mesmo, às vezes, tendo a refletir metafisicamente fazendo certos paralelos, em que o principio vital pode ser traduzido em algo entre as monadas de Leibniz e a vontade de potência de Nietzsche (claro, a última tomada como ontologia). Mas, de fato, o que é matéria?

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Em qual momento a matéria " inerte(?!) " se torna principio vital? O caminho das respostas perpassa entre muitas coisas a diferença de aceleração?As obras do André Luis, as do Luis Sérgio e, claro, a própria codificação dão pistas sobre o processo de forma geral, mas... e sobre os detalhes que vc levanta... acho isso um ótimo debate... vou ler o texto.Eduardo Lima

Montalvao,

Estou me sentindo melhor respondendo a questoes pontuais em cada e-mail... na medida do possivel rogo a manter esse formato.

2009/1/19 moi <[email protected]> Prezado Maurício,  pequenitas respostitas:  MM2: Voce esta sugerindo que o livro inteiro é um amontoado de frases aleatorias (como disse o Vitor)? A rigor não se esta discutindo se o livro esta isento de erros ou não, e sim se FCX tinha condição de produzi-lo dado o seu presumivel desconhecimento dessa disciplina.  RESPOSTA: não creio que o Vitor tenha falado o que você fala que ele falou; não que eu duvide de suas palavras, ou de sua verdadicidade; o problemas são as interpretações... Mas, supondo que o Vitor tenha proferido tal declaratório, devo dizer que, de minha parte,  não estou  a sugerir que o livro seja amontoado de frases. MM3: Nao só disse como ofereceu um exemplo (um pequeno texto), feito pelo computador...

 Se reler meus  comentários sobre Chico Xavier verá que sempre reconheci  o elevado nível cultural do médium. Não obstante, o livro ser - para mim - ilegível, do pouco que li posso dizer que os autores se esforçaram muito para produzir tão complexa e nebulosa obra.MM3: Pois é... como disse: é complexa. Realmente o "autor" (suponhe-se Andre Luiz) teve esse objetivo. 

  Chico Xavier tinha condição de escrever sobre temas científicos, porque o conhecimento contido na publicação estava disponível a quem se aventurasse pesquisar o assunto.  "Evolução em Dois Mundos" não traz

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qualquer informe que ultrapassasse o conhecimento da época. Além disso, em alguns tópicos do estudo, Chico Xavier, ou Waldo Vieira, ou ambos, pesquisaram em fontes de segunda categoria, pois assumiram erros que o conhecimento científico daqueles dias já havia corrigido, conforme o texto ilustrativo que enviei. 

MM3: E nem eu disse o contrario - disse que as obras de FCX não se resumiam a publicacoes literarias --- Agora permita-me irritar um pouco:

COMO PODE VOCE AFIRMAR CATEGORICAMENTE QUE ."Chico Xavier, ou Waldo Vieira, ou ambos, pesquisaram em fontes de segunda categoria"..VOCE TEM PROVAS INQUESTIONAVEIS QUANTO A ISSO????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????? 

 Trabalho equivocado semelhante efetuou Kardec ao asseverar que durante o sono a alma passeia pelos verdejantes campos celestiais (ou outro destino que lhe apeteça). Apesar do codificador garantir que realizara experimentos, antes de assumir os postulados espiritistas, certamente neste ponto não houve qualquer ensaio. O erro maior é que até na atualidade essa falsa suposição é mantida.

MM3: COMO ASSIM FALSA? ???????????????????????????????????????????????????????????????????????

 Alguns procuram comprovar que de fato a alma se desgruda do corpo durante o sono, inclusive no sono hipnótico. Deve se recordar de Hermínio Miranda e Luciano dos Anjos teatralizando essa suposta saída da alma. Na narração do episódio, no livro Eu Sou Camille Desmoulins, nota-se claramente que os envolvidos assumem a errônea interpretação e simulam (talvez inadvertidamente) que a alma de Luciano estivesse flutuando sobre seu corpo hipnotizado...

MM3: COMO ASSIM "SIMULAM"?????????????????????????????????????????????????????????????????????   MM2: Mas voce nem leu um dos livros... e ja tem o veredito final? Voce é meu amigo, ou é amigo da onça?  :-) 

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RESPOSTA: amigo, veredito final e definitivo só tenho para a minha morte, que é certa e,  segundo certa propositura neste fórum, deverá ocorrer brevemente.

MM3: Nao lembro de ter dito "brevemente"... em todo caso garanto: Vais morrer!  :-))) - - Mas voce disse que não leu o livro e ja conclui negativamente sobre o mesmo.... é extranho.

 Agora, falando em ler o livro, diga-me cá, e você,  o leu? MM3: Sim, o li... mas apesar da minha formação em ciencias...entendi muito pouco do mesmo.  

Se o fez estaria pronto a esclarecer-me algumas dúvidas, advindas do pouco que examinei na obra em referência? Comece, por exemplo, explicando o que Chico quis dizer com a seguinte declaração:

MM3: Nao penso que FCX seja o real autor dessa obra... Posso estar errado, mas por eqto essa é minha posicao. Por real autor, não estou dizendo que ele recebeu um FAX com a copia dos textos... estes passaram por sua mente, portanto teve tambem sua parcela de participação, mas não a origem e  teriam aí ,    Comece, por exemplo, explicando o que Chico quis dizer com a seguinte declaração: 

"...o psicossoma é ainda corpo de duração variável, segundo o equilíbrio emotivo e o avanço cultural daqueles que o governam, além do carro fisiológico, apresentando algumas transformações fundamentais, depois da morte carnal, principalmente no centro gástrico."

Resp: Chico não quis dizer nada, pois não foi ele quem disse.(Evidentemente isso tudo no paradigma que estou inserido)

 Depois, se for o caso, enviarei outras.

MM3: Espero perguntas melhor formatadas....

Abraços FraternosMauricio Mendonça

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Maurício

Se reler meus  comentários sobre Chico Xavier verá que sempre reconheci  o elevado nível cultural do médium. Não obstante, o livro ser - para mim - ilegível, do pouco que li posso dizer que os autores se esforçaram muito para produzir tão complexa e nebulosa obra.MM3: Pois é... como disse: é complexa. Realmente o "autor" (suponhe-se Andre Luiz) teve esse objetivo. 

Qual seria “esse” objetivo de André Luiz ao preparar uma obra tão espantosamente confusa? (Pelo menos para minhas limitadas qualidades intelectuais)

MM3: E nem eu disse o contrario - disse que as obras de FCX não se resumiam a publicacoes literarias --- Agora permita-me irritar um pouco:

COMO PODE VOCE AFIRMAR CATEGORICAMENTE QUE ."Chico Xavier, ou Waldo Vieira, ou ambos, pesquisaram em fontes de segunda categoria"..VOCE TEM PROVAS INQUESTIONAVEIS QUANTO A ISSO ????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????? 

Claro que tenho, e são provas inquestionabilíssimas. Porém, cite minha declaração por inteiro, senão a idéia que apresenta não corresponderá ao que eu disse, vejamos:

Além disso, em alguns tópicos do estudo, Chico Xavier, ou Waldo Vieira, ou ambos, pesquisaram em fontes de segunda categoria, pois assumiram erros que o conhecimento científico daqueles dias já havia corrigido, conforme o texto ilustrativo que enviei.

