conceitos fisicos da formação dos raio x

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1 1. CONCEITOS FÍSICOS E QUÍMICOS DA FORMAÇÃO DOS RAIOS-X O Aparelho de RX Catodo/Anodo Câmara de vácuo A voltagem elétrica A formação de imagem radiológica A Densidade da Matéria O número de átomos por unidade de volume,bem como a massa de cada átomo de matéria, podem-nos definir a sua densidade (unidade de medida: Kg/m 3 ): densidade = massa volume A relação entre a densidade de um material e a de outro tomada como referência, é denominada de “densidade relativa”. Vejamos alguns valores de densidade relativa de diversos materiais que constituem o corpo humano, tomando-se como referência à água. Material Ar Pulmão cheio de ar Gordura Água Sangue, soro, fígado, partes moles, urina, Cartilagem Osso Densidade relativa 0,0013 (meio de contraste negativo) 0,2 0,92 1,0 1,01 a 1,06 1,09 1,9 Junto aos dados da densidade relativa, indicaremos a seguir o “número de ordem efetivo”, que se obtém dos diferentes números de ordem dos elementos constitutivos do corpo humano combinados quimicamente.

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Page 1: Conceitos Fisicos da Formação dos Raio X

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1. CONCEITOS FÍSICOS E QUÍMICOS DA FORMAÇÃO DOS RA IOS-X

• O Aparelho de RX

• Catodo/Anodo

• Câmara de vácuo

• A voltagem elétrica

• A formação de imagem radiológica

A Densidade da Matéria

O número de átomos por unidade de volume,bem como a massa de cada átomo de matéria, podem-nos definir a sua densidade (unidade de medida: Kg/m3):

densidade = massa volume

A relação entre a densidade de um material e a de outro tomada como referência, é denominada de “densidade relativa”. Vejamos alguns valores de densidade relativa de diversos materiais que constituem o corpo humano, tomando-se como referência à água.

Material

Ar

Pulmão cheio de ar

Gordura

Água

Sangue, soro, fígado, partes moles, urina,

Cartilagem

Osso

Densidade relativa

0,0013 (meio de contraste negativo)

0,2

0,92

1,0

1,01 a 1,06

1,09

1,9

Junto aos dados da densidade relativa, indicaremos a seguir o “número de ordem efetivo”, que se obtém dos diferentes números de ordem dos elementos constitutivos do corpo humano combinados quimicamente.

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Material

Ar

Pulmão cheio de ar

Gordura

Sangue, soro, fígado, partes moles, urina

Cartilagem

Osso

Número de ordem efetivo

aprox. 7,6

aprox. 7,7

aprox. 6,0

aprox. 7,1 a 7,5

aprox. 13,0

aprox.14,0

O DESCOBRIMENTO DOS RAIOS ROENTGEM

Os raios Roentgem, ou raios X, foram descobertos pelo professor Dr. Wilhelm Corand Roentgen, em 8 de novembro de 1895, em Wuerzburg (nascido em 27 de março de 1815 em Lennep; falecido em Munich, em 10 de fevereiro de 1923, e enterrado em Giessen).

O descobrimento dos raios roentgen baseou-se em experiências com ampolas de Hittorf e Crookes (luminiscência de platino-cianureto de bário), seguido de uma pesquisa sistemática.

Em Remsscheid-Lennep se encontra hoje o Museu de Roentgem.

Três foram às publicações de Roentgen dos raios X

1. um comunicado em 28 de dezembro de 1895 (aparecimento nos primeiros dias de janeiro de 1896);

2. um comunicado em 9 de março de 1896;

3. um comunicado em 10 de maio de 1897.

O primeiro trabalho apresentado por Roentgen oficialmente foi “Um novo tipo de radiação”, logo após a terceira reunião anual da Sociedade de Físicos em Medicina, em Wuerzburg.

Em 1901, Roentgem recebe o primeiro Prêmio Nobel de Física.

Os componentes de tubo de raios X

1. Uma fonte de elétrons.

2. Uma energia de aceleração dos elétrons.

3. Uma trajetória livre para os elétrons (vácuo).

4. Um dispositivo focalizador do feixe de elétrons.

5. Um corpo de frenagem (anodo).

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Com relação à 1º A fonte de elétrons é o filamento (catodo) do tubo de raios X. O aquecimento do filamento é feito por um transformador especial de filamento.

Com relação a 2 ºA energia que fornece aceleração aos elétrons é dependente da tensão aplicada ao tubo de raios X (nos casos convencionais, 30 a 100 kV; em técnica de raios duros, 100 a 150 kV; em procedimentos especiais, até 200 kV).

Com relação à 3º A trajetória livre para os elétrons, na qual estes podem ser acelerados, como sendo o espaço praticamente sem ar (aproximadamente 10-5 a 10-6 mm de Hg), entre o catodo e o anodo (termo antigo; anticatono) no tubo de raios X.

Com relação à 4º O dispositivo acumulador de elétrons é um “coletor eletrônico” (cilindro de Wehnelt) que faz com que os elétrons não se dispersem, indo todos incidir sobre o foco térmico. Os elétrons refletidos da área focal (radiação extra-focal) irão produzir raios X ao se chocarem com outras partes do tubo ou na ampola de vidro. As influencias negativas dessas radiações são eliminadas, em certo tipo de tubos de raios X de anodo fixo, por uma cabeça captadora de elétrons.

Com relação ao 5º O corpo (anodo) que freia os elétrons é constituído:

a) Em tubos de anodo fixo, de uma placa de metal tungstênio fundido em cobre;

b) Em tubos de anodo giratório (PANTIX), de um prato de tungstênio (nos tubos BIANGULIX RAPID, de uma liga de tungstênio e rênio) sobre um eixo de molibdrênio. No final desse eixo encontra-se um rotor (induzido) de um motor que é acionado por um estado localizado dentro da cúpula do tubo de raios X.

O numero de rotação do anodo é aproximadamente de 3400 rpm nos tubos PANTIX, e de 10000 rpm nos tubos BIANGULIX RAPID, quando alimentados em 60 Hz.

O ponto de impacto dos elétrons sobre a placa de tungstênio se denomina “mancha focal” ou “foco” (nos tubos de anodo giratório).

Os tópicos 1,3,4 e 5 podem ser encontrados no tubo de raios X constando de :

a) Uma ampola de vidro praticamente sem ar (tubo a vácuo);

b) Um catodo incandescente com dispositivo acumular de elétrons;

c) Um anodo (anticatodo) de cobre com uma placa fundida de tungstênio (em tubos de anodo fixo), ou com um prato de tungstênio ou liga de tungstênio-rênio (em tubos de anodo giratórios). O catodo e o anodo estão posicionados em um acerta distancia, soldados no corpo de vidro em posição axial oposta. O tópico 2 ´w atendido por uma fonte de alta-tensão (transformador), que eleva a tensão de rede (por exemplo 220 V), para até 30 a 125 k (em casos excepcionais até 200kV), como são utilizadas em radiodiagnóstico.

1. Um equipamento de radiodiagnóstico se compõe de dois elementos principais:

2. A parte geradora, que compreende o tubo de raios X e sua cúpula de proteção, a fonte de alta-tensão com seu comando, os elementos de controle, comutação e regulagem, sua conexão e cabos de alta-tensão.

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3. O aparelho de radiodiagnóstico, que é o posto de trabalho para execução dos exames; sua construção é determinada pelo tipo de exame a executar.

O processo de geração dos raios X

1. O filamento, (catodo) do tubo de raios X é aquecido (até aproximadamente 2000º C), gerando assim elétrons (nuvem de elétrons ou carga espacial).

2. Ao se conectar a alta-tensão, os elétrons são atraídos em forma de feixe e acelerados acentualmente em direção ao anodo, com velocidades muitas elevadas (16500 km/s a 100 kmV), sobre o ponto focal (foco), se o anodo estiver positivo ( + ) e o catodo negativo ( - ).

3. No ponto focal os elétrons são desacelerados e sua alta energia de movimentos convertida em:

a) Calor,

b) Raios

O rendimento na geração de raios X é muito pequeno. Dependendo da alta-tensão aplicada ao tubo de raios X (kV), poderá se dar uma transformação de apenas 1% da energia em raios X. o restante é convertido em calor (nas perdas de calor o anodo fica incandescente). Do volume de raios produzidos (1%), apenas 10% podem ser aproveitados (radiação útil).

Em função da elevada formação de calor, o material de que é feito o ponto focal deve possuir altas temperaturas de evaporação e fusão. O metal tungstênio (número de ordem: 74) se apresenta bastante adequado para esse fim, pois possui um ponto defusão de aproximadamente 3400ºC. Por causa de seu alto número de ordem, torna-se altamente produtor de raios.

Nota: Quanto maior for o número de ordem do material que constitui o ponto focal, tanto maior será a quantidade de radiação produzida (dentro do grau de rendimento mencionado).

A alta produção de calor exige um resfriamento eficiente do anodo, para evitar a evaporação ou danificação (o metal se torna áspero) do material do ponto focal.

Esse resfriamento é feito:

Em tubos de anodo fixo, por irradiação e condução;

Em tubos de anodo giratório, por irradiação (produção de raios infravermelhos).

O calor é absorvido pelo óleo no interior da cápsula, ocorrendo, por isso, um aquecimento excessivo em radioscopias prolongadas ou em radiografias seriadas (séries rápidas, cinerradiografias, engiografias), podendo atingir aproximadamente 90ºC. Aconselha-se, às vezes, utilizar um sistema de ventilação, na cápsula, para acelerar a troca de calor. Devem ser sempre observadas as instruções de uso, principalmente em geradores unitanque (RADIOESPERA*, NADADOR 1 E 2, MONODOR*, PLEODOR*, NANOPHOS), quando à troca entre a carga do tubo e os tempos de pausa recomendados.

Nos modernos geradores de radiodiagnóstico, todos os dados de carga para os tubos de raios X (kV, mAs ou mA, e tempo de exposição) são pré-calibrados na fábrica ou ajustados, pelos técnicos, no local (conforme as condições da rede local).

