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CONCEITO

• É o estudo dos documentos, a fim de se verificar a sua autenticidade e/ou integridade, bem como a autoria do mesmo, seja em relação a um punho, ou a um instrumento gráfico.

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IMPORTANTE

• Para o perito interessa o enfoque técnico do documento, sem embargo evidentemente do enfoque jurídico nos casos de perícias judiciais. Contudo, torna-se necessário o entendimento da legislação e da doutrina para efeitos de exames em peças documentais questionadas.

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O QUE É UM DOCUMENTO?

• É um suporte que contém um registro gráfico.– Mas sob a ótica jurídica, em linhas gerais, o

documento é a coisa representativa de um fato ou idéia, que pode ser utilizada em juízo como meio de prova.

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O QUE DIZ A LEGILAÇÃO?

• O artigo 161, da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, estabelece que: “As certidões do registro integral de títulos terão o mesmo valor probante dos originais, ressalvado o incidente de falsidade destes, oportunamente levantado em juízo”.

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• Já o artigo 223, do Código Civil, sobre o assunto assim, estatuiu: “A copia fotográfica de documento, conferida por tabelião de notas, valerá como prova de declaração de vontade, mas, impugnada sua autenticidade, deverá ser exibido o original”.

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• O Diploma Processual Civil, em seu artigo 384, reza: ”As reproduções fotográficas ou obtidas por outros processos de repetição, dos documentos particulares, valem como certidão, sempre que o escrivão portar por fé a sua conformidade com o original”.

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• O Código de Processo Penal, refere-se ao problema em seu artigo 237, quando explicita que: “As publicas formas só terão valor quando conferidas com o original, em presença de autoridade”.

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• O Tribunal de Justiça de são Paulo, em vários acórdãos, se pronunciou sobre o assunto, eis uma decisão: “Acresce que a prova documental por fotocópia pública-forma de documentos originais é admissível em juízo quando possível a conferencia determinada no art. 225 de CPC, mormente quando é suspeito o conteúdo declarativo da reprodução. A razão é obvia: se tais reproduções não gozam da presunção de autenticidade (como sucede com as certidões e os translados compreendidos no art. 226), somente a apresentação do original, sujeito ao exame da parte e a conferencia em juízo, proporcionará elementos à investigação da autenticidade impugnada.” (RTSP 263/519, 293/511 e 263/518).

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• O Supremo Tribunal Federal fez coro à jurisprudência da corte paulista, quando em acórdão decidiu: “rejeitando a copia fotostática nas circunstancias do relatório do V Acórdão, certamente se pronunciará sobre o valor jurídico das provas – mas o fez corretamente, se violar a lei federal pelo contrário, interpreta razoavelmente, a meu ver, bem os artigos 237 da Lei de Registros Públicos e 225 do CPC.” (RTJ 40/61,62).

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O QUE DIZ A DOUTRINA

• O grande mestre Albert Osborn sustenta que: “Reproduções fotostáticas de documentos alegados perdidos são apresentados e devem ser recebidos com grande cautela, e uma decisão nunca deverá ser baseada nelas”.

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• Já Edmond Locar, não admite fotografias apresentadas pelas partes de documentos em substituição ao original do documento. No Manual de Techique Policère, registrou que: “Às vezes, as partes propõem de enviar, em lugar dos originais, as provas fotográficas, isto, é quase constantemente inaceitável”. “As fotografias que não tiverem sido feitas pelo próprio perito não apresentam provas das alterações do documento. Por outro lado, elas podem ter sido falsificadas”.

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• Em consonância com os mestres anteriores, Wilson Harrison, em sua obra Suspect Documents, diz: “Embora excelentes para o propósito de arquivo, cópias fotostáticas geralmente sofrem excessivo contraste, e perdem finos detalhes e o correto reconhecimento dos detalhes que são característicos de fotografias cuidadosamente preparadas”.

