conceitos, características e desenvolvimento dos hospitais
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Conceitos, características e desenvolvimento dos Hospitais e da Gestão HospitalarPROFESSORA CAROLINE ORLANDI BRILINGER
Evolução da Gestão Hospitalar
• Relacionada a história dos hospitais e da medicina;
• Os hospitais eram administrados por religiosos, médicos,
enfermeiros ou pessoas da comunidade;
• Hospitais não eram vistos como uma empresa e sim
como uma “instituição de caridade” (SEIXAS; MELO, 2004).
Evolução da gestão hospitalar
• Não existia a figura do gestor, apenas a função de manter a
estrutura física e de cuidar das despesas com os poucos
recursos existentes.
• Nem sempre o “gestor” conhecia a prática hospitalar,
nem as técnicas de gerenciamento, pois a escolha
ocorria de forma empírica.
Evolução Gestão Hospitalar
• É fruto do sistema que se expandiu por várias partes do
mundo, onde o hospital é visto como uma empresa
moderna, e, como tal, deve contar com os administradores;
• Os cursos de administração hospitalar foram criados com o
objetivo de preparar os profissionais para atuar nos serviços
de saúde e eliminar o empirismo.
Reconhecimento da Gestão Hospitalar• Por enquanto, a área médica e a área administrativa não
têm igual valor entre os latinos:
• A área administrativa não goza prestígios.
• Na Europa e nos EUA, a administração de hospitais é uma
área que possui sua própria tecnologia e que conta com
profissionais qualificados.
Reconhecimento da Gestão Hospitalar
• Nos EUA no início do séc. XX os GH já possuíam
importância no cenário hospitalar:
• Mediavam a competição entre as especialidades médicas porrecursos;
• Obtiveram apoio do Colégio Americano de Cirurgiões parapadronização dos hospitais (1915);
• Constante presença administrativa em contraponto a parcialdo médico.
• No Brasil, ainda hoje, muitos dirigentes nos hospitais são
médicos e enfermeiras que aprenderam a coordenar o
hospital no dia-a-dia.
• O hospital perde um bom técnico e não ganha um
bom chefe.
Evolução da Gestão Hospitalar
Personalidades importantes para GH no Brasil e no mundo• São Camilo de Lellis;
• Florence Nightingale;
• Michael Mark Davis;
• Theóphilo de Almeida;
• Odair Pacheco Pedroso;
• Niversindo Antônio Cherubin.
São Camilo de Lellis (1550 - 1614)
• Religioso italiano
• Trabalhou no Hospital Santiago dos
Incuráveis, Roma.
• Fundador da Ordem dos Ministros dos
Enfermos (Camilianos);
• Protetor dos enfermos e dos hospitais.
“Mais coração nas mãos, irmão”• São Camilo deixou normas escritas de como bem cuidardos doentes que continuam atuais, inspirando processos dehumanização das instituições de saúde.
• Deve-se cuidar o doente como uma mãe carinhosacuida de seu único filho doente.
• O doente deve ter o corpo limpo, vestir roupa limpa eestar em cama limpa.
• Os doentes são nossos senhores e patrões.
Florence Nightingale (1820 – 1910)
• Enfermeira britânica;
• Em 1854, foi convidada para dirigir os
hospitais militares de Scutari, Turquia,
onde a maior parte dos feridos e enfermos,
em luta na Criméia, ficava alojada.
Florence Nightingale (1820 – 1910)• Em Scutari, organizou a estrutura dos hospitais:
• Criou serviços de lavanderia, rouparia,
cozinha dietética, almoxarifado e limpeza;
• Organizou a hierarquia do serviço;
• Introduziu a disciplina na Enfermagem;
• Tinha o controle por meio de observação e
supervisão rigorosas
• Em 1858, publicou: “Notas sobre questões que afetam a
saúde, eficiência e administração hospitalar do exército
britânico”.
• Naquele momento histórico, a valorização das funções de
planejamento, direção e supervisão no sistema fabril
encontrou repercussão no sistema hospitalar.
Florence Nightingale (1820 – 1910)
• Demonstrou a necessidade de aplicação
das funções administrativas nos hospitais;
• Considerada como pioneira na
administração hospitalar e na estatística,
pela utilização de métodos de
representação visual.
Florence Nightingale (1820 – 1910)
Michael Mark Davis (1879 – 1971)
• EUA, economista com Ph.D. em sociologia;
• Consultor em diversos serviços da saúde;
• Visitou hospitais em todo o país e
observou que muitos superintendentes
hospitalares estavam inadequadamente
treinados.
Michael Mark Davis (1879 – 1971)
• O GH deve possuir habilidades de negócios e
visão social, e que a escalada da tecnologia
médica exigiria uma gestão mais competente.
• 1929: Hospital administration: a career; the
need of trained executives for a billion dollar
business, and how they may be trained.