Note bem: “em alguns tópicos”, não no livro inteiro. Conforme o texto ilustrativo que enviei, foi demonstrado que alguns dos assertos do livro eram inaceitáveis, mesmo para os conhecimentos daqueles dias. Caso não se demonstre que o escrito por mim apresentado esteja incorreto, ficamos entre duas opções: ou André Luiz se meteu numa seara que não lhe era

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afeta, ou Chico e Waldo pesquisaram em fontes de segunda categoria... Com qual ficamos?

Trabalho equivocado semelhante efetuou Kardec ao asseverar que durante o sono a alma passeia pelos verdejantes campos celestiais (ou outro destino que lhe apeteça). Apesar do codificador garantir que realizara experimentos, antes de assumir os postulados espiritistas, certamente neste ponto não houve qualquer ensaio. O erro maior é que até na atualidade essa falsa suposição é mantida.

MM3: COMO ASSIM FALSA????????????????????????????????????????????????????????????????????????

Que eu saiba, nenhuma, nenhumíssima, pesquisa neurológica sobre o sono flagrou a alma desconectada de sua estrutura corpórea. Se conhecer alguma investigação que demonstre o contrário, por favor, gostaria muito de ser a ela apresentado.

Alguns procuram comprovar que de fato a alma se desgruda do corpo durante o sono, inclusive no sono hipnótico. Deve se recordar de Hermínio Miranda e Luciano dos Anjos teatralizando essa suposta saída da alma. Na narração do episódio, no livro Eu Sou Camille Desmoulins, nota-se claramente que os envolvidos assumem a errônea interpretação e simulam (talvez inadvertidamente) que a alma de Luciano estivesse flutuando sobre seu corpo hipnotizado...

MM3: COMO ASSIM "SIMULAM"?????????????????????????????????????????????????????????????????????

Engraçado, pensei que fosse implicar com o “teatralizando”... Vamos ver os episódios em questão:

– Está se sentindo bem, Luciano? – pergunto eu. – Onde você se encontra no momento?

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– A um metro mais ou menos de nós. Acima... Não posso olhar para baixo; às vezes, uma espécie de atração me deixa inseguro.

– Você já sabe que o processo não oferece riscos. – Parece que vai descer e depois sobe. É claro que ele ainda experimenta algum temor em afastar-se do

corpo, provavelmente devido à traumatizante experiência da decapitação. Ele próprio tenta explicar:

– É que eu estou numa situação diferente. – Sim, é uma situação nova para o espírito. (O desprendimento

consciente.) – Não sei se estou aqui ou ali – continua ele. (Isso é verdadeiro

também, porque nos estados superficiais a consciência fica como que dividida, ou melhor, partilhada pelo corpo físico e pelo perispírito.)

– Devo ficar calmo – diz ele para se tranqüilizar. – Deus nos ajudará. As sugestões apropriadas são dadas. (Capítulo 5)

A reunião seguinte foi no dia 16 de junho de 1967. O desprendimento ainda oferece algumas dificuldades operacionais, mas Luciano vai se tornando mais familiarizado com sua técnica. Habituado a observar fenômenos de natureza psíquica, ele consegue ser bastante objetivo para ver e descrever o que se passa com ele próprio.

Vejamos, a respeito, este diálogo inicial:– O que você está sentindo de diferente hoje? – pergunto eu.– Estava muito perto – diz ele.Ou seja, não se desprendera o suficiente do corpo físico a ponto

de libertar-se da sua influência inibidora.– Você não se tinha ainda desprendido totalmente, não é isso? – Deve ser. Agora está na posição certa. – Onde você se encontra no momento?– Em cima de vocês, a um metro mais ou menos. – Mas o corpo fica em pé ou deitado?– Deitado.– O corpo espiritual também?– Também.– Por que você disse vocês? Tem mais gente aí? – Não. Vocês... sou eu mesmo... – É porque o corpo nessa posição é como se fosse uma terceira

pessoa.– É. Fico olhando...

Também este fenômeno nada tem de insólito. É bastante comum o espírito desprendido referir-se a seu próprio corpo físico como se fosse outra pessoa ou pertencesse a outro indivíduo. Em casos extremos de rejeição, o espírito nem deseja mais reassumir o corpo, pois equivale a voltar para uma prisão. Este não era, claro, o caso de Luciano. Mais de uma vez encontrei, contudo, pessoas que se referiam a si mesmas empregando a terceira pessoa: ele ou ela, como se o corpo não lhe pertencesse. Em um caso dramático dos arquivos de Luís J. Rodriguez (autor do livro God Bless the Devil), uma vez desprendido, o espírito não

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queria de forma alguma retomar ao corpo que o mantinha prisioneiro a uma existência de penúria e angústia. (Capítulo 6)

Dileto Maurício, esses textos podem demonstrar que, contrariamente ao que afirmou, as crenças interferem nos fenômenos... Hermínio e Luciano admitiam a realidade dos desdobramentes e − ploft! − eles ocorriam... Então, já estou vendo você dizer: mas como, como pode afirmar que, de fato, ele não estava desdobrado? Elementar, meu caro mauriciótson, se tal postulação fosse concreta, ela ocorreria amiúde nas sessões hipnóticas. E tal não se dá. Nem mesmo nas sessões regressionistas, realizadas por outros que não Hermínio Miranda, se ouve falar de tal felômeno. O erro da dupla foi admitir, sem testar, o desprendimento do espírito. Se realizassem alguns experimentos simples fatalmente a inveracidade da proposição ficaria demonstrada. Mas como se tratava de uma equipe de dois, aferrada a essa convicção, ela tinha que aparecer, mesmo teatralizadamente...

  

MM2: Mas voce nem leu um dos livros... e ja tem o veredito final? Voce é meu amigo, ou é amigo da onça? :-) RESPOSTA: amigo, veredito final e definitivo só tenho para a minha morte, que é certa e,  segundo certa propositura neste fórum, deverá ocorrer brevemente.

MM3: Nao lembro de ter dito "brevemente"... em todo caso garanto: Vais morrer!  :-)))  - - Mas voce disse que não leu o livro e ja conclui negativamente sobre o mesmo.... é extranho.

Eu li o livro, até onde pude, o que não foi muito. Do pouco que examinei foi possível concluir, infelizmente, de forma negativa...

Quanto a minha possível breve morte, implicitamente a citou, pois já está usando meu passamento para ilustrar suas perorações... Espero que seja pior profeta que analista...

Agora, falando em ler o livro, diga-me cá, e você,  o leu? MM3: Sim, o li... mas apesar da minha formação em ciencias...entendi muito pouco do mesmo. 

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Então, indiretamente, concorda que o trabalho é, diríamos, minha nossa senhora do bom parto!

Comece, por exemplo, explicando o que Chico quis dizer com a seguinte declaração: 

"...o psicossoma é ainda corpo de duração variável, segundo o equilíbrio emotivo e o avanço cultural daqueles que o governam, além do carro fisiológico, apresentando algumas transformações fundamentais, depois da morte carnal, principalmente no centro gástrico."

Resp: Chico não quis dizer nada, pois não foi ele quem disse.(Evidentemente isso tudo no paradigma que estou inserido)

Então, please, explique o que André Luiz quis explicar com esse escrito desexplicativo...

Depois, se for o caso, enviarei outras.

MM3: Espero perguntas melhor formatadas...

Basta dizer a formatação que deseja. Meu objetivo é tirar algumas das múltiplas dúvidas que o exame da obra em apreço me suscitou. Posso enviar outras? Mas, primeiro responda a que está pendente...