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4. Os raios X se dispersam do ponto focal, em linha reta, para todas as direções.

Para o exame radiológico, são de interessa só os raios úteis, isto é, aqueles que saem da janela do tubo de raios X envolto pela cúpula blindada com chumbo. Os raios úteis perfazem apenas 1/10 de todas as radiações produzidas, conforme já visto. Apesar da forte blindagem da cúpula de raios X absorvendo toda radiação não útil, deve-se evitar a permanência prolongada perto da cúpula ou ao seu redor (máxima dose permissível: 100 mR/h a 1 m de distância)

A natureza e as propriedades dos raios X

1. O que são raios X?

O professor Roentgem qualificou os raios X como “oscilações etéras” (longitudinais). O professor Dr. Laure e seus companheiros W. Friedrich e P. Knipping, conseguiram demonstrar, através do aparecimento de esforços de flexão nos cristais, que os raios X possuem características semelhantes às ondas de raio, irradiações de calor, luz e ultravioleta, ou seja, as propriedades das ondas eletromagnéticas (transversais) de pequeno comprimento de onda (menos que 1/10000000cm = 10-

8cm).

2. As propriedades dos raios X

a) Atravessam o corpo tanto maior quanto for à tensão no tubo (kV).

b) Ao atravessarem o corpo, são por ele absorvidos. Esta absorção é tanto maior quanto mais espesso ou denso for o corpo, e quanto mais elevado o número de ordenado elemento que compõe na “Tabela periódica dos elementos”

c) Em todos os corpos que atravessam, produzem radiações secundárias. Compõem-nas a radiação difusa, a radiação própria ou de elétrons. Na área do radiodiagnóstico só tem significação prática a radiação difusa. O enfraquecimento de um feixe de radiação, ao passar por um determinado corpo, é determinado por:

Absorção (energia dos rios que permanecem no corpo),

Difusão (desvio provocado pela estrutura atômica do objeto sobre parte do feixe de radiação), portanto, enfraquecimento = absorção + difusão.

A porcentagem radiação difusa é tanto maior quanto:

• maior o volume do corpo atravessado,

• menor a densidade da matéria irradiada,

• mais duro à radiação utilizada, isto é, quanto maior a alta-tensão (kV) aplicada ao tubo.

A radiação difusa provoca redução no contraste das imagens radiológicas e exige a criação de proteção adequada.

d) Fazem florescer certos sais metálicos.

Écrans fluoroscópicos: sulfato de zinco-cádmio (por exemplo, écrans Helia).

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Na moderna técnica da radioscopia, o intensificador de imagem substitua os écrans convencionais (vantagem entre outras: nenhuma adaptação ao escuro, melhor reconhecimento da imagem com pequena quantidade de dose).

e)Enegrecem emulsões fotográficas (emulsão de bromo e prata), isto é, a radiação X provoca, de forma latente, uma modificação dos grãos de bromo e prata, à primeira vista não perceptível pelo olho humano, mas somente após um processo químico (revelação: redução de bromo e da prata) na câmara de revelação. Deve-se evitar o uso do nome “câmara escura”, utilizando a denominação correta “câmera de revelação”.

f)Propagam-se em linha reta (do ponto focal) para todas as direções. Essa propriedade, também chamada “projeto central”, está sujeita a determinadas leis e fatos de importância na técnica radiográfica: a lei do quadrado da distância (a energia de radiação, medida a uma distancia igual ao dobro da distancia da fonte, é um quarto do valor original; medida a três vezes essa distância, é igual a um nove avos; a quatro vezes, um dezesseis avos; e assim pro diante), o dimensionamento correto e a definição da imagem, direção da projeção dos raios (com feixes oblíquo há distorção do objeto na reprodução).

g) Transformam gases em condutores elétricos (ionização).

Aplicação prática na medição radiográfica de doses: os dosímetros convencionais ou de diagnósticos (para medição do produto área x doses, em radioscopia ou radiografias), como, por exemplo, o dosímetro tipo PTW DIAMENTOR D; o exposimetro automático Siemens IONTOMAT.

h) Exercem um feito biológico

Aplicação prática: radioterapia.

Desse efeito observa-se a necessidade de adoção de medidas de proteção radiológica e normas de comportamento específicas

A PRODUÇÃO DA IMAGEM RADIOLÓGICA

1. A radioscopia

Ao iniciar a radiação X sobre o écran radioscópio, este se ilumina tanto mais quanto mais o valor da corrente aplicada ao tubo, contanto que a tensão (kV) seja a mesma. Na variação da tensão (kV) aplicada ao tubo para dado valor decorrente, um aumento de tensão influi na razão diretamente proporcional sobre um aumento de luminosidade.

Se entre o tubo de raios X e a tela for colocado um corpo humano, este absorve parte da radiação X, em função de sua espessura variável, de sua densidade e de seu número de ordem. Os raios X, assim enfraquecidos, produzem, no écran radioscópico, diferentes intensidades luminosas conforme o grau de absorção desses raios, criando uma imagem do corpo através de um relevo de sombras radiológicas. Os ares mais escuros no écran radioscópicos são denominados “radio-opacas” e as mais claras “radiotransparentes”.

2. A radiografia

a)Ao iniciar a radiação X sobre uma emulsão fotográfica, esta é de tal maneira sensibilizada que, após um processo de revelação, mostra-se enegrecida, tanto mais intensamente quanto maior a concorrente aplicada ao tubo e quanto maior o tempo de exposição. Como estas duas

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variáveis atuam de igual forma sobre o enegrecimento da emulsão fotográfica, são classificadas segundo os seus miliampéres/segundo (mAs). É condição básica que a tensão (kV) no tubo permaneça constante. O valor de mAs é o produto entre a corrente do tubo (mAs) e o tempo de exposição (s), por esta razão, também o chamam de “produto mAs”.

Pode-se assim calcular facilmente, a partir de um valor de mAs conhecido, o tempo de exposição com certa corrente do tubo, ou, calcular um acorrente do tubo, conhecido o tempo de exposição: intensidade de corrente aplicada ao tubo (mA) x tempo de exposição = mAs.

valor de mAs = tempo de exposição

corrente do tubo valor de mAs = corrente do tubo tempo de exposição lembre-se sempre do triangulo mAs: mAs mA x s

(cobre-se com dedo o valor desejado, e lê-se a relação entre os valores restantes).

Ao variar a tensão no tubo de raios X (kV), com valor de mAs constante, produz-se um enegrecimento da emulsão fotográfica, de tal forma que, produz-se um enegrecimento da emulsão fotográfica, de tal forma que, ao aumentar a tensão, aumenta-se o enegrecimento e vice-versa.

A variação do enegrecimento da emulsão fotográfica, devido à tensão aplicada, é muito grande. No caso de filmes com écran reforçador, esse grau de variação corresponde à quinta potência da tensão.

b)Ao se colocar um corpo entre o tubo de raios X e a emulsão fotográfica, ele absorve parte da radiação X, em função de sua espessura, de sua densidade e de seu número de ordem. Os raios enfraquecidos produzem menor enegrecimento da película, assim, a sombra provocada pelo corpo demonstra ao obtido na imagem do écran radioscopia. As partes escuras de uma radiação são denominadas “radiotrasparências” (recebem maior quantidade de raios), e as mais claras “radio-opaciodades”.

Complemento:

O Catodo

É o pólo negativo do tubo de raios-X. Dividindo-se em duas partes: Filamento e capa focalizadora (cilindro de welmelt).

Filamento

Tem forma de espiral, construído em tungstênio e medindo cerca de 2mm de diâmetro, e 1 ou 2 cm de comprimento. Através dele são emitidos os elétrons, quando uma corrente de aproximadamente 6 ampères atravessa o filamento. Este fenômeno se chama emissão termiônica. A ionização nos átomos de tungstênio ocorre devida ao calor gerado e os elétrons são emitidos. O tungstênio é utilizado porque permite maior emissões termoiônicas que outros metais (temperatura de 3.380 °C). Normalmente os

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filamentos de tungstênio são acrescidos de 1 a 2% de tório, que aumenta eficientemente a emissão termoiônica e prolonga a vida útil do tubo.

Capa Focalizadora

Sabe-se que os elétrons são carregados negativamente havendo uma repulsão entre eles. Ao serem acelerados na direção do anodo, ocorre uma perda, devido a dispersão dos mesmos. Para evitar esse efeito, o filamento do catodo é envolvido por uma capa carregada negativamente, mantendo os elétrons unidos em volta do filamento e concentrando os elétrons emitidos em uma área menor do anodo. A eficiência da capa focalizadora é determinada por seu tamanho, sua carga, forma e posição do filamento dentro da capa focalizadora.

Anodo

É o lado positivo do tubo de raios-X. Existe dois tipos de anodo: anodo fixo e anodo rotatório. O anodo recebe os elétrons emitidos pelo catodo. Além de ser um bom condutor elétrico, o anodo é também um bom condutor térmico. Quando os elétrons se chocam contra o anodo, mais de 95% de suas energias cinéticas são transformadas em calor. Este calor deve ser conduzido para fora rapidamente, para não derreter o anodo. O material mais usado no anodo é tungstênio em base de cobre por ser adequado na dissipação do calor.

Anodo fixo

É encontrado normalmente em tubos onde não é utilizada corrente alta, como aparelhos de raios- X dentários, unidades portáteis, unidades de radioterapia convencional e etc..

Anodo rotatório

A maioria dos tubos de raios-X utiliza este, devido a sua capacidade de resistir a uma maior intensidade de corrente em tempo mais curto, e com isso, produzir feixes mais intensos.

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Alvo

É a área do anodo que recebe o impacto dos elétrons. No anodo fixo, o alvo é feito de uma liga de tungstênio incluída em um anodo de cobre. No anodo rotatório o alvo é um disco giratório. Este disco tem uma resistência grande à alta temperatura. A escolha do tungstênio deve-se à:

• Alto número atômico, acarretando grande eficiência na produção de raios-X.