Michael Mark Davis (1879 – 1971)
• Em 1934, criou o 1º curso de Administração Hospitalar, em
nível de mestrado, na Universidade de Chicago.
Theóphilo de Almeida
• Médico do Dep. Nacional de Saúde Pública e, mais tarde,
diretor da Divisão de Organização Hospitalar do MS;
• Fundou em 1946 o primeiro curso de Administração
Hospitalar, na Escola Nacional de Saúde Pública da
Fundação Oswaldo Cruz (Rio de Janeiro).
• Realizado por 15 anos.
Odair Pacheco Pedroso (1909 – 1981)
• Formou-se em Medicina em 1932.
• Participou da organização e instalação do
HCFMUSP, onde implantou, pela primeira
vez no Brasil, o serviço de arquivo médico.
• Foi o primeiro superintendente do
HCFMUSP (1943-1944, 1959-1963).
Odair Pacheco Pedroso
• Em 1960, organizou na Faculdade de Saúde Pública da USP,
o 2º curso de Administração Hospitalar do Brasil, além de
outros cursos ligados à Adm. Hospitalar:
• Operador de Caldeiras Hospitalares;
• Elementos de Administração de Hospitais para Religiosas;
• Administração Hospitalar para nível médio;
• Serviços de Arquivo Médico e Estatística;
• Estatística Hospitalar e Vital.
Odair Pacheco Pedroso
• Colaborou com Cursos de Adm. Hospitalar em São Paulo,
Sorocaba, Santos, Brasília, Ceará, Curitiba, Bahia e na
Aeronáutica.
• Fundador da Associação Paulista de Hospitais e da Revista
Paulista de Hospitais.
• Atuou no Governo e foi Perito da OMS em vários países.
Niversindo Antônio Cherubin
• Padre da Congregação Camiliana;
• Participou ativamente do 1º curso de
Adm. Hospitalar no país.
• Em 1971, enviou ao Ministério da
Educação um projeto de currículo para a
administração hospitalar.
1973: o primeiro currículo oficial• Constituído de:
• Matérias de formação geral;
• Matérias comuns à formação do administrador;
• Matérias específicas do administrador hospitalar;
• Estágio supervisionado em hospital;
• Carga horária total: 2.700 horas
• Duração: mínimo três e no máximo sete anos.
Niversindo Antônio Cherubin
• Fundou o Instituto Brasileiro de
Desenvolvimento e de Pesquisas Hospitalares
(IPH), 1ª escola de adm. hospitalar do país;
• Fundou em 1971 o Colégio Brasileiro de
Adm. Hospitalares, hoje Federação Brasileira
de Adm. Hospitalares - FBAH
Niversindo Antônio Cherubin
• 1985: criou na São Camilo um
departamento para gerir e assessorar
hospitais de terceiros por todo Brasil.
• 1994: implantou o 1º modelo de gestão
terceirizada de saúde pública do País no
Tocantins.
Niversindo Antônio Cherubin• Superintendente do IBCC, InstitutoBrasileiro de Controle do Câncer;
• Livros:
• Administração Hospitalar – Fundamentos
• A Arte de Ser um Adm. Hospitalar
• Regulamento do Hospital
• A Arte de ser um Administrador Líder
• A Arte de ser um Administrador Eficaz
• A Saga de um Administrador Hospitalar
ReferênciasFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ADMINISTRADORES HOSPITALARES. Federação: Histórico. Disponível em: <http://www.fbah.org.br/institucional.php?cod_inst=1>.
FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HOSPITAIS. Federação Brasileira de Hospitais: cinco décadas. Brasília: FBH, 2013.
MERGULHÃO, Paulo R. Um modelo pioneiro que deu certo. Notícias Hospitalares: Gestão da Saúde em Debate. v. 4, n. 41, jun./jul. 2003
SANNA, Maria Cristina. Clarice Della Torre Ferrarini: o depoimento de uma pioneira da administração em enfermagem no Brasil. Hist. cienc. saúde-Manguinhos [online]. 2003, vol.10, n.3, pp. 1053-1070.
SANTUÁRIO SÃO CAMILO DE LELLIS. História de São Camilo de Lellis. Disponível em: <http://santuariosaocamilodelellis.blogspot.com.br/p/historia.html>.
SEIXAS, Maria Auxiliadora Souza; MELO, Hermes Teixeira de. Desafios do administrador hospitalar. Revista Gestão e Planejamento. v. 5, n. 9, p. 16-20, jan./jun. 2004.
UNIVERSITY OF CHICAGO. School of Social Service Administration. The Graduate Program in Health Administration and Policy (GPHAP): History. Disponível em: <http://www.ssa.uchicago.edu/gphap-history>.
ZOBOLI, Elma L. C. P. Ética e administracã̧o hospitalar. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2004.