Prezado Montalvão,respondendo> Podemos, pois, aceitar, como querem nossos amigos espíritas, a autenticidade das alegadas comunicações mediúnicas? repostas: .. Sim. eu acho bem mais cientificamente provável que FCX tenha feito tudo TUDO que fez com ajuda de espiritos, pois nao vejo, em termos epistemológicos, como ele ter sido conscientemente (termo  aqui usado como sapiente e bem acordado) a. perito em vários e vários autores  das mais diversas áreas do conhecimento humano

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 b. perito em leitura fria c. perito em imitar diversas assinaturas d. excelente ou no minimo ótimo mágico  e. hábil em fazer às vezes tudo isso de olhos fechados f. alguns politicos e homens importantes tem uma rede de informações "secreta" que lhes fornece dados pessoais sobre pessoas que ele vai tratar ao longo do dia.. eu nao acredito em termos epistemológicos claro que FCX TINHA TAL REDE pessoal quando ele atendia aleatoriamente (mas democraticamente) todos que o procurassem (todos igual a milhares). Pessoas vindas de todo o Brasil e  "sabe-se lá Deus de onde mais"  adivinhando infomarções muito particulares, assinaturas, etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc   d. ser um bom ator ou sofrer de dissociaçãoe. mesmo uma rarissima memória extraordinária para mim não faria tudo isso...  O Mauricio pode continuar... a lista... é longa ainda  atenção: E MUITO MENOS NAO faço A MINIMA idéia de como ele faria tudo isso INCONSCIENTEMENTE... pois tal conceito carece de explicação melhor.. Mas claro Montalvão.. Vc pode acreditar em coisas extraordinárias.. eu acredito em bom senso cientificoabraços, Eduardo

Prezado Eduardo,

A indagação que lancei não teve intento malévolo, ela é consequencia das demonstrações que a antecedem. O curioso é que sua objeção foca unicamente o fecho do estudo e nele concentra as críticas. O recomendável seria que, primeiro, demonstrasse a incorreção do argumento que defendemos, qual seja, o de que Chico Xavier, com sua psicografia criativa e colorida, desprezou boa parte dos ensinos de Kardec. Depois, sim, contestar a sustentabilidade do exposto ao final.

Comentários direcionados especificamente à conclusão, sem levar em conta a explanação precedente, dão a impressão de que a questão reflexiva, lançada ao final do estudo, foi feita isoladamente sem que houvesse uma cadeia de argumentos que a sustentasse.

Desse modo, as considerações que apresenta ficam destoadas do artigo que a inspiraram. Por exemplo, no meu texto nada é dito sobre Chico ser mágico, imitador de assinaturas, ator, etc. A discussão sobre essas possíveis peculiaridades do médium deve ser feita,

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porém no momento adequado. Desprezar, sem comentários, o estudo pode significar que aceita o que nele se contém.

Aguardo, pois, manifestação que seja atinente ao contido na explanação.

Grande abraço,

Moizés Montalvão.

Montalvão,

Impávido Eduardo, Vamos se conseguimos ver o pôr-do-sol com as mesmas cores...  

EDUARDO: 1. se vc  acha que FXC é perito ou não na obra de HdC (como tb concluiu o autor da tese)... eu tb não sei, porque vc ainda não disse.. e estou esperando essa informação de sua parte .. já faz tempo.. é a única coisa que eu perguntei até o momento 

 RESPOSTA: Uma pessoa que, perante uma obra de 27 volumes, escreve, nela inspirada, 12 livros, deve ser um perito. Evitei usar a palavra porque, conforme dito em remessa anterior, não vi necessidade de seguir o trilho para o qual me empurrava, de distinguir se Chico era gênio ou perito. De qualquer modo, é muito provável que ele conhecia bem os escritos de Humberto de Campos. Espero que assim se esclareça e responda-se a sua única pergunta.

2. Já o resto dos adjetivos de FCX.. vc mesmo dá motivos para eu pensar assim.. ou qualquer um que saiba contar .. ou vc não notou ? vc mesmo (direto ou indiretamente) já adjetivou o FCX de quase de tudo aquilo ali.. ao tc comigo ou com o Mauricio.. ou se utilizando de textos que concluem tais coisas. 

RESPOSTA: Tudo bem, concordo com você e realmente penso mais ou menos de acordo com sua exposição. O que reclamei é que o escrito que você respondeu não versava sobre a questão que levantou: sua respeitável pessoa pôs minha argumentação de lado, preferindo dar destaque a assunto que, no momento, é secundário, qual seja, os possíveis qualificativos aplicáveis a Chico Xavier. 

3. mas como vc nao fala..

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RESPOSTA: prometo esforçar-me por falar mais, até conseguir satisfazê-lo...

eu vou dizer.. eu acho que a comunicação era muito mais provavel como verdadeira do que o FCH ter se tornado um perito em Humberto de Campos..   em uma sentenca simples eu respondi minha tese..

 RESPOSTA: Ok, sua tese está respondida, infelizmente ainda tenho que dar continuidade a minha...

4. Montalvão.. só mais uma coisa.. se vc tiver estudando a cura de uma doença.. vc tem que juntar e comparar "empiricamente" em face de um melhor campo teorico possivel TODAS AS PESQUISAS FEITAS SOBRE TAL PATOLOGIA.. meu Deus.. isso é basico.. vc nao pode apenas olhar um angulo de cada vez... entende isso? tal concepção epistemológica serve para tudo.. até para se pesquisar FCX.

 RESPOSTA: talvez não acredite, é justamente isso o que venho fazendo, ao menos tentando... De qualquer modo, caso eu tenha deixando algum ângulo do assunto de lado, sinta-se em casa para demonstrar onde foi que errei. Porém, por favor, demonstre-o apontando em meu escrito o deslize e dando exemplos de pesquisas que o contestem.

Cordiais saudações,

Moizés Montalvão.

Abraços

Eduardo

Prezado Eduardo, apesar de vc ter ditigido seus questionamentos ao Montalvão, darei meus pitacos. Em azul negrito:

De: Eduardo Lima <[email protected]>Para: grupo grupo <[email protected]>Enviadas: Quinta-feira, 22 de Janeiro de 2009 21:16:04Assunto: RE: Res: [IPCE] CHICO XAVIER E OS SERES INTERPLANETÁRIOS

Prezado Montalvão,respondendo> 

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Podemos, pois, aceitar, como querem nossos amigos espíritas, a autenticidade das alegadas comunicações mediúnicas? repostas: .. Sim. eu acho bem mais cientificamente provável que FCX tenha feito tudo TUDO que fez com ajuda de espiritos, pois nao vejo, em termos epistemológicos, como ele ter sido conscientemente (termo  aqui usado como sapiente e bem acordado) a. perito em vários e vários autores  das mais diversas áreas do conhecimento humano Ele era perito em literatura. No restante, tinha um conhecimento médio, plagiando diversos autores para suprir sua falta de conhecimento. Ele não era bom em História. Ele não era bom em Física. Ele não era bom em Biologia.

b. perito em leitura fria Sim. Mas se tornar perito em leitura fria não é difícil. Um ator treinou 2 meses para um programa na Globo sob a direção de Jayme Roytman e conseguiu enganar o público se passando por um paranormal. Algumas pessoas nunca treinaram e naturalmente usam leitura fria de forma inconsciente. A Natasha Demkina, a menina com "visão de raio-x", parece ser uma delas.