• Condutividade térmica quase igual a do cobre, resultando em uma rápida dissipação do calor produzido.

• Ponto de fusão (3.380 ° C), superior à temperatura de bombardeamento de elétrons (2.000 ° C).

Aquecimento do anodo

O anodo rotatório permite uma corrente mais alta pois os elétrons encontram uma maior área de impacto. Com isso o calor resultante não fica concentrado apenas em um ponto como no anodo fixo. Fazendo a comparação de ambos, num tubo com foco de 1mm, temos: no anodo fixo a área de impacto (alvo) é de aproximadamente 1mm x 4mm = 4mm². No anodo rotatório de diâmetro de 7 cm, o raio de impacto é de aproximadamente 3 cm (30 mm). Sua área alvo total é aproximadamente 2 x p x 30mm x 4mm = 754mm². Portanto, o anodo rotatório permite o uso de área uma centena de vezes maior que um anodo fixo, com mesmo tamanho de foco.

A capacidade de carga é aumentada com o número de rotações do anodo. Normalmente a capacidade de rotação é de 3.400 rotações por minuto. Existe anodo de tubos de maior capacidade que giram a 10.000 rpm.

Voltagem do tubo

Mudando o potencial de aceleração do tubo, mudamos também o espectro do feixe. O aumento do kV implica no aumento do número de fótons de maior energia. Este aumento altera mais a imagem radiográfica do que a remoção dos fótons de baixa energia.

Suprimento de alta voltagem

Em todos os aparelhos de raios-X, a voltagem é aumentada por um transformador de linha 110 - 220 volts para o kV desejado. A forma de onda é a mesma da linha de suprimento, mas muito

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aumentada em amplitude. O potencial elétrico é produzido por uma corrente alternada (AC), variando de 0 ® máximo 0 ® máximo ® 0. Existem vários tipos de circuitos utilizados na amplificação da voltagem, entre estes temos: Retificação de meia onda, retificação de onda completa, retificação trifásica e multi-pulsos.

No tipo mais simples de circuito, o tubo de raios-X é conectado aos terminais do secundário do transformador. Neste caso, o tubo é o retificador, uma vez que a corrente só pode fluir quando o alvo for positivo em relação ao filamento (negativo), isto é, durante o porção positiva do ciclo de AC. Durante o ciclo negativo não existem elétrons livres do alvo (que está agora carregado negativamente). Entretanto, em circunstâncias ocasionais de superaquecimento do anodo, poderiam ocorrer elétrons livres, que iriam do anodo ao catodo durante o ciclo negativo , danificando o tubo.

Para resolver este problema, foram desenvolvidos circuitos de retificação que elimina os ciclos negativos. Um tipo eficiente de retificação inverte a polaridade do ciclo negativo possibilitando a produção de raios-X durante todo o ciclo. A utilização deste método, aplicado em um circuito trifásico possibilita a produção de elétrons quase monoenergético, dentro de uma pequena variação de kV.

A tecnologia mais moderna com o uso de geradores multi-pulsos, possibilita uma fácil obtenção de um potencial de aceleração virtualmente constante. A forma de retificação modifica o espectro dos elétrons produzidos, e, portanto, modifica o espectro de raios-X produzidos, a taxa de aquecimento do anodo e o rendimento do tubo (taxa de produção de raios-X).

2. PROTEÇÃO DO OPERADOR DE RAIOS X

• Normas de proteção

• Medidas de proteção

• Proteção e o projeto arquitetônico.

• A proteção contra radiações em instalações médico–radiológicas

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Os raios X, como também as radiações provenientes de elementos radioativos, pertencem à família das radiações ionizantes, sendo por isso necessário que sejam seguidas rigorosamente às regulamentações legalizadas no país, ou, na ausência destas, outras normas reconhecidas, como, por exemplo, as prescrições alemãs para proteção contra radiações.

A Lei Atômica

Lei elaborada pelo setor de normas básicas da Euratom, publicada em 28/12/59, que aborda a utilização pacífica da energia do núcleo do átomo e a proteção contra seus perigos, posteriormente modificada em 23/06/1970.

Regulamentações legalizadas

Destacam-se:

1. Regulamentação sobre a proteção contra os danos causados por elementos radioativos (primeira regulamentação de proteção à radiação, na sua última versão de 15/10/1965).

2. Regulamentação sobre a proteção contra os danos causados por radiações ionizantes em escolas (segunda regulamentação de proteção à radiação). Estas regulamentações têm como objetivo à utilização de elementos radioativos no ensino, armazenagem, manuseio e eliminação de elementos radioativos, bem como o uso de aparelhos radiológicos em escolas.

Nota. Está em fase de preparo ema nova regulamentação sobre a proteção contra os danos de radiação ionizantes, que virá em breve substituir a primeira e segunda regulamentações de proteção contra radiações.

3. Regulamentação sobre a proteção contra os danos de radiação Roentgen (raios X) de 1/3/73, com validade a partir de 1/09/73 (regulamentação radiológica = “Reg. Rad.”).

A norma DIN

O nome DIN simboliza o trabalho conjunto de comissões de normas alemãs.

O símbolo da agremiação é DIN, que era a abreviação antiga de Deustche-Industrie-Normen (Normas Industriais Alemãs), o DIN passou a significar Das Ist Norm (Isto é Normal). Ambos os significados são ultrapassados. Hoje, o nome DIN é o símbolo do “trabalho conjunto das comissões de normas alemãs” (da folha DIN de 31/4/51).

As normas DIN mais significativas para a radiologia se baseiam nas recomendações da Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP) e das correspondentes normas Euratom, a saber:

DIN 6809 (outubro 1963)

“radiação roentgen e gama na medicina e biologia, regras para a dosimetria;DIN 6811 (janeiro de 1972)

“instalações médico-radiológicas até 300 KV;

regras de proteção radiológicas para sua fabricação”“;

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DIN 6812 (janeiro de 1972)

“instalações médico-radiológicas até 300 KV;

regras de proteção radiações para sua construção”;

DIN 6813 (março de 1962)

“vestimentas de proteção radiológica, com portas e paredes de proteção;

regras para sua fabricação”;

DIN 6814 (diversas folhas)

“conceitos e denominações na técnica radiográfico”.

DIN 6815 (janeiro de 1962)

“regras para controle de proteção radiológica em aparelhos médicos de raios X até 300 KV”;

DIN 6816 (março de 1964)

“dosimetria de filmes sob o princípio de filtragem analítica para a proteção radiológica”;

DIN 6819 (junho de 1968)

“exposição à radiação de pacientes no diagnóstico radiológico, resultante do produto dose x área”.

Nota. Uma vez que as normas DIN devem sempre se adaptar ao avanço da ciência e da técnica, são necessárias atualizações de tempos em tempos.

As medidas de proteção contra radiações

Baseiam-se na Lei Atômica já aprovada, e em regulamentações posteriores, abrangendo o setor de proteção contra radiações ionizantes do pessoal atuante em radiologia (profissionais expostos à radiação), como também relativo a toda população e aos animais. Nesse casa, consideram-se não só os efeitos somáticos (em relação ao indivíduo), mas também os genéticos (herança biológica).

A importância das Regras Radiológicas de Proteção pode ser reconhecidas no fato de que, da população exposta á fontes de radiações artificiais, a maioria são os pacientes que usam o radiodiagnóstico. Por isso, nas Regulamentações Radiológicas (Reg. Rad.) se determina que só as pessoas que possuem conhecimentos sobre a técnica de radiodiagnóstico e radioscopia, principalmente na proteção contra radiação, podem ser expostas á radiação ou utilizá-la em outras pessoas ou animais. No parágrafo 20 da Reg. Rad., sob o título de “Para o uso de pessoas autorizadas, vem determinado:”Só é permitida a utilização de raios X sobre pessoas vivas por pessoas no exercício de sua profissão, quando:

1. As pessoas são autorizadas ao exercício da prática médica ou odontológica;

2. As pessoas, não compreendidas no item 1, tiverem conhecimentos de proteção radiológica, comprovado através de um exame pelas autoridades competentes;

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3. As pessoas pertencerem às profissões de assistente médico-técnico de radiologia, assistente médico-técnico;

4. Trata-se de outros auxiliares (por exemplo, de radiologia) que são controlados permanentemente pelas pessoas indicadas no item 1, e que possuem os respectivos conhecimentos em proteção radiológica.

Conceitos e terminologia na proteção contra radiações

Nas Regulamentações Legalizadas nas normas DIN e outras publicações em proteção radiológica, são encontrados conceitos e termos em grande número, dos quais os mais importantes são relacionados a seguir.

A dose iônica

Baseia-se na ação de radiação ionizante em um volume de ar. A Unidade de Dose Ionizante é 1 roetgen = 1R, porém, conforme a Regulamentação de Procedimento (de 26/6/1969) da lei sobre “Unidades de Medidas” (de 2/7/1969) válida, por enquanto até 31 de dezembro de 1977, da Unidade SI legalizada para Dose Ionizante é: Coulomb por quilograma = C/kg. Convertendo: (!R = 2,58 . 10-4 C/kg)

A dose energética

Energia gerada em um material ao ser irradiado é o quociente da energia transferida (joule) e da massa (kg) da matéria irradiada. A unidade legalizada da dose energética é o joule por quilograma (J/Kg).

Outra unidade em uso é o RAD (de radiation absorved dose), cujo símbolo literal é rd , e em vigor até 31/12/77. Entre as duas unidades existe a equivalência: 1 rd = 0,01 J/Kg.

A dose energética pode ser calculada por intermédio da dose iônica sob determinadas condições básicas.

A capacidade de dose energética

É a dose energética por unidade de tempo:

Joule = J quilograma x segundo Kg.s

Convertendo, temos

1 rad = 1 RAD/S = 0,01 j/Kg.s segundo

A dose equivalente

Só é utilizada em proteção radiológica (por exemplo, em planejamento de proteção radiológica) e só considera as diversas ações biológicas de cada tipo de radiação.