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• Por fim, nunca se torna demais citar Felix Del Val Latierro, em sua obra Grafocrítica – El documento, la escritura y su procession forense,onde sabiamente afirma que: “O perito não pode trabalhar sobre fotografias; não só porque ocultam detalhes interessantes e até decisivos para o cotejo, como também pode leva-lo a concluir baseado num engano, se se tratar de fotografias forjadas e, demais, porque legalmente não se pode informar utilizando apenas fotografias”.

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DA PEÇA DE EXAME

• A peça de exame é sagrada. Não pode de forma alguma ser alterada ou danificada.

• O exame será sempre feito no original do documento questionado. Nenhum tipo de reprografia, para esse fim, poderá substituí-lo.

• as reproduções sejam de que tipo for são imperfeitas e podem serem eivadas de vícios que não podem serem detectadas na perícia.

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OBSERVAÇÃO

• O perito, a seu critério pode realizar perícias em copias reprográficas, contudo, nunca poderá concluir sem a exibição do original´.

• Isto se justifica pelo fato de que uma peça de exame eleita para a comparação deve ter aspectos de originalidade.

• Não se pode realizar exames conclusivos a partir de copias reprográficas, onde uma esteja impugnada e a outra eleita verdadeira como padrão de comparação.

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FRAUDES DOCUMENTAIS (TIPOS)

1. Falsificação sem imitação;

2. Falsificação de memória;

3. Imitação servil;

4. Falsificação exercitadas;

5. Decalques;

6. Falsificação por recorte;

7. Falsificação ideológica;

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1. FALSIFICAÇÃO SEM IMITAÇÃO

• É a reprodução de assinatura, sem se procurar dar a forma das legítimas, que se desconhece.

Antagonismos gráficos: traçado inferior ou superior ao verdadeiro; dessemelhança formal total; gênese conflitante.

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2. FALSIFICAÇÃO DE MEMORIA

• O falsário, estando familiarizado com a assinatura de sua vítima, procura reproduzi-la sem ver o modelo, valendo-se da memória.

Antagonismos gráficos: traçado moroso (hesitações – trêmulos); paradas anormais do traço (retoques); algumas semelhanças formais; gênese antagônica.

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3. IMITAÇÃO SERVIL

• É o mais pobre dos processos. O falsário, fiel a um modelo, o reproduz no documento que está forjando.

Antagonismos gráficos: traçado moroso (hesitações – trêmulos); grande semelhança formal; parada do traço (retoques); gênese conflitante.

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4. FALSIFICAÇÃO EXERCITADA

• O falsário se apossa de um modelo autentico e, depois de cuidadoso treino, o reproduz.

Antagonismo gráfico: traçado relativamente rápido, semelhança dos gestos mais aparentes e algumas dessemelhanças; eventuais retoques, gênese conflitante.

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5. DECALQUES

• Se divide em dois tipos direto e indireto. São processos primário de falsificação, daí porque os resultados são grosseiros.

Antagonismos gráficos: traçado moroso; grande semelhança formal com o modelo; gênese conflitante.

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6. FALSIFICAÇÃO POR RECORTE

• Consiste na montagem de um texto, com recortes de letras, grupos de letras e palavras, retiradas do manuscrito da pessoa a que se deseja atribuir a autoria.

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7. FALSIDADE IDEOLÓGICA

• Quando a falsidade torna-se material e os vícios incidem sobre a integridade do documento escrito, como a pratica de rasuras e acréscimos, podendo ainda divergir da verdade o conteúdo formal do documento que se apresenta.

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DAS AUTENTICIDADES

1. Autofalsificação;

2. Simulação de falso;

3. Transplante de escrita;

4. Negativa de autenticidade

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1. AUTOFALSIFICAÇÃO

• O falsário exara sua assinatura modificando a sua fisionomia. Para tanto, ele reduz a velocidade de lançamento, deforma os caracteres, muda a inclinação do eixo gramatical habitual, introduz trêmulos, para, depois, com base nesses vícios, acoimá-la de falsa.