c. perito em imitar diversas assinaturas Assinaturas são justamente o mais fácil de se fraudar. E apenas 35% das assinaturas tinham semelhança. 65% eram diferentes. Isso dificilmente pode ser considerado um perito.

d. excelente ou no minimo ótimo mágico  Por quê? Quais fenômenos ele exibiu que necessitaria ser um ótimo mágico? Seja qual for sua resposta, que eu saiba, ele nunca foi submetido a situações controladas de teste. Nesses casos, um mágico de meia-tijela já é suficiente. Talvez mesmo um mágico ruim já seja suficiente. De fato, o Thomas Green Morton é considerado pelo mágico profissional Cronos um mágico extremamente ruim e enganou muita gente.

e. hábil em fazer às vezes tudo isso de olhos fechados Há dúvidas se de fato ele ficava com os olho fechados. Ele já exibiu suas habilidades com uma venda?

f. alguns politicos e homens importantes tem uma rede de informações "secreta" que lhes fornece dados pessoais sobre pessoas que ele vai tratar ao longo do dia.. eu nao acredito em termos epistemológicos claro que FCX TINHA TAL REDE pessoal quando ele atendia aleatoriamente (mas democraticamente) todos que o procurassem (todos igual a milhares). Pessoas vindas de todo o Brasil e  "sabe-se lá Deus de onde mais"  adivinhando infomarções muito particulares, assinaturas, etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc  

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Muitas pessoas iam a Uberaba apenas para ver o Chico. Precisavam se instalar em hotéis. Nos hotéis, elas precisavam assinar documentos, revelando assim suas assinaturas. Passavam outras informações, como nome completo, identidade. Se Chico tinha uma rede de informações, talvez houvesse um esquema com a rede de hotéis local.

d. ser um bom ator ou sofrer de dissociação De fato o Chico já trabalhou como ator, interpretando ele mesmo. E não há nada que impeça ele sofrer de dissociação, esquizofrenia. Acaso há testes que mostrem que ele não sofria de tais enfermidades?

e. mesmo uma rarissima memória extraordinária para mim não faria tudo isso...  Não creio que seja raríssima... uma boa memória já seria suficiente para muita coisa. O Mauricio pode continuar... a lista... é longa ainda  atenção: E MUITO MENOS NAO faço A MINIMA idéia de como ele faria tudo isso INCONSCIENTEMENTE... pois tal conceito carece de explicação melhor.. Mas claro Montalvão.. Vc pode acreditar em coisas extraordinárias.. eu acredito em bom senso cientificoComo vê, o extraordinário não é tão extraordinário assim... Um abraço.Vitor abraços, Eduardo

Vitor,Vc foi claro e direto.. gostei muito.. bem.. pois é ne..  neste caso, faço meus os seus argumentos.. não preciso falar mais nadagostei.abraços.Eduardo  

Prezado Eduardo,  Aproveitando o ensejo, e sem muito tempo para longos pitacos, eu me questiono a respeito de sua total desconsideração pelo conceito de inconsciente. Logo você, um homem dado a discussões "epistemológicas", deixar de lado um conceito tão importante como esse...  

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Já me referi aqui, noutras ocasiões, aos processos inconscientes possivelmente envolvidos na mediunidade, e cheguei a designar a fraude inconsciente como uma espécie de auto-engano. É bastante frequente, num contexto terapêutico, observar pessoas que agem de uma maneira claramente inconsciente das consequências de suas atitudes, e não simplesmente por falta de conhecimento. Pode-se, na maior parte das vezes, acessar com algum esforço as origens traumáticas e os complexos afetivos relacionados a tais comportamentos. Isso é tão comum e tão óbvio para o psicólogo clínico, que não podemos fugir da idéia de um inconsciente. Até mesmo abordagens recentes, como a Psicologia cognitiva, falam sobre processos inconscientes.  Ademais, creio que, para qualquer um aqui na lista, os fenômenos de hipnose, dissociação, etc. demonstram claramente a ocorrência de processos inconscientes. Portanto, não vale dizer que não existe inconsciente. A grande questão que se coloca diante dos espíritas é que acreditam ser estes fenômenos resultantes da intervenção de entidades espirituais, ao invés de fragmentos da própria personalidade do médium. Essa constitui uma longa controvérsia no meio parapsicológico, mas alguns estudos, como os de Eisenbud, apontam claramente para uma origem psicológica dessas experiências.

E como argumentou o parapsicólogo Stephen Braude, boa parte dos investigadores psíquicos, incluindo o próprio Ian Stevenson, pecaram por diversas vezes em não explorar mais adequadamente a psicodinâmica dos médiuns, deixando escapar assim dados valiosos sobre as origens psicológicas dessas experiências. Para mim, o maior problema dos estudos acerca da sobrevivência é ainda a diferenciação do joio e do trigo... e, certamente, uma compreensão mais ampla dos limites de PSI, o que ajudaria igualmente a determinar até que ponto hipótese como Super-Psi serviriam para abarcar os fenômenos de mediunidade.  Um enorme abraço. Everton.

Caro Everton e tb Vitor, 

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eu já imaginava que vc Everton iria falar algo, e aproveito para tb deixar mais claro algumas coisas que eu já disse, mas que no meio de tantas  precisam ser repetidas. Pois acho que não fui claro.. 1. eu acredito piamente que existe o inconsciente.. alias.. pra mim tal conceito explica muita MUITA MUITAAAAA COISA.. MAS NO MEU CASO... apenas como curioso do assunto.. eu conclui (junto com outros claro) que tal conceito da forma como é apresentado na psicologia não me parece ainda tão viavel   (um pouco incompleto).. pois para mim, com simplicidade (e certa ousadia sei) acho mais claro e provável que tudo que seja 90% das manifestações do inconsciente tenha causas nas profundas e fortes informações não lembradas (assim sim) de vidas passadas. 2. o Vitor, por exemplo, se eu tiver entendido bem, aproximou de forma ate interessante (que me fez refletir dois dias diga-se) o conceito de inconsciente com o de animismo.. mas so tem uma coisa FUNDAMENTAL NESSA CONTRA ESSA TEORIA.. por exemplo, nos fenomenos de transe mediunico.. quase todos são MUITO conscientes.. talvez 95%. Ou seja... 3. ou seja.. não dá eu escutar alguem, entre tantos exemplos, falando que uma pessoa pode: ler algo (a ponto de se tornar perito).. depois esquecer.. e lembra durante um trase.. e depois em vigilia esquece de novo que leu.. pois a informação volta para o tal inconsciente...  etc etc ETC ETC ETC ETC ETC ETC ETC

Eu acho tudo isso extramente implausivel sob muitos aspectos... poxa vida.. já falam por ai ate de ventriloquismo inconsciente...  por favor.... nao dá.. ao menos para mim.. 4. por fim, eu poderia tb argumentar que o FCX.. foi sem duvidas NENHUMA UM HOMEM CULTO, mas que essa cultura nao veio dessa vida, pois nao vejo MESMO, nas suas biografias com ele conseguiu acumular ela, mas, no entanto, tal erudição veio do seu inconsciente.. de outras vidas .. logo,  PRONTO! PROBLEMA PARA MIM RESOLVIDO POIS eu acredito nesse conceito de incosciente.. e vcs que tentem, provar ao contrário...  Mas simplesmente nao faço isso entre outras coisas porque não acho isso produtivo.. ja que não é intelectualmente honesto e possivel ainda. 5. Em suma sumaris.. nao sou conta tal conceito.. AO CONTRARIO COM JA DISSE, ACREDITO PIAMENTE NELE, MAS SOU TOTALMENTE CONTRA.. usa-lo de forma minimalista cortando na raiz um rico debate que acho que seria extremamente produtivo antes de tudo, para uma   propria melhor definição de um conceito tão importante e ainda pouco claro Devido a tudo isso.. nao vejo como se testar bem ainda se existem psicoides p. ex., sem cair em metafisica, nem acho que seja possivel

