trabalho, deficientes fisicos

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1 - INTRODUO

Nos dias atuais, o aumento da produtividade nos diversos setores econmicos tem mostrado que cada vez mais temos que lidar com as conseqncias de excesso de trabalho, o que implica em sua maioria no surgimento de doenas ocupacionais. O papel ergonmico neste contexto de vital importncia. Isso porque os riscos ergonmicos esto presentes em qualquer categoria de trabalho. funo do ergonomista trabalhar com a orientao ao trabalhador sobre a forma correta de trabalho e sua relao com seu posto de trabalho de forma que ele no adote uma postura que seja nociva a sua sade. A postura tem importantes implicaes na sade e no bem-estar geral de grande parte do corpo, isso porque ela determina a quantidade e a distribuio do esforo sobre os vrios ossos, msculos, tendes, ligamentos e discos. Pois uma boa postura mantm o esforo total em seu mnimo, distribuindo-o para as estruturas mais aptas a suport-lo. A mpostura tem efeito contrrio, aumentando o estresse total e distribuindo-o para estruturas menos capazes de suport-lo. Se cada detalhe do ambiente importante ao fazer uma analise ergonmica no local/posto de trabalho, onde quem vai exercer a atividade laboral considerado fisicamente capacitado e sem restries, para um trabalhador portador de deficincia o cuidado deve ser maior pois o conforto fsico e psicolgico deve estar aliado ao fato que a incluso no mercado de trabalho deve ser sem traumas ou constrangimento para os mesmos. O presente estudo tem como objetivo a pesquisa da postura semi-sentada que embora proibida pela norma especfica, NR17, ainda ocorre em alguns setores assim como a vida laboral dos trabalhadores portadores de deficincia, e os riscos ergonmicos a que eles esto expostos, bem como outros fatores que possam ser considerados nocivos a sua sade e segurana ocupacional.

2 DESENVOLVIMENTO 2.1 - Conhecendo o a funo da coluna A coluna vertebral o eixo sseo do corpo, situada no dorso, na linha mediana, capaz de sustentar, amortecer e transmitir o peso corporal. Alm disto, supre a flexibilidade necessria movimentao, protege a medula espinhal e forma com as costelas e o esterno o trax sseo, que funciona como um fole para os movimentos respiratrios. Pesquisas mostram que 50 a 80% dos adultos sero vtimas, no decurso de suas vidas, de alguma forma de dor decorrente de afeces da coluna vertebral, muitas vezes, por uma postura errada durante o trabalho ou o repouso. A coluna formada de 33 vrtebras: 24 pr-sacrais, sendo 7 cervicais, 12 torcicas e 5 lombares; pelo sacro composto de 5 vrtebras fundidas e pelo cccix formado de 4 vrtebras rudimentares fundidas entre si, sendo que a 1a. vrtebra coccgea, um pouco mais volumosa, se articula com o pice do sacro atravs de um disco intervertebral rudimentar. Entre suas funes temos: proteo da medula espinhal, movimentao e marcha, manuteno da posio ereta, suporte do peso corporal e ligao de todas as suas regies desde a occipital at o sacro. Apresenta 4 curvaturas fisiolgicas que no ocorrem ao acaso: lordose cervical, cifose torcica, lordose lombar e cifose sacra. A lordose cervical estende-se do atlas segunda vrtebra torcica, a cifose torcica da segunda vrtebra torcica dcima segunda, e tem variaes individuais. A lordose lombar uma curvatura que se estende da dcima segunda vrtebra torcica at a transio lombosacra. A sua forma deve-se adaptao s foras de carga e locomoo, que se inicia a partir do momento em que o indivduo passa a deambular. A curvatura sacra, da articulao lombosacra ao cccix e a sua concavidade anterior direciona-se para frente e para baixo. Essas curvaturas tm para a coluna uma funo muito especial: equilibrar e facilitar a distribuio do peso e das foras compressivas, impedindo a sobrecarga de reas especficas. simples, na ausncia dessas curvas, a coluna seria igual a uma tbua, o que dificultaria a sua mobilidade. No plano frontal a coluna reta, sendo que alguns desvios laterais discretos podem estar presentes.