A atualizada para doses equivalentes é o “rem” (de “radiation aquivalent man “), com símbolo literal “rem”. Origina-se da dose energética multiplicada por um fator de valorização (peso) (q):

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Doses equivalentes = doses energéticas x q

(em rem) (em rd)

No âmbito do radiodiagnóstico, o valor do fator q para tecidos moles é aproximadamente 1. Por essa razão, as doses iônicas energéticas e equivalentes podem ser praticamente igualadas:1R – 1 rad – 1 rem

Do mesmo modo como as unidades R e rad, a unidade “rem” é legalmente válida até 31/12/77. Entretanto, as definições definitivas e outros conceitos em radiologia estão ainda sendo discutidos . Provavelmente haverá também um adiantamento do prazo estabelecido.

A capacidade de dose equivalente

É o “rem” por unidade de tempo:

1 rem = 1 rem/s

1 segundo

A dose local

É a dose energética medida em um certo local (em rd) ou dose equivalente (em rem) para tecidos moles; porém, na maioria dos casos, é a dose iônica (em R), também usualmente mencionada nos planejamentos de proteção radiológica.

A capacidade de dose local

É a capacidade de dose energética (em rd/s) medida me um certo local, ou a capacidade de dose equivalente (em rem/s) para tecidos moles, ou a capacidade de dose iônica (em R/s).

A dose pessoal

É a dose energética (em rd) para tecidos moles, medida em parte externa do corpo que seja representativa para a exposição de radiação em uma pessoa que está sendo controlada quanto à proteção radiológica, ou é a dose iônica (em R) livre no ar. A dose pessoal não deve ser confundida com a dose corporal.

A dose corporal

É a dose equivalente definida em relação a um volume crítico do corpo, ou em relação a um volume crítico do corpo, ou em relação à pele, sobre uma área crítica.

Entende-se por volume crítico o volume de um órgão, tecido ou parte do corpo, que, com uma distribuição de dose uniforme no corpo, é o determinante para o cálculo da dose corporal. Ela não pode ser medida, mas apenas calculada pela dose pessoal sob determinantes condições.

Se numa determinada parte crítica do corpo é feita referência à dose corporal, podem ser utilizadas, por exemplo, denominações tais como dose de corpo inteiro, dose medular e dose de glândulas tiróides.

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A proteção contra radiações do ponto de vista técnico

Essa proteção começa pela construção e pela proteção das instalações radiológicas. Há alguns anos, antes de existirem as regras de proteção radiológica pela Reg. Rad. (de 1/3/73), a industria alemã de aparelhos de raios X obedeceu rigorosamente às normas DIN, cujo conteúdo está de acordo com as recomendações da ciência e da técnica. Assim, na construção de instalações radiológica até 300 kV, a norma DIN 6811 (valida a partir de 1972) é obrigatória.

A proteção radiológica em instalações deste tipo visa, em primeira linha, à proteção contra as radiações direta, difusa proveniente do paciente, passante pela cúpula do tubo de raios X e outras, do examinador e do pessoal auxiliar que trabalha, perto do paciente e do emissor de raios X, uso de vestimentas especiais de proteção contra as radiações.

Conforme a norma DIM 6811, devem-se calcular os dispositivos de proteção contra radiação de tal maneira, a permitir que profissionais expostos à radiação, no uso adequado da instalação radiológica, não fiquem expostos a um valor de dose corporal superior aos mencionados na seguinte tabela:

Região do corpo exposta

Dose corporal por ano

(dose anual)

Dose corporal média calculada da dose anual

por mês por semana Antebraço com mãos

Calcanhares e pés 60 rem = 0,6 J/kg

5 rem = 0,05 J/kg

1,2 rem = 0,012 J/kg

Cabeça 15 rem = 0,15 J/kg 1,2 rem = 0,012 J/kg

0,3 rem = 0,003 J/kg

Tórax com pescoço, braço e pernas

5 rem = 0,05 J/kg 0,004 J/kg 0,1 rem = 0,001 J/kg

Fora das zonas de proteção, tanto o médico quanto os assistentes devem prestar atenção principalmente quanto às radiações secundárias (difusas), provenientes do paciente, bem como às outras radiações, como as que passam pela cúpula do tubo de raios X, e, em casos especiais, à radiação terciária procedente da radiação secundária.

Aqui fica evidenciado que, ao terminar o exame radioscópico ou radiográfico, muitas pessoas não-informadas acreditam que os raios permanecem flutuando pela sala de raios X após muito tempo. Na verdade, toda e qualquer radiação secundária, terciária ou passagem, cessa no momento em que se desliga a radiação primária. Destaque-se o fato de que a distribuição de radiação difusa, em aparelhos com tubo de raios X sobre a mesa, é diferente daquela em que o aparelho com tubo está sob a mesa. Em aparelhos com tubo sob a mesa (com emissor de raios X por baixo do tampo sobre a qual fica o paciente), a radiação difusa diverge para baixo, num ângulo de 45ºao feixe principal, sendo as radiações praticamente absorvidas pelos dispositivos laterais de proteção contra a radiação (entre outras, a carcaça da mesa e do carro porta-tubo).

Atenção especial é dada na Reg. Rad. ao emissor de raios X ( = tubo de raios X + cúpula de proteção; em um aparelho unitanque: tubo de raios X + transformador de alta-tensão), para o qual deve ser pedida uma aprovação especial de institutos técnicos de ensaios de ramo (na Alemanha o PTB = Physikalsh-technische Bundesnstlt). Após prova concluída, esses institutos informam às autoridades o seu resultado. No relatório de ensaio constam todos os dados importantes de proteção do emissor em questão.

Um emissor de raios X, com a janela de saída do feixe de radiação com vedação com chumbo, não deve ultrapassar uma dose local de 100 milirroetgen por hora = 100 mR/h, a 1 metro de distância

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do ponto focal, perante a carga máxima indicada no tubo. O ponto focal deve ser marcado e facilmente localizado sobre a cúpula.

Também os acessórios utilizados (filtros, diafragmas e cones localizadores) de vem corresponder a normas em vigor.

1. O sistema próprio de filtragem deve ter no mínimo os seguintes valore:

a) com tensões nominais de até 70 kV, 1,5 mm de alumínio,

b) com tensões mínimas acima de 70 kV, 2,0 mm de alumínio.

Em aparelhos radiológicos com tensões nominais superiores a 70 kV devem existir suportes para filtros adicionais, para se conseguir:

c) com tensões nominais até 125 kV, uma filtragem total de até 4 mm,

d) com tensões nominais superiores a 125 kV, uma filtragem total de até 5 mm.

Neste caso, são ,ais vantajosos os matérias de filtros com número de ordem superior ao alumÍnio (por exemplo, o cobre).

O valor equivalente do alumínio no filtro adicional deve ser reconhecível.

Condições especiais são válidas para os emissores de raios X para técnicas de raios mole (na grama de 25 a 35 kV), e outros, com finalidade da pré-determinação de doenças das articulações, representação de corpos estranhos de pequeno número atômico e em mamografias, por exemplo, o emissor de raios X Bi 125/30/50 Mar com uma filtragem total de 0,5 mm de alumínio (o tubo possui cerca de 0,4 mm de alumínio com filtragem própria). Com esse valor de filtro, só é permitido fazer radiografias de raios moles.

Em radiografias normais, devem-se conseguir os valores de filtragem total,mencionados nos itens a) a c) com o uso de filtro adicional.

2. Diafragmas de radiações primárias ou cones para limitação do feixe de raios só devem ser utilizados co emissores de raios X para os quais sejam previstos o seu uso (conforme licença do tipo de construção).

O médico e seu pessoal assistente, que utilizam raios X, dão a melhor garantias para uma proteção radiológica técnica ideal, na utilização de uma instalação radiológica construída convenientemente conforme as normas.

Não só a mês de exames deve ser considerada importante na proteção radiológica, mas também o gerador de raios X com seu comando, que possui reguladores e indicadores que permitem uma escolha correta e um controle dos dados radiológicos, garantindo a sua reprodução a qualquer instante.

Não só a forma de construção das instalações radiológicas (conforme as normas e regulamentos de proteção radiológica) é importante para a dose de radiação recebida pelo médico, pelo seu pessoal assistente e pelo paciente, mas, sim, também a forma e o modo de usar o equipamento. Assim devem ser elaboradas medidas práticas adicionais de organização para atender as exigências de proteção radiológica.

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Os meios adicionais de proteção contra radiações também pertencem à proteção radiológica técnica.

Incluem-se, entre outros,

os aventais de proteção, em diversas formas, para o médico e seu pessoal assistente (chama-se especialmente a atenção para aventais de proteção de menos peso para cirurgiões e assistentes, porem com proteção maior à região do esterno e das gônadas, para o uso por baixo das vestimentas cirúrgicas);

as luvas de proteção de borracha plumbífera (tipos leves ou pesados);

o protetor para as pernas e os canos de proteção para os braços.

Paredes de proteção, fixas ou móveis, e a cortina de proteção de borracha plumbífera são consideradas como meios de proteção radiológicos nas construções.

A proteção contra radiações nas construções civis

No planejamento de um setor radiológico, devem ser consideradas, entre outras, a Regulamentação Radiológica (§ 15 a 17) e a norma DIN 6812. Além do projeto com as devidas considerações de ordem funcional e do plano de instalação e obras, deve-se desenvolver, como fator de grande importância, um projeto de proteção radiológica que será apresentado para a devida aprovação e, posteriormente, entregue ao usuário das instalações no momento da entrada em funcionamento.

1. Áreas de controle, que são todas as salas fechadas, próprias para a instalação radiológicas (salas de raios X). deverão possuir um sinalizador que, durante o tempo de uso do equipamento, permanece ligado, tendo os seguintes dizeres:

‘ATENÇÃO, RAIOS X – ENTRADA PROIBIDA”

também durante a fase de preparo da radiografia, a placa de advertência deverá estar ligada.