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adjetivar de forma facil certos fenômenos de inconsciente, sobretudo, se tal adjetivo corta TOTALMENTE um debate teorico que pode enriquecer melhorando o proprio conceito de inconsciente. Só isso.  abraços a todos, Eduardo 

Eduardo, Irei acessar os arquivos da lista para me atualizar sobre o debate transcorrido anteriormente. Com relação ao inconsciente indicado abaixo, acredito que vcs devam estar se referindo à instância psíquica postulada detalhadamente por Freud. Neste sentido, tal definição não aparece de forma nenhuma incompleta, pois é um conceito que se adapta perfeitamente à teoria psicanalítica. Por outro lado, parece-me que não há muita familiaridade, aqui na lista, com este conceito, sendo utilizado de forma indevida, pois o mesmo deve ser entendido juntamente com outros conceitos que o complementam e que com ele exercem relação, como, por exemplo: pulsão, libido, princípio do prazer, princípio de realidade, "eu" (ego), "isso" (Id), "supereu" (superego), conteúdos latentes, conteúdos manifestos, censura psíquica, sonhos, atos falhos, sintomas, mecanismos de defesa, representante psíquico, afeto, etc, etc, etc. Portanto, caso queiram utilizar este conceito de forma a abranger os fenômenos espíritas, faz-se necessário estabelecer uma nova e completa teoria sobre o Inconsciente (em inicial maiúscula, com a finalidade de entendê-lo como instância psíquica e não como "não consciente"), adaptando-o de forma coerente ou mesmo utilizando um conceito diferenciado. Att., 

Ivan 

Caro Eduardo,  

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Permita-me comentar, muito brevemente, alguns trechos:  Vou em ARIAL:

De: Eduardo Lima <[email protected]>Para: grupo grupo <[email protected]>Enviadas: Sexta-feira, 23 de Janeiro de 2009 18:41:19Assunto: RE: Res: Res: [IPCE] CHICO XAVIER E OS SERES INTERPLANETÁRIOS

Caro Everton e tb Vitor, eu já imaginava que vc Everton iria falar algo, e aproveito para tb deixar mais claro algumas coisas que eu já disse, mas que no meio de tantas  precisam ser repetidas. Pois acho que não fui claro.. 1. eu acredito piamente que existe o inconsciente.. alias.. pra mim tal conceito explica muita MUITA MUITAAAAA COISA.. MAS NO MEU CASO... apenas como curioso do assunto.. eu conclui (junto com outros claro) que tal conceito da forma como é apresentado na psicologia não me parece ainda tão viavel   (um pouco incompleto) .. pois para mim, com simplicidade (e certa ousadia sei) acho mais claro e provável que tudo que seja 90% das manifestações do inconsciente tenha causas nas profundas e fortes informações não lembradas (assim sim) de vidas passadas.EVERTON: Continuo esperando as pesquisas do IPCE a esse respeito, que, sem dúvida, é um tema bastante difícil de se acessar em termos científicos, o das vidas passadas (assim poderia nos dizer o falecido ou "desencarnado" Ian Stevenson).  

2. o Vitor, por exemplo, se eu tiver entendido bem, aproximou de forma ate interessante (que me fez refletir dois dias diga-se) o conceito de inconsciente com o de animismo.. mas so tem uma coisa FUNDAMENTAL NESSA CONTRA ESSA TEORIA.. por exemplo, nos fenomenos de transe mediunico.. quase todos são MUITO conscientes.. talvez 95%. Ou seja... EVERTON: Sim, muitos são os médiuns conscientes. Mas ainda aí existe algum tipo de dissociação ocorrendo: seja no campo da fala, da escrita, etc. A não ser nos casos de alegada "mediunidade intuitiva", cuja inspiração é atribuída a um espírito, mas o médium não se sente forçosamente influenciado.  3. ou seja.. não dá eu escutar alguem, entre tantos exemplos, falando que uma pessoa pode: ler algo (a ponto de se tornar perito).. depois esquecer.. e lembra durante um trase.. e depois em vigilia esquece de novo que leu.. pois a informação volta para o tal inconsciente...  etc etc ETC ETC ETC ETC ETC ETC ETCEu acho tudo isso extramente implausivel sob muitos aspectos... poxa vida.. já falam por ai ate de ventriloquismo inconsciente...  por favor.... nao dá.. ao menos para mim.. 

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EVERTON: Olha, eu também pensava assim... mas a cada dia que passa, eu percebo como a mente é humana é complicada. O que você acabou de descrever é algo totalmente possível, e acontece, por exemplo, na hipnose: o indivíduo é hipnotizado e recebe a sugestão de abrir um guarda-chuva quando sair do estado hipnótico. Ao retomar a consciência, não se lembra de nada do que foi sugerido, e age sem total conhecimento dos fatores subjacentes que o levaram a se comportar de tal maneira (pode até explicar a situação de um modo completamente errôneo, embora o faça de boa vontade). A sugestão permaneceu num nível inconsciente, mas está lá. Outro exemplo: passo por uma rua que não costumo ir, mas não reparo muito nela. À noite, ao dormir, tenho um sonho em que essa rua é palco para um enredo inusitado. Eu, conscientemente, nem prestei atenção, mas a memória ficou registrada subliminarmente. Muitos músicos passam por maus bocados na justiça acusados de plagiar música alheia: contudo, é bem possível que alguns deles tenham sido vítimas da chamada criptmonesia, a qual inseriu melodias ou harmonias alheias na música como se fossem criação própria. Algo parecido pode (não digo necessariamente) ter acontecido com FCX em alguns casos sugestivos.  

4. por fim, eu poderia tb argumentar que o FCX.. foi sem duvidas NENHUMA UM HOMEM CULTO, mas que essa cultura nao veio dessa vida, pois nao vejo MESMO, nas suas biografias com ele conseguiu acumular ela, mas, no entanto, tal erudição veio do seu inconsciente.. de outras vidas .. logo,  PRONTO! PROBLEMA PARA MIM RESOLVIDO POIS eu acredito nesse conceito de incosciente.. e vcs que tentem, provar ao contrário...  Mas simplesmente nao faço isso entre outras coisas porque não acho isso produtivo.. ja que não é intelectualmente honesto e possivel ainda. EVERTON: Também não me parece intelectualmente honesto recusar-se a pensar o contrário do que você defende se as evidências não favorecerem o seu conceito de inconsciente.

5. Em suma sumaris.. nao sou conta tal conceito.. AO CONTRARIO COM JA DISSE, ACREDITO PIAMENTE NELE, MAS SOU TOTALMENTE CONTRA.. usa-lo de forma minimalista cortando na raiz um rico debate que acho que seria extremamente produtivo antes de tudo, para uma   propria melhor definição de um conceito tão importante e ainda pouco claro

Devido a tudo isso.. nao vejo como se testar bem ainda se existem psicoides p. ex., sem cair em metafisica, nem acho que seja possivel adjetivar de forma facil certos fenômenos de inconsciente, sobretudo, se tal adjetivo corta TOTALMENTE um debate teorico que pode enriquecer melhorando o proprio conceito de inconsciente. Só isso. EVERTON: Não nego que se possa melhorar o conceito e que esse debate seja produtivo para tal melhoria. Mas jamais poderemo negá-lo.