2.2 PERNAS E PS As pernas so construdas basicamente como os braos, mas so muito mais longas e fortes. O comprimento de nossas pernas nos d velocidade extra quando corremos. Isto significa que os ossos das pernas devem ser mais pesados e mais fortes para absorver a fora dos m e suportar o impacto dos ps no cho. At uma ao simples, como caminhar, envolve um tremendo esforo por parte do sistema nervoso, msculos e esqueleto, e as articulaes so envolvidas em toda a extenso das pernas desde os artelhos at o quadril. Os msculos das pernas so vigorosssimos e no apenas sustentam o peso do nosso corpo quando estamos de p, mas tambm empenham-se ainda mais para impelir o corpo para a frente quando corremos. A parte principal dos msculos da perna est na coxa, sendo ajudados pelos msculos das ndegas. Esses msculos fazem a maior parte do trabalho quando andamos. Os msculos da barriga da perna tm uma funo diferente. Eles movem os ps para baixo quando ns caminhamos com passos largos, fornecendo o "empurro" final que move todo o nosso corpo para frente. Os ps por sua vez tem estruturas e extremamente complexas, das quais fazem parte 28 ossos que entre si, constituem vrias constituem vrias articulaes. Mantendo o perfeito relacionamento entre estas peas, esto centenas de ligamentos e algumas e algumas dezenas de msculos. O funcionamento adequado deste conjunto intrincado depende da energia trazida pelo sangue atravs de inmeras artrias e do controle transmitido do sistema nervoso central pelos vrios nervos perifricos que chegam aos ps. Dentro do funcionamento do sistema esqueltico, esta estrutura responsvel pela postura e equilbrio do corpo. Claro, o coro humano uma estrutura perfeita que trabalha de forma harmoniosa, e no podemos desconsiderar sistema muscular, sistema nervoso central, sistema circulatrio entre outros que afetam ou so diretamente afetados quando algo no funciona bem nessa maquina perfeita que o corpo humano. Ma como vamos tratar de postura nosso foco vai ser a coluna vertebral e os membros inferiores, devido sua importncia no equilbrio e sustentao do corpo.

SISTEMA ESQUELETICO

2.3 - POSTURA SEMI- SENTADO Postura o arranjo relativo das partes do corpo. A boa postura promove o equilbrio entre as estruturas de suporte do organismo, possibilitando o sistema msculo-esqueltico desempenhar suas funes com maior eficincia. Por excluso, a m postura aquela em que o relacionamento entre as vrias partes do corpo induz a uma agresso as estruturas de suporte, promovendo fadiga e aumento do processo degenerativo. Se a postura sentada e a postura em p causam sobrecarga aos membros inferiores, imagine ento o meio termo: a postura semi sentada.

Na realidade quando realizada em conjunto com um banco/ cadeira prprio, a posio semi sentada recomendada para algumas funes. No entanto quando no existe nenhum tipo de apoio, a sobrecarga nos membros inferiores de maior gravidade que quando o trabalhador esta em p por exemplo. A regio da coluna que corresponde a lombar e sacro fica sem apoio forando a curvatura de forma que a vrtebras comprimem umas as outras, podendo vir a desenvolver um hrnia de disco p exemplo. Os ps e tornozelos sofrem um sobrecarga maior devido ao esforo de manter o corpo em equilbrio sofrendo fadiga postural e comprometendo tambm o sistema circulatrio. Geralmente o trabalhador procura se adaptar ao posto de trabalho e utiliza esta postura quando fica muito em tempo em p, e trabalha de forma que a distancia entre o equipamento e as mos esto desiguais. Temos como exemplo, uma bancada em que o colaborador muito mais alto ou mais baixo, de forma que ter que se curvar para adaptar o movimento do corpo a altura do posto de trabalho.