Conforme parágrafo 17 da regulamentação radiográfica, na área de controle, não se podem localizar cabinas, áreas de trabalho ou de passagens. Isso não é válido para as áreas de trabalho destinadas exclusivamente para comando da instalação radiológica e que, por motivos de ordem funcional, não podem ser colocadas na área de controle. Exemplo de tais áreas são salas de raios X onde a radiografia tem que ser disparada dentro da própria sala, não existindo nenhuma blindagem de proteção adicional ou móvel. Então, deve-se, pelo menos, manter um a distância de 2,5m do emissor de raios X e do paciente. Em instalações moeis, onde a radiografia é feita esporadicamente, ou em aparelhos de raios X dentários, deve existir a possibilidade de disparar a radiografia de uma distancia de, no mínimo, 1,5 m do emissor de raios X e do paciente.

O uso de eventuais plumbiros traz proteção adicional, sendo obrigatório o seu uso quando as distancias mínimas não puderem ser respeitadas como freqüentemente ocorre em radiografias no leito do paciente.

2. Áreas de observação são todas as áreas vizinhas às salas de raios X, bem como salas para enfermeiras, médicas, pacientes, e escritórios. Nestas áreas, a máxima dose local permitida é de 0,5 R por ano (40 mR por mês).

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3. Salas de permanência temporária, tais como corredores, quartos de espera, cabines e toiletes; nesse caso a máxima dose local permitida é de 1,5 R por ano (120 mR por mês).

4. Áreas adjacentes para moradia ou permanecia duradoura podem possuir um a máxima dose local permissível de 0,15 r por ano (12 mR por mês).

5. Áreas de trânsito, fora do serviço, onde há irradiação (por exemplo, ruas, terrenos), portanto áreas não controladas pelos usuários das instalações radiológicas devem atender à condição de máxima dose local permissível (conforme item 4) de 0,15 R por ano (12 m R por mês).

Para a medição da proteção radiológica em obras, devem-se observar todos os dados técnicos e de trabalho das instalações radiológicas, que são:

A carga de trabalho, que fornece a extensão do uso de uma instalação radiológica (em mA x minuto, por semana), com tensão nominal correspondente:

O fator de direção, que considera a direção do feixe de radiação útil sobre a camada de proteção a ser calculada;

O fator de permanência, relacionado com o tempo ode permanecia de pessoas nas diferentes áreas de proteção.

Uma vez que o calculo de camadas de proteção para radiações diretas ou dispersas é tarefa de especialistas em planejamento, não faremos aqui mais indicações adicionais a respeito. Apenas para dar uma idéia, relacionamos a seguir uma tabela que indica qual valor de equivalência de chumbo que os diferentes materiais possuem, validos para uma tensão nominal de 150 kV, e que são utilizadas para construção de um departamento radiológico.

Espessura em mm, para alcance da mesma atenção dos raios X, a 150 kV.:

espessura de chumbo em mm

concreto pesado

concreto tijolo compacto

tijolo perfurado

concreto esponjoso

Densidade (g/cm3)

11,7 3,2 2,2 1,8 1,4 0,63

0,5 7,3 60 84 115 200 1 15 105 150 200 340 2 33 180 260 350 600 3 51 250 340 490

4 67 300 420 600

6 100 410 570

8 130 530

10 165 630

12 195

Esses dados de equivalência foram obtidos pelo “Instituto para Proteção contra Radiações” da Sociedade de Pesquisas de Radiações e Meio-Ambiente, Neuherbg, Muenchen, constante do projeto de norma DIN 6812 de fevereiro de 1974.

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Se existir previsão de uso de paredes moveis de proteção, de cortinas de proteção (de borracha plumbíferas flexível) ou outros meios de proteção contra radiações (conforme norma DIN 6813), estes deverão ser incluídos no projeto de proteção contra radiações.

A máxima dose equivalente para profissionais expostos a radiação não deve ser superior a 5 rem por ano ( = 50 mj/Kg por ano), corresponde a dose local na área de controle.

Desse dado, pode-se calcular a dose pessoal por idade (conforme Reg. Rad. § 32, item 2):

A dose equivalente pessoal, recebida até uma certa idade, deve ser no máximo 5 rem ( = 50 mJ/Kg), multiplicada pela diferença de idade entre 18 anos e a idade real, com o que fica definida a máxima dose permissível por idade.

Exemplo: uma pessoa que trabalha em um departamento radiológico, com 25 anos, não pode ter recebido uma dose equivalente superior a: (25 – 18) x 5 rem = 35 rem.

Em intervalos de tempo curtos, porém seguidos, a dose equivalente recebida pode ser superior à permissível, nunca podendo exceder, no valor total, à dose máxima anual.

A dose equivalente, distribuída uniformemente em um intervalo de tempo de 13 semanas consecutivas, pode alcançar os seguintes valores máximos: para mãos, braços, pés e calcanhares, 15 rem ( = 150 mJ/Kg), não podendo ser o valor anual superior a 60 rem ( = 600 mJ/Kg);

Para o corpo inteiro, 3 rem ( = 30 mJ/Kg), sendo o valor anual admissível não superior a 5 em ( = 50 mJ/Kg).

Em profissionais do sexo feminino expostos à radiação, cuja capacidade de procriação pode manifestar a qualquer instante, a dose equivalente recebida, no intervalo de 13 semanas consecutivas, não pode ultrapassar a 1,5 rem (15 mJ/Kg) (Reg. Rad. §32 item 5).

Mulheres grávidas ou que amamentam não podem trabalhar na área de controle.

Se um profissional exposto à radiação receber involuntariamente, uma única vez na vida, uma dose equivalente de mais de 15 rem ( = 150 mJ/Kg) até 60 rem (600 mJ/Kg), esse excesso não precisa ser levado em conta. Por outro lado, pareceres médicos constatam que o ser humano pode ficar por diversas vezes exposto a tais radiações, sem que á saúde seja necessariamente prejudicada (Reg. Rad. §33 item 2).

Máxima dose permissível para pessoas normalmente expostas a radiação: Em pessoas que, em função de seu trabalho, permanecem esporadicamente na área de controle, sem que se ocupem com o uso do raio X, admite-se uma dose equivalente, distribuída durante 1 ano, de no máximo 1,5 rem ( = 15 mJ/Kg).

Em pessoas que permanecem na área de controle para fins de instrução, a máxima dose equivalente admissível, distribuída durante 1 ano, é de, até completar 18 anos de vida, 0,5 rem ( = 5 mJ/Kg), e após 18 anos de idade, 1,5 rem ( = mJ/Kg).

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Controle de proteção dos profissionais contra radiação

Conforme a Reg. Rad. §40, todas as pessoas que permanecem dentro da área de controle devem menor sua dose de radiação.

Isto não é valido para pacientes que ficam sob esses efeitos devido a exames que realizam. Esta medição deve ser efetuada sobre o tronco, na altura do tórax.

Ao se usarem vestimentas de proteção contra radiação,a medição deve ser feita por baixo das mesmas.

As medidas no corpo devem ser feitas por dois processos distintos e independentes.

1. Medida para determinação da base a qualquer momento. Para isto se utiliza um dosímetro de bolso (caneta dosímetra) e seu dispositivo carregador. A gama de medição usual vai de 0 a 200 mR.

O dosímetro de bolso deve ser carregado diariamente após o término do trabalho diário, controlando-se e a dose indicada em formulário apropriado.

2. Medidas com dosímetros controladas por autoridades governamentais. Em diversos países, inclusive na Alemanha, há um permanente controle e contato entre os Institutos de Medida e Radiações e as instituições onde se emprega a técnica do raios X. Esses controles são feitos mensalmente,e seus resultados guardados durante 30 anos. A análise dosimétrica das radiações, a que dada pessoa está exposta, é feita sobre filmes apropriados e fornecido pelo instituto, e julgado segundo a norma DIN 6816.

A plaqueta do filme é constituída de uma carcaça de plástico duro, e contém três pares de filtros de cobre e um par de filtros de chumbo.

A janela redonda na carcaça vale como filtragem “0” (zero). Entre os jogos de filtros, encontram-se dois filmes (em embalagem única) com diferentes sensibilidades, para se alcançar uma gama de medição mais ampla. Os filtros metálicos servem para determinação, não só da dose de radiação recebida com um pequeno enegrecimento do filme, mas também da dureza desta radiação. Para os radiologistas, existem, além das plaquetas de filmes, os assim chamados anéis de proteção radiológica, dois por pessoas, que são previstos para determinação de doses recebidas pelas mãos, por exemplo, em apalpamentos durante exames no estômago.

Nota. Das definições da dose equivalente, dose do corpo, ou dose pessoal, deduz-se que dose pessoal determinada pelo Instituto de Medidas de Radiação não é equivalente à dose do corpo do usuário. Por esse motivo, a dose pessoal não deve ser expressa em rem, mas sim, em R, ou ainda em mR. O limite de determinação dos filmes dosimétricos está na faixa de 40 mR.

A proteção contra radiações em instituições médicas

É a seguinte condição básica a ser atendida no local de trabalho de instalações radiológicas, conforme a Reg. Rad §3: quem utiliza uma instalação radiológica se sujeita à aprovação prévia das atividades competentes.

A produção é concedida quando:

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1. Não fatos que ponham em dúvida a confiabilidade do responsável pela proteção radiológica;

2. Os chefes ou responsáveis pelo serviço e uso das instalações radiológicas tiverem competência e conhecimentos necessários de proteção radiológica, e que os mesmos existem em número suficientes para uma utilização segura das instalações radiológicas;

3. For assegurado que, no serviço em questão, as pessoas em atividade com as instalações radiológicas tenham os conhecimentos necessários sobre o possível perigo das radiações e das medidas de proteção correspondentes;

4. For assegurado que, no serviço em questão, existiam instalações e tenham sido tomadas medidas para uma proteção adequada, conforme o estado da ciência e da técnica, contra os danos da radiação pessoal ou público geral, que afetam a vida, a saúde e todos os bens matérias.