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  abraços a todos, Eduardo

Eduardo, comentando em azul negrito

De: Eduardo Lima <[email protected]>Para: grupo grupo <[email protected]>Enviadas: Sexta-feira, 23 de Janeiro de 2009 18:41:19Assunto: RE: Res: Res: [IPCE] CHICO XAVIER E OS SERES INTERPLANETÁRIOS

Caro Everton e tb Vitor, eu já imaginava que vc Everton iria falar algo, e aproveito para tb deixar mais claro algumas coisas que eu já disse, mas que no meio de tantas  precisam ser repetidas. Pois acho que não fui claro.. 1. eu acredito piamente que existe o inconsciente.. alias.. pra mim tal conceito explica muita MUITA MUITAAAAA COISA.. MAS NO MEU CASO... apenas como curioso do assunto.. eu conclui (junto com outros claro) que tal conceito da forma como é apresentado na psicologia não me parece ainda tão viavel   (um pouco incompleto) .. pois para mim, com simplicidade (e certa ousadia sei) acho mais claro e provável que tudo que seja 90% das manifestações do inconsciente tenha causas nas profundas e fortes informações não lembradas (assim sim) de vidas passadas. 2. o Vitor, por exemplo, se eu tiver entendido bem, aproximou de forma ate interessante (que me fez refletir dois dias diga-se) o conceito de inconsciente com o de animismo.. mas so tem uma coisa FUNDAMENTAL NESSA CONTRA ESSA TEORIA.. por exemplo, nos fenomenos de transe mediunico.. quase todos são MUITO conscientes.. talvez 95%.  A pergunta que não quer calar: era esse o caso do Chico?  3. ou seja.. não dá eu escutar alguem, entre tantos exemplos, falando que uma pessoa pode: ler algo (a ponto de se tornar perito).. depois esquecer.. e lembra durante um trase.. e depois em vigilia esquece de novo que leu.. pois a informação volta para o tal inconsciente...  etc etc ETC ETC ETC ETC ETC ETC ETCEu acho tudo isso extramente implausivel sob muitos aspectos... poxa vida.. já falam por ai ate de ventriloquismo inconsciente...  por favor.... nao dá.. ao menos para mim.. Mas Eduardo, é justamente assim com muitas pessoas que fazem terapia de vidas passadas. Muitas delas durante a hipnose dramatizam uma vida passada baseadas

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no que leram em um livro há muito tempo. E quando saem da hipnose não lembram o que falaram! Aí vc tem exatamente o caso: leu - esqueceu - relembrou durante o transe/hipnose - esqueceu quando saiu do transe/hipnose. Como pode ser implausível algo que está tão bem documentado?! Porém, no caso do Chico, eu queria saber se ele lia as psicografias depois ou se entregava logo tudo para a editora.

4. por fim, eu poderia tb argumentar que o FCX.. foi sem duvidas NENHUMA UM HOMEM CULTO, mas que essa cultura nao veio dessa vida, pois nao vejo MESMO, nas suas biografias com ele conseguiu acumular ela, mas, no entanto, tal erudição veio do seu inconsciente.. de outras vidas .. logo,  PRONTO! PROBLEMA PARA MIM RESOLVIDO POIS eu acredito nesse conceito de incosciente.. e vcs que tentem, provar ao contrário...  Mas simplesmente nao faço isso entre outras coisas porque não acho isso produtivo.. ja que não é intelectualmente honesto e possivel ainda.Ele conseguiu essa cultura com Clóvis Tavares, que lhe forneceu dezenas de livros. Talvez mesmo centenas. E mais: Clóvis Tavares sabia italiano. Será que Chico não teve aulas de italiano com o Clóvis?

5. Em suma sumaris.. nao sou conta tal conceito.. AO CONTRARIO COM JA DISSE, ACREDITO PIAMENTE NELE, MAS SOU TOTALMENTE CONTRA.. usa-lo de forma minimalista cortando na raiz um rico debate que acho que seria extremamente produtivo antes de tudo, para uma   propria melhor definição de um conceito tão importante e ainda pouco claro Devido a tudo isso.. nao vejo como se testar bem ainda se existem psicoides p. ex., sem cair em metafisica, nem acho que seja possivel adjetivar de forma facil certos fenômenos de inconsciente, sobretudo, se tal adjetivo corta TOTALMENTE um debate teorico que pode enriquecer melhorando o proprio conceito de inconsciente. Só isso.  abraços a todos, Eduardo   

Olá pessoal, gostaria de dar minha contribuição ao estudo da mediunidade. Repasso um texto que publiquei em meu blog, onde há outros, referentes à mediunidade e espiritismo em geral. http://bulevoador.haaan.com      Abraços a todos!  PARNASO DE ALÉM TÚMULO 

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                                                                                                      Marcelo Druyan

 

 

1ª parte: Crítica Literária

 

Falar sobre Chico Xavier é pisar em terreno ardiloso. Sua figura é tão protegida no meio espírita que me faz lembrar os embaraços de Salman Rushdie com o Islã. É personagem intocável, Maomé do espiritismo. Nem Kardec é tão adorado e venerado quanto. Os espíritas, ainda que respeitem - vez ou outra - a voz dos críticos; reagem com emoção extrema quando os olhares céticos voltam-se para o médium mineiro. Todavia…

 “Parnaso de Além-Túmulo” foi a primeira obra psicografada por Chico, lançada em 1932 pela Federação Espírita Brasileira, quando o médium contava, então, com 22 anos de idade. Esta primeira edição trazia 60 poemas assinados por nove poetas brasileiros, quatro portugueses e um anônimo. A partir da 2ª edição, publicada em 1935, foram acrescentados outros, até a versão definitiva, a 6ª, de 1955, com 259 poemas de 56 autores brasileiros e portugueses.

 

O livro, em todas as suas edições, sempre causou polêmicas.

Agripino Grieco, poeta, crítico, ensaísta e menção honrosa da Academia Brasileira de Letras, afirmou, no jornal paulista Diário da Noite, em junho de 1944:

 “Os livros póstumos, ou pretensamente póstumos, nada acrescentam a gloria de Humberto de Campos, sendo mesmo bastante inferiores aos escritos em vida. Interessante: de todos os livros que conheço como sendo

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psicografados, escritos por intermédio de um médium, nenhum se equipara aos produzidos pelo escritor em vida.”

 João Dornas Filho, laureado escritor mineiro e membro da Academia Mineira de Letras, declarou ao jornal paulista Folha da Manhã, em abril de 1945:

“Esse homem que em vida nunca assinou um verso imperfeito, depois de morto teria ditado ao Sr. Xavier sonetos inteiros abaixo de medíocres, cheios de versos mal medidos, mal rimados e, sobretudo, numa língua que Bilac absolutamente não escrevia!”

O escritor nordestino Osório Borba, crítico atroz de Chico, em agosto de 1958 disparou no Diário de Minas:

“As pessoas que se impressionam pela ‘semelhança’ dos escritos ‘mediúnicos’ de Chico Xavier com os deixados pelos seus indigitados autores, ou são inteiramente leigas sem maior discernimento em matéria de literatura, ou deixaram-se levar ligeiramente por uma primeira impressão. Se examinarem corretamente a literatura psicográfica verão que tal semelhança é de pastiche, mais precisamente, de caricatura. O pensamento das psicografias é absolutamente indigno do pensamento dos autores a quem são imputados, e a forma em geral e a técnica poética, ainda piores. E há inúmeros casos de parodia e repetição de temas, frases inteiras, versos, além dos plágios”.