banco semi-sentado

Banco improvisado 2.4 - POSTOS DE TRABALHO Podemos relacionar que a maioria dos postos de trabalho onde o trabalhador se encontra na posio semi sentado, ele deriva do trabalho na posio em p. Por ser proibida pela NR 17, esta postura encontrada em locais de trabalho precrio, com vrios outros problemas de ordem ergonmica. Trabalhos onde se usa uma bancada, com altura em que o trabalhador tem que curvar o tronco ou se apoiar na regio dos quadris, com as pernas semi flexionadas. Trabalho executado por mecnicos em algumas empresas em que tem que se adequar a altura da maquina a ser consertada. Trabalho mais artesanal, como contagem de peas em uma empresa de processamento de acrlicos onde os trabalhadores se apiam na embalagens. Trabalho em computador que gerencia o corte a lazer de acrlico, onde se usa cadeira sem regulagem de altura e com altura incorreta, forando o trabalhador se apoiar na regio das nadegas, forando a lombar. O controlador da mquina a Laser realiza um trabalho esttico de observao das peas a serem cortadas, semi-sentado em uma banqueta de madeira sem assento acolchoado quase o dia inteiro de trabalho Montagem de bancos para carros, onde o trabalhador trabalha na posio de p e tem que fazer o movimento de flexo dos joelhos, ficando na posio semi sentado por cerca de 2 min. (dois minutos) durante uma hora de servio.

2.5 RISCOS A postura incorreta no local de trabalho, aliado a uma srie de outros fatores sejam eles riscos ergonmicos ou no podem levar ao trabalhador desenvolver uma srie de doenas ocupacionais. Como a coluna vertebral o ponto de sustentao do corpo ela que mais sofre as conseqncias da postura incorreta. So varias enfermidades como: 2.5.1 HERNIA DE DISCO A hrnia de disco surge como resultado de diversos pequenos traumas na coluna que vo, com o passar do tempo, lesando as estruturas do disco intervertebral, ou pode acontecer como conseqncia de um trauma severo sobre a coluna. A hrnia de disco surge quando o ncleo do disco intervertebral migra de seu local, no centro do disco para a periferia, em direo ao canal medular ou nos espaos por onde saem as razes nervosas, levando compresso das razes nervosas. 2.5.2 OSTEOSIFOSE (bico de papagaio) A adoo de postura erradas levam ao longo do tempo, as leses das articulaes vertebrais. A osteosifose aparece decorrente da protuso progressiva do anel fibroso do disco invertebral dando origem a formao de osteofitos cujos efeitos so agravados pela desidratao gradual do disco invertebral causando a aproximao das vrtebras, comprimindo a raiz nervosa e causando dores. 2.5.3 DESVIOS POSTURAIS Uma boa postura a atitude que uma pessoa assume utilizando a menor quantidade de esforo muscular e, ao mesmo tempo, protegendo as estruturas de suporte contra traumas. Os desvios posturais tais como a lordose cervical, cifose dorsal, lordose lombar e escoliose podem levar ao uso incorreto de outras articulaes, tais como as dos ombros, braos, articulaes temporomandibulares, quadris, joelhos e ps. Manter posturas erradas por tempo prolongado pode acarretar alteraes posturais ocasionando enrijecimento das

articulaes vertebrais e encurtamento dos msculos. Esses defeitos estruturais causam alteraes das curvaturas normais da coluna vertebral, tornando-a mais vulnervel as tenses mecnicas e traumas. 2.5.4 LORDOSE o aumento anormal da curva lombar levando a uma acentuao da lordose lombar normal (hiperlordose). Os msculos abdominais fracos e um abdome protuberante so fatores de risco. Caracteristicamente, a dor nas costas em pessoas com aumento da lordose lombar ocorre durante as atividades que envolvem a extenso da coluna lombar, tal como o ficar em p por muito tempo (que tende a acentuar a lordose). A flexo do tronco usualmente alivia a dor, de modo que a pessoa frequentemente prefere sentar ou deitar.

2.5.5 CIFOSE definida como um aumento anormal da concavidade posterior da coluna vertebral, sendo as causas mais importantes dessa deformidade, a m postura e o condicionamento fsico insuficiente. Doenas como espondilite anquilosante e a osteoporose senil tambm ocasionam esse tipo de deformidade.