Essa regra também são válidas quando a instalação radiológica ou seu uso forem substancialmente modificados, sempre que as modificações puderem influenciar sobre a proteção radiológica. Como o uso de instalações radiológicas considera, como condições básicas, a existência de pessoas responsáveis que possuam os conhecimentos necessários de proteção radiológica, de competência plenamente comprovada, seja pelo método de aprovação prévia, ou seja, por notificações, estas condições têm grande importância dentro do Regulamento de Proteção à Radiação e da Regulamentação Radiológica.

No setor de radiologia de um hospital, é normalmente responsável pela proteção radiológica o médico chefe do serviço. Pode ser, entretanto nomeado responsável um físico hospitalar, um assistente médico-técnico, um ou uma assistente em radiologia, se forem comprovados seus conhecimentos na área de proteção radiológica. Nas escolas, é permitido ao professor ser o responsável pela proteção radiológica.

Os responsáveis pela proteção radiológica têm como obrigação cuidar da proteção contra danos da radiação sobre a vida, a saúde, e os bens matérias, com medidas apropriadas, entre as quais se destacam salas apropriadas, dispositivos de proteção, aparelhos e dispositivos de proteção para pessoas, bem como através de normas apropriadas no uso cotidiano e no preparo de pessoas apropriadas, que, ao utilizarem a instalação radiológica, assegurem

1. Manter os regulamentos de proteção,

2. Manter no mínimo possível a carga de dose de radiação das pessoas ou do público em geral.

O responsável pela proteção radiológica tem com tarefa básica, entre outras, organizar uma medição das doses pessoal e local, anotando os resultados; realizar, no mínimo a cada meio ano, cursos sobre proteção radiológica para todas as pessoas ocupadas dentro da área de controle, e proceder a exames anuais por médico especializado em proteção radiológica.esse exame deverá ser feito imediatamente após uma sobre-exposição à radiação.

Por outro lado, todas as pessoas que trabalham na área de controle ficam obrigadas a tolerar a medição da dose pessoal, como também o exame por médico especializado e a participar dos cursos, a cada meio ano, sobre proteção radiológica.

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As pessoas responsáveis pela proteção radiológica não devem ser impedidas do cumprimento do seu dever o mesmo prejudicados no exercício de suas funções.

3 Proteção dos usuários de Raios X

• Otimização das radiações

• Normas de proteção (escudos protetores)

• Outros itens importantes

O projeto de um Departamento de Radiologia depende em grande parte de quantidade e natureza do trabalho que nele se vai fazer, assim como do tamanho do Instituição a que vai servir. Nem sempre será possível traçar e seguir um plano ideal para o departamento de Radiologia, devido à necessidade de atenção ao mesmo tempo às exigências dos outros departamentos do Hospital, que interferem na disposição das peças e na construção. Cada instalação tem seu problemas. Impraticável seria pois, quere abranger aqui todas as combinações possíveis, Será útil, porém, delinearmos os pontos fundamentais que se devem ter presentes ao espírito ao traçar os projetos de um departamento dessa natureza.

Em primeiro lugar, as funções do departamento de Radiologia, devem dividir-se em Diagnóstico e Tratamento. Estes dois ramos da radiologia são essencialmente diferentes tanto em caráter como em administração e devem ser instalados à parte sempre que possível. Num consultório particular, porem, ou numa pequena Casa de Saúde, terão de ficar mais ou menos unidos.

A Radiologia Diagnóstica compreende numerosos tipos de exame roentgenológico. Nos consultórios particulares ou nas pequenas Casas de Saúde pode tornar-se necessário fazer todos os exames,tanto roentgenográficos como fluoroscópico, na mesma sala, o se poderão manter salas diferentes para cada fim. De qualquer forma, porém, ambas as salas devem estar situadas bem próximas da câmara escura, afim de facilitar a passagem direta dos filmes em uma e outra direção.

Quando todos os exames tiverem de ser feitos numa sala, deve-se recorrer aos aparelhos modernos de diagnóstico, que consistem numa combinação de mesa inclinável para roentgenografia e fluoroscopia com diafragma Potter Bucky e tubo montado em trilhos. Haverá, porém, muitos trabalho se puder dispor de duas salas contíguas, uma para roentgenografia, outra para o fluoroscopia. A câmara escura deverá ter o acesso fácil tanto para quem vem da sala de roentgenografia como da de fluoroscopia. Um mesmo transformador pode servir a ambos os aparelhos. Os modernos aparelhos à prova de choque são providos de um transformador solidamente ligado ao conjunto, o que dispensa, pois, o compartimento do transformador. A sala de fluoroscopia deve estar em condições de servir também como sala acessória de roentgenografia, afim de evitar excessiva demora em casa de acúmulo de serviço roentgenográfico.

Ambas estas salas comunicam-se com a que serve de escritório à enfermeira e de sala de exame dos filmes, onde os filmes são arquivados e onde se datilografam os relatórios.

Esta sala serve também para exames, armário de instrumentos, esterilizador, etc. Vai-se às salas de radiologia através de pequeno corredor lateral. A sala de fluoroscopia e a sala de roentgenografia tem, anexos, vestiários, ambos comunicando-se com o corredor e com a sala de exames; um desses vestiários é dotado de todos os aparelhos de “toilette”. O transformador, que serve a sala de fluoroscopia, está instalado numa cabine acima do vestiário.

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A sala principal de radiografia é dotada de todo o aparelhamento para as várias modalidades de trabalho, e servida por um potente transformador de 135 Kv,e de capacidade de 500 Ma. Qualquer dos vestiários pode ser utilizado para se prepararem os pacientes antes de virem ter a esta sala.

A sala de radioterapia profunda é imediatamente adjacente à sala do transformador, e o mesmo controle serve tanto para o aparelho de roentgenografia como para o de roentgenterapia. A radioterapia superficial é feita na sala de radiografia.

Para um departamento de Radiologia de Hospital, instalado no mesmo edifício em que se acham os demais departamentos, uma disposição que dá bons resultados é a de colocar o departamento de Radiologia, assim como o laboratório de Análise Clinicas e de Anatomia Patológica, cada um de um dos lados da seção de Cirurgia, ou então em alas adjacentes, no fim do mesmo edifício. O fácil acesso da seção de Cirurgia a ambos estes departamentos é de grande vantagem.

Quando o Hospital for constituído de um grupo de pavilhões e o departamento de Radiologia tiver de ocupar um pavilhão separado, é da máxima importância que ocupe localização central, de fácil acesso para que vem de qualquer dos outros pavilhões. Disposição desta natureza, e que tem fielmente atendido aos nossos propósitos durante anos.

Se o departamento de Radiologia for destinado a atender também à pacientes externos, além dos doentes do Hospital, deve ser localizado de modo a apresentar fácil entrada da rua ou do corredor, com saída externa. De modo geral, os pavilhões dos hospitais comunicam-se entre se por meio de corredores no pavilhão térreo e no 1º andar. Em tais condições, o transporte de pacientes para o departamento de radiologia torna-se bastante simplificado. O pavimento térreo do departamento terá uma entrada, da rua, para os pacientes externos, e uma entrada ao nível do segundo pavimento para os pacientes do hospital, em ligação com um corredor de comunicação. O pavimento térreo será dedicado especialmente à radioterapia, enquanto que o 1º andar será dedicado aos diagnósticos e aos consultórios dos radiologistas. O terceiro pavimento pode ser destinado a conter as salas de máquinas, os transformadores dos aparelhos localizados nos pavimentos de baixo, assim como servirá para almoxarifado do material e conterá ainda salas para radiologia experimental, etc.

Como exemplo de um departamento de Radiologia de um grande Hospital, de mais de 100 leitos, passaremos a descrever ligeiramente os traços principais do novo departamento de Radiologia do St. Louis City Hospital.

Esse departamento atende não só a todos os pavilhões do Hospital, como ainda a grande número de pacientes externos e de casos de câncer. Está localizado no centro, diretamente ligado, pelo caminho mais curto, através de corredores ou de passagens subterrâneas, com todos os demais pavilhões. Uma grande porcentagem dos pacientes do Hospital são casos transportáveis. Os pacientes são levados dos vários pavilhões, através das passagens subterrâneas e de elevadores, até o departamento de Radiologia.

O departamento ocupa todo o 2ºpavimento de um edifício novo de 13 pavimentos.

No pavimento térreo, logo abaixo, é a entrada das ambulâncias e a sala de admissão do Hospital. Os casos de urgência, e todos os casos de fratura, são encaminhados diretamente da sala de admissão para a sala de exames, e o resultado do exame é transmitido imediatamente à sala de admissão por meio de um sistema de comunicação tipo pneumático. Se é o caso de fratura que necessita de redução, o paciente é levado ao andar de cima, à sala de fraturas, onde a redução é feita sob controle fluoroscópico em dois planos. Todos os casos de fratura são tratados nesta seção, a qual é dotada de aparelhos portáteis de raios X.

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Se o caso de urgência requer intervenção cirúrgica, o paciente é conduzido à seção de Cirurgia, logo acima. Todas as salas de operação são dotadas de uma câmara escura anexa, para permitir pronta revelação dos filmes tomados no decorrer da intervenção.

A sala de brocoscopia, na seção de cirurgia, é dotado de fluoroscopio biplano tipo Chamberlain, com os tubos por traz e por baixo, o que permite ao broncoscopista fácil acesso ao paciente em qualquer posição. Um pequeno elevador automático leva os filhos para a câmera escura, no departamento de Radiologia.

Os doentes de ambulatório vêm ter ao departamento por meio de um corredor, no 2º pavimento, ligado diretamente ao pavilhão adjacente, onde está a Clinica. Os pacientes externos, que vêm fazer radioterapia, assim como os casos de câncer, entram por uma entrada diretamente da rua para o pavimento térreo, justamente embaixo da seção de radioterapia. Os membros do corpo medico do hospital têm acesso à sala de exame de filmes pelos corredores que ligam todos os pavilhões ao departamento de Radiologia. Perto há uma sala de aula para fins de ensino.

A disposição do departamento é em forma de U, sendo na frente a porção principal do prédio, com uma ala de cada lado. Uma das alas comunica-se, por meio de um corredor, com todos os outros pavilhões do hospital. A outra ala contém a seção de radioterapia, em comunicação com a rua mediante escala e elevador.