Existem ainda outros críticos quanto à autenticidade das obras psicografadas por Chico, assim como há os que a defendem. Creio que o essencial ao objetivo deste texto está posto, pois quero me referir exatamente à polêmica causada por estas obras. Vou me repetir: qual o objetivo de uma obra psicografada?

Não creio que um grande escritor utilize-se de um médium por puro diletantismo. O que se quer demonstrar, está claro, é a imortalidade da alma. Um Olavo Bilac utiliza-se de um médium para dizer: a morte não existe! Entretanto, obras psicografadas têm sido objeto de crítica e não se revelaram a impressão digital de seus autores, quando encarnados. Então, se um espírito - por uma razão ou outra

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- não tem condições de ser fiel a si mesmo quando encarnado, para quê se manifestar? Para levantar polêmicas em jornais?

  

2ª parte: Animismo ou Espiritismo?

 

Terezinha Acioli Lins de Lima é parapsicóloga pós-graduada em Parapsicologia pelo Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas. Ela publicou um interessante texto intitulado “Parnaso de Além Túmulo - Hipóteses e Discussões” que pode ser lido na íntegra em http://br.geocities.com/existem_espiritos/parnaso_discussao 

Apesar de não concordar com todos os detalhes da conclusão da autora, vou servir-me de algumas partes do texto, procurando não incorrer em descontextualização. A principal delas diz respeito ao mimetismo:

“O mimetismo é uma capacidade especial existente no ser vivo, seja animal ou homem, como uma técnica de sobrevivência. Há pássaros que imitam o canto de outras aves; o papagaio imita a própria voz humana. Daí ser evidente a hipótese de que há pessoas dotadas dessa aptidão e, portanto, capazes de imitar as outras na voz, nos gestos, no andar, no olhar, NAS EXPRESSÕES ARTÍSTICAS E ATÉ NOS ESTILOS LITERÁRIOS (…)”  [destaque meu]

 

Mais:

 

“No caso em estudo, o caminho mais curto (navalha de Occan) é a descrição do fenômeno, partindo do processo inconsciente do agente psi, da mente de uma pessoa viva e não atribuir a algo, até agora, desconhecido - o espírito de um morto.

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Essa idéia é ratificada por Ernesto Bozzano, quando opina: ‘para resolver o grande problema da sobrevivência do espírito humano desencarnado, o melhor método é o de estudar os poderes do espírito humano encarnado’. [Observação minha: Ernesto Bozzano foi um dos mais famosos pesquisadores espíritas de seu tempo].

 

Também enfatiza essa hipótese Alexandre Aksakof que foi o primeiro, entre os estudiosos do Espiritismo, que se deu conta da EXTREMA DIFICULDADE [destaque meu] de se comprovar a realidade de uma comunicação mediúnica, uma vez que grande parte das manifestações espíritas poderia ser atribuída à ação do inconsciente do médium. Esta é a razão pela qual ele denominou esses fenômenos de anímicos.”

 

Em sua conclusão, ela cita, entre outras coisas:

 

“O Parnaso de Além-Túmulo (…) é produto da dinâmica inconsciente do agente psi em combinação com o seu cotidiano, as suas aquisições culturais e experiências (…)”

 

A hipótese anímica, portanto, sugere a ocorrência de um mimetismo inconsciente na mediunidade de Chico Xavier. Mas se o médium “copia”, de onde ele retira o “material original”?

 

 

3ª parte: Bagagem cultural

 

 

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Chico Xavier tinha apenas o 1º grau completo, mas estava longe de ser um simplório ignorante. Na seção “Palavras Minhas”, do livro “Parnaso de Além Túmulo”, o próprio Chico escreveu:

 

“Começarei por dizer-lhe que sempre tive o MAIS PRONUNCIADO PENDOR para a literatura; constantemente, a melhor boa vontade animou-me para o ESTUDO. (…) É verdade que, em casa, SEMPRE ESTUDEI o que pude, mas meu pai era completamente avesso à MINHA VOCAÇÃO PARA AS LETRAS, e muitas vezes tive o desprazer de ver os MEUS LIVROS E REVISTAS queimados”. [destaques meus]

 

Quando os jornalistas David Nasser e Jean Manzon visitaram a casa de Chico, em 1944, encontraram numa estante “versos de Guerra Junqueiro, Tolstoi e uma PORÇÃO DE AUTORES MORTOS”. [destaque meu]

 

O livro da Editora Vozes, “O Espiritismo no Brasil - Orientação para Católicos”, de Boaventura Kloppenburg, traz o depoimento de um padre da Arquidiocese de Belo Horizonte. Embora possa se objetar que trata-se de um livro católico, a passagem a seguir é o registro de um encontro desse padre com Chico Xavier:

 

"(…) em julho de 33, salvo engano, ele me deu para ler um álbum de poesias dele. Eram poemas, sonetos, quase todos melhores do que a imitação de Guerra Junqueiro que ele publicou no Parnaso de Além Túmulo. Foi por intermédio de Francisco Xavier que conheci Augusto dos Anjos. Ele declamava grande parte do 'Eu'. Lera tanto Augusto dos Anjos que o sabia de cor. Ainda me lembro muito de ouvi-lo cantar com entusiasmo o 'Árvore da serra’. Em 1933 ele estava encantado com Augusto dos Anjos. Já por essa época, lia ele o espanhol e o francês, assim me disse várias vezes. Conhecia bem a literatura brasileira e lia muito (…)”.

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No mesmo livro é citado o depoimento de Frei Boaventura Chasseriau, que esteve várias vezes em Pedro Leopoldo para observar o médium:

“Fez o curso primário e estudou mais um ano com uma professora particular. Distinguia-se, com efeito, por sua inteligência, sua MEMÓRIA PRODIGIOSA e sua APLICAÇÃO AO ESTUDO. SÓ QUERIA LER E ESTUDAR (…)” [destaques meus]

 

 

4ª parte: Parnaso de Aquém.

 

 

Chico era inteligente, articulado e talentoso. Mas seu Parnaso era do Além?

 

Existe a hipótese de que as obras de Chico Xavier sejam fruto de animismo inconsciente, calcado no mimetismo de autores conhecidos por ele. Se há talento nisso, não é nenhuma aberração ou feito extraordinário. Há casos muito mais interessantes sobre falsários que pintam melhor que artistas originais e escritores que reproduzem com perfeição o estilo de diversos autores, sem recorrerem à teatralidade mediúnica.

 

Existe também a possibilidade de má fé, falsificação consciente, pastiche criminoso. Infelizmente, não temos registros dos controles empregados à época, se é que existiram. E embora isto inevitavelmente ofenda os espíritas, a hipótese de fraude, por princípio, nunca pode ser descartada.

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Os espíritas, em sua maioria, alegam que “a renda da venda dos livros psicografados, uma admirável fortuna, foi, desde o início, totalmente doada em favor de hospitais, asilos, orfanatos e outras instituições beneficentes, vivendo Chico Xavier de seu parco salário de humilde funcionário público”. Não duvido disso e acho louvável. O que me espanta é saber que as pessoas associam fraude apenas com dinheiro - o que é muito comum em nossos dias - esquecendo-se de que há tantos motivos “nobres” ou “escusos” para uma fraude, quanto existem maneiras de se fraudar.