2.5.6 ESCOLIOSE a curvatura lateral da coluna vertebral, podendo ser estrutural ou no estrutural. A progresso da curvatura na escoliose depende, em grande parte, da idade que ela inicia e da magnitude do ngulo da curvatura durante o perodo de crescimento na adolescncia, perodo este onde a progresso do aumento da curvatura ocorre numa velocidade maior. O tratamento fisioterpico usando alongamentos e respirao so essenciais para a melhora do quadro. O trabalhador pode ainda desenvolver vrias doenas nas perna e ps, devido a fadiga muscular que ocorre pela sobrecarga que ocorre nos membros inferiores, at mesmo devido ao esforo que o corpo precisa exercer para manter o equilbrio. Problemas circulatrios como o aparecimento de varizes e micro varizes, fratura por stress, desgaste nas articulaes podendo desenvolver artrose, trombose causada pela falta de circulao sangunea das pernas e ps.

Esses so os riscos mais evidentes relacionados a m postura. Ma no podemos deixar de observar que o sistema esqueltico envolve e protege rgo importante que comprimidos por postura errada durante horas no exerccio da vida laboral podem ter o seu funcionamento comprometido. 2.6 DORES As dores na regio da coluna esto intimamente ligada a postura errada no s ao exercer a atividade laboral, mas a forma de dormir, a vida sedentria, calados inadequados etc. Uma atividade exercida durante horas em uma postura errada no causa s dor em regio especifica. Alem de dor na regio lombar e cervical, causa maior de queixas nos consultrios, podemos citar dor nas pernas devido a sobrecarga exercida nesta regio, dores de cabea, dor na planta dos ps e na regio dos tornozelos. Mas o que acontece na regio da coluna que provoca dores? Quando um individua fica por determinado tempo na posio semi sentada sem um apoio. A regio do quadris e da coluna lombar sofre uma sobrecarga que pode causar fadiga, alem de estar comprimindo os discos vertebrais.

Regio onde ocorre sobrecarga na posio semi sentada

2.7 DEFICIENTES FISICOS Os resultados do Censo 2000 mostram que, aproximadamente, 24,6 milhes de pessoas, ou 14,5% da populao total, apresentaram algum tipo de incapacidade ou deficincia. So pessoas com ao menos alguma dificuldade de enxergar, ouvir, locomover-se ou alguma deficincia fsica ou mental. Entre 16,6 milhes de pessoas com algum grau de deficincia visual, quase 150 mil se declararam cegos. J entre os 5,7 milhes de brasileiros com algum grau de deficincia auditiva, um pouco menos de 170 mil se declararam surdos. importante destacar que a proporo de pessoas portadoras de deficincia aumenta com a idade, passando de 4,3% nas crianas at 14 anos, para 54% do total das pessoas com idade

superior a 65 anos. A medida que a estrutura da populao est mais envelhecida, a proporo de pessoas com deficincia aumenta, surgindo um novo elenco de demandas para atender as necessidades especficas deste grupo. Mas o que realmente devemos analisar neste estudo so aquelas pessoas que de alguma forma so portadoras de algum tipo de deficincia e sua insero no mercado de trabalho, assim como as barreiras que os mesmo encontram, desde o transporte at a acessibilidade nos locais de trabalho. Para entender tudo isso precisamos entender o que uma pessoa portadora de deficincia: considerada PPD, nos termos do Decreto n. 5.296/2004, a que possui limitao ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas seguintes categorias: a) deficincia fsica: alterao completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da funo fsica, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputao ou ausncia de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congnita ou adquirida, exceto as deformidades estticas e as que no produzam dificuldades para o desempenho de funes; b) deficincia auditiva: perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas freqncias de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz; c) deficincia visual: cegueira, na qual a acuidade visual igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correo ptica; a baixa viso, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correo ptica; os casos nos quais a somatria da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrncia simultnea de quaisquer das condies anteriores; d) deficincia mental: funcionamento intelectual significativamente inferior mdia, com manifestao antes dos dezoito anos e limitaes associadas a duas ou mais reas de habilidades adaptativas, tais como: 1. comunicao; 2. cuidado pessoal; 3. habilidades sociais; 4. utilizao dos recursos da comunidade; 5. sade e segurana; 6. habilidades acadmicas; 7. lazer; e 8. trabalho;