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2. SIMULAÇÃO DE FALSO

• Difere da autofalsificação. Nesta modalidade o escritor lança sua assinatura habitual, para depois eiva-la de vícios, que serão depois apontados para sustentar a sua ilegitimidade.

• O principal vício é o retoque, não obstante a existência de outros.

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3. TRANSPLANTE DE ASSINATURA

• Esta modalidade praticamente desapareceu, mas o falsário ao utilizar-se deste método deslocava a assinatura de um documento original para um outro simulando originalidade intencional de forma a ludibriar alguém, eleito para vítima.

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4. NEGATIVA DE AUTENTICIDADE

• Nesta modalidade, o escritor lança normalmente a sua assinatura e, depois para fugir a responsabilidade advinda do teor do documento, alega a sua falsidade.

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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE

• Para que o delito de falsificação se configure, é imprescindível que a falsificação seja idônea de modo a iludir terceiro. A falsificação grosseira não enseja a tipificação do delito em tela, em face da ausência de potencialidade lesiva do comportamento.

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PREVISÃO DE INFRAÇÃO PENAL

• CAPITULO III, ARTIGOS 297 a 305, com especial atenção para os artigos 297, 298 e 299, tudo do Código Penal Brasileiro.

• CAPITULO V, ARTIGOS 311 a 318, com especial atenção para os artigos 311, 312 e 315, todos do Código Penal Militar.

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JURISPRUDÊNCIA

• “quando o falso perpetrado é grosseiro perceptível ictu oculo, revela incapacidade objetiva de iludir a boa-fé ou causar dano, o que retira a justa causa da ação penal, mormente quando o documento apresentado é inexistente. Precedentes. É inepta a denuncia que, deixando de descrever a conduta do acusado bem como os fatos supostamente típicos a ele imputados, inviabilizam o pleno exercício do direito constitucional da ampla defesa.” (STM – Embargos 2003.01.007064-1-RJ – Rel. Min. José Coelho Ferreira – J. em 11.09.2003).

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• “Não se caracteriza o delito quando grosseira a falsificação constatável a olho desarmado. Impossibilidade objetiva de enganar. Apelo da defesa que se dá provimento. (STM – Ap. 44.095-0-RS – Rel. Min. Túlio Chagas Nogueira – DJU 11.12.1984).

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• “Para a caracterização do crime previsto no art. 297 do Código Penal, basta que a falsificação tenha aptidão para lesionar a fé pública, sendo dispensável, assim, a comprovação de efetivo dano. Na hipótese, o documento falsificado pelo acusado não só era hábil a ofender a fé pública, como efetivamente o fez, logrando o agente obter o resultado que pretendia com a falsificação, uma vez que o falso diploma de farmacêutico lhe propiciou a retirada da Carteira de Identificação Profissional. Dessa forma, não há falar em crime impossível por impropriedade absoluta do objeto na espécie, sendo inaplicável o disposto no art. 17 do Código Penal”. ( STJ - Recurso não conhecido. REsp 702525 / PR; RECURSO ESPECIAL 2004/0148079-9, Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA (1128).

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• “MODIFICAÇÃO GROSSEIRA, INCAPAZ DE LUDIBRIAR PESSOA COMUM. ATIPICIDADE DA CONDUTA. INEXISTÊNCIA DE CRIME. ORDEM CONCEDIDA. O laudo de exame grafoscópico, cuja cópia se encontra juntado aos autos, constata que as alterações foram feitas à mão, pelo próprio Paciente. A consulta ao banco de dados do órgão responsável pela fiscalização do trânsito, pelos policiais militares, se fez necessária, ante a imediata constatação da alteração promovida na carteira de habilitação; também o proprietário do automóvel, se um pouco mais diligente, assim teria procedido ou por qualquer outra forma tentado obter a confirmação dos dados lançados à mão no Documento. Ordem concedida para anular o acórdão combatido, absolvendo o paciente da imputação que lhe é promovida, ante a atipicidade de sua conduta. (STJ-HC 33708/RJ; HABEAS CORPUS2004/0018455-8, Ministro Hélio Quaglia Barbosa).