 

É necessário, também, retomar o próprio Chico, na citação da 3ª parte deste texto, dando outra ênfase:

 

“(…) sempre tive o mais pronunciado pendor para a literatura; constantemente, a melhor boa vontade animou-me para o estudo. (…) É verdade que, em casa, sempre estudei o que pude, MAS MEU PAI ERA COMPLETAMENTE AVESSO À MINHA VOCAÇÃO PARA AS LETRAS, e muitas vezes tive o desprazer de ver os meus livros e revistas queimados”. [destaque meu].

 

A repressão de uma disposição confessa não teria provocado uma dissociação inconsciente que permitisse ao jovem Chico - na personalidade de outros autores - exercer a sua vocação?

 

Enfim, como disse no início, é um terreno ardiloso. Chico Xavier conquistou corações e mentes no Espiritismo brasileiro, abriu as portas para uma revoada de “médiuns psicógrafos” que vieram em sua esteira e tornou-se um mito protegido por uma intocável aura de santidade. É uma fonte rica de estudos e acredito que não devemos recusar-

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nos ao tema, mesmo quando acuados pelo ataque de prosélitos.

Date: Fri, 23 Jan 2009 23:45:24 -0200

From: [email protected]

To: [email protected]

Subject: Res: RE: Res: Res: [IPCE] CHICO XAVIER E OS SERES INTERPLANETÁRIOS

Prezado Eduardo,  Acredito que esteja assoberbado ante as indagações dos companheiros, por isso, sem intento de acrescentar mais reclamos, consulto-lhe tão-somente sobre a sentença destacada a seguir:  EDUARDO:pois para mim, com simplicidade (e certa ousadia sei) acho mais claro e provável que tudo que seja 90% das manifestações do inconsciente tenha causas nas profundas e fortes informações não lembradas (assim sim) de vidas passadas.  Em que fundamenta sua certeza de que esse elevado percentual de manifestações inconsciente advenha de lembranças de outras vidas? E em que firma sua convicção de que as lembranças de vidas passadas sejam reais? Na experiência de Luciano dos Anjos?  Grande abraço, Moizés Montalvão. 

Não Montalvão, as perguntas, além de ótimas, foram respondidas rápido porque (de forma curiosa para mim) algumas me dizem coisas que eu mesmo ja disse antes.. como igualmente em parte  neste caso aqui.. eu ja lhe disse antes que: (mas digo de novo com prazer)

Depois de ler muito casos (acho... que suficientes para isso inclusive o de Luciano, acho apenas) conclui o seguinte:

a. existem fenômenos anomalos

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b. estes fenomenos anomalos nao são explicados totalmente por teorias dentro das ciências normais, pois às vezes, tais teorias são incompletas, fracas (se nao explicam claro que são assim rsrss)

c. tais fenomenos anômalos parecem se encaixar melhor no campo teorico PSI ou espirita, mas sobretudo ESPIRITA.

atenção infelizmente as melhores teorias (do meu ponto de vista claro) nao são com toda justiça consideradas acadêmicas estando, na melhor das hipoteses, em uma fase pre-paradigmatica, como no caso das PSI, ou pior ainda, considerada com mera religião, como no caso da espirita.

 Igualmente sei que não é facil mudar ou inventar macro-paradigmas, alias ja disse varias vezes que de 500 anos para cá, a meu ver isso so ocorreu 2 vezes, mas no meu caso.. nao acredito em explicações extraordinarias demais eu gosto de boas teorias em face de fatos.. logo.. me convenci das teorias espiritas.

abraços

Edu.   

Caro Ivan,

Sou curioso sobre o conceito inconsciente e gosto, portanto, de saber o que os especialistas tem a dizer sobre isso.

Vc me pareceu alguem que leu muito sobre isso... então queria saber:

a. todas as correntes da piscicologia trb com com tal conceito ? quais as pricipais divergências teoricas?

b. a partir da resposta acima qual conceito de psicologia explica alguem estudar um livro a ponto de se tornar perito, ou bom, ou memorizar e, em seguida, esqueçer totalmente.. para em transe dissociativo (ou mediunico) lembrar, e depois, do tal transe voltar a esqueçer totalmente que leu?

 PS. nesta pergunta ainda tem um problema,, eu garanto a vc,, (acredite por enquanto, apenas com base da empiria simples) que talvez 90% dos transes mediunicos ou dissociativos (o merito nao importa agora) são bem conscientes

abraços

Eduardo 

Page 114: CHICO XAVIER E OS SERES INTERPLANETÁRIOS - artigo de montalvão

 

Prezado Eduardo,

Sem intento imiscuitivo no diálogo entre sua nobre pessoa e o distinto Ivan, peço vênia para um comentarísculo de nada, concernente à questão “b”.

EDUARDO: b. a partir da resposta acima qual conceito de psicologia explica alguem estudar um livro a ponto de se tornar perito, ou bom, ou memorizar e, em seguida, esqueçer totalmente.. para em transe dissociativo (ou mediunico) lembrar, e depois, do tal transe voltar a esqueçer totalmente que leu?

Conquanto concorde com a existência de casos da espécie, chamados eventos criptomnésicos, nos quais as pessoas aprendem e o aprendizado fica como que esquecido nalguma gaveta do arquivo cerebral e, ante estímulo inesperado, o esquecido aflora; considero desnecessário aplicar à Chico Xavier tal suposição. Se aconteceu com o médium tal circunstância; se ocorreu parcialmente, ou sempre, ou nunca, em nada alteraria a suposição que defendemos: que os “poderes” mediúnicos eram do próprio Chico. Estivesse o conhecimento vivo em sua mente, ou adormecido, não faz diferença (ao menos é minha conjetura). O que importa é que ele cultivava e divulgava, pelas razões que lhe eram satisfatórias, estar sob comando da espiritualidade, notadamente do espírito Emmanuel, que se sabe, não existiu. A primeira questão, neste ponto, seria responder: como pode Chico receber orientação de um ente inexistente?

Há outro problema com Emmanuel. Tempos depois de Chico tê-lo anunciado ao mundo (parece-me que vários anos depois) foi divulgado que o hipotético tribuno reencarnara no corpítio de Manuel de Nóbrega. Então, porque Nóbrega não assessorava o médium, em lugar do distanciado romano? Pela lei da evolução, Nóbrega não seria personalidade mais madura, pois teria alguns séculos de experiência acumulada? Provavelmente, haja respostas espíritas para essa aparente confusão, se houver, gostaria de conhecê-las. Haja ou não, bastam esses fatos para mostrar que o caso de Chico pede abordagem psicológica ou mesmo psiquiátrica.

A melhor maneira de aferir a legitimidade dos contatos mediúnicos, creio, passa pelo exame da obra do medianeiro em sua amplitude, e desvinculado da hipótese espírita (pois esta funciona não para aferir o médium, sim para validá-lo). Fazendo isso, tornam-se visíveis os equívocos dos supostos espíritos, as fragilidades da interpretação

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espiritista, a perceptível presença do médium nas comunicações, o cinturão protetor que a liderança espírita criou em torno dele e, até mesmo, possíveis fraudes, enfim, tudo fica mais visível ante o exame global da produção desse bondoso e imaginativo homem.

Defendo seja este o caminho.

Grande abraço,

Moizés Montalvão.