e) deficincia mltipla - associao de duas ou mais deficincias. O que define a pessoa portadora de deficincia no falta de um membro nem a viso ou audio reduzidas. O que caracteriza a pessoa portadora de deficincia a dificuldade de se relacionar, de se integrar na sociedade, O grau de dificuldade de se relacionar, de se integrar na sociedade, O grau de dificuldade para a integrao social que definir quem ou no portador de deficincia. Em muitos aspectos a vida do portador de deficincia, no diferente dos demais, possui momentos de alegria e conquistas, em outras palavras, bons e maus momentos como qualquer ser humano, se diferenciam sim, em uma particularidade,so vitimas do preconceito de discriminao, principalmente no mercado de trabalho. O portador de deficincia fsica, no uso de sua aptides, que no dependam suas limitaes, to quanto ou mais produtivo que qualquer outra pessoa. Disponibilizar trabalho essas pessoas no caridade, mas sim respeitar o principio bsico da igualdade perante a sociedade. necessrio mudar o conceito da pessoa portadora de deficincia fsica perante toda a sociedade, se no ressaltar suas qualidades, ao menos por acreditar que incluso social somente ser possvel pelo trabalho. Em relao ergonomia, entendemos que trabalhar com conforto vai alm das questes que envolvem o local e postos de trabalho, isto porque para nos sentirmos confortveis precisamos estar bem fsica e psicologicamente. Para que isto acontea, importante que se faa uma anlise cuidados da empresa, instituio, local de trabalho que vai receber o trabalhador que apresente alguma limitao fsica. Esta avaliao tem que ser feita por profissionais competentes que tenha conhecimento sobre as necessidades desses trabalhadores, assim como de ergonomia, levando m considerao cargos, postos de trabalho, movimento e posturas exigidas pela funo, ferramentas e equipamentos, rota de fuga, exposio a riscos qumicos, fsico e biolgico, acessibilidade geral e especifica. LEI DE COTAS A partir de 1988, com a promulgao da nova Constituio, que o governo passou a se preocupar mais com a integrao dessas pessoas na sociedade. Com o intuito de fomentar um dos princpios fundamentais da Constituio Federal, que diz, em seu artigo terceiro, pargrafo IV, que um dos objetivos fundamentais da Repblica Federativa do Brasil promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raa, sexo, cor, idade e quaisquer