A sala de exames de filmes, as salas de redação dos relatórios e os escritórios de administração ocupam uma das alas; a seção de radioterapia ocupa a outra; e a parte central do prédio contem todas as salas de radioterapia e de radioscopia.

As salas de fluoroscopia são agrupadas em pares com porta de comunicação, de modo que, ao terminar o radiologista o exame fluoroscópico de um paciente em uma das salas, possa passar logo para a outra e começar imediatamente o exame do paciente esses casos que ali já estava á sua espera, Em todos esses casos, se desejar exame roentgenográfico, será este feito pelo auxiliar técnico, logo que o radiologista termine a fluoroscopia, e ficando o paciente na mesma posição em que se achava.

Tal disposição torna o exame fluoroscópico bem mais rápido. Pode convir que, destas duas salas conjugadas, uma se destine especialmente à fluoroscopia e secundariamente a fico limitado ao utilizado na radiografia gastro - intestinal. A outra se destinara então especialmente à radiografia, e secundariamente á fluoroscopia, e será dotada de todo o material radiográfico necessário. Em qualquer hipótese, porem, o material de fluoroscopia será o mesmo em ambas as salas.

As salas radiográficas duplas, são localizadas de cada lado da câmara escura. Comunicam-se por meio de portas de ambos os lados com salas em que se examinam os filmes ainda úmidos. Os chassis contendo os filmes são passados à câmara escura, vindos da sala de radiografia de um ou de outro lado através de compartimentos com duas aberturas. Os filmes são conservados separados durante a revelação, e são enviados para fora da câmara escura até a sala de exames úmidos depois de completa a revelação e conservados em tanques de água que se estendem ao longo da parede da frente. Quebra-luzes impedem a entrada de luz na câmera. Nessa sala de exame dos filmes úmidos podem estes ser examinados pelos auxiliares técnicos das duas salas de radiografia ou pelos médicos que quiseram ver imediatamente as radiografias tiradas de seus pacientes. Sinais luminosos indicam a passagem de para a câmara escura, dos chassis enviados pelos técnicos, e da mesma forma a passagem ulterior dos filmes revelados para a sala de exames. Uma tira de celulóide presa no chassis traz o nome do paciente; essa tira è trans ferida para o filme, de modo que quando este passa para o tanque de lavagem, a identificação torna-se fácil.

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Na sala de radiografia costuma permanecer um radiologista assistente, examinando as requisições de radiografias antes de serem os pacientes atendidos e indicando as chapas que devem ser tiradas, as posições, etc. E também examinara as radiografias depois de reveladas, para ver se por ventura haverá necessidade de mais chapas. Nos casos mais simples, tais como fraturas, corpos estanhos, etc, esse assistente pode redigir os relatórios imediatamente, por meio de um ditafone.

Haverá um acamara escura central que atendera a todas as salas de radiografia, um sistema de comunicação tipo interfone entre a câmera escura e a sala de exame dos filmes úmidos permitirá a troca de consultas com o técnico que está fazendo revelações.

As salas de espera para os pacientes são situadas ao lado do corredor principal, com fácil acesso à sala principal de radiografia. Sinais luminosos indicam a entrada dos pacientes.

As salas de citoscopia são também dispostas em pares, havendo entre elas instalações de esterilização (para a enfermeira) e para lavagem das mãos (para o urologista). Tal disposição permite que, enquanto um paciente vem sendo examinado, o outro esteja sendo preparado. Poupa-se assim o tempo do urologista. A sala de filmes úmidos logo depois do corredor permite pronto exame dos urogramas.

Há salas especiais destinadas ao exame radiográfico do crânio, dos seios ósseos e da mastóide, à encefalografia e ventriculografia, à radiografia rápida do tórax, à tomografia, à radiografia dentária, etc.

Radiação

Quando você sente calor dos raios solares está experimentando o que os cientistas denominam radiação. O sol emite calor ou radiação térmica emite também raios de luz, ou radiação visível. Tudo o que você vê atinge nossos olhos através de raios de luz. O calor e a luz são dois dos muitos tipos de radiação que afetam nossas vidas.

A radiação chega até nós sob a forma de ondas eletromagnéticas, estas ondas incluem os raios caloríficos, a luz, as emissões de rádio e televisão, os raios X, e outros tipos de radiação. As diversas ondas eletromagnéticas diferem umas das outras apenas em sua freqüência.

As ondas eletromagnéticas agem também como partículas de matéria. Os cientistas denominam estas partículas de fótons. A radiação tem uma natureza dupla, de onda e partícula. Algumas partículas emitidas por átomos ao se desintegrarem não são fótons, mas estas partículas recebem também a denominação de radiação.

Embora necessária à vida sobre a terra, a radiação também pode destruir a vida. Mesmo as quantidades relativamente pequenas de radiação ultravioleta que penetram na atmosfera podem causar ardências na pele, e, em alguns casos mais graves, queimaduras. Normalmente, uma pessoa não entra em contato com radiações mais perigosas que os raios ultravioleta, proveniente do sol ou de uma lâmpada solar de vapor de mercúrio. Entretanto, muitas pessoas expõem-se à radiação dos raios X e de outros raios de alta energia produzidos pela desintegração de átomos. Os átomos radioativos espalham partículas e radiações perigosas.

A proteção do paciente contra radiações

Os raios X só podem ser utilizados sobre um ser vivo, no exercício da cura, em tratamento dentário ou em outros casos previstos e permitidos por lei.

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A utilização dos raio X deve acompanhar o desenvolvimento dos conhecimentos da ciência e da técnica, para manter a carga da dose do paciente no mínimo valor possível. Por esse motivo, só se deve proceder uma radioscopia quando uma radiografia possivelmente não vier a fornecer a informação necessária, como, por exemplo, em alguns estudos de função, ou quando o fator tempo é de importância (recomendação da Comissão Internacional de Proteção contra radiações = ICRP). Para a diminuição da dose de radiação, é de grande ajuda o gravador de vídeo magnético que permite, sem uma carga de dose adicional, visualizar as imagens gravadas, repetidamente. Conforme Reg. Rad. § 23, deve-se dar especial atenção à proteção das glândulas de reprodução e do feto, onde os exames radiográficos devem ser feitos de tal forma a não incidir uma radiação direta sobre os mesmos. O uso de proteção para as gônadas é indispensável, desde que não influencie na interpretação e no laudo médico.

Em pessoas de sexo feminino, em idade de procriação, só são permitidos exames radiológicos da região da bacia, quando não existir evidência de gravidez. Em estado de gravidez, deve-se evitar qualquer exame radiológico, excetuados os casos de prescrição médica. Nesse caso, devem-se explorar todas as possibilidades para minimizar a carga de dose no paciente. No exame radiológico da cabeça e das extremidades, deve-se colocar sobre o paciente um dispositivo de proteção de pelo menos 0,4 mm de equivalência de chumbo. Isto também é válido para exames dentários e do maxilar.

Em especial, nos exames de recém-nascidos, deve-se diafragmar bem o feixe de radiação útil exclusivamente sobre a área a ser examinada. As glândulas de procriação devem ser protegidas dos raios X. Para isto, existem, entre outros, calças de borracha plumbífera, aventais de proteção de gônadas em diferentes tamanhos.

Na elaboração de radiografias, deve-se atentar para os pontos a seguir.

1. Exames radiológicos só devem ser efetuados sob prescrição médica.

2. O campo a radiografar deve ser preferência pequeno. Em nenhum caso o formato do filme define o tamanho do campo abrangido. É imprescindível o uso de diafragmas primários de radiação, com visor luminoso, mesmo em geradores de raios X pequenos. Em caso de se utilizarem tubos localizadores, devem ser extensíveis até a superfície do paciente.

Em radiografias dentais, deve-se verificar a existência no tubo localizador de um diafragma de chumbo, com fenda, para que o campo irradiado (campo de pele) não tenha um diâmetro superior a 6 mm.

3. O volume do corpo a ser irradiado deve ser diminuído, principalmente na região do estômago, por meio de compressores. Para isso existem as faixas ou arcos compressores.

4. Endurecimento dos raios por filtros, em radiografias e radioscopias, para eliminar os raios moles, com poder de penetração, que não colaboram para o enegrecimento do filme, e somente sobrecarregam desnecessariamente o paciente com dose de radiação. Conforme norma DIN 6822, deve-se ter uma filtragem total com valor equivalente de endurecimento de pelo menos 2 mm de alumínio.

5. Não se utilizarem pequenas distâncias entre foco e paciente. A lei do quadrado da distância diz que a intensidade dos raios X aumenta na razão quadrática da redução da distância.

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Em radiografias, não devem ser escolhidas distâncias foco-filme muito pequenas(e assim distância foco-pele), pois, nesse caso, a sobrecarga de radiação na pele, junto ao tubo de raios X, é sensivelmente maior do que com distâncias foco-filme usuais de 70 cm ou maiores.

Radiografias de contato (entre outras, da articulação do maxilar) devem, sempre que possível, ser evitadas. Sob nenhuma hipótese devem as mesmas ser repetidas.

6. Exposição correta e revelação de alta qualidade não são apenas exigências para se conseguir uma boa qualidade da imagem, mas também uma condição básica para reduzir a carga de radiação no paciente. Através de superexposição e de revelação curta, não resultam apenas radiografias nobres de contraste, mas também uma carga de radiação desnecessária sobre o paciente e no uso do tubo de raios X.

É grande ainda o número de revelações que são feitas por processos antigos, apesar de já se encontrarem institutos que, revelando menos de 100 radiografias por dia, optar pela aquisição de uma moderna máquina de revelação. No processo antigo, deve-se ter cuidado especial para que os valores de exposição estejam corretos, a fim de que o filme apresente qualidade adequada.

Uma medida bastante recomendada é a medição, em cada caso, do diâmetro do paciente na direção do feixe de radiação central.