outras formas de discriminao, o governo brasileiro passou a criar leis e decretos sobre o assunto, que seguiram a seguinte sequncia cronolgica: - 1989: Elaborao da Lei n 7.853, que referendou a Conveno 159 da OIT (Organizao Internacional do Trabalho). Esta lei definiu os direitos das pessoas com deficincia, disciplinou a atuao do Ministrio Pblico e criou a CORDE (Coordenadoria Nacional para Integrao das Pessoas Portadoras de Deficincia); - 1991: Criada a Lei n 8.213, que estabeleceu cotas de contratao de portadores de deficincia para empresas privadas com mais de cem funcionrios, a saber: I 100 a 200 empregados: 2%; II de 201 a 500: 3%; III de 501 a 1000: 4%; IV de 1001 ou mais: 5%. Dispe tambm sobre os Planos de Benefcios da Previdncia Social; - 1999: Edio do Decreto n 3.298, regulamentando a Lei n 7.853. Fixou uma Poltica Nacional para a Integrao de Pessoas Portadoras de Deficincia no mercado de trabalho e na sociedade. Traz a conceituao de deficincia e fixa os parmetros de avaliao da deficincia. Podemos constatar que embora exista uma lei que trate dos direitos dos deficientes fsicos, a realidade que se apresenta bem diferente, uma vez que at mesmo o governo no faz a sua parte no que diz respeito, por exemplo, a acessibilidade do portador de deficincia. ACESSIBILIDADE DO DEFICIENTE FISICO A NBR 9050/2004 trata da acessibilidade de edificaes, mobilirio espao e equipamentos urbanos. Qualquer empresa que queira fazer as adequaes necessrias para receber de forma confortvel, sem expor o trabalhador portador de necessidades especiais a quaisquer tipos de constrangimento deve estar de acordo com o que ela determina. Quando falamos em acessibilidade devemos ter uma percepo do todo, que envolve no s o local de trabalho mas o espao urbano, meios de transporte , mobilirio urbano etc. Acessibilidade: condio para utilizao, com segurana e autonomia, total ou assistida,dos espaos, mobilirios e equipamentos urbanos, das edificaes, dos servios de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicao e informao, por pessoa portadora de deficincia ou com mobilidade reduzida; Barreiras: qualquer entrave ou obstculo que limite ou impea o acesso, a liberdade de movimento, a circulao com segurana e a possibilidade de as pessoas se comunicarem ou terem acesso informao, classificadas em: Barreiras urbansticas: as existentes nas via pbicas e nos espaos de uso pblico.

Barreira nas edificaes: As existentes no entorno e interior das edificaes de uso pblico e coletivo e nas reas internas de uso comum nas edificaes de uso privado multifamiliar. Barreiras nos transportes: as existentes nos servios de transporte: Barreiras nas comunicaes e informaes: qualquer entrave ou obstculo que dificulte ou impossibilite a expresso ou o recebimento de mensagens por intermdio dos dispositivos , meios ou sistemas de comunicao, seja ou no de massa, bem como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso informao. O ambiente em que vivemos no esta preparado para atender uma pessoas que esta fora do padro que chamamos de normalidade. Imagine se fosse o contrario: A maiorias dos habitantes fossem portadores de deficincia e nos considerados normais que tivssemos que nos adaptarmos? Quando andamos pelas ruas ou vamos a um banco, pegar um livro na biblioteca, jamais imaginou como a vida das pessoas que tem que lidar com algum tipo de restrio imposta por serem portadores de deficincia. Vamos pensar no direito de ir e vir: Quantas vezes nos deparamos com a dificuldade de um cadeirante que tenha que fazer uso do transporte pblico. Quando o nibus no possui o elevador ele fica dependente da boa vontade dos outros usurios para ajudar a ter acesso ao veiculo. Em muitas empresas o transporte feito por meio de fretamento de empresas de nibus do tipo usado para viagem intermunicipal. um tipo de conforto que para os deficientes fsicos com alguma ou total restrio dos membros inferiores e superiores dificulta que os mesmos tenham acesso a eles.

O ideal que todos os nibus tenham o elevador prprio para permitir o acesso do cadeirante sem que este sofra constrangimento, como mostra a foto abaixo:

Em alguns casos quando o deficiente tem condies de ter seu prprio meio de transporte, tem empresa que fazem adaptao de carros de acordo com a necessidade do usurio.

Ainda tendo como foco o direto de ir e vir, vamos analisar as vias publicas que podem se tornar uma armadilha. Passeios mal feitos, ruas com asfalto irregular, obstculos em locais que dificultam qualquer um transitar em segurana. Alem do cadeirante, ou pessoas com alguma restrio motora que dificulte transitar com liberdade, temos os portadores de deficincia visual, que tem que atravessar ruas com um

trafego intenso, sem poder se orientar sozinho,mas necessitando sempre do auxilio de terceiros.

A foto mostra um exemplo disso.

Dentro de uma empresa no diferente. Em sua maioria as mesmas no esto preparada para receber um trabalhador portador de deficincia. A arquitetura do imvel onde esta funciona, bem como o seu entorno, as reas de lazer, restaurantes, banheiros tem que se adequar a norma 9050, de forma que alm dos riscos j existentes a que qualquer trabalhador esta exposto, o PPD, no venha a se acidentar por falta de infra estrutura que um direito dele. Mesmo sendo um direito adquirido pela lei de cotas, o trabalhador portador de deficincia encontra barreiras que dificultam sua insero no mercado de trabalho, porque muitas empresas alegam que eles no se adaptaram. Na realidade, elas que no se adequaram para receber estes trabalhadores, que mesmo com algum tipo de restrio podem desempenhar o servio que esto aptos a executar com a mesma eficincia que outro trabalhador.

Muitas empresas j se propuseram a fazer a mudana necessria para que estes trabalhadores sejam inseridos sem dificuldades e provam que so to competentes ou mais que outros trabalhadores. O portador de deficincia precisa ser tratado como um igual. Uma vez que somos todos diferentes em nossas necessidades, mas com os mesmos direitos temos que oferecer como sociedade o acesso para todos de maneira igual em todos os lugares,como: Facilitar o acesso de deficientes com restrio motora a locais pblicos, tais como banco, reas comerciais, hospitais, escolas, igrejas etc. Adequar as via pblicas para que possam transitar com segurana. Acessibilidade diz respeito qualidade do que acessvel, facilidade de acesso, de aproximao. O significado de tudo isso que alem das barreiras fsicas, devemos tambm trabalhar com as geradas pelo preconceito e o falso conceito que pessoas portadoras de deficincia so incapazes de ter uma vida normal, por possurem algum tipo de restrio. Afinal o ser humano j demonstrou que perfeitamente adaptvel. INSERO DE PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIENCIA NA VIDA LABORAL Todos ns temos necessidades que precisam ser atendidas. Alem das que so necessrias a manuteno da vida, precisamos nos sentir til, produtivo e livres dentro de um conceito que liberdade pode ser associado a uma independncia que nos faculta tomar decises e administrar nossas escolhas de forma individual sem completa dependncia do coletivo. Poder trabalhar e participar produtivamente da sociedade como algum que contribui com ela, se tornar realmente parte do mundo e na mais viver a margem dele. Como pessoas diferentes com aptides diferentes, vamos nos adaptar a alguma atividade laboral melhor que outras. Com o TPD, no muito diferente. Ele vai exercer a atividade em que se adapte melhor levando em conta a restrio que possua. Temos cinco grupos distintos que caracterizam os portadores de deficincia. Dessa forma temos como localizar o melhor local de trabalho a que ele esta apto a realizar. DEFICIENTE AUDITIVO Uma pessoa normal possui cinco sentidos, que direcionam nossa vida e nos guia em relao as determinadas escolhas muitas delas ligadas ao que nos proporciona prazer, um sentimento intimamente conectado com nossos rgo sensoriais.

A audio, um desses sentidos, o comprometimento dela pode trazer grandes barreira que interferem em nossa vida em sociedade. Deficincia auditiva a incapacidade parcial ou total de audio. Pode ser de nascena ou causada posteriormente por doenas. CONCEITO O deficiente auditivo classificado como surdo, quando sua audio no funcional na vida comum e hipoacstico aquele cuja audio, ainda que deficiente, funcional com ou sem prtese auditiva. A deficincia auditiva pode ser de origem congnita, causada por viroses materna doenas txicas desenvolvidas durante a gravidez ou adquirida, causada por ingesto de remdios que lesam o nervo auditivo, exposio a sons impactantes, viroses, predisposio gentica, meningite, etc. As hipoacsticas classificam-se em funo do grau da perda auditiva, sua ordem e localizao. Quando a leso se localiza no ouvido externo ou no mdio denominada como deficincia de transmisso ou deficincia mista dependendo da intensidade da leso. Quando se origina no ouvido e no nervo auditivo dita deficincia interna ou sensorioneural (estgio mais agudo da deficincia). Mas o conceito de perda auditiva nem sempre suficientemente claro para a pessoa que se depara pela primeira vez com o problema da surdez.O grau de perda auditiva calculado em funo da intensidade necessria para amplificar um som de modo a que seja percebido pela pessoa surda. Esta amplificao mede-se habitualmente em decibis, como j descrito anteriormente. O deficiente auditivo por no ter nenhuma restrio motora esta apto a realizar a maioria das atividades, e portanto os riscos ergonmicos a que esta exposto no vai se muito diferente em relao a outros trabalhadores. O que pode se tornar um empecilho a barreira criada pela dificuldade dos outros trabalhadores entenderem a linguagem de sinais. O que pode ser facilmente corrigido com treinamento oferecido para os trabalhadores, dessa forma o curso de libras indicado para que seja quebrada esta barreira. A empresa tem que se preocupar ainda em adequar o alerta de incndio ao trabalhador com deficincia auditiva, instalando sinais luminosos em todos os setores da empresa, incluindo os vestirios e refeitrios. O ouvido o rgo da audio e tambm do equilbrio. Converte ondas sonoras em impulsos nervosos que ao atingirem o crebro so interpretados como sons. Contem o sistema vestibular que responsvel pelo equilbrio e acionado ao se movimentar a cabea.