A estimativa do diâmetro do corpo simplesmente pelo olhar leva, na maioria das vezes, a uma exposição errada, necessitando por isso uma revelação anormal, do que resulta uma má qualidade da imagem. Comumente é necessário uma repetição da radiografia, o que resulta em desnecessário aumento de carga da dose de radiação sobre o paciente, além dos gastos adicionais.

Os valores de exposição são escolhidos corretamente quando o filme é revelado a temperatura determinada (geralmente a 20º C), e a um tempo indicado pelo fabricante do filme ou do revelador.

Recomenda-se padronizar o processo de revelação do filme.

a) A escolha do material radiográfico deveria basear-se sempre naquele que vier a trazer menor carga ao paciente, relegando a plano secundário o aspecto econômico. Isto significa ser dada preferência à utilização de filmes altamente sensíveis. Os filmes sem o uso de ecrans reforçadores (exceção, filmes dentais) não devem mais ser utilizados. Em seu lugar, utilizam-se filmes com ecrans reforçadores de alto detalhe, por exemplo, os ecrans RUBIN SUPER. Em nenhum caso, utilizar filmes com ecrans em embalagens opacas (por exemplo, chassi plástico com fecho-éclair) como se fosse um filme para uso sem ecrans, pois a dose necessária nesse caso é muito alta.

b) Estoque de chassis e ecrans de fabricação recente. No interesse de conseguir condições de reprodução constantes, é necessário eliminar todos os fatores que alterem, de modo incontrolável, o filme, alterando os resultados radiológicos. Por isso, recomendam-se utilizar chassis do mesmo tipo, nos quais vêm indicado, com clareza, o tipo de ecrans reforçadores colados em seu interior. Os ecrans reforçadores do mesmo tipo devem ter o mesmo fator de reforço; cabe observar, por exemplo, que os ecrans reforçadores universais de diferentes fabricantes, nem sempre são necessariamente iguais. Recomendam-se assim utilizar ecrans reforçadores do mesmo fabricante e possivelmente com mesma Dara de fabricação.

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c) E particularmente importante ter-se uma qualidade constante do revelador radiográfico, para se obter uma boa qualidade de imagens, e assim manter mínima a carga de radiação sobre os pacientes. Para tal, mantém-se o revelador corretamente ativo através de uso constante de regenerador, temperatura aproximada a 20º em ambiente com ar condicionado ou uso de termostato nos líquidos.

7. O posicionamento correto do paciente evita radiografias erradas e inúteis e uma desnecessária sobrecarga de radiação sobre o paciente na repetição da radiografia.

8. As gônadas devem ser protegidas da radiação útil e das radiações secundárias, através de um protetor de ovários, e respectivamente de testículos, por meio da cobertura da região da bacia por borracha plumbífera, pela utilização de aventais de proteção de borracha plumbífera , e principalmente, no caso de crianças, pela utilização de calças de borracha plumbífera. Em radiografias do tórax, onde o paciente permanece em pé. Deve-se colocar à frente deste (visto do tubo de raios X), uma placa de proteção contra radiações, ajustável na altura, através da qual se obtém uma expressiva diminuição da carga sobre as gônadas.

Quando mais perto o campo de radiação estiver das gônadas, tanto mais cuidadoso devera ser o trabalho de diafragmação do feixe da radiação central, para minimizar, ao Maximo possível, a influência da radiação central, para minimizar, ao máximo possível, a influencia da radiação secundaria proveniente do corpo irradiado.

Em radiografias dos dedos, mãos e braços, consegue-se evitar uma sobrecarga desnecessária de radiação sobre as gônadas, fazendo-se com que o paciente permaneça sentado, com o ventre deslocado em relação ao campo de radiação, ou seja, com o braço inclinado para o lado.

Em radiografias dentais, principalmente ao se fazer um levantamento da arcada dentária com 10 a 14 radiografias, deve-se colocar no paciente um avental de proteção plumbífera, o que, justamente em crianças, devido à procura distância das gônadas é de suma importância.

9. A carga de radiação deve ser a menor possível (Reg. Rad. § 22), de acordo com o mencionado sobre proteção radiológica do paciente. Naturalmente, é necessário obter-se, pela chapa, a informação desejada; caso contrário, haveria necessidade de uma nova carga de radiação. Para a redução da carga de radiação no paciente, é importante escolher corretamente a técnica radiográfica. A quantidade de dose necessária para um enegrecimento S = 1, para diversas técnicas radiográficas, pode ser retirada da tabela anexa ao presente capítulo(segundo J. Meiler e H. Aichinger).

Nota. O enegrecimento S = 1 de um filme radiológico, ou outro tipo preto e branco, debilita a intensidade de uma luz incidente em um fator de 1/10.

Radiografias indiretas com Sircam 70 e 100 0,05 a 0,1 mR Filme com uso de écran reforçador de alto ganho 0,2 a 0,3 mR Filme com uso de écran reforçador tipo universal 0,5 a 0,7 mR Filme com uso de écran reforçador de elevado contraste 1 a 1,4 mR Filme sem uso de écran 8 a 10 mR Xerorradiografia 30 a 60 mR Filme sem uso de écran para mamografia 100 a 250 mR

Como pode ser visto dos valores mencionados, a demanda de dose, para os diversos sistemas de radiografias difere consideravelmente entre si de um fator de 1000 ou mais, entre extremos, ao se comparar, por exemplo, uma radiografia indireta com uma mamografia em filme sem écran.

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Se bem que uma radioscopia feita corretamente dependa da capacidade do médico que a faz, mencionamos aqui os valores da capacidade de doses (R/min) medidos a diferentes tensões e correntes do tubo de raios X, a fim de se verificar que, mesmo trabalhando com um sistema de TV e um intensificador de imagem, a carga de radiação sobre o paciente na radioscopia ainda é maior. Por essa razão, a exigência mencionada no início para se evitar a radioscopia, quando esta for substituível por uma radiografia.

Cuidados especiais são necessários para os exames radiológicos de recém-nascidos e de menores em geral, quando se devem considerar a idade, o peso e a superfície do corpo exposta à radiação, para definir os dados técnicos da radiografia. O feixe de radiação útil deve ser diafragmado corretamente até o tamanho da região do corpo a examinar. No exame radiológico da região toráxica, mesmo em abreugrafias, não se deve expor a região da bacia do feixe de radiação útil. As gônadas devem ser protegidas dos raios X através de blindagem.

Até hoje, várias publicações na área fazem referência sobre a carga limite de radiação aplicável no paciente, num diagnóstico radiológico com radioscopias e radiografias, como sendo o valor de ¼ da dose de formação de eritema na pele = 100 R por campo irradiado. Uma comissão de especialistas governamentais, entretanto, verificou que mesmo com 100 R de dose na superfície da pele, já se nota, sob certas condições, uma ação biológica da radiação. Por isso, atualmente, não é mais indicado um valor limite, exceção feita aos dois primeiros meses de gravidez, onde o feto não pode receber mais que 1 rem (Reg. Rad. § 27, item 3), cabendo assim ao médico que procede ao exame radiológico, ponderar entre a necessidade de diagnóstico e o risco da radiação sobre o paciente.

10. O paciente deve ser sempre perguntado, antes do exame radiológico, quanto a anteriores exposições de radiação ionizante, principalmente sobre a região do corpo a ser examinada. As declarações devem ser anotadas (Reg. Rad. §29) em formulários apropriados.

Tratando-se de pessoas do sexo feminino, deve-se também perguntar sobre um eventual estado de gravidez.

Confirmada a gravidez, deve-se deixar de fazer o exame radiológico (Reg. Rad. §27), caso não exista uma determinação médica expressa. Nesse caso, devem-se explorar todas as possibilidades para diminuição da carga de radiação sobre o paciente.

Em relação a isto, chamamos atenção para o uso dos novos ecrans reforçadores, que necessitam apenas da metade da dose dos demais ecrans de alto ganho utilizados.

11. Para o exame radiológico devem ser colhidas as informações constantes do Reg. Rad. §29 item 2:

Das anotações sobre o exame radiológico, devem constar a hora, o tipo de exame, a região examinada e os dados dos quais se pode retirar o valor da carga de radiação, destacando a quantidade, os valores ajustados e os tempos de radioscopia.

Na anotação, diferenciam-se entre os dados normalizados e os dados variáveis.

Os dados normalizados são definidos por escrito para cada posto de trabalho, e devem ser controlados de tempo em tempo. Esses dados se compõem das seguintes indicações:

A instalação radiológica (os tipos de gerado de raios X, do emissor de raios X e do aparelho de exames), a filtragem total, a grade antidifusora, os dados radiográficos (relativos a cada órgão

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em questão), as distâncias foco-filme, foco-objeto e objeto-filme, e os dados do processamento do filme. Se nesse posto de trabalho forem utilizados apenas um tipo de écran reforçados e um determinado tipo de filme, podem esses também constar como dados normalizados.

Os dados variáveis, que são e devem ser em cada caso anotados, são:

O nome e o prenome do cliente, a data de nascimento ou o número de identificação, o seguro-saúde, o médico responsável ou o setor remetente: a hora do exame, o tipo de exame, a região examinada, o número de radiografias, os dados radiográficos inclusive o tempo da radioscopia e o tamanho do campo de radiação.

Os dados radiográficos são: indicação sobre a tensão do tubo (kV), a carga elétrica (mAs), ou, em substituição, a sensibilidade de exposímetro automático e/ou do intensificador de imagem.

Em caso de radiografias imperfeitas, devem as mesmas constar adicionalmente como dados variáveis, não precisando, entretanto, ser arquivadas.

12. São obrigatórios, segundo a Reg. Rad. §29, item 4 e 5. o arquivamento das radiografias ou de outros documentos de imagem radiológica, a anotação sobre uma utilização anterior de radiação ionizante, e ainda, a anotação dos dados normalizados e dos dados variáveis durante o exame radiológico.

BIBLIOGRAFIA

-INTRODUÇÃO A TÉCNICA RADIOGRAFICA – HOXTER

-TÉCNICA RDIOLÓGICA – L. R. SANTE

-ENCICLOPEDIA BARSA

-ENCICLOPEDIA DELTA