DEFICIENTE VISUAL

Deficincia visual uma categoria que inclui pessoas cegas e pessoas com viso reduzida. Na definio pedaggica, a pessoa cega, mesmo possuindo viso subnormal, quando necessita da instruo em braile; a pessoa com viso subnormal pode ler tipos impressos ampliados ou com auxlio de potentes recursos pticos (Instituto Benjamin Constant, 2002) A definio clnica afirma como cego o indivduo que apresenta acuidade visual menor que 0,1 com a melhor correo ou campo visual abaixo de 20 graus; como viso reduzida quem possui acuidade visual de 6/60 e 18/60 (escala mtrica) e/ou um campo visual entre 20 e 50 graus, e sua viso no pode ser corrigida por tratamento clnico ou cirrgico nem com culos convencionais (Carvalho, M.L.B. - Viso subnormal: orientaes ao professor do ensino regular, 1994) H vrios tipos de classificao. De acordo com a intensidade da deficincia, temos a deficincia visual leve, moderada, profunda, severa e perda total da viso. De acordo com comprometimento de campo visual, temos o comprometimento central, perifrico e sem alterao. De acordo com a idade de incio, a deficincia pode ser congnita ou adquirida. Se est associada a outro tipo, como surdez, por exemplo, a deficincia pode ser mltipla ou no. Para qualquer pessoa que possua o sentido da viso perfeita, quase impossvel se imaginar vivendo normalmente e com dignidade se for privado da mesma. Basta analisarmos que quando por algum motivo no podemos enxergar estamos sujeitos a acidentes por no conseguirmos perceber o ambiente em nossa volta.

As pessoas com deficincia visual ainda so tratadas de maneira discriminatria, sendo muitas vezes julgadas como incapazes de exercerem sua cidadania. A condio do deficiente visual deve ser vista no como a de uma pessoa doente, mas sim de um cidado capaz de desenvolver grande parte das atividades exercidas por uma pessoa que enxerga, porm, de uma maneira diferenciada. Para que isso realmente ocorra, necessria a disponibilizao de condies mnimas, como garantir o acesso informao, ao mercado de trabalho e ao ensino-aprendizagem. As novas tecnologias de acesso proporcionadas pela evoluo dos equipamentos, softwares e da internet, tornam

possvel a interao do deficiente visual com o computador, facilitando, assim, o processode incluso destes indivduos. O deficiente visual, tem necessidade de trabalhar em um ambiente organizado, onde no aja barreiras que possam se tornar um risco a sua movimentao e deslocamento dentro do local de trabalho. Algumas providencias tem que ser tomadas em relao ao ambiente , preparando para facilitar a acessibilidade do deficiente visual: Informaes adaptadas aos deficientes visuais, como mapas tteis,orientam a todos. O elevador deve emitir sinal sonoro e luminoso ao abrir e fechar,permitindo seu uso com segurana as pessoas com restries sensoriais. Atravs da utilizao do piso guia, a pessoa com restrio visual direciona-se ao longo de um percurso.